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PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR AGOSTO 2020 Inventário das Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) do município de Salvador Inventário de Emissão Atmosféricas do município de Salvador

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PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR AGOSTO 2020

Inventário das Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) do

município de Salvador

Inventário de Emissão Atmosféricas do município de Salvador

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CLIENTE

PROJETO BID19B

ENTREGÁVEL P3 – Inventário de Emissões GEE de Salvador

AUTORES WAYCARBON

Felipe Bittencourt; [email protected]

Melina Amoni; [email protected]

Tiago Cisalpino; [email protected]

Henrique Pereira; [email protected]

Felipe Magalhães; felipe. magalhã[email protected]

Rosangela Silva; [email protected]

ICLEI

Igor Albuquerque; [email protected]

COLABORADORES PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR

SECRETARIA MUNICIPAL DE SUSTENTABILIDADE, INOVAÇÃO E RESILIÊNCIA - SECIS

André Fraga; [email protected]

João Resch; [email protected]

Adriana Campelo; [email protected]

Daniela Guarieiro; [email protected]

C40 CITIES CLIMATE LEADERSHIP GROUP

Matheus Ortega; [email protected]

GRUPO DE TRABALHO DO PMAMC DEFESA CIVIL DE SALVADOR – CODESAL

Gabriela Soares Morais; [email protected]

FUNDAÇÃO MÁRIO LEAL FERREIRA – FMLF

Fagner Cordeiro Dantas; [email protected]

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SEINFRA – SECRETARIA MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA E OBRAS PÚBLICAS

Adolfo Luz Moreira Filho

SEMOP – SECRETARIA MUNICIPAL DE ORDEM PÚBLICA

Romar Vilas Boas dos Santos

SEMUR – SECRETARIA MUNICIPAL DA REPARAÇÃO

Messias Machado Góes; [email protected]

CASA CIVIL

Felipe Lima Valverde Fonseca; [email protected]

SMED – SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO DO SALVADOR

João Mateus Virgens Vieira; [email protected]

SECULT – SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E TURISMO

Patricia Souza Nascimento; [email protected]

FORNECEDORES DE DADOS SEMOB – SECRETARIA DE MOBILIDADE DE SALVADOR

Diogo Pereira Pires Ferreira; [email protected]

Eduardo Leite; [email protected]

TRANSALVADOR - SUPERINTENDÊNCIA DE TRÂNSITO DO SALVADOR

Fernando Pinto Coelho; [email protected]

COELBA - COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Juliana Speranza; [email protected]

Emilia Rocha; emilia.rocha@neoenergia

EMBASA - EMPRESA BAIANA DE ÁGUAS E SANEAMENTO

Thiago Hiroshi; [email protected]

Mirza Pamponet; [email protected]

BATTRE - SOLVI

Bruno Caldas; [email protected]

LIMPURB - EMPRESA DE LIMPEZA URBANA DO SALVADOR

Thiago Victor; [email protected]

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HISTÓRICO DO DOCUMENTO

Nome do documento Data Natureza da revisão

P3 -InventarioGEE_v01 16/mar/2020 Primeira versão para comentários

P3 -InventarioGEE_v02 26/mar/2020 Versão final

P3 -InventarioGEE_v03 20/abr/2020 Versão revisão C40

P3 -InventarioGEE_v04 18/mai/2020 Revisão pós lançamento

P3 -InventarioGEE_v05 03/ago/2020 Revisão desmatamento 2018

TRR – TRATAMENTO DE RESÍDUOS

Marilia Seabra Martins; [email protected]

BAHIAGÁS - COMPANHIA DE GÁS DA BAHIA

Hildebrando Apolonio Filho; [email protected]

SMS- SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE

Lourenço Ricardo Oliveira; [email protected]

ACADEMIA UFBA – UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Ícaro Moreira; [email protected]

Fábio Ribeiro de Oliveira; [email protected]

Francisco Ramon; [email protected]

Janaina Ottonelli; [email protected]

Augusta Coelho Santana; [email protected]

Gala Rosales Munoz; [email protected]

Gilsâmara Conceição; [email protected]

Maria Lucia de Carvalho; [email protected]

IFBA – INSTITUTO Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia

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UNIFACS - UNIVERSIDADE SALVADOR

Carolina Spinola; [email protected]

FIOCRUZ - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Nelzair Vianna; [email protected]

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9

2 METODOLOGIA .............................................................................................. 11

2.1 FRONTEIRAS DO INVENTÁRIO..................................................................................... 12

2.2 PERÍODO COBERTO .....................................................................................................13

2.3 GASES DE EFEITO ESTUFA (GEE) ................................................................................. 14

2.4 SETORES DE ATIVIDADE .............................................................................................. 15

2.5 MÉTODO DE CÁLCULO ................................................................................................ 17

2.6 ABORDAGEM DO INVENTÁRIO ................................................................................... 18

3 VISÃO GERAL DOS DADOS DO INVENTÁRIO ....................................................... 19

3.1 INDICADORES DE INTENSIDADE .................................................................................. 22

3.2 EMISSÕES RENOVÁVEIS .............................................................................................. 24

4 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS POR SETOR DE ATIVIDADE .................................... 25

4.1 SETOR DE ENERGIA ESTACIONÁRIA ............................................................................ 25

4.1.1 ENERGIA ELÉTRICA ............................................................................................................. 27 4.1.2 GLP ................................................................................................................................... 29

4.1.3 GÁS NATURAL .................................................................................................................... 31

4.2 SETOR DE TRANSPORTES ............................................................................................ 32

4.2.1 TRANSPORTE TERRESTRE .................................................................................................... 33

4.2.2 TRANSPORTE AÉREO .......................................................................................................... 38

4.3 SETOR DE RESÍDUOS................................................................................................... 40

4.3.1 DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................... 41

4.3.2 DISPOSIÇÃO E TRATAMENTO DE EFLUENTE DOMÉSTICO ................................................... 42

4.4 SETOR AFOLU ............................................................................................................. 43

4.5 ANÁLISE DE INCERTEZAS ............................................................................................ 46

5 CONCLUSÕES ................................................................................................ 48

5.1 MELHORIAS PLANEJADAS ....................................................................................... 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................50

GLOSSÁRIO .......................................................................................................... 53

ANEXOS .............................................................................................................. 55

ANEXO A. COLETA DE DADOS - INVENTÁRIO DE GEE ................................................... 55

ANEXO B. MAPEAMENTO DAS FONTES DE EMISSÃO - INVENTÁRIO DE GEE ................... 60

ANEXO C. MÉTODO DE CÁLCULO DAS EMISSÕES E REMOÇÕES DE GEE .......................... 72

ANEXO D. FATORES DE EMISSÃO ............................................................................ 89

ANEXO E. ANÁLISE SOBRE PIB - SALVADOR .............................................................. 95

ANEXO F. EMISSÕES DE GEE POR ANO DO MUNICÍPIO DE SALVADOR .......................... 97

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Delimitação dos Escopos considerados no método GPC ...................................................... 11

Figura 2. Limites do município de Salvador........................................................................................ 13

Figura 3. Evolução das emissões totais de Salvador (2014 a 2018) .................................................... 19

Figura 4. Evolução das emissões de GEE por setor de atividade do município de Salvador (2014 a 2018) ....................................................................................................................................... 20

Figura 5. Relação entre as emissões de GEE com o PIB3 total da cidade entre 2014 e 2017................21

Figura 6. Evolução da população e do número de empregos formais em Salvador entre 2014 e 2017 ................................................................................................................................................ 22

Figura 7. Evolução da composição das emissões por escopo no Município de Salvador entre 2014 e 2018 ........................................................................................................................................ 24

Figura 8. Resultados de emissões de GEE do município de Salvador por setor entre 2014 e 2018 ..... 25

Figura 9. Evolução das emissões do setor de Energia Estacionária no Município de Salvador entre 2014 e 2018 ............................................................................................................................. 26

Figura 10. Emissões de GEE do setor de Energia Estacionária por precursor entre 2014 e 2018 ........ 26

Figura 11. Índice da emissão e do consumo de eletricidade do município de Salvador e do fator de emissão do GRID entre 2014 e 2018 ......................................................................................... 27

Figura 12. Evolução da participação dos subsetores de Energia Estacionária nas emissões de eletricidade entre 2014 e 2018 ................................................................................................ 28

Figura 13. Evolução da participação dos subsetores de Indústria de Energia e Agricultura, Silvicultura e Pesca no setor de Energia Estacionária nas emissões de eletricidade entre 2014 e 2018 ....... 29

Figura 14. Evolução da participação dos subsetores de Energia Estacionária no consumo de GLP no Município de Salvador entre 2014 e 2018 .................................................................................30

Figura 15. Evolução do índice de emissões dos subsetores no Município de Salvador e do preço do GLP na Bahia entre 2014 e 2018 ...............................................................................................30

Figura 16. Evolução da participação dos subsetores de Energia Estacionária no consumo de Gás Natural no Município de Salvador entre 2014 e 2018................................................................ 31

Figura 17. Evolução do índice de emissões do gás natural e GLP no Município de Salvador, e do crescimento do subsetor residencial da BahiaGás entre 2014 e 2018 ........................................32

Figura 18. Participação dos subsetores nas emissões de transporte (Salvador, 2014 a 2018) ............. 33

Figura 19. Emissão dos combustíveis na categoria de Transporte Terrestre em Salvador (2014 a 2018) .................................................................................................................................................34

Figura 20. Consumo de Gasolina e Etanol no setor de Transporte Terrestre (Salvador, 2014 a 2018) . 35

Figura 21. Evolução do consumo de Diesel no setor de Transporte Terrestre (Salvador, 2014 a 2018) ................................................................................................................................................. 35

Figura 22. Índices de variação das Emissões de Diesel em Salvador - Transporte Público e Outros Transportes (2014 a 2017) ....................................................................................................... 36

Figura 23. Índices de variação do Consumo de Diesel em Salvador e do PIB do Brasil e de Salvador (2014 a 2017) ........................................................................................................................... 37

Figura 24. Índices de variação do Preço e do Consumo de Diesel em Salvador (2014 a 2018) ............ 37 Figura 25. Evolução do consumo de GNV em Salvador (2014 a 2018) ................................................38

Figura 26. Evolução das Emissões da categoria de Transporte Aéreo (Salvador, 2014 a 2018) .......... 39

Figura 27. Índice de Variação das emissões e da movimentação de passageiros e aeronaves do Aeroporto de Salvador ............................................................................................................. 40

Figura 28. Evolução das emissões das categorias do setor de Resíduos (Salvador, 2014 a 2018) ........41

Figura 29. Evolução das emissões por tipo de tratamento de efluentes (Salvador, 2014 a 2018) ...... 42

Figura 30. Índices de variação das Emissões da Disposição de Efluentes da População Atendida pelo Esgotamento Sanitário (Salvador, 2014 a 2018) ........................................................................43

Figura 31. Participação dos subsetores nas emissões de AFOLU (2014-2018) ................................... 44

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Figura 32. Evolução das Emissões do subsetor "Rebanhos" de acordo com as categorias de “Fermentação Entérica” e “Manejo de dejetos animais” (Salvador, 2014 a 2018) .................... 45

Figura 33. Evolução do efetivo do rebanho de Salvador (2014 a 2018) ............................................. 46

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Informações sobre o município de Salvador ...................................................................... 13

Tabela 2. PAG dos Gases de Efeito Estufa ..........................................................................................14

Tabela 3. Setores e subsetores considerados no inventário de Salvador ........................................... 16

Tabela 4. Indicadores de intensidade do município de Salvador por ano .......................................... 22

Tabela 5. Comparativo de indicadores de intensidade entre cidades brasileiras ................................23

Tabela 6. Resultados de emissões de CO2 renovável do município de Salvador por setor e por ano .. 24

Tabela 7. Resultados das incertezas do Inventário de GEE de Salvador (2014-2018) .......................... 47

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1 INTRODUÇÃO

Os problemas decorrentes do aquecimento global e da mudança do clima colocam o tema da

economia de baixo carbono como uma questão central para o desenvolvimento sustentável e cada vez

mais buscam-se meios de compatibilizar o desenvolvimento econômico e a proteção do sistema

climático. Neste contexto, torna-se relevante quantificar e gerenciar as emissões de gases de efeito

estufa (GEE).

O Inventário de Emissões de GEE é um instrumento gerencial que permite quantificar as emissões de

uma determinada instituição ou de comunidades. Para cidades, a partir da definição de sua

abrangência, da identificação das fontes e sumidouros de GEE e da contabilização de suas respectivas

emissões ou remoções, o Inventário possibilita conhecer o perfil das emissões resultantes das

atividades de seus diferentes setores.

A WayCarbon, em parceria com ICLEI e WWF, foi contratada pela Prefeitura Municipal de Salvador,

através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – SECULT, dentro do Programa de

Desenvolvimento do Turismo (PRODETUR), por meio do Contrato de Empréstimo N◦. 3682/OC

celebrado entre o Governo Mutuário e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para

prestação de serviços técnicos especializados, coordenação e execução das atividades referentes à

elaboração do Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima para Salvador (PMAMC).

Com o interesse em promover o progresso sustentável no meio urbano, o projeto visa reconhecer a

necessidade de um desenvolvimento de baixo carbono e resiliente aos efeitos da mudança do clima

na cidade de Salvador. Para tal, o objetivo geral do projeto é auxiliar a cidade na gestão climática,

tendo como base técnica o PMAMC e um arcabouço legal capaz de apoiar seus compromissos e criar

instrumentos jurídicos para dar suporte a ações de mitigação e adaptação em nível municipal.

Este relatório apresenta o Produto 3 – Atualização do Inventário de Emissões GEE de Salvador com o

objetivo de apresentar os resultados do cálculo das emissões e remoções de GEE do município de

Salvador a partir dos dados obtidos com as entidades responsáveis.

Esse relatório apresenta o mapeamento das fontes de emissão aplicáveis aos inventários, os dados de

entrada para cada fonte de emissão mapeada, as premissas adotadas no eventual tratamento das

informações e as referências de onde os dados foram extraídos. Sua estrutura é apresentada abaixo:

• Capítulo 1 – Introdução: apresenta o conteúdo e a estrutura do presente relatório;

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• Capítulo 2 – Metodologia: define a abrangência do Inventário, descreve os princípios de

contabilização e elaboração do inventário, apresenta o método de cálculo;

• Capítulo 3 – Visão geral dos resultados: apresenta os resultados gerais do Inventário de GEE

do município de Salvador, bem como a análise de indicador de emissões e a comparação com

outras cidades;

• Capítulo 4 – Avaliação dos Resultados por setor: apresenta os resultados do Inventário de

GEE do município de Salvador por setor de atividade, incluindo os cálculos das incertezas

associadas ao Inventário.

• Capítulo 5 – Conclusão: apresenta as principais conclusões do trabalho realizado.

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2 METODOLOGIA

Para a elaboração do Inventário de Emissões de GEE de Salvador foi utilizado o método proposto pelo

GPC (Global Protocol for Community-Scale Greenhouse Gas Emission Inventories), desenvolvido pelo

ICLEI, WRI (World Resources Institute) e C40 (Climate Leadership Group) em 2014.

O principal objetivo do GPC é ser um método robusto e claro que permite maior agregação e

confiabilidade de dados para inventários de comunidades, cidades e/ou regiões. Esse método

também permite análise comparativas entre inventários de emissões de diferentes governos locais,

ao estabelecer requisitos e prover orientações para os cálculos e reporte dos GEE emitidos.

Nos Inventários de cidades e regiões preparados de acordo com o método do GPC, os Escopos 1, 2 e

3 são definidos de acordo com a localização geográfica da cidade ou região das atividades, como

apresentado na Figura 1.

Figura 1. Delimitação dos Escopos considerados no método GPC

Fonte: Adaptado de (WRI, 2014).

Para o Inventário do município de Salvador, os escopos considerados foram:

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• Escopo 1: emissões de GEE por fontes localizadas dentro dos limites do município de Salvador;

• Escopo 2: emissões de GEE que ocorrem como consequência do uso de eletricidade fornecida

pela rede nacional dentro dos limites do município de Salvador; e

• Escopo 3: emissões de GEE que ocorrem fora dos limites da cidade como resultado de

atividades que ocorrem dentro dos limites do município de Salvador.

2.1 FRONTEIRAS DO INVENTÁRIO

Para a realização do Inventário de GEE pelo método GPC, é necessário definir primeiramente suas

fronteiras, os limites para identificação dos gases, fontes de emissão, a área geográfica e o intervalo

de tempo coberto. As fronteiras do inventário são projetadas para fornecer a uma região uma

compreensão abrangente das principais fontes de emissões, bem como uma indicação de onde ela

poderia agir ou influenciar a mudança.

O município de Salvador é localizado na ponta do Recôncavo Baiano em territórios situados entre o

Oceano Atlântico e a Baía de Todos os Santos. Além de ser a capital do estado da Bahia, é núcleo

principal de uma Região Metropolitana que compreende 13 municípios, sendo o município de Salvador

o quarto mais populoso do país e a região metropolitana a oitava em população, o que indica um alto

grau de concentração demográfica no município da capital em relação ao restante de sua área

metropolitana. Em termos de Produto Interno Bruto, o município ocupa a nona posição em escala

nacional e a região metropolitana a oitava colocação dentre as concentrações metropolitanas

brasileiras, apontando uma fragilidade econômica relativa do município diante de seus vizinhos, que

concentram as principais áreas industriais do estado. A economia de Salvador é predominantemente

voltada para as atividades comerciais e de serviços, compreendendo um importante complexo de

atividades ligadas ao turismo, uma área portuária com importantes efeitos multiplicadores locais e

regionais, e uma grande concentração de serviços (de saúde e educação, e serviços produtivos

especializados diversos) que atendem a um vasto território polarizado pela capital, e que em relação

a determinados setores inclui o estado vizinho de Sergipe. A Tabela 1 a seguir apresenta algumas

informações sobre o município de Salvador e a Figura 2 apresenta os limites geográficos considerados

neste inventário.

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Tabela 1. Informações sobre o município de Salvador

Nome do município Salvador

Estado Bahia

País Brasil

Ano do inventário 2014-2018

Área 693,831 km2 (IBGE, 2020a)

Limites geográficos Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Madre de Deus, Salinas da Margarida, Saubara, Itaparica, Vera Cruz e São Francisco do Conde.

População 2.872.347 habitantes

(estimativa populacional IBGE, 2020b)

Produto Interno Bruto per capita R$21.231,48 por habitante (IBGE, 2019)

Clima Tropical Bioma Mata Atlântica

Fonte: Elaboração própria.

Figura 2. Limites do município de Salvador

Fonte: Projeto PDDU Salvador (PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR, 2015).

2.2 PERÍODO COBERTO

O método do GPC foi desenhado para contabilizar as emissões de GEE em um único ano de reporte. O

guia recomenda que os inventários cubram um período contínuo de 12 meses, idealmente alinhado a

um ano civil ou a um ano financeiro, consistente com os períodos mais comumente usados pelas

cidades ou regiões.

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A cidade de Salvador elaborou o seu primeiro inventário de emissões GEE de 2013 e o presente

trabalho irá elaborar os inventários dos anos de 2014 a 2018, sendo que 2018 foi o período comum

mais recente de disponibilidade de dados a todas as fontes de emissão mapeadas.

2.3 GASES DE EFEITO ESTUFA (GEE)

De acordo com o GPC, os Inventários devem contemplar os 7 tipos de GEE que fazem parte do reporte

do Protocolo de Kyoto: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido de nitrogênio (N2O),

hidrofluorcarbono (HFCs), perfluorcarbono (PFCs), hexafluoreto de enxofre (SF6), e trifluoreto de

nitrogênio (NF3).

Cada GEE possui um Potencial de Aquecimento Global (PAG) associado, que é a medida do quanto

cada gás contribui para o aquecimento global. O PAG é um valor relativo que compara o potencial de

aquecimento de uma determinada quantidade de gás com a mesma quantidade de CO2 que, por

padronização, tem PAG de valor igual a 1. O PAG é sempre expresso em termos de equivalência de CO2

(CO2e). A Tabela 2 abaixo apresenta os valores do PAG utilizados no Inventário de Salvador.

Tabela 2. PAG dos Gases de Efeito Estufa

Gás PAG

Dióxido de carbono (CO2) 1

Metano (CH4) 25

Óxido nitroso (N2O) 298

Hexafluoreto de enxofre (SF6) 22.800

Trifluoreto de nitrogênio (NF3) 17.200

PFCs 7.390 - 17.700

HFCs 12 - 14.800

Fonte: Programa Brasileiro GHG Protocol (FGV, 2016).

O Inventário de GEE de Salvador considerou as emissões de CO2, CH4 e N2O, de acordo com as fontes

de emissão mapeadas e a disponibilidade de dados. Adicionalmente, o inventário também computou

as emissões de CO2 de origem renovável1. Os gases CO2, CH4 e N2O são gerados no município de

Salvador das seguintes maneiras:

1 Emissões Renováveis do Inventário de GEE do município de Salvador - emissões de CO2 oriundas da utilização energética de biomassa de origem renovável. Neste estudo foi adotado a definição de biomassa renovável formulada pelo Comitê Executivo do Mecanismo de desenvolvimento Limpo da Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas

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• CO2: gerado na queima de combustíveis fósseis (como carvão, petróleo, gás natural e

derivados) por fontes móveis e estacionárias, em processos industriais, pelo uso de

fertilizantes calcário dolomítico e ureia e pelo desmatamento de floresta nativa;

• CH4: gerado na queima de combustíveis por fontes móveis e estacionárias, na decomposição

de matéria orgânica em processos de tratamento anaeróbio de efluentes e resíduos sólidos,

fermentação entérica de animais e manejo de dejetos animais;

• N2O: gerado na queima de combustíveis por fontes móveis e estacionárias; em processos de

tratamento de efluentes e uso de fertilizantes nitrogenados.

