Invasão Zumbi

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C M Y K C M Y K Editor: José Carlos Vieira [email protected] [email protected] 3214 1178 • 3214 1179 Diversão Arte & & CORREIO BRAZILIENSE Brasília, sexta-feira, 29 de janeiro de 2010 Leia sobre os livros e quadrinhos na página 3 » www.correiobraziliense.com.br Veja trailer de Zumbilândia Multidão de anônimos Originados de manifestações políticas, os flash mobs (mobilização relâmpago em inglês) são aglomerações com o objetivo de chamar a atenção por meio de ações inusitadas. Em geral, são organizados em locais públicos de grande circulação e, após sua realização, os integrantes se dispersam rapidamente. As mobilizações ganharam notoriedade com a internet, uma ferramenta de fácil propagação de convites. » MARINA SEVERINO O inegável charme dos vampi- ros conquistou multidões e dominou a indústria de en- tretenimento em 2009. A fe- bre, que começou no Brasil com a ex- plosão das sagas Crepúsculo e Diários do vampiro (adaptadas, respectiva- mente, para cinema e tevê) e atingiu o público adulto com a série televisi- va True blood, terá de abrir espaço para outros mortos-vivos em 2010. Desta vez, eles não são atraentes — pelo contrário, faltam-lhes pedaços do corpo, cheiram a carniça e são péssimos em raciocínio. Os zumbis já começam o ano em alta no Brasil. A primeira tacada é Zumbilândia, filme em 2D que, mes- mo em meio à febre Avatar, bateu a marca de US$ 90 milhões de bilhete- ria em todo o mundo. Em sua bem- sucedida estreia numa produção de alto orçamento, Ruben Fleischer diri- giu um elenco misto de veteranos (Bill Murray e Woody Harrelson) e as figurinhas teen do cinema politica- mente incorreto Jesse Eisenberg (Fé- rias frustradas de verão), Emma Sto- ne (Superbad: é hoje!) e Abigail Bres- lin (Pequena Miss Sunshine). Pensado inicialmente para a televi- são, Zumbilândia foi promovido às te- lonas devido ao orçamento, de US$ 24 milhões, e ao roteiro divertido e reple- to de citações a clássicos do gênero. A comédia utiliza ferramentas do terror e da ação para traçar o cotidiano pós- apocalíptico do jovem Columbus (Ei- senberg), que perdeu toda a família quando os mortos voltaram a cami- nhar famintos de carne humana ma- tando tudo que era vivo. Zumbilândia chega hoje ao Brasil (ainda não há data de estreia marca- da para Brasília) sob muita expecta- tiva dos fãs do gênero. “Apesar de existirem filmes antiquíssimos de zumbis, muita gente não conhece. Agora, parece que o interesse por parte dos diretores e produtores em relação ao assunto vem aumentan- do”, afirma Gabriel Müller, adminis- trador do site brasileiro Zumbis Cor- poration, que desde 2008 reúne fãs para discutir o tema na internet. A rede mundial parece a platafor- ma perfeita para espalhar o vírus da empolgação entre os amantes de zum- bis. Em Brasília, uma multidão de en- tusiastas saiu fantasiada pela cidade em agosto de 2009, durante a Zombie Walk, edição candanga de um dos flash mobs mais copiados em todo o mundo. Convites enviados por e-mail e redes sociais seduziram aproxima- damente 600 pessoas a caminharem maquiadas e aos tropeços por pontos turísticos da capital. “Nossa maior motivação foi a paixão que todos têm por zumbis e, também, a vontade de fazer algo diferente em Brasília”, justi- fica um dos organizadores da mobili- zação, Filipe Alencar. Para todos os gostos Entre os lançamentos de 2010 para o cinema, Resident evil 4: afterlife tem público definido. A febre entre os gamemaníacos e fãs de terror e ação faz desta franquia uma das mais cul- tuadas do gênero no universo pop. Mas a expectativa para o quarto filme da série baseada no videogame vai além de mais uma aparição da heroína Alice (Milla Jovovich) nas telonas. Em ousada estratégia, o longa-metragem