INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA E ÁREAS POTENCIAIS...
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República Federativa do Brasil Ministério de Minas e Energia
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais Diretoria de Geologia e Recursos Minerais
Departamento de Recursos Minerais
INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA E ÁREAS POTENCIAIS NOS ESTADOS DO PARÁ E AMAPÁ
Nélio das Graças de Andrade da Mata Rezende
Superintendência Regional de Belém Abril - 2001
Geólogo Orlando José Barros de Araújo Gerente de Recursos Minerais Geóloga Maria Telma Lins Faraco Supervisora da Área de Recursos Minerais
EQUIPE TÉCNICA
Geólogo Nélio das Graças de Andrade da Mata Rezende Chefe do Projeto e Executor do Informe Bibliotecária Maria Léa Rebouças de Paula Referências Bibliográficas Aux. Adm. Luzanira Prazeres da Silva Téc. Proc. Dados Tania Keyler Coelho de Argolo Digitação e Editoração
Editoração final e impressão na Superintendência Regional de Porto Alegre Coord.: Geól.Luís Edmundo Giffoni Formatação: Téc.Proc. Gualtério Souto Cássia
Informe de Recursos Minerais - Série Insumos Minerais para Agricultura n.º 10
Ficha Catalográfica R467 Rezende, Nélio das Graças de Andrade da Mata
Insumos Minerais para Agricultura e Áreas Potenciais nos Estados do Pará e Amapá – Belém: CPRM, 2001.
57 p. il. + 1 mapa colorido - (Informe de Recursos Minerais - Série Insumos Minerais para Agricultura, nº 10).
1. Minerais Industriais. 2. Agricultura. I. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM. II. Série. III. Título.
CDU 553.93 661.635.41
Apresentação
O Informe de Recursos Minerais objetiva sistematizar e divulgar os resultados das atividades técnicas da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM nos campos da geologia econômica, prospecção, pesquisa e economia mineral. Tais resultados são apresentados em diversos tipos de mapas, artigos bibliográficos, relatórios e estudos.
Em função dos temas abordados são distinguidas oito séries de publicações, abaixo relacionadas:
1). Série Metais do Grupo da Platina e Associados; 2). Série Mapas Temáticos do Ouro, escala 1:250.000; 3). Série Ouro - Informes Gerais 4). Série Insumos Minerais para Agricultura; 5). Série Pedras Preciosas; 6). Série Economia Mineral; 7). Série Oportunidades Minerais - Exame Atualizado de Projeto; 8). Série Diversos.
A aquisição de exemplares deste informe poderá ser efetuada diretamente na
Superintendência Regional de Belém ou na Divisão de Documentação Técnica, no Rio de Janeiro.
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Resumo A agricultura das regiões tropicais, no geral, ainda é marcada por um índice de produtividade aquém de seu potencial, como reflexo direto do baixo padrão tecnológico que a caracteriza. Neste trabalho aborda-se, de forma sintética, os fatores envolvidos na definição de uma tecnologia agrícola regional adequada, com ênfase dedicada ao papel desempenhado pelos insumos minerais, nas suas diversas formas de utilização, isto é, como fertilizantes, ou matéria-prima para a indústria de fertilizantes, e como aditivos (condicionadores ou corretivos) de solos. Faz-se uma análise genérica sobre as fontes geológicas dos nutrientes primários (nitrogênio, fósforo e potássio), nutrientes secundários (cálcio, magnésio e enxofre) e dos micronutrientes (boro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco e cobalto), bem como de alguns aditivos de solo (calcário agrícola, gipsita e turfa), além de produtos alternativos como escórias siderúrgicas e material para preparação de farinha de rocha. Traça-se um perfil da potencialidade geológica desses insumos nos estados do Pará e Amapá, com um certo detalhamento dedicado à calagem de solos ácidos e à questão do calcário agrícola no Pará, registrando-se os esforços que vêm sendo desenvolvidos no sentido de reverter o paradoxo de se ter um Estado com imensas reservas, distribuídas em diversos pólos geográficos, e estrategicamente bem localizados, mas que não possui moageiras para atender a demanda do setor agrícola regional.
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1 - Introdução
Muito mais que um modismo, de-senvolvimento sustentável é um concreto anseio da humanidade no dia de hoje. Ob-jetiva-se com isso, em qualquer empreen-dimento, conciliar eficiência econômica, justiça social e equilíbrio ambiental na bus-ca de melhores condições de vida para o homem.
Nesse contexto, os rumos de uma agricultura sustentável tem sido uma cons-tante preocupação dos órgãos públicos, entidades da sociedade civil e setores pro-dutivos especialmente na Amazônia, onde ainda é muito efetiva a tradição de roçar-queimar-plantar-abandonar. Romper esse ciclo vicioso requer conhecimento, orientação, domínio e aplicação de tecno-logia adequada por parte da comunidade agrícola. Para tanto, o uso de insumos minerais desempenha significativo papel. Este Informe de Recursos Minerais apresenta uma apreciação genérica sobre os insumos minerais usados na agricultura, seja como matéria-prima para a indústria de fertilizantes, seja como aditivos de solo, em termos de sua geologia e da potenciali-dade da ocorrência de jazimentos nos es-tados do Pará e Amapá. Esse potencial é apresentado, também, sob a forma de ma-pa, numa abordagem sintética sobre potás-sio, rochas fosfáticas, enxofre, calcá-
rio/magnésio, gipsita e turfa, além de mate-rial para produção de farinha de rocha. Ênfase especial é dada aos aspectos rela-tivos a calagem de solos, e à privilegiada situação do Estado do Pará quanto à distri-buição geográfica dos pólos potencialmen-te produtores de calcário agrícola. Adicionalmente, são tecidas algu-mas considerações sobre a função dos insumos minerais no contexto de uma tec-nologia agrícola adequada e uma aborda-gem resumida sobre o padrão tecnológico da agricultura regional. Surpreendente, na execução deste trabalho, foi constatar o elevado grau de desinformação existente, entre profissio-nais das geociências - incluindo geólogos e agrônomos - sobre o papel dos insumos minerais na agricultura e suas especifica-ções. Entre outros, o mais freqüente equí-voco é considerar que calcário agrícola tem de ser, necessariamente, magnesiano ou dolomítico.
Na interação com o setor agrícola, a Geologia pode contribuir de forma diversi-ficada, especialmente facilitando a oferta das fontes tradicionais de matéria-prima para fertilizantes e aditivos de solo, bem como indicando fontes alternativas desses insumos.
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2 - O Paradoxo da Agricultura Tropical
As regiões tropicais comportam um intrigante paradoxo. Sua agricultura apre-senta um dos mais baixos índices de ren-dimento agrícola, embora possuam um potencial natural de produtividade superior ao de regiões temperadas. De um modo geral uma floresta tropical produz em 18 anos o que uma de clima temperado leva 100 (relação ≅ 1:5), evidenciando, claramente, as melhores condições de produção dos solos tropicais (Franchi, 1997). A elevada produtividade em solos tropicais virgens, isto é, em áreas recém desbravadas atesta esse potencial natural, responsável pela manutenção se-cular do sistema de cultivo intinerante do tipo roçar-queimar-plantar-abandonar, só voltando a se cultivar a terra após 8 a 20 anos de repouso. Dos mais de 300 mil focos de queimadas registrados anualmen-te no Brasil, a grande maioria está concen-trada na Amazônia: 38% no norte de Mato Grosso, 27% no sul do Pará, 10% no Ma-ranhão e 7% no Tocantins
(EMBRAPA, 2000). Constata-se, entretanto, que o mo-delo de agricultura nômade vem sofrendo contínuas transformações, buscando-se consolidar um estágio onde o aumento da produção seja obtido não com o aumento da área plantada, mas, sim, com um incre-mento na produtividade agrícola. Isso re-quer, entretanto, o uso de uma tecnologia adequada. Tecnologia importada de regi-ões temperadas não é apropriada para solos tropicais e deveria ser modificada, conforme densa e excelente argumentação de Primavesi (1982), no livro Manejo Eco-lógico do Solo. O Quadro I exemplifica e enfatiza as diferentes características entre solos de regiões tropicais e temperadas, reforçando a idéia de que devem ser trata-dos de forma diferenciada. Existem centros de excelência em pesquisa agropecuária no Amazônia – a EMBRAPA, por exemplo – onde vêm sendo obtidos avanços signifi-cativos na definição das técnicas ideais de cultivo e manejo dos solos tropicais.
QUADRO I - CARACTERÍSTICAS DE SOLOS DE CLIMAS TROPICAL X TEMPERADO
TROPICAL Predomina caulinita
TEMPERADO Predomina esmectitas
1 Mais profundo Mais raso 2 Mais intemperizado Menos intemperizado 3 Baixa CTC ( Ca, Mg, K, Na ) Elevada CTC
4 Mais pobre em sílica e mais rico em Al e Fe (óxidos ) Mais rico em sílica e menos em Al e Fe
5 Pouca fixação de K e NH4 Apreciável capacidade de fixar K e NH4 6 Grande capacidade de fixar P Baixa capacidade de fixar P
7 Maior capacidade de trocar ânions (P, S, Cl, NO3)
Menor capacidade de trocar ânions
8 Mais ácido Menos ácido 9 É friável É pegajoso 10 Possui estrutura mais grumosa em estado nativo Possui estrutura menos grumosa
11 Decompõe rapidamente a matéria orgânica e raramente acumula húmus
Decompõe lentamente a matéria orgânica, podendo acumular húmus em grande quantidade
12 Possui microvida muito ativa Possui microvida pouco ativa 13 Sofre facilmente a erosão por chuvas torrenciais Raramente ocorre erosão, devido a chuvas fracas
14 Superaquecimento à insolação direta É muito frio, necessitando ser aquecido por insolação direta
15 Baixa capacidade de retenção de água Alta capacidade de retenção de água Baseado em Primavesi (1982)
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3 - Insumos Minerais x Padrão Tecnológico da Agricultura Tropical
Em grandes linhas, o padrão tecno-
lógico da agricultura no Brasil é ainda bai-xo, mas já vem experimentando avanços animadores em alguns campos, havendo um segmento moderno em expansão, prin-cipalmente nas regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste, conforme constata-do no Censo Agropecuário 1995 – 1996 (IBGE, 1998a).
Com efeito, a agricultura brasileira caracteriza-se por uma dualidade. Compor-ta bolsões que utilizam a mais alta tecnolo-gia, com médias de produtividade, para algumas culturas, comparáveis às melho-
res do mundo (soja: 3,5 t/ha; milho: 10 t/ha; arroz: 6 t/ha e feijão: 2,8 t/ha). A atividade de subsistência, por outro lado, mostra níveis baixíssimos de produtividade, com utilização de uma agricultura medíocre (Lopes, 1996), não competitiva. A desigualdade nas características tecnológicas da agricultura empregada na região Norte, em relação ao padrão médio brasileiro é bem latente (Quadro II) e está traduzida na produtividade diferenciada, conforme espelhado no Quadro III, para alguns produtos básicos da lavoura.
QUADRO II - ALGUNS INDICADORES DO CONTEXTO TECNOLÓGICO DA AGRICULTURA NA AMAZÕNIA
Dados em % dos estabelecimentos visitados
Indicadores PA AP AM TO AC RR RO BRASIL Observações
Mecanização 1,7 1,3 0,4 10,3 1,2 3,2 3,3 10,5 Possuem tratores
Uso de fertilizantes 11,2 12,4 5,5 14,7 2,9 13,8 7,2 44,6 Usaram fertilizantes
Uso de Corretivos de Solo 0,8 1,5 0,4 1,8 0,13 3,1 0,6 15,1 Usaram corretivos
Assistência Técnica 3,8 17,8 6,1 12,8 7,2 8,1 10 19,5 Recorreram à Assis-tência Técnica
Energia 7,0 17,0 6,1 11,1 12,2 17,0 23,5 40 Ligados a fonte de energia elétrica
Crédito Agrícola 2,5 1,0 1,8 3,0 2,1 8,7 3,3 5,2 Tomaram recursos emprestados
Irrigação 0,5 1,8 0,1 1,3 0,5 3,6 0,9 5,9 Utilizam essa tecnolo-gia
Padrão Tecno- lógico B A I X O Variado
Fontes: IBGE (1998a,b,c,d,e,f)
Os indicadores apontados no Qua-dro II são apenas alguns fatores que influ-enciam na definição de uma tecnologia agrícola para determinada região. A Figu-ra1 sintetiza um leque bem mais amplo de parâmetros interativos, e em muitos dos quais o conhecimento da geologia pode contribuir de maneira positiva.
Os insumos minerais são fatores
críticos na agricultura da Amazônia. O uso
de fertilizantes, por empreendimento agrí-cola, é da ordem de apenas 25% da média nacional.
No tocante aos corretivos de solo, esses valores caem, no geral, para menos de 10% dessa média, com a agravante de que parte dos agricultores que fazem uso de fertilizantes e/ou corretivos de solo, fazem-no sem orientação técnica, utilizan-do-os de forma inadequada.
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QUADRO III – RENDIMENTO DE ALGUNS PRODUTOS BÁSICOS DE LAVOURA (KG/HA)
Cultura Arroz Feijão Mandioca Milho
PA 13,82 542 14.348 1476 AP 796 457 9715 708 AC 1459 524 16.753 1471 AM 1917 837 10.152 1466 RR 3281 300 13.000 1300 RO 1562 607 15.625 1588 TO 2604 242 14.785 1726
Região Norte
Média 1798 610 14.478 1517 Região Nordeste 1583 486 9.885 1057 Região Sudeste 1904 870 15.220 3.276 Região Sul 5481 860 18.355 3.225 Região C. Oeste 2383 679 13202 2760 Brasil
3068 679 13202 2760
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3689 659 10.084 3776
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SC 5999
PR 1171
SP 21.803
GO 4713
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Pará (2)
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Novo Prog 1252
Tucumã Bannach
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Bannach 3000
Fontes: (1) FAO Production Yearbook – 1995 (2) Pará (1998) Demais dados referem-se à safra de 1999 9IBGE,2000)
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As causas para essa realidade são múltiplas e algumas delas decorrem de limitações existentes em outros indicadores apontados. Entre os fatores que contribuem para o baixo uso de fertilizantes e correti-vos de solo no Pará e Amapá, pode-se listar: • elevado preço dos fertilizantes, todos importados. • elevado preço do calcário para corretivo de solo. O Pará dispõe de significativas reservas desse insumo, distribuídas em diversos pólos geográficos do Estado, po-rém ainda não produz pó calcário, de impe-riosa aplicação em quase todas as culturas na região. O preço do produto importado de outras regiões é onerado pelo custo do transporte. • inexistência de um zoneamento agroeco-lógico regional que possa orientara defini-ção da tecnologia agrícola mais adequada para cada porção do território; • carência de assistência técnica ao agri-cultor, para conscientizá-lo da importância
do uso de adubos e corretivos de solo; • limitações de acesso a crédito, aos agri-cultores, para implantação, desenvolvimen-to e expansão de suas atividades. Constata-se, assim, que a solução para o problema deverá integrar, necessa-riamente, uma cadeia multi-profissional e multi-institucional dos setores envolvidos na política agrícola regional. Especificamente quanto à questão do calcário agrícola no Pará, algumas ações têm sido desenvolvidas recentemen-te, sob a coordenação do Governo do Es-tado, buscando a caracterização mais pre-cisa dos depósitos de calcário, com objeti-vo de estimular a implantação de unidades moageiras. Essas ações incluem os traba-lhos visando à avaliação de depósitos co-nhecidos na região SE do Estado (PARA-MINÉRIOS/CPRM, 1999a; PARAMINÉ-RIOS/CPRM, 1999b) e a conseqüente, e recente, parceria do Governo do Estado com a CVRD para dimensionamento e exploração do depósito de calcário em Palestina, naquela região (Nunes, 2000).
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4 - Insumos Minerais x Agricultura Desenvolvida
O calcário, mesmo sendo um insumo barato ainda não faz parte dos hábitos de cultivo da grande massa de agricultores. AGROCERES (1996)
As plantas obtêm nutrientes tanto do ar como do solo. O dióxido de carbono (gás carbônico – CO2) da atmosfera supre o carbono que, em geral, representa mais de 50% da estrutura do vegetal. Esse com-posto pode também ser encontrado dissol-vido na água do solo.
A água é outro componente crítico para a vida vegetal. As plantas usam mais água que qualquer outro ser vivo. Ela é a fonte de hidrogênio e oxigênio, bem como comporta, dissolvidos, os nutrientes mine-rais extraídos do solo, além de algum CO2, que serão absorvidos através da raiz. Além de carbono, hidrogênio e oxigênio, os demais nutrientes essenciais às plantas são classificados como: • Nutrientes Primários: nitrogênio (N),
fósforo (P) e potássio (K) • Nutrientes Secundários: cálcio (Ca),
magnésio (Mg) e enxofre (S) • Micronutrientes: boro (B), cloro (Cl),
cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), zinco (Zn) e cobalto (Co).
Essa classificação está baseada na
quantidade de nutrientes utilizada pelas plantas e independe de sua função ou grau de necessidade (Harre & Mortvedt, 1994). As plantas requerem uma quantidade ba-lanceada de nutrientes, nem sempre dispo-nível no solo. A carência de qualquer nutri-
ente essencial balizará a produtividade da colheita, conforme sentencia a famosa Lei do Mínimo, ou Lei de Sprengel-Liebig (Ploeg et al., 1999), simbolicamente repre-sentada na Figura 2.
De maneira geral, a disponibilidade desses componentes no solo não está balanceada com as necessidades da plan-ta, e o próprio solo requer um preparo pré-vio. A função de uma agricultura desenvol-vida é colaborar com a natureza, que for-nece gratuitamente o gás carbônico (CO2), a água (H2O) e a energia solar necessários ao processo da fotossíntese (Lopes, 1996) (Figura 3).
Diversos bens minerais desempe-nham um papel importante para a agricultu-ra, quer como insumos para a indústria de fertilizantes, quer como aditivos de solo. Como fertilizantes, fornecendo nutrientes às plantas. Como aditivos (corretivos ou condicionadores), na preparação de solos que demandem um tratamento especial para alterar suas características físicas, otimizar a ação microbiótica e/ou modificar o pH.
Ganhos superiores a 300% foram obtidos na produção de forrageira apenas com adubação e manejo, sem queimadas, no Pará (EMBRAPA, 2000). A utilização de adubos e calcário tem-se traduzido em significativos incrementos de produtividade, conforme demonstrado no Quadro IV.
