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Instituto Federal de Santa Catarina IFSC Campus Joinville Curso Técnico em Eletroeletrônica JOSÉ FLÁVIO DUMS Relatório de desenvolvimento Projeto de um Inversor de Tensão – Etapa 1 JoinvilleSC Setembro de 2009

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Instituto Federal de Santa Catarina ‐ IFSC Campus Joinville 

 

 

Curso Técnico em Eletroeletrônica 

 

 

 

 

 

JOSÉ FLÁVIO DUMS 

 

 

 

 

 

Relatório de desenvolvimento  

Projeto de um Inversor de Tensão – Etapa 1 

 

 

 

 

 

Joinville‐ SC Setembro de 2009

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Eletrônica Industrial  

Sumário  

1  Introdução ............................................................................................................................. 3 

2  Estudo da estrutura e metodologia de projeto. .................................................................... 5 

2.1  Funcionamento do circuito. .......................................................................................... 5 

2.1.1  Primeira etapa de operação. ................................................................................. 6 

2.1.2  Segunda etapa de operação. ................................................................................. 6 

2.1.3  Regulação da tensão. ............................................................................................ 7 

2.1.4  Formas de ondas. .................................................................................................. 7 

2.2  Metodologia de projeto do circuito. ............................................................................. 9 

2.2.1  Dimensionamento dos capacitores. ...................................................................... 9 

2.2.2  Dimensionamento dos diodos. ........................................................................... 11 

2.2.3  Calculo térmico dos reguladores de tensão. ....................................................... 12 

3  Layout e montagem do protótipo. ...................................................................................... 14 

4  Ensaios práticos. .................................................................................................................. 16 

5  Conclusão. ........................................................................................................................... 19 

6  Referências bibliográficas ................................................................................................... 20 

 

 

 

 

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Eletrônica Industrial  

1 Introdução 

Desde  a  sua  descoberta  pelo  filósofo  grego  Tales  de Mileto,  no  início  do  século  XVII, passando por toda evolução decorrida dos estudos de diversos físicos, nos séculos seguintes, bem como com a instalação da primeira usina hidrelétrica junto às cataratas do rio Niágara em meados do século XIX [1], e culminando com os dias atuais, a eletricidade tem se mostrado um grande  avanço no  fornecimento de energia para o  acionamento dos mais diversos  tipos de equipamentos e máquinas. 

No decorrer desta história, também a eletrônica se fez presente. Seu surgimento se deu no final do século XIX, a partir de experiências realizadas por Tomas Edison, Heinrich Hertz entre outros.  Já  a  sua  evolução  apresenta  alguns marcos  importantes,  como o ocorrido  em 1907 quando Lee de Forest inventa a Válvula Triodo. A partir daí, os mais diversos tipos de sistemas eletrônicos passam a ser criado, como o rádio, osciloscópio entre outros equipamentos. [2]  

Mas  foi  em  16 de dezembro de  1947 que  a  eletrônica  sofreu  sua maior  revolução.  Foi nessa data que William Bradfor Shockley, John Bardeen e Walter Houser Brattain inventaram o transistor. [3] 

A  partir  deste  momento,  inúmeros  dispositivos  passaram  a  ser  inventados  e  a miniaturização  dos  equipamentos  já  existentes  tornou‐se  possível.  Esta  é  por  muitos considerada a maior invenção da história moderna. 

Com a evolução da eletrônica, diversos sistemas passaram a ser criados, e juntamente com eles surge a necessidade de condicionar a energia elétrica, de  forma a alimentar os sistemas em  desenvolvimento.  Como  uma  possível  solução  para  esta  necessidade;  criaram‐se  as primeiras  fontes  lineares  reguladas,  que  são  assim  chamadas  por  possuírem  um  circuito integrado ou um transistor operando de forma linear em sua saída.  

Mais  adiante,  por  volta  de  1960,  as  fontes  chaveadas  começam  a  ser  desenvolvidas, visando  sua  aplicação  nos  programas  espaciais.  O  objetivo  de  seu  desenvolvimento  era  a substituição das fontes reguladas, do tipo lineares, que são pesadas, volumosas e dissipativas, por fontes compactas e de alto rendimento. [4] 

Hoje  em  dia,  as  fontes  chaveadas  são  altamente  empregadas  como  dispositivos  de alimentação para as mais diversas aplicações, como conversores de alta potência, No‐Breaks, [4] sistemas embarcados, microcomputadores, carregadores de celular entre outros. 

