Introdução a Mente

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A Mente e suas Funções Introdução a Epistemologia e Psicologia Budista Material de estudo

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Este texto aborda a visão psicológica budista através da descrição dos 52 fatores mentais

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A Mente  e suas Funções 

   

Introdução a Epistemologia e Psicologia Budista      

Material de estudo   

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Sumário       Tradução do Livro a Mente e Suas Funções      5  Estudo Comparativo dos livros sobre a Mente      133  Caderno de Meditação e Estudo          159     

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 A Mente 

e suas Funções   

Geshe Rabten  

Traduzido e editado  por Stephen Batchelor 

  

                    

Editions Rabten Choeling  

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Índice   

Prefácio                      8 Prefácio do Autor                    9 Prefácio do Tradutor                  10 Introdução                      11   

Parte Um  

Um Modelo Epistemológico da Mente   Capítulo Um   Sujeitos            17 Capítulo Dois  Percepção e Concepção        25 Capítulo Três  Mente Válida          37 Capítulo Quatro  Mente Não Válida          50 Capítulo Cinco  Objetos            61   

Parte Dois  

Um Modelo de Mente Psicológica  Capítulo Seis   Mentes Primárias e Fatores Mentais    68 Capítulo Sete  Fatores mentais onipresentes,  

determinadores de objeto e  variáveis   75 Capítulo Oito  Os Fatores Mentais Virtuosos      85 Capítulo Nove   Os Fatores mentais Não Virtuosos    95   Glossário dos Termos              111 Glossário das Definições              121 Bibliografia                  131  

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Prefácio   Preenchido  de  contentamento  por  ter  encontrado  a  reencarnação  do  nosso 

venerável  mestre  Geshe  Rabten  Rinpoche,  é  particularmente  oportuno,  eu  sinto, apresentar ao leitor deste livro iluminado originado de seus ensinamentos. 

Ele contem os pontos essenciais da psicologia Budista; explanado de modo claro e compreensivo, característico do Geshe. Com esta precisa e habilidosa análise da mente e de  suas  funções, Geshe nos prove  com uma pura  sabedoria  ancestral  com  a qual  todos podem se beneficiar. Este  livro é como um espelho precioso no qual, claramente,  reflete nossa composição mental com todas as suas qualidades e faltas. Qualquer pessoa aberta a estes  ensinamentos  pode  se  beneficiar  imensamente  deles,  aprender  os  segredos escondidos nas suas mentes, e produzir uma transformação interna válida.  

Somente deste modo uma transformação pode o verdadeiro propósito da vida de alguém,  assim como para todos os outros, ser atingido. 

  Com as bênçãos do Geshe Rinpoche.    

Gonsar Tulku Diretor Espiritual do Rabten Choeling Suíça, Dezembro 1991 

    CH‐1801 Le Mont‐Peçerin/Suíça.  

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Prefácio do Autor   

Homenagem ao Glorioso Conquistador Shakyamuni, o insuperável professor, um Buda completo e perfeito. Com  sua grande compaixão, por favor ajude,  tome conta de a  mim e  de  todos 

seres sencientes.   Através da análise devemos constatar que, por muitas razões sólidas, a raiz de todo 

o prazer e dor dentro do samsara e   do Nirvana é a mente. A própria mente tem muitos aspectos  positivos  e  negativos.  Na  dependência  da  mudança  e  do  movimento  destes aspectos, prazeres superficiais e duradouros e a dor são produzidos como ondulações de água, uma  sucedendo a outra. Primeiramente, precisamos compreender exatamente que tipo de natureza a mente  tem. Então, devemos, precisamente, aprender como diferentes elementos  mentais,  positivos  e  negativos,  surgem  dela  e  como  eles  condicionam  a qualidade das nossas ações de mente, de fala e de corpo.   Se fizermos um estudo, é certo que devemos atingir uma  inequívoca  capacidade de estabelecer  felicidade  e dispersar o sofrimento.  Portanto,  existem  razões  definitivas  para  ler  este  livro,  no  qual,  uma apresentação clara e precisa da mente é empreendida. 

    

Geshe Rabten Tharpa Choeling 1978 

 

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Prefácio do Tradutor   

O propósito deste  texto A mente  e  suas Funções  é apresentar um quadro geral da concepção da mente no Budismo Mahayana. O  trabalho  está divido  em duas partes. A Parte Um apresenta, fundamentalmente, um modelo epistemológico da mente baseado na literatura Pramana.1. Na Parte Dois, é dada ênfase ao modelo psicológico da mente como apresentado na literatura Abhidharma 2.  

Mais especificamente, o material original da primeira parte do livro é um conjunto de três fitas que Geshe Rabten gravou pessoalmente em 1976 em Rikon, Suíça. Além deste material,  foi adicionado os ensinamentos orais do Ven. Geshe  sobre   a obra de Purchog Yondzin  Jhampla Rinpoche  (Yul.can.dang.blo.rigs.kyi.rnam.par.bshad.pa) e da obra de Akya Yondzin  (Blo.rigs.kyi.sdom.tshig.blang.dor.gsal.bai.me.long)  no  período  de  1976  a  1977, também  em  Rikon.  Os  conteúdos  da  Parte  Dois  são  baseados,  principalmente,  na apresentação das mentes primárias e fatores mentais encontrados na obra de Ven. Losang Gyatso (Rigs.lam.che.ba.blo.rigs.kyi.rnam.gzhag.mye.mkho.kun.btus). Em adição, anotações dos ensinamentos  orais  do  Geshe  Rabten  em  Zollikon,  Zurique,  em  julho  de  1976,  foram incorporados dentro do texto. 

A tradução e a edição do material original foram conduzidas sob direção do Geshe Rabten com a ajuda das discussões e dos debates entre os estudantes, monges e leigos, que vivem  em  torno do Geshe  em Rikon  e  que,  no presente momento  este  lugar  se  chama Tharpa Choeling  . Especial  reconhecimento a Alan Wallace pela  suas sugestões úteis na apresentação do manuscrito. 

 Stephen Batchelor Tharpa Choeling 1978 

    

1 O corpo da literatura referida aqui é os Sete Tratados da Mente Válida de Dharmakirt (Tshad.ma.sde.bdun) e especificamente seu Comentário para uma Mente Válida 2 Existem dois conjuntos da Literatura Abhidharma, o conjunto menor baseado no Treasury of Abhidharma de Vasabhandu e o conjunto maior baseado no Compendium of Abhidharma de Asanga. Aqui estamos seguindo a apresentação da mente como encontrado no Compendium of Abhidharma.

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Introdução    

O papel chave da Mente no Budismo  Para  ilustrar  a posição  central da mente  no Budismo, uma das mais  conhecidas 

escrituras Budistas , o Dhammapada,  abre com o seguinte verso.   

“Mente é o precursor de (todas más) condições. Mente é o comandante; e elas são mentes produzidas. Se, com uma Mente impura, alguém fala ou age, então dor segue alguém exatamente  como uma roda, (segue) o casco do boi. Mente é o precursor de (todas as boas) condições. Mente é comandante; e elas são mentes produzidas. Se, com uma mente pura, alguém fala ou age, então felicidade segue alguém exatamente como a sombra que jamais se retira.” 3

  Nestas  linhas,  está  claro  que  a  existência  e  a  experiência  no  Budismo  não  são 

consideradas  nem  como  eventos  intencionalmente  criados  por  um  deus  nem  como acontecimentos ocasionais em um universo caótico, mas são resultados de ações mentais, de  fala e  físicas de  seres  individuais dentro da existência. A mente não é um  fenômeno estático,  mas  um  contínuo  dinâmico  dentro  de  cada  indivíduo  que  forma  atividades dentro  dele mesmo  e  desencadeia, mais  adiante,  atividade  através  da  fala  e  do  corpo. Quando a mente é influenciada por fatores nocivos, ela age de tal maneira que tendências prejudiciais  e  impressões  são  deixadas  no  seu  contínuo,  as  quais,  mais  tarde, inevitavelmente,  amadurecerão  como  sofrimento  e  infelicidade.  .  Se  ela  age  de  forma benéfica  e  positiva,  então  as  tendências  deixadas  são  igualmente  positivas  e, subseqüentemente,  provocam  formas  prazerosas  de  existência.  Além  do mais,  criando 

3 Dhammanpada, I, 1-2. Os mesmos versos são encontrados também no Cânone tibetano e são mencionados na introdução para Losang Gyatso (Rigs.lam.che.ba.blo.rigs.kyi.rnam.gzhag.mye.mkho.kun.btus)

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uma  experiência  particular  dentro  de  cada  vida,  a mente  é  responsável,  também,  por determinar a forma e o estado da sua própria existência. 

Cada  estado  de  nascimento,  humano,  animal,  divino  ou  de  outra  maneira,  é provocado pelas  tendências predominantes e  impressões que  se manifestam na hora da morte  na  existência  prévia  de  alguém.  Conseqüentemente,  não  existe  uma  forma  de existência que  não é, no final das contas, originada na mente e nas suas atividades. 

A mente não  tem  início,  e a  sua  continuidade   não  tem  fim.  fim. O  contínuo da consciência manifesta em nós, agora, tem uma história que se estende ao passado, o qual não possui um ponto único a  ser  identificado  como  seu primeiro momento. Do mesmo modo, ela continuará,  indefinidamente no  futuro, até que, através da prática e esforço, é transformada na mente de um Buda. Desde um  tempo sem  início, até o presente, nossa mente  e  suas  atividades  têm  ,  continuamente,  produzido  estados  de  existência  de descontentamento, mantendo‐nos presos no  ciclo de nascimento  e de morte. Mas  agora que encontramos um nascimento humano completamente dotado,  temos a oportunidade de mudar a direção da nossa existência de sofrimento e de escravidão para uma existência de  felicidade  e  de  liberação.  Este  processo  de  transformação  é  fundamentalmente  de transformação da consciência, envolvendo a erradicação das qualidades mentais negativas e o cultivo das qualidades positivas e benéficas. Este mesmo processo, pelo qual a mente desenvolve  as  qualidades  de  cognição  válida,  tanto  quanto  as  virtudes  morais,  é  o caminho por meio do qual todas as várias metas espirituais são alcançadas. Tais metas são os  estados  mais  elevados  de  existência  dentro  do  samsara,  a  completa  liberação  do samsara, i.e. Nirvana, e finalmente a Budeidade, o estado no qual o benefício último, para nós mesmos e  para os outros, é alcançado. 

 A Base  Filosófica  Dentro  do  Budismo  existem  quatro  principais  tendências  de  pensamento 

filosóficos representadas pelas escolas Hinayana dos Vibasikas e dos Sautrantikas, e pelas  escolas Mahayana dos Cittamatrins  e dos   Madhyamikas. Esta  obra,  em particular  o  conteúdo  dos  primeiros  cinco  capítulos,  é  baseada  na  filosofia Sautrantika. Embora as tradições do Budismo no Tibete sejam consideradas como uma  prática Mahayana,    esta  filosofia,  clara  e  relativamente  simples,  da  escola Hinayana  Sautrantikas,  é  usada  no  contexto  dentro  do  qual  as  estruturas fundamentais da lógica e da epistemologia são inicialmente formuladas. É dito que as quatro escolas da  filosofia Budista não são sistemas  independentes com pouca ou  nenhuma  relação  uma  com  a  outra; mas  são  para  ser  entendidas  como  um desenvolvimento progressivo de  insights, o qual é como passos numa escada na direção  daquela  que  é  o  ápice  do  pensamento  Budista,  a  visão Madhyamika‐Prasangika. Por essa  razão,  ter um quadro claro da posição Sautrantika  funciona como  uma  boa  base  na  qual  move‐se  para  a  mais  complexa,  intricada  e desenvolvida  das  escolas  Mahayanas.  Em  particular,  a  tradição  Sautrantika seguida  aqui  é  aquela  elucidada por Dharmakirt no  seu  sete  tratados da Mente 

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Válida,  e  mais  especificamente  no  seu  Comentário  para  a  Mente  Válida (Pramanavarartikka).  

A  Sautrantika  é  definida  como  uma  proposição  Hinayana  da  doutrina filosófica  que  afirma  a  verdadeira  existência  de  ambos,  objetos  externos  e  a apercepção. Em  comparação  com a Cittamatrins, que afirma que a mente  e  seus objetos são da mesma substância, elas são Realistas, já que afirmam que fenômenos externos  existem  verdadeiramente  e  são  as  causas,  na  dependência  das  quais  a consciência  é  produzida.   Mas,  diferentemente,  a  escola  Vaibasika  atribui  uma realidade  substancial para  todos  os  fenômenos,  seu  realismo    é  temperado pela divisão dos  fenômenos  em  entidades  concretas  e  abstratas.  Fenômenos Concretos* são  aqueles  que,  pela  virtude  das  suas  próprias  características,  existem independentemente  de  qualquer  imputação  de  palavras  e  concepções.  Eles  são impermanentes,  entidades momentâneas  que mantém  sua  própria  continuidade causal,  surgida de  causas e  condições e produzindo  seus próprios efeitos. Todas entidades material  e mental,  tanto  quanto  certos  fenômenos  condicionados,  tais como a pessoa, tempo, vida, etc., que não integram  nenhuma destas categorias são considerados  fenômenos concretos. Fenômenos Abstratos*   por outro  lado, são não momentâneos,  entidades  permanentes  que  são  imputadas  por  palavras  e concepções.  Eles  são    elementos  não  concretos  que  designamos  para  o mundo concreto. Um exemplo seria  o espaço incondicionado, i.e., a mera falta de contato obstrutivo. Esta existência – permite o deslocamento e o movimento de  formas – mas  não  exclusivamente  pela  suas  próprias  características.  Sua  existência  é estabelecida através de uma concepção, um  julgamento subjetivo sobre o mundo, não  através  de  uma  apresentação  dele  próprio  para  a  cognição  imediata  da percepção. 

É desta distinção que a escola Sautrantika estabelece sua posição em relação às verdades última e convencional. Fenômenos concretos são considerados como verdades  últimas  enquanto  que  fenômenos  abstratos  são  considerados  como verdades convencionais. Um fenômeno concreto é uma verdade última porque ele é verdadeiro para uma percepção válida – em última análise o constituinte válido da  mente.  Um  fenômeno  abstrato  é  uma  verdade  convencional  porque  ele  é verdadeiro  por  concepção  –  o  constituinte  da mente  convencional  ou  deludido. Deste modo,  a  função  da  cognição  em  definir  as  categorias  da  existência  tanto quanto a existência dela própria é de importância primaria no sistema Sautrantika.  É dito que um objeto existe se ele é certificado por uma mente válida, é dito ser concreto  e  último  se  ele  aparece  para  uma  percepção  válida;  e  é  considerado abstrato  e  convencional  se  ele  é  estabelecido  através  de  uma  concepção.  Para ganhar  alguma  compreensão  deste  ponto  de  vista  filosófico  é,  por  essa  razão, 

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essencial desenvolver uma  compreensão  clara   das  suas  asserções  a  respeito da mente.4

Portanto, na seqüência do texto, a natureza da mente, suas categorias e suas funções serão explanadas, provendo uma base necessária para avançar no estudo com  relação  ao  seu    desenvolvimento  e  transformação  através  da  prática  do Darma. Visto que a mente é o  fenômeno com o qual estamos  fundamentalmente envolvidos na prática do Budismo, é importante obter uma compreensão clara da sua estrutura e composição. Auspiciosamente, este  livro nos ajudará em adquirir tal compreensão. 

4 Para uma discussão mais detalhada dos princípios da escola Sautrantikas veja Practice and Theory of Tibetan Buddhism, p. 92 seq.

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Parte Um 

  

Um Modelo Epistemológico da Mente  

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Conteúdos do Capítulo Um    

I  MENTE              13  II  PESSOAS              15  III  SONS ARTICULADOS          17   A. Termos              17   B. Frases              18   C. Letras              19   

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Capítulo Um  

Sujeitos    

Sujeito e objeto são entidades mutuamente dependentes; não podemos considerar um  sem  referir‐se ao outro. Devido a esta natureza dependente, um  sujeito*  (lit.: objeto‐possuidor)  é  definido  como  uma  entidade  efetiva  dotada  com  seu  próprio  objeto  de qualquer  tipo. Mas,  embora  sujeito  e  objeto  serem mutuamente  dependentes,  isto  não significa que eles sejam, mutuamente, entidades exclusivas. Todos os sujeitos, em virtude deles serem fenômenos existentes, são necessariamente objetos de outro sujeito. Além do que, o Budismo atribui características subjetivas para uma entidade material tanto quanto para uma entidade não material. Um sujeito material é um som articulado. Desta maneira um som, seja ele um termo ou uma frase,   é subjetivo no sentido dele denotar um objeto particular, designar sujeitos não materiais, tais como cognições e pessoas, são subjetivos na sua apreensão de um objeto através das faculdades mentais.   

Devemos agora proceder uma explicação mais detalhada sobre qual o  significado de  mente,  pessoa  e  um  som  articulado.  Neste  capítulo  devemos  considerar  as características gerais de todos os três e no resto do trabalho daremos especial atenção para o fenômeno da mente. 

  I  MENTE  Todos  os  estados  da  mente,  seja  ele  intelectual,  tal  como  discriminação  e 

reconhecimento,  ou  emocional,  tal  como  um  desejo  e  aversão,  são  necessariamente sujeitos;  eles  não  podem  existir  sem  apreender  um  objeto  particular.  A  definição  das características  da  mente*  são  claridade  e  cognição.  Aqui  claridade  refere‐se  a  não materialidade, como espaço  natural da consciência, i.e. completamente destituída de cor, forma ou dimensão material. Mas apesar da ausência destas características físicas, ela não é meramente  uma  entidade  abstrata  como  o  espaço,  por  exemplo.  Diferentemente  do espaço  ela  carrega  a  característica  definida  de  cognição.  Cognição  é  a  faculdade  de apreensão da consciência que funciona ao ver formas e ouvir sons, tanto quanto em todos 

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os  tipos de reflexão,  inferência e compreensão. Apesar da sua natureza sutil, cognição é, todavia, um fenômeno substancial momentâneo que mantem seu próprio contínuo causal.  

É muito  difícil  reconhecer  esta  natureza  da mente  e,  conseqüentemente, muitas teorias  conflitantes  têm  surgido  sobre o que a mente é. É muito  comum  identificar, nos dias  de  hoje,  o  cérebro  com  a  mente  .  Parece  natural  fazer  esta  suposição  visto  que facilmente  observamos  sensações  e  atividades  na  região  do  cérebro  quando  estamos absortos em pensamentos e cogitações. Do mesmo modo os órgãos do sentido da visão, audição,  olfato  e paladar  estão  localizados na  cabeça  e parecem  funcionar  intimamente com o cérebro, relatando imediatamente suas impressões sensoriais para ele. Além disso, existe muita  pesquisa  sendo  feita  no  presente momento  para  correlacionar  estados  de consciência  com várias  funções neurológicas  . De  fato,  é uma verdade que uma grande parte das atividades relatadas para a consciência ocorrem no cérebro, mas isto não prova que o cérebro é equivalente à consciência. Dentro do corpo existe uma vasta rede de canais de  energia que  convergem  em  certos pontos  e um dos pontos mais  importantes destas junções  está  situado  no  cérebro. Através destes  canais  fluem muitas  energias  rápidas  e  sutis  nas  quais  a  mente  cavalga  e  é  suportada.  Visto  que  a  mente  tem  uma  íntima dependência  com  estas  energias,  toda  vez  que  acontece  alguma  atividade mental    um movimento fisiológico correspondente ocorre dentro do canal de energia e dos seus pontos de junção. É por esta razão, que reações no cérebro são detectadas em relação às atividades mentais.    Por  essa  razão,  embora  este  indicativo  que  a mente  é  capaz  de  causar  um movimento  de  energia  que  freqüentemente  leva  a  lugares  no  cérebro,  esta  não  é  uma indicação real que o cérebro  é a mente. 

Do mesmo modo,  podemos  considerar  que  as  forças  vitais  contidas  dentro  dos elementos do corpo são a mente. Apesar destas forças serem a base para todas as funções internas do organismo  físico  e  serem  capazes de  causar‐nos prazer  e dor,  eles não  são, todavia,  a  mente.  Através  dos  seus  movimentos  e  interações  elas  produzem  várias sensações  no  corpo  que  imediatamente  fazem  surgir  atividade  mental,  mas  elas  não devem ser confundidas com as próprias atividades mentais. 

Similarmente, algumas pessoas sentem que os órgãos sensoriais são a mente. Este ponto de vista surge porque se assume que   os olhos vêem  formas, os ouvidos escutam sons e assim por diante; mas de fato estes órgãos sensoriais são somente a base na qual a mente depende a fim de perceber os objetos externos. É necessário, por essa razão, fazer uma cuidadosa distinção entre o que a mente depende para sua atividade, i.e o cérebro, as energias, os órgãos sensoriais, e o não material  estado de lucidez da própria cognição. 

De qualquer modo, muitas pessoas no mundo hoje  identificam a mente com algo físico dentro do corpo e por meio disso consideram seu tempo de vida igual ao do corpo. Apesar da falta de uma base de raciocínio convincente à estas suposições, todavia, elas são facilmente  difundidas  para  outros  e  por meio  disso  a  convicção  em  vidas  passadas  e futuras é prontamente rejeitada. Esta é a concepção errônea mais  inauspiciosa   devido a sua atitude hedonista e materialista que são freqüentemente adotadas, pois os problemas de  alguém  se  tornam    limitados  à  curta  duração  desta  única  vida.  Não  são  feitas preparações para assegurar  felicidade em alguma existência  futura e, conseqüentemente, por causa destas atitudes errôneas para com a vida, experienciará muitas dificuldades e 

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pesar  na hora morte  tanto  quanto  nas  vidas  futuras. A Raiz de  todas  estas  concepções errôneas e problemas pode, por essa razão, ser delineada pela falsa apreensão da natureza da mente. Mas, se de outro modo,  identificarmos corretamente esta natureza, então será vantajoso  para  este  momento  e  para  o  futuro.  Por  ele  ser  na  dependência  do reconhecimento verdadeiro da   natureza da  consciência,  esse  raciocínio  comprovando a existência de vidas passadas e futuras pode ser estabelecido. Daqui mais adiante a análise lógica provará para nós que houve uma sucessão sem início de nascimentos prévios e que este processo continuará, ininterruptamente, até que um esforço seja feito para afetar seu curso. Conseqüentemente, com tal compreensão, a maneira pela qual nós, presentemente, concebemos  a  nossa  auto‐existência  e  o  nosso  estado  de  existência  será  drasticamente alterado e uma nova e mais expansiva visão da vida se tornará acessível para nós.  

Além  disso,  por  ser  meramente  um  estado  de  claridade  e  cognição,  o  mental contínuo é constantemente alternado entre estados de prazer, dor e  indiferença. Esta é a completa evidência da nossa própria experiência, visto que passamos   o curso  inteiro de nossas  vidas  tentando  manter  um  sentimento  de  felicidade  e  tentando  eliminar sentimentos de infelicidade. Quando estamos felizes, basta ouvir algumas poucas palavras infelizes para mudar nosso estado de mente para um de sofrimento e, do mesmo modo, estes sentimentos de sofrimento podem  também ser aliviados por coisas como encontrar um  amigo  ou  por  recordar  um  momento  prazeroso  passado.  Porém,  enquanto continuarmos acumulando tendências nocivas na mente por pensar e agir de maneira auto destrutiva e prejudicial para outros, nesta e nas vidas futuras a mente permanecerá numa condição predominantemente pesarosa. Reciprocamente, se a mente é bem  familiarizada com  o  Darma  e  seguimos  um  modo  de  vida  saudável,  então  sentimentos  de contentamento  e  bem  estar  predominarão  e  enfim  deveremos    ser  levados  a  um desenvolvimento espiritual maior. 

Por essa razão, a mente tem um grande potencial, visto que na dependência do seu desenvolvimento  e  de  certas  condições  nosso  estado  de  existência  é,  por  meio  disto,  determinado. 

  II   PESSOAS  Aqui, o  termo pessoa, não  se  refere meramente a uma  existência humana mas a 

muitas  formas de  existência  individual: humano,  animal,  seres divinos. Em um  sentido geral, é assumido que reconhecemos uma pessoa ou uma existência individual, visto que, em  nossas  vidas,  constantemente  nos  referimos  a  nós  próprios  e  outras  formas  de existência de  vida  animada  como  tendo uma  certa  auto‐identidade. Especialmente  com referência  a nós próprios,  temos  sempre  consciência de um  senso dominante de “eu”  e “meu”,  e  não  necessitamos  de  um  insight  especial    afim  de  que  sejamos  hábeis  para discernir  sua  existência.  Mas,  devemos  considerar  seriamente  a  matéria  e  começar  a analisar a natureza deste fenômeno, devemos encontrar, particularmente, dificuldade para definir exatamente o que queremos dizer por “eu”, a pessoa. 

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Por  exemplo,  quando  vem  um  grupo  com  uma  vaca,  um  cavalo  e  um  homem subtraímos  a  vaca  e  o  cavalo,  o  homem  será  claramente  identificado  como  o  objeto remanescente. Mas, diferentemente deste exemplo, não devemos encontrar um resíduo da subtração do corpo e da mente de um grupo de corpos, mentes e pessoas. Uma possível reação para esta  redução pode ser   para contestar que a pessoa não existe sob qualquer condição, mas  isto é claramente  insustentável. Apesar da pessoa não poder existir como uma entidade  isolada como  tal, ela,  todavia, existe, de outro modo não existiria alguém lendo  estas  palavras,  ou  alguém  para  falar,    para  trabalhar,  para  sentir  ou  para  viver. Então,  alguém  pode  perguntar:  a  pessoa  é  considerada  existente?  A  pessoa*    ou  a personalidade  é  simplesmente  o  “eu”  imputado  sobre  qualquer  dos  cinco  agregados psicológicos.5  Ela  é  um  fenômeno  transitório  que  não  é  incluído  em  nenhuma  das categorias de mente nem matéria  (sentido  físico ou  conteúdo?). Sua existência, por essa razão, é estabelecida através do relacionamento  interdependente entre a mente imputada e  os  agregados  psicofísicos  nos  quais  ela  é  imputada.  Pensando  sobre  esta  definição deveríamos ser capazes de atingir   algum  insight   sobre o modo no qual a pessoa existe. De qualquer modo, na seqüência para discernir sua natureza última é necessário referir‐se  aos  ensinamentos  relativos  a  falta  de  existência  inerente  da  pessoa  apresentada  pela filosofia  Madhyamika  da  vacuidade.  De  acordo  com  esta  filosofia  as  visões  que identificam  a pessoa  como uma  entidade  independente diferente da mente  e do  corpo, tanto  quanto  aquelas  que  consideram‐na  como  ambos  o  corpo,  a mente  ou  como  uma coleção  das  duas  são  sistematicamente  refutadas  pelo  método  da  análise  lógica. Mas considerações como esta, além do mais, requerem muita explanação e investigação, e por isso estão fora do propósito deste trabalho.6  

Visto  que  vivemos  em  um  mundo  habitado  por  criaturas  corporificadas desenvolvemos a tendência de identificar a pessoa com um corpo, mas existem indivíduos que não possuem uma  forma  física. No Budismo classificamos a existência senciente em três distintos reinos: aqueles do desejo, forma e sem forma. No reino dos desejos estão os seres  humanos,  animais,  fantasmas,  habitantes  dos  infernos  e  certas  divindades  abide. (Nathan revisou até aqui.) O reino da forma é a morada de divindades que são absorvidas nos primeiros quatro níveis da concentração meditativa e o  reino da não  forma   é onde outras divindades permanecem  em um  estado  inalterável de    absorção  sutil.   Todos  os seres  residentes  nos  dois  primeiros  destes  reinos,  aqueles  do  desejo  e  da  forma,  são dotados de corpo físico, mas os seres do reino da não forma faltam um aspecto corpóreo.  Suas existências como uma pessoa, por essa razão, é estabelecido somente na dependência dos  seus  agregados  mentais  das  sensações,  discriminação,  elementos  formativos  e consciência primária. Por essa  razão é que definimos a pessoa como um “eu”  imputado por um dos agregados psicofísicos.  

A pessoa é dita para ser um sujeito porque todos os seres individuais, sem exceção, constantemente apreendem um objeto.   Até o menor dos  insetos é consciente de alguma coisa; ele apreende o alimento que come e quando se deparar com um problema desvia‐se 

5 A saber: forma física, sensações, discriminação, elementos formativos e consciência primária. 6 Para maiores explicações veja Tenzin Gyatso, S.S. o XIV Dalai Lama, The Key to the Middle Way; também Geshe Rabten, Echoes of Voidness.

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dele. Do mesmo modo, alguém absorvido em um profundo estado de meditação estará sempre se referindo a algum objeto, seja qual for o tipo de objeto. 

III   SONS ARTICULADOS  Dentre todos os variados sons e barulhos que ouvimos, alguns, tais como sentenças 

coerentes,  são  ditas  para  ser  articuladas*  ,  enquanto  outras,  tais  como  o  som  da  chuva caindo, são ditas ser  inarticulados. O autor, além do mais, por ser meramente um barulho, tem a  função de denotar objetos particulares com os quais não  tem uma relação natural. Por  esta  razão  eles  são  chamados de  sujeitos.  Sons  articulados  é, deste modo, definido como  audível que denota que  ele  articula por meio de um  sinal. Por  exemplo,  quando articulamos o barulho de um “gorjear” então pelos meios de nosso acordo que este som se refere a um objeto com o qual a flat base., em torno do abdômen e a capacidade para ser impermeável,  o  som  denota  um  objeto  particular.  (o  sentido  desta  frase  está  confuso).  Mas, apesar de classificarmos sons articulados como objeto, isto não significa que eles têm o mesmo relacionamento com um objeto como fazem pessoas e mentes. Eles são sujeitos no sentido das suas denotações com um objeto, designa‐se mentes como sujeito devido a sua apreensão de um objeto por meio dos sentidos sensoriais e faculdades mentais. 

Além disso existem três tipos de sons articulados: termos, frases e letras.  A. Termos  Termos* são unidades simples de fala que usamos para denotar os objetos no qual 

pensamos e falamos. Definido como audíveis que revelam o mero fato de um objeto, eles são  como  os  tijolos    da  construção  de  uma  língua,  com  os  quais  formamos  frases  e sentenças para descrever como experienciamos mutuamente a   nós próprios e o mundo. Por  exemplo, o  termo  “casa”  revela o  fato de uma  casa    sem qualificá‐la pelo  lugar ou relacioná‐la    a  algo  mais.    Do  mesmo  modo  o  nome  “João”  simplesmente  denota  a presença de uma pessoa particular chamada João e nada mais. 

Existem dois tipos de termos: termo‐padrão e termo‐comum.  Um termo‐padrão* é o principal  termo  pelo  qual  um  objeto  particular  ou  evento  é  compreendido.  É  definido como um  termo que é ambos, o  termo principal de um objeto bem  como o  termo dado para ele  originalmente por meio da vontade. O termo principal de um objeto é aquele pelo qual  este  objeto,  de  forma  particular,    é  denotado.  Por  exemplo,  visto  que  o  termo “gorjear”  refere‐se  exclusivamente  a  alguma  coisa    com  uma  flat  base.,  em  torno  do abdômen e a capacidade para ser  impermeável, é chamado de um  termo principal para este objeto.   (o sentido desta frase está confuso) para ser   “dado por meio da vontade”, a definição aponta que termos são designados para objetos devido a um desejo que alguém teve em algum momento, e não por alguma outra razão profunda ou misteriosa. “Dado originalmente” significa que um termo‐padrão para alguma coisa é inicialmente cunhado e aceito com uma linguagem particular.  

O  termo‐comum*  para  um  objeto  é  definido  como  um  termo  que  é  ambos:  algo vulgar e mais tarde o termo para um objeto. É chamado de termo vulgar por não denotar, precisa e exclusivamente o objeto a que ele se refere, e “mais tarde como termo”  visto que 

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ele é cunhado, em um momento subseqüente a aceitação do termo‐padrão. Tais termos são designados para seus objetos por ambos  , por razões de similaridade ou relacionamento com outro objeto.   Termos‐comuns designados por  causa de uma  similaridade  são, por exemplo,  o  apelido  dado  para  pessoas  ou  animais  por  que  eles  possuem  uma  certa característica    na  qual  lembram‐nos  de  algo  também.    Por  exemplo,  alguns  gatos  são chamados de “tigre”   por causa da sua coloração e  leões são, freqüentemente, chamados de “rei dos animais”  por causa dos seus semblantes nobres e majestosos.  

Como o  termo‐comum é dado pelo  seu  relacionamento, ele  será necessariamente descrito resumidamente que pelo significado do termo “relacionado”. Nos Collected Topic A  é  determinado  por  ter  um  relacionamento  com  B  se  através  da  eliminação  de  B, A deveria,  necessariamente,  cessar  sua  existência.  Visto  que  todas  as  formas  destes relacionamentos  serão  igualmente  naturais  ,  i.e.  A  sendo  a mesma  natureza  de  B,  ou causal, i.e. A sendo causado por B, dois tipos de relacionamento entre objetos são aceitos. Estas são chamadas e um relacionamento natural* e um relacionamento causal*. Quando um termo  é  imputado  para  um  objeto  porque  estes  objetos  suportam  também  estes  dois relacionamentos com outro objeto, este termo é, então chamado “um termo comum, dado por causa de um relacionamento”. 

Um exemplo de um termo‐comum por causa de um relacionamento natural, seria antão, quando dizemos: “o rolo de tecido está queimando”, embora de fato somente uma pequena parte do rolo esteja no fogo. Aqui estamos  imputando o termo “rolo de tecido” para uma parte  somente do  rolo porque esta pequena parte    relaciona‐se   naturalmente com o  rolo  inteiro. Termos‐comuns são designados por causa de uma  relação causal em duas maneiras: através da designação do termo da causa  para seus resultados e através da designação do termo do resultado para sua causa.   Um exemplo de designação do termo da causa para seu resultado seria quando chamamos a luz do sol brilhando na terra de “o sol”.  Freqüentemente,  vemos  um  lugar  repentinamente  iluminado  pela  luz  do  sol  e exclamamos,  “olhe,  o  sol  está  lá  adiante!”,  enquanto  neste  fato  ele  é  a  luz  solar,  um resultado do  sol, que  estamos nos  referindo. Atribuindo o  termo do  resultado para  sua causa,  por outro lado, seria como a chamada inferência‐de‐outros como “uma inferência”. Uma  inferência‐de‐outros  é  de  fato  uma  evidência  verbal  que  quando  declarada  causa uma inferência que ocorre na mente de outra pessoa. Visto que ela é uma fala e uma não cognição, ela não é uma inferência real mas é meramente chamada assim por causa do seu resultado7. Um exemplo simples seria nossa denominação do equipamento elétrico como “luz” sempre quando ela está desligada. O equipamento é chamado uma “luz” somente porque ele é um instrumento que causa o efeito da luz. 

 B. Frases  

7 Quando inferência é classificada de acordo com a sua etimologia, dois tipos são enumeradas inferência pessoal (rang.don.rjes.dpag) e inferência-para-outros (gzhan.don.rjes.dpag). Uma inferência pessoal é uma cognição inferente que ocorre na base de uma razão perfeita, uma inferência-por-outros é uma evidência verbal (sgrub.ngag) que quando oralmente declarada causa uma inferência pessoal para ser gerada na mente de outras pessoas.

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Uma  frase*  é  definida  como  um  audível  expressivo  que  conecta  uma  qualidade para  sua  base.  Por  essa  razão  frases  são  compostas  de  palavras  que  promovem informações sobre um objeto particular por meio da descrição. Um termo denota o mero fato do objeto enquanto uma frase especifica a qualidade e atributos com o qual este objeto é  dotado.  Por  isso  quando  dizemos  “o  jarro  é  vermelho”,  ou,  “som  é  impermanente”, estamos usando  frases visto que estas manifestam conectar as qualidades da coloração e impermanência par suas respectivas bases, o jarro e o som. 

 C. Letras  A  definição  de  uma  letra*  é  um  som  claro  que  age  como  a  base  para  uma 

composição de  termos  e  frases. Todas  as  consoantes  e  vogais  são  letras  e  elas  estão na dependência  desses  sons  que  os  termos  e  frases  compõem  para  articular  a  fala  que  é formada.  Todas  as  bases  sonoras  expressam  vários  alfabetos  no  mundo  que  seriam exemplos de letras. 

Além disso, o termo em Sanskrito para “letra” é aksara o qual significa literalmente “aquilo  que  é  imutável”.  Este  termo  era  originalmente    cunhado  pelos  seguidores  das tradições Védicas antigas que  sustentavam que visto que os sons dos hinos védicos eram eternos  e  imutáveis,  por  essa  razão  as  letras  que  formam  estes  sons  devem  também ostentar esta natureza  imutável. Mas, no budismo  todos sons, visto que eles são criados por  fenômenos  físicos,  são considerados   mutáveis e  impermanentes.   Por essa  razão os budistas  interpretam o significado  literal de aksara de diferente modo. Letras, então, são chamadas por  ser  imutáveis no  sentido  que  elas  serão  ouvidas da mesma maneira por quem for que elas sejam proferidas. Então,  o modo no qual elas são ouvidas, não as letras por elas próprias, é que são consideradas como sendo imutáveis. 

Todos os termos, frases e letras são sons articulados e por essa razão sujeitos. Seus caracteres  subjetivos  é  que  denotam  alguma  coisa.    Deste  modo,  qualquer  que  seja denotado ou expressado por algum destes sons articulados é considerado como o objeto daquele som. Além do mais, visto que  termos e frases, além de expressar explicitamente alguma  coisa,  são  também  capazes para  implicitamente  sugerir alguma  coisa de acordo com a disposição  individual e perspectivas de deferentes ouvintes, eles possuem objetos diretos e indiretos.8 Parece claro designar palavras e frases como sujeitos, mas deveríamos nos espantar como letras são incluídas nesta categoria. Apesar delas não denotarem coisas da mesma maneira  como palavras  e  frases,  todavia, visto que  elas  são  elementos pelos quais a fala é formada, elas são chamadas para compartilhar seu sujeito natural. 

8 Para uma descrição do objetos diretos e indiretos veja páginas 60 e 61.

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Conteúdos do Capítulo Dois    

I  PERCEPÇÃO            21    A. Percepção sensorial e Percepção mental    21   B. Percepção verdadeira e falsa        23     1. Percepção sensorial verdadeira     23     2. Cognição perceptiva e não‐perceptiva       (Aperceptiva e não aperceptiva)    24     3. Percepção mental verdadeira      25     4. Cognição perceptiva verdadeira    25     5. Percepção contemplativa verdadeira    26   II  CONCEPÇÃO            27  A. Imagens Mentais             28 B. Concepção baseada em uma imagem 

 nominal e experimental          29 C. Concepções de termos‐conectados 

 e fatos‐conectados            30 D. Concepções verdadeiras e falsas        31 E. Imaginação recordada e futuro‐orientada      31     

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Capítulo Dois  

Percepção e Concepção    Agora que discutimos as  características  fundamentais de  todos os  estados 

de mente, i.e. claridade e cognição, devemos agora proceder a classificação destes estados  em vários  tipos diferentes. A primeira distinção a  ser  feita  será a básica entre  percepção  e  concepção.  Então,  continuaremos  nos  capítulos  três  e  quatro, para  explanar  quais  destas  percepções  e  concepções  são  corretas  e  quais  são incorretas. 

O  que  é  entendido  por  “percepção”  aqui  é  um  estado  não‐conceitual  de mente, que pode ser um sentido cognitivo visual, auditivo, olfativo, gustativo ou tátil tanto quanto certas cognições mentais imediatas. “Concepção”, por outro lado, refere‐se a um estado da mente conceitual, i.e. uma cognição mental que não nota seus  objetos  imediatamente  ou  apenas  como  uma  percepção  mas  conhece‐os através de uma imagem mental. 

 I. PERCEPÇÃO  A. Percepção Sensorial e Percepção Mental  Na classificação das diferentes percepções que temos, a primeira distinção a 

ser feita será entre percepção sensorial e percepção mental. “Percepção sensorial”  refere‐se a todas cognições não‐conceituais que são dependentes do originado em um órgão dos sentidos físicos, uma forma externa e um estado prévio de cognição. Por  essa  razão,  uma  percepção  visual,  por  exemplo,  surge  na  dependência  do órgão  olho,  uma  forma  visual  e  qualquer  estado  de  cognição  que  ocorra imediatamente  anterior  a  ela.  Estas  três  condições  de  uma  percepção  sensorial 

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visual  são  respectivamente  chamadas  de  “a  condição  dominante”9  o  “condição objeto” e a “condição  imediata”. O órgão olho é chamado de  condição dominante* para uma percepção visual visto que além de uma causa principal e direta para ela, ele  é  também  a  condição que  é o  responsável principal por  ela.  Isto  é porque o órgão olho é a base exclusiva na qual a percepção visual ocorre e é por meio desta base que reconhecemos a existência de uma percepção visual. Uma cor poderia ser um exemplo de uma    condição  objeto* para uma percepção visual na qual ela é a causa principal e direta para sua sustentação no aspecto de uma cor. O terceiro, a condição  imediata* para uma percepção visual é a  causa principal e direta por  ser uma  mera  experiência  clara  e  cognisante.    i.e.  o  momento  imediatamente precedente  da  cognição.  Da  mesma  maneira,  todos  as  percepções  sensoriais surgem  na  dependência  das  suas  respectivas  condições  dominantes,  objeto  e imediata. 

  

Percepção Sensorial  Condição dominante  Condição objeto  Condição imediata visual  órgão‐olho  forma‐visual  o momento auditiva  órgão‐ouvido  som  imediatamente olfativa  órgão‐nariz  odor  precedente à gustativa  órgão‐língua  gosto  cognição. tátil  órgão‐corpo  sensação‐tátil     Percepções mentais  são  similares  em  relação à percepção  sensorial,  exceto 

que  elas  não  dependem  de  um  órgão  físico  sensorial  com  suas  condições dominantes.  Suas condições dominantes são o órgão mental. Este não é um órgão físico,  mas  qualquer  estado  cognitivo  que  imediatamente  precede  a  percepção mental. Este  estado  imediatamente  anterior  à  cognição,  sensorial  ou mental,  é  a condição  dominante  para  uma  percepção  mental,  visto  que  é,  principalmente, através  da  sua  força  que  a  percepção  mental  formou‐se.  Para  uma  percepção mental, então, a condição dominante e a condição  imediata são as mesmas. Para sua  condição  objeto,  percepção mental  pode  surgir  na  dependência  de  formas físicas  tanto quanto objetos  sutis  tais  como  as mentes de outras pessoas  embora este último exemplo seria percebido somente em estado de elevada consciência. 

9 A condição dominante é de dois tipos: a condição dominante comum (thum-mong.ba.i.bdag.rkyen) e a condição dominante exclusiva (thun.mong. ma.yin.pa.i.bdag.rken). A condição dominante comum em uma percepção visual, por exemplo, seria o órgão visual i.e. o momento imediatamente precedente da consciência mental. É chamado de “comum” visto que ele é uma condição dominante para todos os cinco sensos de percepção. A condição dominante exclusiva nesta percepção seria o órgão olho. Esta é chamada “exclusiva” visto que somente ela é uma condição para a percepção visual. Neste texto, quando nos referimos a condição dominante estamos sempre nos referindo a condição dominante exclusiva.

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 B. Percepção verdadeira e falsa  Dentre  todas  estas  várias  percepções  algumas  são  consideradas  como 

“verdadeiras”  e  outras    referidas  são  consideradas  como  “falsa”. Uma  percepção verdadeira*  é  definida  como  uma  cognição  não‐enganosa    que  é  livre  de conceitualidade.   Qualquer  objeto  que  aparece  para  uma  percepção  verdadeira necessariamente existe de uma maneira na qual ele aparece. Uma percepção falsa, embora seja uma cognição livre de conceitualidade, é enganosa com relação ao que aparece para ela. Seus objetos não existem do modo no qual eles aparecem. 

A  maioria  das  percepções  que  ocorre  no  dia  a  dia  em  nossas  vidas  é verdadeira e apreende seus objetos do modo no qual eles existem, mas às vezes, devido a certas coisas como um defeito no órgão do sentido, um objeto aparece de maneira no qual ele não existe. Por exemplo, quando temos uma icterícia  o órgão olho  é  afetado  pelo  aumento  de  bile  no  organismo,  e  conseqüentemente  vemos todas as coisas manchadas de amarelo. Na realidade estas coisas podem não ser de cor amarela, mas agora parecem ser, tal percepção visual é considerada como falsa. Similarmente a percepção mental da cor azul em um sonho é errônea porque não existe externamente a cor azul que corresponda a uma observada no sonho. Estes são  exemplos  de  percepções  falsas.    De  qualquer  modo,  deixe‐nos  primeiro considerar os vários  tipos de percepção verdadeira. Elas são divididas em quatro categorias: percepção sensorial verdadeira, percepção mental verdadeira, cognição aperceptiva verdadeira e percepção contemplativa verdadeira. 

Percepção falsa será discutida separadamente no Capítulo Quatro, seção V. A, abaixo do tópico “Percepções Errôneas”. 

