Insustentabilidade Da Imagem

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  • 7/24/2019 Insustentabilidade Da Imagem

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    A (in)sustentabilidade daimagemLeandro Belinaso Guimares

    Resumo:

    O ensaio foi escrito para ser apresentado e discutido no Grupo de Trabalho (GT 32) Ecologias outrastra!ados po"ticos# est"ticos e pol$ticos%# no &' Encontro acional da *ssocia!o Brasileira de+sicologia ,ocial (*B-*+,O)# sediado em .lorian/polis# no segundo semestre de 2013 Ele deria4se de uma pes5uisa de p/s4doutorado focada em pensar# a partir da cr$tica p/s4estruturalista dosestudos culturais# as imagens da sustentabilidade circulantes no tempo presente# sobretudo# em 6ornaisimpressos e digitais brasileiros +ara este artigo# o foco est7 em uma imagem eiculada em um8aderno 6ornal$stico sobre meio ambiente e sustentabilidade do 6ornal O Estado de ,o +aulo%Trata4se da capa 5ue inaugurou uma s"rie de 8adernos mensais sobre tais tem7ticas ao longo do anode 2009 * imagem : o con6unto de palaras# s$mbolos# fotografia e espa!os em branco de uma p7ginade 6ornal : abriga uma reconhec$el e naturali;ada% foto sobre a polui!o ambiental 0# fuma!a saindo de f7bricas em sendoalgo muito is$el nas sociedades 5uando se trata de mostrar didaticamente a polui!o ?aisrecentemente# contudo# o foco nos autom/eis parece se acentuar e substituir o cen7rio das distantes#agoni;antes e# cada e; mais# cotidianamente inis$eis% f7bricas a fotografia da imagem em5uesto no artigo h7 uma escolha pelo super4close no escapamento esfuma!ante de um caminho (5uepoderia ser em um autom/el de passeio) Tal sele!o focal tale; se configure para 5ue a fotografianos afete mais ta@atiamente +ossa# inclusie# falar% dos nossos comportamentos# dos nossosdese6os de consumo# dos nossos modos insustent7eis de ier (di;# literalmente# a capa inaugural do8aderno 6ornal$stico) Ela foi escolhida para ser pensada neste ensaio no apenas por inaugurar umas"rie# mas por seu car7ter escolar Ela parece e@igir ser reconhecida sem e5u$ocos# sem hesita!Aes#como se fosse tecida tal como um desenho es5uem7tico ofertado aos alunos para 5ue compreendam#

    absoram# 5uase sem o e@erc$cio criatio do pensamento# de modo claro# l$mpido# transparente# amensagem 5ue est7 sendo ensinada 7 certa produ!o# na composi!o da imagem# de uma certe;ainapel7el C o modo de disposi!o da fotografia e das palaras# 5ue a escolarizam e a fa;emanunciar# didaticamente# 5ual " a narratia a ser lida ao folhearmos o 8aderno O presente te@toesfor!a4se por desconsertar tal car7ter escolarda imagem# fa;endo4o cambalear *tua# para isso#criando perguntas sobre a rela!o# na imagem de capa# entrea fotografia e sua legenda nspirando4se#sobretudo# em ?ichel .oucault# o e@erc$cio do pensamento operado na pes5uisa processa4se atra"sda articula!o da imagem 6ornal$stica com outras adindas do campo da arte# como# por e@emplo# aspinturas surrealistas de -enn" de ?agritte# em um primeiro moimento# e as produ;idas pela arteurbana de ,linDachu# em um segundo 8onersando com ?agritte# a partir de .oucault# a pes5uisaopera um desconserto na legenda da imagem 7 com a arte urbana de ,linDachu busca4se outracomposi!o para a fotografia Em sua se!o final# o artigo discute breemente a pr/pria escrita

    ensa$stica# defendendo ser esta uma produ!o te@tual comprometida com o sonho Fm te@to tecido emiagem# atento aos moimentos incessantes da cultura e da ida cotidiana 8onclui4se enfati;ando 5uea sustentabilidade no " apenas um tema# mas um dispositio atuante nos processos de produ!o desaber4poder (e de sub6etia!o) no tempo presente E mais# articular a arte s imagens midi7ticas dodispositio da sustentabilidade% permite4nos criar outras perguntas# abrindo outras possibilidades denos ermos no mundo eHou de ermos mundos em n/s

