Introdução Fil.educacao

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8/18/2019 Introdução Fil.educacao http://slidepdf.com/reader/full/introducao-fileducacao 1/8 Introdução No contexto da educação escolar, a importância dada às disciplinas revela um compromisso em garantir o acesso aos saberes elaborados socialmente, pois estes se constituem como instrumentos para o desenvolvimento, a socialização, o exercício da cidadania e a atuação no sentido de reformular os conhecimentos, as imposições de crenças e valores !trav"s da educação estamos tratando do ato de educar, orientar, acompanhar, nortear, mas tamb"m o de trazer de #dentro para fora# as potencialidades do indivíduo $%!&'!()**+, -./0 1alar do ensino da 1iloso2a, da sua importância, da luta pela autonomia," pensar em mudança cultural, em mudança de visão de mundo, de paradigmas 1ilosofar dentro da estrutura escolar com as crianças, adolescentes e 3ovens " capacit45los para o debate, para a confrontação de id"ias &e a 1iloso2a consiste na experi6ncia com o conceito, " importante 7ue o 3ovem estudante tenha a oportunidade de fazer ele mesmo a experi6ncia do pensamento e não apenas reproduzir 'ortanto, abrir espaços para uma educação 2los82ca com as crianças, adolescentes e 3ovens ", acima de tudo, buscar um novo posicionamento diante da realidade social 9rata5se de sair do senso comum e ir para a consci6ncia crítica Isto não est4 somente a cargo do ensino da 1iloso2a, não ser4 ela, por si s8, 7ue despertar4 o aluno para as mudanças de atitude perante o mundo, ou 7ue o far4 agir como su3eito respons4vel de sua hist8ria : da sua ess6ncia e do seu fazer, alcançar tais 2nalidades, 7uando ensinada e vivenciada no período escolar, 3untamente com as demais disciplinas $%!;+99I,-<-0 ! experi6ncia vivida por outros, sempre tendo como base uma tradição de pensamentos 2los82cos !2nal, os 2l8sofos convivem conosco !ssim, havendo uma mudança de mentalidade, da forma de pensar, via educação, alcançaremos uma mudança política + caminho da mudança pela educação 2los82ca passa pelo esclarecimento e consolida5se na íntima relação entre saber, poder, cultura e transformação, isto ", passa pela emancipação do indivíduo9endo5se em vista este panorama, pode5se entender o por7u6 da importância da 1iloso2a não somente para os alunos, mas tamb"m para os professores, a chave mestra para a mudança na educação est4 nos professores 'ara ensinar, " preciso 7ue o professor, em primeiro lugar, tenha claro para si 7uais são seus anseios, suas metas, suas frustrações !p8s olhar para bem dentro de si, s8 então, " 7ue o professor poder4 olhar para o aluno como su3eito

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Introdução

No contexto da educação escolar, a importância dada às disciplinas revelaum compromisso em garantir o acesso aos saberes elaborados socialmente,pois estes se constituem como instrumentos para o desenvolvimento, asocialização, o exercício da cidadania e a atuação no sentido de reformularos conhecimentos, as imposições de crenças e valores !trav"s da educaçãoestamos tratando do ato de educar, orientar, acompanhar, nortear, mastamb"m o de trazer de #dentro para fora# as potencialidades do indivíduo$%!&'!()**+, -./0

1alar do ensino da 1iloso2a, da sua importância, da luta pela autonomia,"pensar em mudança cultural, em mudança de visão de mundo, deparadigmas

1ilosofar dentro da estrutura escolar com as crianças, adolescentes e 3ovens" capacit45los para o debate, para a confrontação de id"ias &e a 1iloso2aconsiste na experi6ncia com o conceito, " importante 7ue o 3ovemestudante tenha a oportunidade de fazer ele mesmo a experi6ncia dopensamento e não apenas reproduzir

