Invent a Rio e Manejo Florestal

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    NCLEO DE PESQUISAS EM FLORESTAS TROPICAIS

    INVENTRIO E MANEJO FLORESTAL

    AMOSTRAGEM, CARACTERIZAO DE ESTDIOS SUCESSIONAISNA VEGETAO CATARINENSE E MANEJO DO PALMITEIRO (Euterpe

    edulis) EM REGIME DE RENDIMENTO SUSTENTVEL

    Textos elaborados por:

    Adelar MantovaniAdemir ReisAdilson dos AnjosAlexandre SiminskiAlfredo Celso Fantini

    ngelo PuchalskiMaike Hering de QueirozMauricio Sedrez dos ReisRudimar Conte

    FLORIANPOLIS

    JUNHO DE 2005

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    Sumrio

    APRESENTAO................................................................................................................................ ...3

    1.MDULO INVENTRIO FLORESTAL......................................................................................... .........5

    1.1 INTRODUO ............................................................................................................................ ......... ........51.2 CONCEITOS BSICOS SOBRE AMOSTRAGEM .....................................................................................6

    1.2.1 Populao ...................................................................................................................................... ........ .61.2.2 Censo e amostragem ........................................................................................................................... ....61.2.3 Amostra ............................................................................................................................................. ......61.2.4 Unidade amostral ....................................................................................................................................61.2.5 Preciso e acuracidade ...........................................................................................................................6

    1.3 MTODOS DE AMOSTRAGEM ................................................................................................................ .71.3.1 Mtodo de rea Fixa com emprego de parcelas .....................................................................................8

    1.3.1.1 Estimadores para o nmero de rvores, rea basal e volume ................................................................... ..... .....91.3.1.2 Amostragem aleatria simples .................................................................................................... .................. ...101.3.1.3 Exemplo de amostragem aleatria simples .............................................................................................. ..... ...111.3.1.4 Amostragem aleatria estratificada ........................................................................................... ..... ..... ..... ..... ..141.3.1.5 Amostragem sistemtica ................................................................................................... ............................ ...151.3.1.6 Obteno de estimativas com emprego de parcelas ................................................................................ ..... ....171.3.1.7 Exemplo com amostragem sistematizada ............................................................................................. ..... ..... .18

    1.3.2 Mtodo dos Quadrantes ...................................................................................................................... ..281.3.2.1 Obteno de estimativas pelo mtodo dos quadrantes .......................................................................... ..... ..... .291.3.2.2 Exemplo utilizando o Mtodo dos Quadrantes ...................................................................................... ..... .....29

    1.4 BIBLIOGRAFIA ..........................................................................................................................................37

    2.MDULO CARACTERIZAO DE ESTDIOS SUCESSIONAIS NA VEGETAO CATARINENSE..38

    ASTIPOLOGIASFLORESTAISCATARINENSES.................................................................................................................38DINMICADASUCESSOSECUNDRIAASSOCIADAAOSSISTEMASAGRCOLAS...................................................................40CLASSIFICAODA MATA ATLNTICAEMESTDIOSSUCESSIONAIS................................................................................42BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................................................45

    3.MODULO MANEJO DO PALMITEIRO (EUTERPE EDULIS) EM REGIME DE RENDIMENTOSUSTENTVEL.................................................................................................................. ..................49

    3.1 ASPECTOS DA ECOLOGIA DE FLORESTAS TROPICAIS...................................................... ......... ....493.1.1 Grupos ecolgicos de espcies florestais..............................................................................................50

    3.2 MANEJO DE RENDIMENTO SUSTENTADO: UMA PROPOSTA BASEADA NA AUTOECOLOGIADAS ESPCIES..................................................................................................................................................54

    3.2.1 Introduo.............................................................................................................................................543.2.2 Estoque disponvel................................................................................................................................553.2.3 Taxas de incremento..............................................................................................................................563.2.4 Regenerao natural.............................................................................................................................573.2.5 Outras consideraes............................................................................................................................58

    3.3 A PALMEIRA EUTERPEEDULIS MARTIUS....................................................................................................593.3.1 ASPECTOS ECOLGICOS DA ESPCIE...........................................................................................593.3.2 ASPECTOS DEMOGRFICOS E FITOSSOCIOLGICOS................................................................61

    3.4 INVENTRIO PARA O MANEJO DO PALMITEIRO............................................................... ........ ......633.5 ESTIMAO DE EQUAES DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL...........................................653.6 SISTEMAS DE IMPLANTAO DE EUTERPEEDULIS................................................................................663.7 PRODUTIVIDADE SUSTENTVEL DE PALMITO ATRAVS DO MANEJO DE EUTERPEEDULIS.......673.8 EXEMPLO DE PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTVEL.................................... ........ ......71

    1. INFORMAES GERAIS.........................................................................................................................712. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS DO PMFS............................................................................................723. CARACTERIZAO DO MEIO NA PROPRIEDADE..............................................................................724. MANEJO FLORESTAL............................................................................................................................ ..73v. AVALIAO E PROPOSTA DE MINIMIZAO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS................... ........ .... ...80vi. PROGNOSTICO DA QUALIDADE AMBIENTAL PELA IMPLANTAO DO PMFS................. ........ .80vii. ANLISE ECONMICA DO PROJETO.................................................................................................808 BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................................................839 DOCUMENTOS EXIGIDOS......................................................................................................................83

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E RECOMENDADA.......................................................................... ......83

    4. DIVERSIDADE GENTICA EM PLANTAS.................................................................................. .......88

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    4.1INTRODUO...........................................................................................................................................884.2 ESTUDOS SOBRE DIVERSIDADE GENTICA EM PLANTAS...........................................................894.3 DIVERSIDADE GENTICA EM ESPCIES DA MATA ATLNTICA..................................................914.4 METODOLOGIA PARA AVALIAO ....................................................................................................924.5 BIBLIOGRAFIA CITADA.........................................................................................................................98

    ANEXOS.................................................................................................................................. ...........101

    DECRETO N 750, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1993..................................................................................101RESOLUO N 4, DE 04 DE MAIO DE 1994............................................................................................102PORTARIA INTERINSTITUCIONALN 01, DE 04/06/96,...............................................................................................104RESOLUO CONAMA N 294, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2001..........................................................113INSTRUO NORMATIVA IN 20 -FLORESTAMENTO E REFLORESTAMENTO DE ESSNCIAS

    ARBREAS......................................................................................................................................................119INTRUO NORMATIVA IN 23 - SUPRESSO DE VEGETAO EM AREA RURAL....................121INSTUO NORMATIVA IN 27 - CORTE EVENTUAL DE RVORES........................................ .......122MODELODEPLANILHASDECAMPO.........................................................................................................................123

    APRESENTAO

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    Este material bibliogrfico representa um resgate e atualizao de dois cursosministrados pelo Ncleo de Pesquisas em Florestas Tropicais NPFT na dcada de 1990, ocurso de CARACTERIZAO DE ESTDIOS SUCESSIONAIS NA VEGETAOCATARINENSE e o curso de MANEJO DO PALMITEIRO (Euterpe edulis) EM REGIME DERENDIMENTO SUSTENTVEL. Estes cursos so o resultado de pesquisas com espciesnativas que vm sendo realizadas desde 1980 dentro da Universidade Federal de SantaCatarina. Estas pesquisas envolvem uma equipe de professores dos Departamentos deFitotecnia/CCA e Botnica\CCB, da UFSC.

    O palmiteiro representa aqui um modelo de pesquisa, conciliando conservao eeconomicidade da Floresta Tropical Atlntica, meta de pesquisa da equipe durante 20 anos.Este modelo prima pela busca de conhecimentos capaz de manter a dinmica e abiodiversidade natural da comunidade, permitindo de forma contnua a produo dosprodutos florestais.

    As formaes secundrias recebem dentro deste modelo de pesquisa um tratamentoespecial, uma vez que representam as maiores reas disponveis para o manejo dasespcies.

    Dentro deste material, procura-se dar uma base ecolgica das principaiscaractersticas conhecidas da dinmica de florestas tropicais, para depois, baseado nestesconhecimentos, propor um sistema de manejo para rendimento sustentado. O palmiteirorecebe o enfoque principal, sendo tratado como uma planta capaz de garantir a melhoria decondies ecolgicas de uma comunidade.

    O curso deve ser entendido como um alerta para uma mudana de mentalidadesobre nossos recursos florestais e, de maneira alguma, pretende esgotar os conhecimentossobre a conservao e manejo da Floresta Tropical Atlntica. Pretende sim, coletar e discutirinformaes sobre a realidade e os problemas vividos por aqueles que desejam conservar eou manejar este ecossistema, ao mesmo tempo em que difunde as concepes do grupo depesquisa sobre estas questes.

    Os ministrantes

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    1. MDULO INVENTRIO FLORESTAL

    1.1 INTRODUOAt poucos anos atrs, o inventrio de florestas nativas no Brasil era realizado por

    meio de simples levantamento do estoque de indivduos de grande porte, susceptveis deserem explorados, resultando numa viso incompleta e por vezes distorcida da verdadeiracondio de desenvolvimento da floresta (REIS et al., 1994).

    Com a evoluo da tecnologia e a constante presso dos rgos ambientais, osinventrios tornaram-se muito mais complexos e informativos. Neste novo enfoque, osinventrios que na maioria dos casos eram utilizados para determinao do volume demadeira existente na floresta, passaram a ser utilizados para determinao de outrosaspectos como volume total, volume comercial, estdio sucessional da floresta, a avaliaoda regenerao natural das espcies, e outras peculiaridades inerentes ao objetivo doinventrio florestal.

    Segundo PLLICO NETTO & BRENA (1997), Inventrio Florestal uma atividadeque visa obter informaes qualitativas e quantitativas dos recursos florestais existentes emuma rea pr-especificada.

    H diferentes tipos de inventrio, como os inventrios de reconhecimento, osinventrios regionais e os inventrios a nvel nacional, alm de outros. Os inventrios podematender a interesses especficos de uma empresa florestal ou de uma instituio depesquisa, visando a uma determinada fazenda, parte de uma propriedade ou a umconjunto de propriedades (VEIGA, 1984)

    Os inventrios contnuos para planos de manejo florestal exigem que as amostras narea sejam permanentes para efeitos de fiscalizao e, tambm, para determinao das

    variaes peridicas dos parmetros mdios da populao. Para que as amostras sejampermanentes preciso criar uma estrutura capaz de assegurar a demarcao tanto dasunidades amostrais quanto das espcies em estudo. Esta estrutura requer tempo edemanda custos para quem realiza o inventrio florestal, o que implica na necessidade deavaliao da economicidade do sistema de amostragem. Portanto, muito importante quese concilie a aplicao do melhor mtodo de amostragem para cada tipo de situao, poisesta etapa tem sido considerada como um ponto de estrangulamento dentro de um sistemade manejo sustentvel, conforme trabalho realizado com o manejo do palmiteiro em SantaCatarina (CONTE, 1997).

    Quando o objetivo do produtor conduzir um sistema de manejo florestal visando o

    rendimento sustentado dos seus produtos, o inventrio a ferramenta capaz de garantir osucesso do seu empreendimento. Para que isso ocorra, o sistema de amostragem a serempregado em um inventrio florestal deve permitir que os dados coletados nas unidadesde amostragem possibilitem, atravs de clculos estatsticos, estimativas adequadas dapopulao em estudo (VEIGA, 1984).

    Alm disso, h necessidade de estruturao de boas equipes de inventrio florestal,pois so responsveis pela coleta sistemtica dos dados das variveis de interesse. Oacompanhamento da produtividade e qualidade do trabalho de suma importncia paraabastecer com preciso e presteza o planejamento do projeto de explorao (FRANA etal., 1988).

    A viso global do levantamento a ser realizado permitir o delineamento dasestratgias a serem utilizadas para a alocao dos recursos necessrios ao inventrio.

