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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE DE MINAS GERAIS CAMPUS RIO POMBA MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS FÁBIO LÚCIO SILVA SANDIM CARACTERIZAÇÃO DE SORO DE QUEIJO PRODUZIDO NA MICRORREGIÃO DE UBÁ RIO POMBA MINAS GERAIS BRASIL 2018

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DO SUDESTE DE MINAS GERAIS – CAMPUS RIO

POMBA

MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

ALIMENTOS

FÁBIO LÚCIO SILVA SANDIM

CARACTERIZAÇÃO DE SORO DE QUEIJO PRODUZIDO NA

MICRORREGIÃO DE UBÁ

RIO POMBA

MINAS GERAIS – BRASIL

2018

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FÁBIO LÚCIO SILVA SANDIM

CARACTERIZAÇÃO DE SORO DE QUEIJO PRODUZIDO NA

MICRORREGIÃO DE UBÁ

RIO POMBA

MINAS GERAIS – BRASIL

2018

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FÁBIO LÚCIO SILVA SANDIM

CARACTERIZAÇÃO DE SORO DE QUEIJO PRODUZIDO NA

MICRORREGIÃO DE UBÁ

Dissertação apresentada ao Campus Rio Pomba, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em “Ciência e Tecnologia de Alimentos” para a obtenção do título de Mestre

Orientadora: Profa Dra Vanessa Riani Olmi Silva

RIO POMBA

MINAS GERAIS – BRASIL

2018

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Jofre Moreira – IFET/RP

Bibliotecária: Ana Carolina Souza Dutra CRB 6 / 2977

S217c

Sandim, Fábio Lúcio Silva.

Caracterização de soro de queijo produzido na microrregião de

Ubá./ Fábio Lúcio Silva Sandim. – Rio Pomba, 2018.

v, 42f.

Orientador: Profª. Vanessa Riani Olmi Silva.

Dissertação (Mestrado) - Mestrado Profissional Stricto Sensu em

Cência e Tecnologia em Alimentos - Instituto Federal do Sudeste de

Minas Gerais - Campus Rio Pomba.

CDD: 637.3

1. Produto lácteo. 2. Laticínio. I. Silva, Vanessa Riani Olmi.

II.Título.

CDD: 637.3

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FÁBIO LÚCIO SILVA SANDIM

CARACTERIZAÇÃO DE SORO DE QUEIJO PRODUZIDO NA

MICRORREGIÃO DE UBÁ

Dissertação apresentada ao Campus Rio Pomba, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em “Ciência e Tecnologia de Alimentos” para a obtenção do título de Mestre

Aprovada em : 30 de Novembro de 2018

________________________ ________________________

Roselir Ribeiro da Silva André Narvaes da Rocha Campos

________________________ ________________________

Maurício Henriques Louzada Silva Welliton Fagner da Cruz

_____________________

Vanessa Riani Olmi Silva

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i

Dedico este trabalho aos meus pais, por todo apoio até o fim desta jornada.

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ii

AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus por me propiciar todas as

condições necessárias para realização deste trabalho e me colocar no lugar

certo com as pessoas certas para meu maior crescimento.

À minha família por acreditar e me apoiar todo esse tempo.

À minha orientadora Vanessa Riani Olmi Silva que além de sua grande

capacidade técnica se demonstrou uma pessoa extremamente humana.

Ao professor Roselir Ribeiro da Silva por não medir esforços para me

ajudar tanto profissional como pessoalmente.

Ao professor André Narvaes da Rocha Campos que quando ao me ver

chegar em Rio Pomba aos 17 anos para fazer a matrícula no curso superior e

talvez por ver a fragilidade de um menino provindo de uma escola pública de

uma pequena e distante cidade me disse a seguinte frase “ Não pode desistir!

O curso é bom!”, frase tal que serviu de motivação e que me lembro

perfeitamente até hoje.

Ao Bolsista John por toda ajuda nas análises e acima de tudo pela

amizade.

Aos técnicos de Laboratório do IF Sudeste MG – Campus Rio Pomba

por todo apoio.

Aos funcionários e proprietários dos laticínios por toda atenção e ajuda

ao ceder as amostras.

A todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para conclusão

deste trabalho.

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“...o teu trabalho é a oficina em que podes forjar a tua própria luz.”

Emmanuel

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RESUMO

SANDIM, Fábio Lúcio Silva, Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de

alimentos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de

Minas Gerais, Novembro de 2018. Caracterização de soro de queijo

produzido na microrregião de Ubá. Orientadora: Vanessa Riani Olmi Silva.

Co-orientadores: Roselir Ribeiro da Silva, André Narvaes da Rocha Campos.

O soro de queijo, dada a sua elevada carga orgânica, constitui um problema

ambiental grave quando descarregado inapropriadamente nos cursos de água.

O trabalho teve como objetivo caracterizar o soro de queijo gerado em laticínios

da microrregião de Ubá e propor alternativas para destinação. Foram

selecionados quatro laticínios da microrregião de Ubá (A, B, C e D) para a

coleta de soro de quatro tipos de queijos, sendo eles: Minas Frescal, Minas

Padrão, Requeijão e Muçarela. Foram analisadas as seguintes variáveis:

proteína, gordura, carboidratos, umidade, cinzas, temperatura, pH, oxigênio

dissolvido, turbidez, alcalinidade, acidez, sólidos totais, sólidos totais voláteis,

demanda química de oxigênio, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo total,

dureza, nitrogênio total, e observa-se que possuem altas concentrações em

algumas variáveis proteína e gordura, o que mostra ser potencialmente

aplicável para a produção de vários alimentos, alta demanda bioquímica de

oxigênio, demanda química de oxigênio e turbidez e quantidades consideráveis

de nitrogênio, fósforo o que acarreta severos impactos quanto descartados sem

tratamento, para pH, os valores variaram de 4,83 a 6,67, sendo observada

diferença (p<0,05) entre os soros gerados na produção de requeijão e os soros

dos demais tipos de queijo, assim como observado para acidez. A temperatura

das amostras ficaram dentro do permitido para lançamento, os valores de

sólidos totais variaram de 5, 88 a 6,95 g/L, para sólidos totais fixos os valores

ficaram entre 0,52 e 0,81 g/L e para sólidos totais voláteis entre 5,12 e 6,33 g/L.

Devido as características e localização das unidades queijeiras e

características das amostras de soro, a fabricação de bebida láctea é a melhor

alternativa para utilização das amostras analisadas neste estudo.

Palavras chave: coproduto lácteo, laticínio, controle ambiental.

