INTEGRAÇÃO ESCOLA - FAMÍLIA · do individual com o social, formando a individualidade e o lugar...

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INTEGRAÇÃO ESCOLA - FAMÍLIA: uma parceria possível

Angela Maria Versari Françozo1

Prof. Dra. Eliane Rose Maio2

Resumo

A educação é um processo contínuo que se desenvolve no âmbito familiar e social. Para que o aluno reflita sobre suas potencialidades, a família desempenha papel fundamental, pois a forma como a família se relaciona com a escola se reflete nas ações do aluno com a escola e com o conhecimento. Nesse contexto, observamos um número elevado de alunos com pouca expectativa em relação aos estudos e pouca perspectiva no meio social e profissional bem como verificamos a dificuldade enfrentada pela escola em assimilar as mudanças sociais e familiares, pois além de exercer a função de transmitir conhecimentos científicos, tem que incorporar as novas tarefas que a ela tem sido delegada. Diante disso, é necessário o fortalecimento da união e a aproximação entre escola e família, porque quanto maior a participação da família, mais eficaz o trabalho da escola. Nesse sentido, objetivamos neste estudo evidenciar a importância da participação da família no processo educativo, mediante estratégias de intervenção, visando a disponibilizar aos pais/mães ou responsáveis o acolhimento, a troca de experiências junto a outras famílias e à escola, instrumentalizando-os e evidenciando práticas educativas em ambiente de parceria, que os auxiliem a assumir seu papel e a se sentirem participantes ativos na vida escolar de filhos, na busca do conhecimento significativo.

Palavras-chave: Integração; Escola-Família; Professor; Aluno; Aprendizagem.

1 Professora Pedagoga PDE 2010 - 2011 - Universidade Estadual de Maringá - UEM.

2 Professora Orientadora do PDE. Docente Pós-Doutora da Universidade Estadual de Maringá - UEM.

1 Introdução

O presente artigo trata da temática da “Integração Escola - Família: uma

parceria possível”, abordando a problemática “como fortalecer a união e a aproximação

entre escola e família para fortalecer no aluno a busca do conhecimento significativo”.

Vivemos em um mundo globalizado, em uma época de aceleração das

tecnologias e comunicação, e nesse contexto surgem, consequentemente, mudanças

no comportamento da sociedade.

A escola e a família vêm passando por inúmeras transformações no processo

histórico; mudanças culturais, econômicas e políticas, que interferem na estrutura

familiar e no ambiente escolar. Parolin (2008, p. 46) afirma que “O grande desafio da

humanidade diante das novas ciências, das novas tecnologias e dos novos

conhecimentos é reorganizar valores, reformular a ética do ser humano,

redimensionando o valor do conhecimento”. É grande o desafio que nós, educadores,

encontramos diariamente no âmbito escolar. Percebemos em nossas escolas um

número elevado de alunos com falta de perspectivas nos estudos, pouca expectativa no

meio social e profissional, baixa autoestima, problemas de relacionamento, entre outros,

dificultando o processo de ensino e aprendizagem.

A educação é um processo contínuo que se desenvolve no âmbito familiar e

social pela interação entre as pessoas. A escola tem importante papel na construção da

parceria família-escola, devendo possibilitar às famílias se sentirem participantes ativas

na vida escolar de seus filhos. A família tem grande importância no processo educativo,

constituindo-se em um ponto de referência, despertando no aluno, juntamente com a

escola, o desejo pelo conhecimento. Na escola, verificamos que a participação da

família é condição necessária para o desenvolvimento dos alunos no processo

educativo. É no ambiente familiar e escolar que o aluno se prepara, conforme os

padrões culturais e sócio-históricos pré-estabelecidos, para atuar na sociedade.

Contudo, como mudar a situação vigente? Que medidas tomar para tornar o

conhecimento significativo para o aluno desse atual mundo globalizado?

Para que o aluno reflita sobre suas potencialidades, a família desempenha

papel essencial, pois a forma como se relaciona com a escola se reflete nas ações do

aluno com a escola e com o conhecimento. Sabemos, contudo, que a escola tem

encontrado dificuldades em assimilar as mudanças sociais e familiares, visto que, além

de exercer a função de transmitir conhecimentos científicos, tem que incorporar as

novas tarefas que a ela tem sido delegada, a de desenvolver e formar cidadãos críticos

e atuantes. Diante disso, julgamos ser necessário o fortalecimento da união e a

aproximação entre escola e família, porque quanto maior a participação familiar, mais

eficaz o trabalho da escola.

