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13 INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA INPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS MODELAGEM DO RENDIMENTO NO DESDOBRO DE TORAS DE Manilkara spp. (SAPOTACEAE) EM SERRARIA NA NOVA FRONTEIRA MADEIREIRA DO ESTADO DE RORAIMA, BRASIL FILIPE EDUARDO DANIELLI Manaus, Amazonas Maio, 2013

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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS

MODELAGEM DO RENDIMENTO NO DESDOBRO DE TORAS DE

Manilkara spp. (SAPOTACEAE) EM SERRARIA NA NOVA FRONTEIRA

MADEIREIRA DO ESTADO DE RORAIMA, BRASIL

FILIPE EDUARDO DANIELLI

Manaus, Amazonas

Maio, 2013

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FILIPE EDUARDO DANIELLI

MODELAGEM DO RENDIMENTO NO DESDOBRO DE TORAS DE

Manilkara spp. (SAPOTACEAE) EM SERRARIA NA NOVA FRONTEIRA

MADEIREIRA DO ESTADO DE RORAIMA, BRASIL

Orientador: Dr. Joaquim dos Santos

Co-orientador: Dr. Niro Higuchi

Dissertação apresentada ao Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia como parte dos requisitos

para obtenção do título de Mestre em Ciências de

Florestas Tropicais, área de concentração em

Manejo Florestal.

Manaus, Amazonas

Maio, 2013

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D185 Danielli, Filipe Eduardo Modelagem do rendimento no desdobro de toras

de Manilkara spp. (SAPOTACEAE) em serraria na nova fronteira madeireira do estado de Roraima, Brasil / Filipe Eduardo Danielli. --- Manaus: [s.n.], 2014.

xii, 69 f. : il. color.

Dissertação (Mestrado) --- INPA, Manaus, 2013. Orientador : Joaquim dos Santos. Coorientador : Niro Higuchi. Área de concentração : Ciências de Florestas tropicais.

1. Maçaranduba. 2. Serraria. 3. Sapotaceae. I. Título.

CDD 583.685

SINOPSE:

Estudou-se o rendimento em madeira serrada no desdobro de

toras de Manilkara spp. (SAPOTACEAE) serraria localizada no

sul do estado de Roraima, bem como ajuste de modelos para

estimar o rendimento em madeira serrada, estimar o volume

de oco das toras, quantificar os resíduos e verificar se existia

diferenças de rendimento entre toras ocas e não-ocas e em

diferentes classes de diâmetro.

Palavras-chave: Maçaranduba, Serraria, Sapotaceae.

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Aos meus pais, Merci Klauberg Danielli

e Jalmir Luis Danielli, dedico.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida, pela saúde e por todas as oportunidades concedidas. Aos meus queridos pais, Merci e Jalmir, pelo apoio e força durante toda minha vida e por contribuírem para minha formação profissional. À minha madrasta Cláudia Lúcia por contribuir na minha formação acadêmica. Aos meus irmãos Rafael, Leonardo, Júnior e Mariana pela alegria que sempre me trouxeram. À Criscian Kellen, pela parceria, companheirismo, paciência, por toda a ajuda na coleta de dados em Roraima, além dos vários conselhos que contribuíram para meu crescimento como pessoa e como profissional. Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e ao curso de pós-graduação em Ciências de Florestas Tropicais pela oportunidade do mestrado. À CAPES pela concessão da bolsa. À serraria RR Madeiras, na figura dos senhores Dalmo e Tiago, e a todos os seus funcionários, por todo apoio e suporte dado à coleta de dados. Ao meu orientador Dr. Joaquim dos Santos e co-orientador Dr. Niro Higuchi, por terem acreditado na minha competência, pela orientação, por todo o apoio e incentivo e pelas conversas e discussões que contribuíram para a realização desse trabalho. Ao Evandro Orfano, por todas as conversas e ideias compartilhadas, que me ajudaram muito na execução desse trabalho. Ao Bruno Gimenez, pela amizade e por toda a ajuda a esse trabalho, principalmente, na coleta dos dados em Roraima. Ao Conrado e à Lidiane por todos esses anos de amizade e de Manaus, por todos os momentos de descontração e alegria que compartilhamos juntos, pelas "trips" que fizemos, por todas as conversas de apoio e pelos conselhos. Ao Paulinho e Raoni pela amizade, boa vizinhança, companhia e incontáveis risadas. Aos amigos do programa de Ciências de Florestas Tropicais e do Laboratório de Manejo Florestal-LMF, por toda a convivência e experiência que tivemos juntos nessa importante etapa de nossas vidas, a pós-graduação.

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EPÍGRAFE

"A mente que se abre a uma nova ideia jamais

voltará ao seu tamanho original."

Albert Einstein

"Pouco conhecimento faz com que as pessoas se

sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se

sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos

erguem desdenhosamente a cabeça para o Céu,

enquanto que as cheias as baixam para a terra, sua

mãe."

Leonardo da Vinci

"Há um prazer nas florestas desconhecidas;

Um entusiasmo na costa solitária;

Uma sociedade onde ninguém penetra;

Pelo mar profundo e música em seu rugir;

Amo não menos o homem, mas mais a natureza..."

Lord Byron

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RESUMO

O rendimento no desdobro de toras tem relação intrínseca com a

sustentabilidade na utilização dos recursos florestais na Amazônia e é de suma

importância para o planejamento, otimização e controle na produção da serraria. O

objetivo desse estudo foi estimar o rendimento no processo de desdobro de toras de

Manilkara spp., quantificar os resíduos gerados, avaliar se existe diferença de

rendimento entre as classes diamétricas e ajustar modelos que estimem o

rendimento em madeira serrada e o volume de oco das toras. Foram amostradas 71

toras e agrupadas em classes de diâmetro, foi feita a cubagem rigorosa pelo método

de Smalian para cálculo do volume das toras e calculado o volume de madeira

serrada, para determinação do rendimento e volume de resíduos gerados no

processamento das toras. O rendimento médio em madeira serrada no desdobro de

toras de Manilkara spp. foi de 30,1 % e não apresentou diferenças estatísticas entre

as classes diamétricas estudadas e entre as toras ocadas e não-ocadas. Entre as

classes estudadas, a classe 5 foi a que representou a classe máxima de rendimento.

Foram testados 12 modelos para estimar o rendimento em madeira serrada, sendo 7

modelos lineares e 5 não-lineares, em função das variáveis independentes diâmetro

da tora (Dpf), comprimento da tora (L) e volume da tora (Vt). Para estimar o volume

do oco das toras, foram testados 12 modelos, sendo 8 modelos lineares e 4 não-

lineares, em função das variáveis independentes diâmetro da tora (Dpf), diâmetro do

oco (Do), comprimento da tora (L) e volume da tora (Vt). Todas as relações entre as

variáveis foram analisadas baseando-se nos valores da correlação de Pearson. A

seleção dos modelos foi baseada no maior coeficiente de determinação ajustado

(R2ajust), menor erro padrão da estimativa (Syx%) e distribuição homogênea dos

resíduos. Entre os modelos testados para estimativa de rendimento em madeira

serrada, o melhor foi modelo 7, de dupla entrada, visto que os de simples entrada

não obtiveram boas estatísticas. Para estimativa do volume do oco das toras, os

modelos com as melhores estatísticas apresentadas foram os modelos 2 e 10, de

dupla entrada e o modelo 3, de simples entrada, em função da praticidade na coleta

da variável independente.

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ABSTRACT

The yield in sawing logs has intrinsic relationship to sustainability in the use of forest

resources in the Amazon and is of paramount importance to the business, as it

enables improved planning, optimization and control of the production of the sawmill.

The aim of this study was to estimate the yield of sawing logs Manilkara spp.,

quantify the waste generated, evaluate whether there is a difference in the yield

between the diameter classes and adjust models to estimate the yield in lumber and

volume of hollow logs. Seventy-one logs were sampled and grouped into diameter

classes, and was made the cubing Smalian method for calculating the volume of logs

and calculated the volume of lumber for determining yield and volume of waste

generated in the sawing of logs Manilkara spp. The average yield in sawing logs of

Manilkara spp. was 30,1% and showed no statistical differences in yield between the

diameter classes studied and among the hollow logs and non-hollow logs. Among the

classes studied, the class 5 was the one that represented the maximal yield. To

estimate the yield of sawing lumber, seven linear models and five nonlinear models

were tested, using as independent variable the smaller diameter of the log (Dpf),

length of the log (L) and volume of log (Vt). To estimate the volume of the hollow

logs, were tested eight linear models and four nonlinear models, using as

independent variable the smaller diameter of log (Dpf), hollow diameter (Do), length

of the log (L) and volume of log (Vt). All relationships between variables were

analyzed based on the values of the correlation of Pearson. The model selection was

based on the highest adjusted coefficient of determination (R2ajust), lower standard

error of estimate (Syx%) and homogeneous distribution of the residuals values.

Among the tested models to estimatte the yield of sawing lumber, the best model

was the number 7, of double entry, because the simple-entry models did not obtained

good statistics. To estimate the volume of hollow logs, the models with the best

statistics presented were the model 2 and model 10, of double entry; and model 3, of

single-entry, because of the convenience in the collection of the independent

variable.

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................... vii

ABSTRACT .............................................................................................................. viii

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. xi

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. xii

LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS .................................................................... xiii

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14

2. OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 16

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 16

3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 17

3.1 Desmatamento na Amazônia ....................................................................................... 17

3.2 Exploração florestal convencional versus Manejo Florestal Sustentável ...................... 18

3.3 O setor madeireiro na Amazônia legal ......................................................................... 19

3.4 Serrarias e o desdobro de toras na Amazônia ............................................................. 24

3.5 Rendimento no desdobro de toras ............................................................................... 25

3.6 Resíduos gerados na atividade madeireira .................................................................. 29

3.7 Métodos de cubagem rigorosa .................................................................................... 30

3.8 Modelagem para rendimento em serrarias .................................................................. 31

4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 33

4.1 Área de estudo ............................................................................................................ 33

4.2 Descrição da espécie .................................................................................................. 34

4.3 Descrição da serraria ................................................................................................... 35

4.4 Coleta de dados .......................................................................................................... 36

4.4.1 Obtenção e seleção das toras ........................................................................................... 36

4.4.2 Variáveis envolvidas ........................................................................................................... 37

4.4.3 Cubagem das toras ............................................................................................................. 38

4.4.4 Volume de madeira serrada .............................................................................................. 40

4.5 Determinação do rendimento (%) ................................................................................ 41

4.6 Volume de resíduos gerados ....................................................................................... 41

4.7 Análise estatística ........................................................................................................ 42

4.8 Modelos ajustados ....................................................................................................... 43

4.8.1 Modelos para estimativa do rendimento em madeira serrada ..................................... 43

4.8.2 Modelos para estimativa do volume de oco .................................................................... 44

4.8.3 Correlação de Pearson ....................................................................................................... 44

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4.8.4 Seleção dos modelos ......................................................................................................... 45

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 47

5.1 Comportamento dos dados .......................................................................................... 47

5.2 Rendimento no desdobro das toras de Manilkara spp. ................................................ 48

5.3 Comparação do rendimento entre toras ocadas e não ocadas .................................... 53

5.4 Geração de resíduos ................................................................................................... 55

5.5 Modelos testados para estimativa do rendimento em madeira serrada........................ 57

5.6 Modelos para estimativa do volume do oco ................................................................. 63

6. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 68

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 69

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Evolução madeireira na Amazônia no período de 1998 a 2009 (Adaptado de Lentini et al.,

2005 e Pereira et al., 2010). .................................................................................................................. 21

Tabela 2. Quantidade de pólos madeireiros, número de indústrias, produção de madeira em tora e

receita bruta da atividade madeireira na Amazônia Legal em 2009 (modificado de Pereira et al.,

2010). .................................................................................................................................................... 22

Tabela 3. Número de indústrias madeireiras, por tipo, na Amazônia Legal em 2009 (modificado de

Pereira et al., 2010). .............................................................................................................................. 22

Tabela 4. Produção de madeira processada da Amazônia Legal em 2009 (Adaptado de Pereira et al.,

