INVENTÁRIO RESERVA –
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Programa de Ecoturismo IDSM
INVENTÁRIO TURÍSTICO DA ZONA DE MANEJO ESPECIAL
DE ECOTURISMO DA RESERVA MAMIRAUÁ
Elaborado por:
Juliane Da Soler
Viviane Dalfemback
Renato Scala
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ÍNDICE
1. Histórico da Reserva...................................................................................... 04
1.1 Histórico do Ecoturismo............................................................................ 05
2. Aspectos Geográficos..................................................................................... 05
2.1 Área.......................................................................................................... 05
2.3 Coordenadas geográficas........................................................................ 06
2.4 Clima........................................................................................................ 06
3. População....................................................................................................... 07
4. Flora................................................................................................................ 07
5. Fauna.............................................................................................................. 08
6. Atrativos Turísticos......................................................................................... 10
6.1 Trilhas....................................................................................................... 10
Trilha Coandu................................................................................ 11
Trilha Macaquinho......................................................................... 12
Trilha Mambira............................................................................... 13
Trilha Orquídea.............................................................................. 13
Trilha Pagão.................................................................................. 14
Trilha Preguiça.............................................................................. 15
Trilha Samaúma............................................................................ 16
Trilha Apara................................................................................... 17
Trilha Juruá.................................................................................... 18
Trilha Rato..................................................................................... 19
6.2 Lagos........................................................................................................ 19
Acácio............................................................................................ 20
Anágua.......................................................................................... 21
Juruá Grande................................................................................. 21
Juruazinho..................................................................................... 22
Mamirauá....................................................................................... 22
Pagão............................................................................................ 23
Saracura........................................................................................ 23
3
Uiri................................................................................................. 23
Teiú................................................................................................ 24
Araçazinho..................................................................................... 24
Cano do Jaquiri............................................................................. 25
6.3 Comunidades locais................................................................................. 25
Sítio São José............................................................................... 27
Boca do Mamirauá........................................................................ 28
Vila Alencar................................................................................... 30
Caburini de Cima........................................................................... 31
6.4 Artesanato................................................................................................ 32
7. Equipamentos e serviços turísticos................................................................ 33
7.1 Pousada Uacari........................................................................................ 33
7.1.1 Acomodações................................................................................ 33
7.1.2 Alimentação................................................................................... 33
7.1.3 Transporte..................................................................................... 34
7.1.4 Entretenimento.............................................................................. 34
7.1.5 Infra-estrutura básica..................................................................... 34
7.1.6 Comunicação................................................................................. 35
7.2 Serviços.................................................................................................... 35
7.2.1 AAGEMAM.................................................................................... 35
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1. Histórico da Reserva
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM) é a maior
unidade de conservação brasileira formada por florestas alagáveis, que juntamente
com a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã e o Parque Nacional do
Jaú, formam um corredor ecológico.
Inicialmente criada como Estação Ecológica em 1990 pelo Governo do Estado
do Amazonas, em 1996 foi transformada na categoria, então inédita, Reserva de
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Desenvolvimento Sustentável, também pelo Governo Estadual. Seu objetivo é
proteger as várzeas da confluência dos rios Solimões e Japurá, próximo a Tefé,
conciliando a conservação da biodiversidade com o desenvolvimento sustentável
das populações humanas residentes.
Assim as populações humanas locais não foram removidas, e sim envolvidas
num processo participativo que objetiva garantir a melhoria do padrão de vida local e
sua participação no manejo e proteção da biodiversidade da RDSM. As
comunidades locais estão engajadas nas atividades de pesquisa, extensão e manejo
da unidade, ocupando uma posição estratégica nos processos de tomada de
decisões.
1.1 Histórico do Ecoturismo
O Ecoturismo iniciou suas atividades em 1997, realizando discussões entre os
atores envolvidos – comunitários, pesquisadores e extensionistas - com a finalidade
de elaborar uma estratégia de implantação da atividade. Um diagnóstico preliminar
demonstrou que as comunidades não tinham amplo conhecimento sobre a atividade
turística e assim foi identificada a necessidade de explicitar à estas os objetivos do
ecoturismo de um modo global e como tais objetivos se aplicariam (ou não) dentro
da realidade local.
Na primeira fase (1997-1998), a direção geral do Projeto Mamirauá decidiu
investir em uma infra-estrutura básica de ecoturismo para que o produto fosse
estudado e testado através da demanda espontânea. Para isto, um flutuante foi
designado especificamente para fins de recepção de turistas na Reserva e dois
funcionários foram contratados com recursos do Projeto Mamirauá para oferecerem
seus serviços aos turistas espontâneos.
Em uma segunda fase (1999-2002) busca-se o desenvolvimento do produto,
a venda, o marketing e a extensão.
2. Aspectos Geográficos
2.1 Área
A reserva está localizada numa área de 1.124.000 ha na confluência dos Rios
Solimões, Japurá e Auati-Paraná em um ecossistema de várzea. A área da Reserva
foi subdividida em duas partes: uma área focal com um sexto da área total (260.000
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ha) e uma área subsidiária. As principais atividades são desenvolvidas na área
Focal.
O alagamento sazonal decorre da variação no nível da água, principalmente
originária do descongelamento dos Andes, cuja amplitude é de cerca de 10 a 12
metros todos os anos.
O Ecoturismo desenvolve-se na área denominada Zona de Manejo Especial
de Ecoturismo, situada no Setor Mamirauá, em uma área total de 35km².
2.3 Coordenadas geográficas
03°00’00’’ S à
03°07’12’’S
64°57’01’’ W 64°47’59’’W
2.4 Clima
Máximas entre 30°C e 33°C, nos meses de seca – outubro e novembro.
Mínimas entre 21°C e 23°C.
Média amplitude térmica mensal 8°C a 10°C.
Pluviosidade 2.850 mm anual (1984).
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3. População
A população de toda a Reserva no ano de 2001 era de 6.306 pessoas,
divididas em 1.695 moradores e 4.611 usuários.
População cabocla, em sua maioria, e ribeirinha, vivendo nas margens dos
rios.
4. Flora
Em se tratando de um ambiente alagável por tanto tempo todos os anos, é
quase impossível estabelecer uma distinção entre uma flora terrestre e uma flora
aquática. O regime das águas é fator determinante na diversidade vegetal local, que
é menor que a diversidade de plantas superiores encontrada em outras áreas de
floresta de terra firme.
