Inventário Florestal Disgnóstico Do Conjunto de Glebas Mamuru Arapiuns

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    ELABORAÇÃO:SEAT Terraplanagem Ltda.

    COLABORAÇÃO:

    Manejo Florestal e Prestação de Serviços Ltda.

    INVENTÁRIO FLORESTAL DIAGNÓSTICO DOCONJUNTO DE GLEBAS ESTADUAIS

    MAMURU-ARAPIUNS - PARÁ

    RELATÓRIO FINAL

    Santarém – Pará

    2010

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    INVENTÁRIO FLORESTAL DIAGNÓSTICO DO CONJUNTO DE GLEBAS ESTAUDAIS MAMURU-ARAPIUNS - PARÁ

    ELABORADO POR:

     Andréa Conceição Bonato Colares1 

    Lia de Oliveira Melo2 

    Renato Bezerra da Silva Ribeiro3 

    COLABORADORES:

    Franciane Aguiar Santana4 

    Joselle da Silva Cabral4

    EQUIPE TÉCNICA DE CAMPO:

    José Carlos Damasceno – Engenheiro Florestal/Coordenador de Campo

    Murilo Moda Cunha – Engenheiro Florestal

    Erivan Carlos da Silva – Técnico Agrícola com especialidade em Manejo Florestal

    Lauricélio Miranda Vieira – Técnico Florestal.

    Santarém – Pará

    2010

    1 Engenheira Florestal – Coordenadora do Inventário Florestal Diagnóstico do Conjunto de Glebas Estaduais Mamuru Arapiuns2 Engenheira Florestal – Profa. Dra. da Universidade Federal do Oeste do Pará/UFOPA3 Engenheiro Florestal – Laboratório de Manejo de Ecossistemas Florestais/UFOPA4 Engenheira Florestal 

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     ÌNDICE

    1.  INTRODUÇÃO  82.   ÁREA DE ESTUDO 9

    2.1. LOCALIZAÇÃO E ABRANGÊNCIA  9

    2.2. ACESSO  102.3. VEGETAÇÃO  122.4. HIDROGRAFIA  132.5. RELEVO  142.6. SOLO  142.7. CLIMA  14

    3.  METODOLOGIA 153.1. Planejamento  153.2. Treinamento  153.3. Amostragem  153.4. Levantamento de campo  18

    3.4.1. Logística de deslocamento  183.4.2. Infraestrutura  183.4.3. Abertura de picadas  183.4.4. Instalação e identificação dos conglomerados 203.4.5. Instalação e identificação das Unidades de Amostra 203.4.6. Coleta de dados  213.4.7. Coleta de Material Botânico  23

    3.5. Identificação de material botânico  243.6. Consistência dos dados  243.7. Processamento e análise dos dados  24

    3.7.1 Estimativa do volume individual  243.7.2 Análise estatística  243.7.3 Análise da estrutura e diversidade da floresta  26

    4.  RESULTADOS  274.1  Agrupamento das espécies  27

    4.1.1.  Espécies para produção madeireira  274.2 RESULTADOS PARA TODA A POPULAÇÃO  284.2.1  Composição florística  284.2.2  Estrutura horizontal da floresta  284.2.3  Tabelas do povoamento  294.2.4   Análise estatística  314.2.5  Distribuição de frequência das classes de qualidade do fuste  324.2.6  Espécies para produção não-madeireira  324.2.6.1  Palmeiras – Família Arecacea 324.2.6.2  Cipós: Ambé, Titica e Timbó  334.2.6.3  Outras espécies de cipó  334.2.6.4 Espécies com potencial de produção de óleos e resinas 344.3 RESULTADOS REQUERIDOS POR ESTRATO 344.3.1 Composição florística 344.3.2 Estrutura horizontal da florestal 354.3.3 Diversidade 38

    4.3.4 Tabela do povoamento 384.3.5 Análises Estatísticas por Estrato 39

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    4.3.5.1 Espécies para produção madeireira 394.3.5.1.1 Todas as espécies 394.3.5.1.2 Grupo de espécies comerciais 404.3.5.1.3 Espécies para produção não madeireira 41

    4.3.6 Distribuição de frequência das classes de qualidade do fuste 43

    4.3.7 Observações complementares 444.3.7.1 Altura Comercial 444.3.7.2 Variáveis qualitativas de avaliação das unidades terciárias 44

    4.3.7.2.1 Vestígios de exploração 444.3.7.2.2 Percentual de afloramentos rochosos 454.3.7.2.3 Declividade do terreno 454.3.7.2.4 Tempo médio de medição de subunidades 464.3.7.2.5 Tempo médio de execução dos trabalhos por conglomerado 464.3.7.2.6 Tempo médio de deslocamento entre conglomerados 47

    5. ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS – POTENCIALIDADE DA FLORESTA PARA 486. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 49

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    Lista de Figuras

    Figura 01: Localização da área inventariada – Conjunto de Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns. 9

    Figura 02: Rota de acesso ao Conjunto de Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns. 10

    Figura 03: Localização dos pontos amostrais e rotas de aceso utilizadas pelas equipes delevantamento de campo da Empresa Licitada – Conjunto de Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    11

    Figura 04: Tipos Florestais e Localização das unidades de amostras inventariadas - Glebas EstaduaisMamuru-Arapiuns

    12

    Figura 05: Recursos hídricos - Conjunto de Glebas Mamuru-Arapiuns. 13

    Figura 06: Curvas de Nível - Conjunto de Glebas Mamuru-Arapiuns. 14

    Figura 07: Estrutura do conglomerado, formado por 8 subunidades alocadas sistematicamente sobreos eixos cardinais e detalhes das unidades de amostra e subparcela de 10 x 10 m.

    16

    Figura 08: Modelo de identificação dos piquetes utilizados para indicar os pontos centrais e assubunidades e subparcelas dos conglomerados.

    19

    Figura 09: Modelo de identificação dos piquetes usadas nas unidades de amostras referentes aosestratos 3 e 4.

    20

    Figura 10: Níveis de abordagem dentro das unidades de amostra. 21Figura 11: Famílias mais representativas em número de indivíduos. Inventário das Glebas EstaduaisMamuru-Arapiuns.

    28

    Figura 12: Distribuição do número de árvores por classe de diâmetro. Inventário das Glebas EstaduaisMamuru-Arapiuns.

    29

    Figura 13: Número de árvores por classe diamétrica, da população de indivíduos incluídos no Grupodas espécies não madeireiras. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    43

    Lista de Quadros

    Quadro 01: Informações sobre o número e distribuição de unidades de amostra nas tipologias florestaisinventariadas, conforme mapeamento da vegetação realizado na escala 1:250.000 (SIPAM/IBGE).

    15

    Quadro 02: Coordenadas geográficas fornecidas pelo Serviço Florestal para localização das unidadesde amostra de acordo com a tipologia florestal.

    17

    Quadro 03: Relação de transportes utilizados para deslocamento das equipes de campo. 18

    Lista de Tabelas

    Tabela 1: Números de árvores e espécies por grupo de comercialização da madeira. Inventário dasGlebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    27

    Tabela 2: Composição Florística por estrato. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns. 28

    Tabela 3: Espécies mais importantes na estrutura horizontal da Floresta. Inventário das Glebas

    Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    29

    Tabela 4: Estimativa do numero de árvores, área basal e volume por grupo de valor da madeira, paratodas as árvores registradas. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    30

    Tabela 5: Espécies que se destacaram em volume (m3.ha-1). Inventário das Glebas EstaduaisMamuru Arapiuns.

    30

    Tabela 6: Estimativa do volume por grupo de valor da madeira, para árvores com DAP ≥ 50 cm.Inventário das Glebas Estaduais Mamuru Arapiuns.

    312

    Tabela 7: Análise estatística da população para as variáveis área basal e volume considerando todasas árvores com DAP≥ 10 cm. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    31

    Tabela 8: Análise estatística da população para as variáveis área basal e volume considerando árvores

    comerciais com DAP ≥ 50 cm. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    31

    Tabela 9: Valores absolutos e percentuais (freqüência) das classes de qualidade do fuste para os 32

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    Grupos de espécies comerciais com DAP>50 cm. Inventário do Conjunto de Glebas EstaduaisMamuru-Arapiuns.

    Tabela 10: Estrutura horizontal das espécies da Família Arecaceae com DAP ≥ 10 cm de DAP(diâmetro mínimo de medição).

    33

    Tabela 11: Número de indivíduos em que ocorrem cipó e sua porcentagem em relação ao total de

    indivíduos inventariados. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    33

    Tabela 12: Estrutura horizontal para cipós registrados com DAP>10cm (diâmetro mínimo de medição).Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    34

    Tabela 13: Estrutura horizontal para espécies com potencial para óleos e resinas. Inventário dasGlebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    34

    Tabela 14: Nº de famílias, gêneros e espécies identificados em cada estrato. Inventário das GlebasEstaduais Mamuru-Arapiuns.

    35

    Tabela 15: Espécies mais importantes na estrutura horizontal da floresta no estrato 1. Inventário dasGlebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    36

    Tabela 16: Espécies mais importantes na estrutura horizontal da floresta no estrato 2. Inventário das

    Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    36

    Tabela 17: Espécies mais importantes na estrutura horizontal da floresta no estrato 3. Inventário dasGlebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    37

    Tabela 18: Espécies mais importantes na estrutura horizontal da floresta no estrato 4. Inventário dasGlebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    37

    Tabela 19: Índice de diversidade de Shannon-Weaver obtido por unidade primária e por estrato.Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    38

    Tabela 20: Número de árvores, área basal e volume por hectare e por estrato. Inventário das GlebasEstaduais Mamuru-Arapiuns.

    39

    Tabela 21: Análise estatística, por estrato, para a variável Área Basal de todas as árvores com DAP >10 cm. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    39

    Tabela 22: Análise estatística, por estrato, para a variável Volume de todas as árvores com DAP > 10cm. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    40

    Tabela 23: Análise estatística, por estrato, para a variável Área Basal dos indivíduos comerciais comDAP > 50 cm. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    41

    Tabela 24: Análise estatística, por estrato, para a variável volume, dos indivíduos comerciais com DAP> 50 cm. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    41

    Tabela 25: Análise estatística, por estrato, para a variável Número de árvores por hectare, dosindivíduos incluídos no Grupo das espécies não madeireiras. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru- Arapiuns.

    42

    Tabela 26: Análise estatística para a variável número de árvores por hectare, da população de

    indivíduos incluídos no Grupo das espécies não madeireiras. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru- Arapiuns.

    42

    Tabela 27: Análise estatística por estrato para a variável Número de árvores por classe diamétrica, dapopulação de indivíduos incluídos no Grupo das espécies não madeireiras. Inventário das GlebasEstaduais Mamuru-Arapiuns.

    43

    Tabela 28: Valores absolutos e percentuais (freqüência) das classes de qualidade do fuste para osestratos, considerando espécies comerciais com DAP>50 cm. Inventário do Conjunto de GlebasEstaduais Mamuru-Arapiuns.

    44

    Tabela 29: Média da altura comercial (m) e desvio padrão por classe de DAP (cm) e por estrato.Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    44

    Tabela 30: Número e porcentagem parcelas com vestígios de exploração madeireira. Inventário das

    Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

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    Tabela 31: Número e porcentagem de parcelas com afloramentos rochosos. Inventário das GlebasEstaduais Mamuru-Arapiuns.