Nesta primeira etapa do projeto a ser desenvolvido na disciplina de eletrônica  industrial, será projetada e construída uma fonte de alimentação do tipo  linear e regulada. Esta escolha se dá pela  facilidade de desenvolvimento que este tipo de  fonte possui  frente ao projeto de uma fonte chaveada. Soma‐se a isso também o fato de uma fonte chaveada envolver um custo mais  elevado  de  desenvolvimento,  por  necessitar  de  um  maior  numero  de  dispositivos semicondutores, que necessitariam ser adquiridos pelo executor. 

 

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Desta  forma, o projeto que  se  segue  trata do  estudo  e desenvolvimento de uma  fonte linear  e  regulada,  operando  com  saídas  simétricas  em  12  Volts  (V)  e  com  capacidade  de corrente de até 0,5 Ampères (A) por saída. 

Este  relatório  trará  a  descrição  do  circuito  e  o  seu  funcionamento,  a metodologia  de projeto adotada e o projeto de um protótipo de acordo com as especificações  já citadas. Por fim  será  implementado  um  protótipo  com  o  qual  se  verificará  a  coerência  da metodologia adotada,  além  da  obtenção  de  uma  validação  prática  para  o  estudo  realizado,  a  partir  de ensaios e aquisições. 

 

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2 Estudo da estrutura e metodologia de projeto. 

Por tratar‐se neste projeto de uma fonte simétrica com saídas em +12V e ‐12V, a partir de uma  alimentação da  rede elétrica, é notória  a necessidade de  se utilizar um  transformador para reduzir a tensão, e desta forma adaptá‐la a níveis mais convenientes para a montagem do protótipo. 

O  circuito  proposto  para  esta  aplicação,  tendo  em  vista  a  percepção  já mencionada,  é apresentado na Figura 1. Trata‐se de um retificador de onda completa em ponte, com cargas em série, porém com uma ligação adicional entre o ponto médio do transformador e ponto de referência das tensões nas saídas.  

A vantagem desta configuração se dá pelo fato de que se obtém o comportamento de dois retificadores  de  onda  completa,  um  e  cada  carga,  com  a  utilização  de  apenas  um transformador e quatro diodos. Desta  forma,  tem‐se  redução de custos no projeto pela não necessidade  de  número  elevado  de  semicondutores  bem  como  a  redução  do  valor  da capacitância necessária para manter uma ondulação de tensão dentro dos limites toleráveis na entrada dos reguladores de tensão. 

V2

V2

C1

V1

C2

LM7912C

CI1

LM7812C

C3

C4

+12V

-12V

D1 D2

D3 D4

 CI2

Figura 1 ‐ Circuito da fonte implementada. 

 

2.1 Funcionamento do circuito. 

A seguir será apresentada a descrição do funcionamento do circuito proposto na Figura 1. Esta descrição se dará por meio da análise das etapas de operação do circuito, considerando como parâmetro de  separação das etapas a  rede elétrica, operando nos dois  semi‐ciclos da onda senoidal. 

 

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2.1.1 Primeira etapa de operação. 

Nesta etapa de operação, tem‐se o semi‐ciclo positivo da rede elétrica. Desta forma a energia elétrica provinda do enrolamento superior do secundário do transformador, circula, na forma de corrente elétrica, através do diodo D1 e fornece energia ao capacitor C1, permitindo que  este  se  carregue  com  o  valor  de  pico  da  tensão  do  enrolamento.  Esta  carga  se  dá enquanto  a  tensão  do  capacitor  estiver  abaixo  dos  valores  instantâneos  daquela  tensão. A mesma  situação  ocorre  com  a  energia  do  enrolamento  inferior  do  secundário  do transformador.  Esta  energia  circula  em  forma  de  corrente  elétrica  através  do  diodo  D4, permitindo com isso que se carregue o capacitor C2. A Figura 2 ilustra esse funcionamento. 

 

Figura 2 ‐ Primeira etapa de operação. 

2.1.2 Segunda etapa de operação. 

Nesta etapa de operação, tem‐se o semi‐ciclo negativo da rede elétrica. Desta forma a energia elétrica provinda do enrolamento inferior do secundário do transformador, circula, na forma de corrente elétrica, através do diodo D2 e fornece energia ao capacitor C1, permitindo que este novamente  se  carregue  com o valor de pico da  tensão do enrolamento. A mesma situação ocorre com a energia do enrolamento superior do secundário do transformador. Esta energia circula em forma de corrente elétrica através do diodo D3, permitindo com isso que se carregue o capacitor C2. A Figura 3 ilustra esse funcionamento. 

