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1 INTRODUÇÃO O Japão e um país insular da Ásia oriental localizado no oceano pacífico a leste do mar do Japão e a Republica da China e das duas Coreias e a sul com o Taiwan. Tem uma densidade populacional estimada em 127, 4 milhões de pessoas que habitam nas variadas ilhas que compõe o Estado japonês. Esta organizado politicamente sob um regime monárquico constitucional, um parlamento bicamaral onde o poder do imperador e muito limitado agindo como chefe de estado em ocasiões diplomáticas, a laicidade do estado e evidente pela presença de varias ceitas religiosas onde predominam o budismo e o xiintuismo. Caracterizado por zonas montanhosas e relevos o Japão situa- se no circulo de fogo do pacifico razão que justifica a existência de cerca de 80 vulcões activos tornando frequente na região a presença de actividades sísmicas, dai que o Japão e um dos países com mais terramotos a nível do mundo não obstante esses fenómenos o Japão representa actualmente um potencial económico e desenvolvimento tecnológico que o colocam nos mais altos patamares da hierarquia da economia mundial sendo superado apenas pelos Estados Unidos e pela China encontra-se no terceiro lugar do ranking das maiores economias do mundo. Esta posição económica japonesa recentemente alcançada e fruto de um longo processo pois permaneceu no século XVII ao século XIX numa politica de isolamento que se chamou Sakoku que quer dizer ‘‘pais isolado’’ este isolamento fez com que o Japão

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INTRODUÇÃO

O Japão e um país insular da Ásia oriental localizado no oceano pacífico a leste do mar

do Japão e a Republica da China e das duas Coreias e a sul com o Taiwan. Tem uma densidade

populacional estimada em 127, 4 milhões de pessoas que habitam nas variadas ilhas que compõe

o Estado japonês. Esta organizado politicamente sob um regime monárquico constitucional, um

parlamento bicamaral onde o poder do imperador e muito limitado agindo como chefe de estado

em ocasiões diplomáticas, a laicidade do estado e evidente pela presença de varias ceitas

religiosas onde predominam o budismo e o xiintuismo.

Caracterizado por zonas montanhosas e relevos o Japão situa-se no circulo de fogo do

pacifico razão que justifica a existência de cerca de 80 vulcões activos tornando frequente na

região a presença de actividades sísmicas, dai que o Japão e um dos países com mais terramotos

a nível do mundo não obstante esses fenómenos o Japão representa actualmente um potencial

económico e desenvolvimento tecnológico que o colocam nos mais altos patamares da hierarquia

da economia mundial sendo superado apenas pelos Estados Unidos e pela China encontra-se no

terceiro lugar do ranking das maiores economias do mundo.

Esta posição económica japonesa recentemente alcançada e fruto de um longo processo

pois permaneceu no século XVII ao século XIX numa politica de isolamento que se chamou

Sakoku que quer dizer ‘‘pais isolado’’ este isolamento fez com que o Japão não se

industrializasse junto com o resto do mundo tendo permanecido numa sociedade feudal o que

torna ainda mais enigmático o estrondoso nível de desenvolvimento alcançado pelo Japão nos

campos políticos e socioeconómico. É justamente na compreensão deste processo que

transformou um país de território pequeno formado por montanhas e planícies estreitos com

terras cultiváveis potencia mundial que cinge o presente trabalho na qual temos a pretensão de

abordar clara e concisamente a evolução da alavanca dinamizadora do Japão desde os factores

que condicionaram o desenvolvimento saudável socioeconómico da terra do sol nascente.

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HISTÓRIA

O Japão foi unificado pela primeira vez no século IV pelo Povo Yamato e logo

empreendeu a conquista da península da Coreia no final do século. Nos séculos seguintes a

competição por cargos no governo enfraqueceu gradativamente o domínio japonês sobre a

Coreia até ao século VI. Em 552, o budismo foi introduzido no país trazido da Coreia e servindo

como arma política contra o crescente poder dos sacerdotes. Após a morte do imperador Shotoku

em 622 e um período de guerras civis, o imperador Kotoku deu início à reforma Taika que criaria

um estado com poderes concentrados nas mãos de um imperador rodeado por uma burocracia, à

semelhança da Dinastia Tang na China. Em 710 a capital japonesa foi transferida de Asuka para

Nara, réplica da capital chinesa da época, dando início a um novo período da história japonesa no

qual a cultura e a tecnologia chinesa tiveram maior influência e o budismo se difundiu com a

criação de templos por parte do imperador nas principais regiões.

Mais tarde a capital seria novamente transferida para Heian-kio, a moderna Quioto, e dar-

se-ia o rompimento entre o imperador Kammu e os monges budistas. A partir daí foi estabelecida

a escrita japonesa e uma nova literatura. Foi nesse período de paz que surgiram a classe dos

samurais como guardas da corte.[13][14] Contudo as disputas surgidas entre os clãs guerreiros Taira

no Kiyomori e Minamoto no Yoritomo levaram a uma nova guerra civil que só teve fim em

1185, com a ascensão de Minamoto. Este estabeleceria o governo do xogunato em Kamakura.

Enquanto seguia as leis do governo Heian, o governo Kamakura foi executado por uma rede de

samurais em todo o país que se comprometiam a manter a paz. Desde que o poder real era

exercido localmente, os samurais foram capazes de assumir a terra dos ricos proprietários de

terra aristocráticos e, portanto, levaram o governo Heian em Quioto a tornar-se ainda mais fraco.

Um novo período de paz e enriquecimento cultural e material foi estabelecido até uma nova

tentativa mal sucedida de restauração da autoridade imperial feita pelo Imperador Go-Daigo.

