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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS EVERTON COSTA GOMES INVESTIMENTOS AMBIENTAIS E O DESEMPENHO ECONÔMICO DAS ORGANIZAÇÕES: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO Cuiabá – MT 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

EVERTON COSTA GOMES

INVESTIMENTOS AMBIENTAIS E O DESEMPENHO ECONÔMICO DAS ORGANIZAÇÕES: UMA ANÁLISE DAS

EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Cuiabá – MT 2019

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EVERTON COSTA GOMES

INVESTIMENTOS AMBIENTAIS E O DESEMPENHO ECONÔMICO DAS ORGANIZAÇÕES: UMA ANÁLISE DAS

EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Monografia apresentada a UFMT/Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, sob orientação do Prof. Dr. Benedito Albuquerque da Silva.

Cuiabá – Março/2019

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EVERTON COSTA GOMES

INVESTIMENTOS AMBIENTAIS E O DESEMPENHO ECONÔMICO DAS ORGANIZAÇÕES: UMA ANÁLISE DAS

EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Monografia defendida e aprovada em ____/____/____ pela banca examinadora constituída pelos professores:

_____________________________________ Prof. Dr. Benedito Albuquerque da Silva

Presidente

_____________________________________ Profa. Ma. Marilene Dias de Oliveira

Membro

_____________________________________ Profa. Dra. Renildes de Oliveira Luciardo

Membro

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi analisar a relação entre o investimento ambiental efetuado pelas organizações e o seu desempenho econômico, verificando se existem relações entre eles e quais são. Por meio do teste relacional entre o total de investimentos ambientais e os indicadores econômicos, o presente estudo tentou determinar essa relação. Para isso, foi realizado um estudo com as empresas do setor elétrico brasileiro que publicaram seus relatórios de sustentabilidade, sob as normas da Global Reporting Initiative, de 2012 a 2016, que subsidiou um levantamento sobre o total de investimentos revertidos em prol de causas ambientais pelas organizações. Os indicadores econômicos selecionados (ROA, ROS, ROE e ROI) a partir das demonstrações financeiras disponibilizadas pelas empresas, foram coletados utilizando-se a base de dados Economática. Aplicou-se o teste de correlação de Pearson e a regressão linear simples por MQO para análise dos dados. Os resultados apontaram uma relação forte/moderada para os indicadores ROE e ROI, e fraca para os demais. Verificou-se ainda que os investimentos ambientais exerceram um impacto negativo sobre todas as variáveis estudadas. Palavras-chave: Análise Estatística, GRI, Relatórios de Sustentabilidade.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Modelo Bidimensional de Responsabilidade Social Corporativa ............................. 15 

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LISTA DE TABELAS

Tabela1: Resumo dos Conteúdos Padrão Gerais GRI G-4 ....................................................... 21 Tabela 2: Resumo dos Conteúdos Padrão Específicos GRI G-4 .............................................. 22 

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Estudos empíricos a nível internacional. ................................................................. 24 Quadro 2: Estudos empíricos a nível nacional ......................................................................... 25 Quadro 3: Índices econômicos ................................................................................................. 27 Quadro 4: Análise descritiva das variáveis de estudo .............................................................. 28 Quadro 5: Análise do Coeficiente de Correlação de Pearson ................................................... 29 Quadro 6: Resultado da regressão linear simples por MQO.. .................................................. 30 

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LISTA DE ABREVIATURAS

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica B3 – Brasil, Bolsa, Balcão CEDBS – Conselho Empresarial Brasileiro Para o Desenvolvimento Sustentável CERES – Coalition for Environmentally Responsible Economies GRI – Global Reporting Initiative IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IIRC – International Integrated Reporting Council ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial MQO – Mínimos Quadrados Ordinários ONG’s – Organizações Não Governamentais ONU – Organização das Nações Unidas ROA – Retorno sobre Ativos ROE – Retorno sobre Patrimônio Líquido ROI – Retorno sobre Investimentos ROS – Retorno sobre Vendas RSC – Responsabilidade Social Corporativa RSE – Responsabilidade Social Empresarial

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SUMÁRIO

1.  INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 9

2.  REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 13 2.1. RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL ........................................................ 13 2.1.1. Teoria dos Shareholders vs Teoria dos Stakeholders ..................................................... 13 2.1.2. Modelo Bidimensional de RSC de Quazi e O’Brien ...................................................... 15 2.1.3. Responsabilidade Social Corporativa, Sustentabilidade e Indicadores .......................... 16 2.2. GLOBAL REPORTING INITIATIVE (GRI) ...................................................................... 18 2.2.1. Relatórios GRI no Brasil ................................................................................................ 19 2.2.2. GRI G4 – A Quarta Geração de Normas GRI ................................................................ 20 2.3. ESTUDOS EMPÍRICOS ANTERIORES ......................................................................... 23

3.  METODOLOGIA .......................................................................................................... 26

4.  ESTUDO DE CASO: O CASO DO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA ................ 28 4.1. ANÁLISE DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS DE ESTUDO ........................................... 28 4.2. ANÁLISE DO COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DE PEARSON............................. 28 4.3. ANÁLISE POR MEIO DE REGRESSÃO LINEAR SIMPLES ...................................... 29 4.3.1. Método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) .................................................... 30

5.  CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 34 APÊNDICES ........................................................................................................................... 40 

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1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas várias discussões estão sendo levantadas a respeito dos impactos

causados pela atividade humana e pelo crescimento econômico no meio ambiente e na

sociedade (CASTRO et al., 2009). Segundo os autores, as organizações, por força dos

diversos segmentos da sociedade, vêm sendo pressionadas a terem uma atuação de forma

mais responsável diante do meio ambiente. Além disso, a necessidade de as organizações

comunicarem de forma consistente e confiável, para os diversos stakeholders, o seu

envolvimento nesse campo, aumentou a relevância dos balanços sociais ou relatórios de

sustentabilidade (CASTRO et al., 2009).

Como consequência desses novos paradigmas, houve uma mudança significativa na

forma como as pessoas enxergavam a relação entre negócios e sociedade. Nesse período,

houve mobilizações das organizações, governo e sociedade civil organizada em prol das

necessidades socioambientais, e, passou-se, pela primeira vez na história, a se discutir o papel

das empresas e do governo frente ao meio ambiente e sociedade (CABESTRE et al., 2008).

Historicamente, os primeiros escritos sobre Responsabilidade Social Empresarial

ocorreram nos Estados Unidos, na década de 1950 (BERTONCELLO, CHANG JUNIOR;

2007). O marco inicial se deu em 1953 com a publicação do livro Social Responsibilities Of

The Businessman, por Howard Bowen (MORISUE et al., 2012).

Já em 1972, a Conferência de Estocolmo, realizada na Suécia, tornou-se a primeira

atitude mundial visando à organização da relação entre Homem e Meio Ambiente

(MARTINEZ, 2010). Para o autor, o principal objetivo deste evento foi conscientizar a

sociedade sobre a importância de se preservar o meio ambiente, atendendo as suas

necessidades, sem comprometer as gerações futuras.

Como consequência das discussões e preocupações sobre o meio ambiente, realizou-

se em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, a Conferência da Organização das Nações

Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em que houve a participação de mais de

170 países (DIAS, 2004). Esse acontecimento ficou conhecido como Conferência Rio-92, e o

desenvolvimento sustentável passou a ser visto como um modelo a ser buscado (DIAS, 2004).

Dessa maneira, as organizações passaram, portanto, a adotar posturas que são aceitas

coletivamente e que afetam todos os públicos envolvidos (CABESTRE et al., 2008). A

preocupação com a formação e manutenção de uma imagem positiva, a concorrência e as

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pressões sociais e econômicas, criadas pela globalização, têm levado as organizações a

repensar o seu papel na sociedade (CABESTRE et al., 2008).

Para Mello e Froés (2001), uma empresa com responsabilidade socioambiental,

destaca-se,

pela sua excelência em política e gestão ambiental, pela sua atuação como agente de fomento do desenvolvimento sustentável local e regional, e de preservação da saúde, da segurança e da qualidade de vida de seus empregados e da comunidade situada ao redor, e pela inserção da questão ambiental como valor de sua gestão e como compromisso, sob forma de missão e visão de seu desenvolvimento empresarial.

Nesse contexto, segundo Oliveira et al. (2004), a responsabilidade socioambiental é

um referencial de excelência para as empresas. Para o autor, as empresas de hoje,

independentemente dos seus setores de atuação e tamanho, só sobrevivem ao aplicar

fundamentos de ética, transparência e responsabilidade social em suas políticas e práticas que

possibilitam o alcance do sucesso econômico em longo prazo em função do seu

relacionamento com os stakeholders.