Nesse sentido, objetivamos neste estudo evidenciar a importância da

participação da família no processo educativo. Com esse intento, apresentamos

estratégias de intervenção, mediante encontros (descritos abaixo), buscando

disponibilizar aos pais/mães ou responsáveis o acolhimento, a troca de experiências

junto a outras famílias e à escola, instrumentalizando-os e evidenciando práticas

educativas, em ambiente de parceria, que os auxiliem a assumir seu papel e a se

sentirem participantes ativos na vida escolar de seus filhos.

Dessa forma, nosso foco principal foi a proposição de estratégias de

intervenção escola-família para angariar melhorias no processo educativo dos alunos

das 5ª séries/6º anos do Ensino Fundamental. Com base nesse pensamento,

propusemos encontros de estudo com as famílias com os seguintes objetivos:

Levantar com as famílias quais seus atuais anseios a respeito da escola, bem

como as prováveis causas da falta de expectativas dos alunos perante os

estudos;

Verificar como ocorre a interação escola-família;

Enumerar os fatores que exercem maior influência entre a família e a escola no

processo de aprendizagem;

Apresentar às famílias a importância da sua participação na vida escolar de seu

filho na busca da aprendizagem significativa;

Evidenciar práticas junto aos alunos, professores e pais/mães ou responsáveis

que auxiliem no processo de ensino e aprendizagem.

Para este estudo, realizamos uma pesquisa bibliográfica, respaldando-nos em

teóricos que trabalham com a questão da integração escola-família, buscando obter o

máximo de informações e esclarecimentos que contribuíssem para a resolução dos

problemas aqui apresentados.

A família, mesmo inserida no atual contexto sociocultural, desenvolve uma

cultura familiar própria por intermédio dos vínculos afetivos, de sua dinâmica, códigos,

crenças e valores, determinando modificações na maneira de ser e de se relacionar

com o grupo social. A sua participação exerce uma enorme força sobre as diferentes

dimensões da vida escolar. O lugar que ela deve ocupar na vida das pessoas e o seu

papel no contexto educacional está em constante discussão (PRIOTTO, 2010).

De forte influência na formação do indivíduo, a família é o primeiro grupo social a

que pertencemos, considerada como a base da sociedade. Priotto (2010, p.107)

assinala que a

família é a primeira instituição de uma sociedade, a mais antiga e a mais importante criação humana e social, emergindo como relação natural e espontânea até chegar à configuração moderna de monogamia, gerando a esfera das relações privadas.

Houve um período histórico em as famílias eram extensas, não desenvolviam

como hoje relações emocionais, seu objetivo maior era cumprir a função de assegurar a

transmissão da vida, dos bens e dos nomes. Não havia na grande maioria das famílias

uma integração entre seus membros. As crianças misturavam-se com os adultos, a

educação era tarefa comunitária, acontecia no lar, na vida prática e informal, assumida

por uma variedade de arranjos (ARIÈS, 1986). Este autor acrescenta que com a

modernidade, a infância passou a ser reconhecida como um tempo diferenciado, a

família passou a ser uma unidade, levando em conta a integração entre seus membros.

Macedo (1994) enuncia que a partir do século XVI, com o aparecimento do

sentimento de infância e com o advento da burguesia, delineia-se uma organização de

família nuclear, centrada na privacidade e na educação de crianças.

Ariès (1986, p.232) relata que

a substituição da aprendizagem pela escola exprime também uma

aproximação da família e das crianças, do sentimento da família e do sentimento de infância, outrora separados. A família concentrou-se em torno da criança. Esta não ficou, porém desde o início junto com seus pais: deixava-os para ir a uma escola distante, embora no séc. XVII se discutissem as vantagens de se mandar a criança para o colégio e muitos defendesse a maior eficácia de uma educação em casa, com um preceptor.

Com as transformações sociais ocorridas, a realidade moral e social difundiu-se

no sentimento familiar, afetivo e na luta por mais escolas. O papel da escola passou a

ser mais claro, transmitindo valores éticos e morais para formar adultos saudáveis e

produtivos almejando manter a estabilidade da família de caráter individual nas relações

humanas. Para Ariès (1986), a família e a escola retiram a criança da sociedade dos

adultos, e a aprendizagem tradicional foi substituída pela escola transformadora,

protegida pela justiça e pela política.

Contemporaneamente, a escola tem o desafio de lidar com a família que está

inserida no processo pedagógico. Nesse contexto, a participação familiar no processo

educativo das crianças é de extrema importância, embasada por legislações claras.

Como exemplo, encontramos no Artigo 205 da Constituição Federal que

[...] educação direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1998, p.1).

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu Artigo 4º, discorre sobre

a responsabilidade da família ao preconizar que

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Púbico assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à saúde, á alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à liberdade e a convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1999, p.1).

A importância da família no contexto escolar é reconhecida também na Lei de

Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que em seu Artigo 1º traz o seguinte discurso:

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de

ensino e pesquisas, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996, p.4).

