Introdução às Sagradas Escrituras
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Introdução às Sagradas Escrituras
2/112/14
O AT é composto por 46 livros. Chama-se NT ao conjunto dos restantes 27
livros, escritos de acordo com a «Nova Aliança» de Jesus Cristo, gravada não sobre tábuas de pedra, mas sobre corações de carne. Todos eles anunciam a «Boa Nova» proclamada por Jesus.
A divisão actual da Bíblia em capítulos e versículos remonta ao século XVI, por Roberto Stephan.
Foi,no entanto, Stephan Langton, à volta do ano 1214, quem primeiro introduziu a divisão dos capítulos nas cópias da versão latina da Vulgata.
A colecção dos 73 livros que formam a SAGRADA ESCRITURA tem duas partes bem diferenciadas, chamadas «Antigo Testamento» (AT) e «Novo Testamento» (NT), que correspondem aos escritos antes ou depois da vinda de Cristo. A palavra «testamento» equivale aqui praticamente a pacto ou aliança.
A Bíblia: Antigo e Novo Testamento
3/11Etapas da revelação divinaOs elos ou etapas desta revelação divina são em síntese:
o proto-evangelho ou primeiro anúncio da salvação,
a aliança com Noé,
a escolha de Abraão com a aliança e as promessas,
o êxodo ou a saída do Egipto com Moisés e a aliança do Sinai,
a promessa a David de um Messias descendente da sua linhagem.
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o Exílio ou cativeiro da Babilónia e o regresso à Terra Prometida no AT;6
a Encarnação do Redentor,7
a Igreja fundada por Cristo8
a Parusia ou segunda vinda do Senhor no NT.9
4/11Terras da BíbliaTerras da BíbliaImportant Ancient Lands
© EBibleTeacher.com
Sul da EuropaSul da Europa
Oriente MédioOriente Médio
Ásia MenorÁsia Menor
Norte da ÁfricaNorte da África
MarMarMediterrâneoMediterrâneo
Continentes & Regiões
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Israel no Novo Testamento
BetsaidaBetsaida
NazaréNazaré
CesareiaCesareia
SamariaSamaria
JopeJopeJericóJericó
JerusalémJerusalém
HebronHebronGazaGaza
Mar da GaliléiaMar da Galiléia
Mar MortoMar Morto
Rio
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NASA PHOTO© EBibleTeacher.com
Cesareia deCesareia deFilipeFilipe
SídonSídonTiroTiro
CafarnaumCafarnaum
Israel Novo TestamentoIsrael Novo Testamento
Israel in the New Testament
6/11As línguas, o texto e a sua história
• Os textos originais (autógrafos) da Bíblia –
tal como os da literatura clássica antiga –
perderam-se, não se conserva nenhum.
• Conservamos alguma fonte documental?
Sim, conservam-se manuscritos, cópias
dos originais escritas à mão ainda que
fosse mais exacto dizer, “cópias de cópias”.
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Os manuscritos
• Entre os anos 1947 e 1956, com a descoberta dos manuscritos bíblicos nas cavernas de Qumrán, na ribeira ocidental do Mar Morto, abre-se um novo capítulo na história do texto hebraico do AT.
• Conhecem-se mais de 5 000 manuscritos gregos do NT.
Os papiros, pela sua antiguidade, são muito importantes na história da transmissão do texto. O fragmento mais antigo conhecido do NT, foi encontrado no Egipto e contém uns versículos do Evangelho de São João (Jo 18, 31-33a. 37b-38); datado do primeiro quarto de século II é o papiro Ryland, que ostenta o nome do seu descobridor. Os minúsculos são todos posteriores ao século IX a.C.
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Mosteiro de Khirbet Qumran Região onde ficam as cavernas. Detalhe da 1ª gruta Detalhe do jarro Fragmentos do Rolo 1Q encontrado em Qumrán
9/11Crítica textual
• Critério geográfico
• Critério genealógico
• Critério literário-estilístico
Os critérios seguidos para identificar o texto mais fiel ao original, podem reduzir- se – pensando sobretudo no NT – a três:
O texto bíblico, tal como hoje o possuímos, é em definitivo,bastante sólido e
seguro para servir de base à fé.
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A inspiração divina da Bíblia, verdade de fé
• A inspiração é um fato sobrenatural e só se pode assumir pela fé.
• A Igreja reconhece a existência destes livros inspirados como uma verdade de fé recebida do próprio Jesus Cristo, através dos Apóstolos.
