Interpretação de Exames Laboratoriais

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Interpretação de Exames Laboratoriais Luciane Cristina Feltrin de Oliveira

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Interpretação de Exames Laboratoriais. Luciane Cristina Feltrin de Oliveira. BASES PARA INTERPRETAÇÃO DE EXAMES DE LABORATÓRIO. - PowerPoint PPT Presentation

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Interpretação de Exames Laboratoriais

Luciane Cristina Feltrin de Oliveira

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BASES PARA INTERPRETAÇÃO DE EXAMES DE LABORATÓRIO

“As aparências para a mente são de quatro tipos. As coisas são o que parecem ser; ou não são, nem parecem ser; ou

são e não parecem ser; ou não são, mas parecem ser. Posicionar-se corretamente frente a todos esses casos é a

tarefa do homem sábio.”Epictetus, século II d.C.

Fletcher RH; Fletcher SW & Wagner EH. Epidemiologia Clínica: Elementos Essenciais. Porto Alegre, Artes Médicas, 3a Ed, 1996.Medronho R et al. Epidemiologia. São Paulo, Atheneu, 2002.Hulley SB et al. Pesquisa Clínica, Uma Abordagem Epidemiológica.Porto Alegre, Artmed, 2a. Ed., 2003.

Page 3: Interpretação de Exames Laboratoriais

Propósitos para aplicação de testes de auxílio diagnóstico

Detectar a presença de uma enfermidade; Definir sua gravidade; Predizer seu curso clínico e o prognóstico do

paciente; Descartar a presença de uma enfermidade

(“diagnosticar saúde”); Estimar tolerância e/ou potencial de resposta a

terapia suposta; Acompanhamento de eficácia terapêutica.

Page 4: Interpretação de Exames Laboratoriais

Fatores que interferem nos exames de laboratório Analíticos:

para mais

para menos

Fisiológicos: para mais:

stress e fumo, sobre a glicemia,

para menos: eritromicina, sobre a

glicose.

Precisa-se atentar para: dieta, exercício físico, stress, postura, momento da coleta, tabagismo, uso de álcool, medicamentos.

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Causas pré-analíticas de variações nos resultados de laboratório

Variações cronobiológicas; Posição corpórea; Atividade física; Dieta e jejum; Uso de medicamentos e drogas; Infusão de medicamentos, hidratação parenteral; Aplicação de torniquete; Hemólise; Lipemia, icterícia.

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Fatores que Podem Interferir na Interpretação dos Exames Laboratoriais

Fatores fisiológicos: Idade

Ex.: Aumento dos níveis de fosfatase alcalina em crinaça em relação a dultos;

Sexo Ex.: Níveis séricos de ácido úrico mais altos em

homens que em mulheres; Etnia

Ex.: Valores mais altos de creatina-fosfoquinase em homens afro-americanos do que em europeus.

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Fatores que Podem Interferir na Interpretação dos Exames Laboratoriais

Período do dia Ex.: Níveis séricos mais elevados de cortisol

pela manhã que à noite;

Refeições Ex.: Efeitos sobre a glicemia;

Posição do corpo Ex.: Mudança de postura e alterações de

valores diversos

Page 8: Interpretação de Exames Laboratoriais

Fatores que Podem Interferir na Interpretação dos Exames Laboratoriais

Efeitos dos medicamentos

Drogas que potencializam a Warfarina Sódica (aumentam o tempo de protrombina TP)

Drogas que diminuem a resposta à Warfarina sódica

(diminuem o tempo de protrombina TP)

Ácido Acetil Salicílico

Aztreonam

Cefalosporinas

Cimetidina

Clofibrato

Indometacina

Inibidores da MAO

Metronidazol

Sulfas

Antiácidos

Barbitúricos

Corticosteróides

Digitálicos

Diuréticos

Estrogênios

Haloperidol

Rifampicina

Griseofulvina

Page 9: Interpretação de Exames Laboratoriais

Fatores que Podem Interferir na Interpretação dos Exames Laboratoriais

Drogas que produzem trombocitopenia

Drogas que interferem na função plaquetária

Anti-histamínicos

Ácido Acetil salicílico

Amiodarona

Cefalotina

Cimetidina

Carbamazepina

Diazepam

Digitoxina

Etanol

Barbitúricos

Sulfas

Ácido Acetil salicílico

Paracetamol

Ampicilina

Anti-histamínicos

Atropina

Cocaína

Etanol

Furosemida

Gentamicina

Clofibrato

Heparina

Drogas que afetam plaquetas

Page 10: Interpretação de Exames Laboratoriais

Fatores que Podem Interferir na Interpretação dos Exames Laboratoriais

Efeitos dos procedimentos de trabalhos hospitalares: Administração de líquidos intravenosos no

momento da coleta da amostra; Efeitos da desidratação; Efeitos do uso de heparina; Coleta de material feita de maneira inadequada

– contaminação de amostras;

Page 11: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exames Hematológicos Básicos e Classificação das Anemias

Luciane Cristina Feltrin de Oliveira

Page 12: Interpretação de Exames Laboratoriais

Hematologia

Ênfase em três elementos celulares do sangue: Eritrócitos (hemácias); leucócitos e plaquetas; Hemoglobina (HB): proteína contida nos

eritrócitos que transporta oxigênio; Quantidade de HB por 100mL de sangue – índice de

capacidade de transporte de O2 no sangue. Valores normais: mulheres – 12-16g/dL;

homens – 13-18g/dL;

crianças – 11,5–14,5g/dL.

Page 13: Interpretação de Exames Laboratoriais

Alterações de Hemoglobina que não são causadas por perda de sangue

Aumento Fumantes inveterados; Desidratação;

Diminuição: Criança; Mudança de posição em decúbito para a posição ereta; Gravidez; Variação diurna; Afro-descendentes; Sexo feminino; Líquidos intravenosos.

Page 14: Interpretação de Exames Laboratoriais

Hematócrito e Volume Corpuscular Médio

Hematócrito: percentagem de massa de eritrócitos em relação ao volume original de sangue; Valores normais: mulheres – 36-48%;

homens – 39-54%; crianças – 35-37,5%.

VCM: utiliza o efeito do tamanho dos eritrócitos sobre o hematócrito Aumento do tamanho médio dos eritrócitos – aumento

do hematócrito; Valor do hematócrito/contagem de eritrócitos; Valores normais: mulheres e homens – 80-98;

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Causas de Aumento do VCM (Macrocitose)

Comuns: Deficiência de folato ou vitamina B12; Hepatopatia crônica; Alcoolismo crônico; Quimioterapia citotóxica; Síndromes mielodisplásicas;

Menos comuns: Leucemia crônica/mielofibrose; Doença renal crônica;

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Concentração de Hemoglobina Corpuscular (CHCM)

Representa a concentração média de hemoglobina no eritrócito;

Depende da relação entre a quantidade de hemoglobina e o volume de eritrócitos (Hb/Hct);

Valores de referência: 32-36% (métodos manuais) e 31-37% (equipamento);

CHCM diminuída: Deficiência crônica de ferro; Anemia sideroblástica.