2010). .................................................................................................................................................... 25

Tabela 5. Rendimento médio em madeira serrada (modificado de Batista e Carvalho et al., 2007). .. 26

Tabela 6. Rendimento do desdobro de toras em três serrarias do município de Jaru, RO, para

diversas espécies florestais, média de 3 serrarias (modificado de Oliveira et al., 2003). .................... 27

Tabela 7. Volume total de madeira serrada e resíduo (adaptado de Nascimento et al., 2006). .......... 28

Tabela 8. Rendimento médio em madeira serrada e volume total de resíduos, para 4 classes de

diâmetro de três espécies tropicais (adaptado de Biasi e Rocha, 2007). ............................................. 28

Tabela 9. Médias do rendimento de madeira serrada das 5 espécies estudadas (adaptado de Souza,

2006). .................................................................................................................................................... 29

Tabela 10. Quantidade, diâmetro médio e comprimento médio das toras agrupadas por classes de

diâmetro. ................................................................................................................................................ 37

Tabela 11. Modelos testados para estimar o rendimento de madeira serrada no desdobro de toras de

Manilkara spp. ....................................................................................................................................... 43

Tabela 12. Modelos testados para estimar o volume do oco das toras de Manilkara spp. .................. 44

Tabela 13. Média (x), desvio-padrão (s), valores mínimo (Mín) e máximo (Máx) do conjunto de

indivíduos amostrados na serraria em Rorainópolis (RR). ................................................................... 47

Tabela 14. Resultados obtidos para o desdobro de toras em diferentes classes diamétricas. ............ 49

Tabela 15. Rendimento percentual encontrado para as toras ocadas e não-ocadas. ......................... 53

Tabela 16. Resultados obtidos para a geração de resíduos em diferentes classes diamétricas. ........ 55

Tabela 17. Equações geradas para estimar o rendimento de madeira serrada no desdobro de toras de

Manilkara spp. ....................................................................................................................................... 58

Tabela 18. Valores obtidos pela Correlação de Pearson para as variáveis utilizadas com seus

respectivos valores de probabilidade (p). ............................................................................................. 59

Tabela 19. Equações geradas para estimar o volume do oco das toras de Manilkara spp. ................ 63

Tabela 20. Valores obtidos pela Correlação de Pearson para as variáveis utilizadas com seus

respectivos valores de probabilidade (p). ............................................................................................. 64

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Evolução nas taxas (em km2) de desmatamento na Amazônia Legal. ................................ 17

Figura 2. Migração das madeireiras da Amazônia Legal. ..................................................................... 20

Figura 3. Eixos de transporte e produção de madeira na Amazônia Legal. ......................................... 23

Figura 4. Destino da madeira amazônica nos anos 1998, 2004 e 2009. .............................................. 24

Figura 5. Principais usos dos resíduos de madeira em indústrias madeireiras da Amazônia Legal em

2009. ...................................................................................................................................................... 30

Figura 6. Localização da área de estudo em empresa madeireira no município de Rorainópolis,

Roraima. ................................................................................................................................................ 33

Figura 7. Localização da área de estudo em empresa madeireira no município de Rorainópolis,

Roraima. ................................................................................................................................................ 34

Figura 8. Sequência de operações no processo de desdobro de toras na serraria estudada. ............ 35

Figura 9. Procedimento de marcação das toras com número na sequência do desdobro. .................36

Figura 10. Coleta do diâmetro das secções da tora para procedimento de cubagem rigorosa pelo

método de Smalian. .............................................................................................................................. 38

Figura 11. Coleta do diâmetro médio no início e no fim de cada extremidade da tora para cubagem do

volume de oco. ...................................................................................................................................... 39

Figura 12. Medição das dimensões de cada peça para o cálculo do volume individual.. .................... 40

Figura 13. Distribuição de frequência de indivíduos (toras) distribuídos por classes de diâmetro. ...... 48

Figura 14. Rendimento médio (%) no desdobro de toras de Manilkara spp. nas classes diamétricas. 50

Figura 15. Tora com defeito interno (oco) no processo de desdobro primário na serraria. .................. 51

Figura 16. Local de estocagem das toras no pátio da serraria estudada. . ............................. 53

Figura 17. Toras ocadas e não-ocadas armazenadas juntas no pátio da serraria.. ............................. 54

Figura 18. Resíduos gerados no processo de desdobro das toras na serraria. . ................... 57

Figura 19. Distribuição gráfica dos resíduos dos modelos 1 a 6 testados para todas as toras. ........... 61

Figura 20. Distribuição gráfica dos resíduos dos modelos 7 a 12 testados para todas as toras. ......... 62

Figura 21. Distribuição gráfica dos resíduos dos modelos 1 a 6 testados para as toras ocadas. ........ 66

Figura 22. Distribuição gráfica dos resíduos dos modelos 7 a 12 para as toras ocadas. ..................... 67

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

ANOVA Análise de variância

CFT Ciências de Florestas Tropicais

CONAF Corporación Nacional Forestal

Do Diâmetro do oco da tora

Dpf Diâmetro da ponta fina da tora

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis

IMAFLORA Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola

IMAZON Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia

INPA Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IUFRO International Union of Forest Research Organizations

L Comprimento da tora

LMF Laboratório de Manejo Florestal

LPF Laboratório de Produtos Florestais

M3 Metros cúbicos

R2ajust Coeficiente de determinação ajustado

SFB Serviço Florestal Brasileiro

Syx Erro padrão da estimativa

SUDAM Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia

USDA United States Department of Agriculture

Vms Volume de madeira serrada

Vo Volume do oco

Vt Volume da tora com casca

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1. INTRODUÇÃO

A Amazônia brasileira é uma das maiores regiões produtoras de madeira

tropical do mundo e, com o esgotamento dos estoques da Indonésia e Malásia, a

atividade madeireira no Brasil ganha cada vez mais destaque no mercado

internacional como principal fornecedor para suprir a demanda por madeira tropical.

Paradoxalmente, embora a Amazônia possua cerca de 30% do estoque de madeira

tropical do mundo (Barbosa et al., 2001), tal atividade ainda desenvolve-se

predominantemente de maneira insustentável, ocasionando um enorme desperdício

dos recursos florestais em todas as etapas da cadeia produtiva, desde a exploração

florestal até o processamento industrial na serraria (Araujo, 2003).

As serrarias são responsáveis pelo desdobro primário das toras em madeira

serrada, apresentando baixo rendimento industrial em função do nível tecnológico

obsoleto envolvido no processo de produção (Brand et al., 2002). Cerca de 80% do

volume de madeira serrada produzida provêm desse tipo de empresa (Vale et al.,

1994), o que implica no aumento de custo do produto final e na geração de uma

grande quantidade de resíduos (Biasi e Rocha, 2007).

Na Amazônia, o rendimento médio da maioria das espécies processadas nas

serrarias é de aproximadamente 30% (Higuchi e Clement, 2006), o que desperta

atenção para quantidade de resíduos gerados que, na maioria dos casos, são

simplesmente queimados a céu aberto no pátio das empresas (Garcia et. al., 2012).

Entretanto, apesar desse quadro negativo, começam a surgir iniciativas para

aproveitamento desses resíduos como produção de carvão, briquetes, cavacos,

principalmente para geração de energia (Ribeiro, 2008).

O rendimento no processamento ou desdobro das toras na serraria é uma

importante questão que tem relação intrínseca com a sustentabilidade na utilização

dos recursos florestais, uma vez que o nível de aproveitamento da matéria-prima

influencia diretamente sobre a área de floresta explorada necessária para atender à

demanda por madeira. Além disso, é de suma importância para os empresários do

setor florestal, o prognóstico do estoque e rendimento da matéria-prima processada

na serraria, viabilizando a melhoria no planejamento, otimização e controle na

produção (Iwakiri, 1990).

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No entanto, existem poucos estudos aplicados à estimativa de rendimento em

serrarias: Schroeder e Hanks, 1967; Schroeder et al., 1968; Adams e Dunmire,

1977; SUDAM, 1981; Yaussey, 1983; Iwakiri, 1990; Leite, 1994; Abreu, 2000;

Barchet, 2002; Souza et al., 2007 e Valério et al., 2009.

A modelagem tem sido utilizada amplamente na área florestal para realizar

previsões de produtividade florestal, estimativas hipsométricas, volumétricas e de

biomassa (Higuchi e Ramm, 1985; Oliveira, 1988; Guimarães, 1994; Higuchi et al.,

1994; Lima et al., 1996; Santos, 1996; Scolforo, 1997; Higuchi et al., 1998; Scolforo,

1998; Veiga et al., 1998; Azevedo et al., 1999; Batista et al., 2001; Barros et al.,

2002; Caldeira et al., 2002; Silva et al., 2004; Eisfeld et al., 2005; Valério et al.,

2007).

O uso de modelos para estimativa do rendimento de serrarias pode gerar

informações importantes para a composição de modelos e a formação de sistemas

para se conhecer o rendimento futuro de uma floresta em termos de volume de

produto final, proporcionando estratégias mais ousadas e seguras, com vistas aos

mercados de tais produtos (Souza et al., 2007).

Contudo, apesar de reconhecida a importância do uso de modelos

matemáticos no processamento industrial para previsão do rendimento e do volume

de resíduos gerados no desdobro de madeira, eles ainda têm sido pouco utilizados

no Brasil.

Para garantir a sustentabilidade da indústria madeireira amazônica, fica

evidente a necessidade de pesquisas que disponibilizem informações técnicas sobre

o desempenho no rendimento de espécies tropicais desdobradas na serraria, com o

ajuste de modelos de rendimento, principalmente para as espécies com maior

demanda no mercado, como a maçaranduba (Manilkara spp., Sapotaceae). A

Maçaranduba é uma das espécies mais abundantes da Amazônia (Hirai et al., 2008)

e utilizada em quase 90% das serrarias da região amazônica, por apresentar

características que a tornam mais cobiçada pelos madeireiros, como alta densidade

específica e coloração escura (Ribeiro, 2008).

Nesse contexto, o propósito desse trabalho foi estimar o rendimento no

processo de desdobro de toras de Manilkara spp. e ajustar modelos para estimativa

do rendimento em madeira serrada e o volume de oco das toras.

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2. OBJETIVO GERAL

Estimar o rendimento em madeira serrada no desdobro de toras de Manilkara

spp. (Sapotaceae) em serraria no estado de Roraima.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Determinar o rendimento percentual das toras processadas;

Avaliar diferenças de rendimento entre as classes diamétricas;

Avaliar diferenças de rendimento entre as toras não ocadas e ocadas;

Quantificar o percentual de resíduos gerados;

Ajustar modelos para estimar o rendimento em madeira serrada no desdobro

das toras;

Ajustar modelos para estimar o volume do oco das toras;

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Desmatamento na Amazônia

A dinâmica de ocupação para uso alternativo do solo na Amazônia teve início

na década de 1970 e ganhou impulso até a década de 1980, com os incentivos

fiscais aprovados pela Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia

(SUDAM), para a implantação de fazendas de criação de gado (Mahar, 1979).

A atividade madeireira está intimamente relacionada ao desmatamento, pois é

com a retirada e comercialização da madeira presente nessa área que é possível

fomentar a implantação da pecuária para criação de gado bovino (Oliveira e Braz,

1994; Barros e Uhl, 1997).

A madeira oriunda de áreas de corte raso (desmatamento) é a principal fonte

de suprimento para atender à demanda do setor madeireiro, dificultando a

implantação do manejo florestal.

A figura 1 apresenta a evolução do desmatamento (em km2) ao longo dos

anos com os picos de queda e aumento das taxas. Esses picos estão diretamente

ligados a toda uma conjuntura política e econômica do país.

Figura 1. Evolução nas taxas (em km

2) de desmatamento na Amazônia Legal.

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, 2012.

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Fearnside (2005) explicou que a queda nos índices do desmatamento de

1987 até 1991 possivelmente tenha ocorrido em função da recessão econômica

brasileira. O autor também mencionou que o pico de desmatamento de 1995 foi

influenciado pela recuperação econômica que o Plano Real proporcionou ao país,

por meio do aumento na disponibilidade de capital e crédito agrícola. A queda nos

índices de desmatamento, em 1996 e 1997, possivelmente está relacionada com a

queda brusca do índice de inflação, como consequência lógica do Plano Real, que

fizeram com que os preços da terra atingissem o pico em 1995 e decréscimo de

quase 50% no final de 1997.

