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Introdução a Higiene Ocupacional Carlos Augusto da Rocha 1

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I. Introdução Toda e qualquer atividade impõe riscos, os quais denominamos “Riscos Ocupacionais”. Estes riscos podem ser divididos em dois grandes grupos : Riscos de Acidentes : caracterizado como sendo aqueles cujo contato com uma energia ou substância provocam lesões imediatas. Assim entendidas aquelas em que uma vez estabelecido o contato, conhecemos o resultado na hora. E é uma lesão. P.ex.: Ao atritarmos uma superfície cortante contra a nossa pele conhecemos o resultado na hora. É um corte. Estão neste grupo, entre outros :

_ Choque elétrico. _ Projeção objetos/produto. _ Perfurações. _ Queimaduras. _ Incêndios/Explosões. _ etc.

Riscos de Doenças : Caracterizados por situações de exposição com possibilidades de originarem lesões mediatas. Assim entendidas aquelas em se processa o contato, porém não é possível precisar o momento exato em que se deu a exposição que originou o dano ao estado de saúde do trabalhador. São exemplos :

_ Ruído/Vibrações _ Radiações Ionizantes _ Radiações Não Ionizantes _ Gases/Vapores _ Névoas/Vapores _ Poeiras/Fumos _ Pressões Anormais _ Movimentos Repetitivos _ Posturas Inadequadas _ etc.

O primeiro grupo é tratado pela prática da Segurança do Trabalho, e os agentes que o compõem denominamos de “Agentes Mecânicos”. O segundo grupo é de responsabilidade da Saúde Ocupacional, e podem ser classificados como :

Agentes Físicos Ruído

Vibrações Pressões Anormais

Radiações Ionizantes Radiações Não Ionizantes Temperaturas Extremas (Calor/Frio)

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Agentes Biológicos

Vírus

Bactérias Bacilos Protozoários

Agentes Químicos

Gases Vapores Aerodispersóides : Sólidos : Poeiras e Fumos

Líquidos: Névoas e Neblinas

Agentes Ergonômicos Movimentos Repetitivos Posturas Inadequadas Esforço Físico Iluminancia Ritmos Excessivos/Monotonia etc. Neste documento estaremos abordando temas relacionados ao grupo das situações que podem levar às lesões mediatas. II. O Estado de Saúde A doença não é uma entidade estática, e sim um processo que se inicia antes mesmo que o próprio homem seja afetado. A saúde, segundo a definição dada pela Organização Mundial da Saúde ( OMS ), “ é um estado de completo bem estar físico, mental e social. E não meramente a ausência de doença ou defeito.” Desta definição podemos observar duas palavras chaves : completo e estado. Na primeira sugere uma perfeita interação entre os aspectos físico, mental e social; considerado o perfeito funcionamento do organismo humano e membros, a saúde psíquica e as relações do indivíduo. E a segunda, estado, sugerindo que a saúde é dinâmica e pode mudar de grau a cada instante. Ou seja, a saúde é o resultado de forças em constante reação e a ocorrência de doenças em indivíduos, isto significa que a sua distribuição por grupos humanos pode ser melhor compreendida se considerarmos as múltiplas causas; entendendo como causa aquilo que produz um resultado ou um efeito.

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O complexo processo de redução da saúde é o resultado de um encadeamento contínuo de causas e efeitos, e não apenas das causas singulares ou específicas. Assim, ao analisarmos o fluxo de ações abaixo, sem o estabelecimento de uma Política de Saúde Ocupacional, que oriente e defina diretrizes eficientes e eficazes para a atuação da Medicina Ocupacional e para a Higiene Industrial, estaremos impondo ao sistema um círculo vicioso; ao qual poderemos fazer analogia com um processo de manutenção corretiva.

Ambiente ou

Doença

Atividade Insalubre

Sintomas

Diagnóstico

Tratamento

Trabalhador Sadio

E o ambiente não recebe nenhuma atenção

O processo doença pode ser compreendido como a resultante da interação de múltiplos fatores causais. Para melhor entendimento e definição do campo de atuação da Medicina Ocupacional e da Higiene Ocupacional, tomaremos como exemplo o modelo do “Triângulo Epidemiológico”, em cujos vértices coexistem em equilíbrio dinâmico o agente, o hospedeiro e o ambiente.

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TriânguloTriângulo

EpidemiológicoEpidemiológico

Agente

AmbienteHospedeiro( Homem )

O estímulo desencadeador do processo doença é originado do desequilíbrio na interação dinâmica destes três elementos, por modificações qualitativas e/ou quantitativas do “agente” , ou do “hospedeiro”, ou do “ambiente”, de dois deles ou dos três. Agente : É um elemento, uma substância cuja presença ou ausência pode em seguida a um contato efetivo com o hospedeiro humano susceptível, em condições ambientais favoráveis, servir de estímulo ao início ou perturbação de um processo patológico. Hospedeiro : A contribuição está relacionada com os hábitos, costumes, condicionamentos da idade, sexo, grupo étnico, estado civil e ocupação, bem como outros “Fatores Intrínsecos”, que tem na carga genética (genótipo) e na eficiência de mecanismos de defesa gerais e específicos sua expressão máxima.

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Ambiente : Abrange quatro grandes elementos. O ambiente físico (clima, tempo, geografia, estrutura geológica, etc.); o ambiente biológico ( o universo das coisas vivas que circundam o homem e tudo além do próprio homem; o ambiente social e econômico. Os temas desenvolvidos neste trabalho estão relacionados com as atividades da Higiene Ocupacional - Módulo Agentes Químicos, tendo como foco dois vértices do “Triângulo Epidemiológico”; o Agente (suas características físicas e toxicológicas) e a interface com o Ambiente (quanto do agente está presente no local de trabalho). III. Higiene Ocupacional/Industrial - Definição O objetivo da Higiene Ocupacional é transformar o ambiente ou atividade salubres, de modo que esteja em harmonia com o trabalhador sadio, atingindo-se assim os objetivos maiores da Saúde Ocupacional. Há muito tempo se identificou a necessidade da atuação da Higiene Ocupacional, mas foi apenas nas últimas décadas que esta teve seu maior desenvolvimento, sendo inclusive tratada como ciência. A primeira definição de Higiene Ocupacional, mais conhecida como Higiene Industrial, já relatava o caráter preventivo da atividade (Frank Patty - 1948). “A Higiene Industrial visa antecipar e reconhecer situações potencialmente perigosas e aplicar medidas de controle de engenharia, antes que agressões sérias à saúde do trabalhador sejam observadas.” Mas, foi somente alguns anos após que esta definição foi aprimorada pela American Conference of Governmental Industrial Hygienists - ACGIH, como sendo : “A ciência e arte devotada a antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais ou tensões, originados nos locais de trabalho, que podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou ao bem estar, desconforto significativo e ineficiência nos trabalhadores ou entre as pessoas da comunidade.” Na definição proposta pela ACGIH, e que é a mais comumente aceita, destacamos os seguintes aspectos : • As fases da Higiene Industrial - Antecipação, Reconhecimento, Avaliação e Controle. • A atuação sobre os fatores ambientais.