 

Figura 3 ‐ Segunda etapa de operação. 

V2

V2

C1

V1

C2

CI2

LM7912C

CI1

LM7812C

C3

C4

+12V

-12V

D1 D2

D3 D4

V2

V2

C1

V1

C2

CI2

LM7912C

CI1

LM7812C

C3

C4

+12V

-12V

D1 D2

D3 D4

V2

V2

C1

V1

C2

CI2

LM7912C

CI1

LM7812C

C3

C4

+12V

-12V

D1 D2

D3 D4

V2

V2

C1

V1

C2

CI2

LM7912C

CI1

LM7812C

C3

C4

+12V

-12V

D1 D2

D3 D4

 

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2.1.3 Regulação da tensão. 

Depois de retificada e filtrada, a tensão sobre os capacitores C1 e C2 é então fornecida para os Circuitos Integrados (CIs) responsáveis pela regulagem da tensão de saída do circuito. Estes dispositivos têm a capacidade de manter uma tensão de saída constante, independentemente da corrente que deles seja exigida, desde que esta não ultrapasse os limites por eles toleráveis. Outra garantia a ser dada, para o seu correto  funcionamento, é que a  tensão de entrada do mesmo esteja dentro de uma faixa de valores toleráveis, os quais podem ser encontrados no “datasheet” do componente em questão [5]. 

Os capacitores de saída, indicados na Figura 1 como C3 e C4 não são necessários do ponto de vista de projeto, contudo o  fabricante  sugere  sua utilização,  sendo que os valores usuais para  estes  componentes  também  são  fornecidos  por  ele,  através  do  “datasheet”  [5].  A importância  destes  capacitores  se  dá  quando  de  uma  demanda  instantânea  de  corrente, superior  a  capacidade  dos  reguladores,  for  exigida  pela  carga.  Estes  componentes  têm  a capacidade de fornecer essa demanda de corrente, evitando com isso que a tensão na saída do regulador sofra uma variação negativa, perdendo com isso a regulagem do sistema. 

2.1.4 Formas de ondas. 

Para uma completa  interpretação do  funcionamento do circuito proposto, a seguir serão apresentadas algumas formas de onda relativas ao seu funcionamento. Estas formas de onda podem ser visualizadas na Figura 4. 

Como primeira forma de onda, se apresenta a tensão de saída em um dos secundários do transformador. Esta onda é a equivalente ao funcionamento do circuito sem carga. Esta forma de onda permite verificar os valores de tensão de pico existentes, uma vez que, ao acrescentar uma  carga,  esta  forma  de  onda  apresentará  distorções  significativas  devido  os  picos  de corrente nas cargas dos capacitores. 

Em seguida, apresentam‐se as formas de onda da ondulação de tensão nos capacitores C1 e C2, bem como as correntes dos mesmos. Nota‐se que, quando da carga dos capacitores, os picos de corrente são elevados, podendo chegar a mais de 5,0 A. É nesse momento que se tem o  crescimento  dos  valores  de  tensão.  Já  na  descarga,  a  corrente  se mantém  em  um  valor praticamente  constante  de  500  mili  Ampères  (mA),  o  que  faz  com  que  a  descarga  dos capacitores ocorra de forma  linear.  Isso se deve a característica do circuito, que disponibiliza na  saída uma  tensão  constante. Como  ela  é  aplicada  em uma  carga ôhmica,  a  corrente de saída segue a mesma característica. 

Na  seqüência,  também  são  apresentadas  formas  de  onda  de  tensão  e  de  corrente  nos diodos do circuito. Nota‐se que durante os tempos de carga dos capacitores, os diodos estão conduzindo, e neste momento suas tensões é aproximadamente zero volt. É neste intervalo de tempo que a corrente de carga dos capacitores circula pelos diodos. Durante todo o restante de  tempo,  onde  a  tensão  nos  capacitores  é  maior  que  a  tensão  dos  secundários  do transformador, os diodos estão bloqueados. Estes intervalos de tempo podem ser vistos como 

 

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os  instantes  em  que  a  corrente  nos  diodos  é  nula  e  a  tensão  apresenta  valores  negativos. Como detalhe das tensões nos diodos, pode‐se verificar que o seu valor de pico tem o dobro da  amplitude  do  valor  de  pico  da  tensão  na  carga.  Isso  é  característica  dos  circuitos retificadores com ponto médio. 