tem o orçamento mais caro da série e será lançado em 3D, com aplicações feitas pela equipe de Avatar, usando a mesma tecnologia desenvolvida para o filme de James Cameron. Apesar do apelo pop, alguns dos grandes sucessos de 2009 sobre o te- ma devem sair no Brasil apenas em DVD. É o caso de Survival of the dead, sexto filme da cultuada série cult- trash de George A. Romero iniciada em 1968 com A noite dos mortos-vi- vos. A estreia do longa de terror na 66ª edição do Festival de Cinema de Ve- neza arrancou aplausos e elogios da crítica. A distribuição no Brasil será feita pela Imagem Filmes ainda neste ano. Já Dead snow, produção de bai- xo orçamento que levou o diretor no- rueguês Tommy Wirkoma ao último Festival de Cinema de Sundance, de- ve ficar fora do circuito nacional. A Europa Filmes, distribuidora de Kill Budjo: o filme, primeiro longa do di- retor, não prevê o lançamento. No embalo dos vampiros, mortos-vivos surgem como promessa de entretenimento em 2010 para o cinema, a literatura e os quadrinhos A GUERRA DO MUNDO ZUMBI Filho do cineasta Mel Brooks com a atriz Anne Bancroft, Max Brooks ganhou fama como roteirista do programa de TV Saturday night live. Mas foi com Guia de sobrevivência aos zumbis que conquistou um exército de leitores. A guerra do mundo zumbi, que vendeu 600 mil cópias em todo o mundo, conquistou o público adulto com relatos fictícios de sobreviventes da guerra entre humanos e falecidos. A adaptação para os cinemas está prevista para 2011. Lançamento em português no segundo semestre de 2010. ORGULHO E PRECONCEITO E ZUMBIS Aproveitando a entrada da obra de Jane Austen em domínio público, o escritor Seth Grahame-Smith reescreveu o romance Orgulho e preconceito. A nova versão da batalha protagonizada por Elizabeth Bennet em busca de amor e liberdade inclui também mortos devoradores de cérebro. Nessa releitura trash do original de 1813, Elizabeth e Mr. Darcy são treinados em artes marciais. O livro é formado por 25% de novo texto e deve ser lançado no Brasil na segunda quinzena de março. O CADÁVER QUE RI No diversificado universo sobrenatural, os populares vampiros podem, vez ou outra, topar com lobisomens, fantasmas e, por que não, zumbis. Na sequência de Prazeres malditos, de Laurell K. Hamilton, Anita Blake é uma caçadora de vampiros que tenta descobrir o mistério de um assassinato causado por zumbis famintos. O segundo livro da série, que já soma 17 publicações nos EUA, será lançado em terras brasileiras no primeiro semestre de 2010. RESIDENT EVIL 4: AFTERLIFE » O quarto filme da franquia mostra a heroína Alice (Milla Jovovich) ainda em busca da salvação do mundo após a infecção do vírus T. Agora em Los Angeles, cidade que teoricamente não foi atingida pela praga, ela protege um grupo de sobreviventes formado pelas estrelas de seriados Ali Larter (Heroes) e Wentworth Miller (Prison break). Apesar de repetitivo, Resident evil 4 será lançado em 3D e tem provocado expectativa nas plateias dos EUA. Estreia em 10 de setembro. ZUMBILÂNDIA » Na comédia de Ruben Fleischer, pouco importa quando e como os zumbis surgiram no planeta. A trama acompanha Columbus (Jesse Eisenberg, na foto com Woody Harrelson), jovem covarde que sobreviveu à invasão de mortos-vivos com regras que ele mesmo criou. Ao lado de Tallahassee (Harrelson), um bruto matador de zumbis, ele procura formas de se defender e de matar o tempo em um país onde não se pode confiar em nenhum ser andante. Estreia hoje no Brasil, mas não em Brasília. LIVROS FILMES O QUE VEM POR AÍ Integrantes da Zombie Walk em frente ao Museu Nacional: versão brasiliense de um dos flash mobs mais copiados do mundo Crown Publishing/Divulgação Sony Pictures/Divulgação Rafael Ohana/CB/D.A Press Quirk Books/Reprodução Ace Books/Divulgação