    45

    Tabela 32: Número e porcentagem de parcelas com níveis de declividade do terreno. Inventário dasGlebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    46

    Tabela 33: Tempo médio de medição de subunidades (20m x 200m). Inventário das Glebas Estaduais

    Mamuru-Arapiuns.

    46

    Tabela 34: Tempo médio de execução por conglomerado. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru- Arapiuns.

    47

    Tabela 35: Tempo gasto de deslocamento entre conglomerados. Inventário das Glebas EstaduaisMamuru-Arapiuns

    48

    ANEXOS

    1. Lista de espécies florestais comerciais e potenciais que ocorrem na Gleba Mamurú-Arapiuns porgrupos de uso 

    51

    2. Estrutura Horizontal da Floresta por estrato  59

    3. Tabelas do Povoamento (n, g, v) por grupo de valor da madeira (toda a floresta)   82

    4. Tabelas do Povoamento (n, g, v) por classe de DAP para toda a floresta  99

    5. Tabelas do Povoamento (n, g, v) por estrato  124

    6.  Análise estatística para a Área basal total  125

    7.  Análise estatística para a Área basal comercial (DAP ≥ 50cm)  127

    8.  Análise estatística para o Volume total  129

    9.  Análise do Volume comercial (DAP ≥ 50cm)  131

    10. Análise do número de árvores para Produtos florestais não madeireiros  133

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    1. INTRODUÇÃO

     A Amazônia brasileira possui a maior extensão de floresta tropical primária contínua do mundo, comárea de, aproximadamente, 300 milhões de hectares. Além da importância do ponto de vista do estoque derecursos madeireiros e não madeireiros, a floresta da região desempenha papel importante, tanto para servir

    de abrigo às diferentes formas de vida, como para manter o funcionamento equilibrado de seusecossistemas. A mesma é também o maior reservatório natural de diversidade do planeta, onde cada um deseus diferentes ambientes florestais possui um contingente florístico rico e variado, muitas vezes exclusivo dedeterminado ambiente (Oliveira & Amaral, 2004). O conhecimento da fitossociologia, dos estoques e dadinâmica das florestas tropicais é de suma importância tanto para a produção madeireira como para definirestratégias de proteção das mesmas. É necessário conhecer seu potencial por meio de estudos ecológicosda área e os produtos que o manejo disponibiliza, utilizando-se assim o inventário florestal como ferramentapara se obter tais resultados. O conhecimento da estrutura florestal e a sua relação com a diversidade eprodutividade é essencial para o planejamento de sistemas silviculturais ecológico e sócio-economicamenteviáveis (Carvalho, 1982).

     As florestas que compõe as Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns não poderiam fugir a estacaracterística de floresta tropical, rica em diversidade de espécies. E, por estar situada em uma região ondeconvergem diversos interesses econômicos como a exploração madeireira e a expansão agrícola e que taisinteresses na verdade se tornarão, com o tempo, uma necessidade para o desenvolvimento social da região,o Governo através de suas instituições estaduais (Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará) e como oauxilio do Governo Federal (através do Serviço Florestal Brasileiro) vem realizando estudos florísticos emsuas florestas estaduais a fim de ter obter informações sobre a aptidão das suas florestas e com isso,promover seu uso sustentável através das concessões florestais.

     A concessão florestal é uma das modalidades de gestão de florestas públicas, criada a partir da Lei11.284/2006 (marco legal que propicia a implementação do uso florestal sustentável para a produção emflorestas públicas no Brasil). Esta modalidade consiste na delegação onerosa, feita pelo poder concedente,do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade demanejo, mediante licitação à pessoa jurídica, por um prazo determinado. Desta forma, o Governo reduz osriscos de exploração ilegal de suas reservas naturais e garante que a população residente nestas áreas nãosofra um impacto social brusco.

    Desta forma, o presente documento refere-se ao Relatório Preliminar das análises estáticasquantitativas e qualitativas realizadas através do Inventário Florestal Diagnóstico do Conjunto de GlebasEstaduais Mamuru-Arapiuns no Estado do Pará, firmado entre o Serviço Florestal Brasileiro e a empresaSEAT Terraplanagem pelo Contrato Administrativo nº 09/2009, assinado em 15 de Abril de 2009, Processo nº02000.003093/2008-15.

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    2. ÁREA DE ESTUDO

    2.1. LOCALIZAÇÃO E ABRANGÊNCIA

    O estudo foi desenvolvido na área denominada de Conjunto de Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns,localizada entre os municípios de Santarém, Juruti e Aveiro, no Estado do Pará, abrangendo uma áreaaproximada de 600.000 hectares (Figura 01). Ficam inseridas dentro deste limite as Glebas Nova Olinda I e II

    e a Gleba Mamuru, conforme Anexo 1 do Termo de Referência lançado para este trabalho.

    Figura 01: Localização da área inventariada – Conjunto de Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    Fonte: Laboratório de Sensoriamento Remoto/Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (2009).

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    2.2. ACESSO

    De acordo com o Plano de Outorga Florestal  –  PAOF 2010, as Glebas Mamuru podem seracessadas através de cinco percursos. O primeiro, por terra, sai de Itaituba passando pelo Projeto deDesenvolvimento Sustentável  –  PDS Anjo da Guarda e seguindo pela estrada “Transjuruti”. O segundopercurso via fluvial e terrestre, saindo de Santarém, seguindo pelo rio Arapiuns e acessando rotas terrestres(estradas e ramais), a partir da Gleba Nova Olinda. A terceira rota, vias fluvial e terrestre, sai de Santarématé a localidade de Patacho, de onde se segue por rota terrestre através de estradas e ramais. A quartapossibilidade acontece partindo-se de Juruti, via terrestre, seguindo por estradas e ramais de acesso pelaGleba Nova Olinda III. Por fim, a quinta possibilidade se dá através de Juruti, via fluvial, com destino ao rioMamuru ou ainda saindo de Parintins descendo pelo Rio Mamuru (Figura 02).

    Figura 02: Rota de acesso ao Conjunto de Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    Fonte: Laboratório de Sensoriamento Remoto/Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (2009).

     A empresa, para andamento do seu serviço, optou pelas seguintes trajetórias, para acesso dos

    pontos amostrais durante as três etapas de levantamento de campo:

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      Seguindo pela BR 163 até o Km 30, de onde segue pela Rodovia Transamazônica até o Município deItaituba – daí em diante, estradas vicinais levam a área de estudo;

      Subindo o Rio Amazonas até o município de Parintins-AM, descendo então pelo Rio Mamuru;

      E, numa terceira opção subiu o Rio Tapajós até a Comunidade de Lago Grande de onde o acesso

    pode ser feito ou pela Rodovia Traslagos ou mesmo pelo Rio Arapiuns. (Figura 03)

    Figura 03: Localização dos pontos amostrais e rotas de aceso utilizadas pelas equipes delevantamento de campo da Empresa Licitada – Conjunto de Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    Fonte: Manejo Florestal e Prestação de Serviços Ltda.

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    2.3. VEGETAÇÃO

    De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará - IDEFLOR, a área de estudoapresenta quatro tipos florestais (Figura 04), sendo:

    1. Floresta Ombrófila Densa Terras baixas Dossel emergente (Dbe), com 246.321,394 ha;2. Floresta Ombrófila Densa Terras baixas Dossel emergente + Aberta com palmeiras (Dbe +

     Abp), com 304.918,307 ha;3. Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras (Abp), com 4.444,451 ha;4. Floresta Ombrófila Aluvial Dossel Uniforme (Dau), com 9.057,537 ha.

    Figura 04: Tipos Florestais e Localização das unidades de amostras inventariadas - Glebas EstaduaisMamuru-Arapiuns

    Fonte: Laboratório de Sensoriamento Remoto/Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (2009). 

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    2.4. HIDROGRAFIA

     A hidrografia da região é caracterizada por apresentar quatro bacias principais: a Bacia do Rio Amazonas, Bacia do Rio Tapajós, Bacia do Rio Arapiuns e Bacia do Rio Mamuru.

    a) Bacia do rio Amazonas: constitui-se na principal bacia, pois favorece o acesso à região(entrada/saída), em razão de sua alta navegabilidade.

    b) Bacia do rio Tapajós: O rio Tapajós, principal formador da Bacia, tem o seu encalce defronte da“Área de Influência” do estudo. Em grande parte da bacia do Tapajós predomina uma vegetaçãoexuberante, com presença de árvores de grande porte, às vezes, com altura de 25 m a 35 m,caracterizando uma Floresta Densa de terra firme, na qual está inserida a Floresta Nacional doTapajós, na margem direita

    c) Bacia do rio Arapiuns: localizada entre as bacias do Tapajós e do Amazonas, ocupa uma superfícieaproximada de 7.064 km², correspondendo a cerca de 28% de todo o espaço municipal. É ainda oúltimo grande afluente do rio Tapajós.

    d) Bacia do rio Mamuru: localizado em área estratégica, parte de sua área esta no estado do Amazonas e parte no estado do Pará. A cabeceira do rio Mamuru situa-se em território paraense àsproximidades dos municípios de Itaituba e Aveiro, e segue em direção à ilha de Tupinambarana(Parintins-AM). Existe muito pouca informação sobre a bacia do rio Mamuru, apesar de suaimportância incontestável para a região, haja vista a vasta área ainda nativa, com recursos naturais

    ainda intocados e eminentemente explorados pelas comunidades tradicionais.

     As principais bacias internas na área do conjunto de Glebas Mamuru-Arapiuns são do rio Arapiuns,com dois afluentes (Aruã e Maró) percorrendo o limite norte da gleba Nova Olinda I e o limite sul da glebaCumurucuri; e do rio Mamuru, que percorre do sul para o oeste da gleba Nova Olinda II (Figura 05). A baciado Arapiuns tem suas nascentes na Gleba Nova Olinda.

    Figura 05: Recursos hídricos - Conjunto de Glebas Mamuru-Arapiuns.Fonte: Laboratório de Sensoriamento Remoto/Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (2009).

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    2.5. RELEVO

    Predomina na Região do Conjunto de Glebas Mamuru Arapiuns o relevo de planícies e planaltos.

     A planície ocupa a porção Norte e Leste do Entorno (ED) e constitui basicamente as áreas devárzeas formadas pelo rio Amazonas e o delta dos igarapés e rios tributários nessa porção, como o rioMamuru. Essa planície é submetida às inundações sazonais do rio Amazonas (Figura 06).

    O planalto representa uma superfície entre a planície supramencionada e os planaltos Tapajós -Xingu e Tapajós – Madeira (UFRA, 2009).

    Figura 06: Curvas de Nível - Conjunto de Glebas Mamuru-Arapiuns.Fonte: Laboratório de Sensoriamento Remoto/Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (2009).

    2.6. SOLO

    De acordo com o estudo ecológico econômico da área de influência da BR 163 (EMBRAPA 2007), ossolos da região do Mamuru-Arapiuns compõem-se de duas tipologias básicas:

      Latossolo Amarelo para as áreas de terra-firme e nas áreas alagáveis e próximas dosgrandes cursos d´água da região como o rio Amazonas;

      Gleissolo Háplico.

