Introdução à historia do design _ isbn 9788521204565
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Transcript of Introdução à historia do design _ isbn 9788521204565
Lançamento 2008
Uma Introdução à História do DesignRafael Cardoso
ISBN: 9788521204565 Páginas: 276
Formato: 17x24 cm
Peso: 0,580 kg
Rafael Cardoso
HiÌória do DesignT E R C E I R A E D I Ç Ã O , T O T A L M E N T E R E V I S T A E A M P L I A D A
intro-pré 6/13/08 11:47 AM Page III
Conteúdo
Prefácio à terceira ediçãoPrefácio à segunda ediçãoPrefácio
capítulo ¡
IntroduçãoHiÌória e designA natureza do design
capítulo ™
InduÌrialização e organização induÌrial, séculos 18 e 19Revoluções induÌriais e induÌrializaçãoPrimórdios da organização induÌrialExpansão da organização induÌrial
capítulo £
Design e comunicação no novo cenário urbano,século 19Formação da comunicação visual modernaA imagem e a fotografiaO design na intimidadeO design na multidão
VII
IX
XI
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20
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intro-pré 6/13/08 11:47 AM Page V
VI
u m a i n t r o d u ç ã o à h i s t ó r i a d o d e s i g n
capítulo ¢
Design, indúÌria e o consumidor moderno,1850-1930Design e reformismo socialConsumo e eÍetáculoO império dos eÌilosO advento da produ çãção em massa
capítulo ∞
Design e teoria na primeira era moderniÌa, 1900-1945Design e nacionalismoO vanguardismo europeu e a BauhausA prática do design entre as guerrasDesign, propaganda e guerra
capítulo §
O design em um mundo multinacional, 1945-1989IndúÌria e sociedade no pós-guerraO designer e o mundo das empresasA tradição moderniÌa e o ensino do designO design na era do marketingDesign na periferia
capítulo ¶
Os desafios do design no mundo pós-modernoPós-modernidade e a perda das certezasO design na era da informaçãoDesign e meio ambienteO designer no mercado global
BibliografiaÍndice
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86
94
109
120
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197
213
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237
244
251
255
265
intro-pré 6/13/08 11:47 AM Page VI
Introdução
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História e design
A natureza do design
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pensam a história como o conjunto dos fatos ocorridos no passado, mas estadefinição, se for examinada com um mínimo de atenção, esbarra em uma sériede problemas. Primeiramente, quais seriam os fatos do passado? Em qualquer dia,em qualquer lugar, ocorre um número incontável de incidentes e quem tentasseregistrar todos logo perceberia que a tarefa é impossível. Se a vida de cada umacumula uma multidão de episódios e acontecimentos, a vida de toda uma sociedadese faz infinitamente complexa, tanto mais ao longo de várias gerações. A essa objeçãoseria possível retrucar: a história trata somente dos fatos importantes, aqueles queafetam a vida de muitas pessoas. Esbarra-se nesse caso em um segundo problema:quem decide quais fatos são importantes, e baseado em quais critérios? Todo leitorjá teve a experiência de ver na banca dois ou três jornais do mesmo dia e de descobrirque cada um trazia uma manchete diferente, ou seja, cada jornal dava maior destaquea determinado incidente e não a outro. No caso de se comparar aqueles jornaisconsiderados ‘sérios’ com os chamados jornais ‘populares’, percebe-se que varianão somente a ordem das notícias como até mesmo a sua inclusão ou não no jornal.A notícia de primeira página de um nem sequer figura no outro ou então aparececom destaque mínimo. Por mais que se vilipendiem as qualidades jornalísticas desseou daquele órgão, não há como negar que diferentes leitores têm prioridadesdiferentes e que essas preferências decorrem de variações nos valores e na visão demundo de cada um. É cômodo para alguns descontar essas diferenças com base em
ntes de iniciar qualquer investigação histórica dodesign, é fundamental que se entenda o que é históriae como funciona. Os não-historiadores geralmenteA
HiÌória e design
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InduÌrialização eorganização induÌrial,séculos 18 e 19
c a p í t u l o 2
Revoluções industriais
e industrialização
Primórdios da organização
industrial
Expansão da organização
industrial
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u m a i n t r o d u ç ã o à h i s t ó r i a d o d e s i g n
Em vez de contratar muitos artesãos habilitados, bastava um bom designer paragerar o projeto, um bom gerente para supervisionar a produção e um grandenúmero de operários sem qualificação nenhuma para executar as etapas, depreferência como meros operadores de máquinas. A remuneração alta dos doisprimeiros era mais do que compensada pelos salários aviltantes pagos aos últimos,com a vantagem adicional de que estes podiam ser demitidos sem risco em épocasde demanda baixa. Assim, a produção em série a partir de um projeto representavapara o fabricante uma economia não somente de tempo, mas também de dinheiro.