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Reportagem de duas páginas sobre a temática zumbi em obras de ficção. Publicada em 29 de janeiro de 2010 na capa do caderno Diversão & Arte, do jornal Correio Braziliense.

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EEddiittoorr:: José Carlos Vieira [email protected]

[email protected] 3214 1178 • 3214 1179Diversão Arte&& CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Leia sobre os livros e quadrinhos na página 3»

www.correiobraziliense.com.br

Veja trailer de Zumbilândia

Multidão deanônimosOriginados de manifestaçõespolíticas, os flash mobs(mobilização relâmpago eminglês) são aglomerações com oobjetivo de chamar a atençãopor meio de ações inusitadas.Em geral, são organizados emlocais públicos de grandecirculação e, após sua realização,os integrantes se dispersamrapidamente. As mobilizaçõesganharam notoriedade com ainternet, uma ferramenta de fácilpropagação de convites.

» MARINA SEVERINO

Oinegável charme dos vampi-ros conquistou multidões edominou a indústria de en-tretenimento em 2009. A fe-

bre, que começou no Brasil com a ex-plosão das sagas Crepúsculo e Diáriosdo vampiro (adaptadas, respectiva-mente, para cinema e tevê) e atingiuo público adulto com a série televisi-va True blood, terá de abrir espaçopara outros mortos-vivos em 2010.Desta vez, eles não são atraentes —pelo contrário, faltam-lhes pedaçosdo corpo, cheiram a carniça e sãopéssimos em raciocínio.

Os zumbis já começam o ano emalta no Brasil. A primeira tacada éZumbilândia, filme em 2D que, mes-mo em meio à febre Avatar, bateu amarca de US$ 90 milhões de bilhete-ria em todo o mundo. Em sua bem-sucedida estreia numa produção dealto orçamento, Ruben Fleischer diri-giu um elenco misto de veteranos(Bill Murray e Woody Harrelson) e asfigurinhas teen do cinema politica-mente incorreto Jesse Eisenberg (Fé-rias frustradas de verão), Emma Sto-ne (Superbad: é hoje!) e Abigail Bres-lin (Pequena Miss Sunshine).

Pensado inicialmente para a televi-são, Zumbilândia foi promovido às te-lonas devido ao orçamento, de US$ 24milhões, e ao roteiro divertido e reple-to de citações a clássicos do gênero. Acomédia utiliza ferramentas do terrore da ação para traçar o cotidiano pós-apocalíptico do jovem Columbus (Ei-senberg), que perdeu toda a famíliaquando os mortos voltaram a cami-nhar famintos de carne humana ma-tando tudo que era vivo.

Zumbilândia chega hoje ao Brasil(ainda não há data de estreia marca-da para Brasília) sob muita expecta-tiva dos fãs do gênero. “Apesar deexistirem filmes antiquíssimos dezumbis, muita gente não conhece.Agora, parece que o interesse porparte dos diretores e produtores emrelação ao assunto vem aumentan-do”, afirma Gabriel Müller, adminis-trador do site brasileiro Zumbis Cor-poration, que desde 2008 reúne fãspara discutir o tema na internet.

A rede mundial parece a platafor-ma perfeita para espalhar o vírus daempolgação entre os amantes de zum-bis. Em Brasília, uma multidão de en-tusiastas saiu fantasiada pela cidadeem agosto de 2009, durante a ZombieWalk, edição candanga de um dosflash mobs mais copiados em todo omundo. Convites enviados por e-maile redes sociais seduziram aproxima-damente 600 pessoas a caminharemmaquiadas e aos tropeços por pontosturísticos da capital. “Nossa maiormotivação foi a paixão que todos têmpor zumbis e, também, a vontade defazer algo diferente em Brasília”, justi-fica um dos organizadores da mobili-zação, Filipe Alencar.

Para todos os gostosEntre os lançamentos de 2010 para

o cinema, Resident evil 4: afterlife játem público definido. A febre entre osgamemaníacos e fãs de terror e açãofaz desta franquia uma das mais cul-tuadas do gênero no universo pop.Mas a expectativa para o quarto filmeda série baseada no videogame vaialém de mais uma aparição da heroínaAlice (Milla Jovovich) nas telonas. Emousada estratégia, o longa-metragemtem o orçamento mais caro da série eserá lançado em 3D, com aplicaçõesfeitas pela equipe de Avatar, usando amesma tecnologia desenvolvida parao filme de James Cameron.