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ABSTRACT

SANDIM, Fábio Lúcio Silva, Professional Master in Food Science and Technology, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, November 2018. Evaluation of the characteristics of whey produced in the Ubá micro-region and proposition of alternatives for destination and treatment. Advisor: Vanessa Riani Olmi Silva. Co-adviser: Roselir Ribeiro da Silva, André Narvaes Rocha Campos. Cheese whey, given its high organic load, is a serious environmental problem

when discharged improperly into the waterways. The objective of this study was

to characterize whey from dairy products from the Ubá micro-region and to

propose alternatives for the destination. Four dairy products from the Ubá

microregion (A, B, C and D) were selected for the collection of four kinds of

cheeses (three dairy products for each type of cheese): Minas Frescal, Minas

Gerais, Requeijão and Muçarela. The samples varied significantly (p <0.05),

and it is observed that they have high concentrations in some parameters such

as biochemical oxygen demand and chemical oxygen demand, and

considerable amounts of nitrogen, phosphorus which causes severe impacts as

discarded without treatment, presented high turbidity, high protein and fat

content which shows to be potentially applicable for the production of several

foods, besides total fixed solids within the values found by other authors. As for

pH, the values ranged from 4.83 to 6.67, being observed a difference (p <0.05)

between the sera generated in the production of curd cheese and the sera of

the other types of cheese, as well as the acidity, for temperature the total solids

values ranged from 5, 88 to 6.95 g / L, for total fixed solids values were between

0.52 and 0.81 g / L and for total volatile solids between 5,12 and 6,33 g / L

characterizing a significant difference (p <0,05). Due to the characteristics and

location of the whey units and the characteristics of the whey samples, the milk

beverage manufacturing is the best alternative for the use of the samples

analyzed in this study.

Key words: dairy co-product, dairy, environmental control

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Sumário

1.INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1

2. OBJETIVOS .............................................................................................................. 3

2.1. Objetivo Geral .................................................................................................... 3 2.2.Objetivos Específicos .......................................................................................... 3

3. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 4

3.1. Poluição das águas ............................................................................................ 4 3.3 Impacto Ambiental da Indústria Queijeira ............................................................ 6 3.4. Características do Soro de Queijo ...................................................................... 6 3.5. Alternativas de utilização do soro ....................................................................... 8 4.1. Seleção dos laticínios ....................................................................................... 11 4.2. Coleta das Amostras ........................................................................................ 12 4.3. Caracterização das amostras dos soros de queijo ........................................... 12 4.4. Delineamento Experimental.............................................................................. 13

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 15

5.2. Análise de Componentes Principais ................................................................ 23 5.4. Proposição de Uso ........................................................................................... 25

6. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 29

7. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 30

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1.INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos maiores produtores de leite e apresenta crescimento

anual na taxa de produção leiteira ao redor de 4%, o que representa valor maior

ao de todos os países que ocupam os primeiros lugares, podendo ocupar as

primeiras posições com o passar do tempo (PARDO, 2015). Desta produção, por

volta de 35% é destinada a fabricação de queijo, que possui taxa de crescimento

anual de 4,6%, superior ao da própria produção leiteira (MATOS, 2014).

Relacionado à produção de queijo o grande problema é a geração do soro

de queijo, que apresenta grande potencial poluidor devido à presença de

proteínas, gordura, lactose e sais minerais. Sua demanda bioquímica de oxigênio

(DBO) é extremamente alta, varia de 30.000 a 50.000 mg de oxigênio por litro de

soro, valor 100 vezes maior ao do esgoto doméstico. Com isso, um laticínio com

produção média de 10.000 litros de soro por dia, gera a mesma carga poluente de

uma população de 5.000 habitantes (KEMPKA, 2016).

O soro de queijo é produzido em volume muito elevado e o seu tratamento

é muito caro para os grandes e pequenos lacticínios. O descarte total de soro de

queijo representa também um grave problema ambiental, por outro lado quando é

feito tratamento adequado para posterior descarga do efluente tratado há

implicação de implantação com custo muito alto (CRETO,2018).

Em média para a fabricação de 1 quilo de queijo são necessários 10 litros

de leite, levando a produção de 8 a 9 litros de soro, e considerando a produção de

450.000 toneladas de queijo por ano no Brasil, essa quantidade corresponde a

4.050.000 toneladas de soro de queijo por ano (POPPI 2015).

Descartar esse volume de soro sem tratamento eficiente não é só crime

previsto por lei segundo a deliberação normativa COPAM nº102 de outubro de

2006 (MINAS GERAIS, 2006), mas também significa rejeitar um produto de alto

valor nutricional. As proteínas do soro possuem um dos mais altos índices de valor

biológico em comparação com outras fontes de proteínas. Na maioria dos

laticínios, que são de pequeno e médio porte, isto ocorre em decorrência das

dificuldades financeiras para manter pessoal especializado para trabalhar com

inovações tecnológicas e operar sistemas de efluentes. Esse fato é preocupante,

pois a destinação incorreta do soro de leite pode conduzir a poluição das águas,

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geração odor desagradável, bem como o comprometimento da estrutura físico-

química do solo e, consequentemente, descumprimento da lei.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Caracterizar o soro de queijo gerado nos laticínios produtores de queijo

da microrregião de Ubá e propor alternativas para destinação e tratamento do

mesmo.

2.2.Objetivos Específicos

Aplicar questionário para selecionar laticínios da microrregião de Ubá e

coletar amostras de soro de diferentes tipos de queijo;

caracterizar o soro produzido nas unidades queijeiras em relação à sua

composição centesimal;

caracterizar o soro produzido nas unidades queijeiras em relação às

variáveis ambientais;

conhecer a aplicabilidade dos soros produzidos por meio da composição

nutricional e ambiental.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Poluição das águas

A água é um dos recursos naturais mais importantes da Terra, sendo

indispensável para a geração e manutenção de todas as formas de vida em

nosso planeta. O volume total de água na Terra é estimado em 1,34 bilhões de

km3, mas somente 2,7% deste valor correspondem à água doce, sendo que

boa parte desta água se encontra congelada nos polos (cerca de 3/4) ou

armazenada em depósitos subterrâneos (PEREIRA, 2005).

O Brasil sempre possui água em abundância e a preocupação com sua

poluição é recente já que na década de 1970, com o incremento da

industrialização do país, este problema se intensificou. A poluição de rios

suscitava sentimentos de revolta e aceitação, também por força da crença na

necessidade de gerar empregos (DE FREITAS, 2016).

Os lagos, riachos, córregos e rios, são as principais fontes de água

potável, representam aproximadamente 0,01% do suprimento total de água.

Devido a problemas de distribuição geográfica irregular e de má conservação

da qualidade dos recursos hídricos, em todo o mundo cerca de 1,1 bilhão de

pessoas sofrem com a falta de água e 2,4 bilhões não dispõem de programas

de tratamento de água. Apesar da porcentagem reduzida de água doce

disponível, a água é um dos recursos naturais mais utilizados pelo homem,

sendo fundamental em diversas atividades, tais como abastecimento público,

processos produtivos industriais, agropecuária (responsável por 70% do

consumo da água em nosso país) recreação e, infelizmente, como depósito de

uma série de resíduos inerentemente produzidos durante as atividades

antropogênicas (PEREIRA, 2005).

O comprometimento da qualidade da água para fins de abastecimento

doméstico é dado pela poluição causada por diferentes fontes, tais como

efluentes domésticos, efluentes industriais e deflúvio superficial urbano e

agrícola. Os efluentes domésticos, por exemplo, são constituídos basicamente

por contaminantes orgânicos, nutrientes e microrganismos, que podem ser

patogênicos. A contaminação por efluentes industriais é decorrente das

matérias-primas e dos processos industriais utilizados, podendo ser complexa,

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devido à natureza, concentração e volume dos resíduos produzidos (ERVILHA

2013).

3.2 Legislação Ambiental

A Resolução CONAMA nº 357 de 2005, além de estabelecer os

parâmetros de qualidade de água que enquadram em diferentes classes,

estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Dentre os

parâmetros avaliados para obtenção do grau de qualidade da água

sobressaem-se os que comprometem, especialmente, a sustentação da vida

aquática e dos dependentes dessa.

