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LISETE FLORENZANO | SP

Internacional

� Temporada no Broad PeakPara prestigiar os 50 anos de sua conquista,vários escaladores de elite estão na montanhapara tentar seu cume. No dia 20, o alpinistamadrilenho Carlos Soria, de 68 anos, chegou noalto dos seus 8047 m. Foram 20 horas de ativi-dade, até a volta no Campo 3. Neste mesmoataque ao cume, os outros alpinistas que acom-panhavam Carlos desistiram de continuar, devi-do às condições de vento e frio.

� Encontrado o corpo de BoskoffUma das melhores escaladoras de sua gera-ção, Christine havia escalado seis montanhasde 8000 m. Estava tentando, junto com CharlieFowler, o pico Genyen (6200m), uma montanhavirgem no Tibet. Segundo informações, os doisalpinistas foram surpreendidos por umaavalanche. O acidente ocorreu em dezembro,mas as buscas haviam sido abandonadas emvirtude das condições climáticas.

� Speed climb na Denali DiamondColin Haley e Mark Westman escalaram a viaDenali Diamond (AI5+ M6 A1), na face sudoes-te do Mt. McKinley, em menos de 48 horas. A via,aberta em 1983, é considerada um clássicomoderno e uma das rotas mais bonitas do Alaska.Ainda não se conseguiu fazer a via toda emlivre. Segundo Haley, a via tem boas proteções,é altamente comprometida e dificuldade cons-tante. O crux está estimado (em livre) num M7ou M7+.

� PinineosJosune e Rikar liberam Super Weissmuller (8a/a+) A via, de 300 m e oito enfiadas, esperava

sua liberação... Com um traçado impecável, alinha passa por uma série de tetos e ainda quea rocha não seja tão boa, sua qualidade é bemaceitável. O teto, agora em livre, teve sua gra-duação proposta em 8a/a+. Para proteção, fo-ram usados friends, micro friends e nuts.A dupla conseguiu o feito dez dias depois desua primeira tentativa. Venceram esticões, altaexposição e dificuldade variando entre 6b+,6c, 7b+ “técnico e atlético” , 8a/a+, 7b, 6c+, 6c eV.

� Dificuldade...Julius Westphal, um alemão de 20 anos,encadenou seu primeiro 9a. A via, que batizoude Aloha, fica em Kronthal, na região deEstrasburgo. São mais de 15 m de teto, comagarras precárias, em arenito.O escalador tem em seu currículo outras viasde dificuldade, como Mekka Direkt (8c+) emPfalz e Magic Wood (8b+).Falando em dificuldade, sempre aparece ChrisSharma.... Nesta temporada em Cëuse (Fran-ça), o escalador mandou mais um 9a. O nomeda via e o grau ainda esperam uma confirma-ção.

� Novas rotasUma expedição composta pelos suíços DenisBurdet, Thomas Senf e Stephan Siegrist con-quistou a primeira rota pela face nordeste doArwa Tower (6352 m), no Garhwal Himalaya,Índia. A via, de 1005 m, foi batizada de LightningStrike e graduada em VI 5.9 A3 M5.A maior parte da linha estava coberta por neve,e praticamente não havia fendas para prote-ção. Quando havia alguma, eram offwidhts...Foram sete dias de escalada, com cordas fixasentre as três paradas em portaledges.

Os veteranos do Himalaya Yannick Graziani eChristian Trommsdorff (ambos da França) abri-ram uma nova rota em puro estilo alpino, parafazer a primeira ascensão do Pumari Chhish(7350 m), no Pakistão. Trommsdorff já havia ten-tado o cume duas vezes em 2003.Os dois escalaram a face sul, de 2700 m, emquatro dias e meio, mais um dia e meio para adescida.A rota considerada difícil, tem seu crux entre6400 e 7000 m com escalada mista e em gelo,sendo o trecho em livre num granito de excelen-

te qualidade (5.10 – M6). Foi feito em artificialuma chaminé negativa de 15 m.A linha já havia sido tentada anteriormente porJulie Ann Clyma and Roger Payne, em 99, masnão conseguiram devido a avalanches e condi-ções climáticas desfavoráveis. Graziani eTrommsdorff contaram com seis dias de tempobom.

� BouldersDaniel Woods manda seu primeiro 8c (V15), con-firmado por ele, com a primeira ascensão deJade, em Chaos Canyon, no Parque Nacional dasRochosas. O projeto já havia sido tentado porvários escaladores, como Dave Graham, PaulRobinson e Tyler Landman.Falando em V15, Tyler Landman (de 16 anos) é oprimeiro a mandar Room Project em Squamish,Canadá. Segundo Tyler, as agarras são muitopodres e requerem grande força física e muitatensão para permanecer sobre a rocha, um gra-nito limpo de 4,5 m com inclinação negativa emtorno dos 30 graus.Esses jovens.......

Daniel Woods

Arwa Tower

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A Federação de Montanhismo do Estado do Riode Janeiro (FEMERJ) cumprindo com um dosseus objetivos, que é o de dirigir, difundir e in-centivar a prática do montanhismo, das ativida-des de integração ambiental e de assuntos liga-dos ao meio ambiente e ecologia, realizou doisencontros de no mês de julho (II EncontroNiteroiense de Escalada e I Encontro deMontanhistas do Parque Estadual dos Três Pi-cos) e realizará outro em agosto (Oficina deAtualização).A Oficina de Atualização das Diretrizes de Míni-mo Impacto para a Urca será realizada no dia 11de agosto (sábado), a parti das 8h, na Universi-dade Federal do Estado do Rio de Janeiro(UNIRIO), situada à Avenida Pasteur, nº 458,Urca. O objetivo este evento é o de reavaliarquestões abordadas no Seminário de MínimoImpacto em Paredes para o Complexo da Urca,realizado em fevereiro de 2002.Na pauta desta Oficina constam os seguintestemas: atualização de zoneamento da região(áreas passíveis de novas conquistas); uso defuradeiras em conquistas; e manutenção de tri-lhas. Também serão discutidos casos específi-cos e assuntos diversos. A FEMERJ convocatodos os montanhistas a participarem porque“nossas decisões de agora, terão grande re-percussão no desenvolvimento da escaladadentro de um cenário onde a evolução esportivaesteja em sintonia com um ambiente natural epreservado”, explica Bernardo Collares, presi-dente, ou Delson de Queiroz, diretor de MeioAmbiente.Em julho ocorreram dois Encontros de

montanhistas. O primeiro aconteceu no dia 15de julho, quando foi realizado o II EncontroNiteroiense de Escalada. O evento aconteceuna Associação Fluminense dos Engenheiros eArquitetos, em Itacoatiara, e contou com a or-ganização do Parque Estadual da Serra daTiririca (PESET), Clube Niteroiense deMontanhismo (CNM) e Federação deMontanhismo do Estado do Rio de Janeiro(FEMERJ). O objetivo foi fortalecer a parceriaentre o PESET e a comunidade montanhista.No encontro, foram apresentadas idéias e es-tratégias dos atuais gestores, a situação domontanhismo no parque e as ações realizadaspelos montanhistas. Também foram mostradosos conceitos de manejo do montanhismo quetêm sido discutidos e implementados em outrasUnidades de Conservação. O resultado final doencontro foi a criação de diretrizes e estratégi-as para a gestão do montanhismo e para a con-servação ambiental do Parque Estadual da Ser-ra da Tiririca. Foram criados dois Grupos deTrabalho, sobre a coordenação do CNM: Diag-nóstico dos Setores de Escaladas do PESET eRecuperação da Trilha do Alto Mourão, viaItacoatiara. Além disso, a FEMERJ vai encami-nhar para quem? um documento com as Diretri-zes para a Gestão do Montanhismo em Unida-des de Conservação. A Federação vai apoiar arecuperação da trilha do Alto Mourão atravésdo Programa Acesso à Montanha (maiores in-formações sobre este assunto, acessarwww.femerj.org). O evento contou com as palestras de Adrianode Melo, da administração do parque (“A Nova