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• A extensão do objetivo de mera prevenção de doenças à proteção da saúde. • A consideração dos cuidados com a comunidade, além dos trabalhadores. Abrange campos correspondentes a outras técnicas. Convém lembrar que está na linha da preocupação atual por uma visão integral da saúde, incluindo a patologia específica e não específica, as manifestações subclínicas, a fadiga, o desconforto e as tensões psicológicas do trabalho. IV. O Entrosamento Higiene Ocupacional - Medicina Ocupacional-Toxicologia Industrial A Higiene Ocupacional, principalmente em relação aos agentes químicos, deve manter um entrosamento estreito com a Toxicologia e a Medicina Ocupacional. É de fundamental importância considerar o critério da informação recíproca. Para a perfeita execução de um programa de saúde ocupacional e prevenção dos riscos ambientais há que se considerar a periculosidade dos agentes e os sintomas manifestados nas pessoas expostas, culminando com a priorização das ações. Através da Toxicologia Analítica obtém-se métodos e processos de análise do agente tóxico, tanto para amostras ambientais como para amostras biológicas. As medidas de controle, por sua vez, devem ainda ser planejadas levando-se em conta as vias de penetração do agente no organismo humano, para que a proteção seja adequada, além da viabilidade do ponto de vista prático, técnico ou administrativo. V. Patologias Relacionadas ao Trabalho Neste tópico estaremos relacionando alguns agentes ambientais e exemplificando algumas patologias associadas. P. ex.:

Ruído Com certeza, nenhum dos agentes agressivos estudados pela saúde ocupacional estão tão presentes nas instalações industriais como têm ocorrido com o ruído. Este tem caracterizado-se, e as estatísticas ratificam esta afirmação, em um risco permanente para a saúde dos trabalhadores. Para termos um dimensionamento da extensão e importância deste risco incidem, entre outros, o incremento energético incorporado as instalações de produção, maior potência das máquinas e dimensões cada vez maiores, maior volume de matérias-primas

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manipuladas, assim como os tamanhos dos produtos acabados, os ritmos de trabalho (turnos) e a introdução de novas tecnologias. Ao nos depararmos com as definições de ruído incorporadas às práticas de Higiene Ocupacional, verificamos que é susceptível de uma dualidade de enfoque em seu enunciado. De um lado, a sensação do desconforto causado no ser humano nos conduz à expressão subjetiva de sua definição, e de outro, uma definição objetiva que direciona e se aproxima daquela que o classifica como um fenômeno físico. Como definições subjetivas, apresentam-se como : “ Som não desejado”, ou “Combinação de sons não coordenados que produzem uma sensação desagradável”. Há uma outra mais ampla que o define como “Qualquer som que interfira ou impeça alguma atividade humana”. Todas estas abordagens subjetivas do ruído se manifestam mais claramente no fato de que a pessoa que executa uma operação em ambiente com níveis elevados de ruído, “sente” menos as influências (imediatas) do ruído que outra, a qual se encontra “desavisada” de que haverá uma emissão de ruído. Este fenômeno é explicado pela possibilidade de atuação de músculo do ouvido médio, limitando a recepção sonora. Do ponto de vista físico, o ruído consiste num movimento ondulatório produzido em um meio elástico por uma vibração. O deslocamento complexo de moléculas de ar se traduz em uma sucessão de muito pequenas variações de pressão; estas alterações de pressão podem ser percebidas pelo ouvido e se denominam “ Pressão Sonora”. • O Ouvido Humano O ouvido humano é um órgão bastante sensível, delicado, complexo e discriminativo. Permite perceber e interpretar o som. A recepção e a análise do som pelo ouvido humano são processos complicados e que ainda não são completamente conhecidos. O ouvido humano pode ser dividido em Ouvido Externo, Ouvido Médio e Ouvido Interno. 1. Ouvido Externo É o pavilhão da orelha, que tem forma afunilada para coletar e transmitir as ondas sonoras até excitar o TÍMPANO, membrana que vibra. 2. Ouvido Médio

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Atua como um amplificador sonoro, aumentando as vibrações do Tímpano, através de ligações deste com três ossos; o MARTELO, que bate contra o BIGORNA, que por sua vez é ligado com o ESTRIBO. Este último está em contato com uma membrana chamada JANELA OVAL, aberta para o ouvido interno, e que transmite seus movimentos para o cérebro através de ramificações nervosas. A CÓCLEA é o órgão responsável por colher esses movimentos e tem a forma de espiral cônica. O Ouvido Médio tem importantes elementos para proteger o mecanismo, como a Trompa de Eustáquio, que é ligada a garganta e a boca para equilibrar a pressão do ar. 3. Ouvido Interno Os movimentos de vibração do Tímpano e dos ossos do ouvido médio são transmitidos pelos nervos até o cérebro. A Cóclea é a parte responsável por colher estas vibrações. Trata-se de uma espiral cônica com três tubos comprimidos lado a lado. Os tubos de cima e de baixo abrem para o Ouvido Médio através da Janela Oval e Janela redonda, respectivamente. Ambos os tubos são cheios de um líquido chamado Perilinfa. O tubo do meio, Duto Cóclea, também é cheio de um fluido chamado Endolinfa. • O Mecanismo da Audição As ondas sonoras percorrem o ouvido externo até atingirem o tímpano. Ao atingirem o tímpano, provocam vibrações que são transferidas para três ossos do ouvido médio (Martelo, Bigorna e Estribo). Estes três ossos trabalham como alavanca. O ouvido médio médio funciona como um amplificador. As vibrações da Janela Oval geram ondas acústicas que se propagam até a Cóclea e viajam ao longo do tubo superior. As paredes finas da Cóclea vibram e as ondas passam para o tubo central e depois para o tubo inferior até a Janela Redonda. As membranas Basal e Tectória vibram em direção contrária, estimulando as células ciliadas a produzirem sinais elétricos. As ondas percorrem distâncias diferentes ao longo da Cóclea ( os tempos de atraso dependem da frequência ), isto permite ao ouvido distinguir as frequências do som. A percepção da direcionalidade do som ocorre através do processo de correlação cruzada entre os dois ouvidos. A diferença de chegada do som num ouvido e no outro ( esquerdo e direito ), informa sobre a direção de chegada. Portanto, é importante manter os dois ouvidos sem perda de sensibilidade. • Princípios Básicos Para produzir sensação auditiva é imprescindível que as variações de pressão se manifestem de forma rápida ( de 20 a 20.000 vezes/segundo ). Então campo