Apesar do apelo pop, alguns dosgrandes sucessos de 2009 sobre o te-ma devem sair no Brasil apenas emDVD. É o caso de Survival of the dead,sexto filme da cultuada série cult-trash de George A. Romero iniciadaem 1968 com A noite dos mortos-vi-vos. A estreia do longa de terror na 66ªedição do Festival de Cinema de Ve-neza arrancou aplausos e elogios dacrítica. A distribuição no Brasil seráfeita pela Imagem Filmes ainda nesteano. Já Dead snow, produção de bai-xo orçamento que levou o diretor no-rueguês Tommy Wirkoma ao últimoFestival de Cinema de Sundance, de-ve ficar fora do circuito nacional. AEuropa Filmes, distribuidora de KillBudjo: o filme, primeiro longa do di-retor, não prevê o lançamento.

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A GUERRA DO MUNDO ZUMBIFilho do cineasta Mel Brooks com a atriz Anne Bancroft, MaxBrooks ganhou fama como roteirista do programa de TVSaturday night live. Mas foi com Guia de sobrevivência aoszumbis que conquistou um exército de leitores. A guerra domundo zumbi, que vendeu 600 mil cópias em todo o mundo,conquistou o público adulto com relatos fictícios desobreviventes da guerra entre humanos e falecidos. Aadaptação para os cinemas está prevista para 2011.Lançamento em português no segundo semestre de 2010.

ORGULHO E PRECONCEITO E ZUMBIS Aproveitando a entrada da obra de Jane Austen em domíniopúblico, o escritor Seth Grahame-Smith reescreveu oromance Orgulho e preconceito. A nova versão da batalhaprotagonizada por Elizabeth Bennet em busca de amor eliberdade inclui também mortos devoradores de cérebro.Nessa releitura trash do original de 1813, Elizabeth e Mr.Darcy são treinados em artes marciais. O livro é formadopor 25% de novo texto e deve ser lançado no Brasil nasegunda quinzena de março.

O CADÁVER QUE RINo diversificado universo sobrenatural, os popularesvampiros podem, vez ou outra, topar com lobisomens,fantasmas e, por que não, zumbis. Na sequência dePrazeres malditos, de Laurell K. Hamilton, Anita Blake éuma caçadora de vampiros que tenta descobrir omistério de um assassinato causado por zumbisfamintos. O segundo livro da série, que já soma 17publicações nos EUA, será lançado em terras brasileirasno primeiro semestre de 2010.

RESIDENT EVIL 4: AFTERLIFE» O quarto filme da franquia mostra a

heroína Alice (Milla Jovovich) ainda embusca da salvação do mundo após ainfecção do vírus T. Agora em LosAngeles, cidade que teoricamente nãofoi atingida pela praga, ela protege umgrupo de sobreviventes formado pelasestrelas de seriados Ali Larter (Heroes)e Wentworth Miller (Prison break).Apesar de repetitivo, Resident evil 4será lançado em 3D e tem provocadoexpectativa nas plateias dos EUA.Estreia em 10 de setembro.

ZUMBILÂNDIA» Na comédia de Ruben Fleischer, pouco

importa quando e como os zumbissurgiram no planeta. A tramaacompanha Columbus (JJeessssee EEiisseennbbeerrgg,,nnaa ffoottoo ccoomm WWooooddyy HHaarrrreellssoonn), jovemcovarde que sobreviveu à invasão demortos-vivos com regras que ele mesmocriou. Ao lado de Tallahassee (Harrelson),um bruto matador de zumbis, ele procuraformas de se defender e de matar otempo em um país onde não se podeconfiar em nenhum ser andante. Estreiahoje no Brasil, mas não em Brasília.

