Introdução Ao Linux - Gulart

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA Introdução ao Linux Desktop Autor: Carlos de Castro Goulart Viçosa, Fevereiro de 2004

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Introdução ao Linux DesktopAutor: Carlos de Castro GoulartUNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSACENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICASDEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSACENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA

Introdução ao Linux Desktop

Autor: Carlos de Castro Goulart

Viçosa, Fevereiro de 2004

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Índice

Introdução e Motivação.....................................................................................3

Objetivo do Curso..........................................................................................3

Breve histórico do Linux................................................................................3

Linux e Software Livre...................................................................................3

Política de Informática da UFV......................................................................4

O Ambiente Gráfico do Linux............................................................................5

A Interface Gráfica.........................................................................................5

Menus............................................................................................................6

Ícones.............................................................................................................8

Visão do Usuário............................................................................................9

Executando um Programa...............................................................................13

Execução de Programas a partir do Menu...................................................14

Execução de Programas a partir de um Ícone.............................................14

Execução de Programas na barra de ativação rápida..................................14

Execução de Programas usando comandos de linha....................................14

Conjunto Básico de Programas........................................................................15

Editor de Textos...........................................................................................17

Planilha Eletrônica.......................................................................................18

Apresentador de Slides................................................................................19

Navegador Internet.....................................................................................20

Programa de E-mail.....................................................................................21

Outros Programas........................................................................................22

Diferenças principais em Relação ao Windows...............................................22

Uso do disquete e outros dispositivos..........................................................22

Ambiente de Rede e Compartilhamento de arquivos...................................22

Vírus.............................................................................................................22

Comentários Finais..........................................................................................23

Este material pode ser usado livremente (copiado, modificado, adaptado, etc.) desdeque mencionada a autoria. Modificações, alterações ou correções (além desugestões) devem ser reportadas para [email protected]. A versão atualizadaficará disponível para download na página da CPD-UFV (http://www.cpd.ufv.br).

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1 – Introdução e Motivação

1.1- Objetivo do Curso

O principal objetivo deste curso é mostrar que a utilização do sistemaoperacional Linux tem um grau de dificuldade (ou facilidade) semelhante aodo sistema operacional Windows. Pretende-se mostrar o uso dos programasmais comuns do dia-a-dia, tais como editor de textos, planilha eletrônica,leitor de e-mails, navegador Internet, etc., a partir de interface gráfica doLinux.

Como objetivos de médio prazo, pretende-se:– mostrar a viabilidade do uso do Linux para as tarefas computacionais

comuns do dia-a-dia;– mostrar a necessidade da adoção do Linux e dos softwares livres em

geral por parte da UFV;– implantar a cultura de utilização de softwares livres na UFV.

1.2- Breve histórico do Linux

O Linux (http://www.linux.org) é um sistema operacional que foi criadopor um estudante de Ciência da Computação da Finlândia, chamado LinusTorvalds, em 1991. O sistema foi escrito a partir do zero baseando-se nosconceitos utilizados pelo sistema operacional Unix. Daí o seu nome: Linux =LINUs + uniX.

Um sistema operacional é um programa que lida diretamente com ohardware, sendo o principal programa de interação com o homem. Nestesentido era importante desenvolver programas aplicativos, tais como, editoresde textos, planilhas, etc., baseados em interface gráfica para facilitar a suautilização. Assim, por iniciativa da Fundação do Software Livre (FSF - FreeSoftware Foundation – http://www.fsf.org) o projeto GNU (Gnu is Not Unix) sealiou ao Linux para desenvolver tais programas e o Linux passou a serdenominado GNU/Linux.

1.3- Linux e Software Livre

Dentro da filosofia da FSF, os programas desenvolvidos tem que serlivres. Assim, o sistema operacional Linux é hoje o maior exemplo de sucessode software livre, sendo utilizado por mais de 20 milhões de pessoas em todoo mundo (dados de Janeiro de 2004 – http://www.linuxcounter.org).

Mas o que significa um software ser livre? De forma resumida, significaque o usuário tem acesso ao seu código fonte, pode modificá-lo e adaptá-lo àssuas necessidades, redistribuí-lo com ou sem modificações e na grande

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maioria dos casos não existem custos de licença (gratuito).

Isso faz com que muitos confundam software livre com softwaregratuito, particularmente por causa da palavra FREE possuir os doissignificados na língua inglesa. Entretanto, existem softwares gratuitos quenão são livres e também existem softwares livres que não são gratuitos.

O que define se um software é livre, ou não, é o seu tipo de licença. Alicença GPL (GNU Public License) é a mais comum adotada para os softwareslivres. Licenças Freeware e Shareware não caracterizam softwares livres, poisna primeira apesar do software ser gratuito o seu código fonte não ficadisponível e, portanto, não se pode alterá-lo livremente. No segundo caso,após um determinado período de uso o software deve ser registrado, o quenormalmente implica em pagamento de alguma taxa.