O surgimento dos daimyo de base local, enfraqueceu o xogunato e esse enfraquecimento

levou a Guerra de Ōnin entre 1467 e 1477 entre os Kosokawa e os Yamana que deu fim ao

xogunato. Sem uma autoridade central, os daimyos, agora com autoridade absoluta em seus

domínios, deram início a um período de guerras que só terminaria entre 1550 e 1560 com a

conquista dos demais domínios por Oda Nobunaga.[13] Foi durante o século XVI que

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comerciantes e missionários portugueses chegaram ao Japão pela primeira vez, dando início a

um intenso período de trocas culturais e comerciais. No Japão, os portugueses praticaram o

comércio e a evangelização. Os missionários, principalmente os sacerdotes da Companhia de

Jesus, levaram a cabo um intenso trabalho de missão e em cerca de 100 anos de presença

portuguesa no Japão, em 1582 a comunidade cristã no país chegou a ascender a cerca de 150 mil

cristãos no Japão e 200 igrejas.

Toyotomi Hideyoshi deu continuidade ao governo de Nobunaga e unificou o país em

1590. Depois da morte de Hideyoshi, o regente Tokugawa Ieyasu aproveitou-se de sua posição

para ganhar apoio político e militar. Quando a oposição deu início a uma guerra, ele a venceu em

1603 na Batalha de Sekigahara. Tokugawa fundou um novo xogunato com capital em Edo e

expulsou os portugueses e restantes estrangeiros, dando início à perseguição dos católicos no

país, tidos como subversivos, com uma política conhecida como sakoku. A perseguição aos

cristãos japoneses fez parte desta política, levando esta comunidade à conversão forçada ou

mesmo à morte, como é o caso dos 26 Mártires do Japão.

Esta política deixou a nação isolada por 250 anos até à chegada de navios dos Estados

Unidos com Matthew Calbraith Perry em 31 de Março de 1854 exigindo a abertura do país ao

comércio revelando o atraso do xogunato. A Guerra Boshin restabeleceu o poder centralizado do

imperador como Meiji do Japão em 1868, quando teve início um período de desenvolvimento

econômico e de expansionismo ao qual se seguiram as vitórias nas guerras sino-japonesa (1894-

1895) e russo-japonesa (1904-1905) e a conquista da Coreia e das ilhas de Taiwan e de Sacalina,

mantendo o interesse do país sobre a Manchúria. Estes seguidos episódios deram ao Japão a sua

primeira experiência bélica moderna, assistida pelos europeus, a primeira vitória sobre um país

do velho continente e a solidificação como país mais influente da Ásia.

No século XX houve um breve período de "democracia Taishō" ofuscada pela ascensão

do expansionismo e da militarização do país. A Primeira Guerra Mundial permitiu ao Japão, que

se juntou ao lado dos aliados vitoriosos, expandir sua influência e exploração territorial. O Japão

continuou a sua política expansionista de ocupação da Manchúria, em 1931. Como resultado da

condenação internacional a essa ocupação, o Japão renunciou a Liga das Nações, dois anos

depois. Em 1935, as assembleias locais foram estabelecidas em Taiwan. Em 1936, o Japão

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assinou o Pacto Anticomintern com a Alemanha nazista, juntando-se as potências do Eixo em

1941. Em 1941, o Japão assinou o Pacto nipônico-soviético com a União Soviética, respeitando

tanto os territórios de Manchukuo quanto da República Popular da Mongólia.

Em 1937, o Império do Japão invadiu a outras partes da China, precipitando a Segunda

Guerra Sino-Japonesa (1937-1945). No ano de 1940, invade a Indochina francesa, após o qual os

Estados Unidos colocaram um embargo de petróleo ao Japão. Em 7 de dezembro de 1941, o

Japão atacou a base naval de Pearl Harbor e declarou guerra aos Estados Unidos, Reino Unido e

Países Baixos. Este ato fez com que os Estados Unidos entrassem na Segunda Guerra Mundial e,

em 8 de dezembro, estes três países declararam guerra ao Japão. Após os bombardeios atômicos

de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, após a União Soviética também se opor ao país, o Japão

concordou com a rendição incondicional de suas forças em 15 de agosto Dia da Vitória sobre o

Japão. Os custos de guerra para o Japão e para os países do Bloco yen foram a perda de milhares

de vidas e destruição de grande parte da indústria e da infraestrutura do país. As potências

aliadas repatriaram milhões de japoneses étnicos de colônias na Ásia. O Tribunal Militar

Internacional para o Extremo Oriente, foi convocado pelos aliados (em 3 de maio de 1946) para

processar alguns líderes japoneses por crimes de guerra. No entanto, todos os membros das

unidades de investigação bacteriológica e membros da família imperial envolvidos na condução

da guerra foram exonerados a partir de processos criminais pelo Comandante Supremo das

Forças Aliadas.

Em 1947, o Japão aprovou uma nova constituição pacifista enfatizando as práticas

democráticas liberais. A ocupação dos Aliados terminou pelo Tratado de São Francisco em 1952

e o Japão foi assimilado como membro das Nações Unidas em 1956. Internamente, após o fim da

Segunda Guerra, o país passou por décadas de recuperação e afirmação: teve um crescimento

económico espectacular de se tornar a segunda maior economia do mundo, devido a

investimentos do sector privado na construção de novas fábricas e equipamentos e ao senso

colectivo de trabalho, que deram ao país uma taxa de crescimento média anual de 10% há quatro

décadas. Estes investimentos deveram-se a factores políticos, como o medo de que o Socialismo

avançasse sobre este país completamente arrasado pela guerra, e culturais, devido ao

investimento em educação que formou e preencheu vagas no campo tecnológico. Esse rápido

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avanço terminou em meados dos anos 1990 quando o Japão sofreu uma grande recessão. O

crescimento positivo no início do século XXI tem sinalizado uma recuperação gradual.