Essa resolução CONAMA n° 357 estabelece limites para fósforo, por

exemplo, baseado na característica do corpo d’água (ambiente lêntico ou

lótico) e nos limites que interferem negativamente nos diferentes ambientes. Já

para nitrogênio total amoniacal os limites consideram a faixa do pH da água.

Em termos de importância, o nitrogênio e o fósforo são considerados os

principais responsáveis pela eutrofização dos cursos de água, por serem

componentes essenciais para o desenvolvimento dos organismos, o que

possibilita um desequilíbrio na proliferação de algas, plantas aquáticas e micro-

organismos, exigindo elevados níveis de oxigênio dissolvido comprometendo a

disponibilidade aos outros organismos daquele ambiente.

. De acordo com a Resolução n ° 57, de 17 de março de 2005 (BRASIL,

2005), águas para estarem na condição classe 2, por exemplo, devem

apresentar DBO5 menor que 5,0 mg.L-1 .

A Deliberação Normativa Conjunta COPAM/ CERH no 1, de 5 de maio

de 2008, estabelece as condições de lançamento de efluentes nos corpos d

‘água um valor de DBO5 e DQO, respectivamente, de até 60 mg.L-1 e 180

mg.L-1. (MINAS GERAIS, 2008).

Os óleos e as graxas em seu processo de decomposição reduzem o

oxigênio dissolvido, elevando a DBO5 e a DQO, causando alteração no

ecossistema aquático. Na legislação brasileira, Resolução CONAMA no 357,

de 17 de março de 2005 (BRASIL, 2005), a recomendação de concentração de

óleos vegetais e gorduras animais é até 50 mg.L-1 e ausência de materiais

flutuantes.

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3.3 Impacto Ambiental da Indústria Queijeira

O mercado de queijos apresenta grande fragmentação na produção

devido à participação de pequenas e médias empresas localizadas em área

rural, muitas destas fora dos controles sanitários. Por outro lado, o mercado

formal é concentrado, se comparado com outros derivados do leite onde

apenas 11% da produção é preenchida por grupos donos das maiores

empresas (CHALITA, 2009).

A produção de queijos no Brasil foi de 540.000 toneladas em 2014, o

que corresponde à produção aproximada de 5,4 milhões de toneladas de soro

de queijo, sendo a produção de bebidas lácteas uma das principais opções de

aproveitamento deste. Porém, esse aproveitamento atinge apenas 15% das

indústrias, o seu descarte é prática comum e a principal fonte poluidora, devido

à alta quantidade de matéria orgânica presente no soro de queijo, impondo um

alto valor de DBO (30.000 a 60.000 mg L-1) às estações de tratamento de

efluentes (BUSS, 2014).

Considerando a competitividade no mercado e a necessidade de baixar o

custo de produção, são poucas as empresas que demonstram preocupação

ambiental com relação ao destino correto de seus efluentes. Na maioria dos

laticínios, que são de pequeno e médio porte, isto ocorre em decorrência das

dificuldades financeiras para manter pessoal especializado para trabalhar com

inovações tecnológicas e operar sistemas de efluentes (FARIA et al., 2004). Esse

fato é preocupante, pois a destinação incorreta do soro de leite pode conduzir a

poluição das águas, geração de odor desagradável, bem como o

comprometimento da estrutura química do solo e, consequentemente,

descumprimento da lei (CHAVES et al., 2010)

3.4. Características do Soro de Queijo

O soro de queijo constitui subproduto do processamento de queijos, da

caseína e de outros produtos lácteos acidificados. Contém a metade do extrato

seco do leite, e é composto por lactose, proteínas e sais. Cerca de 75 e 85%

do volume de leite destinado à fabricação de queijos resulta em soro, que é a

fase aquosa, opaca e de coloração verde amarelada, obtido durante a

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produção de queijo ou de caseína, resultante da coagulação do leite por ácido

ou enzimas proteolíticas. Sua composição química varia substancialmente

dependendo da variedade de queijo ou caseína produzido, do tipo de leite

(bovino, caprino ou ovino), período do ano, tipo de nutrição dada aos animais,

estágio de lactação e da qualidade do processamento industrial para a

obtenção de queijos, caseínas e por fim do tipo de soro obtido: soro ácido ou

doce (WALZEN; DILLARD; GERMEN, 2002).

Dependendo do tipo de queijo que está sendo fabricado, existem dois

tipos de soro: o soro de coagulação enzimática proveniente da produção de

queijos como chedar, suíço, muçarela, dentre outros, também chamado de

soro doce que apresenta pH na faixa de 5,3 a 6,6. O outro tipo de soro,

proveniente de coagulação ácida, é denominado de soro ácido e tem pH entre

4,4 e 5,3 sendo obtido principalmente através da fabricação de queijos tipo

cottage e ricota, ou do processo industrial de obtenção da caseína (POPPI,

2015).

O soro de queijo, dada a sua elevada carga orgânica, constitui um

problema ambiental grave quando descarregado inapropriadamente nos cursos

de água, podendo a instalação de sistemas de tratamento nas indústrias

queijeiras ser bastante dispendiosa, o que muitas vezes afasta os proprietários

dessa decisão. No entanto, o soro pode ter diversas aplicações, das quais se

destacam a produção de requeijão, a incorporação nas rações para animais ou

valorizado por meio da sua introdução na alimentação humana e na produção

de produtos químicos, farmacêuticos e cosméticos (CASTANHEIRA, 2015).

No soro está contida quase a metade dos nutrientes originais do leite

sendo rico em componentes como: proteínas do soro, vitaminas hidrossolúveis,

sais minerais e lactose. As proteínas do soro são complexas misturas de

numerosas moléculas, cujas principais são: β lactoglobulina, α-lactalbumina,

imunoglobulinas e albumina de soro que representam aproximadamente 2,7,

1,2, 0,65 e 0,25 g/L, respectivamente. Existem outras classes de proteínas

incluindo a lactoferrina, série de enzimas (fosfatases ácidas e alcalinas,

lisozimas, xantinas, lactoperoxidases), hormônios e fatores de crescimento

(SILVA, 2016).

O soro de queijo contém, em média, 93% de água, 5% de lactose, 0,7 a

0,9% de proteínas, 0,3 a 0,5% de gordura, 0,2% de ácido láctico e pequenas

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quantidades de vitaminas. A fração protéica contém, aproximadamente, 50%

de b-lactoglobulina, 25% de a-lactoalbumina e 25% de outras frações protéicas,

incluindo imunoglobulinas (FITZSIMONS et al., 2006).

3.5. Alternativas de utilização do soro

Em função da rigidez da legislação ambiental, indústrias de laticínios e

instituições de ensino e pesquisa tem buscado alternativas para o

aproveitamento do soro de queijo, entre as quais podem ser citadas: produção

de aguardente, pão de queijo, bolos, bebidas enriquecidas, linguiça, mortadela,

doce de leite pastoso e revestimento protetor comestível. Ainda assim

ingredientes lácteos à base de soro podem substituir, com qualidade e baixo

custo, os sólidos do leite e dar origem a fórmulas alternativas para diversos

alimentos. Porém, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por

meio de Resoluções de Diretoria Colegiada (RDCs) estabelece os padrões de

identidade e qualidade de produtos alimentícios, entre os quais são citados

sorvetes, balas e caramelos, apresuntados e pães onde estabelece valores

máximos permitidos para adição do soro (ROHLFES, 2014).