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de audição do ouvido humano fica definido em frequências de 20 a 20.000 Hertz. Para a audibilidade os extremos da limitação são caracterizados pela frequência, porém poderão ser, também, expressos em pela Pressão Sonora. Portanto, o início de percepção para um ouvido com boas características auditivas, se produz a partir de uma pressão sonora de 2 X 10-5 N/m2 ( 2 X 10 -4 µbar ). O nível de pressão sonora máximo que o ouvido humano pode suportar sem que apareça efeitos dolorosos é de 20 X 10-5 N/m2 ( 200 µbar ). Empregando as unidades mencionadas, tenderíamos a utilizar uma escala em 1 milhão de unidades. Estas dificuldades operacionais, levou-nos à optar por uma escala logarítmica, que utiliza o decibel ( dB ) como unidade. Nível de Pressão ( dB ) = 10 log ( Pressão Acústica Existente )2 ( Pressão Acústica Referência )2 Nível de Pressão ( dB ) = 20 log Pressão Acústica Existente Pressão Acústica Referência A pressão acústica de referência corresponde ao limiar de percepção auditiva, dada como 2 X 10-5 N/m2. Cálculo do nível de pressão sonora, em dB, para o limiar da dor : Limiar da dor = 20 X 10-5 N/m2.

Nível de Pressão ( dB ) = 20 log 20 = 20 log 10 6 = 120 dB

2 x 10 -5 1. Onda Acústica Aérea : É uma vibração do ar caracterizada por uma sucessão periódica no tempo e no espaço de expansões e compressões. Se não sofrer nenhuma transformação de suas características ou direção por refração, reflexão ou absorção em diferentes meios de propagação, denominamos Onda Acústica Direta.

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Pressão Sonora

Pressão Atmosférica Normal

Quando a onda acústica sofre uma ou várias reflexões no meio ambiente, até chegar ao ouvido do receptor, se denomina “ Onda Acústica Refletiva “. 2. Frequência : É o número de pulsações de uma onda acústica senoidal ocorridas no tempo de 1 segundo. É o inverso do período. Símbolo: f . Unidade : Hertz (Hz). 3. Espectro de Frequências : Representação da distribuição da energia de um ruído em função de suas frequências componentes.

XX

YY

Inferior

A

B

C

Quando em um ruído, os níveis mais altos se produzem nas frequências mais baixas, será percebido como ruído “grave”. E se os níveis mais altos se produzirem em frequências mais baixas, será percebido como ruído “agudo”.

Superior

Pressão Atmosférica

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Danos auditivos : Mudança temporária do limiar da audição. Perda permanente da audição Trauma acústico Danos Extra-auditivos : Ações sobre o sistema cardiovascular Alterações endócrinas Irritabilidade Fadiga etc.

Vibrações Enjôo ou náuseas (frequência : 0,1 a 1 Hz e aceleração : 5 a 100 m/s2)

Calor

Consequência Efeitos Fadiga Queda da produtividade Erros de percepção e racioncínio Esgotamento e prostrações

Exaustão do calor Desidratação Câimbras de calor Choque térmico

Infravermelho

Queimaduras da pele Cataratas Lesões à retina

Ultravioleta Seus efeitos variam rapidamente na medida em que muda o setor do espectro 400

nm 350 nm 250 nm 200

nm 150 nm 100nm

50 nm

Radiação

Visível

Luz

Negra

Eritemátic

a

Germicid

a

Ozon

a

Ação sobre

ligações moleculares

Radiaçã

o Ionizante

Luz Negra :

Controle de qualidade industrial Iluminação de dias fosforescentes Gravação fotográfica

Interfere na acuidade visual fadiga ocular

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Eritemática/Germicida

Operações com solda elétrica metais em fusão Maçaricos Lâmpadas germicidas

conjuntivite Câncer de pele

Iluminação

Acidentes Queda de produtividade Desperdício de material Qualidade

Fadiga visual e geral

Pressões Anormais

Os gases que compõem o ar dissolvem-se em todos os tecidos do corpo, sendo o sangue o veículo principal dos gases.

Compressão Descompressão Ruptura do tímpano Irritação nos pulmões Narcose (Nitrogênio)

Ruptura dos alvéolos pulmonares Embolia Dores abdominais etc

♦ Radiações Eletromagnéticas São formas de energia que se transmitem pelo espaço como ondas eletromagnéticas. Em alguns casos apresentam comportamento corpuscular. A absorção pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões e males. Esta absorção pode produzir dois efeitos : Ionização : a radiação ao atingir um átomo tem a capacidade de subdividi-lo em

duas partes eletricamente carregadas. Denominamos de par iônico. Excitação : a radiação ao atingir o átomo não tem energia suficiente para ionizá-

lo. Apenas excita, fazendo com que a energia interna aumente. I. • Radiações Ionizantes O perigo de ocorrerem exposições despercebidas às radiações ionizantes reside no fato de que o organismo humano não possui mecanismo sensorial que permita detectá-las. Não havendo percepção, não se pode, naturalmente, evitá-las. Do ponto de vista da Higiene Ocupacional, as radiações ionizantes de maior interesse são :

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• Gama - ondas eletromagnéticas oriundas do núcleo atômico. • Beta - comportamento corpuscular. A partícula é o elétron. • Raio X - ondas eletromagnéticas oriundas das camadas de elétron. • Alfa - comportamento corpuscular. A partícula possui 2 prótons e

2 nêutrons. • Nêutron - comportamento corpuscular. Partículas elementares do núcleo

atômico.

Espectro do Comprimento de Ondas das radiações Eletromagnéticas :

Comprimento de Onda (Metros)

Energia (eV)

10 -18 1,24 x 1012

10 -14 1,24 x 108

10 -10 1A 1,24 x 104 1 nm 1,24

10 -6 1 µm 1 mm 1,24 x 10-4

10 -2 1 cm 1 m 1,24 x 10-8

10 2 1 km 1,24 x 10-12

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É importante Ter em mente que no espectro do comprimento de ondas eletromagnéticas apresentado, a divisão não é exata. Há uma região indefinida compreendida nas duas classificações (ionizantes e não ionizantes). Há diversos subgrupos de radiações com efeitos e características próprias e que se situam entre limites de comprimentos de ondas mais ou menos definidos.

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II. • Perigo das Radiações Ionizantes É muito importante definir exatamente quais são os perigos das radiações ionizantes, com o intuito de proteger as pessoas. A radioatividade é normalmente simplificada e colocada em um única categoria. Isto implica em perigo, pois existem diferentes tipos de radiação e medidas específicas de segurança em função do tipo. 1. Efeitos Biológicos das Radiações As radiações podem ser originárias de uma fonte externa ou por contaminação interna do corpo por substâncias radioativas. Estas exposições ocasionam efeitos biológicos que podem se revelar posteriormente, através de sintomas clínicos. A natureza, a severidade e o tempo em que eles aparecem dependem da quantidade de radiação absorvida. A vida no planeta sempre foi sujeita a exposição das radiações provenientes dos raios cósmicos e dos elementos radioativos existentes na crosta e atmosfera terrestre. Estas radiações são denominadas radiações de fundo (Background). Os efeitos dessas sobre o homem não são fáceis de discernir. O conhecimento das fontes de radiações e das doses que o homem recebe proveniente das mesmas, é de grande utilidade na avaliação dos níveis de exposição dos quais não se esperam efeitos significativamente danosos. Classificamos as exposições em :

Exposição Externa São aquelas devido a fontes de radiação dispersas no ambiente. Algumas formas de radiação atravessam o corpo humano. P.e.: Raio – X

Exposição Interna São aquelas resultantes da entrada de material radioativo no corpo., devido a inalação, ingestão ou através de ferimentos, ou ainda a dispersão de material ou incorporados na cadeia alimentar.

