INVENTÁRIO RESERVA –

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1 Programa de Ecoturismo IDSM INVENTÁRIO TURÍSTICO DA ZONA DE MANEJO ESPECIAL DE ECOTURISMO DA RESERVA MAMIRAUÁ Elaborado por: Juliane Da Soler Viviane Dalfemback Renato Scala

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Programa de Ecoturismo IDSM

INVENTÁRIO TURÍSTICO DA ZONA DE MANEJO ESPECIAL

DE ECOTURISMO DA RESERVA MAMIRAUÁ

Elaborado por:

Juliane Da Soler

Viviane Dalfemback

Renato Scala

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ÍNDICE

1. Histórico da Reserva...................................................................................... 04

1.1 Histórico do Ecoturismo............................................................................ 05

2. Aspectos Geográficos..................................................................................... 05

2.1 Área.......................................................................................................... 05

2.3 Coordenadas geográficas........................................................................ 06

2.4 Clima........................................................................................................ 06

3. População....................................................................................................... 07

4. Flora................................................................................................................ 07

5. Fauna.............................................................................................................. 08

6. Atrativos Turísticos......................................................................................... 10

6.1 Trilhas....................................................................................................... 10

Trilha Coandu................................................................................ 11

Trilha Macaquinho......................................................................... 12

Trilha Mambira............................................................................... 13

Trilha Orquídea.............................................................................. 13

Trilha Pagão.................................................................................. 14

Trilha Preguiça.............................................................................. 15

Trilha Samaúma............................................................................ 16

Trilha Apara................................................................................... 17

Trilha Juruá.................................................................................... 18

Trilha Rato..................................................................................... 19

6.2 Lagos........................................................................................................ 19

Acácio............................................................................................ 20

Anágua.......................................................................................... 21

Juruá Grande................................................................................. 21

Juruazinho..................................................................................... 22

Mamirauá....................................................................................... 22

Pagão............................................................................................ 23

Saracura........................................................................................ 23

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Uiri................................................................................................. 23

Teiú................................................................................................ 24

Araçazinho..................................................................................... 24

Cano do Jaquiri............................................................................. 25

6.3 Comunidades locais................................................................................. 25

Sítio São José............................................................................... 27

Boca do Mamirauá........................................................................ 28

Vila Alencar................................................................................... 30

Caburini de Cima........................................................................... 31

6.4 Artesanato................................................................................................ 32

7. Equipamentos e serviços turísticos................................................................ 33

7.1 Pousada Uacari........................................................................................ 33

7.1.1 Acomodações................................................................................ 33

7.1.2 Alimentação................................................................................... 33

7.1.3 Transporte..................................................................................... 34

7.1.4 Entretenimento.............................................................................. 34

7.1.5 Infra-estrutura básica..................................................................... 34

7.1.6 Comunicação................................................................................. 35

7.2 Serviços.................................................................................................... 35

7.2.1 AAGEMAM.................................................................................... 35

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1. Histórico da Reserva

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM) é a maior

unidade de conservação brasileira formada por florestas alagáveis, que juntamente

com a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã e o Parque Nacional do

Jaú, formam um corredor ecológico.

Inicialmente criada como Estação Ecológica em 1990 pelo Governo do Estado

do Amazonas, em 1996 foi transformada na categoria, então inédita, Reserva de

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Desenvolvimento Sustentável, também pelo Governo Estadual. Seu objetivo é

proteger as várzeas da confluência dos rios Solimões e Japurá, próximo a Tefé,

conciliando a conservação da biodiversidade com o desenvolvimento sustentável

das populações humanas residentes.

Assim as populações humanas locais não foram removidas, e sim envolvidas

num processo participativo que objetiva garantir a melhoria do padrão de vida local e

sua participação no manejo e proteção da biodiversidade da RDSM. As

comunidades locais estão engajadas nas atividades de pesquisa, extensão e manejo

da unidade, ocupando uma posição estratégica nos processos de tomada de

decisões.

1.1 Histórico do Ecoturismo

O Ecoturismo iniciou suas atividades em 1997, realizando discussões entre os

atores envolvidos – comunitários, pesquisadores e extensionistas - com a finalidade

de elaborar uma estratégia de implantação da atividade. Um diagnóstico preliminar

demonstrou que as comunidades não tinham amplo conhecimento sobre a atividade

turística e assim foi identificada a necessidade de explicitar à estas os objetivos do

ecoturismo de um modo global e como tais objetivos se aplicariam (ou não) dentro

da realidade local.

Na primeira fase (1997-1998), a direção geral do Projeto Mamirauá decidiu

investir em uma infra-estrutura básica de ecoturismo para que o produto fosse

estudado e testado através da demanda espontânea. Para isto, um flutuante foi

designado especificamente para fins de recepção de turistas na Reserva e dois

funcionários foram contratados com recursos do Projeto Mamirauá para oferecerem

seus serviços aos turistas espontâneos.

Em uma segunda fase (1999-2002) busca-se o desenvolvimento do produto,

a venda, o marketing e a extensão.

2. Aspectos Geográficos

2.1 Área

A reserva está localizada numa área de 1.124.000 ha na confluência dos Rios

Solimões, Japurá e Auati-Paraná em um ecossistema de várzea. A área da Reserva

foi subdividida em duas partes: uma área focal com um sexto da área total (260.000

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ha) e uma área subsidiária. As principais atividades são desenvolvidas na área

Focal.

O alagamento sazonal decorre da variação no nível da água, principalmente

originária do descongelamento dos Andes, cuja amplitude é de cerca de 10 a 12

metros todos os anos.

O Ecoturismo desenvolve-se na área denominada Zona de Manejo Especial

de Ecoturismo, situada no Setor Mamirauá, em uma área total de 35km².

2.3 Coordenadas geográficas

03°00’00’’ S à

03°07’12’’S

64°57’01’’ W 64°47’59’’W

2.4 Clima

Máximas entre 30°C e 33°C, nos meses de seca – outubro e novembro.

Mínimas entre 21°C e 23°C.

Média amplitude térmica mensal 8°C a 10°C.

Pluviosidade 2.850 mm anual (1984).

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3. População

A população de toda a Reserva no ano de 2001 era de 6.306 pessoas,

divididas em 1.695 moradores e 4.611 usuários.

População cabocla, em sua maioria, e ribeirinha, vivendo nas margens dos

rios.