    2.7. CLIMA

    O clima da região é do tipo Amw de Köppen, caracterizado como quente e úmido e apresenta duasestações bem definidas: uma chuvosa, de janeiro a julho e outra seca, de agosto a dezembro. A temperaturaanual veria entre 25°C e 28°C com média anual de precipitação pluviométrica em torne de 1.900 mm.  

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    3. METODOLOGIA

     A metodologia adotada para a execução do inventário florestal amostral compreendeu sete etapas:planejamento, treinamento, amostragem, levantamento de campo, identificação de material botânico,consistência dos dados, tratamento e processamento dos dados.

    3.1. Planejamento

    O planejamento contemplou a elaboração do Plano de Trabalho, onde foram expostos os critérios emetodologias a serem seguidos para execução do trabalho, a fim de obter resultados satisfatórios, com umamargem de erro mínima.

    Nesta fase foram contratados os profissionais que compunham as equipes de trabalho de campo e aequipe técnica, esclarecendo suas funções e responsabilidades.

    3.2. Treinamento

     A SEAT promoveu treinamento para todos os envolvidos nas atividades de campo. Este treinamentofoi conduzido por uma equipe técnica da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA.

    O treinamento consistiu em técnicas de instalação e identificação das parcelas (conglomerados),coleta de dados, coleta de material botânico, utilização do hipsômetro (aparelho a ser utilizado para mediçãoda altura comercial das árvores) e da bússola.

     A equipe selecionada para a coleta de material botânico foi treinada para preenchimento das fichasde campo, preparação de excicatas e aferição no uso de nomes vulgares para as diferentes espécies,visando garantir um nível de consistência de pelo menos 95% na identificação botânica pelos diferentesidentificadores.

    3.3. Amostragem

    O sistema de amostragem a ser utilizado foi previamente definido pelo Serviço Florestal Brasileiro.Foram adotados dois tipos de amostragem: a Amostragem Estratificada e a Amostragem Simples ao Acaso.

     A Amostragem Estratificada foi adotada para as tipologias florestais predominantes da área (Dbe eDbe + Abp), onde foram distribuídos aleatoriamente 30 conglomerados (15 unidades para cada estrato).

    Para os estratos menores, Abp e Dau, o processo de amostragem adotado foi o Simples ao Acaso(ASA), com distribuição aleatória de 10 unidades de amostra de 20 x 200 m cada (Quadro 01).

    N Tipologias Área (ha) Cong* Sub**

    1 Dbe - Floresta Ombrófila Densa Dossel Emergente  246.321,394 15 1202

    Dbe + Abp - Floresta Ombrófila Densa terras Baixas DosselEmergente + Aberta com Palmeiras 

    304.918,307 15 120

    3 Abp - Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras 4.444,451 10

    4 Dau - Floresta Ombrófila Densa Aluvial Dossel Uniforme  9.057,537 10

    Total: 564.741,689 30 260

    Quadro 01: Informações sobre o número e distribuição de unidades de amostra nas tipologiasflorestais inventariadas, conforme mapeamento da vegetação realizado na escala 1:250.000(SIPAM/IBGE).

    * Números de Conglomerados

    ** Subunidades ou unidades de amostra, onde os dados serão registrados.

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    Cada conglomerado abrangia uma área de 100 hectares (1.000 x 1.000 m), composto por 8subunidades de 20 x 200 m cada, alocadas sistematicamente a partir de um ponto central, sendo que a cadaeixo cardinal (Leste-oeste Norte-sul) duas unidades foram alocadas, a primeira a 50 metros do ponto central,e a segunda a 50 metros da primeira (Figura 07).

    Figura 07: Estrutura do conglomerado, formado por 8 subunidades alocadas sistematicamente sobreos eixos cardinais e detalhes das unidades de amostra e subparcela de 10 x 10 m.

    1000 m

       1   0   0   0  m 

    50 m200 m

    N

    1000 m

       1   0   0   0  m 

    50 m

       2   0   0  m 

       1   0  m 

    1

    2

    3 4

    5

    6

    20 m

    78

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     A seleção das unidades de amostra em cada tipologia florestal foi feita previamente pelo ServiçoFlorestal, que forneceu as coordenadas geográficas do ponto central de cada conglomerado para os estratosmaiores (Dbe e Dbe + Abp) e do ponto de início da subunidade para os estratos menores Dau e Abp (Quadro02).

    ESTRATOS N CONGLOMERADOCOORDENADA DO PONTO CENTRAL

    DO CONGLOMERADOLatitude Longitude

       0   1  :   F   l  o  r

      e  s   t  a   O  m   b  r   ó   f   i   l  a   D  e  n  s  a

       D  o  s  s

      e   l   E  m  e  g  e  n   t  e   (   D   b  e   )

    1 14 -3 04 16 -55 54 342 2 -3 05 21 -56 21 493 1 -3 04 32 -56 30 274 11 -3 27 10 -55 59 095 5 -3 25 17 -56 17 466 10 -2 48 55 -56 01 517 15 -2 52 57 -55 48 548 13 -3 09 07 -55 54 349 6 -3 08 51 -56 16 57

    10 2 -3 08 51 -56 28 34

    11 7 -3 20 43 -56 13 4312 8 -3 15 20 -56 05 2113 9 -3 02 07 -56 02 0714 12 -3 20 43 -55 56 1115 4 -3 29 04 -56 20 12

       0   2  :   F   l  o

      r  e  s   t  a   O  m   b  r   ó   f   i   l  a   D  e  n  s  a

       T  e  r  r  a  s   b  a

       i  x  a  s   D  o  s  s  e   l   E  m  e  r  g  e  n   t  e   +

       A   b  e  r   t  a  c  o

      m    P  a   l  m  e   i  r  a  s   (   D   b  e   +   A   b  p   ) 1 12 -2 53 46 -56 05 37

    2 14 -2 50 32 -55 55 223 3 -3 11 49 -56 30 114 8 -3 17 45 -56 16 575 10 -3 17 29 -56 08 526 11 -3 07 15 -56 04 497 6 -3 37 57 -56 21 338 2 -3 24 29 -56 30 119 9 -3 30 41 -56 09 24

    10 15 -3 30 09 -55 59 09

    11 13 -2 48 22 -56 04 4912 4 -3 16 23 -56 23 4213 5 -3 21 47 -56 21 1714 1 -3 39 18 -56 28 1815 7 -3 36 20 -56 13 43

    ESTRATOS NUNIDADE DE

    AMOSTRA

    COORDENADA GEOGR FICA DOPONTO CENTRAL DO INÍCIO (SUL)

    DA UNIDADE DE AMOSTRALatitude Longitude

       0   3  :   F   l  o

      r  e  s   t  a   O  m   b  r   ó   f   i   l  a

       A   b  e  r   t  a  c  o  m    P  a   l  m  e   i  r  a  s

       (   A   b  p   )

    1 8 - 3 33 22 -56 01 352 9 -3 30 56 -56 01 183 6 -3 34 43 -56 02 564 4 -3 32 17 -56 04 005 5 -3 35 15 -56 04 166 1 -3 31 58 -56 07 337 2 -3 31 02 -56 06 15

    8 10 -3 30 12 -56 00 479 3 -3 31 47 -56 05 18

    10 7 -2 33 55 -56 02 13

       0   4  :   F   l  o  r  e  s   t  a   O  m   b  r   ó   f   i   l  a

       D  e  n  s  a   A   l  u  v   i  a   l   D  o  s  s  e   l

       U  n   i   f  o  r  m  e   (   D  a  u   )

    1 7 -3 29 03 -56 18 512 6 -3 26 54 -56 19 563 8 -3 34 11 -56 18 354 5 -3 29 03 -56 23 105 4 -3 32 01 -56 24 156 3 - 3 36 03 -56 24 317 9 -3 36 36 -56 18 358 10 -3 38 45 -56 18 519 2 -3 39 01 -56 25 52

    10 1 -3 40 22 -56 27 13

    Quadro 02: Coordenadas geográficas fornecidas pelo Serviço Florestal para localização das unidadesde amostra de acordo com a tipologia florestal.

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    3.4. Levantamento de campo

    3.4.1. Logística de deslocamento

    Todos os profissionais envolvidos nos trabalhos de campo foram conduzidos sob responsabilidadeda SEAT Terraplanagem Ltda., de Santarém à área de estudo. Alguns pontos foram alcançados por estradasou trilhas de acesso, outros via fluvial.

    Os transportes utilizados para deslocamento das equipes foram motocicletas, toyotas, barcos erabetas, de acordo com as características das áreas visitadas (Quadro 03).

    Meios de acesso Qtd. Transporte a utilizar

    Terrestre2 Moto

    2 Toyota Bandeirantes

    Fluvial1 Barco motor

    1 RabetaQuadro 03: Relação de transportes utilizados para deslocamento das equipes de campo.

    Para um bom andamento das atividades de campo a empresa disponibilizou uma pessoaresponsável exclusivamente para a logística de acesso aos pontos amostrais.

    3.4.2. Infraestrutura

    Por se tratar de uma região bastante povoada, alguns pontos de medição ficaram próximos deimóveis rurais, que serviram de local para base de acampamento das equipes de campo. Em algumas

    situações, foram construídos acampamentos com infraestrutura provisória.

    De regra, estes acampamentos tinham um local para repouso e dormida, um para armazenamento epreparo dos alimentos, um para higiene pessoal, um para lavagem de roupas e de materiais e um localapropriado para armazenamento de água para consumo humano.

    Nas parcelas alocadas próximas aos rios navegáveis da região, as equipes de trabalho ficaramacomodadas na embarcação alocada para transporte e apoio.

    Primeiros socorros

    Kit‟s de primeiros socorros foram disponibilizados para as equipes de campo. 

    Também foram disponibilizados hipoclorito de sódio para eventuais necessidades de consumo deágua de rios e igarapés. O uso e dosagem adequada foi orientada aos trabalhadores a fim de evitarproblemas de intoxicação.

    Equipamentos de Proteção Individual - EPI

    Os trabalhadores de campo ganharam equipamentos de proteção individual a fim de reduzir riscos deacidentes no trabalho. Foram fornecidos botas e capacetes a todos os envolvidos nas atividades de campo.

    3.4.3. Abertura de picadas

     A equipe de abertura de picadas foi a primeira a entrar na área, antes dos grupos de coleta de dadose material botânico. Para acesso aos pontos, picadas de acesso foram feitas a fim de localizar exatamente oscentros das unidades primárias.

    Encontrando-se o ponto central (para os conglomerados), foi aberta picada no sentido Norte (Azimute0) e, a cada 50 metros deste foi alocada a primeira subunidade (20 x 200m) e a partir de 50 metros desta a

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    segunda subunidade deste eixo cardinal. Esta metodologia foi adotada para os quatro eixos cardinais: Norte,Sul (Azimute 180º), Leste (Azimute 90º) e Oeste (Azimute 270º). Em cada subunidade de 20 x 200 metrosforam instaladas duas subparcelas de 10 x 10 m cada, uma no início (a esquerda) e outra no final (a direita).