As diferenças no período de alagamento
decorrentes das desigualdades de relevo entre os
terrenos da várzea levaram ao desenvolvimento de
fitofisionomias distintas. Aproximadamente 10,2% da
superfície da Reserva está representada por corpos d’água, e os 89,8% restantes
são formados de 44,3% de restingas, 31,3% de chavascais e 14, 2% de outras
coberturas (palhais, campos, roças e praias).
As restingas altas correspondem aos terrenos mais altos da várzea. Estas
terras estão sujeitas a alagação anual por 2 a 4 meses, com profundidade que varia
entre 1 a 2,5m. São estruturalmente mais parecidas com a terra firme mas a
composição de espécies é muito diferente. Na várzea, as restingas altas possuem a
maior diversidade de espécies, área basal e número de árvores por unidade de área.
As famílias botânicas dominantes em número de indivíduos (árvores com DAP igual
ou maior que 10 cm) são Annonaceae (16,4%), Euphorbiaceae (10,5%),
Leguminosae (7,8%), Apocynaceae (7,4%), Lecythidaceae (6,0%) e Lauraceae
(5,2%).
A restinga baixa é a transição entre as áreas florestais da várzea para o
chavascal. O sub-bosque é freqüentemente mais limpo, com boa visibilidade. Os
solos são cobertos por água durante 4 a 6 meses por ano e em alguns trechos a
Erva-de-passarinho
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Preguiça-bentinho
altura da água pode atingir cerca de 5m. A medida que a água baixa, o solo fica com
muita lama, por muitas semanas, antes que seque. As famílias botânicas
dominantes em número de indivíduos (árvores com DAP igual ou maior que 10 cm)
são Euphorbiaceae (18,8%), Leguminosae (16%), Lecythidadaceae (7%),
Annonaceae (5,5%) e Myrtaceae (5,8%).
O chavascal consiste em áreas bastante extensas de vegetação baixa,
arbustiva, pantanosa e quase impossível de transpor durante a seca. É inundado
durante cerca de 6 a 8 meses, a cada ano, a uma profundidade de 6-7m. No meio
desta vegetação arbustiva pode-se observar a presença de algumas árvores
emergente, ou até mesmo pequenas ilhas de restinga baixa. Áreas extensas de
chavascal são comuns entre lagos, canais e rios, normalmente atrás de faixas de
restinga. As plantas características do chavascal são as tabocas (Bambusa sp.,
Graminae), a munguba (Pseudobombax munguba, Bombacaceae), a piranheira
(Piranhea trifoliata, Euphorbiaceae), as embaúbas (Cecropia sp., Moraceae) e várias
espécies de apuí (Ficus spp., Moraceae).
Os palhais ocorrem em terrenos mais altos e podem constituir enclaves
dentro das restingas. São dominados por uma ou mais entre as seguintes palmeiras:
muru-muru (Astrocaryum murumuru), urucuri (Attalea sp.) e açaí (Euterpe oleracea).
Outras fitofisionomias extremamente sazonais são os campos, as roças e
as praias que aparecem durante a seca.
5. Fauna
A fauna encontrada se caracteriza mais por uma alta taxa de endemismos,
que por uma diversidade muito elevada.
Os primatas avistados na Reserva são o guariba (Alouatta seniculus), o
macaco-de-cheiro (Saimiri sciureus), a preguiça-
real (Choloepus didactylus), a preguiça-bentinho
(Bradypus variegatus), o uacari-branco (Cacajao
calvus calvus) e o macaco-de-cheiro-de-cabeça-
preta (Saimiri vanzolinii), esses dois últimos
endêmicos em Mamirauá.
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São encontradas no total cerca de 340 espécies de aves no Mamirauá. É
também possível que a várzea seja importante para algumas espécies de
distribuição restrita, como o mutum-piuri (Crax globulosa), e para várias aves
aquáticas que já são raras em outras áreas, como os alencornes (Anhima cornuta).
Outras características relevantes de caráter conservacionista são a
ocorrência de espécies (ameaçadas ou não) que são alvo da exploração de caça
pela população humana, como os jacarés (Melanosuchus niger e Caiman crocodilus)
e quelônios aquáticos (Podocnemis expansa, P. unifilis e P. sextuberculata), ou
ainda os felinos (Felix spp. e Panthera onca).
A fauna de vertebrados de médio e grande porte não é diversa, pois apenas
animais arborícolas ou capazes de nadar bem podem sobreviver na floresta alagável
durante as cheias. Dependendo das características da alagação anual, animais de
grandes dimensões podem chegar à área aproveitando-se de seus recursos
alimentares. Encontramos neste grupo os queixadas (Tayassu pecari) e,
provavelmente, alguns veados (Mazama sp.).
As várzeas do Mamirauá também permitem a coexistência de uma pequena
gama de mamíferos de água doce pertencentes a três ordens. São dois casos de
endemismos da região amazônica, o peixe-boi (Trichechus inungis) e o boto-
vermelho (Inea geoffrensis), além do tucuxi (Sotalia fluviatilis), da ariranha
(Pteronura brasiliensis) e da lontra (Lutra sp.).
Com relação à herpetofauna até o momento parcialmente inventariada,
pode-se dizer que sua diversidade é baixa quando comparada à outras áreas
amazônicas, já que um importante habitat, a terra-firme, não está presente, o que
responde pela ausência de muitas espécies. Foram registradas na Área Focal 34
espécies de sapos e rãs, 3 de gymnophiona, 15 de lagartos, 10 de cobras, 1 de
jaboti, possivelmente 6 de quelônios aquáticos e ao menos 3 de jacarés.
Cerca de 300 espécies de peixes foram registradas na reserva e nos corpos
d'água adjacentes. É o maior número de espécies já registrado para um ambiente de
várzea. Uma razão para esta diversidade é a amplitude de habitats oferecidos aos
peixes, e a dinâmica de sua alteração ao longo do ciclo sazonal.
Os habitats aquáticos também abrigam uma fauna diversa de invertebrados.