Dessa forma, com o intuito de ajudar empresas e governos de todo o mundo a

entender e comunicar seu impacto em questões críticas de sustentabilidade, como mudança

climática, direitos humanos, governança e bem-estar social, foi criado em 1997, a Global

Reporting Initiative (GRI, About GRI, 2018). Como organização independente, ela foi

pioneira em relatórios de sustentabilidade e, atualmente, é responsável pelo padrão de

relatório de sustentabilidade mais adotado ao redor do mundo. (GRI, About GRI, 2018).

Sediada em Amsterdã, na Holanda, e com polos regionais no Brasil, Austrália,

China, Colômbia, Índia, África do Sul e Estados Unidos, seus relatórios são produzidos em

mais de 100 países. Segundo Ernst Ligteringen, em entrevista à Revista Exame, dentro da

G250 – as 250 maiores empresas do mundo – 95% dos membros já desenvolvem relatórios de

sustentabilidade (BITARELLO, 2012).

Impulsionada pela Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento

Sustentável, a RIO +20, que em seu Parágrafo 47 do documento The Future We Want,

reconheceu a importância dos relatórios de sustentabilidade assim como dos governos em

promovê-los, a GRI promove o gerenciamento da mudança em direção a uma economia

global sustentável, transparente e responsável. (GRI History, 2016).

Segundo a GRI (Focal Point Brazil, 2018), as empresas brasileiras aumentaram seu

compromisso com a sustentabilidade. Atualmente, de acordo com a Organização, o país se

encontra em terceiro lugar no mundo em número de empresas que divulgam relatórios de

sustentabilidade. Segundo Glaucia Terreo, em entrevista concedida a Federação das Indústrias

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do Estado de São Paulo (FIESP, 2014), até 2013 cerca de 210 empresas já publicavam seus

relatos sob as normas da Global Reporting Initiative, no Brasil.

A sua quarta versão, G4, publicada em 2013, trouxe muitas inovações em relação à

versão anterior, a começar pela inclusão dos relatórios integrados propostos pela International

Integrated Reporting Council (IIRC), além do formato para apresentação do relatório e a

integração entre os relatórios financeiros e de sustentabilidade (LIMA et al., 2013). Com isso,

para o autor, percebe-se que a realidade das grandes corporações está sendo adaptada a

responsabilidade socioambiental, relacionando as práticas sustentáveis com o desempenho

empresarial sob o enfoque econômico e ambiental.

Muitos setores já começaram a entender que sustentabilidade não é custo, e sim

investimento e lucro (ÉPOCA, 2016). Para Marina Grossi, economista e presidente do

Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), em

entrevista para a Revista Época (2016), os retornos desses investimentos são de médio e longo

prazo, mas os benefícios em reputação e competitividade são notáveis.

Nesse contexto, o presente estudo se justifica pela relevância e importância que o

tema ganhou no contexto atual das grandes organizações. Considerando-se que os indicadores

sociais e ambientais, no Brasil e no mundo, ainda carecem de maior fundamentação teórica e

prática (VIANNA et al., 2008), almeja-se que essa pesquisa contribua com o entendimento da

relação entre investimentos ambientais e performance financeira nas companhias do setor

elétrico brasileiro.

Face ao exposto, o principal objetivo desta monografia é apresentar um estudo sobre

o comportamento dos índices econômicos das empresas de energia elétrica mediante a

alocação de recursos voltados a manutenção dos impactos ambientais por elas causados.

Dessa forma, pretende-se responder à seguinte questão-problema: “Os investimentos

ambientais são capazes de melhorar os índices econômicos de uma organização?”.

Espera-se, ao final deste trabalho, entender de que forma os investimentos ambientais

impactaram os indicadores financeiros das companhias de energia elétrica brasileiras, sob

quatro perspectivas: Retorno sobre Ativos (ROA), Retorno sobre Investimentos (ROI),

Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) e Retorno sobre Vendas (ROS).

A escolha do setor de Energia Elétrica se deu mediante análise prévia das empresas

listadas na Bolsa de Valores (B3). Com 56 empresas listadas até Abril/2018, elas representam

o maior subsetor do Brasil, Bolsa, Balcão (B3). Incentivadas pela Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL), através da Resolução ANEEL nº 444 e pelo seu volume de

investimentos socioambientais em programas de pesquisa e desenvolvimento da eficiência

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energética, elas publicam e divulgam regularmente seu balanço social e relatórios de

sustentabilidade, conforme apontado por Lima et al. (2013).

Dessa forma, as empresas de energia elétrica se consolidam como uma variável

importante dentro dos estudos voltados à sustentabilidade, não somente pelo impacto causado,

tanto na economia quanto no meio ambiente, mas também pela busca da excelência na

divulgação de seus relatos, adotando parâmetros e normas internacionalmente aceitas (LIMA

et al., 2013).

Quanto à metodologia utilizada, a natureza da pesquisa se caracteriza como

quantitativa, pois nela foram empregados processos de quantificação e tratamento de dados. A

coleta de dados foi realizada em fontes secundárias, na B3 e nos sites corporativos, das 56

empresas selecionadas. Estas empresas pertencem aos elos de geração, distribuição e

transmissão de energia, conforme relatórios divulgados pela B3.

Quanto aos investimentos ambientais, eles foram coletados em seus relatórios de

sustentabilidade e seus indicadores financeiros na base da Economática. Seus dados foram

tratados no software Stata e os modelos estatísticos utilizados foram a Correlação de Pearson

e a Regressão Linear Simples.

Dessa forma, apresentados os pressupostos teóricos necessários nas pesquisas

acadêmicas, a organização do trabalho segue a estrutura de vanguarda. Após esta

apresentação inicial, expõe-se a fundamentação teórica que sustenta a base da pesquisa. Logo

em seguida, os procedimentos metodológicos, os resultados encontrados e as discussões

formuladas. Ao final, demais considerações e as conclusões da pesquisa.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

Devido ao processo de globalização e às novas demandas empresariais, intensificou-

se a discussão acerca da Responsabilidade Social Corporativa (RSC), já que a ética, a

transparência e a responsabilidade são, a cada dia que passa, mais exigidos pelo mercado

(HOLANDA et. al, 2010). Segundo Cesar e Silva Junior (2008), há duas perspectivas

distintas acerca do papel das organizações: a expectativa dos shareholders e a dos

stakeholders.

Para Ethos (2001), a RSC é a forma de gestão que se define pela relação ética e

transparente da organização com os mais diversos públicos, sejam eles internos ou externos, e

pelo estabelecimento de metas dentro do contexto empresarial que podem impulsionar o

desenvolvimento sustentável da sociedade, tendo em vista a preservação dos recursos

ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a

redução das desigualdades sociais.

Entretanto, essa abordagem sobre responsabilidade social e ambiental dentro das

organizações passou por alguns processos de mudanças no entendimento dos impactos

causados pelas atividades de uma empresa e causaram uma mudança cultural dentro das

organizações (HOLANDA et. al, 2010). Importantes autores debateram acerca do assunto nos

últimos anos, em busca de conceituar e, antes de tudo, definir o papel das empresas com a

sociedade.

Da Teoria dos Shareholders à Teoria dos Stakeholders, ao modelo Bidimensional de

RSC proposto em 2000, o papel das organizações em relação a sua Responsabilidade Social,

ainda hoje, não é uma unanimidade entre os diversos estudiosos da área. Entender o papel de

Freeman, Fredman, Quazi e O’Brien, Gro Harlem Brundland e tantos outros autores, se torna

essencial para o entendimento da responsabilidade social e ambiental e como esse novo

modelo adentrando as organizações nos últimos anos.

2.1.1. Teoria dos Shareholders vs Teoria dos Stakeholders

Para Holanda et. al (2010), nas últimas décadas, já é possível perceber que algumas

organizações abandonaram a busca imediata pelo lucro e passaram a se preocupar, também,

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com os impactos socioambientais causados pelas suas atividades operacionais. Para o autor,

elas passaram a adotar uma postura mais ética e aumentaram, de forma gradual, sua

preocupação com a realidade socioambiental e cultural perante a sociedade e as outras

organizações.

Entretanto, para o economista e estatístico norte-americano Milton Friedman (1970),

um dos principais objetivos da empresa é gerar lucros para seus acionistas, sendo que as

decisões que não atenderem a esse propósito, não devem ser implementadas (HOLANDA et.

al, 2010; ALBERTON, 2003, p. 114). Para ele a Responsabilidade Social Corporativa só é

necessária caso atenda a esse pressuposto (ALBERTON, 2003). Esse conceito é a base da

Teoria dos Shareholders, proposta por Friedman, amplamente utilizado e difundido durante a

Era Industrial.