Além disso, a participação dos pais/mães ou responsáveis é incentivada pela

APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários) e pelos Conselhos Escolares

estendidos às famílias, cooperando com a escola, favorecendo o desempenho escolar

e social das crianças.

Destarte, observamos que mesmo que a legislação forneça embasamento legal

na inclusão familiar no contexto escolar, isso não tem sido suficiente para superar as

dificuldades no sistema educacional.

Diante das mudanças econômicas, políticas e sociais atuais, a instituição

familiar vem passando por inúmeras transformações, encontrando-se muito diferente

daquela de anos atrás. O antigo padrão família nuclear ou extensa, constituído de pai,

mãe e filhos e outros parentes, cujo comando era de forma patriarcal e/ou matriarcal

deixa de existir, surgindo novas estruturas familiares, constituídas de várias maneiras

entre pais/mães e filhos, outras formadas por outros relacionamentos, avós e netos e

casais de homossexuais, o que, consequentemente, acarreta mudanças na forma de

educar os filhos. Nessa nova realidade, as relações familiares estão mais abertas e

ligadas ao afetivo do que com o biológico, e suas peculiaridades devem ser

respeitadas. O importante é que a criança seja tratada com amor, através de bons

exemplos, de pais/mães ou responsáveis, na sua formação como cidadã.

A esse respeito, Romanelli (2005, p.70) propala que

Uma das transformações mais significativas na vida doméstica e que redunda em mudanças na dinâmica familiar é a crescente participação do sexo feminino na força de trabalho, em consequência das dificuldades enfrentadas pelas famílias.

Apesar das inúmeras transformações sociais ocorridas, como o divórcio, a

mulher tornando-se chefe de família e seu ingresso no mercado de trabalho, a família

continua a formadora no processo de humanização pelos vínculos afetivos construídos

entre seus membros. Orsi (2003) alega que a família, como agrupamento humano, é

uma instituição com longo tempo de sobrevivência, e que ainda hoje, com diferentes

configurações, é ainda considerada o principal agente formador. É o lugar do encontro

do individual com o social, formando a individualidade e o lugar da pessoa no mundo.

O objetivo da família, conforme apregoa Macedo (1994), seria o de prover um

contexto que supra as necessidades primárias, referentes à sobrevivência,

desenvolvimento afetivo, cognitivo e social e ao sentimento de ser aceito, cuidado e

amado. A família passa por problemas que muitas vezes não consegue resolver,

independentemente de classe. No entanto, famílias que vivem em condições muito

estressantes, ameaçadoras podem ser multiproblemáticas e disfuncionais. Para

Shimansk (2007 apud ACKERMAN, 1996), a estabilidade da família e de seus membros

reside na dependência do equilíbrio emocional, em que o comportamento de um

membro afeta todos os outros, afetando também a saúde mental de seus componentes.

Verificamos que a família, em diferentes momentos históricos, apresenta

formas de configuração e denominação, com variadas interpretações. Assim, ao lidar

com as famílias contemporâneas, devemos ser cientes de que cada família constitui

seu universo. A escola deve evitar os paradigmas de família regular ou irregular e sim

valorizá-las enquanto espaço de produção afetiva, intelectual e humana. Hoje, o desafio

maior da escola e família é ajudar a criança, adolescente ou jovem a se desenvolver,

transpor seus limites, a valorizar a educação, acompanhar as suas necessidades,

desenvolvendo o respeito humano e não formando indivíduos competitivos (ORSI,

2003).

Yaegashi (2007) registra que o universo familiar deve ser analisado a partir da

inter-relação das influências de fatores socioculturais e da própria dinâmica vivenciada

na família, gerando cultura própria que responde às transformações da sociedade e

determina modificações na construção do indivíduo no processo de socialização e na

aprendizagem escolar.

Com o desenvolvimento tecnológico e científico, a sociedade moderna obtém

ganhos, porém sofre profundas transformações no desenvolvimento e na qualidade das

relações humanas. Por outro lado, a família, a escola e a sociedade encontram

dificuldades na educação de crianças e jovens, que poderão repercutir em problemas

psicológicos e sociais. No entanto, de acordo com Ackerman (1980, p. 29), “a família

permanece como uma unidade básica de crescimento e experiência, desempenho ou

falha”.

Priotto (2010) argumenta que, hoje, a família tornou-se uma instituição

fragilizada, está à deriva de uma evolução da era da informática. Em sua visão, as

crianças sobrevivem com distúrbios de socialização, seguidos de dificuldades

escolares. Concordamos com o autor, pois observamos grande número de crianças e

adolescentes de diferentes níveis socioeconômicos e culturais com dificuldades de

aprendizagem, em escolher a profissão, de aceitar e se adaptar aos limites impostos

pela sociedade, entre outros motivos, devido à falta de valores ou referenciais,

incidindo, muitas vezes, em atos de violência significativos.