Da mesma forma que a ictiofauna, a fauna de invertebrados também pode ser
abordada em relação aos tipos de habitats por ela ocupados. As águas abertas
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Trilha Apara
abrigam uma comunidade dominada por rotíferas, copepodas e cladoceras. As
macro e micro faunas bênticas são pequenas por causa das condições anóxicas. Há
uma forte sazonalidade na comunidade planctônica, que tende a ser maior durante a
seca, quando os lagos tornam-se corpos d'água isolados. Como no caso dos peixes,
o capim flutuante possui a fauna mais rica.
Os grupos de insetos dominantes são Coleoptera, Hemiptera, Odonata,
Ephemeroptera e Diptera (Chironomidae). Os grupos dominantes de crustáceos são
Ostrachoda, Conchostracha e Malachostracha. Em algumas áreas, Amphipoda
também são comuns. Macrocrustáceos incluem quatro espécies de caranguejos
(uma das quais é uma nova espécie), e duas espécies de camarões, dominantes
sobre a fauna de invertebrados dos capins flutuantes e da floresta alagada.
Moluscos são comuns, mas pouco diversos. Os grandes pomáceos são um membro
característico da fauna dos capins flutuantes. Os ostrachoda são comuns e os
mysideos vivem na liteira de folhas do fundo. Em algumas partes da RDSM, colônias
de espongiários são encontradas crescendo nos galhos das árvores que ficam
submersas por vários meses todos os anos.
6. Atrativos Turísticos
6.1 Trilhas
O ecoturismo utiliza um conjunto de 10 trilhas para passeios com seus
hóspedes, localizadas na área focal da RDSM, próximas a Pousada Uacari. Todos
as visitas são guiadas, não sendo permitido visita auto-guiada.
As trilhas estão em área de várzea, com vegetação característica de restinga
baixa e chavascal que são inundadas com as
variações sazonais do nível d’água.
Em geral, a partir do mês de setembro até
abril é possível percorrer as trilhas a pé, no restante
do ano o trajeto é feito com canoas. As últimas
trilhas a alagarem são o Pagão, Orquídea,
Samaúma e Coandu, mas a diferença de tempo é pequena.
A Coandu só é utilizada na seca em decorrência de sua
localização muito próxima a margem do cano Mamirauá dificultando, assim, o
passeio de canoa por causa da forte correnteza.
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Inventário de trilhas
A Preguiça inverte seu local de entrada com o de saída durante a cheia para
que os guias não tenham que remar contra a correnteza.
Algumas trilhas já existiam quando se pensou em ecoturismo, tendo sido
abertas para pesquisa, as demais foram feitas especialmente para a atividade.
Os nomes das trilhas são decorrentes de homenagens a animais avistados,
destaques das espécies de flora ou de sua posição geográfica.
Para a aquisição dos dados foi realizado levantamento topográfico (Anexo 2)
das trilhas durante os meses de fevereiro e
março. Os materiais usados foram: trena para
medição de comprimento, bússola para direção
de traçado, clinômetro para as inclinações do
terreno e GPS para identificar as coordenadas
geográficas da trilha. Juntamente, o guia local,
Mequias foi identificando as árvores ao longo do
caminho.
Após essa primeira etapa, foi realizada uma reunião (Anexo 3) com guias para a
confecção de mapas das trilhas.
Trilha Coandu
Comprimento 2050m
Formato Linear
Nível Fácil
Tempo de percurso 150min
Entrada
Saída
Paraná do Mamirauá
Cano do Pagão
Na canoa*
A pé*
*Trilha recém aberta, sem dados estatísticos.
Motivo do nome: um coandu avistado em sua abertura.
Motivo da abertura: ecoturismo.
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Fauna com potencial de avistamento: macaco-de-cheiro-de-cara-preta, macaco-
prego, coandu, quatipuru, preguiça-bentinho, anu-coroa, bico-de-brasa, uru, maracá-
de-onça.
Flora em destaque: assacú, piranheira, mututi-branco, urucurana, apuí-gameleira,
envira-preta, jauari, tanimbuca, tachi, paracuúba, abiorana, catoré, louro-inamuí,
louro-preto, pau-pajé, unha-de-gato, sucuúba, samaúma, camu-camu, caxinguba,
faveira, ingá-de-macaco, bolacheira, maparajúba, araça-do-igapó, cedrinho,
araçapel, cipó-de-fogo, marajá, apuí-da-folha-grande, acapurana, paricarana.
Trilha Macaquinho
Comprimento 2920m
Formato Linear
Nível Fácil
Tempo de percurso 150min
Entrada
Saída
Paraná do Mamirauá
Macaco pulso
Na canoa
A pé
Março
Agosto
Motivo do nome: macacos avistados em sua abertura.
Motivo da abertura: ecoturismo.
Fauna com potencial de avistamento: macaco-de-cheiro-de-cara-preta, macaco-
prego, guariba, preguiça-real, preguiça-bentinho, arirambinha, pavãozinho-do-pará,
gavião-de-perna-vermelha, araçari-castanho.
Flora em destaque: seringa-barriguda, apuí-gameleira, urucurana, mututi-branco,
icerana, matá-matá, munguba, piranheira, embaúba, catoré, acapurana, abiorana,
assacú, envira-vassourinha, jauari, caxinguba, tachi, sucuúba, isqueira, louro-preto,
louro-inamuí, unha-de-gato, cedro, supiarana, capitari, louro-chumbo, caiperana,
genipapinho, caimbé, chupeta-de-vaca, macucurana.
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Trilha Mambira
Comprimento 1540m
Formato Circular
Nível Fácil
Tempo de percurso 60min
Entrada
Saída
Paraná do Mamirauá
Paraná do Mamirauá
A pé
Na canoa
Setembro
Março
Motivo do nome: um mucura foi avistado em sua abertura, porém foi confundido
com um mambira.
Motivo da abertura: pesquisa de dispersão de sementes.
Fauna com potencial de avistamento: uacari, preguiça-real, guariba, macaco-de-
cheiro-de-cara-preta, quatipuru, bico-de-brasa, tucano-assobiador, pica-pau-
chocolate, maracá-de-onça.
Flora em deestaque: matá-matá, piranheira, urucurana, molongó, manixi, mututi-
branco, icerana, munguba, abiorana, pau-pajé, faveira, apuígameleira, caxinguba,
urucurana, barba-de-judeu, macucu, araparirana, capitari, araça-ferro, jacareúba,
acapurana.
