Introdução às Sagradas Escrituras

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Introdução às Sagradas Escrituras

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O AT é composto por 46 livros. Chama-se NT ao conjunto dos restantes 27

livros, escritos de acordo com a «Nova Aliança» de Jesus Cristo, gravada não sobre tábuas de pedra, mas sobre corações de carne. Todos eles anunciam a «Boa Nova» proclamada por Jesus.

A divisão actual da Bíblia em capítulos e versículos remonta ao século XVI, por Roberto Stephan.

Foi,no entanto, Stephan Langton, à volta do ano 1214, quem primeiro introduziu a divisão dos capítulos nas cópias da versão latina da Vulgata.

A colecção dos 73 livros que formam a SAGRADA ESCRITURA tem duas partes bem diferenciadas, chamadas «Antigo Testamento» (AT) e «Novo Testamento» (NT), que correspondem aos escritos antes ou depois da vinda de Cristo. A palavra «testamento» equivale aqui praticamente a pacto ou aliança.

A Bíblia: Antigo e Novo Testamento

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3/11Etapas da revelação divinaOs elos ou etapas desta revelação divina são em síntese:

o proto-evangelho ou primeiro anúncio da salvação,

a aliança com Noé,

a escolha de Abraão com a aliança e as promessas,

o êxodo ou a saída do Egipto com Moisés e a aliança do Sinai,

a promessa a David de um Messias descendente da sua linhagem.

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o Exílio ou cativeiro da Babilónia e o regresso à Terra Prometida no AT;6

a Encarnação do Redentor,7

a Igreja fundada por Cristo8

a Parusia ou segunda vinda do Senhor no NT.9

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4/11Terras da BíbliaTerras da BíbliaImportant Ancient Lands

© EBibleTeacher.com

Sul da EuropaSul da Europa

Oriente MédioOriente Médio

Ásia MenorÁsia Menor

Norte da ÁfricaNorte da África

MarMarMediterrâneoMediterrâneo

Continentes & Regiões

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Israel no Novo Testamento

BetsaidaBetsaida

NazaréNazaré

CesareiaCesareia

SamariaSamaria

JopeJopeJericóJericó

JerusalémJerusalém

HebronHebronGazaGaza

Mar da GaliléiaMar da Galiléia

Mar MortoMar Morto

Rio

Jor

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NASA PHOTO© EBibleTeacher.com

Cesareia deCesareia deFilipeFilipe

SídonSídonTiroTiro

CafarnaumCafarnaum

Israel Novo TestamentoIsrael Novo Testamento

Israel in the New Testament

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6/11As línguas, o texto e a sua história

• Os textos originais (autógrafos) da Bíblia –

tal como os da literatura clássica antiga –

perderam-se, não se conserva nenhum.

• Conservamos alguma fonte documental?

Sim, conservam-se manuscritos, cópias

dos originais escritas à mão ainda que

fosse mais exacto dizer, “cópias de cópias”.

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Os manuscritos

• Entre os anos 1947 e 1956, com a descoberta dos manuscritos bíblicos nas cavernas de Qumrán, na ribeira ocidental do Mar Morto, abre-se um novo capítulo na história do texto hebraico do AT.

• Conhecem-se mais de 5 000 manuscritos gregos do NT.

Os papiros, pela sua antiguidade, são muito importantes na história da transmissão do texto. O fragmento mais antigo conhecido do NT, foi encontrado no Egipto e contém uns versículos do Evangelho de São João (Jo 18, 31-33a. 37b-38); datado do primeiro quarto de século II é o papiro Ryland, que ostenta o nome do seu descobridor. Os minúsculos são todos posteriores ao século IX a.C.

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Mosteiro de Khirbet Qumran Região onde ficam as cavernas. Detalhe da 1ª gruta Detalhe do jarro Fragmentos do Rolo 1Q encontrado em Qumrán

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9/11Crítica textual

• Critério geográfico

• Critério genealógico

• Critério literário-estilístico

Os critérios seguidos para identificar o texto mais fiel ao original, podem reduzir- se – pensando sobretudo no NT – a três:

O texto bíblico, tal como hoje o possuímos, é em definitivo,bastante sólido e

seguro para servir de base à fé.

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A inspiração divina da Bíblia, verdade de fé

• A inspiração é um fato sobrenatural e só se pode assumir pela fé.

• A Igreja reconhece a existência destes livros inspirados como uma verdade de fé recebida do próprio Jesus Cristo, através dos Apóstolos.