    Para as unidades de amostra correspondente aos estratos 3 e 4, a coordenada geográfica fornecidareferia-se ao ponto de início das atividades de medição, ou seja, o início da picada central da unidade deamostra (20 x 200 m), feita no sentido norte.

     A disposição das subunidades e das subparcelas pode ser visualizada na Figura 08.

    Figura 08: Modelo de identificação dos piquetes utilizados para indicar os pontos centrais e assubunidades e subparcelas dos conglomerados.

    8 O 8 7 O 7

    1 N T

    2 N I

    2 N T

    1 N I

    E C

     

    6 S

    6 S T

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    3.4.6. Coleta de dados

     A coleta de dados seguiu rigorosamente os parâmetros definidos no Plano de Trabalho, e mantevefoco nos indivíduos de espécies florestais de valor comercial e potencialmente comercial para usomadeireiro, espécies florestais para uso não madeireiro, além de palmeiras e cipós (Ambé, Titica e Timbó).

    O inventário ocorreu dentro das unidades de amostras (20 x 200 m), sendo que as medições se

    deram em dois níveis de abordagem:

      Nível I (subparcelas de 10 x 10m)  – todos os indivíduos com DAP > 10 cm;  Nível II (parcelas de 20 x 200 m)  – todos os indivíduos com DAP > 20 cm.

    Detalhes da subdivisão das unidades de amostras são apresentados na Figura 10.

    Figura 10: Níveis de abordagem dentro das unidades de amostra.

    Para cada indivíduo abordado, foram coletadas e identificadas as seguintes variáveis: número deidentificação da árvore, nome vulgar, forma de vida, circunferência à altura do peito  –  CAP, classe dequalidade de fuste, ocorrência de cipós, altura comercial.

     As árvores situadas nas áreas limítrofes da parcela tiveram um parâmetro específico de inclusão,sendo:

      Árvores situadas à margem esquerda da parcela  –  foram inventariadas somente as que estavamtotalmente inclusas no limite de 10 metros de largura a partir da picada central;

      Árvores situadas no limite direito da parcela  –  consideraram-se todos os indivíduos que seencontravam parcialmente ou totalmente dentro da parcela.

    a) Número da árvore

     A identificação dos indivíduos mensurados foi feita manualmente com etiquetas confeccionadas emnapa (3 x 2 cm), de cor contrastante com o tronco das árvores e foram fixadas logo acima do ponto demedição da CAP (1,30 m do solo). Os números foram escritos com caneta permanente, sendo que, paracada subunidade de amostra (20 x 20 m), a seqüência de números zerou  – esta opção se deu em virtude de

    facilitar o andamento das atividades uma vez que mais de uma equipe poderia trabalhar em um mesmoconglomerado.

    b) Nome Vulgar

     A identificação das espécies foi realizada por identificadores (mateiros) experientes da região, queforneceram o nome comum das espécies registradas.

    c) Forma de vida

    Referiu-se ao hábito da espécie, ou seja, foi identificado se a espécie era uma árvore, palmeira,bambu, cipó, outra. Para este parâmetro foram utilizados os seguintes códigos:

      1 -  Árvore

      2 - Palmeira

    Nível II (20 x 200 m)

    DAP > 20 cmNível I (10 x 10 m)

    DAP > 10 cm

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      3 - Bambu

      4 - Cipó

      5 - Outras

    d) Circunferência à altura do peito A medição foi feita com trena a 1,30 m do solo, tomando-se o cuidado de manter a trena sempre na

    posição horizontal em relação ao solo e retirando cipós, ninhos de cupins ou outras anomalias presentes noponto de medição. A unidade de medida foi „centímetros‟, sem casas decimais (arredondamento paramenos).

    Em casos especiais, foram adotados os seguintes critérios de medição da CAP:

      Árvore em terreno incl inado:  CAP medido pelo ponto mais elevado do terreno;

      Árvore incl inada:  CAP tomado com a trena em posição perpendicular ao eixo do tronco da árvore;

      Árvor e com bif urc ação abaix o de 1,30 m :  medição dos 2 fustes;

      Árvo re com d efo rm ação ou sapo pem a no p ont o d e med ição:   medição acima da regiãodefeituosa (aproximadamente 20 cm acima);

      Árvores com sapop emas m uito altas que im pos sibi l i tam a medição di reta:   estimativa dacircunferencia.

    e) Classe de Qualidade de Fuste

     A avaliação do fuste foi em função do seu aproveitamento para a produção de madeira, e foiregistrada a partir da seguinte codificação:

      QF 1 – fuste reto e cilíndrico com bom aproveitamento comercial;

      QF 2 – fuste com leve tortuosidade ou defeito, com aproveitamento comercial;  QF 3 – fuste tortuoso, oco ou defeituoso, sem aproveitamento comercial.

    f) Ocorrência de Cipós

     A presença ou ausência de cipós no fuste ou caindo da copa da árvore inventariada foi observadaem cada indivíduo. Desta forma, foi possível avaliar o potencial da floresta para a produção de produtosflorestais não madeireiros.

    Três tipos principais de cipós foram avaliados com campo específico na ficha de campo, sendo:

      Titica (Heteropsis spp – Araceae) – C1;  Ambé (Philodendron sp – Araceae) – C2;

      Timbó (Heteropsis sp – Sapindaceae) – C3. g) Altura comercial

     A altura comercial (da base do tronco até a primeira bifurcação) das árvores foi medida com ohipsômetro, instrumento baseado no princípio trigonométrico. A unidade de medida adotada foi „metros‟, comuma casa decimal. Fichas de campo específicas para coleta de dados de altura foram confeccionadas a fimde abranger 30 observações por classe de diâmetro dentro de cada estrato.

    Para obtenção desta variável, foi utilizado o Hipsômetro/Clinômetro Opti-Logic 400LHA  –  sérieLaser Rangefinder, que fornece a medida automaticamente, sem a necessidade de cálculos. A exigênciadeste aparelho é de que o observador se mantivesse a uma distancia mínima de 4 metros do indivíduo a sermensurado. Esse valor (distancia do individuo até a árvore) foi descrito na ficha de campo a fim de facilitar acomparação dos valores obtidos pela equipe de vistoria do SFB, uma vez que os aparelhos utilizados pelas

    equipes não eram iguais.

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    Para um melhor andamento da atividade em campo, as classes diamétricas foram convertidas emclasses de circunferência.

    h) Outras informações

    Informações complementares foram registradas nas fichas de campo sendo:

    Informações gerais s obre a equip e e o rendim ento d os tr abalhos

    Foram informadas as datas de medição das amostras (dia/mês/ano), o responsável pela equipe, oidentificador botânico e o rendimento dos trabalhos de medição (indicação da hora de início e término demedição da unidade).

    Informações so bre o con glom erado

    Em cada ficha de campo foi anotado o número da unidade primária (conglomerado) e o estrato.Sendo que para os estratos 1 (Dbe) e 2 (Dbe+Abp) a unidade primária variou de 1 a 15 cada e, para osestratos 3 (Abp) e 4 (Dau) o campo foi preenchido com códigos de de 1 a 10. Cada uma das 8 subunidadesdo conglomerado também foram identificadas nos cabeçalhos da ficha de campo.

     As coordenadas em UTM, também foram coletadas a partir da localização do ponto central de cada

    conglomerado ou unidade de amostra.Informações sob re a su bu nid ade

    Fez-se a avaliação dentro de cada unidade de amostra (20 x 200 m) sobre: 

    i)  Existência de vestígios de exploração:

    SIM  –  caso houvesse algum vestígio de exploração, como por exemplo, tocos de árvoresexploradas, trilhas de arraste, pátios, etc.;

    NÃO – para a não existência de vestígios.

    i i)  Ocorrência de afloramentos rochosos:

     A existência ou não de afloramentos rochosos registradas nas fichas de campo considerou a áreaque ocupam em relação a área da subunidade, sendo:

    0 – Inexistente

    1 – Baixa (< 25%)

    2 – Moderada (25- 50%)

    3 –  Alta (> 50% da área da unidade de amostra)

    i i i )  Declividade do terreno.

    Esta observação considerou o percentual predominante de ondulação do terreno sendo:

    1 – Plano (terreno com declividade menor que 5%)

    2 – Levemente ondulado (declividade entre 6-15%)

    3 – Ondulado (declividade entre 16-30%)

    4 – Fortemente ondulado (declividade maior que 30%)

    3.4.7. Coleta de Material Botânico

    Para identificação concisa das espécies inventariadas, foi formada uma equipe de coleta de materialbotânico, supervisionada diretamente por um técnico florestal (coordenador de equipe) e pelo Coordenadorde campo (engenheiro florestal).

     A técnica adotada foi a coleta de material botânico, preferencialmente fértil, através de escalagemcom peconha e uso de podão. Foram anotadas, também, as características morfológicas de cada individuocoletado em ficha de campo específica.

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    O acondicionamento das amostras se deu em jornal, sendo prensadas até envio ao herbário daUniversidade Federal Rural da Amazônia em Belém-PA. Todo o trabalho foi realizado conforme treinamentofeito com a equipe antes da saída a campo, seguindo sempre os procedimentos do livro ‘Diretrizes paracoleta, herborização e identificação de material botânico nas parcelas permanentes em florestas naturais da

     Amazônia brasileira’  GT Monitoramento de Florestas – ProManejo/IBAMA, Manaus (Ferreira, G.C., 2006).

    Conforme a exigência do edital procurou-se coletar amostras botânicas de todas as espécies queforam inventariadas.

    3.5. Identificação de material botânico

    Todo material botânico coletado foi encaminhado ao Herbário da Universidade Federal Rural da Amazônia, em Belém, Estado do Pará, para identificação, ficando sob responsabilidade da ProfessoraGracialda da Costa Ferreira, especialista em coleta e identificação de material botânico.

    3.6. Consistência dos dados

    Os dados obtidos a partir do levantamento de campo foram organizados e digitados em sistemaoperacional Windows VISTA em planinha eletrônica do Excel. Para conferência dos dados, após a digitaçãoas fichas foram impressas para serem comparadas as fichas de campo originais, a fim corrigir possíveis errosde digitação.

    3.7. Processamento e análise dos dados

    Todos os dados obtidos no inventário foram processados de forma a subsidiar as análisesestatísticas necessárias, assim como todos os demais resultados demandados. Após a digitação eaveriguação foi realizado o agrupamento das espécies, seguindo as especificações do termo de referência elevando em consideração a identificação botânica realizada pelo Herbário.

    3.7.1 Estimativa do volume individual

    Os volumes individuais das arvores de cada unidade amostral, a partir dos quais se estimou osvolumes comerciais e totais de cada estrato e da população como um todo, foram obtidos através daequação volumétrica desenvolvida por Silva et al   (1984) e indicada no edital 04/2009 do Serviço FlorestalBrasileiro.

      = − , + ,   

    3.7.2 Análise estatística

     As estimativas para as medias obtidas através da análise estatística foram realizadas da seguinteforma:

    a) Volume e Área Basal Total por hectare – Para todas as espécies inventariadas, com DAP ≥ 10  cm.

    b) Volume e Área Basal Comercial por hectare – Para as espécies classificadas como comerciaisconforme Instrução Normativa nº3/2008 do IDEFLOR e com DAP ≥ 50cm. 