1.4- Política de Informática da UFV

A Comissão Executiva de Tecnologia da Informação (COETI)recomendou a adoção de softwares livres sempre que for possível. Asprincipais razões para tal recomendação são as seguintes:

– racionalização do uso de recursos financeiros;– a diminuição dos problemas causados pelos vírus, cavalos-de-tróia e

outros programas maliciosos que se propagam pela Internet;– a eliminação de eventuais programas não licenciados em uso na UFV.

Com o uso de software livre a aquisição de novos computadores fica

mais barata e, portanto, pode-se adquirir um número maior de máquinas como mesmo recurso. Para um conjunto básico de programas (Sistemaoperacional + Pacote de escritório) a economia estimada é da ordem de R$1.000,00 por máquina. Usando Linux será possível dar uma sobrevida paramáquinas antigas, pois o Linux pode ser adaptado em sua instalação para usarmenos recursos do equipamento. Além disso, o custo com a renovação delicenças de software será substancialmente reduzido. Em uma UniversidadePública carente de recursos, a compra de licenças de software deve ser feitacom muita consciência e somente em casos onde não exista uma soluçãogratuita e, de preferência livre.

A contaminação de máquinas com vírus, cavalos de tróia, backdoors,etc., tem sido um problema cotidiano na UFV. Em geral são máquinas com osistema operacional Windows (98/2000/NT/XP). A adoção do Linux tende aminorar este problema já que a grande maioria dos programas maliciosos sãofeitos para funcionar no Windows.

Outro problema é a instalação de programas no ambiente Windows. AUFV compra seus equipamentos através da diretoria de material e, quando aopção era o Windows e o pacote de escritório MS Office, as licenças de usodestes softwares eram compradas e a situação era completamente regular.Entretanto se um usuário recebe esta máquina e instala um novo programa,

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por exemplo, um shareware obtido na Internet, a situação pode se tornarirregular. Basta que o usuário se esqueça de registrar o programa no prazoespecificado. E muitos programas shareware continuam funcionando após aexpiração do prazo, apenas exibindo mensagens que o usuário deve seregistrar para continuar usando o software.

Ou seja, mesmo que não intencionalmente, algum usuário pode estarpraticando a chamada “pirataria” de software. A lei anti-pirataria em vigorestabelece uma multa de até 3.000 (três mil) vezes o valor do programa, porcópia instalada. E com software livre? Usando software livre não existepirataria, você pode instalar o mesmo CD em quantas máquinas quiser, copiaro CD, emprestar para seu amigo instalar, colocar disponível em uma páginana Internet para downloads, etc. As mesmas ações com software proprietário(ou comercial) são consideradas crime!

2 – O Ambiente Gráfico do Linux

O Linux foi projetado inicialmente para operar em máquinas servidorasde rede, onde aliás domina o “mercado”. Atualmente, cerca de 64% dosservidores de página na Internet são baseados no Apache operando sobre oLinux. Aliás, a própria Internet foi uma iniciativa com características similaresao movimento do software livre, com todos os seus protocolos de comunicaçãoe normas tornados públicos e à disposição de qualquer interessado emimplementá-los e testá-los. Na mesma época em que começou o projeto daInternet, a rede OSI também se desenvolvia, porém com uma característicadiferente: seus documentos eram de acesso exclusivo de organismosgovernamentais de países filiados à ONU (Telebrás, no caso do Brasil). Qualfoi a rede que evoluiu mais rapidamente e hoje é usada por todo mundo?

A partir da criação da iniciativa GNU/Linux começou-se a desenvolver ochamado Linux Desktop, que se trata da incorporação de uma interfacegráfica e uma série de programas aplicativos ao sistema operacional, para queos usuários possam ter todas as suas necessidades atendidas.

O GNU/Linux possui diversas distribuições com ligeiras diferenças entreelas. Este curso está baseado em uma interface gráfica chamada KDE e que éadotada por praticamente todas as distribuições Linux. Entretanto osconceitos abordados aqui aparecem nas outras interfaces gráficas, apenascom um visual diferente. No final desta apostila são mostrados algunsexemplos de telas de outra interface gráfica, de forma a caracterizar o que foidito aqui.