'ortanto, abrir espaços para uma educação 2los82ca com as crianças,adolescentes e 3ovens ", acima de tudo, buscar um novo posicionamentodiante da realidade social 9rata5se de sair do senso comum e ir para aconsci6ncia crítica Isto não est4 somente a cargo do ensino da 1iloso2a,não ser4 ela, por si s8, 7ue despertar4 o aluno para as mudanças de atitudeperante o mundo, ou 7ue o far4 agir como su3eito respons4vel de suahist8ria : da sua ess6ncia e do seu fazer, alcançar tais 2nalidades, 7uandoensinada e vivenciada no período escolar, 3untamente com as demaisdisciplinas $%!;+99I,-<-0

! experi6ncia vivida por outros, sempre tendo como base uma tradição depensamentos 2los82cos !2nal, os 2l8sofos convivem conosco !ssim,

havendo uma mudança de mentalidade, da forma de pensar, via educação,alcançaremos uma mudança política

+ caminho da mudança pela educação 2los82ca passa pelo esclarecimentoe consolida5se na íntima relação entre saber, poder, cultura etransformação, isto ", passa pela emancipação do indivíduo9endo5se emvista este panorama, pode5se entender o por7u6 da importância da 1iloso2anão somente para os alunos, mas tamb"m para os professores, a chavemestra para a mudança na educação est4 nos professores 'ara ensinar, "preciso 7ue o professor, em primeiro lugar, tenha claro para si 7uais são

seus anseios, suas metas, suas frustrações !p8s olhar para bem dentro desi, s8 então, " 7ue o professor poder4 olhar para o aluno como su3eito

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=uscando o potencial de cada criança>3ovem, e expandindo seu potencialpor interm"dio de uma orientação de acordo com a capacidade de cada um

+ aluno deve ser convidado a re?etir sobre o mundo 7ue o cerca o

conhecimentode uma realidade da 7ual ele pr8prio faz parte 1az5senecess4rio ao educador o comprometimento como pro2ssional durante assuas interrelações em 7ue o compromisso não pode ser um ato passivo,mas sim a inserção da pr4xis na pr4tica educativa de professor e aluno&endo assim, o ob3etivo deste curso " evidenciar não apenas a importânciado ensino de 1iloso2a para a educação, mas a importância da 2loso2a nare?exão da educação em si

 

+ @A) : 1I*+&+1I!

! 2loso2a trata da realidade não a partir de recortes, mas do ponto de vistada totalidade ! visão da 2loso2a " de con3unto, de entendimento doproblema, não de modo parcial mas relacionando cada aspecto observadooutros do contexto em 7ue est4 inserido $BANC!,--D0

! 1iloso2a não faz 3uízos de realidade, como a ci6ncia, mas 3uízos de valorIsto signi2ca 7ue 2losofar " ir al"m do 7ue ", " buscar entender comodeveria ser, 3ulgar o valor da ação, ir em busca do signi2cado 1iloso2apropriamente surge 7uando um pensar torna5se ob3eto de uma re?exão$BANC!,--D0 'odemos então conceituar a 2loso2a como uma re?exãosobre os problemas 7ue a realidade apresentaE

Fa 2loso2a não ", de modo algum, uma simplesabstração independente davida !o contr4rio ela "a pr8pria manifestação humana e sua maisaltaexpressão$0 ! 2loso2a traduz o sentir, o pensar e o agir do homem)videntemente, o homem não sealimenta da 2loso2a, mas sem dGvidanenhuma, com a a3uda da 2loso2aH $=(!N%!99I,--0

)ste ramo do conhecimento 7ue pode ser caracterizado de tr6s modosE se3apelos conteGdos ou temas tratados, se3a pela função 7ue exerce na cultura,se3a pela forma como trata tais temas Bom relação aos conteGdos,contemporaneamente, a 1iloso2a trata de conceitos como o bem, beleza,

 3ustiça, verdade Jas, nem sempre a 1iloso2a tratou de temas selecionados,como os indicados acima Inicialmente, na %r"cia, a 1iloso2a tratava de

todosos temas, 34 7ue at" o s"c KIK não havia uma separação entre ci6nciae2loso2a, incorporava todo o saber No entanto, a 1iloso2a inaugurou um

