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FRANCISCO AURELIO SILVA DOS SANTOS ESTUDO SOBRE GESTÃO DE PLANO DE MANUTENÇÃO PREDIAL PARA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

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FRANCISCO AURELIO SILVA DOS SANTOS

ESTUDO SOBRE GESTÃO DE PLANO DE MANUTENÇÃO PREDIAL PARA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO

Palmas – TO

2017

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FRANCISCO AURÉLIO SILVA DOS SANTOS

ESTUDO SOBRE GESTÃO DE PLANO DE MANUTENÇÃO PREDIAL PARA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) I elaborado e apresentado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).

Orientador: Prof. Dr. Ângela Ruriko.

Palmas – TO

2017

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Francisco Aurélio silva dos santos

ESTUDO SOBRE GESTÃO DE PLANO DE MANUTENÇÃO PREDIAL PARA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) II elaborado e apresentado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).

Orientador: Prof. Dr. Ângela Ruriko

Aprovado em: _____/_____/_______

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________

Prof. Dr. Ângela Ruriko

Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP

____________________________________________________________

Prof. MSc. Maria Carolina de Paula Estevam D’Oliveira

Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP

____________________________________________________________

Prof. Esp. Marcieli Coradin

Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP

Palmas – TO

2017

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SANTOS, Francisco Aurélio Silva dos. ESTUDO SOBRE GESTÃO DE PLANO DE

MANUTENÇÃO PREDIAL PARA INSTITUIÇÃO DE ENSINO. 2017. 44 f. TCC

(Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Centro Universitário Luterano de Palmas, Palmas,

2017.

Este projeto de pesquisa aborda a gestão de manutenção predial para instituição de

ensino. Com o intuito ode propor melhoria, realiza-se uma pesquisa bibliográfica sobre a

manutenção predial. O presente trabalho busca através das recomendações das NBR 5674 e

14037 estabelecer diretrizes para elaboração de um sistema de gestão de manutenção predial

para uma instituição de ensino. A pesquisa foi realizada no Centro Universitário Luterano de

Palmas, onde por meio de um questionário buscou-se pelos pontos de melhoria na gestão de

manutenção predial. Os resultados obtidos apontam para uma gestão com alguns desafios a

serem vencido como a falta de manual de manutenção predial, esta é um documento

importante para a manutenção por conter informações necessário para a correta execução da

intervenção seja preventiva ou corretiva. A elaboração do manual de manutenção deve

obedecer às recomendações da NBR 14037.

Foi encontrado também pontos de melhoria no fluxo de informação. A NBR 5674 que

fala dos requisitos para gestão de manutenção desta a importância de se manter um fluxo de

informação que permita ao gestor ter subsídios suficiente para tomar as respectivas decisões.

Nesse contexto foi proposto as diretrizes para elaboração de um sistema de informação que

sirva de ferramenta no auxílio a gestão de manutenção.

O proposto neste trabalho tem entre outras o objetivo de indicar procedimento e

processos que permitam também a extração de índices de desempenho do serviço de

manutenção predial, esses índices tem a finalidade de promover por meio da correta avaliação

a melhoria continua do processo de manutenção e gestão

. A relevância desta pesquisa está em diminuir os transtornos causado pela ausência de

diretrizes claras para gestão de manutenção e propor melhorias para o processo vigente

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LISTA DE FIGURA

Figura 1 - ciclo de vida de uma edificação (Adaptado de JHON, 1989)..................................10

Figura 2 - Vida Útil com e sem manutenção............................................................................12

Figura 3 - Adaptação da ISO 6241 para NBR 15575...............................................................14

Figura 4 - fluxo de metodologia................................................................................................26

Figura 5 - Imagem área do Centro Universitário Luterano de Palmas.....................................29

Figura 6 - Fluxograma de elaboração do manual de manutenção............................................32

Figura - 7 processo de inspeção................................................................................................34

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 - tabela com a evolução da qualificação da mão-de-obra............................................1

Tabela 2 - Vida Útil de Projeto (VPU)*.....................................................................................1

Tabela 3 - cronograma do projeto de pesquisa...........................................................................1

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SUMÁRIO

SUMÁRIO.................................................................................................................................5

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................7

1.1 problema...................................................................................................................8

1.2 hipotese.....................................................................................................................8

1.3 Objetivos do trabalho................................................................................................8

1.3.1 Objetivos gerais........................................................................................................8

1.3.2 Objetivos específicos................................................................................................8

1.4 justificativa...............................................................................................................8

2 REFERENCIAL TEORICO...............................................................................10

2.1 manutenção predial.................................................................................................10

2.1.1 Vida útil (VU).........................................................................................................13

2.1.2 Vida útil de projeto (VPU)......................................................................................14

2.1.3 Desempenho............................................................................................................15

2.1.4 Durabilidade...........................................................................................................16

2.1.5 Confiabilidade........................................................................................................16

2.1.6 Disponibilidade......................................................................................................17

2.1.7 Tipos de manutenções.............................................................................................17

2.2 REQUISITOS PARA GESTÃO DE MANUTENÇÃO.........................................17

2.2.1 Programa de manutenção......................................................................................19

2.2.2 Relatório de Inspeção.............................................................................................20

2.3 MANUAL DE USO E MANUTENÇÃO...............................................................20

2.3.1 Meio ambiente........................................................................................................21

2.3.2 Segurança...............................................................................................................21

2.3.3 Manutenção............................................................................................................21

2.3.4 Informações complementares.................................................................................22

2.4 INSPEÇÃO PREDIAL COMO AUXILIO A GESTÃO DE MANUTENÇÃO....22

2.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE MANUTENÇÃO................................23

2.6 implantação do PLANO DE MANUTENÇÃO......................................................24

2.7 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO......................................................................25

3 METODOLOGIA.................................................................................................26

3.1 TIPO DE PESQUISA.............................................................................................26

3.1.1 Estudo de caso........................................................................................................26

3.1.2 Objeto de Estudo....................................................................................................27

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3.1.3 Local e período de coleta.......................................................................................28

3.1.4 Protocolo de pesquisa............................................................................................28

4 ANEXO 1...............................................................................................................29

4.1 questionário.............................................................................................................29

5 ORÇAMENTO.....................................................................................................31

6 CRONOGRAMA..................................................................................................32

7 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA....................................................................33

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1 INTRODUÇÃO

Durante a execução de uma edificação vários cuidados são tomados, normas e critérios

são seguidos, de modo que esta possa atender as necessidades do usuário. A partir da entrega

do imóvel inicia-se um processo de degradação do edifício, seja por má utilização do usuário,

falha de execução, falha de projeto ou má qualidade de materiais.

Este trabalho usou as recomendações da norma NBR 5674: 2012 que cita os requisitos

para gestão de manutenção de edificação. A norma caracteriza as atividades essenciais de

manutenção, os períodos em que a mesma deve acontecer, quem são os responsáveis pela

execução dos serviços, cita como deve ser os procedimentos documentais, fala das referências

normativas e recursos necessário para a realização dos serviços de manutenção.

É feito uma abordagem sobres os conceitos de inspeção predial e sua utilização como

ferramenta de auxílio na gestão de manutenção de edificação.

Para o proposto neste trabalho é feito um estudo da inspeção predial para retornar

informações de serviços de manutenção que serão executados. De posse dessas informações,

o gestor junto com a equipe de manutenção, poderá discutir a eficiência do serviço de

manutenção executado, a utilização da melhor técnica empregada nos reparos.

Neste trabalho foi estudado também a norma ABNT NBR 14037: 2012 que estabelece

conteúdo e recomendações para elaboração do manual de uso e manutenção predial. Esta

norma entende que o processo de produção de um edifício vai além dos projetos e execução,

ela atenta para a necessidade de um manual que irá guiar o usuário no uso do imóvel, a forma

de utilizar a edificação e como agir nas manutenções que se fizerem necessária.

O objeto final deste trabalho é propor um programa de gestão de manutenção que

atenda às necessidades das instituições de ensino e que se adeque as normas pertinentes a

manutenção, adotando na medida do possível a critérios de desempenhos, possibilitando o

prolongamento da vida útil do edifício.

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1.1 PROBLEMA

Quais diretrizes da ABNT NBR 5674: 2012 e 14037: 2011 que são aplicáveis

para a manutenção predial de uma instituição de ensino superior de Palmas – TO?

1.2 HIPOTESE

H1: a ausência de diretrizes claras gera custos e transtornos para os usuários

gestores.

H2: a ausência de diretrizes causa ineficiência na gestão de recurso materiais

e financeiros.

H3: a ausência de processos dificulta a avaliação do desempenho e eficiência

dos serviços executado.

1.3 OBJETIVOS DO TRABALHO

1.3.1 Objetivos gerais

Estudar as normas ANBT NBR 5674: 2012 e 14037: 2011 para propor

diretrizes da gestão da manutenção predial para instituições de ensino. Fazendo uso

das especificações da norma e recomendações da literatura técnica para estabelecer

uma diretriz de manutenção.

1.3.2 Objetivos específicos

a) Explorar os conceitos atuais, de manutenção, métodos, diretrizes para execução dos

serviços de manutenção e procedimento gerais indicados pelas normas.

b) Estudar a utilização das vistorias como ferramenta de auxílio a gestão de manutenção

c) Propor indicadores e ferramentas que facilitem a gestão de manutenção.