 1. Percepção sensorial verdadeira  Percepção sensorial  verdadeira * é definida como uma cognição não‐enganosa, 

livre de  conceitualidade, que  surge na dependência de um órgão  sensorial  físico com  sua  condição  dominante. Uma    cognição  não‐enganosa  é  não  errônea  com relação  ao  que  aparece  para  ela.  Todas  as  percepções  verdadeiras  possuem  as características  desta  definição  enquanto  todas  as  falsas  percepções  e  cognições conceituais são enganosas com  relação ao que aparece para elas. “Sendo  livre de conceitualidade” significa ser uma percepção clara e imediata. Isto significa que o objeto aparece para a mente sem a mistura de alguma subjetividade por  imagens mentais  projetadas    e  é  claramente  observada  de  uma  forma  objetivamente existente.   Visto  que  existem  cinco  órgãos  sensoriais,  cinco  tipos  de  percepções sensoriais  correspondentes  podem  surgir  na  dependência  deles,  nomeadamente visual, olfativa, auditiva, gustativa e tátil como  percepções sensoriais verdadeiras. 

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Antes da discussão das três categorias restantes, será necessário introduzir a classificação da mente  em cognições perceptiva e não perceptiva. (aperceptiva) 

 2. Cognição perceptiva e não perceptiva (revisar = aperceptiva)  Todas  as  experiências  cognitivas  existem  por  elas mesmas.  Elas  possuem 

uma  qualidade  de    autoconsciência  inerente.  Esta  qualidade  de  consciência  é chamada  de  cognição  perceptiva*.    Cognição  perceptiva  são  exclusivamente percepções. Elas são, somente, estados da mente com seus objetos e, além do mais, elas  são,  substancialmente  identificadas  com  estes  estados mentais.  Eles  jamais observam algum fenômeno externo. Cognição não perceptiva, por outro lado, são todas as cognições que apreendem, seja conceitualmente ou não conceitualmente, objetos  externos,    tanto  quanto  cognições  que  não  são  substancialmente identificados  com  elas  próprias.    Esta  categoria  inclui  todos  as  percepções sensoriais  e  estados  conceituais  de mente  tanto  quanto  percepções mentais  que percebem objetos externos. Cognição não perceptiva tem a definição característica de suportar o aspecto de um objeto perceptível, enquanto que cognição perceptiva tem a definição característica de suportar o aspecto de uma percepção. Para ilustrar estas características daremos um exemplo da percepção visual de um remendo de cor  azul.  O  objeto  desta  percepção  é  algo  apreendido  como  oposto  para  uma percepção e por essa razão a percepção observada é chamada por possuir o aspecto de um objeto percebido.  Cognição ou apreensão é freqüentemente comparada com um pedaço de cristal claro. Pela mesma razão que a cor de um objeto é refletida no pedaço de cristal que é colocado diante dele, do mesmo modo a mente reflete ou sustenta  o  aspecto  de  qualquer  objeto  apreendido  por  ela.    Desta  maneira  a percepção visual de um remendo de cor azul é atribuído  por suportar o aspecto de um objeto perceptível, um remendo de cor azul, é por essa razão uma cognição não perceptível.. Mas, ocorrendo simultaneamente com esta apreensão de um remendo de cor azul externo, uma cognição perceptiva experiencia a percepção visual como ela própria e é assim chamado suportar o aspecto de uma apreensão  Esta cognição perceptiva  não  surge    em  uma  dependência  causal  da  apreensão  que  ela experiencia, mas é substancialmente identificada com ela.  Em outras palavras ela é naturalmente  como  oposto  causal  relacionado  com  ela.  Por  essa  razão,  toda  a cognição não perceptiva, sem exceção, são experienciadas da mesma maneira por uma  percepção  em  duplicata  (counterpart    contraparte),  i.e.  uma  qualidade inerente de consciência presente em todos os estados de cognição. 

    

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3. Percepção mental verdadeira   É necessário  fazer   uma distinção do acima mencionado com o objetivo de 

compreender o que queremos dizer por uma percepção mental verdadeira como oposto a uma cognição perceptiva verdadeira. Uma percepção mental verdadeira* é definida  como  uma  não  enganosa,  cognição  não  aperceptiva,  livre  de conceitualidade,  que  surge  na  dependência  do  órgão mental  com  sua  condição dominante.  Como  exemplo  de  uma  percepção  mental  verdadeira  seria  a consciência  elevada  do  estado  mental  de  uma  outra  pessoa.  Tal  percepção, entretanto, é somente possível para alguém que atingiu uma tranqüilidade mental e então procede para desenvolver o principio  fundamental desta habilidade. Nas mentes  de  pessoas  ordinárias    como  nós  próprios  as  percepções  mentais verdadeiras  são  somente  aquelas  que  ocorrem  por  um momento  extremamente curto em um momento imediatamente após uma percepção sensorial verdadeira e imediatamente  anterior  a  uma  concepção.  Para  nós,  percepção  e  concepção sensorial  são  as  funções  cognitivas  predominantes.  Todavia,  quando  uma percepção sensorial estimula uma atividade mental,  inicialmente, uma percepção mental brevemente vislumbra o objeto antes que qualquer reação conceitual tome lugar.  Esta  percepção mental  verdadeira  é  de  curta  duração    e  ela  não  faz  um registro  forte  na  memória  e  é,  por  essa  razão,  chamada  de  uma  percepção desatenta. 

Além  do mais,  a  divisão  sêxtupla  de  percepção mental  pode  ser  feita  de acordo  com  os  seis  diferentes  tipos  de  objetos  apreendidos,  nomeadamente: percepção  mental  verdadeira  da  forma  visual,    sonora,  olfativa,  tátil  e simplesmente objetos mentais. Além disso, ela deveria ser suportada na mente que quando falando de  percepção mental verdadeira estamos nos referindo somente a uma percepção mental verdadeira  não perceptiva. (revisar esta frase) 

  4. Cognição perceptiva verdadeira  Cognição aperceptiva verdadeira* é definida como uma cognição não enganosa, 

livre  de  conceitualidade,  que  suporta  o  aspecto  de  uma  apreensão. Na  verdade toda    cognição  aperceptiva  são  não  enganosa  e  não  conceitual  e, conseqüentemente,  estas  características    são  aplicáveis  a  qualquer  estado aperceptivo da mente.  

Existem muitas discussões  entre  os  vários  sistemas  filosóficos Budistas  se cognição  perceptiva  realmente  existe.  Sua  existência  é  defendida  pelos Sautrantikas,  os  Cittamatrins  e    a  Yogacarya‐Svatantrika Madhyamikas, mas  é negada pelos Vaibasikas, Sautrantika‐Svatantrika Madhyamikas e os Prasangika‐

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Madhyamikas. Especialmente  no  sistema Prasangika mais  ênfase  é dada  na  sua refutação  onde  procurando  desprover  de  validade  certos  princípios  defendidos pelos Cittamatrins10. Todavia, visto que o trabalho é escrito de acordo com a escola Sautrantika, aqui ela é assumida como  existente. 

 5. Percepção contemplativa verdadeira  Em quarto  lugar, a percepção contemplativa verdadeira* é definida como uma 

cognição  não  aperceptiva  na mente de um Arya  que  é  não  enganosa  e  livre de conceitualidade, e na qual surge na dependência de uma concentração unifocada de uma mente  tranqüila e um  insight penetrativo como sua condição dominante. Tal  percepção  é  exclusivamente  verdadeira,  não  enganosa  e  não  conceitual  e somente  ocorre  no  mental  contínuo  de  um  Arya,  i.e  alguém  que  tenha imediatamente  compreendido  a  vacuidade.  Além  do  mais,  para  atingir  a  sua condição dominante, a concentração unifocada de  tranqüilidade mental e  insigth penetrativo  ,  é  necessário,  primeiro,  conduzir  a  mente  para  um  estado  de concentração tranqüila tanto quanto cultivar um estado de inteligência penetrativo que compreende o significado de  tais coisas como a vacuidade da pessoa. Mas é somente  quando  estes  dois  estados  de  consciência  são  unificados  em  um  fluxo concentrado  que  são  capazes  de  fazer  surgir  uma  percepção  contemplativa verdadeira.    Exemplos  de  tais  percepções  contemplativas  seriam  aquelas  que percebem a impermanência grosseira e sutil, aquelas que percebem a vacuidade da pessoa e aquelas que percebem a vacuidade dos fenômenos. 

 Isto  conclui  a  apresentação  geral  de  percepção  na  qual  temos  procurado 

descrever  as  características  básicas  dos  estados  perceptivos  da  mente  que diferencia então dos processos discursivos de concepção. Nos próximos capítulos continuaremos a discussão dos vários tipos de percepção que foram  introduzidas aqui  do  ponto  de  vista  da  validade  das  cognições.  i.e.  as  características  que determinam, então, como válidas, subseqüente, cognições desatentas ou errôneas. 

       

10 Veja Shantideva, A Guide to the Bodhisattva´s Way of Life, IX: 19-24, e Candrakirti, A Guide to the Middle Way, VI: 45-97.

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II CONCEPÇÃO  É  por  meio  de  pensamentos  e  concepções  que,  conscientemente, 

respondemos  aos  objetos  que  são  percebidos  pelos  sentidos.  Constantemente, temos esta  tendência de pensar sobre o mundo de cores e  formas, sons e odores, sensações gustativas e corporais que constituem nossa experiência do dia a dia.  É através dos processos conceituais que o homem tem construído sistemas filosóficos e  psicológicos.  Em  um  esforço  para  explicar  o  mundo  para  si  próprio.  É  o desenvolvimento destes mesmos processos que  tem  conduzido  o  surgimento da ciência e da era tecnológica na qual estamos vivendo agora. Do mesmo modo ela é uma  concepção,  de  um  tipo  de  falácia,  que  é  responsável  por  todos  os pensamentos, distúrbios metais e emoções que seguem a motivar atividade física, verbal e mental que conduzem a uma condição cíclica de existência (samsara) em que sofrimento e descontentamento são inevitavelmente experienciados. 

Percepção  é,  essencialmente,  uma  forma  de  cognição  receptiva  e  não refletiva  enquanto  concepção  é  responsiva    e  refletiva. Como  vimos  nas  seções anteriores, percepção  conta  com  três  causas primárias para  o  seu  surgimento:  a dominante,  objeto  e  condições  imediatas.  Concepção,  no  entanto,  necessita somente de duas delas, as condições dominante e  imediata. Sua origem, por essa razão, não é primariamente dependente da condição de um objeto, mas somente de um estado de cognição previamente ocorrido, no qual para ele, visto que ela é uma  cognição  mental,  são  ambas  as  condições  dominante  e  imediata. Diferentemente  de  percepção,  ela  não  apreende  um  objeto  pela  força  da  sua aparência, preferivelmente, ela apreende o objeto primariamente devido à força de uma  disposição  subjetiva.  Por  exemplo,  uma  cor,  o  órgão  olho  e  um  estado  de cognição  são as condições que automaticamente produzem uma percepção visual da  cor. Mas, diferentemente desta,  a  concepção,  “esta  é uma  cor”,  é um  reflexo intencional  de  um  objeto  já  apresentado  para mente  pelo  sentido  de  percepção visual. Este é um exemplo de um tipo comum de concepção formulada sem o fluxo interno  de  pensamento  que  constantemente  acompanha  nossas  experiências sensoriais  do mundo.  Também,  além  deste  tipo,  todas  as  respostas  emocionais internas  de  nossas  experiências,  se  benéfica  ou  prejudicial,  também  são consideradas  como  formas  conceituais  de  cognição.  Tais  respostas  subjetivas ocorrem devido a nossas predisposições que são estabelecidas através dos hábitos adquiridos.  Algumas  pessoas,  por  exemplo,  tem  uma  tendência  forte  para responder com raiva  ao passo que outras faltam esta tendência e, ao contrário, são capazes de pacientemente  aceitam  seja qual  for  a    situação  confrontada por  ela. Tais  reações  como  estas  são  ambas  devido  ao modo  no  qual  a mente  tem  sido condicionada e treinada no passado. Por essa razão, visto que estas predisposições não são propriedades intrínsecas da mente, é possível superar algumas tendências 

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prejudiciais  e  distúrbios  através  do  conhecimento  e  familiarização  com  seus correspondentes antídotos benéficos. 

 A. Imagens Mentais  O elemento mais característico dentro de uma cognição conceitual é a  sua 

apreensão de um  objeto por meio da  “mistura” dele  com uma  imagem mental. Para  qualquer  concepção  o  objeto  concebido  aparece  indistintamente misturado junto  com    uma  imagem  subjetivamente  projetada  do  objeto.  A  cognição conceitual,  porém,  é  incapaz  de  distinguir  entre  o  objeto  com  sua  objetividade existente e a sua própria imagem subjetiva projetada que aparece misturada junto com o objeto. Por essa razão, ela é chamada de um estado enganoso de cognição. Mas  para  chamar  uma  concepção  de  “enganosa”  não  é  necessariamente  uma negação da  validade de  alguma  cognição. O  engano  aqui    se  relaciona  somente com  o  modo  como    aparece,  mas  não  o  modo  da  existência  do  objeto. Naturalmente, certas concepções são enganosas com o modo de existência dos seus objetos  tanto quanto o seu modo de aparecimento. Deste modo, elas caem numa categoria  de  cognição  errônea.  Mas  muitas  concepções  fazem  apreender corretamente seu modo de existência do objeto apesar do objeto aparecer de uma maneira falaciosa. 

Este  processo  pode  ser  ilustrado  de  forma  mais  simples  por  meio  da seguinte analogia: supomos que um homem tem visão curta. Sem seus óculos tudo a distância aparece obscuro e de forma borrada para ele, mas  assim que ele coloca seus óculos, as imagens previamente indistintas voltam claramente para o foco. Do mesmo modo, similar para a maneira na qual este homem percebe formas visuais por  meio  do  fator  intermediário  dos  seus  óculos,  uma  cognição  conceitual apreende seu objeto por meio de um fator intermediário de uma  imagem mental. Uma  similaridade  adicional  é  que  pelo  homem  usar  óculos,  ele  é  incapaz  de distinguir entre os objetos que ele vê e as lentes nos seus óculos, uma concepção de que algo é incapaz para distinguir entre as características do seu objeto e a características subjetivamente  impostas da  imagem mental. Contudo, ele não  sugere que uma  imagem mental é não apreensível. Apesar dela não ser apreendida por uma mente conceitual que mistura‐se  com  o  objeto,  todavia  ela  pode  ser  apreendida  por  outra mente  conceitual. Especialmente durante a lembrança, podemos, separadamente, conhecer a imagem mental do objeto por meio de outras concepções. Mas, esta concepção da imagem mental é sempre uma  concepção  a  não  ser  que  a  lembrança  na  qual  usamos  a  imagem  refira‐se  ao  seu objeto. 

Cada estado conceitual da mente, desde um simples pensamento ou memória de um  objeto  ou  de  um  apego  instintivo  pela  noção  de  um  “eu”  auto‐existente,  seria compreendido por apreender seu objeto desta forma. 

 

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 B. Concepção Baseada em uma Imagem Experimental e Nominal  Uma concepção* é definida como uma cognição concebida que apreende seu objeto 

através de uma média de  imagens experimental e nominal que são ajustadas para serem misturadas. Geralmente falando, definimos uma imagem mental*  de um objeto como uma entidade mentalmente projetada que  ,  embora não  sendo o objeto,  aparece  como  se  ele fosse.  Aqui, apesar de fazer uma distinção entre imagem experimental e imagem nominal, ambas, todavia, possuem estas características definidas. Deste modo, imagens nominais e experimentais  são,  ambas,  consideradas  tipos  de  imagem  mental.  Suas  diferenças encontram‐se no modo  no  qual  o  objeto    em  questão  foi  ou  está  sendo  apreendido.  Se tivermos ou estamos  tendo uma cognição direta de um objeto, então é possível para nós concebê‐lo  através da média de uma imagem experimental, mas sem tal experiência, seria possível, somente, concebê‐la por meio de uma imagem nominal. A concepção de alguma coisa somente através   de uma  imagem nominal não depende de uma experiência direta de um objeto, mas, meramente de uma descrição verbal dela. Somente quando estamos familiarizados com o objeto através de uma apreensão direta tanto quanto uma descrição verbal é possível concebê‐lo de ambas as maneiras. Em tal caso as imagens experimental e nominal do objeto aparecem juntas. Por isso quando a definição: estado “ajustado por ser misturado”, é   para  indicar que a concepção de um objeto pode ocorrer através de uma imagem experimental ou uma imagem nominal sozinha, ou por meio das duas juntas.. 

Isso  nos  leva  a  fazer  uma  divisão  tripla  dentro  de  cognição  conceitual,  uma chamada concepção do objeto somente através de uma  imagem experimental, a segunda  somente através de uma imagem nominal e a terceira por meio de ambas. Um exemplo do primeiro tipo, a concepção de um objeto somente por meio de uma imagem experimental, seria de uma jovem criança concebendo um objeto que ela vê diretamente e apreende, mas para  o  qual  ela  não  conhece  o  nome  pelo  qual  descrevê‐lo  ou  identificá‐lo. Após  esta experiência a criança é capaz de conceber o que ela vê, mas esta concepção ocorre para ela meramente  através  da  aparência  de  uma  imagem  experimental  sem  qualquer  imagem baseada em uma descrição verbal. Um exemplo de uma concepção de algo somente por meio de uma  imagem nominal seria a concepção   da cidade de Roma na mente de uma pessoa  que  jamais  esteve  lá  e  ouviu  apenas uma descrição da  cidade. Mais uma  vez  a pessoa será capaz de  formar uma concepção na sua mente de Roma. Mas neste caso ela ocorrerá para ela meramente através de uma aparência nominal da imagem sem nenhuma imagem baseada na sua própria experiência. Na terceira situação, uma concepção de um objeto  por meio  de  ambas,  imagens  experimental  e  nominal  seria  a  concepção  de  um objeto na mente de uma pessoa, tal como a sua casa ou o seu carro, no qual ele tem ambas diretamente  apreendidas  e  na  qual  ele  reconhece  pelo  nome  e  descrição. Neste  caso  a concepção do objeto pela pessoa ocorre por meio de ambas, uma  imagem  experimental tanto quanto uma imagem nominal aparecendo para sua mente. 

Em todos os três exemplos seria apontado que apesar das imagens experimental e nominal  aparecerem para  a mente,  elas não  são  apreendidas pela mente que  tem nelas como  seus  objetos  apreendidos.  Em  qualquer    cognição  conceitual  as  imagens 

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experimental e nominal simplesmente agem como a média – como as lentes de um óculos em nosso exemplo – por meio no qual os objetos primários – o que foi visto pela criança – Roma,  ou  o  carro  e  a  casa  do  homem  são  apreendidos.  Em  todos  os  três  exemplos  as imagens  experimental  e  nominal  são  similares  no  que  são  projeções  subjetivas  que duplicam a imagem do objeto por meio de uma aparência na qual a concepção é capaz de ocorrer. A diferença entre uma imagem experimental e uma imagem nominal é realizada de acordo com a base na qual a duplicação foi feita. Se a imagem é formada da experiência direta de uma pessoa, então  ela  é  chamada de uma  imagem  experimental. Mas  se uma imagem é formada de uma rotulagem e descrição do objeto. Visto que muitas imagens são duplicatas  de  ambas  experiências  diretas  tanto  quanto  rotulações  e  descrições  (sem  a dependência  exclusiva  de  uma  ou  outra  destas  bases)  também  falamos  de  concepções ocorrendo  por  meio  de  imagens  experimental,  nominal,  ou  ambas  juntas.  Todas  as concepções  ,  por  essa  razão,  ocorrem  em  uma  destas  três  maneiras,  e  através  da amplificação de cada exemplo dado acima devemos ser capaz para ver como isto é então. 

 C. Concepções Termo‐conectadas e Fato‐conetadas  Outra  distinção  que  pode  ser  feita  dentre  cognições  conceituais  é  a  divisão  de 

acordo  com a  sua  função  cognitiva, divisão esta em  concepções  termo‐conectada e  fato‐conectada  . A maioria  das  concepções  funcionam  em  uma  destas  duas maneiras:  elas simplesmente  são  um  nome  a  um  objeto  ou  elas  atribuem  certas  qualidades  para  um objeto. Uma concepção termo‐conectada*  é definida como uma concepção que apreende seu objeto conectando um termo a ela. 

Como  exemplo  deste  caso  seriam  as  seguintes  citações,  “isto  é  chamado  de  um jarro”  ou  “aquilo  é  chamado  de  uma  mesa”.  Nestes  casos  a  apreensão  conceitual  é conduzida através da designação simples de um termo “jarro” e “mesa” para objetos que possuem as características necessárias para uma identificação de tais objetos. 

A definição de uma concepção  fato‐conectada* é uma concepção que apreende seu objeto  através  da  conexão  de  uma  qualidade  para  sua  base.    Como  exemplo  temos  a seguinte  afirmação,  “sons  são  impermanentes”.  Aqui  o  objeto  não  é  meramente identificado  com  um  termo,  mas  é  referido  por  uma  frase  a  qual  atribui  para  ela  a característica  de  impermanência.  Contudo,  todas  as  concepções  termo‐conectados  são necessariamente  concepções    fato‐conectados. O pensamento “isto  é  chamado de  jarro”, por exemplo, além de uma simples designação do objeto com o rótulo “jarro” é  também conectada com a qualidade da função “jarro” para a sua base, o objeto com   round belly (em  torno  da  barriga)  e  a  capacidade  para  ser  à  prova  de  água.  Concepções  fato‐conectadas,  porém,  não  são  necessariamente  termo‐conectadas.  O  pensamento  “som  é impermanente”, somente imputa uma qualidade específica, impermanência, para o objeto som, mas não rotula som com um termo pelo qual ele é, exclusivamente, entendido. 

Todas as concepções, contudo, não necessariamente   caem nestas duas categorias. Por  exemplo,  a  simples  concepção de um  “jarro”,  embora  ela  apreenda  seu  objeto  ´por meio de uma mistura dele  com a  sua própria  imagem  subjetivamente   projetada, não é 

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considerado    termo‐conectada  nem  fato‐conectada,  mas  meramente  uma  apreensão conceitual da presença fundamental de uma jarra. 

 D. Concepções verdadeira e falsa  Além  disso,  concepções  podem  ser  classificadas  em  verdadeiras  ou  falsas. Uma 

concepção  verdadeira  é  aquela  na  qual  o  objeto  apreendido  é  existente,  enquanto  uma concepção  falsa  é  aquela na qual o objeto  apreendido  é não  existente. Por  esta  razão, a concepção que som é impermanente, por exemplo, está de acordo com a realidade e deste modo é verdadeira, mas a concepção que som é permanente é falsa, visto que ela não está de acordo com a realidade. No caso de percepção, a distinção entre verdadeira e falsa foi determinada  na  condição do  objeto  aparecer de  um modo  enganoso  ou  não. Mas  para concepções,  visto  que  objetos  sempre  aparecem  de  uma  maneira  enganosa,  i.e inseparavelmente misturada com uma imagem mental, elas , somente, são verdadeiras ou falsas na base em que são apreendidas, não na base do que aparece a elas. 

 E. Lembrança e Imaginação Futuro‐Orientada  Finalmente, outro dois tipos de concepções devem ser mencionadas aqui por causa 

das suas freqüentes ocorrências, nomeadamente lembrança e imaginação futuro‐orientada. Percepções são relacionadas com objetos presentemente existentes que somos capazes de experienciar  imediatamente.  A  mente  conceitual,  de  qualquer  modo,  além  de  ser considerada  uma  experiência  presente,  é  também  capaz  de  relembrar  experiências passadas e planejar eventos que ocorrerão no futuro.  Uma grande parte do nosso tempo, a cada  dia,  é  gasto  nestas  duas  atividades  conceituais.  Constantemente  estamos  nos referindo ao passado para coletar eventos acontecidos tanto quanto planejando o curso do nosso futuro, seja ele amanhã, ou o próximo ano ou mesmo a próxima vida. De um ponto de vista positivo podemos usar a nossa memória para ajudar‐nos a adquirir  compreensão das características de insatisfatoriedade e transitoriedade de nossas vidas pela recordação e investigação da natureza das nossas experiências anteriores. Do mesmo modo, podemos construtivamente  planejar  o  futuro  contemplando  os  vários  estágios  do  caminho  para iluminação  e pela geração do desejo de  atingir  estes  estágios  e progressos  ao  longo do caminho. Ao contrário,   tendemos a indulgir na memória prazeres sensuais e planejamos progredir  somente  por  limitadas  gratificações  em  um  futuro  imediato.  Por meio  disso, desperdiçamos o grande potencial da vida humana e perpetuamos o ciclo da existência de descontentamento. 

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Conteúdos do Capítulo Três    I  ETMOLOGIA E DEFINIÇÃO        33    A. Frescor              34   B. Infalibilidade (Compreensão)        34   C. Cognição              35  II  PERCEPÇÃO VÁLIDA          35  III  CONCEPÇÃO VÁLIDA (INFERENCIA)    36  A. Um Raciocínio Perfeito           37 B. Cognições Estabelecidas          37 C.Três Tipos de Inferências Válidas        38 

1. Inferência Direta             39 2. Inferência Convencional          39 3. Inferência de Crença          39 

D. A Necessidade da Inferência           40  IV MENTES VÁLIDAS AUTO‐DETERMINADORAS E  

NÃO AUTO‐DETERMINADORAS      40  A. Mentes Válidas Auto‐Determinadoras      41 B. Mentes Válidas Não Auto‐Determinadoras      42  V DIVISÃO ETMOLÓGICA DE VÁLIDA       43  

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Capítulo Três   

Mente Válida    

Vimos nos  capítulos anteriores que uma  cognição pode  ser  tanto uma percepção quanto uma concepção. No entanto, dentre todas as várias percepções e concepções temos algumas chamadas de válidas, i.e. perfeitas e algumas de não válidas, i.e. estados mentais imperfeitos. Neste  e  no  próximo  capítulo  discutiremos  os  fatores  que  constituem  uma mente válida. Além disso, veremos em quais cognições faltam estes fatores e por isso  são consideradas não válidas. Mais especificamente,  diferentes  mentes, válidas e não válidas, serão descritas abaixo em sete tópicos referindo‐se àqueles que são conhecidos por   “sete tipos  de  mente”.  Dois  destes  tipos  serão  abordados  neste  capítulo.  Os  cinco  tipos remanescentes,  cognição  subseqüente,  crença  correta,  percepção  desatenta,    indecisão  e cognição errônea, são mentes não válidas e serão abordadas no próximo capítulo. 

 1. ETMOLOGIA E DEFINIÇÃO   Em  Sânscrito o  termo para mente válida  é  pramana. Pra  significa  inicial,  recente 

(fresca), principal ou melhor  e mana  significa  consciência ou  cognição. Todas  as  escolas filosóficas Budistas, exceto a Prasangika‐Madhyamikas, entendem pra pelo significado que mente válida é uma cognição  inicial,  fresca,  i.e. somente   no primeiro momento de uma cognição,  portanto,  sem  um  fluxo  particular  de  compreensão.  A  escola  Prasangika‐Madhyamikas, entretanto, explica o prefixo pra   como o objeto principal conhecido e por isso  interpreta pramana    como uma  cognição que  compreende  seu objeto principal. Para eles  mentes  válidas  não  são  somente  os  primeiros  momentos  de  cognição  que compreendem  o  objeto.  Neste  trabalho,  no  entanto,  visto  que  utilizamos  o  sistema Sautrantika, a interpretação desta escola é aceita. 

Toda mente  válida  possui  três  definições  características:  frescor,  infalibilidade  e cognição. 

  

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A. Frescor  A Característica de frescor  indica que um estado válido de mente somente ocorre 

como  um  ato  cognitivo  inicial    sem  qualquer  série  de  cognições  co‐relacionadas.  Por exemplo,  podemos  compreender  o  som  como  impermanente  na  dependência  de  uma verificação  lógica. O momento  inicial de compreensão, onde,  imediatamente, pegamos o significado deste ponto pela primeira vez, é conhecido por ser um estado mental válido. Mas,  quando,  subseqüentemente,  nos  referimos  novamente  a  este  ponto,  posto  que retemos  a  nossa  compreensão,  ela  será  sempre  induzida  pela  força  da  compreensão original    (e  carece  do  seu momento  inicial). Deste modo,  todas  as mentes  válidas,  seja percepção ou  concepção,  suportam  esta qualidade de  frescor  e originalidade  através da força na qual qualquer cognição subseqüente é  induzida. Por afirmar  frescor como uma definição característica de uma mente válida, elimina a possibilidade de qualquer cognição subseqüente  ser  considerada  como  válida  como  é  defendida  pela  tradição  Prasangika‐Madhyamikas. 

 B Infalibilidade (Compreensão)  A  segunda definição  característica de uma mente  válida  é da  infalibilidade.  Isto 

significa  que  uma mente  válida  é  uma mente  que  compreende  seu  objeto. Mas  o  que significa por uma mente que compreende seu objeto? Significa que ela é capaz de indicar uma  determinação  correta  do  objeto  e  eliminar  concepções  errôneas  em  relação  a  ele. Compreensão*  ,  como  ela  é  entendida  aqui,  pode  pertencer  para  ambas  as  cognições, percepção e  concepção. Um exemplo de uma percepção que compreende seu objeto seria uma percepção visual de uma rosa que cria uma  impressão suficiente na mente para ser capaz de induzir a uma correta determinação conceitual que o objeto visto era uma rosa. Além disso, visto que a base desta percepção   existe não possibilita conceber a  rosa por qualquer  outra  coisa  que  não  seja uma  rosa, por  isso  é  capaz de  eliminar  erro  sobre  o objeto. Do mesmo modo, em termos de concepção, a correta cognição inferente que som é impermanente  é  capaz  de  provocar  a  completa  certeza  do  fato  e  não  deixa  nenhuma dúvida ou  erro   a  respeito dele. Por  essa  razão,  ele  é  também  considerado  como  sendo uma  compreensão  do  seu  objeto.  Por  isso,  esses  dois  critérios    estabelecem  se  uma cognição  compreende  seu  objeto  ou  não,  por meio  disso  pode  ser  considerada  por  ser infalível. 

Anteriormente,  falamos  de  percepção  e  concepção  verdadeiras  .  Porém,  por  ser uma cognição verdadeira não significa que seja  identificada como sendo  infalível. O que caracteriza uma cognição como verdadeira ou falsa não é pela sua capacidade de induzir convicção e certeza sobre o objeto ou não, mas se a apreensão do seu objeto está de acordo com uma realidade ou não.   No caso da nossa crença correta na  impermanência do som, por exemplo, a apreensão está   de acordo com a realidade e deste modo a crença é uma concepção  correta. Mas  não  é  considerado  por  compreendido  que  som  é  impermanente, porque sendo meramente uma crença falta a ela uma base de raciocínio e é, deste modo, incapaz de fazer surgir alguma certeza real e convicção sobre o fato. Portanto, uma crença 

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correta  é  verdadeira, mas  não  é  uma  cognição  infalível. Deste modo  ela  não  pode  ser considerada  como  uma mente  válida,  ainda  que  ela  possua  as  outras  duas  definições características de frescor e cognição.  Similarmente, uma percepção desatenta de um som, por exemplo, é  considerado,  também,  como uma percepção verdadeira. No entanto, ela não é uma cognição  infalível porque a  impressão que ela deixou na mente não é  forte o suficiente para induzir a uma certeza sobre como o som era ou se alguém realmente ouviu o som ou não. 

 B. Cognição  A  terceira definição característica de uma mente válida é que a cognição na qual 

está  incluída  tem  como  objetivo  eliminar  a noção  que uma  forma de mente  válida não consciente possa existir. Especificamente, nos referimos à crença Vaibasikas que os órgãos físicos dos sentidos, visto que eles agem como a base para uma mente válida, são também válidos  (pramana).    Na  realidade  eles  são  meramente  objetos  materiais  incapazes  de alguma atividade consciente. 

 II PERCEPÇÃO VÁLIDA  Já discutimos o tópico percepção de modo geral tanto quanto os meios para serem 

consideradas percepções verdadeiras ou  falsas.Agora,  faremos outra distinção dentre as consideradas percepções verdadeiras naquelas  as quais são estados mentais válidos e não válidos.  

Uma  percepção  válida  é,  necessariamente,  uma  percepção  verdadeira. Mas  uma percepção verdadeira não é, necessariamente uma percepção válida. Uma percepção válida* é definida como uma cognição recente e infalível  que é livre de conceitualidade. Por essa razão, a todas as percepções verdadeiras  faltam ambas  as características definidoras, a de frescor e a de infalibilidade, por isso,  são considerados estados mentais não válidos. Toda as cognições perceptivas subseqüentes  , portanto, são  inválidas, visto que a elas faltam a qualidade de frescor e infalibilidade, e todas as percepções desatentas  são inválidas visto que  a  elas  faltam  a  qualidade  de  infalibilidade.  Para    estados  válidos  de  percepção podemos  distinguir  quatro  tipos  distintos  de  acordo  com  a  divisão  quádrupla      de percepção  verdadeira  em percepção  sensorial  verdadeira, percepção mental  verdadeira, percepção aperceptiva e percepção contemplativa.  

Uma  percepção  sensorial  válida*  é definida  como uma  cognição  recente  e  infalível, livre de conceitualidade, que surge na dependência de um órgão físico com a sua condição dominante. De acordo com o órgão sensorial, ocorre numa divisão quíntupla que pode ser feita  em  percepções  sensoriais  válidas  visual,  auditiva,  gustativa,  tátil,  olfativa.  Um exemplo seria a compreensão visual inicial de uma flor. Somente a ação inicial de cognição é  considerada  como  válida,  visto  que    todas  as  cognições  subseqüentes    pertencem  ao 

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mesmo  contínuo    da  percepção  visual  tanto  quanto  qualquer  compreensão  conceitual resultante são induzidas pela força desta percepção inicial.11  

Uma percepção mental válida* é definida como uma cognição não aperceptiva fresca e  infalível,  livre de  coneitualidade que  surge na dependência do órgão mental  com  sua condição dominante. Como com a percepção sensorial válida a definição característica de percepção    mental  válida  são  similares  com  aquelas  correspondentes  percepções verdadeiras  com  a  adição  das  qualidades  de  frescor  e  infalibilidade. Do mesmo modo existe a divisão sêxtupla em percepção mental válida de formas visuais, sonoras, olfativas, gustativas,  táteis  e  objetos  mentais  puramente.  Exemplos  destas  mentes,  todavia,  são encontradas,  somente, nas mentes dos Aryas. Para  seres  ordinários  percepções mentais verdadeiras serão sempre  desatentas. Um exemplo seria o momento inicial de consciência elevada de um Arya sobre a mente de outra pessoa. 

Uma  cognição aperceptiva válida* é definida como uma percepção  fresca e  infalível possuindo  o  aspecto  de  uma  apreensão  e  sendo  livre  de  conceitualidade.  Podemos distinguir duas formas: experiência aperceptiva válida de cognição sensorial e experiência aperceptiva  válida  de  cognição  mental.  Como  anteriormente,  um  exemplo  seria  a experiência aperceptiva inicial de algum estágio de cognição, a qual é capaz de induzir a uma certeza subseqüente e convicção sobre o seu objeto. 

 Finalmente,  uma  percepção  contemplativa*  é  definida  como  uma  cognição  não 

aperceptiva , fresca e infalível na mente de um Arya que é livre de conceitualidade e surge na  dependência  da  concentração  unificada  da  tranqüilidade  mental  e  do  insight penetrativo  com  sua  condição  dominante.  As  várias  divisões  são  feitas,  como  com  a percepção contemplativa verdadeira,  de acordo com os diferentes objetos percebidos. Um exemplo seria uma compreensão inicial da vacuidade da pessoa em um Arya. 

No  caso   de percepções  sensorial, mental  e  aperceptiva  existem  estados mentais subseqüentes  e  desatentos,  em  adição  aos  estados mentais  válidos  que  temos  descritos aqui.  Mas  para  percepções  contemplativas,  embora  existam  estados  subseqüentes,  é impossível  um  estado  desatento  porque  todas  as  percepções  contemplativas necessariamente  compreendem  qualquer  coisa  que  apareça  para  ela.  A  natureza  das percepções subseqüentes e desatentas não será detalhada aqui mas no capítulo seguinte. 

 II. CONCEPÇÃO VÁLIDA (INFERENCIA)  Em contraste com uma compreensão perceptiva válida de um objeto que ocorre em 

uma experiência imediata, uma compreensão conceitual  válida realiza diretamente  a base  lógica e raciocínio corretos para sua ocorrência. Dentre todas as concepções, somente um estado  inicial de  compreensão  inferencial gerada  com uma base de  raciocínio perfeito  é  considerada   uma concepção válida. Este estado mental conhecido como inferência válida*  é definido  como uma  concepção  cognitiva  recente e  infalível que  surge na dependência 

11 Este se refere ao fato que qualquer percepção inicial de uma rosa particular pode fazer surgir a sua própria série de percepções subseqüentes e concepções de algo particular. Temos de uma rosa esta vida como base para todas as percepções e concepções de rosas.

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direta  do  raciocínio  perfeito  como  sua  base.  Em  Sânscrito  o  termo  para  inferência  é anumãna. Anu significa subseqüente e mãna significa cognição. Então uma inferência é uma compreensão de algo que ocorre após um soma de certezas de um  interrogatório  lógico. Nesta tradição, porém, o termo “inferência” refere‐se, somente, a uma inferência válida e não apenas alguma cognição que ocorre após pensamento e investigação. 

 A. Um  Raciocínio Perfeito  Inferência é, especialmente, importante na compreensão de coisas as quais não são 

evidentes à percepção. Muitos tópicos, tais como impermanência, a vacuidade da pessoa e a vacuidade dos  fenômenos  são no momento obscuros da nossa  experiência  imediata  e podem  somente  ser  compreendidos  através  de  uma mente  conceitual.  A  fim  de  fazer algum progresso  ao  longo do  caminho para  iluminação  ela  é  essencial na  compreensão destas  coisas.  Mas,  antes  de  se  atingir  um  insight  percptivo  sobre  estes  tópicos,  é necessário verificá‐los, corretamente, por meio de inferência. Contudo, uma compreensão inferente destes tópicos  não surgirá nas nossas mentes devido, simplesmente, à preces ou  por suportar certas privações físicas. Ele tem que ser cultivado através de um processo de raciocínio exato.Afim de que uma compreensão inferencial que som é impermanente, por exemplo, um raciocínio perfeito seja encontrado, exposto para e estabelecido com a mente. No caso de um raciocínio perfeito para prover som  como impermanente seria a qualidade de  ter  sido  criado  (na  dependência  de  causas  e  condições).  Mas,  não  é  suficiente, simplesmente,  afirmar  este  raciocínio  para  que  uma  compreensão  ocorra. O  raciocínio deve primeiro estabelecer , ambos, aplicável para o sujeito e congruente com o predicado. Neste caso o sujeito é som, o predicado ou fator a ser estabelecido é  impermanência, e o raciocínio  é  a  qualidade  de  ser  criado.  Primeiramente,  a  qualidade  de  ser  criado  está mostrando a aplicabilidade para o sujeito, som, visto que ele é uma propriedade natural do som. Como segunda razão, a qualidade de ser criado é congruente com o predicado, impermanência. Por essa  razão, a qualidade de  ser  criado é um  raciocínio perfeito para estabelecer  que  som  é  impermanente.  A  compreensão  inferente  que  som  pode  surgir somente  quando  estas  condições  de  aplicabilidade  para  o  sujeito  e  congruência  com  o predicado são estabelecidos com a mente de uma pessoa desejosa de tal conhecimento.12

 B. Cognições Estabelecidas  Devemos saber como o processo cognitivo faz o estabelecimento da aplicabilidade 

para o sujeito e a congruência com o predicado assumirem uma posição. Antes da geração de uma  compreensão  inferencial  válida, duas  outras  compreensões    ‐  conhecidas  como cognições  estabelecidas*  ‐  devem,  primeiro,  ser  realizadas.  Estas  agem  como  condições  12 Aqui, com o objetivo de simplificar, temos mencionado somente o raciocínio estabelecido de aplicabilidade para o sujeito (phyogs.chos) e congruência com o predicado (rjes.khyab) como necessário para qualificá-la como um raciocínio perfeito (rtags.yang.dag). Na realidade é necessário também estabelecer o terceiro fator, nomeadamente o raciocínio incongruente com os elementos contrários ao predicado (idog.khyab). Estes três fatores são chamados “os três modos” (tshul.gsum) e eles são as características definidoras de um raciocínio perfeito*.

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contributivas  que  transformam  uma mera  crença  correta  que  som  é  impermanente  em uma  compreensão  verdadeira.  Uma  destas  cognições  estabelecidas  tem  a  tarefa  de determinar a aplicabilidade do raciocínio para o sujeito e outra a  tarefa de determinar a congruência do  raciocínio  com  o predicado. Então,  em  termos do nosso  exemplo, duas cognições, uma estabelecendo que a qualidade de ser criado é aplicável para som e outra estabelecendo que qualquer coisa que é criada é necessariamente  impermanente, devem ser geradas antes de uma inferirmos a validade que som é impermanente possa ocorrer. A primeira destas, uma cognição compreensiva estabelecendo que som é criado (no contexto de provar que som é  impermanente pelo raciocínio de que ele é criado) é definida como segue: ela é uma cognição na mente de um recipiente apropriado para comprovar que (a) uma apreensão infalível que som é criado e (b) a causa para a inferência que compreende som como impermanente pelo raciocínio de ser criado. É por meio desta compreensão que a aplicabilidade do raciocínio para esta comprovação compreende que qualquer objeto que é criado é, necessariamente,  impermanente. É definido como uma cognição na mente de um recipiente adequado para a comprovação, que é (a) uma compreensão infalível o fato que  qualquer  objeto  criado  é,  necessariamente,  impermanente  e  (b)  uma  causa  para  a inferência que compreende som como  impermanente pelo raciocínio da sua criação. Esta compreensão é, necessariamente, a fim de que estabeleça a congruência do raciocínio com o predicado. Além disso, ambas as cognições estabelecidas podem ser compreensões tanto perceptivas quanto conceituais,  i.e. uma percepção válida, uma  inferência válida ou uma cognição  subseqüente  induzida  por  qualquer  uma  delas.  Deste  modo  uma  cognição estabelecida pode ser uma compreensão criada na experiência imediata ou baseada, ainda, em outro raciocínio. Por essa razão, em certos casos, uma compreensão inferencial de uma coisa pode agir como uma cognição estabelecida que produz uma compreensão inferencial de alguma outra coisa. Na definição também mencionamos que uma cognição estabelecida é uma  cognição na mente de um  recipiente  adequado. Um  recipiente  adequado para  a comprovação é uma pessoa de quem a mente comprova tem, ainda, que ser estabelecida. Alguém  que  já  compreende  som  por  ser  impermanente  seria,  por  essa  razão,  .um recipiente adequado para sua comprovação. 

 C. Três Tipos de Inferências Válidas  A compreensão conceitual  inicial que  surge na dependência de um  raciocínio no 

qual é estabelecido como aplicável para o sujeito e congruente como o predicado são para serem  compreendidas  como  inferências válidas. Além do mais, uma  inferência válida  é gerada  na  dependência  de  um  dos  três  tipos  de  raciocínio:  um  raciocínio  direto,  um raciocínio convencional ou um raciocínio de crença. Um raciocínio direto estabelece o fato  sobre  o  objeto  através  da  força  direta  de  uma marca  lógica  que  sustenta  o  objeto. Um raciocínio convencional, além de ser um raciocínio direto, estabelece o fato sobre o sujeito que  é  verdadeiro meramente  pela  força  de  uma  convenção  popular. Um  raciocínio  de crença  não  é  um  raciocínio  direto mas  um  que  estabelece  a  validade  de  uma  citação escritural baseada numa crença de  infalibilidade da pessoa que a proferiu. Deste modo, uma compreensão  inferencial que ocorre na dependência destes  três  tipos de  raciocínios 

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são, respectivamente, chamadas “uma inferência direta”, “uma inferência convencional”, e “uma inferência de crença”. 

 1. Inferência Direta  Um  exemplo  de  inferência  direta  seria  a  compreensão  inferencial  que  som  é 

impermanente,  baseado  no  raciocínio  de  ser  criado.  A  qualidade  de  ser  criado  é  um raciocínio  que  comprova  que  som  é  impermanente.  Deste  modo,  a  compreensão inferencial decorrente que som é impermanente é chamada de “uma inferência direta”. A maior parte das inferências que compreende fenômenos ocultos, tais como a existência das vidas passadas e futuras, liberação, onisciência, vacuidade, e assim por diante são também inferências diretas. 

 2. Inferência Convencional  Como  exemplo  de  uma  inferência  convencional  seria  a  compreensão  inferencial 

que  o  termo  “o  carregador  de  coelho”  é  adaptado  para  denotar  a  lua,  baseado  no raciocínio que ele é um objeto de concepção. O “carregador de coelho” é um termo comum usado na Índia e no Tibete para referir‐se a lua, visto que destes paises a face de um coelho é  comumente  formada  pelas  marcas  na  lua.  Por  essa  razão,  esta  é  uma  inferência convencional,  porque  o  que  está  sendo  estabelecido  é  verdadeiro  somente  para  certas pessoas que estão de acordo com esta convenção particular. 