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modo novo de tratamento dos temas a 7ue passa a se dedicar,determinando uma mudança na forma de conhecimento do mundo at"então vigente $!(!NC!,--/0

! 2loso2a em sua tra3et8ria hist8rica procura resposta as 7uestõespercebidas e a cada "poca são respondidas a partir de diferentes re?exões7ue constituem correntes ou escolas de pensamentos 'latão $LD<5L<aB0e !rist8teles $.L5DD aB0 deram à 2loso2a uma de suas melhoresde2nições )les viram a 2loso2a como um discurso admirado e espantadocom o mundo ! 2loso2a faz, na concepção tradicional 7ue aparece em'latão e !rist8teles, ou se3a , põe certas perguntas 7ue nos obrigam a olharo banal como não mais banal

! 2loso2a, então, " o vocabul4rio com o 7ual desbanalizamos o banal 9udocom o 7ual estamos acostumados torna5se motivo para uma suspeita, tudo7ue " corri7ueiro 2ca sob o crivo de uma sentença indignada, e entãodeixamos de nos aceitar como acostumados com as coisas 7ue at" entãoest4vamos acostumados ! maioria das de2nições de 2loso2a sãorazoavelmente controversas, em particular 7uando são interessantes ouprofundas )sta situação deve5se em parte ao fato de a 2loso2a ter alteradode forma radical o seu âmbito no decurso da hist8ria e de muitas dasinvestigações nela originalmente incluídas terem sido mais tarde excluídas$!(!NC!, --/0

Ama de2nição " 7ue a 2loso2a consiste em pensar sobre o pensamento Istopermite5nos sublinhar o car4ter de segunda ordem da disciplina e trat45lacomo uma re?exão sobre g6neros particulares de pensamento M formaçãode crenças e de conhecimento M sobre o mundo ou porções signi2cativasdo mundo $!(!NC!,--/0 Ama de2nição mais pormenorizada, mas aindaassim incontroversa e abrangente, " 7ue a 2loso2a consiste em pensarracional e criticamente, de modo mais ou menos sistem4tico sobre anatureza do mundo em geral $metafísica ou teoria da exist6ncia0, a

 3usti2cação de crenças $epistemologia ou teoria do conhecimento0, e aconduta de vida a adaptar $"tica ou teoria dos valores0 Bada um dos tr6s

elementos listados possui uma contraparte não 2los82ca, da 7ual sedistingue pelo seu modo de proceder explicitamente racional e crítico e pelasua natureza sistem4tica 9odos n8s temos uma concepção geral sobre anatureza do mundo em 7ue vivemos e do lugar 7ue nele ocupamos !metafísica interroga5se sobre os pressupostos 7ue sustentam acriticamenteestas concepções recorrendo a um con3unto organizado de crenças$!(!NC!, --/0

Bonforme Bhauí $-.0,Hocasionalmente, duvidamos e 7uestionamoscrenças, não s8 as nossas como as alheias, e fazemos com mais ou menossucesso sem possuirmos uma teoria acerca do 7ue fazemosH 9amb"morientamos as ações com vista a ob3etivos e 2ns 7ue valorizamos ! "tica,

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ou 2loso2a moral, no sentido mais inclusivo, pretende articular, de umaforma racional e sistem4tica, as regras ou princípios sub3acentes $Napr4tica, a "tica tem5se restringido aos aspectos morais da conduta e, emgeral, tem tend6ncia para ignorar a maioria das ações 7ue praticamos emvirtude de crit"rios de e2ci6ncia ou prud6ncia, como se fossem demasiado

b4sicos para 3usti2carem um exame racional0

+s primeiros 2l8sofos reconhecidos, os pr"5socr4ticos, eram sobretudometafísicos preocupados em estabelecer as características essenciais danatureza no seu todo 'latão e !rist8teles escreveram penetrantementesobre metafísica e "ticaO 'latão sobre o conhecimentoO !rist8teles sobrel8gica $dedutiva0, a t"cnica mais rigorosa para 3usti2car crençasOestabeleceu as suas regras de uma forma sistem4tica e manteve intacta asua autoridade durante mais de DPPP anos