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    1.2 CONCEITOS BSICOS SOBRE AMOSTRAGEM1.2.1 Populao

    Para fins de inventrio florestal, segundo PLLICO NETTO e BRENA, (1997), umapopulao pode ser definida como um conjunto de seres da mesma natureza que ocupamum determinado espao em um determinado tempo.

    Do ponto de vista estatstico, uma populao apresenta duas caractersticasessenciais (LOETSCH e HALLER, 1973): (i) os indivduos da populao so da mesmanatureza e (ii) os indivduos da populao diferem com respeito a uma caracterstica tpica,ou atributo chamado varivel.

    A figura 1.1 representa uma populao terica, com forma quadrada, composta por(N) unidades amostrais quadradas, da qual foi extrada uma amostra de (n) unidades.

    1.2.2 Censo e amostragemCenso ou enumerao completa a abordagem exaustiva ou de 100% dos

    indivduos de uma populao e a amostragem consiste na observao de uma poro dapopulao, a partir da qual sero obtidas estimativas representativas do todo (PLLICONETTO e BRENA, 1997).

    1.2.3 AmostraA amostra pode ser definida como uma parte da populao, constituda de indivduos

    que apresentam caractersticas comuns que identificam a populao a que pertencem. Umaamostra selecionada deve ser representativa, ou seja, deve possuir as mesmascaractersticas bsicas da populao e duas condies principais devem ser observadas nasua seleo: (i) a seleo deve ser um processo inconsciente (independente de influnciassubjetivas, desejos e preferncias) e (ii) indivduos inconvenientes no podem sersubstitudos (PLLICO NETTO e BRENA, 1997).

    1.2.4 Unidade amostralUnidade amostral o espao fsico sobre o qual so observadas e medidas ascaractersticas quantitativas e qualitativas (variveis) da populao. Considerando um

    inventrio florestal, uma unidade amostral pode ser uma parcela com rea fixa; ou ento,pontos amostrais ou mesmo rvores. O conjunto das unidades amostrais consistem umaamostra da populao.

    1.2.5 Preciso e acuracidadeA preciso indicada pelo erro padro da estimativa, desconsiderando a magnitude

    dos erros no amostrais, ou seja, refere-se ao tamanho dos desvios da amostra em relaoa mdia estimada (x ), obtido pela repetio do procedimento de amostragem. J aacuracidade expressa o tamanho dos desvios da estimativa amostral em relao mdia

    paramtrica da populao (), incluindo os erros no amostrais.De maneira geral, em qualquer procedimento de amostragem, a maior preocupaoesta na acuracidade, a qual pode ser obtida dentro de uma preciso desejvel, eliminado oureduzindo os erros no amostrais.

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    Figura 1.1 Organizao estrutural de uma populao, amostra e unidade amostral(Adaptado de PLLICO NETTO e BRENA, 1997).

    1.3 MTODOS DE AMOSTRAGEMMtodo de amostragem, segundo PLLICO NETTO e BRENA (1997), significa a

    abordagem da populao referente a uma nica unidade amostral. Esta abordagem dapopulao pode ser feita atravs dos mtodos de: rea Fixa, de Bitterlich, de Strand, deProdan, de 3-P, entre outros.

    Este curso no pretende explorar as peculiaridades de cada mtodo, ento se optoupela abordagem de alguns diferentes sistemas (procedimentos) de amostragem para oMtodo de rea Fixa e Mtodo dos Quadrantes.

    Nos levantamentos feitos por amostragem, as estimativas dos vrios parmetros deuma populao, so obtidas pela medio de uma frao da populao inventariada. Overdadeiro valor de uma caracterstica um valor que existe na natureza. Entretanto, pelaavaliao de um nmero adequado de unidades de amostras, pode-se estimar suaestatstica correspondente (HOSOKAWA & SOUZA, 1987).

    O objetivo da amostragem fazer inferncias corretas sobre a populao, as quaisso evidenciadas se parte selecionada, que a populao amostral, constitui-se de uma

    representao verdadeira da populao objeto (LOETSCH & HALLER, 1973).As populaes florestais so geralmente extensas e uma abordagem exaustiva -censo - de seus indivduos demanda muito tempo e alto custo para sua realizao. Umaforma de contornar essa situao extrair uma amostra que seja representativa dapopulao, sem onerar economicamente o processo de amostragem. Sendo assim, asinferncias obtidas para a populao so fidedignas se a amostra for uma verdadeirarepresentao da populao investigada.

    Todas as estimativas feitas por amostragem esto sujeitas a erros que sonormalmente medidos pelo erro padro da mdia ou erro de amostragem. Uma estimativaser to precisa quanto menor for o erro de amostragem a ela associado. Entretanto, no se

    deve esquecer da validade e dos aspectos prticos do inventrio. Deve-se sempre lembrarque o objetivo principal de um levantamento obter a melhor estimativa para uma

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    populao e no somente uma estimativa exata do erro de amostragem (HOSOKAWA &SOUZA, 1987).

    Uma das primeiras etapas do processo de inventrio florestal o reconhecimentoprvio da rea a ser amostrada. A rea deve ser percorrida com o objetivo de se fazer umreconhecimento da vegetao, suas peculiaridades e as diferenas de ambiente interno.Esta abordagem importante para identificar a necessidade ou no da estratificao emsub-reas homogneas e assim direcionar um determinado mtodo de amostragem.

    A estratificao implica, numa primeira etapa, em separar blocos homogneos comdiferentes padres de vegetao, como: formaes herbceas, reas em estdio inicial deregenerao, reas com formao relictual e outras. Alm disso, a estratificao deve definirreas de preservao permanente como topos de morros, encostas com mais de 100% dedeclividade e as beiras de rios, consideradas reas intocveis.

    Numa segunda etapa de reconhecimento, as reas podem ser novamenteestratificadas, agora no sentido do processo amostral (amostragem estratificada), separandoencostas de baixadas, diferentes fases de regenerao nas formaes secundrias,ocorrncia das espcies objeto de inventrio, e assim por diante.

    A seguir ser feita uma abordagem sobre diferentes sistemas de amostragem, queso usados com freqncia nos levantamentos de reas florestadas, por serem prticos eproporcionarem boas estimativas dos parmetros da populao.

    1.3.1 Mtodo de rea Fixa com emprego de parcelasEste mtodo de amostragem consiste em selecionar aleatoriamente n unidades de

    amostras extradas de uma populao de N unidades, de modo que cada uma das namostras tenha a mesma probabilidade de ser selecionada (HOSOKAWA & SOUZA, 1987).

    Para locao das parcelas no campo, deve ser elaborado um mapa em escala

    adequada da rea a ser manejada, com suas delimitaes conhecidas para efeitos deamarraes. O mapa deve ser reticulado (quadriculado), sendo o tamanho de cada retculoproporcional ao tamanho da parcela. Em seguida sorteado um determinado nmero deparcelas (no caso de amostragem aleatria), obedecendo ao critrio de aleatoriedade, queserviro para os trabalhos de pr-amostragem. A disposio das parcelas no mapa pode seramarrada com o Norte Magntico para facilitar a sua demarcao no campo.

    Um outro mtodo que elimina o trabalho de quadricular a rea, consiste emestabelecer um sistema de coordenadas cartesianas sobre o mapa e a partir da, fazer osorteio aleatrio das coordenadas da parcela. O par ordenado (x , y) define o ponto inicial oucentral da parcela no mapa e, conseqentemente, no campo (HOSOKAWA & SOUZA,

    1987). No campo, as parcelas podem ser demarcadas com bssola, balizas e trenas, ousomente com as duas ltimas, sendo que o uso de bssola se justifica caso sejam feitasamarraes com o N magntico, diminuindo com isso possveis erros de locao. Oscaminhos at as parcelas devem ser demarcados com estacas (de preferncia metlicas) efitas plsticas coloridas, sendo que na entrada dos caminhos devem ser dispostas etiquetasindicando o nmero de cada parcela. Este procedimento importante para os inventrioscontnuos, tendo em vista o retorno rea para serem efetuadas as reavaliaes.

    A locao das unidades de amostra fixas, refere-se rea projetada num planohorizontal, portanto, existe a necessidade da correo das reas inclinadas para a

    horizontal. Para se efetuar as devidas correes, no momento das medies, a trena podeser levantada no ponto mais baixo, formando uma medida horizontal, ou pode-se lanar mo

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    de clinmetros para determinar o ngulo de inclinao e com isso fazer as correesnecessrias.

    Quanto ao tamanho e formato das parcelas, diversos trabalhos utilizando parcelas detamanhos diferentes foram realizados. No Vale do Ribeira, SP, e na FLONA de Ibirama, SC,trabalhos com manejo do palmiteiro e plantas medicinais so realizados em parcelas de 40 x40 metros. Tambm em Santa Catarina, foram realizados trabalhos com manejo dopalmiteiro em Blumenau (NODARI, 1987), utilizando parcelas de 100 x 20 metros. Na regiode So Pedro de Alcntara-SC, parcelas permanentes de 50 x 50 metros vm sendoutilizadas para estudos das espcies florestais da mata atlntica, o que tem proporcionadoboas inferncias para a populao local como um todo.

    Aps o planejamento no qual so definidos os objetivos, os parmetros maisimportantes do Inventrio Florestal e o tipo de amostragem a ser realizado, parte-se para aexecuo que compreende a interpretao de imagens e os trabalhos de campo.

    Nos trabalhos de campo, as equipes devem ser convenientemente preparadas paraa realizao de tarefas como a localizao das unidades amostrais, e a obteno dasvariveis de interesse. As mais freqentes variveis obtidas em campo so:

    a) Altura: a altura considerada a comercial, que vai da base da rvore at aprimeira bifurcao significativa. Esta informao pode ser obtida por meio derguas dendromtricas ou qualquer instrumento baseado em relaestrigonomtricas, como clinmetros, hipsmetro de Blume-Leis entre outros.

    b) Dimetro a altura do peito (DAP): o DAP tomado a 1,30 m do solo, podendo serobtido por meio de paqumetros florestais ou no caso do CAP (circunferncia aaltura do peito) por uma fita diamtrica, ou trenas dendromtricas .

    1.3.1.1 Estimadores para o nmero de rvores, rea basal e volume

    Os parmetros estimados a partir dos dados levantados a campo correspondemsomente rea das unidades amostrais. Ento necessrio converter estes parmetrosestimados para hectare, utilizando um fator de proporcionalidade dado por:

    a

    AF= ,onde:A = rea de 1ha e a = rea da unidade amostral (ambos em m).

    Aps a determinao do fator de proporcionalidade, o nmero de plantas por hectare(NP) obtido pela contagem do nmero de plantas na rea amostral (np) multiplicando-sepor F:

    FnpNP =A rea basal por hectare (AB) obtida pelo somatrio da rea basal individual (gi)

    das n rvores ocorrentes na rea amostral, multiplicando-se por F:FgAB

    n

    ii =

    =

    )(1

    , onde4

    )( 2DAPg

    =

    O volume por hectare (V) obtido pela soma dos volumes individuais (vi) das nrvores ocorrentes na rea amostral, multiplicando-se por F:

    FvVn

    ii =

    =

    )(1

    Os volumes individuais (vi) podem ser obtidos por equaes volumtricas ou pelafrmula tradicional de volume de uma arvore em p. Quando for utilizada a frmula decubagem das rvores em p, os volumes estimados podem ser corrigidos com um fator deforma e casca buscando tornar as estimativas mais prximas do volume real.

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    A seguir so apresentados os principais sistemas de amostragens em que podem serutilizadas parcelas fixas ou permanentes para obteno das estimativas da populao.

    1.3.1.2 Amostragem aleatria simplesA amostragem aleatria simples o processo fundamental de seleo a partir do

    qual derivam todos os demais procedimentos de amostragem, visando aumentar a precisodas estimativas e reduzir os custos do levantamento (PLLICO NETTO & BRENA, 1997).

    A amostragem aleatria simples se constitui no melhor mtodo para apresentao dateoria da amostragem, pois permite estimar o erro de amostragem. A seleo de cadaunidade amostral deve ser livre de qualquer escolha e totalmente independente da seleodas demais unidades de amostra.