QUADRO IV - GANHO DE PRODUTIVIDADE ( OPERAÇÃO TATU NO RS )
Rendimento – kg / hectare
Cultura Média / Estado Com adubo Adubo + calcário
Efeito Calagem (%)
Milho 1.100 5.190 6.560 26
Trigo 900 1.500 2.000 33
Soja 1.200 2.500 3.200 28
Forragem 2.000 4.000 12.000 200 Fonte: Malavolta. (In: Becker, 1996)
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Entretanto, a utilização desses insumos transcendem os aspectos de melhoria do rendimento agrícola, uma vez que o au-mento de produtividade tem efeitos positi-vos de caráter social e ambiental, como enfatizado por Lopes (1996) que destaca, entre outros fatores:
• a contribuição ao crescimento econô-
mico do país; • a redução nas importações de produtos
que vinham sendo importados; • aumento da disponibilidade regional de
produtos agrícolas, elevando a renda
e reduzindo os custos da alimentação para os consumidores;
• aumento da produção sem neces-
sidade de incorporar novas áreas de plantio, o que favorece uma redução no desmatamento de áreas virgens;
• efeitos ambientais praticamente inexis-
tentes, em condições de uso ade-quado.
Em síntese, o uso de adubos e cor-
retivos contribui significativamente para uma agricultura sustentável, onde o lucro do agricultor caminha lado a lado com o equilíbrio ambiental.
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5 - Fertilizantes
São fontes complementares de nu-trientes às plantas. Entretanto, nem toda fonte de nutriente mineral contém esses nutrientes em condições de assimilação pelo vegetal. Nesses casos há necessidade
de um processamento industrial para ade-quar o seu emprego como fertilizante. O Quadro V sintetiza as principais fontes desses nutrientes e suas principais associ-ações geológicas, quando naturais.
QUADRO V - NUTRIENTES
Principais Fontes Naturais Associação Geológica
N Orgânicas: Guano / turfa Inorgânicas: nitrato de sódio - Na NO3
Guano / turfeiras Evaporitos continentais
P
Rochas fosfáticas Exemplo: Rx. Fosfática + H2SO4 → Superfosfato + Ca SO4.2H2O
Complexos alcalino-carbonatíticos Fosforitos Guano
PRIM
ÁR
IOS
K
Silvinita [silvita (KCl)+halita (NaCl)] Carnalita - ClMgCl2.6H2O Langbeinita - K2SO4.2MgSO4
Evaporitos
Ca Calcita - CaCO3 , Dolomita - Ca Mg (CO3)2 Gipsita - CaSO4.2H2O
Plataformas carbonáticas Evaporitos
Solúveis: Langbeinita - K2SO4.2MgSO4 Kieserita - MgSO4.H2O Epsomita - MgSO4.7HO
Evaporitos
Mg Parcialmente solúveis: Dolomita - Ca Mg (CO3)2 Magnesita - Mg CO3 Brucita - Mg ( OH )2 Periclásio - Mg O
Plataformas carbonáticas
Outros
SEC
UN
DÁ
RIO
S
S Langbeinita - K2 SO4.2Mg SO4 Gipsita - Ca SO4.2H2O ) Enxofre nativo
Evaporitos Evaporitos Evaporitos + Hidrocarbonetos
Micronutrientes : Cl, B, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn, Co (Fontes diversas) 5.1 - Nitrogênio É o mais consumido dos fertilizan-tes. Praticamente todos os solos são defi-cientes em nitrogênio. Os adubos nitroge-nados podem provir de fontes orgânicas e inorgânicas, naturais ou sintéticas (Quadro VI).
Outras fontes orgânicas incluem esterco animal e guano, hoje pouco impor-tantes sob o ponto de vista de comerciali-zação. O esterco, incluindo a cama-de-aviário, ainda é de uso efetivo, especial-mente em áreas próximas de seu local de produção, não só pelo significativo conteú-do de nitrogênio, mas como uma alternativa prática para destinação desse resíduo ani-
mal. Guano são depósitos formados por dejetos e restos de aves em certas ilhas oceânicas e contêm cerca de 13% de nitro-gênio e 9% de fósforo. 5.2 - Fósforo 5.2.1 - Generalidades
A aplicação de fósforo no solo re-quer cuidados especiais com pH, cuja vari-ação ideal é de 6,0 a 7,2. Em solos mais ácidos, como é o caso dos solos predomi-nantes na Amazônia, o fósforo é aprisiona-do em compostos de ferro e alumínio. Em pH mais alcalinos, o fósforo fica indisponí-vel às plantas, por reagir com o cálcio, formando fosfato de cálcio, insolúvel.
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QUADRO VI – CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS FONTES DE NITROGÊNIO
Origem Produto Conteúdo de
Nitrogênio( % ) Matéria-Prima / Observações Amônia Anidra
NH3 82 Produzida a partir de gás natural
ou derivados de petróleo Nitrato de Amônia
NH4 NO3 33-34 Amônia e ácido nítrico
Nitrato de Cálcio Ca(NO3)2
15 Amônia e ácido nítrico Sulfato de Amônia
(NH4)2 SO4 21 Amônia anidra e ácido sulfúrico
Fosfato de Diamônio (DAP)
(NH4)2 HPO4
21
Produto binário. Fonte também de fósforo. Matéria-prima: amônia anidra e ácido fosfórico
Fosfato de Monoamônio (MAP)
NH4 H2 PO4
13-14
Produto binário. Fonte também de fósforo. Matéria-prima: amônia anidra e ácido fosfórico
Nitrato de Potássio KNO3
13-15
I
N
O
R
G
Â
N
I
C
A Nitrato de Sódio NaNO3
Evaporito de ambiente continental, como nos depósitos do deserto de Atacama, no Chile.
ORGÂNICA
Uréia NH2 CO NH2
45-46
Amônia anidra e gás carbônico
Fontes: Harre & Mortvedt (1994); Reis (1997) 5.2.2 - Fertilizantes fosfáticos e matéri- as-primas
Os fertilizantes fosfatados são obti-
dos, em geral, a partir do processamento industrial de rochas fosfáticas, conforme mostrado no Quadro VII.
QUADRO VII – PRINCIPAIS FERTILIZANTES FOSFATADOS E RESPECTIVAS MATÉRIAS-PRIMAS
Produto Composição Matéria-prima / Observações
Superfosfato Simples Ca(H2PO4) . H2O + CaSO4 . 2H2O
Rocha fosfática e ácido sulfúrico
Superfosfato Triplo Ca (H2PO4)2 .H2O Concentrado fosfático e ácido fosfórico; Há formação de fosfogesso como subproduto
Termofosfato Variada Rocha fosfática Fosfato de Monoamônio (MAP) NH4 H2 PO4 Produto binário. É fonte, também, de nitrogênio. As matérias-
primas são amônia anidra e ácido fosfórico Fosfato de Diamônio (DAP) (NH4)2 HPO4 Produto binário. É fonte, também, de nitrogênio. As matérias-
primas são amônia anidra e ácido fosfórico Fosfato Parcialmente Acidulado
Variada Rocha fosfática e ácido sulfúrico
Fontes: Harre & Mortvedt (1994); Reis (1997)
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5.2.3 - Termofosfatos
A nível regional, merece ser consi-derada com atenção a possibilidade de produção de termofosfatos magnesianos. São fertilizantes produzidos através da fusão de rochas fosfáticas misturadas com outros tipos de rochas como dunito, ser-pentinito, calcário e arenito, sendo a com-posição das rochas fosfáticas mais flexível que as exigidas para obtenção de fertilizan-tes nobres pela via ácida.
Além dessa flexibilidade e da efici-ência agronômica elevada, os termofosfa-tos apresentam as seguintes vantagens, listadas por Castro et al. (1991): • são insolúveis em água, mas solúveis
em solução do solo, proporcionando uma liberação gradual do nutriente às plantas;
• disponibilidade de cálcio e magnésio, além de micronutriente, que podem ser incorporados diretamente ao termofos-fato, em proporções previamente esta-belecidas;
• reação alcalina, com valor de pH ao redor de 8, tornando, muitas vezes, desnecessária a calagem;
• insolubilização do Fe3+ e Al3+. Entre as desvantagens são referi-dos o alto consumo energético requerido para sua produção, a tecnologia sofisticada quanto a operação de fusão, e a apresen-tação do produto, em pó, o que dificulta sua aplicação no solo (Guardani, 1987; Goedert et al., 1986). 5.2.4 - Fosfatos no Pará e Amapá
Os jazimentos mais conhecidos de fosfato no Brasil estão relacionados a cinco ambientes geológicos principais, listados a seguir (CPRM, 1997):
a) Magmático, associado a complexos
alcalino-carbonatíticos mesozóicos, in-cluindo os jazimentos residuais super-gênicos, decorrentes de processos de laterização desses complexos;
b) Metassedimentar, nas bacias intra-
cratônicas proterozóicas;
c) Sedimentogênico, nas bacias margi-nais mesozóicas;
d) Ortometamórfico, em complexos alca-
lino-carbonatíticos metamorfisados do Proterozóico, incluindo também os ja-zimentos residuais, decorrentes de processo supergênico de laterização sobre esses complexos;
e) Orgânico, constituído de excremento
de aves (guano). Este é pouco impor-tante sob o ponto de vista comercial.
A potencialidade dos estados do
Pará e Amapá está sintetizada no Anexo I. Várias ambiências são consideradas favo-ráveis, destacando-se a mineralização associada a complexos alcalino-carbonatíti-cos, como exemplificado pelo depósito de Maicuru (PA). Outros contextos geológicos incluem os depósitos de fosfatos alumino-sos do NE do Pará/NW do Maranhão; os folhelhos pretos, devonianos, da Bacia do Amazonas; as seqüências sedimentares/ metassedimentares, proterozóicas, do Gru-po Beneficente, e unidades da Faixa Ara-guaia.
5.2.4.1 - Complexos Alcalino-Carbonatíti- cos 5.2.4.1.1 - Serra do Maicuru
Até o momento, o maior depósito de fosfato já descoberto na Amazônia é o Complexo Alcalino-Ultrabásico-Carbonatíti-co de Maicuru. Trata-se de um corpo de forma aproximadamente elíptica, com o diâmetro maior medindo cerca de 8 km (Foto 1), localizado no município de Monte Alegre, na divisa com Almeirim, no Estado do Pará (Pastana, 1999). Esse autor faz uma retrospectiva da evolução do conhe-cimento geológico sobre o Complexo do Maicuru, reportando-se aos trabalhos de Araújo et al. (1976), Lemos et al. (1988), Lemos & Costa (1989), Angélica (1991) e Castro et al. (1991), destacando a impor-tância dessa estrutura geológica como potencial fornecedora de fosfato para a indústria de fertilizante.
Entre os litótipos encontrados nes-
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Foto 1 – Serra do Maicuru. Complexo alcalino-ultrabásico Carbonatítico constituído por dunitos, piroxenitos, sienitos traquitos e carbonatito. Fonte: Pastana (1999). Tratamento da imagem: geólogo Armínio Vale (CPRM)
se Complexo tem-se dunito, piroxenito, sienito, traquito, carbonatito, apatitito e arenito, recobertos por uma crosta laterítica enriquecida em fosfato e titânio.
As reservas de fosfato estão esti-
madas em 200 milhões de toneladas de minério com teor médio de 15%. A porção central da estrutura está ricamente minera-lizada em apatita, que chega a formar veios de dezenas de metros, segundo Castro et al. (1991), que apresentam um relato de experimentações para produção de termos-tato magnesiano fundido a partir de
matéria-prima proveniente desse depósito.
5.2.4.1.2 - Outros corpos no Pará e no Amapá
Diversos corpos de natureza pre-dominantemente alcalina já foram identifi-cados no Escudo das Guianas e no Cráton do Guaporé, alguns dos quais são reco-nhecidamente complexos alcalino-carbo-natíticos, como os complexos de Maicuru, Mutum e Maraconaí. O Quadro VIII lista alguns desses corpos localizados no Pará e Amapá.
QUADRO VIII – PRINCIPAIS COMPLEXOS ALCALINO E ALCALINO-CARBONATÍTICOS DO PARÁ E AMAPÁ
UF Localização aproximada Nome
Latitude Longitude Boca Nova 01º51’S 47º02’W Maraconaí 00º32’S 53º24’W Apupariu 00º11’N 53º52’W Maicuru 00º30’S 54º14’W Erepecuru 01º05’N 55º40’W Cachorro 00º30’N 57º40’W Mutum
P A R Á
01º52’N 57º25’W Mapari AMAPÁ 01º 30’ N 52º 57’ W
Fonte: Rodrigues & Lima (1984)
Série Insumos Minerais para Agricultura, 10
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5.2.4.2 - Fosfatos aluminosos do Nor- deste do Pará 5.2.4.2.1 - Generalidades
Há muito são conhecidas as acu-mulações de fosfatos aluminosos no NE do Pará e NW do Maranhão. Até meados do século passado a reserva de fosfatos de alumínio da Ilha Trauíra, na costa do Mara-nhão, era considerada como a única gran-de reserva fosfática do Brasil.
Dos quatorze (14) depósitos hoje conhecidos, oito (8) localizam-se no Pará (Sapucaia – Boa Vista, Jandiá, Santa Luzi-a, Cansa Perna, Piriá, Barreira, Peito de Moça e Itacupim); os demais, no Maranhão (Pedra Grande, Tromaí, Jacaré, Pirocaua, Tralhoto e Trauíra).
5.2.4.2.2 - Condicionamento geológico
Tratam-se de concentrações for-madas por processos supergênicos de enriquecimento, pelo intemperismo de dife-rentes tipos de rocha (básicas, metabási-cas, metaultrabásicas, filitos e xistos varie-gados, além de sedimentos areno-argiloso) que já continham um teor algo elevado de fósforo (Oliveira & Costa, 1984). A Figura 4 mostra um perfil esquemático genérico desses depósitos. Embora a associação mineralógica possa variar de um depósito para outro, entre os oxi-hidróxidos predo-minam a hematita, a goethita, a gibbsita e o anatásio. Entre os fosfatos encontra-se crandallita-goyazita, variscita, wardita, au-gelita, wavelita, senegalita, dufrenita e mi-tridatita.
5.2.4.2.3 - Eficiência agronômica
A baixa solubilidade dos fosfatos aluminosos não recomenda sua utilização in natura como adubo, uma vez que não liberam o fósforo para as plantas. De acor-do com Oliveira & Costa (1984), pesquisas efetuadas por Feigl et al. (1946) e Monteiro & Oliveira (1982) indicaram que após calci-nação, a temperaturas entre 600 e 1000ºC, esses fosfatos têm sua solubilidade subs-
tancialmente aumentada. Pesquisas de campo conduzidas pela EMBRAPA, no cultivo de milho, empregando diferentes dosagens do fosfato aluminoso calcinado, de fosfato apatítico de Araxá e de superfos-fato triplo, demonstraram que os rendimen-tos obtidos com os fosfatos aluminosos calcinados são superiores ao do minério de Araxá e, em alguns casos, próximos ao do superfosfato triplo. Os resultados desse experimento são mostrados no Quadro IX.
Informe de Recursos Minerais
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QUADRO IX - RENDIMENTOS OBTIDOS COM A APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE FOSFATO DE ARA-XÁ, DE FOSFATOS ALUMINOSOS CALCINADOS E DE SUPERFOSFATOS, EM LATOSSOLO AMARELO
Doses P2O5 (kg/ha) 0 200 400 600
1º Plantio 4.549 5.235 4.655 Superfos-fato 3º Plantio 3.010 2.777 3.181
1º Plantio 3.956 4.178 4.533 Pirocaua 3º Plantio 1.974 2.284 2.620 1º Plantio 4.328 3.830 4.413 Jandiá 3º Plantio 2.079 2.467 2.075 1º Plantio 3.675 4.454 4.488 Taruíra
Sup. 3º Plantio 2.133 2.143 1.566 1º Plantio 4.031 3.878 4.340 Trauíra Inf. 3º Plantio 2.479 2.185 2.058 1º Plantio 3.995 4.069 --- Itacupim 3º Plantio 1.530 2.050 --- 1º Plantio 3.734 2.842 --- Araxá 3º Plantio 1.983 2.270 --- 1º Plantio 1.778 --- --- ---
R
END
IMEN
TO (k
g/ha
)
Testemu-nha 3º Plantio 1.646 --- --- ---
“Testemunha” é o solo que não recebeu adubação fosfatada. “Trauíra Superior” é o sub-horizonte rico em crandallita e “Trauíra Inferior” sub-horizonte rico em wardita do depósito de Trauíra. (n.d.) significa: não determinado. Adaptado de Oliveira & Costa (1984) e calculado a partir dos dados apresentados por Souza Cruz et al. (1986)
Além do rendimento elevado, os pesquisadores constataram ainda elevados índices de eficiência agronômica para es-ses fosfatos aluminosos, e caracterizaram, também, um certo efeito residual em culti-vos sucessivos de milho e caupi (feijão). A aplicação de fosfatos aluminosos calcina-dos, proveniente do depósito de Boa Vista, em plantio de laranja na região de Capitão Poço (PA), confirmou a eficiência agronô-mica e o efeito residual desses insumos (Ariolino Neres Souza, informação verbal, 2001). Braun (1983a) chama a atenção
para a adequabilidade do fosfato de alumí-nio calcinado para uso em solos de pH na faixa neutra a alcalina, como os encontra-dos na região semi-árida do Nordeste. 5.2.4.2.4 - Reservas
Apenas Itacupim possui reservas x teores compatíveis a um empreendimento de escala industrial. Em Piriá, Barreira e Peito de Moça os teores médios de P2O5 são muito baixos (Quadro X).
QUADRO X – RESERVAS ESTIMADAS DOS DEPÓSITOS DE FOSFATOS ALUMINOSOS LOCALIZADOS NO NE DO PARÁ
Designação local Reservas estimadas (t) Teores de P2O5 (%) Itacupim 4 - 6 x 106 8 a 20 Sapucaia – Boa Vista < 100.000 27 Jandiá < 100.000 25 Santa Luzia < 100.000 16 Cansa Perna < 100.000 25 Piriá 4 - 6 x 106 0,9 a 4,2 Barreira < 100.000 6,5 Peito de Moça < 100.000 4
Fonte: Oliveira & Costa (1984)
5.2.4.2.5 - Industrialização
Braun (1983a) fez uma interessan-te retrospectiva histórica sobre as tentati-vas iniciais de aproveitamento do minério daquela região, resumidas nas seguintes tecnologias:
a) calcinação e sinterização (Feigl et al., 1946), gerando um produto com apreciável solubilidade em solução alcalina de citrato de amônio. (Década de 1940); b) redução a fósforo elementar em forno elétrico, com uso de carvão ou coque. (Dé-cada de 1940);
Série Insumos Minerais para Agricultura, 10
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c) solubilização alcalina e separação da alumina, para produção de fosfato de cál-cio. (Década de 1940); d) tratamento térmico em forno rotativo gerando produtos fosfatados para fertilizan-tes e suplementos de ração animal. (Déca-da de 1970).