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2. Interação com as Moléculas A diferença básica entre as radiações nucleares e as radiações mais comumente encontradas (calor, luz visível), é que as primeiras têm energia suficiente para causar ionização. Nas células, a ionização pode conduzir à alterações moleculares e a formação de espécies químicas de um tipo tal que são danosas para o material cromossômico. O dano toma a forma de alterações na construção e na função da célula. No corpo humano, essas mudanças podem se manifestar em sintomas clínicos como doença de radiação, catarata e câncer. Os processos que conduzem ao dano são complexos e frequentemente considerados em 4 estágios :

Estágio Físico Inicial Durando somente uma fração de segundo, em que a energia é depositada na célula e causa a ionização.

Estágio Físico-Químico Os íons integram com outras moléculas, resultando novos produtos.

Estágio Químico Durando uns poucos segundo, em que os produtos de reação integram com as moléculas orgânicas mais importantes das células. Os radicais livres e os agentes oxidantes podem atacar as moléculas compostas que formam o cromossomo.

Estágio Biológico A escala de tempo varia de dezenas de minutos à dezenas de anos, dependendo dos sintomas. As alterações químicas podem afetar uma célula individual de várias maneiras. 3. Alterações Sobre a Célula As alterações sobre a célula podem resultar a morte prematura da própria célula, impedimento ou atraso da divisão celular e modificação permanente que é passada para as células de gerações posteriores. A reação de um indivíduo à radiação depende de fatores ligados a quantidade total de radiação recebida, a quantidade total de radiação recebida anteriromente pelo organismo sem recuperação, ao dano físico recebido

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simultaneamente a dose de radiação e ao intervalo de tempo durante o qual a quantidade de radiação total e recebida. 4. Efeitos Somáticos e Hereditários Os efeitos danosos são devidos a ionização e a excitação das substâncias químicas integrantes das células dos diversos órgãos. Isto faz com que alguns dos constituintes essenciais ao funcionamento normal das células sejam destruídos, danificados ou modificados. Os efeitos podem ser imediatos ou retardados, subdivididos em : _ Efeitos Somáticos : surgem do dano nas células do corpo. O dano

aparece na própria pessoa irradiada. Dependem : da dose total absorvida; da taxa de absorção da radiação; da região e área do corpo atingida; aparecem geralmente depois que a dose absorvida

ultrapassa um valor limiar; os perigos aumentam a medida que aumenta a área

exposta.

Os efeitos agudos por exposição à radiação de corpo inteiro afetam todos os órgãos e sistemas do corpo. Nem todos os órgãos e sistemas orgânicos são igualmente sensíveis à radiação. Então, o padrão de resposta é dividido em três classes : síndrome do sistema hematopoiético; síndrome do sistema gastro-intestinal; síndrome do sistema nervoso central. Certos sintomas são comuns à todas as categorias. P.e.: náusea e vômito; febre e fadiga; alterações no exame de sangue.

Síndrome do Sistema Hematopoiético Intervalo de Dose 1 a 2 GY 2 a 6 GY 6 a 10 GY

Vômito Intervalo de tempo

1 GY – 5% 3 horas

3 GY – 100% 2 horas

100% 1 hora

Sintomatologia Leucopenia Moderada

Leucopenia aguda, Hemorragias, Infecções e Epilações

Mortalidade Tempo

0 2 meses

0 a 80% 2 meses

80 a 100% 2 meses

Causa Mortis ===== Hemorragia e/ou Infecção

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Síndrome do Sistema Gastrointestinal

Intervalo de Dose 10 a 15 GY Órgão Crítico Trato Gastrointestinal Sintolatologia Diarréia, febre, alteração no balanço

eletrolítico. Letalidade 90 a 100%

Causas Mortis Infecção Intestinal

Síndrome do sistema Nervoso Central Intervalo de Dose 15 GY

Aparecimento de vômito em 100% dos casos num intervalo de 30 minutos após a exposição

Órgão Crítico Sistema Nervoso Central Sintomatologia Cãibras, tremores, ataxia, letargia.

Letabilidade 90 a 100% Tempo 2 dias

Causa Mortis Colapso Circulatório _ Efeitos Hereditários: Surgem somente no descendente da pessoa irradiada. É o resultados do dano em células dos órgãos reprodutores (gônodas). Têm poder cumulativo e independem da taxa de absorção da dose. Tecidos da medula óssea, tecido linfóide, órgãos genitais, órgãos do sistema gastrointestinais e o baço são os mais sensíveis. Os danos podem ser sintetizados em :

aumento ou decréscimo na produção de hormônios, enzimas ou células;

alteração no seu crescimento; morte. 1. Efeitos Imediatos e Efeitos Retardados

_ Efeitos Imediatos : os efeitos biológicos ocorrem num período de poucas horas até umas poucas semanas após uma exposição aguda.

_ Efeitos Retardados : os efeitos biológicos aparecem depois de anos ou mesmo décadas. P.e.: Câncer. A importância relativa desses efeitos ou lesões depende do nível de dose de radiação. Em doses muito altas predominam efeitos imediatos, com lesões severas ou até letais. Doses intermediárias predominam efeitos imediatos com grau de severidade menor, não necessariamente permanentes. Com

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probabilidade de lesões severas a longo prazo. Em doses baixas não haverá efeitos imediatos, mas possibilidade de lesões a longo prazo. Os efeitos retardados, principalmente o câncer, complicam bastante a implantação de critérios de Higiene Industrial referente a radiações ionizantes. Por enquanto não é possível usar critérios clínicos. Pois, quando aparecem sintomas clínicos o grau de dano causado já pode ser severo, irreparável e até letal. Espera-se algum dia ser possível identificar uma mudança biológica no ser humano que corresponda a uma mudança abaixo do grau de lesão. Por enquanto, na ausência de critérios biológicos ou médicos satisfatórios, apela-se para o uso das idéias mais indiretas de um critério físico.

Radiofrequências (Baixas frequências) Micro aumentos de temperatura. Efeitos específicos de campo elétrico e magnético.