LIVROS

FILMES

O QUE VEM POR AÍ

Integrantes da Zombie Walk emfrente ao Museu Nacional: versãobrasiliense de um dos flash mobs

mais copiados do mundo

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Diversão&arte • Brasília, sexta-feira, 29 de janeiro de 2010 • CORREIO BRAZILIENSE • 3

Adoráveismoribundos

CONTINUAÇÃO DA CAPA/Universo fantástico dos zumbis rende histórias imaginadas por mestres da literatura e ilustradores

Brasilienses na disputa FESTIVAL DE MÚSICA

Hoje, em premiação organiza-da em Salvador, serão conheci-dos os cinco vencedores do 1ºFestival Nacional de Música daArpub (Associação das RádiosPúblicas do Brasil). A cerimôniaacontece no Largo Pedro Arcanjo,no Pelourinho, a partir das 19h,com shows gratuitos de Fernan-da Takai e Armandinho, trans-mitidos ao vivo pela rede de rá-dios públicas. Os 20 finalistas,selecionados de 10 estados, es-tão divididos em música instru-mental e com letra e concorremnas categorias música com le-tra, música instrumental (os

vencedores recebem R$ 15 mil),melhor arranjo, melhor intér-prete vocal e melhor instrumen-tista (R$ 10 mil). O gaitista PabloFagundes e a cantora Mila Tulirepresentam Brasília na compe-tição e aguardam com expecta-tiva o resultado do festival.

Fagundes, 32 anos, começouna música tocando flauta doce econheceu a gaita apenas aos 17.O que começou como uma brin-cadeira acabou se tornando coi-sa séria. “Uma premiação no fes-tival ajudaria muito na divulga-ção da gaita”, conta. A confiançade Fagundes está depositada em

Maracatu pra tu, música finalistana competição instrumental. JáMilla Tuli, 22 anos, é goiana, masmora aqui há um ano. Antes damudança, viajava à capital sem-pre a trabalho, e por isso se con-sidera “goianiense”. Com a can-ção Deixe de me amar, compostaaos 17 anos, ela concorre a umgeneroso prêmio no festival daArpub, que certamente ajudariabastante na gravação de seu pri-meiro álbum, ainda sem selo. “Onível das músicas é excepcional,mas a gente tem que botar ban-ca, estou tentando confiar emmim”, comenta.

ZZUUMMBBIISS MMAARRVVEELL» Série com heróis da Marvel

Comics transportados para ouniverso zumbi. Com história deRobert Kirkman (Invencível), atrama começa quando um vírusalienígena chega à terra etransforma todos em zumbis. Ascapas, desenhadas por ArthurSuydam, são releituras de ediçõeshistóricas da Marvel. No Brasil, asérie é publicada mensalmentepela Panini desde 2007 narevista Marvel Max, voltadapara o público adulto, e está na 20ª edição.

OOSS MMOORRTTOOSS--VVIIVVOOSS —— VVOOLLUUMMEESS 55 EE 66» A saga do policial Rick Grimes, que

acorda de um coma na cidadeinfestada de zumbis famintos, servede premissa para discutir vida emsociedade, criminalidade e política.Aposta da editora HQM, Os mortos-vivos já teve quatro ediçõeslançadas no Brasil. A história doescritor Robert Kirkman (Invencível)rendeu o prêmio inglês Eagle demelhor HQ americana em preto ebranco. O lançamento dos números5 e 6 está previsto para 2010, masainda sem mês definido.

Quadrinhos» MARINA SEVERINO

S em pretensão de seremcharmosos, os zumbisdevem ascender dos sub-mundos ao universo pop

das livrarias e bancas de revistascom humor e irreverência. A re-ceita tem dado certo. De acordocom levantamento do jornalUSA Today, eles compartilharamcom os vampiros a presença em17% dos livros vendidos naquelepaís. O crescimento é gradualdesde 2008, quando estavam em14% dos títulos lançados. Em2007, a participação era restritaa apenas 2% do mercado.

A febre literária é a aposta daeditora Intrínseca, que lança noBrasil, em março, o best-sellernorte-americano Orgulho e pre-conceito e zumbis. Adorador daobra de Jane Austen, o escritorSeth Grahame-Smith aproveitoua entrada do texto em domíniopúblico para modificar a história.O resultado foi um livro híbrido,com 85% do original, ambienta-do em uma Inglaterra onde zum-bis ultraviolentos e humanoscoexistem. “Soubemos que haviamovimentação nos Estados Uni-dos em torno desse lançamento eanalisamos a história, que é sen-sacional. O livro é muito elegan-te, parece que você está lendo Ja-ne Austen, mas aparecem unsmortos-vivos. Isso agrada ao pú-blico de todas as idades, até quemgosta de literatura clássica”, expli-ca Jorge Oakim, dono da editoraIntrínseca. O editor é o mesmo

que apostou na publicação na-cional da série Crepúsculo, deStephanie Meyer, e espera boa re-cepção para a tiragem inicial de10 mil exemplares.