Corrente no capacitor C1-5.0A

0A

5.0AOndulação de tensão (ripple) no capacitor C1

14V

15V

16VTensão em um dos secundários do transformador (sem carga)

-20V

0V

20V

Tensão nos Diodos D1 e D4-40V

-20V

0V

Corrente no capacitor C2-5.0A

0A

5.0AOndulação de Tensão (ripple) no capacitor C2

-16V

-15V

-14V

100ms 105ms 110ms 115ms 120ms 125ms 130ms 133ms0A

4.0A

8.0ATensão nos diodos D2 e D3

-40V

-20V

0V

Corrente nos diodos D1 e D40A

4.0A

8.0A

 Corrente nos diodos D2 e D3 Tempo

Figura 4 ‐ Formas de onda esperadas para o circuito proposto. 

 

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2.2 Metodologia de projeto do circuito. 

Após o entendimento do funcionamento do circuito proposto, a etapa seguinte é o projeto e  dimensionamento  dos  componentes  a  serem  empregados,  visando  o  seu  correto funcionamento,  bem  como  as  condições  adequadas  para  sua  operação,  sem  prejuízo  de queima de componente, mau funcionamento da estrutura ou perda de regulagem. 

2.2.1 Dimensionamento dos capacitores. 

Como forma de especificar os capacitores, é necessário conhecer os valores da ondulação de  tensão  que  ele  poderá  permitir  na  entrada  do  regulador  de  tensão.  Para  tanto,  faz‐se necessário conhecer os  limites de tensão fornecida pelo transformador, às quedas de tensão decorrentes  do  funcionamento  dos  diodos  e  os  valores  limites  de  tensão  toleráveis  pelos reguladores. 

Como  transformador,  para  adequar  a  tensão  de  entrada  do  circuito  retificador,  será utilizado um  transformador de 220V de entrada e uma saída de 24V, com derivação central. Desta forma ter‐se‐á um secundário com tensões de 12V+12V. Conforme visto na descrição do funcionamento  do  circuito,  a  tensão  de  uma  derivação  do  secundário  será  aplicada  ao capacitor,  sendo que este deverá  grampear entre  seus  terminais uma  tensão equivalente  a tensão de pico do secundário, porém descontando a queda de tensão em um diodo. 

De acordo com o “datasheet”  [6], o diodo escolhido para este projeto, proporciona uma queda de tensão de aproximadamente 1,1V quando o circuito estiver drenando uma corrente instantânea  de  aproximadamente  5A.  Desta  forma,  a  tensão  de  pico máxima  possível  no capacitor  é  dada  conforme  a  equação  (1.1),  onde  VSpk  é  a  tensão  de  pico  do  enrolamento secundário e VD é a queda de  tensão do diodo. O valor de VSpk é dado conforme a equação (1.2), onde V2 é a tensão eficaz do secundário. 

maxC SpkV V DV= −   (1.1)  

  22SpkV V= ⋅   (1.2) 

Aplicando os valores de VD, obtido de seu “datasheet” e de V2 conforme o transformador especificado, tem‐se o valor da tensão máxima no capacitor (VCmax), determinado conforme a equação (1.3) 

  ( )max max2 12 1,1 15,8C CV V V= ⋅ − ∴ =   (1.3) 

Por outro  lado, a tensão mínima que poderá ser admitido sobre o capacitor depende do circuito  ao  qual  esta  tensão  será  aplicada,  no  caso,  o  Circuito  Integrado  (CI)  regulador  de tensão. De acordo com o “datasheet” [5] deste componente, a mínima tensão que garante seu correto  funcionamento  é  de  14,5V,  assim,  considera‐se  este  valor  como  o  valor  de  tensão mínima no capacitor (VCmin). 

 

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Também é importante conhecer a potência que será consumida nos capacitores, pois ela é função da corrente a ser drenada pela carga, que também é um parâmetro especificado neste projeto. Conhecendo‐se esta potência, passa a ser possível determinar a capacitância mínima necessária a ser utilizada. 

A potência de saída (PL) sobre o capacitor pode ser determinada conforme a equação (1.4). Nesta equação, R é um valor de  resistência que  representa a  carga máxima que poderá  ser ligada na saída do circuito. Seu valor pode ser estimado pela tensão média do capacitor e pela corrente máxima a ser drenada, conforme mostra a equação (1.5). 

