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INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL2 de Junho de 2015

Seminário

Transporte Intermodal:

Desafios e OportunidadesMário Lopes

Presidente da ADFERSIT([email protected])

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1 - Definições e conceitos-base

2 – Situação actual

3 – Perspectivas de evolução

4 – Obstáculos

5 - Conclusões

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1 - Definições e conceitos-base

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Intermodalidade – a mercadoria é transportada dentro de

caixas ou contentores, que mudam entre meios de transporte

Multimodalidade – a mercadoria é directamente passada

de veículos de um meio de transporte para outro.

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Rodovia – único modo de transporte que faz transporte porta-

a-porta em geral não precisa da intermodalidade.

No entanto há transferência de mercadoria entre

veículos rodoviários

Intermodalidade (+ multimodalidade) – em geral está

associada à utilização dos meios marítimo,

ferroviário e aéreo, pois salvo algumas excepções

(instalações directamente ligadas à rede

ferroviária) não fazem transporte porta-a-porta

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Transporte de mercadorias de/para Portugal

Origens/destinos:

Portugal (mercado interno), Europa, resto do mundo

Resto do mundo transporte marítimo intermodalidade

Europa rodoviário só, rodo-marítimo-rodo, ferro-marítimo-

ferro, rodo-ferro-marítimo-ferro-rodo, rodo-ferro-rodo depende

da competitividade dos diferentes sistemas

Portugal – rodoviário só, rodo-ferro-rodo

Em cada modo pode haver transferência de carga entre veículos do mesmo

modo: transhipment (marítimo), troca da parte tractora de camiões

(rodoviário)

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2 – Situação actual

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Mercado interno

Distâncias curtas: predominância da rodovia

Ferrovia – 4% (ton), 30% (ton x km)

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Comércio externo de Portugal

União Europeia – 70%

• Rodovia – 81%

• Marítimo – 14%

• Ferrovia – 2% (Espanha), restante UE – 0%

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Comércio externo de Portugal

Transporte rodoviário directo versus intermodalidade

Cerca de 60% (em valor) e 42% (em peso) do transporte

internacional de mercadorias com origem/destino em Portugal é

exclusivamente rodoviário, não é intermodal. No comércio interno

o transporte intermodal ainda é menos expressivo.

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Causas da predominância da rodovia:

• porta-a-porta (gestão mais simples),

• frequência quase infinita

• externalidades: rodovia e aéreo não pagam parte das

externalidades (dependência energética de países

potencialmente hostis, poluição, acidentes, congestionamento)

• boas vias de comunicação: Portugal investiu fortemente na

rodovia nas últimas décadas e desenvolveu uma das melhores

redes de estradas e auto-estradas da Europa.

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Intermodalidade – factores de competitividade

Transferências de carga

custam tempo e dinheiro não são eficientes em curtas

distâncias (d<300km em geral) transporte rodoviário directo

(porta-a-porta) é mais competitivo

Origem / destino (O/D)O/D: Europa - depende da competitividade do transporte marítimo

e do ferroviário e da eficiência das cadeias logísticas

O/D: resto do mundo – depende do volume de negócio no âmbito

do comércio externo de Portugal

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Rodo – rodo: já existe e funciona bem, em rede entre

plataformas de distribuição.

Rodo-marítimo – toda a carga transportada por via marítima

tem de ser transportada entre os portos e a sua origem/destino

final. A maior parte é transportada por rodovia.

Ferro-marítimo – a ferrovia também faz a ligação terrestre aos

portos. Existe em todos os principais portos. Grande parte da

carga contentorizada de/para Sines é transportada por ferrovia.

A ferrovia transporta menos do que a rodovia. Principalmente

longas distâncias e produtos pesados, contentores, carvão,

cimento, madeira, produtos, siderúrgicos, etc.

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Rodo-ferro

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Rodo-ferro

É pouco competitivo por causa da falta de competitividade da

ferrovia: infraestrutura obsoleta (grande falta de investimento

nas últimas décadas e o que se fez em parte foi de má

qualidade), falta de interoperabilidade (tráfegos internacionais)

e gestão do sistema ferroviário europeu por companhias

nacionais quase monopolistas que protegem os seus feudos.

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RAZÕES PARA A ACTUAL FALTA DE COMPETITIVIDADE DO TRANSPORTE

FERROVIÁRIO DE MERCADORIAS

- linhas de resguardo e cruzamento (750m)

- pendentes excessivas

- diferenças de bitola

- diferenças de sistema eléctrico

- diferenças nos sistemas de sinalização

- terminais e ramais particulares

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Problema principal: BITOLA

afecta tanto o material rebocado (vagons) como de tracção (locomotivas).

Comboios portugueses não entram em França. Dentro de alguns anos, nem em Espanha entrarão.

Ilha ferroviária

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Desactivação de linhas de bitola ibérica em Espanha

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Transbordos

Percas de tempo e custos

Sincronização de horários

Problemas de capacidade

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3 – Perspectivas de evolução

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3.1 - Condicionantes energéticas e

ambientais

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3.2 - Políticas da UEVeículos mais eficientes e transferência modal para os modos

melhores dos pontos de vista ambiental e energético, o

marítimo e o ferroviário.

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Objectivos

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3.3 - Evolução tecnológica• camiões poderão tornar-se ambientalmente melhores, embora

haja grandes incertezas na evolução futura;

• problemas de congestionamento não têm solução

“Bloqueio dos Pirinéus”

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Timings: em 2024 ou poucos anos depois a ferrovia de bitola europeia estará

nos principais portos e plataformas logísticas de Espanha a Espanha

disporá de uma alternativa competitiva à rodovia aplicação das políticas da

UE para promover a transferência modal

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3.4 – Consequências das políticas actuaisSe Portugal não investir na ferrovia de bitola europeia, a

situação provável dentro de 1 década será a seguinte

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3.5 - Portos, em particular Sines

Aumento do hinterland: ferrovia é necessária para entrar em

Espanha (distância > 200km). Portos portugueses têm

vantagens na captação de tráfegos Atlânticos, pelo que há

capacidade para entrar em Espanha. Portos da fachada

atlântica servem melhor as regiões limítrofes espanholas

(Estremadura e Castela e Leão)

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3.6 - Driver político

Transportes existem para servir a competitividade da

economia transporte de mercadorias e as necessidades de

mobilidade dos cidadãos, investidores e turistas Soluções

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3.7 - Soluções

Ferrovia de bitola europeia + intermodalidade + portos

• Contentores, ou caixas, em comboios, camiões em cima de

comboios, galeras em cima de comboios.

• Portos – melhorar acessos marítimos, ampliar cais e

infraestruturas em terra, ligação a ferrovia competitiva para

Espanha

• Melhorar interfaces rodo-ferro: plataformas logísticas (1º

Aveiro, 2º Poceirão, + outras)

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4 – Obstáculos

Poder dos lobbies: rodoviários (querem manter quotas de

mercado e podem opor-se ao pagamento de externalidades

pela rodovia) e ferroviários (para manter os feudos ferroviários

nacionais, dificultando o tráfegos internacional, mesmo

sacrificando a quota de mercado da ferrovia)

 

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5 – Conclusões

Futuro da intermodalidade e multimodalidade incerteza

sobre os timings, mas não sobre a tendência geral de

desenvolvimento. Timings dependem da visão estratégica dos

nossos governantes, da capacidade para resistir aos lobbies e

defender o interesse público, e melhorias na gestão do

sistema ferroviário europeu.