Trilha Orquídea
Comprimento 1400m
Formato Circular
Nível Fácil
Tempo de percurso 60min
Entrada
Saída
Macaco pulso
Macaco pulso
Na canoa
A pé
Maio
Agosto
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Motivo do nome: foram plantadas várias espécies de orquídeas ao longo da trilha.
Motivo da abertura: ecoturismo.
Fauna com potencial de avistamento: uacari, guariba, quatipuru, preguiça-
bentinho, anambé-pombo, japiim, japó, tucano-assobiador.
Flora em destaque: matá-matá, piranheira, mututi-branco, paracuúba, araça,
catoré, bacuri-liso, acapurana, urucurana, sucuúba, molongó, louro-preto, isqueira,
camu-camu, caxinguba, icerana, ingá-de-macaco, envira-vassourinha, isqueira, pau-
brasil, maparajuba, escada-de-jabuti, piquiarana, louro-inamuí, acapu-de-juriti.
Trilha Pagão
Comprimento 1460m
Formato Linear
Nível Fácil
Tempo de percurso 120min
Entrada
Saída
Cano pagão
Macaco pulso
Na canoa
A pé
Abril
Agosto
Motivo do nome: a entrada da trilha é no cano do Pagão.
Motivo de abertura: ecoturismo.
Fauna com potencial de avistamento: guariba, uacari, preguiça-bentinho, rato-
janen, quati, arapaçu, coroca, piriquito-brasileiro, pica-pau-de-topete-vermelho.
Flora em destaque: bacuri-coroa, matá-matá, seringa-barriguda, sucuúba, seringaí,
piranheira, envira-vasssourinha, molongó, paracuúba, pau-brasil, manixi, apuí-
gameleira, acapurana, araçazinho, catoré, catoré-da-restinga, cedro, louro-inamuí,
macucu, urucurana, isqueira louro-preto, caraiperana, escada-de-macaco,
castanharana, periquiteira, tamandauaçu, capitari, paricarana, munguba, assacu,
mututi-branco.
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Trilha Preguiça
Comprimento 1380m
Formato Linear
Nível Fácil
Tempo de percurso 90min
Entrada
Saída
Paraná do Mamirauá
Paraná do Mamirauá
Na canoa
A pé
Fevereiro
Setembro
Motivo do nome: uma preguiça foi avistada na sua abertura.
Motivo de abertura: pesquisa de dispersão de sementes.
Fauna com potencial de avistamento: uacari, guariba, macaco-de-cheiro, macaco-
prego.
Flora em destaque: piranheira, urucurana, tanimbuca, seringaí, macucu,
paracuúba, tachi, seringa-barriguda, abiorana, camu-camu, bacuri-liso, manixi,
bacuri, jacareúba, faveira, genipapinho, carauaçú, maparajuba, araça-do-igapó.
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Trilha Samaúma
Comprimento* 1160m
Formato Linear
Nível Fácil
Tempo de percurso 60min
Entrada
Saída
Paraná do Mamirauá
Paraná do Mamirauá
Na canoa
A pé
Maio
Agosto
Soma do percurso de ida e volta
Motivo do nome: o fim da trilha é em uma grande samaúma.
Motivo da abertura: os comunitários da Boca iam pescar no Lago Secretário.
Fauna com potencial de avistamento: uacari, macaco-prego, macaco-de-cheiro-
de-cara-preta, quaitpuru, preguiçca-bentinho, arapaçu-de-bico-longo, gavião
panema, bico-de-brasa, arapari-castanho.
Flora em destaque: mututi-branco, paracuúba, apuí gameleira, faveira, espinheira,
caxinguba, samaúma, munguba, seringa-barriguda, caferana, castanha-sapucáia,
icerana, manixi, bolacheira, marajá, seringaí, molongó.
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Trilha Apara
Comprimento 1540m
Formato Linear
Nível Fácil
Tempo de percurso 60min
Entrada
Saída
Cano pagão
Paraná do Apara
Na canoa
A pé
Março
Agosto
Motivo do nome: trilha passa pelo cano do Apara.
Motivo da abertura: ecoturismo.
Fauna com potencial de avistamento: uacari, macaco-prego, guariba, preguiça-
real, preguiça-bentinho, quatipuru, quati, tucano-assobiador, gavião cinza, araçari-
castanho, uru.
Flora em destaque: icerana, piranheira, munguba, matá-matá, seringaí, urucurana,
acapurana, embaúba, ucuúba, abiorana, cipó-ambé, envira-vassourinha, envira-
preta, jacareúba, louro-preto, isqueira, espinheira, bacuri-liso, araça, macucu, pau-
pajé, sucuúba, pau-brasil, molongó, sardinheira, limorana, capuranã, piquiarana,
caimbé, paricarana, marajá, acapu-de-juriti., tento preto, jauari, apuí-gameleira.
Obs.: não foi possível realizar o levantamento da trilha inteira pois alguns pontos
já estavam com o nível d´água acima de um metro.
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Trilha Juruá
Comprimento 2130m
Formato Linear
Nível Fácil
Tempo de percurso 60min
Entrada
Saída
Cano do Pagão
Paraná do Apara
Na canoa
A pé
Fevereiro
Setembro
Motivo do nome: trilha passa pelo lago Juruá.
Motivo da abertura: ecoturismo.
Fauna com potencial de avistamento: uacari, macaco-prego, coandu, quati, jibóia,
mutum, ticuã, papagaio-papacacau, ariramba-de-barba-branca.
Flora em destaque: piranheira, araça, matá-matá, mututi-branco, manixi, urucurana,
ucuúba, abiorana, isqueira, louro-preto, icerana, faveira, envira-preta, envira-
vassourinha, espinheira, cipó-ambé, cedro, caxinguba, caraipé, caferana, bacuri-liso,
araçapel, araçazinho, munguba, tachi, tento, unha-de-gato, pau-pajé, maparajuba,
ingá-de-sapo, castanharana, macucurana, araparirana, cedrinho, araça-bichinho,
capitari, limorana, boieira, barba-de-judeu.
Obs.: não foi possível realizar o levantamento da trilha inteira pois alguns pontos
já estavam com o nível d’água acima de um metro.
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Trilha Rato
Comprimento 980m
Formato Linear
Nível Fácil
Tempo de percurso 60min
Entrada
Saída
Macaco Pulso
Cano do Rato
Na canoa
A pé
Fevereiro
Outubro
Motivo do nome: trilha acaba no cano do Rato.
