Introdução aos Estudos de História Antiga · 1 - Abordagem Antropológica Ruth Benedict “O...

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Introdução aos Estudos de História Antiga Professor: Vital Mancini Filho e-mail: [email protected]

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Introdução aos Estudos de História Antiga

Professor: Vital Mancini Filhoe-mail: [email protected]

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1 - Abordagem Antropológica

Ruth Benedict “O crisântemo e a espada”: “a cultura é como uma lente através da qual o

homem vê o mundo”. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas

e, portanto, têm visões desencontradas das coisas.

A nossa herança cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade

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1 - Abordagem Antropológica

O Produto da Herança Cultural: O modo de ver o mundo, as apreciações de

ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural, ou seja, o resultado da operação de uma determinada cultura.

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1 - Abordagem Antropológica

Por isto, discriminamos o comportamentodesviante: Ainda hoje o homossexual corre o risco de

agressões físicas quando é identificado numa via pública e ainda é objeto de termos depreciativos

Tal fato representa um tipo de comportamento padronizado por um sistema cultural.

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1 - Abordagem Antropológica

O Etnocentrismo e a Discriminação: O etnocentrismo é um fenômeno universal. É comum a crença de que a própria

sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo a sua única expressão;

Tais crenças contêm o germe do racismo, da intolerância, e, frequentemente, são utilizadas para justificar a violência praticada contra os outros.

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1 - Abordagem Antropológica

O Etnocentrismo e a Discriminação:

Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes.

Práticas de outros sistemas culturais são

catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais.

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2 - Teoria do Conhecimento

Campo de Significado: Costumamos dizer que uma montanha é real

porque é uma coisa. No entanto, o simples fato de que essa

“coisa” possua um nome, que a chamemos “montanha”, indica que ela é, pelo menos, uma “coisa-para-nós”, isto é, algo que possui um sentido em nossa experiência.

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2 - Teoria do Conhecimento

Campo de Significado:

MONTANHA PARA CULTURAS POLITEISTAS Suponhamos que pertencemos a uma

sociedade cuja religião é politeísta e cujos deuses são habitantes dos altos lugares.

A montanha já não é uma coisa: é a morada dos deuses

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2 - Teoria do Conhecimento

Campo de Significado:MONTANHA PARA UM CAPITALISTA Suponhamos, agora, que somos uma empresa

capitalista que pretende explorar minério de ferro e que descobrimos uma grande jazida numa montanha.

Como empresários, compramos a montanha, que, portanto, não é uma coisa, mas propriedade privada. Visto que iremos explorá-la para obtenção de lucros, não é uma coisa, mas capital.

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2 - Teoria do Conhecimento

CAMPO DE SIGNIFICADO: O REAL: não é um dado sensível nem um dado

intelectual, mas é:

um processo, um movimento temporal de constituição dos seres e de suas significações.

e esse processo depende fundamentalmente do modo como os homens se relacionam entre si e com a natureza.

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3 - Abordagem Pedagógica

ENDOCULTURAÇÃO

Ora, no interior de todos os contextos sociais coletivos de formação do adulto, o processo de aquisição pessoal de saber-crença-e-hábito de uma cultura, pode ser chamado (com algum susto) de endoculturação.

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3 - Abordagem Pedagógica

ENDOCULTURAÇÃO: Dentro de sua cultura, em sua sociedade, aprender,

através do envolvimento direto do corpo, da mente e da afetividade, entre as incontáveis situações de relação com a natureza e de trocas entre os homens, é parte do processo pessoal de endoculturação, e é também parte da aventura humana do "tornar-se pessoa".

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3 - Abordagem Pedagógica

A Educação não é neutra: Se o fim da educação é desenvolver no

homem toda a perfeição de que ele é capaz, que "perfeição" é esta? De onde é que ela procede?

Quem a define e a quem serve? Por que, afinal, ideais de perfeição são tão diversos de uma cultura para outra?

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3 - Abordagem Pedagógica

A Educação não é neutra:

• O que ocorre é que a educação é inevitavelmente uma prática social que, por meio da inculcação de tipos de saber, reproduz tipos de sujeitos sociais

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3 - Abordagem Pedagógica

“A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destina." (Durkheim)

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3 - Abordagem Pedagógica

A Educação não é neutra: A maneira como os homens se organizam para

produzir os bens com que reproduzem a vida, a forma de ordem social que constroem para conviver, o modo como tipos diferentes de sujeitos ocupam diferentes posições sociais, tudo isso determina o repertório de ideias e o conjunto de normas com que uma sociedade rege a sua vida.

Determina também como e para quê este ou aquele tipo de educação é pensado, criado e posto a funcionar.

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3 - Abordagem Pedagógica

A Educação não é Neutra: Na verdade, porém, cada sociedade, considerada

em momento determinado de seu desenvolvimento, possui um sistema de educação que se impõe aos indivíduos de modo geralmente irresistível.

É uma ilusão acreditar que podemos educar nossos filhos como queremos... Há, pois, a cada momento, um tipo regulador de educação do qual não nos podemos separar sem vivas resistências, e que restringem as velocidades dos dissidentes.”

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4 – Abordagem Histórica

A cultura é histórica A cultura é produzida pelo agir humano num

determinado tempo histórico e num determinado lugar.

Portanto a ação humana é histórica pois possui um “antes”, um “agora” e um “depois”.

O ser humano é o único produtor de sua história

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4 – Abordagem Histórica

Para se entender a sociedade é necessário: Como os homens produzem cultura: agem sobre o

mundo coletivamente, ou seja, em grupo. Portanto a cultura é um produção coletiva, social,

num determinado tempo e em um determinado lugar .

Para conhecer uma cultura devemos entender como eles produzem sua subsistência, como transformam a natureza em bens necessários à sua sobrevivência (comida, roupas, instrumentos, habitações, etc.)

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4 – Abordagem Histórica

Para se entender a sociedade é necessário: Entender como a sociedade se organiza para

produzir o necessário à sua sobrevivência, ou seja, seu modo de produção.

Ao de sua história a humanidade organizou MODOS DE PRODUÇÕES diferentes.

Sociedades Comunistas Primitivas: coletivismo, sem propriedade privada, divisão natural do trabalho, habitações coletivas

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4 – Abordagem Histórica

Para se entender a sociedade é necessário Entender Como a sociedade se organiza para obter sua Sobrevivência material Sociedade Capitalista: propriedade privada da

natureza, individualismo, divisão por classes sociais. Certos indivíduos - Capitalistas: possuem a posse

dos meios de produção: terra, instrumentos, máquinas, capital.

Outros Indivíduos – Trabalhadores: possuem apenas a posse de sua força de trabalho que vendem aos capitalistas.

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4 – Abordagem Histórica

Meios de Produção e Força de Trabalho: formam as chamadas forças produtivas.

Ao longo dos tempos a humanidade desenvolveu MODOS DE PRODUÇÕES diferentes, ou seja, as relações entre os meios de produção e a força de trabalho variam diferentes, ou seja, as relações de produção são diferentes .

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REFERÊNCIAS

Abordagem Antropológica:- LARAIA, Roque de Barros.Cultura: Um Conceito Antropológico. 24ª edição. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2009. Teoria do Conhecimento:- CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia?. 2ª. edição. São Paulo: Brasiliense, 2004. Abordagem Pedagógica:- BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação?. São Paulo: Brasiliense, 2000. Abordagem Histórica:- SOUZA, Ari Herculano. A Ideologia. 3ª edição. São Paulo. Editora do Brasil. 1989.