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Contagem de Reticulócitos

Reticulócitos ocupam posição intermediária entre os eritroblastos da medula óssea e os eritrócitos maduros;

Índice de produção de eritrócitos maduros pela medula óssea (atividade da medula óssea);

Contagem de reticulócitos – índices normais: 0,5-1,5%

Aumento no nº de reticulócitos – maior liberação de eritrócitos no sangue em resposta a determinado estímulo;

Page 18: Interpretação de Exames Laboratoriais

Causas mais Comuns de Reticulocitose

Anemia hemolítica;

Sangramento agudo;

Após tratamento de deficiência de vitamina B12/folato/ferro;

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Contagem de Leucócitos

Leucócitos 1-3 anos: 6.000-12.000/mm3

4-12 anos: 4.500-11.000/mm3

Adultos: 4.000-10.000/mm3;

Leucocitose neonatal 18.000- 22.000 ao nascer até 3 dias, cai

abruptamente no quarto dia de nascido;

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Tipos de Leucocitoses

Leucocitose neutrofílica Frequente em infecções bacterianas, porém

ausente em 15-30% dos casos (neutrófilos e bastonetes);

Infecções virais – contagens normais ou leucopenia;

Destruição tecidual: abcessos, queimaduras, hemorragia, infarto, cirrose, cirurgia;

Estados metabólicos tóxicos: uremia, acidose diabética, crises de gota;

Drogas e substâncias químicas: esteróides, adrenalina, carbonato de lítio, chumbo;

Valores normais neutrófilos: 40-75%;

Page 21: Interpretação de Exames Laboratoriais

Leucocitose

Monocitose: Endocardite bacteriana subaguga; Tuberculose disseminada; Leucemias; Anemias hemolíticas; Linfomas; Doenças reumatóies; Febre tifóide.

Valores normais: 2-10%

Page 22: Interpretação de Exames Laboratoriais

Leucocitose

Eosinofilia Parasitoses; Crises agudas de alergia; Dermatoses extensas e crônicas; Certas infecções bacterianas: escarlatina e brucelose;

Valores normais: 1-6% Basofilia

Leucemia mielógena crônica; Valores normais: 0-3%

Page 23: Interpretação de Exames Laboratoriais

Leucocitose

Reação leucemóide: Contagem leucocitária não-leucêmica superior

a 50.000/mm3

Infecções bacterianas graves; Estados tóxicos graves: queimaduras, necrose

tecidual; Anemia hemolítica grave; Perda aguda e grave de sangue; Artrite reumatóide juvenil.

Page 24: Interpretação de Exames Laboratoriais

Linfocitose

Infecção viral;Linfocitose verdadeira com leucocitose:

coqueluche, leucemia linfocítica, linfocitose infecciosa, agranulocitose induzida por medicamentos;

Page 25: Interpretação de Exames Laboratoriais

Neutropenia

Contagem de leucócitos inferior a 4.000/mm3;

Anemia megaloblástica, anemia aplásica, leucemia aguda, hiperesplenismo de etiologia diversa, induzida por drogas, infecções como febre tifóide, septicemia

Page 26: Interpretação de Exames Laboratoriais

Avaliação do Paciente com Anemia

Histórico clínico;Exame físico completo;Sequência lógica de exames laboratoriais

Page 27: Interpretação de Exames Laboratoriais

Avaliação do Paciente com Anemia

Eritrócitos microcíticos – excluir cuidadosamente a possibilidade de perda crônica de sangue;

Eritrócitos macrocíticos – considerar a possibilidade de anemia megaloblástica ou de retuculocitose em consequência de sangramento agudo;

Presença de eritroblastos – substituição de medula óssea ou eritropoese medular acentuada comum nas anemias hemolíticas;

Page 28: Interpretação de Exames Laboratoriais

Avaliação do Paciente com Anemia

Presença de macrócitos – produzidos por reticulocitose, mas associados com anemia megaloblástica, uremia, alcoolismo ou hipertireoidismo;

Células falciformes – anemia falciforme;

Page 29: Interpretação de Exames Laboratoriais

Causas Comuns de Anemia de Acordo com a Morfologia dos Eritrócitos

Microcítica e hipocrômica: Deficiência crônica de ferro; Talassemia;

Microcítica e normocrômica: Alguns casos de doenças sistêmicas crônicas

Page 30: Interpretação de Exames Laboratoriais

Causas Comuns de Anemia de Acordo com a Morfologia dos Eritrócitos

Normocítica e hipocrômica: Alguns casos de doenças sistêmicas; Muitos casos de intoxicação por chumbo;

Normocítica e normocrômica: Alguns casos de doenças sistêmicas; Casos associados a doença hipofisária, tireóide ou supra-

renal; Perda aguda de sangue; Anemia hemolítica; Substituição ou hipoplasia da medula óssea; Anemia dos corredores de longa distância.

Page 31: Interpretação de Exames Laboratoriais

Causas Comuns de Anemia de Acordo com a Morfologia dos Eritrócitos

Macrocítica e normocrômica: Deficiência ou má-absorção de vitamina B12 ou ácido

fólico; Alcoolismo crônico; Reticulocitose; Alguns casos de hepatopatias crônicas e de

hipotireoidismo; Síndromes de mielodisplasia/anemia aplástica induzida

por drogas.

Page 32: Interpretação de Exames Laboratoriais

Anemias por Deficiência de Fatores

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Ferro

Hemoglobina – 70% do ferro corporal; Ingestão média de ferro/dia: 10mg/dia – 10%

são absorvidos; Perdas de ferro/dia:

1mg/dia (mulheres e homens); 2mg/dia (mulheres (no ciclo menstrual);

Ingestão: férrico; Absorção: ferroso (duodeno e jejuno, melhor em

jejum); Transporte no sangue: transferrina; Armazenamento: ferritina e hemosiderina;

Page 34: Interpretação de Exames Laboratoriais

Deficiência de Ferro

Ingestão insuficiente;

Ferro indisponível para eritropoese apesar de quantidades adequadas de ferro corporal;

Perda aumentada de ferro corporal (perda sanguínea)

Page 35: Interpretação de Exames Laboratoriais

Deficiência Crônica de Ferro

Lactentes: Peso ao nascer; Tipo de leite oferecido; Tempo de alimentação com leite;

Período Menstrual: Ingestão insuficiente de ferro; 5% das adolescentes brancas sadias

apresentam anemia ferropriva crônica.