As aplicações do soro são inúmeras, englobando as indústrias de

lácteos, carnes, misturas secas (para condimentar), panificação (melhorar o

valor nutricional, sabor e cor), chocolate, cereais, aperitivos, bebidas, material

combustível, fertilizante e alimentação animal, entre outros. Em virtude do seu

alto valor nutricional o soro de queijo se torna um substrato atraente para sua

utilização em processos fermentativos para obtenção de vários produtos, como

ácido láctico, butanol e etanol, entre outros (FLORÊNCIO, 2013).

Com relação às suas propriedades funcionais, a eficácia das proteínas

isoladas do soro de leite no sentido de melhorar a atuação do sistema

imunológico foi também testada em humanos portadores do vírus HIV. Esses

vírus, mesmo quando a doença está sob controle, por efeito de medicação,

causam um desequilíbrio dos linfócitos TCD4 + (linfócitos de defesa do

organismo) deixando prevalecer os linfócitos TCD8 + ou linfócitos de ataque

Tkiller (SGARBIERI 2004).

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O alto teor de aminoácidos das proteínas do soro afeta os processos

metabólicos da regulação energética, favorecendo o controle e a redução da

gordura (HARAGUCHI, 2006).

Proteínas de soro e caseínas são preferidas para formulações infantis

em virtude de seu elevado valor nutritivo. As proteínas lácteas são utilizadas na

forma de hidrolisados, onde normalmente são reduzidas a aminoácidos e

peptídeos de muito baixo peso molecular. Teoricamente a hidrólise extensiva

deve destruir os epítonos alergênicos (regiões de ligação da IgE), resultando

em produtos hipoalergênicos seguros (PACHECO 2005).

Além das propriedades funcionais das proteínas do soro de leite, este

subproduto apresenta outras excelentes propriedades tecnológicas, não só

para substituir os sólidos do leite. Seu uso em forma em pó, permite intensificar

o desenvolvimento de cor durante o cozimento de produtos cárneos embutidos,

aumentar o volume dos pães e bolos e atuar como veículo antiaglutinante em

misturas secas (ZAVAREZE, 2010).

A identificação de alternativas para o aproveitamento adequado do soro

de leite é de fundamental importância em função de sua qualidade nutricional,

do volume produzido e de seu poder poluente. Os requerimentos para diminuir

a poluição ambiental e a necessidade do uso de nutrientes disponíveis para a

alimentação da população humana têm feito da utilização do soro de queijo

uma necessidade (GIROTO; PAWLOWSKY, 2001).

O soro possui elevada importância na cadeia de produção de lácteos,

pois muitas das pequenas e médias indústrias não possuem condições

tecnológicas para usá-lo ou descartá-lo de maneira correta e por isso acaba

sendo utilizado na alimentação animal, tratado como água residual ou ainda,

descartado diretamente no meio ambiente, sem nenhum tratamento prévio.

Sendo assim, grande parte deste nutritivo subproduto é desperdiçada,

colaborando com a contaminação ambiental (ALVES et al., 2014).

Há três formas principais de utilização do soro de leite: direta,

estabilização direta e conversão. Na utilização direta não são realizados

quaisquer tratamentos, sendo reaproveitado para alimentação animal,

ingrediente de alimentos ou bebidas, irrigação na produção agrícola. A

estabilização direta é um método que consiste em utilizar recursos físicos ou

químicos para concentrar componentes desejáveis como lactose, proteínas e

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10

minerais. Assim há redução de sua carga orgânica e um aproveitamento

melhor de seus componentes. Entre os métodos de estabilização direta estão:

recuperação de proteínas, evaporação inversa, cristalização da lactose e

secagem. A conversão é o mecanismo que transforma a lactose em outro

composto a partir de processos químicos ou biológicos, produzindo, por

exemplo, etanol, metano e biomassa (FOSTER et al. 2010).

O soro doce é o que possui maior aplicabilidade industrial, podendo ser

aproveitado, na forma líquida direta ou para a produção de queijos frescos

(ricota), bebidas lácteas e fornecimento direto para alimentação animal.

Quando na forma em pó, as aplicabilidades do soro do leite aumentam

significativamente, pois pode ser adicionado em diversos produtos alimentares

como um substituto parcial ou total do leite em pó. As vantagens da

substituição estão relacionadas ao baixo teor de gordura e lactose e ao

aumento das propriedades nutricionais em relação às proteínas, vitaminas e

sais minerais. As desvantagens encontradas nesta forma de aplicação são os

altos custos dos equipamentos (NUNES, 2016).

Quanto às aplicações industriais do soro ácido nos alimentos, seja na

forma líquida direta, condensada ou em pó, pode-se afirmar que estas

apresentam limitações. Isso ocorre porque o soro de queijo ácido confere sabor

salinizado ou ácido aos alimentos, logo, estudos tem sido desenvolvidos,

visando melhorar a aplicabilidade do soro ácido em produtos para que estes

passem a ter boa aceitabilidade sensorial (OLIVEIRA, 2011).

O processo de aproveitamento do soro, em geral, requer a utilização de

instalações industriais com um determinado grau de complexidade, o que

demanda um investimento financeiro considerável. Assim, é necessário que

haja um volume mínimo de matéria-prima que justifique o investimento.

Entretanto, grande parte do soro de leite gerado no Brasil e no estado de Minas

Gerais tem origem nas operações de pequenas e médias queijarias, nas quais

se torna difícil o investimento em tecnologia necessária para o beneficiamento

deste coproduto. A tendência é a instalação de unidades centrais de

processamento, que recebam o soro produzido pelas queijarias de uma

determinada região, e também sistemas de gestão de transporte para redução

de custos (GONÇALVES, 2017).

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Tendo como base o alto volume de soro que é gerado na produção de

queijo e as poucas pesquisas presentes na área, seu potencial como poluidor

ambiental e suas diversas qualidades nutricionais e tecnológicas na indústria

alimentícia é necessário estudar suas características a fim de conhecer melhor

seu potencial de utilização (MENEZES, 2011).

Segundo De Oliveira Afonso 2008, o soro pode ser considerado um co –

produto, pois a hidrólise enzimática das proteínas do soro de leite,

empregando-se uma pancreatina em algumas das condições testadas, mostrou

ser um processo que pode ser utilizado para o aproveitamento deste co-

produto industrial, uma vez que permitiu a obtenção de hidrolisados protéicos

ricos em di-tripeptídeos e aminoácidos livres, quando comparados com um

produto comercial. Este resultado confirma a percepção de que o soro de

queijo não dever ser tratado como um resíduo, mas como uma matéria-prima

com valor nutricional, funcional e econômico, possibilitando a agregação de

valor ao longo da cadeia do leite e a redução de custos com os processos de

tratamento de efluentes.

A microrregião de Ubá é composta por pequenos laticínios, produtores

de variados tipos de queijos, onde não possuem tecnologia necessária para

lidar com o soro gerado nem capacidade financeira para dar tratamento

adequado, portanto é necessário o conhecimento as características do soro de

queijo da região para observar se ocorre ou não variação em sua composição

de acordo com os métodos não padronizados de cada indústria.