 ( )2

max minC CV V+4LP

R=

⋅  (1.4) 

  max min

2C C

L

V VRi+

=⋅

  (1.5) 

Resolvendo as equações (1.5) e (1.4), é possível determinar o valor de PL, conforme mostra a sequência de equações a seguir, e cujo resultado final é apresentando em (1.7). 

 15,8 14,5 30,3R R+

2 0,5= ∴ = Ω   (1.6) 

( ) 

215,8 14,5+7,575W

4 30,3L LP P= ∴ =⋅

  (1.7) 

De posse dos resultados obtidos,  já é possível determinar o valor mínimo do capacitor a ser empregado neste circuito. Para tanto, aplica‐se a equação (1.8) mostrada a seguir [7], onde o  parâmetro  f  é  a  frequência  da  onda  retificada,  ou  seja,  neste  caso,  por  tratar‐se  de  um circuito  de  retificação  de  onda  completa,  f  equivale  a  120Hz. Desta  forma,  a  resolução  da equação (1.8) é apresentada em (1.9). 

 ( )2 2

2 LPC ⋅

max minC Cf V V=

( )

⋅ −  (1.8) 

 2 2120 15,8 14,5

mF2 7,575 3,2C C⋅= ∴ =

⋅ −  (1.9) 

O  valor  encontrado  na  equação  (1.9)  significa  que  é  necessário,  no  mínimo,  uma 

capacitância  de  3.200  micro  Farad  (μF).  Na  prática,  como  este  valor  não  existe comercialmente,  adota‐se  um  capacitor  com  valor  comercial  acima,  ou  então,  associam‐se capacitores de forma a obter um valor próximo ao calculado. Neste caso, por exemplo, pode 

ser utilizado um capacitor de 2.2000 μF em paralelo com um capacitor de 1.000μF. 

Devido as características do circuito, é importante que o capacitor seja capaz de suportar, no mínimo, uma  tensão de 16 Volts  (tensão de pico do  secundário do  transformador). Para 

 

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tanto,  serão utilizados capacitores de 25V. Desta  forma,  tem‐se uma margem de  segurança, em caso de imprevistos ou sobre tensão da rede elétrica. 

2.2.2 Dimensionamento dos diodos. 

Outro  tipo  de  componente  fundamental  neste  circuito  são  os diodos  retificadores.  Eles têm  a  função  de  converter  a  tensão  que  alimenta  o  circuito,  na  forma  alternada,  em  uma tensão com valor médio diferente de zero (tensão retificada). 

Para se especificar o diodo corretamente, são necessários alguns parâmetros provenientes da operação do circuito. São eles: o valor médio da corrente em cada diodo, a tensão de pico reversa  que  ele  deverá  suportar  e  a  potência  dissipada. Os  dois  primeiros  parâmetros  são utilizados para a escolha do diodo. Já o terceiro parâmetro deve ser obtido para garantir que o componente opere normalmente sem correr o risco de destruição por superaquecimento. 

De  acordo  com  as  especificações  do  projeto,  e  pela  análise  já  realizada  do  circuito,  é possível identificar que a corrente média que cada diodo suporta, pode ser determinada pela equação (1.10), onde ILmed é o valor de corrente máxima de saída, cujo valor foi especificado no início do projeto como sendo 500mA por saída. 

  2502Dmed Dmed

LmedII I mA= ∴ =   (1.10) 

Em  relação  à  tensão  reversa que o diodo deverá  suportar, de  acordo  com  a  Figura 4  é possível identificar que a tensão máxima aplicada no diodo equivale a duas vezes a tensão de pico de uma derivação secundária. Calculando este valor, chega‐se a uma  tensão  reversa de 33,94V. 

Analisando os valores obtidos, adota‐se como um diodo possível, qualquer componente da família 1N400X, pois estes são capazes de suportar tensões a partir de 50V e correntes médias de  até  1,0  A.  Parâmetros  estes  que  atendem  com  tranqüilidade  os  limites  impostos  pelo circuito. 

Para a realização do cálculo da potência dissipada, é necessário conhecer também o valor de corrente eficaz nos diodos. Este pode ser obtido conforme indica a equação (1.11). 

  3532Def Def

LmedII I mA= ∴ =   (1.11) 

Utilizando então a equação (1.12), é possível determinar o valor da potência dissipada pelo diodo,  conforme  equacionamento  a  seguir. Neste  procedimento,  os  valores  de  VD  e  rD  são 

obtidos a partir do “datasheet” [6] do diodo escolhido, sendo eles: VD = 0,6 e rD = 1Ω. 