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    A (in)sustentabilidade daimagem1

    Leandro Belinaso Guimares2

    no h7 modo de pensar de outro modo% 5ue no se6a# tamb"m# lerde outro modo% e escreer de outro modo%#Jorge Larrosa

    I *msterd# pelo silJncioK

    O 5ue fa; uma fotografia sobre o ambiente endurecer Fma dure;a 5uaseimpenetr7el# 5uase sem interst$cios# 5uase sem porosidades aren$ticas# 5uase sem fissurasK

    Fma imagem (a5ui a capa de um 8aderno de 6ornal impresso) 5ue 67 carrega em si mesma

    toda uma pastosa argamassa ,ua fotografia parece enri6ecida sobre uma imensa palara4

    ti6olo 5ue lhe sere de amparo insustentvelK

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    Estranho# ao mesmo tempo comum# cimento feito da fotografia Ela funciona para

    unir e emparedar dois ti6olos de palaras o topo# ida sustentabilidade% anunciam#

    afirmatiamente# o t$tulo do noo% 8aderno 6ornal$stico mensal (publicado ao longo do ano

    de 2009) do 6ornal O Estado de ,o +aulo% Embai@o# na fun!o de uma legenda4t$tulo# a

    enorme palara insustentvel (fortemente acentuada na imagem) sinteti;a# solidifica#

    magneti;a o sentido maior da imagem4muro *li# presa entre uma afirma!o (seu teto) e uma

    nega!o (seu cho)# situa4se a fotografia

    PPP

    E se retirarmos de cena as palaras e o conte@to do 8aderno 6ornal$stico E se

    ficarmos apenas com a fotografia Ela perderia seu peso .lutuaria# nos abrindo sentidos

    outros

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    nos indica# nos ensina Eis# a5ui# um significado4clichJ da imagem4capaK ,ua montagem

    parece destinada sua prolifera!o# uma e; mais Ela abriga uma reconhec$el e

    naturali;ada% foto sobre a polui!o ambiental Estiemos acostumados (ao menos desde os

    moimentos contestat/rios ecologistas dos anos 19=0 e 19>0)# 5uando se trataa de mostrardidaticamente a polui!o# a er fuma!a saindo de f7bricas (algo ainda is$el na cultura do

    tempo presente) ?ais recentemente# contudo# o foco nos autom/eis parece se acentuar e

    substituir o cen7rio das distantes# agoni;antes e# cada e; mais# cotidianamente inis$eis%

    f7bricas Tale;# esta escolha pelo super4close no escapamento de um caminho (5ue poderia

    ser em um autom/el de passeio) se configure para 5ue a fotografia nos afete mais

    ta@atiamente +ossa# inclusie# falar% dos nossos comportamentos# dos nossos dese6os de

    consumo# dos nossos modos insustent7eis de ier (di;# literalmente# a capa inaugural do8aderno 6ornal$stico) as tramas do dispositio da sustentabilidade% fotos da polui!o

    ambiental assumem outras penetrabilidades# procurando nos enlear de modo mais incisio e

    sub6etio a elas

    +or"m# na imagem de capa do 8aderno 6ornal$stico (na con6un!o de palaras# a;ios#

    fotografia) nossa e@clama!o poderia assumir outro nuance ossa indigna!o seria com o

    teto e o cho de palaras 5ue esto sustentando a fotografia (5ue atuam# 5uem sabe# mesmo

    se no estiessem grafadas na imagem)# a emoldurando# a aprisionando +referiria# no (eeitar$amos# assim# um pouco pelo menos# o esfor!o do pensamento)K Entretanto#

    incomodados# tale; diss"ssemos simK C tudo a5uilo 5ue sustenta a fotografia na imagem

    (sua sustentabilidade) 5ue a enclausura em um 5uase homogJneo sentido ,eria para destinar

    a ela uma condi!o de flutua!o# de ida# de disparadora de sentidos outros# 5ue dese6ar$amos

    J4la insustentvelK

    O carter escolarda imagem

    * imagem parece e@igir ser reconhecida sem e5u$ocos# sem hesita!Aes# como se

    fosse tecida tal como um desenho es5uem7tico# escolar# ofertado aos alunos para 5ue