2.4 SETORES DE ATIVIDADE

O método do GPC busca desagregar os dados de emissões para permitir que as principais fontes de

GEE sejam identificadas em uma cidade ou região. Para tanto, determina seis diferentes setores nos

quais as atividades emissoras podem ser alocadas. São eles:

I. Energia Estacionária: associadas à queima de combustíveis em edifícios residenciais, comerciais e

institucionais, indústrias de manufatura e construção, usinas geradoras de energia e propriedades

rurais, incluindo emissões fugitivas que ocorrem durante a extração, transformação e transporte

de carvão mineral, as geradas nos processos da indústria de óleo e gás e na produção de

combustíveis.

II. Transporte: o uso de veículos e demais equipamentos móveis geram emissões de GEE a partir da

queima dos combustíveis utilizados ou ainda do uso de eletricidade em veículos elétricos;

III. Resíduos: as cidades geram resíduos sólidos e efluentes que podem ser tratados dentro de seus

limites (Escopo 1) ou fora deles (Escopo 3). As emissões de GEE são provenientes do processo de

decomposição de bactérias anaeróbicas e/ou através da queima dos resíduos em processos de

coprocessamento ou incineração.

IV. Processos industriais e uso de produtos (IPPU): As emissões de GEE desse setor são resultantes de

atividades industriais não relacionadas ao consumo de combustíveis para a geração de energia.

Todas as emissões de GEE provenientes de processos industriais, o uso de produtos e o uso não

energético de combustível fóssil devem ser avaliadas e reportadas no setor de IPPU;

(EB 23, Anexo 18). Emissões desta natureza não contribuem para o aumento da concentração de CO2 na atmosfera em longo prazo, visto que fazem parte do ciclo natural de carbono.

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V. Agricultura, floresta e uso da terra (AFOLU): gera emissões de GEE através de uma variedade de

atividades, incluindo mudanças no uso da terra que alteram a composição do solo, metano

produzido nos processos digestivos de animais ruminantes da pecuária e manejo de nutrientes para

fins agrícolas;

VI. Outras Emissões Indiretas.

Nos inventários de GEE do município de Salvador (período de 2014 a 2018), não foram identificadas

fontes dos setores Processos Industriais e uso de produtos (IPPU) e “Outras Emissões Indiretas”. Os

demais setores são aplicáveis ao inventário de GEE e as fontes de emissão associadas a cada um são

detalhadas no Anexo B.

A Tabela 3 a seguir apresenta um detalhamento dos setores de Salvador, bem como quais foram as

fontes fornecedoras de dados para o cálculo das emissões.

Tabela 3. Setores e subsetores considerados no inventário de Salvador

Setor Subsetor Origem das emissões Fornecedor de Dados

I. Energia Estacionária I.1 - Edifícios residenciais I.2 - Edifícios comerciais e institucionais I.3 - Indústrias de manufatura e construção I.4 - Indústria de energia I.5 - Atividades agrícolas, florestais e de pesca I.6 – Fontes não especificadas

Emissões provenientes de combustão estacionária (consumo de Gás Natural, GLP e óleo diesel) e emissões provenientes do consumo de energia elétrica

Consumo de combustível – ANP Consumo de energia elétrica – COELBA

II. Transporte II.1 – Terrestre II.2 – Ferroviário II.3 – Hidroviário II.4 – Aviação

Emissões provenientes de combustão móvel em veículos, balsas e aeronaves e consumo de energia elétrica em trens metropolitanos e metro

Consumo de combustível – ANP Consumo de combustível transporte público – Secretaria de Mobilidade (SEMOB) Consumo de energia metro – CCR Consumo de energia trens metropolitanos – CTB Consumo de combustível viagens nacionais – ANAC Transporte hidroviário – Internacional travessia

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Setor Subsetor Origem das emissões Fornecedor de Dados

III. Resíduos III.1 - Disposição de resíduos em aterro sanitário III.3 - Incineração III.4 – Disposição de efluentes domésticos (população sem esgotamento sanitário, volume de efluente tratado por tipo de tratamento).

Emissões provenientes do tratamento de efluentes sanitários e da disposição de resíduos sólidos

Resíduos sólidos – Limpurb Recuperação de biogás no aterro - Battre Incineração – TRR Resíduos não coletados - SNIS Efluentes - Embasa

V. AFOLU V.1 - Rebanhos: bovinos, equinos, caprinos, ovinos e suínos; V.2 - Uso da terra: supressão e remoção vegetal; V.3 - Emissões agregadas e outras de não CO2: aplicação de calcário, ureia e nitrogênio

Emissões provenientes de metano produzido nos processos digestivos da pecuária (animais ruminantes), manejo de nutrientes para fins agrícolas, mudanças no uso da terra que alteram a composição do solo e aplicação de fertilizantes

Número de cabeças de rebanho – IBGE Supressão vegetal – Aqui tem mata Plantio de mudas – SAVAM/SECIS Uso de fertilizantes – Abracal e INPI

Fonte: Elaboração própria.

2.5 MÉTODO DE CÁLCULO

O Inventário de emissões de GEE do município de Salvador foi elaborado no software CLIMAS2

desenvolvido pela WayCarbon. Genericamente, as emissões e remoções de GEE são calculadas para

cada fonte e sumidouro individualmente segundo a fórmula a seguir:

𝑬𝒊,𝒈,𝐲 = 𝑫𝑨𝒊,𝒚 ∙ 𝑭𝑬𝒊,𝒈,𝒚 ∙ 𝑷𝑨𝑮𝒈

Em que:

• i Índice que denota uma atividade da fonte ou sumidouro individual;

• g Índice que denota um tipo de GEE;

• y Ano de referência do relatório.

• 𝑬𝒊,𝒈,𝒚 Emissões ou remoções do GEE g atribuíveis à fonte ou sumidouro i durante o ano y,

em tCO2e;

2 CLIMAS é um software de cálculo de inventário de emissões de GEE desenvolvido pela WayCarbon, que possui um banco de dados com os fatores de emissões mais atuais disponíveis para cada tipo de fonte de emissão (por exemplo, Programa Brasileiro GHG Protocol para o Brasil e, quando não disponíveis, referências internacionalmente aceitas como GHG Protocol, IPCC, EPA e DEFRA).

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• 𝑫𝑨𝒊,𝒚 Dado de atividade consolidado referente à fonte ou sumidouro i para o ano y, na

unidade u. Como ressaltado anteriormente, o dado de atividade consolidado consistirá em

todos os atributos registrados de cada fonte/sumidouro;

• 𝑭𝑬𝒊,𝒈,𝒚 Fator de emissão ou remoção do GEE g aplicável à fonte ou sumidouro i no ano y, em

t GEE g/u;

• 𝑷𝑨𝑮𝒈 Potencial de aquecimento global do GEE g, em tCO2e/t GEE g;

A escolha do método de cálculo apropriado decorreu da disponibilidade de dados e de fatores de

emissão específicos, das tecnologias de combustão utilizadas no processo, entre outros. O

detalhamento sobre os métodos de cálculo para cada tipo de fonte de emissão pode ser encontrado

no Anexo C.

2.6 ABORDAGEM DO INVENTÁRIO

O método do GPC define o requisito de relato das emissões segundo duas abordagens distintas, porém

complementares:

• A abordagem de Escopos (Scopes Framework) permite que as cidades reportem de forma

abrangente todas as emissões de GEE atribuíveis a atividades que ocorram dentro do limite

geográfico da cidade, classificando as fontes de emissão em fontes territoriais (Escopo 1 ou

"territorial"), fontes de energia fornecidas pela rede nacional (Escopo 2) e fontes de emissões

de GEE que ocorrem fora dos limites geográficos estabelecidos, porém que são resultado de

atividades que ocorrem dentro dos limites da cidade (Escopo 3). O Escopo 1 permite uma

abordagem territorial para agregação de inventários de várias cidades, consistente com

relatórios de GEE a nível nacional;

• A abordagem orientada pela cidade (City-induced Framework) contabiliza as emissões de

GEE atribuíveis a atividades que se realizam dentro do limite geográfico da cidade, o que

abrange fontes selecionadas de emissão de escopo 1, 2 e 3. A abordagem dispõe de dois tipos

de relatório de acordo com níveis de completude: o nível BASIC e o BASIC+. O nível BASIC cobre

as fontes de emissão que normalmente ocorrem em cidades e que possuem metodologia de

cálculo estabelecidas e disponíveis: energia estacionária, transporte e resíduos gerados dentro

dos limites geográficos estabelecidos. O nível BASIC+ é mais abrangente em termos de fontes

de emissão, incluindo as fontes do nível BASIC adicionadas a processos industriais e uso de

produtos (IPPU), agricultura, floresta e uso da terra (AFOLU), transporte transfronteiriço e

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perdas de transmissão e distribuição de energia. O nível BASIC+ reflete procedimentos de

coleta e cálculo de dados mais complexos.

No Inventário do município de Salvador, os Escopos 1, 2 e 3 foram definidos de acordo com a

abordagem de localização geográfica da cidade, nível BASIC+.

3 VISÃO GERAL DOS DADOS DO INVENTÁRIO

O Inventário de emissões de GEE do município de Salvador foi elaborado no software CLIMAS

desenvolvido pela WayCarbon. Os resultados das emissões de GEE são apresentados de acordo com a

categorização definida pelo GPC. As emissões totais do município de Salvador são apresentadas na

Figura 3. Já a emissão dos setores para os anos analisados é apresentada na Figura 4.

Figura 3. Evolução das emissões totais de Salvador (2014 a 2018)

Fonte: Elaboração própria.

3.8133.558

3.245 3.1593.046

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

2014 2015 2016 2017 2018

Em

issõ

es

(kt

CO

2e)

Ano

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Figura 4. Evolução das emissões de GEE por setor de atividade do município de Salvador (2014 a

2018)

Fonte: Elaboração própria.

Nos últimos anos, pôde-se observar a tendência de redução das emissões totais da cidade no período

entre 2014 e 2018, uma queda percentual de 20%. A redução total se deve principalmente à queda

nas emissões dos setores de Transportes e Energia Estacionária: o primeiro setor apresentou queda

de 434,2 ktCO2e, aproximadamente 56% da redução total da cidade; já o segundo apresentou queda

de 332,1 ktCO2e, aproximadamente 43% da redução total da cidade.

Diversos fatores podem ter contribuído para a queda nas emissões, como o ganho de eficiência nas

tecnologias de combustão de veículos particulares e no transporte público, que já é refletido na própria

queda do volume de combustível consumido. No entanto, percebe-se uma relação direta entre queda

nas emissões e a trajetória do PIB3 da cidade, que apresentou redução de aproximadamente 8,6%

entre 2014 e 2017, motivada pela crise econômica que abarcou o país. A Figura 5 ilustra a relação entre

o indicador econômico e as emissões.

3 Os valores apresentados para o PIB de Salvador entre 2014 e 2016 foram corrigidos de acordo com o IPCA do período, tendo 2017 como ano base. Mais informações, vide Anexo E.

2014 2015 2016 2017 2018

I. Energia Estacionária 993 942 757 757 661

II. Transportes 2.415 2.246 2.135 2.110 1.982

III. Resíduos 406 383 350 293 382

V. AFOLU -2 -13 3 -1 20

-0,1% -0,4% 0,1% 0,0% 0,6%

10,7% 10,8% 10,8% 9,3% 12,6%

63,4% 63,1% 65,8% 66,8% 65,1%

26,1%26,5%

23,3% 24,0% 21,7%

-500

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

Em

issõ

es

(kt

CO

2e)

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Figura 5. Relação entre as emissões de GEE com o PIB3 total da cidade entre 2014 e 2017

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Climas e IBGE (2019)

As emissões da cidade se relacionam com o PIB3 à medida em que a atividade econômica influencia o

consumo de bens, serviços, energia elétrica e combustíveis pela população. Em Salvador, o período de

recessão resultou na diminuição do número de empregos formais para uma população cada vez maior,

conforme ilustrado na Figura 6. A queda no investimento reduz o consumo empresarial em elementos

geradores de emissões e, com um menor número de pessoas empregadas, a população tem menor

renda disponível para o consumo, contribuindo também para a queda nas emissões.

45

50

55

60

65

70

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

2014 2015 2016 2017

PIB

(M

ilhões

Reais

)

Em

issã

o (ktC

O2e)

Emissões GEE PIB

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Figura 6. Evolução da população e do número de empregos formais em Salvador entre 2014 e 2017

Fonte: Elaboração própria a partir de (MTE, 2020) e (IBGE, 2020b)

3.1 INDICADORES DE INTENSIDADE

Com os parâmetros de população estimada, PIB e área do município, é possível estabelecer

indicadores de intensidade a partir dos resultados dos inventários de emissões, seguindo as

recomendações do C40. A Tabela 4 apresenta os resultados desta análise.

Tabela 4. Indicadores de intensidade do município de Salvador por ano

Indicador 2014 2015 2016 2017

Emissões de GEE pelo PIB (t CO2e/ R$1MM)

55,3 52,0 51,2 50,2

Emissões de GEE per capita (t CO2e/ hab)

1,31 1,22 1,10 1,07

Emissões de GEE por área (t CO2e/ km2)

5.495 5.129 4.676 4.553

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Climas, MTE (2020) e (IBGE, 2020b)

O primeiro indicador mostrado, de emissões de GEE por PIB, apresenta uma leve redução dos anos

2014 a 2017, o que indica que as emissões reduziram num patamar acima da redução do PIB, e sugere

pouca eficiência das ações da cidade em prol de reduções de emissões de maneira a não prejudicar o

desenvolvimento do município. O segundo indicador mostrado, de emissões de GEE per capita, diminui

ao longo período analisado, resultado relacionado com o aumento da população e diminuição do

consumo impulsionado pela redução do número de empregos.

730.000

750.000

770.000

790.000

810.000

830.000

850.000

870.000

2.890.000

2.900.000

2.910.000

2.920.000

2.930.000

2.940.000

2.950.000

2.960.000

2014 2015 2016 2017

Emp

rego

s (n

úm

ero

de

emp

rego

s fo

rmai

s)

Po

pu

laçã

o (p

esso

as)

AnoPopulação Empregos

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Comparando o último ano inventariado entre as principais cidades brasileiras, Salvador, mesmo no

cenário de um inventário que considera os setores AFOLU e IPPU, se encontra numa posição de

destaque, com a segunda menor quantidade de gases emitidos por habitante, conforme ilustrado na

Tabela 5. Este dado reflete o PIB per capita mais baixo na capital baiana, considerando que o nível de

emissões é função direta da renda – sendo que a estratégia de desenvolvimento sustentável deve

atuar na suavização e na eventual neutralização dessa relação, permitindo que o PIB cresça ao longo

do tempo sem que as emissões acompanhem sua trajetória. É importante ponderar nessa análise que

Salvador tem seu PIB per capita em mesmo patamar que Fortaleza, estando ambas muito abaixo das

demais cidades apresentadas, e que o nível de emissões de Salvador é sensivelmente superior ao

verificado em Fortaleza, indicando uma estrutura urbana geradora de uma dinâmica de emissões per

capita mais elevada na capital baiana do que em outros centros urbanos de semelhante patamar de

renda.

Tabela 5. Comparativo de indicadores de intensidade entre cidades brasileiras

Cidade Ano do Inventário Emissões per capita

(t CO2e/ hab) PIB per capita 2017

(R$/hab)

Salvador (Basic +) 2018 1,07 21.231

São Paulo (Basic) 2017 1,31 57.759

Curitiba (Basic) 2016 1,81 44.385

Rio de Janeiro (Basic) 2016 1,85 51.776

Rio de Janeiro (Basic +) 2017 3,15 51.776

Fortaleza (Basic) 2016 0,74 23.437

Fonte: Elaboração própria com base nos inventários reportados pelas cidades e PIB per capta (IBGE)

Com relação às capacidades de atuação do Município perante as emissões, pode-se observar na Figura

7 que a maior parte das emissões ao longo de todo o período analisado são referentes à categoria de

Escopo 1, ou seja emissões diretas da cidade. As emissões de escopo 2 são aquelas emitidas de forma

indireta pela cidade, mas referente à utilização de consumo interno da cidade, como emissões de

energia elétrica; enquanto emissões de escopo 3 são referentes àquilo que é produzido na cidade, mas

emitido fora dos limites do Município.

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Figura 7. Evolução da composição das emissões por escopo no Município de Salvador entre 2014 e

2018

Fonte: Elaboração própria.

3.2 EMISSÕES RENOVÁVEIS

No inventário foram contabilizadas também as emissões de origem renovável referentes ao Escopo 1

(Tabela 6). As emissões renováveis do setor de energia estacionária são provenientes da queima do

biodiesel presente no diesel comercializado no Brasil e do biogás queimado na Termoverde para

geração de eletricidade. Para o setor de transportes, as emissões renováveis são provenientes da

queima de etanol anidro (misturado na gasolina) e hidratado, e do biodiesel presente na composição

do diesel. E para resíduos, as emissões são provenientes da queima do biogás nos flares do aterro

metropolitano.

Tabela 6. Resultados de emissões de CO2 renovável do município de Salvador por setor e por ano

Setor de Atividade Emissões de CO2 renováveis (t CO2)

2014 2015 2016 2017 2018

I. Energia Estacionária 366.271 318.250 218.865 384.032 354.208

II. Transportes 331.039 410.884 357.954 357.098 424.678

III. Resíduos 613.643 815.272 754.044 926.329 744.093

V. AFOLU 0 0 0 0 0

Total 1.310.953 1.544.406 1.330.863 1.667.459 1.522.979

Fonte: Elaboração própria.

2014 2015 2016 2017 2018

Escopo 3 324 330 247 218 232

Escopo 2 527 485 321 335 272

Escopo 1 2.961 2.743 2.677 2.606 2.542

77,7% 77,1% 82,5% 82,5% 83,5%

13,8%13,6%

9,9% 10,6% 8,9%

8,5%9,3%

7,6% 6,9% 7,6%

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

Em

issõ

es

(kt

CO

2e)

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4 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS POR SETOR DE ATIVIDADE

No último ano inventariado, o setor que mais contribuiu com emissões foi o setor de Transporte,

representando 65,1% das emissões totais. O restante se dividiu entre os setores de Energia

Estacionária (21,7%), Resíduos (12,6%) e AFOLU (0,6%), como mostra a Figura 8. As emissões de cada

setor serão descritas nas seções que seguem.

Figura 8. Resultados de emissões de GEE do município de Salvador por setor entre 2014 e 2018

Fonte: Elaboração própria.

4.1 SETOR DE ENERGIA ESTACIONÁRIA

As emissões do Setor de Energia Estacionária são provenientes da queima de combustíveis utilizados,

em geral, para produção de vapor ou energia elétrica; do consumo de energia elétrica; e das perdas

técnicas nos sistemas de Transmissão e Distribuição. A Figura 9 apresenta a evolução das emissões

para o setor de energia estacionária para os anos de 2014 a 2018.

26,1% 26,5% 23,3% 24,0% 21,7%

63,4% 63,1% 65,8% 66,8% 65,1%

10,7% 10,8% 10,8% 9,3% 12,6%

-0,1% -0,4% 0,1% 0,0% 0,6%-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

2014 2015 2016 2017 2018

Part

icip

ação

Ano

I. Energia Estacionária II. Transportes III. Resíduos V. AFOLU

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Figura 9. Evolução das emissões do setor de Energia Estacionária no Município de Salvador entre

2014 e 2018

Fonte: Elaboração própria.

Como pode-se perceber, há uma redução das emissões do setor ao longo dos anos inventariados,

chegando ao total de 33% de redução em 2018, com relação ao ano de 2014. Grande parte desse

resultado, conforme mostrado na Figura 10, se deve à queda das emissões provenientes da geração e

utilização de Energia Elétrica, que representaram 89,4% da queda total.

Figura 10. Emissões de GEE do setor de Energia Estacionária por precursor entre 2014 e 2018

Fonte: Elaboração própria.

993,5942,1

756,7 757,0

661,3

0

200

400

600

800

1.000

1.200

2014 2015 2016 2017 2018

Emis

sões

(KtO

2e)

Ano

603556

364 378

306261 251 250 248 247

47 49 50 56 5485 90 98 78 57

0

100

200

300

400

500

600

700

2014 2015 2016 2017 2018

Emis

sões

(KtC

O2e

)

Ano

Energia elétrica GLP Gás natural Outros (Diesel, Biogás e Óleo combustível + Querosene)

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4.1.1 Energia Elétrica

As emissões provenientes da geração e utilização de Energia Elétrica correspondem a 46% das

emissões do setor de Energia Estacionária e somaram uma queda de 49,3% entre 2014 e 2018. Essas

são calculadas a partir do fator de emissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) divulgado pelo

Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Esse fator é calculado em

função da participação de cada uma das fontes geradores de energia elétrica no Brasil.

Pela análise da Figura 11, pode-se perceber que há uma redução de consumo de energia elétrica em

2017 e 2018, quando comparado ao período de 2014 a 2016. No entanto, a redução de emissões deve-

se principalmente pela redução considerável do fator de emissão do SIN nos anos de 2016 a 2018

quando comparado aos anos de 2014 e 2015. Essa redução foi ocasionada pelo aumento da geração

de energia por usinas hidrelétricas e fontes renováveis nos anos de 2016,2017 e 2018 e redução da

diminuição de energia térmica por combustíveis fósseis em comparação a 2014 e 2015.

Figura 11. Índice da emissão e do consumo de eletricidade do município de Salvador e do fator de

emissão do GRID entre 2014 e 2018

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do software Climas.

Dentre os subsetores, na Erro! Fonte de referência não encontrada. observa-se que a maior parte das

emissões se deve à Construções Residenciais e Construções Comerciais e Institucionais, que somam

aproximadamente 96% das emissões por eletricidade. O comportamento das curvas dos dois

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

2014 2015 2016 2017 2018

Índ

ice

Ano

Índice Emissão Índice Consumo Índice Fator de Emissão

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subsetores se assemelha, assim como as emissões totais, ao comportamento do fator de emissão do

SIN, como já mostrado no gráfico da Figura 12.