Uma posição mais conciliatória entre o conceito de Responsabilidade Social

Corporativa e a maximização do valor de uma organização foi adotada nesse mesmo período,

se contrapondo a Teoria proposta por Friedman (HOLANDA et. al, 2010). Na Teoria dos

Stakeholders a companhia passa a ser vista como uma organização que deve gerar algum tipo

de benefício as suas partes interessadas (SILVA, GARCIA; 2011).

Ela foi cunhada pelo filósofo e administrador de empresas norte-americano Robert

Edward Freeman, e, segundo ele, uma organização não conseguirá maximizar os seus valores

se ignorar os seus stakeholders, ao mesmo tempo em que atendê-los, não implique no

afastamento de seu objetivo, que seria de maximizar o seu valor (HOLANDA et. al, 2010).

Segundo Silva e Garcia (2011), o termo stakeholder apareceu em um memorando do

Stanford Research Institute, nos anos 60, em que se discutiu o papel do gestor da empresa em

suas multiplicidades, atendendo, não só aos stakeholders, como as necessidades de acionistas,

empregados, clientes, fornecedores, financiadores e sociedade em geral.

Para Oliveira (2008, p. 94), stakeholders podem ser definidos como “[...] grupos de

interesse com certa legitimidade que exercem influência junto às empresas” e que pressionam

proprietários, acionistas e gestores, interferindo, de certa forma, nos rumos da empresa.

Freeman (2010) cita como stakeholders os acionistas, fornecedores, administradores,

consumidores, empregados e a comunidade. Já Oliveira (2008), acrescenta ainda os

funcionários, Governo, mídia e as Organizações Não-Governamentais (ONG’s). Souza e

Almeida (2006) vão mais longe e aumentam ainda mais essa rede, acrescentando a ela os

sindicatos e concorrentes.

Para Machado Filho (2002, p. 43), “embora a definição de Reponsabilidade Social

Corporativa (RSC) pareça simples, existe uma grande complexidade em torno desde termo”.

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As visões de Freeman e Friedman, debatidas anteriormente, apresentam duas abordagens

acerca do engajamento das empresas frente à RSC. Certo e Peter (1993, p. 67) sintetizam

essas diferentes abordagens:

“O ponto de vista clássico vê as empresas como entidades econômicas, enquanto o ponto de vista contemporâneo concebe as empresas como membros da sociedade. Embora as organizações de negócio exerçam claramente os dois papéis, o reconhecimento disso nem sempre responde à questão de como as companhias devem se envolver em atividades de responsabilidade social. Entretanto, em muitos casos, ambos os pontos de vista levam à mesma conclusão sobre o fato de uma empresa dever ou não se engajar em uma atividade dessa natureza em particular. Por exemplo, quando a atividade for exigida por lei, ambas as abordagens apoiam o envolvimento nela. E, em situações em que há lucro, ambas as abordagens apoiam o envolvimento na atividade”.

Desse modo, para Daher et al. (2007), o conceito de RSC vincula-se ao

reconhecimento de que as decisões tomadas e os resultados obtidos por uma organização

atingem um universo mais vasto do que aquele expresso por sócios e acionistas, gerando

consequências para a comunidade, para o meio ambiente e outros interesses da sociedade.

2.1.2. Modelo Bidimensional de RSC de Quazi e O’Brien

Para Cavalcante e Falk (2007), o Modelo Bidimensional de RSC proposto por Quazi

e O’Brien (2000) reproduziu as duas perspectivas pela qual essa questão foi assinalada ao

longo do tempo, especialmente, a partir dos anos 70: a primeira, se os negócios têm a função

única de maximizar lucros, e a segunda, com uma visão multidimensional, se os negócios

devem servir aos interesses da sociedade.

Figura 1: Modelo Bidimensional de Responsabilidade Social Corporativa

Benefícios das ações de RSC

Custo das ações de RSC

Responsabilidade ampla

Responsabilidade estreita

Visão Moderna

Visão Filantrópica Visão Clássica

Visão Socioeconômica

Fonte: Quazi e O'Brien (2000, p. 36), adaptado pelo autor (2019).

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Os modelos de RSE, representativos da visão mais tradicional, enfatizam o

paradigma ortodoxo de que os negócios têm função de maximizar os lucros e dessa forma a

RSE dos negócios está associada à obtenção de resultados, bens e serviços para a sociedade,

como previu Friedman (CAVALCANTE, FALK; 2007). Sob essa perspectiva, o lucro torna-

se o único critério adotado para julgar a eficiência operacional de uma organização, trata-se da

responsabilidade estreita.

A “responsabilidade estreita” se desdobra também em duas visões: a visão

socioeconômica que considera que a função-objetivo da empresa é a maximização do valor

para o acionista, mas que as ações de responsabilidade social podem ajudar nesta geração de

valor. A visão clássica, segundo o autor, defende que as ações de responsabilidade social não

geram valor para a empresa, e não devem ser desenvolvidas (MACHADO FILHO, 2002).

Para Cavalcante e Falk (2007), na perspectiva multidimensional a responsabilidade

estreita é finalmente superada e o envolvimento das empresas com a responsabilidade social

não é mais visto apenas criando uma rede de custos, mas contribuindo para a geração de

vantagens estratégicas em longo prazo, evitando regulações futuras, melhorando o

desempenho das empresas em termos de produtividade e inovação.

E, conforme aponta Machado Filho (2002), a “responsabilidade ampla” também vai

se subdividir em dois tipos de visão: a moderna e a filantrópica. A visão que o autor denomina

moderna, que seria aquela que acredita que no longo prazo as ações de responsabilidade social

trazem benefícios para a empresa. A outra visão, denominada filantrópica, defende as ações

de responsabilidade social mesmo que não tragam retornos para a empresa.

2.1.3. Responsabilidade Social Corporativa, Sustentabilidade e Indicadores

Para Belen (2005), o conceito de sustentabilidade é fruto de um longo processo

histórico de amadurecimento da consciência humana diante do rápido desenvolvimento,

especialmente o tecnológico, e dos recorrentes desastres ambientais. Desde a Conferência de

Estocolmo em 1972, a Declaração de Cocoyoc (1974), o Relatório Brundland de 87, a Rio 92,

Rio +5 e Rio +10, o protocolo de Kyoto e, mais recentemente, a Rio +20, realizada em 2012,

as organizações estão se aperfeiçoando, aos poucos, para uma nova realidade, em que

desenvolvimento e desempenho socioambiental andam lado a lado.

Neste contexto, a sustentabilidade ambiental ganhou a devida importância e se

destacou nas principais conferências dos últimos 50 anos. Cunhada por Gro Harlem

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Brundland, mestre em saúde pública e ex-primeira ministra da Noruega, pode ser definido

como:

“[...] é o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades”. (World Comission..., 1987, p. 12).

Após diversas reuniões da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, liderada pela norueguesa, o Relatório Brundland foi finalmente publicado

em 1987. Considerado altamente inovador para aquela época, sua visão futurista se provou

altamente atual, mesmo 25 anos depois, especialmente através dos parágrafos 46 e 47 do

documento The Future We Want, elaborado na Rio +20 em 2012, sendo este último, que

reconhece

“a importância dos relatórios de sustentabilidade e incentivo as empresas corporativas, sempre que necessário, especialmente de capital aberto e grandes empresas, ao considerar a integração de informações de sustentabilidade em seu ciclo de relatórios. Nós encorajamos a indústria, governos e partes interessadas relevantes, com o apoio do sistema das Nações Unidas, conforme apropriado, para desenvolver modelos de melhores práticas e facilitar a ação para a integração dos relatórios de sustentabilidade [...]” (The Future WeWant, parágrafo 47, tradução por Lima (2013, p. 9))

Para Rohrich e Cunha (2004) a gestão ambiental funciona como um conjunto de

políticas e práticas administrativas e operacionais. Ela deve levar em consideração diversos

fatores, tais como: a saúde e segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente por meio

da mitigação de impactos ambientais decorrentes do planejamento, implantação operação,

ampliação, renovação, realocação ou desativação de empreendimentos e atividades. Para

Campos et. al (2013) a gestão ambiental demanda informações que subsidiem o processo

decisório traduzindo a realidade em objetos mensuráveis e conhecidos.

A grande dificuldade reside em como medir isso ou como utilizar indicadores que

possam auxiliar na mensuração ou na gestão da sustentabilidade (CAMPOS et. al, 2013).

Dessa forma, segundo Barcellos (2002), eles surgem como importantes instrumentos de

gestão ambiental, detectando informações e, ao mesmo tempo, possibilitam a comparação e

acompanhamento dos processos.