    4.a!o a5ui uma aluso ao desconsertante liro escrito por erman ?ellille (200W) nos fins do s"culo &intitulado BartlebX# o escrio uma hist/ria de Yall ,treet% (t$tulo conferido obra em l$ngua portuguesa

    atra"s do primoroso trabalho editorial da 8osac aifX) ele# seu personagem principal responde a todos ospedidos de seu chefe com a frase acho melhor no% ou preferiria# no% (na tradu!o de 87ssia Zanon para aEditora L+?)# se recusando a fa;er toda e 5ual5uer tarefa a ele designada

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    compreendam# absoram# 5uase sem o e@erc$cio criatio do pensamento# de modo claro#

    l$mpido# transparente# a mensagem 5ue est7 sendo ensinada 7 : e a5ui escreo inspirado no

    bel$ssimo te@to de ?ichel .oucault (19) sobre as pinturas de -en" de ?agritteW: certa

    produ!o# na composi!o da imagem# de uma certe;a inapel7el C o modo de disposi!o dafotografia e das palaras# 5ue a escolarizam e a fa;em anunciar# didaticamente# 5ual " a

    narratia 6ornal$stica 5ue leremos ao folhearmos o 8aderno# cu6a s"rie se inaugurou com a

    capa em desta5ue neste ensaio Fma opera!o feita atra"s de uma esp"cie de dedo indicador

    geral 5ue aponta# mostra# fi@a# assinala# impAe um sistema de reenios# tenta estabili;ar um

    espa!o [nico% (.OF8*FLT# 19# p 3W)

    Tale; possamos e@ercitar a lente 5ue nos propAe .oucault

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    incitando4nos a pensar sem muita sustenta!o 8riar$amos# 5uem sabe# nessa opera!o# uma

    imagem# de sa$da# (im)pens7el e# 5ui!7# insustentvelK

    Traos outros (de)compondo a imagem

    O super4close na fotografia da imagem 5ue estamos decompondo parece tamb"m ter

    sido usado para 5ue pud"ssemos er mais# para en@ergarmos bem% de perto +r/@imos# em

    certa e boa% medida# sentimos o insustent7el calor infernal produ;ido pelo desmesurado e#

    ao mesmo tempo# min[sculo escapamento O super4close est7 a6ustado para 5ue o car7ter

    escolarda imagem se acentue# se efetie# se configure Entretanto# e se produ;$ssemos talfotografia a partir de um descomedido super% foco 5ue nos fi;esse er um pouco menos C

    interessante pensar 5ue o super4close usado para nos fa;er er bem% de perto# passaria agora

    (se acentuadamente super%) a nos fa;er er mais longe%# er menos e# ao mesmo tempo#

    mais E isso seria poss$el se tal pro@imidade focal fi;esse sumir o caminho4conte@to da

    fotografia# fa;endo dele uma ertigem de lu;es e cores

    ,eguiremos# a5ui# com esse outro e@erc$cio de dissocia!o entrea foto e a palara ,e

    na se!o anterior atuamos na legenda4t$tulo da imagem# agora nosso esfor!o ser7 desconsertar

    sua fotografia +ara isso# conocamos a arte de rua de ,linDachu = (200) e seu pro6eto

    chamado Little people in the citX% 'e6amos# antes de continuar# a s"rie Last Diss% composta

    por duas imagens

    68onheci e comprei o liro na deslumbrante liraria ,ele@X;

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    a primeira imagem da s"rie emos uma cidade noite# suas lu;es e um pro7el rio

    ela# h7 um min[sculo ponto colorido# ligeiramente saliente# sobre um comprido muro C

    5uase imposs$el not74lo# pois " o amplo conte@to ambiental da fotografia 5ue grita# 5ue

    impAe seus sentidos a segunda imagem# emos# em primeiro plano e em super4close# esse

    pe5ueno ponto da imagem anterior Eis 5ue surgem diante de n/s as pe5uenas pessoas4

    ob6etos da arte urbana de ,linDachu O foco nelas (min[sculas e 5uase inis$eis% na

    fotografia inicial) tira o conte@to anterior de cena e nos incita a criar sentidos outros

    primeira imagem da s"rie Ela 6amais ser7 a mesmaK Estar7# agora# aberta a narratias

    (in)imagin7eis Em outras das suas s"ries# considero importante referir# somos instigados a