Na Idade J"dia, ao serviço do cristianismo, a 2loso2a apoiou5seprimeiramente na metafísica de 'latão, e em seguida na de !rist8teles, como prop8sito de defender crenças religiosas No (enascimento, a liberdade deespeculação metafísica ressurgiuO na sua fase tardia, com =acon e, de ummodo mais in?uente com ;escartes e *ocQe, dirigiu5se para a epistemologiacom o ob3etivo de rati2car e, tanto 7uanto possível, acomodar a religião e osnovos desenvolvimentos das ci6ncias naturais $ BANC!,--D0

=oa parte da 2loso2a volta5se mais para o modo pelo 7ual conhecemos ascoisas do 7ue propriamente para as coisas 7ue conhecemos, sendo essauma segunda razão pela 7ual a 2loso2a parece carecer de conteGdo Noentanto, discussões a respeito de um crit"rio de2nitivo de verdade podemdeterminar, na medida em 7ue recomendam a aplicação de um dadocrit"rio, 7uais as proposições 7ue na pr4tica deliberamos seremverdadeiras !s discussões 2los82cas da teoria do conhecimento t6mexercido, ainda 7ue de modo indireto, importante efeito sobre as ci6ncias$BANC!,--D0

;iferentes partes da 2loso2a, e diferentes elementos 7ue compõem nossavisão de mundo, deveriam integrar5se &endo assim, conceitos à primeiravista muito distanciados podem vir a afetar de modo vital outros conceitos7ue envolvem mais de perto a vida di4ria ! 2loso2a merece ser valorizadapor si pr8pria, e não por seus efeitos indiretos de ordem pr4tica ) a melhormaneira de assegurarmos esses bons efeitos pr4ticos " nos dedicarmos emencontrar a verdade, buscando5la desinteressadamente

 

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! 9(!N&1+(J!RS+ ;+ C+J)J !9(!T:& ;! 1I*+&+1I!

+ homem " um ser 7ue interroga a vida, e deve interrog45la continuamente+ modo de perguntar difere de homem para homem, mas o pr8prio enigma

sempre permanece ! resposta do homem ocorre dentro de um determinadocontexto hist8rico $CA&&)(*,-/0

'ara !rist8teles $.L5DD a B0, Ftodos os homens dese3am naturalmentesaber Juitos, contudo, se perdem nesta tarefa ao longo da vida, talvez pordesconhecerem um caminhoH : preciso buscar conceituar a 2loso2a deforma simples e existencial,compreender o 7ue ela ", e veri2car o seusigni2cado para a vida humana

! 2loso2a est4 associada tanto ao saber te8rico 7uanto à sabedoria pr4tica;e fato, o sucesso da 2loso2a te8rica não nos oferece 7ual7uer garantia de7ue seremos 2l8sofos no sentido pr4tico ou de 7ue agiremos e sentiremosde modo correto sempre 7ue nos envolvermos em determinadas situaçõespr4ticas

! 2loso2a se manifesta como uma forma de entendimento 7ue tantopropicia a compreensão de sua exist6ncia, em termos de signi2cado, comooferece um direcionamento para sua ação ! 2loso2a " o campo de

entendimento 7ue, 7uando nos apropriamos dele, nos percebemosre?etindo sobre a cotidianidade dos seres humanosE ;esde as coisas maissimples at" as mais complexas + ato de 2losofar não " unicamente umprocesso individual, mas tamb"m um processo 7ue possui umacontrapartida social

!o colocar5se na posição de 7ue o homem, ser da natureza, constitui entremuitos outros c8smicos, físicos, biol8gicos , um agente da transformação douniverso, a 2loso2a situou na experi6ncia de campo e processo dessascontínuas metamorfoses Não agimos por agir !gimos por certas2nalidades, 7ue podem ser mais amplas ou restritasO as 2nalidades maisamplas são a7uelas 7ue se referem ao sentido da exist6ncia, busca o bemda sociedade, lutar pela emancipação dos oprimidos, e assim por dianteIsso por7ue " certo 7ue a vida s8 tem sentido se vivido em função devalores dignos e digni2cantes $CA&&)(*,-/0

