Introdução a Teologia

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O ser de DeusO ser de Deus

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Introdução à Teologia Reformada

• O termo teologia, segundo seus aspectos etimológicos, é composto de duas palavras gregas: Theos (Deus) e logos (palavra, fala, expressão). Portanto teologia é o estudo sobre Deus, sua obra e sua revelação.

• A teologia sistemática tem por objetivo sistematizar os fatos da Bíblia, e averiguar os princípios ou verdades gerais que tais fatos envolvem (Charles Hodge).

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Doutrina das Escrituras

• O compromisso da reforma para com a Escritura enfatiza a inspiração, autoridade e suficiência da Bíblia.

• Uma vez que a Bíblia é a Palavra de Deus e, portanto, tem a autoridade do próprio Deus, os reformadores afirmam que essa autoridade é superior aquela de todos os governos e de todas as hierarquias da Igreja.

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Doutrina das Escrituras

• Os Reformadores também insistiam sobre o direito de os crentes estudarem as Escrituras por si mesmos. Ainda que não negando o valor de mestres capacitados, eles compreenderam que a clareza das Escrituras em assuntos essenciais para a salvação torna a Bíblia propriedade de todo crente.

• Com esse direito de acesso, sempre vem a responsabilidade sobre a interpretação cuidadosa e precisa

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Sola Scriptura• 1. Princípios da Reforma: sola gratia, sola fides,

solus Christus, sacerdócio universal dos fieis, sola Scriptura.

• 2. Sola Scriptura: somente a Escritura é a suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; só ela é o árbitro de todas as controvérsias (= a supremacia das Escrituras). Ela é a norma normanda ("norma determinante") e não a norma normata ("norma determinada") para todas as decisões de fé e vida.

• 3. A autoridade da Escritura é superior a da Igreja e da tradição. Contra a afirmação católica: "a igreja ensina" ou "a tradição ensina," os reformadores afirmavam: "a Escritura ensina."

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Sola Scriptura• 4. Para os reformadores, a Bíblia não era

um livro de doutrinas e proposições a serem aceitas intelectualmente ou mediante a autoridade da igreja, mas uma revelação direta, viva e pessoal de Deus, acessível a qualquer pessoa.

• 5. Daí a preocupação de colocar as Escrituras nas línguas vernáculares. Lutero e sua tradução no castelo de Wartburgo. Calvino e sua introdução ao Novo Testamento francês de seu primo Robert Olivetan (1535).

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Sola Scriptura• 6. A autoridade das Escrituras é

intrínseca: a Igreja não confere autoridade as Escrituras, mas apenas a reconhece. Essa autoridade decorre da origem divina das Escrituras.

• 7. Existem evidências internas e externas da inspiração e divina autoridade das Escrituras, mas estes atributos não são passiveis de "prova." A única evidência que importa é o "testemunho interno do Espírito" no coração do leitor.

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Sola Scriptura• 8. A Igreja não se coloca acima da

Escritura pelo fato de ter definido o seu canôn (Novo Testamento). A Igreja apenas reconheceu o que já era aceito há muito tempo pelos cristãos.

• 9. Não foi a igreja que formou a Escritura, mas vice-versa. A Igreja está edificada "sobre o fundamento dos apóstolos e profetas" (Ef 2:20), ou seja, o evangelho, que está contido nas Escrituras e é a sua essência.

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Sola Scriptura• 10. Por isso, Cristo é o centro e a chave das

Escrituras (ênfase especial dos reformadores). A Escritura se interpreta a si mesma ("analogia da Escritura"), sempre a luz do principio cristológico.

• 11. Essa ênfase cristocêntrica, levou Lutero a estabelecer distinções entre os livros da Bíblia. Nem todos revelam a Cristo com igual clareza. Os evangelhos e Paulo o fazem de maneira profunda.

• 12. A interpretação alegórica e os múltiplos sentidos atribuídos a Escritura, obscurecem a sua mensagem. Os reformadores deram ênfase ao sentido comum, histórico-gramatical.