     As análises estatísticas obedeceram a três modelos de amostragem distintos:

    a) Modelo Conglomerado: para estimativas relativas aos estratos 1 e 2 (Dbe e Dbe + Abp)b) Modelo Completamente Casualizado: para estimativas relativas aos estratos 3 e 4 (Abp e

    Dau)

    c) Modelo Estratificado: para estimativas da população como um todo

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    Para o modelo conglomerado foi utilizada a analise de variância (ANOVA) das médias conforme ametodologia proposta por QUEIROZ (1998). As equações utilizadas foram as seguintes:

      Variância estimada:

    2

    =   2

    =

    −  

    2

    = 2

    + 2

     

    Onde:

    Sd2 e Se

    2 : componentes da variância

    S2: Variância

    QMe : Media Quadrática entre conglomerados, obtida através de analise de variância (ANOVA).

    QMd : Media Quadrática dentro dos conglomerados, obtida através de analise de variância (ANOVA).

    M : numero de subunidades da amostra.

      Desvio Padrão estimado =  2 

      Coeficiente de variação estimado 

    =. 100 

      Coeficiente de Correlação Intraconglomerado

    =2

      Variância da Media Estimada

    2 =2

    .. 1 + − 1 

      Erro Padrão Estimado

    =  2 

      Intervalo de Confiança para a média estimada

    =  ± .  

      Erro de Amostragem

    = .   % = . 

    . 100 

      Dimensionamento da amostra por conglomerados

    =2 .2

    2.1 + − 1 

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     Apresentando intervalos de confiança para um limite de erro amostral relativo admissível de 10%,considerando-se todas as espécies (DAP ≥ 10cm), e 20% para as espécies comerciais (DAP ≥ 50cm), comum nível de probabilidade de 95% (ρ = 0,005).

    3.7.3 Análise da estrutura e diversidade da floresta

    Por meio da análise da estrutura horizontal, foi possível verificar a participação das diversas espéciesna comunidade, suas relações entre si e as tendências de distribuição espacial. Os índices utilizados nestaanálise foram:

      Densidade  - é o número de indivíduos de uma espécie por unidade de área em uma dadacomunidade florestal. Seu valor diz respeito ao grau de participação de cada espécie que ocorrenuma associação vegetal, dado em relação a uma determinada área. Em termos absolutos erelativos, o cálculo é obtido através das seguintes expressões:

     A

    n DA

      i

    i   

    100 N 

    n DR

      i

    Onde:ni= número de indivíduos mostrados da i-ésima espécie; A = área amostrada, em hectareN  = número total de indivíduos amostrados.

      Freqüência - está relacionada com a uniformidade de distribuição horizontal de cada espécie noterreno por ela ocupado, caracterizando assim sua ocorrência dentro das unidades amostrais.Em termos absolutos e relativos, é obtida pelas seguintes expressões:

    100T 

    i

    i

    u

    u FA  

    100

    1

    i

     I 

    i

    i

     FA

     FA FR  

    Onde:ui = número de unidades de amostra em que a i-ésima espécie foi presente;

    ut = número total de unidades de amostra.

      Dominância  – é o espaço ocupado por cada espécie, por unidade de área. Em termos absolutose relativos, é calculado da seguinte maneira:

     A

     AB DoA

      i

    i   

    100 ABT 

     AB DoR

      i

    Onde: ABi  = área basal da i-ésima espécie, em m

    2, na área amostrada (A).

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     ABT = área basal total, em m²

    Com a soma dos valores relativos de densidade e dominância, obtém-se o índice de valor decobertura (IVC), que permite definir o grau de cobertura da espécie na comunidade vegetal.

    Outro índice utilizado como medida na análise estrutural de povoamentos é o índice de valor de

    importância (IVI), que consiste na soma aritmética dos valores relativos de abundância, dominância efreqüência, dando uma boa indicação da importância da espécie dentro do povoamento. Alem desses parâmetros também se avaliou a diversidade através do índice de diversidade Shannon

    (H‟). A fórmula utilizada foi:

    H‟ = - Σ (ni – N) ln (ni – N)Onde:ni – Número de indivíduos amostrados;N – Número total de indivíduos; mostradosln – logaritmo neperiano

    4. RESULTADOS

    4.1 Agrupamento das espécies

     As espécies ficaram distribuídas em dois grupos principais, conforme solicitado no termo dereferência, sendo: espécies para produção madeireira e espécies para produção não-madeireira.

    4.1.1 Espécies para produção madeireira

    Ficaram incluídas neste grupo todas as espécies identificadas e categorizadas conforme InstruçãoNormativa nº3/2008 do IDEFLOR, que define cinco grupos distintos:

      Grupo 1: MADEIRAS ESPECIAIS  Grupo 2: MADEIRAS NOBRES

      Grupo 3: MADEIRAS VERMELHAS  Grupo 4: MADEIRAS MISTAS  Grupo 5: MADEIRAS BRANCAS

    Para as espécies que não se enquadraram em nenhum dos grupos específicos da IN 03/2008, foicriado um grupo especial (Grupo 6: MADEIRAS COM POTENCIAL DE COMERCIALIZAÇÃO), onde foramincluídas todas as espécies potenciais e as não comerciais registradas, além das palmeiras e cipós. 

    O grupo que mais se destacou em números de espécies, dentro do grupo das madeiras comerciais,foi o 5 (Madeiras Brancas) com aproximadamente 32% do total de árvores registradas e 59 espécies,seguido pelo grupo 4 (Madeiras Mistas) com 11,4% dos indivíduos e 32 espécies (Tabela 1).

    Tabela 1: Números de árvores e espécies por grupo de comercialização da madeira. Inventário das

    Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    Grupos de uso damadeira

    Nº árvoresNº espéciesidentificadas

    1 148 (0,8%) 6

    2 63 (0,3%) 2

    3 1737 (9,4%) 20

    4 2111 (11,4%) 32

    5 5935 (32,1%) 59

    6 8470 (45,9%) 111

    Total geral 18464 230

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     Apresentaram os menores índices de cobertura e de importância as espécies NI, tabocão (Cocoloba sp.) e rabo-de-burro (Rhabdodendron amazonicum  (Spruce ex Benth.) Huber), todas com 0,002 e 0,005respectivamente; também obtiveram os menores valores para a variável dominância (DR = 0,002%) (Anexo2).

    Tabela 3: Espécies mais importantes na estrutura horizontal da Floresta. Inventário das GlebasEstaduais Mamuru-Arapiuns.

    Nome Vulgar FA FR DA DR DoA DoR IVC IVI

    MAÇARANDUBA 80.38 2.07 14.61 2.98 1.32 5.40 4.19 3.48

     ABIURANA 81.15 2.08 20.63 4.21 0.83 3.39 3.80 3.23

    MURUCI-DA-MATA 81.54 2.09 19.68 4.02 0.64 2.61 3.31 2.91

     ACARIQUARANA 55.00 1.41 21.95 4.48 0.46 1.87 3.18 2.59

    BREU VERMELHO 78.08 2.01 17.46 3.56 0.54 2.19 2.88 2.59

    MATAMATÁ-PRETO 70.77 1.82 16.53 3.37 0.59 2.39 2.88 2.53

    BREU BRANCO 55.00 1.41 17.70 3.61 0.35 1.42 2.51 2.15

    LOURO PRETO 78.46 2.02 11.02 2.25 0.48 1.98 2.12 2.08

    CARAIPÉ 50.00 1.28 10.93 2.23 0.47 1.91 2.07 1.81

    UCUÚBARANA 60.38 1.55 8.62 1.76 0.51 2.07 1.91 1.79FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta; DR: densidade relativa; DoA:dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVC: valor de cobertura; IVI: valor de importância.

    4.2.3 Tabelas do povoamento

    Considerando a população total (todos os estratos) foram encontrados aproximadamente 490árvores.ha-1, 25 m3.ha-1 de área basal e 295 m3.ha-1  de volume. A distribuição do número de árvores porclasse diamétrica segue a distribuição (j) invertido, comum nas florestas naturais, com maior número deindivíduos nas primeiras classes de diâmetro (Figura 12).

    Figura 12: Distribuição do número de árvores por classe de diâmetro. Inventário das GlebasEstaduais Mamuru-Arapiuns.

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    15 25 35 45 55 65 75 85 95 105 115 ≥120,0

      n   h  a  -   1

    Centro de Classe de DAP (cm)

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    Tabela 6: Estimativa do volume por grupo de valor da madeira, para árvores com DAP ≥ 50 cm.Inventário das Glebas Estaduais Mamuru Arapiuns. 

    Grupo de Valor daMadeira

    Número deespécies

    Número deárvores (n.ha-1)

    Volume(m³.ha-1)

    % em relação aovolume total

    Madeiras especiais 4 0,35 2,83 2,27

    Madeiras nobres 2 0,33 1,71 1,37Madeiras vermelhas 18 4,42 26,79 21,46Madeiras mistas 26 4,93 30,82 24,69Madeiras brancas 48 6,37 31,66 25,36Madeiras potenciais 61 6,33 31,00 24,84

    TOTAL 159 22,72 124,81 100

    4.2.4 Análise estatística

    Considerando a população como um todo, as análises estatísticas utilizando o modelo estratificadodemonstraram boa precisão, tanto para variável área basal, quanto para o volume. O E% foi bem inferior ao

    requerido, apresentando valores de aproximadamente 3% para ambas as variáveis (Tabela 7). Detalhes daanálise estatística considerando cada estrato individualmente podem ser obtidos nos anexos 6, 7, 8 e 9.

    Tabela 7: Análise estatística da população para as variáveis área basal e volume considerando todasas árvores com DAP≥ 10 cm. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    Para a população dos indivíduos comerciais com DAP ≥ 50 cm, as médias obtidas de área basal evolume foram 6,9 m².ha-1 e 94,38 m³.ha-1, respectivamente. Os erros percentuais também se apresentaramdentro dos padrões exigidos (LE=20%), o que demonstra a boa precisão do levantamento (Tabela 8).

    Tabela 8: Análise estatística da população para as variáveis área basal e volume considerandoárvores comerciais com DAP ≥ 50 cm. Inventário das  Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

     Área Basal (m2.ha-1) Volume (m3.ha-1)

    Média 24,59 296,74

    Variância da média 0,12 19,90

    Erro padrão 0,34 4,46

    CV 22,44 24,24

    Erro amostragem 0,67 8,74E% 2,73 2,95

    n 19,34 22,58

    Limite Inferior 23,92 288,00

    Limite Superior 25,26 305,48

     Área Basal (m2.ha-1) Volume (m3.ha-1)

    Média 6,90 94,38

    Variância da média 0,05 10,12

    Erro padrão 0,22 3,18

    CV 52,48 54,36

    Erro amostragem 0,44 6,24

    E% 6,38 6,61

    N 26,45 28,38

    LI 6,46 88,14

    LS 7,34 100,61

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    4.2.5 Distribuição de frequência das classes de qualidade do fuste

    Para a variável “qualidade do fuste”, registrada no inventário, foi obtido resultados para as três

    classes de fuste dos indivíduos com DAP > 50 cm.Para a classe de fuste 1 (fuste reto, com bom aproveitamento comercial) foram registradas 471

    árvores (20% do total de registros das árvores com DP > 50 cm). A classe de fuste 2 (fuste levementetortuoso, ou defeito, com aproveitamento comercial) foi a que obteve a maior porcentagem (68%) (Tabela 9).