Conforme apontado por Luz, Sellito e Gomes (2006) há pouca preocupação em

procurar os melhores e mais adequados indicadores para medir o desempenho ambiental em

face dos objetivos estratégicos de uma organização. Neste contexto, a publicação de relatórios

de sustentabilidade que evidenciem estas questões tem se tornado uma importante ferramenta

da gestão ambiental, de monitoramento e de conhecimento, tanto para as organizações como

para a sociedade (CAMPOS et. al, 2006).

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2.2. GLOBAL REPORTING INITIATIVE (GRI)

Os Padrões de Relatórios de Sustentabilidade da GRI (Padrões GRI) são os primeiros

e mais adotados padrões globais de relatórios de sustentabilidade (GRI, About GRI, 2019).

Essa organização surgiu com o intuito de ajudar empresas e governos de todo o mundo a

entender e comunicar seu impacto em questões críticas de sustentabilidade, como mudança

climática, direitos humanos, governança e bem-estar social.

Fundada em 1987 na cidade de Boston, nos Estados Unidos, suas raízes estão nas

organizações sem fins lucrativos dos EUA, a Coalition for Environmentally Responsible

Economies (CERES) e o Instituto Tellus. Porém, a sua formalização só ocorreu três anos mais

tarde, em 2000, em Amsterdã, na Holanda (GRI, About GRI).

Ainda em 2000 lançou a sua primeira versão de Diretrizes, representando o primeiro

quadro global para relatórios abrangentes em sustentabilidade (GRI, About GRI). Em 2002,

Ernst Ligteringen, assumiu a presidência da organização, onde permaneceu até 2014. Nesse

mesmo ano a organização se mudou definitivamente para Amsterdã e a segunda geração das

Diretrizes, G2, foi revelada na “Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável” em

Johanesburgo, na África do Sul (GRI, About GRI).

Em 2003 foi lançado o “Programa de Stakeholders Organizacionais”, permitindo que

determinados grupos de organizações contribuíssem com seus conhecimentos e

desempenhasse um papel de governança dentro do órgão (GRI, History, 2016).

A demanda pela orientação de relatórios de sustentabilidade da GRI estava crescendo

continuamente, e isso foi impulsionado ainda mais pelo lançamento da terceira geração de

Diretrizes, G3, em 2006. Mais de 3.000 especialistas de empresas, da sociedade civil e do

movimento trabalhista participaram do desenvolvimento do G3, destacando a verdadeira

abordagem multilateral no coração das atividades da GRI (GRI, History, 2016). Nesse mesmo

ano ocorreu a primeira Conferência Global sobre Sustentabilidade e Transparência, em

Amsterdã, com 1150 participantes de 65 países.

Após o lançamento do G3 na Conferência Global, a GRI começou a expandir sua

estratégia e estrutura de relatórios, construindo poderosas alianças. Parcerias formais foram

firmadas com o Pacto Global das Nações Unidas, a Organização para Cooperação e

Desenvolvimento Econômico, entre outras (GRI, History, 2016).

Em 2007, com o intuito de estabelecer escritórios regionais em pontos chaves, foi

lançado o primeiro Ponto Focal, a cidade escolhida foi São Paulo, no Brasil. Em 2008 ela

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ampliou os seus escritórios e chegou até a Austrália. Mais tarde foi a vez de China, Índia,

Estados Unidos, África do Sul e Colômbia, conforme dados da própria organização.

Em 2011 foi criado o Banco de Dados de Divulgação de Sustentabilidade GRI,

catalogando todos os relatórios de sustentabilidade baseados na GRI e também os não

baseados nela, dos quais a GRI tem conhecimento. O número de relatórios cresceu

fenomenalmente nos últimos anos e hoje é de mais de 24.000. Nesse mesmo ano foi

publicado o GRI G3.1, que serviu como uma atualização e conclusão da terceira geração

(GRI, History, 2016).

Em 2012 ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento

Sustentável, na Rio +20. Nesse mesmo evento foi assinado o documento, citado

anteriormente, The Future We Want, e Brasil, Dinamarca, França e África do Sul formaram os

“Amigos do Parágrafo 47”, cujo objetivo é a promoção de relatórios de sustentabilidade

corporativa (GRI, History, 2016).

Lançada na Conferência Global sobre Sustentabilidade e Transparência realizada em

2013, a GRI-G4, a quarta geração de normas e diretrizes para a elaboração de relatórios de

sustentabilidade trouxe mudanças e atualizações nas normas e, principalmente, foco na

materialidade dos relatos (GRI, About GRI). Desde a escolha e organização do conteúdo até a

forma de reportar os indicadores, todas as informações devem ser avaliadas acerca da sua

relevância segundo a organização. Além disso, Ernst Ligteringen, que presidiu a organização

de 2002 a 2014, destacou ainda o uso de terminologia mais simples, o foco em temas mais

relevantes para a gestão da comunicação e as atualizações no sistema de níveis de aplicação.

2.2.1. Relatórios GRI no Brasil

Com 207,7 milhões de habitantes, conforme aponta o IBGE (2017), a maior floresta

tropical e a mais rica biodiversidade do planeta e uma economia que, nas últimas décadas, se

manteve em constante crescimento, a boa prática empresarial, realizada com responsabilidade

social e ambiental, se tornou vital para a estabilidade do país.

Conforme a GRI (Focal Point Brazil, 2018), em 2013, o Brasil se tornou o terceiro

país no mundo em número de empresas que publicam relatórios de sustentabilidade, atrás

somente de Espanha e Estados Unidos. Há quase 40 empresas brasileiras no Programa de

Stakeholders Organizacionais e os futuros brasileiros estão bem representados nos órgãos de

governança, assumiu um papel de liderança por meio de seu envolvimento no Readers Choice

Awards e Conferências da GRI.

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Com a realização da Rio-92 no Brasil, o país entrou na rota do debate em torno da

sustentabilidade (GRI, Focal Point Brazil, 2018). Como consequência, em 1997, o World

Business Council for Social Responsability instalou uma sede no Brasil: o Conselho

Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEDBS), com o objetivo de

disseminar o conceito para os empresários. Já em 1998 foi criado o Instituto Ethos de

Empresas e Responsabilidade Social, que hoje já tem mais de mil associados envolvidos com

o tema (GRI, Focal Point Brazil, 2018).

[...] Desde o pioneirismo da Natura Cosméticos em 2000, várias empresas

divulgaram relatórios pela GRI, como: Banco Real, Aracruz Celulose, Bunge, Duratex,

Medley, Petrobrás, Banco Itaú, Wal-Mart Brasil, etc. (ECOSSISTEMAS, 2009). E, para os

autores, o cenário que se vê hoje no Brasil é bastante otimista.

2.2.2. GRI G4 – A Quarta Geração de Normas GRI

Conforme Pereira e Silva (2008, p. 5), uma das preocupações da Global Reporting

Initiative é a transparência das informações para que os stakeholders tomem as suas decisões

de forma assertiva e baseadas em informações consistentes. De acordo com as “Diretrizes

para relatório de sustentabilidade” (GRI, DRS, 2006, p. 2), sua missão é comunicar de forma

clara e transparente o que se refira à sustentabilidade e fornecer isso através de uma estrutura

confiável para elaboração de relatórios de sustentabilidade.

Nesse sentido, a elaboração do relatório de sustentabilidade seria, também, uma

forma da organização prestar contas aos stakeholders internos e externos, descrevendo

impactos sociais, econômicos e ambientais visando ao desenvolvimento sustentável. E, no

intuito de se obter um padrão a ser adotado pelas empresas do mundo inteiro, facilitando a

comparabilidade e também a divulgação acerca dessas informações, a GRI possui um

conjunto de normas e diretrizes a serem seguidos e, atualmente, ele está em sua quarta versão.

Em relação as Diretrizes, há dois tipos de conteúdo padrão: gerais e específicos. Os

Conteúdos Padrão Gerais, conforme estabelece o Manual de Implementação (GRI, 2013, p.

22), aplicam-se a todas as organizações que elaboram relatórios de sustentabilidade. Eles se

dividem em sete partes: Estratégia e Análise, Perfil Organizacional, Aspectos Materiais

Identificados e Limites, Engajamento de Stakeholders, Perfil do Relatório, Governança e

Ética e Integridade. Veja a seguir:

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Tabela 1: Resumo dos Conteúdos Padrão Gerais GRI G-4

RESUMO DOS CONTEÚDOS PADRÃO GERAIS Código da Diretriz

Seções

· Estratégia e análise G4-1; G4-2. · Perfil organizacional G4-3; G4-4; G4-5; G4-6; G4-7; G4-8; G4-9;

G4-10; G4-11; G4-12; G4-13; G4-14; G4-15; G4-16.

· Aspectos materiais identificados e limites

G4-17; G4-18; G4-19; G4-20; G4-21; G4-22; G4-23.

· Engajamento de stakeholders

G4-24; G4-25; G4-26; G4-27.