    Este processo de amostragem aplicado nos inventrios de pequenas reasflorestadas, de fcil acesso e homogneas na caracterstica de interesse. Apesar de suasimplicidade, segundo HOSOKAWA & SOUZA (1987), o mtodo apresenta algumasdesvantagens como a distribuio aleatria das unidades de amostra amplamente dispersassobre a rea, o maior tempo de caminhamento entre as unidades e a possibilidade deocorrncia de uma distribuio desigual das unidades de amostra sobre a populao.

    A seguir so definidos os smbolos para identificar as variveis da populao:n = nmero de unidades pr-amostradasxi = varivel de interesse na i-sima unidade de amostra

    = mdia paramtrica (populacional)s2 = Varincia da varivel de interesse

    2 = Varincia paramtrica

    s = Desvio Padro

    = Desvio padro paramtrico

    x = Estimativa total da varivel de interesse na rea inventariada

    Os principais parmetros da populao e suas estimativas, obtidas atravs deamostragem aleatria simples, so as seguintes:a) Mdia aritmtica

    b) VarinciaA varincia determina o grau de disperso da varivel de interesse em relao a sua mdia.

    c) Desvio PadroO desvio padro expressa a quantidade de variao dos dados na mesma unidade demedida.

    d) Erro padro da mdiaExpressa, em percentagem, a preciso da mdia amostral na mesma unidade de medida.sendo f = (N - n)/N, como fator de correo decorrente de populao finita.

    e) Coeficiente de variao

    1 )(

    2

    2

    = ni xxs

    nxx i

    =

    ss2=

    fn

    s

    sx *

    =

    x = mdia estimada

    xs = Erro padro da mdia

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    Expressa, em percentagem, uma medida de variabilidade dos dados em relao mdia.

    f) Estimativa do total da populao

    g) Intervalo de confianaO intervalo de confiana determina o limite superior e inferior, na qual espera-se que osparmetros da populao ocorram, sendo o intervalo baseado na distribuio ( t) de Student.

    A avaliao da suficincia amostral pode ser feita supondo que as variveis extradasda populao apresentam um distribuio que tende a uma normal. Neste caso, pode-seempregar a distribuio de probabilidades t associada ao erro padro da mdia. Talpressuposto nem sempre reflete o comportamento da varivel em anlise, contudo o mesmotem sido usualmente empregado.Assim,

    onde: t(GL) = valor de t, com n-1 graus de liberdade (GL), ao nvel de significncia e

    = mdia populacional (paramtrica)considerando

    (m - ) = Em = De a necessidade de agregar uma correo decorrente da populao amostrada ser finita

    onde E = erro admissvel (10%, 20%)D = diferena admissvelN = nmero total de amostras possveis na rean = nmero de unidades de amostras a serem levantadas

    tem-se que:

    isolando n sendo,

    1.3.1.3 Exemplo de amostragem aleatria simplesA Tabela 1.1 apresenta o resumo da amostragem realizada na FLONA de Ibirama em

    uma rea de 38 hectares.

    100*

    =m

    sCV

    st xGLxIC *)05,.(=

    sx

    tx

    GL

    =

    )()(

    N

    nN )(

    ( )

    =

    N

    nN

    n

    D

    stGL

    *2

    )(

    ( )tsts

    DN

    Nn

    222

    22

    **

    **

    +=

    xreax *=

    2)*( ExD =

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    Tabela 1.1 - Resumo do inventrio florestal para o palmiteiro, realizado na FLONA deIbirama-SC, numa rea de 38 ha.

    Parcela Adultas/ha Matrizes/ha Regenerao natural/ha.classes

    40 x 40 m I II III

    1 681 213 18.397 2.308 5132 319 88 16.026 1.154 3213 581 175 21.603 1.282 5134 569 156 8.333 1.410 1.0265 738 150 6.410 962 6416 594 50 3.846 1.410 9627 744 181 27.692 2.382 5138 475 150 11.282 3.205 8339 356 13 2.051 2.692 641

    10 463 106 24.423 321 19211 569 38 23.013 2.821 256

    12 569 144 21.730 3.269 32113 888 181 18.846 1.987 57714 706 194 16.987 833 38515 950 113 9.872 1.218 70516 694 150 15.449 1.474 32117 456 131 32.692 3.910 51318 613 144 31.282 1.154 1.41019 581 100 29.230 2.436 44920 469 12 128 128 25621 825 200 14.487 1.346 769

    22 456 94 36.859 2.179 55723 488 69 11.859 1.603 44924 725 119 32.371 2.051 70525 706 206 17.948 1.410 577

    Mdia/ha 609 131 18.113 1.798 577

    Varincia 24.445 Total regenerao = 20.488

    AB (m2) 4,33 2,19

    * Adultas - plantas com altura de estipe exposta superior a 1,30 m; Matrizes - plantas adultas

    produtoras de frutos; I - plantas com at 10 cm de altura de insero da folha mais jovem; II - plantas

    entre 10 e 50 cm de altura de insero da folha mais jovem; III - plantas maiores que 50 cm e com

    estipe exposta inferior a 1,30 m

    Anlises estatsticasA estimativa dos parmetros a seguir foi baseada no nmero de plantas adultas de

    palmiteiro:

    * Notao:n = nmero de unidades pr-amostradasxi = varivel de interesse na i-sima unidade de amostra

    = mdia paramtrica (populacional)s2 = Varincia da varivel de interesse

    2 = Varincia paramtrica

    x = mdia estimada

    12

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    s = Desvio Padro = Desvio padro paramtrico

    x = Estimativa total da varivel de interesse na rea inventariadaa) Mdia aritmtica

    b) Varincia

    c) Desvio Padro

    d) Erro padro da mdia

    e) Coeficiente de variao

    f) Estimativa do total da populao

    g) Intervalo de confiana

    IC = [ 609 57,33] plantas por hectare

    O intervalo de confiana expressa a variao na qual espera-se que os parmetrosda populao ocorram. Neste caso, o intervalo 57,33 corresponde a uma variao de

    9,4% no nmero de indivduos em torno da mdia por hectare e reflete a variao esperadano rendimento em creme de palmito.

    Definio da suficincia amostralA frmula para o clculo da suficincia amostral em amostragem aleatria simples

    mostrada a seguir (conforme Husch et al. 1982):

    onde: n = nmero de parcelas a serem levantadas; N = nmero total de amostras possveis

    na rea; t = valor de distribuio de probabilidade (t0,05, com no-1 GL); S2

    = varincia doparmetro avaliado; E = erro admissvel (10%) e

    A suficincia amostral foi calculada com base no parmetro nmero de indivduosadultos, tendo em vista o interesse do projeto para a explorao das plantas com DAPacima de 9,0 cm. Com a pr-amostragem de 25 parcelas iniciais constatou-se que essaseria a necessidade de parcelas a serem utilizadas na rea para representar a populao deplantas adultas de palmito.

    60925225.15 ==x

    plantass 35,156445.24 ==

    445.2424

    680.5862 ==s

    plantassx 83,2789,0*25

    35,156=

    =

    %67,25100*609

    35,156 =

    =CV

    ( )83,27*06,2609=IC

    ( )tsts

    xEN

    Nn

    222

    22

    *)*(*

    **

    +=

    ( )

    parcelasn 25

    06,2*445.24)609*10,0(*5,237

    06,2*445.24*5,23722

    2

    =

    +

    =

    plantasx 142.23609*609.38 ==

    x = mdia do parmetro avaliado.

    xs = Erro padro da mdia

    13

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    1.3.1.4 Amostragem aleatria estratificadaA amostragem aleatria estratificada assim denominada quando as unidades

    amostrais so selecionadas aleatoriamente dentro de cada estrato. Se comparada amostragem aleatria simples, apresenta, trs vantagens bsicas. Primeira: possibilita oclculo individual das estimativas da mdia e da varincia por estratos; segunda: reduz oscustos de amostragem; e terceira: aumenta a preciso das estimativas.

    Segundo PLLICO NETTO & BRENA (1997), a populao pode ser estratificada,tomando como base vrias caractersticas tais como: topografia do terreno, stio natural,tipologia florestal, altura, idade, densidade, volume, etc. Porm, sempre que possvel, abase para estratificao deve ser a varivel principal que ser estimada no inventrio.

    O mtodo empregado nos inventrios de grandes reas florestadas, principalmenteonde h grande variabilidade da caracterstica analisada. Segundo HOSOKAWA & SOUZA(1987), o mtodo de amostragem de maior emprego nos inventrios florestais,principalmente nos extensos reflorestamentos, onde os povoamentos puros so implantadosanualmente.

    A seguir so definidos os smbolos para identificar variveis da populaoestratificada:N = nmero total de unidades de amostra na populaoNj = nmero de unidades de amostra no j-simo estratoM = nmero de estratosn = nmero de unidades de amostras medidasnj = nmero de unidades de amostra medidas no j-simo estratoxij = varivel de interesse medida na i-sima unidade de amostra do j-simo estrato

    sj2

    = varincia da varivel de interesse para o j-simo estrato

    E = erro admissvel, em percentagemPj = proporo do j-simo estrato (rea do estrato/rea total)

    x = total da varivel de interesse estimada para a populao

    As estimativas dos parmetros por estrato so as seguintes:a) Mdia aritmtica

    b) Varincia

    As estimativas dos parmetros para a populao so descritas a seguir.a) Mdia estratificada

    b) Varincia da mdia

    nxx

    j

    ij

    j

    =

    1

    )(2

    2

    =

    n

    xxs

    j

    j

    jij

    xPx jj *=

    = n

    nN

    n

    sP

    s jjj

    j

    jj

    x *

    *22

    2

    x = mdia da varivel de interesse para o j-simo estratox = mdia populacional ou mdia estratificada

    2xs = varincia da mdia estimada da populao

    xs = erro padro total

    14

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    c) Erro padro total

    d) Intervalo de confiana Para a mdia da populao

    Para o total da populao

    Para a estimativa da suficincia amostral, informaes preliminares sobre avariabilidade dos estratos na populao so obtidas atravs de uma pr-amostragem. Nestaetapa, tambm deve ser escolhido o erro admissvel, a um dado nvel de probabilidade.

    A frmula para determinao da suficincia amostral, no caso de amostragemaleatria estratificada mostrada a seguir:

    onde:

    e o nmero de unidades por estrato,

    proporcional ao tamanho do estrato

    proporcional variao por estrato

    sendo:ni = nmero de unidades amostrais no j-simo estratoPj = proporo do j-simo estratoSj2 = varincia do j-simo estrato

    1.3.1.5 Amostragem sistemticaSegundo PLLICO NETTO & BRENA (1997), a amostragem sistemtica situa-se

    entre os processos probabilsticos no aleatrios, e que o critrio de probabilidade seestabelece atravs da aleatorizao da primeira unidade amostral.

    As justificativas da adoo de tal mtodo de seleo, fundamenta-se nos custosreduzidos, na simplicidade de escolha das unidades amostrais e dos trabalhos de campo, naalta preciso das estimativas mdias, tendo em vista que as unidades so distribudasuniformemente sobre a rea, abrangendo a maioria das peculiaridades da populao. Umaoutra vantagem, talvez a maior delas, que com a adoo do mtodo pode-se mapear apopulao sem que seja necessrio coletar informaes adicionais (HOSOKAWA & SOUZA,1987).

    Este sistema de amostragem pode ser aplicado em parcelas de rea fixa, ou faixas etambm parcelas de rea varivel, no caso de amostragem por pontos. Alm disso, estesistema aplicado em amostragem aleatria simples e estratificada, melhorando ainda mais

    as estimativas dos parmetros da populao.A amostragem sistemtica pode ser feita de duas maneiras, em estgio nico ou emdois estgios. O estgio nico caracterizado pela seleo da amostra, mediante uma nica

    sNs xx22

    *=

    stx xGLIC *

    ),05(.=

    stx xGLIC *),05(.=

    tsDNtsNp

    pn222

    22

    **

    **

    += ( )= sPs jjp

    22*

    nPn ji *=

    ( )

    n

    sPsP

    njj

    jj

    i

    =

    2

    2

    *

    *

    15

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    etapa ou fase de amostragem, enquanto a amostragem em dois estgios feita em duasetapas de amostragem (entre linhas e entre unidades na linha).

