Interação, texto e hipertexto

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INTERAÇÃO, TEXTO E HIPERTEXTO Elisângela Silva Evaneuda Araújo Lyzanne Macêdo Sandra Silva ESPECIALIZAÇÃO EM LINGUÍSTICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ – IFPI MAIO/2011

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INTERAÇÃO, TEXTO E HIPERTEXTO

Elisângela Silva

Evaneuda Araújo

Lyzanne Macêdo

Sandra Silva

ESPECIALIZAÇÃO EM LINGUÍSTICA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ – IFPI

MAIO/2011

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INTERAÇÃO

PERSPECTIVA SOCIOINTERACIONISTA Tem como referencial teórico uma

perspectiva de uso da linguagem verbal, postulada pelo sociointeracionismo vygotskyano.

Segundo Antonio Carlos Xavier, “os comportamentos humanos são manifestações visíveis de acontecimentos históricos vividos no interior dos diversos processos sociais mediados e cada vez mais intensificados pelos instrumentos semióticos que surgem ao longo do tempo.”(p. 95)

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SEMIÓTICA

Semiótica é o estudo dos signos, ou seja, as representações das coisas do mundo que estão em nossa mente. A semiótica ajuda a entender como as pessoas interpretam mensagens, interagem como objetos, pensam e se emocionam.

A semiótica serve para analisar as relações entre uma coisa e seu significado.

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SOCIOINTERACIONISMO É a crença na historicidade do ser.

Interessa ao Sociointeracionismo descrever a fim de compreender os processos que propi-ciam a aprendizagem de um dado sistema de linguagem capaz de viabilizar, com sucesso, as relações entre seres humanos que compar-tilham de um mesmo espaço social.

O ser humano se caracteriza pela necessidade de compartilhar um pouco de si com o outro. Por isso a intersubjetividade lhe é condição de sobrevivência, que organiza as diferentes atividades que um sujeito pode realizar em uma sociedade. Em sua maioria, tais atividades sociais se realizam por meio da linguagem verbal, eixo central da abordagem sociointeracionista.

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SOCIOINTERACIONISMO A linguagem se constitui primariamente

como uma típica atividade social humana com vistas a mediar à integração e interação entre os seres sociais. Esses, por sua vez, ao semiotizarem organizadamente o signos linguísticos, produzem discursos ou textos (e agora, hipertextos) que se estruturam, pela força da prática, em gêneros específicos conforme o contexto: tempo, lugar, interlocutores etc.

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CONCEPÇÃO DE LÍNGUA Antonio Carlos Xavier considera a língua “como um jogo de

atividades verbais, heterogêneas, interacionais e históricas interdependentes e interrelacionadas”. (p. 96)

“A língua é muito mais que um mero instrumento semiótico de expressividade das intenções e desejos dos usuários, cujo emprego serviria exclusivamente à comunicação, à transmissão de conteúdo de um sujeito A para um sujeito B. Ela não é uma ferramenta que desempenha funções estritamente mecânicas. Ao contrário, a língua é aqui compreendida como uma faculdade humana capaz de manifestar e produzir ações verbais realizadas por agentes linguísticos, sociais e culturais constituídos na história (...)”.

Defende que a investigação sobre os fenômenos linguísticos deve ser inserida entre os mais importantes conhecimentos enciclopédicos dos seus usuários e, por conseguinte, da história, da cultura e da sociedade, cenário real do teatro linguageiro em que ela ocorre.  

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CONCEPÇÃO DE TEXTO

Segundo Beaugrande (1997), o texto não pode ser interpretado como “a unidade que ocupa na hierarquia do sistema linguístico, o grau superior à oração”. Tão pouco se pode mais tomá-lo como uma sequência bem formada de orações. Hoje não é mais possível sustentá-lo apenas como tecido linguístico dotado necessariamente de coesão e coerência, apoiado pelos demais fatores de textualidade (situacionalidade, intertextualidade, intencionalidade, informatividade, aceitabilidade, entre outros) que, assim, comporiam o conjunto de suas qualidades intrínsecas.

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CONCEPÇÃO DE TEXTO

Grosso modo, textos são resultados de cruzamentos entre um conjunto de matrizes:

Linguístico - Cognitivas (capacidades para mobilizar e processar racionalmente recursos verbais)

Biofísicas (condições articulatórias e motoras para produzir fonemas e grafemas sistematizados e compreensíveis)

Históricas (contexto sócio-político a partir do qual uma palavra, expressão ou longo trecho deve ser compreendido).

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CONCEPÇÃO DE TEXTO

- O texto deve ser concebido como uma ação de um sujeito em processo e não como um produto finalizado.

- Para Antos (1997) os textos representam, senão a única, a mais bem sucedida forma complexa de constituição, estrutura e socialização de conhecimentos.

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CONCEPÇÃO DE TEXTO

A distribuição e a (re)interpretação dos textos em outros contextos e condições enunciativas só serão possíveis se seus acessos não forem interditados. A interdição poderá acontecer por várias razões. Algumas delas são:

Restrições intelectuais (analfabetismo);

Materiais (falta de recursos físicos e de acesso à mídia impressa, eletrônica, digital);

Políticas (imposição inegociável do sentido por aqueles que controlam o poder);

Sociais (desconhecimento dos direitos e deveres legais dos sujeitos em interação).