· Perfil do relatório G4-28; G4-29; G4-30; G4-31; G4-32; G4-33. · Governança G4-34; G4-35; G4-36; G4-37; G4-38; G4-39;

G4-40; G4-41; G4-42; G4-43; G4-44; G4-45; G4-46; G4-47; G4-48; G4-49; G4-50; G4-51; G4-52; G4-53; G4-54; G4-55.

· Ética e integridade G4-57; G4-58; G4-59. Fonte: Manual de Implementação Normas e Diretrizes GRI. Tradução por B3. Adaptado pelo autor (2019).

Em “Estratégia e Análise” é oferecida uma visão estratégica geral da sustentabilidade

da organização, criando o contexto para a apresentação das informações mais detalhadas com

base em outras seções das Diretrizes. Já em “Perfil Organizacional” será traçado as

características organizacionais da empresa, tais como: nome, principais produtos vendidos,

forma jurídica da organização, mercados em que atuam e porte.

Passada as duas primeiras seções, cujo principal objetivo é oferecer perspectivas

sobre tópicos estratégicos, não apenas resumindo o conteúdo do relatório, temos “Aspectos

materiais identificados e limites”. Nesse momento, é definido o conteúdo do relatório

considerando a sua materialidade, seus limites e reformulações. “Dessa forma, o processo

para definição do conteúdo do relatório atravessa quatro etapas: Identificação, Priorização,

Validação e Análise” (GRI, Manual de Implementação, 2013, p. 40).

Na quarta seção é relatado o engajamento dos stakeholders na organização, não se

limitando a elaboração do relatório. Em “Perfil do Relatório” serão apresentadas as

informações básicas, tais como: Sumário de Conteúdo e abordagem adotada para garantir a

verificação externa.

Já nas duas últimas seções serão apresentadas a estrutura organizacional da empresa,

a composição da sua Governança e o papel que ela desempenha dentro dessa organização,

suas competências, remuneração e incentivos. E por fim, os seus valores, princípios, padrões e

normas de organização, além de seus mecanismos internos e externos para solicitar

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22

orientações de comportamentos éticos e em conformidade com a legislação, serão trabalhadas

na última seção.

Já os Conteúdos Padrão Específicos são divididos em três categorias: econômica,

ambiental e social. Sendo que a categoria “Social” se subdivide ainda em: Práticas

Trabalhistas e Trabalho Decente, Direitos Humanos, Sociedade e Responsabilidade Pelo

Produto (GRI, Manual de Implementação, 2013, p. 63).

Tabela 2: Resumo dos Conteúdos Padrão Específicos GRI G-4

Categoria Econômica AmbientalAspectos · Desempenho econômico · Materiais

· Presença no mercado · Energia· Impactos econômicos diretos · Água

· Práticas de compra · Biodiversidade· Emissões· Efluentes e resíduos· Produtos e serviços· Conformidade· Transportes· Geral

Categoria SocialSubcategorias Práticas trabalhistas e

trabalho decenteDireitos Humanos Sociedade Responsabilidade pelo

produtoAspectos · Comunidades locais

· Combate à corrupção · Políticas públicas · Concorrência desleal · Conformidade · Avaliação de fornecedores em impactos na sociedade · Mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a impactos na sociedade

· Saúde e segurança do cliente · Rotulagem de produtos e serviços · Comunicações de marketing · Privacidade ao cliente

CATEGORIAS E ASPECTOS NAS DIRETRIZES

· Avaliação ambiental de fornecedores· Mecanismos de queixas e reclamações relativas a Impactos Ambientais

· Emprego · Relações trabalhistas · Saúde e segurança no trabalho · Treinamento e educação · Diversidade e igualdade de oportunidades · Igualdade de remuneração para homens e mulheres · Avaliação de fornecedores em práticas trabalhistas

· Investimentos · Não discriminação · Liberdade de associação e negociação coletiva · Trabalho infantil · Trabalho forçado ou análogo ao escravo · Práticas de segurança · Direitos indígenas · Avaliação · Avaliação de fornecedores em Direitos Humanos · Mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a Direitos Humanos

Fonte: Manual de Implementação Normas e Diretrizes GRI. Tradução por B3. Adaptado pelo autor (2019).

“A dimensão econômica da sustentabilidade diz respeito aos impactos da

organização sobre as condições econômicas de seus stakeholders e sobre sistemas econômicos

em nível local, nacional e global" (GRI, Manual de Implementação, 2013 p. 69). Nessa

categoria estão identificados os principais impactos econômicos da organização sobre a

sociedade, além de ilustrar o fluxo de capital entre seus diferentes stakeholders.

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Conforme o Manual de Implementação (GRI, 2013, p. 86), a categoria ambiental

abrange impactos relacionados a insumos (p. ex.: energia e água) e saídas (p. ex.: emissões,

efluentes e resíduos). Ela abrange, também, impactos relacionados à biodiversidade, aos

transportes e a produtos e serviços, bem como a conformidade e os gastos e investimentos

ambientais. Ela diz respeito aos impactos da organização sobre os ecossistemas, incluindo

aspectos bióticos e abióticos.

Por último, a categoria social baseia-se em normas universalmente reconhecidas,

frutos de pactos internacionais firmados entre os países ou outras referências internacionais

relevantes. Conforme a GRI (2013, p. 146), essa categoria é embasada, principalmente, na

“Declaração Universal dos Direitos Humanos”, de 1948; no “Pacto Internacional sobre os

Direitos Civis e Políticos”, de 1966; no “Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos,

Social e Culturais”, de 1966; na “Convenção das Nações Unidas para a Eliminação de todas

as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW)”, de 1979 e na “Declaração da OIT

relativa aos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho”, de 1988, além de diversas

outras normas da Organização Internacional do Trabalho e da ONU.

2.3. ESTUDOS EMPÍRICOS ANTERIORES

A indagação acerca da relação entre o desempenho ambiental e o desempenho

econômico gerou uma série de pesquisas nos últimos anos. A maioria delas procurava testar a

hipótese de relação entre os desempenhos socioambiental e financeiro (BORBA, 2005).

Nesse sentido, Moskowitz apresentou em 1972, um dos primeiros estudos que

visavam investigar a relação entre o desempenho financeiro e o desempenho ambiental dentro

das organizações (HOLANDA et. al, 2010). Em sua pesquisa, ele selecionou 14 empresas e

calculou a taxa de retorno de suas ações ordinárias no primeiro semestre de 1972, ano da

pesquisa. Segundo Moskowitz (1972), ao comparar os resultados obtidos com os índices de

mercado da época, nesse caso ele utilizou o Dow-Jones Industrial, havia uma relação positiva

entre os desempenhos ambientais e financeiros nas organizações estudadas.

De acordo com Griffin e Mahon (1997), em sua pesquisa que identificou, durante um

período de 25 anos, as pesquisas sobre a relação socioambiental e o desempenho financeiro,

não há um consenso sobre seus efeitos. De acordo com os autores, dos 51 estudos realizados,

11 estudos apresentaram uma relação negativa entre as variáveis, 5 foram nulas, em 24

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estudos a relação foi considerada positiva e em outros 11 estudos foram encontradas duas ou

mais relações para as variáveis.

Apresentados no quadro abaixo estão alguns dos mais importantes estudos realizados

em nível internacional, nos últimos anos, conforme apontado por Alves et. al (2013),

indicando suas variáveis de estudo e respectivos resultados:

Quadro 1: Estudos empíricos a nível internacional

Autoria (ano)País (es) de

amostraProxy (ies) ambientais

Proxy (ies) econômicas

Resultado da relação entre os desempenhos

King e Lenox (2001) Estados Unidos Emissão de gases tóxicosROM (Q de Tobim) e

a variação no percentual de vendas

Positivo

Murphy (2002) Estados UnidosProgramas de auditoria ambiental e

governançaROE e ROA Positivo

Wagner e Wehrmeyer (2002) Inglaterra Indicadores ambientais de estudos diversos ROE e ROA Neutro

Elsay e Paton (2005) InglaterraEscores de responsabilidade ambiental do

Management TodayROM (Q de Tobim),

ROA e ROSNeutro

Moneva e Cuellar (2009) EspanhaDisclousure de investimento ambiental, dos

ativos ambientais e da provisão de contingências ambientais

Valor de Mercado Negativo

Moneva e Ortas (2010) Espanha

O consumo de energia, o número de programa de redução de impactos ambientais,

a existência de um sistema de gestão ambiental e o disclousure ambiental

ROE, ROA, Margem de Lucro, Lucro

Operacional e Fluxo de Caixa

Positivo

Belhaj e Damak-Ayadi (2011) Tunísia Categorias A1 a A7 do relatório GRI-G3 ROE, ROA e ROS Negativo

Fonte: Alves et al. (2013). Adaptado pelo autor (2019).

