Introdução ao livro do Zohar em Português

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    INTRODUO AO LIVRO DO ZOHAR

    1.Nesta introduo, eu gostaria de esclarecer coisas aparentemente simples queforam procuradas por muitos e pelas quais muita tinta foi derramada tentando

    clarific-las.Todavia elas ainda no ns levaram a uma compreenso satisfatria, e eis asperguntas:

    1.Qual a nossa essncia?

    2.Qual o nosso papel na longa corrente da realidade, da qual ns somosapenas pequenos elos?3.Quando ns nos examinamos a ns mesmos, ns descobrimos que somosto corruptos e to baixos como se pode ser. E quando examinamos ooperador que nos fez, somos compelidos a estar no mais alto grau, pois noh ningum to louvvel que Ele. Pois necessrio que apenas operaesperfeitas derivem de um operador perfeito.

    4.A nossa mente necessita que Ele seja absolutamente benevolente, alm dacomparao. Como, ento, criou Ele tantas criaturas que sofrem e agonizampor todas as vidas? No a maneira do bom fazer o bem, ou pelo menos nomagoar?5.Como possvel que o infinito, que no tem principio nem fim, produzafinitas, mortais, e transitrias criaturas?

    2.

    De forma a clarificar tudo isso, precisamos fazer algumas averiguaespreliminares. E no, Deus nos livre, onde proibido, na essncia do Criador, daqual no temos pensamento ou percepo que se parea, e logo no temos

    qualquer pensamento ou dico D'Ele, a no ser onde a averiguao um Mitzva (mandamento/boas aces), a averiguao das Suas aces. como aTor nos manda: Conhece tu o Deus de teu pai e serve-O, e como diz no poemada unificao, Por tuas aces te conhecemos.

    Averiguao No. 1: Como podemos ns descrever uma nova criao, algo novo queno est includo Nele antes de Ele a criar, quando bvio para qualquerobservador que no h nada que no esteja includo Nele? O senso comum dita-o,pois como pode um dar o que um no tem?

    Averiguao No. 2: Se voc diz que do aspecto de Sua omnipotncia, Elecertamente pode criar existncia a partir da ausncia, algo novo que no est Nele,l surge a pergunta que realidade essa, que pode ser determinada como no

    tendo lugar Nele de todo, mas algo completamente novo?Averiguao No. 3: Isto lida com o que os Cabalistas disseram, que a alma de um parte de Deus Acima, de tal maneira que no h diferena entre Ele e a alma, masEle todo e a alma uma parte. E eles compararam-o a uma pedra esculpidade uma montanha. No h diferena entre a pedra e a montanha, excepto que Ele o todo e a pedra uma parte. Logo ns devemos perguntar: uma coisa queuma pedra esculpida de uma montanha separada dele por um machado feito paraesse propsito, causando a separao da parte do todo. Mas como pode vocdescrever isso sobre Ele, que Ele ir separar uma parte da Sua essncia at que elaabandone a Sua essncia e se torne separada D'Ele, isto uma alma, ao ponto ques pode ser compreendida como uma parte da Sua essncia?

    3.

    Averiguao No. 4: Dado que a carruagem do Sitra Achra (outro lado) eas Klipot (cascas) esto to longe, na outra ponta da Sua Santidade, at que tal

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    afastamento seja inconcebvel, como pode isto ser extrado e ser feito daSantidade, muito menos que a Sua Santidade o sustente?

    Averiguao No. 5: A questo da ressurreio dos mortos: Dado que o corpo todesprezvel, que imediatamente nascena ele est condenado a perecer e a serenterrado. Alm do mais, O Zohar disse que antes que o corpo apodreainteiramente, a alma no pode ascender at ao seu lugar no Jardim do den,

    enquanto ainda existem remanescentes dele. Desta forma, porque deve ela voltar ese levantar na ressureio dos mortos? No poderia o Criador deleitar as almas semisso?

    Ainda mais desconcertante o que nossos sbios disseram, que os mortos estodestinados a se levantarem com seus defeitos, para que eles no fossemconfundidos com outros, e depois disso Ele ir curar seus defeitos. Devemoscompreender porque deve Deus se importar que eles no sejam confundidos comoutros, que para isso Ele recriaria seus defeitos e ento teria de o curar.

    Averiguao No. 6: Relativamente a que nossos sbios disseram, que o homem ocentro da realidade, que os Mundos Superiores e este mundo corpreo e tudo nelesforam criados apenas para ele (O Zohar, Tazria, 40), e obrigando o homem a

    acreditar que o mundo tinha sido criado para ele (Sanhedrin 37). Isto aparentemente difcil de perceber que para este insignificante humano, cujo valorno mais que um punhado, em respeito realidade deste mundo, muito menosem respeito a todos os Mundos Superiores, cuja Altura e Sublimidade imensurvel, que o Criador se tivesse dado ao trabalho a Si Mesmo a criar todosestes para ele. E tambm, porque precisaria o homem de tudo isso?

    4.Para compreender estas perguntas e averiguaes, a nica ttica examinar o fimda ao, isto , o propsito da Criao. Pois nada pode ser compreendido no meiodo processo, mas apenas no seu fim. E claro que no h qualquer ao sem umpropsito, pois apenas o insano pode agir sem propsito.

    Eu sei que existem os que jogam para trs de suas costas o fardo da Tore Mitzvot (plural de Mitzva), dizendo que o Criador criou o todo da realidade, entodeixando-a sozinha, que devido inutilidade das criaturas no digno do ExaltadoCriador a olhar sobre suas ms e mesquinhas maneiras. Certamente, semconhecimento eles falaram, pois impossvel comentar a nossa baixeza einsignificncia, antes que decidamos que nos crimos a ns mesmos com todas asnossas corruptas e repugnantes naturezas.

    Mas enquanto ns decidimos que o Criador, que absolutamente perfeito, O quecriou e desenhou nossos corpos, com todos seus admirveis e desprezveisatributos, seguramente, nunca pode emergir uma ao imperfeita sob a mo doperfeito trabalhador, pois cada ao testemunha a seu executante. E que culpa hem uma m vestimenta, se certo mau alfaiate a fez?

    Tal como isto encontramos em Masechet Taanit, 20: Um conto sobre Rabino Elazarque se cruzou com um homem muito feio. Ele disse para ele: Quo feio aquelehomem. O homem respondeu: Vai e diz ao arteso que me fez, Quo feio esteinstrumento que tu fizeste. Ento, os que afirmam que devido a nossa baixeza einsignificncia, no digno que Ele olhe por ns, e desta forma Ele nos abandonou,no fazem outro que exibir sua ignorncia.

    Tente imaginar, se voc viesse a encontrar certo homem que pudesse criarcriaturas, precisamente assim sofreriam elas e agonizariam todas suas vidas comons fazemos, e no apenas isso, mas lanava-as para trs de suas costas, no

    querendo sequer olhar por elas, para as ajudar um pouco. Quo desprezvel e baixovoc o consideraria! Como pode tal coisa ser pensada D'Ele?

    5.

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    Desta forma, o senso comum dita que ns percebemos o oposto do que aparentaser superfcie, e decidimos que ns somos verdadeiramente nobres e dignascriaturas, de importncia imensurvel, na verdade dignas do Trabalhador que nosfez. Pois qualquer falha que voc deseje percepcionar nos nossos corpos, por trsde todas as desculpas que voc d a si mesmo, cai apenas sobre o Criador, que noscriou e a natureza dentro de ns, pois claro de que Ele nos criou e no ns.

    Ele tambm conhece todas as maneiras que derivam da natureza m e os atributosque Ele criou em ns. como ns dissemos, que ns devemos contemplar o fim daao, e ento seremos capazes de compreender tudo. como o dizer diz, Nomostres a um tolo um trabalho no meio.

    6.Nossos sbios j disseram que o Criador no criou o mundo por outra razo a noser deleitar Suas criaturas. E aqui est onde ns devemos colocar nossas mentes etodos os nossos pensamentos, pois ela a derradeira direco da aco da criaodo mundo. E ns devemos manter em mente que dado que o Pensamento daCriao era de dar sob Suas criaturas, Ele tinha de criar nas almas uma grandemedida de desejo de receber sobre o qual Ele tinha pensado lhes dar. Pois a medida

    de cada prazer e deleite depende da medida da vontade de o receber. Quanto maiora vontade de receber, maior o prazer, e quanto menor a vontade, menor o prazerda recepo.

    Logo, o Pensamento da Criao em si mesmo dita necessariamente a criao deuma vontade de receber excessiva nas almas, para servir ao imenso prazer que SuaOmnipotncia pensou dar sobre as almas. Pois o grande deleite e o grande desejode receber andam de mo dada.

    7.Assim que tenhamos aprendido isso, chegamos a um completo entendimento dasegunda averiguao, em completa clareza. Pois ns aprendemos qual a realidade

    que pode ser claramente determinada, que no uma parte da Sua essncia, extenso que ns podemos dizer que ela uma nova criao, existncia a partir daausncia. E agora ns podemos saber por certo que o Pensamento da Criao, dedeleitar Suas criaturas, necessariamente criou uma medida de desejo para receberD'Ele toda a bondade e agradabilidade que Ele tinha planejado para elas, essavontade de receber no foi claramente includa na Sua essncia antes que Ele ativesse criado nas almas, pois de quem podia Ele receber? Segue-se que ele crioualgo novo, que no est em Ele.

    E ainda assim, ns compreendemos que de acordo com o Pensamento da Criao,no houve qualquer necessidade de criar algo mais que a vontade de receber. Isto porque esta nova criao suficiente para Ele preencher o Pensamento da Criaointeiro, que Ele tinha pensado dar sobre ns. Mas todo o preenchimento noPensamento da Criao, todos os benefcios que Ele tinha planeado nos render,derivam directamente da Sua essncia, e Ele no tem razo para os recriar, dadoque eles j esto extrados, existncia a partir da ausncia, para a grande vontadede receber nas almas. Logo ns vemos evidentemente que toda a substncia nacriao gerada, do principio ao fim, apenas a vontade de receber.

    8.Agora ns chegamos a compreender as palavras dos Cabalistas na terceiraaveriguao. Ns imaginmos como era possvel dizer sobre as almas que elaseram uma parte de Deus Acima, como uma pedra que esculpida de umamontanha, que no h diferena entre elas excepto que uma uma parte e a

    outra um todo. E ns imaginmos: uma coisa dizer que a pedra esculpida damontanha se torna separada por um machado para esse propsito, mas como podevoc dizer isso sobre Sua essncia? E tambm, o que foi que separou as almas daSua essncia e as excluiu do Criador, para se tornarem criaturas?

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    Do acima, ns entendemos claramente que como o machado corta e divide umobjecto fsico em dois, a disparidade de forma divide o espiritual em dois. Porexemplo, quando duas pessoas se amam uma outra, voc pode dizer que elas soligadas uma outra como um corpo. E quando elas se odeiam uma outra, vocdiz que elas so to distantes uma da outra como o este do oeste. Mas no hquesto da proximidade ou afastamento de localizao aqui. Em vez disso, istoimplica a equivalncia de forma: que elas so iguais em forma, e cada uma ama oque a outra ama e odeia o que a outra odeia, elas amam-se uma outra e estoligadas uma outra.

    E se h certa disparidade de forma entre elas, e uma delas gosta de algo que aoutra odeia, ento extenso que elas diferem em forma, elas tornam-se distantese odiosas de uma outra. E se, por exemplo, elas so opostas em forma, e tudo oque uma gosta, a outra odeia, e tudo o que a outra odeia apreciado pela primeira,elas so consideradas to afastadas como o este do oeste, isto de uma ponta outra.