O aumento dos índices de desmatamento em 2002 pode ser atribuído em

partes pelo crescimento do mercado internacional de soja e, principalmente, de

carne bovina que, anteriormente, restringia-se ao mercado nacional devido à

ocorrência de febre aftosa (Alencar et al., 2004; Kaimowitz et al., 2004).

3.2 Exploração florestal convencional versus Manejo Florestal Sustentável

Na Amazônia, a exploração florestal ainda é realizada, na maioria dos casos,

de maneira convencional, ou seja, sem adoção de técnicas de manejo florestal

sustentável (Vidal et al., 1996; Amaral et al., 1998; Lentini et al., 2003; Sabogal et al.,

2006).

A exploração convencional danifica profundamente as florestas, causando a

exposição do solo, perda de biomassa, redução da cobertura florestal, deixando

muitas clareiras e árvores danificadas (Barreto et al., 1998), o que facilita a

incidência de incêndios (Cochrane et al.,1999).

A adoção do manejo florestal apresenta diversas vantagens em relação à

exploração florestal convencional, pois se caracteriza pela exploração florestal feita

com planejamento criterioso de suas atividades, buscando melhorar a produtividade

durante as operações, reduzindo os custos e os impactos ambientais à floresta

remanescente e ao solo (Putz et al., 1999; Holmes et al., 2000; Sabogal et al., 2000).

O manejo florestal contribui para a conservação florestal, mantendo a

estrutura e composição de espécies da floresta, assegurando a prestação de

serviços ambientais, como manutenção do ciclo hidrológico e seqüestro de carbono

(Amaral et al., 1998; Braz et al., 2005).

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Além disso, o manejo florestal sustentável leva em consideração os aspectos

sociais, econômicos e ambientais de forma a justificar o desenvolvimento

sustentável (Higuchi e Hummel, 1997; Gomes et al., 2004).

3.3 O setor madeireiro na Amazônia legal

A exploração madeireira é um dos principais usos da terra na Amazônia

(Arima e Veríssimo, 2002; Lentini et al., 2005) e com o surgimento da infra-estrutura

de transporte e melhoria dos valores de mercado possibilitaram a exploração

madeireira em aproximadamente 65% da Amazônia brasileira (Lentini et al., 2005).

A exploração comercial de madeira na Amazônia começou nas florestas de

várzea, ou matas ciliares, às margens do rio Amazonas e de seus principais

afluentes, no século XVII, com a extração de madeiras nobres como o mogno

(Swietenia macrophylla), cedro (Cedrela odorata) e a virola (Virola surinamensis),

que eram comercializadas para a Europa (Barros e Uhl, 1997; Lentini et al., 2005).

Na década de 1970, cerca de 80% da madeira extraída na Amazônia era

oriunda de florestas de várzea (Barros e Uhl, 1997). Contudo, em 2004, essa

produção despencou para menos de 5% (Lentini et al., 2005).

A escassez dos recursos madeireiros nas florestas de várzea fez com que o

eixo da exploração florestal migrasse (figura 2), buscando as florestas de terra firme,

concentradas no leste amazônico, ao longo da rodovia Belém-Brasília, a oeste do

estado do Pará (Arima e Veríssimo, 2002; Lentini et al., 2005; Schulze et al., 2008).

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Figura 2. Migração das madeireiras da Amazônia Legal. Fonte: Arima e Veríssimo, 2002.

A exploração madeireira em áreas de terra firme foi facilitada pelo

asfaltamento das primeiras rodovias nas bordas leste e sul da Amazônia brasileira.

Essa infraestrutura possibilitou condições favoráveis de transporte e mercado,

tornando a atividade madeireira ainda mais lucrativa e resolvendo o problema de

escassez nas florestas de várzea (Barros e Uhl, 1997).

Com isso, prósperos centros de exploração madeireira cresceram e se

espalharam ao longo dos estados do Pará, norte do Mato Grosso e Rondônia, sendo

o primeiro deles, o maior estado produtor de madeira na Amazônia, responsável por

45% da produção total, seguido do Mato Grosso com 33% e de Rondônia, com 15%

da produção. O Amazonas, embora possua a maior extensão da floresta amazônica,

participa apenas com 2% dessa produção. Os 5% remanescentes ficam a cargo dos

demais estados (Baitz et al., 2008).

Nos anos 90, o setor madeireiro no Pará contava com 783 empresas, seguido

do Mato Grosso com 860 empresas e de Rondônia com 509 empresas (Scholz,

2000). Um levantamento feito em 1998 por Lentini et al. (2003), identificou 72 pólos

madeireiros (tabela 1) em toda a região amazônica com cerca de 2.570 empresas

instaladas. Veríssimo e Lima (1998) e Veríssimo et al. (2001) levantaram um total de

2.533 madeireiras instaladas, quantidade próxima à indicada por Lentini et al.

(2003). Em 1998, essas empresas consumiram aproximadamente 28,3 milhões de

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metros cúbicos de madeira em tora que gerou uma receita de US$ 381 milhões

(Lentini et al., 2003). Em 2004, essa dinâmica na demanda por madeires tropicais

propiciou o aumento do número de pólos madeireiros que passou de 72 para 82,

proporcionando, consequëntemente, o incremento no número de madeireiras

instaladas que passou de 2.570 para 3.132 empresas (tabela 1), responsáveis pelo

consumo de 24,5 milhões de metros cúbicos de madeira em tora (cerca de 6,3

milhões de árvores), o que representou 80% da produção de madeira tropical do

Brasil (Lentini et al., 2005). Em 2009, houve uma redução no número de empresas

madeireiras, de 3.132 para 2.227 (tabela 3); e no consumo de madeira em tora, de

24,5 para 14,2 milhões de metros cúbicos.

Tabela 1. Evolução madeireira na Amazônia no período de 1998 a 2009 (Adaptado de Lentini et al., 2005 e Pereira et al., 2010).

Item 1998 2004 2009

Consumo de madeira em

tora (milhões m3/ano) 28,3 24,5 14,2

Produção de madeira

processada (milhões

m3/ano)

10,8 10,4 5,8

Rendimento médio do

processamento 38% 42% 41%

Número de pólos

madeireiros 72 82 71

Número de empresas 2.570 3.132 2.227

Empregos gerados 353.044 379.621 203.702

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Tabela 2. Quantidade de pólos madeireiros, número de indústrias, produção de madeira em tora e receita bruta da atividade madeireira na Amazônia Legal em 2009 (modificado de Pereira et al., 2010).

Estado Polos

madeireiros

Número de

indústrias

Consumo de toras

(milhares de m3)

Receita bruta

(US$ milhões)

Acre 1 24 422 91,4

Amapá 1 48 94 16,1

Amazonas 3 59 367 57,9

Maranhão 1 54 254 29,7

Mato Grosso 20 592 4.004 803,2

Pará 30 1.067 6.599 1.094,2

Rondônia 14 346 2.220 358,6

Roraima 1 37 188 31,5

Amazônia Legal 71 2.227 14.148 2.482,6

Na tabela 2 é possível observar que os estados do Pará, Mato Grosso e

Rondônia foram os maiores produtores de madeira em 2009, responsáveis por 91%

do total de madeira produzida na Amazônia.

Tabela 3. Número de indústrias madeireiras, por tipo, na Amazônia Legal em 2009 (modificado de Pereira et al., 2010).

Estado

Tipos de indústrias madeireiras

Micro-

serrarias

Serrarias

(Serras

de fita)

Laminadoras Fábricas de

compensado

Benefici

adoras Total

Acre - 16 3 - 5 24

Amapá 41 7 - - - 48

Amazonas 2 53 - - 4 59

Maranhão - 53 - 1 - 54

Mato Grosso 56 414 45 13 64 592

Pará 449 523 37 10 48 1.067

Rondônia 28 226 32 4 56 346

Roraima 5 27 2 - 3 37

Amazônia

Legal 581 1.319 119 28 180 2.227

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A figura 3 mostra as principais rodovias que funcionavam como eixo de

transporte para o escoamento da produção madeireira (BR 163, BR 364, Estuário,

BR 010, PA 150, BR 230) (Lentini et al., 2005).

Figura 3. Eixos de transporte e produção de madeira na Amazônia Legal. Fonte: Lentini et al., 2005.

Analisando o destino da madeira amazônica, entre 1998 e 2004, cerca de

86% da produção madeireira era voltada ao mercado nacional e 14% à exportação

(Veríssimo e Smeraldi, 1999) (figura 4). No entanto, a partir de 2004, com o

surgimento de novas empresas, câmbio favorável e o crescente aumento da

demanda por madeiras tropicais, criaram um cenário positivo para as exportações,

que se intensificaram, saltando de 14% para 36% (3,7 milhões de m3), o que gerou

uma receita anual de US$ 943 milhões (Lentini et al., 2005). Em 2009, o consumo de

madeira no mercado nacional foi de 79% do total produzido e 21% foram destinados

ao mercado externo (figura 4). A receita estimada com a produção de 2009 para

todos os estados da Amazônia Legal foi de aproximadamente US$ 2,5 bilhões

(Pereira et al., 2010).

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Figura 4. Destino da madeira amazônica nos anos 1998, 2004 e 2009. Fonte: Lentini et al., 2003; Lentini et al., 2005; Hummel et al., 2010.

Os principais países importadores dos produtos madeireiros da Amazônia

legal foram a União Européia, que representou 41% (US$ 418 milhões) do total de

exportações, seguido dos Estados Unidos, com 31% (US$ 313 milhões) e, da China,

com 15% (US$ 154 milhões) (Baitz et al., 2008). A tendência tem alcançado novos

mercados consumidores como a França e Japão (Scholz, 2000).

3.4 Serrarias e o desdobro de toras na Amazônia

Serraria é o local onde toras são armazenadas e desdobradas em madeira

serrada, sendo posteriormente estocadas por um determinado período para

secagem (Rocha, 1999).

O desdobro é a processamento das toras na serraria para conversão em

madeira serrada e é dividido em duas partes: desdobro primário e secundário. O

desdobro primário ocorre no momento em que a tora passa pela serra de fita vertical

e é transformada em pranchões, blocos e semi-blocos, e o processamento destes

em serras circulares, pelas refiladeiras (canteadeiras) e destopadeiras, consiste no

desdobro secundário, gerando como resíduo o pó-de-serragem, costaneiras e

aparas.

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Na Amazônia, as serrarias utilizam o desdobro convencional das toras, que

consiste, na maioria das vezes, em um sistema de corte tangencial em sanduíche,

no qual a tora é fatiada, tentando obter o maior número de peças (Murara Jr. et al.,

2005).

O operador é quem visualiza todas as alternativas para tomada de decisão de

como serão feitos os cortes durante o desdobro da tora, tentando obter um nível

ótimo de aproveitamento das toras (Leite, 1994).

3.5 Rendimento no desdobro de toras

A indústria madeireira dos estados da Amazônia legal consumiu em 2009,

14,2 milhões de metros cúbicos em toras, que resultaram em 5,8 milhões de metros

cúbicos de madeira serrada, o que representou um rendimento médio de 41%. Dos

estados, o Acre foi o que mais se destacou apresentando o melhor aproveitamento

da matéria-prima comparado aos demais (tabela 4), com rendimento de 45,7%,

seguido do Mato Grosso com 44,8%, Amapá com 43,6%, Roraima com 37,2% e

Maranhão com 35,4%, apresentando o pior desempenho na atividade (Pereira et al.,

2010).

Tabela 4. Produção de madeira processada da Amazônia Legal em 2009 (Adaptado de Pereira et al.,

2010).