Dessa forma, pode-se observar que os principais estudos levantados a nível

internacional não convergem para um único resultado, impossibilitando afirmar, a partir da

análise desse levantamento, qual o impacto dos investimentos ambientais realizados pelas

organizações em seus principais índices econômicos e financeiros.

Já no Quadro II, apresentado abaixo, estão os estudos feitos a nível nacional,

evidenciando o desempenho analisado por seus autores, suas variáveis e resultados

encontrados. Sua elaboração, inspirada no estudo realizado por Alves et al. (2013), se deu

através da revisão bibliográfica de cada um dos estudos apontados a seguir:

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Quadro 2: Estudos empíricos a nível nacional

Autoria (ano)País (es) de

amostraProxy (ies) ambientais

Proxy (ies) econômicas

Resultado da relação entre os desempenhos

Castro Júnior, Abreu e Soares (2005)

Brasil índice de Conduta ambientalEbitda, Faturamento

Líquido, Lucro Positivo

Borba (2006) BrasilIndicador de desempenho social do Balanço

Social com base no IBASELucro Operacional,

ROM (Q de Tobim) e Neutro

Santana, Périclo e Rebelatto (2006)

Brasil Investimento socioambiental Faturamento Positivo

Alberton e Costa Júnior (2007)

Brasil Sistema de Gerenciamento AmbientalROA, ROE, ROS,

P/L e P/VPAPositivo

Farias (2008) BrasilIndicadores de desempenho e divulgação

ambiental extraído dos relatórios de sustentabilidade

Variação das ações da empresa ajustada pelo valor dos dividendos, em relação ao retorno

médio do seu setor

Neutro

Tupy (2008) Brasil Investimento socioambientalROE, Valor de

mercado e Positivo

Cesar e Silva Júnior (2008) BrasilIndicadores ambientais e sociais retirados do

Balanço SocialROA e ROE Neutro

Machado e Machado (2011) BrasilIndicadores sociais e ambientais líquidos de

encargos sociais compulsórios e tributos Receita Líquida

Positivo' para desempenho social e 'Neutro' para desempenho ambiental

Holanda et. al (2011) BrasilIndicadores ambientais e sociais retirados do

Balanço SocialROA Neutro

Alves, Luca, Cardoso e Vasconcelos (2013)

BrasilTotal de investimentos ambientais com base

na norma GRI-G3, EN-30ROE, ROA, ROS e ROM (Q de Tobim)

Neutro

Fonte: Alves et al. (2013). Adaptado pelo autor (2019).

Apesar de a maioria de os estudos citados acima apresentarem uma relação positiva

entre o desempenho ambiental e o desempenho financeiro, ainda não há um consenso entre

essa relação, corroborando com os estudos apresentados por Alves et. al (2013) e também de

Griffin e Mahon (1997).

Bechetti et al. (2005) ressalta que essas diferenças encontradas em resultados de

estudos empíricos não necessariamente refletem erros no trajeto da pesquisa, mas diferentes

abordagens e perspectivas, sejam no período de observação, na amostragem selecionada, nas

medidas de desempenho ou nas abordagens metodológicas.

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3. METODOLOGIA

Levando-se em conta o objetivo da pesquisa, ela se caracteriza por ser descritiva,

pois apresenta aspectos relacionados ao desempenho econômico e ambiental nas organizações

e as suas relações, conforme apontado por Richardson (2009). Adotaram-se, também,

procedimentos estatísticos para investigar a relação entre as variáveis citadas anteriormente,

caracterizando a natureza quantitativa do estudo.

Inicialmente, foram listadas todas as empresas que estavam na B3 em abril de 2018.

Verificou-se que haviam 442 empresas listadas, sendo os setores de Financeiro e Outros

(25,79%), Consumo Cíclico (18,33%), Bens Industriais (15,38%) e Utilidade Pública

(14,48%), os que possuíam o maior número de representantes, vide Anexo A. Sendo que as

organizações de Energia Elétrica representam o maior subsetor da B3, totalizando cerca de

12,67% das empresas listadas durante esse levantamento.

Das 56 organizações, observou-se que 46 delas publicam relatórios de

sustentabilidade, sendo que 40 delas relatam com base nas normas da Global Reporting

Initiative e quatro delas com base nas normas da GRI e também da Associação Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL), as demais publicam somente sob as normas da ANEEL ou

produzem Relato Integrado. As informações acerca do padrão adotado por cada empresa

foram retiradas dos relatórios publicados por elas no período referente a este estudo. Das 44

empresas que adotam as normas GRI em seus relatórios, somente 22 publicaram seus relatos

todos os anos entre 2012 e 2016.

Dentre as 22 empresas listadas na B3, que adotaram as normas GRI em seus

relatórios de sustentabilidade, publicados anualmente, foram selecionadas as que fazem parte

do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Nesse momento, apenas sete empresas

atenderam ao requisito e estiveram dentro do ISE em, no mínimo, três dos cinco anos, objetos

da pesquisa, e foram designadas para esse estudo. São elas: AES Tietê Energia S/A,

Companhia Energética de Minas Gerais S/A – CEMIG, Companhia Paranaense de Energia

S/A – COPEL, CPFL Energia S/A, Centrais Elétricas Brasileiras S/A, Eletropaulo

Metropolitana Eletricidade de São Paulo S/A e Light S/A.

Quanto aos indicadores econômicos, foram utilizados: Retorno sobre Ativos (ROA),

Retorno sobre Investimentos (ROI), Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) e o Retorno

sobre Vendas (ROS). O objetivo de cada um deles e a sua metodologia de cálculo estão

descritos no quadro a seguir:

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Quadro 3: Índices econômicos

Descrição Fórmula ObjetivoLucro operacional

Ativo totalLucro Líquido

Patrimônio LíquidoLucro líquidoReceita líquida

(Valor de Mercado de ações + Capital de terceiros)

Total do ativo

Indica o desempenho da empresa no mercado de capitais.

Retorno sobre Vendas Indica o retorno sobre a receita líquida.

Retorno sobre Investimentos

Retorno sobre AtivosIndica a produtividade ou capacidade de retorno do ativo.

Retorno sobre Patrimônio LíquidoIndica o retorno sobre o capital próprio investido.

Fonte: Alves et al. (2013). Adaptado pelo autor (2019).

Todos os dados referentes aos indicadores citados acima foram extraídos da base de

dados da Economática. Conforme a FEA-RP/USP, ela é uma ferramenta que permite aos

usuários extrair informações de modos analíticos avançados, de alta confiabilidade, para criar

relatórios a partir de uma análise aprofundada dos bancos de dados, construindo modelos de

tela com conteúdos diferentes de acordo com a sua necessidade.

Para o tratamento dos dados foi utilizado o software estatístico Stata, em sua versão

12.1. Da posse dos indicadores ambientais e financeiros, foram aplicadas diferentes técnicas

estatísticas. Inicialmente, foi efetuada a estatística descritiva, caracterizando a amostra do

presente estudo, com a descrição do desvio padrão, média, mínima e máxima das observações

que foram analisadas.

Para medir a força e a direção linear entre as variáveis foi utilizado o Coeficiente de

Correlação de Pearson. Ele é resultado da divisão entre a covariância de duas variáveis pelo

produto de seus desvios padrão (STEVENSON, 2001).

Após a verificação do r de Pearson, foi aplicada uma regressão linear simples.

Conforme Stevenson (2001), ela é uma equação cuja forma é:

y = a + bx ,

para estimar valores (x, y), apenas conhecendo alguns valores específicos (x1, y1),

(x2, y2). A principal ideia é capturar como mudanças na variável independente x afetam a

variável dependente y, supondo que ela seja linear. Para aplicação dessa regressão, optou-se

pela utilização do método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), que é uma técnica de

otimização matemática que procura encontrar o melhor ajuste para um conjunto de dados

tentando minimizar a soma dos quadrados das diferenças entre o valor estimado e os dados

observados (tais diferenças são chamadas de resíduos).

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4. ESTUDO DE CASO: O CASO DO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA

Com o levantamento do total de investimentos ambientais realizados pelas empresas

no período de 2012 a 2016, constituindo a variável independente, e dos indicadores

econômicos retirados da base da Economática, compondo as variáveis dependentes, seguem

abaixo a análise dos dados.

4.1. ANÁLISE DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS DE ESTUDO

Como de praxe nas pesquisas científicas que adotam modelos estatísticos e

econométricos em sua análise de resultados, apresenta-se abaixo o cálculo de média, desvio

padrão, mínimo e máximo das variáveis dependentes (ROA, ROE, ROS e ROI) e da variável

Independente (Investimentos).