O Brasil será o terceiro país areceber o mash-up literário deAusten e Smith. Nos Estados Uni-dos, país de origem do escritor, olivro se sustentou por 39 semanasna lista dos mais vendidos e abriuo mercado para novas adapta-ções, como Sense and sensibilityand sea monsters (Razão e sensi-bilidade e monstros marinhos),dos mesmos autores, e AndroidKarenina, junção de textos deLeon Tolstói e Ben H. Winters.

O sucesso alcançou os estú-dios de cinema. Os direitos deOrgulho e preconceito e zumbis

foram comprados pela Lions-gate para um potencial block-buster que terá Natalie Port-man no principal papel. Tam-bém há uma adaptação previs-ta para os quadrinhos a ser lan-çada pela editora americanaDel Rey em março.

Aproveitando a onda pop dosmortos-vivos, a Rocco também jáarregaçou as mangas para 2010.Ainda na maré vampiresca, acontinuação do juvenil Prazeresmalditos, O cadáver que ri, apos-ta na junção do universo dos san-guessugas com o dos zumbis. Aeditora também prevê, para omeio do ano, a publicação de Aguerra do mundo zumbi.Escrito porMax Brooks como sequência deGuia de sobrevivência aos zumbis,

lançado também pela Rocco, obest-seller americano apresentadepoimentos fictícios sobre umapocalipse zumbi e tambémchegará aos cinemas. A adapta-ção para as telonas sairá em2011 pela distribuidora Para-mount, com produção da PlanB, empresa de Brad Pitt.

Aventuras ilustradasTerreno frutífero para a cria-

ção de histórias fantásticas, osquadrinhos nunca deixaram osmortos-vivos de fora das pági-nas. Com leitores fiéis, sempre li-gados às novidades lançadas forado país, as editoras brasileiras

agarraram o tema (e o público)ao se anteciparem aos outrosmeios em relação à moda. Desde2006, a HQM publica no Brasil apremiada série Os mortos-vivos,saga em graphic novel escrita porRobert Kirkman (Invencível,Grandes encontros Marvel).

De forma análoga a Ensaio so-bre a cegueira, romance do portu-guês José Saramago, a históriaacompanha um grupo perseguidopor zumbis refugiado num com-plexo penitenciário de segurançamáxima. Sob as lentes do policialRick Grimes, Kirkman dispara crí-ticas sociais camufladas nas irôni-cas leis estabelecidas pelos sobre-viventes. O primeiro volume, Diaspassados, vendeu 3 mil exempla-res no Brasil e foi sucedido por Ca-minhos trilhados, Segurança atrásdas grades e Desejos carnais, o últi-mo deles lançado em novembrode 2009. “A intenção é publicarmais dois volumes em 2010. Entre-tanto, como integramos uma edi-tora de pequeno porte e temosmuitas demandas de novas im-pressões, não fechamos a pauta doano”, justifica o editor-chefe daHQM, Carlos Costa.

A relação entre Robert Kirk-man e os zumbis é bem particu-lar. Desde 2005 ele está imerso nouniverso dos cadáveres ambu-lantes com a série Marvel zom-bies. Na história, Capitão Améri-ca, Homem de Ferro, Homem-Aranha, Hulk, Wolverine e com-panhia têm correspondenteszumbis em um universo paralelo,onde todos os heróis foram atin-gidos por um vírus alienígenaque os transformou em cadáve-res racionais famintos por carnehumana. A trama ganhou espaçono Brasil pelas páginas da HQMarvel Max, da Panini Comics. Aedição 77, nas bancas, é a vigési-ma a publicar as aventuras dosheróis canibais.

Desejos carnais é o quarto volume da graphic novel Os mortos-vivos

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Leia trecho do livro O cadáver que ri, de Laurell K. Hamilton

HQM Editora/Divulgação