Microondas (Dependem da frequência e potência dos geradores) Efeitos térmicos Hipotensão Alta pressão no sangue Alterações cardiovasculares e endócrinas Alterações do sistema nervoso central Cuidados especiais : Portadores de marcapassos e implantes metálicos. Não fizemos, até aqui, nenhuma consideração sobre os agentes químicos. Dada a complexidade dos agentes ambientais no campo da Higiene Ocupacional, nos dedicaremos doravante, à conceituar aspectos importantes dos agentes classificados no subgrupo dos químicos. VI. Contaminante Químico - Conceitos Gerais Denomina-se contaminante químico toda substância orgânica ou inorgânica, natural ou sintética, que durante a fabricação, manuseio, transporte, armazenamento ou uso, pode incorporar-se no ar ambiente na forma de poeira, fumos, gases ou vapores; com efeitos irritantes, corrosivos, asfixiantes ou tóxicos e em quantidades que tenham probabilidades de lesionar a saúde das pessoas que entram em contato com elas.

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Verificamos, na definição dada á contaminantes químicos, a dificuldade e do complexidade de se efetuar um estudo completo e sistemático do “braço” da Higiene Ocupacional que trata dos agentes químicos. VII. Classificação dos Agentes Químicos Os diversos contaminantes químicos podem ser classificados segundo a forma como se apresentam, e segundo seus efeitos no organismo humano. 1. Pela forma como se apresentam são agrupados em : Gases : São substâncias que nas condições normais de temperatura (25ºC) e

pressão (760 mmHg) encontram-se no estado gasoso. São fluídos amorfos que ocupam o espaço que os contém e que podem mudar de estado físico pela combinação de pressão e temperatura. As partículas são de tamanho molecular e podem mover-se bem por transferência de massa ou por difusão, ou pela influência da força gravitacional entre as moléculas.

Vapores : É a fase gasosa de uma substância originariamente sólida ou líquida a 25ºC e 760 mmHg de pressão. O vapor pode passar à sólido ou líquido atuando-se sobre sua pressão ou sobre sua temperatura. As partículas, também são de tamanho molecular e podemos aplicar as mesmas afirmações feitas aos gases.

Aerodispersóides :

É uma dispersão de partículas sólidas ou líquidas, de tamanho inferior a 100 micra em um meio gasoso. Podemos distinguir entre os Aerodispersóides :

Poeiras : Suspensão no ar de partículas sólidas de tamanho pequeno, procedentes de processos físicos de desagregação. A gama de tamanhos das partículas de poeiras é amplo. Fundamentalmente oscilam entre 0,1 e 25 micra. As poeiras não floculam, exceto por forças eletrostáticas; não se difundem no ar e sedimentam pela ação da gravidade.

Fumos : Suspensão no ar de partículas sólidas geradas pela condensação dos vapores de uma substância sólida a temperatura normal, partindo da solubilização ou volatilização da substância; acompanhado de uma reação química, geralmente de oxidação. Apresentam-se em tamanhos normalmente inferiores a 0,1 micra. Estas

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partículas floculam (união de partículas pequenas, dando origem a partículas de tamanhos maiores).

Fumaça : Suspensão no ar de partículas sólidas originadas em processos de combustão incompleta. Apresentam tamanhos, geralmente inferiores a 0,1 micra.

Névoas : Suspensão no ar de pequenas gotas de líquido, geradas por condensação dos vapores de uma substância líquida a temperatura normal ou pela desintegração de um líquido por atomização, ebulição, etc. A faixa de tamanho destas gotículas é muito ampla, vai desde 0,01 micra a 10 micra, sendo que algumas podem ser vistas a olho nú.

Neblina : Definem-se assim, as suspensões no ar de pequenas gotas de líquido, que podem ser vistas a olho nú, originadas pela condensação dos vapores de um líquido a temperatura normal. O tamanho das partículas está compreendido entre 2 e 60 micra. Muitas vezes este conceito se confunde com o de névoas.

2. Por seus efeitos no organismo humano : De acordo com os efeitos que produzem sobre o organismo e a sua ação fisiopatológica , os contaminantes químicos podem estar enquadrados em um ou mais dos seguintes grupos : Irritantes São os compostos químicos que produzem uma inflamação, devido a uma ação física ou química nas áreas anatômicas, com as quais entram em contato, principalmente pele e mucosas do sistema respiratório. Por serem, todas elas, substâncias muito reativas, o fator que indica a gravidade do efeito é a concentração da substância no ar e o tempo de exposição. As substâncias irritantes, por sua vez, se dividem em : a . Irritantes do trato respiratório superior São substâncias muito solúveis em meios aquosos. P.ex.: Ácidos e Bases.

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b. Irritantes do trato respiratório superior e tecido pulmonar São substâncias de solubilidade moderada em fluídos aquosos, devido ao qual atuam sobre todo o sistema respiratório. P.ex.; Halogênicos, Ozônio e Anidridos de Halogênios. c. Irritantes do tecido pulmonar Este grupo é constituído por substâncias insolúveis em fluídos aquosos. P.ex.; Dióxido de Nitrogênio e Fosgênio. Pneumoconióticos São substâncias químicas sólidas, que se depositam nos pulmões e se acumulam, produzindo uma pneumopatia e degeneração fibrótica do tecido pulmonar. As poeiras inertes não produzem esta degeneração do tecido pulmonar. Exercem uma ação como consequência da acumulação de grandes quantidades de poeiras nos alvéolos pulmonares, impedindo a difusão do oxigênio através dos mesmos. Tóxicos Sistêmicos Se definem como tais os compostos químicos que, independentemente da via de entrada, se distribuem por todo o organismo produzindo efeitos diversos, se bem que certos compostos apresentam efeitos específicos ou seletivos sobre um órgão ou sistema. P.ex.: Hidrocarbonetos Halogenados, Derivados Alquílicos de Metais, Inseticidas, Metanol, Chumbo, Hidrocarbonetos Aromáticos, etc. Anestésicos e Narcóticos São substâncias químicas que atuam como depressoras do sistema nervoso central. Sua ação depende da quantidade de tóxico que chega ao cérebro. Devem ser substâncias liposolúveis. P.ex.: Substâncias Orgânicas e Solventes Industriais. Cancerígenos São substâncias que podem gerar ou potencializar o desenvolvimento desordenado de células. Mutagênicos