4. Flora

Em se tratando de um ambiente alagável por tanto tempo todos os anos, é

quase impossível estabelecer uma distinção entre uma flora terrestre e uma flora

aquática. O regime das águas é fator determinante na diversidade vegetal local, que

é menor que a diversidade de plantas superiores encontrada em outras áreas de

floresta de terra firme.

As diferenças no período de alagamento

decorrentes das desigualdades de relevo entre os

terrenos da várzea levaram ao desenvolvimento de

fitofisionomias distintas. Aproximadamente 10,2% da

superfície da Reserva está representada por corpos d’água, e os 89,8% restantes

são formados de 44,3% de restingas, 31,3% de chavascais e 14, 2% de outras

coberturas (palhais, campos, roças e praias).

As restingas altas correspondem aos terrenos mais altos da várzea. Estas

terras estão sujeitas a alagação anual por 2 a 4 meses, com profundidade que varia

entre 1 a 2,5m. São estruturalmente mais parecidas com a terra firme mas a

composição de espécies é muito diferente. Na várzea, as restingas altas possuem a

maior diversidade de espécies, área basal e número de árvores por unidade de área.

As famílias botânicas dominantes em número de indivíduos (árvores com DAP igual

ou maior que 10 cm) são Annonaceae (16,4%), Euphorbiaceae (10,5%),

Leguminosae (7,8%), Apocynaceae (7,4%), Lecythidaceae (6,0%) e Lauraceae

(5,2%).

A restinga baixa é a transição entre as áreas florestais da várzea para o

chavascal. O sub-bosque é freqüentemente mais limpo, com boa visibilidade. Os

solos são cobertos por água durante 4 a 6 meses por ano e em alguns trechos a

Erva-de-passarinho

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Preguiça-bentinho

altura da água pode atingir cerca de 5m. A medida que a água baixa, o solo fica com

muita lama, por muitas semanas, antes que seque. As famílias botânicas

dominantes em número de indivíduos (árvores com DAP igual ou maior que 10 cm)

são Euphorbiaceae (18,8%), Leguminosae (16%), Lecythidadaceae (7%),

Annonaceae (5,5%) e Myrtaceae (5,8%).

O chavascal consiste em áreas bastante extensas de vegetação baixa,

arbustiva, pantanosa e quase impossível de transpor durante a seca. É inundado

durante cerca de 6 a 8 meses, a cada ano, a uma profundidade de 6-7m. No meio

desta vegetação arbustiva pode-se observar a presença de algumas árvores

emergente, ou até mesmo pequenas ilhas de restinga baixa. Áreas extensas de

chavascal são comuns entre lagos, canais e rios, normalmente atrás de faixas de

restinga. As plantas características do chavascal são as tabocas (Bambusa sp.,

Graminae), a munguba (Pseudobombax munguba, Bombacaceae), a piranheira

(Piranhea trifoliata, Euphorbiaceae), as embaúbas (Cecropia sp., Moraceae) e várias

espécies de apuí (Ficus spp., Moraceae).

Os palhais ocorrem em terrenos mais altos e podem constituir enclaves

dentro das restingas. São dominados por uma ou mais entre as seguintes palmeiras:

muru-muru (Astrocaryum murumuru), urucuri (Attalea sp.) e açaí (Euterpe oleracea).

Outras fitofisionomias extremamente sazonais são os campos, as roças e

as praias que aparecem durante a seca.

5. Fauna

A fauna encontrada se caracteriza mais por uma alta taxa de endemismos,

que por uma diversidade muito elevada.

Os primatas avistados na Reserva são o guariba (Alouatta seniculus), o

macaco-de-cheiro (Saimiri sciureus), a preguiça-

real (Choloepus didactylus), a preguiça-bentinho

(Bradypus variegatus), o uacari-branco (Cacajao

calvus calvus) e o macaco-de-cheiro-de-cabeça-

preta (Saimiri vanzolinii), esses dois últimos

endêmicos em Mamirauá.

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São encontradas no total cerca de 340 espécies de aves no Mamirauá. É

também possível que a várzea seja importante para algumas espécies de

distribuição restrita, como o mutum-piuri (Crax globulosa), e para várias aves

aquáticas que já são raras em outras áreas, como os alencornes (Anhima cornuta).

Outras características relevantes de caráter conservacionista são a

ocorrência de espécies (ameaçadas ou não) que são alvo da exploração de caça

pela população humana, como os jacarés (Melanosuchus niger e Caiman crocodilus)

e quelônios aquáticos (Podocnemis expansa, P. unifilis e P. sextuberculata), ou

ainda os felinos (Felix spp. e Panthera onca).

A fauna de vertebrados de médio e grande porte não é diversa, pois apenas

animais arborícolas ou capazes de nadar bem podem sobreviver na floresta alagável

durante as cheias. Dependendo das características da alagação anual, animais de

grandes dimensões podem chegar à área aproveitando-se de seus recursos

alimentares. Encontramos neste grupo os queixadas (Tayassu pecari) e,

provavelmente, alguns veados (Mazama sp.).

As várzeas do Mamirauá também permitem a coexistência de uma pequena

gama de mamíferos de água doce pertencentes a três ordens. São dois casos de

endemismos da região amazônica, o peixe-boi (Trichechus inungis) e o boto-

vermelho (Inea geoffrensis), além do tucuxi (Sotalia fluviatilis), da ariranha

(Pteronura brasiliensis) e da lontra (Lutra sp.).

Com relação à herpetofauna até o momento parcialmente inventariada,

pode-se dizer que sua diversidade é baixa quando comparada à outras áreas

amazônicas, já que um importante habitat, a terra-firme, não está presente, o que

responde pela ausência de muitas espécies. Foram registradas na Área Focal 34

espécies de sapos e rãs, 3 de gymnophiona, 15 de lagartos, 10 de cobras, 1 de

jaboti, possivelmente 6 de quelônios aquáticos e ao menos 3 de jacarés.

Cerca de 300 espécies de peixes foram registradas na reserva e nos corpos

d'água adjacentes. É o maior número de espécies já registrado para um ambiente de

várzea. Uma razão para esta diversidade é a amplitude de habitats oferecidos aos

peixes, e a dinâmica de sua alteração ao longo do ciclo sazonal.

Os habitats aquáticos também abrigam uma fauna diversa de invertebrados.