A Igreja Católica considerou sempre a inspiração bíblica como uma verdade de fé.

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11/11Natureza da inspiração bíblica

• Numa primeira aproximação, podemos

já definir a inspiração bíblica como um

carisma – graça sobrenatural – dado por

Deus a certos homens no seio do Antigo

Israel e da Igreja dos tempos apostólicos,

para consignar por escrito tudo e só o que

Deus quer comunicar aos homens.

• Por conseguinte, as diversas faculdades que o autor humano exercita ao escrever, receberam este influxo carismático, que eleva as suas possibilidades meramente humanas e assim «tudo o que afirmam os hagiógrafos afirma-o o Espírito Santo».

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12/11História do cânone

• O discernimento do cânone da Sagrada Escritura foi o ponto de chegada de um longo processo.

1. Na tradição judaica. – O elenco dos livros sagrados era classificado pelos judeus, já no tempo de Jesus Cristo, em três partes: A Lei, os Profetas e os Escritos.

2. O problema dos livros “deuterocanónicos” do Antigo Testamento. – Os livros deuterocanónicos do AT são: Tobias, Judite; Sabedoria, Baruc, Eclesiástico, 1 e 2 Macabeus; e, além disto, fragmentos de Ester (10, 4–16, 24) e Daniel (3, 24-90; 13-14). Estes escritos foram reconhecidos como sagrados desde o século II a.C., quando se concluiu a tradução grega dos Setenta.

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História do cânone

3. A tradição apostólica e o cânone do Antigo

Testamento. – A fixação definitiva do cânone

do AT aparece já no século IV, com a decla-

ração do Concílio regional de Hipona (ano

393), em que interveio o próprio Santo

Agostinho.

Posteriormente, o cânone dos livros

inspirados consta da declaração do Concílio

ecuménico de Florença (1441) e na definição

infalível do Concílio ecuménico de Trento

(1546).

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Leitura do Antigo Testamento a partir do Novo

1) Palavras: promessa-cumprimento. – No AT há muitos textos cujo sentido literal é o de anunciar ou prometer da parte de Deus a Nova Aliança que se cumpre no NT.

2) Atos: Preparação-realização. – O Antigo fala do Novo Testamento não só com palavras, mas também com fatos, com os acontecimentos que narra.

As palavras e os acontecimentos do AT estão presentes no NT:

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15/11A unidade dos Testamentos

Em síntese, podem contemplar-se em três direções a unidade e harmonia dos dois Testamentos, direcções essas que se

entrelaçam mutuamente:

1. O AT anuncia e promete aquilo que o NT testemunha como cumprido;

2. O AT apresenta situações e realidades que são assumidas pelo

NT enchendo-as de um sentido novo, como a Lei, a oração, a Liturgia

e outras realidades vetero-testamentárias.

3. O AT oferece tipos e prefigurações das realidades neo-

testamentárias, de enorme valor e atualidade especialmente para a

catequese batismal. A Igreja serviu-se de todas estas figuras desde a época apostólica

para mostrar a unidade do Antigo e Novo Testamento.

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Docilidade ao Espírito e fidelidade à Igreja

• Como Deus fala ao homem à maneira dos

homens, para uma interpretação correta dos

textos bíblicos, «é preciso estar atento ao que

os autores humanos quiseram

verdadeiramente afirmar e ao que Deus quis

manifestar-nos mediante as suas palavras».

• Portanto «para descobrir a intenção dos

autores sagrados é necessário ter em conta

as condições do seu tempo e da sua cultura,

os géneros literários usados naquela época,

as maneiras de sentir, de falar e de narrar

aquele tempo».

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O método Histórico-crítico (Plano histórico-literário)

Crítica textual.

Análise literária.

Crítica literária.

Crítica dos géneros.

Crítica das tradições.

Crítica da redação.

Etapas:

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Os sentidos da Escritura santa (Plano teológico)

1) Sentido literal. – É aquele que foi diretamente expresso pelos autores humanos inspirados.

2) Sentido espiritual . – Poder-se-ia definir, compreendido segundo a fé cristã, como o sentido expressado pelos textos bíblicos, quando são lidos sob a influência do Espírito Santo no contexto do mistério pascal de Cristo e da vida

nova que d ‘Ele provém.

3) Sentido pleno .– Define-se como um sentido profundo do texto, querido por Deus, mas não claramente expresso pelo autor humano.