 3. Inferência por  Crenças   Finalmente,  um  exemplo  de  uma  inferência  por  crença  seria  um  compreensão 

inferente que a declaração de Nagarjuna, “A riqueza surge da generosidade e felicidade da disciplina moral”13 é infalível por que ela é uma declaração certificada pelos três tipos de investigações. O ponto a ser compreendido, neste estabelecimento, é a  infalibilidade,  i.e  , realmente  verdadeira,  baseada  no  raciocínio  que  ela  é  uma  citação  de  uma  escritura certificada, ou validada pelas três formas de investigação. Estes meios que estabeleceram é apoiado por ser não contraditória, com percepções válidas e inferências diretas ou crenças inferentes. Deste modo,  se uma  citação,  a qual  estabelece  alguma  coisa que  é oculta de nossas  faculdades  sensoriais  e  do  raciocínio  direto,    pode  resistir  a  um  exame  crítico baseado  nestas  faculdades  e  não  serem  apoiados  em  contradições,  então,  é  certificada pelos  três  tipos de  investigação. Qualquer  inferência  que  compreenda  o  significado, de modo que, uma citação, por ser verdadeira, por causa de tal raciocínio é que chamamos de uma crença inferente.  

    

13 Veja Nagarjuna, The Precious Garland v. 438

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D. A Necessidade da Inferência  Inferência Válida é extremamente importante, pois ela nos habilita a compreender 

aquelas  coisas  que  são  ocultas  da  nossa  consciência  perceptiva.  Ambas,  em  termos mundiais, a  investigação  científica,  tanto quanto um  seguidor do  caminho do Darma, a compreensão inicial de qualquer coisa deve ser primeira atingida através de uma pesquisa analítica  baseada  em um  raciocínio perfeito. Tais  compreensões  inferentes, de  qualquer modo,  são  chamadas  de  “uma  inferência  direta”  ou  “uma  inferência  de  crença”  são  , todavia, estados de mentes válidas capazes de clarificar nossa concepção da  realidade e conduzir‐nos para estados ainda maiores de compreensão. 

Se  pensarmos  sobre  isto,  devemos  descobrir  que  o  que  não  compreendemos  é muito maior do que aquilo que  fazemos.   Todavia, muitas pessoas assumem que o que elas compreendem é idêntico ao que existe e o que elas não compreendem é identificado com o que não existe. Conseqüentemente, eles afirmam muitas coisas existentes por não existentes,  enquanto,  de  fato,  sua  existência  é  simplesmente  oculta  de  uma  cognição imediata. A base desta atitude confusa para com o que não é perceptivamente evidente, alguns  pensamentos  e  ações  tornam‐se  desfavoravelmente  afetados  e  o modo  de  vida nocivo, que  trazem somente sofrimento e descontentamento para você próprio e para os outros, é perseguido. Ela é, por essa razão, essencial para alcançar uma compreensão clara de todos os aspectos da realidade  que estão, no presente momento, ocultos e obscurecidos para nós, afim de que  sejamos capazes  de conduzir nossa vida de uma maneira benéfica e significativa..  Além  do  mais,  a  forma  de    atingir  tal  compreensão  é  através  de  uma investigação conceitual, baseada nas próprias experiências imediatas e nas dos outros , que conduza  para  uma  compreensão  inferencial    válida.  Visto  que  tal    insight  não  está disponível no momento presente para as faculdades sensoriais, deste modo, é necessário reconhecer a importância da inferência.  

 IV.MENTES  VÁLIDAS  AUTODETERMINADORAS  E  NÃO 

AUTODETERMINADORAS  Tendo discutido a constituição de um estado mental válido, devemos  fazer agora 

mais uma distinção dentro de mentes válidas, naquelas que são autodeterminadoras. Uma mente válida  autodeterminadora*  significa que, além de possuir as  características de uma mente válida, ela é capaz, pela sua própria força, de conduzir para uma certeza que   não ocorreria  se  o  componente  essencial  para  a  sua  compreensão    fosse  removido  do  seu campo objetivo de referência. Em outras palavras, ela é uma mente válida que claramente compreende  qual  é  o  componente  essencial  do  seu  campo  objetivo  de  referência.  Por exemplo,  quando  vemos  uma  figura  muito  familiar,  tal  como  nosso  pai  ou  mãe, reconhecemos,  imediatamente,  o  componente  essencial  do  que  estamos  vendo, nomeadamente nosso pai ou mãe. Por meio disso, somos capazes de  induzir, através da força da nossa percepção visual, a certeza que se fosse removido o componente essencial do campo objetivo de referência , tal percepção visual, possivelmente não ocorreria.  Este estado mental válido é , desta maneira, chamado de “autodeterminador” visto que através 

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da  sua  própria  força  podemos  determinar  se  ele  ocorreria  ou  não  caso  o  componente essencial  fosse  removido  do  campo  objetivo  de  referência.  Uma  mente  válida  não autodeterminadora  , é aquela que não  tem a habilidade   para conduzir para esta certeza pela  sua  própria  força.  Como  substituto,  ele  tem  que  realizar    força  ainda  maior  na compreensão  a  fim  de  saber  qual  é  o  componente  essencial  do  campo  objetivo  de referência.  Podemos  estar  dirigindo  nosso  carro  e  ouvir  um  ruído  vindo  do  motor. Compreendemos que é um ruído mas não sabemos que ele é um ruído de uma vareta do pistão  frouxa. Neste caso a percepção auditiva é uma cognição válida de um ruído. Mas visto  que  ela  é  incapaz  de  conduzir  para  uma  certeza  que  ela  não  ocorreria  se  o componente essencial – o  ruído da vareta  frouxa do pistão  ‐    fosse  removido do campo objetivo de referência, ele é uma mente válida não auto determinadora. A fim de ganhar tal  certeza  seria  necessário    realizar  mais  investigação  e  compreensão,  pelo  próprio motorista  ou  por  um mecânico,  a  fim  de  descobrir  qual  é  o  componente  essencial  do campo objetivo de  referência. Por essa  razão, uma mente válida não  auto determinadora*, é definida como uma mente válida que necessita depender da força de uma outra cognição a fim de conduzir para a certeza que ele não ocorreria se o componente essencial do qual ela compreende fosse removido do seu campo objetivo de referência. 

 A. Mente Válida Auto Determinadora  Existem  cinco  tipos  de  mentes  válidas  autodeterminadoras,  todas  conforme  as 

características definidoras explicadas abaixo:  i percepção sensorial válida de uma função evidente. Um exemplo de tal percepção 

seria  a  apreensão  sensorial  que  fogo  tem  a  função  de  queimar  madeira.  Quando observamos  o  fogo  consumindo  a  madeira,  a  sua  função  evidente  está  claramente compreendida e deste modo o componente essencial com o campo objetivo de referência é identificável. 

 ii Percepção  sensorial  de  um  objeto  familiar. Através da  força da  familiaridade 

com um objeto, certeza de como o que ele é corre rápido e facilmente. Um exemplo seria a percepção sensorial de uma criança da forma do seu pai. 

 iii., iv, v Estas são a cognição perceptiva válida, percepção contemplativa válida, 

e  respectivamente  uma  inferência  válida.  A  natureza  destas  estão  explanadas  abaixo. Além do mais, devemos compreender, agora, que elas são exclusivamente estados mentais autodeterminadores.  Por  isso  uma mente  válida  autodeterminadora  é  uma  na  qual  o objeto compreendido é o mesmo do componente essencial do qual é compreendido. Visto que  ele  compreende  este  componente  essencial,  compreende   qual  objeto  é  responsável pela sua ocorrência e por meio disso é capaz de provocar a certeza que sem a presença do objeto não teria ocorrido. 

  

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C. Mentes Válidas  Não Autodeterminadoras  Quando  classificamos  de  acordo  com  a  etimologia  temos  seis  tipos  de mentes 

válidas não autodeterminadoras. Uma classificação etimológica é aquela na qual são feitas primeiramente do ponto de vista do termo, deste modo possibilitando certas coisas serem classificadas não realmente como a coisa em questão mas meramente  por ter semelhança com ela. 

 i Uma mente  válida  para  qual  o  que  aparece  é  autodeterminador   mas    a  real 

natureza  do  objeto  é  não  autodeterminadora. Um  exemplo  disto  seria  uma  percepção verdadeira que apreende uma mancha  longínqua   de aparência vermelha, pela distância está incerto se é ou não a aparência de um fogo, quando de fato  é. Neste caso existe uma cognição  válida  autodeterminadora  do  que  aparece,  nomeadamente  com  relação  a  real natureza do objeto, sua aparência vermelha de fogo. Deste modo, falta compreender qual é o componente essencial do seu objeto. Por essa razão, ela é incapaz de conduzir, pela sua própria  força, para  a  certeza  sobre  se o objeto  observado  era  fogo ou não  ela não  teria surgido.(revisar)  Para  esta  certeza  ser  gerada  é  necessário  contar  com  outra  pessoa  ou além disso alguém que compreenda o componente essencial do objeto como um de  cor de fogo. 

ii    Uma  mente  válida  para  qual  a  característica  universal  do  objeto  é autodeterminador    mas    a  característica  particular  é  não  autodeterminadora.    Um exemplo seria a percepção sensorial verdadeira que apreende a árvore enquanto é incerto se  ele  é  ou  não  uma  árvore  de  sândalo,  quando  de  fato  ela  é.  Aqui  a  característica universal, como sendo uma árvore, é compreendida, mas sua característica particular, de ser uma árvore de sândalo, não é. Deste modo, no caso do componente essencial do objeto, uma árvore de sândalo, não é compreendido. Por essa razão, esta cognição é considerada como  uma mente  válida  não  autodeterminadora. Com  este  e  o  próximo  exemplo  seria claro que o  componente essencial do que é  compreendido e o objeto  compreendido  são diferentes para uma mente não autodeterminadora enquanto que para uma mente válida autodeterminadora elas são as mesmas.  

 iii   Uma cognição que torna‐se uma mente válida não autodeterminadora apesar 

do objeto ter aparecido. Um exemplo deste seria a percepção sensorial verdadeira de uma mancha  de  aparência  azul  que  conduz  para  uma  dúvida  se  foi  vista  tal  mancha  de aparência azul ou não. Neste caso, alguém, realmente   percebeu   a mancha de aparência azul mas  a  força da percepção  falhou para  conduzir  a  alguma  certeza   deste  fato. Mas apesar da necessidade de contar com outras cognições   ou outras pessoas para chegar a esta certeza, visto que a percepção original não foi válida mas desatenta, este exemplo não pode ser considerado como uma mente válida não auto‐determinadora genuína, ainda que seja chamada de tal. 

 iv Percepção  verdadeira  inicial. Um  exemplo  seria  a percepção  sensorial da  cor 

vermelha de  uma rosa na mente de alguém que jamais tenha visto uma rosa antes. Este é 

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uma percepção verdadeira inicial visto que é a primeira vez que ela ocorreu para a pessoa. Ela  é  uma mente  válida  não  autodeterminadora  visto  que  o  componente  essencial  do objeto, a rosa de cor vermelha, não é compreendida. A pessoa compreende, somente, que o objeto é a aparência de uma flor. Esta percepção é, dessa forma, incapaz, pela sua própria força, de conduzir a certeza que ela não teria surgido, tinha o componente essencial, a cor de uma rosa, pelo qual  foi compreendido, não estando presente no objeto, a cor de uma flor.  

v  Percepção  verdadeira  indireta.  Um  exemplo  deste  seria  uma  percepção sensorial de um som na mente de uma pessoa que é  fortemente atraída por uma  forma visual maravilhosa. Aqui, visto que a mente está completamente envolvida na apreensão da  forma visual, apesar dos sons das pessoas  falando pudessem ser ouvidos, não presta atenção  neles. Mas,  este  estado  de  percepção  é  de  fato  uma  percepção  desatenta,  uma mente não válida, e por esta razão, não pode, realmente, ser considerada como uma mente válida não auto determinada. É  incluída aqui somente por causa de certas similaridades que ela possui com as mentes válidas não autodeterminadora que podem conduzi‐las a ser consideradas como tal.  

 vi Percepção verdadeira que é uma fonte de engano.Um exemplo disto seria uma 

apreensão  sensorial verdadeira do aspecto de uma miragem que diretamente provoca o erro  que  a  miragem  é  água.  Este  é  um  exemplo  de  uma  mente  válida  não  auto determinada. No  caso, o  objeto  compreendido  é um vislumbre de uma  aparição mas  o componente essencial do objeto é uma miragem e esta não é compreendida. Deste modo, em vez de  trazer a certeza que a natureza da aparição vislumbrada é uma miragem, ela conduz  a  uma  concepção  errônea  que    a  aparição  vislumbrada  é  água. Além  do mais, compreender que a aparição vislumbrada é na realidade uma miragem e não água , outras pessoas ou mais cognições tem que ser realizadas. Por isso esta percepção visual válida é considerada como uma mente válida não autodeterminadora.  

 V. A DIVISÃO ETMOLÓGICA DE VÁLIDA.  Além do mais, para denotar todos os estados válidos de cognição, o termo “válido” 

(pramana) é usado  também para expressar pessoas válidas e formas de fala válidas. Uma pessoa válida é aquela que não se engana, aquelas que estão se esforçando pela liberação do samsara. Um exemplo de tal pessoa seria Buda Shakyamuni. Um Buda é considerado como  não  enganoso  e  infalível,  ele  delineia,  precisamente,  para  os  seus  discípulos individuais os meios pelos quais  liberação  e  iluminação podem  ser vencidos. O  fato da infalibilidade de um Buda é extensivamente e diretamente provado no segundo capítulo do Comentário de uma Mente Válida de Dharmakirti. Na seção que trata com o modo no qual  um  Buda  surge,  sua  infalibilidade  é,  principalmente,  explanada  através  de  uma apresentação Mahayana. Enquanto que a seção que trata do seu surgimento no mundo e a difusão dos  ensinamentos  é, primeiramente,  explanada através da apresentação para os seres  intermediários  e  de menor  capacidade  espiritual.  Por  estes  raciocínios  o  segundo 

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capítulo do Comentário para uma Mente Válida é considerado como a substância de um trabalho completo, visto que ele trata este ponto mais essencial. 

Do  mesmo  modo  fala  válida  é  aquela  na  qual  o  sentido  comunicado  é  não enganoso e de benefício para outros que estão se esforçando para encontrar a liberação do samsara.  Quando  Buda  ensinou  seus  discursos  sobre  as  quatro  nobres  verdades,  por exemplo, este  se constituiu de  fala válida, porque ele  instruiu pessoas no qual  tem  sido rejeitado, nomeadamente as verdades sobre o sofrimento e sua origem, e o que tem de ser aceito, nomeadamente as verdades da cessação do sofrimento e a verdade do caminho que conduz a tal cessação. 

Deste  modo,  o  termo  “mente  válida”  (pramana)  é  aplicável  aos  três  tipos  de estados válidos de cognições, tais como aquelas discutidas acima; pessoa válida, tal como um  Buda;  uma  fala  válida,  o  discurso  de  uma  pessoa  válida.  Por  essa  razão,  ele  não denota, exclusivamente, estados mentais. 

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Conteúdos do Capítulo Quatro    I  COGNIÇÃO SUBSEQÜENTE        46    A. Percepção Subseqüente         47   B. Concepção Subseqüente        47  II  CRENÇA CORRETA          48  A. Crença Correta Irracional          49 B. Crença Correta Baseada em um Raciocínio Contraditório  49 C.Crença Correta Baseada em um Raciocínio Inconcluso  49 D.Crença Correta Baseada em um Raciocínio Inaplicável  49 E.Crença Correta Baseada  em um  Raciocínio Perfeito 

 mas não Estabelecido          49  III  PERCEPÇÃO DESATENTA         50  IV  INDECISÃO (DÚVIDA)           51  A. Indecisão que Tende para uma Conclusão Correta   51 B. Indecisão que Tende Para uma Conclusão Incorreta  51 C.Indecisão Equilibrada            52  IV COGNIÇÕES ERRÔNEAS          52  A. Percepções Errôneas            53 

1. Percepções Sensoriais Errôneas         53 2. Percepções Mentais Errôneas         54 B. Concepções Errôneas          54 

 

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Capítulo Quatro   

Mentes Não‐Válidas   

Neste  Capítulo  consideraremos  ao  vários  estados  mentais  que  não  são considerados como válidos. Uma mente não‐válida*  é definida como uma cognição que não é  recente nem  infalível. Existem cinco  tipos distintos nos quais  todas as  instâncias serão classificadas, nomeadamente: cognição subseqüente, crença correta, percepção desatenta, indecisão e cognições errôneas. 

 I. COGNIÇÃO SUBSEQÜENTE  A definição característica de uma cognição subseqüente*  é a de uma cognição  de um 

objeto que já foi compreendido. Isto significa que ela é uma cognição que compreende seu objeto  somente através da  força de uma  compreensão anterior válida do mesmo objeto. Por  essa  razão,  uma  cognição  subseqüente  é  sempre  induzida  por  uma mente  válida, considerando que uma mente válida  compreende o objeto  através da  sua própria  força independente de ser  induzido por uma cognição anterior. Por este raciocínio uma mente válida é sempre recente, ação inicial da mente com uma série de cognições, considerando os momentos de compreensão que seguem elas são chamadas de cognições subseqüentes. Este  processo  é  algo  similar  para  um  carro  que  está  socorrendo  outro  carro  quebrado rebocando‐o  ao longo da rodovia. Ambos os carros estão circulando pela mesma rodovia, na mesma direção e com suas próprias rodas, mas somente o carro da frente tem potência e  capacidade  de  ser  dirigido.  Do  mesmo  modo,  uma  mente  válida  e  uma  cognição subseqüente com o mesmo fluxo mental têm o  mesmo objeto e o compreendem da mesma forma, mas  somente  a  cognição  válida  compreende  o  objeto  pela  sua  própria  força. A cognição subseqüente é meramente induzida ou trazida pela sua força. 

Existem dois tipos de cognições subseqüentes: percepção subseqüente e concepção subseqüente. 

    

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A. Percepção Subseqüente  Todas as percepções subseqüentes são percepções verdadeiras que são  induzidas 

por  uma  percepção  válida.  Existem  quatro  tipos  correspondendo  a  quatro  espécies  de percepção  válida  que  foram  discutidas  nos  capítulos  anteriores,  nomeadamente: percepções  sensoriais  subseqüentes,  percepções  mentais  subseqüentes,  apercepções   subseqüentes  e  percepções  contemplativas  subseqüentes.  Percepções  sensoriais subseqüentes, por exemplo,  seria a  segunda e  seguinte ação da percepção que  sucede a percepção  inicial  válida.  O  mesmo  pode  ser  entendido  para  uma  percepção  mental, apercepção  e  percepções  contemplativas.  Embora  as  segundas  e  seguintes  ações  de percepções  induzidas por uma percepção válida    sejam geralmente verdadeiras elas  são percepções subseqüentes, existe, de qualquer modo, uma exceção para esta regra. A mente onisciente  de  um  Buda  é  sempre  um  estado  válido  de  percepção  visto  que  é  dito  que qualquer o que existe acarreta uma compreensão recente e imediata na mente onisciente. Deste modo,  todas  as  instâncias de uma percepção Búdica,  sejam  elas  iniciais  ou  ações seguintes de percepção,  são  sempre percepções  válidas  e  jamais  subseqüentes. A  razão para isto é porque apesar de um segundo momento na percepção onisciente possa seguir a uma  inicial  ela  jamais  é  induzida  pela  sua  força.  Sem  depender  de  uma  cognição precedente  inicial cada momento de uma mente onisciente é capaz de compreender seu objeto através da sua própria força. Se não fosse este o caso, então, uma mente onisciente seria  ainda dotada de deficiências  e não  teria  atingido um  estado último de habilidade cognitiva. Mas visto que uma mente onisciente é livre de todas as imperfeições e realizou sua condição máxima de habilidade cognitiva, cada momento único em seu contínuo tem as características de uma percepção válida. 

 B. Concepção Subseqüente   Uma  concepção  subseqüente de um objeto pode  ser  induzida de duas diferentes 

maneiras:  por  uma  percepção  válida  e  por  uma  inferência  válida.  Uma  concepção subseqüente induzida por uma percepção válida é uma determinação ou firme lembrança de um objeto inicialmente percebido por um dos quatros tipos de percepções válidas. Por exemplo,  podemos  olhar  para  uma  pintura  um  dia  e  o  dia  seguinte  ser  capaz  de claramente recordar o objeto e corretamente descrever seus detalhes. Então aqui podemos ver  como uma  concepção  subseqüente de uma pintura é  conduzida por uma percepção visual válida dela. 

Uma  concepção  subseqüente  induzida  por  uma  inferência  válida  é  uma compreensão  conceitual  de  alguma  coisa  que    foi  compreendida  inicialmente  por  uma inferência válida. Podemos  inferir na dependência direta de um  raciocínio perfeito   que som  é  impermanente.  Embora  a  compreensão  inicial  seja  uma mente  válida,  todos  os momentos  seguintes  de  cognições  que  concebem  som  por  impermanente  seriam concepções subseqüentes induzidas através da força de uma inferência inicial. 

Deve ser observado, também que existem diferentes visões em relação a cognições válidas  e  subseqüentes  defendidas  entre  as  várias  escolas  filosóficas  do  Budismo.  Por 

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exemplo,  a Madhyamika‐Prasangikas  afirma  que  todas  as  cognições  subseqüentes  são válidas (veja pg. 46). 

 II. CRENÇA CORRETA  Uma  crença  correta*  é  definida  como  uma  cognição  concebida  em  conformidade 

com a realidade que concebe seu objeto de uma maneira falível. Ela é uma cognição falível uma vez que é incapaz de induzir acertadamente ou eliminar qualquer concepção errônea sobre seu objeto. Mas ela é uma cognição conceitual verdadeira uma vez que seu principal objeto é existente. Por isso, é uma concepção falível que apreende um objeto verdadeiro e, todavia, não é nem uma cognição válida ou subseqüente de um lado, nem uma cognição errônea de outro. Apesar de uma crença correta não ser uma compreensão genuína do seu objeto,  contudo  é dito  “compreender”  seu objeto meramente por meio de uma  imagem mental nominal ou experimental. Imagine que alguém diz para você que as vidas passadas e futuras existem. Por causa da sua fé na pessoa, você pode, conseqüentemente, acreditar nisto.  Este  seria  então  um  exemplo  de  uma  crença  correta  que  compreende  o  objeto meramente  por  meios  de  uma  imagem  nominal.  O  estabelecimento  proferido  é verdadeiro, mas para  a  compreensão da  entidade  oculta  referida  falta  algum  raciocínio perfeito ou uma experiência direta como sua base. Por essa razão, esta compreensão ficou restrita ao estado de uma crença correta. Esta crença foi baseada em uma imagem nominal, porque a concepção do objeto foi baseada somente em um rótulo e descrição. 

Similarmente, crença correta pode surgir independentemente  de rótulo e descrição por outros, mas na base de uma experiência própria. Em tais casos, ela seria uma crença correta  de  alguma  coisa  por meio  de  uma  imagem  experimental. Deste modo,  crença correta não é uma compreensão genuína como é uma cognição válida, mas visto que ela apreende um objeto existente, ela é dita “compreendê‐lo”. É importante estar ciente desta distinção. 

Crença  correta  é  importante  porque  ela  nos  dá  uma  base  firme  na  qual estabelecemos um raciocínio perfeito para o que acreditamos e para, então, produzir uma compreensão  inferencial dela. Ela é a causa substancial para  inferências enquanto que as cognições que estabelecem aplicabilidade do  raciocínio para o  sujeito e  sua  congruência com o predicado são meramente condições contributivas. A presente crença correta é, para muitos de nós, a natureza de nossa fé na existência de vidas passadas e futuras, liberação, onisciência  e vacuidade. Então, apesar delas  serem  cognições “falíveis”,  elas  são, ainda, um estado mental benéfico que deve ser desenvolvido.  

Existem cinco tipos de crenças corretas de acordo com as cinco maneiras possíveis nas quais elas podem  ser  formuladas. A primeira das cinco não é baseada em qualquer raciocínio,  enquanto que  as quatro demais  são baseadas nos vários  tipos de  raciocínios incorretos tanto quanto em raciocínios corretos que não são totalmente identificados. 

    

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A. Crença Correta Irracional  Esta  é qualquer  crença que  é baseada meramente na proposição  injustificável de 

outra pessoa.  Se  alguém diz para você,  “som  é  impermanente”,  e você  aceita o que  foi estabelecido, então isto é uma crença correta irracional. 

 B. Crença Correta Baseada em um Raciocínio Contraditório  Este seria como acreditar  que som é impermanente porque ele é um fenômeno não 

efetivo. Este raciocínio é completamente contraditório porque, por um lado, som não é um fenômeno  não  efetivo  e,  por  outro  lado,  não  efetividade    e  impermanência,  são propriedades mutuamente  exclusivas.  Um  fenômeno  não  efetivo  é  aquele  incapaz  de produzir qualquer resultado e é, deste modo, o mesmo que um fenômeno permanente. Por essa razão, não é uma maneira que pode ser usada como uma indicação para provar que alguma coisa é  impermanente. Neste exemplo, nem a aplicabilidade do raciocínio para o sujeito nem a sua congruência com o predicado podem ser estabelecidos. 

 C. Crença Correta Baseada em um Raciocínio Inconcluso  Um  exemplo  deste  seria  acreditar  que  som  é  impermanente  porque  ele  é  um 

fenômeno  existente.  Apesar  deste  raciocínio  ser  aplicável  para  o  sujeito,  ele  é,  ainda, inconcluso.   Por ser  impermanente,   um fenômeno existente não é um critério suficiente. Deste modo, a congruência com o predicado não pode ser estabelecida 

 D. Crença Correta Baseada em um Raciocínio Inaplicável  Este  seria  como  acreditar  que  som  é  impermanente  por  que  é  um  objeto  da 

percepção visual. Aqui a congruência com o predicado é estabelecida: qualquer objeto de percepção  visual  é, necessariamente,  impermanente. Mas  o  raciocínio  é  inaplicável, por que ele não é aplicável para o sujeito, visto que som não pode ser um objeto de percepção visual. 

 E. Crença Correta Baseada em um Raciocínio Perfeito mas não Estabelecido  Um  exemplo  deste  seria  a  crença  que  som  é  impermanente  porque  ele  é  algo 

criado, que ocorre na mente de alguém que ainda não estabeleceu a aplicabilidade para o sujeito  –  que  som  é  criado  –  ou  a  congruência  com  o  predicado  –  que  se  é  criado  é necessariamente impermanente. Neste caso o raciocínio, por si próprio, é correto e válido. Mas  visto  que  a  pessoa  não  entendeu    ainda  isto,  sua  compreensão  de  som  por  ser impermanente é somente uma crença correta e não uma compreensão inferencial válida. 

   

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III. PERCEPÇÃO DESATENTA  Uma  percepção  desatenta*  é  uma  percepção  verdadeira  que  não  compreende  seu 

objeto por não ter prestado suficiente atenção nele. É definido como uma percepção pela qual o fenômeno concreto, que é seu objeto principal, claramente aparece mas é incapaz de induzir  a  uma  certeza  dele.  Por  exemplo,  podemos  nos  encontrar  completamente envolvido  em  um  objeto  visual  maravilhoso  e  apesar  de  alguém  falar  conosco,  não podemos ouvir o que ela está dizendo. Neste momento, a mente está devotando grande parte da sua atenção para a forma visual e por isso falhou em ouvir o que está sendo dito. A  percepção  auditiva,  neste momento,  é  deste modo  desatenta.  O  objeto  –  o  som  de alguém  falando  –  aparece  claramente,  sem  a mistura  de  uma  imagem mental, mas  a incerteza  de  ter  ouvido  a  fala  ou  seu  conteúdo  pode,  mais  tarde,  ser  induzida  pela percepção. Por essa razão, a sua falha na compreensão do objeto não foi por causa de uma compreensão  errônea,  mas  porque  não  prestou  atenção  suficiente  nele.  Qualquer percepção verdadeira que mais  tarde cause somente    incerteza e dúvida sobre o que  foi inicialmente percebido é, por essa razão, uma percepção desatenta. 

Além do mais, toda a percepção mental de objetos sensoriais na mente de um ser ordinário  são  percepções  desatentas.  Estas  ocorrem  imediatamente  após  a  percepção sensorial e imediatamente anterior  à resposta conceitual a um objeto sensorial particular. Apesar delas  serem percepções verdadeiras,  suas durações  são  tão curtas – mais  rápido que um estalar de dedos14 ‐ incapazes de induzir alguma recordação ou certeza do objeto e são, deste modo, classificados como percepções desatentas.  Do mesmo modo, a cognição aperceptiva que experiencia tais percepções mentais são também desatentas. 

Também,  para  um  ser  ordinário  todos  estes  momentos  menores  medidos  em estalos  de  dedos  que  fazem  o  fluxo  de  cognição  são  considerados  como  percepções desatentas.  Cognição  válida  e  os  outros  cinco  tipos  de  mentes  são  ações  cognitivas completas  requerendo para  sua duração um número variável de minúsculos momentos dependendo  da  agudez  das  faculdades  perceptivas  individuais.  Pessoas  com  sentidos atentos  e mentes  inteligentes podem  compreender  seus objetos mais  rápido que outros. Para estas pessoas o número destes minúsculos momentos de cognições necessário para formar  uma  ação  cognitiva  é,  conseqüentemente,  menores  que  para  pessoas  com faculdades menos  aguda. Cada momento minúsculo  destes,  é  incapaz  de  compreender completamente  o  objeto  em  uma  ação  cognitiva  e,  deste modo,  apesar  de  claramente observar  o  objeto,  é  incapaz  de  induzir  alguma  certeza  dele.  Por  essa  razão,  eles  são classificados    como  percepções  desatentas.  Todavia  para Aryas,  cada  um  dos menores momentos  de  percepção    é  uma  ação  de  compreensão  completa,  por  causa  das  suas capacidades mentais elevadas.  

Além do mais, algumas cognições aperceptivas podem tornar‐se desatentas devido a concepções errôneas sobre a natureza de um estado mental particular. Por exemplo, os adeptos da escola não Budista Sãmkhya acreditam que sentimentos prazerosos possuem a natureza  do  tema,  ou  seja,  percepção  desatenta.  Deste  modo,  devido  à  força  desta concepção errônea, apesar da natureza mental dos sentimentos prazerosos aparecer para a  14 Um termo comum indiano para medir um momento muito curto.

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cognição aperceptiva que o experiência, pode não induzir a uma certeza ou compreensão sobre esta percepção desatenta. Similarmente, os seguidores da escola Cãrvãka sustentam que  não  existem  tais  coisas  como  uma  inferência  válida.  Para  eles  somente  percepções válidas podem existir. De qualquer modo, a validade de uma inferência dentro da mente de um seguidor Cãrvãka é experienciada pelas apercepções acompanhantes. Mas devido ao poder das concepções errôneas das pessoas em relação à natureza da inferência ela não pode ser considerada correta como tal. Apesar da inferência válida ser considerada como não  existente  pelos  defensores  deste  sistema,  todavia  ela  é  consuderada  existente  nas  mentes quando a compreensão de algo tenha acontecido de forma recente  na dependência direta de um raciocínio perfeito. 

Além  do  mais,  dentro  dos  quatro  tipos  de  percepção  verdadeira,  percepções sensoriais verdadeiras, percepção mental e apercepção verdadeiras podem, às vezes, ser consideradas  desatentas. Mas  visto  que  percepções  contemplativas  verdadeiras  sempre acertam qualquer objeto que aparecem para elas, elas jamais podem ser desatentas. 

 IV. INDECISÃO  Indecisão* é definida como um fator mental que por usa própria força vacila entre 

duas alternativas em relação ao seu objeto. Apesar das mentes primárias e outros fatores mentais associados  com  indecisão  também vacilarem através da  sua  força  controladora, elas não são consideradas estados de indecisão. Somente o  fator mental de indecisão, tem na  sua própria natureza a  função de vacilar,  é o que  estamos discutindo aqui. Por  essa razão, para eliminar a possibilidade de uma mente primária associada com  indecisão ser incluída como tal, a definição estabelece que indecisão é um fator mental. Além do mais, para  eliminar  a  inclusão  de  outros  fatores  mentais  associados  de  ser  incluído  como indecisão, a definição estabelece que ela vacila por sua própria força entre duas alternativas. Existem  três maneiras nas  quais  indecisão pode  vacilar  ou  tender: para uma  conclusão correta, uma conclusão incorreta ou de uma forma equilibrada. 

 A. Indecisão que Tende para uma Conclusão Correta  Este estado mental, apesar de  ser dividido e  indeciso,  tende para uma conclusão 

correta  como  oposição  a  uma  conclusão  incorreta.  Quando  apoiadas  por  promover pensamentos  realísticos  e  contemplação,  será,  eventualmente  possível,  descartar  suas características oscilativas e atingir uma crença correta. Um exemplo seria o pensamento: “talvez som seja impermanente, é mais provável que sim”.  

 B. Indecisão que Tende Para uma Conclusão Incorreta  Esta  forma  de  indecisão  tende  a  uma  direção  oposta  ao  tópico  discutido 

anteriormente,  i.e.  distanciado‐se  de  uma  crença  correta,  acaba  conduzindo  a  uma concepção  errônea. Um  exemplo  seria  o  pensamento:  “talvez  som  seja  impermamente, mas provavelmente ele seja permanente”. 

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 C. Indecisão Equilibrada  Aqui  a mente  vacila, mas  não  tem  preferência  por  ambas  as  alternativas. Deste 

modo ela é, genuinamente,  indecisa. Um exemplo seria o pensamento: “Talvez som seja impermanente, mas ele pode, igualmente, ser permanente”.  

Geralmente  consideramos  indecisão  como  um  impedimento  para  firmar  uma certeza ou uma compreensão de um objeto oculto. De qualquer modo, em muitos casos, indecisão  age  alternadamente  entre  visão  errônea,  concepção  não  realística,  crenças realísticas e inferências. Podemos sustentar, firmemente, que vidas passadas e futuras não existem, e deste modo desenvolver uma concepção errônea sobre este ponto. Se, em vez disso,  refletirmos  e  considerarmos  certos  argumentos,  nossa  concepção  unilateral  pode iniciar uma oscilação e fazer surgir o pensamento: “elas provavelmente não existam, mas talvez  elas  existam”.  Daquela  decisão  que  tendia  para  uma  conclusão  incorreta  pode, desse  modo,  iniciar  a  transformação  para  um  estado  genuíno  de  indecisão  e, subseqüentemente,  começar  a  tender  para  uma  conclusão  correta  que,  provavelmente, tornar‐se‐á existente. Com mais reflexão e investigação a oscilação pode cessar e um firme estado de uma  crença  correta  ser desenvolvido. A base desta  crença  correta  será,  então uma  boa  posição  para  compreender  sua  existência  na  dependência  de  um  raciocínio perfeito, deste modo  atingir uma  inferência  válida  capaz de  induzir  a mais  concepções subseqüentes.   Apesar da  nossa  indecisão  inicial  que  ainda  tendia para uma  conclusão incorreta fosse danosa, tão logo começou  a tender para verdade, ela tornou‐se benéfica e positiva e foi capaz de conduzir para uma seqüência de cognições realísticas. Para ilustrar mais este aspecto positivo da  indecisão, Ãryadeva, em  seu  trabalho “The  four Hundred”, estabelece; “Quando alguém de pouco mérito é, meramente, indeciso se (fenômenos são) vazios (de existência inerente) ou não, esta dúvida minará a existência condicionada”.   

Isto  significa  que  se  alguém  estivesse, meramente,  em  um  estado  de  indecisão tendendo para uma  conclusão  correta que  fenômenos  são vazios de  existência  inerente, então, esta dúvida terá força para reduzir a ignorância, aflições e ações contaminadas que são as causas para o samsara. Além do mais, deveríamos entender que indecisão , tal como esta, é benéfica enquanto que indecisão que tende para aquelas crenças que fortalecem as concepções  errôneas    que  nos  prendem  no  samsara  são  maléficas.  Certos  estados  de indecisão,  tal como o pensamento, “que a mancha preta distante é um homem ou não?” não são benéficas sem maléficas, mas fenômenos não especificados. 

 V. COGNIÇÕES ERRÔNEAS  Uma  cognição que aprende  seu objeto de uma maneira  errônea  é a definição de 

uma cognição errônea*. Este tipo de cognição é enganosa sobre seu objeto principal e a sua percepção ou concepção é realizada de uma maneira na qual ela não existe. Existem, deste modo, duas divisões: percepções e concepções errôneas. 

  

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A. Percepções Errôneas  Percepção errônea   é a mesma percepção falsa. Ela é definida como uma cognição 

não conceitual que aprende seu objeto de uma maneira errônea. Qualquer percepção que observe um objeto não existente, tal como um azul em uma montanha nevada ou em uma concha amarela, é um erro ou uma percepção falsa. Existem dois tipos: percepção errônea mental ou sensorial. 

 1. Percepção sensorial errônea  De acordo com o lugar que o engano encontra sua fonte podemos distinguir quatro 

tipos de percepções sensoriais errôneas.  i. Percepção Sensorial para qual a fonte de engano existe com o objeto. Isto seria 

como quando  rapidamente giramos uma vara de  incenso em um quarto escuro e vimos um  círculo  formado  de  fogo. Na  realidade    não  existe  tal  círculo  de  fogo, mas  a  sua percepção surge porque o objeto foi movido de uma maneira particular. 

 ii. Percepção sensorial para qual a fonte de engano existe na base da percepção, o 

órgão  sensorial. Quando  temos  icterícia, o órgão olho é afetado pelo aumento de bile e conseqüentemente  vemos  tudo  com  uma  forma  amarelada.  Similarmente,  se  o  olho  é acometido  por  cataratas,  podemos  enxergar,  freqüentemente,  fios  de  cabelo  caindo  em frente dos nossos olhos. Tais distorções sensoriais como estas são causadas por um defeito com a condição dominante da percepção sensorial particular. 

 iii. Percepção  sensorial  para  a  qual  a  fonte  de  engano  existe  na  situação.  Tais 

percepções como estas ocorrem quando nos encontramos em uma situação particular  tal como um veículo em movimento. Quando estamos viajando em um trem, freqüentemente, parece que a paisagem está passando por nós ou que nosso trem está se movendo quando de fato o trem da plataforma adjacente é que está dando a partida da estação. Nestes casos o engano não é causado nem pelo objeto nem pelo órgão sensorial mas pela  justaposição de certas condições em uma situação particular. 

 iv. Percepção  sensorial  para  a  qual  a  fonte  do  engano  existe  como  condição 

imediata.  Estas  ocorrem  quando  a  mente  é  perturbada  por  certos  pensamentos  ou emoções. Quando alguém é muito raivoso tudo que ele vê, muitas vezes, aparece colorido de vermelho.  Isto que   surge com a  raiva perturba a nossa mente de  tal maneira que as energias do corpo são afetadas também e elas começam a surgir. Em seguida isto estimula a circulação do sangue que então causa aumento de pressão no pescoço e ombros  tanto quanto encurta a respiração e assim por diante. Finalmente, quando a raiva é muito forte o sangue se propaga violentamente nas veias e nos olhos e isto afeta a visão de tal maneira que tudo aparece tingido de vermelho. Ao contrário, quando a mente está sob  influência 

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de apego e desejo, objetos aparecem especialmente atrativos e prazerosos quando de fato eles não são. 

 Além do mais, estudando estes exemplos,  toda vez que uma percepção sensorial 

errônea  ocorrer  em  nossa  mente  deveríamos  reconhecer  como  o  objeto  está  sendo percebido, o que está  causando o engano e  como este engano pode  ser eliminado. É de grande benefício constatar, nestes momentos, que o que está aparecendo para nós não é real e não é para acreditarmos. 

 2. Percepção mental errônea  Um  exemplo  deste  é  uma  percepção  de  um  amigo  em  um  sonho.  Todas  as 

cognições que ocorrem em um sonho são mentais e não conceituais. Além do mais,   são errôneos porque  apreendem  seus objetos  como  realmente  existente. Quando vemos um amigo em um sonho o que de  fato existe é apenas uma aparência ocorrendo através da força  de  uma  excitação mental  impressa, mas  não  reconhecemos  isto  e  em  vez  disso apreendemos o objeto como real, uma pessoa viva. Também, embora apareça como se uma faculdade  sensorial  estivessem  funcionando  em  um  sonho,  de  fato  elas  não  estão.  Este processo inteiro é puramente uma percepção mental. 

 B. Concepção Errônea  Qualquer  cognição  conceitual que aprende  seu objeto de uma maneira errônea é 

uma concepção errônea. Isto é o mesmo que uma concepção falsa ou uma concepção que não está de acordo com a realidade. Exemplos seriam a concepção que som é permanente, a  concepção de um  chifre  na  cabeça de uma  lebre  e  a  concepção de uma pessoa  auto‐ existente com o conjunto corpo‐mente. 

 

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    Percepção 

Válida Inferência Válida 

Cognição Subseqüente 

Crença Correta 

Percepção Desatenta 

Indecisão  Cognições Errôneas 

Percepção  x    x  x    x Concepção    x  x  x   x  x Cognição  sensorial 

x    x  x    x 

Cognição mental 

x  x  x  x x  x  x 

Cognição aperceptiva 

x    x  x     

Cognição  não aperceptiva 

x  x  x  x x  x  x 

Cognição válida 

x  x         

Cognição não válida 

    x  x x  x  x 

Compreensão  x  x  x       Cognição verdadeira 

x  x  x  x x  x   

Cognição falsa 

        x  x 

Neste diagrama, cada marcação (x) indica que a existência de uma ou mais instâncias de um dos sete tipos de mente (percepção válida, etc.) pertencente para as categorias gerais de percepção, concepção e assim por diante. 

 

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Conteúdos do Capítulo Cinco    I  A CLASSIFICAÇÃO QUADRUPLA DE OBJETOS  58  

A. O Objeto Aparecido          58 B. O Objeto Principal          58 C. O Objeto Concebido          59 D. O Objeto Referente          59 

 II  OBJETOS DIRETOS E INDIRETOS      60  III  OBJETOS EVIDENTES, LEVEMENTE OCULTOS 

E EXTREMAMENTE OCULTOS      61   

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Capítulo Cinco  

Objetos   

Nos quatro capítulos anteriores  examinamos a natureza do sujeito e em particular a mente.  Agora,  devemos,  resumidamente,  discutir  os  vários  tipos  de  objetos  que  os diferentes tipos de mente apreendem. 

Aqui, o termo objeto* denota somente objetos da mente. Apesar de falarmos de um chifre  na  cabeça  de  uma  lebre  ou  um  som  permanente  como  sendo  objetos  de pensamentos particulares que os concebem, ou de duas  luas como sendo objetos de uma percepção  visual  errônea,  estas  coisas  não  são  objetos  no  estrito  senso  da  palavra. Do mesmo  modo,  quando  falamos  da  ignorância  que  apreende  uma  pessoa  como  auto‐ existente,  apesar  da  auto‐existência  da  pessoa  ser  o  objeto  que  a mente  ignora,  não  é realmente  um  objeto,  visto  que  ele  é  totalmente  não  existente.  Além  do mais,  o  que queremos dizer por um  objeto  é  alguma  coisa de  natureza  na  qual  torna‐se mais  claro  quanto mais  ele  for  analisado,  alguma  coisa  que  possa  ser  corretamente  conhecida  e compreendida pela mente. Devemos notar que os  termos “objeto”, “existente”, “entidade conhecível*” e “fenômeno” são sinônimos.  

Existem três diferentes modos nos quais objetos são classificados: em classificação quádruplo  de    objeto  aparecido,  objeto  principal,  objeto  concebido  e  objeto referente15;  a  classificação  dupla  de  objetos  diretos  e  indiretos;  e  a  classificação tripla em evidente, oculto e extremamente oculto. Devemos, agora, examinar cada uma destas categorias. 

Além do mais, é importante compreender que as distinções acima não são feitas  do lado  dos  objetos  por  eles  próprios,  mas  das  suas  posições  em  determinada  situação cognitiva. Isto quer dizer que apesar de alguma coisa possa ser  o objeto aparecido de uma cognição particular,  ele poder  ser  o  objeto  oculto de  outra,  o  objeto  principal  ainda de outra  e  assim por diante. Do mesmo modo,  sendo o objeto  aparecido de uma  cognição particular não necessariamente exclui a possibilidade de também ser de algum dos outros tipos  de  objetos  para  a  mesma  cognição. Mantendo  isto  na  mente,  o  relacionamento 

15 O objeto Observado (bzung.yul) também é mencionado nos textos Tibetanos. Aqui ele não será detalhado separadamente visto que ele é identificado com objeto aparecido (snang.yul) . Não deveria ser assumido que objeto observado é necessariamente apreendido como a silaba bzung no termo bzung.ul pode sugerir. No caso de concepções, como objeto aparecido, ele somente aparece para a mente mas não é apreendido.

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particular  que  estes  objetos  possuem  com  cada  outro  seria  clarificada  pelas  seguintes considerações das suas distinções individuais. 