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São substâncias que provocam alterações ao nível de cromossomos. Teratogênicos São substâncias que podem, uma vez o homem ou a mulher contaminada, provocar má formação física aos descendentes. Alergênicos São substâncias cuja ação se caracteriza por duas circunstâncias. A primeira é que não afeta a totalidade dos indivíduos, já que requer uma pré-disposição fisiológica. A segunda é que só se apresenta em indivíduos previamente sensibilizados. P.ex.: Resinas, Monômeros, cromo, etc. Asfixiantes São substâncias capazes de impedir a chegada de oxigênio aos tecidos. Os asfixiantes podem ser subdivididos em dois grupos : a . Asfixinates Simples É qualquer contaminante químico que não apresente nenhum efeito específico, geralmente substâncias inertes. Por estarem presentes no ambiente, reduzem a concentração de oxigênio no ar. P.ex.: Dióxido de Carbono, Gases Nobres, Nitrogênio, etc. b . Asfixinates químicos São substâncias que impedem a chegada de oxigênio às células, bloqueando alguns dos mecanismos do organismo. Se encontram neste grupo substâncias muito diversas como Monóxido de carbono, Ácido Cianídrico, Nitratos, Nitritos e Sulfeto de Hidrogênio. Estas substâncias podem atuar a nível do sangue, das células ou como o caso do Sulfeto de Hidrogênio que atua sobre o cérebro, paralizando os músculos da respiração. Produtores de dermatoses São substâncias que independentemente de poderem exercer outros efeitos tóxicos sobre o organismo, em contato com a pele originam mudanças na mesma, através de diferentes formas (irritação primária, sensibilização alérgica ou fotosensibilização). Efeitos combinados

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Há contaminantes que desencadeiam um só destes efeitos, outros englobam em sua ação vários. Outra circunstância é a presença em um mesmo ambiente, de outros contaminantes distintos ao mesmo tempo. Distinguimos três casos : a . Efeitos simples Quando os contaminantes atuam sobre órgãos distintos. b. Efeitos aditivos São produzidos por vários contaminantes que atuam sobre o mesmo órgão ou sistema fisiológico. c . Efeitos potencializadores São produzidos quando um ou vários produtos multiplicam a ação de outros. O efeito total só pode ser calculado se conhecermos a grandeza dos potencializadores. VIII. Vias de Penetração dos Contaminantes Químicos Os contaminantes químicos penetram no organismos através das seguintes vias : a . Respiratória Entende-se como tal o sistema formado por nariz, boca, laringe, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares. Com área de aproximadamente 80 m2 no homem adulto, é a via de entrada mais importante para a maioria dos contaminantes químicos no campo da Higiene Ocupacional. Qualquer substância dispersa no ambiente de trabalho pode ser inalada. Todavia, quando falamos de material particulado sólido, somente aquelas que possuem um tamanho adequado chegarão aos alvéolos. Também influirá a solubilidade da substância nos fluídos do sistema respiratório na sua deposição. A quantidade total de um contaminante absorvido por via respiratória é função da concentração no ambiente, do tempo de exposição e da ventilação pulmonar. b . Dérmica Compreende toda a superfície que envolve o corpo humano, em média 1,8 m2. É a segunda via em importância no campo da Higiene Ocupacional. Nem todas as

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substâncias podem penetrar através da pele, já que para algumas a pele é impermeável. De todas as que penetram através da pele, umas o fazem diretamente e outras veiculizadas por outras substâncias. A absorção através da pele deve ser considerada em Higiene Ocupacional, já que sua contribuição para a intoxicação pode ser significativa e para algumas substâncias é inclusive a principal via de penetração. A temperatura e a sudorese podem influir na absorção de tóxicos através da pele. c . Parenteral (Lesão) Em Higiene Ocupacional entenderemos como tal a penetração direta do contaminante no organismo através de uma descontinuidade da pele. d . Digestiva É o sistema formado pela boca, esôfago, estômago e intestinos. Esta via é de pouca importância para a Higiene Ocupacional, salvo em operários com hábitos de comer e beber no posto de trabalho. Neste caso, é necessário considerar os contaminantes que podem ficar alojados nas mucosas do sistema respiratório, passando ao sistema digestivo, sendo logo absorvidos por este. IX. Fisiologia da Respiração Afirmamos que a principal via de entrada dos contaminantes químicos é o sistema respiratória. Validamos esta constatação quando associamos a área de contato, que chega à aproximadamente 80 m2 no homem adulto, contra 1,8 m2 da área que compreende a superfície corpórea. Reforçando a tese, lançamos mão do modelo aqui denominado de “Chama da Vida”. Em resposta à pergunta “Quanto dura a chama da vida?”, teremos como resposta : O homem consegue ficar em média 30 dias sem alimentar-se, 3 dias em média sem ingerir líquido (água), e apenas 3 minutos em média sem respirar. Isto torna lógico de que se o sistema respiratório possui a maior área de contato e de 3 em 3 minutos estamos renovando o ciclo, é evidente que se constitui na principal via de penetração.

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30 dias 3 dias 3 minutos O aparelho respiratório é constituído por um conjunto de órgãos, responsáveis pela respiração (boca, nariz, garganta, laringe, traquéia e brônquios). A função é enviar oxigênio e devolver o dióxido de carbono. Todas as células vivas do nosso organismo, tem a missão de efetuar uma série de processos químicos. O somatório deste processo recebe o nome de metabolismo. Durante o transcurso deste, cada célula solicita oxigênio, podendo morrer por deficiência de oxigênio entre 4 a 5 minutos. Existem células do organismo que a deficiência de oxigênio não é tão crítica, pois podem reproduzir-se. O dióxido de carbono, recolhido pelo sangue, acumula-se no aurícolo direito do coração e deste é bombeado ao pulmão através do ventrículo direito. O dióxido de carbono (no sangue) passa por uma fina rede de vasos capilares do pulmão, que estão em íntimo contato com o ar através dos sacos alveolares. Uma vez renovado, o sangue passa através dos vasos maiores do pulmão para o aurícolo esquerdo do coração, e daí ao ventrículo esquerdo de onde é bombeado para todas partes do organismo. Mediante um processo reversível, o dióxido de carbono passa dos tecidos do corpo ao sangue, deste aos alvéolos, sendo finalmente eliminado pelo pulmão em forma de ar exalado.

Sem Comer

Sem Beber

Sem Respirar

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CapilaresArtéria com oxigênio Veia com CO2

O2 CO2

Células dos Tecidos Figura : Ilustração do intercâmbio do oxigênio com o dióxido de carbono entre os vasos sanguíneos, capilares e as células do tecido. A parte superior das vias respiratórias é constituída pelo nariz e pela boca, que conduzem a faringe (garganta). No fundo da garganta temos dois condutos, o esôfago na parte posterior e a traquéia na parte anterior. Os alimentos e os líquidos passam da faringe ao esôfago e daí ao estômago. O ar e outros gases entram pela traquéia, a qual conduz ao pulmão. Protegendo a abertura da traquéia, há uma válvula delgada denominada “Epiglote”. Esta válvula abre-se para passagem do ar e fecha-se quando da existência de alimento ou líquido na faringe. O organismo, por uma reação normal, repele qualquer substância líquida ou sólida que passa pela traquéia. Nós temos dois pulmões, um a cada lado da caixa toráxica. Eles encontram-se suspensos por meio da traquéia, artérias e veias que vão ao coração e dele retornam. O final da traquéia divide-se em tubos menores denominados brônquios, que se ramificam, formando condutos de ar menores, e terminando em milhões de sacos alveolares. Um pulmão sadio contém cerca de 700 milhões de sacos alveolares, com superfície de contato equivalente a quarta parte de um quadra de futebol de salão.