Quadro 4: Análise descritiva das variáveis de estudo

Variável Obs Média Desvio Padrão Mínimo Máximo ROA 35 3.011122 4.876080 -9.992728 17.324870 ROE 35 8.309879 13.903450 -35.826390 39.798340 ROS 35 0.036178 0.125476 -0.443145 0.231397 ROI 35 0.580426 0.283127 0.191942 1.549614

INVEST 35 18.142360 1.294042 14.180150 20.073080 Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

Os resultados obtidos na estatística descritiva, aliados as demais particularidades dos

modelos econométricos utilizados, servem como base de apoio as análises apresentadas a

seguir.

4.2. ANÁLISE DO COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DE PEARSON

Para medir a força e a direção linear entre as variáveis foi utilizado o Coeficiente de

Correlação de Pearson. Ele é resultado da divisão entre a covariância de duas variáveis pelo

produto de seus desvios padrão (STEVENSON, 2001).

Segundo o autor, o resultado dessa análise, normalmente representado por “r”,

assume apenas valores entre “-1” e “1”. Dessa forma, segundo Stevenson (2001), o sinal

indica se a correlação é positiva ou negativa e o tamanho da variável indica a força da

correlação.

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Quadro 5: Análise do Coeficiente de Correlação de Pearson

Variável ( r ) Direção tipo (+/-) Correlação

ROA -0.4968* Negativa Fraca

ROE -0.5033* Negativa Moderada

ROS -0.4674* Negativa Fraca

ROI -0.7136* Negativa Forte

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

Para todas elas, o grau de confiança da informação (star 0.01) é de 99%. Desta

forma, pode-se afirmar, com a confiança de 99%, que a correlação é negativa para todas as

variáveis. Sendo que para ROA e ROS, a correlação é fraca, já para ROE a correlação entre as

variáveis é considerada moderada e para ROI, por sua vez, ela é forte.

Resultado semelhante para a variável ROA foi encontrado na pesquisa divulgada por

Holanda et al. (2010), que não encontrou evidências de associação entre ela o desempenho

socioambiental nas empresas brasileiras. O estudo corrobora ainda com as pesquisas de Cesar

e Silva Junior (2008), que também não encontraram uma relação que seja considerada

estatisticamente significante entre essas variáveis.

Em oposição ao estudo apresentados por Alves et al. (2013), que não encontrou uma

correlação estatística entre os indicadores econômicos e a variável ROE, nesse estudo o

resultado da sua relação é moderada e do tipo negativa. Entretanto, confirmando os achados

desse mesmo autor, foi encontrada uma relação estatisticamente insignificante para ROS.

Já em relação a variável ROM, a sua correlação é considerada forte e, mais uma vez,

corrobora com os achados de Alves et al. (2013) e King e Lenox (2001) que, em seus

respectivos estudos, identificaram uma relação estatística entre essa variável e o desempenho

socioambiental das organizações.

4.3. ANÁLISE POR MEIO DE REGRESSÃO LINEAR SIMPLES

Conforme apontado por Piana et al. (2009, p. 180), a predição do valor médio de uma

variável em função dos valores de outra constitui o problema principal da regressão linear

simples. Ainda, segundo o autor, ela é considerada linear porque a relação expressa entre X e

Y é apresentada por uma equação do primeiro grau e pode ser demonstrada graficamente por

uma reta, e é simples porque envolve apenas duas variáveis.

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4.3.1. Método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO)

Nesse primeiro momento foi realizada uma regressão linear simples, utilizando o

método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), com dados em painéis corrigindo-se os

problemas de endogeneidade. Segundo Piana et al. (2009, p. 180), o MQO é uma técnica que

consiste em buscar um melhor ajuste para um conjunto de variáveis tentando minimizar a

soma dos quadrados das diferenças entre o valor estimado e os dados observados.

Nesse contexto, considerando ROA, ROE, ROS e ROI como as variáveis

dependentes e os investimentos ambientais como a variável independente, expõe-se abaixo os

resultados obtidos:

Quadro 6: Resultado da regressão linear simples por MQO

Variável Dependente

Variável Independente

Coeficiente P> | t |* F** R-squared Intervalo de Confiança

ROA Investimento -1.87197 0.004 9.49 0.2468 95% ROE Investimento -5.40719 0.004 9.78 0.2533 95% ROS Investimento -0.45317 0.017 6.30 0.2184 95% ROI Investimento -0.15613 0.000 21.06 0.5092 95%

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

* Refere-se ao “valor-p”;

** Refere-se ao Teste de Distribuição de Fischer ou Teste de Distribuição F.

O valor-p é definido por Ferreira e Patino (2015, p. 485) como a probabilidade de se

observar um valor da estatística de teste maior ou igual ao encontrado. Para os autores, o valor

de corte para rejeitar-se a hipótese nula é de 0,05. O R-squared também pode ser chamado de

coeficiente de determinação, ele representa a proporção da variabilidade na variável resposta

explicada pela variável preditora ou variável explanatória. Já o Teste de Distribuição F, por

sua vez, apresenta o nível de ajustamento ou a adequabilidade do modelo econométrico.

Nesse sentido, considerando a primeira variável, ROA, a partir da análise de valor-p,

é possível afirmar com 99% de segurança que o investimento influencia negativamente essa

variável. Esse efeito negativo, conforme apontado no coeficiente, se dá na proporção de 1

para -1.87197, o que nos permite apontar que para cada R$ 1,00 investido em meio ambiente

o ROA desse grupo de empresas reduz negativamente em R$ 1,87917. A qualidade do

modelo é de 9.49. Pode-se dizer ainda que, a partir da análise do r-squared, o total de

investimentos explica 24,68% dessa variável.

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Para a variável ROE, o teste de regressão apresentou um nível de ajustamento ( f) de

9.78. Isso nos permite afirmar que o índice de adequabilidade desse modelo está próximo do

ideal, que é acima de 10. Já o seu coeficiente de determinação, medido através do r-squared,

permite-se afirmar que a variação causada em ROE pode ser explicada em 25,33% pela

variação do total de investimentos. Assim como na primeira variável analisada, em ROE

também é possível afirmar, com uma segurança de 99%, que os investimentos o influenciaram

negativamente, em uma proporção 1.00 para -5.407191.

Já para a terceira variável analisada, ROS, o nível de ajustamento do modelo é

considerado baixo, 6.30. Cerca de 21,84% da variação dessa variável pode ser explicada pela

variação do total de investimentos ambientais. Dessa forma, pode-se afirmar com 95% de

certeza que para cada R$ 1,00 investido essa variável sofre um impacto negativo de R$

0,045317.

Na última análise da regressão linear simples utilizando o modelo MQO, foi

analisada a variável ROI. Nela, a qualidade de seu ajustamento foi de 21.06, considerada

ótima. Em relação ao r-squared, o total de investimentos explica 50,92% dessa variável. O

seu valor-p igual à zero, indica uma alta probabilidade de ocorrência desse fenômeno e

permite afirmar, com uma segurança de 99%, que o investimento ambiental impacta

negativamente essa variável numa proporção de 1.00 para 0.15613.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enquanto o desempenho ambiental é visto por parte da sociedade como um

importante componente de vantagem competitiva e que pode ser positivamente associado com

o desempenho financeiro, parte considera que os investimentos na preservação ambiental são

onerosos e representam um desvio de recursos de outras fontes mais produtivas (FARIAS,

2008).

Nesse contexto, as recentes pesquisas empíricas, segundo Rezende (2008), passaram

a utilizar de forma mais intensa as ferramentas estatísticas disponíveis, com o intuito de

evidenciar quantitativamente a Responsabilidade Ambiental com a performance econômica e

financeira das organizações.

Com base na divulgação do total de investimentos ambientais realizados entre 2012 e

2016 pelas empresas do setor elétrico da B3, o presente trabalho atendeu ao objetivo de

estudar a relação entre performance ambiental e performance financeira. Foram analisados os

relatórios de sustentabilidade de sete empresas dos elos de geração, distribuição e transmissão

de energia, dos quais foram retiradas as informações acerca do total de investimentos

ambientais realizados. Foram utilizados na pesquisa os indicadores representativos do

desempenho econômico dessas organizações, a saber: ROA, ROE, ROS e ROI (Q de Tobim).

Para atender aos objetivos do estudo, foi calculo o índice de correlação entre as

variáveis dependentes (Retorno sobre Ativos, Retorno sobre Patrimônio Líquido, Retorno

sobre Vendas e Retorno sobre Investimentos) e a variável independente (Total de

Investimentos Ambientais), utilizando-se do método do Coeficiente de Correlação de Pearson.

Em seguida, foram realizadas regressões lineares simples para as quatro variáveis

dependentes, aplicando-se o método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) e

corrigindo-se os problemas de endogeneidade.