D D Dmed D DefP V I r I= ⋅ + ⋅   (1.12)  

( ) ( )20,6 0, 25 1,0 0,353 0,275D DP P W= ⋅ + ⋅ ∴ =   (1.13)  

 

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Aplicando  o  resultado  obtido  em  (1.13)  na  equação  (1.14),  tem‐se  então  o  valor  da resistência  térmica  do  dissipador  necessário  para  este  componente.  Nesta  equação,  TJ representa a temperatura máxima interna que o diodo pode suportar, e que é fornecida pelo fabricante em [6] e TA representa a temperatura do ambiente onde o circuito estará operando. Comparando  o  valor  obtido  em  (1.15)  com  os  dados  fornecidos  pelo  fabricante  do componente,  percebe‐se  que  o  valor  calculado  da  resistência  térmica  esta muito  acima  do valor físico do componente, que é de 50oC/W. Esta característica denota que conforme a sua operação, o diodo não necessita de dissipador. 

  J ATJA

DPT TR −

=   (1.14) 

 175 50 C454,50,275TJA TJAR R W

− °= ∴ =   (1.15) 

2.2.3 Calculo térmico dos reguladores de tensão. 

Componentes  fundamentais  deste  circuito,  os  reguladores  de  tensão  precisam  estar operando  dentro  de  condições  adequadas.  Isso  implica  dizer  que  o  aquecimento  dos reguladores precisa  ser mantido dentro de  limites  toleráveis. Para  saber  se  isso ocorrerá, é necessário  proceder  ao  cálculo  da  potência  dissipada  durante  a  operação  do  circuito.  Para determinar a potência dissipada, utiliza‐se a equação (1.16). 

( ) maxREG in out LP V V i= − ⋅   (1.16)  

Para resolver a equação (1.16), é necessário determinar os valores das variáveis. A variável Vin é a tensão na entrada do regulador. Por esta tensão apresentar uma ondulação, considera‐se a tensão média de entrada, conforme mostra a equação (1.17) e cujo valor é calculado em (1.18).  A  variável  Vout  é  obtida  pela  tensão  de  saída  do  regulador. Neste  caso,  seu  valor  é constante e  igual a 12V. Por  fim, a variável  iLmax é obtida pela especificação do projeto, que prevê  uma  corrente  de  saída máxima  de  500mA. De  posse  destes  valore,  é  possível  então determinar a potência consumida pelo regulador de tensão, pela resolução da equação (1.16) cujo resultado é apresentado em (1.19). 

  max minC CV V2inV +

=   (1.17) 

 15,8 14,5 15,15V V V

2in in+

= ∴ =

( )15,15 12 0,5 1,575REG REGP P W= − ⋅ ∴ =

  (1.18) 

    (1.19) 

Procedendo a análise da potência dissipada pelo componente, comparando com o gráfico disponibilizado pelo  fabricante, e apresentado na Figura 5, é possível verificar que com este nível de energia sendo dissipada, o dispositivo pode operar em uma temperatura ambiente de 

 

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aproximadamente 100oC. Para este projeto, foi admitida uma temperatura ambiente máxima de  50oC.  Desta  forma  tem‐se  certeza  de  que  o  componente  opera  tranquilamente  e  não necessita de dissipador de calor. 

 

Figura 5 ‐ Máxima potência dissipada no regulador de tensão [5]. 

 

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3 Layout e montagem do protótipo. 

Como parte do projeto,  fez‐se necessário a confecção em placa de circuito  impresso, do protótipo  projetado.  Para  tanto  foi  elaborado  o  layout  a  partir  do  circuito  esquemático proposto na Figura 1. O resultado deste layout é apresentado na Figura 6, onde se tem a visão da vista superior (disposição dos componentes) e das trilhas para soldagem. 

   

Figura 6 ‐ Layout da placa de circuito impresso. Trilhas no lado esquerdo (E), disposição dos componentes no lado Direito (D). 

O Layout foi fabricado, através da transferência de imagem para a placa virgem, por meio de processo térmico e em seguida, pela corrosão em ácido “percloreto de ferro”. O resultado desta etapa pode ser visto na Figura 7. 

 

 

Figura 7 ‐ Placa de circuito impresso, após a corrosão ácida. 