Figura 12. Evolução da participação dos subsetores de Energia Estacionária nas emissões de

eletricidade entre 2014 e 2018

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do software Climas.

As emissões dos subsetores Indústria de Manufatura e Construção e Outros, que representa a soma

dos resultados dos subsetores Indústria de Energia e Agricultura, Silvicultura e Pesca, também

apresentam queda dentro do período analisado. Os subsetores industriais, assim como os analisados

acima, também acompanharam a variação do fator de emissão do SIN. Já o subsetor de Agricultura,

Silvicultura e Pesca apresentou uma elevação nas emissões de 2017 e 2018. A Figura 13 detalha o

comportamento das emissões da categoria “Outros”.

46,43%

45,90%

45,97%

48,03%

48,23%

47,15%48,39%

48,54% 48,07%

48,10%

6,13% 5,43%5,20% 3,54% 3,28%

0,00%0

50

100

150

200

250

300

2014 2015 2016 2017 2018

Emis

sões

(KtC

O2e

)

AnoI.1. Construções ResidenciaisI.2. Construções Comerciais e InstitucionaisI.3. Indústria de Manufatura e ConstruçãoOutros (Indústria de Energia e Agricultura, silvicultura e pesca)

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www.waycarbon.com 29

Figura 13. Evolução da participação dos subsetores de Indústria de Energia e Agricultura, Silvicultura

e Pesca no setor de Energia Estacionária nas emissões de eletricidade entre 2014 e 2018

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do software Climas.

4.1.2 GLP

As emissões provenientes da utilização do GLP correspondem a 37% das emissões do setor de Energia

Estacionária em 2018 e somaram uma queda de 5,1% entre 2014 e 2018, representando 4,0% da

queda total no setor. Na Figura 14, pode-se perceber que as emissões de GLP se mantiveram

praticamente constantes em todos os subsetores.

0,19%

0,19%

0,19%0,20%

0,20%0,10%0,09%

0,11% 0,16% 0,19%

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

2014 2015 2016 2017 2018

Emis

sões

(KtC

O2e

)

AnoI.4. Indústria de Energia I.5. Agricultura, silvicultura e Pesca

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www.waycarbon.com 30

Figura 14. Evolução da participação dos subsetores de Energia Estacionária no consumo de GLP no

Município de Salvador entre 2014 e 2018

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do software Climas.

É interessante observar que, mesmo com o expressivo aumento do preço do GLP na Bahia, as emissões

derivadas do consumo de GLP não reduziram na mesma proporção entre os subsetores, conforme

pode ser observado na Figura 15. Apenas o subsetor de indústria de Manufatura e Construção teve

redução compatível com o aumento do preço do GLP.

Figura 15. Evolução do índice de emissões dos subsetores no Município de Salvador e do preço do

GLP na Bahia entre 2014 e 2018

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do software Climas e (ANP, 2020)

82,06% 82,94% 81,51% 84,00% 84,62%

14,53% 14,26% 15,57% 13,99% 13,88%

3,41% 2,79% 2,92% 2,01% 1,50%0

50

100

150

200

250

2014 2015 2016 2017 2018

Emis

sões

(KtC

O2e

)

AnoI.1. Construções Residenciais I.2. Construções Comerciais e Institucionais

I.3. Indústria de Manufatura e Construção I.6. Fontes não especificadas

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2014 2015 2016 2017 2018

Índ

ice

AnoÍndice Preço GLPÍndice Emissões Construções Residenciais GLPÍndice Emissões Construções Comerciais e Institucionais GLPÍndice Emissões Indústria de Manufatura e Construção GLP

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4.1.3 Gás Natural

As emissões provenientes da utilização do gás natural correspondem a 8% das emissões do setor de

Energia Estacionária em 2018 e somaram um aumento de 13,9% entre 2014 e 2018, representando

2,0% da variação total do setor. Na Figura 16 é possível avaliar a participação de cada subsetor nas

emissões do gás natural, onde destacam-se as emissões do subsetor de Construções Comerciais e

Institucionais (43,48% em 2018) e Indústria de Manufatura e Construção (33,31% em 2018).

Figura 16. Evolução da participação dos subsetores de Energia Estacionária no consumo de Gás

Natural no Município de Salvador entre 2014 e 2018

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do software Climas.

As emissões do subsetor de Construções Comerciais e Institucionais variaram pouco com relação à

média do período, exceto no ano de 2018, quando apresentaram queda mais significativa. Enquanto

isso, as emissões do subsetor de Indústria de Manufatura e Construção também variaram pouco com

relação à média do período, exceto nos anos de 2017 e 2018, quando apresentaram aumento mais

significativo.

Pode-se observar que no período as emissões do subsetor de Construções Residenciais cresceram

consideravelmente, fazendo com que a participação do subsetor dobrasse. Esse aumento coincide

com a maior disponibilização de gás natural canalizado pela Companhia BahiaGás no subsetor

residencial, principalmente no Município de Salvador. Conforme pode-se observar na Figura 17, o

índice de crescimento relatado pela companhia é muito semelhante ao índice de crescimento das

emissões. Na figura pode-se perceber também que esse crescimento não está associado

11,06%13,79%

17,64%20,02%

23,21%

54,15%55,17%

49,86%47,20%

43,48%

34,79%31,04%

32,49%32,78% 33,31%

0

5

10

15

20

25

30

2014 2015 2016 2017 2018

Emis

sões

(KtC

O2e

)

Ano

I.1. Construções Residenciais I.2. Construções Comerciais e Institucionais

I.3. Indústria de Manufatura e Construção

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necessariamente à substituição do GLP como combustível, apesar do último apresentar redução nas

emissões.

Figura 17. Evolução do índice de emissões do gás natural e GLP no Município de Salvador, e do

crescimento do subsetor residencial da BahiaGás entre 2014 e 2018

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do software Climas e em BAHIAGÁS (2019).

4.2 SETOR DE TRANSPORTES

As emissões do setor de transportes foram calculadas a partir dos valores obtidos pelo método de

venda de combustíveis comercializados em Salvador nos anos inventariados e dos dados de consumo

de energia elétrica nos trens metropolitanos e metrô. Foi adotada a premissa de que todo combustível

comercializado é queimado para locomoção dos veículos que circulam no município por tipo de

transporte (terrestre, ferroviário, hidroviário e aéreo). As emissões de consumo de diesel nos

transportes off-road não puderam ser desagregadas e foram consideradas juntamente com a categoria

II.1 de transporte terrestre. Por recomendação do GPC, as emissões oriundas de viagens internacionais

do transporte aéreo devem ser reportadas separadamente como bunker e essa segregação foi

realizada com base no detalhamento de viagens da ANAC.

A Figura 18 apresenta as emissões por subsetores no período de 2014 a 2018. Pode-se perceber que a

categoria de transporte terrestre é a mais representativa, seguida do transporte aéreo. Os transportes

ferroviário e hidroviário apresentam baixa representatividade.

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

2014 2015 2016 2017 2018

Índ

ice

AnoÍndice Emissões Construções Residenciais GLP Índice Emissões Construções Residenciais GN

Índice de Crescimento GN BahiaGás

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Figura 18. Participação dos subsetores nas emissões de transporte (Salvador, 2014 a 2018)

Fonte: Elaboração própria.

4.2.1 Transporte Terrestre

A Figura 19 apresenta a evolução das emissões de transporte terrestre por tipo de combustível e

transporte público/privado. Em 2018, as emissões da Gasolina respondiam por cerca de 49,2% do total,

seguido pelo Diesel (42,0% - sendo 11,8% do transporte público), GNV (8,7%) e Etanol (0,1%).

É possível observar que entre os anos de 2014 e 2015 houve uma redução de cerca de 8,7% nas

emissões desta categoria. Além disso, outra redução significativa se deu entre 2017 e 2018, quando as

emissões reduziram cerca de 10,5%. Essas variações foram impulsionadas, principalmente, pela

redução das emissões associadas à Gasolina e ao Diesel nos períodos destacados.

1.623,31.481,3 1.509,5 1.526,1

1.366,0

1,0 1,7 2,4 4,6 5,620,4 20,4 20,4 21,5 21,1

770,6 742,3603,0 557,9 589,5

0

250

500

750

1.000

1.250

1.500

1.750

2.000

2014 2015 2016 2017 2018

Em

issã

o (ktC

O2e)

II.1. Transporte terrestre II.2. Transporte ferroviário

II.3. Transporte hidroviário II.4. Transporte aéreo

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Figura 19. Emissão dos combustíveis na categoria de Transporte Terrestre em Salvador (2014 a

2018)

Fonte: Elaboração própria.

4.2.1.1 Gasolina e Etanol

A queda no consumo de Gasolina nos dois períodos destacados anteriormente pode ser justificada

pelo aumento no preço deste combustível. No primeiro período (entre 2014 e 2015) houve um

aumento na tributação (G1, 2015a, b), influenciando o preço de revenda nos postos, que chegou a

aumentar R$ 0,40 por litro. Já no segundo período (entre 2017 e 2018) ocorreu um aumento do preço

da gasolina (G1, 2018) pela Petrobras nas refinarias e, como resultado, nos postos revendedores, o

preço chegou a aumentar R$ 0,54 por litro. Vale destacar também que em 2018 ocorreu a “Greve dos

Caminhoneiros”, iniciada no mês de maio, afetando o abastecimento de combustíveis em todo o país.

É interessante observar que no mesmo período em que ocorrem as quedas no consumo de gasolina,

há um aumento na demanda por etanol, conforme apresentado na Figura 20 abaixo. Entre 2014 e

2015 houve uma redução de aproximadamente 9% no consumo de gasolina e um aumento de cerca

de 70% no consumo de etanol e, entre 2017 e 2018, a redução na gasolina foi de 19% e o aumento no

etanol foi de 84%. Essa substituição entre os combustíveis ocasionou a redução das emissões do setor

em 5,4% no ano de 2015 em relação a 2014, e em 10,2% no ano 2018 em relação a 20174.

4 Isso significa que, em 2015, do total de 8,7% da redução de emissões do setor de transporte terrestre, 5,4% se deu devido à substituição da gasolina pelo etanol e 3,3% se deu em função da redução em outros combustíveis. De forma semelhante, em 2018, do total de 10,4% da redução de emissões, 10,2% foi resultado da substituição da gasolina pelo etanol.

156,4 153,3 175,3 171,9 161,6

542,6494,7

438,8 425,2 412,5

837,8

749,0808,6 830,3

671,5

0

200

400

600

800

1.000

2014 2015 2016 2017 2018

Em

issã

o (ktC

O2e)

Ano

DieselTransporte Público

Dieselsem Transporte Público

Gasolina Etanol GNV

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www.waycarbon.com 35

Figura 20. Consumo de Gasolina e Etanol no setor de Transporte Terrestre (Salvador, 2014 a 2018)

Fonte: Elaboração própria.

4.2.1.2 Diesel

O consumo e consequentemente as emissões de Diesel em Salvador reduziram cerca de 14% entre

2014 e 2018, conforme a Figura 21 abaixo.

Figura 21. Evolução do consumo de Diesel no setor de Transporte Terrestre (Salvador, 2014 a 2018)

Fonte: Elaboração Própria.

78

13285 78

143

469429

465 478

386

0

100

200

300

400

500

600

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Consu

mo (m

ilhões

L)

Ano

Etanol hidratado Gasolina / Brasil

272

256

242

238

233

220

230

240

250

260

270

280

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Consu

mo (m

ilhões

de L

)

Ano

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www.waycarbon.com 36

Os dados de emissões provenientes do consumo de Diesel em Salvador são separados em duas

categorias diferentes: Transporte Público e Outros Transportes. A Figura 22 mostra como a queda nas

emissões totais de Diesel se deve à variação negativa relativa à categoria Outros Transportes, uma vez

que o índice de emissões no Transporte Público teve um significativo aumento em 2016 devido a maior

quilometragem rodada e uma ligeira queda nos anos seguintes.

Figura 22. Índices de variação das Emissões de Diesel em Salvador - Transporte Público e Outros

Transportes (2014 a 2017)

Fonte: Elaboração própria.

O modal rodoviário é predominante na matriz de transportes brasileira, com 60% de participação em

2018 em comparação com outros modais, como o ferroviário e o hidroviário (ILOS, 2019). Como o

transporte de cargas em rodovias responde por grande parte do consumo de diesel no Brasil, sua

evolução histórica costuma apresentar variações que acompanham a trajetória de crescimento ou

retração da economia do país (ANP, 2017; LEGGIO, 2018). A Figura 23 representa a variação do

consumo de Diesel na cidade de Salvador em comparação com a evolução do PIB na cidade e no país

como um todo, mostrando uma clara correlação entre as variáveis.

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

1,20

2014 2015 2016 2017 2018

Índic

e d

e v

ari

ação

Ano

Indice de Emissões Diesel -Total

Índice de Emissões Diesel -Transp Publico

Índice de Emissões Diesel -Outros Transportes

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Figura 23. Índices de variação do Consumo de Diesel em Salvador e do PIB do Brasil e de Salvador

(2014 a 2017)

Fonte: Elaboração própria a partir de IBGE (2019).

Conforme a Figura 24, a redução do consumo deste combustível também pode estar relacionada ao

aumento do seu preço (cerca de 38% de aumento no período).

Figura 24. Índices de variação do Preço e do Consumo de Diesel em Salvador (2014 a 2018)

Fonte: Elaboração própria a partir de ANP (2020).

0,80

0,85

0,90

0,95

1,00

1,05

2014 2015 2016 2017

Índic

e d

e v

ari

ação

Ano

Índice Consumo de Diesel Índice PIB do Brasil Índice PIB de Salvador

1,000

0,9400,891 0,874 0,857

1,000

1,133

1,215 1,236

1,377

0,80

0,90

1,00

1,10

1,20

1,30

1,40

1,50

2014 2015 2016 2017 2018

Índic

e d

e v

ari

ação

Ano

Índice Consumo Índice Preço

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4.2.1.3 GNV

O consumo de Gás Natural Veicular (GNV) em Salvador e, consequentemente, as emissões deste

combustível aumentaram cerca de 39% entre os anos de 2014 e 2018, conforme pode ser observado

na Figura 25.

Figura 25. Evolução do consumo de GNV em Salvador (2014 a 2018)

Fonte: Elaboração Própria.

O aumento no consumo do GNV pode ser explicado por uma maior procura por este combustível pela

população de Salvador, em consequência do aumento dos preços da Gasolina e do Etanol. Conforme

discutido anteriormente, a tributação e os reajustes feitos pela Petrobras resultaram em um aumento

de mais de 40% nos preços do etanol e da gasolina entre 2014 e 2018. Outro fator que contribuiu para

o aumento do consumo de GNV, mais especificamente em 2018, foi a “Greve dos Caminhoneiros” que

ocorreu neste mesmo ano, causando um desabastecimento de combustíveis em diversas regiões do

país. Com isso, gerou-se uma insegurança de muitos consumidores, que aumentaram a procura pela

conversão de seus veículos para o GNV (JORNAL CORREIO, 2018; UOL, 2015).

4.2.2 Transporte Aéreo

A Figura 26 apresenta a evolução das emissões associadas ao transporte aéreo de Salvador, que

apresentam uma redução de aproximadamente 23% entre 2014 e 2018.

4139

41

46

56

30

35

40

45

50

55

60

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Consu

mo (m

ilhões

de m

3)

Ano

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Figura 26. Evolução das Emissões da categoria de Transporte Aéreo (Salvador, 2014 a 2018)

Fonte: Elaboração própria.

A variação das emissões desta categoria está diretamente relacionada à movimentação do Aeroporto

de Salvador. Conforme mostra a Figura 27, houve, entre 2014 e 2017, uma queda na movimentação

de passageiros e de aeronaves, acompanhada pela redução das emissões do transporte aéreo e, em

2018, um aumento significativo na movimentação de aeronaves, também refletido no aumento das

emissões da categoria.

770,6742,3

603,0557,9

589,5

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

2014 2015 2016 2017 2018

Em

issã

o (ktC

O2e)

Ano

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Figura 27. Índice de Variação das emissões e da movimentação de passageiros e aeronaves do

Aeroporto de Salvador

Fonte: Elaboração própria com base em INFRAERO (2018) e VINCI (2019)

Pela análise da Figura 27, pode-se perceber que há uma redução de emissão de viagens nacionais

entre 2014 a 2016 devido a redução da quantidade de viagens realizadas no período.

4.3 SETOR DE RESÍDUOS

As emissões do setor de Resíduos para o município de Salvador são provenientes da disposição de

resíduos sólidos urbanos em aterros, dos resíduos destinados à incineração e provenientes do

tratamento de efluentes sanitários. A Figura 28 apresenta as emissões por subsetores no período de

2014 a 2018 e, como pode-se perceber, o subsetor de disposição de resíduos é o mais representativo,

responsável por cerca de 65% das emissões em 2018.

0,96

0,78

0,720,77

0,99

0,820,85 0,88

1,00

0,770,76

0,89

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Índ

ice

AnoÍndice das Emissões Índice da Movimentação Passageiros

Índice da Movimentação de Aeronaves

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Figura 28. Evolução das emissões das categorias do setor de Resíduos (Salvador, 2014 a 2018)

Fonte: Elaboração própria.

4.3.1 Disposição de Resíduos Sólidos

A Figura 28 mostra que as emissões associadas à Disposição de Resíduos Sólidos na cidade

representam cerca de 65% das emissões do setor. Os resíduos sólidos gerados em Salvador são

destinados para o Aterro Metropolitano do Centro (AMC) na cidade de Salvador e para os aterros fora

da cidade (aterro de inertes Águas Claras e aterro Hera Ambiental). O aterro AMC possui estação de

recuperação do biogás gerado que recupera cerca de 60% do biogás, garantindo uma queima de

metano da ordem de 99% nos flares e 95% nos motores da termoelétrica Termoverde. O dióxido de

carbono gerado pela queima do biogás é categorizado como renovável, logo foram consideradas as

emissões fugitivas de biogás do aterro e da ineficiência de queima, sendo que a parcela de biogás

utilizada para geração de energia será reportada na categoria I. Energia Estacionária e a parcela

restante é reportada na categoria III. Resíduos. Para os resíduos sólidos tratados fora do limite da

cidade foram consideradas as emissões apenas do aterro Hera Ambiental, pois o aterro de Águas Claras

recebe resíduos inertes provenientes de construção.

Adicionalmente, foram estimados os resíduos que não são coletados e são dispostos em aterros

irregulares da cidade através da informação da taxa de coleta de resíduos para Salvador disponível no

SNIS. As emissões desses resíduos não coletados e dispostos em pontos ilegais no município

representam 8% do total das emissões do subsetor disposição de resíduos sólidos.

289.981271.066

235.601

170.948

283.260

29.260 29.796 26.14514.940

27.202

145.251 141.920 139.855 137.062 126.106

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

2014 2015 2016 2017 2018

Em

issõ

es

(tCO

2e)

Ano

III.1. Disposição de resíduos sólidos III.3. Incineração III.4. Disposição e tratamento deefluentes doméstico

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4.3.2 Disposição e Tratamento de Efluente Doméstico

O Sistema de Esgotamento Sanitário de Salvador, SES, operado pela Embasa, é composto por: (i) um

sistema principal, que direciona os efluentes a 2 (dois) Sistemas de Disposição Oceânica - SDO, onde

se faz o precondicionamento do esgoto (processos físicos) e seu bombeamento por meio de emissários

submarinos a distâncias seguras mar adentro e (ii) sistemas descentralizados, onde o efluente coletado

é direcionado a Estações de Tratamento de Esgotos - ETE, em geral de pequeno e médio porte, e

lançados no corpo receptor após tratamento (processos físicos e biológicos).

Além disso, uma parcela da população não é coberta pelo esgotamento sanitário. Nesses casos, foi

considerado o lançamento direto do esgoto bruto na rede de drenagem ou diretamente no corpo

hídrico adjacente à residência, por ser um perfil mais conservador de estimativas de emissões. Além

disso, não foram obtidos dados sobre a representatividade de fossa séptica para o município e o Plano

de Saneamento da cidade que deve mapear essas informações encontra-se em processo de

elaboração.

A contribuição do efluente que passa por tratamento e do efluente não tratado é apresentado na

Figura 29. Como pode-se perceber, a emissão do efluente não tratado é a mais representativa.

Figura 29. Evolução das emissões por tipo de tratamento de efluentes (Salvador, 2014 a 2018)

Fonte: Elaboração própria.

105.283 101.066 105.271 105.192

90.140

39.968 40.85534.584 31.870 35.967

145.251 141.920 139.855 137.062126.106

0

25.000

50.000

75.000

100.000

125.000

150.000

175.000

2014 2015 2016 2017 2018

Em

issõ

es

t C

O2e

Ano

Efluente população não cobertapor esgotamento sanitário

Efluentes tratados(Emissários Submarinos + ETE)

Efluentes Total

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A Figura 30 mostra que houve um aumento na população total atendida pelo esgotamento sanitário,

que pode ter contribuído para diminuição significativa das emissões do subsetor de disposição de

efluentes, também ilustrada abaixo.

Figura 30. Índices de variação das Emissões da Disposição de Efluentes da População Atendida pelo

Esgotamento Sanitário (Salvador, 2014 a 2018)

Fonte: Elaboração própria com base em dados fornecidos pela EMBASA (2020).

4.4 SETOR AFOLU

As emissões do setor de AFOLU para o município de Salvador são provenientes da fermentação

entérica que ocorre no sistema digestório de animais ruminantes e do manejo ou não dos dejetos

gerados por esses e outros animais de rebanho, das emissões e remoções do uso da terra e das

emissões provenientes da aplicação de fertilizantes no solo (emissões agregadas e outras não CO2). A

Figura 31 apresenta as emissões por subsetores no período de 2014 a 2018.