    9.E voc descobre que na espiritualidade a disparidade de forma age como um

    machado que separa no mundo corpreo, e a distncia entre elas proporcional oposio de forma. Disto ns aprendemos que dado que a vontade de receber Seudeleite foi impressa nas almas, e ns mostrmos que esta forma est ausente noCriador, porque de quem receberia Ele, essa disparidade de forma que as almasadquiriram as separa da Sua essncia, como o machado esculpe uma pedra damontanha. E devido a essa disparidade de forma as almas foram separadas doCriador e se tornaram criaturas. Contudo, tudo o que as almas adquirem da SuaLuz se estende da Sua essncia, existncia a partir da existncia.

    Segue-se desta forma que em respeito Sua Luz, que elas recebem noseu Kli (recipiente), que a vontade de receber, no h diferena ou que se pareaentre elas e Sua essncia. Isto porque elas a recebem existncia a partir da

    existncia, directamente da Sua essncia. E a nica diferena entre as almas e Suaessncia que as almas so uma parte da Sua essncia.

    Isto significa que a quantidade de Luz que elas recebem em seu Kli, sendo avontade de receber, est j separada do Criador, pois ela se baseia na disparidadede forma da vontade de receber. E esta disparidade de forma f-la uma parte daqual elas foram separadas do todo e se tornaram uma parte. Logo, a nicadiferena entre eles que um um todo e o outro uma parte, como a pedraque esculpida de uma montanha. E examine isto meticulosamente, pois impossvel o expandir alm em tal lugar exaltado.

    10.

    Agora ns podemos comear a compreender a quarta averiguao: como possvelque a carruagem da impureza e Klipotemergissem da Sua Santidade, dado que elase encontra na outra ponta da Sua Santidade? E tambm, como pode ser que Ele aapoia e sustenta? Certamente, primeiro devemos compreender o significado daexistncia da impureza e das Klipot.

    Saiba que esta grande vontade de receber, que ns determinmos ser a prpriaessncia das almas por criao - para as quais elas so dignas a receber o inteiropreenchimento no Pensamento da Criao - no fica nessa forma dentro das almas.Se ela tivesse, elas no teriam de permanecer eternamente separadas D'Ele porquea disparidade de forma nelas as teria separado D'Ele.

    E de forma a remendar essa separao, que se encontra no Kli das almas, Ele criou

    todos os mundos e separou-os em dois sistemas, como no verso: Deus fez-os umcontra o outro, que so os quatro mundos puros ABYA, e opostos a eles os quatromundos impuros ABYA. E Ele imprimiu o desejo de dar no sistema dos puros ABYA,removeu a vontade de receber para si mesmos deles, e colocou-a no sistema dos

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    mundos impuros ABYA. Devido a isso, elas tornaram-se separadas do Criador e detodos os mundos da santidade.

    Por essa razo as Klipot so chamadas mortas, como no verso: sacrifcios para osmortos (Salmos 106, 28). E os cruis que os seguem, como nossos sbiosdisseram, Os cruis, nas suas vidas, so chamados mortos, uma vez que avontade de receber impressa nelas em oposio de forma Sua Santidade as

    separa da Vida das Vidas, e elas so afastadas D'Ele de uma ponta outra. assimpois Ele no tem interesse em recepo, s em dar, ao passo que as Klipotnoquerem nada de dar, mas apenas receber para si mesmas, por seu prprio deleite,e no h maior oposio que essa. E voc j sabe que afastamento espiritualcomea com certa disparidade de forma e acaba em oposio de forma, que adistncia mais afastada no ltimo grau.

    11.E os mundos cascatearam para a realidade deste mundo corpreo, para um lugarem que h um corpo e uma alma e um tempo de corrupo e um tempo decorreco. Pois o corpo, que a vontade de receber para si mesma, se estende dasua raiz no Pensamento da Criao, atravs do sistema dos mundos impuros, como

    est escrito, e o potro de um asno selvagem nasce um homem (J 11, 12). E elepermanece sob a autoridade desse sistema pelos primeiros treze anos, que otempo de corrupo.

    E ao se empenhar em Mitzvot dos treze anos de idade em frente, de forma a darcontentamento a seu Fazedor, ele comea a purificar a vontade de receber para simesmo, impressa nele, e lentamente a torna em prol de dar. Com isso ele estendeuma alma sagrada da sua raiz no Pensamento da Criao. E ela passa atravs dosistema dos mundos puros e veste-se no corpo. Este o tempo de correco.

    E ento ele acumula os graus de santidade do Pensamento da Criao em EinSof (Infinito), at que eles o ajudem a tornar a vontade de receber para si mesmoem ele, para ser inteiramente na forma de recepo em prol de dar contentamento

    sob seu Fazedor, e no de todo para si mesmo. Com isso, um adquire equivalnciade forma com seu Fazedor, porque recepo em prol de dar considerada puro dar.

    Em Masechet Kidushin est escrito que com um homem importante ela d e ele diz com isso tu s santificado. Pois quando a sua recepo em prol de a deleitar, odador, ela considerada absoluta outorga e dar. Logo, um compra completa adesocom Ele, pois adeso espiritual nada mais que equivalncia de forma, comonossos sbios disseram, Como possvel se apegar a Ele? Em vez disso, apegue-se s Suas qualidades. E com isso, um torna-se digno de receber todo o deleite eprazer e a gentileza no Pensamento da Criao.

    12.

    Ento ns claramente explicmos a correo da vontade de receber, impressa nasalmas pelo Pensamento da Criao. Pois o Criador preparou para elas dois sistemas,um oposto ao outro, atravs dos quais as almas passam e dividem-se em doisdiscernimentos, corpo e alma, que se vestem um no outro.

    E atravs de Tor e Mitzvot, elas finalmente tornam a forma da vontade de receberpara ser como a forma da vontade de dar. E ento elas podem receber toda abondade no Pensamento da Criao. E juntamente com isso, elas sorecompensadas com uma slida adeso com Ele, pois atravs do trabalho em Tore Mitzvot elas foram recompensadas com equivalncia de forma com seu Fazedor.Isto considerado o fim da correo.

    E ento, dado que no h mais uma necessidade para o mau Sitra Achra, ele ser

    eliminado da terra e morte cessar para sempre. E todo o trabalho em Tore Mitzvot que foi dado ao mundo durante os seis mil anos da existncia do mundo,e a cada pessoa pela durao dos seus setenta anos de vida, so para os trazer at

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    ao fim da correco a supramencionada equivalncia de forma.

    O assunto da formao e extenso do sistema das Klipot e impureza da SuaSantidade tambm foi cuidadosamente clarificada agora: ele tinha de ser de formaa estender com ele a criao dos corpos, que ento seriam corrigidos atravs deTor e Mitzvot. E se nossos corpos, com sua corrupta vontade de receber, nofossem estendidos atravs do sistema impuro, ns nunca seriamos capazes de o

    corrigir, pois um no pode corrigir o que no se encontra nele.13.

    Certamente, ns precisamos ainda compreender como a vontade de receber para simesmo, que to defeituosa e corrupta, poderia estender de, e estar noPensamento da Criao em Ein Sof, cuja unio est alm das palavras e alm dadescrio? A coisa que o prprio pensamento de criar as almas, Seu pensamentocompletou tudo, pois Ele no precisa de uma ao, como ns precisamos.Instantaneamente todas as almas que estavam destinadas a ser criadas,emergiram preenchidas com todo o deleite e prazer e a gentileza que Ele tinhaplanejado para elas, na perfeio final que as almas estavam destinadas a receberno fim da correco, depois da vontade de receber nas almas tenha sido totalmente

    corrigida e tenha sido tornada em puro dar, em completa equivalncia de formacom o Emanador.

    Isto assim porque na Sua Eternidade, passado, presente, e futuro so como um.O futuro como o presente e no h tal coisa como tempo Nele. Ento, nunca ouveum assunto de uma vontade de receber corrupta no seu estado separado em EinSof.

    Pelo contrrio, essa equivalncia de forma, destinada a ser revelada no fim dacorreco, apareceu instantaneamente no Infinito. E nossos sbios disseram sobreisso: Antes que o mundo fosse criado haviam Ele Um e Seu Nome Um, pois aforma separada na vontade de receber no tinha sido revelada na realidade dasalmas que emergiram no Pensamento da Criao. Em vez disso, elas foram

    apegadas a Ele em equivalncia de forma por meio de, Ele Um e Seu Nome Um.

    14.Logo voc descobre necessariamente que no todo, existem trs estados para aalma:

    O Primeiro Estado sua presena em Ein Sof, no Pensamento da Criao, onde elasj tinham a forma futura do Fim da Correo.

    O Segundo Estado sua presena nos seis mil anos, nos quais foram divididaspelos dois sistemas acima em um corpo e uma alma. Foi-lhes dado o trabalho emTor e Mitzvot, de forma a inverter sua vontade de receber e torn-la numavontade de dar contentamento sob seu Fazedor, e no de todo para si mesmas.

    Durante o tempo desse estado, nenhuma correo vir aos corpos, apenas salmas. Isto significa que elas devem eliminar qualquer forma de recepo prpria,que considerada o corpo, e permanecer apenas com um desejo de dar, que aforma do desejo nas almas. At as almas dos justos no sero capazes de rejubilarno Jardim do den depois de sua morte, mas apenas depois que seus corposapodream no p.

    O Terceiro Estado o fim da correco das almas, depois do ressuscitar dos mortos.Nessa altura a completa correco vir at aos corpos, tambm, pois ento elesiro tornar recepo para si mesmos, que a forma do corpo, para tomar a formapura de dar. E eles iro tornar-se dignos de receber para si mesmos todo o deleite e

    prazer e agradabilidade no Pensamento da Criao.E com tudo isso, eles iro alcanar forte adeso pela fora de sua equivalncia deforma com seu Fazedor, dado que eles no iro receber tudo isso devido a seu

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    desejo de receber, mas devido a seu desejo de dar contentamento sob seu Fazedor,dado que Ele deriva prazer quando eles recebem D'Ele. E por propsitos debrevidade, daqui em diante eu irei usar os nomes destes trs estados,nomeadamente primeiro estado, segundo, e terceiro estado. E voc deverecordar-se de tudo o que est explicado aqui em cada estado.

    15.Quando voc examina os trs estados acima, voc ir descobrir que um necessitacompletamente do outro, de uma maneira que, se um fosse cancelado, os outrosseriam cancelados, tambm.

    Se, por exemplo, o terceiro estado a converso da forma de recepo para aforma de dar no tivesse se materializado, certo que o primeiro estado em EinSof nunca teria sido capaz de emergir.

    Isto porque a perfeio l materializou apenas porque o futuro terceiro estado jl estava, como se ele estivesse no presente. E toda a perfeio que foi descrita lnesse estado como um reflexo do futuro para o presente. Mas se o futuro fossecancelado, no haveria qualquer presente. Ento, o terceiro estado necessita daexistncia do primeiro.

    Tanto o mais quando algo cancelado no segundo estado, onde h todo o trabalhodestinado a ser completado no terceiro estado, o trabalho em corrupes ecorrees e a continuao dos graus das almas. Logo, como vir a ser o terceiroestado? Ento, o segundo estado necessita da existncia do terceiro.

    E assim com a existncia do primeiro estado em Ein Sof, em que a perfeio doterceiro estado reside. Necessita definitivamente que ele seja adaptado, isto queo segundo e terceiro estados venham a aparecem em completa perfeio, nomenos e no mais de qualquer maneira.