A Igreja Católica considerou sempre a inspiração bíblica como uma verdade de fé.
11/11Natureza da inspiração bíblica
• Numa primeira aproximação, podemos
já definir a inspiração bíblica como um
carisma – graça sobrenatural – dado por
Deus a certos homens no seio do Antigo
Israel e da Igreja dos tempos apostólicos,
para consignar por escrito tudo e só o que
Deus quer comunicar aos homens.
• Por conseguinte, as diversas faculdades que o autor humano exercita ao escrever, receberam este influxo carismático, que eleva as suas possibilidades meramente humanas e assim «tudo o que afirmam os hagiógrafos afirma-o o Espírito Santo».
12/11História do cânone
• O discernimento do cânone da Sagrada Escritura foi o ponto de chegada de um longo processo.
1. Na tradição judaica. – O elenco dos livros sagrados era classificado pelos judeus, já no tempo de Jesus Cristo, em três partes: A Lei, os Profetas e os Escritos.
2. O problema dos livros “deuterocanónicos” do Antigo Testamento. – Os livros deuterocanónicos do AT são: Tobias, Judite; Sabedoria, Baruc, Eclesiástico, 1 e 2 Macabeus; e, além disto, fragmentos de Ester (10, 4–16, 24) e Daniel (3, 24-90; 13-14). Estes escritos foram reconhecidos como sagrados desde o século II a.C., quando se concluiu a tradução grega dos Setenta.
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História do cânone
3. A tradição apostólica e o cânone do Antigo
Testamento. – A fixação definitiva do cânone
do AT aparece já no século IV, com a decla-
ração do Concílio regional de Hipona (ano
393), em que interveio o próprio Santo
Agostinho.
Posteriormente, o cânone dos livros
inspirados consta da declaração do Concílio
ecuménico de Florença (1441) e na definição
infalível do Concílio ecuménico de Trento
(1546).
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Leitura do Antigo Testamento a partir do Novo
1) Palavras: promessa-cumprimento. – No AT há muitos textos cujo sentido literal é o de anunciar ou prometer da parte de Deus a Nova Aliança que se cumpre no NT.
2) Atos: Preparação-realização. – O Antigo fala do Novo Testamento não só com palavras, mas também com fatos, com os acontecimentos que narra.
As palavras e os acontecimentos do AT estão presentes no NT:
15/11A unidade dos Testamentos
Em síntese, podem contemplar-se em três direções a unidade e harmonia dos dois Testamentos, direcções essas que se
entrelaçam mutuamente:
1. O AT anuncia e promete aquilo que o NT testemunha como cumprido;
2. O AT apresenta situações e realidades que são assumidas pelo
NT enchendo-as de um sentido novo, como a Lei, a oração, a Liturgia
e outras realidades vetero-testamentárias.
3. O AT oferece tipos e prefigurações das realidades neo-
testamentárias, de enorme valor e atualidade especialmente para a
catequese batismal. A Igreja serviu-se de todas estas figuras desde a época apostólica
para mostrar a unidade do Antigo e Novo Testamento.
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Docilidade ao Espírito e fidelidade à Igreja
• Como Deus fala ao homem à maneira dos
homens, para uma interpretação correta dos
textos bíblicos, «é preciso estar atento ao que
os autores humanos quiseram
verdadeiramente afirmar e ao que Deus quis
manifestar-nos mediante as suas palavras».
• Portanto «para descobrir a intenção dos
autores sagrados é necessário ter em conta
as condições do seu tempo e da sua cultura,
os géneros literários usados naquela época,
as maneiras de sentir, de falar e de narrar
aquele tempo».
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O método Histórico-crítico (Plano histórico-literário)
Crítica textual.
Análise literária.
Crítica literária.
Crítica dos géneros.
Crítica das tradições.
Crítica da redação.
Etapas:
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Os sentidos da Escritura santa (Plano teológico)
1) Sentido literal. – É aquele que foi diretamente expresso pelos autores humanos inspirados.
2) Sentido espiritual . – Poder-se-ia definir, compreendido segundo a fé cristã, como o sentido expressado pelos textos bíblicos, quando são lidos sob a influência do Espírito Santo no contexto do mistério pascal de Cristo e da vida
nova que d ‘Ele provém.
3) Sentido pleno .– Define-se como um sentido profundo do texto, querido por Deus, mas não claramente expresso pelo autor humano.