Interescolas EMRC - CV - folha central

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Quarta-feira, 29 de Abril de 2009 | Correio do Vouga | 13 IX encontro inter-escolas, para alunos de Educação Moral e Religiosa Católica, juntou cerca de três jovens em Aveiro Uma grande manifestação de… 24 de Abril. Mas sem conotações políticas. As faixas com que os cerca de três mil jo- vens desfilaram pela cidade de Aveiro diziam apenas o nome das escolas de onde vinham. E vinham de cerca de qua- renta estabelecimentos de ensino, onde há Educação Moral e Religiosa Católica, para mostrar que “moral é fixe” – como várias vezes se ouviu durante o concerto da tarde, no Parque da Cidade –, para conviver, para mostrar talentos, para fazer as “Viagens da Palavra”. Foi este o lema do dia, lembrando as viagens de São Paulo para anunciar Cristo. Esta ideia ajudou a construir o grande livro das Viagens da Palavra. Livro das Escolas Nas últimas semanas, cada escola es- creveu uma folha que veio a contribuir para um livro com cerca um de metro e quarenta de comprimento. Agora o livro será reproduzido num tamanho menor e enviado para todas as escolas. “Fizeram-se folhas de um belo livro, que é o Livro da vida de todos nós. E do testemunho que nas escolas, na família, nas comunidades, no convívio jovem, nos sonhos de futuro e nos horizontes de esperança no amanhã, queremos dar ao mundo e à sociedade”, comentou D. António Francisco ao dirigir a pala- vra aos três mil jovens e professores no antigo estádio do Beira-Mar. “Que vos diz o vosso Bispo, senão o mesmo que S. Paulo dizia aos jovens cristãos do seu tempo? Vós sois carta escrita por Deus. No vosso rosto de alegria e de esperança podemos ler o amor de Deus pelo mun- do”. Antes de os jovens saírem em desfile pelas ruas de Aveiro, D. António Fran- cisco referiu que iriam passar pela Sé, onde haveria uma largada de pombos, e observou: “Ali bem perto viveu e repou- sa Santa Joana, essa jovem e santa que gostou de Aveiro mais do que ninguém e de quem Aveiro gosta tanto que a es- colheu para sua padroeira. Ela é modelo de juventude. Ela é exemplo de fé. Ela DESTAQUE “Moral é fixe”, dizem três mil alunos em Aveiro à distância não só pelo som forte, mas também pela poeira levantada pelos jo- vens espectadores. Barraquinhas de criatividade Ao mesmo tempo, numa dezena de barraquinhas, os estudantes vendiam bolos, bebidas, artesanato elaborado pelos próprios, ofereciam mensagens e lembranças e, numa delas, na de Calvão, faziam penteados. “A troco de um euro, mudamos o visual. O dinheiro vai servir para comprar quadros electrónicos”, in- forma uma aluna, que apela ainda a que todos os ex-alunos do Colégio de Calvão apareçam no grande encontro do dia 9 de Maio. Na barraquinha da Murtosa, estava o adolescente Joel Fidalgo, auto- intitulado “o vendedor do ano”: “É 50 cêntimos cada fatia de bolo. Eu disse a uma professora que fui eu quem o fez e ela comprou logo”. “E foste?”, pergunta o Correio do Vouga. “Fui mesmo”. Mais à frente, na da Sec. José Estêvão, vendem-se colares e espanta-espíritos. Na caixa já havia 200 euros para ajudar o Rafael, um menino de 14 anos, com cancro no fígado. Na barraquinha de Aradas davam-se rifas com mensagens e crucifixos feitos de esponja. Criativi- dade, convívio e solidariedade não fal- taram nesta festa da juventude. Aliás, foram os ingredientes principais. Logo ao final da manhã, o vereador Pe- dro Ferreira mostrou-se ao Correio do Vouga positivamente impressionado por ver “nesta altura do séc. XXI tanta juven- tude a afirmar valores positivos”. Repre- sentava a Câmara Municipal de Aveiro, que contribuiu para o evento cedendo espaços e resolvendo questões logísti- cas. No final do dia, Elisa Urbano, direc- tora do Secretariado Diocesano do En- sino Religioso nas Escolas (SDERE, or- ganismo responsável pela colocação dos professores de Moral e que promoveu o Inter-Escolas), disse a este jornal que o encontro “não podia ter corrido me- lhor” e realçou quer o comportamento dos alunos, quer o entusiasmo dos pro- fessores de EMRC, quer ainda a colabo- ração de professores de outras disci- plinas que neste dia acompanharam os alunos. “Isso quer dizer que há interesse nas escolas pela EMRC e que esta dis- ciplina é valorizada. Isso muito impor- tante para todos nós”, conclui a direc- tora do SDERE. Jorge Pires Ferreira é testemunho de fidelidade e de cora- gem, de alegria e de atenção às gentes de Aveiro, sobretudo aos que mais. Seja- mos assim também. Peço-vos confiança, alegria, convicção”. Depois do desfile e do almoço, à volta do palco montado no Parque da Cidade, houve actuações de diversos grupos es- colares: danças, banda de gaitas, pop/ rock. Muita animação, muito movimen- to. Sempre a bombar com a animação dos professores António Madureira (do Porto) e José Pedro Negrão (do Colé- gio de Famalicão - Anadia). Notava-se O desfile cortou o trânsito e deixou muitos aveirenses admirados Livro escrito pelas escolas

