Introdução

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I – TÍTULO Reestruturação e Revitalização do Setor Sucro-alcooleiro da Região Norte Fluminense: Proposta de Desenvolvimento de um Plano de Negócios voltado para a Produção e Distribuição de Aguardente de Cana-de-Açúcar de Alta Qualidade e Açúcar Mascavo para o Mercado Externo II – OBJETO DA PESQUISA Pretende-se com esse trabalho propor um modelo alternativo de reorganização da atividade produtiva do setor sucro-alcooleiro da região Norte Fluminense, tendo como modelo de ação a estruturação de um plano de negócios para a produção e distribuição dos sub-produtos aguardente de cana-de-açúcar de alta qualidade e açúcar mascavo. III – OBJETIVOS III.1 – Geral Estudar o setor sucro-alcooleiro da Região Norte-Fluminense, cuja atividade industrial sucro- alcooleira tradicional encontra-se em declínio, obsolescência e decadência, e identificar possíveis alternativas para a reestruturação da atividade na Região, direcionando o foco para o estudo de viabilidade de produção de produtos alternativos da cadeia produtiva sucro-alcooleira.

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I TTULO

I TTULO

Reestruturao e Revitalizao do Setor Sucro-alcooleiro da Regio Norte Fluminense: Proposta de Desenvolvimento de um Plano de Negcios voltado para a Produo e Distribuio de Aguardente de Cana-de-Acar de Alta Qualidade e Acar Mascavo para o Mercado Externo

II OBJETO DA PESQUISA

Pretende-se com esse trabalho propor um modelo alternativo de reorganizao da atividade produtiva do setor sucro-alcooleiro da regio Norte Fluminense, tendo como modelo de ao a estruturao de um plano de negcios para a produo e distribuio dos sub-produtos aguardente de cana-de-acar de alta qualidade e acar mascavo.

III OBJETIVOS

III.1 Geral

Estudar o setor sucro-alcooleiro da Regio Norte-Fluminense, cuja atividade industrial sucro-alcooleira tradicional encontra-se em declnio, obsolescncia e decadncia, e identificar possveis alternativas para a reestruturao da atividade na Regio, direcionando o foco para o estudo de viabilidade de produo de produtos alternativos da cadeia produtiva sucro-alcooleira.

III.2 - Especfico

Propor um estudo de viabilidade tcnica alternativa para a cadeia produtiva sucro-alcooleira da Regio Norte-Fluminense, tendo como fundamento estruturao de um plano de negcios voltado para a produo e distribuio de aguardente de cana-de-acar de alta qualidade e acar mascavo para o mercado externo.

IV O PROBLEMA GERAL DA PESQUISA

O agronegcio sucro-alcooleiro brasileiro movimenta cerca de R$ 36 bilhes por ano, com faturamentos diretos e indiretos (vendas de produtos, insumos, mquinas, implementos, entre outros) o que corresponde a aproximadamente 3,5% do PIB nacional, alm de ser um dos setores que mais empregam no pas, com a gerao de 3,6 milhes de empregos diretos e indiretos, e congregar mais de 70 mil agricultores.

Sendo o Brasil o maior produtor mundial de cana e acar, a safra 2003/2004, a estimativa da moagem de 340 milhes de toneladas de cana, produzindo 24 milhes de toneladas de acar e 14 bilhes de litros de lcool. Atualmente, o parque sucroalcooleiro nacional possui 302 indstrias em atividade, sendo 218 na regio Centro-Sul e 84 na regio Norte-Nordeste, as quais sustentam mais de 1000 municpios brasileiros.

Quadro 1 - Resumo Setor Sucroalcooleiro no Brasil

Movimenta:R$ 36 bilhes

Representa:3,5% do PIB

Gera:3,6 milhes de empregos

Envolve:70.000 agricultores

Moe:340 milhes de toneladas de cana

Produz:24 milhes de toneladas de Acar

Produz:14 bilhes de litros de lcool

Exporta:3 milhes de toneladas de acar

Exporta:690 milhes de litros de lcool

Recolhe:R$ 4,5 bilhes em impostos e taxas

Investe:R$ 3,5 bilhes por ano

Compem-se de:302 Usinas e Destilarias

Fonte: UNICA Unio da Agroindstria Canavieira de So Paulo

Entretanto as indstrias de moagem do Estado do Rio de Janeiro que sempre ocuparam uma posio de destaque para a economia estadual e nacional, contribuindo diretamente para a formao de postos de trabalho, gerao de renda, gerao de divisas e arrecadao de tributos e desenvolvimento social, vm passando nas ltimas dcadas por um grave ciclo involutivo na atividade envolvendo as usinas de moagem e os agricultores, decorrente de uma sucesso de fatos relevantes envolvendo o preo internacional de acar, queda no consumo de lcool, capacitao tcnico/gerencial dos setores produtivos e industriais, reduo da precipitao pluviomtrica para nveis de 23% da necessidade vital da atividade agrcola, com conseqente reduo da produtividade, quebra de previses de safra e reduo do estmulo econmico, passando a se comportar como fosse uma cultura praticamente extrativista, com pouca renovao dos canaviais e investimentos na mesma.