Nessa retrospectiva, Braun men-ciona o caráter reservado que envolveu esses estudos, desconhecendo-se os moti-vos pelos quais não foram levados adiante alguns desses projetos. Enfatiza, também, o impedimento do minério ser usado eco-nomicamente para produção de ácido fos-fórico, através de solubilização sulfúrica, devido à concomitante solubilização do alumínio. Analisa, ainda, as exigências legais sobre comercialização de termofos-fatos, especificamente quanto à solubilida-de, que praticamente alijam os fosfatos aluminosos calcinados do mercado.
Oliveira & Costa (1984) endossam o emprego da calcinação como recurso de beneficiamento e consideram que depósi-tos menores, como Jandiá, Sapucaia-Boa Vista, Santa Luzia e Cansa Perna, poderi-am ser tratados de forma artesanal, com uso de fornos rudimentares. De fato, essa estratégia poderia atender à demanda lo-cal, neutralizando situações pouco com-preensíveis, sob o ponto de vista técnico, que fazem com que o agricultor, próximo a um jazimento de fosfato, tenha de utilizar em sua terra (quando utiliza) um adubo que viaja milhares de quilômetros, como desta-cado por Braun (1983b). 5.2.4.3 - Fosfatos sedimentares 5.2.4.3.1 - Generalidades
Mais de 80% dos depósitos eco-nômicos de fosfatos do mundo ocorrem em rochas sedimentares, genericamente co-nhecidas como fosforitos (ou fosforitas), com teores de P2O5 oscilando entre 5 e 35%. O principal mineral econômico nesses depósitos é a fluorapatita criptocristalina – Ca5(PO4)3 (F,CO3), normalmente designada de colofana. A maior parte dos fosforitos está associada com folhelhos pretos, cherts e rochas carbonáticas. Os depósitos mais produtivos estão localizados no Norte da África (Marrocos, Algéria, Tunísia e Egito), cujas idades variam do Cretáceo Superior
ao Eoceno. Entretanto, os de maior área de distribuição estão nos Estados Unidos na Phosphoria Formation, de idade permiana (Blatt et al., 1991). No Brasil, há depósitos dimensionados no litoral da região Nordes te, conhecidos como os fosforitos de Olin-da. 5.2.4.3.2 - Condicionamento geológico
A origem desses jazimentos é con-troversa. Há uma tendência generalizada de associá-los a correntes marinhas as-cendentes (upwelling), frias e ricas em fosfato e outros nutrientes, de acordo com o modelamento inicialmente proposto por Kazakov (1937), e em contínuo processo de aperfeiçoamento, conforme analisado por Cook (1976) e Sheldon (1981). Entre-tanto, a constatação de que muitos depósi-tos de fosforitos estão associados com períodos de grandes transgressões mari-nhas (Strakhov, 1960; Mitchell & Gorson, 1981), sugere a possibilidade de um con-trole tectônico para alguns desses fosfori-tos, entre os quais os da Phosphoria For-mation (Blatt et al., 1991). Com efeito, o afogamento de plataformas rasas pode resultar em elevadas taxas de produtivida-de orgânica no ambiente redutor gerado pela expansão da zona de mínimo oxigê-nio, conforme esquematizado na Figura 5. Os folhelhos pretos desse ambiente estão, geralmente, enriquecidos em P2O5 (Didyk et al., 1978).
A porção explotada da Phosphoria Formation é a zona intemperizada, com um enriquecimento residual devido à lixiviação de fases minerais mais solúveis, como os carbonatos. Exemplos análogos ocorrem em depósitos do Tennessee e Alabama, nos Estados Unidos (Altshchuler, 1973).
5.2.4.3.3 - Fosfatos em folhelhos pretos da Bacia do Amazonas
Diversas concentrações elevadas de P2O5 nos folhelhos pretos de Formação Curuá foram registradas no flanco sul da Bacia Intracratônica do Amazonas, envol-vendo teores de até 19% (Macambira et al. 1977; Macambira, 1978).
A deposição da Formação Curuá
processou-se durante o máximo da trans-
Informe de Recursos Minerais
16
gressão marinha devoniana naquela bacia, favorecendo a acumulação de matéria or-gânica, com fosfato associado, conforme o modelo idealizado na Figura 5.
A área de ocorrência desse metalo-tecto é muito extensa, com distribuição nas duas bordas da bacia. Os registros anôma-los foram obtidos em amostras não intem-perizadas de folhelhos. O potencial de a-proveitamento dessas mineralizações mere-ce ser investigado: • a) sob a vertente geológica, buscando-se, inclusive, zonas intemperizadas porta-doras de enriquecimento secundário;
• b) sob o ponto de vista de sua eficiên-cia agronômica; e
• c) quanto a possíveis processos de beneficiamento como termofosfatos ou ma-téria-prima para indústria de fertilizantes.
Destaca-se que condicionamentos geológicos similares são encontrados tam-bém na bacia sedimentar do Parnaíba, onde existem inúmeros registros anômalos
de P2O5 (até 26,4%) em folhelhos pretos das formações Longá e Pimenteiras, nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins (Lima et al., 1978).
5.2.4.3.4 - Fosfato em rochas sedimenta- res / metassedimentares do Proterozóico 5.2.4.3.4.1 - Grupo Beneficente, na regi- ão da Serra do Cachimbo
As primeiras citações sobre ocor-rências de fosfato em rochas sedimentares proterozóicas do Grupo Beneficente de-vem-se a Silva et al. (1980), que se referem à existência de cimento fosfático em duas amostras de arenito do interflúvio Juruena – Teles Pires, no norte de Mato Grosso. Esses autores estimaram um conteúdo de colofânio da ordem de 10%, confirmando, através de análises químicas, teores de P2O5 na faixa de 4%, e recomendando estudos específicos dessas ocorrências.
CPRM (1997), avaliando áreas favoráveis à descoberta de novos depósi-tos econômicos de insumos minerais para
Série Insumos Minerais para Agricultura, 10
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agricultura no Brasil, inclui o Grupo Benefi-cente, na região do Juruena – Teles Pires – Aripuanã (Norte do MT / Sul do AM) como de Alto Potencial para fosfato, fazendo referência à seqüência de metassedimen-tos marinhos, glauconíticos, constituída de siltitos com disseminações de fosfato crip-tocristalino e arenitos com micronódulos de colofana. Ressalta-se que o referido contexto geológico que hospeda essas acumulações de fosfato, estende-se por significativa porção do SW do Estado do Pará. O Grupo Beneficente é valorizado, sob o ponto de vista prospectivo, por hospedar, também, camadas de calcário passíveis de utilização como corretivo de solos. É importante real-çar que o norte do Mato Grosso (Alta Flo-resta) e o SE do Amazonas (Apuí) já cons-tituem pólos agrícolas em franco desenvol-vimento, abrindo-se excelentes perspecti-vas para o SW do Pará, especialmente quando concretizado o Projeto da hidrovia Tapajós – Teles Pires (AHIMOR, 1998). 5.2.4.3.4.2 - Fosfato na Faixa Araguaia
Próximo a Xambioá (TO), na região de divisa do Pará com o Estado do Tocan-tins, a DOCEGEO descobriu uma ocorrên-cia de fosfatos sedimentares no Proterozói-co (Costa, 1996).
Silva, (2001), trabalhando nessa área, realizando estudos a nível de pós-graduação, refere-se a concentrações de P2O5 de até 13,7%, associando esse jazi-mento à Formação Xambioá, que tem parte de sua área de distribuição localizada no Pará. A Formação Xambioá é uma uni-dade metassedimentar que integra o Grupo Baixo Araguaia, juntamente com as forma-ções Morro do Campo, Pequizeiro e Couto Magalhães, compondo um conjunto deposi-tado em um único ciclo sedimentar, envol-vendo ambiente marinho raso à profundo. Esse conjunto foi submetido a uma evolu-ção tectônica comum a todos seus mem-bros (Souza & Moreton, 1995).
O fosfato de Xambioá atesta uma certa favorabilidade à fosfatogênese na Faixa Araguaia.
5.3 - Potássio 5.3.1 - Generalidades
O potássio é o sétimo elemento mais abundante na crosta terrestre, e o sexto mais abundante na água do mar. 95% da produção mundial de potássio é utilizada como fertilizante. Outros usos incluem a industrialização de vidros, sabão, tintas e pólvora.
As principais fontes de potássio fer-tilizante estão associadas à deposição de evaporitos, isto é, produtos da precipitação química, em ambientes restritos de bacias sedimentares com elevadas taxas de eva-poração, em clima árido. O principal miné-rio potassífero é a silvinita [silvita (KCl) + halita (NaCl)]. Além da silvita, outros mine-rais importantes como fontes de potássio incluem a carnalita (KCl.MgCl2.6H2O), a langbeinita (K2SO4.2MgSO4), a polihalita [K2Ca2Mg (SO4)4]. 2H2O, e a leonita (K2SO4.MgSO4. 4H2O).
Depósitos de potássio no Brasil são conhecidos na Bacia de Sergipe, onde já está em fase de operação a mina de Ta-quari-Vassouras, e na Bacia do Amazonas. Nesta, já foram dimensionados dois depó-sitos, Fazendinha e Arari, ambos na área da foz do rio Madeira, no Amazonas, cujas reservas oficiais, no conjunto, ascendem a 1,0 bilhão de toneladas de minério, com teor médio de KCl na ordem de 30% (mais de 180 milhões de toneladas de K2O). O principal minério nesses depósitos é a silvi-nita, registrando-se, também, langbeinita, polihalita, kainita e leonita, além de kieseri-ta. A faixa prospectável para potássio, nessa bacia, atinge uma parte do Pará. 5.3.2 - Modelos deposicionais dos sais de potássio A evaporação da água do mar re-sulta na precipitação de carbonatos de elementos alcalino terrosos, seguidos de sulfatos de cálcio, halita, sulfatos de mag-nésio e, finalmente, cloretos de magnésio, potássio e bromo.
Há dois modelos clássicos de de-posição em bacias evaporíticas marinhas,
Informe de Recursos Minerais
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fundamentados no padrão de zoneamento das diversas fácies salinas, conforme vi-
sualizado nas Figuras 6a e 6b:
(a) modelo de bacia evaporítica fechada (bull’s eye pattern);
(b) modelo de bacia evaporítica aberta, ou modelo de deposição por refluxo.
Série Insumos Minerais para Agricultura, 10
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No modelo (a), há uma dissecação gradual da bacia, com as fácies mais sali-nas posicionadas na sua parte central e circundadas por fácies sucessivamente menos solúveis.
No modelo (b), uma barreira rasa,
geralmente estreita, separa o mar aberto da bacia evaporítica e limita o influxo de água para o interior da bacia onde, devido à evaporação, a salmoura progressivamen-te fica mais concentrada. Exemplo desse modelo inclui a Prairie Formation (Devonia-no Médio) na Província de Saskatchewan (Canadá), que possui as maiores reservas de potássio do mundo ocidental.
A seqüência evaporítica da Bacia
Amazonas enquadra-se melhor em uma combinação dos dois processos, apresen-tando uma alternância cíclica entre perío-dos de conexão com o mar aberto e perío-dos de restrição acentuada (PETROMISA, 1988).
5.3.3 - Potássio no Pará
Na Bacia do Amazonas a seqüên-cia evaporítica é composta por um ciclo sedimentar principal, subdividido em onze ciclos secundários, envolvendo, especial-mente, as formações Itaituba e Nova Olin-da. O Ciclo VII representa o intervalo de máxima concentração de salmouras, e abriga os depósitos de sais de potássio e magnésio (Figura 7).
O contexto paleogeográfico desse
ciclo compreendia um grande corpo confi-nado de água, que se estendia desde a região do Arco do Purus até as circunvi-zinhanças da cidade de Santarém, ocu-pando grande porção da Bacia do Amazo-nas. O alto de Mamuru-Maués dividia a bacia evaporítica em duas grandes sub-bacias que, por sua vez, comportavam sub-bacias menores, como exemplificado por Fazendinha, Arari e Urariá, a oeste e Faro e Juruti, a leste (Wolf & Silva, 1988; PE-TROMISA, 1988) (Figura 8).
Os trabalhos exploratórios da PE-
TROMISA, em uma sub-bacia na região de Faro-Juriti confirmaram a existência de
silvinita à profundidade de 1.218 m, em camada de 1,70 m de espessura.
Constata-se, assim, a existência de jazimentos de potássio no Pará. Entretanto, o conhecimento geológico da área potenci-al ainda é muito carente. Informações pon-tuais, na região de Faro-Juriti, indicam mi-nério com baixos teores em KCl, pequena possança e em profundidades superiores a 1.200 m. Não se vislumbra, a médio e curto prazos, cenários favoráveis à pros-pecção desse bem mineral neste Estado, especialmente face ao já avançado estágio de conhecimento dos depósitos de Fazen-dinha e Arari. Ressalta-se, no entanto, que a existência desses jazimentos na Amazônia é estratégica para o país, face sua grande dependência externa. Em 1999, o Brasil importou cerca de 2.000.000 t de potássio (K2O equivalente), oriundas, principalmente do Canadá (30%), Rússia (21%), Alemanha (20%) e Israel (13%), com evasão de divi-sas da ordem de 430 milhões de dólares (Oliveira, 2000). 5.4 - Cálcio
Como insumo mineral, o cálcio é importante não apenas como nutriente para a planta, mas, também, por contribuir de forma significativa para adequar as condi-ções físicas e biológicas do solo. Esse elemento responde com algo da ordem de 50 a 80% do total das bases trocáveis (K, Mg, Ca, Na) no solo.
A maior parte dos solos contém suficiente cálcio para atender as necessi-dades das plantas. É muito raro encontrar-se plantas com deficiência de cálcio. Entre-tanto, muitos solos são demasiadamente ácidos para um bom desenvolvimento do vegetal, necessitando de calagem para elevação do pH. Os insumos mais comu-mente usados nesse processo são calcita (CaCO3) e dolomita [CaMg(CO3)2].
Outras fontes de cálcio incluem a gipsita (CaSO4.2H2O), as escórias básicas (rejeito industrial silicatado que geralmente contém, também, fósforo e magnésio), os superfosfatos e o nitrato de cálcio.
Informe de Recursos Minerais
20
CICLOESTRATIGRAFIA DA SEQÜÊNCIA EVAPORÍTICA
CRONOESTRATIGRAFIA BACIA DO SOLIMÕES ALTO DE PURUS
SEQÜÊNCIA SEDIMENTAR PRÉ-CARBONÍFERA
?
BACIA DO AMAZONAS
PERÍODO ANDAR
QUATERNÁRIO TERCIÁRIO
CRETÁCEO
PERMIANO
CARBONÍFERO
PrÉ - CARBONÍFERO
MAESTRICHTIANO
CENOMANIANO
FM. SOLIMÕES
FM . ALTER DO CHÃO
FM. ANDIRÁ
STEPHANIANO
WESTPHALIANO
FM. FARO
FM. M. ALEGRE
CICLO I
CICLO I A
CICLO II
CICLO II A
CICLO III
CICLO IV
CICLO V
CICLO VI
CICLO VII
CICLO VIII
CICLO IXFM
. ITA
ITU
BAFM
. NO
VA O
LIN
DA
VISEANOTOURNASIANO
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Figura 7 - Cicloestratigrafia da sequência evaporítica da Bacia do Amazonas
Série Insumos Minerais para Agricultura, 10
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O uso de calcário como corretivo e condicionador de solos está abordado em capítulo específico neste relatório, onde se analisa, também, a potencialidade de pro-dução dos estados do Pará e Amapá. 5.5 - Magnésio Além de nutriente, o magnésio compõe, com o cálcio, as principais bases envolvidas na elevação do pH do solo. O nível ideal de magnésio disponível nos solos é, normalmente, da ordem de 1/10 ao do cálcio. Considerando, entretanto, que muitos solos têm insuficiência de magnésio (ao contrário do cálcio), esse nutriente é comumente adicionado a certos fertilizan-tes do mercado (Harre & Mortvedt, 1994).
O magnésio é absorvido pelas plantas como íon Mg2+. Assim, é imperioso que as fontes desse insumo sejam solúveis em água, ou convertidas a uma forma solú-vel, para que se processe a absorção. Fon-tes altamente solúveis incluem a langbeini-ta, kieserita e epsomita, cuja gênese está associada à deposição de evaporitos, como descrito para o potássio. Fontes que são apenas parcialmente solúveis em água, mas que se tornam solúveis ao longo de um período de 2 a 4 anos, incluem dolomi-ta, brucita e magnesita, além de escórias básicas.
Os produtos mais solúveis são normalmente misturados a outros fertilizan-tes. Todavia, a prática mais comum de suprir a deficiência de magnésio em um solo é utilizar calcário magnesiano, ou cal-cário dolomítico, no processo de calagem, conforme abordagem específica neste rela-tório. A ambiência geológica favorável a depósitos de evaporitos magnesianos, no Pará, é a mesma referida para os sais de potássio. 5.6 - Enxofre 5.6.1 - Generalidades
O enxofre exerce múltipla impor-tância para o setor agrícola. É um nutriente de tal forma essencial para as plantas, que
há certas espécies vegetais que requerem enxofre quase que na mesma proporção do fósforo. Entre outras funções, é um compo-nente fundamental nas substâncias que imprimem odor e sabor característicos a espécies como mostarda, alho e cebola. Além disso, esse elemento é um insumo básico para a indústria de fertilizantes, para tratamento de rochas fosfatadas na obten-ção de superfosfatos a partir do uso do ácido sulfúrico. Esse processo resulta na formação de sulfatos: Rocha fosfática + H2SO4 → Superfosfato simples + CaSO4. 2H2O
Quando o sulfato de cálcio não é removido, o produto contém cerca de 12% de enxofre.
O enxofre fertilizante é proveniente, em maior escala, do sulfato de amônia e superfosfatos simples, produtos industriali-zados, e da langbeinita (K2SO4. 2MgSO4) e gipsita (CaSO4. 2H2O), minerais associa-dos a ambiente evaporítico. O enxofre ele-mentar também pode ser usado, porém sua absorção pelas plantas demanda um certo tempo, uma vez que esse elemento entra na planta na forma iônica SO4
2- requeren-do, assim, sua prévia oxidação.
A agricultura respondeu por 53% do consumo de enxofre no Brasil em 1999. Esse consumo está diretamente relaciona-do à produção de ácido sulfúrico, que, por sua vez, é destinado em cerca de 70 a 80% para produção de ácido fosfórico e de ferti-lizantes (Teixeira, 2000). 5.6.2 - Fontes de enxofre para a indústria
O enxofre processado industrial-mente provém de diversas fontes (Sad & Schneider, 1979; Sheldon, 1980; Harre & Mortvedt, 1994; Teixeira, 2000):
a) Depósitos naturais de enxofre nativo: em depósitos sedimentares estratiformes ou associados a domos salinos; e depósi-tos associados a manifestações vulcânicas, resultantes da sublimação de vapores sul-furosos de origem magmática; b) Recuperado em plantas de gás natu-ral e refinarias de petróleo.