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Sola Scriptura• 13. Os "entusiastas" estavam errados ao

apelarem para revelações diretas fora das Escrituras. O Espírito Santo é o autor último das Escrituras, o inspirador dos profetas e apóstolos. Ele não pode contradizer-se.

• 14. Por outro lado, o "principio do livre exame" não significa interpretar as Escrituras de modo subjetivo e exclusivista. É preciso levar em conta a história e o testemunho da Igreja. Os reformadores não sentiram a necessidade de abandonar os credos do cristianismo antigo e o testemunho dos Pais da Igreja. Todos estes, porém, devem ser julgados e avaliados pela Escritura.

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Sola Scriptura• 15. A experiência é necessária para o

entendimento da Palavra: esta não deve ser simplesmente repetida ou conhecida, mas vivida e sentida. Na Escritura o Deus vivo e verdadeiro sempre confronta o leitor em julgamento e graça.

• 16. Alguns textos relevantes: Sl 19:7-11; Sl 119; Jo 5:39; Rm 15:4; 2 Tm 3:16-17.

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A Centralidade de Palavra• Na visão reformada, a Bíblia ocupa o centro do

culto, pois é através dela que Deus nos fala. Calvino afirmou: "... a função peculiar do Espírito Santo consiste em gravar a Lei de Deus em nossos corações" [1]. A Igreja é a "escola de Deus“ [2]. O Espírito é o "Mestre" [3] (o “Mestre interior”)[4]. Para progredir nessa escola, “...devemos antes renunciar nosso próprio entendimento e nossa própria vontade” [5].

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A Centralidade de Palavra

• A pregação não deve ser rejeitada (lTs 5:19-21); deve ser entendida como a Palavra de Deus para nós; recusá-la é o mesmo que rejeitar o Espírito (cf. lTs 4:8).

• Como há falsos pregadores e falsos mestres, é necessário "provar" o que está sendo proclamado para ver se o seu conteúdo se coaduna com a Palavra de Deus (At 17: 11-12/ I Jo. 4: 1-6). No entanto, os homens querem ouvir mais o reflexo de seus desejos e pensamentos, a homologação de suas práticas.

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Centralidade da Palavra• “Os ouvintes convidam e moldam seus

pregadores. Se as pessoas desejam um bezerro para adorar, o ministro que fabrica bezerros logo é encontrado". Marvin Vincent

• É preciso atenção redobrada para não cair nessa armadilha, uma vez que não é difícil confundir os efeitos de uma mensagem com o conteúdo do que anunciamos: a pregação deve ser avaliada pelo seu conteúdo, não pelos resultados.

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Para Meditar• Assim diz o SENHOR: Não se glorie o

sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas;

• mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR. Jeremias 9:23,24

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FALE MAIS COM DEUS

• Uma senhora crente procurou o pastor da sua igreja. Era casada e seu marido não era crente. Contou ao pastor o seu drama, suas dificuldades.

• - Ah! pastor..., tenho falado tanto de Cristo e não con sigo fazer meu marido aceitar Jesus como seu Salvador...

• - Minha irmã - disse o pastor, - fale mais com Deus a respeito do seu marido e menos com seu marido acerca de Deus.

• "Não estejais inquietos por coisa alguma: antes as vos sas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará os vossos cora ções e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (Fp 4.6,7).

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Filosofia • Filosofia (do grego Φιλοσοφία: philos - amigo +

sophia - sabedoria) modernamente é uma disciplina, ou uma área de estudos, que envolve a investigação, análise, discussão, formação e reflexão de idéias (ou visões de mundo) em uma situação geral, abstrata ou fundamental.

• Originou-se da inquietação gerada pela curiosidade humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceitas sobre a sua própria realidade. As interpretações comumente aceitas pelo homem constituem inicialmente o embasamento de todo o conhecimento. Essas interpretações foram adquiridas, enriquecidas e repassadas de geração em geração.

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Cosmovisão• Cosmovisão - É um esquema conceitual

pelo qual nós consciente ou inconscientemente colocamos ou adequamos todas as coisas que cremos e pela qual nós interpretamos e julgamos a realidade.

• Uma cosmovisão é uma série de crenças, um sistema de pensamentos sobre as questões mais importantes da vida. A cosmovisão de uma pessoa é a sua filosofia de vida.