Atualmente, na sociedade globalizada, a função social é voltada para atender

ao mercado de trabalho, e as ações familiares e escolares também direcionam-se

nesse sentido. Orsi (2010) assinala que a educação e a formação do indivíduo estão

hoje determinados pelo sistema capitalista e pela ciência, que com seus saberes define

o pai, a mãe, os filhos, os alunos e a escola que a sociedade de consumo precisa. A

família deixa de ser livre para educar, perdendo a autonomia e a privacidade, devendo

fazer adaptações para viver em uma sociedade também pré-determinada.

As mudanças ocorridas na família fizeram com que os papéis a serem

desempenhados pela escola fossem ampliados para dar conta das novas demandas.

Essas mudanças na estrutura familiar, além de afetar a sociedade, afetam também a

educação dos filhos, refletindo sobre as atividades desenvolvidas pela escola. A esse

respeito, Brilhante (2004) expõe que família delega algumas obrigações do filho à

escola e ao professor, eximindo-se de seu papel fundamental de parceria da instituição

de ensino na educação da criança.

Os professores, frente às novas obrigações, se vêm forçados a responder ao

comportamento positivo ou negativo do aluno, além de se preocupar com o programa

curricular. Na busca de dar conta desse novo contexto, o professor tem que repensar

seu papel e rever sua metodologia para atender ao compromisso social, sem deixar o

papel específico da escola, o de veiculação do conhecimento científico. Tanto a escola

quanto a família devem analisar e reconstruir suas práticas visando ao desenvolvimento

pleno do sujeito social.

Sendo assim, a aproximação entre escola e família é de suma importância no

processo educativo das crianças e adolescentes, juntas buscando caminhos para

educar com responsabilidade, de forma justa e equilibrada. A Lei de Diretrizes e Bases

da Educação, no Artigo 1º, traz que

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisas, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996, p.4).

Orsi (2003) postula ser necessário que a criança tenha o desejo de aprender e

que seus pais proporcionem condições favoráveis para a aquisição do conhecimento

mediante uma relação familiar saudável. Já Polity (1998) alega que a aprendizagem é

um processo individual, e para que ela aconteça, alguns elementos são considerados

relevantes: a organização do espaço físico, as disposições de materiais educacionais e

o envolvimento familiar nesse processo. Reiteramos que a aprendizagem envolve afeto,

pensamento, linguagem e ação, e se o desenvolvimento não é satisfatório, é preciso

analisar o estudante, o contexto familiar e a escola.

Polity (1998) assevera que é no contexto familiar que as dificuldades são

amenizadas ou dificultadas, acrescentando que a atuação da família na escola deve

completar a ação educativa, e que é essencial que as crianças recebam apoio dos pais,

pois quando sabe que tem pais que dão apoio emocional, a criança desenvolve uma

base sólida e um senso de competência, levando a uma autoestima satisfatória.

Entretanto, destacamos, conforme o autor, que muitos pais introduzem na criança

expectativas e valores que sobrecarregam e marcam o seu desenvolvimento futuro,

nela projetando seus desejos, esquecendo-se de suas capacidades, aptidões e

interesses. Desde cedo esperam que a criança seja bem sucedida, contudo a cobrança

exagerada pode gerar sérios problemas na aprendizagem.

As crianças hoje entram cada vez mais cedo na escola, e dependendo do

acompanhamento familiar, poderão se desenvolver melhor nos aspectos sociais,

cognitivos etc. Por outro lado, se não forem bem acompanhadas, poderão desenvolver

sentimento de descaso. Brilhante (2004) registra que alguns pais, tendo necessidade

de se ausentar para o trabalho, ficando distantes da rotina dos filhos, por sentimento de

culpa facilitam a vida destes últimos, poupando-os de frustrações, e esse fato pode

gerar crianças autoritárias e/ou desobedientes ou acomodadas, não se arriscando a

novas tentativas, acarretando prejuízos, pois nem sempre encontrarão esse contexto.

Por falta de um contato mais próximo e afetuoso entre pais e filhos, surgem as condutas

caóticas e desordenadas, que se refletem em casa e quase sempre também na escola

em termos de indisciplina e de baixo rendimento escolar.

Pontuamos que a escola deve buscar atrair os pais a participar, valorizar e

interagir no processo educativo de seus filhos, proporcionando ambiente de respeito

mútuo e confiança, respeitando suas peculiaridades. Nesse contexto, a participação da

família pode favorecer a escola, pois além da aproximação, auxilia também na

aprendizagem da criança e as funções de cada uma ficam bem definidas. No processo

de educação, os papéis da escola e da família devem ser diferenciados. A escola, em

parceria com a família, necessita dar rumo a novas ações, mais integradas com o

momento histórico, social e mais comprometidas com as características da nova

sociedade, que requer conhecimento e desenvolvimento de forma compartilhada

(PAROLIN, 2011).