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Seleção dos laticínios

Foram selecionados quatro laticínios da microrregião de Ubá (A, B, C e

D) para a coleta de soro de quatro tipos de queijos (três laticínios para cada

tipo de queijo), sendo eles: Minas Frescal, Minas Padrão, Requeijão e

Muçarela.

Os laticínios foram selecionados com base nas respostas obtidas pela

aplicação de um questionário aplicado para obtenção de dados sobre as

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empresas (Figura 1), sendo a seleção baseada na localização das empresas e

nos tipos de produtos fabricados.

Nome da empresa

Localização Volume leite processado/dia

Tipos de queijos

produzidos

Dias de fabricação

Figura 1. Questionário aplicado para seleção dos laticínios.

4.2. Coleta das Amostras

Foram coletadas amostras de 1L de soro para cada queijo, em três

tempos diferentes (repetições), em cada laticínio, sendo essas acondicionadas

em garrafas plásticas opacas, previamente higienizadas, armazenadas e

transportadas imediatamente em caixas isotérmicas com bolsas de gelo em gel

e transportadaspara o local das análises.

4.3. Caracterização das amostras dos soros de queijo

Para cada amostra foram analisadas a composição centesimal

(carboidratos, gordura, proteína, umidade e cinzas) e as variáveis ambientais:

pH, temperatura, oxigênio dissolvido, turbidez, acidez, alcalinidade, dureza,

demanda química de oxigênio (DQO), demanda bioquímica de oxigênio

(DBO5), fósforo total, nitrogênio total, sólidos totais, sólidos totais voláteis. A

conservação das amostras foi feita por acidificação, consistiu na adição de

aproximadamente 0,2 mL de ácido sulfúrico (0,1N) e ácido clorídrico (0,1 N),

até pH 2,0, conforme guia nacional de coleta e preservação de amostras

(BRANDÃO et., al 2011) sendo posteriormente armazenadas sob refrigeração.

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A tabela 1 apresenta de forma resumida as variáveis analisadas e as

respectivas metodologias utilizadas.

Tabela 1. Variáveis analisadas e metodologias empregadas

Parâmetros Metodologias

pH Potenciométrico, pHmetro NT PHM - TECNOPON

Temperatura (°C) Termômetro Infravermelho, SKILL-TEC

Oxigênio dissolvido Oxímetro LUTRON DO-5519

Turbidez (NTU) Aparelho TB-100 MS, TECNOPON

Acidez (mg CaCO3/L) Método Titulométrico, APHA (2012)

Alcalinidade (mg CaCO3/L) Método Titulométrico, APHA (2012)

Dureza (mg CaCO3/L) Método Titulométrico, APHA (2012)

DQO (mg/L) Refluxo Fechado por colorimetria, APHA (2012)

DBO5 (mg/L) APHA (2012)

Fósforo total (mg/L) Método Colorimétrico, APHA (2012)

Nitrogênio total (%) Micro-Kjeldahl, APHA (2012)

Sólidos totais (%) APHA (2012)

Sólidos totais fixos/Cinzas (%) APHA (2012)

Sólidos totais voláteis (%) APHA (2012)

Gordura (%) BRASIL (2006)

Proteína (%) AOAC (2016)

Carboidratos (%) Fehling, AOAC (2016)

Umidade (%) AOAC (2016)

4.4. Delineamento Experimental

O experimento foi montado em delineamento inteiramente casualizado

com três repetições, sendo todas as análises realizadas em duplicata. Os

dados foram submetidos à análise de variância e as médias agrupadas pelo

teste de Scott Knott à 5 % de probabilidade utilizando o software R (R CORE

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TEAM, 2017). A análise de componentes principais foi realizada utilizando as

médias de todas as variáveis analisadas utilizando o software PAST (HAMMER

et al., 2001).

Foi utilizado também o coeficiente de correlação de Pearson para medir

o grau de correlação entre as variáveis. (PEARSON et al., 1994)

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os Latícinios do presente estudos possuem características de pequeno

porte, em sua maioria na zona rural, onde não ocorre tratamento de efluentes,

toda quantidade de efluente gerado é doado a produtores locais para utilização

como alimentação animal .

5.1. Caracterização dos laticínios fornecedores de amostras

A tabela 2 mostra os resultados para o questionário aplicado nos

laticínios participantes do estudo.

Tabela 2. Resultados dos questionários aplicados nos laticínios

Empresa Dias de

fabricação

Queijos

produzidos*

Volume

processado

por dia (L)

Localização

A Dias Variados Minas padrão*,

Requeijão*,

Prato, Minas

Frescal*,

Muçarela*,

Ricota, Meia

Cura

4.000 Rio Pomba,

MG

B Dias variados Minas padrão*, Requeijão*

3.500 Zona rural de

Rio Pomba,

MG

C Dias Variados Minas frescal*,

Prato,

Muçarela*

400 Rio Pomba,

MG

D Dias variados Muçarela*, Minas frescal*,

Requeijão*,

2.000 Mercês, MG

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Minas Padrão*

*queijos que originaram os soros coletados.

No laticínio A foi possível coletar amostras de 4 tipos queijos diferentes,

no laticínio B foram coletadas amostras de 2 queijos diferentes, no laticínio C 2

tipos e no D 4 tipos.

5.2. Composição centesimal dos soros de queijo

A tabela 3 mostra os valores para proteína, gorduras, carboidratos ,

umidade e cinzas.

Parâmetros Proteína Gordura

Carboidratos

Umidade

Cinzas

Tratamentos (%) (%) (%) (%) (%)

AMF 0,90 b 0,33 b 4,91 a 93,15 c 0,52 b AMP 0,96 a 0,40 a 4,94 a 93,56 b 0,52 b AMUS 0,91 b 0,30 c 4,93 a 93,93 a 0,55 b AREQ 0,92 b 0,00 d 4,38 b 94,12 a 0,83 a BMF 0,90 b 0,30 c 4,92 a 93,36 b 0,54 b BMUS 0,92 b 0,30 c 4,93 a 93,52 b 0,52 b CMP 0,91 b 0,40 c 4,94 a 93,41 b 0,55 b CMUS 0,90 b 0,30 c 4,92 a 93,73 a 0,52 b CREQ 0,91 b 0,00 d 4,32 c 94,07 a 0,81 a DMF 0,90 b 0,30 c 4,89 a 93,19 c 0,52 b DMP 0,92 b 0,40 c 4,94 a 93,64 b 0,49 b DREQ 0,90 b 0,00 d 4,30 c 94,07 a 0,81 a

CV (%) 2,02 6,59 0,71 0,21 4,13

Legenda: Queijo Muçarela (MUS), Requeijão (REQ), Queijo minas frescal (MF)

e queijo minas padrão (MP). Na descrição do tratamento, a primeira letra indica

o Laticínio de origem e as demais o tipo de queijo. Ex. A sigla “AMF” indica que

o soro analisado foi originado do laticínio “A” e da produção de queijo minas

frescal, “MF”. **Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo

teste de Scott Knott à 5 % de probabilidade.

As amostras obtidas da fabricação de requeijão se diferiram das demais

(p<0,05) em relação ao teor de gordura, revelando ser potencialmente aplicável

tecnologicamente para fabricação de produtos alimentícios diferentes das

demais amostras pela sua característica de baixa matéria gorda

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A redução de gordura e o uso do soro de leite na produção de sorvetes

e outros produtos são inovações que oferecem a possibilidade de melhorias

nos aspectos relacionados à saúde, satisfação do consumidor, redução do

impacto ambiental, além de agregar valor a um subproduto da indústria de

laticínios( SILVA 2016)

O conhecimento da quantidade de gordura no soro quando disposto a

tratamento, é útil no projeto adequado e operação de sistemas de tratamento

de efluentes e podem também chamar a atenção para determinadas

dificuldades de tratamento (APHA, 2012).