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Gnosticismo • Gnosticismo designa o movimento histórico e

religioso cristão que floresceu durante os séculos II e III, cujas bases filosóficas eram as da antiga Gnose (palavra grega que significa conhecimento).

• Este movimento revindicava a posse de conhecimentos secretos (a "gnose apócrifa", em grego) que, segundo eles, os tornava diferentes dos cristãos alheios a este conhecimento.

• Originou-se provavelmente na Ásia Menor, e tem como base as filosofias pagãs, que floresciam na Babilônia, Egito, Síria e Grécia. Em seu sentido mais abrangente, o Gnosticismo significa "a crença na Salvação pelo Conhecimento" (Joan O'Grady).

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• O gnosticismo tornou-se forte influência na Igreja primitiva levando muitos cristãos da época como Marcião (160 d. C.) e Valentim de Alexandria a ensinar sobre a cosmovisão dualista, a qual a uma visão leiga aparenta ser a premissa básica do movimento.

• Efetivamente, para os gnósticos, existem dois deuses: o deus criador imperfeito, que eles associam ao Jeová do Velho Testamento e outro, bom, associado ao Novo Testamento. O primeiro criou o mundo com imperfeição, e desta imperfeição é que se origina o sofrimento humano, tendo a humanidade sido aprisionada neste mundo pelo mesmo.

• A essência humana seria oriunda de uma "centelha divina" que perpassa todo o cosmos mesmo sem nele se situar, e o deus bom teve pena e lhes deu a capacidade de despertar deste mundo de ilusões e imperfeição.

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• Segundo algumas linhas gnósticas, Cristo não veio em carne e nunca assumiu um corpo físico, nem foi sujeito à fraqueza e às emoções humanas, embora parecesse ser um homem. (João 1:14; 1 João 4:3)

• A principal linha de gnosticismo cristão, a Valentiniana defende a tese próxima do nestorianismo doutrina cristã, nascida no Século V, segundo a qual há em Jesus Cristo duas pessoas distintas, uma humana e outra divina, sendo Cristos (o ungido) o éon celestial (ser finito emanado do Absoluto) que a um tempo se une a Jesus.

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Agnosticismo • Seu autor foi o biólogo britânico

Thomas Henry Huxley - avô paterno do escritor Aldous Huxley - numa reunião da Sociedade Metafísica, em 1876. Ele definiu o agnóstico como alguém que acredita que a questão da existência ou não de um poder superior (Deus) não foi nem nunca será resolvida.

• O agnóstico opõe-se à possibilidade de a razão humana conhecer uma entidade concebida como "Deus“. Para os agnósticos, assim como não é possível provar racionalmente a existência de Deus, é igualmente impossível provar a sua inexistência.

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Docetismo • Docetismo (do grego δοκέω [dokeō], "para parecer") é o nome

dado a uma doutrina cristã do século II, considerada herética pela Igreja primitiva, que defendia que o corpo de Jesus Cristo era uma ilusão, e que sua crucificação teria sido apenas aparente.

• Esta doutrina é refutada para a Igreja Católica e pelos protestantes no Evangelho de São João, no primeiro capítulo, onde se afirma que "o Verbo se fez carne".

• Não existiam docetas enquanto seita ou religião específica, mas como uma corrente de pensamento que atravessou diversos extratos da Igreja.

• A origem do docetismo é geralmente atribuída a correntes gnósticas para quem o mundo material era mau e corrompido e que tentavam aliar, de forma racional, a Revelação diposta nas escrituras à filosofia grega. Esta doutrina viria a ser condenada como heresia no Concílio Ecumênico de Calcedônia.

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Metafísica ou Ontologia• Metafísica (do grego μετα [meta] = depois de/além

de e Φυσις [physis] = natureza ou físico) é um ramo da filosofia que estuda a essência do mundo. A saber, é o estudo do ser ou da realidade. Se ocupa em procurar responder perguntas tais como:

• O que é real? O que é natural? O que é sobre-natural (milagre)? O ramo central da metafísica é a ontologia, que investiga em quais categorias as coisas estão no mundo e quais as relações dessas coisas entre si.