 I. A CLASSIFICAÇÃO QUADRUPLA DE OBJETOS  A. O Objeto Aparecido  Geralmente falando, como o nome sugere, o objeto aparecido para uma cognição é 

o objeto que aparece para uma concepção ou percepção particular. Mas, isto não é sempre assim, porque apesar de que certos objetos possam aparecer para uma cognição particular, não  terá  que  ser,  necessariamente,  o  seu  objeto  aparecido.  Isto  é    particularmente verdadeiro no caso de concepções. Por exemplo, alguém pode estar procurando por um jarro  e  pensando  nele  ao mesmo  tempo. Mas,  apesar  do  jarro  estar  aparecendo  para  a cognição conceitual de alguém não é considerado como sendo seu objeto aparecido. Para concepções  somente  a  imagem  mental  do  objeto  é  considerado  como  sendo  o  objeto aparecido  e  nada mais. Deste modo,  em  nosso  exemplo  a  imagem mental do  jarro  é  o objeto aparecido  considerando que o  jarro é  somente objeto principal  e oculto. Por essa razão devemos entender que dentre os objetos aparecidos para uma concepção somente imagens mentais permanentes são consideradas como sendo o objeto aparecido. Mas no caso de estados mentais não conceituais, tal como uma distinção de não ser produzido. Por ela  ser  a  natureza  da  percepção,  sensorial  ou  mental,  para  apreender  seus  objetos diretamente, sem a projeção de qualquer imagem mental. Por essa razão, qualquer objeto que aparece para a percepção é chamado de seu objeto aparecido. Quando olhamos pela janela e vemos casas, árvores, montanhas e assim por diante, cada aspecto do nosso campo visual, se apreendido ou não, é um objeto aparecido para a percepção visual. Do mesmo modo todos os sons que ouvimos são objetos aparecidos para a percepção auditiva e assim por diante. 

 B. O Objeto Principal  Além  de  ser  dotadas  com  um  objeto  aparecido,  todas  as  cognições  são  também 

caracterizadas por ter um objeto principal. Este é o principal objeto da cognição, o objeto com o qual a mente é primeiramente  interessada e envolvida. Então, quando olhamos a vista  por  nossa  janela,  apesar  da  ampla  variedade  de  impressões  que  são  recebidas,  a mente tem a tendência de se  interessar por um aspecto particular do campo  inteiro. Este aspecto  particular  seriam  ambos,  o  objeto  aparecido  e  o  objeto  principal  da  percepção visual, enquanto que as  impressões para quais   a não é dada atenção, seria o seu objeto aparecido mas  não  seu  objeto  principal.16 No  caso  de  concepção  o  objeto  sobre  o  qual alguém está pensando seria o objeto principal e a imagem mental do mesmo objeto seria o objeto aparecido. Mas para qualquer mente conceitual, o objeto aparecido  jamais poderia ser o objeto principal visto que  ele  jamais poderia  ser  apreendido    como uma  entidade 

16 No caso de uma percepção desatenta, o objeto aparecido e o objeto principal seriam o mesmo visto que não atenção é dada para qualquer aspecto do campo objetivo.

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identificável pela mente. Por meio disso segue que os objetos aparecido e principal de uma mente  conceitual  são  fenômenos  mutuamente  exclusivos.  Resumidamente,  qualquer objeto apreendido por uma mente particular é chamado por ser seu objeto principal. Desse modo os termos “objeto principal” e “objeto apreendido” são sinônimos. 

 C. Objeto Concebido  Explicando de forma simples, o objeto concebido é o mesmo que o objeto principal 

de uma  concepção. Somente uma mente  conceitual  é dotada  com um objeto  concebido, porque  somente  com uma estrutura  conceitual a mente á  capaz de  conceber  seu objeto. Concepção,  então,  é  a maneira  exclusiva  na  qual  concepções17  apreendem  seus  objetos. Mas como a mente concebe seu objeto? Conceber significa apreender o objeto por meio do aparecimento de uma imagem mental. Isto poderia ser feito, claramente, pensando que a imagem  mental  do  objeto  não  é  o  objeto  concebido  mas  meramente  um  auxiliar  no processo da  sua  concepção.18 Então, quando  alguém  está pensando  sobre um  jarro, por exemplo, o  jarro é  tanto o objeto principal quanto o objeto concebido de uma concepção particular. A  imagem mental de um  jarro é meramente o objeto aparecido da concepção que age como um auxiliar no processo que verdadeiramente concebe o jarro com a mente. 

No  caso  de  uma  percepção  visual  de  um  jarro,  de  qualquer  modo,  o  objeto principal é apreendido mas não concebido. A razão para isto é que percepção, sendo não conceitual, apreende seu objeto  sem misturá‐lo com qualquer imagem mental. 

 D. Objeto Referente  O objeto referente para qualquer cognição é o objeto base na qual a mente refere‐se 

ou  foca‐se enquanto apreende certos aspectos do objeto. Supõe‐se, por exemplo, que um jarro de cerâmica seria o objeto principal. Neste caso um  jarro seria o objeto referente ao passo que   o  jarro de cerâmica seria o objeto principal. Do mesmo modo, podemos estar concebendo erroneamente  som como permanente. Neste caso som seria o objeto referente e  som permanente  o  objeto principal. Neste último    exemplo,  a mente  está meramente focada no som enquanto apreende erroneamente   como sendo permanente. Deste modo som não é o objeto principal visto que som não está sendo apreendido. Deveríamos notar que apesar de estarmos falando de som permanente como sendo o objeto principal desta concepção, ele está sendo considerado somente como um objeto principal em  termos da mente que o aprende. Mas som permanente por si não pode ser o objeto principal, visto que, sendo não existente, ele não pode ser considerado como um objeto. 

Quando  aplicado  na  prática  é  importante  para  nós  realizar  a  distinção  entre  o objeto  referente  e  o  objeto  principal  da  ignorância  que  apreende  a  auto‐existência  da pessoa. Enquanto focamos na pessoa, esta concepção errônea fundamental concebe‐a por  17 Nota de tradução para o Português: Conceiving e conception são duas palavras que siginifiam concepção em português. 18 A imagem mental age como um auxiliar no processo de concepção (zhen.sa) visto que ela é um fator indispensável para qualquer concepção, mas ela jamais é o objeto concebido (zhen.yul) desta mesma concepção porque ela jamais é apreendida por ela.

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ser  algo  permanente,  autonomamente  e  sem  partes.  Todavia,  seu  objeto  referente,  a pessoa,  existente  como  uma  entidade  impermanente,  mas  seu  objeto  principal,  como permanente,  pessoa  autônoma  e    sem  partes  não  existe  sob  qualquer  condição.  Então, quando  investigamos a falta de existência  inerente da pessoa é um erro   sério considerar estes  dois  objetos  como  idênticos.  Ao  fazer  isso,  eliminará  qualquer  possibilidade  de compreensão deste ponto crucial. 

 II. OBJETOS DIRETOS E INDIRETOS  Na discussão de objetos diretos  e  indiretos  estamos primeiramente  fazendo uma 

distinção  em  relação  ao  que  significa  ser  um  objeto  de  compreensão  principal.  Uma compreensão de um objeto pode ser tanto de forma direta quanto indireta. Por essa razão o objeto compreendido e chamado de compreensão direta e indireta. 

Qualquer objeto que aparece para uma cognição que o compreende é considerado como  o  objeto  de  cognição  direta.  Em  outras  palavras,  ele  é  o  objeto  compreendido diretamente pela mente. As características que distinguem um objeto direto de um objeto indireto é que, além do objeto direto ser um objeto principal, seu aspecto principal aparece para a mente que o apreende. Um objeto  indireto de uma compreensão, por outro  lado, também   é um objeto principal de compreensão mas ele é um objeto de quem o aspecto realmente não aparece para a mente. Tomando por exemplo uma percepção visual válida de um  jarro. Aqui o vaso, é considerado um objeto direto porque ele  realmente aparece para  a  percepção.  De  qualquer  modo,  a  existência  do  jarro,  apesar  de  poder  ser compreendida pela percepção  visual,  ela não  é um  objeto direto  visto  que não  aparece realmente  para a percepção. Apesar da existência do jarro ser um fenômeno permanente e não temporal, ela é compreendida indiretamente pela percepção sensorial visual  porque, ainda que  não apareça para ela, a percepção visual é capaz de induzir  subseqüentemente a uma certeza conceitual  sobre a existência do jarro. 

A  existência do  jarro  é deste modo  considerada  como um  objeto    indireto desta percepção. 

Neste ponto devemos  clarificar a distinção entre um objeto  sendo  compreendido diretamente  como  oposto  por  ser  imediatamente  compreendido.  A  característica diferenciadora  aqui  é  que  compreensão  direta  pode  ser  tanto  conceitual  quanto  não conceitual,  enquanto  compreensão  imediata  é  exclusivamente  não  conceitual.  A impermanência do som o qual aparece para uma cognição conceitual pode ser diretamente compreendida por esta cognição. Mas, visto que sua aparição seria, então misturada com uma  imagem mental,  ela  não  pode  se  chamada  de  imediatamente  compreendido  pela cognição. Compreensão  imediata, então, é uma percepção verdadeira que compreende o objeto sem a mistura do seu próprio conteúdo subjetivo. 

    

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III. OBJETOS  EVIDENTES,  LEVEMENTE OCULTOS  E  EXTREMAMENTE OCULTOS 

 Esta  divisão  dos  objetos  de  cognição  é  feita  de  acordo  com  o  grau  no  qual  um 

objeto  está acessível para nossa  compreensão. Deste modo um objeto  evidente  é aquele que  pode  ser  percebido  imediatamente  pelos  sentidos;  um  objeto  levemente  oculto,  é aquele que pode  ser  inferido através de pensamento; um objeto extremamente oculto, é aquele que tem que aceito por meio de crença e fé. 

O mundo  externo  de  casas,  árvores, montanhas,  rios  e  assim  por  diante,  outras pessoas  e  nossos  próprios  sentimentos  são  todos  objetos  que  são  experienciados diretamente  pelos  nossos  sentidos. A  fim  de  conhecê‐los  não  necessitamos  realizar  da intermediação de um pensamento conceitual baseado no raciocínio. Por essa razão eles são conhecidos por objetos “manifestos” ou “evidentes” para nossa cognição.  

Apesar da nossa experiência  imediata como ser senciente estar  limitada por estes objetos dos sentidos, por meio de raciocínio direto podemos, contudo, ser capaz de inferir a existência de outros objetos que estão, no momento, fora do alcance da nossa percepção. Por exemplo, através da compreensão que um  jarro é um  fenômeno criado e que sendo criado, necessariamente é  impermanente, somos capazes de  inferir corretamente que um jarro é um fenômeno impermanente. Apesar da impermanência do vaso não ser evidente para os nossos sentidos, na dependência de um raciocínio perfeito uma  inferência direta pode  ser gerada, por meio disso  incluí‐la dentro do domínio da nossa  compreensão. A impermanência de um jarro não é realmente tão difícil de inferir, mas, a falta de existência inerente da pessoa, a existência de vidas passadas e futuras, e as quatro nobres verdades, podem também ser compreendidas por meio da lógica. Por isso, um objeto é chamado de “objeto  levemente  oculto”*  onde,  apesar  de  oculto  da  percepção,  ele  pode,  ainda,  ser inferido por meio de raciocínios diretos.  

Para  objetos  levemente  ocultos  e  objetos  evidentes,  certos  fenômenos  ainda permanecem não compreendidos, com ou sem a realização de raciocínio. Tais fenômenos estão fora do alcance da nossa compreensão e sua existência pode somente ser aceita pela convicção  na  validade  das  mais  vastas  e  profundas  compreensões  de  um  Buda.  Um exemplo de  tal  objeto  seria  um  carma  específico  que  causa  um  evento  particular  nesta vida. Tal coisa está  fora do alcance da nossa cognição. Não podemos  inferir diretamente nem indiretamente sua existência. Similarmente,  as condições particulares na qual ele foi criado  e  o  modo  particular  no  qual  ele  surgiu  para  consecução  são  também incompreensíveis para nós. Outro exemplo que é freqüentemente usado é da causa e razão particular para as várias diferentes  cores da  cauda de um pavão. Visto que  tais  tópicos como estes são  impossíveis para a nossa compreensão sem  realizar a consciência de um Buda, elas são, deste modo, chamadas de “objetos de cognição extremamente ocultos”.  

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Parte Dois 

  

Um Modelo Psicológico da Mente  

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Conteúdos do Capítulo Seis    

I  MENTES PRIMÁRIAS          65  II  FATORES MENTAIS           66  III  AS CINCO SIMILIRADIDADES ENTRE MENTE 

 PRIMÁRIA E SEUS FATORES MENTAIS    67   

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Capítulo Seis  

Mentes Primárias e Fatores Mentais    

Na  segunda parte do  livro  abordaremos  a mente do ponto de  vista da mente primária e  fatores mentais. Na  secção anterior  foi dada atenção em  termos de  como ela apreende seus objetos perceptivamente, conceitualmente, validamente, não validamente e assim por diante. Apresentamos um modelo básico epistemológico da consciência. Agora, devemos  seguir uma  abordagem mais psicológica,  examinaremos  a mente do ponto de vista dos aspectos benéficos e maléficos que condicionam nossa personalidade e dirigem o curso  do  nosso  desenvolvimento  interno.  Isto  não  significa  que  as  considerações epistemológicas da seção anterior são livres de qualquer implicação moral ou psicológica. Similarmente, a abordagem psicológica  seguinte não deveria ser abstraída do seu contexto epistemológico. A estrutura do caminho Budista para a iluminação envolve igualmente a transformação da mente de uma não válida para um estado válido  tanto quanto de um estado  maléfico  para  um  benéfico.  Na  verdade    é  somente  através  da  erradicação sistemática dos  fatores maléficos que a percepção válida de um Arya ou Buda pode  ser realizada. Similarmente é somente as inferências válidas e a percepção da impermanência e da vacuidade que são capazes de superar as mais profundas características maléficas da mente. Quando usamos para descrever o caminho do desenvolvimento espiritual, os dois esquemas simplesmente revelam duas facetas do mesmo processo. 

São  os  fatores mentais  que  são  primeiramente  responsáveis  por  conduzir‐nos para  toda  forma de experiência. Quando a mente está  sob  influência de  fatores mentais maléficos,  tal  como  apego  e  raiva,  alguém  é  conduzido  a  cometer  ações  que  causam experiências de frustração e sofrimento. Mas sempre que a mente é dominada por fatores benéficos, tais como compaixão ou paciência, então qualquer atividade física ou vocal que se segue resultará somente em felicidade e bem estar. São os aspectos maléficos da mente que  são  a  raiz  de  nossa  escravidão  dentro  do  samsara,  enquanto  que  são  os  aspectos benéficos que permitem‐nos descobrir a liberação desta condição insatisfatória. 

Visto que  a principal  força motivadora por  trás de nossas vidas  é  o desejo de encontrar  felicidade  e  de  afastar  o  sofrimento,  deste  modo,  é  essencial  reconhecer  o processo psicológico que está em trabalho dentro de nós. Somente por meio de um exame 

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cuidadoso  é  que  seremos  capazes  de  perceber  exatamente  quais  as  causas  para  nossa felicidade  e  dor  e  subseqüentemente  ser  capaz  de  engajar  no  cultivo  de  certos  fatores mentais enquanto descartamos os outros. Mas enquanto a mente continuar a ser dominada por aflições maléficas, então o que basicamente desejamos e o que realmente fazemos para encontrá‐la  será  completamente  oposto.  Enquanto  desejamos  felicidade  estaremos somente criando causas para mais sofrimento. Deste modo para investigar a natureza, as funções e os efeitos dos vários pensamentos e emoções que ocorrem dentro da nós e para agir realisticamente com nossas descobertas é essencial estudar e praticar o Darma. 

Persistir na  tentativa de manipular  o mundo material  externo  a  fim de  atingir felicidade  e  evitar  sofrimento  é  como  estar  preocupado  em  combater  um  inimigo  fora, inconsciente  que  ele  está  duelando  dentro  de  nós.  Sem  procedermos  diretamente  com nossa  própria  composição  psicológica,  uma  felicidade  não  real  será  sempre  encontrada dentro das  situações externas: devemos  sempre encontrar nós mesmos  fazendo  face aos mesmos problemas tal como a pessoa que não percebe que o inimigo duela dentro da sua própria casa. Deste modo a  importância de estarmos atento ao modo no qual os  fatores mentais afetam nossas vidas não podem ser salientados o suficiente.     I.  MENTES PRIMÁRIAS  

Primeiramente,  devemos  compreender  que  uma  mente  primária  e  seus  fator mental  acompanhante  sempre  operam  em  conjunção  um  com  um  outro. Um  objeto  é jamais cognizado por uma mente primária destituída de qualquer  fator mental nem por um fator mental desacompanhado da mente primária. O termo “mente primária” denota a totalidade  de  um  estado mental  ou  sensorial  composto  por  uma  variedade  de  fatores mentais. Uma mente  primária  é  como  uma mão  enquanto    que  os  fatores mentais  são como os dedos  individuais, a palma a assim por diante. A  característica de uma mente primária  é  então determinada pelos  fatores mentais  constituintes.  Se um  fator maléfico está presente, a mente toda torna‐se maléfica enquanto se um fator benéfico está presente, a mente  toda  toma o aspecto benéfico.  Isto  é  similar ao adicionar açúcar ou  sal  em um copo de água. Com a adição de ambas as substâncias a totalidade do copo de água torna‐se aromatizada com seu sabor. É da mesma maneira que o fator mental individual exerce sua influência sobre o estado primário da mente, colorindo sua disposição e ativando seu potencial para manifestar em uma atividade externa. 

Uma mente primária* é definida como uma cognição primária estabelecida por meio da apreensão da presença fundamental do objeto. Não é   função de uma mente primária estar preocupada especificamente com qualquer aspecto do campo objetivo, ela é a mera consciência  das  condições  apresentadas  para  ela.  Como  devemos  ver  são  os  fatores mentais  individuais  que  são  responsáveis  por  uma  seleção  e  processamento  destas condições. Nesta consideração  o relacionamento de uma mente primária com seus fatores mentais é algo similar a um supervisor e seu grupo de trabalhadores. Cada trabalhador é unicamente ocupado com seu ou sua própria tarefa específica enquanto que o supervisor 

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está  igualmente  consciente do   que  cada  trabalhador  está  fazendo,  sem  estar  envolvido diretamente em qualquer das suas atividades individuais. 

Existem  dois  tipos  de mentes  primárias: mentes  primárias  sensoriais  e mentes primárias mentais. Mentes primárias sensoriais são divididas em cinco categorias: visual, auditiva, olfativa, gustativa e tátil. Cada uma dessas cinco estão definidas de acordo com a condição dominante, i.e. o órgão sensorial particular na dependência do qual elas ocorrem. Eles  são,  exclusivamente,  estados  de  consciência,  cada  um  sendo  composto  com  seu próprio conjunto de fatores mentais. Uma mente primária mental é uma cognição primária que surge na dependência do órgão mental com sua condição dominante. Esta é a mais complexa  e  importante  das  mentes  primárias  visto  que  ela  está  acompanhada  e diretamente afetada pelos fatores mentais maléficos e benéficos. 

Mentes primárias sensoriais são exclusivamente percepções enquanto que mentes primárias mentais  podem  ser  ambas,  perceptual  e  conceitual. Ambas  as  categorias,  do mesmo modo, distinguíveis em cognições verdadeira, falsa, válida e não válida. Além do mais, se uma mente primária é uma percepção ou uma mente válida, então seus  fatores mentais acompanhantes  serão,  também, percepções ou mentes validas. É  impossível  ter uma mente primária e seus fatores mentais pertencentes  serem substancialmente distintos e categorias cognitivas   mutuamente   exclusivas. Deste modo não podemos chamar uma percepção válida, por exemplo, de mente primária ou um  fator mental, porque ela é um estado total de consciência compreendida de ambas, mente primária tanto quanto fatores mentais. Dentre os sete  tipos de mente somente  indecisão pode ser classificado em uma dessas duas categorias visto que ela é exclusivamente um fator mental. 

  

II. FATORES MENTAIS  

Um  fator  mental*  é  definido  como  uma  cognição  que  apreende  uma  qualidade particular do  objeto  e  que  surge  a  serviço de  uma mente primária  com  a  qual  ela  tem certas similaridades. Cada fator mental tem uma função específica na condução com uma qualidade   particular do campo objetivo. Por exemplo, a  função específica da sensação é experienciar  o  objeto,  do  discernimento  reconhecê‐lo,  e  da  concentração  firmemente suportá‐lo em uma visão e, assim por diante. 

Geralmente falando, existem  inumeráveis fatores mentais. Porém, no Compendium of Abhidharma, Asanga enumera cinqüenta e um com o objetivo de claramente apresentar aqueles que são os mais importantes19. Estes cinqüenta e um fatores estão classificados em  19 Em contraste com esta classificação, Vasubhandu, em seu Commentary to the Treasury of Abhidharma, lista quarenta e seis fatores na seguinte forma. (1) O grupo sempre presente de dez fatores: sensação, intenção, discernimento, aspiração, contato, inteligência (blo.gros), lembrança, atenção, apreciação e concentração. (2) O grupo de benéfico de dez fatores: fé, consciência, flexibilidade, equanimidade, auto-respeito, consideração por outros, imparcialidade, não ódio, não violência, entusiasmo. (3) As seis grandes aflições: descrença, preguiça, confusão (rmongs.pa), estupidez, excitamento, inconsciência. (4) O grupo de dois fatores maléficos: desconsideração por outros, cinismo. (5) O grupo de dez menos aflitivas: ira, vingança, desonestidade, malevolência, inveja, dissimulação, avareza, pretensão, auto-satisfação, crueldade. (6) O grupo indeterminado de oito fatores: exame geral, análise precisa, pesar, sono, raiva, apego (chags.pa), auto importância, indecisão.

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seis diferentes grupos:  os  fatores  onipresentes,  os  fatores determinadores de  objetos,  os fatores variáveis, os fatores benéficos, as aflições raízes e as aflições secundárias. Os fatores mentais  onipresentes:  sensação,  discriminação,  intenção,  contato  e  atenção  são  os  cinco elementos essenciais para qualquer estado de consciência, por mais grosseira ou sutil que ela possa ser. Elas formam uma composição inerente de cognições sem a qual não poderia funcionar. Os fatores mentais determinadores de objeto: aspiração, apreciação, lembrança, concentração  e  inteligência,  são  assim  chamados  visto  que  elas  determinam  ou estabelecem aspectos individuais dentro do campo objetivo. Apesar de serem moralmente neutras, quando  elas vêm  sob  influência de  fatores mentais benéficos    e maléficos,  elas executam o papel principal em moldar as características da personalidade e qualidade das experiências individuais. Os fatores mentais variáveis: sono, arrependimento, exame geral e análise precisa são assim chamados porque suas características variam de acordo com a influência, se benéfica ou maléfica. Apesar de somente estas quatro serem especificamente mencionadas  nesta  categoria,  na  realidade  os  fatores  onipresentes  e  determinadores compartilham esta qualidade de variabilidade moral. 

Existem onze fatores mentais benéficos, que incluem fé, auto‐respeito, consideração pelo  outros,  consciência,  entusiasmo,  e  assim  por  diante.  Através  do  seu  cultivo,  os correlatos  maléficos  contrários,  descrença,  desavergonhamento  (shamelessness), desconsideração pelos outros, etc, são naturalmente dominados e descobrimos mais e mais paz e bem estar. Eles são os elementos responsáveis por todas as formas de crescimento e desenvolvimento espiritual. 

As aflições raízes: apego, raiva, orgulho, ignorância, visões aflitivas e indecisão são os fatores mentais que nos amarram ao ciclo de descontentamento da existência, por meio disso agem como a causa primária para todo nosso sofrimento e frustração. Eles colocam a mente  em  um  estado  de  desordem  e  inquietação  que  resultam  em  atividades  físicas  e mentais as quais são nocivos para nós e para os outros. Elas são os verdadeiros inimigos que  têm  quer  ser dominados  através da prática do Darma. As  aflições  secundárias  são fatores mentais maléficos que naturalmente surgem da proximidade com as aflições raízes. Elas incluem agressividade (spite), inveja (envy), pretensão (pretension), preguiça e assim por diante, todas as quais são conseqüência especifica de uma ou mais das aflições raízes. Nos capítulos seguintes continuaremos a elucidar cada um destes cinqüenta e um fatores mentais com mais detalhes 

  

III. AS  CINCO  SIMILARIDADES  ENTRE  UMA  MENTE  PRIMÁRIA  E  SEUS FATORES MENTAIS  

 Em  adição  aos  relacionamentos  descritos  acima,  todas  as mentes  e  seus  fatores 

mentais são similares de cinco maneiras. Elas têm uma base, duração, aspecto, referência e substância  similares. Para explanar estas  similaridades, vamos dar um exemplo de uma consciência primária visual da cor azul e seu fator mental acompanhante de sensação. Eles têm uma base  similar, visto que eles  surgem na dependência do mesmo órgão, o órgão olho.  Eles  têm  uma  duração  similar  visto  que  ambos  têm  uma  existência  simultânea, 

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surgem e cessam simultaneamente. Deste modo, não é possível um relacionamento causal entre  uma mente  primária  e  seus  fatores mentais  acompanhantes  visto  que  um  jamais antecede o outro.  Seus  aspectos  são  similares visto que  eles  suportam o  aspecto da  cor azul.  Isto quer dizer que subjetivamente ambos refletem uma  imagem similar do campo objetivo20. Suas referências são similares visto que ambas se referem ao mesmo objeto. Não possível para uma mente primária e seus fatores mentais acompanhantes terem diferentes objetos  referentes.  Finalmente,  elas  têm  uma  substância  similar  visto  que  suas características  cognitivas  básicas  são  sempre  a mesma.  Jamais  acontece  de  uma mente primária  ser  uma  percepção  enquanto  que  um  dos  seus  fatores  mentais  ser  uma concepção, ou que um  fator mental  ser uma  cognição  errônea  enquanto que  sua mente primária associada ser uma cognição não errônea. Sua natureza cognitiva, ou substância é sempre  idêntica. As  cinco  similaridades  são aplicáveis para  toda mente primária  e  seus fatores mentais acompanhantes. 

 

20 Veja página 38.

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Conteúdos do Capítulo Sete    I  OS FATORES MENTAIS ONIPRESENTES    71    A. Sensação               71   B. Discriminação            72   C. Intenção              73   D. Contato              73   E. Atenção              74  II  OS FATORES MENTAIS DETERMINADORES 

 DE OBJETOS            74  A. Aspiração             75 B. Apreciação            75 C. Lembrança            75 D. Concentração            76 E. Inteligência            77  

III  OS FATORES MENTAIS VARIÁVEIS      77      A. Sono              77   B. Arrependimento           78   C. Exame Geral            78   D. Análise Precisa            78   

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Capítulo Sete   

Os Fatores mentais, Onipresentes, 

Determinadores de objetos e Variáveis 

  

Os  Fatores  mentais  Onipresentes,  Determinadores  de  Objeto  e  Variáveis  serão tratados  juntos  visto  que  eles  todos  compartilham  a  característica de  serem  funções da mente  que  não  serem  maléficas  nem  benéficas21.  Os  fatores  mentais  onipresentes  e determinadores de objetos  são as atividades psicológicas o mecanismo básico da mente. Dependendo  de  como  este  mecanismo  é  usado  e  dirigido  na  mente,  podem  ser desenvolvidos altos estados de paz, compreensão e amor pelos outros ou pode degenerar em confusão, neurose e insanidade. Os fatores mentais variáveis  incluem quatro funções mentais que podem ser positivas ou negativas. 

A  direção  do  nosso  próprio  desenvolvimento  interior  é  de  nossa  própria responsabilidade.  Outros  podem  mostrar  o  caminho, mas  precisamos  incorporar  seus ensinamentos  em  nossa  vida. No  presente momento,  os  elementos  básicos  das  nossas mentes  estão  constantemente  propensos  a  excitação  incontrolável  de  pensamentos perturbados  e  emoções  conflitantes.  Estas  ocorrências  nos  expõem  a  toda  espécie  de tensões  internas, preocupações, medos e  frustrações que nos  conduzem a ações de uma maneira incompatível com o bem estar nosso e dos outros. Para dominar estes problemas é necessário,  fundamentalmente,  reorientar  nossa  perspectiva  e  desenvolver  o  domínio  e controle sobre estes processos psicológicos imbuindo‐os com claridade, alegria e bondade. 

    

21 Tradicionalmente os quatro fatores mentais variáveis são tratados depois das vinte aflições secundárias.

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I OS FATORES MENTAIS ONIPRESENTES  

Visto que sensação, discriminação,  intenção, contato e atenção acompanham  toda mente primária, não importa quão breve ou sutil possa ser, eles são chamados de fatores mentais onipresentes. 

 A. Sensação 

 Sensação* é definido como uma cognição distinta que é uma experiência de prazer, 

dor ou  indiferença,  i.e. uma estado que é prazeroso ou doloroso. Os objetos de sensação não  são  prazerosos  ou  doloridos, mas  as  próprias  experiências  ou  as  sensações. Deste modo eles são da natureza da consciência e surgem na dependência do que aparece para a mente  em  contato  com  seus  vários  objetos.  Sensação  é,  por  essa  razão,  uma  qualidade inerente da experiência presente em cada estado mental. 

A função geral da sensação é preencher a experiência com os efeitos amadurecidos de  nossas  ações  prévias.  Sua  função  específica  é  a de  conduzir  para  reações de  apego, aversão, confusão e espanto. Assim que uma sensação prazerosa ocorre, seres sencientes têm a tendência de tornar‐se desejosos de manter e repetir tais experiências. Deste  modo apego  e  ânsia  surgem.  Mas  quando  sensações  dolorosas  surgem  ocorre  a  tendência completamente  oposta;  um  desejo  forte  de  ficar  livre  deles  surge  e  aversão  ou  raiva  é induzida. Quando indiferença  é experienciada a mente tende a tornar‐se inerte e obscura, deste modo conduzirá para um estado de confusão e espanto. Estas reações habituais de nossas sensações constituem um dos elementos básicos no processo da existência sansárica e  enquanto  elas  surgirem  descontroladas,  continuaremos  a  ser  impulsionadas  para  os estados insatisfatórios da existência. Para neutralizar estas tendências inatas, Buda ensinou uma  forma  de  meditação  chamada  “colocação  fechada  da  atenção  nas  sensações”22. Através desta prática desenvolve‐se uma consciência  firme e  lúcida de qualquer sensção que surge na mente e então aprendemos respostas  inteligentes para experiência no  lugar de reações cegas para elas. 

Existem três diferentes maneiras de classificar sensações: em sensações prazerosas, dolorosas  e  indiferentes;  sensações mentais  ou  sensoriais;  e  sensações  contaminadas  e descontaminadas. Já tratamos da primeira classificação, tanto quanto a segunda, sensações sensoriais  são  aquelas  que  acompanham  as  consciências  sensoriais  enquanto  que sensações  mentais  são  aquelas  que  acompanham  uma  consciência  mental.  Sensações contaminadas  são  experiências  insatisfatórias  de  prazer,  dor  e  indiferença  que acompanham  os  estados  de  consciência  afetados  pelas  aflições.  Sensações descontaminadas são aquelas que acompanham os estados mentais nas mentes dos Aryas que não são mais afetadas pelas aflições. 

    

22 Veja Geshe Rabten, Close Placement of Mindfulness in the Mahayana.

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B. Discernimento  

Discernimento*  é  definido  como  um  fator  mental  distinto  tendo  como  função identificar o objeto como algo oposto a outro por meio da diferenciação. 

Esta é uma qualidade inerente da mente cuja  tarefa é distinguir um objeto de outro  por  identificá‐los com  termos e  frases, como no caso da maioria das concepções, ou por fazer meramente uma distinção entre objetos, como no caso das percepções. Deste modo ela  está  presente  em  todas  as  formas  de  cognição,  executando  um  papel  essencial  no pensamento abstrato e na imaginação bem como nas percepções visuais e auditivas. 

De  acordo  com  suas  bases  existem  seis  formas  de  discernimento  ,  variando  do discernimento  associado  com um  contato visual  até o discernimento  associado  com um contato mental. Todos os seis tipos de discernimento são classificados de acordo com seus referentes: 

 1. Discernimento com um sinal 

 Esta espécie de discernimento tem três tipos: aquele que é experienciado em relação 

ao  termo  para  seu  objeto  correspondente;  aquele  que  discerne  um  fenômeno impermanente como concreto; e aquele no qual tem uma distinção referente clara. 

 2. Discernimento sem um sinal  Também  tem  três divisões,  todas opostas às  três mencionadas acima. A primeira é 

um discernimento de uma  jovem  criança que, não  tendo ainda aprendido a  linguagem, não  identifica objetos  com  sinais,  i.e. nomes  e  termos. A  segunda  é o discernimento de uma  percepção  meditativa  da  verdade  última  na  qual  não  existe  sinal  de  qualquer fenômeno condicionado. A terceira divisão é o discernimento de uma absorção sem forma no pico do sansara no qual não existe sinal de uma distinção referente clara. 

 3. Discernimento  do limitado 

 É um discernimento presente nos  seres duradouros  (abindig) no  reino dos desejos 

que não atingiram o estágio preparatório para uma absorção mental. É dito  ser alguma coisa  limitada visto que ele discerne o mundo no qual a vida é muito curta, aflições são mais numerosas, e mesmo o meio ambiente são de uma qualidade mais baixa que os mais altos estados de existência. 

 4. Discernimento do vasto  Este é um discernimento existente dentro do reino da forma. Ele é vasto no sentido 

que ele diferencia um mundo no qual aflições  são menos e as qualidades maléficas não maiores que o reino do desejo. 

 

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5. Discernimento do infinito  

Este discernimento existe no reino sem forma onde alguém é absorvido na infinidade do  espaço  e  na  infinidade  da  consciência.  É  então  chamado  visto  que  ele  diferencia  o espaço e a consciência de ser infinito. 

 6. Discernimento de forma alguma 

 Este  discernimento  é  que  o  reino  sem  forma  no  qual  a  mente  é  absorvida  na 

inexistência.  Ele  é  assim  chamado  visto  que  ele  considera  que  existe  forma  alguma apresentando ele próprio para a mente. (revisar esta frase). 

 Além do mais, podemos falar de discernimentos enganosos e não enganosos.  

C. Intenção  

Intenção* é definida como um fator mental distinto que move a mente primária com a qual ela suporta as cinco familiaridades, tanto quanto os outros fatores mentais contínuos da mente primária para o objeto. 

Ele  é  ambos  a  consciência  e  a motivação  automática,  elemento da  consciência que causa a mente  envolver‐se  com  ela própria  com  e apreendendo  seus objetos. Como um magneto por natureza move algum ferro que vem em contato com ele, do mesmo modo pela  mera  existência  da  intenção,  a  mente  é  movida  para  vários  objetos  benéficos  e prejudiciais. Além do mais, intenção é o princípio da atividade. Ela é carma. Se uma ação é de mente,  corpo  ou  fala,  o  elemento  formativo que  é primariamente  responsável  e que acumula  tendências e  impressões na mente é a  intenção. Deste modo, ela age como uma base para a existência condicionada. 

Existem muitas  formas de  classificar  intenção, da mesma  forma  que  classificamos ações  de  acordo.  Deste modo,  nos  distinguimos  entre  intenções maléficas,  benéficas  e atividades  inespecíficas  e do mesmo modo  entre  aquelas  que  são  ações meritórias, não meritórias  e  invariáveis.  Estas  ao  contrário,  podem  ser  formas  de  ações  propulsoras, completadoras ou previsivelmente seguras, tanto quanto ações puras ou contaminadas. 

 D. Contato 

 Contato*  é  um  fator mental  distinto  que,  por  conexão  com  o  objeto,  o  órgão  e  a 

consciência primária, ativa o órgão. É dito ativar o órgão devido a sua cooperação, o órgão é transformado em uma entidade com a habilidade de agir como a base para sensações de prazer, dor ou indiferença. 

Ele é a base destas sensações porque quando uma consciência primária apreende um objeto, é o contato que causa o objeto ser experienciado como algo atrativo ou repulsivo e que faz surgir sensações de prazer e dor. Apesar de agir com base para sensações ele não 

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age como base para as sensações que ocorrem simultaneamente com ele. Ele somente age como base para sensações que surgem subseqüentemente a ele. 

Existem seis formas de contato variando dentre aqueles associados com a consciência visual até aqueles associados com a consciência mental. 

 E. Atenção 

 Atenção* é um fator mental distinto que tem a função de (a) dirigir a mente primária e 

os fatores mentais com o qual ela está associada para o objeto e (b) apreendê‐lo. Ela foca e suporta  a mente  no  seu  objeto  sem  permitir movê‐lo  a  outro  lugar. Desta maneira  ela forma a base para um maior desenvolvimento das funções de lembrança e atentividade. 

Não deveria, porém, ser confundida com intenção. Intenção move a mente para um campo geral de referência, chamada de  paisagem, enquanto que atenção move‐se para um foco detalhe específico, tal como uma montanha, as árvores e assim por diante. 

Existem dois  tipos de atenção: atenção realística, o exemplo é quando a mente está atenta do objeto existente, e atenção errônea, o exemplo é quando a mente está atenta de um objeto não existente. 

 Se qualquer um destes cinco  fatores mentais  fossem  isentos de qualquer percepção 

ou  concepção,  a  cognição  seria  incapaz de  funcionar ou mesmo  existir.  Se não  existisse sensação,  a  experiência  de  prazer,  dor  ou  indiferença  não  ocorreria.  Se  não  existisse discernimento, o reconhecimento ou identificação do objeto não ocorreria. Se não existisse intenção, não ocorreria envolvimento com o objeto. Se não existisse contato, não existiria base  para  a  ocorrência  de  sensações.  E  se  não  existisse  atenção,  a  mente  não  seria direcionada para qualquer objeto. Todavia, eles não estão sempre presentes em um estado manifesto.  Ocasionalmente,  tal  como  no  memento  da  morte  da  consciência  sutil,  no momento  imediatamente anterior ao nascimento e quando a mente é absorvida em uma cessação,  alguns destes  fatores mentais onipresentes  estão meramente presentes  em um estado adormecido ou latente. 

 II OS FATORES MENTAIS DETERMINADORES DE OBJETOS  Aspiração,  apreciação,  lembrança,  concentração  e  inteligência  são  chamados  de 

fatores mentais    que  “determinam”  seus  objetos,  porque  eles  realizam  uma  função  de determinar seus objetos particulares por meio da distinção de uma característica do campo objetivo.  Por  exemplo,  aspiração  determina  o  que  é  desejável  dentro  de  um  campo  objetivo;  apreciação,  aquele  no  qual  tem  sido  compreendido  como  sendo um  objeto de valor; e lembrança que é aquilo que tem que ser nascido da mente. Quando a mente está ativamente  engajada  em  uma  tarefa,  seja  ele  benéfico  ou maléfico,  todos  estes  fatores mentais  estão  constantemente  ocupados,  dando  direção,  coerência  e  significado  para  a seqüência de pensamentos e comportamento. 

  

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A. Aspiração  

Aspiração* é um fator mental distinto que, tendo focado um objeto pretendido, leva a um forte interesse nele. Ele tem a função de agir como a base para o entusiasmo. 

Em geral, qualquer desejo ou anseio de obter um objeto particular é uma aspiração. Dependendo da natureza do objeto ou meta, a aspiração torna‐se benéfica e construtiva ou maléfica  e  destrutiva.  Assim,  é  importante  aprender  quais  objetos  são  meritórios  de aspiração e quais não são. 

Existe uma divisão tripla de aspiração: aspiração para encontrar uma vez mais aquilo que  tinha  passado;  aspiração  para  não  separar‐se  daquilo  está  sendo  experienciado  no momento; e aspiração para atingir uma certa meta no futuro. Ela pode ser dividida, ainda mais em quatro  tipos: um  interesse  forte por um objeto do desejo  sensual; um  interesse forte em um objeto material; um interesse forte em uma opinião ou visão particular; e um forte interesse na liberação. 

 B. Apreciação  Apreciação* é um fator mental distinto que (a) estabiliza a apreciada apreensão de um 

objeto previamente estabelecido e (b) a mente não segue distraída por nada mais. Assim, ela tem a função de apreciação do objeto e firma a lembrança dele. 

Apreciação de um  objeto  somente  segue  após  as  qualidades do  objeto  terem  sido determinadas  como  sendo vantajosas  ou valiosas. Uma   vez  apreciado desta maneira  a mente será muito mais inclinada para perseguir uma forma certa de comportamento a fim de obter o objeto ou atingir uma meta corporificada no ou relacionada com o objeto. Na prática do Darma, apreciação é um elemento essencial para  um estado significativo de fé e confiança. Uma das mais  fortes apreciações é sobre a natureza e características do Buda, Darma e Sanga, por exemplo, uma das mais fortes será a fé em sua  infalibilidade, e uma das motivações mais forte para atingir uma meta espiritual. De fato o próprio Buda disse no Sutra Pedido por Sagaramati, ele disse que apreciação é a raiz de tudo que é benéfico. 

Existem  ilimitadas  formas de apreciação, visto que  infinitos objetos  são apreciados por ilimitados seres sencientes. Mas,  em resumo, podemos citar dois tipos de apreciação: aquelas que são errôneas e aquelas que são realísticas. 

 C. Lembrança 

 Lembrança*  é  um  fator mental  distinto  que  repetidamente  traz  para  a mente  um 

fenômeno previamente conhecido sem esquecê‐lo. Ele tem a função de não permitir que a mente seja distraída do seu objeto. Ela age como a base para concentração. 

Lembrança  opera  dentro  de  uma  extensa  variedade  de  atividades.  Durante  a meditação unifocada ela é o  fator responsável por constantemente  trazer o objeto para a mente e segurá‐lo lá. Na prática da disciplina moral ela é comparada com o vigia na porta de  saída  da mente  que  tem  a  tarefa  de  ser  constantemente    atenta  aos  vários  fatores mentais – em particular as aflições – que surgem.   É através da  lembrança de um voto e 

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compromisso que fatores mentais maléficos são incapazes de atingir um ponto de apoio na mente causando então distúrbio e caos.   Durante o estudo,  lembrança capacita alguém a relembrar  o  que  tem  aprendido  previamente  e  deste  modo  permite  uma  grande quantidade de conhecimento ser construído. No dia a dia ela dá seqüência às atividades diárias, capacitando alguém a lembrar o que tem que ser feito em momentos  particulares e assim por diante. Em resumo, lembrança é comparada a uma casa de tesouro que pode acumular muitas qualidades benéficas sem permitir que elas pereçam.  

Existe,  basicamente,  uma  classificação  dupla  de  lembrança,  aquelas  lembranças  e memórias que provocam distúrbios na mente e aquelas que não. Lembranças mentalmente tranqüilas  podem  ser  divididas  naquelas  que  são  ainda  impedidas  por  afundamento  e excitação mental, e aquelas que não são impedidas. O primeiro tipo inclui todas as formas de lembranças que tem surgido do aprendizado e contemplação na mente de alguém  que ainda  não  atingiu  o  nono  nível  da  quietude  mental.  O  segundo  tipo  inclui  todas  as lembranças  associadas  com  o  quinto  nível  da  quietude   mental  tanto  quanto  aquelas associadas com ambos a quietude mental e insight penetrativo.23

 D. Concentração 

 Concentração* é um fator mental distinto que é capaz de permanecer unifocadamente, 

mantendo  o  mesmo  aspecto,  por  uma  duração  sustenta  de  tempo  em  uma  única referencia. Ela tem a função de (a) agir como a base para o aumento de inteligência e de (b) manter todos os fenômenos mundanos e supramundanos sob controle. 

Concentração existe em algum grau nas mentes de todos nós.  No presente momento esta faculdade pode não estar desenvolvida e somente ser capaz de lembrar um objeto por um tempo de limitada duração. Mas, com o esforço continuo e prática sua habilidade para permanecer  unifocadamente  em  um  único  objeto  pode  ser  desenvolvida  até  que,  em estado mental de  total quietude, alguém pode  ficar por dias  concentrado em um objeto particular.  Além  disso,  seres  que  tem  nascido  em  um  dos  reinos  sem  forma  podem permanecer éons absorvidos em concentração em objetos extremamente sutis tais como a infinidade  do  espaço  e  a  infinidade  da  consciência.  Concentração  é  também  um importante  fator na elevação da  inteligência. Quando estamos  tirando uma  fotografia, a firmeza  que  seguramos  a  câmera,  fará  com  que  a  fotografia  fique nítida.  Similarmente, quanto mais  firme e mais  intensa for a nossa concentração, mais nítida e acurada tornar‐se‐á nossa inteligência. 

Apesar de existir ilimitados níveis de concentração, podemos classificá‐las de acordo com  suas  naturezas  em  dez  tipos:  as  concentrações  associadas  com  a mente  dentro  do reino dos desejos; as quatro  concentrações associadas  com os quatro níveis de absorção pertencentes  ao  reino  da  forma;  as  quatro  concentrações  associadas  com  as  os  quatro níveis de absorção pertencentes ao reino da não forma; e a concentração supramundana.   

   

23 Veja Geshe Rabten, The Life and Teachings of Geshe Rabten, p. 165 seq.

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E. Inteligência  

Inteligência* é um fator mental distinto que tem a função específica de discriminação fina. Ela examina as características ou o valor de um objeto relembrado. Além do mais, ela tem as funções de (a) cortar pensamentos  indecisos e dúvida com uma unilateral certeza (b) manter a  raiz de  todas as qualidades benéficas  forseeable e unforseeable e  (c)  sendo similar a um olho que enxerga ou uma lâmpada que ilumina um fenômeno escondido. 

O exame, qualidade analítica da  inteligência, não deveria ser confundido com uma incerteza  oscilante    entre  duas  alternativas.  Devido  ao  desconhecimento,  indecisão meramente  flutua  entre  duas  alternativas  a  respeito  de  um  objeto,  no  qual  incerteza  é encontrado. Inteligência, por outro lado, analisa duas alternativas através da diferenciação das  características  específicas de um  objeto, de quem  a presença  fundamental  tem  sido determinada. 