Page 36: Interpretação de Exames Laboratoriais

Deficiência Crônica de Ferro

Gravidez: Utilização do ferro materno pelo feto; Deficiência anterior por sangramento menstrual

ou múltiplas gestações;

Alcoólatras crônicas: 50%;

Anemia megaloblástica: 20-40%;

Page 37: Interpretação de Exames Laboratoriais

Sangramento Crônico

Esforço contínuo da medula óssea para restaurar o nível sanguíneo de hemoglobina;

Anemia microcítica hipocrômica;Mulheres: menstruação;Homens: sangramento GI – úlcera péptica

ou carcinoma; Pesquisa de sangue oculto nas fezes.

Page 38: Interpretação de Exames Laboratoriais

Sequência de anormalidades Laboratoriaisna Evolução da Deficiência Crônica de Ferro

Alterações pré-clínicas precoces; Balanço negativo de ferro; Diminuição da hemossiderina da medula óssea; Diminuição da ferritina sérica;

Alterações pré-clínicas tardias: Aumento da capacidade total de fixação de ferro; Diminuição do ferro sérico.

Page 39: Interpretação de Exames Laboratoriais

Sequência de anormalidades Laboratoriaisna Evolução da Deficiência Crônica de Ferro

Alterações relativamente tardias:

Microcitose eritrocítica;

Hipocromia eritrocítica;

Anemia.

Page 40: Interpretação de Exames Laboratoriais

Indicações Laboratoriais de Deficiência de Ferro

1ª - Alterações dos níveis de ferro sérico;

2ª Hipocromia e microcitose – manifestações tardias;

Com o tratamento os resultados normalizam-se na sequência inversa.

Page 41: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exames Laboratoriais para a Deficiência de Ferro

Volume corpuscular médio (VCM): apresenta-se diminuído, abaixo dos limites inferiores de referência; Nem todos os pacientes possuem índices alterados;

Contagem de reticulócitos: normal na anemia ferropriva crônica não complicada;

Ferro Sérico: queda durante o período que transcorre entre a depleção das reservas teciduais do elemento e o desenvolvimento de anemia. 10-15% dos pacientes - o ferro sérico permanece

dentro do limite inferior de referência.

Page 42: Interpretação de Exames Laboratoriais

Diagnóstico de Deficiência de Ferro

Níveis séricos de ferro + CTFF Doença crônica

Níveis séricos de ferro + CTFF normais ou altos

Deficiência de ferro

Níveis séricos de ferro + ST% Talassemia menor

CTFF – capacidade total de fixação de ferroST – saturação de transferrina

Page 43: Interpretação de Exames Laboratoriais

Deficiência de Vitamina B12

Necessária para a síntese adequada do DNA: Metabolismo do ácido fólico; Ação do pH do estômago – liberação das proteínas de

ligação; Absorção – íleo com a ajuda do fator intrínseco (FI); Deficiência:

Incapacidade de absorção: deficiência de fator intrínseco (anemia perniciosa);

Incapacidade de liberar a vitamina das proteínas; Lesão da mucosa ileal.

Dosagem de vitamina B12 no soro.

Page 44: Interpretação de Exames Laboratoriais

Deficiência de Vitamina B12

Anemia megaloblástica – aumento dos precursores eritróides da medula óssea:

Alterações em eritrócitos, leucócitos e plaquetas;

VCM aumentado quase sempre;

Page 45: Interpretação de Exames Laboratoriais

Anemia Perniciosa

Pacientes com lesões anatômicas específicas + deficiência de FI;

Anemia macrocítica e alterações megaloblásticas na medula óssea;

Alterações medulares: redução de células circulantes;

Page 46: Interpretação de Exames Laboratoriais

Deficiência de Ácido Fólico

Necessário para a síntese de bases nitrogenadas – precursores do DNA; Anemia megaloblástica; Deficiência dietética: alcoolismo crônico; Mal-absorção – doença primária do intestino

delgado; Uso de fármacos específicos;

Determinação de folato sérico;

Page 47: Interpretação de Exames Laboratoriais

Anemia por Defeito de Produção

Page 48: Interpretação de Exames Laboratoriais

Medula Óssea Hipoplásica

Exame da medula óssea – confirmatório; Substituição da medula por fibrose; Substituição da medula por neoplasia; Anemia aplásica:

Normalmente normocítica e normocrômica; Pancitopenia (diminuição de eritrócitos, leucócitos e

plaquetas); Nenhuma anormalidade citológica da medula; Induzida por drogas citotóxicas, produtos químicos,

radiação;

Page 49: Interpretação de Exames Laboratoriais

Medicamentos que podem causar Aplasia medular

Pancitopenia: cloranfenicol, fenilbutazona, indometacina, agentes leucêmicos;

Leucopenia: clorpromazina, fenilbutazona, agentes antileucêmicos, sulfonamidas;

Trombocitopenia: quinidina, sulfoniluréias, clorotiazida.

Page 50: Interpretação de Exames Laboratoriais

Anemia Associada a Doenças Sistêmicas

Doença renal crônica: Anemia de grau moderado; Frequente: níveis sanguíneos de uréia duas

vezes o valor de referência;Anemias por neoplasias

Redução da sobrevida de eritrócitos + produção medular diminuída + perda sanguínea + metástases medulares.

Page 51: Interpretação de Exames Laboratoriais

Anemia Associada a Doenças Sistêmicas

Anemia x Infecções: Leve a moderada – redução da taxa de eritropoese,

ligeira redução do tempo de vida dos eritrócitos e incapacidade de utilizar normalmente o ferro;

Doenças reumatóides: Anemia normocítica de grau leve a moderada; Redução da taxa de eritropoese associada a ligeira

redução do tempo de vida dos eritrócitos.

Page 52: Interpretação de Exames Laboratoriais

Anemia Associada a Doenças Sistêmicas

Hepatopatia crônica Macrocítica – lesão hepática crônica grave; Megaloblástica: baixa incidência – associada

à deficiência de folatos; Sangramento GI;

Page 53: Interpretação de Exames Laboratoriais

Anemia por Depleção ou Perda

Page 54: Interpretação de Exames Laboratoriais

Perda anormal de eritrócitos da circulação;

Destruição anormal dos eritrócitos na circulação: Anemia hemolítica

Page 55: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exames para Triagem de Anemias HemolíticasContagem de reticulócitos:

Quase sempre elevada na anemia hemolítica ativa moderada a grave

Lactato desidrogenase (LDH-1): Hemólise de eritrócitos libera a LDH-1; Teste de triagem bastante sensível para anemia

hemolítica;Hemoglobina livre no plasma ou na urina:

Detecção de hemoglobina livre quando a capacidade de ligação das proteínas plasmáticas à hemoglobina livre se esgotou

Page 56: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exames para Triagem de Anemias Hemolíticas