Gestão do PESET”); Bernardo Collares, presi-dente da FEMERJ e Delson de Queiroz, Diretorde Meio Ambiente da FEMERJ (“Gestão doMontanhismo no PESET”); Luiz Andrade,organizador do I Encontro Niteroiense de Esca-lada (Mínimo Impacto e Código de Ética deNiterói); Alex Figueiredo, coordenador do Gru-po de Trabalho PESET CNM (“GT PESET 2007”);e Delson de Queiroz, diretor de Meio Ambienteda FEMERJ (“Acesso ao Alto Mourão viaItacoatiara). Também houve uma palestra de IgorCamacho, presidente da ONG Ecoar, que tratade aves de rapina, e que tem parceria com oPESET e o CNMO presidente da FEMERJ, Bernardo Collares,considerou o encontro muito bom: “Gostaria dedar os parabéns a galera de Niterói pelo altonível do encontro. A maturidade que o pessoalvem demonstrando para tratar os assuntos, in-clusive os polêmicos, está sendo exemplar. Tam-bém quero agradecer a direção do Parque Es-tadual da Serra da Tiririca por se colocar à dis-posição para conversar e decidir em conjuntoas questões do parque”.No final de semana seguinte, dias 21 e 22 dejulho, foi realizado o I Encontro de Montanhistasdo Parque Estadual dos Três Picos (PETP), emSalinas, organizado e realizado pela FEMERJ eo PETP/IEF-RJ.Com o objetivo de conscientizar e incluir a co-munidade de montanhistas e moradores no tra-balho de manejo e manutenção das trilhas eescaladas. O evento contou com a participa-ção de 70 pessoas (moradores locais, funcio-nários do PETP e do IEF-RJ, e montanhistas dos

FEMERJ realiza encontros para discutir o montanhismo

estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, SãoPaulo e Paraná).O primeiro dia foi de confraternização entre osparticipantes. Foi apresentada uma palestra so-bre os aspectos administrativos e sobre as ati-vidades desenvolvidas pelo setor demontanhismo do parque. Depois, foi explicado otrabalho de campo que seria feito no domingo ehouve a exibição o filme Leste.No dia seguinte, foram organizados três gruposque atuaram na manutenção das trilhas do Ca-beça de Dragão (colocação de 16 degraus paraa contenção do terreno e melhoria da frenagemdos usuários na descida, e poda na vegetaçãodo corredor da trilha), do Pico Menor (poda davegetação, nivelamento do corredor da trilha eanálise da flora por biólogos especialistas) e daRodolfo Chermond (instalação de 15 degrauspara conter a força da água e o terreno,nivelamento do corredor da trilha em vários pon-tos, e mudança no traçado da trilha, colocando-a mais de acordo com as curvas de nível doterreno).“A FEMERJ doou para o PETP um banner exce-lente com a Cartilha do Bom Montanhista na ínte-gra”, conta Sérgio Poyares, do parque. O banner,que ficará exposto na sede do Parque Estadualdos Três Picos, é mais uma realização do Pro-grama Acesso à Montanha e foi criado pelamontanhista Mônica Moreira.Sérgio Poyares afirmou que pretende realizareste encontro anualmente. O I Encontro deMontanhistas do Parque Estadual dos Três Pi-cos contou com o apoio da Equinox, Montanhar,3Picos, Verticália Teresópolis e Trutas Arco Íris

I Festival Open de Vídeos do RS

Aconteceu no dia 25 de julho de 2007, no audi-tório do Museu de Comunicação Social HipólitoJosé da Costa, em Porto Alegre, o I AGMovie – IFestival Open de Vídeos de Escalada RS.O evento foi organizado pela AGM e contou coma apresentação 21 vídeos amadores de até 10minutos. As imagens e edição dos mesmos foramtodas realizadas por escaladores locais e tam-bém de outros estados e a única condição obri-gatória de participação era que todos os vídeostivessem sido filmados dentro do Rio Grande doSul.Às 20 horas, pontualmente, foram abertas as por-tas da sala de exibição e entregues a cada umdos espectadores uma cédula única, em quedeveriam votar nos seus vídeos preferidos, anali-sando os seguintes aspectos: melhor vídeo, me-lhores imagens, melhor edição e melhor trilha.O vídeo mais votado, em todas as categorias, foi:Conquistas no Vale do Rio Inferno – Antonio Pra-do. Com aproximadamente 8 minutos, relata oevento realizado em maio de 2007 em que fo-ram abertas vias em 2 setores da serra gaúcha,Cascata Tosi Matti e Perau Vermelho e mobili-zou cerca de 30 escaladores e 5 furadeiras. Anto-

nio Prado é um point que está se desenvolvendona região, com um setor esportivo de vias nega-tivas fortes e outros dois com vias mais tranqüilas.O vídeo mostra o local, a abertura das vias, esca-ladas e o momento de relax dos escaladores,depois de três dias de trabalho pesado. O créditodas imagens é de Tiago Mohr, Joel Marcon, Cláu-dio Bochese, Sílvia Marcon, Andrew Sykes e ovídeo foi editado por Sílvia Marcon.Conforme o regulamento do festival, os 10 me-lhores (neste caso 11, já que houve empate naoitava colocação) farão parte de um DVD, a serlançado no evento anual da AGM – IV Caldeirãodo Behne, que ocorrerá dias 25 e 26 de agosto,no Campo Escola Behne, em Ivoti-RS (mais de-talhes em breve no site).Para reservar o seu DVD, por favor, entre em con-tato pelo www.agmontanhismo.org.br.Abaixo a relação dos vídeos mais votados:1. Conquistas no Vale do Rio Inferno, AntonioPrado 2. POAboulder 3. Rosa Tatuada 4. Disci-plina não ter, Jedi nunca será 5. inseRtS 6.CariSul Ivoti 7. Escalada Feminina no Itacolomi 8.Redes Neurais 8. Armagedon UpgradeExtension 9. Eclipse 10. Portal das Ilusões.

SÍLVIA MARCON | RS

publicações + vozes

Atividades intensas no Rio de Janeiro, promovem o esporte e a preservação das montanhas.