1.4 JUSTIFICATIVA

As edificações são tipos de bens que possuem características diferente de

outros ativos, enquanto, por exemplo, um veículo que ao passar dos anos se torna

obsoleto, o proprietário pode até cede-lo o mesmo para ferro o velho, com os prédios

não funciona assim. Segundo a NBR 5674: 2012, por se tratar de um imóvel que

demanda minuciosa elaboração de projeto, grande custo de execução e grande

ocupação de espaço físico é impensável do ponto de vista econômico, e até mesmo

ambiental, pensar no descarte de um edifício.

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Os edifícios possuem uma vida útil muito longa, em geral 50 anos. Entretanto,

para que se atenda a essa expectativa, ou até mesmo a supere, é necessário que ao

longo do seu período de uso sejam feitos reparos, consertos e intervenções de ordem

corretiva e principalmente preventiva.

No entanto, esses serviços não podem ser feitos esporadicamente ou somente

quando ocorrer algum inconveniente, é necessário que haja um gerenciamento e

planejamento para execução das atividades de manutenção.

A gestão de manutenção torna-se mais necessário ainda em se tratando de

instituições de ensino, onde os prédios atendem a vários usuários e o tempo disponível

para trabalho de manutenção é curto devido as atividades acadêmicas.

Esse trabalho se propõe a estudar e propor um processo para gestão de

manutenção predial de uma instituição de ensino, de forma que atenda às necessidades

interferindo o mínimo possível na programação do período letivo.

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2 REFERENCIAL TEORICO

2.1 MANUTENÇÃO PREDIAL

A manutenção predial é um tema que tem ganhado muita importância no

cenário da construção civil. A manutenção predial deve promover a utilização do

edifício em seu pleno desempenho durante seu ciclo de vida. As edificações

apresentam característica diferente de outros produtos, de forma que são projetadas

para atender os usuários por vários anos, assim é crucial que haja serviços de

manutenção nos edifícios para que os mesmos possam atender as expectativas de

projetos. Sanches (2010) aponta a fase de uso e operação como sendo a maior dentro

do ciclo de vida do edifício, ocorrendo nesta fase as diversas intervenções de reparo ou

reforma.

Figura 1 - ciclo de vida de uma edificação.

Fonte: Adaptado de John, 1989.

A figura 1 representa as fases do ciclo de vida de uma edificação e a interação

entre as mesmas. Podendo-se assim concluir a importância entre as diversas fase de

existência do edifício. A manutenção predial deve considerar a tipologia da edificação

e seu uso efetivo, assim “ [...] a gestão de manutenção deve promover a interação dos

profissionais envolvidos em todas as etapas do ciclo de vida da edificação para que

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seja mantido o desempenho e a manutenibilidade do ambiente construído (ARAUJO,

2010. Apud THIAGO, 2012, p 37).

A manutenção na construção civil ainda é um tema pouco debatido, pelo

menos em relação a outros setores da indústria, onde se tem uma abordagem mais

sistêmica e avançada com melhor gerenciamento e planos mais eficazes, como caso

das indústrias automotivas, que possuem planos de manutenção bastante elaborado

com mão de obra altamente qualificada, enquanto na construção civil a manutenção de

forma geral ainda revela práticas de improviso que não garante confiabilidade na

execução das atividades. A indústria como um todo é um ambiente de alta

competitividade exigindo de cada agente os melhores e mais confiáveis produto.

Dessa forma “[...]Uma edificação concebida também sob a ótica da sua manutenção

pode ser um diferencial competitivo [...] porque o custo de um edifício deve sempre

ser entendido como o custo do projeto somado ao custo da construção somado ao

custo da operação somado ao custo da manutenção” (NOUR. 2003. p 6)

Na construção civil a partir da regulamentação da NBR 5674:2012 que houve

uma discussão mais aprofundada sobre a gestão de manutenção. A norma trata do

requisito para implantação da gestão de manutenção e define a manutenção predial

como um serviço técnico programável, devendo ser executado fundamentado em

procedimento organizados, preservando o valor patrimonial do edifício.

A norma visa manter a edificação nas condições mais adequadas para o uso ao

qual foi planejada. Segundo a NBR 5674:2012 não se pode pensar nas edificações

como um bem de consumo que após sua utilização o mesmo venha a ser descartado.

Até mesmo pelos valores investido na construção e complexidade dos sistemas. A

NBR 5674:2012 diz ser inviável do ponto de vista de econômico, social e ambiental

pensar no edifício como um produto descartável. Para que tal objetivo seja alcançado a

NBR 5674:2012 diz que a manutenção deve ser encarada como conjunto de atividades

a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e

de suas partes constituintes a fim de atender as necessidades e segurança dos seus

usuários.

A manutenção tem a finalidade de preservar as características originais da

edificação de acordo com os projetos elaborado. “A manutenção de edifício pode

ainda ser definida como sendo o controle de várias atividades de forma a manter uma

edificação nas suas condições originais de construção, preservando sua capacidade de

uso” (DARDENGO. 2010, p. 55).

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2.1.1 Vida útil (VU)

O período tempo em que o edifício desempenha suas funções de acordo com o

que foi projetado, para atingir a VU o edifício deve atender as exigências prescritas

nos manuais uso, operação e manutenção. [...] interferem na vida útil, além da vida útil projetada, características dos materiais e da qualidade com um todo, o correto uso e operação da edificação e de suas partes, a constância e efetividade das operações de limpezas e manutenção, alterações climáticas, [...] O valor real da vida do tempo de vida útil será uma composição do valor teórico de vida útil projetada devidamente influencia pelas ações de manutenção, [...] As negligencia no cumprimento integral dos programas definidos no manual de operação, uso e manutenção da edificação, bem como ações anormais de meio ambiente, irão reduzir o tempo de vida útil [...] (ABNT. 2013, p. 10).

Segundo Possan (2014) a vida útil é o período de tempo compreendido entre o

início de operação e uso de uma edificação até o momento em que o seu desempenho

deixa de atender as exigências do usuário.

Figura 2 - Vida Útil com e sem manutenção.

Fonte: Possan (2014)

O gráfico acima mostra a influência da manutenção na vida útil do da

edificação, fazendo assim com que a edificação possa atingir a vida útil de projeto.

2.1.2 Vida útil de projeto (VPU)

. De acordo com a NBR 15575-1: 2013, Vida Útil de Projeto (VUP) é o período

estimado de tempo para o qual um sistema é projetado afim de atender aos requisitos

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de desempenho estabelecido na norma. A VPU é uma projeção teórica da VU que

pode ou não ser confirmada, isso irá depender do uso e manutenção do sistema.

Tabela 1 - Vida Útil de Projeto (VPU)*

SISTEMA VUP (mínimo em anos)

Estrutura > 50 conforme ABNT NBR 8681

Pisos internos > 13

Vedação vertical externa > 40

Vedação vertical interna > 20

Cobertura > 20

Hidrossanitário. > 20

Fonte: NBR 15575:2013

A tabela acima atribui aos sistemas o valor mínimo de VPU, desde que o uso e

manutenção seja guiado por programa que atenda às necessidades.

As decisões tomada em fase de projeto pode influenciar de forma direta a V.U

e manutenção. Para Nour (2003), premissas como acessibilidade, possiblidade de

substituição e desempenho adequando devem ser levados em consideração. A atenção

a essas questões ainda na fase de projeto facilita o trabalho de gestão do edifício em

atender as expectativas de V.U.P.

2.1.3 Desempenho

De acordo como Possan (2014), desempenho de uma edificação pode ser

entendido como as condições mínimas de habitabilidade necessária para que um ou

mais individuo possam utilizar a edificação durante um período de tempo.

O desempenho de uma edificação pode variar de uma para outra em função de

variáveis como tipologia do prédio, sistemas construtivos, condições de exposição no

ambiente, temperatura, ações internas e externas, operação e manutenção.

O desempenho de uma edificação pode ser estabelecido pelos critérios da NBR

15575: 2013. Essa norma usa conceitos da ISO 6241: 1984 adaptada a realidade

brasileira. As especificações contidas nessa norma quantificam os requisitos de

desempenho e o expressa em quantidades mensuráveis.

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Figura 3 - Adaptação da ISO 6241 para NBR 15575.

Fonte: Possan (2014)

A manutenção está ligada diretamente ao desempenho do edifício, visto que

quando as manutenções atingem seus objetivos há um aumento de VU e

consequentemente uma melhor avaliação do desempenho do edifício.

2.1.4 Durabilidade

Segundo ISO 13823 (2008) apud Possan (2013, p. 8) “durabilidade é a

capacidade de uma estrutura ou de seus componentes satisfazer, com dada manutenção

planejada, os requisitos de desempenho do projeto”.

Para Mitidieri (2014), para que a durabilidade prevista se consolide na pratica é

necessário que:

a) Empregue-se materiais e componentes que atendam as normas técnicas de

desempenho.

b) Executar, montar e controlar a qualidade da execução da obra de acordo com as

boas práticas de construção e de acordo com as normas técnicas brasileira.

c) Utilizar de forma correta a edificação atendendo integralmente ao manual de uso,

operação e manutenção.

Ao analisar-se a citação de Mitidieri, pode-se perceber que a durabilidade

dependo do uso de materiais de boa qualidade e que atendam as normas de

desempenho, porém só as utilizações de bons materiais não garantem a durabilidade

prevista da edificação, é necessários cuidados na execução dos serviços, uso adequado

do edifício e manutenção dos elemento e componente.