2.1– A Interface Gráfica

A figura 1 mostra a interface gráfica do KDE, com destaque para osseguintes componentes:

– área de trabalho: onde aparecem os ícones associados a dispositivos

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do computador ou a programas instalados. A área de trabalho é olocal onde os programas em execução são exibidos em janelas;

– barra de “status”: indica os programas do usuário que estão ativos nosistema, podendo estar com sua janela aberta na área de trabalho ouminimizada (que é o caso na figura 1). Além disso, outras informaçõesdo sistema, como a hora, podem ser exibidas;

– barra de ativação rápida: onde os programas mais comuns podem sercolocados para serem executados sem a necessidade de procurá-losno menu;

– Seleção de área de trabalho: na interface gráfica do Linux existem 4áreas de trabalho distintas, permitindo uma melhor organização dainformação do usuário. A idéia é que quando uma área estiversaturada (com muitas janelas abertas), o usuário pode selecionaroutra área de trabalho mais vazia e abrir a nova janela (programa)nela;

– Ícone “Iniciar Aplicações”: abre o menu das aplicações disponíveis nosistema. Semelhante ao iniciar do Windows e se localiza no cantoinferior esquerdo.

Figura 1 – A interface gráfica do KDE

2.2- Menus

Um dos principais componentes de uma interface gráfica é o seusistema de menus. A interface do KDE possui um menu principal que éativado posicionando o mouse no ícone “iniciar aplicações” que fica no cantoinferior esquerdo da tela. A ativação do menu é mostrada na Figura 2. Apartir do menu principal pode-se selecionar, através de seus sub-menus, umprograma qualquer a ser executado.

Ícone do CD-ROM

Ícone do Gerenciador de Arquivos

Ícone “Iniciar Aplicações”

Barra de ativação rápida

Seleção de Área de Trabalho

Barra de Status

Ícone da Lixeira

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Figura 2 – Menu Principal do KDE

Na figura 3 é mostrada a seleção do programa de captura de telas quefoi usado para gerar as figuras desta apostila. A propósito, esta apostila foifeita usando apenas softwares livres (Linux/OpenOffice/Ksnapshot).

Figura 3 – Seleção de Programa usando o Menu.

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No caso do programa utilizado no exemplo a seqüência de opçõesselecionadas corresponde a: “Iniciar Aplicações”, “Multimídia”, “Gráficos” e“Captura de Telas”. Ou seja, para se utilizar um determinado programa énecessário saber a localização deste na hierarquia de menus. Para usuários deoutros sistemas operacionais, como o Windows, esta é uma dificuldade inicialque pode ser vencida com um pouco de paciência e boa vontade. Entretanto,para os menos pacientes podem ser usadas outras soluções como a criação deícones na área de trabalho ou a colocação de ícones na barra de ativaçãorápida, evitando desta forma que o usuário precise abrir o menu paraexecutar um programa que ele costuma usar com mais freqüência. Estestópicos serão vistos mais adiante.

2.3- Ícones

Os ícones são outro componente importante em uma interface gráfica.Os ícones podem ser colocados na área de trabalho pelo sistema ou pelousuário e podem estar associados a dispositivos do computador ou a arquivosde usuário ou de programas. Na figura 1, o ícone referente ao dispositivo deCD-ROM foi criado de maneira automática pelo sistema.

Figura 4 – Gerenciador de Arquivos Konqueror – Conteúdo de um CD

No computador usado para a preparação desta apostila não possui drivede disquete. No caso de existir um drive de disquete, o sistema colocaria umícone com o nome de “FLOPPY DISK” ou “Disquete” (dependendo da

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distribuição). Ao se clicar no ícone do CD-ROM (ou do disquete) o conteúdo doCD-ROM (ou do disquete) seria exibido no programa gerenciador de arquivos,chamado Konqueror, que é similar ao Windows Explorer. A figura 4 mostraum exemplo de exibição de conteúdo de um CD, após se clicar no ícone CD-ROM. A partir deste ponto algumas figuras exibirão apenas a janela doprograma em questão e não toda a interface gráfica.

No caso dos ícones associados aos programas, ao se clicar o mouse emum deles fará com que o programa seja executado. E no caso de um ícone dearquivo, o arquivo será aberto (caso o sistema saiba qual é o programa aoqual o arquivo está associado) ou será perguntado ao usuário com queprograma ele deseja abrir tal arquivo.

A figura 5 mostra a janela do programa que é ativado ao se clicar noícone “Home” na área de trabalho. Este ícone está associado ao diretório (oupasta) padrão do usuário. Note que o programa aberto foi o mesmo já que oque se deseja é verificar o conteúdo da pasta (ou diretório) do usuário “linux”.

Figura 5 – Gerenciador de Arquivos Konqueror – Conteúdo do Diretório do usuário linux

2.4- Visão do Usuário

O gerenciador de arquivos Konqueror é um dos principais programaspara os usuários do Linux Desktop. Ele permite visualizar os arquivos e

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diretórios (pastas) do usuário e do sistema. Com ele é possível executar asprincipais funções de manipulação de arquivos. A maioria das funções éexecutada de maneira similar à execução no Windows Explorer.