1,00

0,980,96

0,94

0,87

1,00

1,02 1,021,02 1,02

0,80

0,85

0,90

0,95

1,00

1,05

2014 2015 2016 2017 2018

Índ

ice d

e V

ari

açã

o

Ano

Índice Emissões Disposição de Efluentes Índice População Atendida

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Figura 31. Participação dos subsetores nas emissões de AFOLU (2014-2018)

Fonte: Elaboração própria.

Pela análise da Figura 31, pode-se perceber que apenas os anos de 2016 e 2018 apresenta emissões

de uso do solo. Isso é decorrente do desmatamento de 11 hectares em 2016 e 37 hectares em 2018.

Os demais anos apresentam remoção de emissões devido ao plantio de mudas na cidade.

Observa-se também uma redução significativa das emissões do subsetor de Rebanhos entre 2014 e

2015. Este setor é subdividido nas categorias “Fermentação Entérica” e Manejo de Dejetos de

Animais”, cujas emissões variaram conforme a Figura 32.

2.536 836 807 679 740

-4.915

-13.631

2.268

-1.843

18.954

1,07 0,90 1,04 1,76 1,77

-20.000

-15.000

-10.000

-5.000

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

EM

ISSÃO

(T C

O2E)

ANO

V.1 Rebanhos V.2 Uso da Terra V.3. Emissões agregadas e outras de não-CO2

2014 2015 2016 2017 2018

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Figura 32. Evolução das Emissões do subsetor "Rebanhos" de acordo com as categorias de

“Fermentação Entérica” e “Manejo de dejetos animais” (Salvador, 2014 a 2018)

Fonte: Elaboração Própria.

Houve uma redução significativa nas emissões entre 2014 e 2015, consequência da variação do

número de animais nos rebanhos da cidade, que caiu cerca de 86% neste mesmo período, conforme

observado na Figura 33. A queda do rebanho na capital baiana deve-se ao alto custo de criação quando

comparado a região do semiárido adicionado ao processo de urbanização. É um processo que ocorre

em função do próprio crescimento demográfico e da valorização imobiliária em áreas mais centrais,

que geram o crescimento das periferias em função do aumento da demanda por bairros distantes, de

custo locacional mais baixo. Além da expansão do uso residencial nas áreas periféricas, há também

uma dinâmica de crescimento do uso não-residencial, sobretudo por galpões de transportes, logística

e armazenamento, atividades que cresceram fortemente nas periferias metropolitanas nas últimas

décadas.

1.872

665 641560 605

664

172 167 119 135

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

1.800

2.000

2014 2015 2016 2017 2018

Emis

são

(tC

O2e

)

Ano

Fermentação entérica Manejo de dejetos animais

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Figura 33. Evolução do efetivo do rebanho de Salvador (2014 a 2018)

Fonte: Elaboração própria a partir de IBGE (2018).

4.5 ANÁLISE DE INCERTEZAS

A elaboração de um inventário de emissões envolve o uso de ferramentas de cálculo que utilizam

previsões, parâmetros e fatores de emissão padrão. O uso dessas ferramentas acarreta certos níveis

de incertezas nos cálculos do inventário, que podem estar relacionadas com os dados de entrada e/ou

fatores de emissão utilizados.

Para minimizar tais incertezas foram usados, sempre que possível, valores baseados em fontes oficiais,

como os próprios métodos consultados ou padrões de mercado, sempre levando em consideração os

princípios de conservadorismo, exatidão e transparência.

As incertezas associadas aos inventários podem ser classificadas segundo dois critérios:

• incerteza científica: ciência da emissão real e/ou processo de remoção não foi perfeitamente

compreendido. Cita-se como exemplo o envolvimento significante da incerteza científica no

uso de fatores diretos e indiretos associados ao aquecimento global para a estimativa das

emissões de vários GEE. A maioria dos fatores abordados neste trabalho é do IPCC.

• incerteza estimativa: incerteza que surge sempre que as emissões de GEE são quantificadas.

Essas ainda são classificadas em incerteza modelo, quando está associada às equações

matemáticas utilizadas para caracterizar as relações entre vários parâmetros e processos de

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

2014 2015 2016 2017 2018

Tota

l de c

abeças

Gado Caprinos Equinos Ovinos Suínos

1.548

698604

1.480

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emissão; e incertezas dos parâmetros introduzidos em modelos de estimativa usados como

dados de entrada nos modelos estimados.

De acordo com as recomendações do IPCC Good Practice Guidance, os inventários não devem revelar

emissões com vieses que poderiam ser identificados e eliminados, e as incertezas devem ser

minimizadas considerando todo o conhecimento científico existente e os recursos disponíveis.

Essas recomendações foram seguidas em todas as etapas da construção do inventário, uma vez que

houve uma grande preocupação em utilizar as metodologias de cálculos e fatores de emissão mais

recentes de organizações com grande credibilidade referente ao cálculo de emissões. Em relação aos

dados utilizados, houve atenção especial na conformidade desses com a realidade (verificação dos

pontos focais), e a busca pelos dados nas unidades de medida que reduzissem as incertezas associadas

às emissões. O detalhamento sobre o cálculo de incertezas encontra-se no Anexo C.4.

Para o inventário de GEE do município de Salvador, as incertezas também foram calculadas utilizando-

se o CLIMAS. Além disso, as incertezas foram avaliadas de forma qualitativa segundo recomendação

do documento “GHG Protocol guidance on uncertainty assessment in GHG inventories and calculating

statistical parameter uncertainty“. Os resultados são apresentados abaixo (Tabela 7).

Tabela 7. Resultados das incertezas do Inventário de GEE de Salvador (2014-2018)

Categoria Incerteza baixa (%) Incerteza alta (%)

Qualidade 2014 2015 2016 2017 2018 2014 2015 2016 2017 2018

I. Energia Estacionária

0,37 0,38 0,46 0,47 0,54 0,01 0,72 0,88 0,89 1,03 Alta

II. Transportes 0,70 0,69 0,71 0,72 0,68 1,21 1,21 1,32 1,43 1,57 Alta

III. Resíduos 7,49 7,53 7,51 7,38 7,41 37,09 38,68 33,87 31,00 36,78 Baixa

V. AFOLU 3,80 1,65 0,17 1,64 1,63 4,71 2,56 0,27 3,00 2,94 Alta

TOTAL 0,60 0,61 0,65 0,65 0,64 1,98 2,11 2,04 1,96 2,31 Alta

Pode-se observar, portanto, que o nível de incerteza geral para o cálculo das emissões do inventário

de Salvador foi entre 0,63% e 2,08%. Verifica-se também que as incertezas dos cálculos referentes ao

tratamento de resíduos sólidos e tratamento de efluentes são maiores (de 7,38% a 38,68%) devido à

complexidade dos cálculos que envolvem degradação de compostos orgânicos por bactérias

anaeróbicas e dependem de inúmeros fatores, como o clima, a condição dos aterros, a composição

dos resíduos e dos tipos de tratamento de efluentes.

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5 CONCLUSÕES

As emissões do município de Salvador em 2018 totalizaram 3,0 MtCO2e, sendo que o setor de

transporte é o mais representativo, responsável por cerca de 65,1% das emissões neste ano, seguido

do setor de energia estacionária (21,7%), resíduos (12,6%) e AFOLU (0,6%). No período entre 2014 e

2018 houve uma redução de aproximadamente 20% nas emissões da cidade, resultado da redução de

18% nas emissões do setor de transporte, principalmente devido à queda no consumo de gasolina e

aumento no consumo de etanol; e redução de 33% nas emissões do setor de energia estacionária,

variação está muito influenciada pelo fator de emissão da rede nacional de energia elétrica.

Em conjunto com outras dinâmicas recentes, como o ganho de eficiência na queima de combustíveis

por veículos automotores individuais e coletivos, o fator crise econômica foi decisivo na trajetória de

das emissões em Salvador nos últimos anos, reduzidas em função de uma queda na demanda agregada

da cidade e da região, o que constitui um elemento dificultador de análises de causa e efeito

subjacentes a este quadro – que afeta o país como um todo. No entanto, permanece pertinente a

observação de que a maior parte das emissões advêm do setor de transportes, mais especificamente

do consumo de combustível por parte de veículos automotores individuais, o que indica uma

necessidade de atuação das políticas públicas neste quadro para que o objetivo final do plano, de se

zerar o saldo de emissões até o ano de 2049, seja de fato atingido.

Trata-se de uma orientação de planejamento da cidade que pode se inspirar em inúmeros exemplos

internacionais de melhores práticas voltadas para a substituição do uso de automóveis em áreas

urbanas grandes e adensadas por outros modais, coletivos ou individuais e não poluentes. Esta é uma

orientação de política urbana que deve ser transversal em relação aos diversos setores, incluindo

também as políticas habitacionais e de ocupação e uso do solo, pois o padrão de distribuição do

adensamento, das atividades não-residenciais, da capacidade de inserção da população nas

proximidades das centralidades do município também são decisivos na estruturação das necessidades

diárias de deslocamento por trás das dinâmicas de mobilidade. Estes aspectos serão detalhados nas

próximas etapas do plano, que aprofundarão em análises espaciais intraurbanas que fazem pontes

mais diretas com o planejamento e o desenho de políticas públicas.

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5.1 MELHORIAS PLANEJADAS

Para futuras atualizações de inventário, recomendam-se algumas melhorias planejadas para a cidade

de Salvador. Em primeiro lugar, o inventário se beneficiaria de ter uma abordagem metropolitana, ao

invés de uma análise apenas a nível municipal. A dinâmica socioeconômica da cidade de Salvador

ocorre na região metropolitana, pois muitas pessoas viajam diariamente de e para cidades próximas,

como Camaçari. Essa cidade, por exemplo, é um polo industrial que responde por uma grande parte

das emissões industriais, que são excluídas deste inventário devido aos limites geográficos do

município. Embora represente um desafio para a governança e coleta de dados, uma análise de

inventário mais abrangente no futuro poderia considerar o contexto mais amplo da região

metropolitana de Salvador. Em segundo lugar, recomenda-se as seguintes sugestões específicas para

melhorar o processo de coleta de dados de emissões em Salvador em futuras atualizações:

Transporte

• Transporte terrestre: fazer análise do consumo de combustível do transporte público (ônibus)

segregado por linha de ônibus, para poder identificar oportunidades de ações de mitigação

específicas no transporte público. Fazer análise mais aprofundada também das emissões de

Escopo 3 para transporte, devido à relevância da região metropolitana de Salvador.

• Transporte hidroviário: obter os dados de consumo de combustível para balsas e navios

(escopos 1 e 3), a fim de obter uma análise mais abrangente das emissões marítimas.

• Transporte aéreo: obter o consumo de combustível de aeronaves (destinos nacionais e

internacionais) com a instituição responsável pela gestão do aeroporto de Salvador

(atualmente, em 2020, são os aeroportos Vinci).

Resíduos:

• Saneamento: considerar o Plano de Saneamento da cidade, especialmente o seu Diagnóstico

(ainda em desenvolvimento em mar/2020), que fornecerá mais informações sobre o

saneamento da cidade, como o percentual da população que não é atendida pelo sistema

público e usa fossas sépticas.

AFOLU:

• Remoção de vegetação: obter informações de satélite que identifiquem qualquer

desmatamento abaixo de 3 hectares.

• Uso de fertilizantes: obter informações sobre o uso de fertilizantes no município.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BAHIAGÁS. Relatórios da Administração. Disponível em: <https://bahiagas.com.br/bahiagas/relatorios-de-administracao>. Acesso em: 28 fev. 2020.

EPE. Balanço Energético Nacional 2019: Ano Base 2018. Disponível em: <http://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-377/topico-470/Relat%C3%B3rio%20S%C3%ADntese%20BEN%202019%20Ano%20Base%202018.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2020.

FGV. Ferramenta de Cálculo - Programa Brasileiro GHG Protocol. Disponível em: <http://ghgprotocolbrasil.com.br/ferramenta-de-calculo/?locale=pt-br>. Acesso em: 28 fev. 2020.

FGV. NOTA TÉCNICA - Classificação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) de Escopo 1 nas respectivas categorias de fontes de emissão – versão 2. Disponível em: <http://mediadrawer.gvces.com.br/ghg/original/ghg-protocol_nota-tecnica_categorias-escopo-1_-v2.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2020.

G1. Gasolina tem novo reajuste e chega a R$ 4,89 em Salvador. Disponível em: <https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2018/09/06/gasolina-tem-novo-reajuste-e-chega-a-r-489-em-salvador.ghtml>. Acesso em: 28 fev. 2020.

G1. Preço da gasolina aumenta em postos de Salvador e do interior. Disponível em: <http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/02/preco-da-gasolina-aumenta-em-postos-de-salvador-e-do-interior-veja.html>. Acesso em: 28 fev. 2020a.

G1. Tributação sobre gasolina e diesel sobe a partir de fevereiro, diz Fisco. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/01/tributacao-sobre-gasolina-e-diesel-sobe-partir-de-fevereiro-diz-fisco.html>. Acesso em: 28 fev. 2020b.

IBGE. IBGE Cidades. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/>. Acesso em: 28 fev. 2020a.

IBGE. SIDRA - Tabela 5938: Produto interno bruto a preços correntes, impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos a preços correntes e valor adicionado bruto a preços correntes total e por atividade econômica, e respectivas participações - Referência 2010. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/5938>. Acesso em: 28 fev. 2020.

IBGE. SIDRA - Tabela 6579: População residente estimada. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/6579>. Acesso em: 28 fev. 2020b.

IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/ppm/quadros/brasil/2018>. Acesso em: 28 fev. 2020.

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JORNAL CORREIO. Desabastecimento nos postos aumenta procura por Kit Gás em Salvador. Disponível em: <https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/desabastecimento-nos-postos-aumenta-procura-por-kit-gas-em-salvador/>. Acesso em: 28 fev. 2020.

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MTE. RAIS - Relação Anual de Informações Sociais. Disponível em: <http://bi.mte.gov.br/bgcaged/>. Acesso em: 28 fev. 2020.

PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR. PDDU - Salvador Hoje e suas Tendências. Disponível em: <https://www.cms.ba.gov.br/uploads/pddu/Salvador%20hoje%20e%20suas%20tendencias.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2020.

SNIS Diagnóstico Anual de Resíduos Sólidos. Disponível em: < http://www.snis.gov.br/diagnostico-anual-residuos-solidos>. Acesso em: 10 mar. 2020.

SOS MATA ATLANTICA. AQUI TEM MATA. Disponível em: < https://www.aquitemmata.org.br/#/busca/ba/State%20of%20Bahia/Salvador1>. Acesso em: 08 ago. 2020

UOL. Procura por kit GNV aumenta em Salvador. Disponível em: <https://atarde.uol.com.br/economia/noticias/1727065-procura-por-kit-gnv-aumenta-em-salvador>. Acesso em: 28 fev. 2020.

VINCI. Movimentação Aeroportuária 2018. Disponível em: <https://www.salvador-airport.com.br/sites/salvador/files/Movimenta%C3%A7%C3%A3o%20Aeroportu%C3%A1ria%202018_por.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2020.

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WRI. Global Protocol for Community-Scale Greenhouse Gas Emission Inventories. Disponível em: <https://www.wri.org/publication/global-protocol-community-scale-greenhouse-gas-emission-inventories>. Acesso em: 28 fev. 2020.

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GLOSSÁRIO

Bahiagás: Companhia de Gás da Bahia

COELBA: Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia

Dióxido de carbono equivalente (CO2e): unidade para comparação da força radiativa (potencial de

aquecimento global) de um dado GEE a do CO2.

EMBASA: Empresa Baiana de ÁGUAS e Saneamento

Emissões de GEE: massa total de um GEE liberado para a atmosfera em um dado intervalo de tempo.

Fator de emissão ou Fator de remoção de GEE: fator que relaciona dados de atividade a emissões e

remoções de GEE.

Gás de Efeito Estufa (GEE): constituinte atmosférico, de origem natural ou antropogênica, que absorve

e emite radiação em comprimentos de onda específicos dentro do espectro de radiação infravermelha

emitida pela superfície terrestre, pela atmosfera e pelas nuvens. Entre os GEE, pode-se citar o Dióxido

de Carbono (CO2), o Metano (CH4), o Óxido Nitroso (N2O), os Hidrofluorocarbonos (HFC), os

Perfluorocarbonos (PFC) e o Hexafluoreto de Enxofre (SF6).

IFBA: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia

Inventário de emissões de GEE: documento no qual encontram-se detalhadas as fontes e sumidouros

de GEE e encontram-se quantificadas as emissões e remoções de GEE durante um dado período.

LIMPURB: Empresa de Limpeza Urbana do Salvador

Potencial de aquecimento global: fator que descreve o impacto da força radiativa de uma unidade de

massa de um dado GEE, em relação a uma unidade de massa de dióxido de carbono (CO2) em um dado

intervalo de tempo.

Remoções de GEE: massa total de um GEE removido da atmosfera em um dado intervalo de tempo.

SEINFRA: Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas

SECIS: Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência

SECULT: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo

SEMOB: Secretaria de Mobilidade de Salvador

SEMOP: Secretaria Municipal de Ordem Pública

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SEMUR: Secretaria Municipal da Reparação

SMED: Secretaria Municipal da Educação do Salvador

SMS: Secretaria Municipal da Saúde

Transalvador: Superintendência de Trânsito do Salvador

UFBA: Universidade Federal da Bahia

UNIFACS: Universidade Salvador

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ANEXOS

ANEXO A. COLETA DE DADOS - INVENTÁRIO DE GEE

A coleta de dados é normalmente a etapa mais trabalhosa do processo de elaboração de inventários

de GEE. O tempo gasto e os esforços para obtenção de dados aumenta conforme a complexidade do

inventário.

O detalhamento, ou segregação de dados, é um importante item a ser considerado, pois é a partir de

um nível de segregação de dados adequado que se facilita a escolha de fatores de emissão necessários

para os cálculos e a categorização das fontes de emissão para análise dos dados. Dessa maneira, essa

etapa do inventário de GEE de Salvador priorizou dados compatíveis com os fatores de emissão

disponíveis com os bancos de dados de referência nacionais e internacionais para realização de

inventários (como GHG Protocol 2018, IPCC 2019 e Ecoinvent).

A seguir estão descritos os procedimentos e referências utilizados para a coleta de dados segundo as

categorias do GPC.

A.1 ENERGIA ESTACIONÁRIA

A.1.1 Consumo de combustíveis

O cálculo das emissões provenientes do consumo de combustíveis foi feito a partir do volume ou massa

do combustível por categoria (residencial, comercial, industrial, energia, rural e outros). O consumo

de gás natural no município de Salvador foi fornecido pela Bahiagás e os dados de gás liquefeito de

petróleo (GLP), óleo combustível e óleo diesel, foram fornecidos pela ANP, visto que as informações

não estavam disponíveis publicamente ou não estavam suficientemente segregadas.

A.1.2 Consumo de energia elétrica e Perdas na T&D

O cálculo das emissões referentes ao consumo de energia elétrica é feito a partir do consumo de

eletricidade em MWh, por tipo de atividade. Os dados de consumo de energia elétrica no município

foram fornecidos pela COELBA.

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Já para calcular as emissões derivadas das perdas na T&D é necessário aplicar o fator de perdas de

energia elétrica ao consumo de eletricidade. O fator de perdas na T&D utilizado foi fornecido pela

COELBA para o estado da Bahia, pois não está disponível a abertura por munícipio.

A.2 TRANSPORTE

A.2.1 Consumo de combustíveis para transporte

O cálculo das emissões relacionadas ao transporte é feito a partir da massa ou volume de combustível

consumido, por tipo e modal de transporte. O consumo de gás natural veicular (GNV) fornecido pela

Bahiagás e os dados de gasolina, etanol, gasolina de aviação, querosene de aviação e diesel, foram

fornecidos pela ANP.

Para segregação dos dados de transporte público, foi fornecido pela Secretaria de Mobilidade (SEMOB)

o consumo de diesel nos ônibus urbanos e pela CTB o consumo de diesel usado nas locomotivas de

manutenção.

Para segregação do consumo de combustível em viagens aéreas, foi utilizado os dados da ANAC com

abertura de viagens por origem e destino e consumo de combustível para viagens nacionais.

Para o transporte hidroviário, foi estimado o consumo de diesel através das informações de viagens

realizadas pelas balsas da Internacional Travessias.

A.2.2 Consumo de energia elétrica

O cálculo das emissões referentes ao consumo de energia elétrica no setor de transporte é feito a

partir do consumo de eletricidade em MWh, por tipo de transporte. Os dados de consumo de energia

elétrica para os trens urbanos foram fornecidos pela CTB e para o metro pela CCR. Esses valores foram

descontados do valor fornecido pela COELBA para a categoria Serviço Público.

A.3 RESÍDUOS

A.3.1 Disposição de resíduos sólidos urbanos em aterros sanitários

De acordo com a recomendação do GPC, o cálculo das emissões relacionadas com a disposição de

resíduos sólidos urbanos em aterros industriais foi feito a partir do método proposto pelo guia para

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inventários nacionais do IPCC 2019 - Volume 5: Waste, Chapter 2: Waste Generation, Composition, and

Management - em que o dado de entrada é a quantidade de resíduos destinados para o aterro no

período definido.

Os dados de geração de resíduos sólidos urbanos e local de tratamento foram enviados pela LIMPURB.

Os dados de resíduos enviados para incineração foram enviados pela TRR apenas para os anos de 2017

e 2018, para os anos de 2014 a 2016 os dados foram estimados considerando a representatividade

dos resíduos para incineração frente ao total de resíduos gerados no município. Também foram

considerados os resíduos não coletados no município, obtidos através da taxa de coleta de resíduos

disponível no SNIS. Os dados de recuperação de gás no aterro e queima no flare e na termoelétrica do

aterro AMC foram fornecidos pela BATTRE.

A.3.2 Tratamento de efluentes domésticos

Os dados necessários para o cálculo das emissões provenientes do tratamento de efluentes

domésticos são: o número de habitantes, as taxas da população atendida pela rede sanitária do

município e as taxas de efluentes coletados enviados para tratamento que utilizam processos

anaeróbicos. Os dados de efluentes enviados pelos emissários submarinos, tratamento em ETE e

população não atendida foram fornecidos pela EMBASA.