Teste de Coombs Direto: Útil em suspeitas de processo hemolítico; Detecta uma ampla variedade de isoanticorpos

e auto-anticorpos que se fixam aos eritrócitos do paciente;

Bilirrubina não conjugada (indireta) sérica: Elevada na crise hemolítica (hemólise)

Page 57: Interpretação de Exames Laboratoriais

Anemias Hemolíticas

Causadas primariamente por defeitos intracorpusculares: Anormalidades na

estrutura da hemoglobina Anemia falciforme Geneticamente

transmistida; Homozigotos – anemia

falciforme; Heterozigotos – caráter

falciforme; Comum em afro-

americanos

Caráter falciforme – 8% Anemia falciforme – 1%

Exames: Falcização dos eritrócitos; Imunoensaio; Eletroforese de

hemoglobina; Pacientes SS –

visualização de células falciformes no sangue periférico (esfregaço);

Page 58: Interpretação de Exames Laboratoriais

Hemoglobina S – Eritrócitos em Forma de Foice

Page 59: Interpretação de Exames Laboratoriais

Hemoglobina C

Gene presente em 3% dos afro-descendentes;

Herança genética;Homozigótica ou heterozigótica;Doença pouco comum;Diagnóstico: eletroforese de hemoglobina

Page 60: Interpretação de Exames Laboratoriais

Anormalidades da Síntese de Hemoglobina

Talassemia Talassemia maior – homozigoto – alteração nas duas

cadeias polipeptídicas beta ; Manifestações clínicas graves e muitas vezes fatais; Talassemia menor – heterozigoto – alteração de

apenas uma cadeia beta; Diagnóstico:

Hipocromia acentuada; Eletroforese;

Page 61: Interpretação de Exames Laboratoriais

Reticulócitosaumentados

Medual ÓsseaMegaloblástica

Deficiência de vit. B12 ou folatoDistúrbios da síntese de DNAHereditáriaMedicamentosa

HipotireoidismoMedula hipoplásicaDoença hepática

Sim

Não

Não

Anemia

VCM>94CHCM>31

Macrocítica

VCM<80CHCM<31

HipocrômicaMicrocítica

Ferro sérico baixo/ausente

Anemia ferroprivaAnemia por doençacrônica

Sim

Não

TalassemiaHemoglobinopatias

Doença crônicaChumbo

Page 62: Interpretação de Exames Laboratoriais

Anemia

VCM =82-92CHCM > 30Normocítica

Normocrômica

MedulaÓssea

NormalDeficiência precoce de ferroDoença crônicaInsuficiência renalDoença hepática

AnormalLeucemiaMielomaMetásteses

Não

Teste de Coombs

Positivo

Anemia HemolíticaAuto-imune

Reticulócitos Aumentados

Page 63: Interpretação de Exames Laboratoriais

Negativo

Esfregaço de Sangue Periférico

Normal Anormal

Hemorragia préviaHemólise préviaDeficiência de B12 ou folato tratada

Eletroforese de hemoglobina

Normal Anormal

TalassemiaHemoglobinopatias

Page 64: Interpretação de Exames Laboratoriais

Determinações do Equilíbrio Ácido-Base

Luciane Cristina Feltrin de Oliveira

Page 65: Interpretação de Exames Laboratoriais

pH

Sangue: 7,4 Faixa de referência: 7,35-7,45

Valores de pH fora da faixa de 6,8-7,8 são incompatíveis com a vida

Tampões: substâncias que controlam o teor de íons de hidrogênio, se ligam a estes íons sem alterar o pH do meio; Hemoglobina, proteínas plasmáticas,

fosfatos e sistema bicarbonato-ácido carbônico.

Page 66: Interpretação de Exames Laboratoriais

O sistema Bicarbonato Ácido- Carbônico

Mais abundante; Pode ser controlado pelos pulmões e rins;

CO2 + H2O H2CO3;

O CO2 produzido no metabolismo celular difunde-se para dentro dos eritrócitos:

A enzima anidrase carbônica catalisa a sua hidratação; O H2CO3 formado dissocia-se rapidamente a bicarbonato

HCO3-

A maior parte do CO2 original é transportado no sangue na forma de bicarbonato.

Page 67: Interpretação de Exames Laboratoriais

O sistema Bicarbonato Ácido -Carbônico

Rim – principal regulador da produção de HCO3-

Dispõe de vários mecanismo para excretar íons hidrogênio:

Conversão de fosfato monoácido em fosfato diácido; Formação de amônia através da desaminação de

aminoácidos e união do NH3 com íons H+ formando NH4+;

Formação de HCO3- nas células tubulares renais

Pulmões controlam a excreção de CO2:

Transformam o H2CO3 em CO2 + H2O, eliminando o CO2 através da expiração.

Page 68: Interpretação de Exames Laboratoriais

pH Plasmático

Desequilíbrios no sistema tampão levam: Aumento do pH – alcalose metabólica; Diminuição do pH – acidose metabólica

Acidose Metabólica: Acidose por ganho de ácido:

Administração direta – consumo de medicamentos como salicilatos em excesso;

Formação excessiva de ácido metabólico – observada na cetoacidose diabética, inanição ou desidratação – resultante da utilização de lipídeos e proteínas corporais para a produção de energia – formação de corpos cetônicos e vários ácidos metabólicos.

Page 69: Interpretação de Exames Laboratoriais

pH Plasmático

Acidose Respiratória Produzida por qualquer condição capaz de

produzir retenção pulmonar de CO2; Paralisia dos músculos respiratórios, depressão

central respiratória, doença pulmonar primária (fibrose ou enfisema), ICC.

Page 70: Interpretação de Exames Laboratoriais

pH Plasmático

Alcalose Metabólica: Adminsitração de álcali – administrações de altas

concentrações de bicarbonato de sódio; Por perda de ácido: resultante de vômitos intensos e

prolongados – perda de HCl gástrico;

Alcalose hipocalêmica: Perda excessiva de íons K+ pelos rins – uso exagerado

de alguns diuréticos: K+ maior quantidade no líquido intracelular; Na+ e H+ maior quantidade no líquido extracelular.

Page 71: Interpretação de Exames Laboratoriais

pH Plasmático

Alcalose Respiratória Ocorre quando o mecanismo respiratório

elimina mais CO2 do que normalmente o faz devido á estimulação do centro respiratório:

Síndrome de hiperventilação causada por ansiedade, febre alta e estimulação direta do centro respiratório por drogas;

Movimentos respiratórios aumentados e mais profundos;

Page 72: Interpretação de Exames Laboratoriais

Determinações Laboratoriais do pH e do Dióxido de Carbono Determinações de pH;

Poder de combinação do dióxido de carbono;

Teor de dióxido de carbono;

Pressão parcial de dióxido de carbono: Fornece informações sobre a troca de gases nos alvéolos

(ventilação): PCO2 elevada – ventilação pulmonar insuficiente; PCO2 baixa – hiperventilação alveolar.