Entretanto existem 2 diferenças fundamentais entre o ambiente degerenciamento de arquivos no Konqueror e no Windows Explorer:• Mapeamento dos dispositivos: no windows os dispositivos como o HD ou o

drive de disquete são mapeados em unidades identificadas por letras “C:”ou “A:”. No linux os dispositivos são mapeados em sub-diretórios dentro dodiretório /mnt. No caso do drive de CD (vide Figura 4) o mapeamento foifeito para “/mnt/cdrom”. O drive de disquete normalmente é mapeado para“/mnt/floppy”;

• Acesso aos diretórios (ou pastas): no windows, em particular no Windows95e Windows98, não existe proteção das pastas e um usuário pode criar (ouapagar) arquivos ou pastas inteiras em qualquer parte do sistema,comprometendo a segurança e muitas vezes o funcionamento de programase do próprio sistema operacional. No caso do Linux, o usuário tem o acessorestrito à sua pasta, chamado de diretório home. Para cada usuáriocadastrado na máquina é criado um subdiretório com o seu nome dentro dodiretório “/home”. No exemplo da Figura 5 são mostrados os arquivos dousuário de nome “linux” em “home/linux”.

O gerenciador de arquivos Konqueror pode ter o seu visual modificadopara exibir na mesma janela o conteúdo de 2 diretórios. Para isto bastaselecionar a opção “Separar Visão” no menu “Janela”, podendo o usuárioescolher se quer a separação em colunas (“Separar Visão Direita/Esquerda)ou em Linhas (“Separar Visão Topo/Fundo”). A figura 6 mostra a janela após aseparação.

Figura 6 – Separação de Visões no Gerenciador de Arquivos

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Note que as duas colunas mostram o conteúdo do mesmo diretório. Acoluna ativa é selecionada com o clique do mouse e apresenta o círculo nocanto inferior esquerdo na cor verde. Para exibir a informação de pastas(diretórios) diferentes pode-se usar os ícones de navegação (setas) mostradosna parte superior da interface do gerenciador de arquivos.

O ícone da casa (ao lado das setas) faz com que se mostre o conteúdo dodiretório home do usuário, no nosso exemplo “/home/linux”. O ícone da setacurva é usado para recarregar um documento, enquanto que o ícone com o Xé usado para interromper a carga de um documento. Note que os íconesdescritos aqui são bastante similares aos ícones dos navegadores de Internet(Web Browsers). Isso é feito de propósito pois o Konqueror também pode serutilizado para navegar na Internet.

Os três ícones seguintes são usados para as operações relacionadas coma área de transferência (Recortar, Copiar e Colar) e podem ser aplicadas a umarquivo ou diretório. O ícone seguinte, serve para selecionar o uso daimpressora. Os demais são usados para recursos de visualização permitindoaumentar ou diminuir o tamanho dos ícones (as lupas, com os sinais de + e -)e para modificar a forma de exibição de ícones para lista.

Na figura 7 é mostrada a interface do gerenciador de arquivos exibindoo conteúdo do diretório do usuário (/home/linux) na forma de lista e oconteúdo do CD-ROM (/mnt/cdrom) na outra coluna usando ícones grandes.

Figura 7 – Recursos de Visualização do Gerenciador de Arquivos

Desta forma, o usuário pode optar pela forma que ele achar mais

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conveniente para visualizar seus arquivos. O gerenciador de arquivos permiterealizar as operações básicas com arquivos e diretório, também de formasimilar ao uso do Windows Explorer. Por exemplo, a cópia do arquivo“index.htm” do CD pode ser copiada para o diretório “/home/linux” através dequalquer uma das seguintes opções:• posicionando o mouse sobre o ícone “index.htm”, pressionando o botão

esquerdo, e sem soltá-lo, arrastar o ícone para a coluna do diretório“/home/linux”;

• selecionando o arquivo “index.htm” e utilizando os ícones “copiar” e, apósclicar na coluna do diretório “/home/linux”, usar o ícone “colar”;

• selecionando o arquivo “index.htm” e utilizando o botão direito do mouse.Neste caso abrirá um menu e a opção “Copiar”deverá ser usada. Após clicarna coluna do diretório “/home/linux” pode-se novamente usar o botãodireito do mouse e selecionar a opção “colar”;

• selecionando o arquivo “index.htm” e no teclado digitar as teclas “Ctrl”+“C” (mantendo a tecla “Ctrl” pressionada e digitar “C”). Clicar o mouse nacoluna do diretório “/home/linux” e depois usar o teclado digitando “Ctrl”+“V”.