A.4 AGRICULTURA, FLORESTAS E USO DA TERRA (AFOLU)

A.4.1 Rebanhos

O dado de entrada necessário para o cálculo das emissões provenientes da fermentação entérica que

ocorre no sistema digestório de animais ruminantes e emissões do manejo dos dejetos gerados por

esses e outros animais de rebanho é a quantidade de animais, por tipo.

O número de cabeças de animais por tipo foi obtido diretamente da plataforma Pesquisa Pecuária

Municipal (PPM), do IBGE. Foram coletados dados de número de cabeças de Bovinos (gado de corte e

gado leiteiro), Equinos, Suínos, Caprinos e Ovinos.

Considerou-se que o gado de corte era composto em sua totalidade por machos (premissa mais

conservadora), pois o IBGE não apresenta esse tipo de abertura.

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A.4.2 Uso da Terra

As emissões e remoções de GEE do subsetor de uso da terra são referentes às mudanças nos estoques

de carbono do solo, principalmente quando a área em questão é convertida para outro uso, como por

exemplo, de floresta nativa para agropecuária.

O município de Salvador está localizado dentro do bioma Mata Atlântica e os dados de supressão

vegetal nativa foram avaliados para cada período através da plataforma eletrônica da SOS Mata

Atlântica “Aqui tem Mata?”, um aplicativo com informações sobre a existência de áreas

remanescentes de Mata Atlântica no país (www.aquitemmata.org.br). Nessa plataforma, por questões

de precisão dos satélites utilizados, só são identificados desmatamentos contínuos superiores a 3

hectares/ano.

No período de 2014 a 2018, Salvador apresentou desmatamento apenas no ano de 2016 de 11

hectares e no ano de 2018 de 37 hectares, como pode ser visto na Figura A.1. Esse perfil era esperado,

já que o município já possuía sua configuração urbana/rural bem estabelecida e áreas significativas de

desmatamento tendem a ocorrer mais em regiões quais o desenvolvimento urbano ainda está em fase

inicial.

A.1 Taxa de desmatamento do município de Salvador (valores em ha) – Evolução Anual

Fonte: Aqui tem Mata.

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Adicionalmente, o plantio de mudas, responsável por remoção de emissões, foi incluído no inventário

através dos dados fornecidos pela SECIS das mudas plantadas no município de Salvador no período

analisado.

A.4.3 Emissões agregadas e outras de não-CO2

O dado de entrada necessário para o cálculo dessas emissões é a quantidade total de fertilizante

aplicada no ano, por tipo. As quantidades de fertilizantes foram calculadas a partir das áreas destinadas

para plantio no município de Salvador e dados estimados de consumo de fertilizantes para o Estado

da Bahia e Brasil.

Com base nos dados públicos da plataforma Produção Agrícola Municipal (PAM) do IBGE, foram

identificadas as áreas destinadas à agricultura em Salvador e a representatividade de área no Estado

da Bahia.

O consumo de calcário agrícola5 foi coletado no relatório estatístico elaborado pela Associação

Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (ABRACAL) de Consumo Aparente de Calcário por estado

brasileiro. Os dados de fertilizantes nitrogenados e consumo de ureia foram obtidos dos dados

disponibilizados pelo International Plant Nutrition Institute (IPNI CANADA, 2018) para as regiões e

estados do Brasil.

Os dados de consumo de calcário e fertilizantes nitrogenados considerados para Salvador foram

calculados a partir de sua representatividade de área de plantio, em relação ao total aplicado no Estado

da Bahia. Já estimativa da quantidade de ureia consumida foi calculada usando a média do consumo

de ureia no Brasil em relação à aplicação total de fertilizantes. Na ausência dos dados de 2018, foram

replicados os dados de 2017.

5 Para o cálculo das emissões calcário agrícola é considerado o tipo calcário dolomítico, visto que os dados da ABRACAL não possuem informação segregada dos diferentes tipos de calagem.

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ANEXO B. MAPEAMENTO DAS FONTES DE EMISSÃO - INVENTÁRIO DE GEE

O método do GPC busca desagregar os dados de emissões para permitir que as principais fontes de

GEE sejam identificadas em uma cidade ou região. Para tanto, determina seis diferentes setores nos

quais as atividades emissoras podem ser alocadas. São eles:

• Energia Estacionária;

• Transporte;

• Resíduos;

• Processos industriais e uso de produtos (IPPU);

• Agricultura, floresta e uso da terra (AFOLU);

• Outras Emissões Indiretas.

No inventário de GEE do município de Salvador não foram identificadas fontes dos setores Processos

Industriais e uso de produtos (IPPU) e “Outras Emissões Indiretas”. Os demais setores são aplicáveis

ao inventário de GEE e as fontes de emissão associadas a cada um são apresentadas a seguir.

B.1 ENERGIA ESTACIONÁRIA

As emissões do setor de energia estacionária estão associadas à queima de combustíveis em edifícios

residenciais, comerciais e institucionais, indústrias de manufatura e construção, bem como em usinas

geradoras de energia e propriedades rurais. Este setor também inclui emissões fugitivas6 que ocorrem

durante a extração, transformação e transporte de carvão mineral, emissões fugitivas geradas nos

processos da indústria de óleo e gás e a produção de combustíveis.

O GPC divide as fontes do setor de energia estacionária em 8 subsetores, que foram parametrizadas

no sistema CLIMAS da WayCarbon, de acordo com as nomenclaturas apresentadas na Figura B.1:

6 As emissões fugitivas são definidas pela Resolução 382/2006 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) como lançamentos difusos na atmosfera de qualquer forma de matéria sólida, líquida ou gasosa, efetuada por uma fonte que não possui dispositivo projetado para dirigir ou controlar seu fluxo.

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Figura B.1. Estrutura de parametrização e nomenclatura utilizadas no CLIMAS - setor de energia

estacionária.

Com base no mapeamento realizado pela Consultoria WayCarbon, foram identificadas um total de 31

categorias de fontes de emissão para esse setor, sendo 15 categorias relacionadas ao consumo de

combustíveis em fontes fixas de combustão (Escopo 1), 8 relacionadas com consumo de eletricidade

(Escopo 2) e 8 com as perdas técnicas nos sistemas de distribuição e transmissão (T&D)7 (Escopo 3). A

Tabela B.1 apresenta as 31 categorias distribuídas por subsetor de atividade e por fonte de emissão.

7 O sistema elétrico é composto por geração, transmissão e distribuição. As perdas referem-se à energia elétrica gerada que passa pelas linhas de transmissão (Rede Básica) e redes da distribuição, mas que não chega a ser comercializada, seja por motivos técnicos ou comerciais (ANEEL, 2018).

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Tabela B.1. Fontes de emissão relacionadas ao setor Energia Estacionária.

Escopo Subsetor Parâmetro / Fonte de Emissão

Escopo 1

I.1. Construções Residenciais Consumo de gás natural - Residencial

I.1. Construções Residenciais Consumo de GLP - Residencial

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Consumo de gás natural - Comercial

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Consumo de GLP - Comercial

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Consumo de diesel - Comercial

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Consumo de querosene de iluminação - Comercial

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Consumo de diesel - Poder Público

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Consumo de GLP - Poder Público

I.3. Indústria de Manufatura e Construção Consumo de gás natural - Industrial

I.3. Indústria de Manufatura e Construção Consumo de GLP - Industrial

I.3. Indústria de Manufatura e Construção Consumo de diesel - Industrial

I.3. Indústria de Manufatura e Construção Consumo de óleo combustível - Industrial

I.4. Indústria de Energia Consumo de biogás – Termoelétrica

I.6. Fontes não especificadas Consumo de GLP - Outros

I.6. Fontes não especificadas Consumo de diesel - Outros

Escopo 2

I.1. Construções Residenciais Consumo de energia elétrica - Residência

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Consumo de energia elétrica - Comercial

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Consumo de energia elétrica - Iluminação pública

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Consumo de energia elétrica - Poder Público

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Consumo de energia elétrica - Serviço Público

I.3. Indústria de Manufatura e Construção Consumo de energia elétrica - Industrial

I.4. Indústria de Energia Consumo de energia elétrica - Consumo próprio

I.5. Agricultura, silvicultura e Pesca Consumo de energia elétrica - Rural

Escopo 3

I.1. Construções Residenciais Perdas de T&D - Residência

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Perdas de T&D - Comercial

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Perdas de T&D - Iluminação pública

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Perdas de T&D - Poder Público

I.2. Construções Comerciais e Institucionais Perdas de T&D - Serviço Público

I.3. Indústria de Manufatura e Construção Perdas de T&D - Industrial

I.4. Indústria de Energia Perdas de T&D - Consumo próprio

I.5. Agricultura, silvicultura e Pesca Perdas de T&D - Rural

O mapeamento das fontes relacionadas ao consumo de energia elétrica no munícipio de Salvador foi

feito a partir dos dados obtidos com a COELBA (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia). As

fontes de emissão de perdas na T&D são diretamente relacionadas com as fontes de emissão do

consumo de energia elétrica, já que considera a energia que foi despachada no Sistema Interligado

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Nacional (SIN). E o mapeamento das fontes fixas de combustão foi realizado a partir de dados

fornecidos diretamente pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Adicionalmente, como o município de Salvador não possui atividades de mineração de carvão

(subsetor I.7) e produção de óleo e gás (subsetor 1.8), estas não serão consideradas no inventário nem

na parametrização do CLIMAS.

B.2 TRANSPORTE

O uso de veículos e demais equipamentos móveis geram emissões de GEE a partir da queima dos

combustíveis utilizados ou ainda do uso de eletricidade em veículos elétricos. O GPC divide o setor de

transporte em 5 subsetores que foram parametrizadas no sistema CLIMAS de acordo com as

nomenclaturas apresentadas na Figura B.2:

Figura B.2. Estrutura de parametrização e nomenclatura utilizadas no sistema CLIMAS - setor

transportes.

Com base no mapeamento realizado pela Consultoria, foram identificadas um total de 14 categorias

de fontes de emissão para esse setor, conforme mostrado na Tabela B.2. O mapeamento foi realizado

a partir dos dados fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a segregação por tipo de

transporte os dados da SEMOB, CTB, CCR Metro, Internacional Travessias e ANAC.

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Tabela B.2. Fontes de emissão relacionadas ao setor Transporte

Escopo Subsetor Parâmetro / Fonte de Emissão

Escopo 1

II.1. Transporte terrestre Consumo de Óleo Diesel – transporte público

II.1. Transporte terrestre Consumo de Óleo Diesel

II.1. Transporte terrestre Consumo de Etanol hidratado

II.1. Transporte terrestre Consumo de Gasolina

II.1. Transporte terrestre Consumo de Gás natural (GNV)

II.2. Transporte ferroviário Consumo de Diesel

II.3. Transporte hidroviário Consumo de Diesel

II.4. Transporte aéreo Consumo de Gasolina de aviação

II.4. Transporte aéreo Consumo de Querosene de aviação

Escopo 2 II.2. Transporte ferroviário Consumo de energia elétrica – trem metropolitano

II.2. Transporte ferroviário Consumo de energia elétrica – metro

Escopo 3

II.2. Transporte ferroviário Perdas de T&D – trem metropolitano

II.2. Transporte ferroviário Perdas de T&D – metro

II.4. Transporte aéreo Consumo de Querosene de aviação - bunker

As emissões de consumo de diesel no transporte off-road não puderam ser desagregadas e foram

consideradas juntamente com a categoria II.1 de transporte terrestre. Por recomendação do GPC, as

emissões oriundas de viagens internacionais do transporte aéreo devem ser reportadas

separadamente como bunker. Essa segregação foi realizada com base no detalhamento de viagens da

ANAC. Adicionalmente, as emissões de transportes intermunicipais (Escopo 3) não puderam ser

desagregadas, já que os dados fornecidos pela ANP consideram o local de compra dos combustíveis.

B.3 RESÍDUOS

As cidades geram resíduos sólidos e efluentes que podem ser tratados dentro de seus limites (Escopo

1) ou fora deles (Escopo 3). As emissões de GEE são provenientes do processo de decomposição de

bactérias anaeróbicas e/ou através da queima dos resíduos em processos de coprocessamento ou

incineração.

O GPC divide o setor de resíduos em 4 subsetores que foram parametrizadas no sistema CLIMAS de

acordo com as nomenclaturas apresentadas na Figura B.3Erro! Fonte de referência não encontrada.:

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Figura B.3. Estrutura de parametrização e nomenclatura utilizadas no sistema CLIMAS - setor

resíduos.

Para o município de Salvador, foram identificados como Escopo 1 todos os resíduos sólidos gerados no

munícipio e fora dele e tratados dentro do limite do município e como Escopo 3 todos resíduos gerados

no limite do município, mas tratados ou incinerados fora de seus limites.

Com base no mapeamento realizado pela Consultoria, foram identificadas um total de 8 categorias de

fontes de emissão para esse setor, conforme mostrado na Tabela B.3:

Tabela B.3. Fontes de emissão relacionadas ao setor Resíduos

Escopo Subsetor Parâmetro / Fonte de Emissão

Escopo 1

III.1. Disposição de resíduos sólidos

Massa de resíduos sólidos gerados dentro dos limites da cidade e enviados para tratamento dentro dos limites da cidade

III.1. Disposição de resíduos sólidos

Massa de resíduos sólidos gerados fora dos limites da cidade e enviados para tratamento dentro dos limites da cidade

III.1. Disposição de resíduos sólidos

Massa de resíduos sólidos gerados nos limites da cidade e não coletados

III.4. Disposição e tratamento de efluentes doméstico

Número de moradores sem esgotamento sanitário – esgoto sem tratamento

III.4. Disposição e tratamento de efluentes doméstico

Volume de efluentes coletados pelos emissários submarinos

III.4. Disposição e tratamento de efluentes doméstico

Volume de efluentes coletados para tratamento que utilizam processos anaeróbicos – ETE

Escopo 3

III.1. Disposição de resíduos sólidos

Massa de resíduos sólidos gerados dentro dos limites da cidade e enviados para tratamento fora dos limites da cidade

III.3. Incineração Massa de resíduos sólidos gerados dentro dos limites da cidade e enviados para tratamento fora dos limites da cidade

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B.4 AGRICULTURA, FLORESTAS E USO DA TERRA (AFOLU)

O setor de agricultura, florestas e outros usos da terra (AFOLU) gera emissões de GEE através de uma

variedade de atividades, incluindo mudanças no uso da terra que alteram a composição do solo,

metano produzido nos processos digestivos de animais ruminantes da pecuária e manejo de nutrientes

para fins agrícolas.

As emissões do AFOLU devem ser contempladas nos inventários que utilizam a abordagem Basic+. O

GPC divide o setor em 3 subsetores que foram parametrizadas no sistema CLIMAS de acordo com as

nomenclaturas apresentadas na Figura B.4Erro! Fonte de referência não encontrada.:

Figura B.4. Estrutura de parametrização e nomenclatura utilizadas no sistema CLIMAS - setor AFOLU.

Com base no mapeamento realizado pela Consultoria, foram identificadas 17 categorias de fontes de

emissão para esse setor, sendo 12 categorias de rebanhos, 2 de uso da terra e 3 categorias

relacionadas às emissões agregadas e outras de não-CO2. Essas fontes são apresentadas na Tabela B.4.

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Tabela B.4. Fontes de emissão relacionadas ao setor AFOLU

Escopo Subsetor Parâmetro / Fonte de Emissão

Escopo 1

V.1. Rebanhos Fermentação entérica Gado Leiteiro

V.1. Rebanhos Fermentação entérica Gado Macho

V.1. Rebanhos Fermentação entérica Suínos

V.1. Rebanhos Fermentação entérica Caprinos

V.1. Rebanhos Fermentação entérica Equinos

V.1. Rebanhos Fermentação entérica Ovinos

V.1. Rebanhos Manejo de dejetos Gado Leiteiro

V.1. Rebanhos Manejo de dejetos Gado Macho

V.1. Rebanhos Manejo de dejetos Suínos

V.1. Rebanhos Manejo de dejetos Caprinos

V.1. Rebanhos Manejo de dejetos Equinos

V.1. Rebanhos Manejo de dejetos Ovinos

V.2 Uso da terra Supressão de vegetação nativa

V.2 Uso da terra Plantio de mudas

V.3. Emissões agregadas e outras de não-CO2

Aplicação de calcário

V.3. Emissões agregadas e outras de não-CO2

Aplicação de nitrogenados direto e indireto

V.3. Emissões agregadas e outras de não-CO2

Aplicação de ureia

As emissões das fontes classificadas no subsetor Rebanhos são provenientes da fermentação entérica

que ocorre no sistema digestório de animais ruminantes e do manejo ou não dos dejetos gerados por

esses e outros animais de rebanho. A partir dos dados disponíveis publicamente no website do IBGE

foram identificadas 12 categorias de fontes de emissão.

As emissões e remoções de GEE do subsetor de uso da terra são referentes às mudanças nos estoques

de carbono do solo. Para o inventário do município de Salvador foram mapeadas 2 categorias, uma

relacionada a supressão vegetal, através das informações de desmatamento da plataforma eletrônica

da SOS Mata Atlântica “Aqui tem Mata?” e outra relacionada ao plantio de mudas, informação obtida

pela SECIS.

O subsetor de emissões agregadas e outras de não-CO2 representa uma parte significativa das

emissões de AFOLU de uma cidade e contempla atividades agrícolas como o cultivo de arroz, o uso de

fertilizantes, a calagem e a aplicação de ureia no solo. Para o inventário do município de Salvador,

foram mapeadas 3 categorias relacionadas ao uso de fertilizantes nitrogenados, calcário e ureia no

solo.

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B.5 CONSIDERAÇÕES DO INVENTÁRIO

As diretrizes do GPC estabelecem notações para os dados para que seja possível identificar limitações

dos inventários de cidades. As notações definidas pelo GPC são:

• Emissões incluídas em outras fontes (Included elsewhere): IE;

• Emissões não estimadas (Not estimated): NE;

• Emissões que não ocorrem (Not occurring): NO;

• Emissões confidenciais (Confidencial): C.

Algumas emissões de GEE do município de Salvador não puderam ser desagregadas e foram

consideradas em outras categorias (IE):

• As emissões provenientes de transporte off-road (II.5) foram consideradas juntamente com a

categoria de transporte terrestre (II.1).

• O consumo de combustíveis de transportes intermunicipais está considerado no Escopo 1 da

categoria de transporte terrestre (II.1).

• Os dados de consumo de combustível não apresentaram segregação para a categoria

Agricultura, silvicultura e Pesca (I.5.1) e devem estar incluídos na categoria residencial (I.1.1)

e/ou comercial (I.2.1).

No inventário de GEE foram excluídas algumas fontes de emissão dado indisponibilidade de dados

e/ou baixa representatividade (NE):

• As emissões de escopo 3 referentes ao transporte terrestre e hidroviário não foram calculados

devido a dificuldade de obtenção de dados;

• Não foram estimadas emissões referentes ao setor VI. Outras Emissões Indiretas;

Adicionalmente, alguns setores de atividades mapeados no GPC não ocorrem no município de Salvador

(NO):

• As emissões de energia estacionária na categoria I.6. Fontes não especificadas foram

contabilizadas apenas quando o dado fornecido não especificava a categoria de uso, assim

alguns anos não apresentam emissões nessa categoria;

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• As emissões provenientes da energia gerada exportada para o GRID não foram mensuradas

devido a baixa representatividade da energia gerada na termelétrica Termo Verde e não haver

outras indústrias energéticas no município;

• As emissões referentes ao consumo de energia de veículos elétricos não são significantes visto

a baixa quantidade de veículos elétricos na cidade;

• As emissões referentes ao consumo de energia nos transportes hidroviários e aéreo não são

aplicáveis;

• As emissões de tratamento biológico de resíduos não foram mensuradas devido a baixa

representatividade desses tratamentos;

• As emissões referentes a resíduos destinados a incineração ocorrem apenas fora do município,

pois não foram obtidos dados de resíduos destinados a incineração dentro do município;

• As emissões de tratamento de efluentes consideram apenas as emissões de efluentes gerados

e tratados dentro do município, pois não foram obtidos dados de tratamento de efluentes

enviados para tratamento fora do município e tampouco recebimento de efluentes de outros

municípios;

• Emissões fugitivas das atividades de mineração de carvão - atividade não ocorre no município,

portanto não foi considerada no inventário.

• Emissões fugitivas de indústria de óleo e gás - atividade não ocorre no município, portanto não

foi considerada no inventário.

• Atividades industriais - não foram identificadas indústrias metalúrgicas, de produção de

cimento, cal e vidros no município.

• Uso de produtos - o uso de gases refrigerantes, parafinas e lubrificantes em processos

produtivos também não serão considerados no inventário de GEE de Salvador, pois não foram

identificadas indústrias de grande porte no município.

A Tabela B.5 apresenta a notação para as fontes de emissão não incluídas no inventário de GEE do

município de Salvador, de acordo com a descrição acima:

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Tabela B.5. Considerações do Inventário de GEE do município de Salvador.

Setor Subsetor Notação

I - Energia Estacionária

I.4.4 – Geração de energia exportada para o GRID NO

I.5.1 - Agricultura, silvicultura e Pesca IE

I.6. Fontes não especificadas NO

I.7 - Emissões fugitivas referentes a atividades de mineração de carvão NO

I.8 - Emissões fugitivas referentes a atividades de óleo e gás NO

II. Transporte

II.1.2 – Transporte terrestre NO

II.1.3 – Transporte terrestre NE

II.3.2 – Transporte hidroviário NO

II.3.3 – Transporte hidroviário NE

II.4.2 – Transporte áereo NO

II.5 - Off-road IE

III. Resíduos

III.2 – Tratamento biológico NE

III.3.1 - Incineração NO

III.3.2 - Incineração NO

III.4.2 - Disposição e tratamento de efluentes doméstico NO

III.4.3 - Disposição e tratamento de efluentes doméstico NO

IV - IPPU IV.1- Produção da indústria metalúrgica, de cal, cimento, vidros e outras indústrias NO

IV.2 - Uso de produtos NO

VI - Outras Emissões Indiretas

VI.1 Outras Emissões Indiretas NE

B.6 PRINCÍPIOS DE CONTABILIZAÇÃO E ELABORAÇÃO DO INVENTÁRIO

O método proposto pelo GPC é indicado para elaboração de inventários de comunidades em geral.

