Introdução à gerência de rejeitos radioativos - Percepção Pública de Riscos

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Introdução à Gerência de Rejeitos Radioativos Percepção Pública de Riscos Marcelo Cecconi Portes Rodrigo Boni Fazzi

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Introdução à gerência de rejeitos radioativos - Percepção Pública de Riscos

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Introdução à Gerência de Rejeitos RadioativosPercepção Pública de Riscos

Marcelo Cecconi Portes

Rodrigo Boni Fazzi

Índice

▪ O que é a radiação?

▪ Como ela foi descoberta?

▪ A euforia

▪ A crise

▪ Percepção pública dos riscos

O Que é Radiação?

▪ Radiação significa a propagação de energia de um ponto a outro no espaço ou em um meio material, com uma certa velocidade.

O Que é Radioatividade?

▪ é a propriedade de determinados tipos de elementos químicos radioativos emitirem radiações.

O Início

▪ Em 1895, W. C. Röntgen (1845-1923) descobriu que quando raios catódicos são projetados para paredes de vidro de um tubo fluorescente, surgiam raios invisíveis ainda desconhecidos, que Röntgen mais tarde batizaria de raios X por possuírem propriedades ainda desconhecidas. Hoje com o conhecimento adquirido sabemos que os raios X são constituídos de fótons de comprimento de onda muito pequeno (milhares de vezes menor do que o da luz visível) que são emitidos quando elétrons dos níveis mais altos da camada atômica voltam para órbitas mais internas para substituir os elétrons que foram "expulsos" pela colisão com os raios catódicos.

▪ A descoberta dos raios X foi o primeiro tipo de radiação a ser descoberta.

Os Raios X

▪ Percebendo a propriedade que estes raios tinham de atravessar materiais de densidade relativamente baixa, ele começou a realizar experiências com chapas fotográficas e descobriu que poderia usá-las para produzir fotos que eram sombras do interior dos objetos. Então, em 22 de dezembro de 1895, seis semanas após iniciar suas experiências, Roentgen usou os raios para "fotografar" a mão de sua esposa. O resultado foi uma imagem imprecisa, mas inconfundível, do esqueleto escuro da mão esquerda dela, com seus anéis fazendo um borrão escuro no quarto dedo.

Marie e Pierre Curie

▪ Em 1898 o casal Curie após intensas pesquisas descobriu um elemento 400 vezes mais radioativo que o urânio, elemento esse que foi denominado Polônio em homenagem ao país de origem de Marie Curie, logo após o casal descobriu um elemento 2000 vezes mais radioativo que o urânio que nomearam Rádio.

A Repercussão do Rádio

▪ Isso levou a uma onda desenfreada de entusiasmo e de esperança acerca desse elemento como a energia do futuro: iluminação, combustível para mover as máquinas das indústrias e a nascente frota automobilística e aquecimento eram exemplos de aplicações imaginadas para o rádio. A divulgação da descoberta do rádio e de suas propriedades (as manchetes relativas a ele geralmente ocupavam a página de rosto dos jornais, tal como já ocorrera com os raios-x anos antes) fez com que as pessoas, já fascinadas quando do surgimento dos raios-x, passassem a vê-la como um novo e encantador fenômeno.

“o rádio é aceito pelo corpo humano assim como a luz solar pelas plantas”

▪ Tamanha foi a euforia e a aceitação das pessoas a esse novo fenômenos que seu uso foi rapidamente difundido, sem contudo, avaliar possíveis efeitos colaterais de seu uso.

▪ Vivia-se então a belle époque na Europa, onde a ciência ocupava lugar de destaque: as novas invenções ou aquelas que se popularizaram (telefone, cinema, automóvel, avião, rádio etc.) revolucionavam o modo de ver, pensar e viver o cotidiano. Uma palavra sintetiza bem aquele novo e vigoroso estado de espírito: o progresso.

Alguns Exemplos

O perigo oculto da radioatividade

▪ Naquela época, a série de descobertas científicas passava a imagem para grande parte da população de que elas somente trariam benefícios à humanidade.

▪ Porém, com a utilização repetida da radiação por médicos e cientistas, os efeitos observados foram irritações e descamações cutâneas, queimaduras, cegueira e até mesmo formas cancerosas.

O perigo oculto da radioatividade

▪ O acúmulo de relatos se intensificou após o fim da I Guerra Mundial, e o emprego do rádio em produtos com radioatividade adicionada atingiu o ápice na década de 1920.

▪ Muitos consumidores apresentavam efeitos indesejados e estes que anteriormente eram tratados apenas como acidentes agora chamavam a atenção apara um risco em potencial.

▪ Em meados dos anos 1920, realizaram-se os primeiros congressos internacionais de radiologia, movidos pela necessidade de estabelecer um padrão internacional de medida e de controle da radiação.

Energia Nuclear

▪ Energia nuclear é um tipo de energia liberada quando acontece uma reação nuclear. Reação nuclear significa a transformação do núcleo de determinados átomos provocando uma fissão nuclear (divisão do núcleo atômico) liberando altas quantidades de energia.

Como fomos apresentados à energia nuclear?

Bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki

▪ Em agosto de 1945, duas bombas atômicas, feitas a base de Urânio e Plutônio, foram lançadas pela Força Aérea dos Estados Unidos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, a fim de forçar a rendição deste país na Segunda Guerra Mundial. Primeiro e único caso de uso de armas nucleares como arma de destruição em massa, estima-se que as detonações mataram cerca de 200 mil pessoas.