Com 8.611m de altitude, superado ape-nas pelo Everest (8.848m), o K2 é con-siderado a montanha mais difícil de seescalar do mundo, devido a um climaimprevisível, aliado ao ar rarefeito e agrande dificuldade técnica.Em Um sonho chamado K2 oparanaense Waldemar Niclevicz — pri-meiro brasileiro a escalar o Everest eos Sete Cumes do Mundo (a montanhamais alta de cada um dos continentes)— conta como conquistou a montanhamais difícil de se escalar do mundo,um sonho que precisou de três tentati-vas para ser realizado e que agora che-ga ao público em um livro e em um DVDrepleto de emoções.A saga de Waldemar Niclevicz com oK2 ou Montanha da Morte, começou em1998, quando foi obrigado a desistir daescalada devido ao elevado risco deavalanches. No ano seguinte, o mautempo mais uma vez o impediu de che-gar ao cume. Finalmente, em 2000,acompanhado pelos italianos AbeleBlanc e Marco Camandona, e sem ouso de garrafas de oxigênio, a vitóriatão perseguida foi alcançada.O livro é testemunho inegável da vitóriade um homem sobre a natureza. De umbrasileiro sobre a montanha mais de-safiadora do planeta. O relato e ima-gens não apenas das três expediçõesde Niclevicz ao K2 como também das

Escalando o K2

escaladas preparatórias ao ShishaPangma, ao Cho Oyo e aoGasherbrum, além de diversos as-pectos geográficos e culturais doNepal, do Tibete e do Paquistão.Carregado de tristezas e da mais pro-funda e angustiante felicidadealcançada por Waldemar Niclevicz, olivro e o DVD são o testemunho daforça de vontade que leva alguns ho-mens a arriscarem a própria vida embusca de um objetivo.

Itatiaia – Sentinela das alturas é onovo livro da série Tempos do Brasil, deautoria do montanhista Roberto Linskere Wilson Teixeira. Recheado de infor-mações sobre este importante localpara os montanhistas, Itatiaia é quaseum livro científico, não fosse o linguajardespretensioso e agradável, que faz oleitor entender de forma simples, comoo planalto se formou e quais as trans-formações geológicas, biológicas e hu-manas que ocorreram nesta porção daSerra da Mantiqueira.

Para quem já conhece Itatiaia, é umaleitura obrigatória pois serve de docu-mentação e entendimento para muitasdúvidas que todos nós, que não somoscientistas ou estudiosos das monta-nhas temos. E para quem ainda não seaventurou pelas trilhas e escaladasdestes campos de altitude, servirá paraque o passeio seja muito mais agradá-vel.O livro está a venda nas livrarias e mai-ores informações podem ser obtidaspelo site www.terravirgem.com.br.

A sétima edição da Adventure Sports Fairacontecerá dias 22 a 26 de agosto na Bienal doIbirapuera, São Paulo. Para este ano, assimcomo no anterior, a feira de esportes acontecejunto com a Running Show, numa estratégia dejuntar públicos com algo em comum.Este ano, além de lançamentos de produtospelas empresas fabricantes do mercado demontanha, diversas atividades como reuniõese palestras estarão acontecendo todos os dias.A CBME Confederação Brasileira deMontanhismo e Escalada também estará pre-sente com um estande destinado a atender o

O V Festival de Montanha do Sul de Minasvai acontecer este ano nos dias 01 e 02 desetembro em Itajubá, MG. Estão programadaspalestras e oficinas. Para mais informações,acesse o site: www.cmi.org.br/festival5

O 8º Encontro de Escalada de Londrinaacontecerá entre os dias 07 a 09 de setembrono Paraná. Estão programadas escaladas napedreira Cafezal e Serra do Cadeado durante odia e um ciclo de palestras com Edson Struminski,Edemilson Padilha, Valdesir Machado e MarcosVinícius Todero. Para maiores informações,entre em contato pelo telefone (43) 3334.0680.

público interessado em obter informações so-bre o montanhismo.Diversos montanhistas irão palestrar durante osdias da feira: Rodrigo Raineri fala sobre AltaMontanha (dia 25, 15:30hs - GoOutside) EliseuFrechou sobre Grandes Paredes no Brasil eexterior (dia 25, 16:30hs – Business Point) eWaldemar Niclevicz lança seu novo livro e DVDda escalada ao K2 (dia 26, 16:30hs – Porão dasArtes). As palestras são gratuitas, mas é ne-cessário ingressar na feira.Mais informações no site oficial do eventowww.adventurefair.com.br.

Encontros de Escaladoresno PR e MG

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on the rocks

Quando estava refletindo sobre esta edição doMV, pensei em fazer uma entrevista com umaescaladora. Afinal de contas, somos poucas mascom muito para dizer... O universo feminino daescalada tradicional é diferente, tão intenso quan-to o masculino, porém diferente. Entre grandesnomes que surgiram, um deles realmente se en-caixava no que estava procurando... umamontanhista, conquistadora, escaladora e mu-lher : Kika Bradford.30 anos, carioca, casada, montanhista desde 95e escaladora desde 98, Kika foi a única mulhercertificada pela AGUIPERJ - Associação de Gui-as e Instrutores Profissionais de Escalada doEstado do Rio de Janeiro. Possui os cursos deOutdoor Educator, Leave no Trace do NOLS(National Outdoor Leadership School), deWilderness First Responder (WMA) e deSocorrismo em Áreas Remotas (SARE). Atual-mente, Kika faz parte do quadro de instrutoresdo NOLS.Em sua experiência nas montanhas começou afazer trilhas e travessias, o que logo a levou àescalada. Em 2001 se tornou guia profissionalpela Exum Mountain Guides, nos EUA onde mo-rou até 2002.Conquistou vias no Espírito Santo como aSambalelê, 6º VI D3; Águia Branca ; Varridospela Eternidade, 6º V A2 D4; Cristalino. No Riode Janeiro: a Celacanto, Provoca Maremoto,VIsup – Joatinga e Minas Gerais entre outras aChaminé Orodruim, VIsup, e Rock das Aranhas,IV ambas em Fortaleza, Barão de Cocais.Apaixonada por montanhas e suas complexasvias, realizou escaladas no Yosemite e Tetonsnos EUA e também inúmeras vias na Região Ser-rana do Rio de Janeiro como algumas tentativasna Crazy Muzungus.Fundadora da Aribira, Kika possui Mestrado emAntropologia Aplicada pela Universidade deMaryland, EUA. Atuou como guia profissional deescalada por 6 anos, foi presidente da Aguiperjentre 2005 e 2007. Atualmente, trabalha volunta-riamente para a FEMERJ (Federação de Espor-tes de Montanha do Rio de Janeiro ) nas áreasde certificação, treinamento e meio ambiente. Kikaé responsável pela coordenação e treinamentodos guias e facilitadores da Aribira, pela coorde-nação da logística e operacional dos programasexperiências.Neste momento está envolvida na coordenaçãodo projeto de um filme sobre a história da escala-da das mulheres no Rio de Janeiro (190 anos dehistória!), uma realização da Montanhar e daMulheres na Montanha... Cada estado do Brasil possui sua particu-laridade em relação à escalada, no Rio deJaneiro , por exemplo, o acesso aos cur-sos de escalada e ao conhecimento é bemmais difundido que na maioria dos luga-res. Como você começou a escalar? Qualfoi o grande incentivo?Moro no Rio, mas comecei a escalar em umamontanha de São Paulo: o Baú. Quando adoles-cente ia muito ao Paiol Grande, em São Bento doSapucaí e subi inúmeras vezes o Baú pelas “es-cadinhas” e pensava naquela época que queriasubir o Baú com cordas e tudo mais. O Baú,