Estado Produção

processada (milhares de m

3)

Madeira serrada

Produtos beneficiados

Laminados e compensados

Rendimento do processamento

(%)

Produção processada (%)

Acre 193 23 22 55 45,7

Amapá 41 88 12 - 43,6

Amazonas 144 86 14 - 39,2

Maranhão 90 85 - 15 35,4

Mato Grosso 1.795 67 21 12 44,8

Pará 2.550 80 8 12 38,6

Rondônia 925 64 23 13 41,7

Roraima 70 68 20 12 37,2

Amazônia Legal 5.808 72 15 13 41,1

A determinação do rendimento no desdobro de toras é feito por meio da razão

entre o volume de madeira serrada (m3) e o volume da tora (m3), em porcentagem

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(Gomide, 1974; Tuset e Duran, 1979; Rocha, 1999; Brand et al., 2002; Oliveira et al.,

2003; Latorraca, 2004; Batista e Carvalho, 2007), sendo influenciado principalmente

pelo diâmetro, volume da tora, conicidade, qualidade da tora (presença de

rachaduras, podridão e oco), tomada de decisões pelo operador durante o desdobro

(Steele, 1984; Biasi e Rocha, 2006) e pelos produtos gerados (Souza et al., 2007).

As toras com maiores diâmetros tendem a proporcionar maiores rendimentos,

uma vez que o volume de madeira perdido com costaneiras e aparas é menor em

porcentagem em relação ao volume das toras (Wade et al., 1992). Gerwing et al.

(2001) acreditam que esse volume perdido pode ser diminuído por meio da adoção

de técnicas e procedimentos simples como o armazenamento das toras, o uso de

equipamentos com melhor manutenção, treinamento de mão-de-obra e o

desenvolvimento de novos produtos, o que pode aumentar o rendimento da matéria-

prima em até 12%.

Batista e Carvalho (2007) avaliaram o rendimento de espécies em uma

serraria de pequeno porte em Santanésia-RJ, que apresentou um bom desempenho

(tabela 5), sendo o rendimento médio em madeira serrada similar às demais

serrarias nacionais.

Tabela 5. Rendimento médio em madeira serrada (modificado de Batista e Carvalho et al., 2007).

Variáveis Média Desvio Padrão CV%

Volume serrado/tora (m³) 0,035 0,014 39,84

Volume por tora(m³) 0,078 0,028 35,83

Rendimento (%) 44,86 5,36 12,11

Brand et al. (2002), trabalhando com dados da empresa Battistella em Santa

Catarina, observaram diversas etapas do processo produtivo, e encontraram os

menores valores para o rendimento das atividades de desdobro 34,87%, abaixo de

valores encontrados na literatura para a mesma atividade com coníferas. Segundo

Gomide (1974), um rendimento de 55 a 65% em coníferas é considerado normal, em

folhosas esse mesmo rendimento varia entre 45 e 55%, pelo fato das coníferas

apresentarem tronco menos tortuoso, com menos defeitos e o alburno é sempre

utilizável.

Em um estudo pioneiro realizado por Iwakiri (1990) o rendimento médio do

desdobro das toras obtido foi de 41,9 a 61,8% para 20 espécies de madeira tropical.

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Em outro estudo com 15 espécies tropicais da Amazônia (tabela 6), avaliando três

serrarias do município de Jarú no estado de Rondônia, Oliveira et al. (2003)

obtiveram um rendimento médio do desdobro das toras de 49,28% com amplitude

de 28,04 a 72,02%, sendo as espécies com maior rendimento: garrote (72,20%),

freijó (69,08%) e cedro (66,09%); e as espécies com menores rendimentos: jitó

(28,04%), roxinho (34,85%) e cabriúva (34,86%).

Tabela 6. Rendimento do desdobro de toras em três serrarias do município de Jaru, RO, para diversas espécies florestais, média de 3 serrarias (modificado de Oliveira et al., 2003).

Espécies Volume da tora (m3) Volume de

madeira serrada

(m3)

Rendimento do

desdobro (%)

Angelim 2,1 1,18 49,50

Cabriúva 0,93 0,43 34,86

Caixeta 0,67 0,45 50,99

Cedro 1,01 0,91 66,09

Cerejeira 1,70 1,02 53,70

Cumaru 1,42 1,04 62,01

Freijó 1,16 1,02 69,08

Garapa 1,89 1,10 48,96

Garrote 1,37 1,09 72,20

Ipê 1,15 0,69 45,17

Jatobá 3,30 1,67 41,57

Jitó 1,32 0,44 28,04

Muiracatiara 1,24 0,78 47,94

Roxinho 1,47 0,84 34,85

Sucupira 1,15 0,64 39,29

Média Geral 1,15 0,64 49,28

Com o objetivo de caracterizar os resíduos de uma indústria madeireira no

município de Mojú, estado do Pará, Nascimento et al. (2006) observaram rendimento

médio de 36,50% com amplitude de 32,30 a 41,20% em toras de madeira de três

espécies nativas muiracatiará, maçaranduba e Guajará (tabela 7). O rendimento do

desdobro de toras das espécies angelim-pedra (Hymenolobyum heterocarpum,

Hymenolobyum nitidum), guariúba (Clarisia racemosa), louro-gamela (Nectandra

rubra), louro-itaúba (Mezilaurus sinandra, Mezilaurus duckei) e louro-preto (Ocotea

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fragentissima), na empresa Mil Madeireira (Itacoatira-Amazonas) mostraram-se

abaixo de 40% (Benchimol, 1996 apud Souza, 2006).

Tabela 7. Volume total de madeira serrada e resíduo (adaptado de Nascimento et al., 2006).

Espécie Tora Serrado Resíduo % Rendimento

serrado

%

Resíduos

Volume (m3)

Muiracatiará 7,24 2,34 4,90 32,3 67,68

Maçaranduba 8,11 3,34 4,77 41,2 58,82

Guajará 5,94 2,09 3,85 35,2 64,81

Total 21,29 7,77 13,52 36,50 63,50

Biasi e Rocha (2002), em um estudo do rendimento e da produção de

resíduos de três espécies da Amazônia, não encontraram diferença significativa no

rendimento das espécies entre as classes diamétricas, apenas itaúba obteve maior

geração de resíduos em relação às demais (tabela 8). Observou-se ainda que o

diâmetro médio, o grau de conicidade das toras e a densidade básica não tiveram

qualquer influência direta sobre o rendimento.

Tabela 8. Rendimento médio em madeira serrada e volume total de resíduos, para 4 classes de

diâmetro de três espécies tropicais (adaptado de Biasi e Rocha, 2007).

Classe diâmetro

(cm) Rendimento médio (%) Volume de resíduos (%)

cedrinho cambara itaúba cedrinho cambara itaúba

31,0-40,0 57,30 a 59,18 a 49,73 a 42,70 40,82 50,27

41,0-51,0 60,52 a 62,69 a 59,56 a 39,48 37,31 43,44

51,0-60,0 62,40 a 63,37 a 57,21 a 37,60 36,63 42,79

61,0-70,0 59,12 a 65,29 a 52,13 a 40,88 34,71 47,87

Média geral 59,83 62,63 53,90 40,17 37,37 46,10

Souza (2006) avaliou em um assentamento rural Cristo Rei do Uatumã, no

município de Presidente Figueiredo, AM o rendimento de cinco espécies tropicais:

cardeiro (Scleronema micranthum), louro-faia (Roupala montana), castanha-

sapucaia (Lecythis paraensis), cupiúba (Goupia glabra), mandioqueira (Qualea

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homosepala) com a utilização de uma serraria móvel da marca Lucas Mill. Os

resultados estão na tabela 9.

Tabela 9. Médias do rendimento de madeira serrada das 5 espécies estudadas (adaptado de Souza,

2006).

Espécie RMS (%)

Castanha-sapucaia 50,81

Mandioqueira 49,82

Cupiúba 43,74

Louro Faia 42,91

Cardeiro 38,53

Média 45,16

3.6 Resíduos gerados na atividade madeireira

A atividade madeireira envolve uma complexa cadeia produtiva desde a

extração das árvores na exploração florestal até a indústria no momento do

desdobro na serraria. Consequentemente, em todas essas etapas são geradas

grandes quantidades de resíduos que são geralmente descartados.

Resíduo é tudo aquilo que sobra de um processo de produção industrial ou

exploração florestal. Cerca de 50 a 70% do volume de madeira em tora consumida

na serraria é transformada em resíduos (Fontes, 1994).

Os resíduos podem ser classificados em (Fontes, 1994):

a) serragem: resíduo gerado na operação de serras fita e serras circulares,

durante o desdobro das toras.

b) lenha: resíduo de maiores dimensões também gerado pelas serras durante

o desdobro, composto por costaneiras, aparas e refilos.

Segundo pesquisa realizada pelo Imazon e SFB (2010), a indústria madeireira

produziu um volume de resíduos de 8,3 milhões de metros cúbicos, sendo desse

total, 19% convertidos em carvão vegetal, 18% para fabricação de tijolos e telhas de

barro em olarias, 14% para geração de energia para caldeiras e estufas de secagem

e os 24% restantes foram aproveitados como aterros, adubo, lenha, queimados ou

abandonados como entulho (figura 5).

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Figura 5. Principais usos dos resíduos de madeira em indústrias madeireiras da Amazônia Legal em 2009. Fonte: SFB e Imazon, 2010.

3.7 Métodos de cubagem rigorosa

A cubagem é o método direto de estimação do volume que consiste na medição

sucessiva de diâmetros ao longo da tora, dividindo-o em seções (Belchior, 1996).

Entretanto, a cubagem não é uma atividade fácil, pois as toras possuem seções

transversais e perfil irregular (Sternadt, 2001). Por isso deve-se buscar medir o

diâmetro com bastante precisão para minimizar erros na estimativa do volume da

tora.

Existem vários métodos para cubagem como Smalian, Francon, Huber, Newton

ou Cavalieri, Hohenald. Segundo Machado e Figueiredo Filho (2006), no Brasil, a

fórmula de Smalian tem sido tradicionalmente a mais usada nos levantamentos

florestais, normalmente empregando-se seções curtas de até 2 m de altura e seções

de 1 ou 2 metros no restante do tronco, esse procedimento é adotado mais pela

praticidade que por questões de acuracidade.

Figueiredo Filho et al. (2000) utilizaram o xilômetro construído por Machado e

Nadolny (1991) para testar a exatidão de três fórmulas tradicionais de cubagem

(Smalian, Huber e Newton) e três métodos recentes (Spline Cúbica, Centróide e

sobreposição de seções de Bailey) para estimativa de volume de toras e concluíram

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que o método de Huber é o mais exato dos seis procedimentos de cubagem

analisados e deveria ser utilizado em todas as circunstâncias.

Em seus trabalhos, Manassés e Peichl (1986) e Husch et al. (1972), também

concluíram que o volume calculado pelo método de Huber, que mede apenas o

diâmetro no meio da tora, tende a ter maior exatidão, quando a forma do tronco se

aproximar de um cilindro. Ao contrário, se o tronco tiver formato cônico ou tender a

um neilóide, os erros no cálculo do volume serão consideráveis.

3.8 Modelagem para rendimento em serrarias

A modelagem é uma ferramenta de grande importância na área florestal,

sendo desenvolvida e utilizada para realizar previsões de produtividade florestal,

estimativas hipsométricas, volumétricas e de biomassa (Higuchi et al., 1985; Oliveira,

1988; Guimarães, 1994; Higuchi et al., 1994; Lima et al., 1996; Santos, 1996;

Scolforo, 1997; Higuchi et al., 1998; Scolforo, 1998; Veiga et al., 1998; Azevedo et

al., 1999; Abreu, 2000; Batista et al., 2001; Barros et al., 2002; Caldeira et al., 2002;

Silva et al., 2004; Eisfeld et al., 2005; Valério et al., 2007).

Porém, existem poucos estudos aplicados à modelagem para estimativa do

rendimento do desdobro de toras em serrarias: Schroeder e Hanks, 1967; Schroeder

et al., 1968; Adams e Dunmire, 1977; SUDAM, 1981; Yaussey, 1983; Iwakiri, 1990;

Leite, 1994; Abreu, 2000; Barchet, 2002; Souza et al., 2007 e Valério et al., 2009.

Apesar de reconhecida a importância do uso de modelos matemáticos no

processamento industrial para previsão do rendimento e do volume de resíduos

gerados no desdobro e desenrolo de madeira, eles ainda têm sido pouco utilizados

no Brasil.