MEIO AMBIENTE

A história ambiental do Japão e as políticas actuais reflectem um equilíbrio entre o

desenvolvimento económico e a protecção ambiental. No rápido crescimento económico após a

Segunda Guerra Mundial, as políticas ambientais foram minimizadas pelas empresas do governo

e industriais. Como consequência inevitável, certa poluição ambiental crucial ocorreu nos anos

1950 e anos 1960. Na preocupação crescente sobre o problema, o governo introduziu muitas leis

de protecção ambiental em 1970 e estabeleceu o Ministério do Meio Ambiente em 1971. A crise

do petróleo de 1973 também incentivou o uso eficiente da energia, devido à falta no Japão de

recursos naturais. Questões prioritárias ambientais actuais incluem a poluição do ar urbano

(NOx, partículas em suspensão, substâncias tóxicas), gestão integrada de resíduos sólidos,

entronização da água, conservação da natureza, mudanças climáticas, gestão de produtos

químicos e a cooperação internacional para a conservação do meio ambiente. Hoje o Japão é um

dos líderes mundiais no desenvolvimento de novas tecnologias amigas do ambiente. Os veículos

híbridos da Honda e da Toyota foram nomeados para ter a maior economia de combustível e as

menores emissões. Isto é devido à avançada tecnologia em sistemas híbridos, os

biocombustíveis, o uso de material mais leve e melhor engenharia.

Como signatário do Protocolo de Quioto e anfitrião da conferência de 1997 que o criou, o

Japão é tratado no âmbito de obrigações de reduzir suas emissões de dióxido de carbono e tomar

outras medidas relacionadas como combater as alterações climáticas. A campanha Cool Biz

introduzida pelo antigo primeiro-ministro Junichiro Koizumi foi orientada a reduzir o consumo

de energia através da redução da utilização do ar condicionado nos escritórios do governo. O

Japão se prepara para forçar a indústria a fazer grandes cortes nos gases do efeito estufa,

tomando a liderança de um país que luta para cumprir suas obrigações do Protocolo de Quioto. O

país é classificado na 20º posição no mundo no Índice de Desempenho Ambiental de 2010.

Em 2010, o país que contribui para o desmatamento fora de seu território, em nações de florestas

tropicais por exemplo, comprometeu-se a reduzir o desmatamento e a degradação ambiental,

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doando, ao lado de outros países, cerca de 3,5 bilhões de dólares. Em contrapartida, sua área

florestal intacta ou replantada cobre 70% do território nacional, preservação esta comparada

apenas aos países escandinavos.

DEMOGRAFIA

Mais de 95% da população japonesa tem origem no arquipélago. Os japoneses são

descendentes de povos jomon, yayoi e ainus que se estabeleceram no arquipélago nipônico

durante milhares de anos. Os Jomons foram os primeiros a desenvolver civilização no

arquipélago, o povo nômade Yayoi se estabeleceu na região Central do Japão, e os Ainus ao

Norte do país. A população do Japão é estimada em 127,4 milhões de pessoas.

A expectativa média de vida no país é uma das mais elevadas do mundo, 81,25 anos, mas

essa população está rapidamente envelhecendo como resultado do grande número de

nascimentos posterior à Segunda Guerra Mundial seguido por uma queda na taxa de natalidade

no final do século XX. Assim, em 2004, cerca de 19,5% da população tinha mais de 65 anos. As

mudanças na demografia trouxeram uma série de questões sociais, em particular um provável

declínio da força de trabalho e o aumento dos custos com a segurança social. Nota-se também

que uma parcela dos jovens prefere não formar famílias quando adultos. Prevê-se um declínio da

população japonesa para 100 milhões até 2050 e 64 milhões em 2100.Demógrafos e planeadores

governamentais, no momento, debatem como lidar com este problema. A imigração e o incentivo

à natalidade são por vezes sugeridos como uma solução para proporcionar trabalhadores jovens

que possam sustentar o envelhecimento da população. A imigração, contudo, não é uma medida

popular. Segundo o ACNUR, em 2007, o Japão aceitou apenas 41 refugiados para

reassentamento, enquanto os Estados Unidos aceitaram 50.000. O país sofre com a alta taxa de

suicídio. Em 2009, o número de suicídios ultrapassou 30 mil pessoas pelo décimo segundo ano

seguido, sendo a principal causa de morte entre pessoas com menos de 30 anos de idade.

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FACTOR SOCIAL

Em resumo, o Japão passou por profundas transformações em pouco mais de cem anos

em suas estruturas socioeconómicas e culturais, saindo de um sistema feudal para um mundo

moderno e industrial cheio de influências ocidentais. Suas políticas habitacionais não fugiram às

mudanças e foram desenvolvidas e solidificadas nos últimos quarenta anos, até 2006, gerando

moradias e qualidade de vida para sua população. No entanto, no ano seguinte foi reconhecido

que sua alta densidade populacional, o alto preço das terras e a queda no volume de negócio no

mercado imobiliário geraram um novo desafio para o governo: reabilitar áreas degradadas para

alocar o crescimento demográfico. Para esses locais, estudam-se projectos que aloque a

população em cidades subterrâneas ou nas chamadas super-torres, estruturas gigantescas capazes

de suportarem uma pequena cidade. Nestes projectos, está ainda inserida a urbanização, voltada

para o meio-ambiente e à integração do homem com a natureza, visando o resgate histórico de

sua cultura, esquecida nas construções de massa para abrigar o largo crescimento populacional

que acompanhou as modificações no cenário económico nacional.