O potencial técnico de repetir padrões em grande escala e de produzir peçasmais ou menos uniformes foi revolucionado pela aplicação de máquinas a vapora diversos processos de fabricação e pela introdução das primeiras máquinas-ferramentas de precisão, ambas efetuadas na Inglaterra entre o final do século 18e o início do 19 (usher, ¡ª§§: £∞£-£•¡; schaefer, ¡ª¶º: ™™-£¡; buchanan, ¡ªª™: ¢•-§º).A partir dessas conquistas efetivas, se bem que limitadas na sua aplicação, a buscada mecanização foi elevada a uma espécie de santo graal da evolução industriale a automação tornou-se uma questão de honra para os ideólogos do progressoindustrial. Na década de 1830, dois dos mais importantes desses pensadores vieramsofisticar a análise de Adam Smith sobre divisão de trabalho. Segundo Andrew Uree Charles Babbage, a grande meta da produção industrial seria a de retirar todoo processo de execução das mãos do trabalhador e entregá-lo para as máquinas,eliminando de vez o erro humano. Ambos acreditavam piamente que a automaçãocompleta das fábricas estava prestes a chegar e a sua certeza acabou contagiandooutros pensadores influentes como Karl Marx (ver berg, ¡ª•§: ¡•ª-¡ª¶).
Ilustração de 1841
demonstrando as vantagens do
mecanismo chamado de ‘espera
corrediça’ na automação do
torno. Segundo o texto que
acompanha, a máquina passa
a executar o trabalho,
transformando o trabalhador
em simples operador
e eliminando a necessidade de
qualquer habilidade especial.
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Design e comunicaçãono novo cenário urbano,século 19
c a p í t u l o 3
Formação da comunicação
visual moderna
A imagem e a fotografia
O design na intimidade
O design na multidão
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da reprodução de imagens. Ao uso secular da xilogravura – que havia ganho umanova popularidade no final do século 18 – vieram juntar-se a litografia (sobre pedrae sobre zinco) e a gravura em metal sobre chapas de aço, técnicas aperfeiçoadaspara uso comercial e industrial durante o século 19. Pela primeira vez na história,tornava-se possível imprimir imagens em larga escala e a baixíssimo custo, e adifusão de gravuras e outros impressos ilustrados a preços populares foi consideradapor alguns contemporâneos pelo menos tão revolucionária no seu impacto social,senão mais, do que a própria invenção da imprensa. A expansão desse mercadofoi fenomenal: na França, por exemplo, o número de semanários ilustrados emcirculação aumentou dezessete vezes entre 1830 e 1880 (jobling & crowley, ¡ªª§: ¡¡).Surgiram nesse período alguns dos mais importantes periódicos do século 19, como
51
Página de abertura da Revista
Ilustrada, no seu segundo ano
(1877). Dirigida por Ângelo
Agostini, foi a mais importante
revista ilustrada da sua época.
A charge satiriza o Barão de
Cotegipe, então ministro da
fazenda, e também
o legislativo, por sugarem as
forças do Brasil moribundo,
representado por um índio,
como de costume.
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Design, indúÌria eo consumidor moderno,1850-1930
c a p í t u l o 4
Design e reformismo social
Consumo e espetáculo
O império dos estilos
O advento da produção
em massa
intro-4 6/13/08 11:56 AM Page 75
99
Capas da revista O Malho
datando de 1919. A de cima
foi criada por Di Cavalcanti,
então bastante ativo na área
de projeto gráfico. Nota-se que,
em pleno auge do estilo
Art Nouveau, já se anunciam
formas e temas normalmente
associados ao Art Déco,
demonstrando como os dois
estilos se confundem na
prática. Na de baixo,
projetada por J. Carlos,
o pequeno jornaleiro tem
na mão a capa anterior,
em uma brincadeira que
prenuncia em muito o gesto
caracteristicamente
pós-moderno de citação
e montagem de
fragmentos visuais.