Da mesma forma que a ictiofauna, a fauna de invertebrados também pode ser

abordada em relação aos tipos de habitats por ela ocupados. As águas abertas

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Trilha Apara

abrigam uma comunidade dominada por rotíferas, copepodas e cladoceras. As

macro e micro faunas bênticas são pequenas por causa das condições anóxicas. Há

uma forte sazonalidade na comunidade planctônica, que tende a ser maior durante a

seca, quando os lagos tornam-se corpos d'água isolados. Como no caso dos peixes,

o capim flutuante possui a fauna mais rica.

Os grupos de insetos dominantes são Coleoptera, Hemiptera, Odonata,

Ephemeroptera e Diptera (Chironomidae). Os grupos dominantes de crustáceos são

Ostrachoda, Conchostracha e Malachostracha. Em algumas áreas, Amphipoda

também são comuns. Macrocrustáceos incluem quatro espécies de caranguejos

(uma das quais é uma nova espécie), e duas espécies de camarões, dominantes

sobre a fauna de invertebrados dos capins flutuantes e da floresta alagada.

Moluscos são comuns, mas pouco diversos. Os grandes pomáceos são um membro

característico da fauna dos capins flutuantes. Os ostrachoda são comuns e os

mysideos vivem na liteira de folhas do fundo. Em algumas partes da RDSM, colônias

de espongiários são encontradas crescendo nos galhos das árvores que ficam

submersas por vários meses todos os anos.

6. Atrativos Turísticos

6.1 Trilhas

O ecoturismo utiliza um conjunto de 10 trilhas para passeios com seus

hóspedes, localizadas na área focal da RDSM, próximas a Pousada Uacari. Todos

as visitas são guiadas, não sendo permitido visita auto-guiada.

As trilhas estão em área de várzea, com vegetação característica de restinga

baixa e chavascal que são inundadas com as

variações sazonais do nível d’água.

Em geral, a partir do mês de setembro até

abril é possível percorrer as trilhas a pé, no restante

do ano o trajeto é feito com canoas. As últimas

trilhas a alagarem são o Pagão, Orquídea,

Samaúma e Coandu, mas a diferença de tempo é pequena.

A Coandu só é utilizada na seca em decorrência de sua

localização muito próxima a margem do cano Mamirauá dificultando, assim, o

passeio de canoa por causa da forte correnteza.

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Inventário de trilhas

A Preguiça inverte seu local de entrada com o de saída durante a cheia para

que os guias não tenham que remar contra a correnteza.

Algumas trilhas já existiam quando se pensou em ecoturismo, tendo sido

abertas para pesquisa, as demais foram feitas especialmente para a atividade.

Os nomes das trilhas são decorrentes de homenagens a animais avistados,

destaques das espécies de flora ou de sua posição geográfica.

Para a aquisição dos dados foi realizado levantamento topográfico (Anexo 2)

das trilhas durante os meses de fevereiro e

março. Os materiais usados foram: trena para

medição de comprimento, bússola para direção

de traçado, clinômetro para as inclinações do

terreno e GPS para identificar as coordenadas

geográficas da trilha. Juntamente, o guia local,

Mequias foi identificando as árvores ao longo do

caminho.

Após essa primeira etapa, foi realizada uma reunião (Anexo 3) com guias para a

confecção de mapas das trilhas.

Trilha Coandu

Comprimento 2050m

Formato Linear

Nível Fácil

Tempo de percurso 150min

Entrada

Saída

Paraná do Mamirauá

Cano do Pagão

Na canoa*

A pé*

*Trilha recém aberta, sem dados estatísticos.

Motivo do nome: um coandu avistado em sua abertura.

Motivo da abertura: ecoturismo.

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Fauna com potencial de avistamento: macaco-de-cheiro-de-cara-preta, macaco-

prego, coandu, quatipuru, preguiça-bentinho, anu-coroa, bico-de-brasa, uru, maracá-

de-onça.

Flora em destaque: assacú, piranheira, mututi-branco, urucurana, apuí-gameleira,

envira-preta, jauari, tanimbuca, tachi, paracuúba, abiorana, catoré, louro-inamuí,

louro-preto, pau-pajé, unha-de-gato, sucuúba, samaúma, camu-camu, caxinguba,

faveira, ingá-de-macaco, bolacheira, maparajúba, araça-do-igapó, cedrinho,

araçapel, cipó-de-fogo, marajá, apuí-da-folha-grande, acapurana, paricarana.

Trilha Macaquinho

Comprimento 2920m

Formato Linear

Nível Fácil

Tempo de percurso 150min

Entrada

Saída

Paraná do Mamirauá

Macaco pulso

Na canoa

A pé

Março

Agosto

Motivo do nome: macacos avistados em sua abertura.

Motivo da abertura: ecoturismo.

Fauna com potencial de avistamento: macaco-de-cheiro-de-cara-preta, macaco-

prego, guariba, preguiça-real, preguiça-bentinho, arirambinha, pavãozinho-do-pará,

gavião-de-perna-vermelha, araçari-castanho.

Flora em destaque: seringa-barriguda, apuí-gameleira, urucurana, mututi-branco,

icerana, matá-matá, munguba, piranheira, embaúba, catoré, acapurana, abiorana,

assacú, envira-vassourinha, jauari, caxinguba, tachi, sucuúba, isqueira, louro-preto,

louro-inamuí, unha-de-gato, cedro, supiarana, capitari, louro-chumbo, caiperana,

genipapinho, caimbé, chupeta-de-vaca, macucurana.

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Trilha Mambira

Comprimento 1540m

Formato Circular

Nível Fácil

Tempo de percurso 60min

Entrada

Saída

Paraná do Mamirauá

Paraná do Mamirauá

A pé

Na canoa

Setembro

Março

Motivo do nome: um mucura foi avistado em sua abertura, porém foi confundido

com um mambira.

Motivo da abertura: pesquisa de dispersão de sementes.

Fauna com potencial de avistamento: uacari, preguiça-real, guariba, macaco-de-

cheiro-de-cara-preta, quatipuru, bico-de-brasa, tucano-assobiador, pica-pau-

chocolate, maracá-de-onça.

Flora em deestaque: matá-matá, piranheira, urucurana, molongó, manixi, mututi-

branco, icerana, munguba, abiorana, pau-pajé, faveira, apuígameleira, caxinguba,

urucurana, barba-de-judeu, macucu, araparirana, capitari, araça-ferro, jacareúba,

acapurana.