Usando de sua tecnologia, o país, preocupado também na área da saúde, se utiliza de

exemplo em conferências no exterior que abordam o saneamento básico, desde 1973, todas as

pessoas idosas têm sido cobertas pelo seguro patrocinado pelo governo. O país possui a maior

expectativa de vida do mundo (de acordo com estimativas da ONU e da OMS) e a terceira menor

taxa de mortalidade infantil.

Sua tecnologia aliada aos recursos naturais deu ao Japão acesso à água potável e

tratamento de esgoto em quase todo o território nacional. Devido à rápida urbanização de suas

grandes cidades, ocorreu a degradação ambiental que causou enchentes, aridez e piora da

qualidade da água. Para atenuar os danos causados por esses problemas, foram implantadas

medidas para melhorar os mecanismos de coordenação sobre o uso da água e prevenir a sua

contaminação. Como resultado, o Japão obteve drásticas melhorias em seus recursos hídricos e

de higiene e abastecimento de água estável em seu território. Cidades como Tóquio e Quioto

foram as grandes beneficiadas dos projectos.

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A criminalidade também é um factor social preocupante a existência de máfias como os

yakuza são conhecidos por terem seus corpos quase inteiramente tatuados.

Em 2001, sendo considerado um país seguro para se viver, o Japão teve seu índice de

criminalidade, somado em todo o território, no maior nível desde a Segunda Guerra Mundial.

Com um aumento de 12%, registaram-se mais de três milhões de infracções, das quais 1% foram

de crimes violentos, enquanto mais de 90% eram de furtos e infracções de trânsito. O agravo

desta condição foi também devido ao fato da diminuição da eficácia da polícia japonesa, que, em

análise de mesmo período, efectuou 8% menos prisões. Segundo especialistas, as causas para

este cenário foram a estagnação da economia japonesa desde o começo dos anos de 1990 e o

aumento do desemprego. Cinco anos mais tarde, robôs de segurança foram apresentados à

população, para ajudarem na patrulha de locais pré-determinados. A utilização da tecnologia

deve-se à baixa taxa de natalidade, o que poderá gerar problemas futuros para as guardas. Pouco

antes, em pesquisa realizada com o povo, ficou constatado que a criminalidade estava

diminuindo e que a grande preocupação da segurança nacional eram as tragédias naturais, como

os terramotos, as falsificações dos selos de segurança dos prédios e os acidentes aéreos e

ferroviários. No balanço geral, mais de 42% da população considerou o Japão um lugar perigoso

para morar devido a estes factores. Como solução apontada está o esforço em conjunto entre a

sociedade, governos locais e empresas.

Apesar da segurança e da aparente preocupação da população girar em torno apenas dos

desastres naturais, a presença da máfia é algo não ignorado no país. A Yakuza, organização

mafiosa mais conhecida do Oriente, tem suas origens no fim da era dos samurais, quando estes

passaram a vagar pelo território. No entanto, a precisão de seu surgimento é variado, indo desde

os filhos de kabuki-mono até a descendência honrosa directa dos ronins. No Japão, esta

organização é composta por vários clãs de criminosos violentos, que deixaram marcas no aspecto

de vida japonês, principalmente no que toca as torturas daqueles que ousassem desafiar seus

poderes. Desde a jogatina e a prostituição à política e economia, a Yakuza é presença forte no

cenário nacional e internacional.

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CULTURA

A longa história do Japão produziu uma cultura significativamente diferente das de outras

nações, caracterizada em geral por uma mistura indissociável da tradição autóctone com formas

chinesas e ocidentais. A cultura pré-histórica japonesa sofreu contínua influência da antiga

China, num processo iniciado há aproximadamente 1.500 anos. A escrita chinesa também foi

adotada inicialmente pelo Japão e a religião budista exerceu profunda influência na vida cultural

do arquipélago. No entanto, o processo de nacionalização cultural nunca cessou, tendo mesmo se

acelerado durante os 250 anos em que o Japão se manteve isolado, até 1868, quando se abriu

para o mundo ocidental. O Tako do Japão, por exemplo, muito mais úmido que o da China,

levou à substituição do tijolo pela madeira na arquitetura. De forma similar, a escrita chinesa foi

substituída em grande parte pelo silabário kana, mais adaptado às características da língua

japonesa. Depois da restauração Meiji (1868), o Japão iniciou sua modernização e

industrialização, conforme os modelos europeus e americano.

As influências russas, britânica, francesa, alemã e espanhola são evidentes na cultura

japonesa, tanto em sua literatura como em educação, artes plásticas, música, ciência, diversões e

ideologia. O racionalismo, o cristianismo e o socialismo impregnaram o quotidiano dos

japoneses. O uso da vestimenta ocidental em lugar do quimono está muito difundido e a música

ocidental parece ser preferida à música japonesa tradicional. A milenar cultura japonesa inclui

muitas formas de arte e práticas refinadas. Assim ocorre com o arranjo de flores (ikebana), a

cerimônia do chá (cha-no-yu), a pintura, a caligrafia artística, a dança, a música, a arte de

jardinagem e a arquitetura. Entre as diversas formas teatrais sobressaem, entre outras, o kabuki,

drama estilizado com música, canto e dança, o bunraku, teatro de marionetes, o nô, drama

bailado tradicional, e o gagaku, música cortesã.