Na sala de aula ocorrem interações sociais, e para que funcionem como

instrumento de aprendizagem, deve haver boa comunicação entre alunos e professor,

pais e alunos e entre os próprios alunos. O professor deve ser competente, desenvolver

seus conhecimentos, valorizando as decisões na sala de aula, conhecendo e

valorizando os conhecimentos e os valores dos alunos.

Parolin (2011) enuncia que a escola não consegue substituir o papel da família

na formação e nas aprendizagens. À escola cabe o papel socializador do conhecimento

e das relações, pois trabalha os indivíduos em um espaço coletivo, com regras para

todos, com uma proposta educativa e individual, com o objetivo de prepará-los para o

convívio social. A família tem a indispensável e intransferível tarefa de acolher e

promover a criança para que incorpore seu nome, sinta que pertence a um grupo e

eleja seus modelos através do convívio diário. Tem responsabilidade e objetivo junto

com a escola, mas com metodologias diferentes. A sociedade precisa de sujeitos

prontos para aprender o tempo todo, em diferentes ambientes, ocasionando novas

responsabilidades à família e à escola.

A necessidade de se construir uma relação entre escola e família deve ser para

planejar, estabelecer compromissos e acordos, para que o aluno/filho tenha na escola e

no ambiente familiar uma educação de qualidade. A participação efetiva dos pais facilita

a prática pedagógica dos professores no processo de aprendizagem.

Para Brilhante (2004), o panorama da relação atual entre escola e aluno é uma

relação de interdependência, porém permeada de descaso e omissão, quando os

alunos sentem que a escola é um mundo à parte de sua realidade, tanto no aspecto

físico como no afetivo. Sendo assim, muitas vezes se afastam da escola, quando os

conteúdos ensinados não fazem parte da vida real. Para superar esse afastamento e

estabelecer uma relação construtiva, a escola deve mobilizar os alunos, por meio do

empenho coletivo, participando e interagindo, para promover valores como respeito e

cooperação na busca do conhecimento.

Reafirmamos, por conseguinte, que família e escola formam um elo de

cooperação, cada qual com seus valores e objetivos na educação de uma criança, e

para que alcancem êxito, necessitam uma da outra. Parolin (2003) defende que tanto a

família quanto a escola desejam preparar as crianças para o mundo. A família tem

suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a

aproximam dessa mesma instituição. Para educar as crianças, a escola tem sua

metodologia e filosofia, no entanto, ela precisa da família para concretizar o seu

processo educativo.

Cabe a toda a sociedade transformar, através de pequenas ações, o cotidiano da

escola e da família, e cabe a esta compreender os objetivos da escola e exercer sua

função moral, colaborando no processo educativo. A escola pode e deve ser um espaço

de formação ampla, desenvolvendo de forma social, moral, afetiva e intelectual o aluno,

para que aprofunde o seu processo de humanização, aprimorando habilidades e

dimensões que nos fazem seres humanos.

As propostas aqui apresentadas foram pontos de partida para a construção de

um processo de integração escola-família na busca dos objetivos e das necessidades

de cada grupo. Corroboramos Polonia; Dessen (2005, p.7) quando afirmam que “para

superar as descontinuidades entre os ambientes familiar e escolar, é necessário

conhecer os tipos de envolvimento entre pais e escola e estabelecer estratégias que

permitam a concretização de objetivos comuns”.

Destacamos que a escola precisa encontrar caminhos que auxiliem mutuamente

a escola e a família na construção do desenvolvimento da criança e do adolescente.

Precisa estar disposta a acolher a família, através do diálogo e compartilhamento de

pontos de vista, na busca de ações educativas. Citamos Polonia; Dessen (2005, p.8),

para quem “a integração do ambiente escolar e familiar não é uma tarefa fácil e não

deve ser encarada de forma amadora ou „idealística‟”.

Na tentativa por melhorias no processo de ensino e de ações envolvendo os

professores, as famílias e os alunos, propomos algumas atividades procurando

envolver um maior número de pessoas. Com esse intento, estabelecemos diferentes

estratégias e formas de programar a relação escola-família que permitam a

concretização de objetivos comuns. As propostas aqui apresentadas não tiveram a

pretensão de se configurar em fórmulas prontas, descritivas e fechadas, mas sim a de

oferecerem subsídios para a construção de um processo de interação, ampliando

experiências e necessidades para conduzirem a boas metas e bons resultados,

visando a um funcionamento escolar que integre a escola e a família.

Para a implementação do Projeto na escola, realizamos encontro com

professores, pais/mães ou responsáveis e alunos. Os encontros aconteceram durante

o segundo semestre de 2011, período de Implementação do Projeto PDE na escola.