    Logo, o primeiro estado em si mesmo necessita da expanso de dois sistemascorrespondentes no segundo estado, para permitir a existncia de um corpo na

    vontade de receber, corrompida pelo sistema da impureza, ento permitindo-nos acorrigi-la. E no tivesse havido um sistema de mundos impuros, ns no teramosessa vontade de receber, e no teramos sido capazes de o corrigir e chegar aoterceiro estado, pois um no pode corrigir o que no se encontra nele. Ento nsno precisamos de perguntar como o sistema impuro veio a ser do primeiro estado,pois o primeiro estado que precisa de sua existncia na forma do segundo estado.

    16.Desta forma, um no deve imaginar em como foi que a escolha tivesse sido tomadade ns, dado que ns devemos ser completados e chegar ao terceiro estado, dadoque ele j se encontra presente no primeiro. A coisa que existem dois caminhosque o Criador nos colocou para ns no segundo estado para nos trazer ao terceiroestado:

    1.O Caminho de Manter Tor e Mitzvot.

    2.O Caminho do Sofrimento, dado que a dor em si mesma purifica o corpo eir eventualmente compelir-nos a inverter nossa vontade de receber naforma da vontade de dar, e apegar a Ele. como nossos sbios disseram(Sanhedrin, 97b), Se tu te arrependeres, bom; e se no, eu irei colocarsobre ti um rei tal como Ham, e ele ir forar-te a arrepender. Nossossbios disseram sobre o verso, irei aceler-lo a seu tempo: Se eles sorecompensados, Eu irei aceler-lo; e se no, a seu tempo.

    Isto significa que se ns somos concedidos atravs do primeiro caminho, ao

    manter Tor e Mitzvot, ns ento aceleramos nossa correo, e ns noprecisamos das rgidas agonias e o longo tempo necessrio para asexperimentar, para que elas nos obriguem a nos corrigir. E se no, a seutempo, isto apenas quando o sofrimento venha a completar nossa

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    correo e o tempo de correo seja forado sobre ns. No todo, o caminhodo sofrimento tambm as punies das almas no Inferno.

    Mas em qualquer caso, o fim da correco o terceiro estado mandatrio, devido ao primeiro estado. Nossa escolha apenas entre ocaminho do sofrimento e o caminho da Tor e Mitzvot. Logo ns clarificmoscuidadosamente como os trs estados das almas esto interligados e

    necessitam um do outro.17.De tudo o acima, ns compreendemos cuidadosamente a terceira averiguao, quequando nos examinamos a ns mesmos, ns descobrimos-nos a ns mesmos sendoto corruptos e desprezveis como pode ser. Mas quando ns examinamos ooperador que nos criou, ns devemos ser exaltados, pois no h nenhum tolouvvel como Ele, como se tornar do Operador que nos criou, porque a naturezado Perfeito Operador de executar operaes perfeitas.

    Agora ns podemos compreender que nosso corpo, com todos seus insignificantesincidentes e posses, no de todo o nosso verdadeiro corpo. O nosso verdadeiro,eterno, e completo corpo j existe em Ein Sof, no primeiro estado, onde ele recebesua forma completa do futuro terceiro estado, isto , recebendo na forma de dar,em equivalncia de forma com Ein Sof.

    E se nosso primeiro estado necessita que ns recebamos a Klipa (casca) de nossocorpo no segundo estado, na sua forma corrupta e repugnante, que a vontade dereceber somente para si mesmo, que a fora que nos separa de Ein Sof para acorrigir e nos permitir receber nosso corpo eterno em prtica, no terceiro estado,ns no precisamos de protestar contra isso. Nosso trabalho pode apenas ser feitoneste transitrio e intil corpo, pois um no corrige o que no est nele.

    Logo, ns j estamos na medida da perfeio, dignos e apropriados ao PerfeitoOperador que nos fez, at no nosso presente, segundo estado, pois este corpo no

    nos causa defeito de qualquer maneira, dado que ele ir expirar e morrer, e estapenas aqui pelo tempo necessrio para o seu cancelamento e aquisio da nossaforma eterna.

    18.Isto estabelece nossa quinta averiguao: Como pode ser que transitrias, inteisaces estendessem do eterno? E ns vemos que, certamente, ns j fomosestendidos como digno de Sua Eternidade seres eternos e perfeitos. E nossaeternidade necessita que a Klipa do corpo, que nos foi dada a ns apenas paratrabalhar, ser transitria e intil. Pois se ela tivesse permanecido em eternidade,ns permaneceramos para sempre separados da Vida das Vidas.

    Ns dissemos anteriormente (Item 13), que esta forma do nosso corpo, que avontade de receber somente para ns mesmos, no est de todo presente noeterno Pensamento da Criao, pois l ns estamos na forma do terceiro estado.Todavia, ela obrigatria no segundo estado, para nos permitir a corrigi-la.

    Ns dissemos anteriormente (Item 13), que esta forma do nosso corpo, que avontade de receber somente para ns mesmos, no est de todo presente noeterno Pensamento da Criao, pois l ns estamos na forma do terceiro estado.Todavia, ela obrigatria no segundo estado, para nos permitir a corrigi-la.

    19.Com isso, ns tambm estabelecemos nossa quarta averiguao: Dado que anatureza do bom de fazer o bem, como criou Ele seres que seriam atormentados

    e agonizados ao longo de suas vidas? Como ns dissemos, toda esta agonia necessitada do nosso primeiro estado, em que a nossa completa eternidade, quevem do futuro terceiro estado, nos compele a avanar ou pelo caminho da Tor, ou

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    pelo caminho do sofrimento, e a alcanar nosso estado eterno no terceiro estado(Item 15).

    E toda esta agonia sentida apenas pela Klipa de nosso corpo, criada apenas paraser perecida e enterrada. Isto ensina-nos que a vontade de receber para si mesmofoi criada apenas para ser erradicada, abolida do mundo, e para a tornar numavontade de dar. E as dores que sofremos so apenas descobertas da sua

    insignificncia e o mal nela.Certamente, quando todos os seres humanos concordarem em abolir e erradicarsua vontade de receber para si mesmos, e no tenham outro desejo a no ser darsobre seus amigos, todas as preocupaes e perigos no mundo deixariam de existir.E todos ns seriamos assegurados de uma plena e completa vida, dado que cadaum de ns teria um mundo inteiro cuidando de ns, pronto a preencher nossasnecessidades.

    Todavia, enquanto cada um de ns tem apenas um desejo de receber para nsmesmos, ele a fonte de todas as preocupaes, sofrimento, guerras, e massacrea que no conseguimos escapar. Eles enfraquecem nossos corpos com todos ostipos de ferimentos e males, e voc descobre que todas as agonias no nosso mundo

    so apenas manifestaes oferecidas a nossos olhos, para nos promover a revogara Klipa m do corpo e assumir a forma completa da vontade de dar. E como nsdissemos, que o caminho do sofrimento em si mesmo nos pode trazer formadesejada. Tenha em mente que os Mitzvot entre homem e homem vm em primeirolugar que os Mitzvot entre homem e Deus, porque o dar sobre o seu amigo trs uma dar sobre o seu Fazedor.

    20.

    Depois de tudo o que ns dissemos, chegmos resoluo da primeiraaveriguao: Qual a nossa essncia? A nossa essncia como a essncia detodos os detalhes na realidade, que no mais nem menos que a vontade dereceber (como escrito no Item 7). Mas ela no como agora, no segundo estado,

    que a vontade de receber somente para o eu, mas como ela se encontra noprimeiro estado, em Ein Sof, na sua forma eterna, que recepo em prol de darcontentamento sobre seu Fazedor (como escrito no Item 13).

    E embora ns no tenhamos ainda alcanado o terceiro estado na realidade, e nosfalte ainda tempo, isso no danifica a nossa essncia ou que se parea, dado quenosso terceiro estado necessitado do primeiro. Ento tudo o que est destinadoa ser coleccionado considerado coleccionado. E a falta de tempo consideradauma carncia apenas onde h dvida se um ir completar o que precisa de sercompletado a tempo.

    E dado que no temos qualquer dvida sobre isso, como se j tivessemoschegado ao terceiro estado. E nosso corpo, tambm, dado a ns na sua presente,forma corrupta, no danifica nossa essncia, dado que ele e todas as suas possessero completamente erradicadas, juntamente com o sistema inteiro da impureza,que a sua fonte, e tudo o que est destinado a ser queimado consideradoqueimado, considerado como se nunca tivesse alguma vez existido.

    Mas a alma que est vestida nesse corpo, cuja essncia tambm puramente umdesejo mas um desejo de dar, que se estende at ns do sistema dos quatromundos dos Sagrados ABYA (item 11) existe para sempre. Isto porque estaforma de um desejo de dar est em equivalncia de forma com a Vida das Vidas eno de qualquer maneira intercambivel. (Esta questo ser completada abaixo,do 32 em diante.)

    21.E no seja desviado pelos filsofos que dizem que a prpria essncia da alma uma substncia intelectual, e que ela existe apenas atravs dos conceitos que ela

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    aprende, que ela cresce atravs deles, e que eles so a sua prpria essncia. E apergunta da continuao da alma depois da partida do corpo depende inteiramentesobre a extenso de conceitos que ela adquiriu, at que em ausncia de taisconceitos, no sobre nada para continuar. Esta no a viso da Tor. Ela tambminaceitvel pelo corao, e qualquer um que alguma vez tenha tentado adquirirconhecimento sabe e sente que a mente uma posse, no o verdadeiro possuidor.

    Mas como ns dissemos, toda a substncia da criao, tanto a substncia dosobjetos espirituais e a substncia dos objetos corpreos, no mais nem menosque uma vontade de receber. E embora ns dissssemos que a alma inteiramenteum desejo de dar, ela -o apenas atravs de correces da Luz Refletida que elarecebe dos Mundos Superiores, dos quais ela vem at ns.

    Todavia, a prpria essncia da alma uma vontade de receber, tambm. E adiferena que podemos distinguir entre um objeto e outro discernido apenas pelasua vontade, pois a vontade de qualquer essncia cria necessidades, e asnecessidades criam pensamentos e conceitos para obter essas necessidades, asquais a vontade de receber exige.

    E tal como os desejos humanos diferem uns dos outros, tambm as suas

    necessidades, pensamentos, e ideias. Por exemplo, os cuja vontade de receber limitada a desejos bestiais, suas necessidades, pensamentos, e ideias sodedicados a satisfazer essa vontade de receber na sua inteira bestialidade. Eembora eles usem a mente e razo como os humanos fazem, ela , contudo,suficiente para o escravo ser como seu mestre. E como a mente bestial, dado quea mente est escravizada e serve o desejo bestial.

    E os cuja vontade de receber forte principalmente em desejos humanos taiscomo respeito e dominao sobre os outros que so ausentes na besta, a maioriade suas necessidades, pensamentos, e ideias revolvem somente volta desatisfazer esse desejo tanto quanto eles podem. E os cuja vontade de receber intensificada principalmente pela aquisio de conhecimento, a maioria de suas

    necessidades, pensamentos, e ideias iro satisfazer esse desejo tanto quanto elaspodem.

    22.Estes trs desejos esto maioritariamente presentes em cada pessoa, mas elesmisturam-se em diferentes qualidades, da a diferena de uma pessoa para outra. Edos atributos corpreos ns podemos deduzir sobre os objectos espirituais,relacionando ao seu valor espiritual.