Artéria doCoração

Capilares

Alvéolos

CO2

O2

Traquéia

Bronquios

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Figura : Intercâmbio gasoso Mecanismo da Respiração Os movimentos da caixa toráxica, permitem a entrada do ar. Comparemos a um fole. Quando ele se abre, o volume de ar que pode ser contido aumenta, criando um vazio. O ar se movimenta desde uma zona de alta pressão à uma de baixa pressão, até que se equilibram. Desta forma, quando o fole fecha-se, a pressão é maior e o ar é expulso (exalação). A comunicação normal da cavidade toráxica com o exterior é a traquéia. Durante a inspiração (inalação), o peito aumenta de tamanho, e o ar precipita-se para o pulmão. O cérebro é o órgão encarregado de regular a função periódica. Quando o cérebro necessita de mais oxigênio, envia estímulos aos músculos do peito, fazendo-os funcionar com maior aceleração. A respiração é invloluntária até certo ponto, podendo ser conduzida por nossa vontade ou ainda podendo vencer os impulsos automáticos do cérebro durante certo tempo. Da mesma forma, se queremos respirar mais rapidamente ou mais profundamente, poderemos fazê-lo sempre que estivermos pensando nisto. O cérebro encontra-se ciente sobre as concentrações de oxigênio e dióxido de carbono dentro do organismo. Ao regular a respiração, ele estará respondendo em função da necessidade do organismo. Na hipótese destas concentrações atingirem valores anormais, o cérebro se encarrega automaticamente de regular o ritmo respiratório. É por este motivo que não pode-se conter a respiração por tempo indeterminado. Existem conexões nervosas diretas do cérebro ao pulmão que se encarregam de controlar a função respiratório. X. Toxicidade Denomina-se como tóxico toda e “qualquer substância que introduzida no corpo ou aplicada em pouca quantidade, ocasiona a morte ou graves transtornos”. Os tóxicos podem ser produzidos pelo próprio organismo humano, e assim chamados de tóxicos endógenos; ou de origem externa, e por seguinte chamados de tóxicos exógenos. Os tóxicos exógenos podem ser : Tóxicos animais. P.ex.; Veneno de Cobra Tóxicos vegetais. P.ex.; curare Tóxicos químicos, geralmente fabricados pelo homem. Uma outra definição enuncie que “toda substância estranha a constituição química do sangue é um veneno ou farmaco”. Podemos encontrar diversas definições para tóxicos. A maioria delas fala de substâncias, na atualidade têm se estudado também os tóxicos de caráter físico, que podem ser formas de energia. P.ex.: raios X, Ultravioleta, etc.

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Uma das definições mais comuns é aquela enunciada por Paracelsus, que diz : “Todas as substâncias são venenos. Não há uma que não seja. A dose certa é que diferencia um veneno de um remédio.” Com esta definição, Paracelsus certamente queria manifestar que a toxicidade ou nocividade do tóxico não depende apenas da natureza deste, mas também da sua quantidade ou dose. Existe uma infinidade de exemplos de substâncias que em pequenas doses são benéficas para a saúde, e que ingeridas em quantidades superiores a um limite, podem causar danos ao organismo. Uma das missões da toxicologia é estabelecer a fronteira em que uma quantidade de tóxico começa a provocar efeitos deletérios. É importante lembrar que a toxicidade e periculosidade não são sinônimos. A toxicidade está relacionada com a maneira de agir de um dado produto, ou seja, é capacidade inerente de uma substância química produzir uma ou mais ações deletérias (danos) sobre o organismo vivo. Já a periculosidade, que em toxicologia não tem o mesmo significado normalmente empregado para a palavra, é a capacidade do xenobiótico (xeno=estranho: biótico=conjunto dos seres vivos) atingir o local de ação. XI. Atmosferas com contaminantes tóxicos Os contaminantes do ar incluem partículas materiais na forma de discretas partículas sólidas ou líquidas, além de um material gasoso na forma de gás propriamente dito ou vapor, ou ainda a combinação de gasoso mais partículas. Riscos de Partículas Contaminantes de partículas podem ser classificados de acordo com a sua característica física, química ou efeitos biológicos. O diâmetro da partícula em micra (1micron=1/254000 polegadas) é de fundamental importância na potencialização do risco. Partículas menores que ao micra em diâmetro tem grande oportunidade de entrar no sistema respiratório e partículas menores que 5 micra em diâmetro, são mais aptas à entrar nos brônquios e espaços alveolares. Para efeito de doenças pulmonares, partículas de 5 a 10 micra de diâmetro são geralmente removidas do sistema respiratório pela ação constante de limpeza do “Epitélio Ciliato” (pelos da traquéia), no sistema respiratório superior. Entretanto, com a excessiva exposição ao pó ou com a doença do sistema respiratório, a eficiência da limpeza pode reduzir.

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As partículas geradas por condensação são menores que as geradas por ruptura mecânica. Quanto menor o tamanho das partículas, maior a penetração no sistema respiratório, e consequentemente mais agressivo. Do ponto de vista Higiene Ocupacional, considera-se poeiras na faixa respirável aquelas que apresentam tamanho de diâmetro entre 0,5 e 10 micra. Penetração máxima das partículas

XII. Limites de Tolerância : A presença de agentes químicos, físicos ou biológicos no ambiente de trabalho oferecem um risco à saúde dos trabalhadores. Entretanto, o fato de estarem expostos a estes agentes agressivos não implica, obrigatoriamente, que estes trabalhadores venham a contrair uma doença ocupacional. Para que os agentes causem danos à saúde, é necessário que estejam acima ou abaixo de uma determinada concentração/intensidade, e que o tempo de exposição a esta concentração/intensidade seja suficiente para uma atuação nociva destes agentes sobre o organismo humano. Esta nocividade está

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relacionada com as características do próprio agente. Uma outra componente é a susceptibilidade individual, própria de cada indivíduo. Portanto, na determinação de quanto perigo representa um dado risco ambiental, devemos levar em consideração os seguintes fatores potenciais :

Concentração ou Intensidade dos Agentes.

Tempo de exposição.

Características dos Agentes

Susceptibilidade Individual Isto demonstra a importância da avaliação quantitativa dos agentes ambientais e a determinação do tempo efetivo de contato do trabalhador com o agente. Estes valores deverão ser comparados com padrões estabelecidos, aos quais denominamos de “Limites de Tolerância”. De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, no Capítulo V do Título II - artigo 189, “serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos Limites de Tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”.