Assim como nos métodos de elaboração de Inventários de GEE definidos para corporações, o GPC

também estabelece cinco princípios para a elaboração dos Inventários de GEE. Seguir esses princípios

é necessário para que seja feito um Inventário de qualidade e consistência suficientes para ser utilizado

como ferramenta para tomadas de decisões. Os princípios são:

• Relevância: o inventário de GEE deve refletir apropriadamente as emissões de GEE da cidade

e deve ser organizado para refletir as áreas sobre as quais o governo exerce controle e tem

responsabilidade;

• Completude: todos os GEE e as atividades que causam emissões dentro das fronteiras

escolhidas para o inventário devem ser contabilizadas. Qualquer exclusão deve ser justificada;

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• Consistência: metodologias consistentes devem ser usadas para identificar as fronteiras,

coletar e analisar os dados e quantificar as emissões;

• Transparência: todas as questões relevantes devem ser consideradas e documentadas de

maneira objetiva e coerente para estabelecer o histórico e a abordagem para futuras revisões

e replicações. Todas as fontes de dados e hipóteses assumidas devem ser disponibilizadas

junto com descrições específicas de metodologias e fonte de dados usados;

• Exatidão: a quantificação das emissões de GEE não devem ser sistematicamente sub ou

supervalorizadas. Deve-se reduzir o viés e as incertezas ao mínimo possível e obter um nível

de determinação que possibilite segurança nas tomadas de decisões.

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ANEXO C. MÉTODO DE CÁLCULO DAS EMISSÕES E REMOÇÕES DE GEE

O Inventário de emissões de GEE do município de Salvador foi elaborado via CLIMAS, um software de

cálculo desenvolvido pela WayCarbon, que possui um banco de dados com os fatores de emissão mais

atuais disponíveis para cada tipo de fonte (por exemplo, Programa Brasileiro GHG Protocol para o

Brasil e, quando não disponíveis, referências internacionalmente aceitas como GHG Protocol, IPCC,

EPA e DEFRA).

Genericamente, as emissões e remoções de GEE são calculadas para cada fonte e sumidouro

individualmente segundo a fórmula a seguir:

𝑬𝒊,𝒈,𝐲 = 𝑫𝑨𝒊,𝒚 ∙ 𝑭𝑬𝒊,𝒈,𝒚 ∙ 𝑷𝑨𝑮𝒈

Onde:

• i Índice que denota uma atividade da fonte ou sumidouro individual;

• g Índice que denota um tipo de GEE;

• y Ano de referência do relatório.

• 𝑬𝒊,𝒈,𝒚 Emissões ou remoções do GEE g atribuíveis à fonte ou sumidouro i durante o ano y,

em tCO2e;

• 𝑫𝑨𝒊,𝒚 Dado de atividade consolidado referente à fonte ou sumidouro i para o ano y, na

unidade u. Como ressaltado anteriormente, o dado de atividade consolidado consistirá em

todos os atributos registrados de cada fonte/sumidouro.

• 𝑭𝑬𝒊,𝒈,𝒚 Fator de emissão ou remoção do GEE g aplicável à fonte ou sumidouro i no ano y, em

t GEE g/u;

• 𝑷𝑨𝑮𝒈 Potencial de aquecimento global do GEE g, em tCO2e/t GEE g;

A escolha do método de cálculo apropriado decorreu da disponibilidade de dados e de fatores de

emissão específicos, das tecnologias de combustão utilizadas no processo, entre outros.

A equipe técnica da WayCarbon fica responsável por atualizar periodicamente o CLIMAS com os

fatores de emissão de acordo com metodologias consagradas internacionalmente para confecção de

inventários de GEE. Os fatores de emissão são baseados, principalmente, nas seguintes referências

(Tabela C.1):

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Tabela C.1. Referências para os fatores de emissão.

Referência Descrição Link

IPCC (2019) 2019 Refinement to the 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories

https://www.ipcc-nggip.iges.or.jp/public/2019rf/

IPCC (2006) IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories, Prepared by the National Greenhouse Gas Inventories Programme, Eggleston H.S., Buendia L., Miwa K., Ngara T. and Tanabe K. (eds). Published: IGES, Japan.

http://www.ipcc-nggip.iges.or.jp/public/2006gl/

FGV (2019) Programa Brasileiro GHG Protocol, Ferramenta de Cálculo, versão 2019.1.

http://www.ghgprotocolbrasil.com.br/ferramenta-de-calculo

EPE (2019) Balanço Energético Nacional 2019: Ano base 2018 / Empresa de Pesquisa Energética. - Rio de Janeiro: EPE, 2019.

http://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-2019

MCTIC (2020) MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES (MCTIC).

https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/ciencia/SEPED/clima/textogeral/emissao_corporativos.html

Fonte: Elaboração própria

A seguir são descritos os métodos de cálculo e equações específicas para cada tipo de fonte de emissão

presente no inventário de emissões do município de Salvador. Os fatores de emissão extraídos do

CLIMAS que foram utilizados no inventário e não são apresentados ao longo dos próximos itens são

apresentados no Anexo D deste relatório.

C.1 ENERGIA ESTACIONÁRIA E TRANSPORTES

C.1.1 Consumo de combustíveis

O cálculo das emissões de GEE provenientes da queima de combustíveis foi elaborado a partir do

consumo em volume de combustível, por tipo, por ano. As emissões de GEE para essa fonte são

calculadas segundo fórmula a seguir:

𝑬𝒊,𝒈,𝐲 = 𝑪𝒊,𝒚 ∙ 𝑷𝑪𝑰𝒊,𝒚 ∙ 𝑭𝑬𝒊,𝒈,𝒚 ∙ 𝑷𝑨𝑮𝒈

Onde:

• i Índice que denota o tipo de combustível;

• g Índice que denota um tipo de GEE;

• y Ano do inventário;

• 𝑬𝒊,𝒈,𝒚 Emissões ou remoções do GEE g atribuíveis à fonte i durante o ano y, em tCO2e;

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• 𝑪𝒊,𝒚 Consumo do combustível i para o ano y, na unidade de medida u, sendo u m3 ou kg;

• 𝑷𝑪𝑰𝒊,𝒚 Poder Calorífico Interno do combustível i para o ano y, na unidade de medida TJ/u;

• 𝑭𝑬𝒊,𝒈,𝒚 Fator de emissão do GEE g aplicável ao combustível i no ano y, em t GEE g/TJ;

• 𝑷𝑨𝑮𝒈 Potencial de aquecimento global do GEE g, em tCO2e/t GEE g.

Os tipos de GEE emitidos na queima de combustíveis são CO2, CH4 e N2O.

Os consumos de gasolina e diesel exigem uma etapa adicional de cálculo dado que existe uma variação

do percentual de etanol anidro e de biodiesel em suas composições, respectivamente, dependendo

do ano analisado. Para o cálculo das emissões oriundas do consumo desses tipos de combustível,

foram aplicadas as porcentagens de biocombustível anteriormente ao uso da equação descrita acima.

C.1.2 Consumo de energia elétrica e perdas na transmissão e distribuição (T&D)8

O cálculo de emissões de GEE provenientes do consumo de eletricidade e perdas na transmissão e

distribuição (T&D) foi realizado a partir dos dados de eletricidade consumida pelo município em MWh

para os anos do inventário por tipo de atividade. Para o cálculo das emissões foi considerado o fator

de emissão médio anual da rede nacional (grid), pois foram recebidos os valores de consumo anual

por tipo de atividade.

O tipo de GEE considerado na geração de energia do grid brasileiro é CO2 e as emissões são calculadas

segundo fórmula a seguir:

𝑬𝑪𝑶𝟐,m,𝐲 = 𝑪𝒎,𝒚 ∙ 𝑭𝑬𝑪𝑶𝟐,m,𝒚

Onde:

• m Mês do consumo referente ao consumo de eletricidade;

• y Ano do inventário;

• 𝑬𝑪𝑶𝟐,𝒎,𝒚 Emissões de CO2 atribuíveis ao consumo de eletricidade da rede nacional no

mês m do ano y, em tCO2e;

• 𝑪𝒎,𝒚 Consumo de eletricidade da rede nacional no mês m do ano y, em MWh;

8 As perdas referem-se à energia elétrica gerada que passa pelas linhas de transmissão (Rede Básica) e redes da distribuição, mas que não chega a ser comercializada, seja por motivos técnicos ou comerciais (ANEEL, 2018)

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• 𝑭𝑬𝒊,𝒈,𝒚 Fator de emissão de CO2 aplicável à eletricidade da rede nacional no mês m

do ano y, em t CO2/MWh.

Já para o cálculo das emissões derivadas das perdas na T&D, é necessário aplicar o fator de perdas ao

consumo de eletricidade. Ou seja, a mesma fórmula aplicada para consumo de energia elétrica é

aplicada para perdas na T&D, utilizando o fator de perdas para o estado da Bahia para o ano do

inventário de acordo com as informações enviadas pela COELBA.

C.2 RESÍDUOS

C.2.1 Resíduos sólidos destinado para aterro

Para o cálculo das emissões provenientes da destinação de resíduos sólidos em aterros, foram

coletadas as quantidades de resíduos gerados no município e destinados para aterros nos limites e

fora dos limites do município e os resíduos de outros municípios que são recebidos no aterro nos

limites do município.

As emissões de metano geradas nos aterros, são calculadas de acordo com as seguintes equações:

𝑬𝑪𝑯𝟒,𝐲 = (𝑸𝑹𝒚 ∙ 𝑳𝟎,𝒚 − 𝑅𝑦) ∙ (1 − 𝑶𝑿𝑦)

𝑳𝟎,𝒚 = 𝑴𝑪𝑭𝟎 ∙ 𝑫𝑶𝑪𝑚é𝑑𝑖𝑎 ∙ 𝑫𝑶𝑪𝒇 ∙ 𝑭𝑪𝑯𝟒 ∙𝟏𝟔

𝟏𝟐

𝑫𝑶𝑪𝑚é𝑑𝑖𝑎 = ∑(%𝒊,𝒚 ∙ 𝑫𝑶𝑪𝑖)

Onde:

• y Ano do inventário;

• i Tipo de resíduo;

• 𝑬𝑪𝑯𝟒,𝒚 Emissões CH4 atribuíveis à decomposição do resíduo disposto em aterros no

ano y, em t CH4 não recuperadas;

• 𝑸𝑹𝒚 Quantidade de resíduos destinados para o aterro no ano y em t;

• 𝑳𝟎,𝒚 Potencial de geração de metano no ano y em t CH4/ t resíduo;

• 𝑹𝒚 Recuperação de metano no aterro no ano y em t CH4;

• 𝑶𝑿𝒚 Fator de oxidação, adimensional;

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• 𝑴𝑪𝑭𝟎 Fator de correção de metano baseado na qualidade no aterro, adimensional;

• 𝑫𝑶𝑪𝒎é𝒅𝒊𝒂 Valor de carbono orgânico degradável médio (valor calculado de acordo com

a composição média dos resíduos sólidos urbano de Salvador);

• 𝑫𝑶𝑪𝒊 Carbono orgânico degradável do resíduo i;

• %𝒊,𝒚 Fração de quantidade de resíduo i no ano y;

• 𝑫𝑶𝑪𝒇,𝒚 Fração de resíduo que se decompõe, adimensional (valor default de 50%,

conforme IPCC (2019);

• 16/12 Conversão de massa de C em CH4, 1,33;

• 𝑭𝑪𝑯𝟒 Fração de metano no biogás, adimensional (valor default de 50%, conforme

IPCC (2019).

Os valores de OXy e MFC0 foram obtidos do IPCC (2019), de acordo com a qualidade de cada aterro. As

informações são apresentadas na Tabela C.2.

Tabela C.2. Informações de aterros

Aterro Localização Tipo de resíduo 𝑶𝑿𝒚 Fonte: Tabela 3.2

𝑴𝑪𝑭𝟎 Fonte: Tabela 3.1

Aterro Metropolitano de Salvador (AMC)

Dentro dos limites da cidade

RSU 0 1,0

(managed)

Resíduo não coletado Dentro dos limites da cidade

RSU 0 0,6

(Uncategorised SWDS)

Águas Claras (Simões Filho) Fora dos limites da cidade

Resíduos de Construção Civil

0 0

Hera Ambiental (São Francisco do Conde)

Fora dos limites da cidade

Classe II – não perigosos

0 0,6

(Uncategorised SWDS)

Fonte: 2019 Refinement to the 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories (IPCC, 2019).

No estudo de caracterização física dos resíduos sólidos urbanos de Salvador, foi levantado a

composição gravimétrica média para o ano de 2010. Os dados de DOC foram obtidos do IPCC (2006)

para cada tipo de resíduo. A composição média de resíduo e os seus respectivos DOCs são

apresentados na Tabela C.3

Tabela C.3. Composição média dos resíduos sólidos urbanos de Salvador 2010

Tipo de resíduo Porcentagem (%) Fonte DOCi

(%) Fonte

Matéria Orgânica 42,14 Limpurb, 2010 –

Tabela 6

15 IPCC (2006) – Tabela 2.4

Madeira 0,28 43

Papel/Papelão 12,08 40

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Tipo de resíduo Porcentagem (%) Fonte DOCi

(%) Fonte

Metal 2,63 0

Plástico 22,12 0

Têxteis (Trapo/couro) 4,74 24

Vidro 2,22 0

Fraldas/Absorvente 6,7 24

Outros inertes 13,79 0

Fonte: Elaboração própria a partir de dados de Limpurb,2010 e IPCC 2006.

O DOC médio de 0,1402 foi calculado a partir dos dados da Tabela C.3.

Em Salvador, o aterro AMC possui estação de recuperação de biogás gerado, considerado uma

recuperação de 60%. Esse biogás é fornecido para a Termoverde para geração de energia elétrica e,

em caso de excesso, ou não aproveitamento total do biogás, o mesmo é queimado em flares no aterro.

A parcela de metano que é utilizada para geração de energia será reportada na categoria I.Energia

Estacionária e a parcela restante que é queimada no flare é reportada na categoria III.Resíduos.

C.2.2 Resíduos sólidos destinado para incineração

Os resíduos da área de saúde e resíduos classe I (industrial) gerados no município de Salvador são

incinerados pela TRR no município de Itabuna. O cálculo das emissões do processo de incineração é

detalhado a seguir:

-Emissões de CO2

𝑬𝑪𝑶𝟐,𝐲 = ∑(𝑆𝑊𝑖 ∙ 𝑑𝑚𝑖 ∙ 𝐶𝐹𝑖 ∙ 𝐹𝐶𝐹𝑖 ∙ 𝑂𝐹𝑖)

𝑖

∙44

12

Onde:

• y Ano do inventário;

• i Categoria ou tipo de resíduo;

• 𝑬𝑪𝑶𝟐,𝒚 Emissões CO2 atribuíveis à incineração do resíduo no ano y, em t CO2;

• 𝑺𝑾𝒊 Quantidade de resíduos destinados para incineração (peso úmido), em

tonelada de resíduos;

• 𝒅𝒎𝒊 Teor de matéria seca no resíduo, adimensional;

• 𝑪𝑭𝒊 Fração de carbono no resíduo (massa seca), adimensional;

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• 𝑭𝑪𝑭𝒊 Fração de carbono fóssil no total de carbono, adimensional;

• 𝑶𝑭𝒊 Fator de oxidação, adimensional;

• 44

12 Fator de conversão de C para CO2.

-Emissões de CH4

𝑬𝑪𝑯𝟒,𝐲 = ∑(𝐼𝑊𝑖 ∙ 𝐸𝐹𝑖)

𝑖

∙ 10−6

Onde:

• y Ano do inventário;

• i Categoria ou tipo de resíduo;

• 𝑬𝑪𝑯𝟒,𝒚 Emissões CH4 atribuíveis à incineração do resíduo no ano y, em t CH4;

• 𝑰𝑾𝒊 Quantidade de resíduos destinados para incineração, em tonelada de

resíduos;

• 𝑬𝑭𝒊 Fator de emissões CH4 por tipo de resíduo i, em kg CH4 por tonelada de

resíduo;

• 10−6 Conversão de quilograma para tonelada.

-Emissões de N2O

𝑬𝑵𝟐𝑶,𝐲 = ∑(𝐼𝑊𝑖 ∙ 𝐸𝐹𝑖)

𝑖

∙ 10−6

Onde:

• y Ano do inventário;

• i Categoria ou tipo de resíduo;

• 𝑬𝑵𝟐𝑶,𝒚 Emissões N2O atribuíveis à incineração do resíduo no ano y, em t N2O;

• 𝑰𝑾𝒊 Quantidade de resíduos destinados para incineração, em tonelada de

resíduos;

• 𝑬𝑭𝒊 Fator de emissões N2O por tipo de resíduo i, em kg N2O por tonelada de

resíduo;

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• 10−6 Conversão de quilograma para tonelada.

C.2.3 Efluentes Domésticos

O Sistema de Esgotamento Sanitário de Salvador, SES operado pela Embasa, é composto por: (i) um

sistema principal, que direciona os efluentes a 2 (dois) Sistemas de Disposição Oceânica - SDO, onde

se faz o pré-condicionamento do esgoto (processos físicos) e seu bombeamento por meio de

emissários submarinos a distâncias seguras mar adentro e (ii) sistemas descentralizados, onde o

efluente coletado é direcionado a Estações de Tratamento de Esgotos - ETE, em geral de pequeno e

médio porte, e lançados no corpo receptor após tratamento (processos físicos e biológicos).

O CH4 produzido no tratamento de efluentes das ETEs e nos SDOs foi estimado segundo a fórmula a

seguir:

𝑬𝑪𝑯𝟒,i,𝐲 =𝑽𝒊,𝒚 ∙ 𝑴𝑪𝑭𝑨𝑹,𝒊 ∙ 𝑩𝟎 ∙ 𝑩𝑶𝑫𝑖,𝑟𝑎𝑡𝑒 ∙ (1 − 𝑇𝑂𝑊𝑅𝐸𝑀,𝑖)

106

Onde:

• y Ano do inventário;

• i Tipo de tratamento de efluente (reator anaeróbico ou fossa séptica);

• 𝑬𝑪𝑯𝟒,𝒚 Emissões CH4 atribuíveis ao tratamento de efluentes do tipo i no ano y, em t

CH4;

• 𝑽𝒊,𝒚 Volume de efluente por tipo de tratamento i no ano y, em m3;

• 𝑩𝑶𝑫 𝒓𝒂𝒕𝒆 Quantidade média de Demanda Bioquímica de Oxigênio (BOD do inglês

Biochemical Oxigen Demand) gerada por l em mg BOD/l (utilizada a medida da Embasa de

337,5mg BOD/l);

• 𝑴𝑪𝑭𝒊 Fator de correção de metano para o tipo de tratamento i, adimensional;

• 𝑩𝟎 Valor máximo de produção de CH4 em efluentes sanitários em kg CH4/kg BOD

(valor default de 0,6 kg CH4/kg BOD conforme IPCC, 2019);

• 𝑇𝑂𝑊𝑅𝐸𝑀,𝑖 fração de orgânicos removidos durante o tratamento de efluentes, por tipo

de tratamento i, adimensional.

Foi adotada a premissa que nenhuma estação de tratamento de efluentes do município de Salvador

possui sistemas de recuperação de CH4. Os dados de MCF foram retirados do IPCC (2019) para cada

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tipo de tratamento de acordo com as informações da Embasa para os SDOs e ETEs. Já os dados de

TOWREM para as ETEs foram utilizados os disponibilizados pela Embasa por estação de tratamento e

para os SDOs foi utilizado o valor do IPCC (2019) para tratamento físico (primário).

Para a população não coberta pelo esgotamento sanitário, foram utilizadas as estimativas da Embasa

para o município de Salvador por ano. Nesses casos, foi considerado o lançamento direto do esgoto

bruto na rede de drenagem ou diretamente no corpo hídrico adjacente à residência, por ser um perfil

mais conservador de estimativas de emissões. Nesse caso, o CH4 produzido no efluente não tratado e

lançado em esgoto a céu aberto foi estimado segundo a fórmula a seguir:

𝑬𝑪𝑯𝟒,i,𝐲 =𝑷𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐𝒚 ∙ 𝑴𝑪𝑭𝒊 ∙ 𝑩𝟎 ∙ 𝑩𝑶𝑫𝑟𝑎𝑡𝑒 . 0,001 ∙ 365

103

Onde:

• y Ano do inventário;

• i Tipo de tratamento de efluente (reator anaeróbico ou fossa séptica);

• 𝑬𝑪𝑯𝟒,𝒚 Emissões CH4 atribuíveis ao tratamento de efluentes do tipo i no ano y, em t

CH4;

• 𝑷𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐𝒚 Número de habitantes do município sem esgotamento sanitário no ano y;

• 𝑩𝑶𝑫𝒓𝒂𝒕𝒆 Quantidade média de Demanda Bioquímica de Oxigênio (BOD do inglês

Biochemical Oxigen Demand) gerada por habitante por dia em g BOD/hab/dia (utilizada a

medida da Embasa de 54g BOD/hab/dia);

• 𝑴𝑪𝑭𝒊 Fator de correção de metano para o tipo de tratamento i, adimensional,

(valor de 0,5 conforme IPCC, 2019);

• 𝑩𝟎 Valor máximo de produção de CH4 em efluentes sanitários em kg CH4/kg BOD

(valor default de 0,6 kg CH4/kg BOD conforme IPCC, 2019).