    23.Logo, as almas humanas, tambm, as espirituais, tm apenas um desejo de darcontentamento sobre seu Fazedor, atravs das vestes da Luz Reflectida recebidados Mundos Superiores de onde elas vm. E esse desejo sua essncia e o ncleoda alma. Acontece que assim que vestidas num corpo humano, ele geranecessidades e desejos e ideias para satisfazer seu desejo de dar at totalidade,isto de dar contentamento sobre seu Fazedor, de acordo com o tamanho de seudesejo.

    24.A essncia do corpo apenas um desejo de receber para si mesmo, e todas suasmanifestaes e posses so preenchimentos da vontade corrupta de receber, quetinha inicialmente sido criada apenas para ser erradicada do mundo, de forma aalcanar o completo terceiro estado no fim da correco. Por esta razo, ele mortal, transitrio, e desprezvel, juntamente com todas suas posses, como umasombra fugidia que no deixa nada no seu despertar.

    E dado que a essncia da alma apenas um desejo de dar, e todas as suasmanifestaes e posses so preenchimentos desse desejo de dar, que j existe noeterno primeiro estado, assim como no futuro terceiro estado, ela imortal e

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    insubstituvel. Em vez disso, ela e todas suas posses so eternas e existem parasempre. Ausncia no afeta que se parea na partida do corpo. Pelo contrrio, aausncia da forma do corpo corrupto fortalece-a grandemente, capacitando-a asubir ao Jardim do den.

    Ento ns mostrmos claramente que a persistncia da alma de nenhuma maneiradepende sobre os conceitos que ela adquiriu, como os filsofos afirmam. Em vez

    disso, sua eternidade est na sua prpria essncia, na sua vontade de dar, que sua essncia. E os conceitos que ela adquire so sua recompensa, no suaessncia.

    25.

    Daqui emerge a completa resoluo da quinta averiguao: Uma vez que o corpo to corrupto que a alma no pode ser totalmente purificada antes que ele apodreano cho, porque volta ele no ressuscitar dos mortos? E tambm a questo sobre aspalavras de nossos sbios: Os mortos esto destinados a ser ressuscitados comseus defeitos, para que no seja dito, outrem (O Zohar, Amor, 17).

    E voc ir compreender claramente esta questo do Pensamento da Criao em simesmo, do primeiro estado. Porque ns dissemos que dado que o Pensamento daCriao era de deleitar Suas criaturas, Ele tinha de criar um desejoesmagadoramente exagerado para receber toda a recompensa, que est noPensamento da Criao, pois O grande deleite e o grande desejo de receber andamde mo dada (Items 6-7). Ns afirmmos l que esta exagerada vontade dereceber toda a substncia que Ele tinha criado, pois Ele no precisa de nada maisque isso, para levar a cabo o Pensamento da Criao. E a natureza do OperadorPerfeito de no executar operaes redundantes, como escrito no Poema daUnificao: De todo Teu trabalho, nem uma coisa Tu esqueces, omites, ouacrescentas.

    Ns tambm dissemos l que esta exagerada vontade de receber foicompletamente removida do sistema puro e que foi dada inteiramente ao sistema

    dos mundos impuros, dos quais estendem os corpos, sua substncia, e todas suasposses neste mundo. Quando um homem alcana os treze anos de idade, elecomea a alcanar uma alma sagrada ao se empenhar na Tor. Nessa altura, ele nutrido pelo sistema dos mundos puros, de acordo com a medida de pureza daalma que ele alcanou.

    Ns tambm dissemos acima, que durante os seis mil anos que nos so dados ans para trabalhar em Tor e Mitzvot, nenhuma correo vem at ao corpo suaexagerada vontade de receber. Todas as correes que vm atravs de nossotrabalho se relacionam apenas alma, que ento sobre os graus da santidade epureza, que significa o aumento da vontade de dar que se estende com a alma.

    Por esta razo, o corpo ir finalmente morrer, ser enterrado, e apodrecer pois eleno atravessou qualquer correo. Todavia, ele no pode permanecer dessamaneira, pois se a exagerada vontade de receber perecesse do mundo, oPensamento da Criao no seria realizado isto a recepo de todos os grandesprazeres que Ele pensou dar sobre Suas criaturas, pois a grande vontade dereceber e o grande prazer andam de mos dadas. E extenso que o desejo paraa receber diminui, tambm diminuem o deleite e o prazer da recepo.

    26.J dissemos que o primeiro estado precisa do terceiro estado, para se materializarpor completo como foi no Pensamento da Criao - no primeiro estado - sem omitiruma nica coisa (ver item 15). Portanto, o primeiro estado exige a ressureio dos

    mortos. Isso significa que a sua vontade excessiva de receber, que j havia sidoerradicada e apodreceu no segundo estado, deve agora ser ressuscitada em todasua medida exagerada, sem quaisquer restries, ou seja, com todas as suas falhaspassadas.

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    Ento comea o trabalho de novo, para converter esse excessivo desejo de receberem desejo de somente outorgar. E ento teremos dobrado o nosso ganho:

    1.Teriamos um lugar para receber todo o deleite e prazer e a gentileza noPensamento da Criao, uma vez que j teriamos o corpo com o seuexcessivo desejo de receber, que anda de mos dadas com estes prazeres.2.Desde que nossa recepo dessa forma seria apenas para doarcontentamento ao nosso Criador, que a recepo seria considerada comodoao completa (ver item 11). E isso nos levaria a equivalncia da forma,que Dvekut(adeso), que a nossa forma no terceiro estado. Assim, oprimeiro estado exige absolutamente a ressureio dos mortos.

    27.

    Na verdade, no pode haver ressureio dos mortos, mas s perto do termino dacorreo, no final do segundo estado.Pela primeira vez fomos recompensados coma negao do nosso excessivo desejo de receber, e foi nos concedido o desejo desomente outorgar, e quando fomos dotados de todos os graus maravilhosos daalma, chamados Nefesh,Ruach, Neshama, Haya, Yechida, atravs de nosso trabalhoem negar este desejo de receber, ns alcanamos a maior perfeio, at que o

    corpo possa ser ressuscitado com todos os seus excessivos desejos de receber, e jno sermos prejudicados por ele, e de nos separar da Dvekut.

    Pelo contrrio, ns o superamos e lhe damos a forma de outorgar. E, de fato, isso feito com toda qualidade corrupta que desejamos remover dele. Primeiro, devemosremov-lo completamente, at no sobre nada dele. Depois disso, podemosreceb-lo e conduzi-lo novamente no caminho do meio. Mas enquanto no otenhamos removido totalmente, impossvel de conduzi-lo no desejado caminho domeio.

    28.Nossos sbios disseram: "Os mortos esto destinados a serem ressussitados com

    suas falhas e,em seguida, serem curados."Isto significa que, no incio o mesmocorpo ressuscitado, que o desejo excessivo de receber, sem quaisquerrestries, da mesma forma que cresceu sob o alimento dos mundos impuros antesque a Torah e Mitzvot o tenham purificado de qualquer forma.Este o significadode, "em todas as suas falhas."

    E, ento, embarcamos em um novo tipo de trabalho - para inserir todo esseexagerado desejo de receber sob a forma de outorga. Em seguida, ele est curado,porque agora ele obteve a equivalncia da fprma. E eles disseram que a razo "para que no seja dito:" um outro '", significando assim que no ser dito sobreele que ele est em uma forma diferente da que tinha no Pensamento da Criao.Isto assim porque esse excessivo desejo de receber est l, com o objetivo dereceber toda a generosidade do Pensamento da Criao.

    apenas que, entretanto, foi dado aos Klipot para a purificao. Mas no final, nodeve ser um corpo diferente, pois se fosse diminudo de alguma forma, seriaconsiderado totalmente diferente, portanto, indigno de receber todo a generosidadedo Pensamento da Criao, como ele a recebe no primeiro estado .

    29.Agora ns podemos resolver a segunda averiguao acima: qual o nosso papel nalonga corrente da realidade, da qual ns somos nada mais que pequenos elos,durante a curta durao de nossos dias? Saiba que nosso trabalho durante ossetenta anos de nossos dias est dividido em quatro:

    A Primeira Diviso para obter a excessiva vontade de receber sem restries, nasua completa, corrompida medida de baixo das mos dos quatro mundosimpuros ABYA. Se ns no temos essa corrompida vontade de receber, ns noseremos capazes de a corrigir, pois um no pode corrigir o que no est nele.

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    Ento, a vontade de receber impressa no corpo nascena insuficiente. Em vezdisso, ela deve tambm ser um veiculo para as Klipot impuras durante no menosque treze anos. Isto significa que as Klipot a devem dominar e dar-lhe suas luzes,pois suas luzes aumentam sua vontade de receber. Isto porque ospreenchimentos com que as Klipotprovidenciam vontade de receber apenasexpandem e aumentam as exigncias da vontade de receber.

    Por exemplo, nascena, ele tem um desejo de s uma centena, e no mais. Masquando o Sitra Achra providencia a uma centena, a vontade de receberimediatamente cresce e quer duas centenas. Ento, quando o SitraAchra providencia preenchimento para as duas centenas, o desejo imediatamenteexpande para querer quatro centenas. E se um no o supera atravs de Tore Mitzvot, e purifica a vontade de receber para a transformar em dar, a sua vontadede receber expande ao longo da sua vida, at que ele morre sem alcanar metadede seus desejos. Isto considerado estar sob oSitra Achra e as Klipot, cujo papel de expandir e aumentar a sua vontade de receber e faz-la exagerada e noreprimida de qualquer maneira, para providenciar a um com todo o material comque ele precisa de trabalhar e corrigir.

    30.A Segunda Diviso dos treze anos para a frente. Nesse ponto, ao ponto no seucorao, que o dorso da santidade, dada fora. Embora ele esteja revestido nasua vontade de receber nascena, ele comea apenas a despertar passados trezeanos, e ento um comea a entrar no sistema dos mundos puros, extenso queum observa Tor e Mitzvot.

    A principal direo desse tempo de obter e intensificar a vontade espiritual dereceber , pois nascena, um tem apenas uma vontade de receber porcorporalidade. Desta forma, embora um tenha obtido a excessiva vontade dereceber antes de fazer os treze, ainda assim no a concluso do crescimento davontade de receber, pois a principal intensificao da vontade de receber apenas

    pela espiritualidade.Isto porque se, por exemplo, antes de fazer treze, a vontade de receber de umdeseja devorar toda a riqueza e respeito neste mundo corpreo. Este aparentemente no um mundo eterno, e para todos ns ele apenas uma sombrafugidia. Mas quando um obtm a excessiva vontade de receber, um deseja devorar,para seu prprio deleite, toda a riqueza e deleites no prximo, mundo eterno, que uma posse eterna. Ento, a maioria da excessiva vontade de receber completadaapenas com a vontade de receber espiritualidade.

    31.

    Est escrito na Nova Tikkun (97b) sobre o verso (Provrbios 30, 15), Asanguessuga tinha duas filhas: D, d.: Uma sanguessuga significa Inferno. E o

    mal apanhado nesse Inferno grita como ces Hav, Hav (Hebraico: D, D), isto d-nos a riqueza deste mundo, d-nos a riqueza do prximo mundo.

    Todavia este um grau muito mais importante que o primeiro, dado que aparte deobter a completa medida da vontade de receber, dando a um todo o material queum precisa para o seu trabalho, este o grau que trs um a Lishma (por SeuNome). como nossos sbios disseram (Pesachim 50b): Um deve sempre seempenhar em Tor e Mitzvot Lo Lishma(no por Seu Nome), pois de Lo Lishma, umchega a Lishma.