O cinema, que começou a ser feito no Japão ao mesmo tempo que no Ocidente, produz

obras de excepcional qualidade. Nas primeiras décadas do século XX, os filmes correspondiam a

dois gêneros bem definidos: o jidai geki ou histórico, e o gendai-geki ou da vida real. Cineastas

como Mizoguchi Kenji, Kobayashi Masaki, Kurosawa Akira, Kinoshita Keisuke, Ozu Yasujiro,

Shindo Kaneto e Oshima Nagisa são internacionalmente reconhecidos como dos maiores da

história do cinema.

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ECONOMIA

Levando-se em conta seu produto interno bruto de 4,8 triliões de dólares, o Japão é

presentemente a segunda economia mundial e a terceira em relação à paridade do poder de

compra o que ocorre basicamente em decorrência da cooperação entre o governo e a indústria, de

uma profunda ética do trabalho, investimentos em alta tecnologia, redução de desperdício e

reciclagem de materiais e de um orçamento relativamente baixo para a defesa. Dentre as

principais actividades industriais estão a engenharia automóvel, a electrónica, a informática, a

siderurgia, a metalurgia, a construção naval e a química, com destaque para as indústrias com

tecnologia de ponta nestes sectores.

As exportações japonesas incluem equipamento de transporte, veículos motorizados,

produtos eletroeletrônicos, maquinário industrial e produtos químicos. Os principais compradores

do Japão são a China, os Estados Unidos, a Coreia do Sul, Taiwan e Hong Kong (em 2005).

Contudo, o Japão possui reduzidos recursos naturais para sustentar o crescimento económico e

por isso depende de outros países em relação a matérias-primas. Os países que mais vendem para

o Japão são a China, os Estados Unidos, o Brasil, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos,

a Austrália, a Coreia do Sul e a Indonésia. As principais importações do país são máquinas e

equipamentos, combustíveis fósseis, produtos alimentícios (carne em particular), químicos,

têxteis e matéria-prima para suas indústrias. O principal parceiro comercial do Japão é a China.

O maior banco do mundo está no Japão o Mitsubishi UFJ Financial Group, com

aproximadamente 1,7 triliões de dólares em fundos assim como o maior sistema de caderneta de

poupança postal do mundo e o maior titular de poupança mundial, o Serviço Postal Japonês,

detentor de títulos privados da ordem de 3,300 bilhões de dólares. Também fica no país a

segunda maior bolsa de valores do mundo, a Bolsa de Valores de Tóquio, com uma capitalização

de mercado de mais de 549,7 trilhões de yens em Dezembro de 2006. Também é lar de algumas

das maiores empresas de serviços financeiros, grupos empresariais e bancos. Por exemplo, vários

keiretsus (grupos empresariais) e multinacionais como a Sony, a Sumitomo, a Mitsubishi e a

Toyota têm bancos, grupos de investimento e de serviços financeiros.

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As principais actividades económicas do Japão circulam entre as ilhas de Hokkaido,

Honshu, Shikoku e Kyushu. O Japão é cortado por uma eficiente malha rodoviária e ferroviária

que liga o país de norte a sul. Em 2004, havia 1.177.278 km de rodovias pavimentadas, 173

aeroportos e 23.577 km de ferrovias. O transporte aéreo é em grande parte operado pela All

Nippon Airways (ANA) e pela Japan Airlines (JAL). Já as ferrovias são operadas pela Japan

Railways entre outras. Os aeroportos mais movimentados ficam nas regiões mais populosas do

país, Kanto e Kinki. O Aeroporto Internacional de Narita, por exemplo, é o mais movimentado

do país e o oitavo mais movimentado do mundo. Há muitos vôos internacionais de várias cidades

e países do Japão e para o país. Já o transporte portuário, apesar de fundamental para um país

insular, encontra-se em baixa, desde um pico na década de 1980.

Uma vez que apenas 15% das terras japonesas são apropriadas para o cultivo, o sistema

de terraceamento é usado em pequenas áreas. Isto resulta em um dos mais elevados níveis de

produtividade por unidade no mundo. O pequeno sector agrário do Japão, contudo, é muito

subsidiado e protegido. O Japão precisa importar cerca de 50% dos grãos consumidos

exceptuando o arroz, e depende de importações para seu suprimento de carne. O Japão é o

segundo maior produtor de pescado do mundo por tonelada depois da China e tem uma das

maiores frotas de pesqueiros do mundo.

A Sede da Toyota, é uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo. O Japão é o

segundo maior produtor de automóveis do planeta.

É líder nos campos da pesquisa científica, tecnológica, maquinaria e médica. Algumas

das mais importantes contribuições tecnológicas do Japão são encontrados nos campos da

electrónica, maquinaria, robótica industrial, óptica, química, semicondutores e metalurgia. O

Japão é líder no mundo dos robôs industriais, sendo que mais da metade dos robôs existentes no

mundo, são usados nas suas indústrias.

As grandes empresas japonesas são organizadas de dois modos principais:

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As keiretsus função de uma grande empresa especializada. As maiores keiretsus giram

em torno da Toyota, Toshiba, Nissan, Hitachi e Matsushita.

As kigyo shudan são consideradas herdeiras da zaibatsu actualmente as principais redes

horizontais são: Mitsui, Mitsubishi e Sumitomo.

O Japão é uma das nações líderes nos campos da pesquisa científica, especialmente de

tecnologia, maquinaria e pesquisa biomédica. Cerca de 700.000 pesquisadores dividem um

orçamento de 130 bilhões de dólares para pesquisa e desenvolvimento, o terceiro maior do

mundo. O Japão é líder mundial no domínio da pesquisa científica fundamental, tendo produzido

treze prémios Nobel, quer em física, química ou medicina, três Medalha Fields e um Prémio

Gauss.