como símbolo do Paiol, sempre me atraiu de umamaneira mística.Não tinha conhecimento nenhum, então fiz umcurso básico com a Kátia Torres, mas largueilogo após o curso. Em 1998, meu namorado daépoca começou a escalar. Foi a gota d’água: fuipara uma loja, comprei meu baudrier, uma soltei-ra e ATC e fui para a pedra, usava uma sapati-lha emprestada. Logo no segundo dia que fuipara a pedra, guiei um amigo que ficou durantemuito tempo como meu grande parceiro de es-calada. Eu diria que meu grande motivador deentrar para a escalada foi o Baú, mas o que memanteve na escalada foi a escalada em si, comseus desafios verticais e recompensas de paz,e as pessoas com quem eu escalava na época. E as cordadas femininas? Sabemos da ca-rência de escaladoras, principalmente devias mais complexas, no Brasil. Qual suaexperiência em relação a isso? Na sua vi-são, qual a maior dificuldade? Sou suspeita para falar de cordadas femini-nas, pois sou fã número 1. Inclusive, atualmen-te tenho me dedicado a escalar em cordadasfemininas sempre que posso, buscando esti-mular as mulheres a escalarem e a saírem desua zona de conforto (leia-se Urca) e a guiaremvias mais complexas. Felizmente, encontrei uma“parceiraça”, a Helena Fagundes, que além deser ótima escaladora é uma pessoa maravilho-sa com quem adoro partilhar os momentos nasmontanhas. É também uma das poucas (senãoa única) que aceita participar das minhas idéi-as, muitas vezes, inusitadas. Na verdade nãosão idéias tão doidas assim, mas geralmentesão vias que não são repetidas tão facilmente eque exigem um grau de experiência e compro-metimento mais alto do que o normal.Existem muitas mulheres escalando aqui no Rio,muitas escalam grau alto (até mais alto do queeu), mas na hora de se meter numa via maislonga, com móvel, onde a experiência contamuito, esse número cai drasticamente e somospoucas. Isso não quer dizer que somos as úni-cas... A Cris Jorge e a Patty Duffles, por exem-plo, vivem mandando vias de muito respeito emSalinas.Não sei dizer ao certo o porquê do número re-duzido de mulheres mandando vias assim...Muitas não querem escalar vias assim e respei-to completamente, afinal, eu também não queroficar mandando esportiva, mas outras querem,mas possuem uma limitação psicológica ou derepente até cultural. A cultura brasileira é con-servadora e nossas mães (na sua maioria) nãonos ensinam a arriscar, a tentar, cair e se levan-tar... Isso certamente se reflete na escalada.Escalar em si já é se arriscar, mas as mulherestendem a se arriscar dentro de uma certa zonade conforto, que acaba sendo menor do que ados homens... Acredito que a maior dificuldadepara as mulheres é ultrapassar justamente essabarreira, seja psicológica ou cultural...

Em 2003 você tentou escalar a CrazyMuzungus, conte um pouco sobre sua ex-periência em vias mais exigentes aqui noBrasil e também nos EUA.Ha ha ha. Adoraria ter feito a Crazy em 2003,2005 ou 2006. Mas infelizmente, não conseguichegar ao fim em nenhuma vez (conto aqui oresumo do resumo). Cada uma com uma histó-

ria diferente... Na primeira vez, depois de 2 diase meio no rio, finalmente chegamos à base davia; só que com o peso que carreguei, acabeiestirando um músculo e tive que descer da P3.Obviamente fiquei instigada com aquela paredemaravilhosa. Juntando isso com minha vontadede escalar com mulheres, formei uma cordadafeminina: eu, Helena e Ester. Na via, demoramosum pouco mais do que o previsto e a Ester aca-bou preferindo descer. Descemos da P5... Naúltima vez, Helena e eu fomos mais do que de-terminadas, nada iria nos segurar. Não conse-guimos nenhum “sherpa” para nos ajudar na su-bida do rio carregando material, então fomos nósduas mesmo, com muito peso nas costas. Tudoestava correndo perfeitamente, quando na se-gunda enfiada um talon resolveu se suicidar, sedesclipando do baudrier da Helena... Bom, até aí,sem problemas pois tínhamos um reserva. A es-calada estava ótima, estávamos fluindo bem, umpouco atrasadas, mas bem e tranqüilas. No meioda 7ª enfiada, Helena resolveu me passar a gui-ada, pois estava cansada. Continuei pela hori-zontal até um buraco de cliff arreganhado, a últi-ma passada até a parada... Coloquei meu talonali e subi calmamente, até que “pá”, o buracoacabou de arrebentar e voei. Subi jumareando emais uma vez tentei, agora com muito mais cui-dado, com o talon apoiado nas beiradas lateraise cheguei a P7. Só que na queda, o outro talonacabou se desclipando do meu baudrier e aochegar na parada eu o ouvi e vi (pior ainda)caindo montanha abaixo (plein, plein, plein). Ain-da tínhamos pelo menos mais uma enfiada decliff, mas não tínhamos mais dois talons, apenas1. Pronto era isso, uma escalada de 16 enfiadasacabava em P7 para a gente! Extremamente frus-trante, mas com a montanha é isso aí, não sepode ganhar sempre... Saí de lá falando que nun-ca mais voltava, mas quem sabe ano que vem...uma coisa é certa, conheço o Rio Soberbo comopoucos (bom, temos que tentar tirar vantagens,né?).As vias mais exigentes que fiz aqui no Brasilforam as conquistas no Espírito Santo e uma ououtra aqui no Rio. Na verdade, nos últimos anosacabei guiando muito, o que não me dava muitotempo de escalar, parece contraditório, mas nãoé... quando a gente guia profissionalmente, vocêescala para seu cliente e não para você. Agora,desde maio, parei de guiar profissionalmente eestou voltando a escalar, voltando a mandargraus mais altos à vista. Por isso, a maioria dasvias mais puxadas foram realizadas nos EUA,quando eu me dedicava muito à escalada.Gosto muito de vias em móvel, ainda mais seforem no “meio do nada” e os EUA tem muitasopções para isso. Eu morava em um local (Tetons)onde tinham muitas vias alpinas e explorei o má-ximo que eu pude o potencial de vias dali. Fuitambém a Yosemite, Moab, the Needles, Senecae Wind Rivers. Em todos eles, escalava quaseque predominantemente vias longas e em móvel,raramente considerava uma via grampeada, ouvias com poucas enfiadas. A exceção ficava emMoab, onde as vias nas torres de arenito nãosão tão longas, mas são maravilhosas com fen-das inacreditáveis e cumes muitos maneiros. Você trabalha voluntariamente na FEMERJe também já foi presidente da Aguiperj, aorganização do montanhismo no Brasilcresceu e se desenvolveu bastante, mas

os patrocínios ainda são poucos e o reco-nhecimento fora da comunidade de mon-tanha também. O que você acredita estarfaltando para que o montanhismo seja re-conhecido em sua totalidade por aqui? Acredito que a palavra chave é divulgação. Éclaro que não se restringe a isso, mas vejo quemuita gente dentro do montanhismo ainda nãosabe ou entende o que a FEMERJ (no caso aentidade com a qual estou familiarizada) faz ouquais projetos realiza. Imagina fora domontanhismo... Acho que quando conseguirmos que alguns car-gos nessas entidades sejam remunerados e aspessoas conseguirem dedicar seu tempo inte-gral ao montanhismo, muita coisa vai melhorar:mais projetos, mais organização, mais divulga-ção. Estamos trabalhando para isso.