    Ento, este grau, que vem passados os treze anos, considerado santidade. Isto considerado a sagrada criada que serve sua patroa, que a

    Sagrada Shechina (Divindade). Isto porque a criada trs um a Lishma, e ele recompensado com a inspirao da Divindade. Todavia, um deve tomar cadamedida adequada a trazer um a Lishma, dado que se um no se esfora por isso eno alcana Lishma, ele ir cair na fossa da criada impura, que o oposto da

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    sagrada criada, cujo papel de confundir uma pessoa, que o Lo Lishma no o trara Lishma. Diz-se sobre ela: criada que herdeira sua patroa (Provrbios 30,23), pois ela no ir deixar um aproximar-se da patroa, que a Sagrada Divindade.

    E o grau final nesta diviso que ele ir apaixonar-se profundamente com oCriador, como um se apaixona profundamente por um amor corpreo, at que oobjecto da paixo se encontra perante seus olhos todo o dia e toda a noite, como o

    poeta diz, Quando me lembro D'Ele, Ele no me deixa dormir. Ento diz-se dele:mas o desejo preenchido uma rvore da vida (Provrbios 13, 12). Isto porqueos cinco graus da alma so a rvore da Vida, que se estende ao longo dequinhentos anos. Cada grau dura uma centena de anos, significa que ele ir trazer-lhe a receber todos os cinco Behinot(discernimentos) NRNHY(Nefesh, Ruach,Neshama, Haya, Yechida) clarificados na terceira diviso.

    32.

    A Terceira Diviso o trabalho em Tor e Mitzvot Lishma, de forma a dar e noreceber recompensa. Este trabalho purifica a vontade de receber para si mesmo esubstitui-a com uma vontade de dar. extenso que um purifica a vontade dereceber, este torna-se digno de receber as cinco partes da alma

    chamadas NRNHY (em baixo Item 42). Isto porque elas se encontram na vontadede dar (veja Item 23), e no pode revestir o seu corpo enquanto a vontade dereceber que oposta, ou at diferente em forma da alma o controlar.

    Isso porque a questo de revestir e a equivalncia de forma andam de mosdadas (veja Item 11). E quando um recompensado com estar inteiramente navontade de dar e no de todo para si mesmo, ele ser recompensado com obterequivalncia de forma com seus Superiores NRNHY, que se estendem da sua origemem Ein Sof no primeiro estado, atravs dos puros ABYA, e iro imediatamenteestender e revestir nele de uma maneira gradual.

    A Quarta Diviso o trabalho conduzido depois do ressuscitar dos mortos. Istosignifica a vontade de receber, que tinha estado j completamente ausente atravs

    da morte e enterro, agora ressuscitada na sua excessiva e pior vontade dereceber, como nossos sbios disseram: Os mortos sero ressuscitados nos seusdefeitos (Item 28). E ento ela tornada recepo na forma de dar. Contudo,existem alguns poucos escolhidos a quem foi dado este trabalho enquanto aindavivendo neste mundo.

    33.Agora permanece a clarificao da sexta averiguao, que so as palavras denossos sbios que disseram que todos os mundos, Superiores e inferiores, foramcriados apenas para o homem. Isto parece muito peculiar que para o homem, cujovalor apenas um punhado comparado com a realidade perante ns neste mundo,muito menos comparado aos Mundos Superiores, Espirituais, o Criador dar-se-ia atodo trabalho de criar tudo isso para ele. E at mais peculiar para que uso daria ohomem a todos estes vastos Mundos Espirituais?

    E voc deve saber que qualquer contentamento do nosso Fazedor de dar sobreSuas criaturas depende da extenso a que as criaturas O sentem que Ele odador, e que Ele o que as deleita. Pois ento Ele toma grande prazer nelas, comoum pai brincando com seu amado filho, ao grau que o filho sente e reconhece agrandeza e exaltao de seu pai, e seu pai mostra-lhe todos os tesouros que elepreparou para ele, como est escrito (Jeremias 31): Ephraim, meu filho amado, ele alegria de seus pais? Pois quando quer que eu fale dele, eu ainda seriamente orecordo. Ento, Meu corao anseia por ele, eu terei certamente compaixo sobreele, diz o Senhor (Jeremias 31, 19).

    Observe estas palavras cuidadosamente e voc pode vir a conhecer os grandesdeleites do Senhor com esses completos a quem foi concedido O sentir ereconhecer Sua grandeza em todas essas maneiras que Ele preparou para eles, at

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    que eles sejam como um pai com seu filho amado, a alegria de seus pais. E ns noprecisamos de continuar sobre isso, pois suficiente para ns sabermos que poreste contentamento e deleite nesses completos, valeu o Seu tempo criar todos osmundos, Superiores inferiores de modo idntico.

    34.Para preparar Suas criaturas para alcanar o supramencionado grau exaltado, o

    Criador queria afecta-lo por uma ordem de quatro graus que evoluem um de dentrodo outro, chamados, imvel, vegetativo, animal, e falante. Estes so, naverdade, as quatro fases da vontade de receber, pela qual os Mundos Superioresso divididos. Pois embora a maioria do desejo esteja na quarta fase da vontade dereceber, impossvel que a quarta fase aparea de uma vez, mas por suasprecedentes trs fases, nas quais, e atravs das quais, ela se desenvolvegradualmente e aparece, at que ela esteja totalmente completada na forma daFase Quatro.

    35.Na Fase Um da vontade de receber, chamada imvel, que a manifestao inicialda vontade de receber neste mundo corpreo, h apenas uma fora colectiva de

    movimento para o todo da categoria imvel. Mas nenhum movimento aparentenos seus itens particulares. Isto porque a vontade de receber gera necessidades,e as necessidades geram movimentos suficientes, suficientes para satisfazer anecessidade. E dado que h apenas uma pequena vontade de receber, ela dominaapenas o todo da categoria de uma vez, mas seu poder sobre os itens particulares indistinguvel.

    36.O vegetativo (vegetal) adicionado ao anterior, o qual a Fase Dois do desejo dereceber. Sua medida maior do que o inanimado, e seu desejo de receber dominacada um dos elementos, porque cada elemento tem o seu prprio movimento,expandindo-se para cima, para baixo e para os lados, e se move onde brilha o sol.Alm disso, a questo de comer, beber e eliminar resduos tambm evidente emcada elemento. No entanto, a sensao de liberdade e individualidade ainda estausente neles.

    37.Depois vem a categoria animada (animal), que a Fase Trs do desejo de receber.Sua medida j est concluda em grande parte, pois esse desejo de receber j geraem cada item uma sensao de liberdade e individualidade, que a vida, a qual nica para cada elemento em separado. No entanto, eles ainda no tm a sensaodos outros, o que significa que no tm preparao para participar nas dores dosoutros ou em suas alegrias, etc.

    38.Acima de todos vem a espcie humana, que a Fase Quatro do desejo de receber.Ela a medida completa e final, e seu desejo de receber tambm inclui a sensaodos outros. E se voc quiser saber a diferena exata entre a Fase Trs do desejo dereceber (animada) e a Fase Quatro do desejo de receber (homem), eu diria que como o valor de uma nica criatura em relao ao conjunto da realidade.

    Isto porque o desejo de receber no animal, que carece da sensao dos outros, spode gerar necessidades e desejos na medida em que estes estejam gravadosunicamente nessa criatura. Mas o homem, que pode sentir os outros, tambm setorna carente de tudo o que os outros tm, e assim que se enche de inveja paraadquirir tudo o que os outros tm. Quando ele tem cem, quer duzentos, e assim assuas necessidades sempre se multiplicam at que ele pretende devorar tudo o queexiste no mundo inteiro.

    39.Agora, ns mostramos que a meta desejada pelo Criador para a Criao que Ele

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    havia criado doar s Suas criaturas, de modo que elas soubessem de Suahonestidade e grandeza, e recebessem todo o deleite e prazer que Ele tinhapreparado para elas, conforme descrito no verso: "Efraim meu filho querido, no ele a alegria de seus pais?"(Jeremias 31, 19). Assim, voc facilmente descobrirque este propsito no se aplica aos inanimados e s grandes esferas, como aterra, a lua ou o sol, por mais luminosos que possam ser, nem aos vegetais eanimais, pois lhes falta a sensao dos outros, mesmo entre suas prpriasespcies. Portanto, como pode a sensao do Divino e sua doao se aplicar a eles?

    O Homem, depois de ter sido preparado com a sensao dos outros de sua prpriaespcie, que so semelhantes a ele, depois de mergulhar na Tor e Mitzvot,transformar o seu desejo de receber em desejo de doar, alcanando a equivalnciade forma com o seu Criador. Assim, ele recebe todos os graus que forampreparados para ele nos Mundos Superiores, chamados NRNHY. Desta forma, ele setorna apto a receber o propsito do Pensamento da Criao. Afinal de contas, opropsito da criao de todos os mundos foi unicamente para o homem.

    40.Eu sei que isso completamente inaceitvel aos olhos de alguns filsofos. Eles no

    podem concordar que o homem, que eles consideram ser to baixo e indigno, ocentro da maravilhosa Criao. Mas eles so como um verme que nasce dentro deum rabanete. Ele vive l e pensa que o mundo do Criador to amargo, escuro epequeno quanto o rabanete onde ele nasceu. Mas depois que ele rompe a casca dorabanete e d uma espiada para fora, afirma perplexo: "Eu pensei que o mundointeiro fosse do tamanho do rabanete que nasci, e agora vejo um mundo grande,belo e maravilhoso diante de mim!".

    Assim tambm so aqueles que esto imersos na Klipa (singular para Klipot) dodesejo de receber com que nasceram, e que no tentam experimentar o temperooriginal, que a Tor e Mitzvot prticas, que podem quebrar essa difcil Klipa etransform-la num desejo de dar contentamento ao Criador. certo que eles devem

    determinar a sua inutilidade e vazio, como realmente so, e no podemcompreender que esta magnfica realidade foi criada somente para eles.

    Na verdade, se eles tivessem mergulhado na Tor e Mitzvot com a finalidade de darcontentamento ao seu Criador, com toda a pureza exigida, e tivessem tentadoquebrar a do desejo de receber com que nasceram e assumido o desejo de doar,seus olhos se abririam imediatamente e alcanariam todos os graus de sabedoria,inteligncia e mente clara, que foram preparados para eles nos Mundo Espirituais.Ento, eles mesmos diriam como os nossos sbios disseram: "O que diz um bomconvidado? Tudo que o anfitrio fez, ele fez s para mim".

    41.

    Mas ainda devemos esclarecer porque o homem precisa de todos os MundosSuperiores que o Criador criou para ele. Qual a utilidade deles? Tenham em menteque a realidade de todos os mundos geralmente dividida em cinco mundos:a) Adam Kadmon, b) Atzilut, c) Beria, d) Yetzira e e) Assiya. Em cada um delesexistem inmeros detalhes, que so as cincoSefirotKHBTM (Keter, Hochma, Bina, Tifferet e Malchut). O mundo de AK (AdamKadmon) Keter, o mundo de Atzilut Hochma, o mundo de Beria Bina, o mundode Yetzira Tifferet, e o mundo de Assiya Malchut.

    E as Luzes vestidas nestes cinco mundos so chamadas YHNRN. A Luzde Yechida brilha no mundo de Adam Kadmon; a Luz de Haya no mundo de Atzilut;a Luz de Neshama no mundo da Beria; a Luz de Ruach no mundo de Yetzira, e aLuz deNefesh no mundo de Assiya.