Inteligência pode  ser  aplicada  tanto  em  atividades benéficas quanto maléficas. Ela tem  capacitado  pessoas  a  construírem  armas  de  destruição  altamente  complexas  e  por outro lado e códigos de conduta ética por outro. Mas,  o papel muito mais importante que ela joga, é o discernimento da natureza da verdade última – a falta de existência inerente. Tanto  a  inferência  quanto  a  percepção  imediata  da  falta  de  existência  inerente.  Uma inteligência  afiada  é  um  fator  vital  para  atingir  uma  compreensão.  Todavia,  sem  ser montada (without being mounted), a concentração da quietude mental, falta a ela sozinha alguma força que cause progresso ao longo do caminho para a liberação. Similarmente, a quietude mental e os vários outros níveis de concentração também faltam, por ela mesma sozinha,    alguma  força  libertadora.  Deste  modo,  é  essencial  a  combinação  da  firme concentração da quietude mental com a inteligência discriminadora do insght penetrativo. 

Existem quatro tipos de inteligência: aquela que é não nascida; aquela que ocorre do aprendizado; aquela que ocorre da reflexão; e aquela que ocorre da meditação. Inteligência não nascida é a acuidade natural da mente que herdamos das ações em existências prévias. Deste modo ela varia grandemente de indivíduo para indivíduo. As outras três formas de inteligência  são  conseqüência  do  treinamento  intelectual  e  disciplina  espiritual  que seguimos nesta vida. Além disso, podemos distinguir entre inteligência que analisa o que realmente  existe,  i.e.  a  falta  de  existência  inerente,  e  a  inteligência  que  analisa  o  que convencionalmente existe. 

 III OS FATORES MENTAIS VARIÁVEIS  Sono,  pesar,  exame  geral  e  análise  precisa  são  chamados  de  fatores  mentais  

“variáveis” visto que na dependência da motivação ou de uma  situação particular,  eles tornam‐se maléficos, benéficos ou inespecíficos.  

 A. Sono  Sono* é um  fator mental que  faz a mente obscura  (encontrar  sinônimo),  recolher a 

consciência sensorial para o seu interior, e torna a mente incapaz de apreender o corpo. Ele 

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tem a função de (a) de permitir que a apreensão de objetos da consciência mental degenere e  (b)  cause  a  perda  da  consciência  das  atividades  físicas,  pode  ser  um  momento  de desnorteamento ou de  uma inconsciência mental imperturbável. 

Quando o corpo está exaurido e com necessidade de restaurar‐se, a sonolência puxa a mente primária para a escuridão do  sono  i.e um estado no qual  sonhos não ocorrem. Como a  força do  sono  torna‐se mais  claro e  sonhos  são, então, experienciados devido a excitação  de marcas  e  tendência  implantadas  na mente  durante  o  estado  em  que  nos encontramos acordados. Ele é um fator mental variável porque ele pode ser  influenciado pelo  nosso  comportamento.  Se  ocuparmos  o  dia  envolvido  em  tarefas  benéficas,  em particular,  gerando  fortes pensamentos positivos  antes de  irmos dormir,  isto provocará um  sono benéfico  e  tranqüilo. Se, por outro  lado, nossas mentes  estiverem preenchidas com  ódio  e  ânsia  quando  formos  dormir,  a  qualidade  do  sono  será  do mesmo modo maléfico e perturbado. Além do mais, existem certas técnicas pelas quais a consciência do sono  e  o  sonho  são utilizadas para  a prática do Darma. Visto  que  são  estados mentais muito  mais  sutis  que  a  consciência  acordada,  eles  podem  tornarem‐se  bases  muito poderosas para o desenvolvimento de insigths. 

Mas,  antes de podermos usá‐las desta maneira, devemos primeiro  aprender  como tornarmos consciente dentro dos estados de sono e sonho.24

 B. Pesar 

 Pesar* é um fator mental que, tendo considerado algo mal que foi feito no passado, 

torna a mente descontente e perturbada (displeased and distraught). Ele tem a função de impedir  que mente de  repousar na  tranqüilidade  e de  agir  como uma base para  trazer infelicidade sobre a mente. 

Se  sentimos  que  fizermos  atividades  ou  ações  maléficas,  então  o  pesar  torna‐se maléfico. É necessário desenvolver esta forma de pesar a fim de ajude a purificar marcas mentais negativas que acumulamos pelas ações negativas. De qualquer modo, se sentimos pesar por ter dado um presente generoso ou oferenda, então o pesar tornar‐se negativo e prejudicial. Se  lamentamos ao  estacionar o  carro  em um  lugar  errado,  isto  é um  estado mental nem maléfico nem benéfico, e sim inespecífico. 

 C. Exame Geral 

 Exame  geral*  é  um  fator  mental  distinto  que  na  dependência  da  intenção  e  da 

inteligência pesquisa uma idéia inacabada sobre algum nome suportado por um objeto.  D. Análise Precisa 

 Análise  precisa*  é  um  fator  mental  distinto  que  na  dependência  da  intenção  ou 

inteligência analisa o objeto em detalhe. 

24 Veja Geshe Rabtem, Introdução aos Diferentes Níveis de consciência e suas Aplicações na Meditação.

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Tanto  exame  geral  quanto  análise  precisa  são  qualidades  imputadas  a  intenção  e inteligência,  suas  diferenças  é  determinada  pelo  grau  de  precisão  com  a  qual  elas investigam o objeto. Se elas são cultivadas de uma maneira benéfica, elas originam o que desejamos para esta vida e para as futuras. Mas se elas são desenvolvidas de uma forma maléfica, elas tornam‐se somente uma causa para o que não desejamos, no presente e no futuro. 

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Conteúdos do Capítulo Oito    I  OS FATORES MENTAIS BENÉFICOS      81    I. FÉ                  81   II. AUTO‐RESPEITO          82   III. CONSIDERAÇÃO PELOS OUTROS     82   IV. DESAPEGO            83   V. NÃO ÓDIO            83   VI. NÃO CONFUSÃO          83   VII. ENTUSIASMOS          84   VIII. FLEXIBILIDADE          85   IX. CONSCIÊNCIA           86   X. EQUINIMIDADE          86   XI NÃO VIOLÊNCIA          87    

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Capítulo Oito   

Os Fatores Mentais Benéficos   

Neste  capítulo  consideraremos  as onze qualidades da mente que  causam  aspectos benéficos nos  fatores mentais  onipresentes, determinador de  objeto  e  variáveis  e,  como resultado,   produzem paz  e bem  estar para nós  e para os outros. Através do  constante esforço  em  cultivá‐los  se  tornarão  firmemente  enraizados  na  mente  e,  deste  modo neutralizaremos, naturalmente, os  fatores mentais negativos,  e  conduzirá a  liberação da visão da realidade. 

 I FÉ   Fé* é um fator mental distinto, quando nos referimos a tópicos como lei de causa e 

efeito,  as Três  Jóias  e  assim por diante, produzem um  estado mental  alegre  e  livre dos distúrbios das aflições raízes e derivadas. Ela  tem a  função de  (a) agir como base para a geração de uma aspiração para qualidades benéficas que ainda não tenham sido geradas e (b)  aumentar  algumas  dessas  aspirações  já  geradas.  Em  resumo,  ela  age  como  a  porta através do qual todas as qualidades positivas se manifestam. 

Fé ou convicção é extremamente importante como fundação da prática do Darma. O Buda, certa vez, disse que assim como uma semente queimada é incapaz de germinar, do  mesmo  modo  uma  mente  destituída  de  fé  é  incapaz  de  cultivar  qualquer  coisa benéfica.25 Se tivermos uma convicção firme em algo, tal como a certeza que o sofrimento inevitavelmente  surge  de  ações maléficas,  então,  automaticamente,  nos motivaremos  a ajustar  nosso  comportamento  e  nos  abster  de  tais  atividades.  Similarmente,  se  temos convicção  na  confiabilidade  de  uma  pessoa  em  particular,  então  não  hesitaremos  em acreditar  no  que  ela  diz  e  seguiremos  seus  conselhos  que  ela  possa  nos  dar.  Fé  não significa somente uma atitude de reverência diante de certos seres sagrados. Ela deveria ser compreendida como um  fator mental capaz de alargar e expandir a compreensão de alguém. 

25 Esta citação é baseada no Dasadharmakasutra

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Existem três tipos de fé: fé convicta, fé admiradora e fé veemente. Fé convicta é um estado de completa convicção e certeza em tais coisas como as Três Jóias, a infalibilidade da  lei de causa e efeito e assim por diante.   Ela é  inabalável e não pode ser atraída para outras proposições. Fé  admiradora  é um  estado no qual o objeto de  fé  é  retido por  ser particularmente excelente e estimado. É uma mente dotada com alegria e contentamento. Fé  veemente  é  um  estado  mental  no  qual  alguém  tem  o  objeto,  considerado  de  fé, atingível. É caracterizada por um interesse forte e veemente em atingi‐lo.  

 II AUTO‐RESPEITO  Auto‐respeito*  é  um  fator  mental  distinto  que  evita  o  nocivo  por  razões  de 

consciência pessoal. Ele tem a função de restringir a conduta prejudicial do corpo, da fala e da mente, e é uma base para todas as disciplinas morais. 

Um exemplo de auto‐respeito seria que podemos ser a causa de prejudicar outros seres, mas em consideração que não gostaríamos   de causar  tais danos acontecesse para nós, então nos privamos destas ações. Similarmente, podemos estar no  limite de cometer uma ação, mas então  lembramos que ela não é uma ação  conveniente para alguém que supostamente  está  praticando  o  Darma.  Por  essa  razão  nos  restringimos  de  fazê‐la.  Enquanto estamos andando a cavalo é muito  importante manter a  rédea  firme a  fim de prevenir que ele não saia do controle. Do mesmo modo, sem um senso de auto‐respeito nossa  conduta  estaremos  sujeito  a  tornar  caótica  e  sem  limites,  conduzindo‐nos,  então, para o conflito e sofrimento. 

Existem duas formas de auto‐respeito: evitar prejudicar pelo motivo de si próprio e evitar prejudicar pelo motivo de uma tradição espiritual. 

 II CONSIDERAÇÃO PELOS OUTROS  Consideração pelos outros* é um fator mental distinto que evita prejudicar por causa 

dos  outros. Ele  tem  a  função de  (a)  restringir uma  conduta prejudicial de  corpo,  fala  e mente, (b) agir como base para a manutenção de uma disciplina moral pura, (c) evitar que a falta de fé ocorra em outros, (d) por meio disto agir como causa para a alegria surgir nas suas mentes. 

Este fator mental é muito similar em natureza com o auto‐respeito, exceto que ele restringe alguém de prejudicar por meio da consideração que alguém  teve   em cometer uma ação particular, pois ela causaria desapontamento e sofrimento para outros. Em geral, auto‐respeito  e  consideração  pelos  outros  são  fatores  determinantes  neste mundo  pelo qual pessoas são consideradas nobres ou não. Eles são como um vaso que contém todas as virtudes divinas e humanas tanto quanto uma cerca forte que guarda‐nos. Nagarjuna certa vez disse  que  existem duas  coisas  que  protegem  pessoas  neste mundo:  auto‐respeito  e consideração pelos outros. 

Existem dois aspectos na consideração pelos outros: evitar os danos que causamos para outros seres e evitar danos que causamos para a tradição espiritual dos outros. 

 

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IV DESAPEGO  Desapego* é um fator mental distinto que, quando se refere a um objeto dentro 

da existência condicionada, age como remédio para o apego em relação a ele. Sendo removido do objeto, ele torna‐se desapegado e alguém não se agarra nele. Ele tem a função de prevenir apego e aplicar o remédio para ele. 

Apego é a tendência  da mente que deseja possuir um objeto particular, seja ele animado  ou  inanimado.  Tanto  quanto  nos  submetemos  a  sua  demanda,  somente obteremos desapontamento e sofrimento, jamais a satisfação que procuramos. Deste modo  desapego  nos  afasta  do  envolvimento  compulsivo  com  o  objeto  através  da compreensão da sua verdadeira natureza. Por meio disto elimina o agarramento e o impulso  de  possuir.  Sob  influência  do  apego,  nos  encontramos  compulsivamente perseguindo  prazeres  transitórios  que  faltam  algum  valor  real.  Com  desapego, entretanto,  somos  capazes  de  ver mais  clara  e  objetivamente  e  deste modo  focar nossa atenção e energia na realização das metas que verdadeiramente valem a pena. 

 IV. NÃO‐ÓDIO 

 Não  ódio*  é  um  fator mental  distinto  que  quando  referido  por  um  dos  três 

objetos  específicos,  suporta  as  características  de  bondade  amorosa  a  qual  domina diretamente o ódio. Ele tem a função de agir como base para evitar o ódio e pelo aumento do amor e paciente aceitação. 

Os “três objetos específicos” mencionado acima  refere‐se  (a) alguém que está aflitamente para ferir‐nos (c) a ferir  a si próprio, e (c) a causa ou instrumento de ferir, tais como espinhos, venenos, armas, etc. Após o reconhecimento de um destes três coisas como causa do nosso  sofrimento,  tenderemos  a não gostar  e nos  tornaremos  raivosos  através deles..  Esta  raiva  causará,  imediatamente,  agitação  e  tensão  na mente    que  conduzirá somente a comportamentos irracionais e incontrolados. Não‐ódio é a resposta oposta: sem uma  reação   cega para a situação, ela mantém uma mente clara caracterizada por amor, bondade e aceitação paciente. É um fator mental positivo que sendo cultivado erradicará os fatores negativos de raiva e ódio. Apego e ódio são como água em ebulição na mente. Desapego  e  não‐ódio  são  similares  a  água  fresca  que,  quando  despejada  na  água  em ebulição, tem a função de acalmar e refrescar asa aflições de apego e raiva. 

 V. NÃO‐CONFUSÃO 

 Não‐confusão*  é um  fator mental distinto que  surge de uma disposição  inata, 

aprendizado,  reflexão  e  meditação.  Ela  age  como  um  remédio  para  ignorância  e acompanhada de uma inteligência firme que analisa completamente a verdadeira natureza do  objeto.  Ele  tem  a  função  de  (a)  evitar  confusão,  (b)  aumentar  os  quatro  tipos  de inteligência, e  (c) agir como um  fator capacitante na   efetivação de qualidades benéficas pertencentes a purificação. 

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Não confusão é uma claridade e perspicácia   da mente que dispersa confusão sobre um objeto particular. Confusão é como a escuridão em um quarto, e não‐confusão é como  a  luz  que  clareia  este  quarto  ao  ser  acionada.  Ela  própria  não  é  uma  forma  de inteligência, mas uma qualidade de lucidez da mente acompanhada da inteligência firme que  suporta  um  relacionamento  de  similaridade  com  entusiasmo  ou  concentração.  A maioria  de  nós  nascem  com  um  certo  grau  de  não‐confusão  herdada  de  atividades benéficas prévias. Todavia, para ela nos ajudar a atingir a liberação, ela é uma qualidade que precisa  ser elevada e desenvolvida primeiramente através do aprendizado e estudo e subseqüentemente através da reflexão e meditação. 

 Eles deveriam ser apontados  além dos termos “desapego”, “não‐ódio” e “não‐

confusão”, pois não denotam um estado mental que simplesmente faltam apego, ódio ou confusão. Os prefixos negativos não indicam uma simples negação destes fatores mentais, preferivelmente eles estão denotando estados mentais opostos como remédio para eles.26  Deste modo, não‐violência, desapego e não‐confusão são fenômenos afirmativos que tem o efeito curativo benéfico na mente. 

Todos  os  ensinamentos  e  conselhos  que  Buda  deu  tinham  unicamente  o objetivo de neutralizar as aflições negativas da mente dos seus discípulos. Por esta razão, visto  que  apego,  ódio  e  confusão  são  as  principais  fontes  de  todas  as  aflições,  seus remédios diretos de desapego, não‐ódio e não‐confusão  tornam‐se a  raiz de  tudo que é benéfico.  Para  o mesmo  grau  no  qual  eles  são  cultivados  e  elevados  ,  uma  fragilidade correspondente é  impostas às aflições. Deste modo, o desenvolvimento delas é o coração da pratica Budista. Para aqueles que genuinamente empenham‐se pela  liberação este é o caminho por meio do qual transformaremos completamente nosso inimigo interior. 

 VI. ENTUSIASMO 

 Entusiasmo*  é um fator mental distinto que age como remédio para preguiça, e 

engaja‐se  alegremente  em  atividades benéficas. Ele  tem  a  função de  realizar qualidades benéficas que ainda não foram realizadas e trazer aquelas que tem sido realizadas para a compleição. 

Todos  os  aspectos  benéficos  do  caminho  são  desenvolvidos  por  meio  do entusiasmo.  É  através  da  ativação  da  sua  força  que  liberação  e  o  estado  Búdico  são realizados. Entusiasmo é uma qualidade dinâmica da mente necessária para efetivamente concretizar qualquer crescimento espiritual e compreensão. Quando um declive de grama seca pega fogo, a  labareda será espalhada somente se existir vento suficiente. Do mesmo modo, o fogo da discriminação  inteligente  somente será capaz de queimar as aflições se ela  for  suficientemente movida pelo  vento do  entusiasmo. Por  outro  lado, não  importa quanta  compreensão  inteligente  alguém  atingiu,  ela  não  será  destruída  se  ela  não  for aplicada alegre e entusiasticamente na prática de meditação. 

26 As partículas Tibetanas ma e med podem denotar um dos três significados: (a) uma simples negação, não isto, não aquilo, (b) algum outro estado, não isso mas aquilo, (c) ou a oposição ou antítese do que é afirmado, como temos aqui com desapego, etc.

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Visto  que  existem  três  tipos  de  preguiça,  podemos  também  distinguir  três  formas de entusiasmo que agem como remédio para elas. O primeiro tipo de preguiça é a inatividade  ou  indolência.  Esta  é  uma  qualidade  que  entorpece  a mente  de  qualquer interesse  no  Darma  e  deseja  simplesmente  afundar  em  um  estado  de  sonolência indiferente. O  segundo  tipo de  preguiça  é  uma  espécie de    auto‐piedade.  Isto  se  torna manifesto  através  de  tais  afirmações:  “Eu  sou  tão  inferior  que  jamais  poderia  atingir qualquer  insigth  ou    liberação”.  Ela  é  uma  indulgência  desnecessária  baseada  na depreciação do seu próprio potencial  interior. O terceiro tipo de preguiça, atração para o mal, é freqüentemente confundido com entusiasmo, visto que ele também é caracterizado pela  perseverança, mas  perseverança  através  do  qual  é maléfico.  Todo  o  esforço  que fazemos para atingir metas mundanas, até mesmo quando são realizadas alegremente, são de  fato  uma  forma  de  preguiça. Deste modo,  é  o  despertar  do  entusiasmo,  um  estado mental  diligente    que  neutraliza  a  inatividade  ou  indolência.  O  entusiasmo,  uma perseverança  benéfica  baseada  na  auto‐confiança    que  transforma  auto‐piedade.  E  o entusiasmo, que encontra alegria no que é benéfico, é que elimina a atração pelo mal. 

Existem também uma classificação quíntupla de entusiasmo:  (a)  entusiasmo  tipo  armadura,  uma  grande  alegria  é  induzida  através  da  intenção benéfica,  (b) entusiasmo aplicado, é a alegria encontrada na prática do Darma,  (c) entusiasmo indestrutível, é um estado mental que não pode ser desencorajado uma vez que a virtude tenha sido gerada,  (d) entusiasmo irreversível, é um estado de alegria em alguém que permanece encorajado, apesar que ele tenha se considerado inferior em relação aos outros, e  (e) entusiasmo descontente, é do ponto de vista de não deixar alguém não se deteriorar mas  desenvolver  para  a  compleição,  um  estado  de  alegria  no  qual  alguém  não  está contente com apenas um pouco de virtude.  

VIII. FLEXIBILIDADE  

Flexibilidade* é um fator mental distinto que tem o efeito de capacitar a mente a aplicar  objeto  benéfico  de  qualquer maneira  que  ela  deseja  tanto  quanto  interromper qualquer  rigidez  física   ou mental. Ele  tem a  função de purificação da  rigidez mental e física  e  agir  como  uma  base  para  todas  as meditações  diretamente  associadas  com  a quiessência mental e insight penetrativo. 

Rigidez física e mental é um estado inepto de mente e corpo no qual alguém é incapaz  de  fazer  o  que  deseja.  É  semente  que  faz  surgir  todas  as  formas  de  aflitivas. Flexibilidade transforma qualquer peso ou rigidez  e torna a mente muito flexível e sagaz. Alguém é, deste modo, capacitado para usar a mente de qualquer maneira que deseja, seja para  resolver um problema  intelectual  ou para  concentrar  em um  objeto de meditação. Através da prática  esta  qualidade pode    também  ser   desenvolvido  no  corpo, dando  a alguém  um  sentido de  claridade  física  e  bem  estar  como  se  alguém  flutuasse  no  ar. A flexibilidade de corpo, ainda que, seja uma forma específica de sensação tátil e deste modo 

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não  ser  considerado  como um  fator mental benéfico de  flexibilidade. Do mesmo modo, deveria ser notado que flexibilidade somente se refere a qualidade flexível da mente que refere‐se a objetos benéficos. 

 IX. CONSCIÊNCIA  Consciência*  é  um  fator mental  distinto  que  aprecia  a  acumulação  do  que  é 

benéfico e protege a mente contra aquilo que faz as aflições surgirem. Ela é uma qualidade que designa um  estado mental no qual desapego, não‐ódio, não‐confusão  e  entusiasmo estão  presentes.  Ela  realiza  a  função  de  conduzir  a  mente  para  a  satisfação continuadamente manter tudo que é bom dentro e além deste mundo. 

Aflições podem  surgir  tanto de  fatores  internos quanto externos. Consciência nos protege da reação a uma maneira negativa vinda de condições externas e além do mais evita a mente de ser dominada pelo apego, ódio e assim por diante. Na proteção da mente, consciência é similar de alguma maneira com o auto‐respeito e consideração pelos outros, exceto que ela não é baseada em um raciocínio particular, sem dúvida ela é a qualidade mental  fundamental  mais  protetora.  De  qualquer  modo,  muito  tentamos  desenvolver qualidades  benéficas  e  positivas,  mas  não  teremos  sucesso  se  faltar  a  qualidade  de consciência.  Viver  uma  existência  inconsciente  é  comparável  a  sermos  espiritualmente mortos,  visto  que  qualquer  oportunidade  para  cultivar  virtude  é  automaticamente desperdiçada. Vivendo com consciência, entretanto, é equivalente a  termos encontrado a imortalidade.27

Existem  quatro  tipos  de  consciência:  consciência  em  acumulação  de mérito, consciência  na  realização  da  liberação,  consciência  no  desenvolvimento  da  renúncia  e consciência em cultivar virtudes não contaminadas. 

  X. EQUANIMIDADE  Equanimidade* é um  fator mental distinto que, sem  ter que exercer um grande 

esforço para evitar excitação e afundamento, não deixa a mente ser afetado por eles. É uma qualidade sustentada por um estado mental no qual desapego, não‐ódio, não confusão e entusiasmo  estão  presentes.  Ele  tem  a  função  de  fixar  e  deixar  a mente  apoiada  sobre objetos virtuosos. 

Além do mais, visto que o conhecimento da  realidade última ocorre  somente quando  a mente  está  em  um  estado  de  equilíbrio,  equanimidade  é  chamada  para  agir como base para tal conhecimento. Além disso, ela age como  base para evitar excitamento e afundamento bem como outras aflições raízes e secundárias. Em geral equanimidade é um  fator  mental  que  mantém  a  mente  equilibrada  e  calma  sem  deixá‐la  tornar‐se descuidadosamente distraída ou não clara e obtusa.Apesar dela poder ser frágil em uma mente não  treinada, através da prática de meditação ela pode ser  transformada em uma força muito poderosa.  27 Esta idéia é encontrada no Dhammapada (v.21) e no Suhrllekha de Nagarjuna (v.13).

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Usualmente  falamos em  três  tipos de equanimidade: equanimidade que é um sentimento,  por  exemplo:  indiferença,  equanimidade  ilimitada  –  o  desejo  que  todos  os seres permaneçam no estado sem propensões livre do apego e do ódio, e a equanimidade que  é  um  elemento  formativo.  Esta  última  divisão  possui  uma  subdivisão  em  três categorias,  a  equanimidade  de  uma mente  equilibrada,  uma mente  em  repouso  e  uma mente espontânea. A equanimidade de uma mente equilibrada é uma que com aplicação é capaz  de manter‐se  equilibrada mas  por  outro  lado  é  ainda  sujeita  a  interrupções  por  leves excitações e afundamentos. A equanimidade de uma mente em repouso é capaz de concentrar‐se no seu objeto sem  ter que  fazer grandes esforços para aplicar os  remédios para  excitação  e  afundamento.  Por  último,  a  equanimidade  de  uma mente  espontânea ocorre  quando  a  mente  é  finalmente  equilibrada  na  concentração.  É  um  estado  sem qualquer esforço, excitação e afundamento, definitivamente não ocorrerão.  

 XI NÃO‐VIOLÊNCIA  Não‐violência*  é  um  fator  mental  distinto  que,  falta  qualquer  intenção  de 

causar dano, considere “ se somente os seres sencientes fossem separados do sofrimento”. Ele tem a função de ser incapaz de suportar o sofrimento dos outros. 

Em  outras  palavras,  não‐violência  é  equivalente  a  compaixão,  o desejo  puro que   possam  ser  livres do  sofrimento. Além disso, ele age  como uma  fundação de uma forte  urgência  em  não  desconsiderar  os  outros matando  e  ferindo‐os,  e  pelo  desejo  de beneficiar e trazer felicidade para o inapto (weak).  

Existem  três  tipos  de  não‐violência:  compaixão  para  com  todos  os  seres sencientes,  fenômenos  e  não  referentes.  Compaixão  refere‐se  aos  seres  sencientes  é  a compaixão que surge  de ver criaturas desamparadas saltando para o samsara  através da força da sua  ignorância   de apego a auto‐existência da pessoa. Compaixão  referente aos fenômenos  é  a  compaixão  que  ocorre    quando  alguém  vê    a  natureza  transitória  e impermanente dos seres sencientes. Finalmente, compaixão não  referente é a compaixão que  vêm  quando  alguém  vê    que,  apesar  dos  seres  sencientes  aparecerem  como inerentemente existente, eles são de fato inerentemente não existentes.28

 No  entanto,  visto  que  estes  onze  fatores  mentais  benéficos  não  surgem 

simultaneamente em algum dos estados primários da mente, devemos maravilhar‐se no momento no qual combinações deles ocorrem. Podemos classificar seis distintas ocasiões para essas ocorrências: 

 i) Todas as vezes que tivermos crença, fé ocorre. ii) Todas as vezes que transformarmos o mal, auto‐respeito e consideração 

pelos outros ocorrem. iii) Todas as vezes que nos engajarmos na virtude, desapego, não‐violência, 

não confusão e entusiasmo ocorrem. 

28 Veja Chandrakirti, The Guide to the Middle Way.

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iv) Todas as vezes que  livramos alguém do apego pelas coisas mundanas, flexibilidade ocorre. 

v) Todas  as  vezes  que  livramos  alguém  do  apego  pelas  coisas  não mundanas, consciência e equanimidade ocorrem. 

vi) Todas as vezes que beneficiamos os outros, não violência ocorre.  

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Conteúdos do Capítulo Nove    I  AS AFLIÇÕES RAIZES          91    A. Apego               91   B. Raiva              92   C. Auto‐importância          93   D. Ignorância            95   E. Visões Aflitivas            95     1. A visão da composição transitória    95     2. Visões Extremas          96     3. Visões de superioridade       96     4. Visões que consideram disciplinas  

morais e espirituais insatisfatórias  como supremas        96 

5 Visões errôneas          97     F. Indecisão Aflitiva          97  II AS AFLIÇÕES DERIVADAS            98 

  A. Aflições derivadas da Raiva         99     1. Fúria            99     2. Vingança            99     3 Maldade            99     4. Inveja            99     5. Crueldade           100   B. Aflições derivadas do apego        100     1. Avareza            100     2. Auto‐satisfação          100     3. Excitação            101     

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C. Aflições derivadas da confusão      101     1. Dissimulação          101     2. Obtusidade          101     3.Descrença            102     4. Preguiça            102     5. Esquecimento          102     6. Desatenção          103    D. Aflições derivadas do apego e confusão    103     1. Pretensão            103     2. Desonestidade          104    E. Aflições derivadas dos três venenos mentais   104     1. Desavergonhado         104     2. Desconsideração pelos outros      104     3. Inconsciência          104     4. Distração            105  

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Capítulo Nove   

Os Fatores Mentais Maléficos   

Agora  vamos  considerar  as  aflições*.  Estes  são  os  fatores  mentais  que  são responsáveis por todas as formas de sofrimento e descontentamento que experienciamos, são  consideramos  como  maléficos.  Eles  são  caracterizados  por  serem  fatores  mentais conceituais que, quando surgem na mente, causam distúrbios e  inquietação. No caso de apego grosseiro, ódio e assim por diante, são de natureza completamente evidentes. Mas você  deve  querer  saber  como  determinadas  aflições  tais  como  preguiça  e  obtusidade podem  causar  distúrbios  na  mente.  Apesar  delas  não  parecerem  suportar  estas características surgidas em uma mente não treinada, todavia seus distúrbios e qualidades destrutivas  tornam‐se  evidentes  quando  elas  ocorrem  em  altos  níveis  de  concentração meditativa.   As  aflições  são  caracterizadas  em  dois  grupos:  as  seis  aflições  raízes  e  as  vinte aflições  derivadas.  As  aflições  raízes  agem  como  a  base  para  todas  as  distorções intelectuais e conflitos emocionais e subseqüentemente  fazem surgir ações contaminadas que  impulsionam‐nos  para  estados  do  samsara.  Enquanto  estivermos  sob  seu  domínio nossa existência  tornar‐se uma escravidão na qual  falta  liberdade para determinar nosso destino. As aflições derivadas são assim chamadas porque, por um lado, elas são aspectos ou extensão das aflições  raízes, e por outro, porque elas ocorrem na direta dependência delas.  

1. AS AFLIÇÕES RAIZES  

A. Apego  Apego*  é  um  fator  mental  distinto  que,  quando  se  refere  a  um  fenômeno 

contaminado super exagera sua atratividade e então procede ao desejo e um interesse forte por  ele.  Como  uma  condição  contributiva  ,  ele  age  como  uma  base  para  a  produção continuada de descontentamento. 

  Apego desenvolve‐se de nossa concepção errônea sobre um objeto ser mais atrativo e agradável que ele realmente é. Projetamos uma falsa imagem, agarrando‐a, ansiamos 

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em  possuir  o  objeto  aparentemente  belo  que  temos  embelezado  com  nossa  própria imaginação. Este apego é uma concepção errônea que pode surgir através de qualquer objeto  que  vemos  atratividade:  nosso  próprio  corpo,  saúde,  posição  social,  tanto quanto corpos e posse por outros.   Freqüentemente confundimos apego com amor ou compaixão. Na  realidade, eles são  completamente  diferentes.  Apego  é  sempre  caracterizado  pela  tendência  de exagerar  enquanto  que  o  verdadeiro  amor  e  compaixão  são  baseados  em  uma consciência não distorcida do que é real. No seu objetivo também são muito diferentes. Embora  apego  possa  superficialmente  levar  o  aspecto  de  aparentemente  ajudar  os outros,  ele  é  essencialmente  egoísta  –  somente  empenha‐se  em  saciar  os  próprios desejos. Amor e  compaixão, não obstante,  são da natureza  somente de preocupar‐se com o bem estar dos outros, imaculado por qualquer preocupação com nós próprios. O resultado  também  é  diferente:    apego  sempre  resulta  em  sofrimento  enquanto  que amor  e  compaixão  somente  aumentam  o  bem  estar. Podemos  observar  isto  quando nosso aparente amor por alguém é meramente apego egoísta, apesar de ser prazeroso no  início,  no  final  ele  freqüentemente   mudará  para  o  ódio  e  o  desgosto. Amor  e compaixão não a qualidade de mudar desta maneira. Pelo contrário, os sentimentos de proximidade e afeto que são criados pelo amor e compaixão somente aumentam com o seu desenvolvimento. Também compaixão e amor crescem fortemente mesmo se não existir reciprocidade pelo outro lado. Eles são abnegadamente dedicados ao bem estar dos outros. Devemos também anotar que o desejo genuíno por iluminação ou liberação não é uma forma de apego, mas uma aspiração benéfica e realística.   Apego pode ser classificado de acordo com os  três  reinos: apego pertencente aos reinos  dos  desejos,  forma  e  não  forma;  ou  de  acordo  com  o  tempo:  apego  por experiências passadas e que novamente queremos provar, apego por querer segurar o que está presente, e apego ou desejo por alguma coisa que ocorrerá no futuro.   B. Raiva  

Raiva* é um fator mental distinto que, em referência a um dos três objetos, agita a mente por  ser  incapaz de  suportar ou por pretender causar  ferimento no objeto. Ela tem a função de perturbar e irritar a mente. Ela age como uma base para atormentar a si próprio e aos outros e é uma condição contributiva para o aumento do sofrimento e suas causas. 

Quando nos  tornamos  raivosos, usualmente  é  em  relação  a um dos  três objetos: seres  ou  objetos  por  quem  estamos  sendo  feridos,  o  sofrimento  que  ocorre  por estarmos  sendo  feridos,  ou  as  razões  pelas  quais  estamos  sendo  feridos.  Enquanto apego  super  exagera  a  atratividade  de  um  objeto,  raiva  é  a  concepção  errônea  que super exagera os aspectos desagradáveis do seu objeto.  

Ele  causa‐nos  ver  certas  pessoas  ou  coisas  como  muito  desagradáveis  e desprazerosas. Deste modo o maneira na qual relatamos a situação é freqüentemente colorida pela fabricação de imagens mentais que distorcem completamente a realidade 

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da  situação. Quando  estamos  sob  influência  do  apego,  pessoas  e  objetos  aparecem artificialmente atraentes e maravilhosas e quando estamos sob influência da raiva eles aparecem  desprazerosos  e  repulsivos.    Estas  duas  características  básicas  somente fazem  surgir  frustração e desespero. Eles  são a origem de  todos os conflitos: aa  luta entre  estes dois desconfortos,  a  rixa  entre um homem  e  sua  esposa, na  escalada de guerras  internacionais.  Quando  estamos  perturbados  por  forte  apego  ou  raiva, tendemos  sempre  a  pensar  que  as  qualidades  boas  ou  más  são  propriedades intrínsecas  do  objeto.  Por  isso  nos  engajamos  na  tentativa  de  dominar  e  ferir fisicamente e destruí‐lo. Na realidade, estamos meramente sendo confusos e  iludidos por  nossas  próprias    imaginações  e  entretanto  estamos  nos  esforçando muito  para garantir  felicidade  nesta  base,  desta  forma  jamais  teremos  sucesso.  É  essencial,  no entanto, reconhecer que a fonte de  todo prazer e dor encontra‐se dentro da operação interna da nossa mente. 

Na  divisão  de  raiva,  podemos  falar  da menor,  da  intermediária  e  dos maiores graus de raiva tanto quanto raiva causada por ferir seres feito por si próprio, feito para amigos seus ou por aqueles que são inimigos. Além do mais, considerando a segunda classificação  em  termos  de  tempo,  ela  pode  ser  causada  por  um  dolo  infligido  no passado, um dolo infligido no presente, ou um dolo propenso a ser feito no futuro para alguém, para um dos seus amigos e assim por diante, podemos distinguir nove tipos de raiva. 

 C. Auto‐importância 

 Auto‐importância*  é  um  fator mental  distinto  que,  baseado  na  visão  da  coleção 

transitória, “eu” e “meu”, apreendida como inerentes, fortemente apegada a uma imagem inflada e superior de si próprio. Ela tem a função de evitar a realização de qualquer alta virtude  e de  causar desrespeito  e menosprezo  pelos  outros.  Por meio disto  ela  conduz alguém ao doloroso e indesejável. 

A  base  para  a  auto‐importância  é  a  visão  da  coleção  transitória,  por  exemplo  a concepção errônea que os elementos corpo e mente são o “eu” ou essencialmente “meu”. Esta concepção exagerada conseqüentemente fará surgir a auto‐importância e sentimentos de orgulho tais como: “Olhem‐me, quão sábio eu sou!” Devido a este tipo de pensamento uma  imagem  altamente  inflada  de  si  próprio  desenvolve‐se  e  como  resultado  torna‐se muito  presunçoso  diante  dos  outros. Através  deste  fator mental  produze‐se  um  senso inflado de personalidade superior, ela não é uma superioridade real mas meramente  uma produção conceitual falsa. 

Uma  vez  surgida,  ela  automaticamente  nos  causará  inveja  dos  superiores, competitivo  com  os  iguais  e  arrogantes  com  os  inferiores.  Por meio disso  ele  cria  uma atmosfera  tensa  a  e  hostil. Na  perseguição mundana,  ela  pode  parecer  uma  qualidade conveniente  mas  na  prática  do  Darma  ela  é  somente  um  obstáculo  para  o  nosso desenvolvimento. No Tibet tem um provérbio que diz: “O brilho do conhecimento jamais permanece  no  balão  do  orgulho”.  Isto  quer  dizer  que  tanto  quanto  eu mantenha  uma imagem inflada , será impossível aprender ou compreender algo dos outros. Entretanto, se 

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cultivarmos  humildade  e  esvaziarmos  a  imagem  que  fazemos  de  nós  próprios,  será possível desenvolver  todas as  formas de virtudes e  insghts. De acordo com suas causas, auto‐importância pode ser divida em sete tipos: 

 1 – 3  Auto‐Importância Menor, Maior e Extrema.  Estas  três  formas  de  auto‐importância  são  chamadas  de  “materialmente‐

orientadas” visto que elas  surgem em  relação a  tais  coisas  como  status  social e  riqueza. Auto‐importância  menor  vem  através  da  comparação  de  si  próprio  com  aqueles  que parecem  ter menos  que  você.  Este  é  o  pensamento  que  considera:  “Eu  sou maior  que aqueles que tem uma posição social inferior e que são mais pobres em conhecimento que eu.” Auto‐importância maior surge em relação àqueles que são iguais a nós. Ele considera: “ embora ele possa ser igual a mim em sua posição social, etc, todavia, através das minhas qualidades de generosidade, moralidade e assim por diante, eu sou superior a ele.” Auto‐importância extrema  toma como seus objetos aqueles que superior a você e considera, “ mesmo  comparado  com  aqueles  que  tem  posição  social,  riqueza,  conhecimento,  etc superior ao meu, apesar disto eu sou superior.” 

 4. Auto‐importância egoística.  Esta atitude convencida é um estado mental inflado que resulta da imaginação que 

os seus próprios agregados de corpo e mente são alguma coisa perfeita. Ele, então, concebe fortemente que uma pessoa que é não auto‐existente passando a    ser uma pessoa auto‐existente, e o que não pertence a tal da pessoa auto‐existente pertence a tal da pessoa auto‐existente. 

 5. Auto‐importância inflada 

 É uma qualidade humana negativa, por exemplo, todas as atividades que surgem 

do  apego,  ódio  e  confusão,  são  contrapostas  pela  absorção mental  e meditação. Auto‐importância inflada é atitude grosseira inflada de alguém que, sem ter realizado qualquer destas qualidades superiores, está convencido que tem. 

 6. Auto‐importância auto‐retraída 

 Este  é  um  estado mental  inflado  que  considera,  “visto  que  tenho  somente  uma fração  de  status  social,  conhecimento  etc.  destes  superiores  a  mim,  eu  estou  completamente humilhado e insignificante.”  

7. Auto‐importância Distorcida  

Um exemplo de auto‐importância distorcida seria   atitude  inflada de uma pessoa moralmente degenerada que se considera moralmente correta e virtuosa. Então ela 

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é distorcida visto que ela nos  faz acreditar que estamos dotados com qualidades benéficas que de fato estão faltando.   

D. Ignorância   

Ignorância*  é um  estado  aflitivo de desconhecimento que produz  sobre  a mente confusão sobre a natureza de coisas tais como a lei de causa e efeito, as três  jóias e assim por diante. Ela tem como função agir como base e uma raiz para todas as aflições e ações corrompidas e estados de nascimento que elas produzem.  

Então  a  ignorância  que  estamos  falando  aqui  é  a  confusão,  é  qualidade  de consciência que obscurece‐nos do conhecimento claro das coisas. Ela age como base para, mas  é  distinta  da  ignorância  que  concebe  falsamente  a  auto‐existência  da  pessoa.  Esta qualidade mais  específica  de  ignorância  será  quando  abordaremos  a  visão  da  coleção transitória.  Geralmente  falando,  existem  dois  tipos  de  ignorância:  confusão  do  o significado da sua própria realidade, como exemplo a ignorância sobre a natureza do eu, e a confusão sobre tais coisas como a lei de causa e efeito. 

 E. Visões Aflitivas 

 Uma visão aflitiva* é um estado de inteligência aflitiva que considera os agregados 

como  senso  inerentemente “eu” ou “meu” ou  em direta dependência de  tal visão, uma inteligência  aflitiva  que  desenvolve  mais  concepções  errôneas.  Visões  Aflitivas  têm  a função de agir  como a base para  todos os  transtornos  engendrados através das aflições tanto  quanto  todas  as  outras  perspectivas  falsas  e  negativas.  Existem muitos  tipos  de visões aflitivas mas aqui abordar aquelas cinco principais e mais importantes: 

 1. A visão da composição transitória 

 A visão da composição  transitória é uma visão aflitiva que, quando se refere aos 

agregados de corpo e mente, concebe‐os por ser ambos inerentemente “eu” ou “meu”29 Ela age como base para tudo que é maléfico. 

Esta  visão  errônea  é  assim  chamada  porque  ela  tem  como  seu  objeto  a  coleção transitória  de  corpo,  sensação,  discriminação,  elementos  formativos  e  consciência primária. Na confusão da  ignorância, ela então concebe erroneamente uma pessoa auto‐existente  para  existir  independentemente  destes  elementos.  Alternativamente,  ela considera‐os  como  uma  substância  de  uma  pessoa  auto‐existente  ou  os  objetos pertencentes    para  tal  pessoa  auto‐existente.  Ela  é  considerada  como  uma  forma  de inteligência, mas por  causa que  ela  é uma discriminação distorcida,  ela  tem  como uma característica    fundamental perturbadora  e maléfica. Devido  a  esta  concepção  falsa  que 

29 Esta é uma visai da coleção transitória aceita por todas as escolas Budistas exceto pelos Prasangikas. Para eles esta visão é definida como uma inteligência perturbada que, referindo ao “eu” e ao “meu”, concebe-os como inerentemente existente.

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todos os seres ordinários são dotados com o senso de um “eu” independentemente auto‐suficiente. Deste modo está presente em  todas as formas da existência condicionada. Em animais  ele  é meramente um  senso  instintivo de  identidade  enquanto  no  homem  ele  é freqüentemente cultivado e justificado intelectualmente. 

Para obter a liberação do samsara, este é o fator mental chave para ser reconhecido e  transformado. Mas  tal  processo  não  é  fácil.  Ele  requer muita  análise  da  natureza  do caminho no qual distorcidamente  concebemos  a nós próprios  como  existente. Primeiro, temos que reconhecer claramente que este falso “eu” que temos tão fortemente assumido existir.  Somente  então  podemos  construtivamente  proceder  para  penetrar  na  sua  não realidade e reduzir a obsessão instintiva de apego a ele como algo real. 

Existem dois tipos desta visão: a apreensão de um “eu” inerente e a apreensão de algo como senso inerentemente “meu”. 

 2. Visões Extremas 

 Uma visão extrema é um estado aflitivo de  inteligência que, quando  refere‐se ao 

“eu” e ao “meu” concebido pela visão da composição  transitória, considera‐os como um aspecto  eternalista  ou  niilista.  Ele  tem  a  função  de  impedir  que  alguém  encontre  o caminho do meio o qual está livre dos extremos e de criar causas para alguém retornar a tarefa de estabelecer as causas para status elevado no samsara e a liberação.  

Existem dois extremos nos quais estamos sujeitos a falhar uma vez que tenhamos assentado  o  senso  do  eu  trazido  pela  visão  da  composição  transitória:  os  extremos  do eternalismo  e  do  niilismo.  O  extremo  do  eternalismo  é  aquele  que  considera  nossa identidade  pessoal  por  ser  algo  imutável,  a  qual  sobreviverá  à  morte  e  continuará indefinidamente.  O  extremo  do  niilismo  é  a  visão  que  considera  que  apesar  de  uma identidade pessoal estar presente agora, na morte, tanto quanto o elemento da consciência, cessarão completamente. No Budismo estes extremos são evitados através da negação da existência  independente  de  uma  pessoa  por  um  lado,  mas  por  outro  lado  também  afirmando a continuidade momentânea da consciência. 

 3. Visões de Superioridade 

 Uma  visão  de  superioridade  é  um  estado  aflitivo  de  inteligência  que  considera 

outras  visões  negativas  ou  os  agregados  de  corpo  e  mente  como  sendo  supremos, exaltados, principais ou sagrados. Ela  tem a  função de causar apego a visões  falsas para aumentá‐las. 

Tal visão seria o pensamento: “não existe nada superior à crença na auto‐existência da pessoa que é eterna e imutável”. Este tipo de pensamento somente exagera e fortalece nossas opiniões falsas. 

 4. Visões que consideram Disciplinas morais e espirituais insatisfatórias como 

suprema.  