Algumas das mais importantes contribuições tecnológicas do Japão são encontrados nas

áreas de electrónicos, automóveis, máquinas, engenharia sísmica, robótica industrial, óptica,

química, semicondutores e metais. Japão é líder do mundo em produção e utilização de robótica,

possuindo mais de metade (402.200 de 742.500) de robôs industriais do mundo, usado para a

fabricação Produziu também o QRIO, ASIMO e o AIBO. O Japão é o maior produtor mundial de

automóveis e abriga quatro dos quinze maiores fabricantes de automóveis do mundo e sete dos

vinte maiores líderes de vendas de semicondutores actualmente.

A Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial JAXA é a agência espacial do Japão,

que realiza pesquisas espaciais, planetárias, de aviação e no desenvolvimento de foguetes e

satélites. É um participante da Estação Espacial Internacional e do Módulo de Experiências

Japonês (Kibo) foi adicionado à Estação Espacial Internacional durante vôos do ônibus espacial

em 2008.

Em 11 de Março de 2011 o Japão sofreu o pior sismo já registado em sua história. O

sismo teve uma magnitude de 9,0 na escala de magnitude de momento e foi agravado por um

tsunami, afectando a região nordeste de Honshu, incluindo Tóquio. A área mais afectada pelo

tsunami foi a cidade de Sendai, região de Tohoku, devido à proximidade do local onde ocorreu o

sismo. Por conta do sismo, a Central Nuclear de Fukushima I, ao norte de Tóquio, sofreu sérios

danos em seus reactores e ameaça a população dos arredores com risco de contaminação por

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radioactividade. Estimou-se que o custo dos danos do terramoto e do tsunami devastadores deste

mês pode chegar a US$ 300 bilhões. As autoridades de Tóquio alertaram que os bebês não

devem ingerir água de torneira por causa da radiação vazada de uma usina nuclear.

A primeira estimativa oficial desde a tragédia de 11 de março cobre os danos a estradas,

casas, fábricas e infraestrutura, e ofusca as perdas do tremor ocorrido em Kobe em 1995 e do

furacão Katrina, que devastou Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2005, o que faz deste o

desastre natural mais caro do mundo. No momento em que aumenta a preocupação com o risco

de alimentos contaminados pela radiação da usina de Fukushima, a cerca de 250 quilômetros da

capital japonesa, os EUA se tornaram o primeiro país a proibir algumas importações de

alimentos da zona do desastre.

A usina, atingida por um terremoto de magnitude 9,0 e por um tsunami que deixaram 23

mil mortos ou desaparecidos, ainda não foi controlada, e os trabalhadores foram forçados a

abandonar o complexo quando uma fumaça negra começou a emergir de um dos seis reatores..

Autoridades declararam que níveis de radiação acima do que é seguro foram detectados

em 11 tipos de vegetais da área, além do leite e da água.esta catástrofe causou a destruição de

dezenas de milhares de vidas humanas e de toda a infraestrutura do local. Contudo, as respostas

do governo, da sociedade japonesa e da comunidade internacional se mostraram eficientes. Para

a data atual, boa parte dos sistemas de infraestrutura voltou ao seu funcionamento, a escassez

temporária de alimentos e de recursos de primeira necessidade já foi superada e as atividades se

encaminham rapidamente para a normalização.

Dinâmicas Internacionais nas Crises Japonesas e os Impactos da Crise na Política Global.

Em primeiro lugar, a atenção e a resposta humanitária internacional ao Japão foram

rápidas e eficazes. Ajudas financeiras e recursos foram imediatamente mobilizados e equipes de

resgate internacionais chegaram a 500 pessoas já na primeira semana. Até o final de março, 134

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países e 39 organizações internacionais ofereceram ajuda ao Japão. Os fundos gerais e especiais

de ajudas civis internacionais ainda estão recebendo crescentes doações para o Japão.

É válido observar três aspectos peculiares na dinâmica de respostas humanitárias.

Primeiro, os países vizinhos formam os maiores e mais imediatos ofertantes de ajudas. Entre

eles, os vizinhos como as equipes sul-coreanas que chegaram à manhã seguinte e os recursos

chineses que na primeira semana chegaram a mais de 10 milhões de dólares e mais de 30

milhões em formas de equipamentos de resgates, artigos de primeiro socorro e 20 mil toneladas

de combustíveis. Não persistiram aqui os antecedentes de antipatia política. As doações não

foram de forma alguma de maneira simbólica.

Segundo, revelou-se mais uma vez o firmemente instalado relacionamento entre os EUA

e o Japão. Os Estados Unidos se demonstraram como o mais tradicional e natural prestador de

auxílio para o Japão. No tsunami, o Japão solicitou ajuda dos EUA, cujos soldados em terra e

porta-aviões no mar se destacaram nos resgates – enquanto foi gentilmente recusado o navio

hospital ofertado pela marinha chinesa.

Terceiro, cem mil soldados japoneses, quase um quarto do exército total do país,

participaram das atividades de socorro, resgate e transporte dos recursos. A Força de Autodefesa

do Japão mais uma vez mostrou-se útil e necessária – embora para modalidades não militares de

auxílio – ao país frequentemente assolado por movimentos tectônicos. Em relação às respostas

humanitárias internacionais se verificou o que os antropólogos chamam de “princípio de dádiva”,

pelo qual o Japão, tradicional e generoso país humanitário, principalmente na vizinhança

asiática, é retribuído por países como a China e do Leste e Sudeste Asiático. O Japão é o quinto

maior fornecedor de assistências do mundo e o maior patrocinador, em termo de ajuda externa,

do desenvolvimento chinês. Porém, mesmo na situação de calamidade, está claro o alinhamento

japonês com os EUA, que se evidencia tanto no natural pedido de auxílio quanto na rejeição do

gesto chinês de aproximação.