    Todos estes mundos e tudo que h neles esto includos no Nome Sagrado, Yod-Hey-Vav-Hey, e na ponta do Yod. Ns no temos a percepo do primeiro mundo(AK). Por isso, ele est apenas implcito na ponta do Yod do Nome Sagrado. por

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    isso que ns no falamos dele e sempre citamos apenas os quatro mundosde ABYA. Yod o mundo de Atzilut, Hey o mundo de Beria, Vav o mundode Yetzira, e o Hey final o mundo de Assiya.

    42.

    Agora ns explicamos os cinco mundos que incluem toda a realidade espiritual, quese estendem desde Ein Sof at este mundo. No entanto, eles esto includos um no

    outro, e em cada um dos mundos existe cinco mundos, cinco Sefirot (KHBTM), ondeesto vestidas as cinco Luzes (NRNHY), correspondentes aos cinco mundos.

    E alm das cinco Sefirot (KHBTM) em cada mundo, existem quatro categoriasespirituais: inanimada (inerte), vegetativa (vegetal), animada (animal) e falante. Aalma do homem considerada como falante, a categoria animada consideradacomo os anjos neste mundo, a categoria vegetativa chamado de "vestimentas" ea categoria inanimada chamada de "palcios". Todas elas vestem-semutuamente: a categoria falante, que so as almas das pessoas, veste ascinco Sefirot(KHBTM), que representam a Santidade neste mundo. A categoriaanimada, que so os anjos, veste as almas; a vegetativa, que so as vestimentas,veste os anjos, e a inanimada, que so os palcios, gira em torno de todas elas.

    Vestir significa que elas se servem umas das outras e evoluem umas das outras,como j esclarecemos com o inanimado, vegetativo, animado e falante destemundo (itens 35-38): as trs categorias: inanimada, vegetativa e animada, no seexpandem por si mesmas, mas apenas a quarta categoria, que o homem, pode sedesenvolver e aumentar por elas. Portanto, a funo delas apenas servir aohomem e ser til a ele.

    Assim em todos os mundos espirituais. As trs categorias: inanimada, vegetativae animada, surgem apenas para servir e ser til categoria falante, que a almado homem. Portanto, considera-se que todas vestem a alma do homem, o quesignifica servi-lo.

    43.Quando o homem nasce, ele imediatamente tem uma Nefesh [1]de Kedusha (Santidade). Porm, no uma Nefeshverdadeira, mas a parte posteriorda mesma, seu ltimo discernimento, que devido sua pequenez, chamado de"ponto". Ela reveste o corao do homem, em seu desejo de receber, que encontrado antes de mais nada em seu corao.

    Conhea essa regra: tudo o que se aplica ao conjunto da realidade, aplica-se a cadamundo, at mesmo nas menores partculas que podem ser encontradas nessemundo. Assim, como existem cinco mundos em toda a realidade, que so ascinco Sefirot (KHBTM), existem cinco Sefirot (KHBTM) em cada mundo, ecinco Sefirot em cada elemento desse mundo.

    Ns temos dito que este mundo dividido em inanimado, vegetativo, animado efalante (IVAF), correspondendo s quatroSefirot (HBTM). O inaninamdocorresponde Malchut, o vegetativo corresponde Tifferet, o animado Bina, e ofalante Hochma. E a raiz de todos eles corresponde Keter. Mas como jdissemos, mesmo no menor item de cada espcie do IVAF h quatrodiscernimentos de IVAF. Assim, mesmo num nico elemento da categoria falante,ou seja, mesmo numa nica pessoa, h tambm IVAF, que so as quatro partes doseu desejo de receber, onde o ponto da Nefesh de Kedushaest vestido.

    44.

    Antes dos treze anos, no pode haver qualquer emergncia do ponto no corao dapessoa. Porm, depois dos treze anos, quando ela comea a se aprofundar na Tor

    e Mitzvot, mesmo sem qualquer inteno, ou seja, sem amor e temor, comoconvm ao servio do rei, mesmo em Lo Lishma, o ponto em seu corao comea acrescer e a revelar suas aes.

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    Isto assim porque as Mitzvot no precisam de um objetivo. Mesmo atos semobjetivo podem purificar o desejo de receber, mas apenas no primeiro grau,chamado de "inanimado". Na medida em que a pessoa purifica a parte inanimadado desejo de receber, ela constri os seiscentos e treze rgos do ponto do corao,que a categoria inanimada da Nefeshde Kedusha.

    E quando ela completa todos as seiscentas e treze Mitzvot na prtica, ela completa

    os seiscentos e treze rgos no ponto do corao, que a categoria inanimadada Nefesh de Kedusha, cujos duzentos e quarenta e oito rgos espirituais soconstrudos mantendo-se as duzentos e quarenta e oito Mitzvot positivas, [2] eseus trezentos e sessenta e cinco tendes espirituais so construdos atravs daobservao das trezentas e sessenta e cinco Mitzvot negativas, at que se torneum Partzuf completo (face espiritual) da Nefesh de Kedusha. Depois, Nefesh seeleva e veste a Sefira (singular deSefirot) de Malchut do mundo espiritualde Assiya.

    E todos os elementos espirituais do inanimado, vegetativo e animado nesse mundo,que correspondem essa Sefira deMalchut de Assiya, servem e ajudamesse Partzuf de Nefesh da pessoa que ascendeu a, na medida em que a alma os

    percebe. Esses conceitos tornam-se seu alimento espiritual, dando-lhe fora paracrescer e multiplicar-se, at que ela possa estender a Luzda Sefira de Malchut de Assiya em toda a perfeio desejada, para iluminar o corpodo homem. E essa Luz completa ajuda a pessoa a aumentar o esforo na Tore Mitzvot e receber os graus restantes.

    E ns afirmamos que imediatamente aps o nascimento do corpo da pessoa, umponto da Luz de Nefesh nasce e o veste. Do mesmo modo aqui: quando nasceo Partzuf de Nefesh de Kedusha, um ponto do seu grau adjacente Mais Elevadonasce com ele - o ltimo grau da Luz de Ruach de Assiya e veste o interiordo Partzuf de Nefesh.

    Assim em cada grau. Com cada novo grau que nasce, o ltimo discernimento no

    grau acima dele surge instantaneamente dentro dele. Isto ocorre porque esta aconexo entre o Superior e o Inferior, at o topo dos graus. Assim, atravs desteponto, que existe nele desde o Alto, possvel elevar-se ao nvel imediatamenteSuperior.

    45.

    Essa Luz de Nefesh chamada de "Luz do Inanimado Sagrado no mundode Assiya". Isto porque ela corresponde pureza da parte inanimada do desejo dereceber no corpo do homem. Ela brilha na espiritualidade como a categoriainanimada na corporeidade (ver item 35), cujas partculas no tm nenhummovimento individual, mas apenas o movimento coletivo, comum a todos oscomponentes uniformemente. Assim com a Luz do Partzuf Nefesh de Assiya:

    embora haja seiscentos e treze rgos nele, que so seiscentos e treze formas dereceber a ddiva, essas mudanas no so aparentes nele, mas apenas uma Luzgeral, cuja ao envolve a todos igualmente, sem distino de detalhes.46.

    Tenham em mente que, embora as Sefirot sejam Divinas, e no aja nenhumadiferena entre elas, desde o topo de Keterno mundo de AK at o finalda Sefira de Malchut no mundo de Assiya, ainda h uma grande diferena emrelao aos receptores. Isto assim porque as Sefirot so consideradas Luzese Kelim (vasos), e a Luz nas Sefirot Divindade pura. Mas os Kelim,chamados KHBTM em cada um dos mundos inferiores (Beria, Yetzira, Assiya), noso considerados Divinos, mas sim capas que ocultam a Luz de Ein Sof dentro

    deles, que racionam uma certa quantidade de Luz para os receptores. Cada umdeles receber apenas de acordo com o seu nvel de pureza.

    Neste aspecto, embora a Luz seja una, ns denominamos as Luzes

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    nas Sefirot NRNHY, porque a Luz se divide de acordo com as qualidadesdos Kelim. Malchut a capa mais grossa, ocultando a Luz de Ein Sof. A Luz quepassa de Ein Sof para os receptores apenas uma pequena parte, relacionada purificao da parte inanimada do corpo do homem. por isso que ela chamada Nefesh.

    O Kli de Tifferet mais puro que o Kli de Malchut. A Luz que passa de Ein

    Sof refere-se purificao da parte vegetativa do corpo do homem, porque atuanela mais do que a Luz de Nefesh. Ela chamada "Luz de Ruach".

    O Kli de Bina ainda mais puro que Tifferet, e a Luz que passa de Ein Sof refere-se purificao da parte animada do corpo do homem, e chamada "Luzde Neshama".

    O mais puro de todos o Kli de Hochma. A Luz que passa de Ein Sof refere-se purificao da parte falante do corpo do homem. Ela chamada de "Luz de Haya",e sua ao no pode ser medida.

    47.

    No Partzuf Nefesh, que o homem alcana atravs da prtica da Tor e Mitzvot sem

    inteno, j existe um ponto da Luz deRuach l vestido. E quando a pessoa seesfora e mantm a Tor e Mitzvot, com o objetivo pretendido, ela purifica a partevegetativa do seu desejo de receber, e, nessa medida, constri o pontode Ruach no Partzuf. Realizando as 248 Mitzvotpositivas com inteno, o ponto seexpande atravs dos seus 248 rgos espirituais. E observando as365 Mitzvotnegativas, o ponto se expande atravs dos seus 365 tendes.

    Quando ele preenchido com todos os 613 rgos, ele se eleva e vestea Sefira de Tifferet no mundo espiritual de Assiya, que estende a ele uma Luz maiorde Ein Sof, denominada "Luz de Ruach", que corresponde purificao da partevegetativa no corpo do homem. E todos os itens do inanimado, vegetativo eanimado no mundo de Assiya, relacionados com o nvel de Tifferet, ajudam

    o Partzuf de Ruach da pessoa a receber as luzes da Sefira de Tifferet em toda a suaintegridade, como foi explicado acima com a Luz de Nefesh. Por isso, ele chamadoVegetativo Sagrado".

    A natureza de sua Luz como o vegetativo corporal: h diferenas marcantes nomovimento de cada um dos seus elementos, assim como na Luz espiritual dovegetativo h mais fora para brilhar de forma nica em cada rgo dos 613 rgosno Partzuf Ruach. Cada um deles manifesta o poder de ao relacionado a essergo. Alm disso, com a extenso do Partzuf Ruach, o ponto do grauimediatamente superior estendida a partir dele, o ponto da Luz de Neshama, queveste nele a sua interioridade.

    48.

    Ocupando-se nos segredos da Tor e nos sabores das Mitzvot, ele purifica a parteanimada do seu desejo de receber, medida que cria o ponto da alma, vestida neleem seus 248 rgos e 365 tendes. Quando a criao concluda e ele se tornaum Partzuf, ele se eleva e veste a Sefira de Bina no mundo espiritual de Assiya.Este Kli muito mais puro do que os primeiros Kelim, TM (Tifferet e Malchut). Porisso, ele estende uma grande Luz de Ein Sof, chamada "Luz de Neshama".

    E todos os itens do inanimado, vegetativo e animado no mundo de Assiya,relacionados com o nvel de Bina, ajudam e servem o Partzuf de Neshama a recebertodas as luzes da Sefira de Bina. Ele tambm chamado de "Animado Sagrado",porque corresponde purificao da parte animada do corpo do homem. E assim a natureza da sua Luz, como vimos com a parte animada do corpo (item 37), que

    d a sensao de individualidade a cada um dos 613 rgos do Partzuf, de que cadaum deles est vivo e livre, sem qualquer dependncia do resto do Partzuf.