MÔNICA FILIPINI | SP

Falando sobre Montanhismo com KikaÚnica brasileira a ser certificada pela AGUIPERJ, guia e montanhistade coração, Kika Bradford expõe sua visão sobre o esporte da escalada.

Bivaques verticais

Dormir na vertical é quase sempre sinônimo deexperiências extremas. Quando o esporte dei-xa de ser apenas esporte e passa a ser aventu-ra e comprometimento. Quando sua resistênciatem que durar não só o dia, mas também a noite(ou noites) em busca de um objetivo que nãopode ser atingido em apenas um dia.Seja planejado ou por necessidade ao ser sur-preendido pelo escuro ainda na parede, rouba-da ou não, uma noite sob o relento e penduradono vazio é sempre memorável. Na edição #73falei sobre bivaque forçado. Agora vou comen-tar sobre os métodos próprios e indicados paracada situação e estratégia.Quando falamos de estratégias e equipamentospara pernoite na vertical, valor e peso são sinô-nimos de conforto. Quanto mais você dispor deverba e vontade de puxar peso, melhor vai dor-mir. Claro que em muitas situações o melhor éterminar a parede e ir dormir em casa. Mas nemsempre isso pode acontecer, então o melhor édecidir a tática a ser usada para ter uma noite omais agradável possível.

Regras gerais: desnecessário, mas importan-te frizar que todo bivaque em parede deve serfeito com o escalador encordado. Não importase por meio da fita solteira, daisy-chais ou cor-da, você deve sempre estar preso como se es-tivesse escalando. A ancoragem de seu “dormi-tório” deve ser independente da que você estáusando para não despencar montanha abaixo.Saco de bivaque impermeável (respirável ou não)também é necessário e obrigatório. Mesmo osrain-flys de portaledges deixam entrar água du-rante um temporal mais forte ou ventos vindo debaixo, e como são totalmente impermeáveis, acu-mulam gotículas de suor em seu interior, que emcontato com o seu saco de dormir, podem molhá-lo aos poucos até que fique encharcado.

Vias com platôs: essas são as mais fáceis econfortáveis. Para usufruir do descanso de umaboa noite de sono, basta um isolante térmicopara colocar debaixo do saco de dormir e so-nhar com as escaladas do dia seguinte. Se oplatô é inclinado, talvez dê para resolver a situ-ação apenas colocando sua mochila ou haul bagdo lado da inclinação e usá-lo como apoio paranão escorregar.

Vias rápidas e verticais: nessa situação, ondeum bivaque é o suficiente, uma rede de parede éa melhor opção. A melhor que já usei ainda ébastante desconfortável, mas é melhor (ou me-nos pior, ahahaha!) que dormir na cadeirinha. Arede já é muito apertada na largura e pequenano tamanho e espreme muito os ombros, poistem apenas um ponto de apoio, fazendo comque ela lhe comprima em todas as direções. En-trar no saco de dormir é um capítulo a parte, quedeve ser treinado em casa. É comum acordarcom dor nas costas e ombros.

Grandes paredes: aqui o portaledge é essen-cial. Mas ainda assim há opções e decisões àtomar. Primeiro você terá de resolver se vai com-prar ou usar o portaledge simples ou duplo. Osimples (para uma pessoa) é muito confortávele estável. Eu prefiro levar dois simples a levarum duplo. O duplo é mais fácil de carregar emais leve que dois simples, mas édesconfortável, pois quando um escalador semexe, geralmente acorda o outro, além do que,o espaço é bem menor do que o do simples.

O portalege é composto de 6 tubos de aço e uma peça decordura. Os tubos montados deixam a lona esticada e prontapara receber o peso de uma pessoa, que deitada, não esticaem demasia, evitando a formação de uma rede. A idéia é quea cordura fique o mais esticada possível, por isso da dificul-dade de montar os tubos – tem que estar tudo esticado.Tenha cuidado, procure informação sobre o modelo que vocêtem em mãos e treine a montagem deste equipamento. Umamontagem errada pode quebrá-lo facilmente, o que além delhe deixar na roubada, sem ter onde dormir na parede vaifazer um belo estrago no seu orçamento. Certifique-se quetodas as fitas estejam sendo tracionadas e nunca monte-o emquinas, principalmente no meio da barra maior (longitudinal).Os tubos de aço do portaledge são muito resistentes, poisnão tem costuras, mas isso não os torna indestrutíveis nem àprova de mal uso. Desmontá-lo na vertical e colocá-lo em seusaco de arrasto também é uma operação que exige treino,pois ao acondicioná-lo corretamente, você facilitará a próxi-ma montagem.A segunda questão a resolver é se você vai ou não levar orain-fly, que é a capa externa que protege do vento e chuva.Essa “barraca” geralmente é vendida separada do portaledge.Em situações onde você tem certeza de que o tempo ficaráestável, vale a pena deixá-lo em casa, pois é um pedaço denylon bem pesado. E algumas noites sob as estrelas não mataninguém, não é mesmo?Mas se você tem dúvidas quanto à estabilidade do clima, vaificar muito tempo na rota, ou a escalada é alpina ou em luga-res frios, não deixe o rain-fly para trás.Estes são os principais e mais usados métodos para bivacarem parede. Não esqueça que é necessário conhecimento etreino de uma série de outras técnicas antes de se aventurarnas grandes paredes. Procure informação, cursos e dicas dequem já vivenciou esta experiência.Conhecimento nunca é demais.

ELISEU FRECHOU | SP

�Michel Abdelnur em um portaledge duplo. �Bruno Melo na rede de parede de um ponto.

Pernoites com sono tranquilo na montanha. Redes e portaledges: Conheça os melhores métodos eequipamentos dependendo de sua necessidade.

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on the rocks

Em junho de 2007 partimos rumo ao Rio Grande doNorte, com o intuito de conhecer o que o extremo Nor-deste tem a oferecer aos escaladores. Chegando emNatal, encontramos parte da comunidade escaladorapioneira de um recanto chamado Serra Caiada, que temo previlégio de abrigar a formação rochosa mais antigada América do Sul, um gnaisse sólido e repleto de agar-ras nada abrasivas, configurando num paraíso de esca-lada esportiva, contando com várias falésias negativas.De Natal, a localidade fica a 70 Km de distância rumo aointerior do Estado, numa planície eterna encravada nomeio da zona da mata nordestina e, por isso, abrigandoventos constantes que tornam o lugar agradável no in-verno e habitável no verão. Além disso, conta com som-bras que se alternam durante todo o dia entre os dife-rentes setores de escalada.Uma vez no local que interessa, acampamos durantesete dias debaixo do boulder principal, que só ele mes-mo já apresenta mais de dez vias, variando do 4º a umpossível projeto de 10º: Mestre das Ilusões e alguns lan-ces de boulder.