Trilha Orquídea

Comprimento 1400m

Formato Circular

Nível Fácil

Tempo de percurso 60min

Entrada

Saída

Macaco pulso

Macaco pulso

Na canoa

A pé

Maio

Agosto

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Motivo do nome: foram plantadas várias espécies de orquídeas ao longo da trilha.

Motivo da abertura: ecoturismo.

Fauna com potencial de avistamento: uacari, guariba, quatipuru, preguiça-

bentinho, anambé-pombo, japiim, japó, tucano-assobiador.

Flora em destaque: matá-matá, piranheira, mututi-branco, paracuúba, araça,

catoré, bacuri-liso, acapurana, urucurana, sucuúba, molongó, louro-preto, isqueira,

camu-camu, caxinguba, icerana, ingá-de-macaco, envira-vassourinha, isqueira, pau-

brasil, maparajuba, escada-de-jabuti, piquiarana, louro-inamuí, acapu-de-juriti.

Trilha Pagão

Comprimento 1460m

Formato Linear

Nível Fácil

Tempo de percurso 120min

Entrada

Saída

Cano pagão

Macaco pulso

Na canoa

A pé

Abril

Agosto

Motivo do nome: a entrada da trilha é no cano do Pagão.

Motivo de abertura: ecoturismo.

Fauna com potencial de avistamento: guariba, uacari, preguiça-bentinho, rato-

janen, quati, arapaçu, coroca, piriquito-brasileiro, pica-pau-de-topete-vermelho.

Flora em destaque: bacuri-coroa, matá-matá, seringa-barriguda, sucuúba, seringaí,

piranheira, envira-vasssourinha, molongó, paracuúba, pau-brasil, manixi, apuí-

gameleira, acapurana, araçazinho, catoré, catoré-da-restinga, cedro, louro-inamuí,

macucu, urucurana, isqueira louro-preto, caraiperana, escada-de-macaco,

castanharana, periquiteira, tamandauaçu, capitari, paricarana, munguba, assacu,

mututi-branco.

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Trilha Preguiça

Comprimento 1380m

Formato Linear

Nível Fácil

Tempo de percurso 90min

Entrada

Saída

Paraná do Mamirauá

Paraná do Mamirauá

Na canoa

A pé

Fevereiro

Setembro

Motivo do nome: uma preguiça foi avistada na sua abertura.

Motivo de abertura: pesquisa de dispersão de sementes.

Fauna com potencial de avistamento: uacari, guariba, macaco-de-cheiro, macaco-

prego.

Flora em destaque: piranheira, urucurana, tanimbuca, seringaí, macucu,

paracuúba, tachi, seringa-barriguda, abiorana, camu-camu, bacuri-liso, manixi,

bacuri, jacareúba, faveira, genipapinho, carauaçú, maparajuba, araça-do-igapó.

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Trilha Samaúma

Comprimento* 1160m

Formato Linear

Nível Fácil

Tempo de percurso 60min

Entrada

Saída

Paraná do Mamirauá

Paraná do Mamirauá

Na canoa

A pé

Maio

Agosto

Soma do percurso de ida e volta

Motivo do nome: o fim da trilha é em uma grande samaúma.

Motivo da abertura: os comunitários da Boca iam pescar no Lago Secretário.

Fauna com potencial de avistamento: uacari, macaco-prego, macaco-de-cheiro-

de-cara-preta, quaitpuru, preguiçca-bentinho, arapaçu-de-bico-longo, gavião

panema, bico-de-brasa, arapari-castanho.

Flora em destaque: mututi-branco, paracuúba, apuí gameleira, faveira, espinheira,

caxinguba, samaúma, munguba, seringa-barriguda, caferana, castanha-sapucáia,

icerana, manixi, bolacheira, marajá, seringaí, molongó.

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Trilha Apara

Comprimento 1540m

Formato Linear

Nível Fácil

Tempo de percurso 60min

Entrada

Saída

Cano pagão

Paraná do Apara

Na canoa

A pé

Março

Agosto

Motivo do nome: trilha passa pelo cano do Apara.

Motivo da abertura: ecoturismo.

Fauna com potencial de avistamento: uacari, macaco-prego, guariba, preguiça-

real, preguiça-bentinho, quatipuru, quati, tucano-assobiador, gavião cinza, araçari-

castanho, uru.

Flora em destaque: icerana, piranheira, munguba, matá-matá, seringaí, urucurana,

acapurana, embaúba, ucuúba, abiorana, cipó-ambé, envira-vassourinha, envira-

preta, jacareúba, louro-preto, isqueira, espinheira, bacuri-liso, araça, macucu, pau-

pajé, sucuúba, pau-brasil, molongó, sardinheira, limorana, capuranã, piquiarana,

caimbé, paricarana, marajá, acapu-de-juriti., tento preto, jauari, apuí-gameleira.

Obs.: não foi possível realizar o levantamento da trilha inteira pois alguns pontos

já estavam com o nível d´água acima de um metro.

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Trilha Juruá

Comprimento 2130m

Formato Linear

Nível Fácil

Tempo de percurso 60min

Entrada

Saída

Cano do Pagão

Paraná do Apara

Na canoa

A pé

Fevereiro

Setembro

Motivo do nome: trilha passa pelo lago Juruá.

Motivo da abertura: ecoturismo.

Fauna com potencial de avistamento: uacari, macaco-prego, coandu, quati, jibóia,

mutum, ticuã, papagaio-papacacau, ariramba-de-barba-branca.

Flora em destaque: piranheira, araça, matá-matá, mututi-branco, manixi, urucurana,

ucuúba, abiorana, isqueira, louro-preto, icerana, faveira, envira-preta, envira-

vassourinha, espinheira, cipó-ambé, cedro, caxinguba, caraipé, caferana, bacuri-liso,

araçapel, araçazinho, munguba, tachi, tento, unha-de-gato, pau-pajé, maparajuba,

ingá-de-sapo, castanharana, macucurana, araparirana, cedrinho, araça-bichinho,

capitari, limorana, boieira, barba-de-judeu.

Obs.: não foi possível realizar o levantamento da trilha inteira pois alguns pontos

já estavam com o nível d’água acima de um metro.

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Trilha Rato

Comprimento 980m

Formato Linear

Nível Fácil

Tempo de percurso 60min

Entrada

Saída

Macaco Pulso

Cano do Rato

Na canoa

A pé

Fevereiro

Outubro

Motivo do nome: trilha acaba no cano do Rato.