As emissões de N2O são significativas apenas para os efluentes do Sistemas de Disposição Oceânica –

SDOs e dos efluentes sem tratamentos da população não coberta pelo esgotamento sanitário, sendo

considerada zero para os tratamentos em ETEs.

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C.3 AGRICULTURA, FLORESTAS E USO DA TERRA

C.3.1 Rebanhos

As emissões dessa fonte são provenientes da fermentação entérica que ocorre no sistema digestório

de animais ruminantes e do manejo ou não dos dejetos gerados por esses e outros animais de rebanho.

O dado de entrada necessário para o cálculo dessas emissões é a quantidade de animais, por tipo. Os

tipos de animais contemplados no inventário do município de Salvador foram bovinos, equinos,

caprinos, ovinos, suínos, dos quais bovinos são divididos em gado leiteiro e gado de corte macho.

O CH4 é produzido durante a fermentação entérica9 e as emissões são calculadas segundo a equação

a seguir:

𝑬𝑪𝑯𝟒,𝑖,𝐲 = 𝑵𝒊,𝒚 ∙ 𝑭𝑬𝑪𝑯𝟒,i,𝒚

Onde:

• y Ano do inventário;

• i Tipo de animal;

• 𝑬𝑪𝑯𝟒,𝒊,𝒚 Emissões CH4 atribuíveis à fermentação entérica de animais do tipo i no ano

y, em t CH4;

• 𝑵𝒊,𝒚 Número de animais do tipo i no ano y;

• 𝑭𝑬𝒊,𝒚 Fator de emissão de CH4 aplicável para fermentação entérica do animal do

tipo i, em t CH4/animal i.

De maneira similar, o dado de entrada necessário para o cálculo das emissões provenientes do manejo

dos dejetos dos animais é a quantidade de animais por tipo. As emissões de CH4 para essa fonte são

calculadas segundo a equação a seguir:

𝑬𝑪𝑯𝟒,𝐲 = 𝑵𝒊,𝒚 ∙ 𝑭𝑬𝑪𝑯𝟒,i,𝒚

Onde:

• y Ano do inventário;

• i Tipo de animal;

9 As emissões provenientes de fermentação entérica são aplicáveis apenas para animais ruminantes, como os bovinos.

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• 𝑬𝑪𝑯𝟒,𝒊,𝒚 Emissões de CH4 atribuíveis ao manejo de dejetos do animal do tipo i no ano

y, em t CH4;

• 𝑵𝒊,𝒚 Número de animais do tipo i no ano y;

• 𝑭𝑬𝑪𝑯𝟒,𝒊,𝒚 Fator de emissão do CH4 aplicável ao manejo de dejetos do animal i, em t

CH4/cabeça de animal;

O N2O também é produzido no processo de manejo de dejetos e essa fonte é calculada segundo as

equações a seguir:

𝑬𝑵𝟐𝑶,𝐲 = 𝑬𝑵𝟐𝑶𝒅𝒊𝒓,𝐲 + 𝑬𝑵𝟐𝑶𝒗𝒐𝒕,𝐲 + 𝑬𝑵𝟐𝑶𝒆𝒔𝒄,𝐲

𝑬𝑵𝟐𝑶𝒅𝒊𝒓,𝐲 =𝟒𝟒

𝟐𝟖∙ 𝑵𝒊,𝒚 ∙ 𝑵𝒆𝒙𝒊,𝒚 ∙ ∑(𝑴𝑺𝒕,𝒊 ∙ 𝑭𝑬𝟑𝑵,t)

𝑬𝑵𝟐𝑶𝒗𝒐𝒕,𝐲 =𝟒𝟒

𝟐𝟖∙ 𝑵𝒊,𝒚 ∙ 𝑵𝒆𝒙𝒊,𝒚 ∙ ∑(𝑴𝑺𝒕,𝒊 ∙ 𝑭𝒓𝒂𝒄𝑮𝒂𝒔𝑴𝑺𝒕,𝒊 ∙ 𝑭𝑬𝟒𝑵)

𝑬𝑵𝟐𝑶𝒆𝒔𝒄,𝐲 =𝟒𝟒

𝟐𝟖∙ 𝑵𝒊,𝒚 ∙ 𝑵𝒆𝒙𝒊,𝒚 ∙ ∑(𝑴𝑺𝒕,𝒊 ∙ 𝑭𝒓𝒂𝒄𝑳𝒆𝒂𝒄𝒉𝒕,𝒊 ∙ 𝑭𝑬𝟓𝑵)

Onde:

• y Ano do inventário;

• i Tipo de animal;

• t Tipo de manejo do dejeto;

• 𝑬𝑵𝟐𝑶,𝒊,𝒚 Emissões totais de N2O atribuíveis ao manejo de dejetos do animal i pelo tipo

de tratamento t no ano y, em t N2O;

• 𝑬𝑵𝟐𝑶𝒅𝒊𝒓,𝒊,𝒚 Emissões de N2O diretas10 atribuíveis ao manejo de dejetos do animal i pelo

tipo de tratamento t no ano y, em t N2O;

• 𝑬𝑵𝟐𝑶𝒗𝒐𝒕,𝒊,𝒚 Emissões de N2O provenientes de volatização atribuíveis ao manejo de

dejetos do animal i pelo tipo de tratamento t no ano y, em t N2O;

• 𝑬𝑵𝟐𝑶𝒆𝒔𝒄,𝒊,𝒚 Emissões de N2O provenientes de escoamento11 atribuíveis ao manejo de

dejetos do animal i pelo tipo de tratamento t no ano y, em t N2O;

10 De acordo com IPCC 2006, não há emissões diretas aplicáveis aos tipos de tratamento de dejetos: lagoa anaeróbica e reator anaeróbico 11 As emissões de N2O provenientes de escoamento são aplicáveis somente para dejetos sem tratamento (pastagem).

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• 𝑵𝒊,𝒚 Número de animais do tipo i no ano y;

• 𝑵𝒆𝒙𝒊,𝒚 Média de quantidade de nitrogênio dos dejetos excretados por tipo de

animal i no ano y;

• 𝑭𝑬𝟑𝑵,𝒕 Fator de emissão de N2O diretas aplicável ao manejo de dejetos pelo tipo de

tratamento t, em t N2O-N/kg N;

• 𝑭𝑬𝟒𝑵 Fator de volatização e re-deposição aplicável ao manejo de dejetos,

adimensional (valor default de 0,010 de acordo com IPCC, 2019);

• 𝑭𝑬𝟓𝑵 Fator de escoamento aplicável ao manejo de dejetos, adimensional (valor

default de 0,011 de acordo com IPCC, 2019);

• 𝑴𝑺𝒕,𝒊 Fração de dejetos dos animais do tipo i manejados pelo tipo de tratamento t,

adimensional;

• 𝑭𝒓𝒂𝒄𝑮𝒂𝒔𝑴𝑺𝒕,𝒊 Fator de perda de N por volatização de NH3 e NOx para o tipo de animal i e

tipo de tratamento t, adimensional;

• 𝑭𝒓𝒂𝒄𝑳𝒆𝒂𝒄𝒉𝒕 Fator de perda de N para escoamento por tipo de tratamento t,

adimensional.

De acordo com o IPCC (2019), foram identificados os tipos de tratamento de dejetos por tipo de

rebanho para a região América Latina e Caribe (vide tabela D.9). Para gado de corte e leiteiro, caprinos

e ovinos, foram identificados três tipos de tratamento de dejetos: pastagem, dry lot12 e estocagem

seca13. Para equinos, apenas os tratamentos de pastagem e esterco seco (daily spread). E para suínos,

adicionam-se os tratamentos de lagoa anaeróbica e estocagem líquida e não há pastagem.

C.3.2 Emissões de Uso da Terra

As emissões e remoções de GEE do subsetor de uso da terra são referentes às mudanças nos estoques

de carbono do solo, principalmente quando a área em questão é convertida para outro uso, como por

exemplo, de floresta nativa para agropecuária.

12 No tipo de manejo denominado dry lot acontece em clima seco em que os animais podem ser mantidos em confinamento não pavimentado e esterco seca até ser periodicamente removido. Após a remoção, o esterco pode ser distribuído nos campos (MCTI, 2015). 13 No tipo de manejo Estocagem Sólida (solid storage), o esterco e a urina são coletados e armazenados empilhados por um longo tempo (meses) antes de serem eliminados, com ou sem escoamento de água de chuva para um sistema de fossa (MCTI, 2015).

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O município de Salvador está localizado dentro do bioma Mata Atlântica e os dados de supressão

vegetal nativa foram calculados segundo a equação a seguir:

- Emissões de CO2 de supressão vegetal:

𝑬𝑪𝑶𝟐,𝐲 = 𝐴𝑦 ∙ 𝐶𝐶 ∙44

12

Onde:

• y Ano do inventário;

• 𝑬𝑪𝑶𝟐,𝒚 Emissões CO2 atribuíveis à supressão vegetal no ano y, em t CO2;

• 𝐴𝑦 Área de supressão vegetal no ano y, em ha;

• 𝐶𝐶 Conteúdo de carbono em vegetação, em t C/ha (valor de 166,93 para Mata

Atlântica de acordo com MCT, 2010);

• 44

12 Fator de conversão de C para CO2.

- Remoção de CO2 de plantio de mudas:

𝑹𝑪𝑶𝟐,𝐲 = −𝑛𝑦 ∙ 𝐶𝐶

𝑁∙

44

12

Onde:

• y Ano do inventário;

• 𝑹𝑪𝑶𝟐,𝒚 Remoções de CO2 atribuíveis ao plantio de árvores no ano y, em t CO2;

• 𝑛𝑦 Número de mudas plantadas no ano y, em unidade;

• 𝐶𝐶 Conteúdo de carbono em vegetação, em t C/ha (valor de 166,93 para Mata

Atlântica de acordo com MCT, 2010);

• 𝑁 Número de espécies por hectare, em un/ha (valor de 1264 para Mata

Atlântica de acordo com Joly et al. 2012);

• 44

12 Fator de conversão de C para CO2.

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C.3.3 Emissões agregadas e outras de não-CO2

As emissões de GEE mapeadas para essa fonte são provenientes da aplicação de fertilizantes no solo,

principalmente os fertilizantes nitrogenados, calcário e ureia. O dado de entrada necessário para o

cálculo dessas emissões é a quantidade total de fertilizante aplicada no ano, por tipo.

Para a calagem (calcário) e para aplicação de ureia no solo, as emissões de CO2 são calculadas segundo

a equação a seguir:

𝑬𝑪𝑶𝟐,i,𝐲 = 𝑸𝒊,𝒚 ∙ 𝑪𝑪i ∙𝟒𝟒

𝟏𝟐

Onde:

• y Ano do inventário;

• i Aplicação de fertilizante i (Calcário dolomítico ou ureia);

• 𝑬𝑪𝑶𝟐,𝒊,𝒚 Emissões CO2 atribuíveis à aplicação de fertilizante i no ano y, em t CO2;

• 𝑸𝒊,𝒚 Quantidade de fertilizante i utilizado no ano y, em t;

• 𝑪𝑪𝒊 Quantidade de C presente na fórmula molecular do fertilizante i, em t C/t.

Para o cálculo das emissões provenientes do calcário agrícola foi considerado o tipo calcário

dolomítico, visto que as informações coletadas junto a Associação Brasileira dos Produtores de

Calcário Agrícola (ABRACAL) não são apresentadas de maneira segregada por diferentes tipos de

calagem.

Além da emissão do CO2, a aplicação de fertilizantes no solo como ureia e de outros fertilizantes

nitrogenados é responsável por emissão de N2O. O cálculo dessas emissões é feito segundo a seguinte

equação:

𝑬𝑵𝟐𝑶,i,𝐲 = 𝑸𝒊,𝒚 ∙ (𝑭𝑬𝟏i + 𝑭𝑬𝟒𝒊 ∙ 𝑭𝒓𝒂𝒄𝑮𝒂𝒔𝑭𝒊 + 𝑭𝑬𝟓𝒊 ∙ 𝑭𝒓𝒂𝒄𝑳𝒆𝒂𝒄𝒉𝒊) ∙ 𝑵𝑪i ∙44

28

Onde:

• y Ano do inventário;

• i Aplicação de fertilizante i;

• 𝑬𝑵𝟐𝑶,𝒊,𝒚 Emissões N2O atribuíveis à aplicação de fertilizante i no ano y, em t N2O;

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• 𝑸𝒊,𝒚 Quantidade de fertilizante i utilizado no ano y, em t;

• 𝑵𝑪𝒊 Quantidade de N presente na fórmula molecular do fertilizante i,

adimensional;

• 𝑭𝑬𝟏𝒊 Fator de N considerando adições, volatização e deslocamento de N do

fertilizante i, adimensional (valor default de 0,01 de acordo com IPCC, 2019);

• 𝑭𝑬𝟒𝒊 Fator de volatização e re-deposição aplicável ao fertilizante i, adimensional

(valor default de 0,01 de acordo com IPCC, 2019);

• 𝑭𝑬𝟓𝒊, Fator de escoamento aplicável ao fertilizante i, adimensional valor default de

0,011 de acordo com IPCC, 2019);

• 𝑭𝒓𝒂𝒄𝑮𝒂𝒔𝑭𝒊 Fator de perda de N por volatização de NH3 e NOx para o tipo de fertilizante i,

adimensional (valor default de 0,11 de acordo com IPCC, 2019);

• 𝑭𝒓𝒂𝒄𝑳𝒆𝒂𝒄𝒉𝒊 Fator de perda de N por escoamento o tipo de fertilizante i, adimensional

(valor default de 0,24 de acordo com IPCC, 2019);

C.4 ANÁLISE DE INCERTEZAS

A elaboração de um inventário de emissões envolve o uso de ferramentas de cálculo que utilizam

previsões, parâmetros e fatores de emissão padrão. O uso dessas ferramentas acarreta certos níveis

de incertezas nos cálculos do inventário., que podem estar relacionadas com os dados de entrada e/ou

fatores de emissão utilizados.

Os próximos parágrafos descrevem os procedimentos utilizados para o cálculo de combinação de

incertezas (IPCC, 2006).

- Combinação de incerteza de componentes (não correlacionados) de uma multiplicação ou divisão:

𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = √𝐼12 + 𝐼2

2 + ⋯ 𝐼𝑛2

Onde:

• 𝑰𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍: Incerteza percentual total do produto de quantidades (metade do intervalo de

confiança de 95% expresso como porcentagem). Para intervalos de confiança assimétricos foi

considerada a maior diferença percentual entre a média e o limite de confiança;

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• 𝑰𝒊: Incerteza porcentual associada a cada uma das quantidades de uma multiplicação.

-Combinação de incerteza de componentes (não correlacionados) de uma soma ou subtração:

𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =√(𝐼1 . 𝑥1)2 + (𝐼2 . 𝑥2)2+. . . +(𝐼𝑛. 𝑥𝑛)2

|𝑥1 + 𝑥2+. . . +𝑥𝑛|

Onde:

• 𝑰𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍: Incerteza percentual total da soma ou subtração de quantidades (metade do intervalo

de confiança de 95% expresso como porcentagem). Para intervalos de confiança assimétricos

foi considerada a maior diferença percentual entre a média e o limite de confiança;

• 𝒙𝒊 𝒆 𝑰𝒊: Quantidades e incerteza porcentual associada a cada uma das quantidades de uma

multiplicação.

Por meio do modelo de propagação de incertezas descrito acima, é produzida uma estimativa da

metade do intervalo de confiança de 95%, expressa como uma porcentagem do resultado do

inventário. À medida que a incerteza do inventário aumenta, a abordagem de propagação descrita

acima sistematicamente subestima a incerteza, exceto nos casos em que os modelos de quantificação

são puramente aditivos. Portanto, nos casos em que a incerteza é superior a 100% e inferior a 230%

essa deve ser corrigida por meio dos procedimentos descritos abaixo:

𝐼𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 = 𝐼. 𝐹𝑐

𝐹𝑐 = [(−0,720 + 1,0921. 𝑈 − 1,63.10−3. 𝑈2 + 1,11.10−5. 𝑈3

𝐼]

2

Onde:

• 𝑰𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒂: Incerteza total corrigida (metade do intervalo de confiança de 95% expresso como

porcentagem);

• 𝑰: Incerteza total não corrigida (metade do intervalo de confiança de 95% expresso como

porcentagem);

• 𝑭𝒄: Fator de correção de incerteza.

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Para o cálculo de intervalos de confiança do resultado total a partir do modelo baseado na média e da

metade do intervalo de confiança de 95% das quantidades componentes, uma determinada

distribuição deve ser assumida. Se o modelo é puramente aditivo e a metade do intervalo de confiança

é menor que 50%, uma distribuição normal é uma estimativa acurada. Nesse caso, pode ser assumida

uma distribuição de probabilidade simétrica. Para modelos multiplicativos ou nos casos em que a

incerteza é maior que 50% para variáveis que devem ser não-negativas, uma distribuição lognormal é

tipicamente uma suposição acurada. Nesses casos a distribuição de probabilidade não é simétrica em

relação à média. Para essas situações as seguintes fórmulas serão aplicadas para o cálculo dos limites

superior e inferior do intervalo de confiança de 95%:

𝐼𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎 = {exp[ln (𝜇𝑔) − 1,96. ln (𝜎𝑔)] − 𝜇

𝜇} . 100

𝐼𝑎𝑙𝑡𝑎 = {exp[ln (𝜇𝑔) + 1,96. ln (𝜎𝑔)] − 𝜇

𝜇} . 100

𝜎𝑔 = 𝑒𝑥𝑝. {√ln (1 + [𝐼

100]

2

)}

𝜇𝑔 = 𝑒𝑥𝑝. {ln(𝜇) −1

2. ln (1 + [

𝐼

100]

−2

)}

Onde:

• 𝑰𝒃𝒂𝒊𝒙𝒂: Limite inferior do intervalo de confiança de 95%, em%;

• 𝑰𝒂𝒍𝒕𝒂: Limite superior do intervalo de confiança de 95%, em%;

• 𝝁𝒈: Média geométrica;

• 𝝁: Média aritmétrica;

• 𝝈𝒈: Desvio padrão geométrico;

• 𝑰: Incerteza total simétrica do intervalo de confiança de 95%, em%;

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ANEXO D. FATORES DE EMISSÃO

Abaixo são apresentados os fatores de emissão e outros elementos de cálculo utilizados no inventário

de GEE do município de Salvador.

D.1 Fatores de Emissão do Sistema Interligado Nacional – Fator médio anual

Ano FE CO2 (t/MWh)

(t GEE/MWh)

FE CH4

(t GEE/MWh)

FE N2O

(t GEE/MWh) Fonte

2014 0,1355 - - MCTIC (2020)

2015 0,1244 - - MCTIC (2020)

2016 0,0817 - - MCTIC (2020)

2017 0,0927 - - MCTIC (2020)

2018 0,0740 - - MCTIC (2020)

Fonte: Fator médio - Inventários corporativo (MCTIC, 2020).

D.2 Densidades e Poder Calorífico Inferior (PCI)

Precursor Densidade

(kg/m3) PCI

(kcal/kg) Fonte

Biodiesel (B100) 880 9.000 (EPE, 2019)

Etanol Anidro 791 6.750 (EPE, 2019)

Etanol Hidratado 809 6.300 (EPE, 2019)

Gás Liquefeito de Petróleo 552 11.100 (EPE, 2019)

Gás Natural 0,74 8.800 (EPE, 2019)

Gasolina Automotiva 742 10.400 (EPE, 2019)

Gasolina de Aviação 726 10.600 (EPE, 2019)

Óleo Combustível 1.000 9.590 (EPE, 2019)

Óleo Diesel 840 10.100 (EPE, 2019)

Querosene de aviação 799 10.400 (EPE, 2019)

Fonte: Balanço Energético Nacional 2019: Ano Base 2018 (EPE, 2019)

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D.3 Fatores de Emissão de GEE – Fontes Estacionárias

Precursor FE CO2 FE CH4 FE N2O Unidade

de medida Fonte

Subsetor – Construções Residenciais, Agricultura, silvicultura e Pesca

Gás Liquefeito de Petróleo 63.100 5 0,1 kg GEE/TJ Tabela 2.5 – IPCC (2006)

Gás Natural 56.100 5 0,1 kg GEE/TJ

Óleo Diesel 74.100 10 0,6 kg GEE/TJ

Subsetor – Construções Comerciais e Institucionais

Gás Liquefeito de Petróleo 63.100 5 0,1 kg GEE/TJ Tabela 2.4 – IPCC (2006)

Gás Natural 56.100 5 0,1 kg GEE/TJ

Óleo Diesel 74.100 10 0,6 kg GEE/TJ

Querosene iluminante 71.900 3 0,6 kg GEE/TJ

Subsetor – Indústria de Manufatura e Construção

Gás Liquefeito de Petróleo 63.100 5 0,1 kg GEE/TJ Tabela 2.3 – IPCC (2006)

Gás Natural 56.100 1 0,1 kg GEE/TJ

Óleo Diesel 74.100 1 0,1 kg GEE/TJ

Subsetor – Indústria de Energia

Gás Liquefeito de Petróleo 63.100 5 0,1 kg GEE/TJ Tabela 2.2 – IPCC (2006)

Gás Natural 56.100 1 0,1 kg GEE/TJ

Óleo Diesel 74.100 1 0,1 kg GEE/TJ

Fonte: IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories, Prepared by the National Greenhouse Gas Inventories (IPCC, 2006)

D.4 Fatores de Emissão de GEE – Fontes Móveis – transporte terrestre e hidroviário

Precursor FE CO2 FE CH4 FE N2O Unidade

de medida Fonte

Biodiesel (B100) 0 0,332 0,02 kg GEE/m3

FGV (2019) Etanol Anidro 0 0,224 0,013 kg GEE/m3

Etanol Hidratado 0 0,384 0,013 kg GEE/m3

Gás Natural 56.100 92 3 kg GEE/TJ Tabela 3.2.1 e Tabela 3.2.2 –

IPCC (2006)

Gasolina Automotiva 69.300 25 8 kg GEE/TJ

Óleo Diesel - terrestre 74.100 3.9 3.9 kg GEE/TJ

Óleo Diesel - hidroviário 74.100 7 2 kg GEE/TJ Tabela 3.5.3 e

IPCC (2006)

Fonte: IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories, Prepared by the National Greenhouse Gas Inventories (IPCC, 2006).