NovidadesExplorando a serra, acompanhados dos dedicados eatenciosos escaladores locais, Menger, Leo, Stella, Elisa,Sérgio, Dante, Emerson e Ignácio, sem contar com aDona Odete, mãe de todos nós, escalamos algumasvias em diversos setores, objetivando conhecer ao má-ximo no tempo que tínhamos, visto que há dezenas devias conquistadas e muitas por abrir. Destacamos viascomo: Quinto elemento, Tião Gavião, Prodígios, Inva-são de privacidade, Belerofonte, Grampeleta, Formigarasgada, Perdas e danos, dentre outras. Curtimos, tam-bém, variados lances de boulder, com destaque para oshighballs: Come dedo e Camundongo voador. Tivemostempo, ainda, para conquistar uma via de mais ou me-nos 50m, a Porquinho voador, deixando também por láo projeto Resto de coca, e os boulders Jerry e DonaOdete.Algumas dicas que podemos dar com o pouco conheci-mento que temos são: o inverno é mais chuvoso, masem compensação mais fresco, e o verão, seco e quente– os escaladores locais afirmam que a melhor época éno final do inverno (agosto/outubro), quando chove me-nos e ainda não está tão quente; tomar cuidado com osbichinhos e plantinhas, principalmente as abelhas (in-clusive a galera de lá conhece todas as cacholas); levarbastante água é redundância no nordeste; a infra-estru-tura, por enquanto, está na cidade de Serra Caiada, quefica a mais ou menos 700m da área de escalada. Oideal mesmo é contactar a galera de Natal, pois elesconhecem o lugar como a palma da mão, ou melhor,cada mandacaru e cada toca de caranguejeira! É sóprocurar o xerife Menger of Stone [email protected] terminar, lembramos que em outubro, entre os dias12 e 14 de outubro deste ano, Dia das Crianças – ebrincadeiras não irão faltar, acontecerá o VIo Encontro deEscaladores do Nordeste . Para saber detalhes, escre-ver para o Dante - [email protected] escaladas, visse!Ralf Cortes recebe apoio de Fabiano Ressolas e Agar-ras V12.

RALF CÔRTES E ANA ALVARENGA | RJRALF CÔRTES E ANA ALVARENGA | RJ

Ana Alvarenga em Invasão de privacidade.Leo na Quinto elemento.

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Conquista em Ilha Grande.

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Escalando pelo litoral brasileiroOpções de escalada a beira mar.

MÁRCIO BORTOLUSSO | SP

especial

Para muitos praia é sinônimo de verão. Porém oartigo de hoje nada mais é do que uma dica paracurtir os melhores picos do litoral durante o anointeiro. Sempre viajando, incontáveis foram aspraias com alguma pedra que me ofereceu bonsmomentos de diversão. Daí a idéia de listar al-gumas das melhores pedidas do litoral brasilei-ro.Com mais de 9 mil quilômetros de costa (seconsiderados os recortes geográficos), repre-sentando o mais extenso litoral tropical da Terraem um único país, o Brasil resguarda milharesde praias, uma infinidade incalculável delas comexcelentes condições para a prática da esca-lada em rocha, em especial para a escalada deblocos (boulders pra quem prefere).Escalar no inverno é uma oportunidade a maisde estar na praia o ano todo. Além de choverbem menos nesta época ao mesmo tempo emque o sol forte nos dá certa trégua, para os quetambém curtem pegar onda o inverno é a esta-ção ideal para uma prainha: boa temperaturapara escalar (sol fraco e menos frio que nasmontanhas), sem a crowd do verão e com omelhor mar do ano.Agora atenção redobrada com as proteçõesfixas, que podem estar comprometidas pelamaresia. Outra dica é levar um tapetinho paralimpar a sapata ou proteger o equipo da areia,especialmente em trepadas com corda (o docarro mesmo já quebra o galho). Para quemcurte um colchãozinho, vá preparado, já quemuitos blocos apresentam aterrissagens sinis-tras. Já que é pra dar dica, que tal uma comidade rabo de vez em quando nos camaradas queao invés de dar uma segurança decente ficampapeando e posando com os braços aos céus?Afinal é o que mais se vê por aí, enquanto onúmero de acidentes aumenta a cada ano.

SulO extremo sul do litoral brasileiro é formadobasicamente por lâminas de areia varridas pelovento, com poucas elevações e raros pontospara escalada.A exceção é o Parque Estadual da Guarita, emTorres (RS), que concentra cerca de 60 viascom altura variando de 8 a 30m, com proteções

fixas ou móveis e dificuldade variando dotercerinho ao 8c.Talvez Torres seja a única exceção de escala-da litorânea um tanto comprometida com o in-verno, pois o frio e o vento incessante tornam aatividade bem menos agradável nesta época doano. Mesmo assim vale a pena conhecer, o lu-gar é muito bonito e possui uma boa estruturaaos visitantes: barzinhos, restaurantes,campings, pousadas, mercados, etc. Infos dasvias: www.mundovertical.com/vias/peg.htm.Em Santa Catarina encontramos maiores opçõesde escalada, já que praticamente todo o litoraldo estado é formado por costões e recheadode blocos. Florianópolis possui vários points in-teressantes, com maior destaque para a Barrada Lagoa (mais de 40 vias e vários blocos), aPonta do Gravatá e as praias da Lagoinha doLeste, das Palmeiras, Mole e do Itaguaçu. Per-correndo o litoral, algumas das melhores pedi-das dos “barrigas verdes”, como são conheci-dos os catarinenses, são os blocos e falésiasda Barrinha e Ferrugem (em Garopaba); Guar-da do Embaú (Palhoça); e Ipoã, Farol de SantaMarta e Ilhota (Laguna). Alguns croquis e infos:www.acem.org.br.No Paraná a escalada rola particularmente emdois locais, ótimos para quem quer mesclar aven-tura com momentos de descanso edescontração: Ilha do Mel e Caiobá.Localizada a cerca de 100 km de Curitiba, a Ilhado Mel pertence ao município de Paranaguá e éum dos picos prediletos da maioria dosparanaenses. Antigo reduto de hippies nos anos70, a Ilha apresenta-se como um dos principaispolos turísticos do estado. Na Praia de Encanta-das, encontram-se as principais áreas de es-calada: Morro do Careca, Praia de Fora, Praiado Miguel, Praia da Bica e a Gruta das Encanta-das, onde dizem que belíssimas mulheres (al-guns juram que escaladoras) seduzem os visi-tantes com seu belo canto, que desaparecempara sempre. Lendas à parte, infelizmente estaárea tombada pelo Patrimônio Histórico está proi-bida para a prática da escalada, depois quealguns monitores ambientais e membros da co-munidade local começaram a se incomodar como risco aos visitantes e o impacto que estava

sendo causado por indivíduos que procuravama Gruta cada vez com maior freqüência parapraticar rapel (daí veio o pisoteio da vegetação,pedras caindo, gritaria, cordas arremessadassem cuidados... aquela velha história). Polêmi-cas à parte, recomenda-se respeitar esta res-trição e escalar em outras áreas da Ilha, comono Farol das Conchas, onde existem algunsblocos muito bons. Ao meu ver, a maior vanta-gem de se escalar na Ilha no inverno é que noverão todos os turistas da galáxia vão estar látambém e os preços sobem consideravelmentecom a alta temporada.Caiobá fica a cerca de 110 km de Curitiba, po-rém mais ao sul. Basta sair andando pela praiapara encontrar os vários blocos locais. Pontosobrigatórios: Morro do Boi e praias Brava e Man-sa, esta última permite acesso com a maré bai-xa até uma ilha que possui mais 4 blocos.