    Tabela 9: Valores absolutos e percentuais (freqüência) das classes de qualidade do fuste para osGrupos de espécies comerciais com DAP>50 cm. Inventário do Conjunto de Glebas EstaduaisMamuru-Arapiuns.

    Grupo devalor da

    madeira

    DAP ≥ 50 cm TOTALQualidade de fuste

    1 % 2 % 3 %1 18 50 18 50 0 0 362 3 8,8 29 85,3 2 5,9 343 139 30,2 299 65,0 22 4,8 4604 74 18,0 264 64,4 72 17,6 4105 120 18,2 454 68,8 86 13,0 6606 117 17,8 445 67,7 95 14,5 657

    471 20,0 1604 68,0 284 12,0 2359

    Por Grupo de comercialização da madeira, o que mais se destacou para a classe de qualidade de

    fuste 1 foi o grupo 3 (Madeiras Vermelhas) com 30,2% do total de registros. O Grupo de Madeiras Nobres foio mais representativo para a classe de fuste 2 (Grupo 2 = 85,3%), seguido pelo Grupo 5 (Madeiras Brancas)com 68,8%. Para a classe de fuste 3, os maiores valores percentuais foram para os Grupos 4 (MadeirasMistas) e 6 (Madeiras Potenciais), com 17,6% e 14,5%, respectivamente (Tabela 9).

    4.2.6 Espécies para produção não-madeireira

    Um banco de dados foi montado somente com as espécies selecionadas para a produção nãomadeireira. Foram incluídas: o grupo das palmeiras (Família Arecaceae), os cipós que tiveram seu CAPmensurado e as espécies produtoras de óleos e resinas - Carapa guianensis (andiroba), Bertholletia excelsa (castanha-do-pará), Copaifera multijuga (copaíba) e Hevea brasiliensis (seringueira).

    4.2.6.1 Palmeiras – Família Arecacea

     A família Arecaceae, das palmeiras, foi representada por 502 indivíduos de um total de 18.464avaliados pelo inventário. Estes estão distribuídos em 10 espécies e 8 gêneros. A espécie que obteve omaior valor de importância foi a  Astrocaryum murumuru Mart. (Murumuru) com 1,007, seguido peloOenocarpus distichus Mart. (Bacaba) com 0,781. Estas foram também as espécies de maior densidade(Tabela 10).

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    Tabela 10: Estrutura horizontal das espécies da Família Arecaceae com DAP ≥ 10 cm de DAP(diâmetro mínimo de medição).

    Espécie FA FR DA DR DoA DoR VC VI

     Astrocaryum murumuru Mart. 15,00 0,39 10,40 2,123 0,126 0,513 1,318 1,007

    Oenocarpus distichus Mart. 20,00 0,51 6,40 1,307 0,128 0,522 0,915 0,781Maximiliana maripa (Aubl.) Drude 20,77 0,53 1,04 0,212 0,050 0,204 0,208 0,317

    Euterpe oleracea Mart. 1,92 0,05 3,28 0,669 0,037 0,151 0,410 0,290

    Jessenia bataua (Mart.) Burret 10,38 0,27 1,69 0,345 0,058 0,236 0,291 0,283

     Attalea speciosa Mart. ex Spreng. 7,31 0,19 1,08 0,220 0,074 0,303 0,262 0,237

     Astrocaryum chambira Burret 10,77 0,28 0,91 0,186 0,031 0,127 0,157 0,197

    Socratea exorrhiza (Mart.) H.Wendl. 0,38 0,01 0,38 0,079 0,004 0,017 0,048 0,035

    Mauritia flexuosa L.f. 1,15 0,03 0,09 0,018 0,008 0,033 0,025 0,027

     Astrocaryum gynacanthum Mart. 0,38 0,01 0,01 0,002 0,001 0,004 0,003 0,005

    Total geral 88,08 2,26 25,29 5,16 0,52 2,11 3,64 3,18FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta; DR: densidade relativa; DoA:dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVC: valor de cobertura; IVI: valor de importância.

    4.2.6.2 Cipós: Ambé, Titica e Timbó

    O Inventário propôs avaliar a ocorrência de três principais espécies de cipós:

      C1: Titica (Heteropsis spp) – Família Araceae  C2: Ambé (Philodendron sp) – Família Araceae  C3: Timbó (Heteropsis sp) – Família Sapindaceae

    De acordo com o levantamento a espécie que se mostrou mais expressiva tanto para a floresta comopor estrato foi o cipó Titica. Para a floresta ele ocorreu em 1.900 árvores de um total de 18.464 indivíduos

    avaliados, representando um percentual de 10,29%. O cipó Timbó foi o menos representativo, sendoencontrado em menos de 1% das árvores inventariadas (Tabela 11)

    Tabela 11: Número de indivíduos em que ocorrem cipó e sua porcentagem em relação ao total deindivíduos inventariados. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    Estrato NTITICA AMBÉ TIMBÓ

    N  % n % N %

    1 7892 583 7,39 65 0,82 2 0,03

    2 8977 1153 12,84 132 1,47 7 0,08

    3 803 52 6,48 8 1,00 0 0,00

    4 792 112 14,14 8 1,01 13 1,64TOTAL 18.464 1.900 10,29 213 1,15 22 0,12

     Avaliando-se quantitativamente estes índices, pode-se dizer que o cipó titica tem potencial paraexploração não-madeireira.

    Porém, vale destacar que a simples conferência de ocorrência ou não do cipó fornece apenas dadossuperficiais devido à variabilidade na quantidade de cipós presentes na árvore  – por exemplo, o cipó titicapode ocorrer em uma árvore sendo representado somente por um indivíduo e em outra por mais de 10.

    4.2.6.3 Outras espécies de cipó

     Além dos cipós descritos no tópico anterior, outras seis espécies de cipós ocorreram na área e foramregistradas por apresentarem diâmetros a partir do DAP mínimo estabelecido para o inventário.

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     A espécie Davilla áspera (Aubl.) Benoist, conhecida como cipó-de-fogo, foi a que teve o maior índicede valor de importância (IVI = 0,1), apresentando também a maior densidade, dominância e freqüência. Osmenores valores de avaliação ficaram para o cipó-rabo-de-camaleão ( Acacia Tenuifolia), representando porIVI = 0,024 (Tabela 12).

    Os cipós apresentaram valores de densidade muito baixos, desta forma, dificilmente poderão seragregados a um grupo de espécies com potencial não madeireiro, a menos que um estudo mais detalhadovenha ocorrer para averiguação destes produtos.

    Tabela 12: Estrutura horizontal para cipós registrados com DAP>10cm (diâmetro mínimo de medição).Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    Nome Vulgar FA FR DA DR DoA DoR VC VI

    Davilla aspera (Aubl.) Benoist 3,46 0,09 0,82 0,167 0,011 0,044 0,105 0,100

    Bauhinia sp. 3,08 0,08 0,63 0,130 0,011 0,045 0,087 0,085

    Dioclea sp. 3,46 0,09 0,45 0,092 0,011 0,044 0,068 0,075

    Machaerium sp1. 1,54 0,04 0,41 0,084 0,006 0,023 0,054 0,049

    Machaerium sp2. 1,54 0,04 0,22 0,045 0,003 0,012 0,028 0,032

     Acacia tenuifolia (L.) Willd. 0,77 0,02 0,20 0,041 0,003 0,012 0,027 0,024

    TOTAL GERAL 13,85 0,356 2,74 0,559 0,044 0,181 0,37 0,365FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta; DR: densidade relativa; DoA:dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVC: valor de cobertura; IVI: valor de importância.

    4.2.6.4 Espécies com potencial de produção de óleos e resinas

    No grupo das espécies para produção de óleos e resinas foram incluídas, andiroba (Carapaguianensis), castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa), copaíba (Copaifera multijuda) e seringueira (Heveabrasiliensis), conforme solicitado no Termo de Referência.

     Apesar das espécies andiroba e copaíba já estarem incluídas nos Grupos 3 e 4 de comercialização,segundo IN03/2008 - IDEFLOR, estas foram avaliadas em grupo específico para espécies com potencial deprodução não madeireira.

    De acordo com a estrutura horizontal da floresta (considerando todas as árvores com DAP≥ 10 cm),as espécies produtoras de óleos e resinas que mais se destacaram foram Bertholletia excelsa e Copaiferareticulata, apresentando VI iguais a 0,477 e 0,402, respectivamente. As maiores densidades, porém, ficarampara as espécies Copaifera reticulata  (DA = 1,43 arv.ha-1) e Hevea brasiliensis (DA = 1,24 arv.ha-1)(Tabela13).

    Tabela 13: Estrutura horizontal para espécies com potencial para óleos e resinas. Inventário dasGlebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    Nome Vulgar FA FR DA DR DoA DoR VC VI

    Bertholletia excelsa Bonpl 12,31 0,32 0,38 0,079 0,253 1,036 0,557 0,477

    Copaifera reticulata Ducke 18,08 0,46 1,43 0,292 0,110 0,449 0,371 0,402

    Hevea brasiliensis (Willd. ex A.Juss.) Müll.Arg. 21,92 0,56 1,24 0,253 0,093 0,381 0,317 0,399

    Carapa guianensis Aubl. 5,00 0,13 0,57 0,116 0,034 0,137 0,126 0,127

    Total geral 57,31 1,47 3,63 0,74 0,49 2,00 1,37 1,41FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta; DR: densidade relativa; DoA:dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVC: valor de cobertura; IVI: valor de importância.

    4.3 RESULTADOS REQUERIDOS POR ESTRATO

    4.3.1 Composição florística

    O estrato 1, Floresta Ombrófila Densa Terras Baixas Dossel Emergente, apresentou um total 56famílias, 147 gêneros e 208 espécies identificadas (Tabela 14). A família com maior número de espécies foi a

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    Sapotaceae, com 1.198 indivíduos (15,2% do total de indivíduos para este estrato). A família que teve menosocorrência de espécies foi a Connaraceae, onde some um individuo foi catalogado (0,01% do total)  – trata-seda espécie Connarus perrottetii var. angustifolius Radlk (verônica) (Tabela 14).

    Tabela 14: Nº de famílias, gêneros e espécies identificados em cada estrato. Inventário das GlebasEstaduais Mamuru-Arapiuns.

    GrupoEstrato 1 Estrato 2 Estrato 3 Estrato 4

    Fam Gen Esp Fam Gen Esp Fam Gen Esp Fam Gen Esp1 3 3 6 3 3 6 1 1 2 2 2 42 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 13 9 14 20 8 13 19 5 9 13 6 10 144 16 21 30 16 20 31 13 16 19 14 15 195 26 39 54 28 40 57 21 32 42 20 32 426 42 83 96 43 90 103 30 55 63 29 51 59

    Total 56 147 208 56 150 218 44 106 140 42 101 139

    Para o estrato 2, Floresta Ombrófila Densa terras Baixas Dossel Emergente + Aberta com Palmeiras,ocorreram 218 espécies, 150 gêneros e 56 famílias. A família que mais se destacou neste estrato também foiSapotace, com um total de 1.191 indivíduos (13,3% do total de indivíduos registrados). As menoresocorrências se deram nas famílias Bixaceae (Bixa arbórea  Huber  –  Urucum-da-mata), Myrsinaceae(Rapanea sp. – NI (8)) e Polygonaceae (Cocoloba sp. – Tabocão), com apenas um individuo cada.