Na verdade as opções são equivalentes, pois na primeira parte o efeito éo de colocar o arquivo na área de transferência, e na segunda parte, o efeito éo de copiar a área de transferência para o diretório de destino. A figura 8mostra a operação de cópia usando a opção de arrastar, com destaque para oaviso de confirmação da operação a ser feita.

Figura 8 – Confirmação da Operação de Cópia de Arquivo

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Existe uma diferença sutil entre as operações que podem serexecutadas:• Copiar: cria uma nova cópia idêntica do arquivo no diretório de destino;• Mover: transfere o arquivo do diretório de origem para o diretório de

destino. O arquivo desaparece do diretório de origem (caso a operação deapagar o arquivo seja possível no diretório de origem, o que não seriapossível no caso do exemplo por se tratar de um CD-ROM)

• Criar Link: não copia e nem move o arquivo. Simplesmente cria um linksimbólico informando onde que o arquivo se localiza. Se esta opção forusada, o arquivo só poderá ser acessado se o CD que contém o arquivoestiver no drive de CD.

O gerenciador de arquivos permite ainda que diversas outras funçõespossam ser executadas sobre arquivos e diretórios. Para ter acesso a estasfunções basta clicar o botão direito do mouse, conforme mostrado na figura 9.A maioria destas funções são similares às funções do Windows Explorer.

Figura 9 – Detalhe de operações sobre arquivos e diretórios

3 – Executando um Programa

Existem 4 formas de ativação ou execução de programas no LinuxDesktop.

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3.1- Execução de Programas a partir do Menu

Conforme visto na seção 2.2, os principais programas para o usuárioestão disponíveis dentro da hierarquia de menus. A figura 3 ilustrou umexemplo do programa de captura de telas. A familiarização do usuário com ahierarquia de menus (como os programas estão organizados) é fundamentalpara a utilização desta forma de executar programas.

3.2- Execução de Programas a partir de um Ícone

Na seção 2.3 foi mostrado como um programa pode ser executado apartir de um ícone na área de trabalho. A figura 4 mostrou a interface dogerenciador de arquivos, ativado através de seu ícone.

O principal objetivo dos ícones é ser um caminho mais rápido para seativar um programa e, por isso, são chamados de atalho (shortcut). Apenas osprogramas mais usados é que devem ter os seus ícones na área de trabalhoe/ou na barra de ativação rápida, pois caso contrário o ambiente fica confusoe difícil de achar um determinado ícone.

Um ícone exibido no gerenciador de arquivos também pode ser usadopara ativar a execução de um programa. Obviamente, o arquivo associado aoícone deve ser um programa executável. Caso seja um arquivo de tipoconhecido no sistema, o ato de clicar no ícone deste arquivo fará com que o oprograma associado ao arquivo seja aberto (executado). Por exemplo, se forum arquivo HTML, como o “index.htm”, isso fará com que um navegadorinternet seja ativado (no caso do Konqueror, que além de gerenciador dearquivos também é um navegador, o conteúdo do arquivo será mostrado naárea de exibição do Konqueror).

3.3- Execução de Programas na barra de ativação rápida

Além da área de trabalho, os ícones podem ser colocados na barra deativação rápida. Nas figuras em que a interface aparece completa, estesícones podem ser vistos, como por exemplo nas figuras 2 e 9. Nestas figuraspodem ser vistos os ícones dos programas: Gerenciador de ArquivosKonqueror (casa azul); Navegador de Internet Mozilla (Dragão sobre aestrela); Editor de Textos Writer (Folha com 2 gaivotas), e; Leitor de E-mailsEvolution (Círculo amarelo com envelope dentro).

3.4- Execução de Programas usando comandos de linha

Esta é uma opção usada por pessoas mais experientes usando a opçãodo menu principal “Executar comando” ou com um terminal de texto. Agrande desvantagem deste método é que o usuário precisa saber o nome doprograma executável e, em alguns casos, os parâmetros que tem que serfornecidos para que o programa seja executado corretamente. É similar ao

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uso da interface MS-DOS no ambiente Windows.

4 – Conjunto Básico de Programas

As distribuições Linux possuem centenas de programas aplicativos quesão empacotados juntamente com o sistema operacional. É praticamenteimpossível usar todos eles, mesmo porque alguns fazem exatamente a mesmafunção. Por exemplo, alguns dos navegadores disponíveis no Linux são:Mozilla, Konqueror, Galeon, Opera, dentre outros. Embora todos estejamdisponíveis, o usuário pode optar por um deles e utilizar apenas o escolhido.

Assim, uma tarefa essencial para os usuários iniciantes no LinuxDesktop é saber como encontrar o conjunto de programas que ele precisaráutilizar. O objetivo desta seção é mostrar o “caminho das pedras” para que ousuário possa acessar mais rapidamente este conjunto de programas.