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c) Mineralizações sulfetadas. (Cu, Pb, Zn, Mo, Fe, Ag e Au) d) Outras fontes: carvão, arenitos e folhelhos betuminosos e sulfatos (gipsita/ anidrita). Na forma de anidrita e gipsita os recursos são ilimitados, podendo ser obti-dos através de processamento industrial que, porém, ainda não apresenta competi-tividade econômica.
Os depósitos naturais de enxofre nativo e as plantas de gás natural são res-ponsáveis pela maior parte do enxofre pro-duzido no mundo.
O Brasil é altamente dependente de enxofre, chegando a importar em 1999 mais de 1,4 milhões de toneladas (mais de 56 milhões de dólares), cerca de 83% do seu consumo aparente. Da produção na-cional (298.313 t), 72,7% provém de mine-radoras e refinadoras de cobre, zinco e ouro (Caraíba Metais SA. e Companhia Paraibuna de Metais, do Grupo Paranapa-nema, e Mineração Morro Velho Ltda.); 19,4% de refinarias de petróleo, e 7,8% do folhelho pirobetuminoso processado pela PETROBRÁS, no Paraná (Teixeira, 2000). 5.6.3 - Potencialidade no Pará e Amapá 5.6.3.1 - Mineralizações sulfetadas
Configuram-se as fontes potenciais mais efetivas de enxofre nesses dois esta-dos. Para se ter uma idéia, cita-se o Projeto Salobo (CVRD/Anglo American) como e-xemplo, onde se prevê a produção de 200.000 t/ano de ácido sulfúrico como sub-produto do beneficiamento do minério de cobre (com ouro, prata e molibdênio). Há expectativa (Jornal O Liberal, de 25.02. 2001) da implantação de inúmeros outros projetos na região de Carajás: Sossego (CVRD/Phelps Dodge) e Liberdade, Alvo 118 e Corpo Alemão (CVRD/BNDES).
Embora no Amapá não haja ne-
nhum projeto em vista de implantação, o contexto geológico regional também indica a existência de jazimentos cupríferos sulfe-tados, na Suíte Vila Nova (área da Reserva Nacional do Cobre – RENCA, na divisa PA/AP).
5.6.3.2 - Possibilidade de depósitos es-tratiformes na Bacia do Amazonas 5.6.3.2.1 - O modelo de mineralização
O modelo clássico de minerali-zação estratiforme de enxofre, analoga-mente aos depósitos associados a domos salinos, engloba um conjunto de elementos básicos envolvendo: anidrita/gipsita, bacté-rias anaeróbicas; hidrocarbonetos, águas oxidantes e estruturas de trapeamento. Esses elementos, devidamente combina-dos no tempo e no espaço, produziriam 2 reações químicas diferentes, uma redutora e outra oxidante, resultando na formação de enxofre nativo (Sad & Schneider, 1979; Wessel, 1994), conforme sinteticamente representado a seguir:
Reação 1: Ca SO4 + CH4 (hidrocarboneto) + bactéria → Ca CO3 + H2S + H2O
Isso representa a existência de hi-drocarbonetos, líquidos ou gasosos, pene-trando aqüíferos ricos em sulfato dissolvi-do, ou camadas de anidrita/gipsita, na pre-sença de bactérias redutoras de sulfato (tipo dessulfovibrio desulfuricans). Essas bactérias consomem matéria orgânica - para satisfazer suas necessidades de car-bono e hidrogênio, e íons sulfato - para seu suprimento de oxigênio, produzindo dióxido de carbono (CO2) e gás sulfídrico (H2S), através desse mecanismo. O CO2 reage com o Ca, liberado pela desintegração das massas de anidrita/gipsita, reprecipitando CaCO3, sob a forma de uma micrita porosa, denominada de calcário secundário. O H2S permanece retido nas vesículas desses carbonatos.
Reação 2: H2S + ½ O2 → S + H2O + ener-gia
Numa fase posterior, o H2S é oxi-dado, possivelmente pela ação de águas oxigenadas de subsuperfície, precipitando enxofre nativo.
Para a geração de concentrações econômicas é fundamental que esses pro-cessos atuem no âmbito de uma estrutura geológica portadora de hidrocarboneto, onde o suprimento de petróleo para a sub-
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sistência das bactérias anaeróbicas tenha sido eficaz e constante (Sad & Schneider, 1979). Ressalta-se ainda que, de acordo com Al-Sawat (1977), o intervalo de tempe-ratura mais favorável ao desenvolvimento de bactérias oscila entre 26 e 63ºC, ces-sando a atividade biológica aos 100ºC. Isso, naturalmente, vai ter implicações na questão da profundidade, em função do gradiente geotérmico local. 5.6.3.2.2 - Enxofre nas formações Nova Olinda e Itaituba Considera-se que a conjugação dos fatores envolvidos na formação de depósitos econômicos de enxofre nativo, segundo o modelo clássico de mineraliza-ções estratiformes, seja passível de ocor-rer na Bacia Amazônica. O alvo idealizado como potencial concentra-se, principalmen-te, na porção superior da Formação Itaituba e na Formação Nova Olinda, onde existem extensas camadas de gipsita/anidrita, con-forme mostrado no Anexo I. O grande obstáculo a um programa de prospecção, baseado nesse modelo, é o pequeno volume de informações de subsu-perfície, e o grau de sigilo que envolve essas informações, especialmente sobre a questão das estruturas geológicas e a loca-lização de indícios de hidrocarbonetos. A baixa densidade de poços exploratórios de petróleo é um complicador adicional. A Petrobrás Mineração SA – PE-TROMISA, chegou a iniciar um programa de prospecção, através do estudo de amostras de calha. Essa investigação foi interrompida com a extinção da empresa, em 1990. 5.6.3.3 - Outras fontes potenciais de enxofre
Outras fontes idealizadas incluem a possibilidade de enxofre contido em petró-leo e/ou gás natural na Bacia do Amazo-nas, Bacia do Marajó e, principalmente, na plataforma continental, nas costas do Pará e Amapá.
Macambira et al. (1977) referem-se
à possibilidade de exploração de piritas
contidas nos folhelhos pretos das forma-ções Curuá e Trombetas, na Bacia do A-mazonas. 5.7 - Micronutrientes Os micronutrientes são elementos essenciais para as plantas, exigidos, po-rém, apenas em pequenas quantidades. Eles são encontrados nos tecidos vegetais em proporções de partes por milhão (ppm) em vez de percentagem. Os micronutrien-tes mais freqüentemente usados como fertilizantes incluem boro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco e cobalto. O cloro também é um micro nutriente, porém não se conhece solo deficiente nesse ele-mento (Harre & Mortvedt, 1994).
Raramente os micronutrientes são aplicados diretamente no solo. Em geral eles são adicionados aos fertilizantes in-dustrializados, para aplicação. Inclusive a foliar.
As fontes de micronutrientes vari-am consideravelmente quanto às suas características físicas, reatividade química, custo e disponibilidade para as plantas. Essas fontes podem ser inorgânicas, quela-tos sintéticos e complexos orgânicos natu-rais. Entre as fontes primárias inorgânicas cita-se: • Bórax (Na2B407. 10H2O); colemanita (Ca2B6011. 5H2O); • Calcocita (Cu2S); calcopirita (CuFeS2) e cuprita (Cu2O); • Sulfato ferroso (FeSO4) e sulfato férrico [Fe2(SO4)3] • Pirolusita (MnO2) e romanechita (psilome-lano, óxido-composto de Mn) • Molibdenita (MoS2) • Esfalerita (ZnS).
Algumas dessas fontes precisam ser previamente processadas para tornar os nutrientes passíveis de assimilação pelas plantas.
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6 - Aditivos de Solo 6.1 - Generalidades
Aditivos de solo (condicionadores ou corretivos) são produtos utilizados para o preparo de solos que requeiram trata-mento especial para modificar suas carac-terísticas físicas e a ação microbiótica e/ou alterar o pH, objetivando proporcionar me-lhor produtividade agrícola (Hoffman & Austin, 1994). A legislação brasileira (De-creto 86.955, de 18.02.82 - Anônimo, 1985) define Corretivo como “produto que conte-nha substâncias capazes de corrigir uma
ou mais características do solo, desfavorá-veis às plantas”.
Esses aditivos podem, por exem-plo, dotar o solo de maior capacidade de reter água, facilitar a aeração, proteger contra a erosão, elevar a capacidade de troca catiônica (CTC), etc. O Quadro XI exemplifica os principais aditivos (orgânicos e inorgânicos) de solos e seus efeitos. Ob-serva-se que alguns desses insumos são, também, fontes de nutrientes (fertilizantes).
QUADRO XI USO AGRÍCOLA DE ADITIVOS DE SOLOS
USO AGRÍCOLA DE ADITIVOS DO SOLO
EFEITO PRODUTO Aumenta o pH Calcário agrícola, dolomita, cal, cal hidratada Reduz o pH Turfa, humate, gipsita, enxofre Aumenta a percolação Gipsita, perlita
Aumenta a disponibilidade de fertilizante Calcário, dolomita, cal, cal hidratada, humate, turfa, enxofre, bentonita, zeolita
Aumenta o conteúdo de ácidos orgânicos Turfa, humate
Melhora o trabalhabilidade do solo Calcário, dolomita, cal, cal hidratada, gipsita, turfa, humate, vermiculita, perlita, bentonita, zeolita
Aumenta a estabilidade Calcário, dolomita, cal, cal hidratada Retém umidade Turfa, humate, perlita, vermiculita, zeolita, bentonita
Adaptado de Hoffman & Austin (1994) 6.2 - Efeitos do pH na disponibilidade de nutrientes
O grande campo de uso dos aditi-vos é na adequação do pH, uma vez que as plantas, em geral, têm um melhor de-senvolvimento em solos com pH em torno de 6,0 a 6,5. Nessas condições, há possibi-lidade de uma assimilação balanceada dos nutrientes, conforme mostrado na Figura 9. Além disso, essa faixa de pH tende a fixar no solo o alumínio trocável, tóxico à maioria das plantas quando em concentrações excessivas, assim como ferro e manganês.
Observa-se nesse gráfico, por e-xemplo, que condições alcalinas favorecem a disponibilidade de molibdênio e cloro, dificultando, porém, a assimilação de ferro, cobre, manganês e zinco inversamente ao que ocorre em um pH ácido. Em síntese, calagem em excesso também é prejudicial (Verdade et al., 1968).
6.3 - O fator pH e as características de solos que requerem sua correção O pH de uma solução representa seu conteúdo de íons de hidrogênio disso-ciados, portanto, livres e, assim, quanto mais íons livres de H+, mais ácida a solu-ção. Da mesma forma, um solo é ácido quando possui muitos íons H+ e poucos íons de cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+), potássio (K+) e sódio (Na+) adsorvidos em seu complexo coloidal, isto é, de troca (Primavesi, 1982).
Os solos que requerem correção de pH podem ser classificados, generica-mente, em cinco categorias: ácidos, sali-nos, alcalinos, salinos-alcalinos e calcá-rios.
Solos ácidos: um solo é considerado ácido
quando seu pH é menor que 7,0 (Co-leman & Thomas, 1967). Entre-
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tanto, para efeitos práticos, conside-ra-se, em geral, solos ácidos, aque-les que têm pH abaixo de 6,0. Se-gundo Hoffman & Austin (1994) es-ses solos têm pH de 3,5 a 6 e são freqüentes em regiões de elevada pluviosidade e intenso intemperismo químico, especialmente sobre rochas ígneas ácidas e sedimentares silici-clásticas, uma vez que, nessas con-dições, os cátions dos colóides do solo (principalmente o cálcio) são li-xiviados e substituídos pelo íon hi-drogênio. O processo de acidifica-ção se inicia ou se acentua devido à remoção de bases (K, Ca, Mg, Na...) da superfície dos colóides do solo (Mello, 1983). Em geral, solos com teores elevados de alumínio, de ma-téria orgânica e de argilas, são áci-dos e requerem maiores quantida-des de corretivos, pois esses compo-nentes representam as maiores fon-
tes de acidez potencial no solo e de tamponamento do pH (Bartz et al., 1994). Outras fontes de hidrogênio iônico, em solos cultivados, são os adubos nitrogenados, que contêm o elemen-to na forma amoniacal (sulfato de amônio, nitrato de amônio, nitrocál-cio, fosfato de amônio) ou amídica (uréia). É que os micronutrientes do solo oxidam o N amoniacal a nitrato, no processo de nitrificação, liberando íons hidrogênio (Anônimo, 1985). A propósito, no geral, cada kg/ha de N aplicada ao solo requer 3 kg/ha de CaCO3 para neutralizar seu efeito a-cidificante (Harre & Mortvedt, 1994).
Solos salinos: têm uma condutividade
elétrica dos extratos saturados (Ece) de mais de 4 milisiemens1 por centí-metro (mS/cm) a 25ºC, e uma per-
1 um milisiemens é equivalente a um milimho
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centagem de sódio trocável (ESP) menor que 15 (Stromberg & Tsidale, 1979). Normalmente esses solos têm pH menor que 8,2. Podem ser reco-nhecidos pela acumulação de sais brancos na superfície. Os principais cátions são Na+, Ca2+ e Mg2+ e os principais ânions são Cl- e SO4
2-, com menor proporção de NO3
- e HCO3
-. Raramente contém carbona-tos solúveis.
Solos alcalinos: têm ESP maior que 15 e
ECe menor que 4.0. O pH é normal-mente maior que 8,5, podendo al-cançar 10 ou mais. A elevada ESP favorece que percam sua estrutura granular, reduzindo a porosidade, tornando-se impermeáveis à água e ao ar.
Solos salinos-alcalinos: têm uma ECe
maior que 4 e uma ESP maior que 15. Suas propriedades físicas são similares às dos solos salinos.
Solos calcários: contém carbonato de
cálcio livre em todo seu perfil. Não são salinos e têm pH variando de 7,5 a 8,2. A ECe é menor que 4 mS/cm e a ESP é, normalmente, menor que 10.
6.4 - A calagem de solos
A acidez do solo para o agricultor é tão perversa à sua renda agrícola,
quanto a inflação é para o salário do trabalhador Becker (1996)
Os solos da Amazônia são, funda-
mentalmente, solos ácidos. A neutralização desses solos, isto é, a elevação de seu pH para níveis mais adequados, é um proces-so químico envolvendo troca iônica, com o cálcio e magnésio deslocando os íons de hidrogênio do solo. Denomina-se calagem o mecanismo pelo qual esse processo é fomentado de forma econômica.
A prática da calagem visa a neutra-lizar ou reduzir os efeitos tóxicos do alumí-nio e/ou manganês, bem como melhorar o ambiente radicular para as plantas absor-verem os nutrientes (Bartz et al., 1994) e
melhorar a eficiência dos fertilizantes. A calagem aumenta também a quantidade de matéria orgânica no solo, por estimular a proliferação e um crescimento mais acen-tuado das plantas, e o desenvolvimento da microvida. Além disso, aumenta a disponi-bilidade no solo dos macronutrientes cálcio e magnésio. Enfim, a prática bem conduzi-da da calagem incrementa a renda agrícola por unidade de área, via aumento de pro-dutividade. Para que a calagem proporcione os retornos econômicos esperados, uma série de procedimentos técnicos devem ser ob-servados, entre os quais: a) estudos prévios (amostragem bem con-
duzida e análises químicas e físicas do solo, características da planta a ser cul-tivada, etc.);
b) a escolha do corretivo adequado; c) a qualidade desse corretivo; d) a quantidade de corretivo aplicada; e) a época de sua aplicação; f) o modo de aplicação e a distribuição do
corretivo na superfície e sua incorpora-ção no solo;
g) o efeito residual da calagem; h) adoção de práticas complementares,
como adubação adequada, conserva-ção do solo, uso de cultivares adapta-das à região, práticas culturais adequa-das, etc.
O foco da abordagem neste relató-rio concentrar-se-á nas características dos diversos produtos usados para calagem, e na indicação de pólos potenciais de produ-ção desses insumos no Pará e Amapá. 6.5 - Produtos usados na calagem
Os materiais que podem ser usados na correção de acidez dos solos são aqueles que contêm como “constituin-tes neutralizantes” ou “princípio ativo”, óxi-dos, hidróxidos, carbonatos e silicatos de cálcio e/ou magnésio (Alcarde, 1985).
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O corretivo mais comumente usa-do, a nível mundial, por sua freqüência, abundância e praticidade de aplicação, é a rocha calcária moída, mais conhecida co-mo calcário agrícola. Seu constituinte neutralizante é o carbonato de cálcio (Ca-CO3), normalmente associado ao carbona-to de magnésio (MgCO3), em variada pro-porção. Calcita ou aragonita puras contém 100% de CaCO3 (ou 56% de CaO): dolo-mita pura contém 54,3% de CaCO3 e 45,7% de MgCO3 (ou 30,4% de CaO e 21,8% de MgO). Em função do conteúdo de magnésio, a legislação brasileira mais recente (Decreto n.º 75.583, de 09.04.95, do Ministério da Agricultura), classifica os calcários agrícolas em:
• calcário calcítico: MgO menor que 5% • calcário magnesiano: MgO de 5 a 12% • calcário dolomítico: MgO acima de 12% Outros materiais que podem ser usados incluem: • óxido de cálcio (e de magnésio), obtido pela calcinação do calcário; também é conhecido como cal virgem e se apre-senta na forma de um pó bastante fino; • hidróxido de cálcio (e de magnésio), obtido pela hidratação dos respectivos óxidos; é conhecido como cal hidratada ou cal apagada; tem características e propri-edades muito semelhantes às do óxido;
• calcário calcinado, obtido pela calci-nação parcial do calcário, de tal forma que nem todo o CaCO3 e o MgCO3 são decom-postos, apresentando, assim, característi-cas intermediárias entre o calcário e a cal virgem; • escórias de siderurgia, subprodutos da indústria de ferro e aço, têm como neu-tralizantes silicatos de cálcio e magnésio; comportam-se de forma semelhante aos calcários (Wutke & Gargantini, 1962; Go-mes et al., 1962; Gomes et al., 1965); a-presentam teores relativamente elevados de micronutrientes, mas praticamente não têm sido usados; (ver região de Marabá); • Outros: incluem margas, corais, sam-baquis, e diversos subprodutos industriais. 6.6 - Qualidade dos corretivos 6.6.1 - Generalidades
A eficiência de um corretivo depen-de, essencialmente, de seu conteúdo em material neutralizante e de sua granulome-tria. A qualidade de um corretivo é definida pelo seu Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT), expresso em termos de seu Poder de Neutralização (PN), ou equiva-lente em carbonato de cálcio (CaCO3), e de sua Reatividade (RE), conforme a legisla-ção específica. 6.6.2 - Legislação brasileira
Transcreve-se a seguir a regula-mentação das características para comer-cialização de corretivos:
SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA AGROPECUÁRIA
Secretaria de Fiscalização Agropecuária Portaria N.º 03, DE 12 DE JUNHO de 1986
O SECRETÁRIO DE FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIA, no uso das atribuições que
lhe foram conferidas pelo artigo 2º da Portaria Ministerial n.º 84, de 29 de março de 1982, alte-rado pela Portaria Ministerial n.º 353, de 13 de setembro de 1985, e de acordo com o que cons-ta da Ata da reunião do Grupo Técnico, constituído pela Portaria Ministerial n.º 033, de 03 de fevereiro de 1986, RESOLVE: Art. 1º - Os corretivos de acidez do solo deverão possuir as seguintes características físicas mínimas: - passar 100% em peneira de 2mm, ABNT-10; 70% em peneira de 0,84mm, ABNT-20 e 50% em peneira de 0,30mm, ABNT-50, sendo permitida tolerância de 05% na pe-neira ABNT-10.