Page 73: Interpretação de Exames Laboratoriais

Interpretação dos Dados do Equilíbrio Ácido-Base

PCO2 diminuída:

Alcalose respiratória – hiperventilação; Casos agudos pH aumentado;

Acidose metabólica: pH diminuído

Page 74: Interpretação de Exames Laboratoriais

Interpretação dos Dados do Equilíbrio Ácido-Base

PCO2 aumentada:

Acidose respiratória – hipoventilação Casos não compensados – pH diminuído;

Alcalose metabólica – pH aumentado nos casos parcialmente compensados

Page 75: Interpretação de Exames Laboratoriais

Diagnósticos Complexos

Paciente com acidose diabética (metabólica) + doença pulmonar crônica (acidose respiratória): Importante decidir qual o distúrbio clínico grave

do paciente: Ex.: insuficiência renal, acidose diabética, doença

pulmonar crônica; Definir outros distúrbios capazes de alterar o

equilíbrio ácido-base: Vômitos, terapia diurética, choque.

Page 76: Interpretação de Exames Laboratoriais

Estudos do Oxigênio Sanguíneo

Gasometria: amostras de sangue arterial para determinar o oxigênio sanguíneo;

Faixas relacionadas com a idade: Menores de 60 anos: 80-95mmHg (ar

ambiente); Acima de 60 anos: subtrai-se do limite inferir da

faixa de referência 1mmHg por ano.

Page 77: Interpretação de Exames Laboratoriais

Determinações de PO2

Determinações através de punção do sangue arterial: Uso de eletrodos de PO2;

Determinação não envasiva através de eletrodos transcutâneos: Temperatura em torno dos 44°C – necessidade

de mudar o local a cada 4 horas.

Page 78: Interpretação de Exames Laboratoriais

Lactato Sanguíneo

Condições de oxigenação adequadas – glicólise aeróbia;

Hipóxia tecidual – metabolismo anaeróbio da glicose – formação de lactato;

Revela a consequência metabólica da hipóxia tecidual;

Faixa de referência de lactato sanguíneo: 0,5-1,5mEq/L; Hiperlactatemia: 2,0-5,0mEq/L

Page 79: Interpretação de Exames Laboratoriais

Eletrólitos do Soro e Desnutrição Protéico-

calórica

Page 80: Interpretação de Exames Laboratoriais

Situações que Provocam Hiponatremia

Sódio – cátion mais importante e mais abundante do organismo

Depleção de sódio e de água: Perda de secreções GI: vômito, diarréia, drenagem

com sonda; Perda da pele: sudorese e queimaduras; Perda renal: diuréticos, insuficiência renal crônica

com acidose; Perda metabólica: inanição com acidose, acidose

diabética.

Page 81: Interpretação de Exames Laboratoriais

Situações que Provocam Hiponatremia

Água excessiva: Administração excessiva de água; Insuficiência cardíaca congestiva; Cirrose; Síndrome nefrótica; Hipoalbuminemia; Insuficiência renal aguda com oligúria.

Page 82: Interpretação de Exames Laboratoriais

Situações que Provocam Hiponatremia

Síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético;

Perda intracelular (síndrome do reajuste osmótico)

Page 83: Interpretação de Exames Laboratoriais

Situações que Provocam Hipernatremia

Desidratação: Ingestão insuficiente de água; Débito renal excessivo de água; Débito excessivo de água pela pele; Débito excessivo pelo TGI; Superdosagem acidental de sódio; Alimentações com alto teor protéico por

sondas.

Page 84: Interpretação de Exames Laboratoriais

Determinações de Sódio

Sódio plasmático; Se baixo: descartar hemodiluição.

Sódio urinário: Excreção baixa na hiponatremia - <20mEq/L: sugere

perda de sódio não renal, síndrome do reajuste osmótico;

Excreção alta - Perda excessiva – sugere insuficiência renal aguda ou crônica, efeito de diuréticos, deficiência de hormônio antidiurético.

Page 85: Interpretação de Exames Laboratoriais

Determinações de Sódio

Osmolaridade do soro e da urina Refere-se à medida do número de partículas

osmoticamente ativas numa solução: Depende da quantidade de soluto e de solvente: Valores normais: 275-300mOsm/L; Aumento da osmolaridade sérica:desidratação,

diabetes insipidus, privação de água;

Page 86: Interpretação de Exames Laboratoriais

Determinação das causas da Hiponatremia

Hiponatremia secundária à hemodiluição

exógena, devido a administração de

excesso de líquido deficiente

em sódio

Hiponatremia secundária à hemodiluição endógena na

cirrose, síndrome nefrótica ou ICC

Hiponatremia devido à perda de sódio por causas não

renais (pele ou TGI)

Hiponatremia devido à perda de sódio pelos rins (diuréitos, insuficiência

renal)

Osmolaridade sérica, urinária e o

nível urinário de sódio estão baixos

Osmolaridade sérica diminuída,

concentração urinária de sódio

baixa

Osmolaridade sérica diminuída

devida à desidratação

Concentração urinária de sódio baixa

Osmolaridade do soro baixa;

Concentração de sódio urinária alta

Page 87: Interpretação de Exames Laboratoriais

Dosagens de PotássioSituações Clínicas Comumente Associadas à Hipocalemia

Ingestão inadequada; Infusão intravenosa de líquidos isentos de

potássio; Perda renal (diuréticos) Perda GI; Traumatismo grave; Cirrose

Níveis normais de potássio no soro: 0,4-0,5mEq/L;

Page 88: Interpretação de Exames Laboratoriais

Situações Clínicas Comumente Associadas à Hipercalemia

Insuficiência renal;

Administração parenteral excessiva;.

Terapia com espironolactona.;

Hipoaldosteronismo;

Importante é a determinação do potássio urinário para diferenciar a etiologia da hipocalemia

Page 89: Interpretação de Exames Laboratoriais

Determinação de distúrbios do Cálcio

Etiologias relacionadas à hipercalemia: Neoplasia óssea primária; Tumores sólidos; Hiperparatireoidismo; Desidratação.

Sintomas atribuíveis a hipercalemia: vômitos, constipação, polidipsia, poliúria e confusão mental

Determinação do cálcio sérico – limites variáveis segundo o método e o fabricante do Kit – Variam entre 8,7-10,8mg/100mL

Page 90: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exames de Função Renal

Page 91: Interpretação de Exames Laboratoriais

Filtração Glomerular

Fluxo sangüíneo renal Em média, 1.200 mL de sangue / min. Finamente regulado pelo sistema renina-angiotensina. Formam-se, em média, 120 mL de filtrado / min.

O filtrado glomerular Filtrado sangüíneo desprovido de células e proteínas

com PM > 66.000 d.