Para carboidratos os valores variaram entre 4,30 a 4,94 ocorrendo

diferença entre as amostras (p<0,05) sendo que a lactose presente no soro é o

principal carboidrato, mas um grande número de microrganismos não pode

usá-la diretamente como fonte de carbono, dificultando o tratamento biológico

deste tipo de resíduo (CARVALHO et al., 2013)

Segundo Paboeuf et al. (2011), o soro doce tem maior teor de lactose

comparado ao soro ácido, enquanto que esse último possui maior

concentração de sais minerais. A concentração de lactose no soro ácido é

menor do que no soro doce, devido ao processo de fermentação, em que uma

fração de lactose é transformada em ácido lático durante a coagulação. Por

outro lado, o soro ácido contém maior teor de cálcio e fósforo que o soro doce,

associado à solubilização do complexo fosfato de cálcio existente nas micelas

de caseína, em pH ácido. No soro doce, a ação da enzima renina não provoca

a redução do pH, logo os íons de cálcio são retidos, associados às caseínas,

no queijo. A composição proteica de ambos os soros é semelhante no que se

refere à maioria das proteínas. As proteínas do leite compreendem duas

frações principais: as caseínas (80%) e as proteínas do soro (20%).

Para proteína os valores variaram entre 0,90 e 0,96, diferindo somente a

amostra AMP (p<0,05) Segundo Haraguchi et al (2006) por ser considerada

uma excelente fonte de proteínas e proporcionar ótima retenção de nitrogênio,

com melhor valor biológico e prevenir o estresse metabólico dos órgãos, o soro

leite tem sido inserido na alimentação de atletas e fisiculturistas.

Para umidade os valores variaram entre 93,15 e 94,12, esse resultado

corrobora com os resultados encontrados por Bald et al. (2014), que obteve

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uma umidade de 94% para o soro do queijo muçarela. Segundo Teixeira e

Fonseca (2008), a umidade para o soro de queijo muçarela foi de 93,67%.

Falar sobre cinzas

De acordo com Panesar (2007), a presença de nutrientes residuais do

leite no soro, como a lactose, proteínas, lipídios e sais minerais, é

potencialmente aplicável na produção de uma variedade de produtos de alto

valor agregado.

A tabela 4 mostra os valores obtidos para pH, temperatura, oxigênio

dissolvido e turbidez, para as amostras avaliadas.

Tabela 4. Valores de pH, temperatura, oxigênio dissolvido (OD) e turbidez de

soro de queijo oriundo dos latícinios A, B, C e D quando da produção de

Muçarela (MUS), Requeijão (REQ), Queijo minas frescal (MF) e queijo minas

padrão (MP)

Tratamentos

Parâmetros

pH Temperatura

(°C) OD

(mg/L) Turbidez

(NTU)

AMF 6,53 a 25,10 a 5,73 a 1015,00 b

AMP 6,57 a 25,03 a 5,73 a 1082,67 a

AMUS 6,23 a 27,40 a 6,60 a 1090,33 a

AREQ 4,85 b 22,53 b 4,90 b 1093,33 a

BMF 6,65 a 23,10 b 5,93 a 1017,00 b

BMUS 6,55 a 25,43 a 6,30 a 1046,67 b

CMP 6,64 a 25,93 a 6,27 a 1053,00 b

CMUS 6,67 a 21,77 b 7,27 a 1095,67 a

CREQ 4,86 b 23,33 b 4,83 b 1030,00 b

DMF 6,64 a 24,50 a 4,57 b 1044,00 b

DMP 6,60 a 20,83 b 5,93 a 1044,33 b

DREQ 4,83 b 24,87 a 5,97 a 1009,00 b

CV (%) 2,85 6,19 12,95 3,12

*Na descrição do tratamento, a primeira letra indica o Laticínio de origem e as

demais o tipo de queijo. Ex. A sigla “AMF” indica que o soro analisado foi

originado do laticínio “A” e da produção de queijo minas frescal, “MF”. Médias

seguidas pela mesma letra não diferem entre pelo teste de Scott Knott à 5 %

de probabilidade.

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Os valores de pH variaram de 4,83 a 6,67, sendo observada diferença

(p<0,05) entre os soros gerados na produção de requeijão e os soros dos

demais tipos de queijo, isso acontece devido à coagulação ácida empregada

no processo de fabricação do requeijão.

O pH é a medida direta da atividade química dos eletrólitos e o pH da

água possui valor próximo à neutralidade (7,0). De acordo com Resolução

CONAMA 430/2011, é permitido o lançamento de efluentes com valores de pH

entre 5,0 e 9,0, portanto apenas as amostras de requeijão ficaram fora dos

padrões podendo acarretar demasiada acidificação se lançados em rios e

lagos. O pH ácido, favorece o crescimento da biomassa filamentosa e a baixa

capacidade de tamponamento do soro de queijo é responsável pela rápida

acidificação em tratamentos biológicos (PRAZERES et al., 2012).

CARVALHO et al. 2016 constataram que o ajuste do pH da água

residuária proveniente da indústria de laticínios, de 4,7 para 7, proporcionou

uma remoção superior de turbidez quando lançados em sistemas de

tratamentos, sendo assim laticínios produtores de soro ácido relacionados com

a maior turbidez.

Os valores de turbidez variaram entre 1009,0 e 1093,3, ocorrendo

diferença significativa entre as amostras (p<0,05). No entanto de acordo com a

Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG N.º 1, de 05 de Maio de

2008 (BRASIL, 2008), que estabelece limites de turbidez em 100 NTU após o

lançamento em corpos de água, todas amostras de soro de queijo obtiveram

limites muito superiores a deliberação e podem elevar demasiadamente a

turbidez levando em conta a vazão especifica de cada curso d’água.

Gonthier (2013) constatou, que o soro do leite ácido tem efeito negativo

sobre a vida microbiana dos corpos de água e sua qualidade. A vida

microbiana que ocorre naturalmente foi removida completamente com a

presença de 150 mL de soro do leite para 946,35 mL de água.

Em relação às temperaturas das amostras de soro houve diferença

(p<0,05), com valores variando entre 20,8 e 27,4ºC, porém todos se encontram

dentro do permitido para o lançamento, que é inferior a 40ºC (BRASIL, 2011;

MINAS GERAIS, 2008).

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Os valores de OD variaram de 4,57 a 7,27 g/L, porém a diferença

(p<0,05) ocorreu em apenas duas amostras de requeijão e uma amostra de

minas frescal.

A tabela 5 mostra os valores para acidez, alcalinidade e dureza das

amostras de soro dos diferentes tipos de queijo.

A alcalinidade das amostras AMP e AMUS se apresentaram mais

elevadas, diferindo das demais, e ao mesmo tempo se mostraram com acidez

elevada, a qual pode classificar a qualidade do soro de queijo e permite avaliar

o estado de conservação e possíveis anormalidades. (BRASIL, 2011).