Motivo da abertura: ecoturismo.
Fauna com potencial de avistamento: guariba, macaco-de-cheiro-de-cara-preta,
macaco-prego, preguiça-bentinho, quatipuru, maracajá-peluda, onça, papa-formiga,
pavãozinho-do-pará, mutum, bico-de-brasa.
Flora em destaque: tanimbuca, envira-preta, bacuri-liso, catoré, molongó,
caxinguba, piranheira, matá-matá, araçapel, icerana, urucurana, chupeta-de-vaca,
açacú, seringaí, tento-preto, pau-pajé, louro-preto, tachi, abiorana, araça, mututi-
branco, mututi-preto, seringa-barriguda, camu-camu, acapurana, ingá-de-macaco.
Obs.: Não foi possível realizar o levantamento da trilha inteira pois alguns pontos
já estavam com o nível d’água acima de um metro.
6.2 Lagos
O Ecoturismo conta com passeios por 10 lagos situados na área focal da
RDSM.
Inseridos no ambiente de várzea, esses corpos d’águas, chamados de lagos
sofrem muitas mudanças. Na verdade são falsos lagos, pois pelo menos uma vez
por ano, se juntam a um corpo d’água maior na planície inundada. Assim, na cheia
tornam-se apenas espaços abertos dentro da floresta alagada, ficando com suas
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Lago Mamirauá
Inventário de lagos
características mais associadas a canais de águas correntes. Interessante
sobressaltar que mesmo com esta conexão a fauna que os habita é distinta da
encontrada nos rios, devido ao seu regime físico e sua própria química da água.
Por sua vez no topo da seca assumem sua
característica de lago, já que perdem toda conexão
com outros cursos, ficando assim suas águas
paradas fechadas na baixa do relevo. Nesta época a
uma grande quantidade de animais aquáticos
vivendo em seu espaço bem mais restrito de água.
Outra característica das inundações
sazonais nos lagos são as diferenças na coloração de suas águas. Por serem ácidas
possuem cor preta, com muita matéria orgânica em decomposição e baixo nível de
sedimentos, porém podem adquirir uma coloração branca, na cheia pela influência
do Rio Solimões.
Não é permitido aos turistas tomar banho no rio na seca e na cheia não é
aconselhável.
O passeio propicia o avistamento da fauna aquática, bem como da fauna e
da flora de suas margens. No fim de tarde o pôr-
do-sol é visto em seu horizonte e na volta para a
pousada, quando é noite, é possível fazer
focagem de jacarés.
Para o mapeamento dos lagos foi utilizado
GPS, ficha de inventário trena e um peso.
Juntamente, o guia local Mequias foi descrevendo
a paisagem das margens dos lagos.
Acácio
Acesso: Lago do Mamirauá
Distância da Pousada: 14,6 km
Coordenada geográfica: UTM 284126 / 9671456
Extensão do lago: 140 x 1200m
Profundidade aproximada: 10m
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Cor da água: preta
Acessibilidade: seca/cheia
Tempo para conhecer: 90 min
Paisagem circundante: restinga baixa – apuís, carauaçuzeiro, aureana,
supiarana
Avistagem de animais: boto, jacaré, cigana, biguá
Anágua
Acesso: Lago do Mamirauá
Distância da Pousada: 8,4 km
Coordenada geográfica: UTM 289709 / 9668040
Extensão do lago: 200 x 820m
Profundidade aproximada: 10m
Cor da água: preta
Acessibilidade: seca/cheia
Tempo para conhecer: 30 min
Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – apuí, louro-preto,
seringaí, capitarizeiro, piranheira, catoré, munguba,
embaúba, carauaçuzeiro, munguba
Avistagem de animais: boto, jacaré
Juruá Grande
Acesso: Paraná do Apara
Distância da Pousada: 3,7 km
Coordenada geográfica: UTM 294113 / 9664904
Extensão do lago: 230 x 1100m
Profundidade aproximada: 5,5m
Cor da água: preta
Acessibilidade: cheia
Tempo para conhecer: 90 min
Paisagem circundante: restinga baixa – catoré, munguba, apuí,
embaúba, arati, cipó-macaquilho, unha-de-cigana, mari-
mari, carauaçuzeiro, supiarana
22
Avistagem de animais: boto, jacaré, guariba, macaco-de-cheiro, biguá,
biguatinga, cigana, iguana
Juruazinho
Acesso: Paraná do Apara
Distância da Pousada: 2,5 km
Coordenada geográfica: UTM 294442 / 9663736
Extensão do lago: 231 x 525m
Profundidade aproximada: 5.10m
Cor da água: preta
Acessibilidade: cheia
Tempo para conhecer: 30 min
Paisagem circundante: restinga baixa – munguba, carauaçuzeiro, apuí,
embaúba, catoré, mari-mari, arapari, capim de aguapé,
canarana
Avistagem de animais: boto, jacaré, aves
Obs.: na seca a água fica barrenta, de coloração bege, pelo movimento
dos peixes em pouca água.