Page 92: Interpretação de Exames Laboratoriais

Mecanismos Reguladores da Pressão Hidrostática Glomerular: Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona

Redução da pressãosangüínea

Secreção derenina

Angiotensinogênio

Angiotensina I

Angiotensina II

ECA

Vasoconstriçãoda arteríola eferente

Secreção dealdosterona

Reabsorção de sódio esecreção de potássio notúbulo contornado distal

Page 93: Interpretação de Exames Laboratoriais

Secreção Tubular, Fundamental à Manutenção do Equilíbrio Ácido-Base

Excreção do excedente ácido: Metabolismo oxidativo e digestão.

Reabsorção de bicarbonato.

Page 94: Interpretação de Exames Laboratoriais

Doenças Renais

Glomerulonefrite aguda: Reação de hipersensibilidade geralmente associada à

presença de infecção – microorganismo mais comum Streptococus beta-hemolítico do grupo A;

Características: hematúria macroscópica e edema periférico.

Síndrome Nefrótica Critérios para diagnóstico:

Proteinúria (> 3,5g/24horas); Edema; Hipoalbuminemia

Page 95: Interpretação de Exames Laboratoriais

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO RENAL

Page 96: Interpretação de Exames Laboratoriais

Substâncias NitrogenadasNão Protéicas

Uréia, Creatinina, Ácido úrico.

Indicadores séricos da função renal: Baixa sensibilidade diagnóstica:

Alteram-se após comprometimento de ~50% da capacidade renal;

Diagnóstico e acompanhamento das doenças renais.

Page 97: Interpretação de Exames Laboratoriais

Provas de Função renal

Provas de função glomerular;

Provas que refletem lesão glomerular ou tubular grave;

Provas de função tubular.

Page 98: Interpretação de Exames Laboratoriais

Provas de Função Glomerular

Provas de depuração (Clearance): Depende:

Concentração plasmática; Taxa de excreção (taxa de filtração glomerular); Fluxo plasmático renal.

Estima o grau de lesão glomerular de leve a moderada: D = U.V/P U = concentração urinária da substância depurada; V = taxa de fluxo urinário (ml/min); P = concentração plasmática da substância depurada

(mg/100mL),

Page 99: Interpretação de Exames Laboratoriais

Testes de Clearance - FG

Volume de plasma do qual uma quantidade medida da substância índice foi completamente eliminada na urina, em uma unidade de tempo.

Clearance = ( [U] / [P] ) x mL/min.

Page 100: Interpretação de Exames Laboratoriais

Provas de Função Glomerular

Depuração de creatinina Níveis sanguíneos relativamente estáveis; Melhor estimativa de filtração glomerular; Limítes estabelecidos para adultos jovens (90-

120ml/min): Com a idade a depuração diminui – 4ml/min a cada

década após os 20 anos.

Page 101: Interpretação de Exames Laboratoriais

Creatinina

Produto da desidratação espontânea da creatina ou creatina fosfato muscular: 2% ao dia, quase constante no dia a dia.

Excretada exclusivamente por via renal. Excreção proporcional à massa muscular. Menos interferentes que a uréia. V.R.: 0,4 a 1,3 mg/dL.

Page 102: Interpretação de Exames Laboratoriais

Clearance de Creatinina

Cumprimento do protocolo de coleta. Excreção renal influenciada pela massa

corporal: Superfície corporal média = 1,73 m2.

C.C. = ([U] / [P]) x mL/min. x (1,73 / SC)C.C. = mL / min. / 1,73 m2

Quanto maior a massa muscular – maior é a depuração;

Grandes ingestas de carne – aumento do nível sérico de creatinina;

Page 103: Interpretação de Exames Laboratoriais

Usos Diagnósticos da Depuração de Creatinina

Glomerulonefrite aguda: Acompanhamento e evolução clínica; Parâmetro para resposta terapêutica;

Para demonstrar a presença de doença glomerular aguda;

Como medida de funcionamento global dos rins;

Page 104: Interpretação de Exames Laboratoriais

Uréia

Produto final do catabolismo de AAs, sintetizada no fígado - ciclo da uréia.

Níveis séricos, interferências: Ingestão protéica; Hemorragias gastrointestinais; Alterações do metabolismo protéico; Estado de hidratação.

Clearance de uréia: Valores de referência: 15 a 45 mg/dL.

Page 105: Interpretação de Exames Laboratoriais

Provas que Refletem Lesão Glomerular Grave, Lesão Tubular ou Ambas

Nitrogênio uréico do sangue (Uremia): Uremia:

Quantidade excessiva de uréia apresentada aos rins;

Diminuição do fluxo sanguíneo renal; Presença de doença renal intrínseca; Obstrução urinária;

Níveis de uréia diminuídos: Hepatopatia grave.

Page 106: Interpretação de Exames Laboratoriais

Uremia Pré-Renal

Choque traumático; Choque hemorrágico; Desidratação grave ou perda de eletrólitos; Discompensação cardíaca aguda; Infecções maciças ou toxemia; Ingestão excessiva de proteínas ou degradação

protéica extensa: Índice Uréia/Creat. > 40/1;

Page 107: Interpretação de Exames Laboratoriais

Uremia Renal

Doença renal bilateral difusa ou crônica ou doença renal bilateral;

Necrose tubular aguda;

Lesão aglomerular agua grave.

Índice Uréia/Creat. < 20/1;

Page 108: Interpretação de Exames Laboratoriais

Uremia pós-renal

Obstrução uretral, cálculos, compressão externa, tumores pélvicos;

Tumores da bexiga, defeitos congênitos da bexiga;

Obstrução prostática.

Índice Uréia/Creat. < 20/1;

Page 109: Interpretação de Exames Laboratoriais

Etiologia da Uremia pré-renal

Uremia devido a excesso de proteínas: Alimentação por sonda com alto teor de

proteínas, hemorragia do trato digestivo, dieta pobre em calorias, terapia com corticosteróides;

Redução do fluxo sanguíneo: Déficit do volume sanguíneo, incapacidade

cardíaca de bombear sangue

Page 110: Interpretação de Exames Laboratoriais

Medida do sódio urinário: Hipernatriúria - ineficiência da concentração

tubular: necrose tubular aguda. Uremia pré-renal:

função tubular preservada; excreção de sódio normal ou diminuída.

Pode haver interferência do estado hídrico do paciente.

Avaliação Laboratorial da Capacidade de Concentração Tubular

Page 111: Interpretação de Exames Laboratoriais

Ácido Úrico

Produto do metabolismo oxidativo das bases púricas.

75% excreção urinária. Insuficiência renal Hiperuricemia. Baixa especificidade e sensibilidade diagnóstica.

V.R.: Homens: 2,5 a 7,0 mg/dL;

Mulheres: 1,5 a 6,0 mg/dL.