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Art. 2º - Os corretivos de acidez passarão a ser comercializados de acordo com suas características próprias e com os valores mínimos constantes do quadro abaixo:
MATERIAIS CORRETIVOS DE ACIDEZ
PN % em CaCO3
Soma % CaO + % MgO
Calcários Cal virgem agrícola Cal hidratado agrícola Escórias Calcário calcinado agrícola Outros
67 125 94 60 80 67
38 68 50 30 43 38
Art. 3º - Ficam estabelecidos os valores mínimos de 67 a 45 para PN e PRNT, respec-tivamente. Art. 4º - Os calcários agrícolas passam a ter as seguintes classificações: I – Quanto à concentração de MgO: a) Calcítico – menos de 5% b) Magnesiano – de 5% a 12% c) Dolomítico – acima de 12% II – Quanto ao PRNT: Faixas: A – PRNT entre 45,0 a 60,0 B – PRNT entre 60,1 a 75,0 C – PRNT entre 75,1 a 90,0 D – PRNT superior a 90,0
Art. 5º - O PRNT será calculado por: 100
RE x PN(%) PRNT =
PN = poder de neutralização, expressando o equivalente em CaCO3 do corretivo, determinado conforme o método analítico da legislação vigente. RE = reatividade das partículas do corretivo, calculada por: a) reatividade zero para a fração retida na peneira ABNT n.º 10; b) reatividade 20% para a fração que passa na peneira ABNT n.º 10 e fica retida na peneira ABNT n.º 20; c) reatividade de 60% para a fração que passa na peneira ABNT n.º 20 e fica retida na penei-ra ABNT n.º 50; e d) reatividade de 100% para a fração que passa na peneira ABNT n.º 50. Art. 6º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, ficando estabelecido que as empresas terão o prazo de até 1º de janeiro de 1987, para se adequarem às exigências desta Portaria.
INOCÊNCIO WARMLING
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6.6.3 - Poder de Neutralização – PN Devido à diversidade de suas com-posições químicas, os corretivos apresen-tam diferentes capacidades de neutraliza-ção de ácidos. O Poder de Neutralização reflete essa capacidade, que é expressa em relação à do carbonato de cálcio puro [equivalente em carbonato de cálcio (E.CaCO3 ou %E.CaCO3)], tomada como referencial de 100%.
Por suas características químicas, os compostos de magnésio têm PN maio-
res que seus correspondentes de cálcio. Da mesma forma, os óxidos têm PN maio-res que os hidróxidos e estes maiores que os carbonatos e os silicatos. Quanto maior o PN de um corretivo, maior a quantidade de ácidos que o mesmo neutraliza, confor-me constante no Quadro XIII. Assim, para neutralizar uma certa quantidade de ácidos, como a que esteja presente na camada arável de um hectare de terra, por exemplo, tanto menos corretivo será necessário quanto maior for o seu PN (Volksweiss et al, 1992).
QUADRO XIII - PODER DE NEUTRALIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS CORRETIVOS E AS QUANTIDADES
CORRESPONDENTES QUE CORRIGEM A MESMA QUANTIDADE DE ÁCIDOS QUE 1 t DE CaCO3
Constituintes Fórmula PN (E.CaCO3)
PN (%E.CaCO3)
Quantidade equivalente (kg)
Carbonato de cálcio CaCO3 1,00 100 1000 Carbonato de magnésio MgCO3 1,19 119 840 Hidróxido de cálcio Ca(OH)2 1,35 135 741 Hidróxido de magnésio Mg(OH)2 1,72 172 581 Óxido de cálcio CaO 1,79 179 559 Óxido de magnésio MgO 2,48 248 403 Silicato de cálcio CaSiO3 0,86 86 1162 Silicato de magnésio MgSiO3 1,00 100 1000 Fonte: Alcarde (1985); Volksweiss et al. (1992)
Os corretivos naturais apresentam
um conteúdo variável de impurezas como sílica, argila, umidade, etc., que não corri-gem o solo. Além disso, um calcário tem teores também variáveis de cálcio e mag-nésio. Assim, para calcular o PN de um corretivo é preciso conhecer sua composi-ção química, em geral expressa na forma de óxidos.
Exemplo do cálculo do PN de um
corretivo que tenha 30% de CaO e 15% de MgO, utilizando-se os dados do Quadro XIII:
PN do CaO ⇒ 30% x 1,79 ≅ 54% PN do MgO ⇒ 15% x 2,48 ≅ 37% O PN do corretivo será a soma: PN = 54% + 37% = 91%
De acordo com a legislação brasi-leira, para serem comercializados os corre-tivos devem ter no mínimo 38% de CaO+MgO, com PN de pelo menos 67%.
6.6.4 - Reatividade - RE
Esse parâmetro diz respeito ao ta-manho das partículas do corretivo e suas eficiências relativas. Reflete a velocidade de reação desses corretivos: quanto mais fina a partícula, maior sua superfície espe-cífica e mais rápida a sua reação com os ácidos do solo.
O calcário em pó muito fino, a cal
virgem e a cal hidratada reagem com o solo rapidamente; se bem misturados com o solo, reagem completamente e, portanto, corrigem a acidez, em cerca de um a dois meses, desde que o solo esteja úmido. Partículas maiores que 2mm não têm efeito sobre a acidez. O desempenho médio dos calcários agrícolas, no período de dois a três anos está mostrado na Figura 10, cujos índices fornecem a base para o cál-culo da Reatividade, exemplificado na Fi-gura 11.
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Rea
tivid
ade
( %
)
Figura 10 - Índices de reatividade das partículas de corretivo ( período considerado de 2 a 3 anos )
ABNT 50 ABNT 20 ABNT 10
100
80
60
40
20
0 0 0,30 0,84 2
( 1 )
( 0,6 )
( 0,2 )
( 0 )
Granulometria
( mm )
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Como os calcários comerciais tem granulometria diversificada (a legislação permite tolerância de 5% de partículas maiores que 2 mm), há um efeito residual na ação dos corretivos que pode alcançar
mais de cinco anos (Figura 12). Esse efeito deve ser considerado durante o preparo da terra para nova semeadura, bem como nas projeções de consumo de corretivos.
6.6.5 - Poder Relativo de Neutralização Total – PRNT Conjuga os parâmetros de Poder de Neutralização (PN) e Reatividade (RE), conforme definido na legislação:
100RE x PNPRNT =
Um calcário com PRNT de 66% indica que uma tonelada desse calcário terá, em dois a três anos, o mesmo efeito de correção que 660 kg de CaCO3 puro, finamente moído. Assim, quanto menor o PRNT, maior será a quantidade de calcário a ser usada. Por exemplo, para corrigir a mesma acidez de um solo que uma tonela-da de calcário com PRNT = 100% corrige, são necessárias 1,25 t de calcário com PRNT = 80%, ou 1,67 t de calcário com PRNT = 60% (Volksweiss et al. 1992). Es-ses pesquisadores recomendam, ainda, que o agricultor faça opção pelo corretivo
que apresente o menor custo posto na lavoura, isto é, considerem, também, os custos do transporte e da aplicação, uma vez que corretivos com PRNT mais altos tendem a proporcionar custos finais mais baixos, devido aos menores gastos com aplicação e transporte. 6.6.6 - A questão do magnésio
O maior poder de neutralização dos compostos de magnésio implica no empre-go de uma quantidade um tanto menor de corretivos quanto mais elevados os teores nesse elemento, em relação ao cálcio. Além disso, os corretivos magnesianos fornecem esse nutriente essencial, que em geral é deficiente nos solos regionais.
Para a maior parte das culturas,
entretanto, o teor de magnésio do corretivo pode variar dentro de limites muito amplos. Gallo et al. (1956) não verificaram diferença na produtividade de soja, usando calcários com conteúdos variados de Ca e Mg.
Informe de Recursos Minerais
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Volksweiss et al. (1992) fazem refe-rência a experimentos com a aplicação de corretivos variando a relação Ca:Mg entre limites de 35:1 até 1:3, não mostraram qualquer diferença de rendimento de soja, em solo de cerrado deficiente em Mg.
6.7 - Calcário no Pará 6.7.1 - Localização dos jazimentos, re- servas oficiais, demanda poten- cial e preços de calcário agrícola Este Estado pode ser considerado privilegiado no que diz respeito à existência de calcário em seu território. As reservas oficiais montam em 2.660.664.135 t (Riker,
1998), conforme constante no Anexo I. A Figura 13 mostra os diversos pólos porta-dores de jazimentos desse insumo, bem distribuídos geograficamente, oferecendo condições favoráveis para produção des-centralizada de pó calcário para corretivo de solos, desonerando o custo de transpor-te, que pesa substancialmente no preço final do produto ao agricultor, como confi-gurado no Quadro XIV.
Essa figura apresenta, também uma estimativa da demanda potencial de calcário corretivo, com base na área plan-tada e um consumo idealizado de 2.500 kg/ha (Galvão, 2001).
Série Insumos Minerais para Agricultura, 10
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QUADRO XIV – PERFÍL DE PREÇOS DE CALCÁRIO AGRÍCOLA
(R$/t)
Granel Ensacado Principais Procedências
Brasil (Centro-Sul) 15,00 33,00 -
Belém 75,00 120,00 Ceará
Altamira - 180,00 Paraiba
Itaituba - 180,00 Paraiba
Santarém - 100,00 – 120,00 Maranhão e Tocantins
Paragominas 56,00 – 70,00 120,00 Riachão/Balsas (MA)
Redenção 56,00 190,00 Tocantins/Goiás
Marabá 90,00 110,00 Balsas (MA)
O Anexo I mostra, de forma ampli-
ada, a distribuição dos jazimentos de calcá-rio, com indicação do contexto geológico, reservas oficiais, e localização de ocorrên-cias, depósitos, jazidas e minas, além das informações disponíveis sobre o conteúdo de CaO e MgO, como subsídios à implan-tação de usinas de beneficiamento e pro-dução de calcário agrícola. 6.7.2 - O Pólo do Beneficente
Além dos pólos tradicionalmente considerados, em Itaituba/Aveiro e Urua-rá/Medicilândia, no eixo rio Tapajós – Ro-dovia Transamazônica; Monte Alegre, no Baixo Amazonas; Palestina, Marabá e ex-tremo sudeste do Estado; e Capanema e adjacências, outro pólo com grande poten-cial a merecer investigações, localiza-se no sudoeste do Pará, na região da Serra do Cachimbo, no contexto geológico do Grupo Beneficente, onde também se vislumbra possibilidade para fosfato. Um furo de son-dagem da CPRM, próximo à Base Aérea do Cachimbo, revelou expressiva seqüên-cia carbonática/dolomítica, parte da qual aflora no rio Teles Pires. O projeto da hi-drovia Tapajós – Teles Pires (AHIMOR, 1998) favorecerá a comunicação com o norte do Mato Grosso, zona de intensa atividade de agricultura, assim como o SE do Amazonas.
Enfatiza-se, mais uma vez, a aten-ção que deve ser dada a toda ocorrência já conhecida, ou a ser cadastrada, especial-mente se localizada em áreas isoladas.
6.7.3 – Porque o Pará ainda não produz calcário agrícola
Apesar das condições favoráveis,
conforme comentado no item anterior, no Pará não existem moageiras para produção de calcário agrícola. O principal motivo dessa realidade, tão prejudicial à agricultu-ra da região, é que os direitos minerários sobre os jazimentos calcários do Estado, estão concentrados nas mãos de grupos empresariais que ainda não tiveram inte-resse em investir nesse segmento, nem terceirizam essa ação. Recentes negocia-ções entre o Governo Estadual e a CVRD, reavaliando o pólo de Palestina, onde foi bloqueada uma reserva da ordem de 7,5 milhões de toneladas de calcário para cor-reção de solos (Nunes, 2000), parecem mostrar a viabilidade de soluções para esse problema. Os detentores dos direitos minerários sobre os principais depósitos estão ligados à indústria do cimento e as tentativas de atraí-los ainda não frutifica-ram.
Uma outra razão vislumbrada pode dizer respeito à incerteza sobre a viabilida-de econômica de um empreendimento nesse sentido, por falta de um estudo de mercado, que por sua vez é dificultado pela inexistência de dados estatísticos de de-manda efetiva e potencial de pó calcário, aspectos que deveriam estar inseridos no planejamento da política agrícola regional. Sabe-se, todavia, que há uma forte de-manda reprimida na zona de influência de todos os pólos potencialmente produtores.
Informe de Recursos Minerais
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A demanda por corretivos de solo é sazonal, estando vinculada ao calendário agrícola. Esse é outro ponto a administrar, uma vez que o minerador idealiza uma produção contínua. Diversificar o uso do calcário é uma estratégia viável, uma vez que esse bem mineral tem múltiplas aplica-ções: construção civil, siderurgia, indústria química (açúcar, p.ex.), etc. Outra possibi-lidade é a adoção de mecanismos oficiais de incentivo, garantindo a absorção do pó calcário produzido. No Rio Grande do Sul, por exemplo teve êxito um programa de apoio ao agricultor, desonerando-o dos custos de transporte do corretivo. Nesse estado o calcário agrícola é isento de ICMS.
Entre outros fatores que têm dificul-tado a produção de calcário agrícola no Pará, podem ser incluídos: • conhecimento geológico dos princi-
pais depósitos voltado para explo-ração visando apenas à indústria do cimento;
• a pouca atenção dada ao estudo da
possibilidade de exploração de pe-quenos jazimentos, em escala de produção para atender demanda localizada, especialmente nas regi-ões nordeste (Peixe Boi, Capane-ma, Bragança, Marapanim, Mãe-do-Rio, Santa Izabel, etc.) e sudes-te (Redenção, Santana do Ara-guaia, Conceição do Araguaia). Recentemente, por iniciativa da SEICOM, a investigação mais deta-lhada de uma ocorrência conhecida há décadas, na região de Nova Canindé (Campinho), Município de Bragança (Ocorrência nº.24, no Anexo I), revelou tratar-se de um depósito com reserva preliminar-mente estimada em torno de 10 mi-lhões de toneladas de calcário, com teores de CaO + MgO que al-cançam mais de 47%. O jazimento da fazenda Santa Fé, em Santana do Araguaia, é outro exemplo de depósito passível de alimentar a demanda regional com calcário de excelente qualidade.
6.7.4 – Ações do Governo Estadual*
* A quase totalidade dos projetos de exploração mineral no Pará são de grande escala e, ainda, estão voltados para a exportação. Há que se pensar agora no fortalecimento das pequenas e médias empresas, pela importância que representam para o grau de amadurecimento de um Estado que tem na mineração sua principal vocação. A viabilização de plantas de beneficiamento de calcário agrícola será res-ponsabilidade da iniciativa privada, porém passível de ser apoiada pelo Governo do Estado, via fundos de incentivos criados para esse fim.
Hildegardo Figueiredo Nunes Vice-Governador do Pará - 2000
Visando definir mecanismos que
viabilizassem a implantação de unidades moageiras no Pará, o Governo Estadual criou, em 1995, um Grupo de Trabalho, integrado por representantes da SAGRI, SECTAM, EMATER, SEICOM e PARAMI-NÉRIOS, cujo relatório (Coral et al., 1996) contém uma abordagem panorâmica sobre o tema, comportando conclusões e reco-mendações ainda válidas. Entre essas, destacam-se: • caracterizar os diversos pólos
potencialmente produtores; • alertar sobre a falta de dados e da
carência de controle estatísticos sobre a comercialização de insu-mos agrícolas no Estado, bem co-mo sobre a inexistência de controle da qualidade desses insumos;
• recomendar a realização de pro-
gramas de pesquisa para avaliar diversas ocorrências (Santa Izabel, Marapanim e Salinópolis),
• sugerir a viabilização de projetos de
implantação de moageiras, através de Fundos de Financiamento (Fun-do de Desenvolvimento Econômico do Estado do Pará – FDE; Fundo Constitucional de Financiamento do Norte – FNO; e o Programa Ama-zônia Integrada – PAI, do BNDES);
• sugerir uma estrutura básica, em
termos de equipamento, para a montagem de unidades de benefi-ciamento com capacidade de pro-dução de 50 t/h;
Série Insumos Minerais para Agricultura, 10
35
• analisar a estrutura de preços do calcário, incluindo o fator transpor-te, mostrando o quanto é oneroso para o agricultor paraense comprar calcário importado de outras regi-ões.
O Governo do Estado continua de-
senvolvendo ações, mobilizando institui-ções governamentais e privadas ligadas aos setores mineral e agrícola (SEICOM, SECTAM, PARAMINÉRIOS, SAGRI / E-MATER, EMBRAPA e CPRM, além das empresas detentoras de direitos minerários sobre áreas de calcário - como o Grupo João Santos - e cooperativas de produtores rurais), buscando romper o paradoxo de administrar um Estado rico em calcário, mas que não produz esse insumo para uso na agricultura. A parceria com a Compa-nhia Vale do Rio do Doce, viabilizando o pólo de Palestina, e a perspectiva de uma breve instalação de moageira na região de Nova Canindé, Município de Bragança, são frutos desse esforço governamental.
6.8 - O uso alternativo de cal virgem, cal hidratada, calcário calcinado e es- córias
Apesar do maior PN, o que implica requerer uma menor quantidade de correti-vos por área, os óxidos e hidróxidos apre-sentam algumas desvantagens para seu uso intensivo (Alcarde, 1985): • são altamente reativos e devem ser
imediatamente e muito bem incorpora-dos ao solo, caso contrário a umidade e o CO2 da atmosfera fazem com que se empedrem e se carbonatem;
• são de manuseio desagradável devido
a alta causticidade, além do que a gra-nulometria muito fina favorece perdas acentuadas em dias de vento;
• devido serem usados em menor quan-
tidade, a distribuição uniforme no terre-no pode ficar comprometida;
• são de custo elevado.