Mamirauá
Acesso: Paraná do Mamirauá
Distância da Pousada: 10,9 km
Coordenada geográfica: UTM 287528 / 9669546
Extensão do lago: 400 x 10.000m
Profundidade aproximada: 16m
Cor da água: preta
Acessibilidade: seca/cheia
Tempo para conhecer: 120 min
Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – mututi, apuí,
icerana, matá-matá, capitarizeiro, munguba, catoré,
embaúba
Avistagem de animais: boto, tucuxi, jacaré
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Pagão
Acesso: Cano do Pagão
Distância da Pousada: 2,1 km
Coordenada geográfica: 295475 / UTM 9663138
Extensão do lago: 281 x 500m
Profundidade aproximada: 4,75m
Cor da água: preta
Acessibilidade: cheia
Tempo para conhecer: 60 min
Paisagem circundante: restinga baixa – munguba, supiarana, catoré,
seringa-barriguda, piranheira
Avistagem de animais: uacari, macaco-de-cheiro, macaco-prego,
guariba, jacaré
Saracura
Acesso: Lago do Mamirauá
Distância: 12,9 km
Coordenada geográfica: UTM 285842 / 9670696
Extensão do lago: 80 x 1000m
Profundidade aproximada: 10m
Cor da água: preta
Acessibilidade: seca/cheia
Tempo para conhecer: 60 min
Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – carauaçuzeiro,
munguba, apuís, capim memeca, canarana, aguapés
Avistagem de animais: boto, jacaré, onça, cigana, biguá, carara
Uiri
Acesso: Lago do Mamirauá
Distância da Pousada: 6,0 km
Coordenada geográfica: UTM 290425 / 9664914
Extensão do lago: 170 x 2890m
Profundidade aproximada: 11,4m
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Cor da água: preta
Acessibilidade: seca/cheia
Tempo para conhecer: 60 min
Paisagem circundante: restinga baixa – apuí, munguba, paricarana,
palmeira jauari, matá-matá, castanharana, mari-mari,
carauaçuzeiro, batatarana, capim aguapé, canarana
Avistagem de animais: boto, jacaré, uacari, guariba, tucano, arara,
macaco-de-cheiro, biguá, biguatinga, cigana, gavião-
panema
Teiú
Acesso: Lago Mamirauá – Lago Anágua
Distância da Pousada: 12,5 Km
Coordenada geográfica: UTM 287911 / 9671556
Extensão do lago: 70 x 6500m
Profundidade aproximada: 20 m
Cor da água: preta
Acessibilidade: seca por trilha a pé / cheia de barco
Tempo para conhecer: 4h
Paisagem circundante: restinga alta, restinga baixa e chavascal –
piranheira, icerana, embaúba, catoré, fruta de macaquinho,
munguba, ingá-de-sapo, paricarana, urucurana, jacareúba,
apuí, maparajuba, matá-matá, louro-inamuí, louro-preto,
paracanaúba, paracuúba, molongó, seringa-barriguda, manixi,
envira-preta, envira-vassourinha, , carauaçuzinho, araçá-do-
igapó, camu-camu, mata-fome, ituá
Avistagem de animais: primatas, onça, aves, tambaqui, peixes, botos
vermelhos, jacarés
Obs.: Lago pouco utilizado para visitação.
Foi neste lago que o pesquisador Márcio Ayres iniciou seus trabalhos.
Araçazinho
Acesso: Paraná do Apara
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Distância da Pousada: 8,0 Km
Localização geográfica: UTM 0293418 / 9669092
Extensão do lago: 188m x 2.800m
Profundidade aproximada: 7,50m
Cor da água: preta na cheia e branca na seca.
Acessibilidade: cheia
Tempo para conhecer: 2h
Paisagem circundante: restinga baixa - apuí, embaúba, carauaçuzeiro,
piranheira, munguba, ucuúba, araçá
Avistagem de animais: boto vermelho, macaco-de-cheiro
Cano do Jaquiri
Acesso: Macaco Pulso
Distância da Pousada: 213 m
Localização geográfica: UTM 0294316 / 9661172
Extensão do cano: 3 km x 1,56m
Profundidade aproximada: 3m
Cor da água: preta na seca e preta e branca na cheia
Acessibilidade: cheia
Tempo para conhecer: 2h
Paisagem circundante: restinga baixa e chavascal – urucurana,
supiarana, maparajuba, tanimbuca, camu-camu, munguba,
envira-preta, envira-vassourinha, apuí-da-folha-larga, araçá,
paracuúba, pau-pajé, bacuri, matá-matá.
Avistagem de animais: primatas, aves, peixes, jacaré, botos vermelhos.
6.3 Comunidades locais
O programa de Ecoturismo conta com roteiros turísticos para visitação em
quatro comunidades. Estas comunidades estão situadas próximas a Pousada
Uacari.
Vila Alencar, Boca do Mamirauá e Sítio São José fazem parte do Setor
Mamirauá, com exceção de Caburini de Cima que fica fora dos limites da RDSM,
sendo apenas uma comunidade usuária.
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Sítio São José
Vila Alencar
As comunidades estão envolvidas no
processo discutindo suas idéias e realizando
avaliações da atividade regularmente, junto com a
coordenação do Núcleo de Ecoturismo do IDSM.
A idéia de serem realizadas visitas nas
comunidades surgiu do interesse mútuo destas e
dos ecoturistas para interagirem, proporcionando a
troca de culturas e de experiências, bem como
promovendo uma renda extra para as comunidades com a venda de artesanatos.
Além de receber turistas em suas comunidades, os comunitários prestam
serviços de auxiliares e de guias turísticos, tendo formado uma associação,
AAGEMAM – Associação de Auxiliares e Guias de Ecoturismo de Mamirauá, com
apoio do Instituto, de modo a se organizarem enquanto grupo.
Localizadas em área de várzea, na margem dos cursos d’água, em restinga
baixa, as comunidades ribeirinhas tem suas atividades ligadas ao regime da água.
Com a inundação, quando o nível da água pode subir até 12 metros, a
comunicação entre as casas é feita por canoas e suas casas em estilo palafita
mantém-se secas. Em cheias mais fortes é preciso colocar um segundo assoalho,
chamado de maromba. Maromba também é o nome dos flutuantes onde ficam os
animais e as hortas.
Antes da cheia é a hora de colher o roçado e
fazer a farinha de mandioca, item indispensável na
alimentação. Na cheia é muito baixa a produção
econômica quando até a pescaria fica mais difícil. Na
vazante começa o preparo para as novas plantações.
No pico da seca, no verão, o plantio está crescendo,
as pescarias voltam a ser mais produtivas e os jogos de futebol estão garantidos.
Cada comunidade (Anexo 4) tem sua característica peculiar dentro de seus
estilos de vida ribeirinho.
Foram realizadas duas visitas (Anexo 5) a cada comunidade para realização
do inventário.
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Abaixo descrição das comunidades e seus calendários de atividades:
Sítio São José:
É a menor das comunidades, localizada no oeste do paraná do Mamirauá, é
composta por 43 moradores, 9 casas, 1 escola, 1 casa de farinha, 1 casa de
banho e 1 campo de futebol. Não possui rádio comunicador e nem
eletricidade.
Calendário da comunidade
Mês Atividade – Eventos Lazer
Janeiro Colheita milho, azeitona, taperebá, marirana
Joga de bola
Fevereiro Limpeza da comunidade Capina de roça Tipo de fruta: seringa, cuia
Jogo de bola
Março De roça: açaí Reunião na comunidade Vigilância na área da comunidade Começo das aulas
Jogo de bola
Abril Trabalho de fazer farinha Extração de goma para fazer tapioca
Jogo de bola
Maio Pesca Tipo de fruta: ingá, açaí, bacuri, buriti, cacau.