    Para a amostragem sistemtica em estgio nico com o uso faixas amostrais, a rea dividida em (N) faixas de igual largura, na qual sorteia-se uma e a partir da toma-se umaamostra de (n) faixas, com intervalos iguais (K), constituindo desta forma a pr-amostragem(Figura 1.2). Se a amostragem for feita com parcelas ou pontos amostrais como unidadeamostral, as unidades so dispostas em duas direes obedecendo ao intervalo deamostragem (K). Neste caso, a rea dividida em linhas e colunas, sorteando-se umacoordenada ou escolhendo-se o canto inferior esquerdo da rea para obter, do quadrado de4 linhas e quatro colunas, uma unidade aleatoriamente. As demais unidades seroselecionadas, a cada 4 unidades, em ambas as direes (Figura 1.3).

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Figura 1.2 - rea dividida em 10 faixas, das quais 3 foram amostradas, para amostragem emum estgio.

    Figura 1.3. - Esquema do uso de parcelas para amostragem sistemtica em estgio nico.

    A amostragem sistemtica em dois estgios tem sido a mais utilizada para florestasnativas, onde a variabilidade de ambientes internos determina sentidos definidos devariao. Neste caso, a rea tambm dividida em linhas e colunas, s que a locao dasparcelas no obedece ao critrio da eqidistncia. A orientao das linhas e a distnciaentre as unidades da linha definida durante a fase de reconhecimento da rea, no sentidode otimizar a localizao das parcelas com as peculiaridades de ambientes. O nmero delinhas e o intervalo entre elas so determinados aps a pr-amostragem, com base nonmero mdio de unidades amostrais que cabem numa linha.

    Independente da forma de amostragem sistemtica, o componente aleatrio deve ser

    o espaamento entre as parcelas, dentro das linhas, e a locao da primeira parcela. Asmdias devem ser estimadas de forma ponderada, por linha e a varincia deve ser estimadautilizando-se:

    16

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    onde: k = nmero de linhas

    O valor obtido pode ser empregado diretamente nas frmulas para o clculo dasuficincia amostral, seja uma amostragem sistematizada simples ou uma amostragem

    sistematizada estratificada.

    1.3.1.6 Obteno de estimativas com emprego de parcelasDAP Mdio

    onde: ni = nmero de indivduos na parcela in = nmero total de parcelasdapij = DAP do indivduo j na parcela iDAPi = DAP mdio da parcela i

    s2DAP = varincia do DAP mdiosDAP = Desvio PadroCaso o dado obtido a campo for circunferncia a altura do peito (CAP), ento o

    DAP de cada indivduo pode ser obtido:

    Altura mdia

    onde: hij = altura do indivduo j na parcela iHi = altura mdia da parcela i

    s2H = varincia da altura mdiasH = Desvio Padro

    rea Basal Mdia

    onde: abij = rea basal do indivduo j na parcela iABi = rea basal da parcela i

    S2AB = varincia da rea basalSAB = Desvio Padron = nmero total de parcelas

    ( ) 2...

    2*

    1 = xxs ik

    x = mdia geralix = mdia de cada linha

    n

    DAPDAP i

    X

    =ni

    dapDAP iji

    =

    1

    )( 22

    =

    n

    DAPDAPs

    xi

    DAP

    2

    DAPDAP ss =

    xDAP = DAP mdio

    CAPDAP=

    n

    HH ix

    =i

    iji n

    hH =

    1

    )( 22

    =

    n

    HHs xiH 2HH ss =

    xH = altura mdia

    nABAB ix = = iji abAB 1 )(

    2

    2

    = n ABABsxi

    AB2

    ABAB ss =

    xAB = rea basal mdia

    17

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    1.3.1.7 Exemplo com amostragem sistematizada

    Inventrio florestal de uma floresta plantada deAraucaria angustifolia na FLONA deIbirama-SC

    Apresentao

    A Floresta Nacional de Ibirama (FLONA de Ibirama) foi criada atravs do Decreto95.818 em 11 de maro de 1988 e a partir de 18 de julho de 2000, a Lei 9.985 instituiu oSistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC), ao qual as FLONAs passaram afazer parte.

    Desde a sua criao a FLONA de Ibirama no apresenta um plano de manejo, entodevido necessidade da elaborao deste, necessrio execuo de um inventrioflorestal na sua rea.

    Neste contexto, dentre outros traalhos, foi realizado um inventrio para obterinformaes quantitativas e qualitativas sobre os talhes plantados com araucria.Descrio da Metodologia utilizada

    Para execuo do inventrio, inicialmente foi realizada a localizao dos talhes aserem inventariados dentro da FLONA, utilizando a interpretao de fotos areas(Fotointerpretao) (Figura 1.4). Aps este reconhecimento prvio, foram realizados umreconhecimento local e levantamento do permetro destes talhes, utilizando-se trena,clinmetro e bssola para posteriormente serem elaborados croquis destas reas.

    Aps este levantamento, foram sistematizadas a implantao das parcelas de 20 x30 metros com auxlio de trenas, balizas, estacas de arame com fitas coloridas. Utilizou-sebssola, para que todas parcelas tivessem a mesma orientao. Foi implantado um total de14 parcelas, em duas reas levantadas.

    A sistematizao das parcelas em cada rea consistiu em determinar linhas no

    sentido do maior comprimento da rea, nas quais foram estabelecidas distncias para alocalizao de cada parcela. A distncia utilizada entre as parcelas foi de 40 metros (seja nalinha ou entre linhas), procurando dispor as parcelas ao longo de toda rea.

    18

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    Figura1.4 Foto area da regio da FLONA de Ibirama SC. (Em vermelho esto os limitesaproximados da FLONA de Ibirama SC e em azul os limites das reasinventariadas).

    Cada parcela foi subdividida em 6 subparcelas de 10 x 10 metros para facilitar asmedies (Figura 1.5). Feitas s demarcaes das parcelas e subparcelas foram realizadasas avaliaes dendomtricas para a Araucria. Todas as plantas foram marcadas dentro dasubparcela, recebendo uma etiqueta de alumnio com numerao e tiveram medidas assuas alturas comerciais. Tambm foi medido DAP (Dimetro a Altura do Peito) de todas asplantas. As medies dos dimetros foram realizadas com o auxlio de paqumetrosflorestais e para medio das alturas, foram utilizados hipsmetros e rguas dendomtricas.

    Figura 1.5 Formato de uma parcela de 20 x 30 metros com 6 subparcelas de 10 x 10 metros.

    Ainda dentro destas parcelas foram escolhidas trinta plantas ao acaso para realizar

    medies buscando estimar um fator de casca e um fator de forma que represente asituao dos talhes.

    19

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    O clculo do fator de forma para os talhes foi realizado medindo-se o DAP e odimetro a cada intervalo de um metro, dentro de cinco metros da altura comercial destastrinta plantas. Ento, foi calculado um volume aparente (utilizando-se o DAP), e um volumereal atravs do somatrio dos cinco volumes parciais obtidos utilizando os dimetrosmensurados a cada metro.

    Para cada planta, foi calculado um fator de forma atravs do quociente entre o seuvolume real e volume aparente, conforme a equao a seguir. Posteriormente foi estimadoum fator de forma mdio entre estas plantas.

    ff = (Vreal / Vaparente) , como: Vreal = Vp1 + Vp2 + Vp3 + Vp4 + Vp5 ento:

    ff = (Vp1 + Vp2 + Vp3 + Vp4 + Vp5)/ Vaparente

    Para o clculo do fator de casca, foram mensurados o DAP aparente (com casca) e aespessura da casca destas 30 plantas. Ento, foi calculado o DAP real destas plantas,subtraindo-se duas vezes a espessura da casca, dos seus respectivos DAP aparentes.Cada planta obteve um fator de casca atravs do quociente entre o seu DAP real e DAP

    aparente, conforme a equao abaixo. Posteriormente foi estimado um fator de casca mdioentre estas plantas.

    fc = (DAPreal / DAPaparente) , como: DAPreal = (DAPaparente 2 x Ecasca) ento:

    fc = ((DAPaparente 2 x Ecasca) / DAPaparente))

    Processamento dos dados e anlise dos resultadosAps a etapa de campo, os dados obtidos foram tabulados e processados para a

    obteno das estimativas de volume.Localizao das reas e parcelas

    A partir da anlise de fotointerpretao da rea da FLONA, foi desenhado um croqui

    de localizao das reas inventariadas (Figura 1.6). No primeiro levantamento de cadatalho, foram obtidos dados de distncias, declividade e deflexes entre pontos (permetro),com os quais foram desenhados seus respectivos croquis e calculadas as suas reas.Tambm foram desenhados croquis de localizao das parcelas dentro de cada talho(Figura 1.7).

    O clculo da rea de cada talho foi realizado atravs do mtodo das quadrculas. Ascoordenadas (distncias corrigidas e deflexes) obtidas durante o levantamento dopermetro de cada talho, foram plotadas em escala, numa folha de papel milimetrado.Ento foi realizada uma contagem do nmero das quadrculas, existentes dentro de cadarea desenhada, e posteriormente, multiplicado este nmero pela rea que cada quadrcularepresenta.

    Considerando a rea delimitada atravs do levantamento do permetro de cadatalho, o talho A (implantado em 1962) e B (implantado em 1963) apresentaram reasde 3,1 e 4,0 ha respectivamente.

    Para as variveis analisadas (DAP e Altura), foram calculados a suficincia amostrale o erro de amostragem e tambm as estimativas de rendimento (Volume/ha) para cadatalho.

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    Figura 1.6 Croqui de localizao dos talhes de Araucria inventariados na FLONA de

    Ibirama SC.

    Linha de transmisso

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    Figura 1.7 Croqui dos talhes A e B inventariados na FLONA de Ibirama SC.

    Erro de amostragemComo j foi mencionada anteriormente, a preciso das estimativas geradas por um

    inventrio florestal depende da suficincia amostral, ou seja, o nmero de amostras deve sersuficiente para representar a populao inventariada de maneira que o erro de amostragemencontrado esteja dentro de certos limites aceitos que conferem uma preciso mnima parao inventrio realizado.

    O nmero de parcelas em uma amostra finita pode ser obtido pela equao (NETTOe BRENA, 1997):

    ( ) 22222

    StxENStNn

    += , onde:

    n = nmero de parcelas a serem levantadas,

    N= nmero total de amostras possveis na rea,

    t= valor de distribuio de probabilidade (t0,05, com n-1 GL),

    S = varincia do parmetro avaliado,

    E= erro admissvel,

    x = mdia do parmetro avaliado.

    Conhecendo o nmero de parcelas demarcadas, possvel isolar o erro deamostragem na expresso acima, obtendo-se a seguinte equao:

    22

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    x

    Nn

    nNSt

    E

    =

    Devido ao fato dos Talhes A e B estarem prximos um do outro e de apresentaremcaractersticas semelhantes, ou seja, existe uma maior diferena entre as plantas dentro de

    cada talho, do que entre os talhes, optou-se considerar estes dois talhes como um spara efeito dos clculos do erro de amostragem.Desta forma, foi encontrado um erro de amostragem de 13,9% para o parmetro

    DAP mdio e 15,2% para a altura comercial mdia.Segundo dados da FLONA de Ibirama SC, os talhes A e B foram plantados com

    Araucria nos anos de 1962 e 1963 respectivamente. At os dias de hoje, eles noreceberam nenhuma interveno ou prtica silvicultural de conduo (replantio, desbaste,etc).

    Este histrico, aliado a diferentes condies edficas dentro de cada talho,conferiram uma grande heterogeneidade s plantas, ou seja, dependendo da posio dentro

    de cada talho possvel encontrar diferentes densidades, alturas e dimetros para estasplantas.