A permanência americana sempre foi um alvo de duras críticas e tem dividido a política

japonesa em torno do eixo da questão da base americana. Entretanto, sacrifícios japoneses

parecem ver sua compensação em soldados americanos que carregavam os recursos de auxílio a

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Tōhoku. Certamente tal cena abrandaria os argumentos antiamericanos futuramente, o que conta

a favor da parceria geoestratégica EUA-Japão.

Contudo, o exército americano não foi a única força armada que atuou no pós-catástrofe.

A Força de Autodefesa também marcou sua presença e admiração popular no Japão, tendo sua

atuação observada internacionalmente. Para o meio internacional, principalmente da região da

Ásia, a militarização do Japão sempre foi uma sensibilidade por meio da qual vigoram

argumentos de rejeição. Porém, a funcionalidade da Força de Autodefesa dará apoio à

continuação do projeto japonês de fortalecimento militar. Uma vez que a Força de Autodefesa já

participa dos projetos antiterroristas americanos na Ásia Central, os soldados japoneses se farão

mais presentes no cenário global de segurança.

Somando a dinâmica da política internacional das respostas humanitárias, pode-se

perceber primeiramente a comprovação da importância do Japão no meio internacional e da

resistência desse país a eventos inoportunos. A relevância do país na política internacional é

evidente. Além disso, o atual governo japonês conseguiu administrar o pós-crise com ganho de

popularidade e confiança. De forma interessante às relações internacionais, talvez o Partido

Democrático do Japão conseguisse reverter o quadro instável dos governos anteriores e persistir

na liderança do Japão para a sociedade internacional.

Entretanto, o impacto da crise nuclear na política internacional já não é tão previsível.

Embora se tenha desmentido a gravidade do perigo atômico dos reatores de Fukushima, as

explosões estruturais se relacionam, após estudos, com falhas técnicas iniciais já na construção

das usinas, envolvendo tecnologias ocidentais, principalmente da França. As consequências,

associadas a fatores históricos, se estendem para uma tendência emocional de rejeição da

sociedade civil mundial à energia nuclear. Pode-se dizer que o transbordamento japonês coloca o

mundo a fazer escolha quanto a sua segurança energética.

Apesar da comprovada baixa probabilidade de acidentes, é a reação civil que define os

cursos energéticos. Por exemplo, o acidente de Chernobyl, de 1986, estagnou o

desenvolvimento, então em ápice, da energia nuclear. Retornou tardia, porém vigorosamente em

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2005, o desenvolvimento da energia nuclear, contando com ativa participação dos emergentes

como a China e a Índia, mas parece ver seu limite no fechamento de Fukushima. Embora

defendida firmemente por Rússia, EUA e França, que resistiram às vozes da sociedade,

manifestações em diversas partes do mundo empurraram políticas que defendem nova

estagnação da energia nuclear. Há os exemplos da China que anunciou a paralisação de mais de

40 usinas em construção para revisões mais criteriosas e a suspensão de novos projetos da

Alemanha, cujo governo declarou o fim de construção de novas usinas e retomou o plano de

fechar todas as usinas instaladas.

Além disso, ambientalistas também se chocaram com o despejo e vazamento de 12000

toneladas de águas contaminadas no mar, usadas para a refrigeração das unidades destruídas de

Fukushima. Estudos sobre o impacto ambiental da irradiação nas águas já estão em andamento e

se o resultado for abominável, como provavelmente será, poderá servir de um argumento

concreto para apoiar a resistência à energia nuclear.

Voltando para Japão, onde aconteceu o incidente de Fukushima, onde 20% da matriz

provem da energia nuclear, é ainda mais árduo o futuro da segurança energética. Já existem

planos de fechamentos de usinas de tecnologias semelhantes à de Fukushima e prevê-se a

exploração de gás natural e de fontes renováveis. O que colocará Japão como líder de novas

políticas energéticas para os países assolados pelo temor da radiação nuclear.

POLÍTICA

O Japão é uma monarquia constitucional onde o poder do imperador é muito limitado. A

Constituição o define como "símbolo do Estado e da unidade do povo" e ele não possui poderes

relacionados ao governo. O poder, concedido por soberania popular, está concentrado

principalmente na figura do primeiro-ministro do Japão e de outros membros eleitos da Dieta. O

imperador age como chefe de Estado em ocasiões diplomáticas, sendo Akihito o presente

imperador do Japão e Naruhito, o próximo na linha sucessória do trono.

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O primeiro-ministro do Japão é o chefe de governo. O candidato é escolhido pela Dieta

de entre um de seus membros e endossado pelo imperador. O primeiro-ministro é o chefe do

Gabinete, órgão executivo que nomeia e demite ministros de Estado do qual a maioria deve ser

membro da Dieta. O primeiro-ministro do Japão é, no momento, Naoto Kan.

O órgão legislativo do Japão é a Dieta Nacional, um parlamento bicameral. A Dieta é

formado pela Câmara dos Representantes, com 480 representantes eleitos por voto popular a

cada quatro anos ou quando dissolvida, e pela Câmara dos Conselheiros de 242 membros com

mandatos de seis anos. Todos os cidadãos com mais de 20 anos têm direito ao voto e a concorrer

nas eleições nacionais e locais realizadas com voto secreto.