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Cremonini (1988 apud NOUR, 2003, p. 35) complementa que “[...] nos

conceitos de durabilidade e vida útil das edificações está implícito o conceito de

‘manutenção’, uma vez que se pressupõe que a edificação sofrera operações dessa

natureza a fim de manter patamares de desempenho [...]”.

2.1.5 Confiabilidade

Segundo Razera (2007) confiabilidade é a probabilidade de que um

componente, equipamento ou sistema exerça sua função sem falhas, por um período

de tempo previsto, sob condições de operação especifica. Observa-se que a existência

ou não de falhas em uma edificação está ligada a forma como está será utilizada, essa

utilização deve seguir um conjunto de critérios e especificações que segundo norma

NBR 14073:2011 deve constar no manual de uso e manutenção.

2.1.6 Disponibilidade

Para Razera (2007) disponibilidade é a probabilidade de que um componente

que sofreu manutenção exerça sua função satisfatoriamente para um dado tempo.

Nota-se que atividade de manutenção deve garantir o uso do sistema do edifício que

sofreu reparo por um determinado tempo, sem que haja outras intervenções no mesmo

sistema. Isso faz com que a disponibilidade se torne um indicador importante, já que o

objetivo da manutenção é fazer com que todos os sistemas do prédio funcionem.

2.1.7 Tipos de manutenções

A NBR 5674:2012 descreve a manutenção predial em 3 (três) tipos: rotineira,

corretiva e preventiva.

De acordo com ABNT (2012), manutenção rotineira se caracteriza como sendo

aquela realizada periodicamente com uma maior frequência do que outros serviços,

como por exemplo limpeza geral e lavagem de áreas comum. Nour (2012), diz que a

conservação do edifício está ligada às atividades realizada diariamente ou com

pequenos intervalos de tempo, criando condições adequada para seu uso.

Corretiva, segundo a NBR 5674:2012, é a manutenção que acorre após a

quebra de um elemento ou componente do sistema, essa falha decorre do desgaste,

deterioração, material de má qualidade. Esse tipo de manutenção se torna incomoda

para utente, pois forçar a paralização de tarefas em determinado setores do edifício

para que a não conformidade seja regularizada.

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A manutenção preventiva é uma intervenção programada, que age antes do

colapso de qualquer parte do imóvel, é uma manutenção com forte característica

técnica que possui suas ações planejada e realizada em períodos predeterminado. Esse

tipo de manutenção depende de informações da edificação histórico de manutenção,

avaliação e vistorias periódicas.

2.2 REQUISITOS PARA GESTÃO DE MANUTENÇÃO

A gestão de manutenção surgiu com a necessidade de planejar e analisar os

procedimentos, reduzir custos, elevar a disponibilidade, diminuir o acaso, minorar os

desperdícios. Na gestão predial a manutenção assegura a funcionalidade dos edifícios,

garantindo a continuidade do seu uso. Nesse âmbito, o gestor de manutenção deve

atentar para um plano que agregue confiança as atividades.

Em vista a importância da manutenção predial a ABNT lançou NBR 5674,

norma que define os termos relacionado com a confiabilidade e a mantenabilidade.

Essa norma estabelece requisitos para gestão de sistemas de manutenção de

edificações. A gestão deve incluir meios para: preservar a edificação e suas

características originais; prevenir a perda de desempenho decorrente da degradação de

seus sistemas, elementos e componentes. Para as edificações existente antes dessa

norma, as mesmas devem se adequar ou criar plano de manutenção seguindo o que

preconiza essa norma.

A NBR 5674:2012 usa como referência normativas as seguintes normas:

ABNT NBR 9077 – saídas de emergência em edifício; ABNT NBR 15575 - edifício

até 5 cinco pavimentos - desempenho – partes (1, 2, 3, 4, 5, 6); ABNT NBR 14037:

2011 – diretrizes para elaboração de manual de uso e manutenção das edificações.

A gestão de manutenção deve ser guiada considerando as características do

edifício, suas condições de uso, tamanho e complexidade, localização e implicações de

seu entorno. Segundo a norma NBR 5674:2012, a manutenção de edificação deve ser

orientada por diretrizes que garanta o desempenho conforme projeto, minimizando a

depreciação do patrimônio.

De acordo com NBR 5674:2012 a gestão de manutenção deve prover

infraestrutura material, técnica e de recursos humanos para a realização dos mais

variados tipos de manutenção, que pode ser corretiva, preventiva ou rotineira. A

gestão deve garantir que haja a possibilidade da realização dos serviços de

manutenção de forma coordenada.

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A norma recomenda que haja uma previsão orçamentária anual que preveja

recursos para manutenções corretivas, a previsão orçamentaria deve ser flexível de

modo que assimile as margens de erro quanto a estimativa de custo. A norma sugere

ainda a elaboração de escopo dos serviços, com a descrição de cada atividade,

condições comerciais, formas de pagamento, validade das proposta e previsões de

seguro quando existente.

O programa de manutenção deve garantir que os serviços possam ser

executados nos mais variados sistemas da edificação, seja por equipe local ou serviço

terceirizado. A gestão deve determinar as equipes responsáveis pela manutenção de

acordo com as características do sistema a ser regularizado.

A gestão de manutenção deve promover o melhor aproveitamento possível das

informações, de maneira a determinar a melhor forma de prestar o serviço de reparo. “

O sistema de manutenção ao longo do uso do edifício é alimentado por informações de

diversas origens, como por exemplo reclamações de usuários e inspeções. ”

(ARAUJO, 2013. p 40). Dessa forma, “[...] é necessário adotar um processo interativo

(gestão de manutenção) que tenha por objetivo obter informações, com uma

determinada confiabilidade, referente as diversas partes do edifício”. (GOMES, 1992

apud RESENDE; BAUER, 2015, p. 5)

Sanches (2010), apud Araújo (2013), diz que um sistema de gestão de

manutenção bem estruturado e com procedimento organizados melhora o

aproveitamento do conjunto de informações relativas a manutenção predial.

O plano de manutenção deve agir de forma a minimizar ao máximo as

interferências na utilização da edificação pelos usuários. Ficando vedado os bloqueios

dos serviços de emergência ou que seja previsto um sistema paralelo de segurança.

2.2.1 Programa de manutenção

A NBR 5674:2012 atenta para o fato que de a gestão de manutenção deve ser

guiada por um plano ou programa de manutenção. O programa de manutenção deve

indicar as atividades essenciais de manutenção sua periodicidade; também os

responsáveis pela execução, os documentos de referência; os recursos necessários.

A NBR 5674:2012 diz que o programa de manutenção deve ainda informar se

os serviços serão executados por empresas capacitadas, empresas especializadas ou

equipe de manutenção local.

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O programa de manutenção deve contemplar: escala de prioridade entre os

diversos serviços; rastreabilidade dos serviços que foi feito, onde e por quem foi feito;

histórico de manutenção realizadas.

A norma sugere que os serviços de manutenção devem seguir um cronograma

físico-financeiro. A norma recomenda ainda a inclusão dos seguintes documentos:

manual de uso e manutenção conforme a ABNT NBR 14037: 2011; manual dos

fornecedores de equipamentos; catálogos, projetos, memoriais descritivos; relatório de

inspeção; registro de manutenção realizadas. “A garantia dos resultados da

manutenção é assegurada pelo caráter estruturado de seus processos de trabalho. ”

(NOUR. 2003, p 63)

Viera (2015) detalha em um quadro o que deve conter em um programa de

manutenção.

Tabela 2 - objetivos do plano de manutenção

OBJETIVOS DO PLANO DE MANUTENÇÃO

Determinar vida útil de cada elemento construtivo

Definir níveis de qualidade mínima

Definir anomalias relevantes, causas possíveis e mecanismos de degradação

Prever e definir os sintomas de pré-patologia

Definir sistema de seleção de operação de manutenção

Estabelecer rotinas de inspeção

Definir estratégias de atuação;

Análise de registos históricos e comparação com registos de comportamentos de outras

experiências.

Registos de custos de operações

Registos de todas as intervenções e gestão de informação

Recomendações técnicas de produtos e soluções

Fonte: Viera (2015).

2.2.2 Relatório de Inspeção

A NBR 5674:2012 estabelece também o conteúdo básico nos relatórios de inspeção.

Segundo a norma os relatórios devem considerar dentro do edifício a ser inspecionado seus

sistemas, elemento, equipamento e componente; apontar as possíveis falhas e suas causas;

recomendar as ações para diminuir as manutenções corretivas. O relatório de inspeção é um

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documento técnico devendo assim ser elaborado, conduzido e atualizado por profissional com

qualificação equivalente.

2.3 MANUAL DE USO E MANUTENÇÃO

Para que se alcance a eficiência na gestão de manutenção é necessário

abandonar a visão equivocada de que a concepção de um edifício se inicia na

elaboração do projeto e termina na entrega da obra. Ora, é com o início das atividades

nos prédios que suas funções e desempenho são posto a prova. Afim de guiar o

usuário sobre o uso consciente do edifício de forma que este possa atingir uma vida

útil real próximo da vida útil de projeto a ABNT NBR 14037: 2011 propõe requisitos

para a elaboração do manual de uso e manutenção do edifício.

O manual de uso e manutenção é documento fundamental na garantia da

durabilidade do edifício. Segundo ABNT NBR 14037: 2011 o manual de manutenção

deve informar procedimento recomendáveis e obrigatório para conservação do

edifício, guiar o usuário na utilização e operação do edifício de modo que o uso do

mesmo não seja comprometido, garantindo assim a durabilidade do prédio e seu

desempenho ao longo de sua vida útil, as recomendações constantes no manual visa a

prevenção de manutenções corretivas.