Motivo da abertura: ecoturismo.

Fauna com potencial de avistamento: guariba, macaco-de-cheiro-de-cara-preta,

macaco-prego, preguiça-bentinho, quatipuru, maracajá-peluda, onça, papa-formiga,

pavãozinho-do-pará, mutum, bico-de-brasa.

Flora em destaque: tanimbuca, envira-preta, bacuri-liso, catoré, molongó,

caxinguba, piranheira, matá-matá, araçapel, icerana, urucurana, chupeta-de-vaca,

açacú, seringaí, tento-preto, pau-pajé, louro-preto, tachi, abiorana, araça, mututi-

branco, mututi-preto, seringa-barriguda, camu-camu, acapurana, ingá-de-macaco.

Obs.: Não foi possível realizar o levantamento da trilha inteira pois alguns pontos

já estavam com o nível d’água acima de um metro.

6.2 Lagos

O Ecoturismo conta com passeios por 10 lagos situados na área focal da

RDSM.

Inseridos no ambiente de várzea, esses corpos d’águas, chamados de lagos

sofrem muitas mudanças. Na verdade são falsos lagos, pois pelo menos uma vez

por ano, se juntam a um corpo d’água maior na planície inundada. Assim, na cheia

tornam-se apenas espaços abertos dentro da floresta alagada, ficando com suas

Page 20: INVENTÁRIO RESERVA –

20

Lago Mamirauá

Inventário de lagos

características mais associadas a canais de águas correntes. Interessante

sobressaltar que mesmo com esta conexão a fauna que os habita é distinta da

encontrada nos rios, devido ao seu regime físico e sua própria química da água.

Por sua vez no topo da seca assumem sua

característica de lago, já que perdem toda conexão

com outros cursos, ficando assim suas águas

paradas fechadas na baixa do relevo. Nesta época a

uma grande quantidade de animais aquáticos

vivendo em seu espaço bem mais restrito de água.

Outra característica das inundações

sazonais nos lagos são as diferenças na coloração de suas águas. Por serem ácidas

possuem cor preta, com muita matéria orgânica em decomposição e baixo nível de

sedimentos, porém podem adquirir uma coloração branca, na cheia pela influência

do Rio Solimões.

Não é permitido aos turistas tomar banho no rio na seca e na cheia não é

aconselhável.

O passeio propicia o avistamento da fauna aquática, bem como da fauna e

da flora de suas margens. No fim de tarde o pôr-

do-sol é visto em seu horizonte e na volta para a

pousada, quando é noite, é possível fazer

focagem de jacarés.

Para o mapeamento dos lagos foi utilizado

GPS, ficha de inventário trena e um peso.

Juntamente, o guia local Mequias foi descrevendo

a paisagem das margens dos lagos.

Acácio

Acesso: Lago do Mamirauá

Distância da Pousada: 14,6 km

Coordenada geográfica: UTM 284126 / 9671456

Extensão do lago: 140 x 1200m

Profundidade aproximada: 10m

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Cor da água: preta

Acessibilidade: seca/cheia

Tempo para conhecer: 90 min

Paisagem circundante: restinga baixa – apuís, carauaçuzeiro, aureana,

supiarana

Avistagem de animais: boto, jacaré, cigana, biguá

Anágua

Acesso: Lago do Mamirauá

Distância da Pousada: 8,4 km

Coordenada geográfica: UTM 289709 / 9668040

Extensão do lago: 200 x 820m

Profundidade aproximada: 10m

Cor da água: preta

Acessibilidade: seca/cheia

Tempo para conhecer: 30 min

Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – apuí, louro-preto,

seringaí, capitarizeiro, piranheira, catoré, munguba,

embaúba, carauaçuzeiro, munguba

Avistagem de animais: boto, jacaré

Juruá Grande

Acesso: Paraná do Apara

Distância da Pousada: 3,7 km

Coordenada geográfica: UTM 294113 / 9664904

Extensão do lago: 230 x 1100m

Profundidade aproximada: 5,5m

Cor da água: preta

Acessibilidade: cheia

Tempo para conhecer: 90 min

Paisagem circundante: restinga baixa – catoré, munguba, apuí,

embaúba, arati, cipó-macaquilho, unha-de-cigana, mari-

mari, carauaçuzeiro, supiarana

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Avistagem de animais: boto, jacaré, guariba, macaco-de-cheiro, biguá,

biguatinga, cigana, iguana

Juruazinho

Acesso: Paraná do Apara

Distância da Pousada: 2,5 km

Coordenada geográfica: UTM 294442 / 9663736

Extensão do lago: 231 x 525m

Profundidade aproximada: 5.10m

Cor da água: preta

Acessibilidade: cheia

Tempo para conhecer: 30 min

Paisagem circundante: restinga baixa – munguba, carauaçuzeiro, apuí,

embaúba, catoré, mari-mari, arapari, capim de aguapé,

canarana

Avistagem de animais: boto, jacaré, aves

Obs.: na seca a água fica barrenta, de coloração bege, pelo movimento

dos peixes em pouca água.