A implementação do projeto ocorreu nas dependências do Colégio Estadual

Paiçandu – Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional. Foram programados

encontros envolvendo os professores, as famílias e os alunos das 5ªséries/6ºanos do

turno matutino. No primeiro momento, organizamos um encontro com os professores

das turmas (5ªséries/6ºanos) para apresentação do projeto e propostas de intervenção.

Para os pais/mães ou responsáveis, oportunizamos três encontros no período noturno,

um para apresentação do projeto e análise dos questionários, e dois encontros para

atividades com dinâmicas, aprofundamento teórico e levantamento de possíveis

alternativas para maior envolvimento das famílias junto a seus filhos no processo

educativo. Com os alunos, propusemos dois encontros em contraturno. Nesse

momento, refletimos sobre nossos valores, expectativas de vida, potencialidades e

responsabilidades junto da escola e da sociedade, buscando evidenciar práticas que

auxiliem no processo ensino aprendizagem.

Para os professores, propusemos um encontro para a apresentação do Projeto

e exposição de sua relevância. Após discussão e análise, estes contribuíram com

propostas de intervenção para a construção de relações de parceria entre a escola-

família, buscando ações para melhorias na aprendizagem dos alunos. Esse momento

foi necessário para que os participantes do Projeto – os professores – relatassem suas

dificuldades no ato de educar, trocassem experiências e possíveis soluções.

Em um segundo momento, os pais/mães ou responsáveis dos alunos das 5ª

séries/6º anos do Ensino Fundamental do período matutino receberam, por intermédio

de seus filhos, um convite especificando dia, horário, local e objetivo do encontro. Os

participantes que aceitaram o convite assinaram o Termo de Livre Consentimento,

necessário porque o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa com Seres

Humanos (Copep), da UEM, sob o nº. 0186.0.093.000-11 e, após isso, responderam

ao questionário constituído por questões específicas para consulta e levantamento de

dados, de como participam da vida escolar, de seus anseios a respeito da escola e

sobre qual tema gostariam que fosse trabalhado nos próximos encontros.

Organizamos o encontro para apresentar o projeto aos pais/mães ou

responsáveis, no qual analisamos os resultados dos questionários aplicados em relação

aos temas abordados e também definimos o horário dos próximos encontros.

Intencionamos aproximar a escola da família, ocasião de diálogo e de acolhida, com

dinâmicas de grupo que auxiliaram e possibilitaram na compreensão da importância da

integração escola-família no processo educativo.

As atividades foram realizadas a partir de uma reflexão e discussão teórica, em

que discutimos as possíveis intervenções nas dificuldades relativas à educação dos

filhos, instrumentalizando pais e responsáveis na busca de maior comprometimento de

ações. Objetivamos que as famílias percebessem seu papel, juntamente com a escola,

despertando no aluno o desejo pelo conhecimento, na busca de perspectivas no meio

social e profissional.

A análise dos questionários pareceu-nos constituir uma possibilidade bastante

viável para a obtenção de informações. As questões respondidas foram interpretadas,

subsidiando uma relação com os teóricos abordados durante o trabalho. Na

interpretação dos dados, buscamos contribuir com as discussões em torno da

integração escola-família, referendando, na conversa com os pais, o quanto essa

aliança é importante no processo de aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental.

Reproduzimos, aqui, o questionário aplicado aos pais/mães ou responsáveis.

QUESTIONÁRIO

1- Você considera que a sua participação junto à escola pode melhorar o

desempenho e a aprendizagem de seu (sua) filho (a)?

2- Como a família pode contribuir com os estudos dos (as) filhos (as) em

casa? E na escola?

3- Em sua opinião, quais temas (assuntos) poderíamos e/ou precisaríamos

conversar nos encontros de pais/mães ou responsáveis na nossa escola?

4- Como a escola pode ajudar seu (sua) filho (a) a se interessar ainda mais pelos

estudos?

5- Em sua opinião, como deveria ser a interação escola- família?

O questionário foi respondido por 26 pais/ mães ou responsáveis, dos quais 12

apresentaram interesse em participar dos encontros. A partir de sua leitura,

percebemos que todos consideraram que sua participação junto à escola pode

melhorar o desempenho e a aprendizagem de seu filho. Entre as falas encontradas,

destacamos algumas: “reconheço que deve haver uma parceria, pois escola e família

precisam ter o mesmo objetivo em relação ao aluno”; “o desempenho do meu filho

depende primeiramente da minha orientação, e a escola é o complemento desse

processo”.

Analisando o questionário, na pergunta “como a família pode contribuir com os

estudos dos filhos em casa e na escola?”, tivemos como principais respostas o

incentivo, a conversa sobre a importância dos estudos, o acompanhamento diário das

tarefas, a participação na vida escolar, a necessidade de estarem sempre que possível

na escola buscando informações sobre o desenvolvimento e a aprendizagem dos filhos.