Por entender que em muitos casos o usuário não possui conhecimento técnico

sobre o edifício, a ABNT NBR 14037: 2011 recomenda que o manual de uso e

manutenção seja escrito em linguagem simples, clara e objetiva. De modo que o

usuário não tenha dificuldade em entender as recomendações proposta. Para garantir o

entendimento por parte do usuário a norma ainda recomenda o uso de gráfico, quadro

e ilustrações de forma que facilite a compreensão do usuário. O detalhamento do

manual deve se equiparar ao nível de complexidade do edifício em questão. O manual

deve ser impresso em meio físico, podendo ser disponibilizado em meio eletrônico

desde que este possibilite a reprodução em meio impressos.

A norma sugere que a estrutura do manual deve contemplar itens básicos

como: secção inicial; garantias; memorial descritivo; manual de áreas comuns; meio

ambiente e sustentabilidade; segurança; uso e manutenção; documentação legal e

técnica. Em relação a detalhamento o documento poderá sofrer alterações em função

de cada edificação. Informações especifica sobre os sistemas deve ser apresentada em

anexo ao manual.

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O manual de uso e manutenção deve apresentar informações sobre

fornecedores e responsáveis técnicos, meios de contato com os mesmos via telefone,

e-mail ou website, informações de garantias e seus prazos de validade, especificações

do fabricante quanto ao uso de equipamentos.

2.3.1 Meio ambiente

Segundo a ABNT NBR 14037:2011 o manual deve prover informações que

garanta a conservação do meio ambiente do entorno do edifício, o uso racional da

água, coleta de lixo e o cuidado com os despejos de resíduos de construção e

demolição. Essas medidas visam sobre tudo a consciência ambiental e o uso racional

dos recursos. Nessa parte do manual deve ser citado consequências do não

cumprimento das especificações, que vai da perda de desempenho do edifício às

penalidades cabíveis e previstas em lei.

2.3.2 Segurança

A norma NBR: 14037:2011 recomenda que o manual de uso e manutenção

descrevam os procedimentos de segurança adotado pela administração do edifício.

Deve ser detalhado informações de como proceder em casos de emergências, como as

que requerem ações rápidas como é o caso de: vazamento de gás, água, falhas

elétricas, casos de incêndios. O manual deve prover informações sobre a rota de

evacuação e saída dos recintos.

2.3.3 Manutenção

A NBR 14037: 2012 determina que o manual de uso e manutenção deve

apresentar o modelo de programa de manutenção que atenda ao mínimo especificado

pela NBR 5674: 2012. O programa de manutenção deve contemplar informações

sobre procedimento recomendáveis de manutenção e verificação deste, informação

acerca da qualificação técnica dos responsáveis pela manutenção, periodicidades das

atividade de manutenção e inspeção predial, limpeza e conservação do edifício.

2.3.4 Informações complementares

A NBR 14037:2011 recomenda que seja inserida informações sobre quem são

os responsáveis pela guarda dos documentos que compõe o manual de uso e

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manutenção e as providências para renovação de documentação, deve ser informado

os locais onde pode ser solicitado a vista desses documentos.

O manual deve esclarece como será o processo de atualização de suas

especificações. As atualizações devem incluir todas as descriminações técnicas e

projeto de edificação, como se trata de um documento técnico deve vim especificado

os responsáveis e as exigência quanto a sua qualificação para revisão e atualização do

manual.

2.4 INSPEÇÃO PREDIAL COMO AUXILIO A GESTÃO DE MANUTENÇÃO

Para que o gestor de manutenção possa tomar a decisão certa em relação as

atividades de manutenção são necessárias que o mesmo tenha como avaliar as

condições da edificação. Segundo Pajuda (2012) a gestão do conhecimento está ligada

à necessidade do estabelecimento de registro para que possibilite um processo de

reavaliação continuo e integrado com a qualidade.

Por meio da inspeção serão coletadas informações sobre a edificação em

determinado período de tempo, informações que serão analisadas e contribuíram para

uma melhor prestação de serviço no reparo da não conformidade, evitando o

retrabalho, melhorando o desempenho do serviço e a confiabilidade.

Segundo IBAPE (2012), faz parte da inspeção a análise de, quando disponível

e existente, documentos administrativos, técnicos, manutenção e operação da

edificação. Inspeção deve começa muito antes da avaliação in loco da edificação, com

disponibilização das documentações solicitadas pelo auditor. Os documentos admirativos são aqueles referentes ao controle administrativos e gerencial e que tratam das regularidade e legalização da edificação perante aos órgãos competente [...] A documentação técnica é o registro, em forma de plantas e memoriais descritivos e de cálculos, das características físicas e dos sistemas construtivos da edificação [...] a documentação de manutenção e operação são aquelas que descrevem e/ou atestam as atividades realizadas com o propósito de prevenção ou correção de alguns elementos passiveis de manutenção. (NASCIMENTO; VASQUEZ, 2013.)

De posse desses documentos, o avaliador terá condições de atestar a

regularidade junto os órgãos que possam emitir atestados da segurança da utilização

da edificação, por exemplo laudos do corpo de bombeiros. Os projetos da edificação

são de suma importância para a realização das vistorias, neles são feitos os

mapeamentos dos sistemas, elemento e componentes a serem inspecionado. Com o

auxílio dos projetos e memoriais descritivos serão verificados os tipos de material

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utilizados para execução do sistema, elementos ou componentes, podendo agilizar a

atividade de manutenção proativa.

Segundo o IBAPE (2012), as inspeções prediais podem ser classificadas em 3

níveis:

Nível 1; inspeções feitas em edificações de baixa complexidade técnica. Geralmente

executada em edifício com plano de manutenção simples ou inexistente.

Nível 2: inspeção realizada em prédios de média complexidade técnica. Realizados em

edifícios com mais de um pavimento que possuam ou não planos de manutenção.

Nível 3; inspeções realizadas em edificações com alta complexidade técnica. Aplicado

a edifícios que possuam sistemas construtivos de automação, vários pavimentos, com

plano de manutenção e que possua software para o gerenciamento de manutenção.

Para elaboração do plano de manutenção é necessário que se conheça o nível

crítico das falhas a serem regularizadas. A classificação deve considerar o grau de

risco aos usuários, estrutura da edificação e os impactos no meio ambiente.

A inspeção predial é responsável pela identificação e classificação das

anomalias e seu grau de risco.

Segundo o IBAPE/SP (2011), as não conformidade podem ser classificadas da

seguinte maneira com relação ao grau de criticidade:

CRITICO: resulta em danos à saúde e segurança das pessoas e/ou meio ambiente,

comprometimento do desempenho da edificação podendo ocasionar em paralização de

algumas funções e interferência na vida útil da edificação.

REGULAR: ocasiona perda da função sem comprometimento dos demais sistemas,

perda localizada de desempenho.

MINIMO: causa pequenos danos estéticos ou atividade programada, mas não há a

probabilidade de culminar em riscos críticos ou regulares, não compromete o

desempenho e nem afeta a vida útil.

Os níveis mais críticos devem ser priorizados nos serviços de manutenção, uma

vez que estes oferecem risco aos usuários e danos irreversíveis a estrutura da

edificação. Existe ainda as anomalias de baixo risco que podem afetar por exemplo a

estética do prédio.

2.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE MANUTENÇÃO

Segundo Silva (2004), o departamento de manutenção é organizado a partir da

distinção de equipes ou setores de acordo com o porte, demanda de serviço e área de

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atuação. “A estrutura organizacional do departamento de manutenção [...] depende de

suas características especifica e dimensões” (CABRAL, 2009. Apud GONSALVES,

2014. p. 43)

Furtado (2001, p. 14) apud Silva (2004, p. 23), “a estrutura de manutenção

pode ser centralizada, descentralizada, mista ou matricial”.

Segundo Silva (2004), nas estruturas centralizadas todas as atividades são

planejadas por um único departamento. As esquipes de manutenção prestam serviços

para todo os setores do edifício e seus diversos sistemas, um único gestor é

responsável pela cadeia de comando. Essa estrutura torna a gestão mais prática sob o

ponto de vista que, o gestor ira lidar apenas com uma equipe, que terá que ser

qualificado para executar cada tipo de serviço exigido pelo plano, isso facilita a

contabilidade dos custos de manutenção.

Segundo Nepomuceno (1989) apud Silva (2004), as maiores desvantagens do

sistema decentralizado é a dificuldade pelo gesto supervisionar todos os envolvidos no

serviço de manutenção, necessidade de mais controle administrativo. A ocorrência de

mais de uma solicitação de manutenção pode gerar conflito entre a qualidade e

quantidade de serviço prestado.

Para Silva (2004), as estruturas decentralizadas, preconiza a divisão por

serviços ou setores da edificação. Nesse tipo de estrutura existira mais de um núcleo

que será responsável por tipo especifico de manutenção, todos os núcleos ficam

subordinado a um outro departamento como por exemplo área de produção.

O mesmo autor cita que as principais desvantagens do sistema decentralizado é

que a supervisão dos núcleos de manutenção pode não ter qualificação técnica para

orientar as equipes, a responsabilidade fica diluída sobre os vários departamentos

dificultando achar os autores principais.