Uma das vantagens do Linux é que o seu sistema é totalmenteconfigurável e adaptável. Está em andamento um projeto para adaptação dainterface gráfica para simplificá-la. Dentre estas simplificações as principaissão as seguintes:

• redução das opções disponíveis na hieraquia de menus;• colocação de ícones dos programas mais comuns na área de trabalho

e/ou na barra de ativação rápida;

Apenas para se ter uma idéia das mudanças as figuras 10 e 11apresentam, respectivamente, uma interface padrão do KDE e o menu padrãodo KDE mostrando a hierarquia para se ativar o programa de captura detelas. Compare as figuras 10 e 11 com as figuras 1 e 3, respectivamente.

Figura 10 – Interface Padrão do KDE no Mandrake

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Figura 11 – Hieraquia de Menus – Captura de Telas

Embora o objetivo deste material seja direcionado para a interface queestá sendo adaptada para a UFV, serão mostrados os caminhos para sechegar aos programas considerados nesta seção também na interface padrão.Assim, os usuários que estiverem com a interface padrão poderão encontraros programas que precisam executar. Entretanto, para a interface padrãoserão apenas descritas as opções a serem selecionadas na hierarquia demenus. Por exemplo, para a ativação do programa de captura de telas asopções selecionadas seriam: Multimídia; Gráfico; Captura de Telas.

O restante desta seção será dedicado a mostrar alguns dos principaisprogramas utilizados nas tarefas comuns de uma secretaria. Para cadaprograma será feita uma breve descrição da sua função principal, qual oprograma equivalente no ambiente Windows e mostrada a sua interface paraque se tenha uma idéia inicial de sua semelhança ou diferença com oequivalente windows. Não é objetivo deste material apresentar ou ensinar asfuncionalidades detalhadas dos programas, mas apenas o caminho para seencontrar estes programas.

Como o projeto de adaptação de uma distribuição Linux para a UFVainda não foi completado é provável que apareçam algumas diferenças entreo que está descrito nesta versão da apostila e o ambiente gráfico que serádisponibilizado. Entretanto, as semelhanças serão maiores do que asdiferenças. Além do mais o ambiente será parecido com a maioria dosambientes gráficos das distribuições Linux.

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4.1– Editor de Textos

• Nome: Writer

• Descrição: editor de textos do pacote OpenOffice com funções básicas eavançadas de edição.

• Equivalente no Windows: Microsoft Word.

• Como executá-lo na interface modificada: 1) usando o ícone colocado naárea de trabalho de nome “Writer (Editor de Textos)”; 2) usando o ícone naBarra de ativação rápida; 3) No menu principal selecionando as opções:OpenOffice; Editor de Textos (Writer).

• Como executá-lo na interface padrão: No menu principal selecionando asopções: Escritório; Processadores de Textos; OpenOffice.org.

• Observações e Comentários: Gera arquivos em formato próprio (.sxw). Abrearquivos gerados no word (.doc) e salva arquivo em diferentes formatosincluindo .pdf, .doc, .rtf, .html, dentre outros.

• Em algumas distribuições Linux a primeira vez que se executa o Writer (ouqualquer outro aplicativo do pacote OpenOffice) a instalação do OpenOfficeé ativada. É importante selecionar a opção de instalação “Estação deTrabalho” que ocupa pouco mais de 2 Mbytes de espaço no diretório dousuário (a opção “instalação local” consome mais de 200 Mbytes).

• Interface: Mostrada na figura12.

Figura 12 – Interface do Writer

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4.2- Planilha Eletrônica

• Nome: Calc

• Descrição: Planilha eletrônica do OpenOffice.

• Equivalente no Windows: Microsoft Excel.

• Como executá-lo na interface modificada: 1) usando o ícone colocado naárea de trabalho de nome “Calc (Planilha Eletrônica)”; 2) No menuprincipal selecionando as opções: OpenOffice; Planilha Eletrônica (Calc).

• Como executá-lo na interface padrão: No menu principal selecionando asopções: Escritório; Folhas de Cálculo; OpenOffice.org.

• Observações: Gera arquivos em formato próprio (.sxc). Abre arquivosgerados pelo Excel (.xls). Salva arquivos em diferentes formatos incluindo .xls, .html e .pdf.

• Interface

Figura 13 – Interface do Calc

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4.3- Apresentador de Slides

• Nome: Impress

• Descrição: Gerador de apresentações com recursos gráficos, animação, etc.

• Equivalente no Windows: Microsoft Powerpoint

• Como executá-lo na interface modificada: 1) usando o ícone colocado naárea de trabalho de nome “Impress (Apresentação de Slides)”; 2) No menuprincipal selecionando as opções: OpenOffice; Apresentador (Impress).