SudesteDevido a proximidade da Serra do Mar às águas

do oceano e a muitos outros processos geológi-cos, os estados do sudeste brasileiro apresen-tam infinitas possibilidades de escalada à beiramar, blocos para todos os lados, costões efalésias (inclusive em ilhas) e até mesmo gran-des picos sob as águas do Atlântico.Em São Paulo, as possibilidades aparecem des-de as praias selvagens da Ilha do Cardoso, noextremo sul do estado, até os blocos alucinantesda região de Trindade, na divisa com o Rio deJaneiro.Um local que gosto muito são as praias da Esta-ção Ecológica Juréia-Itatins, algumas com blo-cos com movimentos incríveis em meio a muitapaz e beleza.Bem mais conhecido dos paulistas é o Morro doMaluf, parede rochosa localizada no Guarujá(uns 90 km da capital), entre as praias da Ense-ada e das Pitangueiras. Com uma dezena devias e variantes, as escaladas do Morro possu-

em cerca de 25 metros e variam do 3º ao 7ºgrau.Já em Ilha Bela a ralação de dedo rola na praiade Borrifos, onde existem umas 4 vias, do 6ºgrau ao 8c, todas com uns 12 metros.Entre Caraguatatuba e Ubatuba existem desdepoints menos conhecidos até os mais badala-dos. Dando apenas um exemplo, a Trilha doBonete (8 km) parte da Lagoinha e passa poroutras 6 praias. No caminho passa por algunsblocos isolados (como os do Cedro), até chegarnas tão famosas formações do Pontão da For-taleza, paraíso localizado em Ubatuba que já seconsolidou como uma das principais áreas deescalada de blocos do país. O lugar realmentemerece uma visita, são vários blocos comregletes, abaolados, tetos, negativos e até tra-vessias. Existem mais de 60 blocos cataloga-dos e muitos outros ainda para serem explora-dos, a maioria com boas aterrissagens e sem-

pre com um maravilhoso visual como cenário defundo. Infos necessárias: br.geocities.com/pontaodafortaleza.Ao viajar pelas praias do litoral fluminense nãodeixe de levar equipo, no mínimo sapatilhas, jáque a maioria das milhares de praias do estadopossuem blocos, costões ou até mesmo falésiasem seus cantos. Pra ter uma idéia, só na Baíada Ilha Grande (entre Angra dos Reis e Parati)existem 365 ilhas e mais de 2 mil praias catalo-gadas, na maioria belíssimas, algumas com vi-las de caiçaras e muitas ainda desertas.Vindo de São Paulo pela BR-101, assim que seavista a cidade de Parati (próximo a Polícia Ro-doviária), existe um grande bloco à beira marcom algumas vias com proteções fixas, beminteressante para quem está rodando pela re-gião – com uns 16 metros e alguns lances bematléticos.Cerca de 50 km adiante, na Vila Residencial deMambucaba, existe uma via em uma parede decerca de uns 50 metros de altura que terminaem um impressionante teto de 15 metros de ex-tensão. Sou suspeito pois participei da aberturadeste grande negativo, mas para quem gostade escalada com grandes visuais a linha vale apena: penduradas emocionantes, ângulos in-críveis para fotos e vídeo e um cenário belíssimo,com lindas praias e ilhas no horizonte.Em Angra dos Reis a escalada ainda engatinha,mas existem algumas boas opções para os vi-sitantes. No Centro da cidade também tive aoportunidade de participar da abertura da pri-meira linha de escalada de Angra, no bairro doRetiro. Com cerca de 150 metros, a via Pata deGuaiamum (4º V ou IV) atualmente é a principalescalada da região, localizada em uma paredede 300 metros de base, com belo visual e altopotencial para um futuro campo escola. Na Praiada Gruta, no bairro Vila Velha, também existemuns 5 blocos bem legais.Mas uma das baladas que mais recomendo é avolta na Ilha Grande, cerca de 5 dias por luga-res paradisíacos e com direito a alguns blocosfantásticos. Dentre as principais praias para

ralar os dedos: Parnaioca, Lopes Mendes, Preta(no Abraão), Aventureiro e Caxadaço, sendo asduas últimas as melhores. Se estiver com equi-po, outra boa pedida é subir o Pico do Papagaiopela Aresta do Xilindró (3º IV Sup), a que tudoindica a primeira via do extremo sul fluminense.Apesar de pouco freqüentada e de estar comalgumas proteções um tanto comprometidas pelamaresia (a via é de 1984), trata-se de uma esca-lada muito bonita.Infos: CEMAR, com Carlos ou Diego (24) 3367-0078 [email protected] a BR sentido RJ por mais uns 10 km,existem ainda algumas vias em umas paredesque se encontram ao lado direito da estrada (des-conhecidas para mim) e em Mangaratiba encon-tram-se vários blocos espalhados pelos morrosdo Centro, inexplorados mas que prometem boadiversão.A oeste da cidade do Rio encontramos Barra daGuaratiba, um dos melhores campo escola doestado, com mais de 100 vias do 2º ao 8º grau ecom falésias que chegam aos 40 metros. Esteclássico point apresenta os mais diversos esti-los, mas com certeza é um dos grandes centrosda escalada móvel brasileira... muiiiiitas fissuras.Pelo tanto que é conhecida, a capital carioca eunem vou comentar... apesar da violência abalarmuito o seu título de Cidade Maravilhosa, a quan-tidade, qualidade e localização das pedras destacidade ainda fazem com que ela seja considera-da como um dos paraísos da escalada latino-americana. Para quem ainda não foi, recomendotirar um tempinho de sua vida para escalar aomenos uma via em cada uma das montanhas efalésias desta cidade: Agulhinha da Gávea, Cor-covado, Pão de Açúcar, Pico da Tijuca, Babilônia,Cantagalo, Pedra da Gávea, etc.Outro pico famoso dos cariocas é Itacoatiara,em Niterói, com cerca de 50 vias que variam doesportivo ao tradicional, graduação do 2º ao Xbe vias com até 350 metros de extensão.A partir do RJ a Serra do Mar começa a se afas-tar do litoral e o relevo começa a aplainar, aspraias vão se tornando mais extensas e a con-

O autor no litoral do Rio Grande do Norte.

Bloco na Juréia.

centração de monólitos começa a correr para ointerior.Algumas praias ainda abrigam blocos para aven-turas sob a areia, mas vai ser na região da capi-tal capixaba que o bicho vai voltar a pegar. EmVitória os melhores locais são as Pedras dosOlhos, da Ilha do Boi e do Penedo. Mas é navizinha Vila Velha que fica o Morro do Moreno,principal campo escola do Espírito Santo, commais de 45 vias, do 3º ao 9º. Croquis e infos:ace-es.org.br.