• A metafísica também tenta esclarecer as noções de como as pessoas entendem o mundo, incluindo a existência e a natureza do relacionamento entre objetos e suas propriedades, espaço, tempo, causalidade, e possibilidade.

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A Suficiência do Testemunho das

Escrituras• A Bíblia autentica-se a si mesma como

o registro inspirado e inerrante da revelação de Deus. Deus ordenou que a sua palavra fosse escrita (Ex 17.14), sendo chamado este registro de “Livro do Senhor” (Is 34.16).

• Analisemos este ponto substanciando-o com alguns dos muitos textos bíblicos que fundamentam a nossa afirmação:

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Os Profetas1) Os profetas são descritos como aqueles dos quais

Deus fala (Ex 7.1; Dt 18.15,18; Jr 1.9; 7.1). O Profeta não criava nem adaptava a mensagem; a ele competia transmiti-la como havia recebido (Ex 4.30; Dt 4.2,5). O que se exige do Profeta é fidelidade.

• 2)Os Profetas tinham consciência de que foram chamados por Deus (1 Sm 3; Is 6; Jr 1; Ez 1-3); receberam a mensagem da parte de Deus (Nm 23.5; Dt 18.18; Jr 1.9; 5.14), que era distinta dos seus próprios pensamentos (Nm 16.28; 24.13; 1 Rs 12.33; Ne 6.8). Os falsos profetas eram acusados justamente de proferirem as suas próprias palavras e não as de Deus (Jr 14.14; 23.16; 29.9; Ez 13.2,3,6).

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Os Profetas

• 3) Quando os profetas se dirigiam ao povo, diziam: “Assim diz o Senhor...”, “Ouvi a Palavra do Senhor...”. “Veio a Palavra do Senhor” (Cf. Ez 31.1; Os 1.1; Jl 1.1; Am 1.3; 2.1; Ob 1.1; Mq 1.1; Jr 27.1; 30.1,4, etc.); isto indicava a certeza que tinham de que Deus lhes dera a mensagem e os enviara (Cf. Jr 20.7-9; Ez 3.4ss, 17,22; 37.1; Am 3.8; Jn 1.2).

• 4) um fato importante a favor da sinceridade dos profetas de Deus, é que nem sempre eles entendiam a mensagem transmitida (Cf. Dn 12.8,9; Zc 1.9; 4.4; 1 Pe 1.10,11).

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Os ApóstolosOs escritores do Novo Testamento reconheciam ser o Antigo Testamento a Palavra de Deus (Hb 1.1; 3.7), sendo a “Escritura” um registro fiel da historia e da vontade de Deus (Rm 4.3; 9.17; Gl 3.8; 4.30).

Os Apóstolos falavam com a convicção de que estavam pregando e ensinado a Palavra inspirada de Deus, dirigidos pelo Espírito Santo ( 1 Co 2.4-13; 7.10; 14.37; 2 Co 13.2,3; Gl 1.6-9; Cl 4.16; 1 Ts 2.13; 2 Ts 3.14)

• Paulo e Pedro colocavam os Escritos do Novo testamento no mesmo nível do Antigo Testamento (Cf. 1 Tm 5.18 compara com Dt 25.4; Lc 10.7; 2 Pe 3.16).

• Paulo reconheceu os apóstolos e os profetas, no mesmo nível, como os fundamentos da Igreja, edificados sobre Jesus Cristo, a pedra angular (Ef 2.20)

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Jesus Cristo

• Jesus apela para o Antigo Testamento, considerando-o como a expressão fiel do Conselho de Deus, sendo a verdade final e decisória. Deus é o autor das Escrituras (Mt 4.4,7, 10; 11.10; 15.4; 19.4; 21.16,42; 22.29; Mt 105-9; 12.24; Lc 19.46; 24.25-27; 44-47; Jo 10.34).

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Afirmações diretas das Escrituras

• O Novo Testamento declara enfaticamente que toda Escritura, como Palavra de Deus, é inspirada, inerrante e infalível (Mt 5.18; Lc 16.17, 29, 31; Jo 10.35; At 1.16; 4.24-26; 28.25; Rm 15.4; 2 Tm 3.16; Hb 1.1,2; 3.7-11; 10.15-17; 2 Pe 1.20).