- Os textos, uma vez digitalizados, preparam o caminho para a chegada do hipertexto.

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A ideia de hipertexto não nasceu com a

internet, nem com a web. de acordo com

Burke(2004) e Chartier(2002), as primeiras

manifestações hipertextuais ocorreram nos séc.

XVI e XVII através de manuscritos e marginalia.

O termo hipertexto foi criado no início dos anos

60 por Theodore Nelson, para exprimir a idéia

de escrita/leitura não linear, em um sistema de

informática.

HIPERTEXTO

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Conceito

... “ um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. [...] Navegar em um hipertexto significa portanto desenhar um percurso em uma rede que pode ser tão complicada quanto possivel. Porque cada nó pode, por sua vez, conter uma rede inteira”.

Lévy, 1993, p. 33

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PROJETO XANADU• Primeiro projeto para o desenvolvimento

do que seria conhecido, posteriormente, como hipertexto;

• Em 1960 foi fundado por Ted Nelson.OBJETIVO

Facilitar a escrita não-sequencial, na qual o leitor pode escolher seu próprio caminho através de um documento eletrônico, ou seja, funciona da mesma forma que a mente humana, por associações, em que um item puxa outro item, encadeando-se ao próximo item, formando uma grande rede de conexão.

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Inventou o mouse, as

atuais janelas de interface

e construiu o NLS(oN Line

System)

Douglas Engelbart

Desenvolveu a World

Wide Web (www).

Tim Barners-Lee(1990)

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VERTENTE CIENTÍFICA DE ESTUDO DA WEB

• Entender e dar suporte ao crescimento da web.

• Ciência da Web Tem como objetivo entender e dar

suporte ao crescimento da web. (XAVIER, 2009 p.104)

• Web Semântica objetiva produzir mecanismos

digitais que facilitem o cruzamento de informações arquivadas de diferentes maneiras na rede, independente do tipo de sistema de programação em que os dados estejam originalmente armazenados. (XAVIER, 2009 p.104)

"As interações sociais que mantêm a web unida se tornaram tão complexas que é preciso uma nova ciência para estudá-las". (Tim Barners-Lee, o pai da Web.)

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Michael Joyce, em Afternoon, a Story (1991), distingue os tipos de hipertexto:

• Hipertextos exploratórios levam o usuário a controlar um conjunto de

informações, de acordo com suas necessidades e interesses sem intervir nos conteúdos do hipertexto em si. (XAVIER, 2009 p.108)

• Hipertextos construtivos exigem do usuário capacidade e iniciativa para agir

sobre eles, questionar seus conteúdos, navegando de modo crítico pelos links ali disponíveis. (XAVIER, 2009 p.108)

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CARACTERIZAÇÃO DE HIPERTEXTO A IMATERIALIDADE

“Relação paradoxal: tocar e não tanger tactilmente o hipertexto (...) manuseá-lo, transportá-lo virtualmente, editá-lo e até imprimi-lo mas sem envolvê-lo com as mãos.”(p.114)

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CARACTERIZAÇÃO DE HIPERTEXTO UBIQUIDADE“Possibilidade de seracessado por diferen-tes usuários em várioslugares do planeta on-de houver um computa-dor conectado.” (XAVI-ER, 2009 p. 116)

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CARACTERIZAÇÃO DE HIPERTEXTO

A CONVERGÊNCIA DE LINGUAGENS

“Acondiciona outros modos de enunciação: imagens em vídeo, ícones animados e sons, todos interpostos ao mesmo tempo na tela.”

(XAVIER, 2009 p. 118)

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DIFERENÇA ENTRE TEXTO E

HIPERTEXTOFORMA DE LEITURA: Livro - sequência linear Hipertexto- sequência lógica ACESSO A INFORMAÇÃOFACILIDADE DE LEITURA POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO: Livro- notas na margem do textoHipertexto- inserção no texto sem alteração do contextoMARCADORES: Livro- dobra de folha para marcar a página que está lendoHipertexto- bookmarks CUSTO DE DUPLICAÇÃOCUSTO DE CRIAÇÃO

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CARACTERIZAÇÃO DE HIPERTEXTO A NÃO LINEARIDADE

“Recepção não hierárquica de informações a serem processadas cognitivamente.” (p. 112) Clément (1995): não linearidade deslinearidade) X descontinuidade.

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CARACTERIZAÇÃO DE HIPERTEXTO

A INTERTEXTUALIDADE INFINITA

“A internet é o aporte digital midiático e o espaço virtual que torna mais evidente a intertextualidade.” (p. 124)O hipertexto acentua a função e as vantagens da intertextualidade por meio dos links.

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CONCLUINDO...HIPERTEXTO É:

‘FÁCIL ACESSO A INFORMAÇÃO”NAVEGABILIDADEUSABILIDADE

VÁRIOS PONTOS DE VISTAMULTIVOCALIDADE

CONEXÕES DO MESMO DOCUMENTO

INTRATEXTUALIDADE

CONEXÕES COM OUTROS DOCUMENTOS

INTERTEXTUALIDADE

LEITURAS COM HIERARQUIASMULTILINEARIDADE

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BIBLIOGRAFIA XAVIER, Antonio Carlos. A era do

hipertexto: linguagem & tecnologia. PP 95-127. Recife: ed. universitária da UFPE, 2009.