De acordo com Silva (2004), na estrutura mista as direções procuram equilibrar

a atuação das duas estruturas. Esse equilíbrio sobre tudo deve acontecer de forma as

desvantagens de cada sistema seja eliminado

2.6 IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO

Entende-se por plano de manutenção o conjunto de ações ou atividade com a

finalidade de promover a recuperação das falhas identificada na edificação. Segundo a

NBR 5674: 2014, o programa de manutenção deve incluir meios para preservar as

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características da edificação e prevenir a perda de desempenho decorrente da

degradação em virtude do uso.

Segundo Gonsalves (2014), a implantação do plano de manutenção requer

conhecimento dos diversos conceito de manutenção. O mesmo autor sugere as

seguintes atividades necessária para implantação de um plano de manutenção:“Caracterização e conhecimento do edifício; recolha e análise de documentos técnicos; levantamento de instalações e equipamento por área; conhecimento operacional e taxa de ocupação; estruturação operativa, de gestão e de centro de custos; identificar matérias e ferramentas para a manutenção; [...] elaborar e implementar rotinas de inspeção técnica e de manutenção; introduzir ordens de trabalho, histórico e gestão de custos de manutenção preventiva e corretiva; [...] monitorar e analises das ações planeadas e programadas” (GONSALVES, 2014. P 45).

2.7 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Segundo Gonsalves (2014), a existência da avaliação de desempenho e a

interpretação desta, são de grande importância para o sucesso do plano de

manutenção. É importante que o gestor do plano tenha conhecimento total das

atividades executadas, o que deu certo ou não, as causas, dentre outros indicativos que

possibilitem a avaliação do sistema.

A manutenção do edifício é indispensável para a garantia de sua vida útil, todo

os serviços de manutenção são geridos por um plano, que deve contemplar os

objetivos e metas a serem atingidos. Para realizar essas metas, o gestor deve dispor de

dados para que o mesmo possa fazer uma avaliação se há ou não evolução no

desempenho dos serviços executados e promover as melhorias necessárias.

O uso de indicadores para a avaliação de desempenho é defendido por alguns

autores, Gonsalves (2014, p. 182) ressalta que a quantificação de cada indicador é

obtida a partir de uns conjuntos de dados, característicos de fenômeno, corrigido e

tratado de modo que exprime fatores que influenciem a manutenção.

A norma NBR 5674: 2012, recomenda que os indicadores de eficiência

avaliem:

a) Relação entre e tempo estimado e efetivamente realizado;

b) Taxa de sucesso das intervenções, medidas pela incidência de trabalho necessário;

c) Relação ao longo do tempo do custo X benefício gerado pelas manutenções;

d) Preservação do valor da edificação ao de sua vida útil.

As informações necessárias para a avaliação do desempenho da manutenção

predial são obtidas por meio dos relatórios de inspeções prediais, registro de atividade,

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planilhas de custo, esses documentos geram índices a serem analisado pelo gestor de

manutenção.

Os índices mais utilizados na manutenção de ativos são os conhecidos como

“Índices de Classe Mundial”. Ao todo são seis índices, segundo Tavares (2001) desses

seis índices quatro são referentes a gestão de equipamento e os outros dois refere-se a

custo.

a) Taxa de falhas

Segundo Avila (2007) apud Villanueva (2015) esse índice é a relação entre o

número de item com falhas (manutenção corretiva) e o período de tempo no qual este

item foi observado. Para um melhor aproveitamento desses índices o tempo fixo de

observação deve está entre semanas e meses.

b) Tempo médio entre falhas

Este indice relaciona o tempo no qual o equipamento desempenha sua função

de acordo com o prejeto com o numero de intervalos entre falhas. Esse indice é muito

util por apresentar um dado sobre a disponibilidade do sistema, assim é possivel saber

quanto tempo este tera de funcionamento sem ocorrer falhas.

c) Tempo medio para reparo

es

Este índice entre o tempo total de manutenção corretiva e um item com falhas e

o número total de falhas detectadas nesse item.

d) Retrabalho

Esse indicador mede a eficiência das intervenções realizadas, assim é

relacionado o número de trabalho repetidos e o total de intervenções realizadas.

Os outros dois itens são relacionados a custo:

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a) Custo da Mão de Obra

Este índice relaciona o custo da mão de obra com o custo total da manutenção

predial.

b) Custo dos materiais

2.7.1 Desempenho da manutenção segundo a NBR 15575

A NBR 15575 estabelece critérios de desempenho para que os edifícios

atinjam sua vida útil de projeto de forma que possa atender as demandas do usuário. A

mesma norma estabelece também diretrizes para a avaliação do desempenho do

serviço de manutenção.

De acordo com a NBR 15575 o sistema de gestão de manutenção predial deve

ser periodicamente avaliado contemplando alguns aspectos como:

a) Eficiência da periodicidade e dos processos de manutenção preventiva.

b) Avaliação do tempo de resposta as solicitações dos usuários.

c) Prazo entre a identificação das anomalias e as respectivas correções

d) Avaliação dos recursos disponibilizado para manutenção

A norma não mostra como deve ser mensurado os indicadores. Assim, “ a

avaliação pode ser feita por meio de qualquer forma que vier a ser estabelecidas pelos

ocupantes da edificação [...]” (JOSE CARLOS MARTINS, 2013 p 295)

Dessa forma os índices da Manutenção Classe Mundial podem ser utilizados

para mensuração do desempenho dos serviços de manutenção predial, uma vez que

esses índices medem índices relacionado a comportamento dos equipamento e custo

da manutenção.

2.8 SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA MANUTENÇÃO PREDIAL

Uma gestão eficiente se vale de muitas ferramentas que possam subsidiar na tomada

de decisões, uma dessas ferramenta é o sistema de informações. Jamil (2001) apud Silva e

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Santos (2009) diz que, construir um Sistema de Informação se faz necessário frente as

frequentes tomadas de decisões em determinadas esferas. Na gestão de manutenção essa é

uma necessidade constante, embora um edifício venha a ter um programa de manutenção

preventiva definido, ainda sim poderá surgir falhas nos prédios, e através de um sistema de

informação os usuários poderão solicitar as manutenções. Sem um sistema de informação, que

permita a rápida comunicação entre os usuário e departamento de manutenção, o gestor pode

demorar para detectar o problema podendo causa até a indisponibilidade das instalações

Um sistema de informação eficiente deve prover condições para que a informações

tenham certas características como, validade, conteúdo usabilidade clareza, imparcialidade,

precisão e concisão Marchand (1990) apud Maia e Scheer (2016). Entende-se que a

informação que chega até o gestor de manutenção predial deve ser precisa quanto a falha, sua

usabilidade está vinculada com precisão de detalhes sobre a anomalia encontrada, o conteúdo

da informação deve detalhar com clareza os aspectos da falha e se possível um prognostico.

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3 METODOLOGIA

Segundo Gil (2002), a metodologia descreve os procedimentos a ser seguido na

realização da pesquisa, sua organização está ligada as particularidades de cada

pesquisa, no entanto é necessário que as informações expressas sejam claras e

coerentes.

Existe várias taxionomias de tipos de pesquisa, adotando Vergara (2010), propõe

dois critérios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos meios será feito

um estudo de caso, que visa a investigação de um fenômeno, apontando a pesquisa

para a coleta de dado, pesquisas em arquivos públicos e privado.

Para Gil (2002), o objetivo de um estudo de caso é acumular informações

detalhadas e organizadas sobre um fenômeno. As vantagens do estudo de caso é a

capacidade de trabalhar com as diversas variedades de evidências, como: documentos,

entrevistas e observações. Quanto aos fins do trabalho, será realizada uma pesquisa

aplicada aos aspectos que envolvem a gestão de manutenção. De acordo com Gil

(2002) a pesquisa aplicada tem como motivação a necessidade de produzir

conhecimento para aplicação de seus resultados, com o objetivo de contribuir para fins

práticos, objetivando à solução mais ou menos imediata do problema detectado na

realidade.

3.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa tem uma abordagem qualitativa logo ela se centra na classificação das

características de situações, eventos e organizações. Seguindo a divisão feita por Vergara

(2010), quanto aos fins, a pesquisa terá uma natureza qualitativa com caráter exploratório que

busca envolver conhecimento teórico e prático por meio de entrevista estruturada, coleta de

dados, análise de documentos entre outros. Gil (2002) diz que a pesquisa exploratória tem o

objetivo de proporcionar maior familiaridade com o problema, pode se dizer que ela busca o

aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições.

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3.1.1 Estudo de caso

Foi elaborado um fluxograma descrevendo as etapas desse projeto de pesquisa,

o fluxograma tem a finalidade de nortear a pesquisa, evitando que o foco seja

dispersado diante das variedades de informação obtidas durante o processo de

investigação, vide figura 4.

A figura 4 mostra as etapas necessárias para alcançar os objetivos do projeto.

Após o levantamento bibliográfico será definido o roteiro de levantamento acerca dos

requisitos para atender as normas envolvidas na pesquisa. Este roteiro serve de guia

para a coleta de dados a ser realizada.

Figura 4 - fluxo de metodologia

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Levantamento bibliográfico

Definir roteiro de levantamento

Coleta de dados

Analisar requisitos no objeto de

estudo

Propor diretrizes

Todos os itens investigados

Inicio

FimSim

Sim

Não

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Com os dados coletados será feito uma análise confrontando as práticas realizadas

com os requisitos obrigatórios e os recomendados pelas normas. Ao associar esses resultados

com as entrevistas dos gestores e funcionários do objeto de estudo espera-se traçar um parecer

e propor um guia de diretrizes para melhoria do processo vigente.