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D.5 Fatores de Emissão de GEE – Fontes Móveis – transporte aéreo

Precursor FE CO2 FE CH4 FE N2O Unidade

de medida Fonte

Gasolina de Aviação 69.300 0,5 2 kg GEE/TJ Tabela 3.6.4 e Tabela 3.6.5 –

IPCC (2006) Querosene de Aviação 71.500 0,5 2 kg GEE/TJ

Fonte: IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories, Prepared by the National Greenhouse Gas Inventories (IPCC, 2006).

D.6 Fatores de Emissão de Tratamento de Efluentes

Tipo de tratamento de efluente MCF Fonte FE N2O

(kg N2O-N /kg N)

Fonte

Emissário Submarino 0,035

Tabela 6.3

0,005

Tabela 6.8A Lagoa Facultativa 0,2 0

Reator Anaeróbico (UASB) 0,8 0

Esgoto não tratado – população não atendida 0,5 0,019

Fonte: 2019 Refinement to the 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories (IPCC, 2019).

D.7 Fatores de Emissão de Metano na Fermentação Entérica de Rebanhos

Tipo de Animal FE CH4

(kg/cabeça/ano) Fonte

Gado Leiteiro 56 Tabela 20 - Estado da Bahia - 2010.

Gado Macho 55 Tabela 19 - Estado da Bahia - 2010.

Suínos 1

Tabela 22 Caprinos 5

Equinos 18

Ovinos 5

Fonte: Terceiro Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa – Emissões de Metano por Fermentação Entérica e Manejo de Dejetos de Animais (MCTIC, 2015).

D.8 Fatores de Emissão de Metano no Manejo de Dejetos de Rebanhos

Tipo de Animal FE CH4

(kg/cabeça/ano) Fonte

Gado Leiteiro 1,60 Tabela 23 - Estado da Bahia - 2010.

Gado Macho 1,30 Tabela 24 - Estado da Bahia - 2010.

Suínos 0,70 Tabela 27 - Estado da Bahia - 2010.

Caprinos 0,17

Tabela 28 - Estado da Bahia Equinos 1,60

Ovinos 0,16

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Fonte: Terceiro Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa – Emissões de Metano por Fermentação Entérica e Manejo de Dejetos de Animais (MCTIC, 2015).

D.9 Quantidade de Nitrogênio Excretado - Manejo de Dejetos de Rebanhos

Tipo de Animal FE Nex

(kg/cabeça/ano) Tipo de Animal

FE Nex (kg/cabeça/ano)

Fonte

Gado Leiteiro 70,0 Caprinos 12,0

Tabela 5 Gado Macho 40,0 Equinos 40,0

Suínos 16,0 Ovinos 12,0

Fonte: Terceiro Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa – Emissões de óxido nitroso de solos agrícolas e de manejo de dejetos (MCTIC, 2015).

D.10 Fração de dejetos dos animais do tipo de animal e por tipo de manejo - Manejo de dejetos

Tipo de Animal

Pastagem Lagoa

Anaerob. Armaz. sólida

Armaz. liquida

Daily spread

Dry lot Fonte

Gado Leiteiro 57 - 5 - - 38 Tabela 10A.6

Gado Macho 92 - 3 - - 5

Suínos - 11 12 34 2 41 Tabela 10A.7

Caprinos 80 - 17 - - 3 Tabela 10A.8

Equinos 50 - - - 50 - Tabela 10A.9

Ovinos 80 - 17 - - 3 Tabela 10A.8

Fonte: 2019 Refinement to the 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories (IPCC, 2019).

D.11 Fator de perda de N por volatização de NH3 e NOx para o tipo de animal e tipo de manejo (FracGas-MS) - Manejo de dejetos

Tipo de Animal Lagoa

Anaeróbica Armazenagem

sólida Armazenagem

líquida Daily

spread Dry lot Fonte

Gado Leiteiro 0,35 0,30 0,48 0,07 0,30

Tabela 10.22

Gado Macho 0,35 0,45 0,48 0,07 0,30

Suínos 0,40 0,45 0,48 0,07 0,45

Caprinos 0,35 0,12 - 0,07 0,30

Equinos 0,35 0,12 - 0,07 0,30

Ovinos 0,35 0,12 - 0,07 0,30

Fonte: 2019 Refinement to the 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories (IPCC, 2019).

D.12 Fator de perda de N por lixiviação por tipo de animal e tipo de manejo (FracLeach-MS) - Manejo de dejetos

Tipo de Animal Lagoa

Anaeróbica Armazenagem

sólida Armazenagem

líquida Daily

spread Dry lot Fonte

Gado Leiteiro 0 0,02 0 0 0,035 Tabela 10.22

Gado Macho 0 0,02 0 0 0,035

Suínos 0 0,02 0 0 0,035

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Tipo de Animal Lagoa

Anaeróbica Armazenagem

sólida Armazenagem

líquida Daily

spread Dry lot Fonte

Caprinos 0 0,02 0 0 0,035

Equinos 0 0,02 0 0 0,035

Ovinos 0 0,02 0 0 0,035

Fonte: 2019 Refinement to the 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories (IPCC, 2019).

D.13 Fatores de Emissão de N2O diretas - Manejo de Dejetos

Tipo de Animal FE N2O

(kg N2O-N /kg N) Fonte

Pastagem (Gado, bubalino, aves e suínos)

0,004 Tabela 11.1 – Default emissions factors to estimate direct N2O Emissions from managed soils

Pastagem (ovinos, caprinos e equinos)

0,003

Daily spread (esterco seco) 0 Tabela 10.21 - Default emissions factors for direct N2O Emissions from manure Management

Armazenagem sólida 0,010

Armazenagem líquida 0

Dry lot 0,020

Fonte: 2019 Refinement to the 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories (IPCC, 2019).

D.14 Fatores de Emissão, Volatização e Lixiviação de N2O indiretas – Emissões agregadas e outras de não CO2

Tipo de Animal FE

(default) Unidade Fonte

EF1 (emissões diretas de N2O pelo uso do solo) 0,010 kg N2O-N /kg N Tabela 11.1

EF4 (N volatização e re-deposição) 0,010 kg N2O-N /

(kg NH3-N + NOx-N)

Tabela 11.3

EF5 (N volatização e re-deposição) 0,011 kg N2O-N /kg N

FracGASF (volatização de fertilizante sintético) 0,11 (kg NH3-N +NOx-

N)/ kg N

FracGASM (volatização de fertilizante orgânicos) 0,21 (kg NH3-N +NOx-

N)/ kg N

FracLEACH (perda de N por lixiviação/ escoamento) 0,24 kg N/ kg N

Fonte: 2019 Refinement to the 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories (IPCC, 2019).

D.15 Fatores de Emissão de CO2 para incineração de resíduo

Tipo de Resíduo Teor de

matéria seca Carbono Total

Carbono Fóssil Fator de oxidação

Fonte

Resíduo de saúde 65% 60% 40% 100% Tabela 5.2

Resíduo Industrial (classe I) 90% 50% 90% 100%

Fonte: 2019 Refinement to the 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories (IPCC, 2019).

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D.16 Quantidade de Carbono (CC) e de nitrogênio (NC) presente nos fertilizantes - Aplicação de

fertilizantes no solo

Tipo de fertilizante NC CC

Ureia 0.466667 0,2

Calcário Dolomítico 0.13 -

Fonte: Cálculo a partir da fórmula molecular.

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ANEXO E. ANÁLISE SOBRE PIB - SALVADOR

O valor do PIB a preços correntes considera apenas o valor absoluto dos bens produzidos. Portanto,

se de um ano para o outro ocorrer um aumento no preço dos produtos, haverá um aumento do PIB,

mesmo que a produção seja a mesma. Logo, é mais adequado utilizar o ajuste dos valores do PIB a

preços correntes para um ano base, de fato a considerar na análise essa variação dos preços dos

produtos e, deste modo, ter uma análise mais fidedigna do crescimento econômico da cidade.

Outro indicador do desenvolvimento econômico da cidade é também o número de empregos. O valor

do PIB a preços correntes nos anos de 2001 a 2017 apresenta uma tendência crescente, como

mostrado na Figura E.1. Por outro lado, observa-se que o PIB corrigido pelo IPCA nacional para o ano

de 2017 apresenta uma tendência diferente e semelhante ao número de empregos na cidade.

Portanto, a fim de realizar uma análise mais efetiva dos dados da cidade, é coerente a utilização dos

valores corrigidos do PIB.

Figura E.1. Evolução do PIB e empregos na cidade entre 2001 e 2017

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IBGE (2019)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018

Índic

e d

e v

ari

ação

Índice do Emprego Índice do PIB (preços correntes) Índice do PIB (preços 2017)

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Tabela E.1. Dados do PIB e IPCA entre 2001 e 2017

Ano PIB Salvador (Milhões Reais)

IPCA PIB - Preços Correntes PIB - Preços de 2017

2003 16,80 37,05 9,30

2004 19,82 40,62 7,60

2005 21,97 42,61 5,69

2006 24,21 45,51 3,14

2007 28,06 50,51 4,46

2008 31,62 53,74 5,90

2009 36,69 59,78 4,31

2010 40,76 62,71 5,91

2011 44,32 64,01 6,50

2012 47,94 65,43 5,84

2013 53,47 68,91 5,91

2014 56,55 68,48 6,41

2015 57,92 63,38 10,67

2016 61,17 62,97 6,29

2017 62,72 62,72 2,95

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IBGE (2019)

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ANEXO F. EMISSÕES DE GEE POR ANO DO MUNICÍPIO DE SALVADOR

Tabela F.1. Emissões de GEE do Município de Salvador em 2014, por escopo e setor.

2014

Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 Total

I. Energia Estacionária

I.1. Construções Residenciais 219.117 244.415 35.587 499.119

I.2. Construções Comerciais e Institucionais 87.135 248.237 36.143 371.515

I.3. Indústria de Manufatura e Construção 69.456 32.285 4.701 106.442

I.4.1/2/3 Indústria de Energia 13.963 999 145 15.108

I.4.4 Geração de Energia exportada para o SIN NO

I.5. Agricultura, silvicultura e Pesca IE 534 78 612

I.6. Fontes não especificadas 670 NO NO 670

I.7. Emissões Fugitivas - Mineração NO

I.8. Emissões Fugitivas – Óleo e Gás NO

Subtotal 390.341 526.470 76.654 993.465

II. Transportes

II.1. Transporte terrestre 1.623.258 NO NE 1.623.258

II.2. Transporte ferroviário 41 870 127 1.038

II.3. Transporte hidroviário 20.381 NO NE 20.381

II.4. Transporte aéreo 523.878 NO 246.692 770.571

II.5. Off-road IE NO NO

Subtotal 2.167.559 870 246.819 2.415.248

III. Resíduos

III.1.1/2 Disposição de resíduos sólidos gerados na cidade 260.284 496 260.780

III.2.1/2 Compostagem de resíduos gerados na cidade NO NO

III.3.1/2 Incineração de resíduos sólidos gerados na cidade NO 166 166

III.4.1/2 Tratamento de efluentes doméstico gerados na cidade 145.251 NO 145.251

III.1.3 Disposição de resíduos sólidos gerados fora da cidade 29.201

III.2.3 Compostagem de resíduos gerados fora da cidade NO

III.3.3 Incineração de resíduos sólidos gerados fora da cidade NO

III.1.3 Tratamento de efluentes doméstico gerados fora da cidade

NO

Subtotal 405.535 662 406.197

IV. IPPU

IV.1- Produção industrial NO

IV.2 - Uso de produtos NO

V. AFOLU

V.1. Rebanhos 2.536 2.536

V.2. Uso da Terra -4.915 -4.915

V.3. Emissões agregadas e outras de não-CO2 1 1

Subtotal -2.378 -2.378

VI. Outras Emissões

VI. Outras Emissões Escopo 3 NE

Total Geral 2.961.057 527.340 324.135 3.812.532

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Tabela F.2. Emissões de GEE do Município de Salvador em 2015, por escopo e setor.

2015

Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 Total

I. Energia Estacionária

I.1. Construções Residenciais 215.271 222.022 33.148 470.440

I.2. Construções Comerciais e Institucionais 83.644 234.086 34.949 352.679

I.3. Indústria de Manufatura e Construção 59.966 26.279 3.923 90.168

I.4.1/2/3 Indústria de Energia 27.031 901 134 28.066

I.4.4 Geração de Energia exportada para o SIN NO

I.5. Agricultura, silvicultura e Pesca IE 441 66 507

I.6. Fontes não especificadas 213 NO NO 213

I.7. Emissões Fugitivas - Mineração NO

I.8. Emissões Fugitivas – Óleo e Gás NO

Subtotal 386.124 483.729 72.221 942.074

II. Transportes

II.1. Transporte terrestre 1.481.264 NO NE 1.481.264

II.2. Transporte ferroviário 45 1.450 216 1.712

II.3. Transporte hidroviário 20.381 NO NE 20.381

II.4. Transporte aéreo 485.676 NO 256.624 742.299

II.5. Off-road IE NO NO

Subtotal 1.987.366 1.450 256.840 2.245.656

III. Resíduos

III.1.1/2 Disposição de resíduos sólidos gerados na cidade 240.790 539 241.329

III.2.1/2 Compostagem de resíduos gerados na cidade NO NO

III.3.1/2 Incineração de resíduos sólidos gerados na cidade NO 164 164

III.4.1/2 Tratamento de efluentes doméstico gerados na cidade 141.920 NO 141.920

III.1.3 Disposição de resíduos sólidos gerados fora da cidade 29.738

III.2.3 Compostagem de resíduos gerados fora da cidade NO

III.3.3 Incineração de resíduos sólidos gerados fora da cidade NO

III.1.3 Tratamento de efluentes doméstico gerados fora da cidade

NO

Subtotal 382.710 703 383.413

IV. IPPU

IV.1- Produção industrial NO

IV.2 - Uso de produtos NO

V. AFOLU

V.1. Rebanhos 836 836

V.2. Uso da Terra -13.631 -13.631

V.3. Emissões agregadas e outras de não-CO2 1 1

Subtotal -12.794 -12.794

VI. Outras Emissões

VI. Outras Emissões Escopo 3 NE

Total Geral 2.743.406 527.340 324.135 3.558.349

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Tabela F.3. Emissões de GEE do Município de Salvador em 2016, por escopo e setor.

2016

Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 Total

I. Energia Estacionária

I.1. Construções Residenciais 212.391 146.473 20.741 379.604

I.2. Construções Comerciais e Institucionais 78.757 154.668 21.901 255.326

I.3. Indústria de Manufatura e Construção 72.243 16.559 2.345 91.146

I.4.1/2/3 Indústria de Energia 28.845 611 87 29.543

I.4.4 Geração de Energia exportada para o SIN NO

I.5. Agricultura, silvicultura e Pesca IE 349 49 399

I.6. Fontes não especificadas 719 NO NO 719

I.7. Emissões Fugitivas - Mineração NO

I.8. Emissões Fugitivas – Óleo e Gás NO

Subtotal 392.955 318.661 45.122 756.738

II. Transportes

II.1. Transporte terrestre 1.509.504 NO NE 1.509.504

II.2. Transporte ferroviário 49 2.023 286 2.358

II.3. Transporte hidroviário 20.381 NO NE 20.381

II.4. Transporte aéreo 402.170 NO 200.798 602.969

II.5. Off-road IE NO NO

Subtotal 1.932.104 2.023 201.085 2.135.212

III. Resíduos

III.1.1/2 Disposição de resíduos sólidos gerados na cidade 208.980 529 209.509

III.2.1/2 Compostagem de resíduos gerados na cidade NO NO

III.3.1/2 Incineração de resíduos sólidos gerados na cidade NO 152 152

III.4.1/2 Tratamento de efluentes doméstico gerados na cidade 139.855 NO 139.855

III.1.3 Disposição de resíduos sólidos gerados fora da cidade 26.092

III.2.3 Compostagem de resíduos gerados fora da cidade NO

III.3.3 Incineração de resíduos sólidos gerados fora da cidade NO

III.1.3 Tratamento de efluentes doméstico gerados fora da cidade

NO

Subtotal 348.835 681 349.516

IV. IPPU

IV.1- Produção industrial NO

IV.2 - Uso de produtos NO

V. AFOLU

V.1. Rebanhos 807 807

V.2. Uso da Terra 2.268 2.268

V.3. Emissões agregadas e outras de não-CO2 1 1

Subtotal 3.077 3.077

VI. Outras Emissões

VI. Outras Emissões Escopo 3 NE

Total Geral 2.676.971 527.340 324.135 3.244.543

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Tabela F.4. Emissões de GEE do Município de Salvador em 2017, por escopo e setor.

2017

Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 Total

I. Energia Estacionária

I.1. Construções Residenciais 219.271 158.966 22.684 400.921

I.2. Construções Comerciais e Institucionais 72.217 159.110 22.705 254.032

I.3. Indústria de Manufatura e Construção 57.724 11.716 1.672 71.112

I.4.1/2/3 Indústria de Energia 29.526 670 96 30.292

I.4.4 Geração de Energia exportada para o SIN NO

I.5. Agricultura, silvicultura e Pesca IE 529 75 604

I.6. Fontes não especificadas NO NO NO

I.7. Emissões Fugitivas - Mineração NO

I.8. Emissões Fugitivas – Óleo e Gás NO

Subtotal 378.738 330.991 47.232 756.961

II. Transportes

II.1. Transporte terrestre 1.526.128 NO NE 1.526.128

II.2. Transporte ferroviário 41 4.020 574 4.635

II.3. Transporte hidroviário 21.459 NO NE 21.459

II.4. Transporte aéreo 388.280 NO 169.646 557.926

II.5. Off-road IE NO NO

Subtotal 1.935.908 4.020 170.220 2.110.148

III. Resíduos

III.1.1/2 Disposição de resíduos sólidos gerados na cidade 155.482 577 156.059

III.2.1/2 Compostagem de resíduos gerados na cidade NO NO

III.3.1/2 Incineração de resíduos sólidos gerados na cidade NO 148 148

III.4.1/2 Tratamento de efluentes doméstico gerados na cidade 137.062 NO 137.062

III.1.3 Disposição de resíduos sólidos gerados fora da cidade 14.889

III.2.3 Compostagem de resíduos gerados fora da cidade NO

III.3.3 Incineração de resíduos sólidos gerados fora da cidade NO

III.1.3 Tratamento de efluentes doméstico gerados fora da cidade

NO

Subtotal 292.543 725 293.268

IV. IPPU

IV.1- Produção industrial NO

IV.2 - Uso de produtos NO

V. AFOLU

V.1. Rebanhos 679 679

V.2. Uso da Terra -1.843 -1.843

V.3. Emissões agregadas e outras de não-CO2 2 2

Subtotal -1.162 -1.162

VI. Outras Emissões

VI. Outras Emissões Escopo 3 NE

Total Geral 2.606.028 335.011 218.177 3.159.216

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Tabela F.5. Emissões de GEE do Município de Salvador em 2018, por escopo e setor.

2018

Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 Total

I. Energia Estacionária

I.1. Construções Residenciais 221.960 128.627 18.998 369.585

I.2. Construções Comerciais e Institucionais 67.519 128.267 18.945 214.731

I.3. Indústria de Manufatura e Construção 44.367 8.747 1.292 54.407

I.4.1/2/3 Indústria de Energia 21.425 522 77 22.024

I.4.4 Geração de Energia exportada para o SIN NO

I.5. Agricultura, silvicultura e Pesca IE 505 75 580

I.6. Fontes não especificadas NO NO NO

I.7. Emissões Fugitivas - Mineração NO

I.8. Emissões Fugitivas – Óleo e Gás NO

Subtotal 355.271 266.669 39.387 661.328

II. Transportes

II.1. Transporte terrestre 1.366.039 NO NE 1.366.039

II.2. Transporte ferroviário 41 4.862 718 5.621

II.3. Transporte hidroviário 21.088 NO NE 21.088

II.4. Transporte aéreo 398.522 NO 191.026 589.547

II.5. Off-road IE NO NO

Subtotal 1.785.689 4.862 191.744 1.982.294

III. Resíduos

III.1.1/2 Disposição de resíduos sólidos gerados na cidade 255.515 602 255.515

III.2.1/2 Compostagem de resíduos gerados na cidade NO NO

III.3.1/2 Incineração de resíduos sólidos gerados na cidade NO 164 164

III.4.1/2 Tratamento de efluentes doméstico gerados na cidade 126.106 NO 126.106

III.1.3 Disposição de resíduos sólidos gerados fora da cidade 27.143

III.2.3 Compostagem de resíduos gerados fora da cidade NO

III.3.3 Incineração de resíduos sólidos gerados fora da cidade NO

III.1.3 Tratamento de efluentes doméstico gerados fora da cidade

NO

Subtotal 381.621 765 382.386

IV. IPPU

IV.1- Produção industrial NO

IV.2 - Uso de produtos NO

V. AFOLU

V.1. Rebanhos 740 740

V.2. Uso da Terra -3.693 18.954

V.3. Emissões agregadas e outras de não-CO2 2 2

Subtotal -2.951 19.696

VI. Outras Emissões

VI. Outras Emissões Escopo 3 NE

Total Geral 2.519.630 271.531 231.896 3.045.704

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Legenda

Fontes de emissões exigidas para inventários Basic

Fontes de emissões adicionais exigidas para inventários Basic+

Fontes de emissões não aplicáveis ou não exigidas para inventários Basic+

Fontes de emissão não somadas no inventário Basic+, porém reportadas sob a perspectiva territorial

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