    Na Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, denominada estrato 3, foram amostrados 44 famílias,106 gêneros e 140 espécies. Para este estrato, as famílias com maior número de indivíduos registradosforam Burseraceae e Fabaceae, com 100 e 99 indivíduos cada (12,4% e 12,3%, respectivamente, do total deindivíduos registrados). Os menores índices de registro, apenas um individuo, se deram para as FamíliasBombacacae, Caryocaraceae, Connaraceae, Erythoxylaceae, Ochnaceae, Simarubaceae e Tiliaceae,representadas, cada uma, por 0,12% do total de indivíduos registrados.

    No estrato 4, Tipologia Floresta Ombrófila Densa Aluvial Dossel Uniforme, foram identificadas 139espécies, distribuídas em 101 gêneros e 42 famílias botânicas. O maior registro de indivíduos se deu naFamília Fabaceae (109 árvores, 13,8% do total). As famílias Ebenaceae, Flacourtiaceae, Meliaceae,Simaroubaceae, Tiliaceae e Verbenaceae tiveram um registro cada, representando 0,13% do total deregistros para o estrato.

    Com relação aos grupos de uso da madeira, pode-se observar que o grupo 6 (espécies de usopotencial e não comercial) foi o que abrangeu maior número de espécies, apresentando em torno de 45% dototal das espécies identificadas em todos os estratos amostrados (Tabela 14).

    4.3.2 Estrutura horizontal da florestal  ESTRATO 1

    Para o estrato 1, a espécie que se mostrou com maior valor de importância (VI = 4,1) e de cobertura

    (VC = 5,0) foi Maçaranduba (Manilkara huberi  (Ducke) Chevalier) com dominância de 6,6% (Tabela 15). Estaespécie é pertencente ao grupo de espécies para produção madeireira, estando incluída no grupo 3 decomercialização – Madeiras Vermelhas.

     As espécies com menores índices de valor de importância e cobertura foram Carapa guianensis  Aubl.,  Annona ambotay   Aubl., Rhabdodendron amazonicum  (Spruce ex Benth.) Huber,  Aniba burchelliKosterm. e NI, obtendo, cada uma , valores nulos para cobertura e valores iguais a 0,01 para o índice devalor de importância.

     A espécie mais freqüente foi o muruci-da –mata (Byrsonima  sp.) que esteve presente em 90% dasparcelas amostradas (Fa=90) e a mais densa a acariquarana (Rinorea guianensis Aubl.) com 5,9% (Da =27,2 arv.ha-1) (Tabela 15).

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    Tabela 15: Espécies mais importantes na estrutura horizontal da floresta no estrato 1. Inventário dasGlebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    Nome Vulgar Nome Científico FA FR DA DR DoA DoR VC VI

    MAÇARANDUBA Manilkara huberi (Ducke) Chevalier   84,2 2,2 15,8 3,4 1,6 6,6 5,0 4,1

    MURUCI-DA-MATA Byrsonima sp.  90,0 2,4 24,2 5,3 0,8 3,3 4,3 3,6 ACARIQUARANA Rinorea guianensis Aubl.  68,3 1,8 27,2 5,9 0,6 2,5 4,2 3,4

     ABIURANA Pouteria cladantha Sandwith  77,5 2,0 19,2 4,2 0,7 3,0 3,6 3,1

    MATAMATÁ-PRETO Eschweilera sp.  67,5 1,8 13,1 2,9 0,5 2,2 2,5 2,3

    BREU VERMELHO Protium cf. heptaphyllum (Aubl.) Marchand  73,3 1,9 14,4 3,1 0,4 1,7 2,4 2,3

    LOURO PRETO Nectandra sp.  77,5 2,0 11,6 2,5 0,4 1,8 2,2 2,1

    BREU MANGA Protium paniculatum var. riedelianum (Engl.) D.C.Daly  56,7 1,5 8,0 1,7 0,7 2,9 2,3 2,0

    QUINARANA Geissospermum sericeum Benth. & Hook.f. ex Miers  74,2 2,0 6,7 1,5 0,6 2,6 2,1 2,0

    ENVIRA PRETA Guatteria poeppigiana Mart.  64,2 1,7 11,0 2,4 0,3 1,2 1,8 1,8

    FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta; DR: densidade relativa; DoA:dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVC: valor de cobertura; IVI: valor de importância.

      ESTRATO 2

     As espécies que obtiveram maior índice de valor de importância e de cobertura foram Abiurana(Pouteria cladantha Sandwith) e Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) Chevalier) – VI igual a 3,5 e 3,4, eVC iguais a 4,2 e 4,0, respectivamente. Também se destacaram quanto a freqüência, apresentando valorespercentuais iguais a 2,2% (Tabela 16).

    Tabela 16: Espécies mais importantes na estrutura horizontal da floresta no estrato 2. Inventário dasGlebas Estaduais Mamuru-Arapiuns. 

    Nome Vulgar Nome Científico FA FR DA DR DoA DoR VC VI

     ABIURANA Pouteria cladantha Sandwith  85,8 2,2 23,1 4,5 1,0 4,0 4,2 3,5

    MAÇARANDUBA Manilkara huberi (Ducke) Chevalier   85,8 2,2 15,8 3,0 1,2 4,9 4,0 3,4

    MATAMATÁ-PRETO Eschweilera sp.  76,7 1,9 20,4 3,9 0,7 2,7 3,3 2,8

    BREU BRANCO Tetragastris altissima (Aubl.) Swart  66,7 1,7 24,6 4,7 0,5 1,9 3,3 2,8

    BREU VERMELHO Protium cf. heptaphyllum (Aubl.) Marchand  82,5 2,1 19,8 3,8 0,6 2,4 3,1 2,8

    MURUCI-DA-MATA Byrsonima sp. 85,0 2,2 18,4 3,6 0,6 2,4 3,0 2,7

    CARAIPÉ Licania kunthiana Hook.f.  65,8 1,7 15,7 3,0 0,7 2,9 3,0 2,6

    LOURO PRETO Nectandra sp.  80,8 2,0 10,4 2,0 0,5 2,1 2,1 2,1

    UCUÚBARANA Iryanthera sagotiana (Benth.) Warb. 59,2 1,5 11,6 2,2 0,6 2,4 2,3 2,0

     ACARIQUARANA Rinorea guianensis Aubl. 45,8 1,2 18,0 3,5 0,4 1,4 2,5 2,0

    FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta; DR: densidade relativa; DoA:dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVC: valor de cobertura; IVI: valor de importância.

     Acapurana (Guarea sp.), Cipó Mututi (Machaerium sp.e Bixa arborea Huber) e Urucum da mata (Bixaarbórea Huber) obtiveram os menores valos de importância, 0,009 cada.

    O Breu branco (Tetragastris altíssima  (Aubl.) Swart) apresentou a maior densidade, 24,6 arv.ha -1 (4,7%) (Tabela 16).

      ESTRATO 3 

     As espécies Protium cf. heptaphyllum (Aubl.) Marchand – Breu vermelho e Euterpe oleraceae Mart. – 

     Açai, obtiveram os maiores valores de importância (5,1 e 3,9, respectivamente). Para o índice de valor decobertura valores igual a 6,4 e 5,7 (Tabela 17).

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    Tabela 17: Espécies mais importantes na estrutura horizontal da floresta no estrato 3. Inventário dasGlebas Estaduais Mamuru-Arapiuns. 

    Nome Vulgar Nome Científico FA FR DA DR DoA DoR VC VI

    BREU VERMELHO Protium cf. heptaphyllum (Aubl.) Marchand  100 2,5 35,3 7,0 1,3 5,9 6,4 5,1

     AÇAÍ Euterpe oleracea Mart.  10 0,3 45,0 8,9 0,6 2,5 5,7 3,9

    TACHI PRETO Sclerolobium sp.  70 1,8 26,8 5,3 0,9 4,1 4,7 3,7

    BREU BRANCO Tetragastris altissima (Aubl.) Swart  80 2,0 23,8 4,7 0,5 2,3 3,5 3,0

    POROROCA Dialium guianense (Aubl.) Sandwith  100 2,5 12,8 2,5 0,8 3,4 3,0 2,8

    MUIRAPIXUNA Chamaecrista scleroxylon (Ducke) H.S.Irwin & Barneby  80 2,0 12,8 2,5 0,8 3,5 3,0 2,7

    PAPO DE MUTUM Licania sp. 60 1,5 17,0 3,4 0,7 3,1 3,2 2,7

     ABIURANA AMARELA NI 80 2,0 10,3 2,0 0,6 2,4 2,2 2,2

    BACABA Oenocarpus distichus Mart.  30 0,8 20,0 4,0 0,3 1,2 2,6 2,0

     ACARIQUARANA Rinorea guianensis Aubl.  20 0,5 21,0 4,2 0,3 1,2 2,7 1,9

    FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta; DR: densidade relativa; DoA:dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVC: valor de cobertura; IVI: valor de importância.

    Os menores índices de importância e cobertura, ficaram para as espécies Cajuaçu ( Anacardiumspruceanum  Benth. ex Engl), Cipó mututi (Machaerium  sp.), Coração de negro (Clarisia ilicifolia  (Spreng.)Lanj. & Rossberg) e Marupá (Simaruba amara L.), com VI = 0,11 e VC = 0,04 para cada espécie.

    Os indivíduos mais freqüentes foram Protium cf. heptaphyllum (Aubl.) Marchand  – Breu Vermelho eDialium guianense (Aubl.) Sandwith – Pororoca, que estiveram presentes em todas as parcelas amostradasneste estrato. O açaí apresentou a maior densidade, 8,9% (Da = 45,0 arv.ha-1) (Tabela 17).

      ESTRATO 4No estrato 4 as espécies Caraipé (Licania kunthiana  Hook.f.) e Abiurana (Pouteria cladantha

    Sandwith) apresentaram os maiores índices de importância, 3,8 e 3,7, respectivamente (Tabela 18). Asespécies com menor importância na estrutura horizontal deste estrato foram Cipó Mututi (Machaerium sp.) eFava-rabo-de-arara (Parkia sp.), ambas com VI =0,10.

     Abiurana e Abiurana amarela (Pouteria cladantha Sandwith) apresentam iguais freqüências 2,10%. Aespécie com maior densidade foi o matamata-preto (Eschweilera sp) com 27,3 arv.ha-1 (Tabela 18).