3.1.2 Local e período de coleta

Para este estudo será avaliado instituição de ensino Centro Universitário

Luterano de Palmas. O CEULP possui 268.233,32 m² de área total e 51.166,00 m² de

área construída. A instituição conta com diversos laboratórios.

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3.1.3 Protocolo de pesquisa

Gil (2002) recomenda que para o estudo de caso seja elaborado um protocolo

de pesquisa para aumentar a confiabilidade do método. Para este trabalho foi

elaborado um protocolo utilizando as recomendações feitas por Yin (2010), vide

quadro 1.

Quadro 1 – Protocolo de pesquisa

VISÃO GLOBAL DO PROJETO

Estudo sobre as normas ABNT NBR 5674: 2012 e 14037: 2011 para propor diretrizes da gestão de manutenção predial para instituições de ensino.

PROCEDIMENTO DE CAMPO

Coleta de dados via entrevista, observações, levantamento de documentos administrativos, técnicos e operacionais.

QUESTÕES DO ESTUDO DE CASO

Explorar bibliografia do tema, as normas da ABNT NBR 5674: 2012 e 14037 e suas aplicações.

Conhecer o processo adotado no caso estudado para se propor diretrizes para gestão de manutenção.

Propor diretrizes de manutenção para a instituição.

Estudar como o manual de uso e manutenção e as inspeções prediais podem ser utilizados como apoio à gestão de manutenção.

Explorar as recomendações da ABNT NBR 5674: 2012, avaliar que tipo de indicadores podem ser utilizados para avaliar o desempenho do programa de manutenção.

ESBOÇO DO RELATÓRIO FINAL

Apresentar relação entre as informações levantada em campo, entrevista, documentos e relacionar como as recomendações da norma, assim resultando numa proposta de diretrizes de gestão de manutenção que melhorem o processo vigente.

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4 OBJETO DE ESTUDO E COLETA DE DADOS

O estudo tem por objetivo analisar o que é praticado na manutenção predial do Centro

Universitário Luterano de Palmas, confrontando com as normas, a partir de aí ver como

aplicar as recomendações normativa a instituições de ensino.

4.1 OBJETO DE ESTUDO

Centro Universitário Luterano de Palmas, a instituição possui 268.233,32 m² de área

total e 51.166,00 m² de área construída, ao todo o complexo conta com 10 prédios, que

recebem as instalações de salas de aulas, coordenações, laboratórios, bibliotecas, lanchonete e

outras instalações de cunho administrativos.

As obras se iniciaram em 1992 sendo entregue em 1994, nesse período a mão de obra

era pouco qualificada, o acompanhamento das obras não seguia a normas de desempenho que

existes atualmente.

A falta de controle na execução da obra e mão de obra desqualificada fez com que o

prédio do CEULP apresentasse vários problemas durante e após sua conclusão. Exemplo

disso são os painéis de paredes que apresentam grandes variações de espessura, que é

resultado de paredes empenadas, assim o reboco mais espesso em alguns pontos tem a função

de atenuar as irregularidades construtivas das paredes de vedação.

Figura 5 - Imagem aérea do Centro Universitário Luterano de Palmas

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4.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi feita por meio de questionário aplicado ao departamento de

manutenção predial da instituição. O responsável pelo departamento, Sergio, respondeu ao

questionário por meio de uma entrevista, explicando a forma como é trabalhada manutenção

predial.

A partir das informações observadas na entrevista pode se constatar a ausência de

plano de manutenção para grande parte dos sistemas da instituição. Segundo, o gestor

somente os condicionadores de ar respeitam um programa de manutenção preventiva com

qualidade, assim como o controle da agua dos bebedouros, segundo o mesmo essa é uma

pratica necessária em função principalmente das fiscalizações da vigilância sanitária. A

manutenção é feita seguindo a periodicidade de 3 meses.

Os demais sistemas recebem apenas manutenção corretiva, em casos como os

elevadores e equipamento dos laboratórios a manutenção corretiva é feita por equipe

terceirizadas.

Durante a entrevista verificou-se que há falta comunicação e o fluxo de informação

acaba comprometendo os serviços de manutenção, que por sua vez resulta em retrabalho

constante, de acordo com o gestor há situações onde é solicitado pontos de tomada, depois de

executado o serviço o usuário pede que seja mudada a disposição dos pontos de tomada, isso

mostra influência negativa da falta de um sistema estruturado de informação. O que gera

problemas é que alguns serviços dependem da autorização da reitoria ou da matriz que se

encontra em Canoas – RS, como não existe um fluxo de informação estruturado acaba que

algumas solicitações de reparo demoram para ser atendidas gerando em alguns casos uso

parcial das instalações ou mesmo indisponibilidade de uso de parte do complexo educacional.

Outro ponto observado é a falta de acesso pelo setor de manutenção as plantas e

projetos da edificação. Segundo o gestor de manutenção a execução dos serviços de

manutenção é realizada com os conhecimentos de que cada funcionário possui acerca das

instalações. Isso acaba comprometendo o fluxo de serviço de manutenção já que ficaria

complicado para outro profissional realizar alguma intervenção sem conhecimento dos

projetos.

Para o gestor de manutenção do CEULP o maior problema para se ter um programa de

manutenção preventiva é a falta de mão de obra qualificada, de acordo com o gestor a equipe

de manutenção é formada por 6 funcionários, sendo 2 responsáveis pela elétrica e os outros 4

são de serviços gerais. Como a equipe é pequena serviços básicos sem muitas complexidades

acabam sendo terceirizados, como no caso da manutenção da pintura dos prédios. Outro

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problema também encontrado ligado baixo número de funcionário é a falta mão de obra para

manutenções emergenciais em determinados turnos, o gestor cita exemplo da parte elétrica

que é um dos sistemas que mais se tem problemas, sendo o período noturno o horário mais

exigido, no entanto para este turno a equipe de manutenção não conta com nenhum

funcionário, segundo o gestor em uma ocasião houve uma grande tempestade que afetou o

sistema elétrico do complexo, como o ocorrido foi durante a noite as aulas foram suspensas. A

situação poderia ter sido contornada com um quadro maior de funcionário e mais qualificado.

4.3 ANALISE DA GESTÃO DE MANUTENÇÃO CORRENTE

O que se tem atualmente no CEULP é uma gestão de manutenção pouco eficiente com

várias questões que implicam para esse fato, que vão desde execução da obra até a sua forma

de utilização ao longo dos anos.

A mão de obra utilizada durante a execução do complexo do CEULP era pouco

qualificada, resultando em serviços de baixa qualidade. Por exemplo, casos onde não se tinha

o controle da execução das alvenarias de vedação que acabavam sendo executadas

desalinhada, esse tipo de falha resulta em outra que é reboco com espessura maior que o

necessário, nesse caso o reboco é utilizado para disfarçar as irregularidades da parede. Com

mais volume de argamassa no reboco o peso da parede aumenta, gerando impacto negativo na

estrutura.

Durante a fase de uso os problemas seguiram-se com o crescimento não planejando e

as constante mudanças das salas. Salas de aulas passavam a ser coordenação, em outros

momentos a mesma sala passava a ser recepção.

Ao logo de sua utilização não somente a gestão de manutenção predial foi ineficiente

como também a gestão do edifício foi pouco eficaz. A eficiência da gestão está relacionada ao

fluxo de informação, que fornece subsídio para o gestor possa tomar decisões de modo a

aumentar o desempenho dos serviços prestados. Como já foi observado o CEULP possui uma

deficiência com relação ao fluxo de informação. No artigo que fala sobre a gestão de

facilidade, Moreira e Ruschel (2015) diz que, uma quebra no fluxo de informação pode gerar

altos custo, instalações ineficientes.

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5 PROPOSTA DE DIRETRIZES

O que se propõe nesse trabalho é identificar como as normas NBR 5674 e 14037

podem atender as necessidades de uma instituição de ensino. Ao logo deste trabalho pode se

evidenciar a importância da gestão manutenção, com programa de manutenção para os

sistemas, elemento e componentes do edifício. Para que essa gestão seja executada de maneira

eficiente a NBR 5674 recomenda que o edifício possua um manual de uso e manutenção, a

elaboração do manual deve obedecer ao proposto pela NBR 14037.

As duas normas falam da importância de se ter um fluxo de informação de forma que

permita ser solicitado a manutenção pelos usuários e também para que facilite interação entre

os agentes envolvidos na manutenção predial.

Como proposições finais desse trabalho são apresentadas sugestões para gestão de

manutenção.

5.1 MANUAL DE MANUTENÇÃO

Com base na entrevista realizada para este trabalho foi identificado a falta de manuais

de manutenção para o edifício. O manual é um documento importante que contribui para a

gestão da manutenção, contendo informações sobre a periodicidade das atividades de

manutenção preventiva e de como proceder na execução da mesma.

Vale ressaltar que além de ser uma recomendação das normas, o Código de Defesa do

Consumido estabelece no item III, art. 39 o seguinte.

“É vedado ao fornecedor de produtos e serviços, dentre outras práticas,

colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviço em desacordo

com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes, ou, se normas

específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT) ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO) ”.

Assim atendendo as recomendações se faz necessário que se elabore o manual de

manutenção dos prédios do Centro Universitário Luterano de Palmas. Inicialmente existe a

necessidade de que se identifique os sistemas, elementos e componentes. Em função da falta

de projetos arquitetônico e complementares esse pode ser um trabalho complexo e demandar

muito tempo, sendo necessário nesse caso primeiro a elaboração/reelaboração das plantas dos

edifícios.