    O inventrio foi realizado utilizando-se o processo de amostragem sistematizada,ficando evidentes os contrastes entres as parcelas. Assim seria necessrio implantar ummaior nmero de parcelas para diminuir o erro de amostragem e obter uma suficinciaamostral individual em cada talho. Por outro lado, devido s condies topogrficas edimenses dos talhes, no foi possvel aumentar o nmero de parcelas nestes, ento,utilizando o artifcio de considerar os dois talhes um nico talho foi possvel encontrarvalores aceitveis para o erro de amostragem.

    De qualquer forma, para os objetivos da FLONA, ao realizar uma futura interveno

    nos talhes, as estimativas geradas atravs dos dados levantados no inventrio realizadoso teis para quantificar e qualificar os volumes passveis de explorao.

    Estrutura demogrficaA partir dos dados obtidos no inventrio dos talhes, as plantas foram arranjadas em

    classes de DAP e altura comercial, originando tabelas de distribuies de freqncias(Tabelas 1.2 e 1.3.) e a partir destas os grficos de distribuio de freqncias (Figura 1.8).

    Nos grficos da Figura 1.8, possvel observar que a grande maioria das plantasamostradas encontra-se nas classes de DAP de menor dimetro (

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    Tabela 1.2 Nmero de plantas/ha distribudas em classes de DAP (cm) e altura comercial(m) no Talho A (Fevereiro/2001).

    Altura comercial(m)

    DAP (cm) 0-2 2-4 4-6 6-8 8-10 10-12 12-14 14-16 16-18 18-20 Total

    0-5 8 4 125-10 6 116 92 5 2 1 1 223

    10-15 14 60 39 27 8 2 1 15115-20 2 6 18 26 23 6 3 8420-25 2 10 20 7 11 5025-30 4 9 3 12 5 3330-35 4 5 5 7 2135-40 2 3 1 640-45 1 1

    Total 14 136 158 64 69 64 26 35 14 1 581

    Tabela 1.3. Nmero de plantas/ha distribudas em classes de DAP (cm) e altura comercial(m) no Talho B (Fevereiro/2001).

    Altura comercial(m)

    DAP(cm) 0-2 2-4 4-6 6-8 8-10 10-12 12-14 14-16 16-18 18-20 Total

    0-5 8 5 1 1 155-10 84 43 5 2 13410-15 5 61 41 9 3 11915-20 13 31 26 10 1 8120-25 2 12 11 14 4 1 4425-30 4 5 5 4 2 20

    30-35 4 4 2 1 1135-40 040-45 0

    Total 8 94 119 94 51 36 16 5 2 1 426

    Figura 1.8 Nmero de plantas/ha distribudas em classes de DAP (cm) nos Talhes A e B(Fevereiro/2001).

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    Estimativas de volumeAtravs dos dados de DAP e altura comercial, foi estimado um valor para o volume

    comercial de cada talho. O volume foi calculado utilizando o DAP de cada planta, corrigidocom o fator de casca. O valor encontrado foi ainda corrigido com o fator de forma. A frmulautilizada para o clculo do volume foi:

    Volume = AB x altura comercial, sendo AB = (DAP2/4)O valor encontrado foi ainda corrigido com o fator de forma. Os valores utilizados

    foram de 0,90 para o fator de casca e 0,87 para o fator de forma, sendo que as suasplanilhas de clculo esto apresentadas a seguir.

    Planilha de clculo utilizada na obteno do fator de casca para Araucria na FLONA deIBIRAMA-SC (Fevereiro/2001).

    PlantaEspessura

    Casca*DAP*

    aparenteDAP*real

    Fatorcasca

    1 0,8 10,2 8,6 0,8431372 1,6 30,8 27,6 0,896104

    3 0,9 12,3 10,5 0,8536594 2,3 39,5 34,9 0,8835445 0,4 10,8 10 0,9259266 0,5 11,7 10,7 0,914537 0,7 12,5 11,1 0,8888 0,3 14,5 13,9 0,9586219 0,7 26,7 25,3 0,94756610 0,3 12,8 12,2 0,95312511 1,8 26 22,4 0,86153812 0,3 7,5 6,9 0,9213 0,3 22 21,4 0,972727

    14 1,2 36,1 33,7 0,93351815 0,4 14,1 13,3 0,94326216 0,6 19,2 18 0,937517 0,7 13,7 12,3 0,8978118 0,7 24,2 22,8 0,94214919 2 35,4 31,4 0,88700620 0,9 17,4 15,6 0,89655221 1,8 36,4 32,8 0,90109922 1 27,4 25,4 0,92700723 1,3 31,1 28,5 0,91639924 0,5 7,2 6,2 0,86111125 0,3 18,5 17,9 0,96756826 0,9 18,8 17 0,90425527 0,7 9,1 7,7 0,84615428 0,5 12,9 11,9 0,92248129 0,3 17,8 17,2 0,96629230 0,3 1,6 1 0,625

    Mdia 0,903121(* DAP e espessura da casca em cm)

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    Planilha de clculo utilizada na obteno do fator de forma para Araucria na FLONA de IBIRAMA-SC (Fevereiro/2001).Planta DAP* Vparcial* D1 V1 D2 V2 D3 V3 D4 V4 D5 V5 Vreal* Fat.Forma

    1 35,5 0,49 35,7 0,10 35,0 0,10 33,5 0,09 31,6 0,08 30,4 0,07 0,44 0,8802 30,5 0,37 30,7 0,07 30,1 0,07 29,3 0,07 27,9 0,06 27,2 0,06 0,33 0,9083 31,8 0,40 32,0 0,08 20,0 0,03 20,5 0,03 19,6 0,03 18,3 0,03 0,20 0,507

    4 24 0,23 24,2 0,05 22,6 0,04 21,5 0,04 20,7 0,03 21,1 0,03 0,19 0,8455 31,1 0,38 31,3 0,08 30,2 0,07 30,0 0,07 29,0 0,07 28,0 0,06 0,35 0,9136 26,4 0,27 26,6 0,06 24,8 0,05 24,0 0,05 23,5 0,04 23,2 0,04 0,23 0,8587 19,6 0,15 19,8 0,03 19,2 0,03 17,8 0,02 17,4 0,02 16,7 0,02 0,13 0,8648 14,5 0,08 14,7 0,02 14,5 0,02 13,9 0,02 12,7 0,01 11,7 0,01 0,07 0,8739 31,1 0,38 31,3 0,08 29,0 0,07 28,1 0,06 27,9 0,06 29,0 0,07 0,33 0,875

    10 38,5 0,58 38,7 0,12 37,0 0,11 37,8 0,11 37,2 0,11 34,9 0,10 0,54 0,93111 16,2 0,10 16,4 0,02 15,4 0,02 15,2 0,02 15,1 0,02 14,6 0,02 0,09 0,89812 18 0,13 18,2 0,03 17,3 0,02 16,4 0,02 16,0 0,02 15,7 0,02 0,11 0,86513 13,5 0,07 13,7 0,01 13,5 0,01 13,0 0,01 12,3 0,01 11,7 0,01 0,06 0,90814 19,4 0,15 19,6 0,03 18,7 0,03 19,0 0,03 18,0 0,03 18,3 0,03 0,14 0,93215 12,1 0,06 12,3 0,01 12,0 0,01 11,8 0,01 11,3 0,01 10,8 0,01 0,05 0,92716 20 0,16 20,2 0,03 20,7 0,03 20,3 0,03 19,6 0,03 18,2 0,03 0,15 0,98217 31,3 0,38 31,5 0,08 30,0 0,07 20,3 0,03 28,4 0,06 28,0 0,06 0,31 0,79518 10,5 0,04 10,7 0,01 10,2 0,01 9,8 0,01 9,5 0,01 9,2 0,01 0,04 0,88819 18,6 0,14 18,8 0,03 17,1 0,02 16,4 0,02 15,5 0,02 15,4 0,02 0,11 0,80520 25,2 0,25 25,4 0,05 24,8 0,05 25,3 0,05 24,0 0,05 22,5 0,04 0,23 0,93921 15,5 0,09 15,7 0,02 15,2 0,02 14,9 0,02 14,6 0,02 14,2 0,02 0,09 0,92822 39,2 0,60 39,4 0,12 37,7 0,11 37,8 0,11 36,0 0,10 35,0 0,10 0,54 0,90123 24,3 0,23 24,5 0,05 22,8 0,04 22,4 0,04 22,3 0,04 22,8 0,04 0,21 0,89424 30,2 0,36 30,4 0,07 29,5 0,07 28,6 0,06 28,0 0,06 27,0 0,06 0,32 0,90525 20,1 0,16 20,3 0,03 19,5 0,03 18,9 0,03 17,8 0,02 17,2 0,02 0,14 0,87226 30,4 0,36 30,6 0,07 26,4 0,05 25,2 0,05 24,7 0,05 24,4 0,05 0,27 0,752

    27 31,1 0,38 31,3 0,08 29,1 0,07 28,0 0,06 27,3 0,06 26,5 0,06 0,32 0,83928 30,5 0,37 30,7 0,07 29,5 0,07 27,8 0,06 27,6 0,06 26,9 0,06 0,32 0,87529 21,8 0,19 22,0 0,04 21,6 0,04 21,0 0,03 21,3 0,04 19,7 0,03 0,18 0,94030 25,9 0,26 26,1 0,05 24,9 0,05 24,4 0,05 24,0 0,05 23,3 0,04 0,24 0,899

    FatorMdio 0,873

    (* DAP e D em cm e volume em m)

    As Tabelas 1.4 e 1.5 apresentam os valores encontrados para o volume/ha(corrigidos), distribudo em classes de DAP e altura comercial para os talhes A e Brespectivamente. Para melhor visualizar a distribuio do volume/ha nas classes de DAP,

    foram construdos os grficos de distribuio de volume (Figura 1.9).Considerando estas estimativas de volume/ha , e a rea de cada talho apresentada

    anteriormente no item 5.1, foi estimado um volume de 604,7m para o talho A e umvolume de 457,5m para o talho B, totalizando um volume para estes dois talhes, naordem dos 1062,2m de madeira em toras. importante ressaltar que 47,7% e 61,8% destevolume, nos talhes A e B respectivamente, composto por plantas com dimetro inferior a25 cm (Tabelas 1.4 e 1.5).

    Este volume total estimado corresponde apenas ao volume de toras com alturacomercial, restando ainda um volume no calculado para as copas e outras plantas comtronco sem altura comercial, que podem ser utilizadas como lenha.

    Tabela 1.4 Volume/ha (m) corrigido, distribudo em classes de DAP (cm) e altura comercial(m) no Talho A (Fevereiro/2001).

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    Altura comercial(m)

    DAP(cm) 0-2 2-4 4-6 6-8 8-10 10-12 12-14 14-16 16-18 18-20 Total0-5 0,03 0,03 0,065-10 0,04 2,43 3,77 0,36 0,13 0,15 0,06 6,93

    10-15 0,72 5,06 5,40 5,55 1,77 0,57 0,40 19,4815-20 0,19 1,09 4,43 8,65 10,14 3,49 1,72 29,7020-25 0,77 5,69 13,73 5,80 10,88 36,8725-30 3,37 8,96 3,64 18,66 8,34 42,9730-35 5,50 8,45 10,60 15,12 39,6735-40 4,68 8,17 3,21 16,0640-45 3,32 3,32Total 0,07 3,36 9,92 10,97 23,39 40,11 26,78 53,35 23,93 3,21 195,08*

    * Intervalo Confiana = 8,00 m

    Tabela 1.5 Volume/ha (m) corrigido, distribudo em classes de DAP (cm) e alturacomercial(m) no Talho B (Fevereiro/2001).