Este ciclo involutivo da produo canavieira e sucro-alcooleira levou o estado a perder a 2 posio de maior produtor do Pas, chegando estar em 1975, ano que se implantou o Prolcool, na quarta posio em rea cultivada com cana, atrs de So Paulo, Pernambuco e Alagoas, atualmente ocupa o 9 lugar, atrs tambm de Minas Gerais, Paran, Gois, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Passando a produo do estado do Rio a no ter muita relevncia nacional em razo da pouca oferta de matria-prima, devido, sobretudo a queda constante de produtividade de nossa regio. Enquanto a produtividade agro-industrial na regio Centro-Sul, que responde por 85% da produo brasileira, oscila entre 78 e 80 toneladas por hectare em mdia, em ciclo de cinco cortes, tendo em So Paulo, responsvel por cerca de 60% da produo nacional, a mdia ao redor de 80 a 85 toneladas por hectare, tambm em cinco anos, na regio norte fluminense no chega a 50 toneladas por hectares.

E como no seria diferente a regio que compreende os nove municpios diretamente envolvidos com a atividade produtiva regional (Cabo Frio, Conceio de Macab, Carapebus, Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira, Quissam, So Joo da Barra, So Francisco, So Fidlis) sofrem severamente as conseqncias deste processo, j que suas economias esto diretamente dependentes da mesma que participa com metade dos 31% que o setor industrial gera no PIB Regional, gerando 20 mil empregos diretos e 50 mil indiretos (COSTA, 2001).

Um outro exemplo deste quadro alarmante seria que as dez usinas em operao no Estado do Rio de Janeiro processam, juntas, em torno de 5 milhes de toneladas, de um total de 300 milhes de toneladas colhidas em toda regio Centro-Sul, enquanto, apenas uma usina de mdio porte do Estado de So Paulo processa 5 milhes de toneladas em uma safra. Ver mais informaes sobre produo de cana, acar, lcool e ranking de produo das usinas brasileiras em anexo.

Quadro 2 - Parmetros Analisados na Regio Norte-Fluminense

Parmetros analisadosSafra 2000/01Dcada 70Variao %

Nmero de Usinas na regio1018-44,4%

Nmero de Fornecedores5.50012.000-54,1%

Nmero de Empregos diretos na atividade20.00050.000-60,0%

rea agrcola cultivada (hectare)110.000200.000-45,0%

Produo total (milhes de tonelada)3,98,0-51,2%

Fonte:INFOCANA

O que se percebe que a partir da dcada de 80, com o fim da tutela governamental do setor sucro-alcooleiro, via Instituto do Acar e do lcool - IAA, causou um afluxo de capital governamental para as Usinas e Destilarias, e que se fez sentir muito mais na regio Norte Fluminense, que j sem um rgo local de presso passou a ter que pleitear recursos via Congresso Nacional, fazendo com que os volumes das dvidas acumulados no setor aumentassem, e o parque industrial sofresse uma grande defasagem tecnolgica, tornando-se praticamente impossvel atuar num setor de elevada competitividade interna e externa, j que sua produtividade e as perspectivas de crescimento so infinitamente inferiores aos de outras regies em termos dos atributos: produto, preo e distribuio. Os parmetros comparativos de anlise de dados econmicos do setor na regio nas ltimas dcadas sintetizado no Quadro 2.

A partir de 1997, com o fim do controle e distribuio do lcool combustvel pela Petrobrs, mostrou tambm uma outra terrvel realidade, a relao em termos de custos e preos praticados. Estima-se que um barril equivalente de lcool (em equivalente de energia) custe para o produtor, no Brasil, em torno de US$ 50 (US$ 0,32/litro), mas, o custo mdio das 133 usinas paulistas de apenas US$ 31, com uma amplitude de variao que vai de US$ 20 a US$ 40 entre eles.

O estado de So Paulo com sua poltica de desenvolvimento constante de seu parque industrial dever se manter na dianteira dos demais Estados, estimulando a mecanizao no plantio e corte da cana crua, automao no controle de processos industriais, produo de acar lquido e acar invertido e otimizao nos sistemas logsticos, acompanhando o processo de modernizao do sistema agrcola e agro-industrial que apresentado na figura abaixo (Kato, 1997).

Figura 1 - Diagrama ilustrativo do processo de modernizao do sistema agrcola e agro-

industrial

Diante do atual quadro regional e nacional, existe a necessidade urgente de adoo de medidas de carter scio-econmica que viabilizem a recuperao dos postos de trabalho na atividade, o crescimento da produo e produtividade agrcola canavieira, a modernizao do parque industrial sucroalcooleiro, o aumento da eficincia operacional de toda a cadeia produtiva e o aumento da receita lquida nas atividades produtiva e industrial em nossa regio.

Ento, diante disso, como seria possvel salvar o falido setor sucro-alcooleiro da Regio Norte-Fluminense?