Mamirauá

Acesso: Paraná do Mamirauá

Distância da Pousada: 10,9 km

Coordenada geográfica: UTM 287528 / 9669546

Extensão do lago: 400 x 10.000m

Profundidade aproximada: 16m

Cor da água: preta

Acessibilidade: seca/cheia

Tempo para conhecer: 120 min

Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – mututi, apuí,

icerana, matá-matá, capitarizeiro, munguba, catoré,

embaúba

Avistagem de animais: boto, tucuxi, jacaré

Page 23: INVENTÁRIO RESERVA –

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Pagão

Acesso: Cano do Pagão

Distância da Pousada: 2,1 km

Coordenada geográfica: 295475 / UTM 9663138

Extensão do lago: 281 x 500m

Profundidade aproximada: 4,75m

Cor da água: preta

Acessibilidade: cheia

Tempo para conhecer: 60 min

Paisagem circundante: restinga baixa – munguba, supiarana, catoré,

seringa-barriguda, piranheira

Avistagem de animais: uacari, macaco-de-cheiro, macaco-prego,

guariba, jacaré

Saracura

Acesso: Lago do Mamirauá

Distância: 12,9 km

Coordenada geográfica: UTM 285842 / 9670696

Extensão do lago: 80 x 1000m

Profundidade aproximada: 10m

Cor da água: preta

Acessibilidade: seca/cheia

Tempo para conhecer: 60 min

Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – carauaçuzeiro,

munguba, apuís, capim memeca, canarana, aguapés

Avistagem de animais: boto, jacaré, onça, cigana, biguá, carara

Uiri

Acesso: Lago do Mamirauá

Distância da Pousada: 6,0 km

Coordenada geográfica: UTM 290425 / 9664914

Extensão do lago: 170 x 2890m

Profundidade aproximada: 11,4m

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Cor da água: preta

Acessibilidade: seca/cheia

Tempo para conhecer: 60 min

Paisagem circundante: restinga baixa – apuí, munguba, paricarana,

palmeira jauari, matá-matá, castanharana, mari-mari,

carauaçuzeiro, batatarana, capim aguapé, canarana

Avistagem de animais: boto, jacaré, uacari, guariba, tucano, arara,

macaco-de-cheiro, biguá, biguatinga, cigana, gavião-

panema

Teiú

Acesso: Lago Mamirauá – Lago Anágua

Distância da Pousada: 12,5 Km

Coordenada geográfica: UTM 287911 / 9671556

Extensão do lago: 70 x 6500m

Profundidade aproximada: 20 m

Cor da água: preta

Acessibilidade: seca por trilha a pé / cheia de barco

Tempo para conhecer: 4h

Paisagem circundante: restinga alta, restinga baixa e chavascal –

piranheira, icerana, embaúba, catoré, fruta de macaquinho,

munguba, ingá-de-sapo, paricarana, urucurana, jacareúba,

apuí, maparajuba, matá-matá, louro-inamuí, louro-preto,

paracanaúba, paracuúba, molongó, seringa-barriguda, manixi,

envira-preta, envira-vassourinha, , carauaçuzinho, araçá-do-

igapó, camu-camu, mata-fome, ituá

Avistagem de animais: primatas, onça, aves, tambaqui, peixes, botos

vermelhos, jacarés

Obs.: Lago pouco utilizado para visitação.

Foi neste lago que o pesquisador Márcio Ayres iniciou seus trabalhos.

Araçazinho

Acesso: Paraná do Apara

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Distância da Pousada: 8,0 Km

Localização geográfica: UTM 0293418 / 9669092

Extensão do lago: 188m x 2.800m

Profundidade aproximada: 7,50m

Cor da água: preta na cheia e branca na seca.

Acessibilidade: cheia

Tempo para conhecer: 2h

Paisagem circundante: restinga baixa - apuí, embaúba, carauaçuzeiro,

piranheira, munguba, ucuúba, araçá

Avistagem de animais: boto vermelho, macaco-de-cheiro

Cano do Jaquiri

Acesso: Macaco Pulso

Distância da Pousada: 213 m

Localização geográfica: UTM 0294316 / 9661172

Extensão do cano: 3 km x 1,56m

Profundidade aproximada: 3m

Cor da água: preta na seca e preta e branca na cheia

Acessibilidade: cheia

Tempo para conhecer: 2h

Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – urucurana,

supiarana, maparajuba, tanimbuca, camu-camu, munguba,

envira-preta, envira-vassourinha, apuí-da-folha-larga, araçá,

paracuúba, pau-pajé, bacuri, matá-matá.

Avistagem de animais: primatas, aves, peixes, jacaré, botos vermelhos.

6.3 Comunidades locais

O programa de Ecoturismo conta com roteiros turísticos para visitação em

quatro comunidades. Estas comunidades estão situadas próximas a Pousada

Uacari.

Vila Alencar, Boca do Mamirauá e Sítio São José fazem parte do Setor

Mamirauá, com exceção de Caburini de Cima que fica fora dos limites da RDSM,

sendo apenas uma comunidade usuária.

Page 26: INVENTÁRIO RESERVA –

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Sítio São José

Vila Alencar

As comunidades estão envolvidas no

processo discutindo suas idéias e realizando

avaliações da atividade regularmente, junto com a

coordenação do Núcleo de Ecoturismo do IDSM.

A idéia de serem realizadas visitas nas

comunidades surgiu do interesse mútuo destas e

dos ecoturistas para interagirem, proporcionando a

troca de culturas e de experiências, bem como

promovendo uma renda extra para as comunidades com a venda de artesanatos.

Além de receber turistas em suas comunidades, os comunitários prestam

serviços de auxiliares e de guias turísticos, tendo formado uma associação,

AAGEMAM – Associação de Auxiliares e Guias de Ecoturismo de Mamirauá, com

apoio do Instituto, de modo a se organizarem enquanto grupo.

Localizadas em área de várzea, na margem dos cursos d’água, em restinga

baixa, as comunidades ribeirinhas tem suas atividades ligadas ao regime da água.

Com a inundação, quando o nível da água pode subir até 12 metros, a

comunicação entre as casas é feita por canoas e suas casas em estilo palafita

mantém-se secas. Em cheias mais fortes é preciso colocar um segundo assoalho,

chamado de maromba. Maromba também é o nome dos flutuantes onde ficam os

animais e as hortas.

Antes da cheia é a hora de colher o roçado e

fazer a farinha de mandioca, item indispensável na

alimentação. Na cheia é muito baixa a produção

econômica quando até a pescaria fica mais difícil. Na

vazante começa o preparo para as novas plantações.

No pico da seca, no verão, o plantio está crescendo,

as pescarias voltam a ser mais produtivas e os jogos de futebol estão garantidos.

Cada comunidade (Anexo 4) tem sua característica peculiar dentro de seus

estilos de vida ribeirinho.

Foram realizadas duas visitas (Anexo 5) a cada comunidade para realização

do inventário.

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Abaixo descrição das comunidades e seus calendários de atividades:

Sítio São José:

É a menor das comunidades, localizada no oeste do paraná do Mamirauá, é

composta por 43 moradores, 9 casas, 1 escola, 1 casa de farinha, 1 casa de

banho e 1 campo de futebol. Não possui rádio comunicador e nem

eletricidade.