É importante atentar-se, entretanto, que o peso desproporcional nos custos de transporte, onerando substancialmente o custo final do calcário agrícola, pode abrir perspectivas para o uso opcional da cal virgem, da cal hidratada e, principalmente, do calcário calcinado. Parahyba (2000), estima que 2% da cal virgem e cal hidra-tada produzida anualmente no Brasil seja consumida na agricultura. Isso corresponde a algo da ordem de 120.000 t/ano.
Outra fonte alternativa, cuja viabili-dade de aplicação merece ser investigada, são as escórias da siderurgia produzidas em Marabá. 6.9 - Calcário no Amapá Referências a calcários no Amapá são muito raras. Silva Neto (1997) assinala o registro de rochas carbonáticas com teo-res de CaO+MgO da ordem de 38%, à profundidade de 15 a 20 m, espessuras de cerca de 20 m, associadas ao minério de manganês, na Serra do Navio. Há necessi-dade de investigações complementares para verificar a adequabilidade para uso agrícola desses carbonatos e a viabilidade de sua exploração. Almeida et al. (1984), referem-se a ocorrências pouco expressivas de calcário no Igarapé Triunfo e no rio Ariramba, infe-rindo, ainda, a possibilidade desse bem mineral ocorrer em subsuperfície também na região de Aporema. Qualquer indício desse bem mineral no Amapá deve ser investigado em detalhe, uma vez que o preço da tonelada de calcário agrícola, ensacado, alcança atualmente a faixa de R$200,00 (≅ US$100,00) em Macapá. O Amapá é um mercado potencial para o pó calcário a ser produzido no Pará. 6.10 - Gipsita 6.10.1 - Generalidades
Esse mineral (CaSO4.2H2O) é um produto da hidratação da anidrita (CaSO4) formada pela evaporação da água do mar.
Informe de Recursos Minerais
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Como insumo agrícola é usado na neutralização de solos alcalinos, salinos e salino-alcalinos; aumenta a permeabilidade e trabalhabilidade de solos argilosos; bem como pode ser uma fonte opcional de enxofre para as plantas, especialmente as leguminosas (Pressler, 1985). O gesso, como normalmente é conhecido esse pro-duto, já era usado como adubo por gregos e romanos (Malavolta et al., 1981) e conti-nua sendo consumido na Europa Ocidental. Pressler (op. cit) estimou uma demanda da ordem de 1,5 milhões de toneladas de ges-so agrícola nos Estados Unidos, por volta do ano 2000.
No Brasil, onde predomina solos ácidos, inúmeros estudos têm sido desen-volvidos no sentido de utilizar na agricultura o fosfogesso, subproduto da indústria de fertilizantes. Embora o gesso não tenha poder de neutralizar a acidez do solo, pes-quisas têm mostrado que sua aplicação contribui para diminuir a saturação de alu-mínio em camadas subsuperficiais, con-forme discutido por Malavolta et al. (1986), Guimarães (1986), Paolinelli et al. (1986), e Rocha (1986), entre outros. O efeito da calagem ocorre, de modo apreciável, so-mente na camada mais superficial do solo (até 10 a 30 cm). Abaixo desse horizonte permanece, em geral, um solo não-corrigido, que pode prejudicar o desenvol-vimento do sistema radicular e o aprovei-tamento de adubo. Com a aplicação do gesso, o produto da sua dissociação (Ca2+ e SO4
2-) desce para camadas mais profun-das do perfil onde o cálcio, dissociado, desloca o Al3+, que se imobiliza na forma de sulfato. Isso diminui a saturação de alumínio no complexo de troca e aumenta a disponibilidade de cálcio, favorecendo um melhor desenvolvimento da planta (Pavan, 1981). Nesse caso, recomenda-se o uso combinado da aplicação de gesso e da calagem, potencializando-se os efeitos das duas práticas.
Não existem informações confiá-veis sobre o consumo de gesso agrícola e fosfogesso na agricultura brasileira (Lyra Sobrinho & Amaral, 2000), mas sabe-se que esse é um mercado secundário, em relação ao segmento de calcinação (pla-cas, revestimentos e moldes cerâmicos) e
cimenteiro.
6.10.2 - Gipsita no Pará
O Pará é detentor da 2ª maior re-serva de gipsita no país, respondendo com 31,5% do total, sendo superado pela Bahia (44,4%), e seguido por Pernambuco (18,4%), e Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Tocantins e Amazonas (Lyra Sobrinho & Amaral, 2000). Não há, porém, produção de gipsita no Pará. A localização dos jazimentos e das áreas favoráveis está mostrada no Anexo I, em ambiência geo-lógica relacionada à seqüência evaporítica da Formação Nova Olinda, nos dois flancos da Bacia do Amazonas.
A principal concentração aflorante
conhecida, é a jazida do Rio Cupari, onde a CPRM, que detém os direitos minerários sobre a área, cubou uma reserva total de 543.133.625 de toneladas (Damasceno, 2000). A jazida do Rio Nhamundá, em Fa-ro, e o depósito do igarapé Pagão, em Itai-tuba, estão sob controle do Grupo João Santos. 6.11 - Turfa 6.11.1 - Generalidades
Numa conceituação básica, turfa é uma substância fóssil, organomineral, com menos de 25% de massa inorgânica (refe-rível à base seca), e originada da decom-posição de restos vegetais em áreas ala-gadiças como pântanos, regiões de vár-zeas (áreas de inundação), planícies cos-teiras e regiões lacustres. Resulta da de-composição incompleta de material lenho-so e de arbustos, musgos e líquens, em condições aquosas, e ambiente anóxico, favorecendo o desaparecimento da estrutu-ra vegetal, a perda do oxigênio e o enri-quecimento relativo em carbono (Davis, 1985; Hoffman & Austin, 1994; Franchi, 1997).
Representa o estágio inicial da sé-rie que define a classe dos carvões (turfa, linhito, carvão, carvão sub-betuminoso, carvão betuminoso, antracito, e meta-antracito) (Blatt et al., 1991). O tipo de ma-téria vegetal e o grau de decomposição determinará o campo potencial de aplica-
Série Insumos Minerais para Agricultura, 10
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ção da turfa que é usada, especialmente, com finalidades agrícola e energética.
6.11.2 - Classificação das turfas
Os diversos sistemas de classifica-
ção tentam, basicamente, reconhecer o grau de decomposição, conforme compila-do por Franchi (1997), no Quadro XV.
QUADRO XV – CLASSIFICAÇÃO DAS TURFAS QUANTO AO GRAU DE HUMIFICAÇÃO
Sistema de classifi-cação
Grau de humificação
U.S.D.A. (1) Fibrosa Hêmica Sáprica
Soviético (2) 10, 20, 30 40, 50, 60 70, 80, 90, 100
Sueco (3) 1, 2, 3 4, 5, 6 7, 8, 9, 10
I.P.S. (4) Leve
(> 2/3 de fibras reconhecíveis)
Escura (1/3 a 2/3 de fibras
reconhecíveis)
Preta (< 1/3 de fibras reconhecíveis)
Fibras (+).............................................................................(-) Massa. Específica Aparente (-)..............................................................................(+) PH (-)..............................................................................(+) Carbono (-)..............................................................................(+) (1) U.S. Departament of Agriculture and Agricultural Experiment Stations
(2) INSTORF (Instituto Soviético de Turfa
(3) Von Post (Suécia)
(4) International Peat Society Segundo a classificação da Interna-
tional Peat Society:
• Turfa Leve – é pouco decomposta, geralmente marrom avermelhada, com a porção orgânica contendo mais de 2/3 de fibras vegetais reconhecíveis, e o restante, decomposto além do reconhecimento. É encontrada em ambiente ácido, formando as camadas mais superficiais das turfeiras (em geral, derivadas de musgos), tendo muito boa aceitação como substrato para formação de mudas; • Turfa Escura – representa um grau intermediário entre a turfa leve e a preta, com tonalidades entre o marrom e o preto, apresentando 1/3 a 2/3 de fibras reconhe-cíveis. Normalmente é formada por gra-mas, arbustos, plantas rasteiras silvestres e plantas aquáticas; • Turfa Preta – contém menos de 1/3 de fibras reconhecíveis, podendo apresentar forma gelatinosa. Algumas vezes se forma a partir da acentuada decomposição dos outros dois tipos. Outras vezes, o processo se dá a partir da sedimentação, no fundo de lagos rasos, de plantas aquáticas e
algas mortas (sapropelito). Apresentam teor bastante elevado em húmus. 6.11.3 - Uso agrícola da turfa A turfa desempenha um papel múl-tiplo, de fertilizante e de aditivo (condicio-nador/corretivo) de solos. Como aditivo, neutraliza o pH de solos alcalinos [o pH das turfas varia na faixa de 2,8 a 4,0 (Harben, 1992)]. Devido à elevada capacidade de troca catiônica (CTC), absorve os nutrien-tes e libera-os lentamente, aumentando a eficiência dos fertilizantes. Outras proprie-dades físicas que podem ser úteis na agri-cultura incluem a elevada capacidade de reter água, baixa densidade, baixa conduti-vidade térmica, alta porosidade e elevada resistência à alteração (Prud´homme, 1989). Além disso, aumenta o conteúdo de matéria orgânica e fornece nitrogênio adi-cional ao solo. A turfa, para fins agrícolas, é utili-zada no Canadá, Estados Unidos, Finlân-dia, Suécia, Alemanha e Irlanda, entre ou-tros. No Brasil, pode-se exemplificar a turfa explorada pela Eucatex Mineral Ltda, na Mina Eugênio Melo, em São José dos Campos (SP), que é empregada no fabrico de:
Informe de Recursos Minerais
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• substratos para formação de mudas, em utilização com bandejas;
• condicionadores, para incorporação em
solos cultivados; • condicionadores, para incorporação em
solos degradados, visando a recupera-ção;
• produtos de paisagismo e jardinagem.
Uma característica da comercializa-ção de turfa é que o mercado deve locali-zar-se próximo do local de produção. O alto teor de umidade, com conseqüente densi-dade elevada, torna o produto economica-mente proibitivo se envolver transporte a longas distâncias.
6.11.4 – Análises Para uso agrícola, as amostras de turfa devem ser submetidas à seguinte bateria de análises, conforme constante em Franchi (1997): • Umidade total – é ideal que tenha
umidade média de 45 a 50%, em peso (umidade média de comercialização). Com níveis de umidade inferiores a 35%, a turfa perde parte de suas pro-priedades agrícolas;
• Cinzas – reflete o teor da fração inor-
gânica, expresso como % em peso, e referível à massa seca; é um dos prin-cipais indicadores da qualidade da tur-fa, de vez que influi diretamente no seu teor de húmus;
• M.E.A. (Massa Específica Aparente) –
é o quociente entre a massa da amos-tra in natura e o volume in situ; é impor-tante sua determinação para níveis de 45 a 50% de umidade (condição de comercialização); depende do teor de cinzas, do tipo de vegetação que cons-titui a turfa e de seu estado de humifi-cação;
• Natureza da matéria orgânica pre-
dominante – determina propriedades como presença e tamanho de fibras,
capacidade adsortiva, capacidade de retenção de água, etc.;
• CTC (Capacidade de Troca Catiônica)
– é também um dos principais indica-dores da qualidade, pois confere ao so-lo a possibilidade de reter mais nutrien-tes;
• CRA (Capacidade de Retenção de
Água) – confere ao solo a possibilidade de enfrentar períodos prolongados de estiagem. Há certas turfas com CRA de até 500%;
• ED – teste de germinação para deter-
minar a presença de sementes de er-vas daninhas, configurando, ou não, a necessidade de esterilização do mate-rial, antes de comercializá-lo;
• Fitotoxidade – teste de germinação de
semente sensível (alface, normalmen-te); é um indicador da presença de cer-tos elementos (Al, Mn) em quantida- de tóxicas;
• Presença de organismos patogêni-
cos (especialmente nematóides); • Carbono total (reflete o grau de humi-
ficação); • Relação C/N: é desejável todo fertili-
zante organomineral ter valor mínimo de 12 e máximo de 18 para essa rela-ção;
• N, P e K; • pH – definirá a concentração da subs-
tância (CaCO3, CaO, MgO, amoníaco, etc.) a ser usada na neutralização da turfa (condição para comercialização).
6.11.5 - Turfa no Amapá e Pará As referências a turfeiras nesses dois estados são raras. Há registro de ocor-rências na Ilha do Marajó, no Pará e na zona costeira do Amapá (Suszczynski, 1979), como constante no Anexo I. Com efeito, a fisiografia dessas regiões compor-ta condicionamentos favoráveis à acumula-ção desse produto organomineral, da
Série Insumos Minerais para agricultura, 10
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mesma forma que as zonas de inundação dos grandes rios regionais, especialmente o Amazonas. Nas margens desse rio, à altura da Ilha de Tupinambarana, no Esta-do do Amazonas, próximo à divisa com o
Pará, Araújo (1980), prospectando turfa para fins energéticos, individualizou três compartimentos no Quaternário, todos com registros de acumulação orgânica (Figura 14).
O nível inferior (QA) refere-se ao desenvolvimento de turfa nas depressões do paleo-relevo, na interface com o Terciá-rio (Foto 2). O compartimento médio (QB) é facilmente caracterizado por sua marcan-te estruturação sedimentar, seu relaciona-mento fisiográfico com desembocaduras afogadas, e paleocanais abandonados (Fotos 3 e 4). O nível mais superior (QC) corresponde ao Quaternário Recente, de ampla distribuição nas porções mais baixas da topografia e onde se constata a acumu-lação atual de matéria orgânica. Quanto ao conteúdo de cinzas, apesar dos valores em geral elevados, há registros de apenas 14%, com alta percentagem de material volátil e carbono fixo.
Lima et al. (2000) referem-se a um
processo de acumulação recente de maté-ria orgânica, nos chamados solos de iga-pó (tecnicamente denominados Bog ou Holt bog) que, em síntese, refletem as con-dições de formação de turfeiras. Segundo esses pesquisadores, os solos de igapó consistem de uma camada superficial, mui-to ácida, formada por material orgânico em decomposição quase sempre anaeróbica, devido ao excesso de água durante grande parte do ano, havendo registros de teores de matéria orgânica da ordem de 47% e 2,01% de nitrogênio. Esses pesquisadores
consideram que um dos fatores que con-correm para a formação dos solos nas área inundáveis é a matéria orgânica resultante dos detritos vegetais desprendidos do re-vestimento florístico. Nesse caso, o materi-al proveniente das várzeas altas podem ser deslocados para as várzeas baixas durante as marés sizigiais dos equinócios e, pelo arrasto, para os rios, no refluxo dessa ma-rés. Na várzea baixa, a umidade perma-nente dificulta o processo de decomposição da matéria orgânica, que se acumula em grande quantidade.
6.12 - Farinha de rocha
Farinha de rocha é o nome dado às rochas moídas ou trituradas para uso agrí-cola, e pode ser formada por uma ou mais rochas. O calcário agrícola, por exemplo, é farinha de rocha calcária. Barreto (1998), relata experimentos bem sucedidos com emprego de uma mistura de iguais propor-ções de micaxisto e serpentinito. Esse pes-quisador recomenda a utilização de rochas com composição química bem diversifica-da, destacando, de uma maneira geral, as de natureza básica e ultrabásica como gabros, basaltos, peridotitos, serpentinitos, anfibolitos, piroxenito e micaxistos, especi-almente biotita xistos com muito feldspato, rochas alcalinas, ricas em potássio, são
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Foto 2 – Superfície ondulada do paleo-relevo do Terciário, sobre o qual se observa, muitas vezes, o preenchimento de material orgânico determinando o desenvolvimento das turfeiras na região do Paraná do Ramos (Am). Fonte: ARAÚJO (1980)
Foto 3 – Drenagens suportadas pelo Quaternário, com a presença de meandros abandonados, freqüentes diques marginais e rios afogados com o lago Grande do Urariá. Fonte: ARAÚJO (1980)
Foto 4 – Aspectos das desembocaduras afogadas dos rios Maués-Açu e Maués-Mirim. Fonte: ARAÚJO (1980)
QUATERNARIO
TERCIARIO
Série Insumos Minerais para Agricultura, 10
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também adequadas a esse fim. Como no caso dos calcários agrícolas, a granulome-tria do produto final é um fator importante a considerar.
Embora o processo de beneficia-
mento tenha custos elevados, e exija, in-clusive, a disponibilidade de energia, esse material pode ser um insumo de uso alterna-
tivo, tanto no Pará como no Amapá, onde há uma diversidade de sítios geológicos contendo matéria-prima para produção.
É importante que o consumo esteja
de preferência próximo da fonte de produ-ção, e em localidades onde o preço de transporte inviabilize a aquisição dos fertili-zantes e corretivos mais tradicionais.
42
7 - Conclusões 1) A agricultura da região Amazônica, no
geral, ainda é marcada por um índice de produtividade aquém de seu poten-cial, como reflexo direto do baixo pa-drão tecnológico que a caracteriza. En-tre os diversos fatores que contribuem para essa realidade, destaca-se a pou-ca utilização de fertilizantes e de aditi-vos (corretivos ou condicionadores) de solos;
2) Pesquisas têm comprovado que o uso
de adubos e corretivos contribui signifi-cativamente para uma agricultura sus-tentável, onde o lucro do agricultor ca-minha lado a lado com o equilíbrio am-biental;
3) Entre as principais razões para baixo
uso desses insumos está seu preço e-levado. Entretanto, o uso de adubos e corretivos agrícolas é apenas um dos componentes, de uma gama de fatores interligados, que caracterizam o redu-zido padrão tecnológico da agricultura regional. No conjunto desses compo-nentes inclui-se também limitações na assistência técnica, no zoneamento a-groecológico, na disponibilidade de e-nergia, na infraestrutura de transporte, no acesso a crédito por parte do produ-tor, no uso de irrigação, no manejo adequado do solo, na adaptabilidade dos cultivares plantados, no espaça-mento entre plantas e no cronograma de plantio, entre outros.
4) A favorabilidade geológica para jazi-
mentos de insumos minerais para agri-cultura no Pará e Amapá pode ser sin-tetizada no seguinte panorama:
Fosfato a) Complexos alcalino-carbonatíticos, co-
mo exemplificado pelo jazimento da Serra de Maicuru, o maior depósito de rochas fosfáticas já identificado na A-mazônia;
b) Concentrações supergênicas de fosfa-
tos aluminosos, como os existentes no NE do Pará e NW do Maranhão. Ou-
tros focos podem ocorrer nesses esta-dos, e na Amazônia como um todo;
c) Concentrações associadas aos folhe-
lhos pretos paleozóicos, da Bacia do Amazonas
d) Concentrações associadas às rochas
proterozóicas do Grupo Beneficente, na região da Serra do Cachimbo (PA);
e) Concentrações associadas a seqüên-
cias sedimentares e metassedimenta-res da Faixa Araguaia (PA).