• Como executá-lo na interface padrão: No menu principal selecionando asopções: Escritório; Apresentação; OpenOffice.org.

• Observações: abre arquivos gerados pelo Powerpoint (.ppt). Gera arquivosem formato próprio (.sxi) mas pode salvar os arquivos em outro formato,tais como, .ppt, .html e .pdf.

• Interface

Figura 14 – Interface do Impress

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4.4- Navegador Internet

• Nome: Mozilla

• Descrição: Navegador Internet com interface similar a do Netscape. OMozilla é a versão livre do Netscape.

• Equivalente no Windows: Internet Explorer

• Como executá-lo na interface modificada: 1) usando o ícone colocado naárea de trabalho de nome “Mozilla (Navegador)”; 2) usando o ícone naBarra de ativação rápida; 3) No menu principal selecionando as opções:Rede; WWW; Mozilla.

• Como executá-lo na interface padrão: No menu principal selecionando asopções: Rede; WWW; Mozilla.

• Observações: Possui as funções comuns aos navegadores, além de umasérie de “plug-in”s.

• Interface:

Figura 15 – Interface do Mozilla

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Introdução ao Linux Desktop - 21

4.5- Programa de E-mail

• Nome: Evolution

• Descrição: Programa para receber e enviar e-mails com recursos de agendae outras funcionalidades.

• Equivalente no Windows: Microsoft Outlook

• Como executá-lo na interface modificada: 1) usando o ícone na Barra deativação rápida; 2) No menu principal selecionando as opções: Rede;Correio; Evolution.

• Como executá-lo na interface padrão: No menu principal selecionando asopções: Rede; Correio; Evolution.

• Observações: Para ser usado é necessário configurar o usuário de e-mailinformando qual o servidor que será usado, etc.

• Interface:

Figura 16 – Interface do Evolution

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4.6- Outros Programas

Além dos programas listados nesta seção o Linux possui muitos outrosprogramas. No processo de migração do Windows para o Linux os usuáriosgostariam de usar programas similares aos que já utilizavam. Uma boareferência para se buscar programas feitos para Linux similares aosexistentes no Windows pode ser obtida em http://linuxshop.ru/linuxbegin/win-lin-soft-en/table.shtml.

5 – Diferenças principais em Relação ao Windows

5.1– Uso do disquete e outros dispositivos

Conforme já mencionado, o drive de disquete no Linux é montado nodiretório “/mnt”. Assim, para se usar um arquivo no disquete é necessárioreferenciar o diretório associado ao dispositivo. O mapeamento dedispositivos externos mais comum é o mostrado a seguir:– /mnt/floppy associado ao drive de disquete;– /mnt/cdrom associado ao drive de CD-ROM;– /mnt/cdrom2 associado a um segundo drive de CD, no caso da máquina

possuir mais de um.

5.2- Ambiente de Rede e Compartilhamento de arquivos

O ambiente de rede no Linux é implementado de diferentes formas.Uma das mais comuns é a utilização do software chamado Samba e doaplicativo LinNeighborhood. O Samba é usado para definir oscompartilhamentos de uma máquina. Com o Samba instalado, ocompartilhamento de uma pasta pode ser feito no gerenciador de arquivosKonqueror, de maneira semelhante ao que é feito no Windows Explorer. Bastaselecionar a pasta (diretório) e clicar o botão direito do mouse. No menu quese abrirá aparecerá a opção “Compartilhamento”. O acesso pode serprotegido (ou não) com senha e a permissão pode ser somente para leitura outotal.

5.3- Vírus

Outra grande vantagem da utilização de Linux é a sua “imunidade” aosvírus que vêem causando estragos e prejuízos nos últimos tempos. Se vocêfizer uma busca na Internet verá que os vírus mais ativos têm o nomecomeçando com “W32”, como por exemplo W32MyDoom, W32Klez, etc. E oque este “W32” significa? Significa que o vírus foi feito para o sistemaoperacional Windows 32 bits. Portanto ele usa comandos do sistemaoperacional Windows para contaminar o sistema, e estes comandos não são os

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mesmos do Linux. Portanto o seu efeito é nulo no Linux.

Além disso, no sistema operacional Linux alguns comandos são de usoexclusivo do superusuário (administrador do sistema). Assim, mesmo que ovírus tenha sido feito para o Linux, mas vier em um arquivo anexo em umamensagem para um usuário comum, ele não conseguirá executar os comandosque necessitam de privilégio de superusuário, e o seu efeito também serianulo, ou muito menos desastroso. Por isso recomenda-se não utilizar a contade superusuário para as atividades comuns, mas apenas para as tarefas queexigem esse privilégio.