Tabela 5. Acidez, alcalinidade e dureza em soro de queijo oriundo dos laticínios

A, B, C e D quando da produção de Muçarela (MUS), Requeijão (REQ), Queijo

minas frescal (MF) e queijo minas padrão (MP)

*Na descrição do tratamento, a primeira letra indica o Laticínio de origem e as

demais o tipo de queijo. Ex. A sigla “AMF” indica que o soro analisado foi

originado do laticínio “A” e da produção de queijo minas frescal, “MF”. Médias

seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott Knott à 5 %

de probabilidade.

Os valores de acidez variaram entre 519,45 e 2002,77 mg/L, sendo

observada diferença (p<0,05) entre os soros gerados na produção de requeijão

Tratamentos

Parâmetros

Acidez (mg CaCO3/L)

Alcalinidade (mg CaCO3/L)

Dureza (mg CaCO3/L)

AMF 1147,22 c 1147,22 c 3055,55 b

AMP 730,55 d 2013,89 a 2494,44 c

AMUS 633,33 d 1838,89 a 2472,22 c

AREQ 1902,77 b 1136,11 c 5511,11 a

BMF 575,00 e 1150,00 c 3150,00 b

BMUS 658,33 d 1677,78 b 3183,33 b

CMP 519,45 e 1677,77 b 2250,00 c

CMUS 561,11 e 1600,00 b 2461,11 c

CREQ 2002,77 a 1136,11 c 5511,11 a

DMF 666,67 d 1136,11 c 3027,78 b

DMP 575,00 e 1575,00 b 2744,45 c

DREQ 1869,44 b 1086,11 c 5505,55 a

CV (%) 8,38 9,16 6,23

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e os soros dos demais tipos de queijo, fator responsável por tal variação é a

etapa de coagulação ácida do processo de fabricação do requeijão.

Com relação a dureza os valores variaram entre 2250,00 e 5511,11

mg/L sendo observada diferença (p<0,05) entre as amostras, porém não foram

encontrados trabalhos que mostrem problemas sanitários relacionados a este

parâmetro bem como sua aplicação tecnológica.

A tabela 6 mostra os valores da Demanda química de oxigênio (DQO),

demanda bioquímica de oxigênio (DBO), fósforo total e nitrogênio total das

amostras de soro de queijo.

Tabela 6. Demanda química de oxigênio (DQO), demanda bioquímica de

oxigênio (DBO), fósforo total (FT) e nitrogênio total (NT) em soro de queijo

oriundo dos laticínios

Tratamentos

Parâmetros

DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

NT (%)

FT (mg/L)

AMF 53403,08 a 35106,58 a 0,141 b 421,67 b

AMP 45444,05 a 29848,75 b 0,150 a 418,00 b

AMUS 57239,67 a 32630,49 a 0,142 b 469,00 b

AREQ 38860,51 b 27889,86 b 0,144 b 644,33 a

BMF 53181,24 a 34118,65 a 0,142 b 415,00 b

BMUS 51736,64 a 29275,92 b 0,144 b 412,00 b

CMP 53808,45 a 34349,06 a 0,143 b 410,00 b

CMUS 51297,32 a 29112,24 b 0,141 b 405,33 b

CREQ 36691,26 b 28018,33 b 0,143 b 642,67 a

DMF 49344,71 a 33994,55 a 0,141 b 412,00 b

DMP 48788,70 a 30224,59 b 0,144 b 413,00 b

DREQ 36827,35 b 28494,66 b 0,141 b 646,00 a

CV (%) 8,38 5,45 2,02 5,44

Legenda: Queijo Muçarela (MUS), Requeijão (REQ), Queijo minas frescal (MF)

e queijo minas padrão (MP). Na descrição do tratamento, a primeira letra indica

o Laticínio de origem e as demais o tipo de queijo. Ex. A sigla “AMF” indica que

o soro analisado foi originado do laticínio “A” e da produção de queijo minas

frescal, “MF”. **Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo

teste de Scott Knott à 5 % de probabilidade.

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22

Os valores de DQO variaram entre 36691,26 e 57239,67 mg/L ocorrendo

diferença (p<0,05) entre as amostras de requeijão, já os valores de DBO

variaram entre 28494,66 e 35106,58 mg/L, ocorrendo também diferença

(p<0,05), se apresentando ambos parâmetros bastante elevados. Ao se

comparar com MOCKAITIS et al. (2006), a carga orgânica do soro de queijo

com a carga orgânica de esgotos domésticos, conclui-se que o soro de leite

apresenta uma carga cem vezes maior que a dos esgotos domésticos.

As amostras de requeijão apresentaram maiores concentrações de

fósforo total que as demais (p<0,05). De acordo com Pinto (2010) isso ocorre

por causa da solubilização do complexo cálcio-fósforo das micelas de caseína

em pH ácido. Foram observadas altas concentrações de nitrogênio total que

obteve valores entre 0,141 e 0,150 mg/L, ocorrendo diferença significativa

somente na amostra AMP com relação as demais.

Os soros apresentam alto potencial poluidor com relação a estes

parâmetros. De acordo com PRAZERES et al. (2012), alta concentração de

nitrogênio e fósforo representam um risco considerável de eutrofização de

mananciais de abastecimento. A eutrofização leva a muitos problemas de

qualidade das águas, ocasionando aumento dos custos de purificação,

podendo assim causar grave problemas se disposto em rios e lagos.

A tabela 7 mostra os valores de sólidos totais, sólidos totais fixos e

sólidos totais voláteis para as amostras.

Tabela 7. Valores de sólidos totais (ST), sólidos totais fixos (STF) e sólidos

totais voláteis (STV) de soro de queijo oriundo dos laticínios

Tratamentos

Parâmetros

ST (%)

STF (%)

STV (%)

AMF 6,85 a 0,52 b 6,33 a

AMP 6,44 b 0,52 b 5,92 b

AMUS 6,07 c 0,55 b 5,52 c

AREQ 5,88 c 0,83 a 5,05 d

BMF 6,64 b 0,54 b 6,09 b

BMUS 6,48 b 0,52 b 5,96 b

CMP 6,53 b 0,55 b 6,04 b

CMUS 6,27 c 0,52 b 5,75 b

CREQ 5,93 c 0,81 a 5,12 d

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DMF 6,81 a 0,52 b 6,29 a

DMP 6,36 b 0,49 b 5,87 b

DREQ 5,93 c 0,81 a 5,12 d

CV (%) 3,08 4,13 3,48

*Na descrição do tratamento, a primeira letra indica o Laticínio de origem e as

demais o tipo de queijo. Ex. A sigla “AMF” indica que o soro analisado foi

originado do laticínio “A” e da produção de queijo minas frescal, “MF”. Médias

seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott Knott à 5 %

de probabilidade.

Os valores de sólidos totais variaram de 5, 88 a 6,95 g/L, para sólidos

totais fixos os valores estão entre 0,52 e 0,81 g/L e para sólidos totais voláteis

entre 5,12 e 6,33 g/L.

Valores semelhantes foram encontrados para soro de queijo minas

padrão com 0,51% de sólidos totais fixos e para soro de queijo muçarela com

0,52% (BALD et al. 2014). Teixeira e Fonseca (2008) encontraram valores de

0,47 % para sólidos totais fixos em soro de muçarela.

5.2. Análise de Componentes Principais

A figura 2 mostra a análise de componentes principais de todas as

amostras de soro de queijo avaliadas neste experimento em relação aos

diversos parâmetros avaliados.