Potássio e sais solúveis de magnésio
Seqüência evaporítica paleozóica da Formação Nova Olinda, na Bacia do Amazonas, onde já se tem ocorrência re-gistrada em subsuperfície.
Enxofre a) Mineralizações sulfetadas, de onde o
enxofre pode ser extraído com subpro-duto industrial;
b) Potencial idealizado para depósitos
estratiformes de enxofre nativo na se-qüência sedimentar da Bacia Amazôni-ca;
c) Possibilidade de enxofre recuperado
em plantas de gás natural e petróleo; d) Gipsita, na formação Nova Olinda; e) Piritas, nos folhelhos negros da Forma-
ção Curuá. Calcário agrícola
Constata-se a existência de diver-sos pólos no Pará, bem distribuídos geo-graficamente:
a) na região NE do Estado, com jazimen-
tos associados à Formação Pirabas;
Série Insumos Minerais para Agricultura, 10
43
b) no Baixo Amazonas, região de Monte Alegre – Alenquer, no flanco norte da Bacia do Amazonas, com jazimentos associados à Formação Itaituba;
c) no oeste paraense, região do rio Tapa-
jós e rodovia Transamazônica, onde se localizam os mais importantes jazimen-tos, no contexto da Formação Itaituba, no flanco sul da Bacia do Amazonas;
d) no SE do Estado, associados às se-
qüências sedimentares da Bacia do Parnaíba (formações Pedra de Fogo e Codó), na região de Palestina e Mara-bá; à Faixa Araguaia, como exemplifi-cado em Conceição do Araguaia e Re-denção; e jazimentos relacionados a unidades mais antigas, como em San-tana do Araguaia;
e) no extremo SW paraense, na região da
Serra do Cachimbo, associado à se-qüência proterozóica do Grupo Benefi-cente.
No Estado do Amapá, há registro de
ocorrências pouco expressivas de calcário no baixo curso do rio Araguari e na locali-dade de Aporema, correlacionadas à For-mação Pirabas, e uma ocorrência em sub-superfície, associada ao minério de man-ganês, na Serra do Navio. A produção de pó calcário no Pará beneficiará, também, o Amapá, onde a tonelada desse corretivo alcança atualmente a faixa de R$200,00 (≅ US$100.00). Gipsita
A favorabilidade está concentrada
na seqüência evaporítica da Formação Nova Olinda, em ambos os flancos afloran-tes da Bacia do Amazonas. Há três depósi-tos dimensionados nesse metalotecto. Turfa
A região comporta grandes exten-sões de terrenos quaternários favoráveis à acumulação de turfa, especialmente as zonas de inundações e desembocaduras dos grandes rios, as depressões do paleo-
relevo na interface Terciário – Quaternário, e os paleocanais abandonados, além de acumulações recentes, em solos do tipo igapó. Farinha de rocha
Compreende insumo agrícola obti-do a partir da moagem de certos litotipos, especialmente rochas de composição bási-ca, ultrabásica e alcalina. Pode servir como uso alternativo em zonas onde o custo de transporte eleva o preço, e inviabiliza a aquisição dos adubos e corretivos de solo tradicionais.
As escórias de siderurgia, na regi-
ão de Marabá, podem ser outro produto alternativo para uso na agricultura, naquela região.
1. Apesar de suas imensas reservas de
calcário agrícola, o Pará não produz es-se insumo, essencial a um desempenho competitivo de sua lavoura. Isso se de-ve, principalmente, ao fato de que os detentores dos direitos minerários dos maiores jazimentos de calcário têm inte-resse centrado exclusivamente na in-dústria do cimento. Recentes iniciativas do Governo Estadual, através de parce-rias multi-institucionais, parecem condu-zir à reversão desse paradoxo. Uma ou-tra razão vislumbrada pode dizer respei-to à incerteza sobre a viabilidade eco-nômica da instalação de unidades de moagem. Não há estudo de mercado, o que é dificultado pela inexistência de dados estatísticos de demandas, efetiva e potencial, de pó calcário, aspectos que deveriam estar inseridos no plane-jamento da política agrícola regional. Sabe-se, todavia, que há uma forte de-manda reprimida na zona de influência de todos os pólos potencialmente produtores.
A produção de calcário agrícola, a
preços competitivos, nos diversos pólos geográficos do Estado, é apenas um com-ponente da cadeia de fatores requeridos para elevar o padrão tecnológico da agri-cultura regional.
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PA-370
M I N I S T É R I O DE M I N A S E E N E R G I AC O M P A N H I A D E P E S Q U I S A D E R E C U R S O S M I N E R A I S
D I R E T O R I A D E G E O L O G I A E R E C U R S O S M I N E R A I S
PARQUE INDÍGENA TUMUCUMAQUE
RIO PARU D’ESTE
ARARA
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ARAWETÉIGARAPÉ IPIXUNA
CACHOEIRA SECA
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BaÚ
3
11
14
15
2
4
5
6
78
9
10
11
12
13
10
00º 00'
N 02º 00’
N 04º 00'
SURINAME
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FRANCESA
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RORAIMA
AMAZONAS
TOCANTINS
MARANHÃO
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BELÉM
CACHOEIRADO PIRIÁ
SÃO MIGUELDO GUAMÁ
VISEU
CURUÇA
CASTANHAL
IGARAPÉ-AÇU
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ACARÁ
SÃOJOÃODAPONTA
MAGALHÃESBARATA
BONITO
PEIXE-BOI
DOM ELISEU
ULIANÓPOLIS
SÃO FÉLIXDO XINGU
TRAIRÃO
w 50º 00'w 52º 00' w 48º 00' w 46º 00'
S 02º 00'
S 04º 00'
S 06º 00'
S 08º 00'
S 10º 00'
Ig.
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BR-210
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ILHA CAVIANA
ILHA MEXIANA
PA-2
42
BR
-160
BR
-010
PA-279
PA
-150
BR
-163
BR-230
BR-316
PRIMAVERA
SANTARÉMNOVO
STA. LUZIADO PARÁ
w 46º 00'w 47º 00'
w 47º 00'
w 48º 00'
w 48º 00'
w 48º 45'
s 00º 30'
s 01º 00' s 01º 00'
s 01º 30' s 01º 30'
PA
-10
2
PA-242
BR-316
PA-252
PA
-124
PA
-106
PA-1
12
PA-3
24
PA-446
PA
-124
PA
-395
PA
-136
PA-242
PA-242
PA-391
PA
-150
PA
-140
PA
-010
PA-252
BR-316
SÃO FRANCISCODO PARÁ
PA-127
BR
-010
w 58º 00' w 56º 00'w 60º 00'
N 02º 00'
N 04º 00'
00º 00’’
S 02º 00'
S 04º 00'
S 06º 00'
S 08º 00'
S 10º 00'W 58º 00' w 56º 00' W 54º 00' W 52º 00' W 50º 00' W 48º 00' W 46º 00'
TROMBETAS-MAPUERA
CUMINAPANEMA/URUCURIANA
MUTUM
EREPECURU
CACHORRO
MAICURU
MARACONAÍ
APUPARIU
ALTO DO GUAMÁ
TUPE-MARIQUITA
TEMBÉ
ANAMBÉ
MOCARÁ
PAQUICAMBA
KOATINENOTRINCHEIRA BACAJÁ
BACAJÁ
APYTEREWA
ANDIRÁ-MARAU
AMANAYÉS
MÃE MARIA
PARAKANÃPARAKANÃ
XICRIM DORIO CAETÉ
KAYAPÓ
KAYABI GLEBA SULKAYABI
MUNDURUKU
SAI CINZA
NHAMUNDÁ-MAPUERA
P
IRES
RIO
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SLE
QUATIPURUMARACANÃ
KARAJÁ
PA-287
GARRAFÃO DO NORTE
RIO
R oi
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ARARA-II ALTAMIRA
SENADOR JOSÉPORFÍRIO
PANARA
SANTA MARIADAS BARREIRAS
SORORÓ
ANANINDEUA
STA.BÁRBARA
PA
-127
STO. ANTÔNIODO TAUÁ
PA
-140
VIGIA
SÃO CAETANODE ODIVELAS
OURÉM
IRITUIA
SÃO DO MINGOSDO CAPIM
MARITUBA
BELEM
BR-230
STA. ISABELDO PARÁ
MARAPANIM
NOVATIMBOTEUA
STA. MARIADO PARÁ
TROMBETAS
CAPANEMA
TRACUATEUA
BENEVIDES
SÃO JOÃODE PIRABAS
AUGUSTOCORRÊA
BRAGANÇACOLARESCOLARES
PA-391
E
D
A
A
C
B
BONITO
PEIXE-BOI
NOVATIMBOTEUA
CAPANEMA
BRAGANÇA
TRACUATEUA
IGARAPÉ-AÇU
13
14
34
15
35
36
37
26
16
3938
40
17 18
1942
43
SOURE
TUCURUÍ
MONTEALEGRE
PORTO DE MOZPRAINHA
ÓBIDOS CURUÁALENQUER
SALINÓPOLIS
2
11
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
PIMA:
PIMA PA/AP:
Programa concebido e executado pela CPRMGeólogo Mario Farina
Geólogos José Luís Arantes e Gilberto Dall’ignaProjeto executado pela Superintendência Regional de Belém
Geólogo Orlando José Barros de AraújoGeóloga Maria Telma Lins Faraco
Geólogo Nélio G. A. da Mata Rezende: Estagiário de Geologia Daniel Bezerra da Silva
Geólogo Paulo Augusto da Costa MarinhoTéc. Mineração Dileide Cirino dos SantosDes. Cartográfico Gilmar dos Santos
Concepção e Supervisão Geral:Coordenação Nacional:
Gerência de Recursos Minerais:Supervisão Regional:Chefia do Projeto e execução:ParticipacãoApoio de informática:
Este mapa é parte integrante do Informe de Recursos Minerais,Série Insumos Minerais para Agricultura, nº 10, denominado
INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA E ÁREASPOTENCIAIS NOS ESTADOS DO PARÁ E AMAPÁ.
PROGRAMA DE AVALIAÇÃO GEOLÓGICO-ECONÔMICADE INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA NO BRASIL
- PIMA -
PROJETO INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA PA/AP- PIMA PA / AP -
MAPA DE INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA EÁREAS POTENCIAIS NOS ESTADOS DO PARÁ E AMAPÁ
2001
0 50 100 150 200 km50
PARÁ
AMAPÁ
BRASIL
MAPA DE LOCALIZAÇÃO
72º 66º 60º 54º 48º 42º 36º
72º
30º
24º
18º
12º
06º
00º
30º
24º
18º
12º
06º
00º
66º 60º 54º 48º 42º 36º
0 1100 km
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE BELÉM
Serviço Geológico do Brasil
ÁREAS POTENCIAIS
Menos de 20.000 habitantes
De 20.000 até 200.000 habitantes
Mais de 200.000 habitantes
Capital do Estado
AEROPORTO INTERNACIONAL
PORTO MARÍTIMO
STATUS DO JAZIMENTO
RIOS E IGARAPÉS
RODOVIAS FEDERAIS
FERROVIA
FÁBRICA DE CIMENTO
LIMITE INTERMUNICIPAL
ÁREAS ESPECIAISA - Uso especial do ExércitoB - Parque Nacional da AmazôniaC - Floresta Nacional do TapajósD - Reserva Biológica do rio TrombetasE - Floresta Nacional de Saracá-Taquera
ÁREAS INDÍGENAS
SUBSTÂNCIAS
G I P S I T A
OCORRÊNCIA
DEPÓSITO
MINA ATIVA
MINA DESATIVADA
JAZIDA
STATUS DO JAZIMENTO
RIOS E IGARAPÉS
RODOVIAS FEDERAIS
FERROVIA
SEDES MUNICIPAISFÁBRICA DE CIMENTO
LIMITE INTERMUNICIPAL
ÁREAS ESPECIAISA - Uso especial do ExércitoB - Parque Nacional da AmazôniaC - Floresta Nacional do TapajósD - Reserva Biológica do rio TrombetasE - Floresta Nacional de Saracá-Taquera
ÁREAS INDÍGENAS
C A L C Á R I O
F O S F A T O
T U R F A
P O T Á S S I O
Área com concentração de váriosjazimentos, sem possibilidade deidentificação individualizada
1
15
FONTES DE REFERÊNCIA
01. CPRM. Projeto Materiais Industriais. 197302. CPRM. PRIMAZ. Município de Tracuateua. 199803. CPRM. Projeto Gurupi. Relatório de Etapa.197704. SEICOM. Projeto Calcário.199605. CPRM. PLGB. Folha SB.22-X-D (Marabá). 199506. CPRM. PLGB. Folha SB.22-Z-B (Xambioá). 199507. DOCEGEO. Congresso Brasileiro de Geologia, 35, Belém. 1988. Anexo aos Anais. P.11-5608. CPRM. PLGB. Folha SB.22-X-C (Serra Pelada). 199409. CORDEIRO, A.A.C. Anais do Simpósio de Geologia da Amazônia,1, Belém. 1982. V.1 P.4510. CPRM. PRIMAZ. Município de Redenção. 199611. CPRM. PRIMAZ. Município de Santa Maria das Barreiras. 199612. CPRM. PRIMAZ. Município de Conceição do Araguaia. 199613. CPRM. PRIMAZ. Município de Santana do Araguaia. 199614. CPRM. Perfil de sondagem na Base Aérea do Cachimbo. Inédito15. DNPM / PROJETO RADAMBRASIL. Folha SC.21 (Juruena). V.20. 198016. CPRM. RIKER,S.L. Calcário para Agricultura em Parte da Amazônia Legal. Manaus. 199817. DNPM/CPRM. Projeto Sulfetos de Altamira-Itaituba. Relatório Final. 197718. CPRM. Projeto Itamaguari. Relatório Final de Pesquisa. 197519. CPRM. Projeto Aveiro. Relatório Final de Pesquisa. 197920. DNPM/CPRM. Projeto Calcário Itaituba. Etapa I. 197621. CPRM. PRIMAZ. Município de Itaituba. 199622. DNPM/CPRM. Projeto Calcário Itaituba. Relatório Final. 197723. SADALA, C. Informação verbal. 199824. DNPM/CPRM. Projeto Sulfetos de Alenquer-Monte Alegre. Relatório Final. 197825. DNPM / PROJETO RADAMBRASIL. Folha SB.22 (Belém). V.5. 197426. OLIVEIRA, N.P. & COSTA, M.L. Revista Ciência da Terra, nº 10. 198427. CASTRO, C. et al. Anais do Simpósio de Geologia da Amazônia, 3, Belém. 1991. P.260-27428. PETROMISA. WOLF, F.A.M. et al. Situação Atual e Perspectivas Exploratórias para Pesquisa de
Potássio na Bacia do Amazonas. 1988. Inédito29. SOUZA, Ariolino Neres. Informação verbal. 199930. SILVA, Vicente Pereira. Caracterização Geoquímica das Ocorrências Fosfáticas de Xambioá -
TO. Relatório em andamento.31. SEICOM. Projeto Calcário. Relatório no prelo. 200132. DNPM. Geologia do Brasil. Schobbenhaus et al. 198433. CPRM. PRIMAZ. Município de Serra do Navio (AP). 199734. ALMEIDA, C.A.S. et al. Projeto Calcário - Amapá. Belém:IDESP. 1984
CONTROLE DE JAZIMENTOS
RESERVAS OFICIAIS DE CALCÁRIO NO PARÁCONTEÚDO (%)
CaO MgOURUARÁ 1.478.632.600 55,6 50 4-5,5AVEIRO 403.654.994 15,2 - -ITAITUBA 332.865.911 12,5 40-47 2-4MEDICILÂNDIA 256.000.000 9,6 52 0,4CAPANEMA 143.026.184 5,4 41 2,3MONTE ALEGRE 46.484.446 1,7 38-52 1,5-5,0RESERVA TOTAL 2.660.664.135
Extração para indústriado cimento
Extração eventualpara brita
CaO: até 53,9%MgO: até 19,3%
OBSERVAÇÕESRESERVA(t) % do TOTALREGIÃO
17
17
17
26,29
26
26
26
26
26
26
26
30
27
28
FOSFATO E POTÁSSIO
CALCÁRIO, GIPSITA e TURFA
Senador José Porfírio, afluente do ig. Jôa; lote 7,gleba 3, PIC Altamira. Folha SA.22-Y-D-I
Uruará, rodovia Transamazônica, km 120;ig. Floresta. Folha SA-22-Y-C-V
Santa Luzia, rodovia BR-316
Viseu
Viseu
Viseu
Região SE do Pará, divisas com o Tocantins
Monte Alegre
Juruti
Folhelho síltico, cinza a preto; Fm. Curuá; 19% P O ;anomalia cintilométrica; estação NR-117
2 5
Folhelho negro, síltico, Membro Curiri, Fm Curuá; 12%P O ; Anomalia cintilométrica; estação NA-142 5
Folhelho negro, físsil, Membro Curiri, Fm. Curuá; 7,6%P O ; estação AV-552 5
Depósito de fosfatos aluminosos de Sapucaia-Boa Vista;27% P O . Reservas: 2,2 x 10 t2 5
6
Depósito de fosfatos aluminosos de Jandiá; 25%P O .Reservas 4 a 6 x 10 t
2 56
Depósito de fosfatos aluminosos de Itacupim; 8 a 20%P O . Reservas 8 a 9 x 10 t2 5
6
Depósito de fosfatos aluminosos do Cansa Perna; 25%P O . Reservas < 10 x 10 t2 5
3
Depósito de fosfatos aluminosos de Santa Luzia; 16%P O . Reservas estimadas < 10 x 10 t2 5
3
Depósito de fosfatos aluminosos Peito de Moça; 4%P O . Reservas estimadas < 100.000 t2 5
Depósito de fosfatos aluminosos de Barreira; 6,5%P O . Reservas estimadas < 100.000 t2 5
Depósito de fosfatos aluminosos de Piriá; 0,9 a 4,2%P O . Reservas estimadas: 8 a 9 x 10 t2 5
6
Depósito do Maicuru. Reserva total de 200 x 10 t; teormédio de 15% P O
6
2 5
Ocorrência de silvinita
Contexto metassedimentar proterozóico, Fm. Xambioá;concentrações de até 13,7% de P O2 5
Uruará, rio Uruará. Folha SA.22-Y-C-II
Bonito
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
NÚMERODE ORDEM LOCALIZAÇÃO OBSERVAÇÕES FONTES
DE REF.