Após  a  corrosão,  a placa  foi montada, utilizando para  isso os  componentes projetados, ferro de  solda e estanho. Estes  componentes  foram  soldados à placa apresentada, para em seguida poder proceder  aos  ensaios práticos  e  a  análise dos  resultados obtidos. A  Figura  8 apresenta o resultado após a montagem. 

 

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Figura 8 ‐ Placa de circuito impressa montada. Disposição dos componentes (E), detalhe das soldas (D). 

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4 Ensaios práticos. 

Após a montagem  realizada, procedeu‐se então aos ensaios práticos, para verificar  se o projeto está atendendo as especificações admitidas nas etapas anteriores. A apresentação e a análise destes resultados serão expostas a seguir. 

A Figura 9 trás as formas de onda em uma das saídas do transformador. Estas duas formas de onda  foram obtidas primeiramente  sem  a presença de  carga nas  saídas  reguladas  e  em seguida  com  a  presença  de  carga.  Nota‐se  que  quando  sujeito  a  uma  carga  próxima  da nominal, as tensões de saída do transformador sofrem achatamento. 

     

Figura 9 ‐ Aquisição da tensão de saída do transformador sem carga (E) e com carga (D). (5V/div X 2ms/div) 

O achatamento verificado nos picos da tensão de são ocasionados pelos picos de correntes exigidos  pelos  capacitores,  naquele momento.  Como  o  tempo  de  carga  dos  capacitores  é muito  curto,  frente  ao  período  da  rede,  faz‐se  necessário  uma  carga  rápida.  A  forma  de fornecer esta carga é através de uma corrente  instantânea elevada. Lembrando que na saída do  transformador  existe  uma  impedância  a  ser  considerada,  quando  por  essa  impedância circular uma corrente elétrica de valor elevado, ter‐se‐á um queda de tensão significativa na saída do  transformador.  Esta queda de  tensão  se  torna  visível  então, pelo  achatamento da forma de onda da tensão. 

 

Figura 10 ‐ Tensão de entrada do circuito (5V/div) e tensão no diodo D1 (10V/div). (2ms/div) 

A  Figura  10  apresenta  a  tensão  de  saída  do  transformador  juntamente  com  a  tensão reversa  sobre  o  diodo  D1,  conforme  esquemático  apresentado  na  Figura  1.  Através  destas ondas,  é  possível  verificar  que  o  intervalo  de  tempo  em  que  a  tensão  de  entrada  sofre 

 

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achatamento coincide com o tempo que o diodo se mantém conduzindo, ou seja, o tempo em que  sua  tensão  é nula.  Essa  constatação  ratifica o que  foi  afirmado  anteriormente  sobre o achatamento da onda senoidal. 

A Figura 11 apresenta a tensão do diodo D1 juntamente com a tensão no capacitor C1. Esta aquisição foi realizada com o intuito de mostrar que o valor de pico de tensão negativa obtida nos diodos equivale a duas vezes os valores de pico de tensão obtida nos capacitores. 

 

Figura 11 ‐ Tensão no diodo D1 (10V/div) e tensão no capacitor C1 (5V/div). (2ms/div) 

Na  sequência,  tem‐se  a  Figura  12  que  ilustra  em  detalhes  a  ondulação  da  tensão  no capacitor C1 em conjunto com a tensão no diodo D1. Percebe‐se claramente por estas ondas que quando a tensão no capacitor esta aumentando, ou seja, ele está se carregando, a queda de tensão no diodo se mantém em zero, indicando que ele é quem está conduzindo a corrente de carga naquele instante. 

Também fica claro por estas formas de onda, que no momento em que a tensão no diodo sofre distorção no pico, devido à condução do diodo D2, tem‐se novamente um momento de carga do capacitor. Estas ondas reforçam, desta forma, o que havia sido verificado nas ondas anteriormente mostradas. 

 

Figura 12 ‐ Tensão no diodo D1(10V/div) e ondulação de ripple em C1 (0,5V/div). (2ms/div) 

As formas de onda apresentada pela Figura 13 mostram que o mesmo efeito que acontece com a  tensão no  capacitor C1 acontece  também na  tensão do  capacitor C2. Ou  seja,  toda a análise  desenvolvida  anteriormente  tem  efeito  igual  quando  observadas  as  tensões  nos demais diodos do circuito, bem como no outro enrolamento secundário do transformador. 