Nesse contexto, o uso de modelos para estimativa do rendimento de serrarias

pode gerar informações importantes para a composição de modelos e a formação de

sistemas para se conhecer o rendimento futuro de uma floresta em termos de

volume de produto final, proporcionando estratégias mais ousadas e seguras, com

vistas aos mercados de tais produtos (Souza et al., 2007).

Para se desenvolver uma equação de regressão linear deve-se primeiramente

representar as variáveis envolvidas graficamente. A representação gráfica não é

problema quando se tem apenas uma variável independente. Para duas variáveis

independentes (chamadas de X1 e X2), é possível representar a variável

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dependente (Y) em função de X1 para diferentes níveis de X2. Se há mais do que

duas variáveis independentes, o procedimento torna-se mais complicado. O usual é

a representação gráfica para cada variável independente esperando identificar

alguma tendência global, ou então, representar pares de variáveis independentes,

na tentativa de identificar algumas interações entre as variáveis (Freese, 1964).

Pode-se utilizar como alternativa uma matriz de correlação de Pearson, uma

representação tabular dos coeficientes de correlação entre as variáveis envolvidas

no estudo e a determinação da variável mais importante para compor o modelo

matemático será aquela que apresentar o maior coeficiente de correlação (Draper e

Smith, 1980). O primeiro critério é que para desenvolver uma equação com

propósito de obtenção de estimativas é desejável que a ela inclua-se o máximo de

variáveis independentes quanto for possível.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Área de estudo

Esse estudo foi desenvolvido na serraria RR Madeiras, situada no município

de Rorainópolis, sul do estado de Roraima, distante cerca de 450 km de Manaus-

AM. As coordenadas geográficas da madeireira são: 00°35'37,90134'' latitude N e

60º27'46,05369'' longitude W (figura 6). A área explorada para retirada das toras

caracteriza-se por possuir relevo variando de plano a ondulado com vegetação

predominante considerada como Floresta Ombrófila Densa (PROJETO

RADAMBRASIL, 1975) em área de terra firme. O clima na região é classificado

como Ami (tropical chuvoso com pequeno período de seca) com precipitação média

anual entre 1.700 mm a 2.000 mm. O período chuvoso ocorre com maior frequência

de abril a agosto, precipitação mensal superior a 100 mm. A partir de setembro há

uma sensível redução, com período seco ocorrendo mais frequentemente de

novembro a março com temperatura média anual de 270C.

Figura 6. Localização da área de estudo em empresa madeireira no município de Rorainópolis, Roraima.

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4.2 Descrição da espécie

A maçaranduba (Manilkara spp.) é da família Sapotaceae, também conhecida

vulgarmente como aparaiú, maparajuba-de-várzea, maçaranduba-de-leite,

maçarandubinha, maparajuba, paraju, parajuba, bulle wood e balata (Souza et al.,

2002). A espécie possui alta densidade específica (1,27 g/cm3) e tem ocorrência

generalizada em toda a região amazônica, em florestas de terra firme, planalto e

flanco (Hirai et al., 2008), sendo encontrada desde o nordeste do estado do

Maranhão ao Suriname, e das proximidades do Atlântico ao estado de Roraima

(Serra Grande e Caracaraí), Rondônia (comum em Porto Velho) e Amapá (Serra do

Navio), e nos arredores de Belém (Loureiro e Silva, 1968). A Maçaranduba é

encontrada em florestas de terra firme com até 700 m de altitude (Pennington,

1990).

Figura 7. Tora de maçaranduba no pátio da serraria onde foi realizado o estudo. Fonte: Filipe Eduardo Danielli, 2012.

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4.3 Descrição da serraria

A serraria onde foi desenvolvido o estudo é representativa das demais que

processam madeira na Amazônia. É constituída basicamente por um pátio com

espaço reservado para a estocagem das toras e da madeira serrada; setor de

maquinário, onde está disposto o layout das máquinas da serraria; setor de afiação

das serras de fita e serras circulares.

Os equipamentos que compõem o desdobro primário das toras são a serra de

fita simples, com volante superior raiado e inferior maciço com diâmetro de 1,80 m,

onde é definida a espessura da peça, e carro transportador de toras pneumático. O

desdobro secundário é realizado durante a operação dos seguintes equipamentos:

uma serra circular múltipla e duas serras circulares simples, para a operação de

refilagem ou canteagem, que definem a largura das peças; e uma serra circular

destopadeira pendular, para o destopo, que define o comprimento final das peças.

As etapas do processo de desdobro de toras é ilustrado na figura 8.

Figura 8. Sequência de operações no processo de desdobro de toras na serraria estudada.

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4.4 Coleta de dados

4.4.1 Obtenção e seleção das toras

As toras foram obtidas de árvores oriundas de áreas de desmatamento

legalizado para uso alternativo do solo e apresentaram amplitude de variação nos

diâmetros entre 31 e 90,5 cm e comprimentos entre 4 e 11 m.

Foram selecionadas 71 toras aleatoriamente no pátio da empresa, sendo 40

toras não-ocadas e 31 toras ocadas, correspondendo a uma amostra significativa

para a maçaranduba. Em seguida, as toras foram marcadas e cada uma recebeu um

número (figura 9).

Figura 9. Procedimento de marcação das toras com número na sequência do desdobro. Fonte: Filipe Eduardo Danielli (2012).

Após a marcação, as toras foram agrupadas em classes diamétricas, levando

em consideração o diâmetro da ponta fina (dpf), como apresentado na tabela 10.

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Tabela 10. Quantidade, diâmetro médio e comprimento médio das toras agrupadas por classes de

diâmetro.

Classes

Intervalo de diâmetro na ponta fina da

tora (cm)

Número de toras (n)

Diâmetro médio (cm)

Comprimento médio (m)

1 30<39,9 9 36,26 5,11

2 40<49,9 15 44,08 7,10

3 50<59,9 21 55,12 6,76

4 60<69,9 13 63,79 7,62

5 70<79,9 7 74,18 6,64

6 >80 6 86,88 6,67

Para estabelecer o número de classes de diâmetro necessárias para agrupar

as toras, aplicou-se a fórmula de Sturges (Angelini e Milone, 1993), muito utilizada

para definição da quantidade de número de classes para um conjunto de dados

(Machado e Figueiredo Filho, 2003; Valério et al., 2007; Valério et al., 2009). A

fórmula 1 é dada por:

NC= 1 + 1,4427 Ln(n) (1)

Onde:

NC= Número de classes

Ln= Logaritmo natural

n= Número de observações (toras)

4.4.2 Variáveis envolvidas

As variáveis dendrométricas coletadas foram: o diâmetro da ponta fina da tora

(Dpf), comprimento da tora (L), diâmetro do oco (Do). Também foram utilizadas outras

variáveis, calculadas a partir das variáveis dendrométricas: volume da tora com

casca (Vt), volume de madeira serrada (Vms), volume do oco (Vo) e rendimento

percentual (R%).

Todas as variáveis foram mensuradas com auxílio de suta diamétrica, trena

métrica e paquímetro digital.

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4.4.3 Cubagem das toras

Para calcular o volume de cada tora com casca foi feito a marcação das

secções, a cada um metro e, com o auxílio da suta diamétrica, foi realizada a coleta

de duas medidas de diâmetro e tirado a média para cada marcação das seções

(figura 10).

Figura 10. Coleta do diâmetro das secções da tora para procedimento de cubagem rigorosa pelo método de Smalian. Fonte: Bruno Oliva Gimenez (2012).

Em seguida, foi feita a cubagem rigorosa de cada tora, utilizando-se o método

de Smalian pela fórmula 2:

(2)

Onde:

Vt= volume da tora com casca (m³); D1= diâmetro da seção 1 (cm);

D2= diâmetro da seção 2 (cm); Dn= diâmetro da seção n (cm);

L= comprimento da seção (m);

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A cubagem para o cálculo do volume das toras ocas foi realizada

normalmente pelo método de Smalian sem descontar o oco, de acordo com a

fórmula anteriormente descrita. No entanto, foi necessária a cubagem para o cálculo

do volume real do oco, usado para o ajuste dos modelos matemáticos. Para isso,

com o auxílio de trena métrica, foi mensurado o comprimento do oco da tora e tirada

a média de duas medidas perpendiculares do diâmetro do oco no início (Di) e no

final (Df) de cada extremidade da tora, conforme ilustrado na figura 11.

Figura 11. Coleta do diâmetro médio no início e no fim de cada extremidade da tora para

cubagem do volume de oco.

Sendo:

(3) (4)

Em seguida foi realizada a cubagem do volume do oco por meio da fórmula 5:

(5)

Onde:

Vo= volume do oco (m³);

Di= diâmetro médio do oco da ponta fina da tora (cm);

Df= diâmetro médio do oco da ponta grossa da tora (cm);

L= Comprimento do oco (m);

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4.4.4 Volume de madeira serrada

Após o desdobro, todas as peças geradas de cada tora foram separadas e

cada peça teve suas dimensões medidas, com auxílio de paquímetro digital e trena

métrica, para o cálculo do volume individual (figura 12), utilizando a fórmula 6:

(6)

Onde:

=volume individual da peça (m³);

= largura da peça (cm);

= espessura da peça (cm);

= comprimento da peça (m);

Figura 12. Medição das dimensões de cada peça para o cálculo do volume individual.

Fonte: Criscian Kellen Amaro de Oliveira (2012).

Em seguida, foi calculado o volume de madeira serrada de cada tora,

somando o volume das peças, utilizando a fórmula 7:

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(7)

Onde:

=volume em madeira serrada (m³);

= somatório do volume individual das peças (m³);

4.5 Determinação do rendimento (%)

A determinação do rendimento no desdobro das toras foi realizada por meio

da razão entre o volume de madeira serrada e o volume de toras processadas, dado

pela fórmula 8 (Gomide, 1974; Tuset e Duran, 1979; Rocha, 1999; Brand et al.,

2002; Oliveira et al., 2003; Latorraca, 2004; Batista e Carvalho, 2007):

(8)

Onde:

R(%)= rendimento percentual;

Vms= volume em madeira serrada (m³);

Vt= volume com casca da tora (m³);

4.6 Volume de resíduos gerados

O volume de resíduos (%) gerado no desdobro das toras foi calculado

conforme a fórmula 9:

(9)

Onde:

VR(%) = volume de resíduos percentual; R(%) = rendimento percentual;

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4.7 Análise estatística

Foi aplicado o teste de Bartlett a 95% de probabilidade para verificar a

homogeneidade das variâncias do rendimento entre as classes diamétricas,

atendendo ao preceito da homocedasticidade, que permitiu a realização da análise

de variância.

Para verificar se havia diferença estatística do rendimento (%) entre as

classes diamétricas, foi feita uma análise de variância (ANOVA) com número de

repetições diferente para cada classe de diâmetro (tabela 10), caracterizando dados

desbalanceados, conforme metodologia utilizada por Dobner Jr. et al. (2012).

Foi utilizado o teste Tukey a 95% de probabilidade para discriminar as

diferenças entre as médias dos tratamentos. Foram utilizadas letras iguais para as

médias que não apresentaram diferença estatística entre si e letras diferentes para

as médias que apresentaram diferença estatística.

Foi realizado o teste t de Student a 95% de probabilidade para verificar se

havia diferença estatística do rendimento (%) entre toras ocadas e não-ocadas,

As análises estatísticas foram obtidas por meio da utilização do software

Excel 2007 e dos programas estatísticos Minitab 16 e Systat 12.

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4.8 Modelos ajustados

4.8.1 Modelos para estimativa do rendimento em madeira serrada

Por meio de análise de regressão utilizando o método dos mínimos

quadrados, foram testados 12 modelos, sendo 7 modelos lineares e 5 não-lineares,

apresentados na tabela 11.

Tabela 11. Modelos testados para estimar o rendimento de madeira serrada no desdobro de toras de Manilkara spp.