Definição : Define-se limite de tolerância como sendo “ a concentração dos agentes químicos ou a intensidade dos agentes físicos, abaixo ou acima, relacionados com a natureza e o tempo de exposição; sob os quais (acredita-se) não causará dano à saúde da maioria dos trabalhadores expostos, durante toda sua vida laboral”. A concepção dos limites de tolerância levam em consideração a jornada de trabalho, a proteção da “maioria” dos expostos, refletem o atual estágio do conhecimento técnico-científico, e são válidos para situações nas quais não dose-resposta. Os Limites de Tolerância representam um instrumento essencial no controle dos ambientes de trabalho, ajudando na eliminação ou redução dos riscos advindos da presença de agentes ambientais. Isto porque eles possibilitam a comparação dos resultados das avaliações de campo com padrões, servido então como guias de prevenção.

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Algumas considerações devem ser feitas quanto ao uso e interpretação dos limites de tolerância. P.ex.:

Não devem ser usados para avaliar ou controlar situações de exposição da comunidade em eventos de poluição ambiental.

Não devem ser usados para estimar o potencial tóxico de exposições contínuas, sem interrupção ou outros que se estendam além do período normal de trabalho.

Não devem ser usados como prova de dano à saúde.

Não devem ser usados como critério adotado por países nos quais as condições de trabalho, substâncias e processos sejam diferentes das existentes no país onde foi definido.

Estes limites não fazem uma divisão entre concentrações seguras e de risco.

Não representam um índice relativo de toxicidade.

• fundamento do critério de estabelecer limites de concentrações ponderadas no tempo, é aquele que considera que os processos vitais do organismo humano constituem-se num equilíbrio dinâmico e autoregulável, desde que sejam submetidos a desvios que não ultrapassem certos limites.

XIII. Modelo Conceitual para Controlar os Riscos no Ambiente : Uma vez concluída a avaliação e havendo necessidade de adequação á níveis compatíveis com a manutenção do estado de saúde das pessoas, torna-se necessário adotar medidas de controle. Estas medidas podem ser na fonte, na trajetória e/ou no receptor, como mostra a ilustração.

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Fonte Trajetória Receptor

Medidas Genéricas de Controle :

O momento mais oportuno para introduzirmos controles de engenharia é quando se está na fase de projeto, já que nesse momento as medidas de controle podem ser integradas mais facilmente. A influência de uma área sobre outra e de uma atividade laboral sobre outras, deverão ser levadas em conta, sendo avaliados estes fatores como perigos combinados. Todos os sistemas e seus componentes deverão ser projetados de tal maneira que os contaminantes possam ser mantidos a níveis abaixo de seus limites de tolerância fixados. As medidas genéricas de controle são divididas em dois grupos : a . Relativas ao ambiente

Substituição do Produto Tóxico :

A substituição de um material tóxico por outro não tóxico ou menos tóxico é um método sensível e prático na redução de um risco. Por exemplo : A substituição de tintas com pigmentos de Chumbo por outras tintas que contenham pigmentos de metais menos tóxicos ou pigmentos sintéticos.; em operações de limpeza pode-se estudar a utilização de soluções aquosas com detergentes adequados no lugar de solventes orgânicos; assim como é possível substituir o Benzeno por Tolueno na maioria das aplicações; etc.

Mudança ou Alteração do Existem trabalhos nos quais se

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Processo/Operação : pode modificar o processo sem alterar o resultado da operação, fazendo variar amplamente as condições de trabalho. P.ex.: Pintura a pincel ou imersão no lugar da realizada por pistola, diminuindo a concentração de contaminantes no ar; etc.

Enclausuramento ou Isolamento :

Algumas operações podem ser isoladas dos trabalhadores. O isolamento pode ser conseguido mediante uma barreira física, de forma que o trabalhador não tenha que estar nas proximidades do foco de contaminante, salvo em curtos períodos.

Métodos Úmidos :

As concentrações de poeiras perigosas podem ser reduzidas pela aplicação de água ou líquidos sobre a fonte de poeira. O método úmido é um dos procedimentos mais sensíveis para o controle de poeiras, se bem que sua eficácia é função da correta utiliização do método, que requer a ação de um agente umectante e torna-se necessário proceder a eliminação da poeira antes de secar.

Segregação da Operação :

A definição para a realização de determinados trabalhos fora do horário normal, pode ser aplicado. P.ex.: desmontagem, assim como certas operações de manutenção, lavagem de reservatórios, etc. A segregação pode ser feita no espaço (instalar fontes de emissão em locais retirados ou em locais isolados das demais atividades) ou no tempo (P.ex.. intervenções em locais com grande emissão vapores nos horários em que a temperatura é mais amena e não favorece a vaporização.).

Ventilação Geral Diluidora e Local Exaustora :

Os sistemas de ventilação introduzem ou extraem ar dos locais de trabalho, com o objetivo de manter a concentração de um contaminante químico à níveis adequados.

Manutenção A manutenção é uma grande aliada das práticas de

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Preventiva : Higiene Ocupacional. Através de um bom programa de manutenção preventiva se é possível reduzir as possíveis fontes de emissão. P.ex.: vazamentos em flanges e juntas, balanceamento de equipamentos rotativos, etc.

Projetos Adequados :

Voltamos a enfatizar que o momento mais oportuno para introduzirmos os controles de engenharia é a fase de projeto. Momento em que deve ser avaliadas as possíveis fontes de emissão, e propostas ações de controle. As metodologias aplicadas ao Gerenciamento de Riscos são ferramentas valiosas.

b . Relativas ao homem

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) :

Quando não se é possível melhorar satisfatoriamente um ambiente de trabalho, pode ser necessário proteger o trabalhador com um equipamento de proteção individual (EPI). Este recurso é considerado menos adequado que os controles técnicos, e só deve ser aplicado onde não seja factível realizar ações de controle relativas ao ambiente ou onde se produzem exposições curtas.

Controle Médico : O monitoramento biológico através de indicadores biológicos de exposição de um dado contaminante químico é fator importante para a avaliação da eficiência das ações de controle empregadas, bem como o acompanhamento das condições ambientais no local de trabalho.

Aspectos Comportamentais :

O trabalhador deve dispor de instalações adequadas as necessidade de asseio pessoal, uma vez terminado o trabalho. Deve-se proibir o hábito de comer e beber em locais onde se manipulam substâncias tóxicas que podem contaminar os alimentos. Incluem-se neste item a tomada de postura rigorosa quanto ao cumprimento dos procedimentos operacionais e normas visando resguardar a integridade física dos trabalhadores. Para insto são indispensáveis a

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informação dos riscos e programas de treinamentos adequados.

Ordem e Limpeza :

A limpeza do posto de trabalho é fundamental para o controle dos contaminantes. A poeira acumulada no posto de trabalho pode retornar à atmosfera devido a choques ou correntes de ar, portanto deve ser eliminada antes que isto ocorra. O mesmo pode ocorrer com os solventes, devido a vazamentos de máquinas, panos ou papéis impregnados dando origem a zonas de contato com a superfície livre, onde o solvente se evapora misturando-se com o ar.