• A Bíblia fornece argumentos racionais que demonstram a sua inspiração e inerrância, todavia, os homens só poderão ter esta convicção mediante o testemunho interno do Espírito Santo (Sal 119.118).

• Os discípulos de Cristo, só entenderam as Escrituras, quando o próprio Jesus lhes abriu o entendimento (Lc 24.45). A Escritura autentica-se a sí mesma e nos a recebemos pelo Espírito.

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Impacto do Estudo do Caráter de Deus

• 1 . O único modo de se conhecer a Deus hoje é através estudo do seu caráter conforme revelado nas Escrituras. (Hb 1.1,2; Jo 14.24)

• 2. O caráter de Deus deve ser usado como fonte para toda a moralidade humana. ( Jz 21.25)

• 3. A ausência do conhecimento do caráter de Deus conduz à idolatria e a outros pecados odiosos. Porque as pessoas não conhecem o Deus verdadeiro, elas acabam adorando falso deuses, deidades da sua própria imaginação.

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• 4. Conhecendo o caráter de Deus, haveremos de desfrutar de um melhor relacionamento com ele. Quando conhecermos quem realmente Deus é, desfrutaremos, com muito mais fervor e alegria, de nosso relacionamento com ele.

• 5. Conhecendo o caráter de Deus vamos melhorar em muito a nossa adoração corporativa.

• Um dos grandes males do nosso tempo é o modo como prestamos culto a Deus, em decorrência da nossa ignorância do seu caráter. (Hb 12.28-29)

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• 6. O conhecimento do caráter de Deus faz-nos ver a vida e o universo que nos cerca de uma nova perspectiva

• Deus nos ensina a ver tudo o que nos cerca do seu ponto de vista. A ignorância de Deus afeta a nossa cosmovisão.

• Em seus termos mais simples, cosmovisão é uma série de crenças sobre os assuntos mais importantes da vida.

• Quanto mais conhecemos a Deus, mais enxergamos as coisas como realmente elas são. (Salmo 73)

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A singularidade de Deus

• Deus é único, sem par, Ele é um, não há nenhum outro além dele. Todos os outros seres têm existência por causa dele, e nele. (Dt 6.4; 32.39; 1 Rs 8.60-61; Is 37.16; 43.10-11; 44.6-8; Mc 12.29-32; 1Co 8.4-6; Gl 3.20; Ef 4.6; 1 Tm 2.5)

• Se houvesse mais de um Deus, não haveria Deus de fato.

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Imanência e Transcendência de Deus

• O Deus das Escrituras é o Deus do teísmo, aquele que ao mesmo tempo é imanente e transcendente.

• Imanente – se relaciona com a criação.• Transcendente – está acima e sobre a criação.

• Deve haver equilíbrio destas duas idéias teístas. Se enfatiza-se exageradamente a imanência, perde-se a noção de um Deus pessoal, porque há o perigo de se cair quase que na identificação de um Deus com a sua criação. Se a ênfase for exagerada na transcendência, incorre-se no erro de se perder a noção de um Deus ativo na história.

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Imanência • Diz respeito ao relacionamento de Deus com

o mundo criado, especialmente com o ser humano e sua história. Ele age de maneira ordinária, direta e indiretamente, e até mesmo intervém de modo especial na vida dos seres humanos que criou, particularmente na vida daqueles com os quais tem uma relação pactual, aqueles que Jesus Cristo veio redimir

• Alguns versículos das Escrituras denotam a preocupação de Deus com o universo criado, e isto é imanência. (Jr 23:24; Ex 3:7-8; Jó 34:14-15; Sl 104:27-30)

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Importância da Doutrina da Imanência

• Essa doutrina é essencial para o cristianismo, pois se Deus não fosse imanente, ele não poderia se relacionar conosco, nem o Verbo poderia encarnar-se para realizar nossa redenção.

• É necessário que creiamos em um Deus separado dos homens, santo, distinto dos pecadores, mas também em um Deus que se revela e se envolve com o universo por ele criado.