Número Modelo Fonte

1 R= B0+B1*Dpf + ɛ -

2 R=B0+B1*Dpf2 + ɛ -

3 R=B0+B1*Dpf+B2*L + ɛ Valério et al. (2009)

4 R=B0+B1*Dpf2+B2*L

2 + ɛ -

5 R=B0+B1*(Dpf2*L) + ɛ -

6 R=B0*DpfB1 + ɛ Valério et al. (2009)

7 R=B0*DpfB1*LB2 + ɛ Valério et al. (2009)

8 R=B0*(Dpf2*L)B1 + ɛ -

9 R=B0*DpfB1*VtB2 + ɛ -

10 R=B0*VtB1 + ɛ -

11 R=B0+B1*Vt + ɛ Valério et al. (2009)

12 R=B0+B1*Vt+B2*Dpf + ɛ -

R: rendimento (m3); Dpf: diâmetro da ponta fina da tora (cm); L: comprimento da tora (m); Vt: volume

da tora com casca (m3); B0, B1 e B2: coeficientes da regressão e ɛ: erro aleatório.

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4.8.2 Modelos para estimativa do volume de oco

Por meio de análise de regressão utilizando o método dos mínimos

quadrados, foram testados 12 modelos, sendo 8 modelos lineares e 4 não-lineares,

apresentados na tabela 12.

Tabela 12. Modelos testados para estimar o volume do oco das toras de Manilkara spp.

Número Modelo Fonte

1 Vo= B0+B1*Dpf + ɛ -

2 Vo = B0+B1*Do + ɛ -

3 Vo = B0+B1*Do +B2*L + ɛ -

4 Vo =B0+B1*Dpf+B2*Do + ɛ -

5 Vo =B0+B1*Dpf+B2*Do+B3*L + ɛ -

6 Vo=B0+B1*(Do*L) + ɛ -

7 Vo=B0+B1*(Do*Dpf) + ɛ -

8 Vo=B0+B1*Vt + ɛ -

9 Vo=B0*VtB1 + ɛ -

10 Vo=B0*DoB1 + ɛ -

11 Vo=B0*DpfB1*Do

B2 + ɛ -

12 Vo=B0*DoB1*(Dpf*Do)

B2 + ɛ -

Vo: volume do oco da tora (m3); Dpf: diâmetro da ponta fina da tora (cm); Do=diâmetro do oco da tora

(cm); L: comprimento da tora (m); Vt: volume da tora com casca (m3); B0, B1, B2 e B3: coeficientes da

regressão e ɛ: erro aleatório.

4.8.3 Correlação de Pearson

Foi realizado o teste de correlação de Pearson para verificar a correlação

entre as variáveis envolvidas nos modelos testados. Também foi verificado se as

variáveis independentes estavam correlacionadas entre si, caracterizando o efeito

da multicolinearidade (Belsley, 1980; Graham, 2003). Um dos pressupostos da

regressão diz que deve haver baixa correlação entre as variáveis independentes

utilizadas nos modelos (Magnusson e Mourão, 2003; Gotelli e Ellison, 2011).

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4.8.4 Seleção dos modelos

A seleção do melhor modelo foi feita levando em consideração critérios

estatísticos que indicam a qualidade do modelo, com maiores valores de coeficiente

de determinação (R2ajust), menores valores de erro padrão da estimativa (Syx) e

distribuição homogênea dos resíduos (Draper e Smith, 1966; Belsley, 1980; Santos,

1996):

Coeficiente de determinação ajustado (R2ajust)

(10)

Onde:

R2= coeficiente de determinação;

k= número de coeficientes;

n= número de observações (toras);

Erro padrão da estimativa (Syx)

(11)

Onde:

y= volume de madeira serrada observado da tora (m³);

yest= volume de madeira serrada estimado da tora (m³);

n= número de toras amostradas;

k= número de coeficientes;

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Erro padrão da estimativa percentual (Syx%)

(12)

Onde:

Sxy= erro padrão da estimativa (m³);

x= média da população;

Distribuição de resíduos

(13)

Onde:

Vest= volume estimado de madeira serrada (m³);

Vobs= volume observado de madeira serrada (m³);

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Estatística dos dados

Foram cubadas rigorosamente 71 toras de Manilkara huberi, das quais 40

toras não-ocadas e 31 ocadas. O volume total de toras foi de 142,02 m3, com média

de 2 m3 por tora e o volume total de madeira serrada foi de 45,06 m3, com média de

0,63 m3 por tora.

Observa-se na tabela 13 as estatísticas das variáveis envolvidas dos

indivíduos amostrados na serraria.

Tabela 13. Média (x), desvio-padrão (s), valores mínimo (Mín) e máximo (Máx) do conjunto de

indivíduos amostrados na serraria em Rorainópolis (RR).

Variável x s Mín Máx

Dpf 56,55 14,60 31 90,5

Do 12,82 16,48 13 59

L 6,76 1,54 4 11

Vt 2 1,04 0,37 4,5

Vo 0,23 0,38 0,08 1,75

Vms 0,63 0,45 0,06 2,33

R 30,09 11,66 11,54 59,61

Onde: Dpf=diâmetro da ponta fina (cm); Do=diâmetro do oco (cm); L=comprimento da tora (m); Vt=volume da tora com casca (m

3); Vo=volume do oco (m

3); Vms= volume de madeira serrada (m

3) e

R=rendimento percentual (%).

Analisando a figura 13 é possível observar que a distribuição de frequência

dos indivíduos é similar à distribuição normal, também encontrada por Hirai et al.

(2008). Constata-se que a distribuição em classes de diâmetro do conjunto de dados

mostra uma maior concentração de indivíduos nas classes 2 (40<49,9), 3 (50<59,9)

e 4 (60<69,9), representando 70% do total de indivíduos amostrados. O maior

número de indivíduos pertence à classe 3 (50<59,9cm), com 21 indivíduos (30%) e o

menor pertence à classe 6 (>80cm), com 6 indivíduos (8,45%).

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Figura 13. Distribuição de frequência de indivíduos (toras) distribuídos por classes de diâmetro.

Esse desbalanceamento dos dados pode aumentar a variância, podendo

ocasionar problemas no ajuste dos modelos testados. As toras de menor diâmetro,

normalmente, apresentam pouca variação em volume, tendendo a ser maior em

toras de maiores diâmetros o que pode levar a uma diminuição na homogeneidade

dos dados. Cunia (1964) demostrou que a variância do volume possui uma relação

crescente com o diâmetro. Silva e Carvalho (1984) recomendaram a coleta de um

número balanceado de indivíduos nas classes de diâmetro de maneira a melhorar as

estimativas geradas pelos modelos testados.

5.2 Rendimento no desdobro das toras de Manilkara spp.

Na tabela 14 são apresentados os resultados, com os valores médios do

volume de toras, volume de madeira serrada e rendimento médio, obtidos para as 6

classes diamétricas estudadas.

O rendimento médio encontrado para o desdobro de toras de Manilkara spp.

na serraria foi de 30,1%, variando de 11,5 a 59,6% entre as toras e 20,12 a 36,20%,

entre as classes amostradas.

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Tabela 14. Resultados obtidos para o desdobro de toras em diferentes classes diamétricas.

Classes

Intervalo de diâmetro na ponta fina da

tora (cm)

Número de toras (n)

Volume de toras (m3)

Volume de madeira serrada

(m3)

Rendimento médio

(%)

1 30<39,9 9 0,57 0,11 20,12 a

2 40<49,9 15 1,24 0,37 28,85 a

3 50<59,9 21 1,87 0,59 31,51 a

4 60<69,9 13 2,56 0,85 32,81 a

5 70<79,9 7 3,11 1,11 36,20 a

6 >80 6 3,99 1,21 30,13 a

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 95% de probabilidade.

O teste de Bartlett feito sobre os valores da variável rendimento, para testar a

homogeneidade das variâncias entre as classes diamétricas, a 95% de

probabilidade, revelou haver homogeneidade de variâncias dos dados (p=0,534).

Os resultados apresentados na tabela 14 indicam que não houve diferença

significativa do rendimento entre as classes de diâmetro (p=0,078). Outros autores,

estudando o rendimento de espécies amazônicas em serraria, também não

encontraram diferença estatística no rendimento entre as classes diamétricas

(Iwakiri, 1990; Biasi e Rocha, 2002).

Mesmo não havendo diferença estatística, é possível observar que a classe 1

foi a que apresentou o menor rendimento entre as demais (20,12%) e a classe 5, o

maior rendimento (36,20%). Essa diferença de aproximadamente 16% entre a classe

1 e classe 5 é considerada muito importante dentro de uma escala de produção,

tanto na redução dos custos de produção (Marchesan, 2012), como na redução dos

resíduos gerados pela serraria, que, como prática habitual na região em estudo,

quase não são aproveitados (Biasi e Rocha, 2002).

Pode-se observar que, mesmo existindo uma amplitude diamétrica de mais de

40 cm entre as classes 2 e 6, a diferença entre elas foi muito pequena, variando de

28,85% (classe 2) a 30,13% (classe 6), perfazendo uma diferença de 1,28%.

A classe 1 não apresentou toras ocadas, fazendo com que o menor

rendimento encontrado nessa classe seja atribuído aos pequenos diâmetros das

toras, o que é considerado normal, uma vez que o volume perdido com costaneiras

é maior nas classes diamétricas menores, pois representa maior porcentagem em

relação aos seus volumes (Wade et al., 1992; Rocha, 2000).

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A tabela 14 mostra ainda que o volume das toras aumentou de acordo com a

classe diamétrica, ocorrendo o mesmo aumento com o volume de madeira serrada.

Wade et al., (1992) também encontraram essa relação diretamente proporcional

entre diâmetro, volume da tora e volume de madeira serrada.

Na figura 14 pode-se observar que a maçaranduba apresentou uma tendência

de aumento do rendimento com o aumento do diâmetro até a classe 5, que

correspondeu à classe de máximo rendimento total entre as classes estudadas.

Entretanto, na classe 6, houve um decréscimo no rendimento, ficando este abaixo

das classes 3, 4 e 5. Consequentemente, a redução do rendimento na classe 6

implicou um menor aproveitamento das toras, gerando maior quantidade de madeira

perdida na forma de resíduo.

Figura 14. Rendimento médio (%) no desdobro de toras de Manilkara spp. nas classes

diamétricas.

SUDAM (1981), avaliando o rendimento no desdobro de toras de

maçaranduba em serraria no estado do Pará, constatou a mesma tendência de

aumento até uma classe máxima de rendimento (65<75 cm), próxima à classe

encontrada nesse estudo (70<79 cm).

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Essa tendência de redução no rendimento observada a partir da classe

máxima de rendimento (classe 5), pode ter sido ocasionada em função de 75% das

toras amostradas na classe 6 estarem ocadas, conforme ilustra a figura 15.

Figura 15. Tora com defeito interno (oco) no processo de desdobro primário na serraria.

Fonte: Filipe Eduardo Danielli (2012).

Tonini e Ferreira (2004), analisando o rendimento das espécies cupiúba,

caferana e angelim-pedra, também constataram diminuição no rendimento em

classes diamétricas maiores, em função da ocorrência de rachaduras, nós,

protuberâncias e podridões de cerne (oco) nas toras estudadas.

O rendimento médio para o desdobro de toras de maçaranduba obtido nesse

estudo ficou abaixo da faixa de 45 a 55% sugerida para folhosas (Gomide, 1974),

porém similar ao rendimento médio de 30%, apontado por Clement e Higuchi (2006),

para espécies amazônicas e ao rendimento médio de 37% para as serrarias do

estado de Roraima (Pereira et al., 2010).

O rendimento encontrado nesse trabalho ficou próximo aos resultados obtidos

por outros autores: Dutra et al. (2005), 32,30%; Nascimento et al. (2006), 36,50%;

Cavallet et al. (2010), 35,18% e Marchesan (2012), 29,88%, que avaliaram o

rendimento de espécies tropicais em serraria e próximo aos valores encontrados por

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Kock (1976), 35% e Brand et al. (2002), 34,87%, para espécies de florestas

plantadas.

Entretanto, ficou abaixo dos valores observados por Oliveira et al. (2003),

49,28%; Souza (2006), 45,16% e Biasi e Rocha (2007), 58,8%, que também

estudaram o rendimento de espécies amazônicas.