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    er a te@tura da cidade seus rugosos chos# suas reentr^ncias# fissuras# desn$eis# ao mesmo

    tempo em 5ue testemunhamos nossa pe5uene; diante do urbano

    Tal como ,linDachu# colocar$amos o mesmo ponto colorido da s"rie Last Diss% no

    cho esfuma!ado da nossa demasiadamente sustentada foto de capa *o lado da mesma

    disponibili;ar$amos uma segunda fotografia produ;ida por um mega super4close no pe5ueno

    casal4ob6eto em seu [ltimo bei6o O escapamento4su6eito desapareceria e o caminho4

    conte@to seria# agora# apenas lu; emba!ada Lembrar$amos# at" mesmo# 5uem sabe# da cena

    final de 8asablanca%# filme de 19S2# em preto e branco# dirigido por ?ichael 8urti;

    -ecordar$amos a ausJncia do [ltimo bei6o (e a e@pressiidade dos olhares apai@onados) de

    ngrid Bergman e umphreX Bogart na neblina esfuma!ada de uma noite ligeiramente fria no

    p7tio de um campo aeroi7rio

    E a s"rie estaria composta pela nossa fotografia de capa (agora com um ponto

    colorido 5uase impercept$el no asfalto) e uma outra parecida com a segunda de Last Diss%

    ossa primeira foto (bem como a imagem de capa do 8aderno 6ornal$stico) 6amais ser7 a

    mesmaK 8riar$amos# 5uem sabe# nessa opera!o# uma imagem# de sa$da# (im)pens7el e#

    5ui!7# insustentvelK

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    Ensaiar a escrita, exercitar o pensamento

    8om este ensaio pretendi criar um problema na rela!o da fotografia e sua legenda4t$tulo# em uma imagem de capa de um 8aderno 6ornal$stico focado em sustentabilidade *

    5uesto 5ue me tomou foi como pensar a fotografia sem a clausura do dispositio 5ue a

    captura * 5uase impossibilidade de pensar a imagem (e a foto) fora do dispositio da

    sustentabilidade% me atordoou 8ambaleando# procurei promoer# nela# rasuras +ara isso#

    ?ichel .oucault (e ?agritte) e ,linDachu foram imprescind$eis 8om tais e@erc$cios# o

    desconserto pRde ir um pouco al"m da imagem e atingir o pr/prio dispositio 5ue a cerca# a

    empareda O ensaio no o abalou# certamente# mas# sim# a5uele 5ue o assinou E# para mim#isso 67 foi demasiado

    Tal como a foto 5ue abre essa se!o final# de (intitulada apr_s la pluie%)#

    um muro (ou muitos) parece estar# sempre# a nos estreitar os caminhos (sustent7eis) 5ue

    deer$amos seguir ida afora ?uro4dispositio 5ue se moimenta# pois# tal como a imagem

    da fot/grafa francesa nos sugere# o podemos en@ergar diferente a cada percurso da lu; solar# a

    cada posi!o do olhar# a cada lente acionada para J4lo E# com ele# caminhamos lenta e7

    'i a fotografia da artista na isita 5ue fi; ao 8entre +ompidou%# em +aris# na primeira semana de maio de2013 * foto pode ser conferida diretamente no sitedo museuhttpHHbitlXH12g+8of

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    http://bit.ly/12gPCofhttp://bit.ly/12gPCofhttp://bit.ly/12gPCof
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    interminaelmente# como se 5uis"ssemos chegar l7 onde apenas o hori;onte estar7 8omo o

    ensaio aentou# o muro de palaras 5ue emparedou a fotografia no era necess7rio imagem#

    pois o dispositio da sustentabilidade% 67 nela atuaa de forma sutil e insinuante#

    independentemente do 5ue estaria# na5uela capa 6ornal$stica# escrito Tale;# 5ual5uerdispositio nos force a er# a selecionar lentes# a escolher imagens# a atuar sob o efeito de sua

    persuaso ?as tamb"m# ao mesmo tempo# nos e@ercita o pensamento atra"s do esfor!o do

    escape# da inen!o de uma escrita ensa$stica# da composi!o de imagens outras# mesmo 5ue#

    ainda# 5uase tudo se6a costurado atra"s das linhas do pr/prio dispositio 5ue dese6amos

    e@aurir

    E foi a su6eira e a sub6etiidade do ensaio (diferentemente do 5ue chamamos de artigo

    cient$fico : em 5ue a limpe;a e a ob6etiidade imperam) 5ue me permitiu# sem menos rigor