Posterior a fase de reelaboração dos projetos pode-se então partir para a elaboração

dos manuais de manutenção e programa de manutenção preventiva com suas devidas

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periodicidades. A NBR 14037 possui um modelo de programa de manutenção em seus anexos

que pode ser adaptado a realidade das edificações, no caso do CEULP isso se faz necessário já

que a edificação foi executada antes da vigência das normas citada nesse trabalho. Para

elaboração do manual se faz necessário obedecer às recomendações dos fabricantes de

sistemas, elementos e componentes.

Figura 6 - Fluxograma de elaboração do manual de manutenção.

A figura acima demostra como deve ser o processo de elaboração do manual de

manutenção para instituição CEULP.

1. O primeiro passo é a elaboração dos projetos arquitetônico com complementares, por

norma essa fica a cargo da administração essa etapa. A NBR 14037 no item 4.2

estabelece a estrutura básica para apresentação do manual de manutenção, sendo

necessário dentro dessa estrutura informações de projetos para as divisões de áreas

comuns e documentação técnica.

2. O segundo passo é já com os projetos fazer o mapeamento dos sistemas, seus

elementos e componentes. Como o complexo educacional é grande essa é uma fase

que demanda grande atenção para fazer a correta identificação.

INICIO

MAPEAMENTO

DADO DE FORNECEDORES

PERIODICIDADE/PROCEDIMENTO

ESCOPO DO MANUAL

INSERÇÃO DE DADO

MANUAL DE MANUTENÇAÕ

FIM

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3. Nessa etapa muitos elementos e componentes encontrado no mapeamento exigira

informações de seus fornecedores ou montadores, como tempo de vida útil, período

entre manutenções, como fazer manutenção.

4. Nessa fase com as informações das duas fases antecessoras define-se a periodicidade

da manutenção preventiva e forma como executa-la. Para essa fase é possível fazer o

aproveitamento do programa de manutenção em anexo na NBR 14037 e com as

informações do mapeamento pode-se adequar o programa a necessidade da Instituição.

5. Essa fase destina-se a apresentação do manual de manutenção, a NBR 14037

recomenda que o manual seja apresentado em linguagem simples de fácil

compreensão pelos usuários, com nível de detalhamento proporcional a complexidade

do edifício. O manual deve ser reproduzido em meio físico. Por questões pratica o

manual pode ser subdividido em capítulos. Em caso de elementos ou componente que

demandem informações mais profundas, estas devem estar presente no anexo do

manual.

6. Insere os dados dentro do modelo de apresentação do manual de manutenção

7. Tem-se o manual de manutenção que deve ser impresso e de fácil acesso ao usuário,

podendo ser reproduzido em meio eletrônico de modo que se permita a impressão em

meio físico.

5.2 GESTÃO DA MANUTENÇÃO

A manutenção praticada na instituição na maioria dos casos corretivos, o foco da

gestão da manutenção é aprimorar esse procedimento, gerando mais confiabilidade do edifício

evitando assim serviços não previsto. A gestão de manutenção parti da definição do programa

de manutenção e suas periodicidades, essas informações devem estar contidas no manual de

manutenção da edificação. Assim o manual se apresenta como uma ferramenta no auxílio da

gestão de manutenção, fornecendo informação dos sistemas, elementos e seus componentes

incluindo orientações de como executar reparos.

É de grande importância na gestão da manutenção que seja estabelecido um fluxo de

documentação e comunicação entre os agentes envolvidos na manutenção do edifício. Na

entrevista foi explicitado a dificuldade da manutenção em função da falha de comunicação e

falta de registro de diversos tipo de serviço.

Deve-se prover o devido registro de tudo que for implementado no programa de

manutenção. Manual de manutenção e programa de manutenção são documentos que devem

ser registrados, soma-se a este as funções dos responsáveis pela coleta de dados, a forma

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como deve ser feito o arquivamento do registro e o período de tempo que os registros devem

ficar armazenado.

Relativo a execução da manutenção todos os documentos emitidos nessa fase devem

ser arquivados como parte integrante do manual de uso, operação e manutenção. Essa

documentação deve ficar disponível assim que solicitada, seja pelo usuário ou pela equipe de

manutenção. Em caso de mudança da equipe de manutenção ou do responsável pela gestão

essa documentação deve ser repassada ao mesmo integralmente.

Na entrevista foi possível observar que não existe nenhuma ferramenta que possa dar

previsão da anomalia no edifício antes que aconteça, assim a manutenção ocorre somente

quando acontece a falha do sistema, elemento ou componente. Nesse contexto a inspeção de

predial é uma torna-se uma ferramenta de auxílio na gestão de manutenção. A NBR 5674

recomenda que as inspeções obedeçam às periodicidades conforme o manual de manutenção

da edificação. Os resultados das inspeções devem vim em forma de relatório em modelo

elaborado e ordenado de modo que facilite o seu registro.

Seguindo a periodicidade determinada no programa de manutenção a inspeção deve

apresentar relatório que descrevam as falhas encontradas com uma avaliação de risco, a partir

dessa informação é possível determinar o grau de urgência do reparo da anomalia encontrada.

A figura a seguir mostra o fluxo que deve ser seguido durante inspeção.

Figura - 7 processo de inspeção

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A figura a cima descreve o fluxo a ser seguido para o procedimento de inspeção

predial, a NBR 5674 descreve a inspeção predial como ferramenta no auxílio a gestão de

manutenção, dando subsidio para possa ser tomada as decisões.

1. O primeiro passo é definir o objeto a ser inspecionado, para essa etapa é necessário

que se tenha acesso aos projetos do edifício. A escolha do objeto a ser inspecionado

está condicionada a periodicidade determinada no manual de manutenção

2. Definido o objeto a ser inspecionado, deve se buscar as especificações que o objeto

deve atender. A NBR 5674 recomenda que sejam adotadas as recomendações da NBR

15575 – norma de desempenho de edifício até 5 pavimentos, em casos de edificações

executadas antes da vigência da norma citada deve se procurar atender o máximo que

se puder. É necessário também que se tenha todas as especificações do fabricante.

3. Nessa fase é executada a inspeção do objeto escolhido, no laudo de inspeção deve-se

verificar se o objeto atende as especificações das normas e fabricantes, a classificação

das falhas e anomalia, classificação quanto ao risco, ordem de prioridade, orientações

técnicas para resolver o problema encontrado.

4. Feito a avaliação o resultado será expresso em laudo ou relatório de inspeção, este é

um documento que deve ser devidamente registrado e arquivado.

5. Caso não se encontre nenhuma anomalia no objeto inspecionado é feito o registro do

lado descrevendo que o objeto está obedecendo as especificações de norma e

fabricante.

6. Caso seja encontrado falhas no objeto inspecionado deve obedecer ao programa de

manutenção quanto as possíveis forma de manutenção a ser executada. O programa de

manutenção e parte integrante do manual de manutenção do edifício.

7. Determinado a metodologia de manutenção a mesma deve ser executada pela equipe

local ou terceirizada, os profissionais responsáveis pela execução devem possuir

qualificação e treinamento necessário para o serviço sugerido. Qualquer reparo deve

ser precedido de um parecer e técnico de engenheiro ou técnico.

8. Feito a manutenção do objeto, deve ser feito uma avaliação para se verificar se o

serviço executado sanou o problema.

9. A avaliação feita após a execução do serviço deve ser expressa em forma de laudo ou

relatório de inspeção, este é um documento que deve ser devidamente registrado e

arquivado.

10. Caso o serviço de manutenção seja sanado o problema, deverá constar na avaliação

que o após a manutenção o objeto está atendo as especificações de norma e fabricante.

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Caso a manutenção não tenha sido satisfatória, a metodologia de manutenção deverá

ser alterada para que possa atender as especificações de norma e fabricante.

11. Definida a nova metodologia segue-se o ciclo a partir do item 8 até que o resultado

seja satisfatório.

Conforme recomenda a NBR 15575 as edificações executadas antes do vigor da

referida deve buscar meio para adequar-se a mesma. Assim juntos aos serviços de

manutenção deveram ser incorporados procedimentos que permita ao item reparado atender

aos critérios de desempenho. A NBR 15575 é dividida em 6 partes: 1 requisitos gerais;

requisitos para sistemas estruturais; requisitos para sistemas de piso; requisito para

sistema de vedação verticais interna e externa; requisito para sistema de cobertura; requisito

para sistema hidro sanitário. As recomendações para atendimento aos critérios de desempenho

devem ser inserida no manual de manutenção e programa de manutenção preventiva.

5.2.1 Solicitação de manutenção

Considerando a situação atual da gestão de manutenção predial que não possui um

fluxo de informação estruturado propõe-se a criação de um sistema informatizado para

registro, acompanhamento e baixa das manutenções e inspeções realizadas. O modelo

proposto permitirá ao usuário solicitar a manutenção quando necessária, posteriormente essa

informação deve chegar até a gestão de manutenção que irá avaliar a necessidade de uma

manutenção preventiva ou se o respectivo problema será solucionado de acordo com a

periodicidade indicada no programa de manutenção preventiva predial.

A ideia é que o sistema informatizado seja integrado ao portal do CEULP/ULBRA,

assim os usuários que são os professores e alunos com seus respectivos login poderiam

solicitar as intervenções

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Figura 8 - Site do CELP/ULBRA

Figura 9 - fluxo de informação na solicitação de serviço

Na figura acima e exemplificado a dinâmica do fluxo de informação referente a

solicitação de manutenção por meio do portal do CEULP.