O Japão tem um sistema político democrático e pluripartidário com seis grandes partidos

políticos. O liberal conservador Partido Liberal Democrata (PLD) está no poder desde 1955, a

não ser por um curto período de coalizão da oposição em 1993. O maior partido de oposição é o

liberal social Partido Democrático do Japão.

Historicamente influenciado pelo sistema chinês, o sistema legal do Japão desenvolveu-

se independentemente durante o período Edo. Entretanto, desde o final do século XIX, o sistema

legal japonês tem se baseado em grande parte nos direitos civis da Europa, principalmente da

França e Alemanha. Em 1896, por exemplo, o governo japonês estabeleceu um código civil

baseado no modelo alemão. Com modificações do pós-guerra, o código permanece vigente no

Japão. A lei estatutária origina-se na Dieta com a aprovação do imperador. A Constituição requer

que o imperador promulgue as leis aprovadas pela Dieta, sem, no entanto, conferir-lhe o poder de

opor-se a aprovação de uma lei. O sistema de tribunais do Japão é dividido em quatro esferas

básicas: a Suprema Corte e três níveis de cortes inferiores. O corpo principal da lei estatutária

japonesa é chamado de Seis Códigos.

RELAÇOES INTERNACIONAIS E FORÇAS ARMADAS

O maior parceiro militar do Japão são os Estados Unidos, tendo como fundamento de sua política

externa a aliança defensiva Japão-Estados Unidos. O maior parceiro comercial do Japão é a

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China, destino da maior parte das exportações e importações. Como membro das Nações Unidas

desde 1956, o Japão serviu como membro temporário do Conselho de Segurança por um total de

18 anos, mais recentemente entre 2005 e 2006. Ele é também membro das nações G4 buscando

um assento permanente no Conselho de Segurança.

O Japão também se destaca na política internacional por ser membro do G8, da APEC, da

ASEAN+3 e participante da Cúpula do Leste da Ásia. O país é também o segundo maior doador

para Assistência Oficial para o Desenvolvimento, com 0,19% do seu PNB em 2004. O Japão

também contribuiu com contingentes não combatentes para a Invasão do Iraque, mas

posteriormente retirou suas tropas deste país.

As despesas militares do Japão são a quarta maior do mundo, com US$ 42 bilhões

orçados em 2005, o que representa apenas 1% do PIB nacional por ano. O Japão tem disputas

territoriais com Rússia, China, Taiwan e Coreia do Sul. A maior parte dessas disputas envolve a

presença de recursos naturais como o petróleo e factores históricos. Reivindica a soberania sobre

as ilhas Etorofu, Kunashiri e Shikotan, conhecidas no Japão como "Territórios do Norte" e na

Rússia como "Ilhas Curilas do Sul" ocupadas pela União Soviética em 1945 e administradas

atualmente pela Rússia. Disputa os Rochedos de Liancourt (chamados Takeshima ou Dokdo)

com a Coreia do Sul — ocupadas por esta desde 1954 — e as ilhas inabitadas de Senkaku-shoto

(Diaoyu Tai) com China e Taiwan. O Japão também enfrenta graves problemas com a Coreia do

Norte acerca de seu programa de armamento nuclear e de testes de mísseis. O fortalecimento

militar da China também é uma fonte de preocupação. No entanto, o governo japonês considera

o desenvolvimento de robótica militar mais viável para forças armadas do país.

A militarização do Japão é restringida pelo Artigo 9 de sua Constituição pós-guerra o

qual renuncia ao direito de declarar guerra ou ao uso de força militar como meios para a

resolução de disputas internacionais, ainda que o governo esteja tentando fazer uma emenda à

Constituição através de um referendo. As forças armadas do Japão são controladas pelo

Ministério da Defesa e consistem basicamente das Forças de Autodefesa Terrestre, Marítima e

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Aérea. As forças armadas foram usadas recentemente em missões de paz e o envio de tropas

japonesas para o Iraque marcou o primeiro uso delas desde a Segunda Guerra Mundial.

CONCLUSÃO

Tendo em conta as grandes transformações sócio-economicas que tiveram ao longo da

sua historia e a sua capacidade de resposta face as catástrofes naturais resultado da sua posição

geográfica o Japão vai dando cada vez mas provas da sua hegemonia económica no continente

asiático embora seja um pais propenso a actividades sísmicas de grandes proporções inclusive

a ultima delas acarretou prejuízos económicos em grande escala o que repercutiu naturalmente

na diminuição das suas exportações e pós em risco o eco sistema local e externo pela destruição

das usinas nucleares situadas nas regiões afectada pelo tsunami, como não podia deixar de ser o

Japão obteve ajuda internacional para se refazer dos danos causados pela catástrofe. Ao longo do

nosso estudo podemos constatar que afirmação do Japão como potência teve como força

impulsionadora os Estados unidos que na busca por um parceiro asiático apostou no

desenvolvimento do Japão como potencia hegemónica na Ásia, embora seja um pais com alto

desenvolvimento tecnológico não teve capacidade de prever e conter os danos causados pela

destruição das usinas nucleares o que serve de chamada de atenção para os países que tenham a

pretensão de desenvolver projectos nucleares mesmo que por fins pacíficos.

Contudo os organismos internacionais competentes para legislar sobre matéria de arsenal

nuclear devem repensar as políticas ao autorizar a construção dos mesmos tendo em conta a

imprevisibilidade da natureza e o perigo que pode representar estes materiais e titulo de

observarem alguns princípios que os poderão nortear futuramente.

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