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Importância da Doutrina da Imanência

• Há mais coisas que precisamos deduzir da correta doutrina da imanência de Deus.

• Da Parte de Deus• Deus não precisa necessariamente trabalhar de

maneira imediata (isto é, sem o uso de meios) para cumprir seus propósitos. A criação e todos os seres racionais estão a serviço de Deus.

• Deus, em virtude do seu envolvimento com a criação, pode usar pessoas ou organizações não-cristãs para cumprir seus planos. Assíria, Babilônia.

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Importância da Doutrina da Imanência

• Da Nossa Parte• Deveríamos ter uma apreciação por tudo

o que Deus criou e tem preservado, pois a criação pertence a Deus e ele está ativo nela. Por essa razão devemos usá-la para nossas necessidades legítimas, sem explorá-la indevidamente.

• Devemos aprender algo de Deus na sua criação. Ela nos dá uma boa idéia de quem é Deus.

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Transcendência • A doutrina da transcendência de Deus está

presente em todas as religiões teístas. É a doutrina que fala que Deus está assentado nas alturas, no seu trono, sendo um Deus separado de sua criação e independente dela.

• Deus não está preso às mesmas coisas que os seres humanos, isto é, tempo e espaço, por isso não deve ser medido por elas.

• As Escrituras têm algumas informações preciosas a respeito da transcendência de Deus. Sua transcendência pode ser observada na grandeza dos seus pensamentos, do seu poder e dos seus conhecimentos. Isaías 55:8,9.

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Um Perigo a Ser Evitado

• Deveremos ter o cuidado de, crendo na transcendência de Deus, não cair no ensino errôneo dos deístas que, enfatizando essa doutrina, vieram a crer num Deus distante e sem qualquer relacionamento com o mundo criado, negando a doutrina da providência divina ou a doutrina da revelação geral.

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A necessidade da Transcendência

• O Criador tem que estar acima e sobre a sua criação. Ainda antes de haver criação, ele já existia. Portanto, se Deus não é transcendente, ele é um ser dependente e possui necessidades, sendo igual a suas criaturas.

• A transcendência de Deus é necessária para entendermos alguns dos seus atributos que iremos estudar posteriormente. A transcendência de Deus ajuda-nos a ver claramente a sua superioridade sobre o universo e a dependência do universo todo em relação a ele.

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Resultantes da Transcendência

• 1. Existe algo muito acima de nós. O homem não é o mais alto bem do universo, nem a medida mais alta de verdade ou de valor. A crença na transcendência é um golpe no orgulho do humanismo.

• 2. Esse Deus que está acima de nós não pode ser captado, a menos que ele se deixe achar ou que se revele. Os conceitos humanos não podem expressar o que ele é, a menos que estes conceitos tenham base na própria revelação que Deus faz de si mesmo

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Resultantes da Transcendência

• 3. O abismo que existe entre Deus e nós não é meramente moral ou espiritual, mas metafísico. A salvação que Deus nos dá restaura-nos à condição em que fomos criados, mas nunca nos iguala a ele.

• 4. A idéia de transcendência de Deus deve levar-nos a uma enorme reverência para com ele. Essa reverência deve ser manifesta quando da nossa adoração a Deus como criatura dele que somos.

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Imanência e Transcendência Lado a Lado

• As Escrituras contêm algumas passagens onde esses dois importantes aspectos da divindade estão juntos.

• Isaías 6:1-5; • Salmos 113:5-7• Isaías 57:15• Jo 8:23

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Deus em outras religiões

• O judaísmo compreende Deus segundo a luz do Antigo Testamento, possuindo, dessa forma, muita coisa em comum com a compreensão cristã. Contudo, as profecias messiânicas estão como que "suspensas" ou espiritualizadas no Estado de Israel.

• O islamismo cultua um Deus ultra-transcendental com nenhum contato ou relacionamento pessoal com o homem.

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Deus em outras religiões

• O hinduísmo vê um Deus único manifestado em milhões de divindades, confundindo-se com o politeísmo e tomando emprestado noções panteístas: "Tudo é Deus, Deus é tudo".