    (sobretudo com os conceitos p/s4estruturais operados no te@to)# ser infiel ao dispositio da

    sustentabilidade% : s suas sedutoras e enolentes linhas de poder4saber 5ue estabili;am

    sentidos e criam erdades

    osu" de 8astro (19=W) nos disse (e nele me inspirei) 5ue o ensaio " um te@to no

    espartilhado na camisa de for!a de uma metodologia o " neutro# muito menos pretende

    alcan!ar uma fria an7lise cient$fica do 5ue chamar$amos realidade social% O ensa$sta# nos

    sugere um dos principais pensadores do Brasil profundo no s"culo & no " um simples

    inentariante de tudo a5uilo 5ue se apresenta aos seus olhos# teleguiados por m"todos de

    trabalho consagrados% (8*,T-O# 19=W# p 1W) O ensaio de osu" de 8astro " uma

    composi!o te@tual comprometida com o sonho Te@to tecido em iagem# atento aos

    moimentos incessantes da cultura e da ida cotidiana ele esto e@postos (sem entrelinhas)

    os bastidores do seu pensamento *li desfilam suas referJncias cient$ficas# liter7rias# po"ticas#

    filos/ficas# musicais Fm te@to 5ue acolhe e conida o leitor iagem

    o conseguiria escreer o 5ue rascunhei sem tamb"m estar em iagem +or e;es#

    propiciada pelos trens e aiAes 5ue me learam a museus# ruas# lirarias# lo6as de disco#

    par5ues# pra!as# mercados a c"u aberto# cinemas# 6ardins# restaurantes# centros culturais#

    galerias de arte# caf"s# bibliotecas# teatros# peda!os% (?*G*# 19S) de cidades

    instigantes pr/@imas *msterd +or e;es# a iagem foi tamb"m oportuni;ada por te@tos

    escritos (sobretudo liter7rios) eHou imag"ticos# m[sicas# conersas# gestos iidos no

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    cotidiano do lugar em 5ue estaa +ara este te@to# parece tamb"m ter sido necess7ria certa

    dose de aentura na escrita *penas duido 5ue tenha conseguido pensar de outro modo%# tal

    como nos disse orge Larrosa (2003) desde a ep$grafe 5ue abriu o ensaio +or e;es me senti

    di;endo mais do mesmo e isso me fe; chegar at" a5ui um pouco ofegante# como se tiesseacabado de correr minha primeira maratona9 *cho 5ue# agora# retornarei um pouco mais

    lento# para 5ue a respira!o encontre outro ritmo Espero poder# em bree# come!ar a ler de

    outro modo% para er se consigo escreer de outro modo%

    Referncias:

    8*,T-O# osu" de !ete palmos de terra e um caix"o ensaio sobre o nordeste# 7reae@plosia ,o +aulo Brasiliense# 19=W

    .OF8*FLT# ?ichel ,obre a hist/ria da se@ualidade n: .OF8*FLT# ?ichel #icrof$sicado poder. ntrodu!o# organi;a!o e tradu!o -oberto ?achado 1aEdi!o -io de aneiroGraal# 2003

    `````` %sto n"o & um cac'imbo Tradu!o orge 8oli -io de aneiro +a; e Terra# 19

    GF?*-QE,# Leandro Belinaso otas sobre o dispositio da sustentabilidade e a forma!ode su6eitos erdes% n ,*-*'*# arla] ?*-8ELLO# .abiana de *morim (Orgs)Estudos ulturais e Educa"o desafios atuais 8anoas Editora da FLB-*# 2012

    L*--O,*# orge O ensaio e a escrita acadJmica Educa"o Realidade +orto *legre# 2# n 2# p 101411W# 6ulHde;# 2003

    ?*G*# os" Guilherme 8antor *esta no pedao cultura popular e la;er na cidade ,o+aulo Brasiliense# 19S

    ?EL'LLE# erman +artleb, o escri-"o: uma hist/ria de Yall ,treet ,o +aulo 8osacaifX# 200W

    -F..*TO# Lui; Eles eram muitos ca-alos -io de aneiro BestBolso# 2010

    ,*?+*O# ,haula ?a$ra 'icentini de] GF?*-QE,# Leandro Belinaso O dispositio dasustentabilidade pedagogias no contempor^neo .erspecti-a/.lorian/polis# 30# n 2# p

    39W4S09# maioHago# 2012,L*8F 0ittle people in t'e cit the street art of ,linDachu London Bo@tree# 200

    8.oi