    Finalmente, ele percebeu que seus 613 rgos so 613 Partzufim (plural

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    de Partzuf), nicos em sua Luz, cada um sua maneira. E a vantagem dessa Luzsobre a Luz de Ruach, na espiritualidade, como a vantagem da parte animadasobre a inanimada e vegetativa na corporeidade. E l tambm se estende um pontoda Luz de Haya de Kedusha, que a Luz daSefira de Hochma, com o surgimentodo Partzuf de Neshama, e vestido em sua interioridade.

    49.

    E quando ele foi recompensado com a grande Luz chamada "Luz de Neshama",cada um dos 613 rgos daquele Partzufiluminou-se totalmente de forma nica,cada um como um Partzuf independente. Em seguida, abre-se diante dele apossibilidade de participar em cada Mitzva de acordo com seu objetivo original, poiscada rgo no Partzuf de Neshamailumina o caminho de cada Mitzva relacionada aesse rgo.

    E atravs do grande poder dessas Luzes, a pessoa purifica a parte falante do seudesejo de receber e converte-a num desejo de doar. E assim, o ponto da Luzde Haya, vestido nela, construdo em seus 248 rgos e 365 tendes espirituais.

    Quando ele est completo num Partzuf inteiro, eleva-se e veste a Sefira de Hochmano mundo espiritual de Assiya, o qual um Kli imensamente puro. Por isso,estende-se uma tremenda Luz desde o Ein Sof, denominada "Luz de Haya" ouNeshama Neshama. E todos os elementos do mundo de Assiya, que so oinanimado, vegetativo e animado relacionados Sefira de Hochma, o ajudam areceber a Luz da Sefira de Hochma ao mximo.

    E ele tambm chamado de "Falante Sagrado", pois corresponde purificao daparte falante do corpo do homem. E o valor da Luz Divina o valor do falante naIVAF corporal. Isto significa que a pessoa obtm a sensao dos outros de umamaneira que a medida da Luz sobre a medida do inanimado, vegetativo e animadoespirituais como a vantagem do falante corporal sobre o inanimado, vegetativo eanimado corpreos. E a Luz de Ein Sof, vestida neste Partzuf, chamada de "Luzde Yechida".

    50.

    Na verdade, voc deve saber que estas cinco Luzes (NRNHY) recebidas do mundoda Assiya no so mais que NRNHY da Luz de Nefesh e no tm nada da Luzde Ruach. Isso ocorre porque a Luz de Ruach existe apenas no mundo de Yetzira, aLuz do Neshama existe apenas no mundo de Beria, a Luz de Haya apenas nomundo de Atzilut e a Luz de Yechida apenas no mundo de AK.

    Mas tudo o que existe no geral tambm encontrado no particular, at o maisnfimo detalhe possvel. Assim, todos os cinco discernimentos (NRNHY) tambmexistem no mundo de Assiya, apesar de serem apenas NRNHY de Nefesh. Damesma forma, todos os cinco discernimentos (NRNHY) encontram-se no mundo

    de Yetzira, que so as cinco partes deRuach. Tambm h cinco discernimentos(NRNHY) no mundo de Beria, que so as cinco partes de Neshama. E assim nomundo de Atzilut, que so as cinco partes da Luz de Haya; e tambm no mundode AK, que so as cinco partes da Luz deYechida. A diferena entre os mundos como explicamos anteriormente, considerando a diferena entre cada umdosNRNHY de Assiya.

    51.

    Saiba que o arrependimento e a purificao no podem ser aceitos se no foremtotalmente permanentes e que no haver retorno loucura, como est escrito,Quando ocorre a Teshuva (arrependimento)? Quando Ele que conhece todos osmistrios assegurar que no haver retorno loucura. Assim, como j

    mencionamos, se a pessoa purifica a parte inanimada de seu desejo de receber, ela recompensada com o Partzuf de Nefesh de Assiya e ascende e revestea Sefirade Malchut de Assiya.

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    Isto significa que ela, com certeza, receber a purificao permanente da parteinanimada, de uma maneira que ela no retornar loucura. E ento ela ser capazde ascender ao mundo espiritual de Assiya, pois ter pureza definitiva eequivalncia de forma com aquele mundo.

    Mas quanto ao resto dos graus, que dissemos ser Ruach, Neshama, Haya,e Yechida de Assiya, correspondentes a eles, a pessoa deve purificar as partes

    vegetativa, animada e falante de seu desejo de receber para que possam revestir ereceber estas Luzes. Mas a pureza no necessita ser permanente, at que Ele queconhece todos os mistrios assegurar que no haver retorno loucura.

    Isto porque a totalidade do mundo de Assiya, com suas cinco Sefirot KHBTM, naverdade apenas Malchut, que se relaciona apenas com a purificao do inanimado.E as cinco Sefirot so as cinco partes de Malchut.

    Assim, como ela j foi recompensada com a purificao da parte inanimada dodesejo de receber, ela j possui a equivalncia de forma com todo o mundode Assiya. Mas como cada Sefira do mundo de Assiya recebe do discernimentocorrespondente dos mundos Acima dela, ento a Sefira de Tifferet de Assiya recebedo mundo de Yetzira, que totalmenteTifferet e a Luz de Ruach. E

    a Sefira de Bina de Assiya recebe do mundo de Beria, que totalmente Neshama. Ea Sefirade Hochma de Assiya recebe do mundo de Atzilut, que totalmente Hochma e a Luz de Haya.

    Embora ela tenha permanentemente purificado apenas a parte inanimada, se elapurificou as trs partes restantes de seu desejo de receber, mesmo que no deforma permanente, ela pode receber a Ruach, Neshama, e Haya de Tifferet, Bina,eHochma de Assiya, embora no permanentemente. Isto porque quando uma dastrs partes do seu desejo de receber desperta, ela perde imediatamente estasLuzes.

    52.

    Depois de ter purificado permanentemente a parte vegetativa de seu desejo dereceber, ela ascende permanentemente ao mundo de Yetzira, onde atinge o graupermanente de Ruach. A ela pode ainda atingir as Luzes de Neshama e Haya dasSefirot Bina e Hochma que a se encontram, e so consideradas Neshama e Hayade Ruach, mesmo antes de lhe ter sido concedida a purificao permanente daspartes animada e falante, como vimos no mundo de Assiya. Mas isto no permanente, porque depois dela ter purificado a parte vegetativa do desejo dereceber, ela j est em equivalncia de forma com a totalidade do mundo deYetzira, no seu mais alto grau, como est escrito sobre o mundo de Assiya.53.

    Depois que ela purifica a parte animada de seu desejo de receber, e o transformaem desejo de doar, at que Ele que conhece todos os mistrios declarar que nohaver retorno loucura, ela j estar em equivalncia de forma com o mundode Beria. E ela ascende e recebe a Luz permanente de Neshama. E atravs dapurificao da parte falante de seu corpo, ela pode ascender ata Sefira de Hochma e receber a Luz de Haya que l est, embora ela no a tenhaainda permanentemente purificado, como ocorreu com Yetzira e Assiya. Mas a Luz,tambm, no brilha para ela permanentemente.54.

    E quando uma pessoa recompensada com a purificao permanente da partefalante de seu desejo de receber, concedida equivalncia de forma com o mundode Atzilut e ela ascende e recebe permanentemente a Luz de Haya. E quando ela mais gratificada, ela recebe a Luz de Ein Sof e a Luz de Yechida reveste a Luz

    de Haya e no h mais nada a ser acrescentado aqui.55.

    Assim, ns esclarecemos o que havamos perguntado, Por que o homem necessita

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    de todos os Mundos Superiores que o Criador criou para ele? Que necessidade temo homem deles? Agora voc ver que uma pessoa no pode trazer satisfao aoseu Criador, sem a ajuda de todos estes mundos. Isto porque ela atinge as Luzes eos graus da sua alma, chamados NRNHY, de acordo com a medida de pureza do seudesejo de receber. E com cada grau que ela alcana, as Luzes desse grau a ajudamem sua purificao.

    Assim, ela ascende em graus at conseguir os divertimentos do objetivo final doPensamento da Criao (item 33). Est escrito no Zohar (Noah, item 63) sobre oversculo Aquele que vem para ser purificado ajudado. E pergunta Ajudado como que? E responde que ele ajudado com uma alma santificada. Porque impossvel alcanar a purificao desejada para o Pensamento da Criao, excetopela assistncia de todos os graus de NRNHY da alma.

    56.

    E voc deveria saber que todos os NRNHY de que falamos at agora so as cincopartes nas quais a totalidade da realidade est dividida. Na verdade tudo o que estno todo existe at no menor elemento da realidade. Por exemplo, mesmo s naparte inanimada da Assiya espiritual, existem cinco discernimentos de NRNHY a

    serem alcanados, os quais esto relacionados com os cinco discernimentos geraisde NRNHY.

    Assim impossvel atingir at mesmo a Luz inanimada de Assiya, exceto atravsdas quatro partes do trabalho. Sendo assim, no h uma s pessoa de Israel quepossa se eximir de se aplicar a todas elas, de acordo com sua prpria estatura. Euma pessoa deve se dedicar Torah e Mitzvot com inteno, para que possareceber o nvel de Ruach correspondente sua estatura. E deve se dedicar aossegredos da Torah, de acordo com sua estatura, para receber o nvelde Neshama de acordo com sua estatura. E o mesmo se aplicaaos Taamim (sabores) das Mitzvot, porque impossvel completar at mesmo amenor Luz em Kedusha (santidade) sem elas.

    57.Agora voc pode entender a aridez e a escurido que se abateram sobre a nossagerao, como nunca havamos visto anteriormente. Isto porque os adoradores doCriador abandonaram a dedicao aos segredos da Torah.

    O RAMBAM j havia falado sobre isto: Se uma fila de mil cegos anda ao longo docaminho e h entre eles pelo menos um que possa ver, eles, com certeza, seguiroo rumo certo sem cair nos poos e obstculos, j que esto seguindo o que tem aviso e os guia. Mas se esta pessoa no existir, eles iro certamente tropear emcada dificuldade no caminho, e cairo no poo.

    Este ento o problema diante de ns. Se os adoradores do Criador tivessem ao

    menos se dedicado internalidade da Torah, e estendido uma Luz completadesde Ein Sof, toda a gerao os teriam seguido. E todos estariam seguros em seucaminho e seguros de que no iriam cair. Mas se at os servos do Criador sedistanciaram desta sabedoria, no nenhuma surpresa que toda a gerao estejacaindo por sua causa. E devido minha profunda tristeza no posso me aprofundarneste assunto!

    58.

    Certamente eu sei a razo: principalmente pelo fato de que a f tem geralmentediminudo, especificamente a f nos homens santos, os sbios de todas asgeraes. E os livros sobre a Cabala e O Zohar esto repletos de parbolascorpreas. Por esta razo as pessoas esto receosas de que vo perder mais do que

    ganhar, porque poderiam facilmente falhar com a materializao. E foi isto que melevou a compor uma interpretao suficiente dos escritos do Ari e agora doSagradoZohar. E removi completamente essa preocupao, pois expliquei com evidncia e

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    provei o sentido espiritual de tudo o que abstrato e desprovido de qualquerimagem corprea, alem do espao e do tempo, como os leitores vero, parapermitir a todos de Israel estudar o Zohar e se aquecerem com sua Luz sagrada.