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Figura 2. Análise de componentes principais das características de todas as

amostras de soro de queijo avaliadas neste experimento. Na descrição do

tratamento, a primeira letra indica o Laticínio de origem e as demais o tipo de

queijo. Ex. A sigla “AMF” indica que o soro analisado foi originado do laticínio

“A” e da produção de queijo minas frescal, “MF”. Foram considerados os

valores para as seguintes avaliações: Demanda química de oxigênio (DQO),

Demanda Bioquímica de oxigênio (DBO), proteína, gorduras totais e

carboidratos totais, Acidez, alcalinidade, pH, Dureza, Sólidos Totais, Sólidos

Totais Voláteis, turbidez, OD, temperatura, Nitrogênio, fósforo, cinzas e

umidade.

Para a Análise de Componentes Principais ser significativa, é essencial

que o percentual da soma dos componentes principais dos dois eixos seja

superior a 70%, sendo que o somatório no presente trabalho explica 99,19 %

da variância, sendo que o primeiro componente principal explicou 87,52 % dos

dados e o segundo 11,67 % (Figura 2).

A Análise de componentes principais permitiu avaliar a associação dos

parâmetros analisados com as amostras de acordo com a concentração. De

acordo com a Figura 2, o parâmetro DBO está mais relacionado com a amostra

AMP, enquanto o parâmetro DQO está mais para BMUS. Os demais

parâmetros estão todos alinhados tendendo para o grupo de amostras BMUS,

CMUS,CMP, DMF e CMP.

5.3. Medidas de correlação

A tabela 8 mostra o estudo de correlação entre as amostras de soro de

queijo avaliadas neste experimento, considerando todas as características

analisadas.

Os valores de correlação devem ficar entre -1 e 1, para assim ser

concluído que há uma relação entre as variáveis. O estudo apresentou uma

correlação muito forte entre as variáveis, apresentando valores superiores a

0,97, sendo que todos os parâmetros estão expressivamente correlacionados,

afirmando assim que a correlação foi significativamente positiva, constatando

que as concentrações entre os parâmetros não se diferem entre as amostras.

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25

As amostras, independente dos tipos de queijos e dos laticínios, não

diferiram entre si, a despeito das diferenças na padronização observadas para

a fabricação deste tipo de produto.

5.4. Proposição de Uso

Devido às características dos soros estudados neste trabalho, estes

poderiam ser utilizados na forma líquida para o desenvolvimento de novos

produtos, como o preparo de bebidas à base de soro (bebidas funcionais,

lácteas e fermentadas, sucos vitaminados) que é um dos métodos mais

eficientes de aproveitamento.

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Tabela 8. Matriz de correlação de todas as amostras de soro de queijo avaliadas neste experimento, considerando todas as

características analisadas (Pearson)

Amostras* AMF AMP AMUS AREQ BMF BMUS CMP CMUS CREQ DMF DMP DREQ

AMF - 0.99736699 0.99875866 0.98749398 0.99940702 0.9983146 0.99667507 0.9976576 0.99283447 0.99806323 0.99784889 0.99474116 AMP - 0.9931776 0.99462192 0.99452498 0.99197284 0.98881673 0.99064562 0.99631058 0.99120394 0.99099543 0.99652637

AMUS - 0.97873481 0.99975959 0.9998166 0.99945852 0.99978259 0.98631401 0.99970959 0.99977321 0.9893358

AREQ - 0.98216299 0.97790096 0.97189269 0.97501811 0.99859095 0.97692577 0.97603536 0.99704552

BMF - 0.99967856 0.99877009 0.99934229 0.98918298 0.99958594 0.99946451 0.99191056

BMUS - 0.9995876 0.99987414 0.98615753 0.99995006 0.9999581 0.98943516

CMP - 0.99990511 0.98113613 0.9996538 0.99980453 0.98494557

CMUS - 0.98367528 0.99988147 0.99996986 0.98718804

CREQ - 0.98544316 0.98463881 0.99970392

DMF - 0.99994804 0.98885

DMP - 0.98809797

DREQ -

* Na descrição do tratamento, a primeira letra indica o Laticínio de origem e as demais o tipo de queijo. Ex. A sigla “AMF” ind ica

que o soro analisado foi originado do laticínio “A” e da produção de queijo minas frescal, “MF”.

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27

Além disso, pode ser utilizado também em outros produtos lácteos, por

exemplo, ricota, requeijão, sorvetes e sobremesas como doce de leite pastoso

(CARVALHO, 2013).

Outra alternativa de aproveitamento do soro de queijo se dá por meio de

seus componentes. As proteínas podem ser utilizadas na produção de

embalagens de filmes finos, para frutas e legumes. A cobertura é

extremamente fina, invisível a olho nu e atua como barreira à perda de

umidade, controla a respiração e consequentemente a oxidação dos alimentos,

além de apresentar ações bactericidas, reduzindo ataques microbiológicos e

outras características que ampliam o prazo de validade do alimento (CORTEZ,

2013)

Ordónez et al. afirmam que as diferenças encontradas na composição de

leite e do soro do mesmo, quanto à caracterização de determinados

componentes, são fatores determinantes para o aproveitamento em produtos

alimentícios, tais como: - as proteínas do soro são solúveis e as caseínas não,

o que determina a possibilidade da produção de iogurtes; - a capacidade de

algumas proteases de coagular as caseínas e formar gel, o que proporciona

condições de industrialização de queijos. As proteínas do soro são insensíveis

à enzima; - a termorresistência das caseínas, que permite a esterilização do

leite sem geleificação, enquanto que as proteínas do soro se desnaturam pela

ação do calor.

Também Antunes, descreve que determinados componentes presentes

no soro de leite apresentam funcionalidades distintas, como a β-lactoglobulina

que possui excelentes propriedades gelatinizantes e a α-lactalbumina tem a

capacidade de formar espuma. Já, a lactoferrina e a lactoperoxidase

apresentam propriedades bacteriostáticas.

Para Elias et al, a maioria das proteínas apresenta uma redução ou

perda da atividade emulsificante em regiões de pH próximo ao ponto isoelétrico

da proteína, onde a carga líquida e a solubilidade apresentam-se reduzidas.

Outros fatores que prejudicam a capacidade emulsificante das proteínas são a

presença de sais e exposição ao aquecimento. O soro de leite, na forma de

concentrados protéicos, vem sendo aplicado pela indústria de alimentos,

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segundo Antunes et al, na confecção de produtos dietéticos, nos quais age

como substituinte da gordura

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6. CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos nas amostras de soro de queijo dos

laticínios da microrregião de ubá, observamos que possuem altas

concentrações de demanda bioquímica de oxigênio, demanda química de

oxigênio e fósforo, que se descartados irão provocar impactos ambientais

adversos ao meio.

O soro de queijo apresentou quantidades consideráveis de nitrogênio em

função da proteína presente, além de gordura, o que mostra ser

potencialmente aplicável para a produção vários alimentos.

Devido ao baixo índice tecnológico dos pequenos laticínios deste estudo,

às características e localização dos mesmos, a alternativa mais viável para

utilização do soro de queijo é a fabricação de bebida láctea.

Os resultados obtidos nessa pesquisa poderão servir como referencial

técnico em pesquisas de avaliação do impacto ambiental causado por soro de

queijo e de suas aplicações tecnológicas.

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