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A  visão  que  considera  disciplinas  morais  e  espirituais  insatisfatórias  como supremas  é  um  estado  aflitivo  de  inteligência  que  acredita  que  a  purificação  das corrupções mentais possa ser possível por meio de práticas ascéticas e de códigos de éticas  inferiores que  foram  inspirados em visões errôneas. Ela age  como base para não se obter os frutos para a liberação da existência cíclica tanto quanto por obter os resultados não desejados por nós. Visto que elas nos causam exaustão enquanto não atingimos metas  reais. Estas  visões  encontradas  em  nós próprios manifestadas  na submissão  a  tremendas  dores  físicas  na  espera  que  por  tais  práticas  tendências maléficas  serão  purificadas.  Em  algumas  religiões  tradicionais  acredita‐se  que privando uma pessoa da  sua alimentação ou queimando o  seu próprio  corpo, por exemplo, esta pessoa seria ajudada a atingir a liberação do sofrimento. De fato, como Buda descobriu por si próprio, estes métodos são  insuficientes para afetar a raiz de nossos problemas e descontentamentos. Visto que a fonte de toda a escravidão está dentro da mente, o caminho da  liberação é essencialmente um de desenvolvimento mental e purificação. 

 5. Visões errôneas 

 Uma visão errônea é um estado de inteligência aflitivo que nega a existência de 

algo  que  realmente  existe.  Ela  age  como  uma  base  para  obstrução  e  qualquer  conduta maléfica. 

Um exemplo de uma visão errônea seria a negação de qualquer causa relacional entre  ações  e  seus  resultados, uma  recusa  em  acreditar  que  felicidade  é  o  resultado da virtude e sofrimento é o resultado da maldade. Do mesmo modo, negar que um estado de liberação do sofrimento existe seria também constituída de uma visão errônea. 

Além do mais, temos as visões errôneas que negam a existência de algo existente, podemos falar também das visões errôneas que negam a existência de algo não existente. 

 F. Indecisão Aflitiva 

 Indecisão  aflitiva*    é um  estado mental  oscilante  e  indeciso  tendendo para uma 

conclusão  incorreta30  sobre  pontos  importantes  como  a  lei  de  causa  e  efeito,  as  quatro nobres verdades e  as três jóias. 

A  fim  de  que  um  estado  de  indecisão  ou  dúvida  possa  ser  considerado  uma aflição raiz, ele deve ser um que obstrua o desenvolvimento do que é benéfico e  induz a um quadro de perturbação mental. Ter dúvidas não é necessariamente negativo. Algumas das incertezas sobre a validade de certos pontos de vista errôneos podem conduzir alguém para  um  ponto  de  vista mais  realístico.  Também,  indecisões  aflitivas  ocorrem  somente quando  o  objeto  da  dúvida  é  algo  que  a  aceitação  é  crucial  e  valorosa  para  o desenvolvimento do  caminho espiritual,  tal  como as  três  jóias. Ela não  inclui  indecisões sobre tópicos mundanos e triviais. Indecisão impede‐nos de atingir qualquer certeza sobre um ponto particular e então cria uma mente frágil e vacilante que não é uma base perfeita  30 Veja página 80

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para a prática do Darma. Para  transformá‐la  temos que  testar o objeto da nossa dúvida com  uma  discriminação  inteligente  baseada  num  raciocínio  perfeito. Através  da  nossa aplicação neste caminho, devemos ser capaz de atingir um estado unifocado de convicção livre de qualquer hesitação ou oscilação.31

Finalmente  o modo  como  e  a  disposição  destas  aflições  raízes  surgirem  está claramente exposto por Ven. Tsong Khapa no Grande Tratado nos Estágios do Caminho. 

 “Assumindo que consideramos a ignorância e a visão da composição transitória 

como fenômenos distintos, (então ele é como segue)”. Supomos  que  em um  quarto  com  luz  obscurecida  existe um  pedaço  de  corda 

esticado,  visto  que  ele  é  incapaz  de  ser  claramente  distinguido  como uma  corda, alguém o apreende  como uma cobra. 

Similarmente, na escuridão da ignorância que nos obstrui de ver claramente a verdadeira  natureza  dos  nossos  agregados,  a  visão  da  composição  transitória, confunde os agregados com uma pessoa auto‐existente. Então, desses  (dois  fatores mentais)  todas  as  outras  aflições  são  produzidas. Mas  deveríamos  considerar  ( ignorância  e  a  visão  da  composição  transitória)  como  únicas,  então  a  visão  da coleção transitória seria a raiz de todas as aflições. 

Além  do  mais,  uma  vez  que  a  visão  da  composição  transitória  estiver estabelecida (o senso de)  uma pessoa auto‐existente, então passaríamos a discernir nós  próprios  e  outros  seres  (inerentemente)  distintos.  Tendo  realizado  esta discriminação, desenvolvemos apego pelos objetos que estão do nosso  lado,  ferindo os objetos que estão do outro  lado, e nos orgulhamos com relação a nossa própria identidade. Subseqüentemente, nos concebemos   como  sendo eternos ou  sujeitos a total  aniquilação.  Então  começamos  a  considerar    tais  visões  sobre  a  identidade pessoal tanto quanto as formas insatisfatórias de comportamento relatadas naquelas visões como supremas. 

Similarmente, tornamos propensos a nutrir visões errôneas que pensamos: “tais coisas como o Professor que ensinou sobre a falta de existência inerente do eu tanto quanto ele ensinou sobre ações e seus resultados, as quatro nobre verdades e as Três Jóias  são  não  existente.  Alternativamente  podemos  desenvolver  indecisão, pensando, “fazer tais coisas existentes ou não, elas são (verdade) ou não?”32

  II AS AFLIÇÕES DERIVADAS  Visto que estes vinte fatores são derivados das aflições raízes, em particular dos três 

venenos mentais do apego, do ódio e da ignorância, aqui agrupamos eles de acordo com as  suas  origens.  Apesar  de  quando  confrontado  com  uma  situação  imediata  estamos freqüentemente  inconsciente  do  crescimento  e  do  nascimento  destes  vários  fatores 

31 Veja página 81. 32 Tsongkhapa, A Grande Exposição nos estágios do caminho, p 152 seq.

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mentais, apesar disso, eles são  funções psicológicas   distintas, comportando‐se com suas próprias maneiras particulares. 

 A. Aflições derivadas da Raiva 

  

1. Fúria  Fúria* é um fator mental que devido ao aumento da raiva, é um estado mental totalmente maligno  desejando  causar  dano  imediato.  Ele  tem  a  função  de  conectar  diretamente  a pessoa que pretende causar dano com o real sentido de fazê‐lo então. Como com a raiva, podemos distinguir três ou nove formas de fúria.  

2. Vingança  Vingança é um como um nó ou vinculo da mente que, sem esquecer, firmemente sustenta o fato que no passado alguém foi ferido por uma pessoa particular. Ele pretende encontrar a oportunidade pelo meio da qual devolverá o ferimento. É uma base para impaciência e deste modo realiza a função de repetidamente trazer a raiva e a dor de algo que é incapaz de suportar. Vingança é uma espécie de ferimento profundo que mantem um rancor   dentro do fluxo da mente sem necessariamente deixá‐lo tornar‐se manifesto externamente. De fato, alguém pode ser muito prazeroso e agradável conosco enquanto esconde um  forte rancor contra nós. A divisão da vingança é a mesma da fúria.  

3. Rancor  Rancor*  é  um  fator  mental  quem  quando  precedido  por  fúria  ou  vingança  e  como resultado de querer prejudicar, motiva alguém a uma  fala  totalmente áspera em  repetir palavras desagraveis ditas por outros. Ela age como base acumulação de ações maléficas através da fala e causa a destruição da felicidade dos outros. Existem três formas de rancor: a intenção de dizer palavras ásperas e raivosas para alguém na mesma posição, na posição inferior ou superior.  

4. Cobiça  Cobiça* é um fator mental distinto que, do apego em relação a ganhos materiais, é incapaz de suportar as coisas boas que os outros têm. Ela provoca distúrbios mentais profundos. É uma base de surgimento de imediata infelicidade na mente e tem a função de causar que as suas próprias coisas sejam exauridas. Cobiça  freqüentemente contem um elemento de medo. Ele vê, por exemplo, que alguém pode estar ganhando uma posição que é muito procurada por você. Desejo pela posição e 

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medo que possa não ganhá‐la, começa a sentir uma aversão e ódio pela pessoa que parece ser a causa do problema. Existem dois  tipos de cobiça: aquela que  surge em  relação a posses materiais, e aquelas que surgem através de tais coisas como falar sobre perdas e ganhos.   

5. Crueldade33  Crueldade* é um fator mental que, com intenção maléfica privada de qualquer compaixão ou bondade, deseja depreciar e desconsiderar outros. Ela tem a função de (a) prejudicar as boas  qualidades  próprias  e  dos  outros,  (b)  agir  como  base  para  perturbação  e  (c)  ferir psicologicamente a vida dos outros. Crueldade  geralmente  surge  para  com  aqueles  que  consideramos  inferiores  a  nós.  Isto pode tomar a forma de danos físicos a outros ou simplesmente, ressentimento, ignorando uma questão colocada por alguém.  Existem  três  formas  de  crueldade:  sendo  pessoalmente maldoso  com  os  outros  com  o desejo de desacreditá‐lo,  senso maldoso por causar aos outros  fazer do mesmo modo; e sendo maldoso através do regozijo quando vemos ou ouvimos os outros sendo maldosos.  

B. Aflições derivadas do Apego  

1) Avareza  Avareza*  é  um  fator mental  que,  do  apego  em  relação  a  posição  ou  ganhos materiais, firmemente  suporta  a  sua  própria  posse  sem  o  desejo  de  dá‐las.  Ela  tem  a  função  de estimar as posses sem deixá‐las diminuir. Este fator mental causa‐nos dor quando surge a possibilidade de sermos separados do que possuímos e consideramos como queridos para conosco. Além de ocorrer com  relação a objetos materiais,  ela  pode  também  se  desenvolver  com  relação  a  nossa  compreensão interna  do  Darma.  Ela  é,  deste  modo,  o  maior  obstáculo  para  dar  nossas  posses  e compartilhar nossa compreensão com os outros. No futuro ela causará pobreza material e espiritual. Existem dois tipos de avareza: a intenção de jamais dar algo e a intenção de não dar algo para determinada pessoa.  

2. Auto‐satisfação  Auto‐satisfação*  é  um  fator mental  que,  sendo  atento  as marcas  da  prosperidade  que alguém possui, conduz a mente sob sua influência e produz um sentido falso de confiança. Ela tem a função de provocar  e sendo de acordo com todas as outras aflições tanto quanto interferir  com a realização de qualquer das altas qualidades. 

33 Crueldade (rmam.par.tshe.ba) é o oposto ao fator mental benéfico da não violência (rnam.par.mi.tshe.ba) A estreiteza da terminologia original está perdida na tradução.

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Auto‐satisfação  produz  um  sentido  falso  de  arrogância  através  da  consideração  de superioridade    de  nossa  raça,  aparência  física,  aprendizado,  juventude  ou  autoridade sobre os outros. Por outro lado, não é necessariamente maléfica estar consciente das boas qualidades  que  possamos  ter.  O  que  devemos  evitar  é  super  valorizá‐las  e convencidamente ostentá‐las então. Este  fator mental é muito  sujeito a provocar a auto‐importância.   

3. Excitação  Excitação*  é  um  fator  mental  que,  através  da  força  do  apego,  não  permite  a  mente repousar sozinha em um objeto benéfico mas dispersa‐a aqui e ali em muitos objetos. Ela tem  a  principal  função  de  obstruir  a  quietude mental.  Também  ela  causa  na mente  o engajamento em fantasias incontroladas e frivolidades. Este  fator  mental  está  freqüentemente  conosco,  mas  sua  presença  somente  torna‐se verdadeiramente  sentido  quando  começamos  a  concentrar  a mente  na meditação. Nem todas as formas de distração são causadas por excitação, somente aquelas  que são trazidas pelos nossos apegos e desejos por objetos agradáveis contaminados. Existem dois tipos de excitação: uma grosseira e outra sutil.  

C. Aflições derivadas da Confusão  

1. Dissimulação  Dissimulação * é um fator mental que deseja esconder as qualidades maléficas de outra pessoa,  com  uma  intenção  benévola  livre  de  aspiração maléfica,  confusão,  aversão  ou medo,  fala  de  tais  qualidades  negativas.  Ela  tem  a  função  de  causar  pesar  e  a  função indireta de não permitir que o corpo e a mente permaneçam tranqüilos. Isto ocorre quando alguém genuinamente tenta ajudar‐nos apontando uma certa fraqueza que possuímos. Em vez de darmos atenção a suas palavras,  ignoramos e  imediatamente tentamos esquecer o que ele disse.  Na dissimulação necessariamente não reagimos com violência ou negatividade para com a outra pessoa, simplesmente  suprimimos qualquer manifestação ou conhecimento da  falha que ele descreveu. Superficialmente   parece que agimos como uma defesa, mas quanto mais nos referenciamos a ela, mais ela causa aflição e desconforto na mente.  Das  muitas  qualidades  maléficas  que  existem,  um  correspondente  estado  de dissimulação  também existem. Mas em  resumo, dissimulação pode ser compreendido em  termos  de  encobrir  algo  ou  todas  qualidades  maléficas  tanto  quanto  encobri‐las temporariamente ou permanentemente.   

2. Obtusidade  Obtusidade*  é um  fator mental que,  tendo  causado na mente  lapso  e  escuridão  e deste modo tornando‐se insensível, não compreende o objeto claramente, tal como ele é. Ela tem 

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a função de fazer o corpo e a mente pesados e inflexíveis, e de aumentar a sonolência e o afundamento.  Obtusidade não deve ser confundida com afundamento. O afundamento  ocorre somente  nos estados mentais mais avançados de meditação na quietude e necessariamente não é uma aflição. Quando o corpo e a mente são luminosos e joviais, afundamento se manifesta como  um  declínio  da  energia  mental.  Algo  similar  ao  ar  escapando  através  de  um minúsculo furo em um balão. Existem dois tipos de obtusidade: uma grosseira e uma sutil.  

3. Descrença  Descrença* é um fator mental que, visto que ele causa a ausência de acreditar ou respeito por quem é merecedor de confiança – tal como a lei de ações e seus efeitos – é a oposição completa  a  fé. Ele  tem  a  função de  agir  como uma base para  a preguiça  e de  causar  o decréscimo da força da fé. Além do mais, ela faz alguém desacreditar, desrespeitar e não ter desejo pelo que é positivo, deste modo serve de raiz para qualquer desenvolvimento benéfico. Existem duas formas de descrença: aquela que simplesmente não vê a necessidade para ou os  frutos  da  virtude,  e  aquela  na  qual  considera  a  virtude  e  não  virtude  como  não existentes.   

4. Preguiça  Preguiça*  é  um  fator  mental  que,  tendo  firmemente  agarrado  um  objeto  que  oferece felicidade temporária, não quer fazer nada benéfico ou, apesar de querer, é medroso. Ele tem a  função de causar a diminuição da  força do entusiasmo. Ele age como base para a degeneração das  tendências benéficas  já acumuladas  tanto quanto por evitar a produção de novas virtudes. Este  fator mental  negativo  é  o  que  é  dominado  pelo  entusiasmo.  Suas  três  principais divisões  já foram explanadas na seção referente ao entusiasmo (pg 84/85). Entretanto, em adição  a  estas divisões  podemos  acrescentar  três mais:  preguiça  que  vem  no  inicio  em relação a prática do Darma  como desnecessária; preguiça de   procrastinar é aquela que apesar de  ser  capaz de praticar o Darma,  considera não existir  tempo agora; e preguiça destrutiva  é  aquela  que  apesar  de  ver  a  necessidade  de  praticar  agora,  é  atraído  para atividades maléficas.  

5. Esquecimento  Esquecimento*  é  um  fator  mental  que,  tendo  causado  a  perda  da  apreensão  de  um referente benéfico,  induz  lembrança de uma distração através de um distúrbio referente. Ele  tem a  função de destruir o vaso no qual  contem  todas as qualidades benéficas e de 

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causar  o  declino  da  força  da  lembrança. Deste modo  ele  conduz  alguém  a  apreender objetos que perturbam a mente.  Aqui esquecimento refere‐se ao fator mental que, além de perder de vista o que é benéfico, atrai alguém para apreender o que é maléfico. Ele não corresponde ao que é usualmente compreendido por “esquecer alguma coisa”, por exemplo, simplesmente sendo incapaz de reter a  lembrança de um objeto na mente. Na realidade é uma  forma de    lembrança que perturba  a  mente  por  envolvê‐la  com  objetos  contaminados.  Esta  forma  negativa  de esquecimento  é  um  grande  obstáculo  para  a  execução  de  qualquer  tarefa,  seja  ela mundana ou espiritual. Existem  dois  aspectos  do  esquecimento:  aquele  no  qual  vem  através  da  força  da obscuridade  sobre um  referente benéfico;  e  aquele no qual vem  através da  força de  ser atento em relação a um distúrbio referente.   

6. Desatenção  Desatenção*  é um fator mental que, sendo um estado aflitivo de inteligência no qual nada tenha  feito  ou  somente  uma  análise  superficial,  não  está  completamente  consciente  da conduta do seu próprio corpo, fala e mente e deste modo   causa a alguém entrar em um estado  de  indiferença  descuidada.  Ela  tem  a  função  de  causar  o  declínio  da  força  da inteligência  e provocar o aumento das ações negativas de corpo fala e mente. Ela também impede a aplicação das quatro forças oponentes. Geralmente falando, a desatenção refere‐se a qualquer estado de inteligência aflitiva. Além do mais,  qualquer  estado mental  que  surja  enquanto  alguém  não  está  completamente consciente da conduta do seu corpo, fala e mente é chamado de uma forma “aflitiva” de inteligência, porque ele tem a função de ser um grande causador de   quedas moral.  Existem três tipos de desatenção: desatenção que acompanha visões malvadas, desatenção que  evita  o  desenvolvimento  de  uma  inteligência    analítica  válida;  e  desatenção  que interrompe a quietude mental. Estes três tipos são, respectivamente, mais e mais sutis.   

D. Aflições derivadas de Apego e Confusão  

1. Pretensão  Pretensão* é um fator mental que, quando alguém está publicamente apegado em relação a um ganho material, fabrica uma qualidade particular excelente sobre si próprio e então deseja  fazê‐la  evidente para os outros. Ela age  como base para  estabelecer um  estilo de vida errôneo e como uma causa para monges seres derrotados pela falta da mentira. Existem  dois  tipos  de  pretensão:  aquela  que  surge  do  apego  e  aquela  que  surge  da confusão. 

2. Desonestidade  

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Desonestidade* é um fator mental que, quando alguém está completamente apegado em relação ao um ganho material, deseja confundir os outros mantendo suas próprias falhas desconhecidas  deles.  Ela  tem  a  função  de  não  dar  uma  resposta  clara  para  questões  e causar uma interferência para obter vantagens para si próprio. Ambos,  pretensão  e  desonestidade  são  similares  no  que  eles  desejam  transmitir  uma imagem falsa de si próprio para os outros. Superficialmente eles parecem enganar e iludir os outros, mas na realidade eles somente enganam e iludem a si próprio. Existem dois  tipos de desonestidade: aquela que  surge do apego e aquela que  surge da confusão.   

E. Aflições que derivam dos três venenos mentais  

1. Cinismo  Cinismo*   é um  fator mental distinto que não evita o maléfico por razões de consciência pessoal ou por causa do Darma. Ele age como suporte e condição para  todas as aflições raízes e derivadas e como base para danificar a proteção dos seus votos. Ele é o oposto ao fator mental benéfico de auto‐respeito. Existem dois tipos: cinismo que ocorre devido a falta de consciência pessoal; e cinismo que ocorre devido a falta de respeito pelo Darma.  

2. Desconsideração com os outros  Desconsideração  com  os  outros*  é  um  fator mental  que,  sem  levar  os  outros  ou  suas tradições  espirituais  em  conta,  deseja  se  comportar  de  uma  maneira  que  não  evita comportamentos negativos. Ele age como uma base para causar aos outros a perda de fé em nós e tornar‐se agitado. Ele tem a função de danificar uma conduta imaculada. Existem três tipos de desconsideração pelos outros: aquelas que surgem  do ódio, apego e confusão respectivamente.  A uma pessoa que falte auto‐respeito e consideração pelos outros conseqüentemente não tem um senso de restrição em sua conduta e está dirigindo incontrolavelmente pela força das suas outras aflições. Suas atividades tornam‐se como a de um carro sem freios.  

3. Inconsciência  Inconsciência* é um  fator mental que, quando alguém está afetado por preguiça, deseja agir livremente de uma maneira irrestrita sem cultivar virtude ou proteger a mente contra fenômenos  contaminados.  Ele  tem  a  qualidade  de  designar  qualquer  dos  três  venenos mentais quando eles estão acompanhados por preguiça. Ele tem a função de aumentar não 

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virtude e obstruir virtude  tanto quanto  causar a destruição qualquer qualidade positiva individual. Em resumo, ela corrompe toda as cinco forças.34De acordo com sua função existem dois tipos de inconsciência: aquela na qual faz a mente inconsciente e aquela na qual faz corpo e mente inconsciente.  

4. Distração  Distração* é um  fator mental que,  incapaz de dirigir a mente através do objeto benéfico, dispersa‐a  para  uma  variedade de  outros  objetos. Ele  causa  a deterioração da  força da concentração  e  age  como  a  base  para  a  perda  da  atenção  nos  objetos    referidos  na meditação  analítica  e  de  concentração.  Ela  tem  uma  qualidade  de  suportar  um  estado mental no qual a mente tem sido deixada fora do objeto de concentração por raiva, apego ou confusão. De  acordo  com  as  condições  temporais,  seis  tipos  de  distrações  são  classificados.  Os primeiros  quatros  são  chamados de  estados mentais  “naturalmente  agitados”  e  os dois últimos são chamados de formas de distração “errôneas”.  

a) Distração inerente. Esta é a qualidade na qual pertencem todas as cinco consciências sensoriais de uma pessoa ordinária. Quando uma  consciência  sensorial  tornar‐se manifesta durante a meditação, a mente não é capaz de permanecer muito tempo em equilíbrio mas é imediatamente transferida para um objeto externo. 

b) Distração  externa.  Todo  estado mental  benéfico  dentro  do  reino  dos  desejos,  tais como  aprendizagem,  reflexão  e  assim  por diante,  tem  esta  qualidade.  Ela  surge quando a mente é incapaz de permanecer  direcionada para um referente benéfico por  um  período  de  tempo  sustentado.  Dentro  do  reino  dos  desejos  estados benéficos mentais são constantemente sujeitos a serem dispersos de um objeto para outro. 

c) Distração Interna. A excitação e o afundamento que ocorrem durante a concentração equilibrada  tanto  quanto  a  anseio  pela  prova  (sabor)  da  absorção  que  ocorre enquanto a  concentração ainda está  se desenvolvida,  são exemplos de distrações internas.  Elas são assim chamadas porque são aflições distintas as quais distraem a mente dos estados mentais de quietude e insight penetrativo. 

d) Distração para um  sinal. Um  exemplo deste  seria a atividade mental benéfica que pensa que seria insustentável se outras pessoas acreditassem que alguém fosse um grande meditador.  Isto é  chamado assim porque dispersa a mente para  fora por causa das crenças de outras pessoas nas sua próprias qualidades benéficas.  

e) Distração rígida. A visão da composição transitória e auto‐importância são rígidas, formas  inflexíveis  de  distração  visto  que  elas  são  acompanhadas  por  tais  coisas como medo no qual não suportam a glória daqueles envolvidos em virtude. 

34 As cinco forças (dbang.po.lnga) são qualidades cultivadas especificamente nos estágios do pico e calor do caminho de preparação (sbyor.lam.drod.dang.rtse.mo). Eles são as forças da: fé, lembrança, entusiasmo, concentração e inteligência. Quando cultivadas nos estágios da paciência e Darma supremo do caminho de preparação (sbyor.lam.bdzod.dang.chos.mchog) eles são conhecidos como as cinco forças.

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f) Distração atenta. Tais pensamentos que consideram estar deixando um estado mais alto de absorção para um mais baixo, ou abandonando o Mahayana pelo Hinayana são  chamado  de  distração  atenta  no  que  elas  primeiro  rejeitam  algo  superior  e então tornam‐se envolvidos em algo inferior. 

 Deveríamos  notar  que  nem  todos  estes  seis  tipos  são  necessariamente  formas  de distração maléficas. Distração inerente é um fenômeno inespecífico, distração externa é benéfica, e também alguns dos outros tipos podem ocasionalmente serem benéficos. 

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Glossário  

          Fenômeno abstrato  Abstract phenomenon  spyi.mtshan. Fé admiradora  Admiring faith  dang.ba’idad.pa  Indecisão aflitiva  Afflicted indecision  the.tshom.nyon.mongs.can. Inteligência Aflitiva  Afflicted inteiligence  she.rab.nyon.mongs. can. 

. Visão Aflitiva  Afflicted view  lta.ba.nyon.mongs.can. Aflição  Affliction  nyon.mongs  . Agregado  Aggregate  phung.po. Alerta, Atento (estado de)  Alertness  shes.bzhin Raiva  Anger  khong.khro Objeto aparecido  Appearing object  snang.yul. Aplicabilidade para o sujeito 

Applicabiiity to the subject  Phyogs.chos 

Cognição Não perceptiva  Apperceptive cognition  rang.rig. Entusiasmo aplicado  Applied enthusiasm  sbyor.ba’i.brtson.’grus. Apreciação  Appreciation  mos.pa. Objeto apreendido  Apprehended object  ‘dzin.stang.gi.yul. Objeto apreensível  Apprehensible object  gzung.ba Apreensão  Apprehension  dzinpa. Entusiasmo como armadura 

Armour‐Iike enthusiasm  go.cha’i.brtson.’grus. 

Som articulado  Articulate sound  Brjod.byed.kyi.sgra Determinação  Ascertainment  ngesba. Aspecto  Aspect  rnampa. Aspiração  Aspiration  ‘dun.pa. Apego  Attachment  ‘dod.chags. Atenção  Attention  Yid.la.byed.pa. Distração atenta  Attentive distraction  yid.la.byed.pa’i.gyeng.ba. Atração para a maldade, preguiça de  

Attraction to evil, laziness of  bya.ba.ngan.pa.la.zhen.pai.le.lo 

Consciência auditiva  Audial consciousness  rna.ba’i.shes.pa Avareza  Avarice  ser.sna.      Indecisão equilibrada  Balanced indecision  cha.mnyam.pa’i. the. tshom.  Fé confiante  Believing faith  yid.ched.kyi.dad.pa Confusão  Bewilderrnent  . gti.mug Órgão corporal  Body‐organ  . lus.kyi.dbang.po      Relacionamento causal  Causal relationship  . de.’byung.’brel Claridade  Clarity  gsal.ba 

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Page 112: Introdução a Mente

Cognição  Cognition  rig.pa. Cognição que torna a mente auto‐determinadora 

Cognition that becomes a self‐ascertainable mind 

snang.ba.nyid.kyang.gzhan las.nges.kyi.tshadma. 

Termo comum  Common‐term  btags.ming. Compaixão  Compassion  snying.rje. Compaixão referente ao fenômeno 

Compassion referning to phenomena 

chos.la.dmigs.pa’i.snying.rje. 

               Compaixão referente ao não referencial 

Compassion referring to the non‐referential 

dmigs.pa med.pa.la.dmigs.pa i snying.rje. 

Compaixão referente aos seres sencientes 

Compassion referring to sentient beings 

sems.can.la.dmigs.pa’i.snying.nje 

Ação completadora  Completing action  rdzogs.byed.kyi.las Compreensão  Comprehension  rtogs.pa. Objeto ocultado  Concealed object  lkog.’gyur. Dissimulação  Concealment  chab.pa. Concentração  Concentration  ting.nge.’dzin. Conceber  Conceive  zhen.pa. Objeto concebido  Conceived object  zhen.yul. Cognição concebida  Conceiving cognition  zhen.rig. Concepção  Conception  rtog.pa. / rtog.bcas.kyi.blo.  Fenômeno concreto  Concrete phenomenon  rang.mtshan. Existência condicionada  Conditioned existence  srid.pa  Congruência com o predicado 

Congnuence with the predicate  rjes.khyab. 

Consideração pelos outros  Consideration for others  khnel.yod.pa  Conscienciosidade  Conscientiousness  bag.yod.. Consciência  Consciousness  shes.pa. Contato  Contact  reg.pa. Fenômeno contaminado  Contaminated phenom.enon  zag.bcas.kyi.chos n. Condição Contributória  Contnibutory condition  hlen.cig.byed.nkye. Inferência convencional  Conventional inference  grags.pa’i.rjes.dpag. Raciocínio convencional  Conventional reason  grags.pa’i rtags. Verdade convencional  Conventional truth  kun .ndzob.bden.pa rgyu.rntshan Crença correta  Correct belief  yid.dpyod. Crença correta baseada em um raciocínio contraditório 

Correct belief based on a contradictory reason 

rgyu.mtshan.’gal.ba’i. yid.dpyod.. 

Crença correta baseada em um raciocínio inconclusivo 

Correct belief based on an inconclusive reason 

rgyu.mtshan.ma.nges. grub.pa’i yid.dpyod. 

Crença correta baseada em um raciocínio irrelevante 

Correct belief based on an irrelevant reason 

rgyu.mtshan.yod.kyang.gtan.la.ma.bab.pa’i.yid.dpyod. 

  Cornect belief based on a penfect but unestablished reason 

rgyu.mtshan.yod.kyang.gtan.la.ma.bab.pa’i.yid.dpyod. ‘ 

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Page 113: Introdução a Mente

Crueldade  Cruelty  rnam.par.’tshe.ba.      Consciência enganosa  Deceived consciousness  khrul.shes... Características definidoras  Defining chanacteristic  mtshan.nyid. Desapego  Detachment  ma.chags.pa. Compreensão direta  Direct comprehension  dngos.su.rtogs.pa. Inferência direta  Direct infenence  dngos.stobs.kyi.rjes.dpag. Raciocínio direto  Direct reason  dngos.stobs.kyi.rtags  Discernimento  Discernment  ‘du.shes. Discernimento do limitado  Discernment of the limited  chung.ngu’i.’du.shes. Discernimento do vasto  Discernment of the vast  che.ba’i’du.shes. Discernimento com um sinal 

Discernment with a sign  mtshan.ma’i. ‘du.shes 

Discernimento sem um sinal 

Discernment without a sign  mtshan.ma.med.pa’i.’du.shes. 

Entusiasmo descontente  Discontented enthusiasm  chog.mishes.pa’i.brtson.’grus. Desonestidade  Dishonesty  gyo. Auto‐importância corrompida 

Distorted self‐importance  Iog.pa’i.nga.rgyal. 

Distração  Distraction  rnam.gyeng. Distração para um sinal  Distraction to a sign  mtshan.ma’i.gyeng.ba. Condição dominante  Dominant condition  bdag.rkyen. Consciência do sonho  Dream consciousness  rmi.lam.kyi.shes.pa. Afundamento  Dullness  rmugs.pa.      Órgão ouvido  Ear‐organ  rna.ba’i.dbang.po. Entidade efetiva  Effective entity  dngos.po. Auto‐importância egoística  Egoistic self‐importance  nga’o.snyam.ba’i.nga.rgyal. Vacuidade  Emptiness  stong.pa.nyid. Entusiasmo  Enthusiasm  brtson.’grus. Cobiça  Envy  phrag.dog. Equanimidade  Equinamity  btang.snyoms. Equanimidade de uma mente equilibrada 

Equinamity of a balanced mind  sems.mnyam.pa.nyid.kyi. btang. snyoms 

Equanimidade de uma mente tranquila 

Equinamity of a mind at rest  sems.rnaLdu.’dug.pa’i. btang.snyom 

Equanimidade de uma mente espontânea 

Equinamity of a spontaneous mind  lhun.gyis.grub.pa’i.btang.snyoms. 

Equilibrio  Equipoise  mnyam.bzhag.  Componente essencial do que é compreendido 

Essential component of what is comprehended 

gzhal.byai.bdag.nyid. 

Cognição  estabelecida  Establishing cognition  rtags.dzin.sems. Classificação Etmológica  Etymological classification  sgras.brjod.rigs.kyi.sgo.nas. kyi.dbye.ba Objeto evidente  Evident object  mngon.’gyur. Excitação  Excitement  rgod.pa. Existente  Existent  yod.pa. 

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Page 114: Introdução a Mente

Experiência  Experience  myong.ba. Imagem experimental  Experiential image  don.spyi. Distração externa  External distraction  phyi.rol.tu.gyeng.ba. Eternalismo extremo  Extreme of eternalism  rtag.mtha’. Nihilismo extremo  Extreme of nihilism  chad.mtha’. Objeto extremamente oculto 

Extremely concealed object  shin.tu.lkog.’gyur. 

Auto‐importância extrema  Extreme self‐importance  nga.las.kyang.nga.rgyal. Visão Extrema  Extreme view  mtha.lta Órgão olho  Eye‐organ  mig.gi.dbang.po      Concepção fato conetctada  Fact‐connectrng conception  don.sbyar.ba’i.rtog.pa. Fé  Faith  dad.pa. Descrença  Faithlessness  ma.dad.pa. Falível  Fallible  slu.ba. Cognição falsa  False cognition  bio .don.mi.mthun. Concepção falsa  False conception  rtog.pa.don.mi.mthun. Percepção falsa  False perception  rtog.med.log.shes. Sensação  Feeling  tshor.ba. Esquecimento  Forget  brjed.ngas. Forma  Form  gzugs. Elemento formativo  Formative element  du.byed. Quatro nobres verdades  Four Noble Truths  ‘phags.pai.bden.pa.bzhi Auto‐importância inflada  Full‐biown self‐importance  mngon.pa’inga.rgyai. Presença fundamental  Fundamental presence  ngo bo. Imaginação futuro orientada 

Future‐oriented imagination  mngon.’dod kyi. rtog.pa 

     Exame geral  General examination  rtog.pa. Auto‐importância  Greater seif‐importance  che.ba’i.nga.rggyal Consciência Gustativa  Gustatory consciousness  lce’i.shes.pa.      Ódio   Hatred  zhe.sdang Consciência elevada  Heightened awareness  .mngon.shes.      Cognição não percetiva válida 

Ideal apperceptive cognition  rang.rig.mngon.sum.du.gyur.ba’i. tshad.ma 

Percepção contemplativa válida 

Ideal contemplative perception   rnal.byor.mngon.sum.du.gyur ba’i.tshad.ma 

Mente válida para a qual a característica universal do objeto é auto‐determinador mas para o qual a característica particular é  auto‐indeterminada 

Ideal mind for which the universal character of the object is self‐ascertainable but for which the particular character is self‐unascertainable 

spyi.la.rang.las.nges.shing.khyed. par.gzhan.las.nges.kyi. tshad.ma tshad.ma   . 

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Page 115: Introdução a Mente

Inferência válida (Crença Correta) 

Ideal inference  rjes.dpag.tshad.ma.y 

Percepção mental válida  Ideal mental perception  yid.kyi.mngon.sum.du.gyur.ba’i.tshad.ma. 

Mente válida  Ideal mind  tshad.ma. Mente válida na qual o que aparece é auto‐determinado mas na quaç a real natureza do objeto e não auto‐determinado. 

Ideal mmd to which what appears is self‐ascertainable but to which the real nature of the object is self‐unascertainable 

snag.ba.rang.las.nges.zhiing bden.pa.gzhan.Ias.nges.kyi. tshad.ma  . 

Percepção válida  Ideal perception  mngon.sum.tshad.ma Pessoa válida  Ideal person  tshad.ma’i.gang.zag  Percepção sensorial válida  Ideal sense perception  dbang.po’i.mngonsum.du .gyur. 

pa.tshad.ma. Percepção sensorial de uma função evidente 

Ideal sensory perception of an evident function 

don.byed.snang. can.gyi.dbang mngongyi.tshad.ma 

Percepção válida de um objeto familiar 

Ideal sensory perception of a familiar object 

don.goms.pa.cangyi.dbang. mngon.gyi. tshad.ma, 

Fala válida  Ideal speech  tshad.ma’í.ngag. Preguiça  ldleness, Iaziness of  snyom.las.kyileIo. Ignorância  Ignorance  marig.pa.. Conduta imaculada  lmmaculate conduct  tshangs.par.spyod.pa  Compreensão imediata  lmmediate comprehension  mngonsum.du rtogspa.. Condição imediata  Immediate condition  de.ma.thag.rkyen  Impermanência  Impermanence  mi.rtag.pa. Percepção desatenta  lnattentive perception  snang.la.ma.ngespa. Desatenção  Inattentiveness  shes.bzhin.ma.yin.pa. Inteligência inata  lnborn intelligence  skyes.thobgyishes.rab. Desconsideração pelos outros 

inconsideration for others  khre..med. pa. 

Indecisão  Indecision  the.tshom khreLmedpa. Indecisão que tende para uma conclusão correta 

Indecision that tends towards a correct conciusion 

don.gyur.the.tshom. 

Indecisão que tende a uma conclusão correta 

lndecision that tends towards an incorrect conclusion 

don.mi.gyur.the.tshon 

Indiferença  Indifference  btang.snyorns Compreensão Indireta  Indirect comprehension  Shugs.la.rtogs.pa Objeto indireto  lndirect object  . shugs.yul Infalível  Infallible  mi.slu.ba Consciência Infalível  Infailible consciousness  . mi.slu.bai.shes.pa. Inferência  Inference  rjes.dpag Inferência por crença  Inference of belief  .yid.ched.rjes.dpag Inferência por outros  Inference for others  gzhan.don.rjes.dpag Distração Inerente  Inherent distraction  ngo.bo .nyid.kyi.gyeng Percepção verdadeira inicial 

Initial true perception  mngon.sum.dang.po .pa. 

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Page 116: Introdução a Mente

Inteligência  Intelligence  shes.rab.. Intenção  Intention  .sems.pa Distração ineterna  Internal distraction  nang.gi.gyeng.ba Entusiasmo  irreversível  Irreversable enthusiasm  mi.ldog.pa’i.brtson.’grus.      Entidade conhecível  Knowable entity  shes.bya.      Preguiça  Laziness  le.lo. Aprender  Learning  thos.pa. Auto‐importância menor  Lesser self‐importance  dman.pa’i.nga.rgyal. Carta  Letter  yi.ge. Liberação  Liberation  thar.pa. Fé veemente  Longing faith  ‘dod.pa’i.dadpa. Bondade amorosa  Loving kindness  byams.pa.      Malícia  Malice  mnar.sems. Tópico, tema  Matter  bem.po Meditação  Meditation  sgom. Cognição mental  Mental cognition  yid.shes. Fator mental  Mental factor  sems.’byung. Imagem mental  Mental image  don.spyi. Perturbação mental inconsciente 

Mentally undisturbing unknowing  nyonmongs.can.mayin.pa’i. mishes.pa 

Órgão mental  Mental‐organ  yid.kyidbang.po. Percepção mental  Mental perception  rtog.med.kyi.yid.shes. Quietude mental  Mental quiescence  zhignas. Ação meritória  Meritorious action  bsod.nams.kyilas. Mente  Mind  blo. Cognição errônea  Mistaken cognition  log.shes. Concepção errônea  Mistaken conception  rtog.pa.log.shes Percepção mental errônea  Mistaken mental perception  rtog.med.log shes.su gyur.pa’i.yid.shes Percepção errônea  Mistaken perception  rtog.med.log shes Percepção sensorial errônea 

Mistaken sensory perception  rtog.med.log .shes.su.gyur.pa’i.dbang.shes. 

Visão errônea  Mistaken view  Log.lta Disciplina moral  Moral discipline  tshul.khrims.      Relacionamento natural  Natural relationship  bdag.gcig.brel Imagem nominal  Nominal image  sgra.spyi  Cognição não aperceptiva (não auto‐conhecedora) 

Non‐apperceptive cognition  gzhan.rig. 

Não confusão  Non‐bewilderment  gti.mug.med.pa. Mente não conceitual  Non‐conceptual mind  rtog.med.kyi.blo. Cognição não enganosa  Non‐deceived cognition  ma.’khrul.ba’i.rig.pa. Não existente  Non‐existent  med.pa. Não aversão  Non‐hatred  zhe.sdang.med.pa.. 

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Page 117: Introdução a Mente

Mente não válida  Non‐ideal mmd  tshad.min.kyi Ações não meritórias  Non‐meritorious action Não violência  Non‐violence  rnam.par.mi.’tshe.ba. Órgão nasal  Nose‐organ  sna.ba’i.dbang.po.      Objeto  Object  yul Fator mental determinador de objeto 

Object ascertaining mental factor   

Condição objeto  Object condition  dmigs.rkyen Consciência olfativa  Olfactory consciousness  sna.ba’i.shes.pa. Fator mental onipresente  Omnipresent mental factor  kun.’gro.ba’í.sems.’byung. Ominiciente   Omniscience  rnammkhyen.      Dor  Pain  sdug.bsngal. Aceitação paciente  Patient acceptance  bzod.pa. Percepção  Perception  rtog.med.kyi.blo. Insight penetrativo  Penetrative insight  lhag.mthong. Raciocínio perfeito  Perfect reason  rtags.yang.dag. Pessoa  Person  gang.zag. Inferência Pessoal  Personal inference  rang.don.rjes.dpag. Fenômeno  Phenomenon  chos. Frase  Phrase  tshig. Órgão físico  Physical‐organ  dbang.po .gzugs.can.pa.. Prazer  Pleasure  bde.ba Análise precisa  Precise analysis  dpyod.pa. Pretensão  Pretension  sgyu.  Consciência primária  Primary consciousness  rnam.shes. Mente primária  Primary mind  gtso sems. Objeto principal  Principal object  ‘jug.yul. Ação Propulsora  Propulsive action  ‘phen.byed.kyi.las. Aflições derivadas  Proximate affliction  nye. ba’i .nyon .rnongs.      Reino dos desejos  Realm of desire  ‘dod.kharns. Reino da forma  Realm of form  gzugs.khams. Reino da não forma  Realm of no‐form  gzugs.mcd.kharms. Crença correta irracional  Reasonless correct belief  rgyu.rntshan.med.pa’i.yid.dpyod. Raciocínio por crença  Reason of belief  yid.ched.kyi.rtags. Lembrança  Recollection  dran.pa. Objeto referente  Referent object  dmigs.yul. Pesar  Regret  ‘gyod.pa. Reflexão  Reflection  bsampa. Relacionamento  Relationship  ‘brel.pa. Quatro forças oponentes  Remedial forces, four  gnyen.po.stobs.bzhi. Distração rígida  Rigid distraction  gnas.ngan.len.gyi.gyeng.pa. Rigidez  Rigidity  gnas.ngan.len. Aflição raiz  Root affliction  rtsa.ba’i.nyon.mongs. 

bsod.nams.ma.yin.pa’i.las. 

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Page 118: Introdução a Mente

     Mente válida auto determinadora 

Self‐ascertainable ideal mmd  rang.las.nges.kyi.tshad.ma. 

Auto‐importância retraída  Self‐effacing self‐importance  cung.zad.snyam.pa’i.nga.rgyal. Auto‐importância  Self‐importance  nga.rgyal. Falta de existência inerente  Selflessness  bdag.med. Falta de existência inerente da pessoa 

Selflessness of the person  gang.zag.gi.bdag.med. 

Auto piedade, preguiça de  Self‐pity, laziness of  sgyi.lugs.pa’i.le.lo. Auto respeito  Self‐respect  ngo.mtshar.shes.pa. Auto satisfação  Self‐satisfaction  rgyags.pa. Mente válida não autodeterminadora 

Self‐unascertainable ideal mind  gzhan.las.ngas.kyi. tshad.ma.. 

Cognição sensorial  Sense cognition  dbang.shes Peecepção sensorial  Sense perception  dbang.shes. Órgão sensorial  Sense‐organ  dbang.po.gzugs.can.pa. Percepção sensorial para a qual a fonte de engano existe dentro do objeto/ a base da percepção/a situação/ a condição imediata. 

Sense perception for which the source of deception exists within thc object / the basis of perception / the situation / the immediate condition 

Khrul.rgyu.yul./rten./gnas./de.ma.thag.rkyen.la.yod.bai dbang.shes 

Sete tipos de mente  Seven types of mind  blo.rigs.bdun. Desavergonhado  Shamelessness  ngo .mtshar.med.pa. Similaridades, cinco  Similarities, five  mtshungs.ldan.rnam.pa.lnga. Aspecto similar  Similar aspect  rnam.pa.mtshungs.pa. Base similar   Similar basis  rten.mtshungs.pa. Duração similar  Similar duration  dus.mtshungs.pa. Referente similar  Similar referent  dmigs.pa.mtshungs.pa. Substância similar  Similar substance  rdzas.mtshungs.pa. Afundamento  Sinking  bying.ba. Sono  Sleep  gnyid. Odor  Smell  dri. Som  Sound  sgra Maldade  Spite  tshig.pa Termo padrão  Standard‐term  dngos.ming Interesse forte  Strong interest  don.du.gnyer.ba Sujeito  Subject  yul.can Cognição subseqüente  Subsequent cognition  bcad.shes Percepção subseqüente  Subsequent perception  rtog.med.bcad.shes Substância  Substance  rdzas Causa substancial  Substantial cause  nyer.len Recipiente apropriado  Suitable recipient  phyi.rgol.yang.dag Flexibilidade  Suppleness  shin.tu.sbyangs.pa      Consciência tátil  Tactile consciousness  lus.kyi.shes.pa 

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Page 119: Introdução a Mente

Sensação tátel  Tactile sensation  reg.bya Gosto  Taste  ro. Termo  Term  ming. Concepção termo conetada  Term‐connecting conception  ming.sbyar.ba i.rtog.pa. Órgão lingua  Tongue‐organ  lcei.dbang.po Cognição não paerceptiva verdadeira 

True apperceptive cognition   rang.rig.msgon.sum. 