Deve-se mudar primeiramente a estratgia das usinas de nossa regio, em buscar novos produtos com maior valor agregado. As usinas paulistas j esto usando este enfoque para ganhar competitividade nesta fase de produo intensiva, com o preo do acar em declnio e com forte oferta de acar e lcool nos mercados nacionais e internacionais. nessa estratgia que possvel entender o grande incentivo que elas esto tendo em relao a novos produtos, como o acar lquido, glutex, acar natural (orgnico), energia eltrica, bagao hidrolisado e cana certificada scioambientalmente, com selos que garantam as novas qualidades anunciadas (Silva, 1999).

A idia buscar mercados mais exigentes e que podem tambm pagar preos mais elevados. Isto , na medida em que se incorporam novas particularidades ao processo de produo de produtos tradicionais possvel descommoditizar esses produtos, retirando-os da condio de commodities, com preos negociados em bolsas, e passando-os condio de novos produtos com mercados e preos diferenciados.

E, em nossa regio, que possui 90% dos fornecedores de cana, basicamente formados por minifndios com menos de 100 ha (Pinto, 1995), dever-se-ia estimular, em conjunto, a indstria rural de pequeno e mdio porte, como alternativa vivel para a reproduo da agricultura familiar devido crescente valorizao dos consumidores pelos produtos agroartesanais (Oliveira, 2002). Agrega-se valor no s pelo beneficiamento da matria-prima, mas tambm pela diferenciao do produto devido forma artesanal de manufatura e pela tradio de se associar o produto regio, como foi feito com muito sucesso na regio do Norte de Minas, em especial a cidade de Salinas, que tem seu nome associado a uma produo de cachaa de altssima qualidade. Porque no a regio norte fluminense no ter seu nome associado a uma cachaa, rapadura e acar mascavo de qualidade?

V HIPTESE DA PESQUISA

Diante do quadro catico causado pelo declnio da atividade produtiva sucro-alcooleira do Norte-Fluminense, bem como do baixo perfil de competitividade dos produtos tradicionais dessa cadeia produtiva tanto no mercado nacional, quanto internacional, acreditamos ser possvel repensar a recuperao do setor atravs do desenvolvimento de setores, ou segmentos, alternativos de mercado, tendo como carro-chefe a produo e distribuio de aguardente de cana-de-acar de alta qualidade e de acar mascavo, com foco no abastecimento do mercado externo.

VI JUSTIFICATIVA

O presente trabalho dar cumprimento s exigncias necessrias continuidade do Curso de Mestrado em Cincias de Engenharia, na rea de concentrao em Engenharia de Produo.

Por outro lado, justifica-se a realizao desse trabalho por uma motivao particular, tendo em vista que na qualidade de natural da cidade de Campos dos Goytacazes, alm de ter vivido a maior parte de minha vida na regio, presenciei o declnio vivido pela indstria aucareira nos ltimos anos, com o fechamento de um grande nmero de indstrias produtoras e o grande impacto na economia local.

Mas por acreditar que o grande potencial de nossa regio est no agro-negcio e, que devemos buscar potencializar todo o conhecimento e habilidades adquiridas, nos sculos de desenvolvimento da produo canavieira em nossa regio, associada as novas tecnologias e prticas gerenciais como alavanca para o desenvolvimento da mesma.

O estudo buscar mostrar que existe a viabilidade de pequenas empresas baseadas em uma estratgia de diversificao e diferenciao produtiva, agregar valor aos produtos derivados da cana, e atender a uma demanda crescente interna e externa por produtos de maior qualidade e diferenciao, cujos produtos, as grandes indstrias aucareiras regionais no teriam competncias para fornecer.

A possibilidade de desenvolver um novo negcio, com o apoio da FENORTE/TECNORTE, atravs de um processo de incubao de empresas, baseadas em agronegcio, e o esprito empreendedor desenvolvido no curso de Engenharia de Produo veio ser o ponto de partida para este estudo e experincia que est sendo desenvolvido.

VII DESENVOLVIMENTO E ESTADO DA ARTE DO TRABALHO

O foco de nosso trabalho constitui na elaborao de um plano de negcios, cujo objetivo o de identificar novos nichos de oportunidades e de negcios como tentativa de superar a baixa competitividade encontrada no setor sucroalcooleiro da Regio Norte-Fluminense.

Destarte, um levantamento inicial de dados j foi realizado, nos sendo possvel desenhar um quadro preliminar de um plano de negcios para a produo e distribuio de aguardente de cana-de-acar de alta qualidade e acar mascavo destinados ao mercado externo, atravs do desenho de uma empresa ideal, a saber, a DA CANNA.COM.

Recursos restritos para racionalizao com tcnicas de produo tradicionais

Processo Produtivo Agrcola e

Agro-industrial

Mercado Globalizado

Necessidade de racionalizao

Sustentabilidade

Competio

Mercado de Trabalho

Meio Ambiente

Mercado

Dificuldade de racionalizao do volume de informaes

Automao Agropecuria e Agro-industrial