1. Registro: nessa etapa professor e aluno com login de acesso no portal do

CEULP/ULBRA, faz sua solicitação de reparo de algum elemento encontrado

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nos edifícios, para dar validade a informação pode ser utilizado a opção de

envio de imagem junto em anexo a solicitação.

2. Avaliação: é feito uma avaliação da falha mencionada na solicitação, o gestor

de manutenção ira delegar alguém para fazer a inspeção da anomalia,

indicando se há necessidade de intervenção corretiva ou se deve ser obedecido

a periodicidade do programa de manutenção corretiva.

3. Manutenção corretiva: em função da criticidade da anomalia é feito a

programação da intervenção corretiva seguindo as recomendações do manual

de manutenção predial, sempre lembrando de fazer com que os elementos

reparados também atendam aos critérios de desempenho, esses critérios de

desempenho da NBR 15575 devem estar em anexo no manual de manutenção.

4. Execução da manutenção: é feito a manutenção de acordo com o manual e

considerações da NBR 15575.

5. Programa de manutenção: caso o grau de criticidade seja mínimo a falha

deverá ser incluída no programa de manutenção preventiva, onde se tem as

periodicidades e procedimento para execução da manutenção.

6. Baixa da manutenção: concluído o serviço deve ser feito um relatório ou

laudo detalhando o que foi feito para sanar o problema, esse documento deve

ser devidamente arquivado para uso futuro da gestão. Deve-se também dar

baixa no sistema informando que a solicitação feita foi atendida.

A descrição do processo mostra duas etapas importante para a avaliação da

eficiência do sistema de informação. Com as informações de registro de solicitação e

baixa da manutenção se extrai o índice de aproveitamento das informações e tempo

entre solicitação e reparo. É interessante incluir um questionário, quando for notificar

o usuário sobre a conclusão da manutenção, afim de verificar o grau de satisfação.

5.2.2 Extração dos índices e indicadores

A avaliação do desempenho da manutenção é feita a partir dos registros de dado no

sistema proposto, que utiliza o Portal do CEULP/ULBRA. No sistema indicado pode se

acessar os serviços solicitados, histórico de serviço executados, tempo de atendimento ás

solicitações. Nos laudos e inspeções e registro da gestão de manutenção estão dados relativos

períodos entre falhas, custo da manutenção com materiais e mão de obra.

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Os indicadores a ser utilizado serão os referentes a Manutenção Classe

Mundial.

a) Taxa de falhas

b) Tempo médio entre falhas

c) Tempo medio para reparo

es

d) Retrabalho

Os indicadores a seguir referem-se a questão dos custos da manutenção

e) Custo da Mão de Obra

f) Custo dos materiais

Para medir satisfação do usuário é proposto a aplicação de um questionário com

pontuação para cada questão variando de 1 a 10 pontos.

1. Qual sua avaliação sobre o sistema de solicitação de manutenção?

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2. A solicitação envida teve retorno do departamento de manutenção?

3. Como você avalia a manutenção predial do CEUL/ULBRA?

4. O serviço executados referente a solicitação foi satisfatório?

5. Como você avalia a rapidez com que é feito a manutenção solicitada?

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6 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho relacionou as normas NBR 5674 e 14037, buscando propor soluções

para gestão da manutenção predial do Centro Universitário Luterano de Palmas. O CEULP

possui uma gestão de manutenção predial que pode incorporar pontos de melhoria para

otimizar os recursos ao longo de sua utilização. Na entrevista realizada buscou-se confrontar

as práticas vigentes com o que é recomendado pelas normas NBR 5674 e 14037. Como

resultado foi possível observar a necessidade de fazer uso da gestão de manutenção predial de

forma a tornar o ambiente mais seguro e confiável, diminuído os transtornos para usuário e

gestores.

As faltas de diretrizes claras para as atividades de manutenção predial geram falhas no

fluxo de informação, criando obstáculos para a execução dos serviços de manutenção, isso

implica em tomadas de decisões menos precisas para sanar problema no edifício. Os

problemas de fluxo de informação são agravados pela falta de um manual de manutenção

predial e de um programa de manutenção predial preventiva. Já que estes compõem um

conjunto de documento que dão norte para a gestão da manutenção predial.

Nesse contexto foi proposto a utilização de um sistema de informação utilizando o

portal do CEULP/ULBRA, com a adoção desse sistema é possível melhorar a questão do

fluxo de informação, levando a gestão informações de forma mais rápida e por conseguinte

uma avaliação do problema encontrado vai determinar se a manutenção deve ser corretiva ou

ser inclusa no programa de manutenção preventiva.

O sistema proposto permite também a extração de dado para a obtenção de indicadores

de desempenho, os índices permitem uma avaliação dos serviços executado e da

funcionalidade do sistema de informação. Este é um ponto de melhoria, visto que a gestão não

dispõe de ferramenta de auxílio na gestão de manutenção e nem indicadores de desempenho

Foi identificado nas entrevistas que não há uma rotina de inspeção predial no CEULP,

essa pratica é recomendada por norma e é uma importante ferramenta no auxílio das

manutenções preventivas. Este trabalho propõe a criação de um calendário anual para um

processo que explicite os passos a serem seguido para a realização das inspeções, ressaltando

a importância de se documentar todo o processo. A documentação e registro dos processos

são importante para que se possa fazer a avaliação do desempenho dos serviços prestado.

Este trabalho apresentou diretrizes para elaboração do manual de manutenção predial

que irá auxiliar a equipe de manutenção nos serviços de manutenção predial. As informações

presentes no manual de manutenção devem atender as recomendações de norma de

desempenho e especificações dos fabricantes, assim os reparos feitos pelos operários tendem a

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ser mais eficiente e diminuí os gastos desnecessário com matérias e retrabalhos, problema

enfrentado pela atual gestão de manutenção.

As necessidades encontradas no CEULP ao longo deste trabalho vão de encontro ao

que é discutido na gestão de instalação. Na gestão de instalação segundo Moreira e Ruschel

(2015), busca-se interligar vários conhecimentos afins de promover o melhor atendimento as

necessidades operacionais, fornecendo dados confiáveis para a gestão e planejamento

organizacional.

A gestão de instalação tem por finalidade o planejamento e operação eficiente dos

processos, integrando edifício, equipamento, serviços visando dar suporte para o

planejamento estratégico afim de atingir os proposito da gestão.

Ainda segundo Moreira e Ruschel (2015) a gestão de facilidade é apoiada por sistemas

de informação próprio que podem ser potencializados pela Modelagem de Informação da

Construção (Building information Modeling – BIM). Com o BIM é possível criar um modelo

digital da construção que pode ser utilizada para todo o ciclo de vida do edifício que vai desde

elaborar o projeto, construir, uso, operação e manutenção.

Durante a entrevista foi observado que a gestão de manutenção não possuía acesso

aos projetos do edifício. Nesse contexto a gestão de instalações com a adoção do BIM pode

trazer um enorme ganho no desempenho da gestão de manutenção. Segundo Sellos, Santos e

Longo (2015) a integração do BIM a um sistema de manutenção predial torna a gestão mais

sólida e eficiente, pois as informações inseridas no sistema não estão desconectadas da vida

real do empreendimento. Na lógica BIM, a modelagem é semelhante a construção do edifício

em ambiente virtual, com o diferencial de poder inserir uma gama de informações dentro do

ambiente virtual. Assim, simultâneo à elaboração do projeto do edifício pode ser anexada

informações referente ao programa de manutenção predial.

Assim, conclui se que o sucesso da gestão de manutenção predial está diretamente

ligado a capacidade de os agentes envolvidos seguirem o fluxo de atividade determinado

pelos manuais de manutenção predial e seguir as periodicidades do programa de manutenção

preventiva. A correta aplicação das diretrizes trará resultados notórios como redução de

manutenção corretivas que em alguns casos geraram a indisponibilidade do ambiente para o

usuário

Para estudos futuros sugere-se que seja elaborado um sistema de acompanhamento da

manutenção predial utilizando a ferramenta BIM. Com o programa de manutenção preventiva

elaborado e o manual de manutenção predial, o estudo deve focar em alimentar o sistema

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BIM de modo que essa possa otimizar todo o processo de gestão, melhorando assim a tomada

de decisão.

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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

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APENDICE - QUESTIONÁRIO

Existe uma equipe local responsável pela manutenção predial da instituição? Qual o tamanho

desta equipe?

Existe serviços de manutenção executados por empresas terceirizadas e/ou fabricantes?

Como os serviços de manutenção são controlados? (Registrados, aprovados, controlados)

Quais são os serviços de manutenção mais executados?

Há retrabalho? Qual a frequência de retrabalho no serviço de manutenção?

Existe inspeção predial?

Há manutenção preventiva? Se sim, como ela é programada? (Em que frequência?)

Como é feito a identificação dos reparos a serem feitos?

Quanto tempo leva da identificação da anomalia até o seu reparo?

É mantido registro dos reparos executados?

Existe algum procedimento padrão de segurança para serviços de manutenção em áreas de

circulação?

Qual o custo anual com a manutenção predial da instituição?

Qual tipo de manutenção mais executada: preventiva ou corretiva?

Os reparos são executados com supervisão técnica?

Existe uma escala de prioridade nos serviços de manutenção?

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Como as manutenções são priorizadas? Como é feito a análise de impacto?

As instalações têm registros dos projetos arquitetônicos, hidráulicos, elétricos? Estão

atualizados? São usados para avalia impacto?