Cognição verdadeira  True cognition  blo.don.mthun Concepção verdadeira  True conception  rtog.pa.don.mthun. Percepção contemplativa verdadeira 

True contemplative perception  rnal.’byor.mngon.sum. 

Percepção mental verdadeira 

True mental perception  yid.kyi.mngon.sum. 

Percepção verdadeira  True perception  mngon.sum. Percepção verdadeira que é uma fonte de engano 

True perception that is a source of deception 

mngon.sum.khrul.rgyu.can. 

Percepção sensorial verdadeira 

True sense perception  dbang.po’i.mngon.sum. 

     Verdade última  Ultimate truth  dondam.bdenpa. Entusiasmo inquebrável  Unbreachable enthusiasm  mi.’gongpa’i.brtson’grus. Inconsciência   Unconscientiousness  bagmed. Fenômeno não contaminado 

Uncontaminated phenomenon  zag.med .kyi chos. 

Percepção verdadeira não dirigida 

Undirected true perception  mngon.sumyid.ma.btad. 

Ação flutuante  Unfluctuating action  mi.gyo.ba’i.Ias. Concentração unificada da quietude mental e do insight penetrativo 

Unified concentration of mental quiescence and penetrative insight. 

zhiIhag.zung.’breLgyi.ting. nge’dzin 

Fenômeno inespecifico  Unspecified phenomenon  lung.ma.stan.pa’i. chos. Fator mental maléfico  Unwholesome mental factor  mi.dge.ba’i.sems.’byung.      Fator mental variável  Variable mental factor  gzhan.’gyur.ba’i Vingança  Vengeance  ‘khon.dzin Prova verbal  Verbal proof  sgrub.ngag. Visão que considera disciplinas morais insatisfatórias como suprema 

View that regards unsatisfactory morai and spirituai discipline  as supreme  

tshuLkhrims.dang.brtuLzhugs. mchog.’dzin. 

Visão de superioridade  View of superiority  lta.ba.mchog.’dzin. Visão da composição transitória 

View of the transitory composite  ‘jig.tshogs.la.lta.ba. 

Consciencia visual  Visual consciousness  mig.gi.shes.pa. Forma Visual  Visual form  gzugs.kyi.skyes.mched.      

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Page 120: Introdução a Mente

Fator mental maléfico  Wholesome mental factor  dge.ba’i.sems.’byung. Fúria   Wrath  khro.ba. 

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Page 121: Introdução a Mente

 Glossário de Definições 

  Abstract phenomenon/Fenômeno abstrato  sgra.rtog.gis.btags.pa.tsam.yin.gyi.rang.mtshan.du.ma.grub.pa’i.chos.  Afflicted indecision, Indecisão aflitiva las.’bras.dang.bden.pa.dang.dkon.mchog.rnams.yang.dag.pa.la.yid. gnyis.za.ba’i. the. tshom.don.mi.’gyur.gyi.sems.byung.  Afflicted view, Visão Aflitiva thun.mong.ma.yin.pa.nye.bar.len.pa’i.phung.po.ladmigs.te.bdag.dang. bdag.gi’i.rnam.par.lta.ba’ishes.rab.nyonm.mongs.can.nam.’dis.bdag. rkyen.byas.pa.las.rnam.pa.gzhan.du.phyin.ci.log.tu.zhugs.pa’i.shes.rab. nyon.mongs.can.gang.rung.  Affliction, Aflição chos.gang.zhig./rang.scrns.Ia.skyed.pa.na.sems.rgyud.ma.zhi.zhing. ma. ‘dul.bar.skye.pa’í.byas.las.can.kyi.sems.byung.  Anger, Raiva rang.gi.ngo.bo’i.cha.nas.chos.gsurn .po.gang.rung.la.dmigs.nas. rgyud. ‘khrug.ste.gnod.pa’i.bya.bar.sems.pa’i.byed.las.can.gyi .sems.byung.  Apperceptive cognition, Cognição não percepetiva ‘dzin.rnam.  Appreciation, Apreciação  thun.mong.ma.yin.pa.nges.zin.gyi.yul.la.de.kho.na.ltar.’dzin.pa.brtan. par.byed.cing.gzhan.gyis.mi.’phrog.par.byed.pa’i.byed.las.can.gyi.sems.byung.  Articulate sound, Som Articulado brda’i.dbang.gis.rang.gi.brjod.bya.go.bar.byed.ba’i.gnyan.bya.  Aspiration, Aspiração thun.mong.ma.yin.pa.bsam.pa’m.dngos.po.la.dmigs.nas.don.du.gnyer. ba’i.byed.las.can.gyi.sems.byung.  Attachment, Apego rang.gi.ngo.bo’m.cha.nas.zag.bcas.kyi.chos.la.dmigs.te.yid.’ong.du.sgro. btags.nas.don.du.gnyer.ba’am.smon.pa’i.byed.las.can.gyi.sems.byung.  Attention, Atenção thun.mong.ma.yin.pa.rang.dang.mtshungs.ldan.’khor.bcas.dmigs.par. yid.gtod.par.byed.pa.dang.’dzin.par.byed.pa’i.byed.las.can.gyi.sems.byung.  Avarice, Avareza 

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Page 122: Introdução a Mente

rnyed.bkur.la.chags.nas.yo.byad.gtong.mi.’dod.bar.dam.por.’dzin.pa’i. Ias.can.gyi.sems.byung.  Causal relationship, Relacionamento Causal chos.de.dang.rdzas.tha.dad.pa’i.sgo.nas.chos.de’i.’bra.bu’i.rigs.su.gnas.pa.  Common‐terrn, Termo comum don.de.la.rjes.grub.tu.brda’sbyar.ba.yang.yin./don.de’miing.phal.pa. yang.yin.pa’i.gzhi.mthun.par.dmigs.pa.  Comprehension, Compreensão sgro.gtogs.bcod.pa’i.rig.pa. (mind that removes exaggeration)(mente que remove o exagero)  Concealed object, Objeto Oculto rang.’dzin.rtog.pas.lkog.tu.’gyur.ba’i.tshu1.gyi.rtogs.par.bya.ba.  Concealment, Oculto gzhan.gyis.phan.par.’dod.pa’i.bsam.pas.’gro.ba.bzhi.gang.rung.gi.sgo.nas. ma.yin.par.nyes.pa.glengs.pa.na.kha.na.ma.tho.ba.’khyud.par.’dod.pa’i. sems.byung.  Concentration, Concentração thun.mong.ma.yin.pa.dmigs.pa.gcig.la.rnam.pa.gcig.tu.rgyun.ldan.du. rtse.gcig.par.gnas.pa’i.byed.las.can.gyi.sems.byung.  Conception, Concepção sgra.don.’dres.rung.du.’dzin.pa’i.zhen.rig.  Concrete phenomenon, Fenômeno concreto sgra.rtog.gis.btags.tsam.ma.yin.par.rang.gi.mtshan.nyid.kyis.grub. pa’i.chos.  Consideration for others, Consideração pelos outros thun.mong.ma.yin.pa.gzhan.nam.chos.rgyu.mtshan.du.byas.nas.kha.na. ma.tho.ba.la.’dzem.par.byed.pa’i.rab.tu .phye.ba’i.rig.pa.  Conscientiousness, Consciência thun.mong.ma.yin.pa.dge.ba’i.tshogs.Ia.gces.spras.su.byed.cing.nyon. mongs.pa’i.gnas.las.sems.srung.bar.byed.pa’i.byed.las.can.gyi.sems.byung.  Consciousness, Consciência  gsal.zhing.rig.pa.  Contact, Contato thun.mong.ma.yin.pa.yul.dbang.rnam.shes.gsum’dus.pa.las.dbang.po. ‘gyur.bar.skyed.pa’i.byed.las.can.gyi.sems.byung.  Contributory condition, Condições Contributórias.  

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 dngos.po.rang.gi.rdzas.rgyun.ma.yin.par.rdzas.su gtso.bor.skyed.byed. (that which principally produces an effective entity without being i.ts substantial continuum.  (Aquela na qual produz uma entidade efetiva sem ser o seu continuo substancial)  Conventional truth, Verdade Convencional don.dam.par.don.byed.mi.nus.pa’i. chos. (phenornenon unable to perform an ultimate effect), (fenômeno que é incapz de realizar um efeito ultimo)  Correct belief, Crença Correta rang.yul.la .zhen.pai.slu.bai.zhen.rig.don.mthun.  Cruelty,  Crueldade gzhan.lasnying.brtse.ba.dang.bral ba’i.gnod.sems.kyis.mtho.’tshams. par’dod.pai.las.can.gyi.sems.byung.  Detachment, Desapego rang.gi.ngo.bo’icha.nas.srid.pa’iyo.byad.la.dmigs.nas.de.la.chags.pa’i. dngoskyi.gnyen.po.byed.cing.de.la.yid.’byung.nas.ma.chags.shing. mi.len.pa’irab.tu.phye.ba’i.sems.byung.  Discernment, Discernimento  thun.mong.ma.yin.pa.rang.yul.spu.ris.’byed.pa’i.sgo.nas.’di.dang.’di. min.gyi.mtshan.ma.’dzin.pa’i.byed.las.can.gyi.sems.byung.  Dishonesty, Desonestidade rnyed.bkur.Ia.Ihag.par.chags.pa’i.dbang.gis.gzhan.mgo.rmongs.par. byed.’dod.cing.rang.gtnyes.pa.gzhan.gyis.mi.shes.pa’i.rnam.pa.ji’dra. ba.de.Ita.bur.ston.par’dod.pa’i.las.can.gyLsemsbyung.  Distraction, Distração dug.gsum.gangrung.gi.cha.las.byung.bas.semsdge.ba’i.dmigs.pala. gtad.parmi.nus.pa’i.yul.snatshogs.su.sems.’phro.bar.byed.pa’i.las.can. gyi.sems.byung.  Dominant condition,  Condição domimante  (for the true perception of blue ),( para as três percepções do azul) sngon.’dzin.mngon.sum.rang.dbang.du.gtso.bor.dngos.su.skyed.byed.  Dullness, Estupidez  sems.kyi.mun.pa.babs.pas.blong.blong.por.gyur.nas.dmigs.pa.ji.Ita.ba. bzhin.mi.rtogs.par.byed.pa’i.las.can.gyi.sems.byung.  Effective entity, Entidade Efetiva don.byed.nus.pa. (that which is able to perform a function), (aquela que é capaz de realizar uma função)  Enthusiasm, Entusiasmo  rang.gi.ngo.bo.cha.nas.le.lo.i.gnyen.por.byed.cing.dge.bai.bya.ba.la 

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mngon.par.spro .ba’i .byed.las. can.gyi.sems.byung.  Envy, Inveja rnyed.pa.dang.bkur.stisogsla.chags nas .gzhan.gyLphun. tshogslami. bzod.par.semskhong.nas’khrugspas.rab. tu.phyeba’i.sems.byung.  Equanimity,  Equanimidade dug.gsum.med.par.brtson.’grus.dang.bcas.pa.la.btags.pa’i.btags.chos. gang.zhigíbying.rgod.’gog.pa’i.rtsol.ba.chen.pos.bsgrim.mi.dgos.par. sems.byingrgod.kyis.mi.nyams.par.byed.ba’i.rab.tuphye.ba’i.sems.byung.  Establishing cognition, Cognição estabelecida, (for proving sound to be impermanent) (para provar que som é impermanente) rang.nyid.sgra.byas.pa.dangíbyas.nami.rtag.pas.khyab.pa.gang.rung. mi.slu.ba.yang.yin./ranggis.rgyu.rkyen.byas.pala.brten.nas.byung.pa’i. byas.pa’i.rtags.kyis.sgra.mi.rtag.rtogs.rjes.dpag.girgyu.yang.yin.pa’i. gzhi.mthunpar.gyur.pa’i.byas.pa’i.rtags.kyis.sgra.mi.rtag.par.sgrub.pa’i. phyi. rgol.yang.dag.girgyud.kyi.rig.pa.  Evident object, Objeto evidente mngon.sum.tshad.mas. dngos.su.rtogs.par.bya.ba. (that which is directly comprehended by an ideal perception), (aqule o qual é compreendido diretamente por uma percepção válida)  Excitement, Excitação chags.pa’i.dbang.gis.sems.dge.ba’i.dmigs.pa.gcig.tu.so.ma.zug.par.dmigs. pa.gzhan.nas.gzhan.du.sems.’phro.bar.byed.pa’i.Ias.can.gyi.sems.byung.  Existent, Existente tshad.mas.grub.pa. (that which is established by an ideal mind), (aquele que é estabelecido por uma mente válida)  Fact‐connecting conception, Concepção fato conectada khyad.gzhi.khyad.chos.sbyar.nas.’dzin.pa’i.Zhen.rig.  Faith, Fé thun.mong.ma.yin.pa.sems.nyon.mongs.pa.dang.nye.ba’nyon.mongs. pai.rnyog.pa.dang.bral.ba’i.yi.rang.bar.byed.pa’i.byed.las.can.gyi.sems byung.  Faithlessness, Descrença las’bras.sogs.1egs.pa’i.gzhlla.yid.ma.ches.shing.ma.gus.pas.dad.pai ‘gal.zlar.gyur.ba’i.sems.byung.  Feeling, Sensação thun.mong.ma.yin.pa.bde.sdug.bar.ma.ci.rigs.kyi.sgo.nas.myong.bai byed.las.can.gyi.sems.byung  Forgetfulness, Esquecimento 

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dge.ba’i.dmigs.rnam.’dzin.pa.shor.nas.nyon.mongs.pa’i.dmigs.rnam. dran.zhing.gyeng.ba.’drenpa’i.las.cangytsems.byung.  General examination, Exame geral sems.pa’am.shes.rabIa.brten.nas.ming.dang.bcas.pa’i.don.gang.yang. rung.bar.rags.pa’i.rnam.pa.tsam.’tshol.ba’i.rab.tu.phye.pa’isems.byung.  Ideal apperceptive cognitionválida, Cognição não perceptiva kha.nang.kho.nar.phyogs.zhing.’dzinpa.yan.gar.bar.gyur.pa’i.rtog.pa. dang.bral.zhing.gsar.du.mi.slu.ba’i.rig.pa.  Ideal contemplative perception, Percepção Contemplativa Válida rang.gi.bdag.rkyen.du.gyur.pa’i.zhi.lhag.zung.’brel.gyLting.nge.’dzin.la. brten.nas.phra.ba’i.mi.rtag.padangígang.zag.gi.bdag.med.phra.rags.gang. rung.mngon.sum.du.rtogs.pa’i.’phags.rgyud.kyi.gzhan.rig.gi.mkhyen.pa.  Ideal inference, Inferência válida (Crença correta) rang.gi.rtenrtags.yang.dag.la.brten.nas.dngos.su.skyed.pa’i.gsardu.mi. slu.pa’i.zhen.rig.  Ideal mental perception, Percepção mental válida ranggi.thun.mong.ma.yin.pa’i.bdagrkyen.du.gyur.pa’i.yid.dbangla. brten.nas.byung.ba’i.rtogpadang.bralzhing.gsar.du.mi.slu.ba’irig.pa.  Ideal mind, Mente Válida gsar.du.mi.slu.ba’i.rig.pa.  Ideal perception, Percepção válida rtog.pa.dang.bral.zhing.gsar.du.mi.slu.ba’irig.pa  Ideal sense perception, Percepção sensorial válida rang.gi.thun.mong.ma.yin.pa’i.bdag.rkyen.dugyur.pa’i.dbang.po.gzugs. can.pa.la.brten.nas.byung.ba’i.rtog.pa.dang.bral.zhíng.gsar.du.mi.slu. ba’i.rig.pa.  Ignorance, Ignorância bden.hzhi.dang.ias.’bras.dang.dkon..mchog.la.sogs.pa’irang.bzhin.la. blo.mi.gsal.bas.mi.shespa’i.nyon.mongs.can.  Immediate condition, Condição imediata, (of: the true perception of blue) (a percepção verdadeira do azul) sngon.’dzin.mngon.sum.myong.ba.gsal.rig. tsam.du.gtso.bor.dngos.su. skyed.byed.  Impermanence, Impermanência skad.cig.ma. (momentariness)  lnattentive perception, Percepção desatenta 

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rang.gi.jug.yul.du.gyur.ba’i.rang.mtshan.gsal.bar.snang.ba.yang.yin./ rang.gi.jug.yul.du.gyur.pa’irang.mtshan.la.nges.pa.’dren.mi.nus.pa. yang. yin.pa’i.gzhi.mthun.par.gyur.ba’m.rig.pa.  Inattentiveness, Desatenção dpyad.pa.ye.ma.byed.pa am.dpyad.pa.rtsing.ba i.dbang.gis.shes.rab. nyon.mongs.can.du.song.ste.sgo.gsum.gyi.spyod.pa.gang. la.mi.shes. bzhin.du.gya.tshom.du. jug.par.byed.pa i.las.can.gyi.sems.byung.  Inconsideration for others, Desconsideração pelos outros gzhan.dang.gzhan.gyi.chos.la.mi.brtse.bar.nyes.spyod.la.’dzem.pa.med. par.spyod.’dod.pa’i.las.can.gyi.sems.byung.  Indecision, Indecisão rang.stobs.kyis.mtha’gnyissu.dogs.pa’i.sems.byung.  Inference (see ideal inference), Inferência (veja inferência válida)  Inteiligence, Inteligência thun.mong.ma.yin.pa.dran.pa.bzung.ba’i.yul.la.khyad.par.ram.skyon. yon.brtag.ste.rab.tu.rnam.par.’byed.pa’i.byed.las.can.gyi.sems.byung  Intention, Intenção thun.mong.ma.yinpa.rang.dang.rntshungs.ldan’khor.bcas.yul.la.gyo. bar.byed.cing.mngon.par.’du.byed.pa’i.byed.las.can.gyi.sems.byung.  Knowable entity, Entidade conhecível blo.yul.du.bya.rungba.  Laziness, Preguiça ‘phral.bde’i.mtshan.ma.dam.du.bzung.nas.dge.ba’i.bya.ba.la.mi .‘dod. pa’am’dod.kyang.zhum.pa’i.las.can.gyi.sems.byung.  Letter, Carta ming.tshig.gnyis.kyi.rtsorn.gzhir.gyur.pa’iskad.kyi.gdang.  Matter, Matéria rdul.dugrub.pa. (that which is established by atoms), ( aquilo que é estabelecido por átomos)  Mental factor, Fator Mental rang.yul.gyi.khyad.par.ci.rigs.’dzin.cing.rang.dang.mtshungs.ldan.gyi gtso.sems.gang.rung.gi.’khor.du.byung.ba’i.rig.pa.  Mental Image (of a jug), Imagem Mental bum.’dzin.rtog.pa.la.bum.pa.ma.yin.bzhin.du.bum.pa.lta.bur.snang.ba’i. sgro btags.kyi.cha.  Mind, Mente 

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rig.pa.  Mistaken cognition, Cognição errônea rang.yul.Ia.phyin.ci.log.tu.zhugs.pa’i.rig.pa.  Natural relationship (with an effective entity), Relacionamento Natural (com uma entidade efetiva) dngos.po.dang.bdag.nyid.gcig.pa’i.sgonas.tha.dad./dngos.po.med.na. khyod.med.dgos.pa’i.chos.  Non‐bewilderment, Não confusão skyes.thobdangthos.pa.dang.bsam.padang.sgom.pa.gang.rung.gi.rgyu. las.byung.zhing.rang.gi.ngo.bo.’icha.nas.gti.mug.gi.gnyen.po.byed.cing. yang.dag.pa’idon.la.so.sor.dpyod.pa’i.shes.rab.brtan.pa.dangbcas.pa.  Non‐hatred, Não‐ódio  rang.gi.ngobo’i.cha.nas.chosgsurn.gang.rung.la.drnigs.naszhesdang. dngos.su‘joms.pa’ibyams.pa’i.mtshan.nyid.can gyi.sems.byung.  Non‐ideal mind, Mente não válida gsar.du.mi.slu.ba.ma.yin.pa’irig.pa.  Non‐violence, Não violência rang.gi.ngobo’i.cha.nas.kun.nas.mnar.semsm.edpa’i.cha.shas.gang. zhig./ sems.can.sdug.bsngal.canIa.de.dang. bral.na.snyamdu.mi.bzod. pa mbyed.las.can.gyi.sems.byung.  Object, Objeto blo.yis.rig.par.bya.ba.  Object condition (for the visual perception of blue), Condição Objeto (para uma percepção visual do azul) sngon.’dzin.mngon.sum.sngon.po’i.rnam.ldan.du.gtso.bor.dngos.su. skyed.byed.  Perception, Percepção rang.gi.snang.yul.Ia.gsal.snang.can.gyi.rig.pa. (a cognition to which the appearing object appears clearly), (Uma cognição para a qual o objeto aparece claramente)  Perfect Reason, Raciocínio Perfeito tshul.gsum.yin.pa.  Person, Pessoa gdags.gzhi.phung.po.lnga.po.gang.rung.Ia.brten.nas.btags.pa’i.nga.  Phenomenon, Fenômeno rang.gingo.bo.’dzin.pa. (that which maintains its own entity), (Aquele no qual mentem sua propria entidade) 

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 Phrase, Frase khyad.gzhi.khyad.chos.sbyor.nas.ston.pa’i.gnyan.bya.  Precise analysis, Análise precisa sems.pa’am .shes.rab.la.brten.nas.yul.zhib. tu phye.nas.dpyod.pas.rab.tu. phye.ba’i.serns.byung.  Pretension, Pretenção rnyed.bkur.la.lhag.par. chags.nas.gzhan.bslu .bar.bsarm.pas.yon.tan.gyi. khyad.par.bcos.nas.ston.’dod.pa’i.las. can.gyi.sems.byung.  Primary mind, Mente Primária rang.yul.gyingo.bo.’dzin.pa’i.sgo.nas.gzhag.pa’igtsobo’i.rnarn.rig.  Recollection, Lembrança sngar.’dris.pa’ichos.la.mi.brjed.par.yang.yang.mngon.du.byed.pa’i. byed.las.can. gyi.sems.byung.  Regret, Pesar  sngar.byas.kyi.dngos.po.ngan.par.mthong.nas.yid.la.gcags.te.mi.dga’. ba’am.yid. gdungba’i.las.can.gyi.sems.byung.  Self‐ascertainable ideal mmd, Mente Valida auto determinadora tshad.ma.gang.zhig./rang.gi.gzhal.bya’i.bdag.nyid.yulsteng.du.gnas.pa. Med.na./ rang.nyid.mi.’byung.bala.rang.stobs.kyis.nges.pa.’dren.nus.pa.  Self‐importance, Auto‐importância thun.mong.ma.yinpa.ngar.dang.nga.yi.bar’dzin.pa’i’jig.lta.gnyis.po. gang.rung.gis.rten.byed.pa.las.sems.khengspa’am.mtho .ba’i.rnam.par. zhen.pa’i.byed.las.can.gyisems.byung.  Self‐respect, Auto respeito thun.mong.ma.yin.pa.rang.ngam.rang.gi.chos.rgyu.mtshan.du.byas.nas. kha.na.ma.tho.ba.Ia.’dzem.bar.byed.pa’i.byed.las.can.gyi.sems.byung.  Self‐satisfaction, Auto‐satisfação rang.gi.phun.tshogs.kyi.mtshan.ma.yid:la.byed.de.nyon.mongs.pa’i.spobs. pa.bskyed.cing.sems.rang.gidbang.du.byed.pa’i.las.can.gyi.sems.byung.  Self‐unascertainable ideal mmd, Mente válida não auto‐determinadora tshadmagang.zhigíranggi.gzhaLbya’i.bdag.nyid.yul.stengdu.gnaspa. med.naírang.nyid.mi.’byung.ba.Iagzhanstobs.kyis.nges.pa.’dren.dgos.pa.  Shamelessness, Desavergonhamento Bdag.gam.chos.rgyu.mtshan.du.byas.nas.kha.na.ma.tho.ba.la.mi’dzem. pas.rab.tu. phyeba’i.sems.byung.  Sleep, Sono 

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Sems.nyog.nyog.por.byed.de.dbang.shesyulla.]ug.pakun.sdud.par. byed.cing.sems.gang.gis.kyang.lus’dzin.par.mi.nus.par.byed.pa’ilas. can.gyi.sems.byung.  Spite, Maldade khro.ba’am.khon’dzin.sngon.du.song.bas.gzhan.gyis.nyes.pa.glengs.pa.na. zhc.’gras.pa.rgyun.du.byas.nas.tshig.rtsub.kun.nas.slong.ba’i.sems.byung.  Standard‐term, Termo Padrão don.de.la.’dod.rgyal.thog.mar.brda.sbyar.ba.yang.yin./don.de’i.ming. gi.gtso.bo.yang.yin.pa’i.gzhi.mthun.par.dmigs.pa.  Subject, sujeito rang.yul.ci.rigs.dang.ldan.pa’i.dngos.po.  Substantial cause, Causa substancial  dngos.bo.rang.gi.rdzas.rgyun.tu.gtso.bor.skyed.byed (that which principally produces effective phenomena within its substantial continuum), (aquele que principalmente produz um fenômeno efetivo dentro do seu contínuo substancial)  Subsequent cognition, Cognição Subsequente rtogs.zin.rtogs.pa’i.rig.pa.  Suppleness, Flexibilidade  sems.dge.ba’i.dmigs.pa.la.ji.ltar.’dod.pa.bzhin.du.bkol.du.rung.ba’i.lag. rjes.jog.par.byed.cing.lus.dang.sems.kyi.gnas.ngan.len.rgyun.gcod.par.  byed.pas.rab. tu.phye.ba’i.sems.byung.  Term, Termo don.gyi.ngo.bo.tsam.bstan.pa’i.gnyan.bya.  Term‐connecting conception, Concepção termo conetado don.ming.sbyar.nas.’dzin.pa’i.zhen.rig.  True apperceptive cognition, Cognição não perceptiva verdadeira rtog.pa.dang.bral.zhing.ma.’khrul.pa’i.’dzin.rnam.  True contemplative perception, Percepção contemplativa verdadeira rang.gi.thun.mong.mayin.pa’i.bdag.rkyen.du.gyur.pa’i.zhi.lhag.zung. ‘brel.gyi.ting.nge.’dzin.la.brten.nas.skyes.pa.gang.zhig./rtog.padang. bral.zhing.ma. ‘khrul.ba’i.’phags.rgyud.kyi.gzhan.rig.gi.mkhyen.pa.  True mental perception, Percepção mental verdadeira rang.gi.thun.mong.ma.yin.pa’i.bdag.rkyen.du.gyur.pa’i.yid.dbang.Ia. brten.nas.skyes.pa.gang.zhig./rtogpa.dang.bral.zhing.ma.’khruLpa’i. gzhan.rig.gi.shes.pa.  True perception, Percepção Verdadeira 

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rtog.pa.dang.bral.zhing.ma’khrul.ba’irig.pa.  True sense percepction,  Percepção sensorial verdadeira rang.gi.thun.mong.ma.yin.pa’i.bdag.rkyen.du.gyur.pa’i.dbang.po.gzugs. can.pa.la.brten.nas.skyes.pa.gang.zhig./rtog.pa.dang.bral.zhing.rna. ‘khrul.pa’i.rig.pa.  Ultimate truth, Verdade última don.dam.par. don.byed.nus.pa’ichos. (a phenomenon able to perform. an ultimate effect), (um fenômeno capaz de realizar um efeito último)  Unconscientiousness, Inconsciência le.lo.dang.bcas.pas.dge.ba.mi.zhing.zag.bcas.kyi.chos.la.sems.mi.bsrung. bar.bag.yangs.suci.bder.spyod.’dod.pa’i.las.can.gyi.sems.byung.  Vengeance, Vingança sngar.’di.dang.’di.zhes.bya.bas.gnod.do.ma.brjed.par.dam.du.’dzin.pa’i. sems.kyi.mdud.pa.ste.gnod.Ian.gyi.skabs.serns.pa’i.khong.khro’i.char. gtogs.gang.yinpa.  View of the transitory composite, Visão da composição transitória rang.gi.dmigs.yul.du.gyur.pa’i.nye.bar.len.pa’i.phung.po.la.dmigs.nas. bdag. dang.bdag.gi.ba’i.rnam.par.zhenpa’i.shes.rab.nyon.mongs.can  Wrath, Fúria khong.khro’phel.ba.las’phral.du.gnod.par.brtsam’dod.kyis.kun.tu. mnar.sems. pas.rab.tu.phye.ba’i.rig.pa  .

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Bibliografia    (A referência daqueles marcados com “P” são da edição Peking da Tibetan Tripitaka publicada pele Fundação de pesquisa Suzuki, Tokyo Kyoto, 1956)   Akya Yongdzin Blo.rigs. kyí.sdom.tshig.blang.dor.gsal.ba’i.me.long. Blockprint (publication date unknown) Translated Geshe Ngawang Dhargyey et al.. as A Compendium of Ways of Knowing. Dharamsala: Library of Tibetan Works and Archives, 1976.  Anacker, Stefan Seven Works of Vasubandhu, Lhe Buddhist Psychoiogícai Doctor. 1984.  Ãryadeva The Four Hundred. Catuhsatakasastrakarika Bstan.bcos. bzhi.brgya.pa.zhes.bya. ba’i.tshig.ie’ur.byas.pa. P. 5264, vol. 95.  Asanga  Compendium of Abhidharma. Abhidharmasamuccaya. Mngon.pa. kun.btus. P. 5550, Vol. 112.  Atreya, Jagat Prakash Mind and its Functions in Indian Thought. 1985. Buddha Dhammapada. Tr. Narada Mahathera. Caicutta: Mahabodhi Society, 1970.  Chandrakirti A Guíde to the Míddle Way. Madhyamakãvatãra. Dbu.ma. la.’jug.pa. P. 5262 and P. 5261, vol. 98.  Dharmakirti Commentary to Ideal Mind. Prarnãnavãrttíkakãrika. Tshad. ma.rnant’grei.gyi.tshig.ie’ur.byas.pa. P. 5709, vol. 130.  Govinda, Anagarika The Psychologicai Attitude of Early Buddhíst Philosophy. 1961.   Guenther, Herbert V. & Kawamura, L.S. Mind in Buddhist Psychology. Berkeley: Dharma Publ., 1975.  Gyatso, Losang Rigs.iam.che.ba.blo.rigs.kyi.rnam.gzhag.nye.mkho.kun. btus. Dharamsaia: 1975.  Gyatso, Tenzin, H.H. the XIV Dalai Lama The Buddhism of Tibet and Lhe Key to the Míddie Way. Tr. Jeffrey Hopkins. London: George, Alien and Unwin, 1975.  Kalupahana, David J.. The Principies of Buddhíst Psychoiogy. 1987. Komito, David Ross Nãgãrjuna’s “Seventy Stanzas” A Buddhist Psychology of Emptiness. Ithaca: Snow Lion, 1987.  Lati Rinpoche & Napper, E. (Transl) Mind in Tibetan Buddhism. Ithaca: Snow Lion, 1986.  Nãgarjuna The Friendly Letter, Suhriekka. Bshes.pa’i.spring.yig. P. 5682, vol. 129.  — The Precious Garland. Rãjaparikathãratnãvaii. Rgyai.po.la. gtam.bya.ba.rin.po.che’i.phreng.ba. P. 5658, vol. 129.  Purchog Yongdzin Jhampa Collected Topics. Tshad.ma’i.gzhung.don. ‘byed.pa’i.bsdus.grva’i.rnam .par.bshad.pa.rigs.lam.’phrui.gyi.ide.míg. Tashi Jong: Offset print (date unknown). 

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 Purchog Yongdzin Jampa Yul.can.dang.bio.rigs. kyi.rnam.par.bshad.pa. Blockprint (date unknown).  Rabten, Geshe Close Placement of Mindfulness in the Mahãyãna. Ir. Stephen Batchelor. Tharpa Choeling: 1978. —  Echoes of Voidness. Ir. and ed. Stephen Batchelor. London: Wisdom Publications, 1983. —  The Lífe and Teachings of Geshe Rabten. Ir. and ed. B. Alan Wal!ace. London: George, Ailen and Unwin, 1980. —  Introduction to the Different Levels of Consciousness and their Application in Meditation. Tr. Gonsar Iuiku, ed. Stephen Schettini. Tharpa Choeling: 1977. —  Mind and Mental Factors. A List of Deftnitions. Mont Pèlerin: Tharpa Choeling,1981.  Shãntideva A Guide to the Bodhisattva’s Way of Life ‘Bodhicharyãvatãra Ir. Stephen Batchelor. Dhararnsala: Library of Tibetan Works and Archives, 1979.  Sopa, Geshe and Hopkins, Jeffrey Practice and Theory of Tibetan Buddhism. London: Rider, 1976.  Tsong Khapa The Great Exposition o Stages of the Path. Lam.rim. chen.no. Dharamsala: Sherig Pharkang, Blockprint (date unknown).  Vasabhandu Commentary to the Treasury of Abhidharma. Abhidharma kosabhãsya Chos.mngon.pa’i.mdzo. d.kyí.bshad.Pa P. 5591, vol. 115. —  Treasury of Abhidharma. AbhidharmakosakZtrika. Chos.mngon.pa’i.mdzod.kyi.Lshig.ie’ur.byas.Pa.  P. 5590, vol. 115.   Yeshe, Lama Thubten Mind and Mental Factors. Jãgerndorf: Aryatara, 1986.  

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     Estudo Comparativo dos Livros  

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 Resumo comparativo 

Entender a Mente – Geshe Kelsang Guyatso  A Mente e suas Funções – Geshe Rabten  A Mente no Budismo Tibetano – Lati Rinpoche – somente para Tópico 1 e consultas para outros tópicos.  Tópico 1: A Origem, importância e características destes ensinamentos: 

 a. Na índia – Dignaga (480‐540 dC) e Dharmakirt (600‐660 dC); b. A base filosófica; c. No Tibete.‐ formação do currículo nas universidades;. d. A importância e natureza da mente no Budismo; e. A função destes ensinamentos no processo de aprendizagem;  

Tópico 2  

Entender a Mente  A Mente e suas Funções    Possuidoras de Objeto Sons expressivos (fonemas, nomes, frases) Mentes; Pessoas 

Sujeito • Sons Articulados (termos, frases e letras) • Mente; • Pessoas. 

 Tópico 3  Entender a Mente  Mente e Suas funções    Mentes Conceituais  Concepção (Cap. 2 Item II) Mentes não conceituais  Percepção (Cap 2 item I)  Tópico 4  Entender a Mente  Mente e Suas funções    Percepção Sensorial  Percepção (Cap 2 item I)) Percepção Mental  Percepção (Idem)  Tópico 5 – Divisão em sete tipos de mentes  Entender a Mente  Mente e suas Funções    Percebedores diretos  Percepção válida (Cap. 3 item II) Conhecedores Inferidos  Concepção válida (Inferência) (Cap. 3 item III) Reconhecedores  Cognição Subseqüente Crenças Corretas  Crença Correta Percebedores não‐determinadores  Percepção desatenta Dúvidas  Indecisão Percepções Errôneas  Cognições Errôneas 

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Tópico 1 ‐ : A Origem, importância e características destes ensinamentos:  

Origem na Índia – Dignaga (480‐540 dC) e Dharmakirt (600‐660 dC)  

Os Livros de Lati Rinpoche e Geshe Rabten citam como fonte original o Comentário de Dharmakirt ao Compêndio de uma Cognição Válida de Dignaga. O livro Entender a Mente não explicita esta fonte mas cita muitas vezes estes eruditos.  Dignaga e Dharmakirt foram os criadores da escola Epistemológica na Univ. de Nalanda. Nalanda: ( século II até final do sec. XIII) Também a origem de Asanga (linhagem do método) e Nagajurna (linhagem da sabedoria)  Nagarjuna, o famoso filósofo Mahayana (segundo século d.C)., começou seus estudos em Nalanda e, mais tarde, tornou‐se  seu  abade  principal. Alguns  outros mestres  proeminentes  conectados  com Nalanda  foram Aryadeva  (começo do quarto século), Asanga (quinto século) e seu irmão Vasubandhu”. Após Vasubandhu, os abades supremos de Nalanda foram  cronologicamente  Dignaga,  Dharmapala,  Silabhadra,  Dharmakirti,  Santarakshita  e  Padmasambhava.  Outros nomes ligados a Nalanda: Saraha e Naropa. Nalanda  tinha três bibliotecas, uma delas em um prédio de 9 andares. Chegou a ter 1500 professores e 10 mil monges.  História de Dignaga da pág. 107 Entender a Mente.  Mente válida: Pramãna Estes ensinamentos são conhecidos como Pramãna em sânscrito  (ou prâmana em português) que siginifica Mente válida: Pra: incial, fresca, principal ou melhor e mana siginifica cognição ou consciência. (MF)  Em tibetano: Blo‐rig ou Lo‐rig: Blo significa conhecimento e Rig pa conhecedor (MBT);  

A base filosófica destes ensinamentos  Estes ensinamentos têm como origem filosofica a escola Hinayana Sautrantika; As quatro escolas (Hinayana: Vibasikas e Sautrantikas e Mahayana: Citramatrins e Madhyamikas) são considerados ensinamentos progressivos; (MF) O ponto essencial de todas essas visões é que a libertação do sofrimento não pode ser encontrado fora da mente, então se quisermos nos livrar de problemas e atingir paz e felicidade duradoura, temos que aumentar nosso conhecimento e compreensão da mente. (EM)   

No Tibete.‐ formação do currículo nas universidades:  

No Tibete é estudado nos currículos das Universidades Budistas, nas Universidades Gelupas é o segundo tópico em importância, depois da Perfeição da Sabedoria;  Tsongkapa escreveu um texto chamado A Porta de Entrada para os Sete Tratados.   

A importância e natureza da mente no Budismo;  

O papel chave da Mente no Budismo  Para  ilustrar  a  posição  central  da  mente  no  Budismo,  uma  das  mais  conhecidas  escrituras  Budistas  ,  o 

Dhammapada,  abre com o seguinte verso. 

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 “Mente é o precursor de (todas más) condições. Mente é o comandante; e elas são mentes produzidas. Se, com uma Mente impura, alguém fala ou age, então dor segue alguém exatamente  como uma roda, (segue) o casco do boi. Mente é o precursor de (todas as boas) condições. Mente é comandante; e elas são mentes produzidas. Se, com uma mente pura, alguém fala ou age, então felicidade segue alguém exatamente como a sombra que jamais se retira.” 35

 Nas escrituras do sutra mahamudra está dito:  

Se realizares tua própria mente, tornar‐te‐ás um Buda; Não deves procurar a budeidade em nenhum outro lugar 

 Buda Ensinou que a mente tem o poder de criar todos os objetos agradáveis e desagradáveis.   Não há outro criador além da mente. Somos escravos da nossa mente, o autêntico criador.   

A função destes ensinamentos no processo de aprendizagem;  O Darma é puro, o objetivo do praticante é fundir sua mente com o Darma; Este processo de fusão se dá através da familiarização (Meditação); Este ensinamento apresenta as funções da mente e um método de treinamento do estudante no processo de discriminação (agregado) Mostra as etapas que permitem obter realizações do Darma. 

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Livros  Tema e conceito  Características, Geração e aplicação ao Darma  

Classificação 

Entender a Mente 

Possuidores de Objeto:  é uma coisa funcional que expressa ou conhece um objeto. 

Todos os fenômenos são objetos (a serem conhecidos, apreendidos), os três (SE, Pessoas e Mente) são também possuidores de objeto. Os Objetos e os PO são mutuamente dependentes; Tudo o que existe é um objeto da mente, não existe mente sem objeto. Não é possível a existência dos  três tipos de PO sem o objeto particular.  

Sons Expressivos: expressam objetos específicos;  Pessoas: conhecem (aprendem) objetos com suas mentes; Mentes: sua função principal é conhecer (aprender) objetos. 

A Mente e suas Funções 

Sujeito(literalmente: objeto‐possuidor) é definido como uma entidade efetiva dotada com seu próprio objeto de qualquer tipo. 

Sujeito e Objeto são entidades mutuamente dependentes, não podemos considerar um sem referir‐se ao outro; Todos os sujeitos, em virtudes deles serem fenômenos existentes, são necessariamente objetos de outro sujeito. 

Mente, Pessoas e Sons Articulados 

Entender a Mente 

Sons Expressivos é  um objeto de audição que torna compreensível o objeto exprimido, é necessariamente a fala de uma pessoa, produzida pelo poder de sua motivação. . 

Geração: Todo o som expressivo são produzidos pela motivação de um falante, portanto, se originam na mente. Nomes são produzidos na dependência na dependência de fonemas, e frases, na dependência de nomes. Sons expressivos são muito úteis porque constituem os principais meios de comunicação. (Aprendemos o Darma) Nossa compreensão do Darma fundamenta‐se em ouvirmos os ensinamentos e discutirmos seu significado; Além disto, já que a palavra escrita se baseia na linguagem falada, tudo aquilo que lemos depende de sons expressivos. Toda a realização no sutra e no tantra advém do estudo e prática dos sons expressivos supremo, o Darma. 

Fonema é uma vocalização que serve para a composição de nomes e frases; Nome é um objeto de audição que, principalmente, expressa a designação de um fenômeno. Existem dois tipos:  originais (ex. Edison) e subseqüentes (seu nome secundário Ex. Pelé) divide‐se em dois tipos: baseado na similaridade e baseado na relação; O nome do objeto não é uma característica natural do objeto mas algo imputado a ele de acordo com as convenções; Todos os objetos são meramente imputados na dependência dos seus nomes, portanto não existem inerentemente.  Ex. uma pessoa chamada Pedro; 

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Se estudarmos esse assunto de forma aprofundada, desenvolveremos um conhecimento válido sobre as duas verdades, a convencional e a última. Frase é um objeto de audição que revela um sentido ao ligar um nome a um predicado. Ex. O cão é preto. 

A Mente e suas Funções 

Sons Articulados: São sentenças coerentes e articuladas, definidas como audível e denotam que articulam por meio de um sinal.  

Sons são sujeitos no sentido de denotarem objetos, mentes são sujeitos no sentido de apreenderem objetos. 

Divisão: Termos: são unidades simples de fala que usamos para denotar objetos nos quais falamos e pensamos; São como tijolos na construção da língua; Existem dois tipos: termo‐padrão (é principal e dado originalmente) e termo comum (cunhado em um momento subseqüente) divide‐se em similaridade (apelido) e relacionamento, Termo comum por relacionamento é divido em relacionamento natural e relacionamento causal; Relacionamento causal se divide em: designados da causa para o resultado (sol) e do resultado para a causa (inferência‐por‐outros) ec. Equip. elétrico por luz; Frases: é definida como um audível expressivo que conecta uma qualidade para sua base; Letras: é um som claro que age como base para uma composição de termos e frases. 

Entender a Mente 

Pessoas são  p.o.  porque conhecem objetos com suas mentes.  Pessoa é um eu imputado na dependência de qualquer dos cinco 

Relação dos agregados com os 51 fatores mentais (mentes secundárias ‐  aquilo que vem da mente). Pg.21 e anexo I. A função de uma pessoa é realizar ações e experienciar seus resultados; 

Divisão Dupla: Budas e Não‐Budas e Seres comuns e seres superiores.  Divisão Quintupla: Budas, Bodhisatvas, 

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agregados.  Pessoa, ser, self e eu são sinônimos.  

Esta função depende dos agregados sensação (experienciar) e discriminação (realizar ações); O eu é imputado na hora que a consciência ingressa no útero materno. Precisamos compreender a natureza convencional (ações e resultados) e última de pessoa., assim evitaremos ações que trazem sofrimento e realizaremos ações que trazem felicidade.  

Conquistadores Solitários e Ouvintes e seres migrantes. 

A Mente e suas funções 

A pessoa ou personalidade é simplesmente o “eu” imputado sobre qualquer dos cinco agregados psicológicos. È um fenômeno transitório que não é incluído nas categorias mentais. 

A pessoa é dita ser um sujeito porque todos os seres individuais aprendem objetos; Não se refere somente a um ser humano mas a animal, seres divinos, etc. Uma certa auto‐identidade, um senso dominante de “eu”; A necessidade de analisar e compreender a natureza deste fenômeno “eu”.  

 

Entender a Mente 

Mente  Mentes são p.o. porque sua função principal é conhecer objetos.  Mente é aquilo que é clareza e que conhece. Clareza se refere à natureza da mente e a palavra conhece a sua função. Pensamento, percepção, mente e conhecedor são sinônimos.  

Do ponto de vista de como é gerada tem duas divisões: Percepção sensorial (cinco divisões) e percepção mental. Existem três níveis de percepção mental: densa (mentes despertas comuns), sutil (se manifestam no sono, na morte, estágio de conclusão e equilíbrio meditativo, se manifestam quando os ventos interiores se juntam no canal central) e muito sutil (tem sede no coração, é conhecida como mente raiz, a única que migra). pg. 26. A mente tem dois tipos de causas: substancial (continuo anterior) e contribuinte (percepção mental e sensorial). 