6 – Comentários Finais

Como dito no início, o objetivo deste curso rápido de introdução aoLinux Desktop é o de permitir que os usuários que disponham de umamáquina Linux, possam usar o ambiente gráfico para realizar as tarefascomuns do dia-a-dia.

E uma das características interessantes do Linux é permitir o uso dediferentes interfaces gráficas em uma mesma instalação. Dentre as diversasinterfaces gráficas destacamos as seguintes KDE, Gnome, IceWM, Blanes eWindowMaker. As interfaces KDE e Gnome são os dois projetos maisavançados e com muitos recursos, entretanto exigem mais recursos doequipamento, em particular, memória RAM e processador. Já as interfacesIceWM, Blanes e WindowMaker requerem menos recursos, permitindo ainstalação do Linux em máquinas mais antigas como 486 e Pentium 100 MHz.

Apenas para ilustrar serão mostradas nas figuras a seguir exemplos deinterfaces adaptadas do KDE e Blanes. As interfaces fazem parte de umprotótipo de distribuição Linux em desenvolvimento para ser usada na UFV. Afigura 17 mostra a interface KDE desta distribuição e na figura 18 é mostradaa localização do programa de captura de telas, a partir do menu principal.

Esta distribuição terá duas versões, em princípio. Uma para ser usadaem ambientes de secretarias de departamentos e órgãos administrativos. Umasegunda configuração está sendo configurada para ser usada em laboratóriosde ensino onde ferramentas de programação e outras aplicações científicasserão acrescentadas na instalação padrão.

Embora cada versão tenha um conjunto de programas já pré-instalados,nada impede que novos programas sejam instalados caso o usuário necessite.Os ambientes de trabalho podem ser modificados pelo usuário,personalizando-o com papel de parede, descanso de tela, etc.

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Figura 17 – Interface KDE adaptada para a UFV

Figura 18 – Localização do Programa de captura de Telas

A distribuição que está sendo adaptada também contará com ainterface gráfica Blanes. Esta interface tem uma característica consideradainteressante, por alguns, que é a sua semelhança com a interface do

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Windows98. A figura 19 mostra a interface principal do Blanes e a Figura 20mostra a localização do editor de textos Writer do OpenOffice no menuprincipal (os ícones são similares aos dos programas equivalentes doWindows, no caso do exemplo o editor de textos Word).

Figura 19 – Interface Gráfica Blanes adaptada para a UFV

Figura 20 – Localização do Editor de Textos Writer (OpenOffice)

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Finalmente, é necessário relembrar as motivações para o uso deSoftware Livre. A razão inicial é econômica, mas talvez esta seja uma dasmenos importantes para os usuários. Entretanto, para a Universidade Públicaé uma questão crucial em face dos orçamentos cada vez mais apertados. Mas,mesmo se o orçamento fosse generoso, não devemos nos esquecer que esterecurso é proveniente de impostos. Se a UFV pudesse obter gratuitamentecanetas azuis, seria razoável comprar canetas azuis de uma grife famosa porR$ 50,00 cada? Então por que pagar R$ 1.000,00 por um conjunto deprogramas se é possível obter um conjunto de programas similargratuitamente?

Mas existem razões econômico-sociais não menos importantes. Aocomprar um produto Microsoft (ou de qualquer outra multinacional desoftware) você está colaborando para a geração de empregos no exterior,onde estes softwares são produzidos. Em 2003, o Brasil gastou cerca de 1bilhão de dólares com licenças de software. Usando software livre você dáoportunidade para que pessoas da sua comunidade possam ganhar dinheirocom a prestação de serviço.

A comunidade de software livre tem sido bastante atuante,desenvolvendo diversos projetos de maneira colaborativa, com pessoasespalhadas por todo o planeta. Os produtos possuem qualidade comparável emuitas vezes superior aos similares comerciais. O servidor de páginas Apacheé um exemplo clássico. O próprio Linux, no quesito estabilidade, é muitomelhor do que o Windows. A famosa “tela azul do Windows” que leva seususuários a reiniciarem suas máquinas algumas (ou várias) vezes por dia é umevento raro no Linux.

E por último, mas não menos importante, existe a questão ética. Se umapessoa usa software não licenciado em casa ou no trabalho, pela legislaçãobrasileira ela está cometendo um crime. As grandes produtoras de softwareaparentemente não se importam com a pirataria doméstica, pois a tendência éque a pessoa em sua empresa opte pelo produto que ela sabe usar.Entretanto, tem aumentado a freqüência de fiscalização em empresaspúblicas e privadas, principalmente nas de grande e médio porte. Adisseminação da cultura de utilização de software livre elimina este problema,pois com software livre não existe pirataria.

O software livre é tecnicamente viável, socialmente mais justo eeticamente correto. Seja livre! Use Software Livre!