Outros autores, ao estudar o rendimento médio da maçaranduba,

encontraram valores superiores ao obtido nesse estudo: SUDAM (1981), 50%;

Araujo (2003), 48,13% e Nascimento et al. (2006), 41,2%.

De maneira geral, o baixo rendimento encontrado nesse estudo (30,1%) está

diretamente relacionado à qualidade das toras que foram processadas na serraria,

uma vez que algumas toras apresentaram defeitos como rachaduras radiais, fissuras

e trincas na parte central da tora (56,3% da toras), bem como podridões e oco

(43,7% da toras).

Essa queda na qualidade apresentada pelas toras pode ter sido causada

pelas técnicas utilizadas no momento da exploração (corte e derrubada das

árvores), pois a maçaranduba é uma espécie muito susceptível à ocorrência de

rachaduras; pelo tempo de permanência das toras na floresta após a exploração;

pelo tempo de espera até o transporte à indústria e pelo tempo de estocagem das

toras no pátio da serraria (figura 16), que pode chegar a mais de 6 meses, em

função da sazonalidade da região amazônica, que só permite que a exploração das

florestas ocorra preferencialmente na época seca.

Alguns autores que também encontraram rendimentos inferiores a 40%,

estudando espécies amazônicas, acreditam que essa diferença possa ter ocorrido

em função de uma melhor seleção em relação ao diâmetro e qualidade das toras

que foram amostradas na serraria (Dutra et al., 2005; Nascimento et al., 2006;

Cavallet et al., 2010; Marchesan, 2012).

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Figura 16. Local de estocagem das toras no pátio da serraria estudada.

Fonte: Filipe Eduardo Danielli (2012).

A qualidade das toras está relacionada ao tempo de estocagem (Marchesan,

2012), sendo um dos principais fatores que influencia no rendimento do desdobro de

toras de uma serraria (Murara Jr. et al., 2005), uma vez que todas as decisões de

corte são tomadas em função da qualidade visual apresentada pelas toras no

momento do desdobro (Hochheim e Martin, 1993).

5.3 Comparação do rendimento entre toras ocadas e não ocadas

Na tabela 15 são apresentados os resultados encontrados para o rendimento

das toras ocadas e não-ocadas (figura 17), onde é possível observar que não houve

diferença estatística do rendimento entre ambas (p=0,168).

Tabela 15. Rendimento percentual encontrado para as toras ocadas e não-ocadas.

Toras Rendimento (%)

Ocadas 28,07 a

Não-ocadas 31,65 a

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste t de Student a 95% de probabilidade.

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Figura 17. Toras ocadas e não-ocadas armazenadas juntas no pátio da serraria. Fonte: Filipe Eduardo Danielli (2012).

De maneira geral, esse comportamento similar do rendimento das toras

ocadas e não-ocadas ocorreu porque, durante o processo de desdobro na serraria, a

parte central (cerne) da maioria das toras não-ocadas não pôde ser aproveitada, em

função da ocorrência de trincas e rachaduras radiais, sendo descartada como

resíduo em forma de blocos quadrangulares.

Esse resultado pode ajudar a quebrar o paradigma que existe sobre a

exploração para utilização das árvores ocadas presentes na floresta. Muitos

pesquisadores, ambientalistas, gestores ambientais e órgãos ambientais não

acreditam na viabilidade da exploração de árvores ocadas.

No entanto, a tomada de decisão sobre o aproveitamento de árvores ocadas

ainda é muito discutível e precisa ser mais bem analisada levando em consideração

os aspectos ecológicos e econômicos envolvidos.

Do ponto de vista ecológico, seria esperado que a retirada das árvores

ocadas da floresta proporcionasse benefícios, como: melhoramento genético da

espécie, uma vez que ocorreria a diminuição na propagação de indivíduos com

incidência de oco; contribuição para os serviços ambientais, com a diminuição das

emissões de carbono, pois a árvore ocada está apodrecendo e morrendo lentamente

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em pé na floresta, o que causa maior emissão de carbono à atmosfera sob a forma

de metano (CH4), mais poluente que o dióxido de carbono (CO2).

Por outro lado, analisando pelo ponto de vista econômico, é importante

considerar os altos custos de exploração, principalmente, na fase do transporte das

toras da floresta até a serraria, o que torna a exploração das árvores ocadas viável

até certo ponto. Isso, porque a tendência encontrada nesse estudo, de aumento no

rendimento das toras até determinada classe diamétrica, que correspondeu à classe

de rendimento máximo, demonstrou que seria necessário uma análise econômica

mais aprofundada para inferir sobre a viabilidade em explorar as árvores com

diâmetros maiores de 80 cm.

5.4 Geração de resíduos

Na tabela 16, são apresentados valores percentuais para os resíduos, obtidos

para as 6 classes diamétricas estudadas, onde é possível observar que o percentual

médio de resíduos gerados na serraria foi de 70,06%, sendo que a maior geração de

resíduos ocorreu na classe 1 (79,88%) e o menor na classe 5 (63,80%).

Tabela 16. Resultados obtidos para a geração de resíduos em diferentes classes diamétricas.

Classes Intervalo de diâmetro na ponta fina da tora

(cm)

Número de toras (n)

Volume de toras (m3)

Volume de madeira

serrada (m3)

Resíduos (%)

1 30<39,9 9 0,57 0,11 79,88

2 40<49,9 15 1,24 0,37 71,15

3 50<59,9 21 1,87 0,59 68,49

4 60<69,9 13 2,56 0,85 67,19

5 70<79,9 7 3,11 1,11 63,80

6 >80 6 3,99 1,21 69,87

É possível observar uma tendência de diminuição na geração de resíduos

conforme o aumento das classes diamétricas até a classe 5, aumentando

novamente na classe 6 (69,87%), conforme mostra a tabela 16. O valor obtido na

classe 6 ficou abaixo dos valores encontrados para as classes 1 (79,88%) e classe 2

(71,15%). Esse aumento na porcentagem total de resíduos na classe 6 aconteceu

devido à espécie apresentar nas toras de maior diâmetro (acima de 80 cm) uma

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incidência maior de defeitos, como ocos e podridão. Com isso, ocorreu uma maior

quantidade de resíduos em refilos e costaneiras.

O valor encontrado nesse estudo ficou dentro do intervalo de 50 a 70% citado

por Fontes (1994) para geração de resíduos em serrarias e próximo aos valores

observados por Dutra et al. (2005), 67,70%; Nascimento et al. (2006), 63,50%;

Cavallet et al. (2010), 64,82 e Marchesan (2012), 70,12%, que avaliaram o

rendimento de espécies tropicais em serraria.

Em estudo realizado com o aproveitamento de resíduos para fins energéticos,

Araujo (2003) encontrou um percentual de resíduos médio de 51,87% no desdobro

de toras de maçaranduba nas serrarias do Acre, valor inferior ao encontrado nesse

trabalho, o que indica que as serrarias do estado do Acre apresentam melhor

aproveitamento da maçaranduba em relação às serrarias de Roraima.

Nascimento et al. (2006), avaliando o desdobro de toras de maçaranduba,

obtiveram um percentual de resíduos de 58,82%, também inferior ao observado

nesse estudo para as toras de Manilkara spp. (70,06%).

O resultado médio encontrado para o percentual de resíduos gerados no

desdobro de toras de maçaranduba indica que 70,06% do volume bruto total das

toras processadas na serraria foi transformado em resíduos gerados na forma de

costaneiras, serragem (pó-de-serra), refilos, aparas e miolo (parte central das toras

com rachaduras e trincas), conforme ilustrado na figura 18.

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Figura 18. Resíduos gerados no processo de desdobro das toras na serraria.

Fonte: Filipe Eduardo Danielli (2012).

Atualmente, a maioria das serrarias em operação na Amazônia ainda não tem

uma utilização nobre para a enorme quantidade de resíduos gerados, que são

simplesmente queimados a céu aberto no pátio das empresas (Garcia et. al., 2012).

Entretanto, apesar desse quadro negativo, começam a surgir iniciativas para

aproveitamento desses resíduos como produção de carvão, briquetes, cavacos,

principalmente para a maçaranduba (Ribeiro, 2008), que é uma espécie com grande

potencial energético para produção de carvão, graças à alta densidade específica da

sua madeira (Nascimento et al., 2006).

5.5 Modelos testados para estimativa do rendimento em madeira serrada

O volume de madeira serrada observado para as 71 toras amostradas na

serraria em Roraima foi de 45,06 m3, com média de 0,63 m3 por tora processada.

Na tabela 17 são apresentadas as equações geradas, com seus respectivos

valores de coeficiente de determinação (R2ajust), erro padrão da estimativa (Syx) em

m3 e erro padrão da estimativa percentual (Syx%).

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Tabela 17. Equações geradas para estimar o rendimento de madeira serrada no desdobro de toras de Manilkara spp.

No Equação R2ajust

Syx

(m3)

Syx

(%) 1 R= -0,627019144+0,022312987*Dpf 0,512 0,316 5,905

2 R= 0,036261+0,000176*Dpf2 0,466 0,330 6,178

3 R= -1,11392+0,020467*Dpf+0,087458*L 0,592 0,289 5,398

4 R= -0,29224886+0,000163139*Dpf2+0,007724131*L2 0,585 0,291 5,444

5 R= 0,003949+0,0000269025*(Dpf2*L) 0,622 0,278 5,196

6 R= 0,0000000010*Dpf2,475 0,753 0,387 7,240

7 R= 0,00000001*Dpf2,320*L1,111 0,809 0,297 5,550

8 R= 0,0000001*(Dpf2*L)1,427 0,799 0,349 6,527

9 R= 1,417*Dpf-0,451*Vt1,472 0,852 0,276 5,165

10 R= 0,312*Vt1,052 0,787 0,271 5,069

11 R= -0,06237+0,348498*Vt 0,644 0,270 5,048

12 R= 0,113159-0,00573*Vt+0,422683*Dpf 0,643 0,270 5,050

R: rendimento (m3); Dpf: diâmetro da ponta fina da tora (cm); L: comprimento da tora (m); Vt: volume

da tora com casca (m3); B0, B1 e B2: coeficientes da regressão e ɛ: erro aleatório.

Nos resultados mostrados na tabela 17, observa-se que as equações não

lineares resultantes dos modelos 6 a 10, foram as que obtiveram os maiores

coeficientes de determinação ajustados (0,753; 0,809; 0,799; 0,852; 0,787), em

relação aos ajustes obtidos para os modelos lineares.

Analisando a figura 20, observa-se que os modelos 7 a 12 foram os que

apresentaram melhor distribuição dos resíduos em relação à apresentada pelos

modelos 1 a 6 na figura 19. Os modelos 1 a 5 apresentaram os menores coeficientes

de determinação (0,512; 0,466; 0,592; 0,585; 0,622) dentre todos os modelos

testados. Além disso, os modelos 1, 2 e 5 apresentaram tendência em superestimar

os valores para rendimento em madeira serrada das toras com diâmetro entre 30 e

40 cm (figura 19), não sendo recomendada a utilização desses modelos. É possível

ainda observar que o modelo 3 tende a subestimar o rendimento das toras com

diâmetro inferior a 40 cm.

O modelo 6, de simples entrada, apresentou um bom coeficiente de

determinação (R2ajust=0,753) e forte correlação linear entre a variável dependente

rendimento (R) e a variável independente diâmetro da tora (Dpf) (r=0,720),

mostrando a importância da sua utilização no modelo. O modelo de simples entrada

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tem a vantagem de ser dependente de apenas uma variável independente (Dpf), que

é fácil de ser medida com menor risco da incidência de erros amostrais (Higuchi et

al., 1998).

Assim, o modelo 6 seria o mais indicado para estimativa do rendimento na

serraria, visto que leva apenas o diâmetro da tora como variável independente no

modelo, o que é uma vantagem em comparação aos modelos de dupla entrada, em

função da facilidade na sua obtenção e a praticidade na aplicação. Entretanto,

levando-se em consideração outros critérios estatísticos, o modelo 6 mostrou-se

inapropriado, pois apresentou o maior erro padrão da estimativa (7,240%) dentre os

demais modelos testados e tendência em superestimar o rendimento das toras com

diâmetro menor que 40 cm e maiores que 80 cm, devendo-se evitar sua utilização

(figura 19).