Tracuateua, rodovia PA-242
Viseu, litoral
Viseu, rodovia BR-316, próximo ao rio Piriá
NÚMERODE
ORDEM
L O C A L I Z A Ç Ã O
MUNICÍPIO / LOCALIDADE
Santa Isabel
Marapanim
FOLHA
STATUSTEORES (%)
CaO MgO
OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARESFONTESDE
REFERÊNCIA
1
2
SA-22-X-D
SA-23-V-A
1
1
Estação BD-204
27,8246,45
15,000,97 Estação LA-639
Marapanim
SalinópolisSalinópolisSalinópolisSão João de Pirabas
São João de PirabasSão João de PirabasSão João de PirabasPrimaveraNova Timboteua
Peixe-BoiPeixe-Boi
CapanemaCapanemaCapanemaCapanema; vila Tauari
Bragança; vila Pirabas
BragançaSão Miguel do Guamá, rio Guamá
São Domingos do Capim
Bragança; Campinho (Nova Canindé)
34
567891011121314151617181920212223
24
SA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-C
SA-23-V-C
Maracanã1111111
1111
111
1
11
111
1
1,31 > 45,00 < 2,00
Estação LA-640. Concheiro / cernambi
Estação BD-173. Concheiro / cernambiEstação BD-849Estação BD-172. Pequena dimensão
Estação BD-84742,52 5,72 Estação BD-850/BD-177
Estação BD-851Estação BD-856
Estação BD-85441,06 0,56 Estações BD-855 / BD-179
Estação BD-867. Área da CIBRASAEstação LA-260. Área da CIBRASAEstação BD-864Estação BD-863
Estação LA-657. Área da CIBRASAEstação BD-859. Área da CIBRASA
Estação LA-660. Área da CIBRASAEstação BD-857
Estação BD-85836,69 0,64 Estação BD-741 / AA-61
Estação BD-869Estação BD-183. Associa-se a argilaexpansiva, Reserva estimada:20X10 t6
CapanemaCapanemaMaracanãMaracanã; praia do PenhaSão João de Pirabas
São João de Pirabas
PrimaveraPrimavera; JapericaPrimavera; ilha Arapiranga
Nova Timboteua
Peixe-Boi
Peixe-BoiCapanema
Capanema
CapanemaCapanemaCapanema
Capanema, TauariTraquateua; vila FátimaMaracanã; Mocoóca
Curuçá, ilha Mariteua
Santa Izabel; igarapé QuitériaAugusto Corrêa; rio PerobaAugusto CorrêaVizeu; ilha de ItacupimVizeu; vila Fernandes Belo
Mãe-do-RioBreu Branco; rio Mojú
Palestina, BR-230; vila Itamirim
25262728293031323334
35
3738
394041424344454647484950
5152
53
36
SA-23-V-ASA-23-V-CSA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-ASA-23-V-A
SA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-CSA-23-V-C
SA-23-V-CSA-23-V-ASA-23-V-A
SA-22-X-DSA-23-V-DSA-23-V-ASA-23-V-B
SA-23-V-DSA-23-Y-ASA-22-Z-D
SB-22-X-D
11
11
11
111
1
11
1
1
111
1
234
4
34
3344
5
Estação BD-190Estação BD-219
Estação LA-655. Concheiro / cernambiEstação LA-654. Concheiro / cernambiBD-178. Concheiro / cernambiBD-205. Concheiro / cernambi
43,98 0,40 BD-180. Concheiro / cernambiBD-206. Concheiro / cernambiBD-207. Concheiro / cernambi
BD-209. Área da CIBRASA
BD-210. Área da CIBRASAEstação BD-211
Estaçaõ BD-212
Estação BD-213
Estação BD-214Estação BD-215Estação BD-216
Estação BD-217
Estação BD-218. Área da CIBRASA43,5 Estação PP-98
Estação nº 49Estação nº 53
16,9 10,5 Estação VW-141
Estação VW-239 Concheiro
19,6 12,7 Estação VW-174
Estação nº 26Estação nº 58
25,036,4
7,017,2 Ocorrências 47,48, 50
São João do Araguaia; igarapé Talhado
São João do Araguaia; rio AraguaiaPalestina; rio Araguaia
Palestina; rio Araguaia
Marabá; rio Tocantins
Marabá; rio TocantinsBom Jesus do Tocantins; rio Tocantins
Marabá; rio Sororó
54555657585960
61
SA-22-X-DSA-22-X-DSB-22-X-DSB-22-X-DSB-22-X-D
SB-22-X-DSB-22-X-D
SB-22-X-D
55
5
5555
5
5
27,8 17,1 Estação nº 3722,4 15,6 Estação nº 4025,0 16,7 Estação nº 5049,5 0,6 Estação nº 57
44,6 1,1 Estação nº 1652,5 0,2 Estação nº 1953,0 0,8 Estação nº 0725,148,2
1,214,0 Estação nº 35
Marabá; rio Itacaiúnas
Itupiranga; igarapé Lago VermelhoSão Geraldo do Araguaia; rio Gameleira
626364
SB-22-X-DSB-22-X-DSA-22-X-D
5
5
6
50,2 0,8 Estação nº 33
45,6 1,6 Estação nº 09Estação nº 07
São Geraldo do Araguaia; córrego Açaizal65 SB-22-X-D 6 Estação nº 09
Piçarra (PA) / Araguanã(TO); rio Araguaia66 SB-22-X-D 6 Estação nº 26
Marabá; igarapé BahiaMarabá; serra de Buritirama
Rio Maria; área de Andorinhas
Redenção; fazenda Sta. Rita
Sta. Mª das Barreiras; faz. Cana BravaConceição do Araguaia; serra do Chicão
Santana do AraguaiaSantana do Araguaia; fazenda Santa Fé
Novo Progresso; Base Aérea do Cachimbo
67
6869
7071727374
75
SB-22-X-CSB-22-X-CSB-22-Z-CSC-22-X-ASC-22-X-ASC-22-X-ASC-22-X-CSC-22-X-C
SC-21-X-D
7
89
10
111213
13
14
35,0 0,46 Reserva estimada: 3,7 x 10 t6
48,1 3,0 Reserva estimada: 5,2 x 10 t6
29,7 21,2 Reserva estimada: >2,5 x 106 t
Furo de Sondagem. Destaca-se osignificativo pacote de carbonatos
Jacareacanga; rio Teles PiresJacareacanga
Medicilândia
Uruará
767778
79
SC-21-X-CSC-21-X-CSA-22-Y-C
SA-22-Y-C
151515
16
17,16
52 0,42 Reserva total: 256 x 10 t6
49,5650,73
2,12,8
Estações NR-550, 551, 556 / AV-04Reserva total: 1.478.632.600 t
Uruará; rio UruaráPlacas; rodovia BR-230
Placas
Placas; igarapé do LeiteAveiro; rio CupariAveiro
Aveiro; igarapé Jibóia
808182838485
86
SA-22-Y-CSA-21-Y-CSA-21-Z-D
SA-21-Z-DSB-21-X-BSA-21-X-D
SB-21-X-B
17
17
171717
18
19
Estação AV-39
Estação RC-134
Estação RC-210
Estações NA-151 a 153Estação EM-114Gipsita. Reserva medida 189,9 x 10 t
6
Rurópolis; rio Tapajós
Itaituba; rio TapajósItaituba; igarapé Pagão
Itaituba; igarapé Capitoã
87
8889
90
SB-21-X-A
SB-21-X-ASB-21-X-A
SB-21-X-A
17
2021
22
22,953,9 > 19,3
Reserva total de calcário agrícola:
>400 x 10 t6
Estações EM-122, 126 a 129
Estações JM-58,60,61,62Gipsita. Reserva estimada: 2.000.000 t
Itaituba; igarapé Arixi91 SB-21-X-A 22
42,6 (*)50,0
9,419,8
Reserva estimada de calcário agrícola
218 x 10 t6
Itaituba; igarapé Laranjo92 SB-21-X-A 22
Reserva estimada de calcário agrícola:
399 x 10 t6
38,6 (*)46,9
4,716,6
Itaituba; igarapé Japeím
Faro; rio Nhamundá
Faro; rio NhamundáOriximiná; igarapé CandeeiroAlenquer
Alenquer; Fazenda Santino
93949596
97
98
SB-21-X-ASA-21-V-D
SA-21-V-DSA-21-X-CSA-21-X-D
SA-21-X-D
4
44
2424
24
2323
Reserva estimada de calcário agrícola:
20 x 10 t6
40,8 (*)43,3
15,618,1
Estações 51,52 e 59
Gipsita
Estação 47Estação 70Estação PP-429
Alenquer; igarapé Bala
Alenquer; igarapé JabotaMonte Alegre; igarapé Moroçoca
Monte Alegre; lago Cujubim
Monte Alegre
Monte Alegre; ramal da Mulata
99100
101102103
104
SA-21-X-DSA-21-X-DSA-21-X-D
SA-21-X-DSA-21-X-D
SA-21-X-D
24
2424
24
24
24
Estação AM-415. Barita e sulfetos de Pbe Zn associados
Estação AM-607
Estação AM-123 / CF-210Estação CS-91 / CS-107
Estação CS -120
Estação AV-315
Serra do Navio (AP)
Rio Ariramba (AP)
Rio Triunfo
Chaves (Ilha do Marajó)
Rio Araguari
105106107
108
109
(*) CaO + MgO
NA-22-Z-A
NA-22-Z-ANA-22-Y-B
SA-22-X-B
NA-22-Z-A
33 26 1234
34 1,00
2,66
44
48,67
32
32
Estações PP-231 / PP-277. Área daCAIMA. Reserva total: 1.613.712 t
Associada ao minério de Mn
Turfa
Turfa
CONSTANTES NAS FONTESDE REFERÊNCIA
a a
a
a a
a
a
a
a
a
a a
CORPOS DE CARÁTER ALCALINO CORPOS ALCALINOS INFERIDOS
6
LITCHFIELDITO BOCA NOVA51
23
52
60
6162
63
64
65
1266
5859
54 55
53
56
57
68
67
69
70
71
72
73
74
75
7677
78
79
80
818283
84
85
8687
8889
909192
93
94 95
96
9798 99
100
101
102103
104
1
2
3
11
13
45
3
2
4427
284
56
78
9
2910
30 32
3111 3312
25
20
21
24
23
221
46
108
106
107
48
7
5
47
48
49509
10
11
L
L L
L
L L
L
L LL
L
LL
L
L L
LL
L
L
LLL
L
LL
L
LL
L
L L
LL
L
L LLL
L LL
L
LL
L
LL
L
LL
L
LL
L
L
B
SANTARÉM
ALMEIRIMGURUPÁ
BAGRE
SÃODOMINGOSDO CAPIM
LIMOEIRODO
AJURU
MUANÁ
PONTADEPEDRAS
CACHOEIRADO ARARI
Sta. CRUZ DO ARARI
BUJARU
BARCARENA
MOJUACARÁ
CONCÓRDIADO PARÁ
TOMÉ-AÇU
SALVATERRA
IGARAPE-MIRI
ABAETETUBA
JACUNDÁ
RONDON DO PARÁ
NOVO REPARTIMENTO
ABELFIGUEIREDO
CURIONÓPOLIS
SAPUCAIA
PARAUAPEBAS
ÁGUA AZULDO NORTE
CANAÃ DOSCARAJÁS
PALESTINADO PARÁ
PACAJÁ
ANAPU
ITAITUBA SENADORJOSÉ PORFÍRIO
ELDORADODO CARAJÁS
S. DOMINGOSDO ARAGUAIA
BREJO GRANDEDO ARAGUAIA
BOM JESUSDO TOCANTINSNOVA
IPIXUNA
RURÓPOLIS
PLACAS
AVEIRO
URUARÁ
MEDICILÂNDIA
BRASIL NOVO
XINGUARA
PIÇARRA
S. GERALDODO ARAGUAIA
SÃO JOÃODO ARAGUAIAMARABÁ
ITUPIRANGA
RIO MARIABANNACH
CUMARU DONORTE
TUCUMÃ OURILÂNDIADO NORTE
CONCEIÇÃODO ARAGUAIA
FLORESTA DOARAGUAIA
REDENÇÃO
PAU D' ARCO
SANTANA DOARAGUAIA
BELTERRA
TERRASANTA
BREVES
MELGAÇO
PORTEL
CURRALINHO
S. SEBASTIÃODA BOA VISTA
AFUÁ
CHAVES
ANAJÁS
JACAREACANGA
JURUTI
ORIXIMINA
FARO
OEIRAS DOPARÁ
VITÓRIA DOXINGU
: contexto geológico favorável; controles demineralizações conhecidos; existência de jazimentos (depósitos, minas,ocorrências, etc); indícios indiretos de mineralização.
: contexto geológico favorável; controles demineralizações indicados e inferidos; raridade ou ausência de jazimentos,mas presença de indícios indiretos de mineralizações.
- Áreas potenciais
FOSFATO
Maicuru
Complexos alcalino-carbonatíticos. Exemplo: Complexo do Maicuru, em contexto onde,além do minério apatítico, há matérias-primas que viabilizam a produção de termofosfato(dunitos, serpentinitos, carbonatos).
FOSFATOEm folhelhos negros da Formação Curuá, no flanco norte da bacia do Amazonas. Apotencialidade é inferida face ao condicionamento geológico semelhante ao flanco sul(ver Pólo 8), onde diversas ocorrências são conhecidas.
CALCÁRIO e GIPSITAJazimentos associados à seqüência permo-carbonífera do flanco norte da bacia doAmazonas, formações Itaituba e Nova Olinda.
ENXOFRE NATIVOPotencial idealizado em seqüências não-aflorantes de calcários secundários relacionadosà possível associação anidrita / hidrocarbonetos, na Formação Nova Olinda, bacia doAmazonas.
TURFAAcumulações quaternárias. DIversas ocorrências são conhecidas na faixa marginal domédio curso do rio Amazona, ilha de Tupinambarana, no estado do Amazonas, na divisacom o Pará. Há citações de ocorrências na ilha do Marajó.
POTÁSSIOOcorrência de silvinita (KCl.NaCl) na seqüência evaporítica da Formação Nova Olinda,bacia do Amazonas. Na região de Faro-Juruti a profundidade superior a 1200m, apequena possança e os baixos teores do corpo mineralizado são fatores de restriçãoexploratória. A favorabilidade aumenta para oeste, no estado do Amazonas, onde já setem dois depósitos dimensionados (Fazendinha e Arari).
CALCÁRIO e GIPSITAJazimentos associados à seqüência permo-carbonífera do flanco sul da bacia doAmazonas, formações Itaituba e Nova Olinda. Comporta as maiores reservas de calcárioe gipsita do estado do Pará.
FOSFATOEm folhelhos negros da Formação Curuá, no flanco sul da bacia do Amazonas. Háregistros de até 19% de P O . Não é um modelo clássico de mineralização de fosfatos,mas os registros são significativos. A aplicabilidade desse material na agricultura aindarequer pesquisas.
CALCÁRIO e FOSFATOSeqüência sedimentar que constitui o Grupo Beneficente. Há registros de colofana earenitos fosfáticos no estado de Mato Grosso, próximo à divisa com o Pará. A unidade érica em calcários e dolomitos.
CALCÁRIOJazimentos relacionados à Suíte Máfico-ultramáfica Quatipuru (71, 72), à Formação CoutoMagalhães (70). e a unidades mais antigas (74).
CALCÁRIOSeqüências correlacionáveis à Formação Rio Fresco, como exemplificado na área deAndorinhas.
CALCÁRIO e FOSFATO
2 5
Seqüências sedimentares da bacia do Parnaíba, formações Pedra de Fogo e Codó ecalcários metamorfisados, associados às formações Xambioá e Pequizeiro. Há registro defosfato no contexto metassedimentar da Formação Xambioá, no vizinho estado doTocantins, com concentrações de até 13,7% de P O .
CALCÁRIOCalcários metamorfisados associados a depósitos de manganês, na serra de Buritirama.Potencializa-se, ainda, as seqüências carbonáticas associadas com formações ferríferas,como exemplificado no Grupo Igarapé Bahia.
CALCÁRIOJazimentos associados à Formação Pirabas. Comporta minas que alimentam umafábrica de cimento. Há registros de concheiros artificiais (cernambis / sambaquis).
FOSFATOJazimentos supergênicos de fosfatos aluminosos. Experimentos, conduzidos pela EMBRAPA,têm demonstrado que a calcinação do minério torna-o adequado para fins agrícolas.
2 5
Potencialidade moderada a alta
Potencialidade moderada a baixa
A
A
A -
B -
B
B
B
B
B
B
B
B
A
B
B
B
B
Rio
Ua
çá
Rio
Ua
çá
JARILARANJAL DOLARANJAL DO
C
ANAL
C
ANAL
GURIJ U
BA
GURIJ U
BA
ILHA DOCURUÁILHA DOCURUÁ
Rio
Fals
ino
ILHADE
MARACÁ
RioAraguari
BR-156
OIAPOQUE
CLEVELÂNDIADO
NORTE
CUNANI
VILA VELHAVILA VELHA
LOURENÇO
TARTARUGALZINHO
SUCURIJU
ITAUBAL
GOMES
CUTIAS
APOREMA
SÃO JOAQUIMSÃO JOAQUIMFERREIRADO PACUIDO PACUI
BR-1
56
BAILIQUE
MAZAGÃO
SANTANA
PORTO
MACAPÁ
GRANDEGRANDE
DO LAGO
PORTO
SANTANA
VELHOMAZAGÃO
PEDRA BRANCADO AMAPARI
SERRA DO NAVIO
CAN
ALDO
NORT
E
CAN
ALDO
NORT
E
Rio Tarta
ruga
l
RIORIOARAGUARI
ARAGUARI
Gra
nde
Flexal
Ca
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ova
rad
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ma
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Canal Turiuri
OIA
POQ
UE
Rio
Rio
Rio Amapá Grande
Rio
Calçoene
Rio
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Rio
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ipor
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Rio
ArapariAno
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RIO
Rio
Taja
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Rio
RIOJARI
Mapoari
RioC
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RioM
apari
RioTucunapi
RioRiozinho
RioAraguari
Braço do
RioC
aja
riRio
Rio
Irata
pur
u
No
ucur
u
BraçoSão Luiz
BOCA DO JARIBOCA DO JARI
Rio Vila
Rio Maraca
ou
Nova
Anauerapucu
IGARAPÉ
AMAPÁ
CALÇOENE
PRACUÚBA
CUTIAS
SANTANA
VITÓRIA DO JARIVITÓRIA DO JARI
PARQUE NACIONALDO CABO GRANDE
Baía
do
Oia
po
que
105
109
Fonte: 16 (RIKER, 1998)
ANEXO I