 9odos t6m uma forma de compreender o mundo, ningu"m age no escuro,sem saber onde vai ou por7ue vai &8 se pode agir a partir de umesclarecimento do mundo e de uma realidade 9odos vivem de uma

concepção do mundo, agem e se comportam de acordo com umasigni2cação inconsciente 7ue emprestam a vida : neste sentido 7ue

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podemos dizer 7ue todo homem " 2l8sofo 9odos temos uma 2loso2a devida, ou se3a, nos orientamos por valores implícitos $ inconsciente 0 ouexplícitos $conscientes0

;e acordo com Cusserl$-/0 H7uando falamos em 2loso2a de vida7ueremos dizer 7ue esse direcionamento di4rio inconsciente pode ocorrerda massi2cação, do senso comum, 7ue ad7uirimos e acumulamosespontaneamenteH Não " possível viver sem pensar, uma dascaracterísticas do homem " a necessidade, de não s8 conhecer a natureza a2m de poder transform45la pelo trabalho, mas a necessidade decompreender5se a si mesmo

Não h4, portanto, vida humana consciente de si mesma sem re?exão2los82ca, sem re?exão crítica sobre o real, considerado em sua totalidade !2loso2a vai coincidir com 7ue se chama de processo de consci6ncia ouconscientização, tanto no sentido do tempo como no 3ulgamento $(e?exãoBrítica0

Não existe um modelo de homem, " impossível existir um homem padrão,um modelo 7ue todos deveriam seguir a risca + 7ue existe " uma condiçãohumana 7ue resulta do con3unto das relações humana, de sua vocaçãocomo homem )ste Gltimo ponto " importante, pois afasta 7ual7uertentativa de estabelecer a exist6ncia de uma natureza humana 2xa e

imut4vel, ou de estabelecer distinções entre os homens com base em7ual7uer aspecto extrínseco, como a raça, a cor, ou religião$CA&&)(*,-/0

+ homem, como os outros seres vivos, tamb"m se esforça para sepreservar, numa das coisas 7ue difere dos outros organismos " 7ue produzos meios para sua exist6ncia, reorganizando e modi2cando os recursosnaturais disponíveis !ge dirigido por 2nalidades conscientes, pararesponder aos desa2os da natureza e para lutar pela sobreviv6ncia

+ homem, ao colocar5se no mundo, estabelece uma ligação entre o su3eito7ue 7uer conhecer e o ob3eto a ser conhecido + su3eito se transformamediante o novo saber e o ob3eto tamb"m se transforma, pois oconhecimento lhe d4 sentido $B+9(IN, --0

+ homem " um agente transformador da natureza, e a natureza " oresultado dessa transformação !o atuar atrav"s de sua atividade produtivasob a natureza, pelo trabalho cuidando de prover sua exist6ncia mediante a

apropriação e incorporação dos recursos naturais transformados, o homemnão estabelece apenas relações individuais com a natureza !o mesmo

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tempo em 7ue estabelece relações t"cnicas de produção, vai instaurandorelações interindividuais, relações com os outros homens Bria a estruturasocial segundo Botrin $--0+ homem se descobre e se a2rma no mundo,não como um mero ob3eto integrante da realidade total, mas como su3eitono 7ual essa realidade se trans2gura

!o interpretar e transformar a realidade, o homem se encontra com outrosseres humanos envolvidos na mesma tarefa, " o 7ue chamamos deconfronto com outros su3eitos Na medida em 7ue algu"m fala e acolhe apalavra do outro realiza o reconhecimento mais profundo outro comosu3eito No instante em 7ue o homem reconhece o outro e com ele dialogaem busca de um sentido para o mundo para a exist6ncia, nasce a hist8ria;ar um sentido ao mundo no di4logo das consci6ncias, " existir plenamentecomo homem e, portanto, existir plenamente como su3eito do processohist8rico $CA&&)(*,-/0