 

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Figura 13 ‐ Tensões nos capacitores de entrada dos reguladores. (5V/div X 2ms/div) 

A última aquisição, apresentada pela Figura 14, ilustra a tensão de saída do circuito, após a regulagem e com carga total. Nota‐se que não existem ondulações nestas formas de onda, e que elas estão nos valores previstos em projeto, ou seja, +12V e ‐12V. 

 

Figura 14 ‐ Tensões de saída do circuito. (5V/div X 2ms/div) 

Após  toda  a  análise  realizada,  percebe‐se  claramente  que  o  funcionamento  do  circuito esta ocorrendo dentro do previsto e conforme com os parâmetros especificados e empregados na etapa de projeto. A atenção e o respeito a estes valores fez com que o êxito fosse obtido após a montagem e os ensaios do circuito. 

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5 Conclusão. 

Após  realizado  o  estudo  da  estrutura  retificadora  proposta  para  este  projeto,  algumas características  de  operação  relevantes  puderam  ser  comprovadas  bem  como  algumas situações  previamente  não  previstas  foram  verificadas.  E  de  posse  desses  novos conhecimentos, alguns comentários relevantes podem ser tecidos. 

Verificou‐se que a estrutura desenvolvida é bastante auspiciosa para a proposta que  se fez,  tendo  em  vista  sua  baixa  complexidade  de  implementação  e  baixo  custo  de  produção frente aos resultados obtidos.  

Foi possível também constatar que algumas distorções não previstas na etapa de análise foram  verificadas.  No  ensaio  com  carga  da  estrutura,  devido  à  alta  corrente  de  carga  dos capacitores,  ocorreu  a  distorção  nos momentos  de  pico  da  tensão  de  alimentação.  Essas distorções mostraram‐se  relevantes, pois elas  interferem nos valores máximos de  carga dos capacitores, o que  faz com que a ondulação de ripple da  tensão de entrada dos reguladores atinja  níveis  críticos  quando  a  máxima  carga  estiver  instalada  na  saída  do  circuito.  Esta distorção  pode  ser  corrigida  utilizando‐se  um  transformador  de  maior  potência,  assim, fornecendo uma capacidade de corrente suficiente para minimizar os efeitos de achatamento na forma de onda da tensão. 

Outra característica a  ser destacada, é em  relação aos  tempos de condução dos diodos, quando da  inserção de  capacitores na  saída dos  retificadores. Percebeu‐se por este projeto que estes tempos reduzem, uma vez que os diodos somente entram em condução quando a tensão de entrada estiver acima da tensão instantânea dos capacitores. 

Por fim, apesar destas alterações que não estavam previstas, quando da análise inicial do circuito, o protótipo mostrou‐se adequado a aplicação desejada, e desta  forma ele pode ser adotado como fonte de alimentação para as demais etapas do projeto, até que se tenha, ao final da quarta etapa, um  inversor de tensão para acionamento de um motor monofásico de indução. 

Como  sugestão,  para  uma  possível  miniaturização  da  placa,  poderia  ser  adotado  um transformador  com  tensões  secundárias de  15V+15V.  Esta  substituição  permitirá  a  redução dos  capacitores  de  entrada  dos  reguladores,  sem  risco  de  perda  de  regulagem,  pois  a ondulação da tensão nos capacitores poderia atingir níveis maiores, e ainda assim estar dentro da faixa tolerável pelo regulador de tensão. 

 

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6 Referências bibliográficas 

 

[1] História da Eletricidade. Disponível em: http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/historiaeletricidade.htm. Acesso em 03/09/2009 às 17h00min. 

[2] A História da Eletrônica. Disponível em: http://www.if.ufrj.br/teaching/eletronica/texto2.html. Acesso em 03/09/2009 às 17h10min. 

[3] BOYLESTAD, Robert L.; NASHELSKY, Louis. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos. Sexta Edição. Editora LTC. Rio de Janeiro – RJ. 

[4] BARBI, Ivo. Projetos de Fontes Chaveadas. Edição do Autor. Florianópolis – SC. [5] LM78XX – Series Voltage Regulator. National semiconductors. Disponível em: 

http://www.national.com/ds/LM/LM7512C.pdf#page=1. Acesso em 10/09/2009 as 15h40min. 

[6] 1N4001 – 1N4007. Fairchild semiconductors. Disponível em: http://www.fairchildsemi.com/ds/1N/1N4007.pdf. Acesso em 17/09/2009 as 15h40min. 

[7] BARBI, Ivo. Eletrônica de Potência. Edição do Autor. 3ª Edição. Florianópolis – SC.