    Altura comercial(m)

    DAP(cm) 0-2 2-4 4-6 6-8 8-10 10-12 12-14 14-16 16-18 18-20 Total0-5 0,03 0,03 0,01 0,02 0,085-10 1,77 1,79 0,27 0,24 4,07

    10-15 0,28 6,19 5,96 1,96 0,66 15,0615-20 2,27 8,22 9,07 4,61 0,45 24,6220-25 0,62 5,33 6,21 9,71 3,70 1,27 26,8325-30 2,59 3,96 5,37 4,85 3,08 19,8630-35 5,44 6,71 4,30 1,96 18,4135-40 2,46 2,99 5,45Total 0,03 2,08 10,88 22,38 21,20 25,79 15,97 9,84 3,23 2,99 114,38*

    * Intervalo Confiana = 4,40 m

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    Figura 1.9 Volume/ha (m) corrigido, distribudo em classes de DAP (cm) nos Talhes A e B(Fevereiro/2001).

    1.3.2 Mtodo dos QuadrantesEnquanto os mtodos que empregam parcelas fundamentam-se na demarcao de

    uma rea fsica, este mtodo fundamenta-se na caracterizao da distncia entreindivduos. Assim, em cada ponto amostral so avaliados os 4 indivduos (um em cadaquadrante) mais prximos do ponto amostral, bem como a distncia entre cada um deles e oponto amostral. A relao de rea (p. ex. nmero de indivduos por hectare, rea basal porhectare, etc.) estabelecida a partir da distncia mdia entre indivduos e o ponto amostral.

    Desta forma, a implementao do levantamento a campo fica bastante simplificada,implicando em maior rapidez de execuo. O nmero de unidades amostrais ficasubstancialmente aumentado.

    A implementao normalmente feita a partir de uma linha central, onde sosorteados (lateralmente) os pontos amostrais. Em cada ponto estabelecido o indivduomais prximo em cada quadrante (totalizando 4 indivduos por unidade amostral.

    Segundo MARTINS (1993), para estabelecer os quadrantes ao redor de cada pontode amostragem, pode ser usado uma cruz de madeira com o centro furado. O orifcio centralpermite que a cruz de madeira fique apoiada sobre o cho da mata, passando pela estaca.Orientam-se os quadrantes, de modo que um dos braos da cruz fique perpendicular linha

    de picada.O levantamento deve ser realizado individualmente em cada estrato pr-estabelecido, caracterizando-se a altura e o DAP dos 4 indivduos de cada unidadeamostral.

    Para a definio da suficincia amostral, considerando que a base do mtodo adistncia de cada indivduo ao ponto central da unidade amostral, a avaliao do nmero deamostras necessrias para adequao do processo amostral realizada a partir destavarivel.

    Entretanto, a distribuio probabilstica das distncias no a normal, e sim Poisson,ento h necessidade utilizao de uma transformao (logartmica) para emprego da

    distribuio t, conforme utilizado para os mtodos com parcelas.

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    Assim, eonde:SG2 = Varincia das distncias entre cada indivduo j e o centro da unidade amostral itransformadas (logaritmo neperiano)

    Desta forma,

    1.3.2.1 Obteno de estimativas pelo mtodo dos quadrantes

    DAP mdio

    onde:DAPij = DAP de cada indivduo j em cada unidade amostral in = nmero total de indivduos amostrados (4 indivduos por unidade amostral)

    Altura mdia

    onde:Hij = altura total de cada indivduo j em cada unidade amostral i

    rea Basal Mdia

    onde:

    ABi = rea basal de cada unidade amostral i, corrigida por hectareABu = rea basal total em cada unidade amostral iabij = rea basal do indivduo j na unidade amostral i

    dij = distncia de cada indivduo j ao centro da unidade amostral i

    1.3.2.2 Exemplo utilizando o Mtodo dos Quadrantes

    Inventrio florestal de uma rea (1500m) de floresta secundria localizada noMunicpio de So Pedro de Alcntara, SC

    ESTRATO 1

    QUADRANTE ESPCIE ALTURA DAP AB DISTNCIA

    (m) (cm) (m2) (m)

    1,1-924 Tibouchina sellowiana 4,44 2,6 0,0005309 1,00

    1,2-925 Tibouchina sellowiana 3,50 2,9 0,0006605 0,53

    1,2 0,0001131

    1,3-926 Mollinedia sp2 5,90 4,4 0,0015205 0,65

    3,1 0,0007548

    1,4-927 Mollinedia sp2 5,66 4,3 0,0014522 1,00

    0,005032

    ijij dg ln=1

    4

    )( 22

    2

    =

    nn

    gg

    s

    ijij

    G

    2

    22 *

    D

    tsn G=

    n

    DAPDAP ijx

    =

    n

    HH ijx

    =

    n

    ABAB ix

    =x

    ui A

    ABAB

    *000.10= = 2iju abAB

    2

    =

    n

    dA

    ij

    x

    xAB = rea basal mdia

    xA = rea mdia das unidades amostrais

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    QUADRANTE ESPCIE ALTURA DAP AB DISTNCIA

    (m) (cm) (m2) (m)

    2,1-928 Tibouchina sellowiana 2,20 0,7 0,0000385 0,80

    0,6 0,0000283

    1,2 0,0001131

    2,2-929 Mollinedia sp2 5,50 4,9 0,0018857 0,504,5 0,0015904

    2,3-930 Piptocarpha tomentosa 7,32 10,9 0,0093313 1,53

    2,4-931 Mollinedia sp2 6,04 5,5 0,0023758 0,35

    0,01536323,1-932 Bacharis sp 1,60 0,3 0,0000071 1,30

    3,2-933 Jacaranda micrantha 3,42 2,5 0,0004909 0,40

    3,3-934 Tibouchina sellowiana 3,45 2,4 0,0004524 0,35

    3,4-935 Tibouchina sellowiana 2,00 0,6 0,0000283 2,80

    0,00097864,1-936 Matayba guianensis 5,84 5,5 0,0023758 2,124,2-937 Matayba guianensis 2,64 2,4 0,0004524 0,92

    4,3-938 Tibouchina sellowiana 2,04 1,5 0,0001767 0,57

    4,4-939 Jacaranda micrantha 5,06 4 0,0012566 2,25

    4,7 0,0017349 M linha 1,07

    0,005996514,1-941 Tibouchina sellowiana 5,20 5,8 0,0026421 1,30

    6,6 0,0034212

    3 0,0007069

    14,2-942 Psidium cattleyanum 1,94 1,4 0,0001539 1,20

    14,3-943 Jacaranda micrantha 2,50 2 0,0003142 0,75

    14,4-944 Campomanesia sp 2,00 1,2 0,0001131 1,05

    1,1 0,000095

    0,007446413,1-904 Tibouchina sellowiana 4,71 4,9 0,0018857 0,70

    13,2-905 Jacaranda micrantha 4,46 5,8 0,0026421 1,00

    13,3-906 Rapanea ferruginea 2,03 1 0,0000785 0,61

    13,4-907 Jacaranda micrantha 5,33 4,7 0,0017349 2,40

    0,006341312,1-945 Jacaranda micrantha 5,00 4,4 0,0015205 2,00

    6,9 0,0037393

    12,2-946 Jacaranda micrantha 4,00 2,7 0,0005726 0,55

    12,3-947 Jacaranda micrantha 3,54 2,4 0,0004524 1,80

    12,4-948 Desconhecida 6,90 6,7 0,0035257 0,40

    0,009810411,1-900 Rapanea ferruginea 8,28 8,1 0,005153 2,68

    11,2-901 Tibouchina sellowiana 5,68 6,1 0,0029225 1,93

    11,3-902 Rapanea ferruginea 9,93 11,1 0,0096769 1,60

    11,4-903 Jacaranda micrantha 5,34 6,6 0,0034212 1,75

    0,0211735

    30

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    QUADRANTE ESPCIE ALTURA DAP AB DISTNCIA

    (m) (cm) (m2) (m)

    10,1-949 Tibouchina sellowiana 4,92 4,5 0,0015904 1,50

    10,2-950 Tibouchina sellowiana 3,39 2,1 0,0003464 0,90

    10,3-951 Tibouchina sellowiana 4,06 3,9 0,0011946 1,50

    10,4-952 Piptocarpha tomentosa 4,90 3,9 0,0011946 1,50 0,004326 M linha 1,3619,1-953 Rapanea ferruginea 7,00 6,1 0,0029225 1,20

    19,2-954 Miconia cabucu 1,76 1,2 0,0001131 1,60

    19,3-955 Bacharis sp 3,05 1,2 0,0001131 1,85

    19,4-956 Jacaranda micrantha 3,36 2,5 0,0004909 0,80

    2,6 0,0005309

    0,004170521,1-957 Jacaranda micrantha 5,06 4 0,0012566 2,30

    5,7 0,0025518

    5,5 0,002375821,2-958 Rapanea ferruginea 3,74 2,9 0,0006605 1,32

    21,3-959 Rapanea ferruginea 2,38 1 0,0000785 0,95

    21,4-960 Rapanea ferruginea 1,50 0,5 0,0000196 1,50

    0,006942922,1-961 Jacaranda micrantha 3,28 2,5 0,0004909 0,60

    22,2-962 Jacaranda micrantha 5,24 5 0,0019635 0,8

    4,5 0,0015904

    4,1 0,0013203

    22,3-963 Jacaranda micrantha 2,74 1,7 0,000227 2,28

    1,3 0,0001327

    22,4-964 Rapanea ferruginea 1,4 0,5 0,0000196 1,25

    0,0057444 M linha 1,3732,1-965 Matayba guianensis 4,52 3,2 0,0008042 0,47

    3,6 0,0010179

    3,1 0,0007548

    3,8 0,0011341

    3 0,0007069

    5,8 0,0026421

    32,2-966 Tibouchina sellowiana 3,92 3,2 0,0008042 1,832,3-967 Myirsia rostrata gracilis 2,92 3,7 0,0010752 1,6

    2 0,0003142

    32,4-968 Posoqueria latifoliada 2,78 2,2 0,0003801 2,15

    0,009633731,1-916 Psidium cattleyanum 1,7 0,5 0,0000196 2,56

    31,2-917 Tibouchina sellowiana 2,8 2 0,0003142 0,74

    31,3-918 Psychotria sp 3,04 2,8 0,0006158 1,02

    31,4-919 Jacaranda micrantha 2,85 2 0,0003142 0,5

    0,0012637

    31

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    32/124

    QUADRANTE ESPCIE ALTURA DAP AB DISTNCIA

    (m) (cm) (m2) (m)

    30,1-969 Rapanea ferruginea 1,83 1 0,0000785 2

    30,2-970 Rapanea ferruginea 6,82 5,7 0,0025518 2,9

    30,3-971 Rapanea ferruginea 9,7 13,8 0,0149571 0,2

    30,4-972 Bacharis sp 4,11 2,5 0,0004909 0,22,8 0,0006158

    6,7 0,0035257

    0,022219729,1-920 Jacaranda micrantha 2 1 0,0000785 1,9

    29,2-921 Rapanea ferruginea 4,45 4,1 0,0013203 0,64

    29,3-922 Desconhecida 5,15 3,5 0,0009621 0,37

    29,4-923 Desconhecida 3,71 3,7 0,0010752 2,22

    0,003436128,1-973 Piptocarpha tomentosa 1,35 0,4 0,0000126 1,80

    28,2-974 Piptocarpha angustifolia 8,93 13,2 0,0136848 0,3028,3-975 Rapanea ferruginea 7,26 7,1 0,0039592 2,15