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Encontro Inter escolas EMRC Diocese de Aveiro 2009

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Quarta-feira, 29 de Abril de 2009 | Correio do Vouga | 13

IX encontro inter-escolas, para alunos de Educação Moral e Religiosa Católica, juntou cerca de três jovens em Aveiro

Uma grande manifestação de… 24 de Abril. Mas sem conotações políticas. As faixas com que os cerca de três mil jo-vens desfilaram pela cidade de Aveiro diziam apenas o nome das escolas de onde vinham. E vinham de cerca de qua-renta estabelecimentos de ensino, onde há Educação Moral e Religiosa Católica, para mostrar que “moral é fixe” – como várias vezes se ouviu durante o concerto da tarde, no Parque da Cidade –, para conviver, para mostrar talentos, para fazer as “Viagens da Palavra”. Foi este o lema do dia, lembrando as viagens de São Paulo para anunciar Cristo. Esta ideia ajudou a construir o grande livro das Viagens da Palavra.

Livro das EscolasNas últimas semanas, cada escola es-

creveu uma folha que veio a contribuir para um livro com cerca um de metro e quarenta de comprimento. Agora o livro será reproduzido num tamanho menor e enviado para todas as escolas.

“Fizeram-se folhas de um belo livro, que é o Livro da vida de todos nós. E do testemunho que nas escolas, na família, nas comunidades, no convívio jovem, nos sonhos de futuro e nos horizontes de esperança no amanhã, queremos dar ao mundo e à sociedade”, comentou D. António Francisco ao dirigir a pala-vra aos três mil jovens e professores no antigo estádio do Beira-Mar. “Que vos diz o vosso Bispo, senão o mesmo que S. Paulo dizia aos jovens cristãos do seu tempo? Vós sois carta escrita por Deus. No vosso rosto de alegria e de esperança podemos ler o amor de Deus pelo mun-do”.

Antes de os jovens saírem em desfile pelas ruas de Aveiro, D. António Fran-cisco referiu que iriam passar pela Sé, onde haveria uma largada de pombos, e observou: “Ali bem perto viveu e repou-sa Santa Joana, essa jovem e santa que gostou de Aveiro mais do que ninguém e de quem Aveiro gosta tanto que a es-colheu para sua padroeira. Ela é modelo de juventude. Ela é exemplo de fé. Ela

DESTAQUE

“Moral é fixe”, dizem três mil alunos em Aveiroà distância não só pelo som forte, mas também pela poeira levantada pelos jo-vens espectadores.

Barraquinhas de criatividadeAo mesmo tempo, numa dezena de

barraquinhas, os estudantes vendiam bolos, bebidas, artesanato elaborado pelos próprios, ofereciam mensagens e lembranças e, numa delas, na de Calvão, faziam penteados. “A troco de um euro, mudamos o visual. O dinheiro vai servir para comprar quadros electrónicos”, in-forma uma aluna, que apela ainda a que todos os ex-alunos do Colégio de Calvão apareçam no grande encontro do dia 9 de Maio. Na barraquinha da Murtosa, estava o adolescente Joel Fidalgo, auto-intitulado “o vendedor do ano”: “É 50 cêntimos cada fatia de bolo. Eu disse a uma professora que fui eu quem o fez e ela comprou logo”. “E foste?”, pergunta o Correio do Vouga. “Fui mesmo”. Mais à frente, na da Sec. José Estêvão, vendem-se colares e espanta-espíritos. Na caixa já havia 200 euros para ajudar o Rafael, um menino de 14 anos, com cancro no fígado. Na barraquinha de Aradas davam-se rifas com mensagens e crucifixos feitos de esponja. Criativi-dade, convívio e solidariedade não fal-taram nesta festa da juventude. Aliás, foram os ingredientes principais.

Logo ao final da manhã, o vereador Pe-dro Ferreira mostrou-se ao Correio do Vouga positivamente impressionado por ver “nesta altura do séc. XXI tanta juven-tude a afirmar valores positivos”. Repre-sentava a Câmara Municipal de Aveiro, que contribuiu para o evento cedendo espaços e resolvendo questões logísti-cas. No final do dia, Elisa Urbano, direc-tora do Secretariado Diocesano do En-sino Religioso nas Escolas (SDERE, or-ganismo responsável pela colocação dos professores de Moral e que promoveu o Inter-Escolas), disse a este jornal que o encontro “não podia ter corrido me-lhor” e realçou quer o comportamento dos alunos, quer o entusiasmo dos pro-fessores de EMRC, quer ainda a colabo-ração de professores de outras disci-plinas que neste dia acompanharam os alunos. “Isso quer dizer que há interesse nas escolas pela EMRC e que esta dis-ciplina é valorizada. Isso muito impor-tante para todos nós”, conclui a direc-tora do SDERE.

Jorge Pires Ferreira

é testemunho de fidelidade e de cora-gem, de alegria e de atenção às gentes de Aveiro, sobretudo aos que mais. Seja-mos assim também. Peço-vos confiança, alegria, convicção”.

Depois do desfile e do almoço, à volta do palco montado no Parque da Cidade, houve actuações de diversos grupos es-colares: danças, banda de gaitas, pop/rock. Muita animação, muito movimen-to. Sempre a bombar com a animação dos professores António Madureira (do Porto) e José Pedro Negrão (do Colé-gio de Famalicão - Anadia). Notava-se

O desfile cortou o trânsito e deixou muitos aveirenses admirados

Livro escrito pelas escolas