• O budismo crê em uma força impessoal, organizadora de todo o universo, que ilumina seus iniciados. Ainda muitos orientais crêem que todos os humanos se tornam iluminados após a morte, aumentando infinitamente a lista de seus deuses.

• Portanto, muitos dissociam a personalidade da Divindade; outros compartilham a Divindade com muitas pessoas; e ainda outros afirmam graus evolutivos de divindades.

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A Existência de Deus• A primeira grande pressuposição das

Escrituras e da teologia cristã é que Deus existe.

• Não precisa haver na teologia cristã a preocupação de provar a existência de Deus, porque as próprias Escrituras não a possuem. A existência de Deus é o ponto crucial de toda manifestação religiosa.

• Se não existe a noção da existência da divindade, não há noção de religião, de culto e de relacionamento com ela.

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A Existência de Deus• Na verdade, não podemos provar a

existência de Deus, apenas crer na sua revelação. Deus não pode ser detectado pela experiência laboratorial, nem por qualquer tipo de demonstração científica. Deus não é passível de verificação. Admite e tem convicção aquele que nele crê.

• A teologia cristã crê naquilo que o próprio Deus informa acerca de si mesmo. É por isso que todas as coisas relacionadas com Deus tem que ser pela fé. (Hb 11:6; Sl 19:1; 1 Jo 2:23; Rm 8:16)

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Idéias Inatas Sobre a Existência de Deus

• Semen Religionis – A semente da religião foi plantada no coração do homem quando Deus o criou. Nenhum homem é ateu por natureza.

• Todos têm uma religião natural como resultado da idéia inata de Deus.

• Essa religião não é suficiente para as necessidades do homem no estado de pecado em que se encontra.

• Nesse tipo de religião o homem tem medo, porque conhece somente a justiça de Deus. Ele não tem noção alguma da sua misericórdia. Daí a idéia de oferecer sacrifícios, em todas as religiões de povos primitivos, para aplacar a ira dos deuses.

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Idéias Inatas Sobre a Existência de Deus

• Sensus Divinitatis – A semente da religião existe porque o ser humano nasce com o senso de que existe um Ser divino por detrás de tudo o que ele vê e sente.

• A idéia de Deus plantada na alma humana, mesmo que, por causa da perversão do coração humano, não haja um relacionamento de harmonia com o Deus verdadeiro. (At 17).

• Sensus Religionis e Sensus Divinitatis. Romanos 1:18-22

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A Existência de Deus• Evidências consideradas como provas

naturais da existência de Deus podem ser encontradas:

• 1) argumento ontológico• 2) na lei moral (argumento moral)• 3) no desígnio ou propósito da vida

(argumento teleológico)• 4) na origem do universo (argumento

cosmológico)• 5) no desígnio ou propósito do universo

(argumento teleológico ou princípio antrópico)

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Argumento Ontológico• Este argumento parte do pressuposto de

que a existência real de Deus advém de sua existência necessária em nosso pensamento. Se temos a idéia dele em nossa mente, é prova de ele existe.

• A idéia de um ser supremo, poderoso e altíssimo está presente inerentemente na alma humana. Para os defensores deste argumento, esta idéia mostra que realmente existe Deus assim.

Page 54: Introdução a Teologia

Argumento Moral

• O argumento moral deriva da existência de um Legislador supremo, que é Deus, e do fato de haver a presença de uma lei moral no universo.

• O ser humano possui uma natureza intelectual e moral que pressupõe a existência de um Criador e Legislador.

• A natureza constitucional do homem (ou seja, sua mente, emoções e vontade) requer alguém superior que tenha no mínimo, essas mesmas coisas, mas em grau maior. Esse alguém é Deus.

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Argumento Teleológico• Este argumento afirma que há um propósito

no universo. Portanto, deve haver alguém que estabeleceu o propósito, que é Deus.

• A palavra teleológico tem a ver com um desígnio ou fim (telos). O universo tem um propósito. Ele não é caótico. Ele foi feito para um determinado fim, o que implica que há um designador desse fim.