Page 112: Interpretação de Exames Laboratoriais

Uricemia, Baixas Sensibilidade e Especificidade Diagnósticas para Insuficiência Renal

Hiperuricemia com deposição tissular de cristais.

Artrite e nefrolitíase recorrente.Classificação:

Primária ou constitucional; Secundária:

hiperatividade celular, síndrome urêmica renal.

Page 113: Interpretação de Exames Laboratoriais

Presença de Oligúria

Volume normal de urina adulto: 500-1600mL/24hs;

Oligúria: Volumes inferiores a 400mL/24horas

Page 114: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exame de Urina

pH – Normal: 5-6: Superior a 6 – alcalose;

Densidade: Parâmetro de função tubular renal; Doenças que provocam incapacidade de

concentrar a urina: diabetes insipidus;

Page 115: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exame de Urina

Proteínas Albumina - principal componente da proteinúria;

Proteinúria funcional: Não associada a lesão renal ou sistêmica:

Esforço muscular intenso; Gravidez; Proteinúria ortostática – congestão renal dependente da

posição do paciente;

Page 116: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exame de Urina

Proteinúria Orgânica: Associada a doença sistêmica ou a alguma

patologia renal demonstrável: Proteinúria pré-renal: não causada por doença renal

primária:• Ex.: febre ou diversas condições tóxicas; congestão

venosa (insuficiência cardíaca ou compressão intra-abdominais de veias renais)

Page 117: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exame de Urina

Proteinúria Pré-renal: Hipóxia renal: desidratação grave, choque,

acidose grave, descompensação cardíaca aguda ou anemias graves – redução do fluxo sanguíneo renal – necrose tubular;

Hipertensão.

Page 118: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exame de Urina

Proteinúria renal – doença renal primária Glomerulonefrite; Síndrome nefrótica primária ou secundária; Lesões parenquimatosas destrutivas.

Proteinúria pós-renal: Infecção da pelve ou do ureter; Cistite; Uretrite ou prostatite

Page 119: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exame de Urina

Glicosúria – importante no Diabetes melitus: Limiar renal: 180mg/mL – taxas acima filtração supera a

reabsorção – o excesso permanece na urina; Glicosúria sem hiperglicemia:

Glicosúria na gravidez; Glicosúria renal; Erros inatos do metabolismo; Após exposição a agentes nefrotóxicos (mercúrio,

chumbo).

Page 120: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exame de Urina

Glicosúria com hiperglicemia: Diabetes melitus; Doenças endócrinas ou tumores produtores de

hormônio; Glicosúria alimentar (hiperglicemia transitória).

Page 121: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exame de Urina

Acetona e Ácido Diacético (corpos cetônicos): Corpos cetônicos: ácido beta-hidroxibutírico

(ABHB); ácido diacético e acetona. Formação de corpos cetônicos:

Metabolismo anaeróbico de glicose; Metabolismo de ácidos graxos

Page 122: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exame de Urina

Músculo cardíaco e músculo esquelético – capacidade de utilizar uma quantidade limitada de corpos cetônicos;

Corpos cetônicos em excesso são excretados na urina;

Importante no diagnóstico do Diabetes melitus; Cetonúria de grau moderado: alcoolismo,

inanição, desidratação grave.

Page 123: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exame de Urina

Nitritos: Nitratos NitritosRedutase

Bactérias

Bile (Bilirrubina conjugada): Obstrução do trato biliar:

Extra-hepático – obstrução do ducto; Intra-hepático – lesão dos hepatócitos

Page 124: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exame de Urina

Urobilinogênio: Produzido a partir de bilirrubina não conjugada

através da atividade metabólica de bactérias intestinais:

Aumento de bilibbubina não conjungada – processos hemolíticos;

Page 125: Interpretação de Exames Laboratoriais

Exames Microscópico da Urina

Hemácias: Hematúria macroscópica:

Sangramentos urinários macroscópicos associados a cálculos, glomerulonefrite aguda e tumor;

Hematúria microscópica: Distúrbios hemorrágicos e de coagulação, discrasias

sanguíneas (anemia falciforme), endocardite bacteriana, cistite, uretrite e prostatite.

Page 126: Interpretação de Exames Laboratoriais

Provas de Função Hepática

Page 127: Interpretação de Exames Laboratoriais

Catabolismo do Heme

Destruição deeritrócitos

HEME BiliverdinaHEME

Oxigenase

Ferro Proteína Pool de AAs

Ferritina BilirrubinaNão conjugada

Biverdinaredutase

Page 128: Interpretação de Exames Laboratoriais

Metabolismo da Bilirrubina

Destruição deeritrócitos

HEMEBILIRRUBINA

+ Albumina (95%)

Bilirrubinanão conjugada

(BI)

FÍGADOConjugação enzimática

com ác. glicurônico(Glicuronil transferase)

Bilirrubinaconjugada

(BD)

INTESTINORedução bacterianada BD. Formação do

urobilinogênio

FEZES50 a 250 mg de

urobilinogênio / dia(Urobilina)

CIRCULAÇÃOENTERO-HEPÁTICA20% do urobilinogênio

formado no trato intestinalsão reabsorvidos

C. SISTÊMICAURINA

1 a 4 mg deurobilinogênio / dia

Page 129: Interpretação de Exames Laboratoriais

Bilirrubinas

Bilirrubina não conjugada: Insolúvel em água; ~ 95% circula ligada à

albumina; Não sofre filtração

glomerular; Por ser lipossolúvel,

pode penetrar a barreira hemato-encefálica.

Bilirrubina conjugada:

Solúvel em água;

Eliminada por via biliar;

Pode ser filtrada a nível de glomérulo.

Page 130: Interpretação de Exames Laboratoriais

Diagnóstico Diferencial das Hiperbilirrubinemias

HIPERBILIRRUBINEMIANÃO CONJUGADA

Conjugaçãoineficiente

Diminuição daabsorção hepática

Produçãoaumentada

HIPERBILIRRUBINEMIACONJUGADA

Defeitos genéticoscom prejuízos na

excreção

Doença hepatobiliaradquirida

HepatobiliarColestase

extra-hepática

Hepatocelularaguda ou crônica

Lesãomaciça

Colestaseintra-hepática

Page 131: Interpretação de Exames Laboratoriais

Classificação das Icterícias

Icterícia pré-hepática;

Icterícia hepática: por retenção, por regurgitação;

Icterícia pós-hepática.

Page 132: Interpretação de Exames Laboratoriais

Icterícia Pré-Hepática

Achados laboratoriais: Hiperbilirrubinemia não conjugada; Aumento do urobilinogênio fecal e urinário.

Etiopatogenia: Hemólise aumentada, eritropoese ineficiente,

elevação do “turnover” de heme-compostos.