Na medida de nossas forças, construímos, uma 2loso2a e a ela nosacomodamos, tão bem como tão mal, em nossa ânsia e in7uietação decompreender e de paci2car o espírito @uando a ci6ncia vai refazendo omundo e a onda de transformação alcança as peças mais delicadas daexist6ncia humana, s8 7uem vive à margem da vida, sem interesse e sempaixões, sem amores e sem 8dios, pode 3ulgar 7ue dispensa uma 2loso2a&8 com uma vida profundamente super2cial podemos não sentir assolicitações diversas e antagUnicas das diferentes fases do conhecimento

humano, e os con?itos e perplexidades atordoantes da hora presente

!prender concepções e verdades 7ue engessam o processo de ação ere?exão diante do mundo e de sua pr8pria exist6ncia , " desta 7ue 2loso2atransforma o homemBontudo, boa parte da 2loso2a volta5se mais para omodo pelo 7ual conhecemos as coisas do 7ue propriamente para as coisas7ue conhecemos, sendo essa uma segunda razão pela 7ual a 2loso2aparece carecer de conteGdo

No entanto, discussões a respeito de um crit"rio de2nitivo de verdadepodem determinar, na medida em 7ue recomendam a aplicação de um dadocrit"rio, 7uais as proposições 7ue na pr4tica deliberamos seremverdadeiras Não " tarefa da 2loso2a investigar intenções ocultas epreexistentes da realidade, mas interpretar uma realidade carente deintenções, mediante a capacidade de construção de 2guras, de imagens apartir dos elementos isolados da realidadeO ela levanta as 7uestões, cu3ainvestigação exaustiva " tarefa das ci6nciasO uma tarefa a 7ual a 2loso2apermanece continuamente vinculada, por7ue sua intensa luminosidade nãoconseguiria in?amar5se em outro lugar a não ser contra essas duras7uestões

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! 2loso2a tem exercido, por mais 7ue ignoremos isso, uma admir4velin?u6ncia indireta at" mesmo sobre a vida de gente 7ue nunca ouviu falarnela Indiretamente, tem sido destilada atrav"s de sermões, da literatura,dos 3ornais e da tradição oral, afetando assim toda a perspectiva geral domundo )m grande parte, foi atrav"s de sua in?u6ncia 7ue se fez da religião

cristã o 7ue ela " ho3e ;evemos originalmente a 2l8sofos ideias 7uedesempenharam papel fundamental para o pensamento em geral, mesmoem seu aspecto popular, como, por exemplo, a concepção de 7ue nenhumhomem pode ser tratado apenas como um meio ou a de 7ue oestabelecimento de um governo depende do consentimento dos governado

No âmbito da política, a in?u6ncia das concepções 2los82cas tem sidoexpressiva : ineg4vel 7ue a in?u6ncia da 2loso2a sobre a política pode àsvezes ser nefastaE os 2l8sofos alemães do s"culo KIK podem serparcialmente responsabilizados pelo desenvolvimento de um nacionalismo

exacerbado 7ue posteriormente veio a assumir formas bastante deturpadas 9odavia, não resta dGvida de 7ue essa responsabilidade tem sidofre7uentemente muito exagerada, sendo difícil determin45la exatamente, o7ue se deve ao fato dea7ueles 2l8sofos terem sido obscuros

Bontudo, se uma 2loso2a de m4 7ualidade pode exercer in?u6ncia nefastasobre a política, com as 2loso2as de boa 7ualidade pode ocorrer o contr4rioNão h4 meios de impedir tais in?u6ncias sendo portanto extremamenteoportuno 7ue dedi7uemos especial atenção à 2loso2a com o intuito de

constatar se concepções 7ue exerceram alguma in?u6ncia foram maispositivas do 7ue nefastas Ama boa 2loso2a, ao in?uenciar favoravelmentea política, pode gerar uma prosperidade incapaz de ser alcançada sob a"gide de uma 2loso2a inferior $CA&&)(*,-/0