Desenvolvimento da Energia Nuclear para fins não bélicos

▪ Nos anos 50, a energia nuclear era anunciada pela Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos, e também pela imprensa, como barata, inesgotável e segura. O congresso norte-americano apoiava o desenvolvimento de reatores nucleares e o público em geral parecia sentir que um grande progresso estava sendo feito. A Ford chegou até a criar um carro conceito em 1958, o Ford Nucleon, movido pela fissão do Urânio em um pequeno reator nuclear.

Do Céu ao Inferno

▪ Já na década de 60 os primeiros movimentos ambientais questionavam a possível contaminação do ar, da água e da terra por descargas acidentais de radioatividade dos reatores nucleares. Além disso, revelações recorrentes sobre a extensão do manejo inadequado de resíduos químicos perigosos tiveram o efeito colateral de criar opinião adversa sobre os resíduos radioativos.

Do Céu ao Inferno

▪ Outro fator que resultou na queda da popularidade da tecnologia nuclear foi a crescente perda de respeito para com o governo norte-americano. Mudanças na política de gestão dos resíduos radioativos, de uma administração para outra, resultaram na falta de cuidados ou de ação a respeito dos rejeitos. A opinião comum era que ninguém sabia o que fazer com os resíduos nucleares.

▪ Além disso, a associação dos reatores com as armas nucleares foi e ainda é muito forte. De fato, os dois podem envolver o Plutônio, empregam o processo físico da fissão com nêutrons e têm subprodutos radioativos. Entretanto, essa conexão, cultivada pelos opositores da energia nuclear, enfatiza as semelhanças ao invés das diferenças entre eles.

O Grande Medo

▪ Os acidentes envolvendo reatores nucleares são os que mais abalam a percepção pública no longo prazo, pois alimentam o medo fantasmagórico da radiação – o inimigo invisível.

▪ As pessoas conseguem lidar melhor com efeitos de curto prazo, aqueles que acabam ao término do acidente. Entretanto, os acidentes nucleares, mesmo que no curto prazo resultem em poucos (ou nenhum) mortos e feridos, apavora as pessoas pela possibilidade de efeitos de longo prazo da exposição à radiação.

O Grande Medo

▪ Pouco antes do acidente Three Mile Island, por exemplo, o filme "Síndrome da China" foi lançado. Ele conta a história de um acidente hipotético em que o núcleo todo de um reator derrete, resultando no derretimento do solo até a China. Embora tal cenário não seja válido, os temores públicos foram despertados.

Chernobyl

▪ O acidente de Chernobyl, o maior acidente nuclear da História, resultou na morte de 40 pessoas em até 3 meses após o acidente. Quanto aos efeitos de longo prazo, diversos estudos conduzidos por comissões internacionais de especialistas apontaram um aumento na incidência de câncer de tireoide nas crianças. Em números oficiais, 13 crianças morreram.

Efeito da Mídia

▪ Entretanto, milhares de imagens de mutações genéticas e cânceres são automaticamente associados ao acidente na antiga União Soviética, mesmo que a relação causal entre a exposição à radiação e o câncer seja difícil, senão impossível, de provar.

Efeito da Mídia

▪ Grande parte desse medo e dessas associações devem-se de certa forma a como a energia nuclear é veiculada através da mídia. Desde filmes que tendem a mostrar usinas nucleares sempre em situações de grande risco e caos, até desenhos infantis que veiculam as usinas e a radiação como grandes vilãs.

A percepção pública de risco

▪ Toda atividade humana é acompanhada por certo risco de perda, dano ou perigo para os indivíduos. O simples ato de dirigir um automóvel na estrada, ou de ligar um aparelho elétrico em casa, ou mesmo de tomar um banho, deixa o indivíduo sujeito a certo perigo.

34%

21%

45%

tipo de alimento que se compraria

no mercado?

irradiada não irradiada tanto faz

A percepção pública de risco

▪ Todos concordam que o consumidor merece proteção contra o perigo que está fora de seu controle pessoal, mas não está claro até que ponto essa proteção restringe o uso das novas tecnologias. Em um limite absurdo, por exemplo, a proibição completa de todos os meios de transporte mecânicos asseguraria que ninguém seria morto em acidentes envolvendo carros, trens, aviões, barcos ou naves espaciais. Entretanto, hoje poucos aceitariam tais restrições. É fácil dizer que uma proteção razoável deve ser fornecida, mas a própria palavra "razoável" tem significados diferentes entre as pessoas.

Obrigado

Bibliografia

▪ O Despertar da Radioatividade ao Alvorecer do século XX, Rodrigo da Silva Lima, Luiz Cláudio Ferreira Pimentel e Júlio Carlos Afonso, Química Nova na Escola, Fevereiro 2011.

▪ http://bondosos.blogspot.com.br/2009/07/produtos-radioativos-que-as-pessoas.html

▪ http://www.aprendendosobreradioatividade.xpg.com.br/radioatividadenahistoria.html

▪ http://www.ufpel.tche.br/ifm/histfis/first.htm

▪ http://radioatividadethales.blogspot.com.br/2010/08/historia-da-radoioatividade.html