• Este argumento é forte porque as Escrituras nos mostram que existe um propósito em todas as coisas sobretudo, na criação

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Argumento Cosmológico

• Conhecido como argumento da primeira causa, ou o argumento do criador primário.

• Foi defendido por Tomás de Aquino(1220-1274). Sustenta que tudo o que existe tem uma causa que, por sua vez, tem outra causa, e assim sucessivamente até chegar a causa primogênita, ou seja, Deus. No entanto, não pode haver umaregressão infinita de causas.

• O argumento cosmológico ou primário é dado como segue:– 1. Tudo tem uma causa. – 2. Nenhuma causa pode criar-se por si mesma. – 3. Tudo é causado por outra coisa (causa e efeito) – 4. Uma cadeia de causa e efeito não pode ser infinita. – 5. Deve existir um início ou primeira causa. – 6. Deus é a primeira causa.

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O Argumento Cosmológico Kalam

• Tudo que começa a existir tem uma causa

• O universo começou a existir• Portanto o universo tem uma

causa

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Argumento do Consenso Universal

• Este argumento deriva a existência de Deus da universalidade da religião. O fator religião está inserido na alma humana e nenhum ser humano escapa do fenômeno religioso.

• O fato de se considerar a religião como fator universal não significa que todas as pessoas possuam o conceito sobre Deus nem que a divindade que eles adoram seja verdadeira. (sensus divinitatis e semen religionis)

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Negação da Existência de Deus

• A existência de Deus pode ser negada de diversas formas, pois não envolve simplesmente o ateísmo. Ela também se dá de forma disfarçada tanto no deísmo como no panteísmo. Temos então:

• 1. Negação da Existência de Deus no Ateísmo

• 2. Negação da Existência de Deus no Deísmo

• 3. Negação da Existência de Deus no Panteísmo

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Negação da Existência de Deus no Ateísmo

• A tentativa de negar a existência de Deus é algo muito comum, especialmente numa sociedade permeada pelos efeitos do Iluminismo, que procurou minar a idéia que o sobrenatural se envolve com mundo dos homens.

• Esta tentativa advém da corrupção, da alienação, da ignorância, da rebelião e da perspectiva distorcida que o homem possui de Deus e do mundo, como resultado da sua incapacidade de racionar conforme os ditames da sua criação.

• O ateísmo não é natural no homem, mas é produto de sua natureza pecaminosa. O ateísmo nasce de uma rebelião do coração que procura fugir da idéia de dobrar-se diante de alguém superior. Sl 14.1; (Ef 2.12 ateu prático; Sl 10.4;Tt 1.16)

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Negação da Existência de Deus no Deísmo

• Teoricamente, os deístas não negam a existência de Deus, mas chegam a duvidar de sua existência pela simples razão de que ele não se comunica com o universo criado.

• Portanto, mesmo não negando abertamente sua existência, eles negam o exercício de suas atividades em nosso mundo. Ora, sem sua atividade, nada se pode saber dele, se é que ele existe.

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Negação da Existência de Deus no Panteísmo

• O panteísmo enfatizou tanto a imanência de Deus a ponto de identificar Deus com o mundo e de negar-se a reconhecê-lo como Ser Divino pessoal, dotado de inteligência e vontade, distinto da criação e infinitamente superior a ela.

• Não existe relação entre Deus e o universo porque os dois são uma coisa só. Ele é destituído de todas as propriedades de um ser pessoal.

• Crer num Deus assim é negar tudo o que é verdadeiro e absolutamente sagrado. É negar a existência de um Deus verdadeiro.

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Negação da Existência de Deus no Politeísmo

• A idéia de um ou mais deuses finitos não é nova; é tão antiga quanto o politeísmo ou o henoteísmo (a crença preferencial em um Deus, sem deixar de crer nos demais deuses. Todos os politeístas possuem a idéia de um Deus pessoal, mas finito e não pode existir vários deuses infinitos. Embora finitos esses deuses passam a ser pessoais.

• Eles tomam nomes e possuem certos poderes pessoais, mas todos os poderes lhes são concedidos pelos que os imaginaram.

• Tanto, os panteístas como os politeístas negam a existência do Deus das Escrituras, que afirma que não há outro Deus além de si mesmo.