Dia das Mães
Junho Reunião na comunidade Sempre os membros das comunidades fazem vigilância área.
Julho Começo de fazer os plantios Fazer os roçados para plantar as manivas e melancia e milho
Agosto Plantar as verduras e tudo isso termina em Agosto.
Plantios
Setembro Capina de roça Pesca Tipo de frutas: caju, araçá
Comemoração 7 de Setembro
Outubro Colheita de melancia, pepino, maxixe Criação de galinha Limpeza da comunidade
Novembro Continua a colheita de melancia, milho, feijão abóbora
Dezembro Colheita de milho, melancia, capina de roça Reunião na comunidade Preservação continua
Dia 25 Natal é comemorado
28
Boca do Mamirauá:
Localiza-se na margem Oeste do Paraná do Mamirauá, possui rádio
comunicador e é formada por 52 pessoas, 10 casas, 1 escola, 2 casas
flutuantes, 1 flutuante do Instituto, 2 casas de farinha flutuantes, 1 loja de
artesanato, 1 gerador, 1 torre, 1 bomba d’água solar, 1 campo de futebol, 2
trilhas e 1 forno em terra.
Calendário dos homens
Mês Atividade – Eventos Época
Janeiro Colheita da roça. Milho, Jerimum. Mês da chuva, de peixe chocar.
Fevereiro Festejo do Aniversário do Campo. Castanha e sapucaia abre os frutos. Taperebá.
Março Colheita da roça. Mês que dá mais farinha.
Abril Semana Santa - Brincadeira de Judas Aniversário do clube de mães
Maio Dia do trabalhador Fim da colheita da roça. Época de fazer beiju, tapioca, tucupi. Fazer corte de capim para o boi.
Junho Fogueira
Julho Começo do plantio da mandioca, milho, jerimum.
Agosto Plantios.
Setembro Comemoração 7 de Setembro (marcha, corrida de saco)
Plantios; tempo de praia.
Outubro Colheita dos plantios.
Novembro Reprodução dos ovos de jacaré
Dezembro Natal Capina de roças.
Calendário das mulheres
Mês Atividade – Eventos Época
Janeiro Ano Novo Limpeza da comunidade
Capina das roças Colheita de feijão, milho, melancia, abóbora Reforma da horta Muitas chuvas, muita lama e carapanã
Fevereiro Comemoração do Gramado Colheita dos plantios Época da castanha sapucaia Mudança de cor de água
29
preta e branca. Muito imbuá
Março Preparação das casas de farinha Desova dos peixes
Época de embarriar os fornos Época de açaí, bacuri, marimari, ingá, camu-camu, arati e araçá Muita mutuca
Abril Comemoração do Clube de Mães Santa Luzia Comemoração do Judas
Tempo de peixe gordo Tempo de pescaria homens, mulheres e meninos Tempo de muitas frutas dos peixes Colheita do açaí
Maio Comemoração das mães Moradia nos flutuantes
Enchente Boi e galinha na Maromba Época de cortar capim para o gado
Junho Papagaios saem do buraco Tempo de filhotes de papagaio voarem Cortar capim
Julho Mês dos periquitos disvoarem Mês que limpa as marombas
Agosto Época dos periquitos asa branca, estrelinha, curica e macaco de cheiro com filhote
Setembro Comemoração da Independência Desova dos bichos de casco Início dos plantios Visita dos biguás, garças, maguaris e gaivotas Repiquete Tempo de muitos peixes nos paranás do Mamirauá.
Outubro Morte natural dos peixes no paraná Época de andar nas trilhas da VA
Novembro Reprodução dos ovos de jacarés Período de muitas melancias
30
Muitas aves
Dezembro Natal Capina das roças Limpeza da comunidade para o Natal
Vila Alencar
Localizada na margem Norte do Rio Jaquiri é a maior das comunidades,
possui rádio comunicador e é formada por 137 pessoas, 23 casas, 1 escola, 1
centro comunitário, 1 telefone público, 1 viveiro de mudas, 1 casa do Instituto,
1 armazém de grãos, 4 casas de farinha flutuantes, 2 casas de farinha em
terra, 1 bosque experimental, 1 gerador, 2 campos de futebol, 1 posto de
saúde, 1 casa da AMUVA e 1 torre.
Calendário mulheres
Mês Atividade – Eventos Época
Janeiro Aniversário da AMUVA
Fevereiro Limpeza das roças, Vitórias-régias no poço época da goiaba, cacau, milho e feijão
Março Semana Santa - Via Sacra Judas Época da farinhada
Abril Época da farinhada
Maio Comemoração Dia das Mães Festejo do Divino
Época da farinhada Camu-Camu, bacuri
Junho Comemoração Dia do Meio Ambiente Festas Juninas
Julho
Agosto Início dos plantios
Setembro Plantios
Outubro Comemoração Dia Das Crianças Plantios
Novembro
Dezembro Novena de Natal em Família Ano Novo
Calendário dos homens
Mês Atividade – Eventos Época
Janeiro Festejo Ano Novo Reuniões Semanais Assembléia da Comunidade
Fevereiro Reuniões semanais Limpeza da Comunidade Jogos de futebol á tarde
Época da goiaba, cacau
Março Início da colheita da mandioca Fábrico da farinha
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Abril Festejo do padroeiro da comunidade: Divino
Início da tiração de açaí e curso de polpa de frutas
Maio Dia das mães Extração da madeira para construção das casas Tempo da cheia Pegação de peixes com anzol (pacu e tambaqui)
Junho Comemoração Dia do Meio Ambiente Fogueiras
Notícia da seca Cortação de capim
Julho Começo da vazante Férias escolares Pesca para alimentação
Agosto Comemoração Dia dos Pais
Início dos plantios Início das aulas
Setembro Comemoração do Santa Fé Esporte
Trabalhos de Mutirão Tempo de bicho de casco (Quelônios)
Outubro Comemoração do Dia das Crianças Colheita de melancia, milho, verduras Tempo da seca- grandes praias Viagem pela trilha Poçinho para lavar e tomar banho
Novembro Avelação dos finados - Dia de todos os Santos
Segunda Capina das Roças
Dezembro Novena de Natal em Família Celebração do culto e refeição para todos.