NordesteDa Bahia até o norte do Brasil existem raríssimasopções de escalada conhecidas no litoral, masvai saber... viajando pelo longo litoral nordestino,não deixe de levar as sapatas.Foi assim, de surpresa, que me deparei com al-guns belíssimos blocos de formação vulcânicapor entre as falésias do litoral potiguar. Um delespor sinal maravilhoso, com agarras e furos portodos os lados e ilimitadas possibilidades de as-censão, à beira mar e em um dos trechos maislindos do litoral brasileiro (mais precisamente naPraia do Amor, perto do vilarejo de Pipa). Apesarde assustar de início, devido à aterrissagensnada animadoras, aos poucos as agarras vãoinspirando confiança e demonstram que são bas-tante sólidas.Em Gaibú, município pernambucano de SantoAgostinho, também existem alguns blocos queoferecem boa diversão, assim como em algunstrechos do inexplorado litoral paraibano, comonas praias de Coqueirinho, Tambaba e outras daregião.Bom, a dica foi dada. Mais uma vez agradeçoaos meus patrôs - Solo, Goretex ,Windstopper eSnake.Até a próxima, valeu!

Mambucaba, RJ

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ALBERTO ORTENBLAD | SP

trekking

A LocalizaçãoA Pedra da Mitra é assim chamada por-que seu cume parece aquele barrete queos bispos usam na cabeça. Fica na re-gião mineira das Terras Altas, que con-grega grandes maciços como o AgulhasNegras, a Pedra da Mina e o Papagaio.Você chegará na Mitra do Bispo a partirde Itamonte, entrando a leste no senti-do de Alagoa. Itamonte fica em MinasGerais, próximo ao Circuito das Águas.Serão 400 km de Belo Horizonte e cer-ca de 250 km do Rio e São Paulo, sem-pre por asfalto. É a partir da estrada queliga a Via Dutra a esta cidade que seatinge o conhecido Parque Nacional deItatiaia.Mas seu destino será outro, pois vocêdeverá seguir no rumo de Alagoa. Estaé uma cidadezinha de 3 mil habitantes,

originada a partir do Ciclo da Minera-ção. Ela dista 40 km de Itamonte poruma razoável estrada de terra. O cami-nho é impressionante, pois sobe quasecontinuamente até o espigão, de ondevolta a descer para rapidamente chegarna vila.Ao entrar na cidade, você já estará ven-do o perfil agudo da Mitra, à direita docorpo maciço do Nogueira, chamado naregião pelo pitoresco nome de ManéÁrvore – não me pergunte porque, poisignoro a razão. Acredito que foi a proxi-midade da Mitra com o Nogueira que atornou tão volumosa à distância, quan-do a vi pela primeira vez, dos altos daSerra do Papagaio. A Mitra em si não éuma formação tão grande, embora sedistinga pelo desenho e altitude.Continue por uma estradinha na dire-ção da pedra, que por sinal vai paraSanto Antônio, suba uma pequena ser-

ra arborizada, passe pela bela parededa Pedra do Segredo à direita (quemsabe você não volta lá para subi-la?) epare o carro 9.5 km depois da cidade,ao lado de um barranco. Aqui começa-rá a sua caminhada.

A TrilhaA trilha da Mitra não é longa, apenascerca de 3.5 km. Entretanto, irá tomarquase 2 horas, pois a metade dela émuito íngreme. Calculo que você teráde vencer um desnível de algo como 800metros até a altitude de 2.149m docume. Este é um programa de pelomenos 6 horas, se você sair de eretornar para Itamonte. Mas talvez vocêprefira pousar em Alagoa.Suba o barranco à esquerda por umatrilha improvisada, até encontrar um ca-minho bem definido, que prossegue emdireção à parede sul da montanha. Em

pouco tempo, você terá uma bela visãoda Mitra, porém sem seu perfil pontia-gudo. A razão é que este acidente per-tence à face oeste da montanha.A trilha é curiosamente nítida, apesarde não parecer muito usada. Ela pros-segue basicamente num rumo nordes-te, alternando trechos de campoarbustivo com mata ciliar e floresta deencosta.Após 20 min você atravessará o únicocurso d´água do caminho e continuarápor um campo arbustivo por mais 30min, até entrar na floresta. Você perma-necerá nela por quase uma hora, comrampas cada vez mais inclinadas. Oconsolo é que esta trilha é preservada ebonita, recoberta de folhas em todo opercurso.O acesso à Mitra, entretanto, passa pormais 15 min de campo, pois o topo damontanha é coberto de vegetação

Era um belo dia de outono no sul de Minas e eu observava, do alto da Serra do Papa-gaio, o enorme vulto de uma montanha distante, que me diziam ser a Mitra do Bispo.Nos meses seguintes, procurei em vão saber dela, até que descobri sua localização.Este é o relato sobre a subida até seu cume e o esplêndido visual lá de cima.

BELAS PEDRAS (XXIV)

arbustiva. A rigor, o cume é meiodecepcionante, não passa de uma cla-reira cercada de árvores, aliás um belolocal para acampar. Existe uma trilhacircular que contorna todo o perímetrodo topo, vale a pena percorrê-la paraavistar uma parede rochosa.Mas a vista da Mitra é especial: o corporochoso do Agulhas é visível a sul e alonga formação do Papagaio encontra-se a norte.Muito à distância, é possível entrever ocontorno da Serra Fina. Entre estes,você poderá descortinar o perfil compac-to e distante da Serra da Careta e o vul-

to achatado do Garrafão (assunto do pró-ximo artigo), ponto culminante da região.A leste, existem interessantes formaçõesdispersas, como a Serra da Gomeira.

A RegiãoSe você não tiver que retornar a Itamonte,explore mais esta região. Ela é alta evazia, dotada de longos percursos e atra-vessada por grandes montanhas que sur-gem imponentes acima dos vales amplose abertos.Seus habitantes costumam percorrersuas cristas a cavalo, indo de Alagoa aoGamarra, do Papagaio ao Matutu ou aoCangalha.Eu me surpreendo algumas vezes comoé possível encontrar regiões isoladas tãoperto de lugares urbanizadas. Esta é umadelas: embora próxima dos asfaltos deItamonte e de Aiuruoca, a região deAlagoa parece docemente perdida nopassado, alienada do presente pelas ca-deias de montanhas à sua volta.

�No topo da Mitra do Bispo.�Face oeste.

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Mountain Voices é um informativobimestral de circulação dirigida aoexcursionismo brasileiro e patrocinadopelos anunciantes. Seu objetivo é fomentara pratica deste esporte no Brasil, em suasvárias modalidades: montanhismo, escala-da e espeleologia. Reprodução somentecom autorização dos autores, e desde quecitada a fonte. Não temos matérias pagas.Frizamos que o excursionismo expõe o pra-ticante a riscos, inclusive de morte, que esteassume deliberadamente. O uso de equi-pamento de segurança, bem como o acom-panhamento de guia especializado, se faznecessário, porém não elimina totalmenteo risco de acidentes.Editores: Eliseu Frechou, Vítor B. FrechouArtur B. Frechou e Jorge B. Frechou.Contatos: pela Cx.Postal 28, São Bentodo Sapucaí, SP, cep 12490-000. E-mail:[email protected]. Web site:www.mountainvoices.com.br. Agradecemosa todos os colaboradores deste número:patrocinadores, assinantes, e todas as pes-soas que nos escreveram enviando artigos,criticas e apoio.

Capa: Ralf Côrtes na Invasão dePrivacidade, Serra Caiada, RN Foto:Menger.

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