    28,4-976 Rapanea ferruginea 7,16 6,4 0,003217 3,15

    0,0208735 M linha 1,4337,1-977 Tibouchina sellowiana 4,16 4,2 0,0013854 3,70

    37,2-978 Piptocarpha tomentosa 1,80 1 0,0000785 1,24

    37,3-979 Tibouchina sellowiana 4,90 6,1 0,0029225 2,50

    37,4-980 Tibouchina sellowiana 5,09 6,8 0,0036317 0,80

    7 0,0038485

    0,011866638,1-981 Rapanea ferruginea 5,22 6 0,0028274 1,43

    38,2-982 Posoqueria latifolia 4,22 3,4 0,0009079 2,50

    2,8 0,0006158

    38,3-983 Posoqueria latifolia 2,86 2,3 0,0004155 0,98

    38,4-984 Piptocarpha tomentosa 1,60 0,6 0,0000283 1,57

    0,004794939,1-985 Piptocarpha tomentosa 1,50 0,6 0,0000283 1,29

    39,2-986 Maytenus alanternoides 3,92 3,5 0,0009621 4,17

    39,3-987 Tibouchina sellowiana 5,44 7,7 0,0046566 1,20

    1,4 0,00015393 0,0007069

    39,4-988 Miconia rigidiuscula 2,08 0,9 0,0000636 0,74

    1 0,0000785

    0,7 0,0000385

    0,0066885

    32

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    QUADRANTE ESPCIE ALTURA DAP AB DISTNCIA

    (m) (cm) (m2) (m)

    40,1-989 Psidium cattleyanum 1,88 1,1 0,000095 1,57

    1,1 0,000095

    40,2-990 Myirsia rostrata var gracilis 3,26 3,5 0,0009621 3,19

    1,8 0,000254540,3-991 Hieronyma alchorneoides 2,66 1,7 0,000227 0,67

    40,4-992 Desconhecida 3,53 3,3 0,0008553 1,09

    0,002488941,1-993 Tibouchina sellowiana 3,24 6,67 0,0034942 1,65

    41,2-994 Sloanea guianensis 1,94 1,1 0,000095 0,62

    1,3 0,0001327

    41,3-995 Tibouchina sellowiana 5,52 6,6 0,0034212 0,91

    41,4-996 Mollinedia sp2 5,19 1,6 0,0002011 0,55

    3,3 0,0008553 M linha 1,62

    4,07 3,568 0,0081995 Mdia G 1,38VAR 0,0355

    M linha = mdia da linha n(sist) 2,0162151

    AB/ha = 10.99 m2

    Amdia = 1.91 m2

    ESTRATO 2

    QUADRANTE ESPCIE ALTURA DAP AB DISTNCIA

    (m) (cm) (m2) (m)

    7,1-45 Mirtcea sp2 4,50 2 0,0003142 1,50

    7,2-46 Desconhecida 1,60 0,4 0,0000126 0,81

    7,3-47 Rapanea umbellata 8,50 4,2 0,0013854 0,30

    7,4-48 Alchornea triplinervia 1,70 1,1 0,000095 0,24

    0,00180728,1-41 Matayba guianensis 2,33 2 0,0003142 1,33

    8,2-42 Maytenus alaternoides 1,95 0,6 0,0000283 1,57

    8,3-43 Guatteria australis 2,57 1,1 0,000095 0,92

    1 0,0000785

    8,4-44 Piptocarpha tomentosa 1,70 0,5 0,0000196 1,59

    0,00053569,1-37 Rapanea umbellata 7,03 4,6 0,0016619 1,36

    9,2-38 Desconhecida 6,28 5 0,0019635 0,92

    9,3-39 Mirtcea sp2 2,30 1,6 0,0002011 0,45

    9,4-40 Desconhecida 2,78 1,3 0,0001327 1,51

    0,8 0,0000503 M linha 1,04

    0,7 0,0000385

    0,0040479

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    QUADRANTE ESPCIE ALTURA DAP AB DISTNCIA

    (m) (cm) (m2) (m)

    18,1-29 Piptocarpha tomentosa 7,29 13,6 0,0145267 1,83

    18,2-30 Piptocarpha tomentosa 9,84 15,4 0,0186265 1,55

    18,3-31 Rapanea umbellata 1,40 0,6 0,0000283 0,84

    18,4-32 Myirsia rostrata var gracilis 1,35 0,4 0,0000126 1,70 0,033194117,1-908 Desconhecida 3,59 3,3 0,0008553 1,90

    17,2-909 Miconia cabucu 10,35 19,1 0,0286521 1,00

    17,3-910 Hieronyma alchorneoides 7,72 6 0,0028274 2,40

    17,4-911 Clusia parviflora 2,40 1 0,0000785 1,65

    0,032413416,1-33 Mirtcea sp3 1,70 1,4 0,0001539 1,10

    16,2-34 Clusia parviflora 2,64 1,5 0,0001767 0,40

    16,3-35 Desconhecida 7,84 7,6 0,0045365 1,52

    16,4-36 Xylopia brasiliensis 2,67 1,5 0,0001767 2,00 0,0050438 M linha 1,4925,1-17 Prunus sellowii 4,20 2 0,0003142 0,85

    25,2-18 Posoqueria latifolia 2,72 2,2 0,0003801 0,55

    25,3-19 Miconia cabucu 4,27 3 0,0007069 0,30

    25,4-20 Mirtcea sp1 1,70 0,9 0,0000636 0,93

    0,001464826,1-21 Rapanea umbellata 1,90 0,8 0,0000503 2,50

    26,2-22 Matayba guianensis 8,68 7,6 0,0045365 1,40

    26,3-23 Guatteria australis 5,70 1,2 0,0001131 1,00

    4,1 0,0013203

    26,4-24 Psidium cattleyanum 4,57 1,3 0,0001327 1,30

    0,006152827,1-25 Piptocarpha tomentosa 10,00 12,6 0,012469 1,60

    2,3 0,0004155

    27,2-26 Miconia rigidiuscula 2,12 0,8 0,0000503 2,57

    27,3-27 Matayba guianensis 9,39 6,5 0,0033183 2,10

    27,4-28 Rapanea umbellata 4,04 2 0,0003142 1,23

    0,0165672 M linha 1,3636,1-9 Piptocarpha tomentosa 13,50 12,9 0,0130698 0,78

    18,7 0,0274646

    36,2-10 Matayba guianensis 9,49 5,6 0,002463 4,08

    36,3-11 Mirtcea sp1 4,14 2,6 0,0005309 1,96

    36,4-12 Piptocarpha tomentosa 11,70 17 0,022698 1,48

    0,0662263

    34

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    QUADRANTE ESPCIE ALTURA DAP AB DISTNCIA

    (m) (cm) (m2) (m)

    35,1-912 Mirtcea sp2 1,45 0,5 0,0000196 0,98

    35,2-913 Desconhecida 2,51 1,7 0,000227 0,89

    35,3-914 Miconia cabucu 9,36 7 0,0038485 3,00

    35,4-915 Desconhecida 10,20 15,7 0,0193593 0,17 0,023454334,1-13 Matayba guianensis 2,78 2,2 0,0003801 0,66

    34,2-14 Psychotria sp 10,60 9,3 0,0067929 1,30

    34,3-15 Psychotria sp 5,60 6,1 0,0029225 0,45

    34,4-16 Rapanea umbellata 2,80 1,1 0,000095 0,20

    0,0101905 M linha 1,3343,1-997 Ficus sp 9,16 8,1 0,005153 0,75

    43,2-998 Casearia silvestris 4,79 4 0,0012566 0,93

    43,3-999 Prunus sellowii 4,14 1,7 0,000227 1,33

    43,4-1000 Mirtcea sp2 1,92 0,6 0,0000283 1,600,7 0,0000385

    0,006703444,1-1 Miconia rigidiuscula 1,69 0,5 0,0000196 1,08

    0,3 0,0000071

    44,2-2 Guarea macrophylla 2,00 1,3 0,0001327 1,16

    44,3-3 Psidium cattleyanum 7,96 4,8 0,0018096 0,80

    44,4-4 Mollinedia sp1 2,15 1,6 0,0002011 2,10

    1,3 0,0001327

    2 0,0003142

    2,4 0,0004524

    0,003069345,1-5 Piptocarpha tomentosa 9,36 10 0,007854 0,80

    10,9 0,0093313

    45,2-6 Psychotria sp 11,00 10,2 0,0081713 1,23

    45,3-7 Miconia cabucu 7,72 5,2 0,0021237 2,22

    45,4-8 Posoqueria latifolia 3,63 2,3 0,0004155 1,00

    Mdia 5.18 4,36 0,0014928 M linha 1,25

    0,0294 Mdia G 1,29VAR 0,02212n (sist) = 1,5218549

    AB / h = 25.32 m2

    Amdia = 1.66 m2

    Exemplo de Clculo: suficincia amostral (Mtodo dos Quadrantes), para o segundo estrato,com uma pr amostragem de 15 pontos.Varincia

    = 701793,252ijg 41404,23)( 2 = ijg

    35

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    Clculo da mdia geomtrica

    onde:lnG = logaritmo natural da mdia geomtrican = nmero de distncias medidasxi = valores das distncias individuais

    A mdia geomtrica (G) calculada como o antilogaritmo do resultado obtido dafrmula acima.

    ento,

    G = 1,00345032

    D = 20% x 1,00345032 = 0,20069

    assim,

    n = nmero de indivduos da amostra que seria necessrio para fornecer uma mdiarepresentativa.np = nmero de pontos amostrais = n/4

    n = 48,77

    np = 12,19 ~ 13 pontos

    429,0160

    15*4

    41404,23701793,25

    2 =

    =Gs

    )ln...ln(ln*

    1

    ln 21 nG xxxn +++=

    00345032,0)7975072,0...405465,0(*60

    1ln =++=G

    2

    22 *

    D

    tsn G=

    0402765,0

    5796,4*429,0=n

    36

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    1.4 BIBLIOGRAFIA

    CONTE, R. Manejo do palmiteiro em Santa Catarina. Relatrio de Concluso doCurso de Agronomia, Florianpolis, novembro de 1997.

    FRANA, F.W.S.; PIRES, E.P.S. & TOTTI, J.A. Avaliao da produtividade efetiva

    dos levantamentos dendromtricos para inventrio florestal na Riocell S.A. Anais do6 Congresso Florestal Estadual, V 2, p. 721-733, Nova Prata, RS,1988.

    HOSOKAWA, R.T. & SOUZA, A.L. Amostragem para fins de manejo. Curso deManejo Florestal. Braslia - DF, 1987, v. 5, 25p.

    LOETSCH, F.; ZHRER, F. & HALLER, K.E. Forest inventory. 2. ed., v. 2, Munich,1973. 469 p.

    NODARI, R.O.; GUERRA, M.P.; REIS, A.; REIS, M.S. & MERIZIO, D. Anlise

    preliminar do inventrio do palmiteiro em Floresta Ombrfila Densa Montana. Anaisdo I Encontro Nacional de Pesquisadores em Palmito, p. 159-163, Curitiba, PR,1987.

    MARTINS, F.R. Estrutura de uma Floresta Mesfila. 2.ed, Campinas, SP, 1993.246 p.

    PLLICO NETTO, S. & BRENA, D.A. Inventrio Florestal.V.1,Curitiba, PR, 1997.316p.

    REIS, A.; REIS, M.S. & FANTINI, A.C. Manejo do Palmiteiro (Euterpe edulis) emRegime de Rendimento Sustentvel. Florianpolis, UFSC, 1994.

    VEIGA, R.A.A. Dendrometria e Inventrio Florestal. Botucatu, SP: Fundao deEstudos e Pesquisas Agrcolas e Florestais, 1984. Boletim didtico n. 1., 108p.

    37

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    2. MDULO CARACTERIZAO DE ESTDIOS SUCESSIONAIS NAVEGETAO CATARINENSE.

    2.1As tipologias florestais catarinenses

    As tipologias florestais catarinenses receberam trs denominaes: FlorestaOmbrfila Densa, que ocorre no Litoral e estende-se at a Serra Geral, do Mar e doEspigo; Floresta Ombrfila Mista, que ocorre no Planalto e se caracteriza pela presena da Araucaria angustifolia e Floresta Estacional Decidual, caracterizada por espciescaduciflias, com ocorrncia predominante no Oeste Catarinense (IBGE, 1990).

    Este conjunto de tipologias vegetacionais tem sido enquadrado como pertencentes rea de Domnio da Mata Atlntica (DECRETO LEI 750, 1993), e se caracterizam porapresentarem diversidade bastante acentuada, mas distintas entre si. Esta diversidadeimplica em variaes que podem ser agrupadas sob pontos distintos: fisionomia, estrutura,composio, dinmica, ambientes edficos, estratgias reprodutivas, fenologia e padro

    espacial (REIS, 1993).