    Tabela 18: Espécies mais importantes na estrutura horizontal da floresta no estrato 4. Inventário dasGlebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    Nome Vulgar Nome Científico FA FR DA DR DoA DoR VC VI

    CARAIPÉ Licania kunthiana Hook.f . 70 1,6 27,0 5,0 1,1 4,6 4,8 3,8

     ABIURANA Pouteria cladantha Sandwith  90 2,1 27,0 5,0 0,9 3,9 4,5 3,7

    MATAMATÁ-PRETO Eschweilera sp.  80 1,9 27,3 5,1 0,9 3,5 4,3 3,5

    BREU BRANCO Tetragastris altissima (Aubl.) Swart  80 1,9 23,0 4,3 0,4 1,7 3,0 2,6

    LOURO PRETO Nectandra sp.  60 1,4 19,0 3,5 0,6 2,6 3,1 2,5

    BARROTE Sloanea nitida G. Don  50 1,2 19,3 3,6 0,6 2,5 3,0 2,4

    JARANA Lecythis sp. 80 1,9 6,3 1,2 0,9 3,5 2,3 2,2

     AMAPAÍ Brosimum rubescens Taub. 50 1,2 12,0 2,2 0,7 2,7 2,5 2,0

    ENVIRA PRETA Guatteria poeppigiana Mart. 70 1,6 13,5 2,5 0,4 1,6 2,1 1,9

    INGÁ AMARELO Inga capitata Desv.  50 1,2 16,3 3,0 0,4 1,5 2,3 1,9

    FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta; DR: densidade relativa; DoA:dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVC: valor de cobertura; IVI: valor de importância.

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    4.3.3 Diversidade

     A expressão diversidade de espécies abrange, na realidade, duas grandezas distintas: riqueza eabundância relativa de espécies. A primeira, diz respeito ao número de espécies que vivem em umdeterminado hábitat, enquanto a segunda tem haver com o tamanho de suas respectivas populações(Felipe A. P. L Costa, 2007). Magurran, 1988, cita que o índice de Shannon-Weaver é o índice dediversidade mais usado, pois combina o número de espécies presentes e a densidade relativa dasespécies em um único valor.

    Pode-se observar na tabela 19 que as maiores diversidades foram obtidas nas unidades primáriasdos estratos 1 e 2 com valores variando entre 3,5 e 4,0. Os estratos 3 e 4 obtiveram os menores valores,variando entre 2,3 e 3,1.

    De acordo com Knight (1975), florestas tropicais apresentam valores de diversidade entre 3,83 e5,85. Seguindo esta teoria, os estratos 3 e 4 apresentam valores bem abaixo deste limite,sugerindo baixadiversidade local, o que pode ser devido ao reduzido numero de observações de indivíduos por causa dabaixa quantidade de unidades de amostras alocadas.

    Para os estratos 1 e 2, podemos considerar que os índices estão dentro da normalidade. Em estudosrealizados por Barros et al.  (2000) em uma floresta não explorada na região de Curuá-Una (Santarém-PA), o índice de diversidade foi de 3,86 para os indivíduos com DAP > 45cm. De acordo com Furtado et

    al. (2007) em estudo de uma área de floresta localizada à margem da BR 163 em Santarém-PA o índicede Shannon foi 3,46.

    Tabela 19: Índice de diversidade de Shannon-Weaver obtido por unidade primária e por estrato.Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns. 

    UP Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 Estrato 4

    1 4,01 3,96 2,77 2,94

    2 3,89 3,72 2,43 2,68

    3 3,97 3,85 2,57 3,07

    4 3,93 3,85 2,68 3,14

    5 3,94 3,61 2,30 2,606 3,85 3,93 2,97 2,98

    7 3,78 3,87 2,93 2,34

    8 3,79 3,94 2,75 3,08

    9 4,00 4,02 2,85 3, 07

    10 3,70 4,06 2,74 3, 02

    11 3,80 3,72

    12 3,87 3,89

    13 4,02 3,92

    14 3,59 3,65

    15 3,77 3,90

    4.3.4 Tabela do povoamento

    Para os estratos avaliados, a variável volume por hectare não mostrou resultados muito diferentesentre si. O tipo florestal que mais se destacou, porém, foi o Dbe+Abp, com 299,81 m³.ha-1, apresentandotambém os maiores valores para o número de árvores e área basal por hectare (Tabela 20).

    No anexo 5 pode-se verificar a tabela contendo as estimativas para o número de árvores, volume eárea basal por hectare, por tipologia florestal, para diferentes intervalos diamétricos.

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    Tabela 20: Número de árvores, área basal e volume por hectare e por estrato. Inventário das GlebasEstaduais Mamuru-Arapiuns. 

    Tipologia florestal (estrato) Área (ha)TOTAIS

    N(n ha-1)

    V(m³ha-1)

    G(m²ha-1)

    Floresta Ombrófila Densa Dossel Emergente (Dbe) 246.321,4 457,73 293,82 24,12

    Floresta Ombrófila Densa Terras Baixas Dossel Emergente + Aberta com Palmeiras (Dbe+Abp)

    304.918,3 517,15 299,81 25,00

    Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, Abp 4.444,4 504,75 263,97 22,51

    Floresta Ombrófila Densa Aluvial Dossel Uniforme, Dau 9.057,5 535,25 288,86 24,30

    4.3.5 Análises Estatísticas por Estrato

    4.3.5.1 Espécies para produção madeireira

    4.3.5.1.1 Todas as espécies As análises estatísticas da área basal considerando todas as espécies com DAP > 10 cm,

    demonstraram que houve pouca variação entre os estratos, com médias variando de 22,51m2.ha-1 (estrato 3)até 25,0 m2.ha-1  (estrato 2). O coeficiente de correlação intraconglomerados de 0,21 para o estrato 1 e de0,09 para o estrato 2 indica eficiência e precisão do modelo de amostragem utilizado nestes estratos (Tabela21).

    Tabela 21: Análise estatística, por estrato, para a variável Área Basal de todas as árvores com DAP >10 cm. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    O número de amostras foi suficiente para representar os estratos 1 e 2 (Dbe e Dbe + Abp) queapresentaram erro percentual de 7,06% e 4,77%. Todavia os estratos 3 e 4 (Abp e Dau) apresentaram E%superior ao limite de 10% requerido (16,92% e 16,06%, respectivamente), desta forma, o número deamostras que seriam necessários para garantir a precisão seriam 29 para o estrato 3 e 26 para o estrato 4,valores bem superiores às dez unidades instaladas em cada um (Tabela 21).

    O volume considerando todas as espécies com DAP > 10 cm teve comportamento semelhante, comerros percentuais abaixo do limite de 10% requeridos para os estratos 1 e 2 e com coeficientes de correlaçãointraconglomerados abaixo de 0,4 o que garante a eficiência do modelo conglomerado adotado nestesestratos (Tabela 22).

    O estrato que obteve maior média em volume foi Dbe + Abp (estrato 2) com aproximadamente 300m2.ha-1 e foi também o mais homogêneo, apresentando coeficiente de variação em torno de 22%.

    Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 Estrato 4

    Média24,12 25,00 22,51 24,30Sd 27,92 24,25

    Se 7,61 2,41Variância 35,53 26,66 28,37 29,77Desvio Padrão 5,96 5,16 5,33 5,46Coeficiente de Variação 24,71 20,65 23,66 22,45Correlação Intraconglomerado. (R) 0,21 0,09Variância da Média 0,74 0,36 2,83 2,98Erro Padrão 0,86 0,60 1,68 1,72Erro Amostragem 1,70 1,19 3,81 3,90E% 7,06 4,77 16,92 16,06N 7,47 3,41 28,61 25,76Limite Inferior do IC 22,41  23,81  18,70  20,40 

    Limite Superior do IC 25,82  26,19  26,32  28,20 

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    Para os estratos 3 e 4 o número de amostras utilizado não foi suficiente para garantir a precisão poisos erros percentuais ficaram acima dos 10% requeridos (Tabela 22).

    Tabela 22: Análise estatística, por estrato, para a variável Volume de todas as árvores com DAP > 10cm. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns. 

    4.3.5.1.2 Grupo de espécies comerciais

     As análises estatísticas da área basal para as espécies comerciais (grupos 1 a 5) com DAP> 50 cm,demonstraram que, para um limite de erro requerido de 20%, o número de amostras foi suficiente pararepresentar os estratos 1 e 2 (Dbe e Dbe + Abp) que apresentaram erro percentual de 14,52% e 12,93%. Ocoeficiente de correlação intraconglomerados de 0,18 para o estrato 1 e de 0,14 para o estrato 2 o que indicaeficiência e precisão do modelo de amostragem utilizado nestes estratos (Tabela 23).

    Os estratos 3 e 4 (Abp e Dau) apresentaram E% superior ao requerido (63,7% e 30,7%,respectivamente), desta forma, o número de amostras que seriam necessários para garantir a precisãorequerida seriam 101 para o estrato 3 e 24 o estratos 4, valores bem superiores às dez unidades instaladasem cada um (Tabela 23).

    Para a variável volume, das espécies comerciais com DAP > 50, as análises demonstraram que o

    número de unidades de amostra utilizadas no levantamento foi suficiente para os estratos 1 e 2, queobtiveram erros percentuais menores do que o requerido (E < 20%). Porém, para os estratos 3 e 4, umnumero superior de unidades de amostras deveria ser instalada para gerar resultados mais representativosda floresta (Tabela 24).

     A tipologia florestal Dbe (estrato 1) foi o que apresentou maior média de volume/ha com erro padrãode 7,7 m2.ha-1. O estrato 3 apresentou a menor média de volume e o maior erro percentual (65,14%) (Tabela24).

    Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 Estrato 4

    Média 293,82 299,81 263,97 288,86

    Sd 4980 4050 -

    Se 1202,50 385,00 -

    Variância 6182,50 4435,00 4556,79 5192,34

    Desvio Padrão 78,63 66,60 67,50 72,06

    Coeficiente de Variação 26,76 22,21 25,57 24,95

    Correlação Intraconglomerado. (R) 0,19 0,09

    Variância da Média 121,67 59,42 455,27 519,00

    Erro Padrão 11,03 7,71 21,34 22,78

    Erro Amostragem 21,84 15,26 48,27 51,54

    E% 7,43 5,09 18,29 17,84

    N 8,28 3,88 33,37 31,80

    Limite Inferior do IC 271,99 284,55 135,86 237,32

    Limite Superior do IC 315,66 315,07 312,24 340,39

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    41

    Tabela 23: Análise estatística, por estrato, para a variável Área Basal dos indivíduos comerciais comDAP > 50 cm. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    Tabela 24: Análise estatística, por estrato, para a variável volume, dos indivíduos comerciais comDAP > 50 cm. Inventário das Glebas Estaduais Mamuru-Arapiuns.

    4.3.5.1.3 Espécies para produção não madeireira

     As arvores consideradas para produção não madeireira (palmeiras, cipós e espécies para produçãode óleos e resinas) encontram-se distribuídas de maneira bastante irregular na área amostrada, o que gerougrande variabilidade nos dados. Por exemplo, foi encontrada parcela com a presença de 255 arv.ha -1 nestacategoria e outras com nenhuma ocorrência. Devido a este motivo todos os estratos apresentaram

    coeficientes de variação acima de 100% e erros percentuais superiores a 20% (Tabela 25).

    Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 Estrato 4

    Média 7,59 6,40 4,31 6,12

    Sd 13,66 9,31

    Se 2,94 1,46

    Variância 16,60 10,77 14,76 6,91

    Desvio Padrão 4,07 3,28 3,84 2,63

    Coeficiente de Variação 53,67 51,26 89,08 42,93

    Correlação Intraconglomerado. (R) 0,18 0,14

    Variância da Média 0,31 0,17 1,47 0,69