Introducao a sociologia de bourdieu
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PLANO DE MARKETINGIntrodução à sociologia de Pierre Bourdieu
Prof. MSc Felipe Correa de Mello
2012
Aula 1.0: Espaço e campo social
introdução
Em “A Distinção”, Bourdieu traça uma topografia do espaço social;
O conceito de espaço social (bem como o conceito, análogo, de campo) é
inseparável da teoria da ação;
Para melhor compreensão da teoria da ação (habitus) é importante
compreendê-la contra a teoria da ação (Livre arbítrio; liberdade; nadificação) de
Sartre, sobretudo expressa em “O ser e o nada”;
•Para melhor compreensão do conceito de habitus, iever: Razões Práticas;
Capítulo IV de Meditações Pascalianas; o artigo de Clóvis de Barros Filho
“O habitus e o nada” e o livro de Christiane Chauviré e Oliver Fontaine: El
Vocabulario de Bourdieu.
•Para melhor compreensão do conceito de campo e de espaço social ver:
BONNEWITZ, Patrice. Primeiras lições sobre a sociologia de Pierre
Bourdieu. Petrópolis: Vozes, 2005; Capítulo sobre o Campo Científico em
Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Ed. Marco Zero, 1983.
•Para compreender o sentido de “espaço social estruturado” ver as
páginas 198 a 200 de J.B THOMPSON. Ideologia e Cultura Moderna.
Petrópolis: Vozes, 2004.
Espaço social
Tópicos
•Bourdieu parte de uma concepção de que a sociedade é estruturada por
conflitos (a dinâmica social de toda sociedade é organizada em torno de
conflitos);
•Neste sentido ele compartilha da visão marxista acerca de sua visão sobre
o social;
•Visão esta que enxerga o conflito como algo natural às organizações sociais
e não algo anormal (uma patologia, por assim dizer, do social a ser
corrigida);
•Esta visão se opõe ao funcionalismo que enxerga as parte da sociedade
como harmoniosas, tendo cada uma função (cabendo ao teórico descrever
estas funções);
•A despeito do compartilhamento com a teoria marxista neste ponto,
Bourdieu concebe de maneira diferente as “classes sociais” e em muitos
sentidos é bastante crítico em relação como o marxismo pensa as classes
sociais;
•A grande maioria das teorias marxistas concebem as classes sociais como
algo “em si”. Entidade com estatuto ontológico próprio independente do
pensamento do sociólogo ou do político;
•Para Bourdieu, as classes sociais só existem no papel. Na cabeça do teórico
que traça os critérios de agrupamento social. Para ele as classes são “para
si”;
•Isto não quer dizer que Bourdieu negue os conflitos de classe;
•Quanto a estruturação da sociedade, Bourdieu parte tanto da teoria de
Marx e da teoria de Weber para elaborar sua teoria;
•A teoria de estruturação da sociedade de Marx é focada nas relações
econômicas (produtivas) da sociedade. Estas são centrais e fundamentais
da organização social;
•Para Marx a sociedade é organizada entre os que detém os meios de
produção e aqueles que não;
•Podemos dizer que sua teoria se situa num meio termo entre o realismo e
o nominalismo;
•Bourdieu parte de princípios teóricos que concebem que as estruturas
simbólicas estruturam relações sociais “reais”;
•Em Marx a sociedade é estruturada, então, a partir de dois critérios: os
patrões e os proletários;
Bourdieu julga esta divisão insuficiente pois, entre outros motivos, não dá
conta de toda a complexidade da organização social moderna;
•Já a teoria de Weber da sociedade, tem um foco mais voltado para as
relações simbólicas e culturais da sociedade;
•Bourdieu reconhece o mérito da teoria de Weber por ir além do enfoque
“produtivo” de Marx, mas também vê que esta teoria é insuficiente pois
ignora as relações econômicas e foca demasiadamente nas relações
simbólicas;
•Bourdieu, constrói uma teoria do social que “une” os enfoques teóricos de Marx e Weber e que assim dê conta de toda complexidade da organização social moderna;
•O conceito de capital expandido para as relações simbólicas é fundamental na construção bourdesiana do espaço social;
•Para Bourdieu existem diversos tipos de capitais;
•Os centrais e que estruturam a sociedade são: capital econômico e capital cultural.