    A Floresta Ombrfila Densa (FOD):

    Segundo o IBGE (1992), o termo Floresta Ombrfila Densa foi criado por Ellemberg& Mueller Dombois, substituindo o antigo termo floresta pluvial, de mesmo significado, ouseja, floresta "amiga das chuvas". Outros nomes comuns dados a este tipo de vegetaoso Mata Atlntica ou Floresta Atlntica.

    A Floresta Ombrfila Densa se estende por quase toda a faixa litornea do Brasil, doRio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Caracteriza-se pela formao de um dosseluniforme quanto a sua colorao, forma das copas e altura, representando umafitofisionomia muito caracterstica e com poucas variaes durante todo o ano (REIS, 1995).A maior parte dessa fisionomia impressa pela presena das grandes rvores quedificilmente se sobressaem no dossel (KLEIN, 1980).

    Internamente, Klein (1979-1980) caracteriza na Floresta Ombrfila Densa umaestruturao bastante dependente das grandes rvores que formam o estrato superior dafloresta, o das macrofanerfitas. Sob este primeiro estrato, arvores menores formam oestrato mdio, ou mesofanerfitas. Ainda um terceiro estrato arbreo pode ser identificado,formado pelas nanofanerfitas. De forma esparsa e irregularmente ocupando o quartoestrato, esto ervas caractersticas do interior da floresta.

    Segundo Leite & Klein (1990), a Floresta Ombrfila Densa possui caractersticastropicais, mesmo sendo situada em zona extratropical. Apesar da ausncia de algumasespcies tipicamente tropicais, existe alto grau de endemismos, estando diretamenterelacionado a complexidade dos ecossistemas existentes. De forma geral, as caractersticasque determinam essa formao florestal so a ausncia de um perodo seco, temperaturasmdias acima de 15 C e alta umidade.

    A Floresta Ombrfila Mista (FOM):

    Esta tipologia florestal est circunscrita a uma regio de clima subtropical, ocorrendoabaixo do Trpico de Capricrnio em altitudes que variam de 500 a 1200 metros, nos

    estados, do Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ocorrendo ainda alguns relctosem regies mais elevadas dos estados de So Paulo e Minas Gerais e na parte nordeste daArgentina, na provncia de Missiones, divisa com Santa Catarina (HUECK, 1953; VELOSO

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    et al., 1991).O clima de ocorrncia da Floresta Ombrfila Mista em Santa Catarina classificado,

    segundo Kppen como Cfb - Clima mesotrmico subtropical mido, com veres frescos,sem estao seca definida e com geadas severas freqentes, temperaturas mdias dosmeses mais quentes so inferiores a 22C (KPPEN, 1948). A precipitao mdia estentre os 1300 e 1400 mm/ano (MACHADO, 1984).

    Na Floresta Ombrfila Mista, a presena da Araucaria angustifolia imprime umafitofisionomia muito peculiar, ao mesmo tempo em que tambm imprime uma estruturaocaracterstica para esta tipologia florestal. Formando o estrato de rvores emergentes opinheiro compe o primeiro estrato ou das megafanerfitas. Seguem ainda outros trsestratos com formas arbreas, formando respectivamente o estrato das macrofanerfitas,mesofanerfitas e nanofanerfitas, sendo o quinto estrato formado pelas ervas (REIS,1993).

    Klein (1978) em seu trabalho subdividiu a Mata de Araucria (atualmentedenominada como Floresta Ombrfila Mista) dentro do estado de Santa Catarina de acordocom as diferentes associaes florestais, caracterizadas atravs das diferentes formas deassociao da araucria com outras espcies. Nas regies do Planalto Norte e Meio-oeste,a araucria ocorre associada principalmente a Ocotea porosa e Ilex paraguariensis,enquanto que na regio do Planalto Sul sua ocorrncia est associada principalmente aOcotea pulchella e Nectandra lanceolata e no Extremo-oeste associada a Apuleia leiocarpae Parapiptadenia rigida. Ainda no Extremo-oeste e em regies de transio do Planalto coma Floresta Ombrfila Densa (FOD), a araucria ocorre associada a formaes de faxinais,termo utilizado pelo autor para se referir a reas com algum tipo de restrio edfica para odesenvolvimento das espcies. A ltima associao da araucria mencionada refere-se ocorrncia da espcie em formaes de campo, formando os bosques e capes de

    pinheiros.

    A Floresta Estacional Decidual (FED):

    Tambm conhecida como Mata Branca, estende-se ao longo do curso mdio esuperior do rio Uruguai, em altitude mnima de 200 metros, e subindo seus mltiplosafluentes, at uma altitude de 600 a 800 metros. Nestas altitudes entra em contato com aFloresta Ombrfila Mista no Oeste do planalto ocidental catarinense, extremo norte do RioGrande do sul, estendendo-se para o leste at aproximadamente o entroncamento dos riosPelotas e Canoas (KLEIN, 1972; RAMBO, 1994).

    Esta tipologia florestal marcada fitofisionomicamente por um nmero relativamente

    reduzido de rvores dominantes do estrato superior, que se tornam responsveis por largasreas proporcionando um aspecto fitofisionmico bastante homogneo nesta formaovegetal. Esta homogeneidade principalmente realada na poca da primavera e vero -perodo estival, quando as copas das rvores emergentes encontram-se revestidas pordensa folhagem e abundantes inflorescncias e por vezes muito vistosas. De maneiraespecial no perodo hibernal - outono e inverno, o estrato emergente apresenta-sedesprovido da folhagem e por muitas vezes apresenta abundncia de frutos secos.Caracteriza-se principalmente por apresentar elevada percentagem de espcies exclusivas,bem como um nmero relativamente pequeno de espcies arbreas altas (maiores de 30metros) e, sobretudo pela quase absoluta ausncia de epfitas (LINDMAN, 1974; RAMBO,

    1956, 1994; KLEIN, 1972).A regio da FED tipicamente Ombrfila, sem perodo seco definido e com alta

    intensidade e regularidade pluviomtrica, ficando a precipitao mdia anual de 1.878 mm.

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    Os ndices trmicos da regio determinam dois perodos bem distintos: um perodo dequatro a cinco meses, centrados no vero, com mdias compensadas iguais ou superiores a200C e outro com durao de dois a trs meses, centrados no inverno, com mdias iguaisou inferiores de 150C (Julho 13,50C). O clima, apesar de quente-mido durante boa partedo ano, conserva, por aprecivel perodo, carter frio, capaz de imprimir restries proliferao e o desenvolvimento de um grande nmero de espcies tipicamente tropicais(IBGE, 1990).

    Conforme KLEIN (1972), a estrutura da FED pode ser distinguida com relativafacilidade em trs estratos, alm dos estratos arbustivo e herbceo: 1) Estrato das rvoresaltas ou emergentes, sendo uma formao descontnua das rvores altas (maiores de 30metros de altura) e deciduais a semideciduais (estrato tambm denominadoMegafanerfita). 2) Estrato das rvores com altura entre 20-25 metros, formado por umnmero relativamente pequeno de rvores, dentre as quais sobressaem as Laurceas. Esteestrato, denominado de Macrofanerfita, caracterizado por rvores perenifoliadas quedesempenham papel preponderante. 3) Estrato das arvoretas com altura variando entre 6-15 metros, formado por um nmero relativamente pequeno de espcies que por muitasvezes formam pequenos adensamentos que do a caracterstica prpria desse estrato. Esteestrato tambm denominado Mesofanerfitas , em geral, bastante uniforme. O estratoarbustivo pouco representativo para a fisionomia, que inclui as densas touceiras detaquaruu (Bambusa trinii) e esparsamente, de taquara-lisa (Merostachys multiramea), j oestrato herbceo denominado tambm de Nanofanerfitas onde predominam as epfitas,terrcolas hemicriptfitas rizomatosas, gramneas dos gneros Pharus e Olyra.

    2.2 Dinmica da sucesso secundria associada aos sistemas agrcolasA regenerao natural da vegetao que se instala aps eventos naturais ou de

    origem antrpica constitui um mecanismo dinmico progressivo e contnuo de restauraoda vegetao, tendendo a recompor a cobertura original da rea (KLEIN, 1980;SALDARRIAGA et. al., 1988; TABARELLI & MANTOVANI, 1999; WHITMORE, 1998). Esteprocesso contnuo de germinao, instalao, crescimento, reproduo, substituio e mortede vegetais denominado de dinmica da vegetao e pode ser observado tanto noprocesso sucessional (dinmica linear) como em formaes em clmax, atravs das clareirase a substituio de indivduos mortos (QUEIROZ, 1995).

    A sucesso natural que ocorre aps a abertura de uma clareira na floresta, caracterizada por mudanas nas caractersticas ambientais, como luz, umidade etemperatura, constituindo-se no mecanismo pelo qual as florestas tropicais se renovam

    (GOMEZ-POMPA, 1971; WHITMORE, 1998). Nos locais anteriormente ocupados por umacomunidade florestal, e que sofreram grandes perturbaes antrpicas, o processo desucesso denominado sucesso secundria (KLEIN, 1980; GURIGUATA & OSTERTAG,2001). Este processo de regenerao diferencia-se da sucesso natural por apresentarestdios sucessionais bem definidos, compostos por um nmero reduzido de espciesdominantes (KLEIN, 1980), constituindo-se em perturbaes semelhantes a clareiras detamanho grande (KAGEYAMA et al. 1992, TOREZAN, 1995). As espcies adaptadas scondies edficas mais extremas como picos de morros, banhados, margens de rios eafloramento de rochas renem um conjunto de caractersticas ou sndromes muito prximasdaquelas classificadas como pioneiras dentro das clareiras (REIS et al., 1995).

    As caractersticas estruturais das formaes secundrias, resultantes deperturbaes antrpicas, dependem de diversos fatores, principalmente da fertilidade dosolo, do clima regional, e da proximidade com matas originais (KLEIN, 1980; WHITMORE,

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    1998; GUARIGUATA & OSTERTAG, 2001). A intensidade da degradao das condiesqumicas e fsicas do solo, conseqncia do uso intensivo da rea, pode determinar umaumento no nmero de estdios sucessionais ou a estabilizao do processo deregenerao (WHITMORE, 1998).

    reas cobertas por diferentes estdios sucessionais encontram-se mesclados napaisagem formando mosaicos, uma vez que a atividade antrpica ocupa as encostas deforma irregular. Isto pode ser facilmente observado em pequenas propriedades que utilizamo sistema de pousio, ou seja, o uso temporrio e abandono de pequenas reas de terra(QUEIROZ, 1995).

    O sistema de cultivo utilizado por pequenos agricultores, chamado de roa-de-toco,pousio ou coivara, constitui uma tradio milenar da maioria das populaes indgenas, e foiassimilada pelas populaes remanescentes dos processos de colonizao (ADAMS, 2000;OLIVEIRA, 2002). Esse modelo descrito por diversos autores e ocorre de modosemelhante em diferentes partes do mundo, sendo particularmente comum na zona dasflorestas tropicais e subtropicais (UHL, 1987; SALDARRIAGA et al., 1988; ADAMS, 2000;COOMES et al. 2000; OLIVEIRA 2002). O sistema baseado na derrubada e queima davegetao, seguindo-se um perodo de cultivo e, aps o declnio da fertilidade do solo, umperodo de abandono ou pousio para restaurao da fertilidade (UHL, 1987; SALDARRIAGAet al., 1988; ADAMS, 2000; COOMES et al. 2000; OLIVEIRA 2002).

    Em A Ferro e Fogo, Warren Dean (1996), aponta que todos os regimes agrcolasrepresentam transtorno a um ecossistema natural e que na verdade, procuram controlar asucesso natural em seu estdio inicial, introduzindo plantas cultivadas que, em seu estadoselvagem tinham s