Calendário da comunidade

Mês Atividade – Eventos Lazer

Janeiro Colheita milho, azeitona, taperebá, marirana

Joga de bola

Fevereiro Limpeza da comunidade Capina de roça Tipo de fruta: seringa, cuia

Jogo de bola

Março De roça: açaí Reunião na comunidade Vigilância na área da comunidade Começo das aulas

Jogo de bola

Abril Trabalho de fazer farinha Extração de goma para fazer tapioca

Jogo de bola

Maio Pesca Tipo de fruta: ingá, açaí, bacuri, buriti, cacau.

Dia das Mães

Junho Reunião na comunidade Sempre os membros das comunidades fazem vigilância área.

Julho Começo de fazer os plantios Fazer os roçados para plantar as manivas e melancia e milho

Agosto Plantar as verduras e tudo isso termina em Agosto.

Plantios

Setembro Capina de roça Pesca Tipo de frutas: caju, araçá

Comemoração 7 de Setembro

Outubro Colheita de melancia, pepino, maxixe Criação de galinha Limpeza da comunidade

Novembro Continua a colheita de melancia, milho, feijão abóbora

Dezembro Colheita de milho, melancia, capina de roça Reunião na comunidade Preservação continua

Dia 25 Natal é comemorado

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Boca do Mamirauá:

Localiza-se na margem Oeste do Paraná do Mamirauá, possui rádio

comunicador e é formada por 52 pessoas, 10 casas, 1 escola, 2 casas

flutuantes, 1 flutuante do Instituto, 2 casas de farinha flutuantes, 1 loja de

artesanato, 1 gerador, 1 torre, 1 bomba d’água solar, 1 campo de futebol, 2

trilhas e 1 forno em terra.

Calendário dos homens

Mês Atividade – Eventos Época

Janeiro Colheita da roça. Milho, Jerimum. Mês da chuva, de peixe chocar.

Fevereiro Festejo do Aniversário do Campo. Castanha e sapucaia abre os frutos. Taperebá.

Março Colheita da roça. Mês que dá mais farinha.

Abril Semana Santa - Brincadeira de Judas Aniversário do clube de mães

Maio Dia do trabalhador Fim da colheita da roça. Época de fazer beiju, tapioca, tucupi. Fazer corte de capim para o boi.

Junho Fogueira

Julho Começo do plantio da mandioca, milho, jerimum.

Agosto Plantios.

Setembro Comemoração 7 de Setembro (marcha, corrida de saco)

Plantios; tempo de praia.

Outubro Colheita dos plantios.

Novembro Reprodução dos ovos de jacaré

Dezembro Natal Capina de roças.

Calendário das mulheres

Mês Atividade – Eventos Época

Janeiro Ano Novo Limpeza da comunidade

Capina das roças Colheita de feijão, milho, melancia, abóbora Reforma da horta Muitas chuvas, muita lama e carapanã

Fevereiro Comemoração do Gramado Colheita dos plantios Época da castanha sapucaia Mudança de cor de água

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preta e branca. Muito imbuá

Março Preparação das casas de farinha Desova dos peixes

Época de embarriar os fornos Época de açaí, bacuri, marimari, ingá, camu-camu, arati e araçá Muita mutuca

Abril Comemoração do Clube de Mães Santa Luzia Comemoração do Judas

Tempo de peixe gordo Tempo de pescaria homens, mulheres e meninos Tempo de muitas frutas dos peixes Colheita do açaí

Maio Comemoração das mães Moradia nos flutuantes

Enchente Boi e galinha na Maromba Época de cortar capim para o gado

Junho Papagaios saem do buraco Tempo de filhotes de papagaio voarem Cortar capim

Julho Mês dos periquitos disvoarem Mês que limpa as marombas

Agosto Época dos periquitos asa branca, estrelinha, curica e macaco de cheiro com filhote

Setembro Comemoração da Independência Desova dos bichos de casco Início dos plantios Visita dos biguás, garças, maguaris e gaivotas Repiquete Tempo de muitos peixes nos paranás do Mamirauá.

Outubro Morte natural dos peixes no paraná Época de andar nas trilhas da VA

Novembro Reprodução dos ovos de jacarés Período de muitas melancias

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Muitas aves

Dezembro Natal Capina das roças Limpeza da comunidade para o Natal

Vila Alencar

Localizada na margem Norte do Rio Jaquiri é a maior das comunidades,

possui rádio comunicador e é formada por 137 pessoas, 23 casas, 1 escola, 1

centro comunitário, 1 telefone público, 1 viveiro de mudas, 1 casa do Instituto,

1 armazém de grãos, 4 casas de farinha flutuantes, 2 casas de farinha em

terra, 1 bosque experimental, 1 gerador, 2 campos de futebol, 1 posto de

saúde, 1 casa da AMUVA e 1 torre.

Calendário mulheres

Mês Atividade – Eventos Época

Janeiro Aniversário da AMUVA

Fevereiro Limpeza das roças, Vitórias-régias no poço época da goiaba, cacau, milho e feijão

Março Semana Santa - Via Sacra Judas Época da farinhada

Abril Época da farinhada

Maio Comemoração Dia das Mães Festejo do Divino

Época da farinhada Camu-Camu, bacuri

Junho Comemoração Dia do Meio Ambiente Festas Juninas

Julho

Agosto Início dos plantios

Setembro Plantios

Outubro Comemoração Dia Das Crianças Plantios

Novembro

Dezembro Novena de Natal em Família Ano Novo

Calendário dos homens

Mês Atividade – Eventos Época

Janeiro Festejo Ano Novo Reuniões Semanais Assembléia da Comunidade

Fevereiro Reuniões semanais Limpeza da Comunidade Jogos de futebol á tarde

Época da goiaba, cacau

Março Início da colheita da mandioca Fábrico da farinha

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Abril Festejo do padroeiro da comunidade: Divino

Início da tiração de açaí e curso de polpa de frutas

Maio Dia das mães Extração da madeira para construção das casas Tempo da cheia Pegação de peixes com anzol (pacu e tambaqui)

Junho Comemoração Dia do Meio Ambiente Fogueiras

Notícia da seca Cortação de capim

Julho Começo da vazante Férias escolares Pesca para alimentação

Agosto Comemoração Dia dos Pais

Início dos plantios Início das aulas

Setembro Comemoração do Santa Fé Esporte

Trabalhos de Mutirão Tempo de bicho de casco (Quelônios)

Outubro Comemoração do Dia das Crianças Colheita de melancia, milho, verduras Tempo da seca- grandes praias Viagem pela trilha Poçinho para lavar e tomar banho

Novembro Avelação dos finados - Dia de todos os Santos

Segunda Capina das Roças

Dezembro Novena de Natal em Família Celebração do culto e refeição para todos.