A partir da análise da correlação das variáveis, pode-se identificar, com um grau de

segurança de 99%, que a relação entre as variáveis dependentes e a variável independente é

estatisticamente negativa. Sendo que para ROM, sua correlação foi considerada forte e para

ROE, moderada. As demais variáveis não apresentaram relação estatisticamente comprovada.

No segundo momento, aplicou-se a regressão simples pelo método MQO, com o

intuito de buscar o melhor ajuste para esse conjunto de variáveis e, juntamente com a análise

do r de Pearson, investigar uma possível relação entre elas. Dessa forma, pode-se concluir

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que, para as quatro variáveis dependentes os efeitos dos investimentos ambientais realizados

dentro do período estudado foram negativos, dentro de um intervalo de confiança de 95%.

Com esses resultados, pode-se concluir que os investimentos ambientais

influenciaram negativamente os índices econômicos dentro do período estudado. Esses dados

corroboram com os achados Belhaj e Damak-Ayadi (2011), que em seus achados encontraram

uma relação negativa entre as mesmas variáveis de estudo.

Considerando as limitações desse estudo, principalmente em relação ao curto período

de análise, assim como o número restrito de empresas selecionadas para a pesquisa, é sugerida

a elaboração de trabalhos futuros considerando um maior espaço temporal de análise e

também um maior grupo de empresas e de diferentes setores. Outro aspecto importante a ser

considerado em pesquisas futuras refere-se aos fatores condicionantes da relação entre a

performance ambiental e a performance econômica, buscando-se observar variáveis como os

níveis de estrutura de capital das organizações, podendo-se acrescentar também indicadores

sociais, dando mais robustez aos testes a serem realizados.

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APÊNDICE A – Divisão das empresas da B3 por classificação subsetorial

Rótulos de Linha SUBSETOR Total de Empresas Porcentagem (%)Porcentagem (%)Bens Industriais Comércio 2 2,94% 0,45%

Construção e Engenharia 8 11,76% 1,81%Máquinas e Equipamentos 12 17,65% 2,71%Material de Transporte 8 11,76% 1,81%Serviços Diversos 6 8,82% 1,36%Transporte 32 47,06% 7,24%

Bens Industriais Total 68 100,00% 15,38%Consumo Cíclico Automóveis e Motocicletas 3 3,70% 0,68%

Comércio 13 16,05% 2,94%Construção Civil 19 23,46% 4,30%Diversos 12 14,81% 2,71%Hoteis e Restaurantes 3 3,70% 0,68%Mídia 2 2,47% 0,45%Tecidos, Vestuário e Calçados 18 22,22% 4,07%Utilidades Domésticas 4 4,94% 0,90%Viagens e Lazer 7 8,64% 1,58%

Consumo Cíclico Total 81 100,00% 18,33%Consumo não Cíclico Agropecuária 5 20,83% 1,13%

Alimentos Processados 14 58,33% 3,17%Bebidas 1 4,17% 0,23%Comércio e Distribuição 2 8,33% 0,45%Produtos de Uso Pessoal e de Limpeza 2 8,33% 0,45%

Consumo não Cíclico Total 24 100,00% 5,43%Financeiro e Outros Exploração de Imóveis 17 14,91% 3,85%

Holdings Diversificadas 7 6,14% 1,58%Intermediários Financeiros 30 26,32% 6,79%Outros 28 24,56% 6,33%Previdência e Seguros 8 7,02% 1,81%Securitizadoras de Recebíveis 16 14,04% 3,62%Serviços Financeiros Diversos 8 7,02% 1,81%

Financeiro e Outros Total 114 100,00% 25,79%Materiais Básicos Embalagens 1 3,13% 0,23%

Madeira e Papel 8 25,00% 1,81%Materiais Diversos 2 6,25% 0,45%Mineração 4 12,50% 0,90%Químicos 7 21,88% 1,58%Siderurgia e Metalurgia 10 31,25% 2,26%

Materiais Básicos Total 32 100,00% 7,24%Não classificado Não classificado 16 100,00% 3,62%

Não classificado Total 16 100,00% 3,62%Petróleo, Gás e Biocombustíveis Petróleo, Gás e Biocombustíveis 12 100,00% 2,71%

Petróleo, Gás e Biocombustíveis Total 12 100,00% 2,71%Saúde Análises e Diagnósticos 8 42,11% 1,81%

Comércio e Distribuição 5 26,32% 1,13%Equipamentos 1 5,26% 0,23%Medicamentos e Outros Produtos 5 26,32% 1,13%

Saúde Total 19 100,00% 4,30%Tecnologia da Informação Computadores e Equipamentos 2 28,57% 0,45%

Programas e Serviços 5 71,43% 1,13%Tecnologia da Informação Total 7 100,00% 1,58%

Telecomunicações Telecomunicações 5 100,00% 1,13%Telecomunicações Total 5 100,00% 1,13%

Utilidade Pública Água e Saneamento 6 9,38% 1,36%Energia Elétrica 56 87,50% 12,67%Gás 2 3,13% 0,45%

Utilidade Pública Total 64 100,00% 14,48%Total Geral 442 100,00%

RELAÇÃO POR CLASSIFICAÇÃO SUBSETORIAL

Em relação ao Subsetor

Em relação ao Setor Econômico

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APÊNDICE B – Indicadores econômicos separados por companhia e ano

EMPRESA ANO ROA ROE ROS ROM

AES Tiete 2012 5,088198 11,390579 0,033724 0,714773 AES Tiete 2013 6,416675 16,265059 0,054835 0,596662 AES Tiete 2014 1,187214 3,554641 0,006965 0,617312 AES Tiete 2015 17,324871 39,798342 0,149890 1,386065 AES Tiete 2016 8,745605 22,719297 0,229630 1,549614 CEMIG 2012 10,476759 35,467146 0,231398 0,816918 CEMIG 2013 10,410680 24,559007 0,212196 0,792592 CEMIG 2014 8,962579 27,797221 0,160527 0,769567 CEMIG 2015 6,043022 19,010353 0,115934 0,507079 CEMIG 2016 0,796354 2,588096 0,017810 0,504815 COPEL 2012 3,425114 5,813324 0,082123 0,498784 COPEL 2013 4,765756 8,519268 0,116834 0,454709 COPEL 2014 5,213551 9,761284 0,086644 0,479515 COPEL 2015 4,371860 8,677383 0,080984 0,353576 COPEL 2016 3,114226 6,253792 0,073170 0,392400 CPFL Energia 2012 4,044107 14,948553 0,081429 0,829781 CPFL Energia 2013 3,057186 10,786071 0,064058 0,749783 CPFL Energia 2014 2,525564 9,445808 0,054847 0,718245 CPFL Energia 2015 2,159446 8,640327 0,042806 0,606892 CPFL Energia 2016 2,084506 8,474743 0,047137 0,822369 Eletrobrás 2012 -4,021969 -10,293685 -0,173979 0,235279 Eletrobrás 2013 -4,546271 -10,366598 -0,223039 0,250865 Eletrobrás 2014 -2,048308 -5,211223 -0,100217 0,191943 Eletrobrás 2015 -9,992728 -35,826394 -0,443146 0,248145 Eletrobrás 2016 2,060579 7,972953 0,056394 0,368386 Eletropaulo 2012 1,028134 3,017912 0,010839 0,501530 Eletropaulo 2013 1,853199 7,004229 0,021990 0,354128 Eletropaulo 2014 -1,136705 -5,130718 -0,012479 0,411440 Eletropaulo 2015 0,761863 3,562199 0,007400 0,454479 Eletropaulo 2016 0,154240 0,776418 0,001794 0,482198 Light 2012 3,615064 14,010820 0,055683 0,566105 Light 2013 4,517195 16,891329 0,079132 0,602166 Light 2014 4,861534 18,266726 0,071810 0,469095 Light 2015 0,253909 1,032342 0,003554 0,430719 Light 2016 -2,183754 -9,330830 -0,032445 0,586990

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APÊNDICE C – Total de investimentos ambientais por companhia e ano

Empresa 2012 2013 2014 2015 2016 Total GeralAES Tiete 10,7 12,7 14,7 15,5 1,4 55,1 CEMIG 59,4 52,4 52,8 53,8 52,7 271,1 COPEL 273,9 208,4 328,9 491,5 300,6 1.603,2 CPFL Energia 109,2 96,4 89,5 87,4 132,4 514,8 Eletrobras 357,7 423,1 296,6 521,9 416,9 2.016,2 Eletropaulo 54,8 85,7 96,2 75,7 76,5 388,9 Light 28,7 29,0 37,8 34,7 33,4 163,6 Total Geral 894,5 907,6 916,5 1.280,6 1.013,8 5.013,0

TOTAL DE INVESTIMENTOS AMBIENTAIS (em milhões)