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Design e teoria naprimeira era moderniÌa,1900-1945
c a p í t u l o 5
Design e nacionalismo
O vanguardismo europeu e
a Bauhaus
A prática do design
entre as guerras
Design, propaganda e guerra
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155
D e s i g n e t e o r i a n a p r i m e i r a e r a m o d e r n i s t a , 1 9 0 0 - 1 9 4 5
das limitações normalmente impostas ao design como campo profissional,demonstrando que não somente a sociedade mas o próprio planeta – que elechamava de ‘Espaçonave Terra’ – poderiam ser pensados como projetos de design.
Em todo o mundo, encontram-se nessa época exemplos de arquitetos, artistase designers envolvidos diretamente em grandes obras públicas ou a serviço departidos e governantes específicos, com resultados geralmente desalentadores emtermos do seu legado histórico. No Brasil, o exemplo mais contundente de umacolaboração dessa natureza está na construção, entre 1936 e 1945, do edifíciodo Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, marco fundamental doModernismo brasileiro e símbolo maior da política educacional e cultural da eraVargas. Independentemente do significado arquitetônico desse empreendimento,
Durante muitos anos, a
camisa da seleção brasileira
ostentou a marca do Café
do Brasil, refletindo a
identificação do setor estatal
com a representação da
nacionalidade. Hoje, com
a presença de grandes
patrocinadores do setor
privado, a linha divisória
entre propaganda política
e propaganda comercial fica
ainda mais confusa.
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O design em ummundo multinacional, 1945-1989
c a p í t u l o 6
Indústria e sociedade no pós-Guerra
O designer e
o mundo das empresas
A tradição modernista
e o ensino do design
O design na era do marketing
Design na periferia
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¡ªª∞; de grazia & furlough, ¡ªª§). Por exemplo, a continuada expansão do mercadode eletrodomésticos no período do pós-Guerra dependeu, pelo menos em parte, deum esforço consciente da parte da indústria de criar uma identificação entre os seusprodutos e o público consumidor feminino, o que foi realizado através de campanhasestratégicas que incluiram o lançamento de veículos promocionais, tais quais livrosde receitas produzidos por grandes empresas, como a Arno ou a Walita. Nesse sentido,pode-se dizer que uma das funções do eletrodoméstico no século 20 tem sido de dartrabalho às mulheres e não somente, como se costuma pensar, de poupar-lhesesforço. O ressurgimento da alta costura e da moda no pós-Guerra não pode ser detodo dissociado desse anseio maior por novo período de paz e prosperidade. Nadécada de 1950, nomes como Dior e Balenciaga contribuíram para a reconstrução dasociedade européia e, principalmente, para o resgate de uma auto-estima abalada poranos de privação e austeridade. Juntamente com a já poderosa influência do cinema de 163
O d e s i g n e m u m m u n d o m u l t i n a c i o n a l , 1 9 4 5 - 1 9 8 9
Este anúncio promete fazer todo
o trabalho em menos tempo
e sem esforço, o que parece
bastante improvável. Além de
associar o eletrodoméstico com
a mulher na própria imagem,
o anúncio era veiculado em
um livro de receitas publicado
pela Arno e dirigido às
donas de casa.
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Os desafios do designno mundo pós-moderno
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Pós-modernidade e
a perda das certezas
O design na era da informação
Design e meio ambiente
O designer no mercado global
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248
u m a i n t r o d u ç ã o à h i s t ó r i a d o d e s i g n
disassembly), ou seja, projetar um artigo já prevendo o seu descarte e facilitandoa reutilização das peças, tendência que vem surtindo bons resultados na indústriaautomobilística, entre outras. Cabe ao designer pensar cada vez mais em termosdo ciclo de vida do objeto projetado, gerando soluções que otimizem três fatores: 1) uso de materiais não poluentes e de baixo consumo de energia; 2) eficiência deoperação e facilidade de manutenção do produto; 3) potencial de reutilização ereciclagem após o descarte. A visão de planejamento de ciclo de vida é especialmenteimportante do ponto de vista do designer, por se tratar de uma atividade que sópode ser realizada como parte do processo de produção e que se encaixa portanto nabusca de qualidade total intrínseca às filosofias mais recentes de gestão empresarial(ver malaguti, ™ººº; oliveira, ™ººº).
O uso do casco de cerveja
‘retornável’ representa um
excelente sistema de
reaproveitamento de materiais,
amplamente implantado no
Brasil. Infelizmente, de alguns
anos para cá, a indústria vem
substituindo o casco
padronizado de 600 ml por
garrafinhas one-way e latas de
alumínio, ambas as quais
acarretam um aumento
considerável no desperdício de
matérias-primas e energia.
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INOVAÇÃO EM
DESIGN