Caburini de Cima
Localiza-se na margem Oeste do Rio Japurá, fora dos limites da Reserva, e se
diferencia das outras comunidades pela formação de praia na seca. Possui 14
casas, 1 escola, 1 igreja, 5 casas de farinha, 1 campo de futebol, 1 gerador e 1
salão de festas, com 91 moradores.
Calendário da comunidade
Mês Atividade – Eventos - Época
Janeiro Colheita de feijão, abóbora, milho,etc
Fevereiro Festa do padroeiro Torneio, colheita de feijão Vitória- Régia
Março Início da farinha, de açaí, e algumas frutas como – goiaba e cacau Vitória Régia
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AMUVA
Abril Farinhada e açaí
Maio Farinha e açaí. Tempo das frutas e peixe gordo
Junho Rio muito cheio, só pescamos para manter o alimento do dia a dia
Julho Rio cheio e continua pesca
Agosto Início do plantio roça: feijão, melancia, abóbora, milho
Setembro Continua o plantio
Outubro Capinas dos plantios
Novembro Começa a colheita de feijão, milho, melancia
Dezembro Festas de final de ano Continua a colheita
6.4 Artesanato
O artesanato do Setor Mamirauá é feito por
mulheres e homens das comunidades, arte
passada de geração em geração, é um registro da
cultura além de uma atividade econômica.
É na interação com ao meio ambiente que
são coletados os materiais para a confecção das
artefatos, encontrados nas próprias comunidades e
nas proximidades.
Abaixo tabela com nome da planta/animal de onde é retirado a parte que
será utilizada para o produto final - artesanato.
Planta/animal Parte Artesanato
Tento, lágrima-de-Santa-Luzia,
periquiteira, paricarana, apuruí,
graviola, araticum, espinheiro,
muru-muru e coco.
Sementes colares, pulseiras, brincos e
pingentes.
Ambé Cipó cestas, bolsas, chapéus e
pulseiras.
Jauari Semente anel e pingente.
Folha chapéu.
33
Pousada Uacari
Tucumã Semente anel, pingente, brinco.
Folha chapéu.
Munguba Envira rede, saia de índio, pulseira.
Fruto travesseiros.
Arumã Talo da folha peneira e balaio.
Molongó, paracuúba, cedro Madeira esculturas, pingentes e
pulseiras.
Cipó jacitara Cipó tipiti.
Urucum Semente
Tinta Lamparina Cinza
Tarirí Folha
Macucu Madeira
Pirarucu Escama
colares, pingentes, brincos e
pulseiras.
Aves (arara e papagaio) Penas
Jacaré e Onça Dente
Coandu Espinhos
7. Equipamentos e serviços turísticos
7.1 Pousada Uacari
7.1.1 Acomodações
São 20 leitos divididos em 10
apartamentos duplos, com a possibilidade de
incluir um leito a mais no apartamento. Os preços
(Anexo 6) variam conforme o pacote.
7.1.2 Alimentação
A culinária regional é a base da alimentação oferecida na
Pousada Uacari.
No café-da-manhã destacam-se o bolinho de banana com tapioca, biju de
macaxeira, tapioquinha e as frutas frescas.
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No almoço e janta os pratos com peixe e frango compõe o cardápio.
Surubim frito e no tucupi, mugiga de tambaqui e tucunaré assado na folha de
bananeira são os peixes mais utilizados. O frango é feito frito, assado e em pratos
como lasanha. Para acompanhar além do típico arroz, feijão e salada, sobressaem o
purê de jerimum e de macaxeira.
Para as sobremesas têm-se os cremes de cupuaçú, banana e maracujá,
pudins e salada de frutas.
7.1.3 Transporte
Voadeiras Hp tanque (litros) capacidade uso
Guariba Mariner 135 180 7-12 turistas Tefé-Eco
Cigana Yamaha 40 45 5 turistas Tefé-Eco
Socó-i Suzuki 30 30 6 turistas Tefé-Eco
Urutaua Suzuki 30 30 6 turistas Tefé-Eco
Pacamum Honda 15 12 3 passageiros Campo
Matá-matá Yamaha 15 25 3 passageiros Reserva
Canoas Hp tanque(litros) capacidade uso
Honda 15 12 8 turistas Reserva
14 a remo 3 turistas Reserva
Um canoão e um motor tohatsu 5hp com tanque de 12 litros estão paradas.
7.1.4 Entretenimento
A Pousada conta com biblioteca e vídeos sobre o Ecossistema Amazônico e
a RDSM, televisão, vídeo cassete e jogos.
Palestras com projetor multi-mídia, sobre o ecossistema de várzea,
ecoturismo e pesquisas da RDSM.
7.1.5 Infra-estrutura básica
O abastecimento é feito pela captação de água do rio e da chuva, e água
mineral para beber.
A energia utilizada provém de captação solar e gerador.
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Guias
O destino final do esgoto, depois de filtrado em um sistema de filtragem de
dejetos de carvão, seixo e areia. Este sistema filtra os porém, em um dos módulos,
está em fase de teste um sistema de filtragem de dejetos.
O lixo orgânico é jogado no rio e o inorgânico é separado e levado para
Tefé, onde vai para o lixão municipal.
7.1.6 Comunicação
Feita através de rádio comunicador SSB (Single Side Band) de alta
freqüência. Na Pousada Uacari é utilizado o modelo YAESU system 600.
Um outro rádio fica localizado no depósito e pode ser utilizado para a
comunicação com o Flutuante Base e o escritório de Tefé.
A Pousada conta também com uma linha telefônica 97 343 46 72 ramal 217.
7.2 Serviços
7.2.1 AAGEMAM
A Associação de Auxiliares e Guias de Ecoturismo do Mamirauá – AAGEMAM
(Anexo 7) foi fundada em 6 de junho de 2000, para prestar serviços, buscar o
aprimoramento do trabalho no Ecoturismo -
capacitando, valorizando e avaliando seus
serviços - e promover o desenvolvimento da
própria associação e de seus associados, bem
como a melhoria de vida destes. É formada por
moradores e usuários do Setor Mamirauá, sendo
15 guias turísticos e 14 auxiliares. Sua sede está
locada na Boca do Mamirauá.