Outro aspecto relevante relatado pelos pais/mães ou responsáveis foi em relação

à contribuição da escola no interesse dos alunos pelo estudo: “o professor deve

trabalhar com clareza os objetivos das disciplinas e sua real importância para o futuro”,

“promovendo projetos diversificados, onde o aluno possa interagir com os demais”,

“reconhecendo sua evolução, elogiando, incentivando”, “sendo rigoroso”, “deixar que

expressem seus conhecimentos, pois eles também tem muito a ensinar“.

Percebemos que os pais/mães ou responsáveis valorizam a interação família-

escola, pois relatam que devem estar sempre unidos, com reuniões, recreações,

palestras, e “que a escola deve conhecer a família do aluno e a família a escola”, “a

escola deve disponibilizar oportunidades para a família estar presente e participar da

vida escolar dos filhos”.

Entre os temas de maior interesse das famílias a serem abordados, os principais

se referiram a como ajudar os filhos no processo de aprendizagem, autoestima e limite,

temas contemplados em encontros posteriores.

Para aprofundamento dos temas sugeridos, tivemos dois (02) encontros, nos

quais elaboramos um material a partir de textos de autores que tratam da temática a fim

de oportunizar um aprofundamento teórico para análise e reflexão com o apoio de

slides e documentários. Após discussão, mediante dinâmicas de grupos, levantamos

possíveis alternativas para maior envolvimento das famílias junto aos seus filhos no

processo educativo.

Discutindo questões sobre como ajudar os filhos na realização das atividades

escolares no processo de aprendizagem, pontuamos que a qualidade nas relações

determina a autoestima e que os pais podem contribuir para a autoestima dos filhos.

Nesse momento, abrangemos as dificuldades de participação no processo de ensino,

trocando experiências na busca de possíveis alternativas. Polity (2004, p.90) afirma que

“é essencial que as crianças recebam o apoio dos pais, pois quando os pais dão

suporte emocional, a criança desenvolve uma base sólida e um senso de competência

que a leva a uma autoestima satisfatória”.

Na conversa com as famílias, constatamos a necessidade da troca de

experiências, do diálogo, do aprender e ensinar umas às outras as vivências e

incertezas, o desconhecimento de como lidar com os fatos, com os problemas de

aprendizagem, indisciplina etc., observando a necessidade de parceria. Verificamos

que a dificuldade dos pais reside em delimitar os objetivos que conduzem o processo

de educação em relação ao desenvolvimento moral de seus filhos. Parolin (2005, p. 58)

argumenta que “educar é promover situações em que a criança possa ir adentrando o

universo dos sentimentos, das idéias, da razão e das emoções”.

Szymanski (2011) assinala que a consciência crítica se desenvolve através do

diálogo. Dialogar com uma criança e adolescente significa instaurar um pensar crítico

que gera conflitos, mostrar sensibilidade e abertura para compreender o outro,

confiança na sua capacidade de compreensão, disponibilidade para criar novas

soluções, considerar os fundamentos éticos da educação, transmitir o conhecimento e

interpretação do mundo. É pela superação dos conflitos que se constrói um novo saber.

Assim, para crescer, uma criança precisa transpor e respeitar limites que envolvem o

ambiente no qual vive.

O final do projeto ocorreu através de conversa descontraída, análise dos

encontros para reconstituição dos fatos nela vivenciados, proporcionando um feedback

das atividades propostas. Após a avaliação, iniciamos a exposição das atividades

realizadas pelos alunos na dinâmica “Meu presente/Meu futuro”, para que as famílias

refletissem sobre o que os filhos pensam acerca de sua vida atual e o que almejam

seguir.

Com o objetivo de discutir o tema apresentado com os alunos sobre a

integração escola-família e refletir acerca de sua maior participação no processo

escolar, organizamos encontros, e a partir das dinâmicas de grupo, leituras de textos,

conversas descontraídas, levantamos práticas que estimulem a busca da aprendizagem

significativa.

Na conversa com os alunos, explicamos a importância do Projeto enquanto

reflexão sobre a possibilidade de escolhas e tomada de decisões que temos durante

nossa vida. Buscando refletir sobre as transformações históricas da família, valores e

mensagens transmitidos, levando-os a valorizar a família. Ressaltamos que os valores

que possuímos influenciam nossas atitudes, decisões e comportamentos, e frisamos

que todo ser humano tem princípios que orientam a sua interpretação do mundo, dando

sentido e direção para sua vida. Os alunos participaram de maneira bastante

satisfatória.