Page 133: Interpretação de Exames Laboratoriais

Icterícia Hepática

Por retenção: Achados laboratoriais:

Hiperbilirrubinemia não conjugada;

Diminuição do urobilinogênio fecal e urinário.

Etiopatogenia: Síndrome de Gilbert; Síndrome de Crigler-

Najjar I e II.

Por regurgitação: Achados laboratoriais:

Hiperbilirrunemia conjugada;

Diminuição do urobilinogênio fecal e urinário;

Bilirrubinúria.

Etiopatogenia: Colestase intra-hepática,

hepatite viral ou alcoólica, cirrose, carcinoma hepatocelular.

Page 134: Interpretação de Exames Laboratoriais

Icterícia Pós-Hepática

Achados laboratoriais: Hiperbilirrubinemia conjugada; Diminuição do urobilinogênio fecal e urinário; Bilirrubinúria.

Etiopatogenia: Colestase extra-hepática:

cálculo biliar, CA de ductos biliares, estenose das vias biliares.

Page 135: Interpretação de Exames Laboratoriais

Indicadores Laboratoriais de Integridade Hepatocelular e

Hepatobiliar

Page 136: Interpretação de Exames Laboratoriais

Dosagens de Enzimas

AST - Aspartato Amino-transferase (TGO);

ALP - Alanina Aminotransferase Sérica (TGP);

GGT - Gama Glutamil Transferase;

LDH - Lactato Desidrogenase;

ALP - Fosfatase alcalina;

Page 137: Interpretação de Exames Laboratoriais

Enzimas: Um Arsenal para Auxílio DiagnósticoParâmetros gerais para utilização:

Localização orgânica interfere na utilização:enzimas celulares X enzimas plasmáticas;

Órgão-inespecificidade das enzimas: Constituição dos perfis enzimáticos;

Meia-vida plasmática; Interferências medicamentosas.

Page 138: Interpretação de Exames Laboratoriais

Localização Tissular deTGO (AST) e TGP (ALT)

0 2000 4000 6000 8000

Coração

Fígado

Músc. esquel.

Rins

Pâncreas

Baço

Pulmões

Eritrócitos

ALT

AST

Page 139: Interpretação de Exames Laboratoriais

Interpretação de Resultados de Enzimas do Perfil HepáticoDano hepatocelular X Dano hepatobiliar:

TGO e TGP são indicadoras de dano celular; GGT e ALP são indicadoras de dano biliar; Hepatocelular GGT: 3 – 5 x L.S.N.; Hepatobiliar GGT: > 5 x L.S.N.

Relação TGO/TGP (quociente de DeRitis): < 1 hepatite aguda; > 2 cirrose hepática.

Page 140: Interpretação de Exames Laboratoriais

Liberação de Enzimas Celulares

Membrana = Integridade Celular

Page 141: Interpretação de Exames Laboratoriais

Fosfatase Alcalina (ALP)

Grupo de enzimas que atuam em pH = 10;Presente em vários tecidos: ossos, e

fígado principalmente; Fator de confundimento; Crianças em idade de crescimento – aumento

de ALP;

Page 142: Interpretação de Exames Laboratoriais

Causas mais Comuns de Elevação de ALP de Origem Hepática e do Trato Biliar

Obstrução extra-hepática dos ductos biliares;

Obstrução biliar intra-hepática;Lesão hepatocelular aguda;Disfunção dos hepatócitos induzida por

medicamentos;Cirrose biliar primária;Lesões hepáticas invasivas.

Page 143: Interpretação de Exames Laboratoriais

Causas mais Comuns de Elevação de ALP de Origem Óssea

Crescimento ósseo anormal;Consolidação de fraturas;Hiperparatireoidismo;Raquitismo;Osteomalácia;Carcinoma metastático osteoblástico.

Page 144: Interpretação de Exames Laboratoriais

Aspartato Amino Transferase AST (TGO)

Presente em vários tecidos: fígado, coração, músculo esquelético e eritrócitos e fígado;

Falta de especificidade para diagnosticar doença hepática.

Page 145: Interpretação de Exames Laboratoriais

Etiologias das Elevações de AST (TGO)

Coração: Infarto do miocárdio; Pericardite;

Fígado: Vírus da hepatite; Cirrose ativa; Congestão hepática; Disfunção induzida por

álcool ou medicamentos; Lesão de caráter invasivo; Fígado gorduroso (Grave); Obstrução biliar extra-

hepática.

Músculo Esquelético: Lesão aguda da

musculatura; Inflamação muscular; Distrofia muscular; Cirurgia recente.

Rins: Lesão aguda; Infarto renal.

Page 146: Interpretação de Exames Laboratoriais

Alanina Aminotransferase Sérica ALT (TGP)

Encontrada predominantemente no fígado e em menores quantidades no coração e rins;

Maior especificidade;

Utilizada para confirmar a origem hepática do aumento de AST (TGO);

Page 147: Interpretação de Exames Laboratoriais

Lactato Desidrogenase (LDH)

Encontrada no coração, músculo esquelético, eritrócitos e em menores quantidades nos pulmões, fígado e rins;

Pouca especificidade - não é muito útil como prova de função hepática: Grau de elevação é pequeno – dentro do limite superior

geralmente;

Pode ser fracionada em 5 isoenzimas através de eletroforese: Separação da fração hepática – mais sensível;

Page 148: Interpretação de Exames Laboratoriais

Gama Glutamil Transferase GGT

Localizada predominantemente nas células hepáticas e em menor grau nos rins;

Níveis afetados tanto pela lesão hepatocelular aguda quanto pela obstrução do trato biliar;

70-75% dos bebedores inveterados e alcoólatras tem níveis elevados de GGT: Método de triagem para alcoolismo.

Page 149: Interpretação de Exames Laboratoriais

GGT: Marcador para Abuso de Álcool

Indução da síntese hepática: Álcool, fenobarbital, antidepressivos,

contraceptivos estrogênicos.

Retorno ao normal após 2 a 5 semanas de abstinência.

Page 150: Interpretação de Exames Laboratoriais

Gama Glutamil Transferase GGT

Sua determinação ajuda a diferenciar a origem hepática e não hepática de aumentos de ALP: Deve-se levar em conta as origens não

hepáticas da elevação de GGT; Ex.: pacientes com IAM apresentam níveis

elevados de GGT – devido a proliferação de capilares e fibroblastos no tecido de granulação.

Page 151: Interpretação de Exames Laboratoriais

Perfil Enzimático nas Hepatopatias

Hepatite Aguda

Doença hepática crônica

CirroseHepatite alcoólica

Doença obstrutiva

Tumores hepáticos

TGO ++ + N ou + + + +

TGP +++ + N ou + + + +

ALP + N ou + N ou + N ou + +++ ++

GGT + N ou + N ou + +++ ++ ++++

LDH ++ N ou + ++ N ou + N +++

5’-NT + N ou + N ou + + +++ ++