 Classificação na pg 27 Divisão dupla: Mentes conceituais e não conceituais; Divisão dupla: percepção sensorial e percepção mental; Divisão sétupla: 1)Percepedores diretos, 2) Conhecedores inferidos, 3)Reconhecedores, 4)Crenças Corretas, 5)Percebedores não determinadores, 6)dúvidas e 7)percepções errôneas. Divisão dupla: Conhecedores válidos e Não válidos; Divisão dupla em: Mentes primárias e Fatores mentais (51) a segunda parte do livro.  

A Mente e suas Funções 

Mente é claridade e cognição. Claridade refere‐se a sua não materialidade. 

Por confundir a mente com o corpo, o cérebro, a força vital, com os órgãos sensoriais, ou como algo físico dentro do corpo, consideram seu tempo de vida igual 

 Divisão dupla: Percepção e Concepção Divisão sétupla: 1)Percepção válida, 2) Concepção válida 

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Cognição é a faculdade de apreensão da consciência que funciona ao ver formas, ouvir sons, tanto quanto em todos os tipos de reflexão, inferência e compreensão. Cognição é um fenômeno momentâneo que mantem seu próprio continuo causal.          

ao corpo ou mesmo dificulta a compreender a continuidade da mente e a existência de vidas passadas e futuras. Esta é a concepção mais inauspiciosa existente pois conduz as pessoas a uma vida hedonista e materialista. Os problemas se tornam limitados a esta vida e preparações para vidas futuras não são realizadas. A raiz de todas estas concepções errôneas e  problemas pode ser delineada pela falsa apreensão da natureza da mente. Continuaremos neste circulo de nascimento até que um esforço seja feito para alterar seu curso; Conseqüentemente, com tal compreensão, a maneira pela qual nós, presentemente, concebemos a nossa auto‐existência e o nosso estado de existência será drasticamente alterado e uma nova e mais expansiva visão da vida se tornará acessível para nós. 

(inferência);  3)Cognição subseqüentes, 4)Crença Correta, 5)Percepção desatenta, 6)indecisão e 7)Cognições errôneas. Divisão dupla em: Mentes primárias e Fatores mentais (51) a segunda parte do livro.  

 

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Anexo 1 – Correlação entre os cinco agregados e os 51 fatores mentias   

 

Cognição válida e os sete tipos de mente

Lorig - Pramana

Os cinco agregados:

1) Nome e Forma;

2) Consciência;

3) Sensação;

4) Discriminação;

5) Ações (fatores de composição).

Os 51 Fatores Mentais: Os 5 fatores acompanhantes:

1) Sensação, 2) Discriminação; 3) Intenção; 4) Contato; 5) Atenção.

Os 5 fatores mentais determinadores de objeto;

6) Aspiração; 7) Firme apreensão; 8) Contínua lembrança; 9) Concentração; 10) Sabedoria.

Os 11 fatores mentais virtuosos:

11) Fé; 12) Senso de vergonha; 13)Consideração; 14)Antiapego; 15)Antiódio; 16) Antiignorância; 17) Esforço; 18) Maleabilidade mental; 19) Conscienciosidade; 20) Equanimidade; 21) Antinocividade. As seis delusões raízes: 22) Apego desejoso; 23) Raiva; 23) Orgulho deludido; 25) Ignorância; 24) Dúvida deludida; 25) Visão deludida;

As 20 Delusões secundárias: Agressividade; Ressentimento; Rispidez, Inveja, Avareza, Dissimulação, Hipocrisia, Recusa, Vaidade, Nocividade, Falta de vergonha, Desconsideração, Obtusidade, Distração, Excitação mental, Antifé, Preguiça, Anticonciosidade, Esquecimento deludido, Antivigilância. Os quatro fatores mentais mutáveis: Sono, Arrependimento, Investigação e Análise.

 

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Tópicos 3 e 4‐  Capítulos Mentes Conceituais e não conceituais, Percepções sensoriais e mentais (EM) e  Cap. Dois Percepção e Concepção (MF)) Entender a Mente – Geshe Kelsang Gyatso  Mente e suas Funções ‐  Geshe Rabten Mentes Conceituais e Mentes Não‐conceituais: Do ponto de vista de como a mente se conecta aos seus Objetos , elas podem ser divididas em dois tipos: Conceituais e não‐conceituais. Mentes não‐conceituais conectam seus objetos diretamente. Mentes conceituais conectam seus objetos por meio de uma imagem genérica. Uma das funções da MC é de lembrar coisas e são fundamentais para desenvolver Percebedores diretos Yóguicos. 

Percepção e Concepção: Percepção é um estado não conceitual de mente, que pode ser um dos cinco sentidos, ou um certas cognições mentais imediatas. Concepção: refere‐se a um estado mental conceitual, uma cognição mental que não nota seus objetos imediatamente ou apenas como uma percepção, mas conhece então através de uma imagem mental. Percepção é, essencialmente, uma forma de cognição receptiva e não refletiva, enquanto que concepção é responsiva e refletiva. 

Mentes Conceituais: Pensamento que aprende o objeto por , meio de uma imagem genérica. Imagem Genérica é o objeto aparecedor de uma mente conceitual. Existem cinco tipos de objetos: Objeto aparecedor, observado, conectado, apreendido e concebido. Pg.32 A natureza da mente conceitual é clareza que carece totalmente de forma e tem o poder de perceber objetos – ou seja – MC não difere das outras mentes, o que diferencia das demais é a sua função. Função: imputar nomes, fixar o objeto de meditação. Todos os fenômenos são imputados pela mente conceitual. A primeira vez que realizarmos a vacuidade será através de uma MC, se meditarmos continuamente realizaremos a vacuidade de forma direta, neste momento nossa realização conceitual se transformará em um percebedor direto yóguico.  Classificações e a forma como são geradas: 

1) MC que percebem a imagem genérica pela força de ouvir, ler, 2) pela força de contemplar 3) e pela força das marcas anteriores.  

Divisão dupla de Corretas e não  corretas (não existem).  Aplicação à prática do Darma: Todos os objetos de meditação como Lamrim etc.  Obs.: Geshe Rabten inclui dentro de Concepção e Percepção as divisões que Geshe Kelsang Gyatso faz (Mentes conceituais e não conceituais e Percepção Mental e Percepção Sensorial) Lati Rinpoche diferencia em consciência mental e consciência sensorial, 

Concepção É por meio de pensamento e concepções que, conscientemente, respondemos aos objetos percebidos pelos sentidos. É através de processos conceituais que o homem tem construído sistemas filosóficos e psicológicos, invenções tecnológicas e a própria ciência. Do mesmo modo concepção é responsável por falácias que nos conduzem a condição da existência cíclica. Todas as respostas emocionais internas de nossas experiências e fluxos de pensamentos são concepções. Concepção necessita somente da condição dominante e imediata.  Imagem Mental:  O elemento mais característico de uma cognição conceitual é a sua apreensão de um objeto através de uma mistura dele com uma imagem mental. A cognição conceitual é incapaz de distinguir entre o objeto com sua objetividade existente e a sua própria imagem mental subjetivamente projetada. O exemplo de alguém que precisa de um óculos para enxergar e não consegue distinguir a lente do objeto visto.  Por essa razão ela é chamada de enganosa  no modo como aparece. Divisões: Concepção baseada em uma imagem experimental e nominal: IE: depende de uma experiência direta e IN é somente na mente como imaginar a cidade Roma sem nunca ter ido lá. Concepções Termo‐conectadas e Fato‐conectadas: TC é uma concepção que apreende um objeto conectando um termo a ela. Ex. uma mesa. FC apreende um objeto através de uma qualidade. Concepção Verdadeira e Falsa: Por exemplo som é permanente (falso) 

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Consciência conceitual e não conceitual.   

Lembrança e imaginação futuro‐orientada: Percepções são relacionadas com objetos presentemente existentes, enquanto concepções além de serem presentes podem também estarem no passado e no futuro (relembrar experiências e planejar o futuro). No Darma continua lembrança e aspiração.  Objetos – Capítulo Cinco  Conceito: é algo da natureza na qual torna‐se mais e mais claro enquanto for analisado pela mente, algo que possa ser corretamente conhecido e compreendido pela mente. Objeto, existente, entidade conhecível, e fenômenos são sinônimos.  Divisões de objeto: Quatrupla: 

a) Objeto aparecido: é o objeto que aparece para uma cognição, para concepções a imagem mental é considerada o objeto apareceido. 

b)  Objeto Principal: objeto em que a mente demonstra primeiramente seu interesse, um aspecto particular em um campo inteiro, qualquer objeto apreendido é também principal. Objeto aparecido e principal de uma mente conceitual são fenômenos exclusivos.  

c) Objeto concebido: Somente uma mente conceitual é dotada de um objeto concebido. 

d) Objeto referente: é o objeto base na qual a mente refere‐se ou faca‐se enquanto apreende certos aspectos. 

Objetos diretos e indiretos:  Objeto direto é o que aparece para uma cognição que o compreende, seu aspecto principal aparece para a mente que o apreende. Objeto Indireto:  é também um objeto principal mas que o seu aspecto não aparece Objetos Evidentes: pode ser percebido imediatamente pelos sentidos; Objeto levemente oculto: pode ser inferido por raciocínio lógico. Objetos extremamente ocultados: somente por crença e fé. Ex. um carma específico. 

Mentes não conceituais: É um conhecedor para o qual o objeto aparece claramente, sem  se misturar com uma imagem genérica. Embora nas Mentes não conceituais o objeto 

Percepção:Percepção sensorial e Percepção mental: PS refere‐se a toda cognição não‐conceitual que são dependentes do 

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apareça claramente em algumas mentes conceituais com concentrações claras e fortes seus objetos também aparecem claramente.  Classificação: Percepções Sensoriais e Percepções Mentais não conceituais:  Percepções Sensoriais: Todas as percepções sensoriais são mentes não conceituais. PM não conceituais: Percebedores diretos não conceituais (clarividência); percebedores yóguicos e Percebedores mentais não‐conceituais que não são nenhum deles. (ex. sonho); (Observe a potencialidade de análise do sonho  já que aparece  claramente sem se misturar com uma imagem genérica) Correta: objeto apreendido existe; Errônea: Objeto apreendido não existe (ex do pano que parece uma cobra). Geração: As cinco PS são  geradas a partir do contínuo anterior e do encontro das suas FS com o objeto sensorial correspondente. PM não conceituais são geradas a partir do seu próprio contínuo e de sua condição dominante, a faculdade mental. Aplicação ao Darma: Atualmente não podemos utilizar as PM não conceitual em nossas vidas diárias, somente as PS.  

originado em um órgão sensorial (condição dominante), uma forma externa (condição‐objeto) e um estado cognitivo prévio (condição imediata). PM são similares às percepções sensoriais, a condição dominante passa a ser o órgão mental.  Percepções verdadeiras e falsas: PF: quando existe um defeito no órgão sensorial; PV são divididas em :  (1) Percepção sensorial verdadeira: Uma cognição não‐enganosa, livre de conceitualidade que surge para um órgão sensorial físico como sua condição dominante. “Livre de conceitualidade” siginifica que é clara e imediata. (2)  Cognição  Perceptiva  e  Não  perceptiva:  Todas  as  experiências cognitivas  existem  por  elas  mesmas.  Elas  possuem  uma  qualidade  de  autoconsciência  inerente.  Esta  qualidade  de  consciência  é  chamada  de cognição perceptiva*.   Cognição perceptiva  são exclusivamente percepções. Elas são, somente, estados da mente com seus objetos e, além do mais, elas são, substancialmente identificadas com estes estados mentais. Eles  jamais observam  algum  fenômeno  externo. Cognição não perceptiva, por  outro lado, são  todas as cognições que apreendem, seja conceitualmente ou não conceitualmente,  objetos  externos,    tanto  quanto  cognições  que  não  são substancialmente  identificados  com  elas  próprias.    Esta  categoria  inclui todos as percepções sensoriais e estados conceituais de mente tanto quanto percepções  mentais  que  percebem  objetos  externos.  Cognição  não perceptiva tem a definição característica de suportar o aspecto de um objeto perceptível,  enquanto  que  cognição  perceptiva  tem  a  definição característica de suportar o aspecto de uma percepção.  Lati Rinpoche: Os postuladores da sua existência afirmam que seu funcionamento torna possível a memória. Ele não tem uma função ativa introspectiva ou de auto‐conhecimento como seu nome sugere, desta maneira é conduzido por um fator mental chamado introspeção, o qual pode acompanhar uma consciência principal. 

Do ponto de vista da condição dominante  particular, as mentes podem ser divididas em dois tipos: Percepção sensorial e Percepção mental. 

 

Percepções Mentais Percepção mental é uma percepção que se desenvolve na dependência de sua condição dominante particular , uma faculdade mental. 

(2) Percepção mental verdadeira: Uma percepção mental verdadeira* é definida como uma não enganosa, cognição não aperceptiva, livre de conceitualidade, que surge na dependência do órgão mental com sua 

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Faculdade mental é por definição uma mentalidade que atua, principalmente, para produzir de modo direto o aspecto particular de uma percepção mental. Sinônimo de Mente Conceitual. Classificação dupla: Conceitual e não conceitual (contradição com a  nomenclatura utilizada por Geshe Rabten) Percepção mental e mente conceitual são sinônimos. De acordo com os Sautrantikas, todos os percebedores diretos mentais, os auto conhecedores e os percebedores diretos Yóguicos são percepções mentais não conceituais. Classificação tripla: Virtuosa, não virtuosa e neutra.  Percepção mental conceitual não virtuosa são as causas das delusões: Toda a não virtude nasce das delusões, e as delusões nascem de quatro causas:  raiz (auto‐agarramento), semente (potencial cármico) , objeto (contaminado), atenção imprópria (pág.46). Ler Nagarjuna disse que nossas mentes podem ser como inscrição em água, pedra e areia. As PMC virtuosas abrangem todas as etapas do caminho. Todas as mentes virtuosas nascem de quatro causas: as marcas, o objeto (Três Jias, Mestre e amigos espirituais), a atenção apropriada e as bênçãos inspiradoras dos Budas. Geração: uma percepção mental é gerada na dependência de duas condições: a dominante (faculdade mental) e a imediata (uma percepção). Aplicação a prática do Darma: são necessárias para meditar, contemplar. No início nossa meditação é conceitual depois torna‐se não conceitual. 

condição dominante. Ex.  a consciência elevada do estado mental de uma outra pessoa. é somente possível para alguém que atingiu uma tranqüilidade mental e então procede para desenvolver o principio fundamental desta habilidade.   (3)  Cognição  Perceptiva:  é  definida  como  uma  cognição  não  enganosa, livre  de  conceitualidade,  que  suporta  o  aspecto  de  uma  apreensão. Na verdade  toda   cognição aperceptiva são não enganosa e não conceitual e, conseqüentemente,  estas  características    são  aplicáveis  a  qualquer  estado aperceptivo da mente.    (4) Percepção contemplativa verdadeira. É definida como uma cognição não aperceptiva na mente de um Arya que é não enganosa e livre de conceitualidade, e na qual surge na dependência de uma concentração unifocada de uma mente tranqüila e um insight penetrativo como sua condição dominante. 

Percepções Sensoriais É uma percepção que se desenvolve na dependência de uma condição particular, uma faculdade sensorial que possui forma. São sempre  neutras; As principais Funções: Ver formas visuais, ouvir sons, etc.; As Percepções sensoriais ajudam na prática do Darma, podemos ler ensinamentos, ouvir, etc. Se uma percepção sensorial se manifestar quando estivermos meditando unifocadamente sobre um objeto, nossa concentração será imediatamente desviada para outro objeto. É como um espinho pontiagudo fosse espetado em nosso corpo. Por essa razão, muitos meditadores que enfatizam a aquisição do tranqüilo‐permanecer desenvolvem renúncia pelas percepções sensoriais. 

 

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Pág. 42 As percepções sensoriais de outros reinos. Classificação em 5 tipos – 5 sentidos.  As faculdades sensoriais são “um poder energia interior” que reside no exato centro de cada órgão sensorial. O Caminho para Iluminação fala em Cinco ramos do vento, sustenta cada função pág. 197  Cap. Morte e Renascimento. Lati Rinpoche chama de  matéria clara. Geração (ambas): Condição dominante (comum,‐ ex. a luz ‐  e particular – são características individuais ou problemas) e imediata (contínuo anterior ou faculdade mental). Aplicação a prática do Darma: Ouvir, ler o Darma. 

    

Entender a Mente ‐   A Mente e suas Funções Conhecedores Válidos e não válidos   Mente Válida: Capítulo 3 Definição: é um conhecedor  não‐enganoso ou completamente confiável em relação ao objeto conectado.  O termo pode ser aplicado de três maneiras: 1) Professores válidos, é definido por Darmakirt no segundo capítulo do Comentário à Cognição válida como aquele que possui conhecimento inequívoco e completo de: a) todos os objetos a serem abandonados; b) dos métodos para abandoná‐los; c) dos objetos a serem praticados;  d) dos métodos para praticá‐los;  a) Disposição para revelar tudo isso aos outros, motivado por compaixão. 2) Ensinamentos válidos: é por definição, uma instrução que explica sem erro os quatro itens acima. 3) Conhecedores válidos: a prática do Darma consiste essencialmente em obter conhecedores válidos de todos os objetos de meditação das etapas do caminho e, dessa maneira, erradicar as percepções errôneas. Precisamos de CV que realizam os objetos a serem abandonados e dos que realizam os objetos a serem praticados.  Crenças corretas, percebedores não determinadores, dúvida e percepções errôneas são conhecedores enganosos. 

Etmologia e Definição Em Sânscrito o termo para mente válida é prãmãna. Pra significa inicial, fresca, principal ou melhor; Mana significa consciência ou cognição.  Toda mente válida possui três características: Inicial, infalível e cognoscente..  Inicial: ato cognitivo inicial sem qualquer série de cognições co‐relacionadas, isto elimina as cognições subseqüentes. Infalibilidade: uma mente válida compreende seu objeto verdadeiramente, é capaz de determinar corretamente o objeto e eliminar concepções errôneas em relação a ele. Cognição: toda mente válida é uma cognição, isto é para eliminar a idéia errônea de que uma mente válida não consciente possa existir.  Divisão etmológica de válida: (Capítulo 3 ítem V)  O termo válido (prãmãna) é usado também para expressar pessoas válidas e fala válida. Pessoa válida: Um Buda (cap 2 do Comentário de uma Mente Válida de 

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Crenças corretas não penetram seu objeto com profundidade suficiente para eliminar todos os enganos ao seu respeito, deixando‐nos vulneráveis a dúvidas e percepções errôneas. No momento, a maior parte da nossa compreensão do Darma é constituída de crenças corretas. Devemos distinguir Crenças corretas de Conhecedores válidos, caso contrário podemos desenvolver presunção.  Função dos conhecedores válidos: A função principal é agir como oponentes às percepções errôneas.   Classificação dos Conhecedores válidos: 

1) Conhecedores válidos diretos: realizam objetos manifestos (independe de razões lógicas); ex. percebedores diretos sensoriais, mentais e yóguicos 

2) Conhecedores válidos inferidos: realizam objetos ocultos (depende de razões lógicas corretas), existem três, por meio de um fato, crença e costume. 

  

Darmakirt); Fala válida: é aquela no qual o sentido comunicado é não enganoso e de benefício para os outros que estão se esforçando para atingir a liberação;  Divisão não contemplada no livro Entender a Mente Mentes Válidas auto‐determinadoras e Não auto‐determinadoras (Capítulo 3 ítem IV)  MV auto‐determinadoras significa que além de serem válidas, ela é capaz, de conduzir para uma certeza pela sua própria força. Ela não existiria, caso o componente essencial fosse retirado do seu campo de referência. Ex. uma figura muito familiar com os nossos pais. Divisão em cinco tipos: i percepção sensorial válida de uma função evidente. Um exemplo de tal percepção seria a apreensão sensorial que fogo tem a função de queimar madeira. ii Percepção sensorial de um objeto familiar. Através da força da familiaridade com um objeto, certeza de como o que ele é corre rápido e facilmente. iii., iv, v Estas são a cognição perceptiva válida, percepção contemplativa válida, e respectivamente uma inferência válida. Além do mais, devemos compreender, agora, que elas são exclusivamente estados mentais autodeterminadores. Por isso uma mente válida autodeterminadora é uma na qual o objeto compreendido é o mesmo do componente essencial do qual é compreendido.  MV Não auto‐determinadora é aquela que não tem a capacidade para conduzir a uma certeza pela sua própria força., ela depende de  da força de uma outra cognição a fim de conduzir para a certeza. Ex. ao ouvir um reino no motor do caso, você precisa de uma nova cognição para saber a verdadeira causa deste ruído. Divisão em seis tipos: i Uma mente válida para qual o que aparece é autodeterminador  mas  a real natureza do objeto é não autodeterminadora. Um exemplo disto seria uma percepção verdadeira que apreende uma mancha longínqua  de aparência vermelha, pela distância está incerto se é ou não a aparência de um fogo, quando de fato  é. ii  Uma mente válida para qual a característica universal do objeto é 

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autodeterminador  mas  a característica particular é não autodeterminadora.  Um exemplo seria a percepção sensorial verdadeira que apreende a árvore enquanto é incerto se ele é ou não uma árvore de sândalo, quando de fato ela é. iii  Uma cognição que torna‐se uma mente válida não autodeterminadora apesar do objeto ter aparecido. Um exemplo deste seria a percepção sensorial verdadeira de uma mancha de aparência azul que conduz para uma dúvida se foi vista tal mancha de aparência azul ou não. iv Percepção verdadeira inicial. Um exemplo seria a percepção sensorial da cor vermelha de  uma rosa na mente de alguém que jamais tenha visto uma rosa antes. v Percepção verdadeira indireta. Um exemplo deste seria uma percepção sensorial de um som na mente de uma pessoa que é fortemente atraída por uma forma visual maravilhosa. vi Percepção verdadeira que é uma fonte de engano.Um exemplo disto seria uma apreensão sensorial verdadeira do aspecto de uma miragem que diretamente provoca o erro que a miragem é água.    

Conhecedores não válidos: é um conhecedor enganoso em relação ao seu objeto. Existem dois tipos: Não conceituais: percepções sensoriais errôneas, percebedores sensoriais não determinadores Conceituais: Percepções mentais errôneas (delusões); Crenças corretas e dúvidas.  

Cognições Errôneas (Capítulo Quatro, item V) Definição: Uma cognição que aprende seu objeto de uma maneira errônea. Divisão: Percepções e Concepções errôneas Percepções Errôneas: Uma cognição não conceitual que aprende seu objeto de uma maneira errônea. Divisão: Percepção sensorial e mental Errônea.  Percepções sensoriais errôneas: Divisão de PSE: de acordo com o local onde o engano encontra sua fonte. 

a) PS para qual a fonte de engano existe com o objeto (ex. girar um incenso em brasa); 

b) PS para qual a fonte de engano é o órgão sensorial (ex. icterícia); c) PS para qual a fonte de engano não existe (carro em movimento); d) PS para qual a fonte do engano existe como condição imediata 

(mente tomada de raiva). Percepção mental errônea: pensar que realmente  que as pessoas em nosso sonho estavam lá realmente. A presença é apenas o resultado de uma excitação mental. Concepção Errônea: é uma concepção falsa que não está de acordo com a realidade. 

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Entender a Mente ‐ Divisão Sétupla  A Mente e suas Funções Esta divisão  sétupla abrange todas as mentes; A finalidade de estudá‐las é aprendermos a distinguir entre mentes válidas e não válidas, e conhecer as etapas que devem ser seguidas para atingirmos realizações de Darma. 

 

Percebedores Diretos: É um conhecedor que apreende um objeto manifesto. São mentes não conceituais que percebem seus objetos diretamente sem se apoiarem em razões. Classificação:  Percebedores Diretos Sensoriais: é um percebedor direto gerado na dependência de sua condição dominante particular, uma faculdade sensorial que possui forma. Divisão dos PDS:  

1) em cinco sentidos; 2) em três: PDS que são conhecedores válidos, mas não 

reconhecedores (ex. qualquer percepção sensorial); PDS que são ambos conhecedores válidos e reconhecedores, (ex. o segundo momento de uma percepção sensorial) PDS que são percebedores não determinadores, (ex. o olhar na multidão)  

Geração: Todos os fenômenos estão incluídos nas doze fontes (seis objetos fontes e as seis faculdades fonte) e nos dezoito elementos (doze fontes mais os seus efeitos, as seis consciências). O desenvolvimento de um  PDS  pressupõe o encontro de uma faculdade sensorial não defectiva com um objeto sensorial não enganoso. Aplicação ao Darma: ao ouvir sons e ver formas como atraentes, repulsivos ou neutro devemos evitar apego, aversão, raiva, etc. “contenção das portas sensoriais”.  Percebedores Diretos Mentais –  Divisão em três:  PDM induzidos por PDS: Após ver uma cor pensamos isto é azul; PDM induzidos por meditação: Experiências profundas de meditação; PDM que não induzidos pelos PDS nem por meditação: uma simples lembrança. Geração dos PDM: por olhar, ver, etc, por meditação lembrar de um objeto sem recorrer análise. Aplicação ao Darma: Para obter realizações do Darma precisamos 

Percepção Válida:  È uma cognição fresca e infalível que é livre de conceitualidade. Divisão: Percepção sensorial válida: é definida como uma cognição fresca e infalível, livre de conceitualidade, que surge na dependência de um órgão sensorial físico (cinco sentidos); Percepção mental válida:  é definida como uma cognição não peceptiva (não apreende um objeto externo), fresca e infalível, livre de conceitualidade que surge na dependência do órgão mental como condição dominante. Cognição perceptiva válida: é definida como uma percepção fresca, infalível, possuindo o aspecto de uma apreensão e sendo livre de conceitualidade, pode ser percepção sensorial ou mental. Percepção contemplativa: é definida como uma cognição não perceptiva, fresca e infalível na mente de um Arya, que é livre de conceitualidade e surge na dependência da concentração unifocada da tranqüilidade mental e do insight penetrativo como condição dominante. 

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desenvolver PDM induzidos por meditação.  PDM  Ióguicos – União do tranqüilo permanecer e visão superior; Divisão Dupla: No continuo dos Hinayanistas, dos Mahayanistas; Divisão Quadrúpla: Nos caminhos da preparação; visão; meditação; não‐mais‐aprender. Divisão dupla: PDI que realizam a natureza convencional e PDI que realizam a natureza última. Geração:  Ouvir, contemplar e meditar. Pg 58. Aplicação ao Darma: é essencial pois precisamos deles para realizar a vacuidade, (ajudar os outros)  PD auto‐conhecedor: .De acordo com a escola sautrantika e chittamatra existe um quarto tipo de PD. Segundo tais escolas todas as mentes têm duas partes: uma que conhece a si própria e uma que conhece os outros. A primeira são auto‐conhecedores e não dependem de objetos e a segunda são conhecedores de outros e dependem de um objeto. Conhecedores Inferidos È uma cognição inteiramente confiável, cujo objeto é realizado na dependência direta de uma razão conclusiva.  Três tipos de objetos: os manifestos (sons e formas), os ligeiramente ocultos (impermanência e vacuidade, incialmente só podem ser conhecidos através de razões conclusivas) e os profundamente ocultos (o funcionamento exato da lei do carma que só pode ser visto por um Buda). São muito importantes na nossa prática do Darma, pois muitos tópicos são ocultos. Com a prática constante de meditação poderemos ver estes objetos diretamente através de PDI e então se tornará manifesto. Conhecedores inferidos são muito comum no dia a dia. Sempre que compreendemos algo através razões conclusivas, estamos empregando uma forma especial de raciocínio chamada Silogismo (dic.: Lógica: Argumento que consiste em três preposições: premissa maior, premissa menor e conclusão. Admitida a coerência das premissas, a conclusão (probandum – prova) se infere da maior por intermédio da menor) Silogismo tem três partes: sujeito, predicação e razão. Ex. “Existe fogo na casa porque há fumaça” Sujeito é “casa”, predicado é “existe fogo” e a razão é “porque há fumaça” 

Concepção válida – Inferência  Inferência válida é uma concepção congnitiva  fresca e infalível que surge ma dependência direta de raciocínio perfeito como sua base. O termo sânscrito para inferência é anumâna: Anu significa subseqüente e mâna significa cognição.   a)Um raciocínio perfeito: inferência é especialmente importante na compreensão de coisas as quais não são evidentes à percepção. Ex. impermanência, vacuidade, etc. A compreensão destes tópicos precisa ser desenvolvida através de um processo de raciocínio exato. Ex. Som é impermanente, o raciocínio deve ser aplicado ao sujeito e congruente com o predicado. Sujeito é o som, o predicado ou fator a ser comprovado é impermanente e o raciocínio é que por ser criado ele é impermanente. b) Cognições estabelecidas: É como processo cognitivo faz o estabelecimento da aplicabilidade para o sujeito e a congruência com o predicado assumirem uma posição.  Para estabelecer uma cognição como uma inferência válida duas outras cognições são necessárias. A primeira é estabelecer o raciocínio que por ser 

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A combinação entre o sujeito e o predicado é chamado de probandum, ou conclusão. Nesse caso: “Existe fogo na casa”.  Razão conclusiva é um argumento capaz de demonstrar um probandum (prova) de maneira incontroversa –  possui três propriedades: propriedade do sujeito (a razão tem que ser aplicável ao sujeito), Implicação direta: (razão tem que estar implicada ou subentendida) e Implicação inversa: (se o predica não se aplicar , a razão também não se aplicará, se não houver fogo não haverá fumaça)  Dois tipos de relações e dois tipos de razões: natural (cachorro e animal) e causal (há fogo na casa porque há fumaça). Há uma relação natural entre reconhecedores e conhecedores válidos. Aplicação  do silogismo à prática do Darma: Ex. para realizar as dezesseis características das quatro nobres verdades, devemos primeiro gerar conhecedores inferidos. Ex. “Nosso corpo é um verdadeiro sofrimento” vamos meditar no silogismo: “Meu corpo é um verdadeiro sofrimento porque é um agregado contaminado”.  Classificação dos CI:  CI pelo poder de um fato: realiza objetos ligeiramente ocultos (o corpo é impermanente porque se desintegra);  CI por meio de crença: realiza objetos profundamente ocultos (lei do carma) precisamos confiar nas escrituras;  CI por meio do costume (convenção, a roda branca no céu é a Lua) Geração dos CI: Divisão Dupla: CI que surge de ouvir e CI que surge da contemplação. Em ambos os casos (pela audição e contemplação), para se caracterizar como um CI é necessários realizar as três propriedades de uma razão conclusiva. Pg. 68. Aplicação ao Darma: Objetos de meditação são ligeira ou profundamente ocultos, por isso são necessários CI. CI são sementes de PD yóguicos. (metáfora com uma plantação);  

impermanente ele é criado., é por meio desta compreensão que a aplicabilidade do raciocínio para esta comprovação compreende qualquer objeto criado como impermanente. A segunda é que estabelece como impermanente pelo raciocínio de ser criado. c) Três tipos de inferência: 1) Inferência direta: a impermanência do nosso corpo devido a morte, ou a impermanência do som devidamente comprovado pelo uso de raciocínio. 2) Inferência convencional: o que é convenção social, o nome lua, etc.  3)Inferência por crença: É algo que apesar de ocultado das nossas percepções e do raciocínio direto, pode suportar um exame critico e não serem apoiadas em contradição.  Ex. a lei específica do carma que a riqueza é gerada da generosidade. 

 A necessidade da inferência:  È extremamente importante, pois ela nos habilita a compreender aquelas coisas que são ocultadas da nossa consciência perceptiva. Aqui a investigação científica tem em comum com o Darma o fato que a compreensão inicial devem ser primeiro atingida  através de uma pesquisa analítica baseada em um raciocínio perfeito. 

Reconhecedores Reconhecedor é um conhecedor que compreende o que já havia sido compreendido pela força de um conhecedor válido anterior. 

Cognição subseqüente:  É uma compreensão (apreensão) de um objeto já compreendido. Isto 

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A função dos reconhecedores é manter o continuum de uma compreensão obtida inicialmente por um conhecedor válido. Classificação: Não conceituais: Reconhecedores que são percebedores diretos sensoriais, percebedores mentais não conceituais, e Yóguicos. Conceituais: Dois tipos, induzidos por percebedores diretos (relembrar algo percebido por clarividência) e por conhecedores inferidos. Geração de reconhecedores:  È preciso sustentar continuamente, sem esquecimentos, todo conhecimento perfeito dos temas do Darma que tenhamos obtido por meio de estudo sincero; para isso, devemos gerar e manter reconhecedores, o que requer a manutenção da contínua lembrança. Manter a contínua lembrança é o melhor método para aperfeiçoarmos nosso conhecimento e experiência de Darma, e é a raiz de todas as práticas de meditação. Aplicação à prática do Darma: Se contemplarmos sinceramente as razões conclusivas fornecidas em comentários autênticos vamos gerar um conhecedor inferido, ao meditar neste conhecedor inferido, cuja natureza é um reconhecedor vamos atingir a realização última deste objeto. No caso de objetos virtuosos, a prática de reconhecedores é da maior importância, porque é por seu intermédio que mantemos e aumentamos todas as nossas experiências espirituais. 

significa que ela é uma cognição que compreende seu objeto somente através da força de uma compreensão válida prévia do mesmo objeto. Por essa razão, uma cognição subseqüente é sempre induzida por uma mente válida. Exemplo do carro senso socorrido, guinchado. Classificação: Percepção Subseqüente:  são percepções verdadeiras que são induzidas por uma percepção válida. Quatro tipos: Percepções sensoriais subseqüentes, percepções mentais subseqüentes, apercepções subseqüentes, e percepções contemplativas subseqüentes. Todas elas são a segunda e seguinte ação da percepção que sucede a percepção válida inicial. A mente onisciente de um Buda é sempre uma percepção válida e jamais subseqüente. Concepção Subseqüente:  Uma concepção subseqüente de um objeto pode ser induzida de duas diferentes maneiras: por uma percepção válida ou por uma inferência válida. Uma Concepção Subseqüente induzida por uma percepção válida é uma determinação ou firme lembrança de um objeto inicialmente por um dos quatro tipos de percepção válida. Uma CS induzida por uma inferência válida é uma compreensão conceitual de alguma coisa que foi compreendida inicialmente  por uma inferência válida. 

Crenças corretas É um conhecedor não válido que realiza um objeto concebido. Classificação: CC que não dependem de razões – uma CC na impermanência que se desenvolve só de ouvir as instruções sobre este tema. CC que dependem de razões – uma CC que se desenvolve a partir da contemplação de premissas corretas ou incorretas ilustra o segundo tipo.  Se contemplarmos que “meu corpo é impermanente porque vai finalmente morrer”, poderemos desenvolver um entendimento rudimentar de que nosso corpo é impermanente. Este conhecimento é uma crença correta desenvolvida a partir da contemplação de uma premissa correta. Tal crença correta poderá se transformar mais tarde em um conhecedor inferido que realiza perfeitamente a impermanência do corpo. 

Crença  correta: Uma crença correta é definida como uma cognição concebida em conformidade com a realidade que concebe seu objeto de uma maneira falível. Ela é uma concepção falível uma vez que é incapaz de induzir acertadamente ou eliminar qualquer concepção errônea sobre seu objeto. Mas ela é uma concepção conceitual verdadeira uma vez que seu objeto principal é existente, todavia não é nem uma cognição válida ou subseqüente de um lado, nem uma cognição errônea de outro. Apesar de uma CC não ser uma compreensão genuína do seu objeto ela, contudo “compreende” seu objeto meramente por meio de uma imagem mental nominal ou experimental.  Imagem nominal é quando acreditamos em algo que está sendo dito por alguém. Experimental é quando é concebida por uma experiência própria.  

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Geração de Crenças corretas: De modo geral a mente que se limita a acreditar em algo que existe é uma crença correta.. É fácil gerar  CC, uma vez que elas podem ser desenvolvidas por meio de ouvir e contemplar. Há outros tipos de CC que podem ser geradas depois de ermos recebido uma iniciação tântrica. Nos ensinamentos de tantra, Buda explica uma prática especial de imaginação correta, na qual nos vemos como uma deidade e percebemos todas as coisas como completamente puras, são chamadas crenças corretas especiais. Aplicação das CC à prática do Darma: Todos os objetos de conhecimento são objetos de CC. Ouvindo e contemplando os ensinamentos, primeiro obteremos um entendimento aproximado do seu significado, esta compreensão terá a natureza de uma CC. 

Crença correta é importante porque ela nos dá uma base firme na qual estabelecemos um raciocínio perfeito para o que acreditamos e para, então, produzir uma compreensão inferencial dela.  Cinco tipos de Crença correta: Crença correta irracional: Afirmação de algo injustificável. Ex. Som é permanente; CC baseada em um raciocínio contraditório: A afirmação que som é impermanente porque ele é um fenômeno não efetivo. CC baseada em um raciocínio inconcluso: Acreditar que som é impermanente por ele é um fenômeno existente. CC baseada em um raciocínio irrelevante: Acreditar que com é impermanente porque é percebido pelo sentido visual. Aqui a congruência com o predicado é estabelecida (qualquer objeto da percepção visual é impermanente) mas não é aplicável ao sujeito. CC baseada em um raciocínio perfeito mas não estabelecido: som é impermanente porque é criado. Pg. 48. 

Percebedores não Determinadores Percebedor não determinador é um conhecedor para o qual um fenômeno, seu objeto conectado, parece claramente, mas não é identificado. Ex. um olhar na multidão, um bebê recém nascido. Eles apreendem seu objeto conectado, mas não com a força necessária para realizá‐lo.  Classificação: PDS não determinador: Ex. uma percepção auditiva que ocorre no mesmo momento em que estamos olhando para uma forma atraente. PDM não determinador: Ao ouvir ensinamentos, nossa atenção é desviada para um PDS não determinador, tal PDS induzirá à geração de um PDM não determinadores.  Obs. Não existem PD yóguicos não determinadores..  Geração: Um Percebedor não determinador se desenvolve quando as condições para que um fenômeno apareça estão reunidas, mas as condições para que sua natureza seja realizada não. 

Percepção desatenta Uma percepção desatenta é uma percepção verdadeira que não compreende  seu objeto por não ter prestado suficiente atenção nele É definido como uma percepção pela qual o fenômeno que é seu objeto principal aparece  mas o qual é incapaz de induzir a uma certeza dele.  Percepções contemplativas sempre acertam qualquer objeto que aparecem para elas, elas jamais podem ser desatentas. 

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Cinco tipos principais: 1) devido as condições externas a mente é incapaz de determinar a 

natureza do objeto. Ex. pouca luz. 2) O segundo está relacionado a natureza ou ao poder da mente, 

como no processo de morte ou sono, utilização de álcool e outras drogas. 

3) Quando tomamos a decisão de ignorar certos estímulos ou quando aprendemos a agir dessa maneira. Ex. ruído do trânsito. 

4) O estímulo também é ignorado mas agora por causa da distração de delusões. Ex. raiva. 

5) Quando não entendemos a natureza do objeto: Ex. em um pais ou lugar ao visitar uma feira não reconhecemos muitas frutas. 

 Aplicação ao Darma: Devemos praticar para desenvolver percebedores não determinadores em relação aos objetos que causam atração ou repulsão. Ao praticar percebedores não determinadores em relação as delusões estamos procurando conter as portas das faculdades sensoriais, isto é muito importante para a obtenção do tranqüilo permanecer, de modo que possamos prestar plena atenção no objeto interior sobre o qual estamos meditando.  Dúvidas Dúvida é um fator mental que oscila a respeito de seu objeto.  Quando uma mente primária está associada com dúvida, a própria mente primária e todos os seus fatores, tais como sensação, discriminação e intenção , também assumem a qualidade bifocal da dúvida. Firme fé e confiança são pré‐requisitos essenciais para uma  prática espiritual bem sucedida.  Classificação: 

1) Dúvidas deludidas: Causam perturbações em nossa mente. 2) Dúvidas não deludidas: Surgem durante o estudo do Darma ao 

não entendermos ainda o objeto de estudo. 3) Dúvidas que tendem a verdade; 4) Dúvidas que tendem a se afastar da verdade; 5) Dúvidas equilibradas; 6) Dúvidas virtuosas: ao estudarmos temas profundos como 

Indecisão  Indecisão pe definida como um fator mental que por sua própria força vacila entre duas alternativas em relação ao seu objeto.  

A) Indecisão que tende para uma conclusão correta: quando apoiados em pensamentos realísticos e contemplação, será, eventualmente possível, descartar sua característica oscilativa e poderá conduzir para uma crença correta; com mais investigação e análise poderá, ainda, conduzir para uma inferência válida capaz de induzir a mais concepções subseqüentes; 

B) Indecisão que tende para uma conclusão incorreta; C) Indecisão equilibrada; 

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vacuidade; 7) Dúvidas não virtuosas; analisar a lei carma procurando mostrar a 

sua não existência; 8) Dúvidas neutras. (motivação neutra) o que comemos no café? 

 Geração de dúvidas: As dúvidas, em geral, surgem devido à ignorância ou as suas marcas. Percebedores não determinadores, crenças corretas e percepções errôneas podem levar a duvidas. As causas mais comuns de dúvidas deludidas são as visões errôneas ou as marcas dessas visões. Outras causas de dúvidas são as investigações e análise incorretas, pessoas que tem formação científica podem achar difícil acreditar em objetos ocultos, uma vez que não podem ser comprovados por investigação científica. Dúvidas virtuosas são, em geral, causadas por razões opostas.  Aplicação ao Darma:  Enquanto tivermos dúvidas deludidas e hesitações, nossa prática não será muito efetiva. Para superar dúvidas sobre nossa prática espiritual, devemos compreendê‐la perfeitamente através do estudo, discussão e confiança em um Guia espiritual qualificado. Percepções Errôneas Percepção errônea é um conhecedor que está equivocado a respeito de seu objeto conectado.  Uma percepção equivocada engana‐se  a respeito do objeto aparecedor enquanto que uma percepção errônea engana‐se a respeito do seu objeto conectado ou de seu objeto concebido. (para diferenciar percepção de concepção).  Toda percepção errônea é forçosamente uma percepção equivocada, , mas nem toda percepção equivocada é necessariamente uma percepção errônea.  Para ser uma percepção errônea é preciso que a mente esteja equivocada sobre seu objeto conectado ou sobre seu objeto concebido. 

Cognições Errôneas  É uma cognição que aprende seu objeto de uma maneira errônea.  

A) Percepções Errôneas, é definida como uma cognição não conceitual que apreende seu objeto de uma maneira errônea, são dividas em percepção sensória e mental errônea. 

1) Percepção sensorial errônea: De acordo com o lugar que o engano se encontra, ela é dividida em: 

1.1) Percepção sensorial para qual a fonte de engano existe com o objeto; 1.2) Percepção sensorial para qual a fonte existe na base da percepção, o 

órgão sensorial; 1.3) Percepção sensorial par a qual a fonte de engano existe na situação; 1.4) Percepção sensorial para a qual a fonte de engano existe como 

condição imediata. 

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 Divisão: 

1) Percepções errôneas não conceituais: 1.1 ) Percepções sensoriais errôneas: Uma Percepção sensorial 

errônea pode estar equivocada de sete formas: acerca do seu feitio (vê uma cobra de brinquedo como verdadeira) com a cor, atividade (carro ao lado parece se movimentar), número, tempo, medida. 

1.2 Percepções mentais não conceituais errônea : apreende aspectos do sonho como real, uma montanha, dinheiro, etc. 

 2) Percepções errôneas conceituais: 2.1) Percepções errôneas intelectualmente formadas: visões filosóficas errôneas ou premissas errôneas; Ex. da coleção transitória pagina 229 e 230. 2.2) Percepções errôneas inatas: marcas mentais trazidas de vidas passadas. Ex. auto agarramento inato e demais delusões.  

Geração:  Causas últimas (ignorância) e temporárias (vide divisão abaixo)  Causas temporárias para percepção sensorial errôneas:  

a) uma qualidade enganosa do objeto (são muito parecidos) b) Uma situação enganosa ( certas situações como no escuro) c) Uma faculdade sensorial defectiva; d) Um defeito na percepção antecedente; (quando estamos muito 

perturbados)   Causas temporárias para percepção mental errôneas  

a) Induzidas por percepções sensoriais errôneas (tomar um pano por uma cobra) 

b) Concentração interior dos ventos durante o sono ou a morte: (durante o sono damos as coisas como reais e durante a morte as percepções sensoriais vão se diluindo e a mente vai se sutilizando. E por isso nossa contínua lembrança vai se deteriorando e não somos capazes de usar a mente 

 2) Percepção mental errônea: exemplo da percepção de um amigo em 

um sonho.  

B) Concepções errôneas: uma concepção falsa ou que não está de acordo com a realidade. 

  

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adequadamente. O poder da continua lembrança dos Bodhisatvas não diminui quando sonham, possibilitando praticar durante o sonho.)  

c) Das delusões inatas e das intelectualmente formadas.Marcas mentais, ensinamentos enganosos e nossas próprio raciocínio) 

d) Raciocínios ilógicos.  Aplicação das Percepções errôneas à prática do Darma  A prática do Darma tem duas finalidades principais: eliminar percepções errôneas e cultivar percepções corretas. A causa de todo sofrimento é a percepção errônea.  Ler pagina 100    

 

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