Desse modo, observamos a importância atribuída pelos alunos acerca da

participação familiar na cobrança e no empenho de suas responsabilidades ao

responderem sobre o que é ser um bom pai/mãe ou responsável. Responderam, por

exemplo: “não é dar tudo que o filho quer, mas estar presente em todos os momentos

que o filho precisa”, “é incentivar, ajudar, ser amigo, ter paciência para explicar as

coisas da vida, dar carinho”, “impor limites e ensinar a respeitar”.

Percebemos na fala dos alunos que os pais incentivam os filhos nos estudos e

esperaram que tenham bom desempenho na escola “temos que ter bom desempenho

na escola, tirar notas boas, obedecer aos professores”, ”estudar o suficiente, fazer

todas as atividades”, “minha mãe coloca limites para eu estudar e ser uma pessoa

melhor”, “sempre me incentivam, minha mãe todo dia me pergunta se tenho tarefa...

faço isso para que tenham orgulho de mim”.

Sabemos que a adolescência é o momento em que as escolhas são feitas e os

projetos começam a ser construídos. Esses projetos contêm a visão que o adolescente

tem de si, de suas qualidades, do que deseja alcançar, ligada às suas vivências e

experiências anteriores e às relações estabelecidas até então em sua história. Para

refletir sobre a distância existente entre o presente e o futuro, trabalhamos a dinâmica

“Meu presente/Meu futuro”, em que o aluno, através de desenho e explicação,

apresenta sua vida atual e a distância a percorrer para alcançar o que almeja seguir,

tendo por objetivo refletir que a construção do futuro depende das vivências e escolhas

que fazemos hoje.

É importante ressaltar o interesse e a preocupação dos alunos ao serem

solicitados que representassem, através de desenho, o momento que estavam vivendo,

do futuro que imaginam e gostariam para si e como pretendem aproximar esses

momentos, salientando que o projeto de vida é que faz a ponte entre esses dois

tempos, possibilitando o enfrentamento das condições adversas. Percebemos a

importância do incentivo nos estudos. Sendo assim, analisamos algumas sugestões de

como melhorar nos estudos, vendo como possibilidade de alcance de seus projetos de

vida. Concluímos os encontros com o compromisso dos alunos em ter maior seriedade

nas aulas, com o objetivo de melhorar o processo de aprendizagem.

Paralelamente à Implementação do Projeto no Colégio, desenvolvemos o Grupo

de Trabalho em Rede (GTR), e as contribuições dos professores participantes

evidenciam a necessidade de práticas educativas familiares, pois revelam que,

independente da faixa etária, o papel da família é fundamental, e se conseguirmos esse

comprometimento o mais cedo possível, melhor para todos. Com uma base sólida e

estruturada, o indivíduo terá onde se apoiar com firmeza. A maneira como a família

forma seu filho repercute em seu comportamento na escola e na sociedade. É visível

quando a família é atuante com os filhos, e somos cientes do quanto isso é importante

para estes como cidadãos no futuro, refletindo também em sua vida escolar. Talvez em

conjunto possamos pensar em possibilidades que tragam efetivamente os pais para

dentro do ambiente escolar e os façam refletir sobre a verdadeira importância que eles

desempenham na formação social, emocional, profissional e até mesmo no fracasso de

seus filhos.

2 Considerações finais

A relação escola-família sempre nos chamou a atenção por sentirmos a

necessidade de construir uma ligação entre ambas de forma recíproca, com divisão de

responsabilidades no processo de ensino e aprendizagem. Tanto a família quanto a

escola desempenham papéis fundamentais nos aspectos cognitivos, afetivos e sociais

dos indivíduos; sendo assim, para que essa parceria se torne realidade, são

necessárias a cooperação e a ajuda mútua.

Ao dar início aos trabalhos aqui relatados em forma de Projeto, verificamos a

importância demonstrada pelas famílias em participar do Projeto, considerando

relevante a integração escola-família bem como a necessidade de participar de forma

positiva na vida dos filhos, uma oportunidade para o desenvolvimento de habilidades

que viabilizem maior participação no processo de ensino-aprendizagem.

Destacamos também uma mudança visível nos alunos ao trabalharem com

dinâmicas diferenciadas: favorecendo seu envolvimento mediante reflexões e

discussões espontâneas e a elevação da autoestima durante o processo de

aproximação entre escola e família, os alunos tornaram-se mais participativos em sala

de aula e animados com os estudos, buscando usar o seu potencial. Entretanto,

pontuamos que apenas iniciamos o trabalho, que deve ser desenvolvido durante todo o

período escolar.

Com base nos resultados apresentados no desenvolvimento deste Projeto,

podemos afirmar que a escola precisa investir no fortalecimento da integração com a

família, encontrar caminhos para que essas duas instituições sociais possam auxiliar-se

mutuamente na formação do ser humano.

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