O modelo 9 de dupla entrada, que possui as variáveis independentes

diâmetro da tora (Dpf) e volume da tora (Vt), foi o que apresentou os melhores

ajustes dentre todos os demais modelos testados, com maior coeficiente de

determinação (R2ajust=0,852) e melhor distribuição gráfica dos resíduos (figura 20).

Porém, ao analisar os valores da correlação de Pearson, apresentados na tabela 18,

foi observada uma forte correlação entre as variáveis independentes Dpf e Vt

(r=0,927), que demonstrou estar ocorrendo um problema de multicolinearidade entre

elas. O mesmo aconteceu para o modelo 12, composto pelas mesmas variáveis

independentes. Além da forte correlação entre as variáveis independentes Dpf e Vt,

outra desvantagem em utilizar os modelos 9 e 12 está na dificuldade da coleta da

variável independente Vt em relação à variável Dpf.

Tabela 18. Valores obtidos pela Correlação de Pearson para as variáveis utilizadas com seus

respectivos valores de probabilidade (p).

Dpf Vt R L

Dpf

1,00

- - -

Vt 0,927

(p<0,001) 1,00 - -

R 0,720

(p<0,001) 0,805

(p<0,001) 1,00 -

L 0,200

(p=0,094) 0,496

(p<0,001) 0,469

(p<0,001) 1,00

Onde: Dpf= diâmetro da ponta fina da tora (cm); Vt= volume da tora (m3); R= rendimento em madeira

serrada (m3); L= comprimento da tora (m).

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Na tabela 18, é possível observar que a maior correlação ocorreu entre o

volume da tora (Vt) e o rendimento (R) (r=0,805) e entre o diâmetro da tora (Dpf) e o

rendimento (R) (r=0,720). A menor correlação observada foi entre o diâmetro da tora

(Dpf) e o comprimento da tora (L) (r=0,200).

Esses resultados foram similares ao encontrado por Valério et al. (2009) que

testaram modelos para estimar o rendimento em madeira serrada no desdobro de

toras de Araucaria angustifolia e encontraram maior correlação linear entre a

variável independente volume da tora e a variável dependente rendimento (r=0,972)

e entre o diâmetro na ponta fina e o rendimento (r=0,969) e uma menor correlação

entre o diâmetro da ponta fina e comprimento da tora (r=0,464).

Sendo assim, a fraca correlação observada entre as variáveis independentes

Dpf e L as tornam importantes para a composição de modelos. Os modelos 7 e 8, de

dupla entrada, compostos justamente por essas variáveis independentes,

apresentaram estatísticas consistentes, ambos com coeficiente de determinação

ajustado relativamente alto (0,809 e 0,799) e distribuição homogênea dos resíduos

(figura 20). Porém, analisando os resultados obtidos na tabela 17, observa-se que o

modelo 7 tende a gerar estimativas mais confiáveis, em função de apresentar o

menor erro padrão da estimativa (Syx=5,550%), em relação ao modelo 8

(Syx=6,527%), sendo o modelo mais recomendado nesse estudo para a estimativa

do rendimento em madeira serrada no desdobro de toras de Manilkara spp.

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Figura 19. Distribuição gráfica dos resíduos dos modelos 1 a 6 testados para todas as toras.

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Figura 20. Distribuição gráfica dos resíduos dos modelos 7 a 12 testados para todas as toras.

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5.6 Modelos para estimativa do volume do oco

O volume de oco observado para as 31 toras ocadas de Manilkara spp.

amostradas na serraria em Roraima foi de 16,67 m3, com média de 0,54 m3 por tora,

representando 21,28% do volume bruto das toras.

Na tabela 19 são apresentadas as equações geradas, com seus respectivos

valores de coeficiente de determinação (R2ajust), erro padrão da estimativa (Syx) em

m3 e erro padrão da estimativa percentual (Syx%).

Tabela 19. Equações geradas para estimar o volume do oco das toras de Manilkara spp.

N Equação R2ajust

Syx

(m3)

Syx

(%) 1 Vo= -0,5640260395+0,0172255572*Dpf 0,305 0,344 11,499

2 Vo = -0,4710134712+0,0343528950*Do 0,911 0,123 4,108

3 Vo = -1,04592316+0,03606338*Do+0,07310213*L 0,949 0,093 3,112

4 Vo = -0,41301265-0,00138399*Dpf+0,03539219*Do 0,909 0,124 4,149

5 Vo = -1,03364-0,00022*Dpf+0,03622*Do+0,07276*L 0,947 0,095 3,168

6 Vo= -0,5102458588+0,0050440069*(Do*L) 0,885 0,140 4,684

7 Vo= -0,0842728476+0,0003150742*(Do*Dpf) 0,798 0,185 6,195

8 Vo= -0,2591145330+0,3152790900*Vt 0,425 0,313 10,458

9 Vo= 0,108*Vt1,658 0,469 0,306 10,225

10 Vo= 0,001*Do1,728 0,916 0,122 4,063

11 Vo= 0,005*Dpf-0,557*Do

2,013 0,931 0,125 4,190

12 Vo= 0,005*Do2,570*(Dpf*Do)

-0,557 0,931 0,110 3,682

Vo: volume do oco da tora (m3); Dpf: diâmetro da ponta fina da tora (cm); Do=diâmetro do oco da tora

(cm); L: comprimento da tora (m); Vt: volume da tora com casca (m3); B0, B1, B2 e B3: coeficientes da

regressão e ɛ: erro aleatório.

Nos resultados mostrados na tabela 19, observa-se que as equações

resultantes dos modelos 2, 3, 4, 5 (lineares) e 10, 11, 12 (não-lineares) foram as que

obtiveram os maiores coeficientes de determinação ajustados (0,911; 0,949; 0,909;

0,947; 0,916; 0,931; 0,931), sendo que os primeiros apresentaram menores valores

para o erro padrão da estimativa (Syx%).

Os modelos 1, 8 e 9 foram os que obtiveram as piores estatísticas

observadas, apresentando os menores coeficientes de determinação ajustados

(0,305, 0,425; 0,469), maiores valores de erro padrão da estimativa (11,499; 10,458;

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10,225%). Para reforçar a decisão, foi feita a análise da distribuição gráfica dos

resíduos, apresentada nas figuras 21 e 22, indicando que a utilização desses

modelos não é confiável, visto que apresentaram maior amplitude de variação

residual nas toras com diâmetros maiores que 50 cm, com os modelos 8 e 9

tendendo a subestimar os valores do volume de oco das toras com diâmetros

menores que 50 cm.

O modelo 1, de simples entrada, seria uma boa opção para estimar o volume do

oco das toras na serraria, pois esse modelo apresentou como única variável

independente o diâmetro da tora (Dpf), que é fácil de ser medida com menor risco da

incidência de erros amostrais (Higuchi et al., 1998). No entanto, o modelo 1

apresentou as piores estatísticas em relação aos demais modelos testados com o

menor coeficiente de determinação (R2ajust=0,305) e maior erro padrão da estimativa

(Syx=11,49%). Além disso, os valores da correlação de Pearson, apresentados na

tabela 20, mostraram uma baixa correlação entre a variável dependente volume do

oco (Vo) e a variável independente (Dpf) (r=0,568), não sendo recomendada a

utilização do modelo 1.

Tabela 20. Valores obtidos pela Correlação de Pearson para as variáveis utilizadas com seus

respectivos valores de probabilidade (p).

Dpf Vt Do Vo L

Dpf

1,00

- - - -

Vt 0,927

(p<0,001) 1,00 - - -

Do 0,577

(p<0,001) 0,562

(p<0,001) 1,00 - -

Vo 0,568

(p<0,001) 0,574

(p<0,001) 0,937

(p<0,001) 1,00 -

L 0,200

(p=0,094) 0,496

(p<0,001) 0,162

(p=0,178) 0,157

(p=0,191) 1,00

Onde: Dpf= diâmetro da ponta fina da tora (cm); Vt= volume da tora (m3); Do= diâmetro do oco (cm);

Vo= volume do oco (m3); L= comprimento da tora (m).

Os modelos 3 e 5 tiveram desempenho similar, apresentando o mesmo valor

do coeficiente de determinação (R2ajust=0,95) e baixos valores de erro padrão da

estimativa, sendo o menor observado no modelo 3 (3,112%; 3,168%), além de uma

distribuição homogênea dos resíduos.

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A tabela 20 mostra a correlação existente entre as variáveis independentes

diâmetro da tora (Dpf), diâmetro do oco (Do) e comprimento da tora (L) com a

variável dependente volume do oco (Vo) nos modelos 3 e 5, sendo possível

observar que a variável independente que apresentou a maior correlação com a

variável dependente Vo foi a variável Do (r=0,937), seguida da variável Dpf

(r=0,568), o que indica que Do é uma variável importante na modelagem. As

variáveis independentes Do e L apresentaram uma correlação fraca entre si

(r=0,162), indicando que não houve problema de multicolinearidade entre as

variáveis, o que torna o modelo 3 recomendado para utilização, dentre os modelos

de dupla entrada.

Entretanto, os modelos 2 e 10, de simples entrada, também apresentaram

boas estatísticas com os valores de coeficiente de determinação ajustado (0,911;

0,916) e erro padrão da estimativa (4,108%; 4,063%) similares entre os dois

modelos, além de ambos apresentarem boa distribuição gráfica dos resíduos

(figuras 21 e 22). Outra vantagem na utilização dos modelos 2 e 10 em relação aos

demais se dá em função de terem apenas o diâmetro do oco (Do) como variável

independente, que representa maior facilidadade no momento da coleta.

Sendo assim, considerando todos os índices estatísticos apresentados, os

modelos 2 e 10 são os mais indicados para utilização, sendo recomendados por

gerar estatísticas confiáveis para a estimativa do volume do oco das toras

amostradas.

Os modelos 11 e 12 obtiveram boas estatísticas apresentando valores iguais

de coeficientes de determinação (R2ajust= 0,931) e valores de erro padrão da

estimativa relativamente baixos (4,190%; 3,682%). Porém, ao analisar a distribuição

gráfica dos resíduos, foi observado que os dois modelos apresentaram tendência em

superestimar os valores do volume do oco das toras com diâmetros entre 40 e 50

cm e em subestimar os valores nas toras com diâmetros entre 50 e 70 cm, não

sendo recomendada a utilização desses modelos para gerar estimativas confiáveis.

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Figura 21. Distribuição gráfica dos resíduos dos modelos 1 a 6 testados para as toras ocadas.

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Figura 22. Distribuição gráfica dos resíduos dos modelos 7 a 12 para as toras ocadas.

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6. CONCLUSÕES

A maçaranduba (Manilkara spp.) apresentou baixo rendimento e,

consequentemente, alta geração de resíduos no desdobro de toras na serraria

analisada.

Não houve diferença significativa do rendimento entre as classes diamétricas

e do rendimento entre as toras ocadas e não-ocadas.

A maçaranduba apresenta uma classe de diâmetro máxima de rendimento,

com o maior aproveitamento das toras processadas na serraria, mostrando que

toras com diâmetro maiores tendem a ter um menor rendimento, em função da maior

incidência de defeitos internos e ocosidade. As toras com menores diâmetros

também apresentaram os menores rendimentos e, consequentemente, maior

geração de resíduos.

O modelo 7 (R= 0,00000001*Dpf2,320*L1,111) mostrou-se o mais adequado para

estimativa do rendimento de madeira serrada de maneira confiável.

O modelos 2 (Vo = -0,4710134712+0,0343528950*Do), modelo 3 (Vo = -

1,04592316+0,03606338*Do+0,07310213*L) e modelo 10 (Vo= 0,001*Do1,728)

apresentaram índices estatísticos semelhantes e permitem estimar o volume do oco

das toras com maior confiabilidade.

O ajuste de modelos por meio da mensuração de variáveis de fácil coleta,

permite estimar o rendimento de madeira serrada, bem como o volume de oco das

toras com maior acuracidade, gerando informações robustas que proporcionam

melhoria no sistema de gestão de produção da empresa.

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