    E chamei esse comentrio de Sulam (Escada), para mostrar que o propsito destemeu comentrio como a finalidade de todas as escadas: se voc tem um stocheio de abundncias, voc s precisa de uma escada para acess-lo. E ento,

    todas as riquezas do mundo estaro em suas mos. Mas a escada no autosuficiente para atingir o objetivo porque se voc parar em um degrau no percurso eno alcanar o poro, seu objetivo no ter sido cumprido.

    Assim tambm acontece com meu comentrio sobre O Zohar. Porque a maneira deesclarecer completamente suas mais profundas palavras ainda no foi criada. Masmesmo assim, com meu comentrio, eu constru um caminho e uma entrada paraqualquer pessoa, pelas quais se pode ascender, pesquisar e verificar O Livro doZohar, pois s assim meu objetivo com este comentrio poder ser completado.

    59.

    E todos aqueles que conhecem os meandros do sagrado Livro do Zohar, ou seja,que entendem o que nele est escrito, concordam unanimemente que osagrado Livro do Zohar foi escrito pelo Santificado Tanna (sbio) Rabbi Shimon BarYochai. Apenas aqueles que esto longe desta sabedoria duvidam desta origem etendem a dizer, com base em lendas fabricadas pelos oponentes desta sabedoria,que o seu autor o Cabalista Rabbi Moshe De Leon, ou outro de seuscontemporneos.60.

    Quanto a mim, desde o dia em que fui agraciado, pela Luz do Criador, com umaviso deste livro sagrado, no passou pela minha mente questionar a sua origem,pela simples razo de que o contedo do livro traz ao meu corao o mrito doTanna Rashbi (Rabbi Shimon Bar Yochai) mais do que qualquer outro dos sbios. Ese eu pudesse ver claramente que o seu autor seria qualquer outro nome, como o

    Rabbi Moshe De Leon, eu louvaria o mrito do Rabbi Moche De Leon mais do quequalquer outro dos sbios, inclusive Rashbi.

    Na verdade, julgando pela profundidade da sabedoria no livro, se eu descobrisseclaramente que seu escritor era um dos quarenta e oito profetas, consideraria istomuito mais aceitvel do que relacion-lo a um dos sbios. E mais ainda, se eudescobrisse que o prprio Moiss o tinha recebido do Criador no Monte Sinai, entominha mente estaria em paz, pois uma obra como esta digna Dele. Por estarazo, j que eu fui abenoado com a compilao de uma suficiente interpretaoque permite a cada um que examine o livro receber algum entendimento do queest ali escrito penso que fico dispensado de qualquer esforo adicional nesteexame, pois qualquer pessoa que seja conhecedor do Zohar aceitar agora que

    ningum menos do que Tanna Rashbi seja seu autor.61.

    Consequentemente surge uma questo, Por que O Zohar no foi revelado para asprimeiras geraes, cujo mrito foi sem dvida muito maior que as que se seguirame tambm mais merecedoras? Devemos ainda perguntar, Por que o comentriosobre O Livro do Zohar no foi revelado antes da poca do Ari e para os Cabalistasque o precederam? E a questo mais espantosa, Por que os comentrios sobre aspalavras do Ari e do Livro do Zohar no foram reveladas desde os dias do Ari at anossa gerao?

    A resposta que o mundo, durante os seis mil anos de sua existncia, comoum Partzuf dividido em trs partes iguais:Rosh (cabea), Toch (interior) e Sof (fim),significando HBD (Hochma, Bina e Daat), HGT (Hesed, Gevura e Tifferet)e NHY(Netzah, Hod e Yesod). Isto foi o que os sbios escreveram, Dois milniosde Tohu (caos), dois milnios de Torah e dois milnios at os dias do Messiah

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    (Sanhedrin 97a).

    Nos primeiros dois milnios, considerados Rosh e HBD, as Luzes eram muitopequenas. Elas eram encaradas como Roshsem Guf (corpo), tendo apenas Luzesde Nefesh. Isto porque existe uma relao inversa entre as Luzes e os vasos: comos Kelim (vasos) a regra que o primeiro Kelim cresce primeiro em cada Partzuf ecom as Luzes acontece o oposto as Luzes menores revestem o Partzuf em

    primeiro lugar.Assim, enquanto apenas as partes superiores esto no Kelim, o Kelim HBD, apenasas Luzes de Nefesh a se revestem, so as menores Luzes. por isso que estescrito que os primeiros dois milnios so considerados Tohu. E nos seguintes doismilnios do mundo, que so os Kelim de HGT, a Luz de Ruach desce e reveste omundo considerado como Torah. Por isso que se diz que os dois milnios do meioso Torah. E os dois ltimos milnios so os Kelim de NHYM (Netzah, Hod,Yesod eMalchut). Consequentemente, neste perodo, a Luz de Neshama reveste o mundo,sendo a maior Luz, pois estes so os dias do Messiah.

    Esta tambm a conduta em cada Partzuf particular. Em seus vasos de HBD, HGT eatravs do seu Chazeh (peito), as Luzes esto cobertas e no comeam a brilhar o

    que significa que o aparecimento da sublime Luz de Hochma ocorre apenasdo Chazeh para baixo, em seu NHYM. Esta a razo pela qual antesdo Kelim de NHYM comear a aparecer noPartzuf do mundo, correspondendo aosdois ltimos milnios, a sabedoria do Zohar em particular e a sabedoria da Cabalaem geral permaneceram ocultas do mundo.

    Mas durante a poca do Ari, quando o final do tempo de construodos Kelim abaixo do Chazeh estava se aproximando, a Luz da sublime Hochma foirevelada ao mundo pela alma do Santificado Rabbi Isaac Luria (o Ari), o qual estavapronto para receber essa grande Luz. Assim, ele revelou os pontos essenciaisdo Livro do Zohar e a sabedoria da Cabala, at que sobrepujou todos os seuspredecessores.

    Entretanto, como estes Kelim ainda no estavam prontos (j que ele faleceu em1572), o mundo ainda no era digno para descobrir suas palavras, e suas santaspalavras foram conhecidas apenas por uns poucos escolhidos, que foram proibidosde repass-las ao mundo.

    Agora, em nossa gerao, como estamos chegando ao final dos dois ltimosmilnios, ns recebemos a permisso para revelar suas palavras e as palavras doZohar em todo o mundo e em grande escala, de maneira que a partir de nossagerao as palavras do Zohar sero progressivamente reveladas para o mundo, atque toda a sua totalidade seja revelada, como deseja o Criador.

    62.

    Agora voc pode compreender que no h verdadeiramente fim ao mrito dasprimeiras geraes sobre a ltima, pois esta a regra em todos os Partzufim (pluralpara Partzuf) dos mundos e das almas, que o mais puro o primeiro a serseleccionado para dentro do Partzuf. Desta forma, os Kelim mais puros, HBD, foramseleccionados primeiro no mundo e nas almas.

    Ento, as almas nos primeiros dois milnios eram muito mais Elevadas. Todavia,elas no podiam receber a medida completa da Luz, devido falta das partesinferiores no mundo e em si mesmas, que so HGT NHYM.

    E posteriormente, e nos dois milnios do meio, quando os Kelim de HGT foramseleccionados para o mundo e nas almas, as almas eram certamente muito puras,em si e por si mesmas. Isto porque o mrito dos Kelim de HGT est prximo ao

    de HBD. Todavia, as Luzes ainda estavam ocultas no mundo, devido ausnciados Kelim de Chazeh para baixo, no mundo e nas almas.

    Ento, na nossa gerao, embora a essncia das almas seja a pior, que porque

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    elas no puderam ser selecionadas para Kedusha at ento, elas so as quecompletam o Partzuf do mundo e o Partzuf das almas em respeito aos Kelim, e otrabalho completado apenas atravs delas.

    Isto porque agora, quando os Kelim de NHY esto sendo completados, e todosos Kelim, Rosh, Toch, Sof so no Partzuf, completas medidas de Luz,na Rosh, Toch, Sof, esto agora sendo estendidos a todos os que so dignos, isto

    completos NRN. Ento, apenas depois da concluso destas humildes almas podemas Mais Altas Luzes se manifestar, e no antes.

    63.

    Certamente, at nossos sbios fizeram esta pergunta (Masechet Berachot, p 20):Rav Papa disse a Abayei: "Como eram os primeiros diferentes, que um milagrelhes aconteceu, e como somos ns diferentes, que um milagre no acontececonosco"? isso devido ao estudo? Durante os anos de Rav Yehuda, o estudointeiro era em Nezikin, ao passo que ns aprendemos os seis volumes(o Mishn inteiro). E quando Rav Yehuda mergulhou em Okatzin, ele disse, Eu viRav e Shmuel l, ao passo que ns estamos a aprender treze Yeshivot em Okatzin.E quando Rav Yehuda tirou um sapato, a chuva veio, ao passo que ns

    atormentamos nossas almas gritamos, e ningum repara em ns. Ele respondeu,Os primeiros deram suas almas santidade do Senhor.

    Ento, embora seja bvio, ambos ao que pergunta e ao que responde, que osprimeiros eram mais importantes que eles, em respeito Tor e sabedoria, RavPapa e Abayei eram mais importantes que os primeiros. Ento, embora as primeirasgeraes eram mais importantes que as ltimas geraes na essncia de suasalmas, porque o mais puro selecionado a vir ao mundo primeiro, em respeito sabedoria da Tor, ela cada vez mais revelada nas ltimas geraes. Isto assimpela razo que mencionamos, que a medida global completada especificamentepelas ltimas. por isto que Luzes mais completas so estendidas at eles, emborasua prpria essncia muito pior.

    64.

    Ento, ns podamos perguntar, Porqu, ento, proibido discordar com osprimeiros na Tor revelada? porque, na medida em que a parte prticadas Mitzvot est em causa, ao contrrio, os primeiros eram mais completos nelasque os ltimos. Isto porque a ao estende-se dos sagrados Kelim das Sefirot, eos segredos da Tor e os Taamim (sabores) da Mitzva estende-se das Luzesnas Sefirot.

    Voc j sabe que h uma relao inversa entre as Luzes e os recipientes:nos Kelim, os Superiores crescem primeiro (veja Item 62), que porque osprimeiros eram mais completos na parte prtica que os ltimos. Mas com as Luzes,em que os inferiores entram primeiro, os ltimos so mais completos que os

    primeiros.

    65.Tenha em mente que em tudo h interioridade e exterioridade. No mundo em geral,Israel, os descendentes de Abrao, Isaac e Jac, so considerados a interioridadedo mundo, e as setenta naes so consideradas a exterioridade do mundo.Tambm, h interioridade dentro dos prprios Israel, que so os sincerostrabalhadores do Criador, e h exterioridade os que no se devotam a si mesmosao trabalho do Criador. Entre as naes do mundo, h interioridade tambm, queso os Justos das Naes do Mundo, e h exterioridade, que so os rudes eprejudiciais entre eles.

    Adicionalmente, entre os servos do Criador entre as Crianas de Israel, hinterioridade, sendo estes recompensados com compreenso da alma dainterioridade da Tor e seus segredos, e exterioridade, os que meramente

  • 7/29/2019 Introduo ao livro do Zohar em Portugus

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    observam a parte prtica da Tor.

    Tambm, h interioridade em cada pessoa de Israel a Israel no interior que oponto no corao, e exterioridade que so as internas Naes do Mundo, o corpoem si mesmo. Mas at as internas Naes do Mundo