Caburini de Cima

Localiza-se na margem Oeste do Rio Japurá, fora dos limites da Reserva, e se

diferencia das outras comunidades pela formação de praia na seca. Possui 14

casas, 1 escola, 1 igreja, 5 casas de farinha, 1 campo de futebol, 1 gerador e 1

salão de festas, com 91 moradores.

Calendário da comunidade

Mês Atividade – Eventos - Época

Janeiro Colheita de feijão, abóbora, milho,etc

Fevereiro Festa do padroeiro Torneio, colheita de feijão Vitória- Régia

Março Início da farinha, de açaí, e algumas frutas como – goiaba e cacau Vitória Régia

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AMUVA

Abril Farinhada e açaí

Maio Farinha e açaí. Tempo das frutas e peixe gordo

Junho Rio muito cheio, só pescamos para manter o alimento do dia a dia

Julho Rio cheio e continua pesca

Agosto Início do plantio roça: feijão, melancia, abóbora, milho

Setembro Continua o plantio

Outubro Capinas dos plantios

Novembro Começa a colheita de feijão, milho, melancia

Dezembro Festas de final de ano Continua a colheita

6.4 Artesanato

O artesanato do Setor Mamirauá é feito por

mulheres e homens das comunidades, arte

passada de geração em geração, é um registro da

cultura além de uma atividade econômica.

É na interação com ao meio ambiente que

são coletados os materiais para a confecção das

artefatos, encontrados nas próprias comunidades e

nas proximidades.

Abaixo tabela com nome da planta/animal de onde é retirado a parte que

será utilizada para o produto final - artesanato.

Planta/animal Parte Artesanato

Tento, lágrima-de-Santa-Luzia,

periquiteira, paricarana, apuruí,

graviola, araticum, espinheiro,

muru-muru e coco.

Sementes colares, pulseiras, brincos e

pingentes.

Ambé Cipó cestas, bolsas, chapéus e

pulseiras.

Jauari Semente anel e pingente.

Folha chapéu.

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Pousada Uacari

Tucumã Semente anel, pingente, brinco.

Folha chapéu.

Munguba Envira rede, saia de índio, pulseira.

Fruto travesseiros.

Arumã Talo da folha peneira e balaio.

Molongó, paracuúba, cedro Madeira esculturas, pingentes e

pulseiras.

Cipó jacitara Cipó tipiti.

Urucum Semente

Tinta Lamparina Cinza

Tarirí Folha

Macucu Madeira

Pirarucu Escama

colares, pingentes, brincos e

pulseiras.

Aves (arara e papagaio) Penas

Jacaré e Onça Dente

Coandu Espinhos

7. Equipamentos e serviços turísticos

7.1 Pousada Uacari

7.1.1 Acomodações

São 20 leitos divididos em 10

apartamentos duplos, com a possibilidade de

incluir um leito a mais no apartamento. Os preços

(Anexo 6) variam conforme o pacote.

7.1.2 Alimentação

A culinária regional é a base da alimentação oferecida na

Pousada Uacari.

No café-da-manhã destacam-se o bolinho de banana com tapioca, biju de

macaxeira, tapioquinha e as frutas frescas.

Page 34: INVENTÁRIO RESERVA –

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No almoço e janta os pratos com peixe e frango compõe o cardápio.

Surubim frito e no tucupi, mugiga de tambaqui e tucunaré assado na folha de

bananeira são os peixes mais utilizados. O frango é feito frito, assado e em pratos

como lasanha. Para acompanhar além do típico arroz, feijão e salada, sobressaem o

purê de jerimum e de macaxeira.

Para as sobremesas têm-se os cremes de cupuaçú, banana e maracujá,

pudins e salada de frutas.

7.1.3 Transporte

Voadeiras Hp tanque (litros) capacidade uso

Guariba Mariner 135 180 7-12 turistas Tefé-Eco

Cigana Yamaha 40 45 5 turistas Tefé-Eco

Socó-i Suzuki 30 30 6 turistas Tefé-Eco

Urutaua Suzuki 30 30 6 turistas Tefé-Eco

Pacamum Honda 15 12 3 passageiros Campo

Matá-matá Yamaha 15 25 3 passageiros Reserva

Canoas Hp tanque(litros) capacidade uso

Honda 15 12 8 turistas Reserva

14 a remo 3 turistas Reserva

Um canoão e um motor tohatsu 5hp com tanque de 12 litros estão paradas.

7.1.4 Entretenimento

A Pousada conta com biblioteca e vídeos sobre o Ecossistema Amazônico e

a RDSM, televisão, vídeo cassete e jogos.

Palestras com projetor multi-mídia, sobre o ecossistema de várzea,

ecoturismo e pesquisas da RDSM.

7.1.5 Infra-estrutura básica

O abastecimento é feito pela captação de água do rio e da chuva, e água

mineral para beber.

A energia utilizada provém de captação solar e gerador.

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Guias

O destino final do esgoto, depois de filtrado em um sistema de filtragem de

dejetos de carvão, seixo e areia. Este sistema filtra os porém, em um dos módulos,

está em fase de teste um sistema de filtragem de dejetos.

O lixo orgânico é jogado no rio e o inorgânico é separado e levado para

Tefé, onde vai para o lixão municipal.

7.1.6 Comunicação

Feita através de rádio comunicador SSB (Single Side Band) de alta

freqüência. Na Pousada Uacari é utilizado o modelo YAESU system 600.

Um outro rádio fica localizado no depósito e pode ser utilizado para a

comunicação com o Flutuante Base e o escritório de Tefé.

A Pousada conta também com uma linha telefônica 97 343 46 72 ramal 217.

7.2 Serviços

7.2.1 AAGEMAM

A Associação de Auxiliares e Guias de Ecoturismo do Mamirauá – AAGEMAM

(Anexo 7) foi fundada em 6 de junho de 2000, para prestar serviços, buscar o

aprimoramento do trabalho no Ecoturismo -

capacitando, valorizando e avaliando seus

serviços - e promover o desenvolvimento da

própria associação e de seus associados, bem

como a melhoria de vida destes. É formada por

moradores e usuários do Setor Mamirauá, sendo

15 guias turísticos e 14 auxiliares. Sua sede está

locada na Boca do Mamirauá.