Investimentos em linhas sofisticadas multiplicam a...

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Nº 234 Abril 2014 BISCOITOS l CANDIES l CHOCOLATES l SNACKS l SUCOS E REFRESCOS BOLA ROLANDO PEPSICO GONZALO DO PICO DÁ RECEITA DE LIDERANÇA EM SNACKS APAS CANDIES SOB MEDIDA PARA O AUTOSSERVIÇO 28 Investimentos em linhas sofisticadas multiplicam a rentabilidade da indústria mesmo com queda nos volumes de produção

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Nº 234Abril 2014

BISCOITOS l CANDIES l CHOCOLATES l SNACKS l SUCOS E REFRESCOS

Bola rolando

PEPSICO Gonzalo do Pico dá receita de liderança em snacks

APAS candies sob medida Para o autosserviço

28

Investimentos em linhas sofisticadas multiplicam a rentabilidade da

indústria mesmo com queda nos volumes de produção

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Como atesta reportagem de capa da pre-sente edição, o mercado brasileiro de gomas de mascar tem encolhido em

volume, está mais concentrado e receptivo a produtos de maior valor agregado. Embo-ra alguns fabricantes tenham abandonado a competição, a disputa só fez aumentar para as grifes que disputam o setor. Desde mea-dos da última década, com o desembarque e reposicionamento de players globais como a ítalo-holandesa Perfetti Van Melle, a argentina Arcor e a americana Mondelez, número um do reduto de gomas de alto valor, o segmen-to assiste a uma polarização em filões como o de chicles isentos de açúcar e gomas mais sofisticadas, com recheios, coberturas e efei-tos especiais na formulação. Em paralelo, as mudanças nos hábitos dos brasileiros, atentos às tendências globais, fizeram a procura pelas linhas açucaradas diminuir. A receita global da Mondelez com balas e chicles, por exemplo, recuou 2% em 2012, principalmente devido ao abalo na demanda de chicles regulares, repor-tou Irene Rosenfeld, presidente e CEO da Mon-delez International, em conferência com ana-listas. A operação brasileira foi citada diversas vezes pela executiva, enfatizando a queda de receita com chicles convencionais. Os desafios enfrentados pela Mondelez no Brasil não se restringem à empresa. São reflexos de um se-tor que passa por profundas transformações, com o aumento da renda e da demanda por produtos de maior valor agregado. Entre 2008 e 2013, a venda de gomas de mascar encolheu 18% em volume no país, ao passo que, em ou-tros mercados pelo mundo, cresceu 6,25%. Os dados da consultoria Euromonitor mostram também que, nesse mesmo período, a receita do setor aumentou 37% no Brasil e 15% no globo. Só em 2012, o volume recuou 4,4%, e o valor cresceu 2,6%. Para a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), essa movimentação é reflexo do setor como um todo e afeta também balas e pirulitos. Conside-rando as três modalidades, o volume produzido

no país caiu 6,7% em 2012, repassa a enti-dade. Entre 2008 e 2012 houve forte retração na produção do chicle tipo tijolinho (brick) e os fabricantes dessa variante sentiram o baque. Algumas saíram do segmento por considerar a queda no giro acentuada demais para insistir na operação. De empresas de pequeno porte a multinacionais, cerca de 15 fabricantes tiveram os negócios afetados, contabiliza a Abicab. Al-guns decidiram fechar as portas enquanto ou-tros resolveram migrar de produto ou rebaixar a produção. Ainda assim, os chicles açucara-dos têm hoje seu principal público no Norte e Nordeste do país, embora as mudanças nos hábitos de consumo já tenham atingido esses mercados. Mesmo popular, os chicles de bola açucarados hoje em dia encontram nos pais a principal barreira para que os filhos continuem a consumir. A goma de mascar isenta de açú-car, com demanda crescente até hoje, segurou as vendas da categoria nos últimos cinco anos. Sem o segmento, a queda seria ainda maior. O quadro é resultado da migração já em curso no consumo. O brasileiro compra menos chi-cles açucarados e prefere pagar mais pelo sem açúcar. Essa mudança coincide com o ingresso das companhias e marcas que hoje dominam o reduto no país. •

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Carta do Editor

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26 CAPA GOMAS DE MASCAR menos é mais

Apesar da queda em volume em torno de 18% nos últimos cinco anos, o reduto de chicles de bola e gomas de mascar segue fazendo a alegria dos fabricantes, com faturamento 37% maior no mesmo período

08 ENTREVISTA PEPSICO a missão de Gonzalo do Pico

O diretor de marketing da companhia nº1 do setor de snacks no Brasil dá a pista de como a reintrodução da marca Lay’s vai ajudar a empresa a elevar o consumo per capita de batata chips no país

14 INSUMOS DOW embalagem tecnológica

Com patente requeridade pela companhia americana de matérias-primas, o filme comercializado sob a marca Diamanto introduz um polietileno sob medida para envoltório de balas da fabricante Toffano

18 VITRINE ATACADISTA TATENO menos ovos, mais bombons

Uma das pioneiras no formato mix de atacado e varejo de doces na capital, a rede da zona sul paulistana comprova a desaceleração nas vendas de ovos de chocolate e o avanço na demanda de tabletes e bombons na Páscoa 2014

22 FEIRA APAS inspiração na Copa do Mundo

A aproximação dos jogos do mundial de futebol transforma o palco da maior feira do setor supermercadista brasileiro em campo de testes para os lançamentos da ala doceira que irão contrabalançar as vendas no segundo tempo de 2014

SEÇÕES06 MIX a Ferrero investe R$ 200 milhões na ampliação de sua unidade em Minas Gerais, entre outros destaques12 CONSULTORES a análise de especialistas dos mercados de açúcar e cacau 16 INSUMOS a Tate&Lyle desenvolve tecnologia para substituir o sal sem alterar o sabor das guloseimas32 DESTAQUE enquete exclusiva apura opinião do trade sobre vendas de gomas de mascar para adultos34 GIRO os lançamentos que enfeitam as prateleiras do atacado distribuidor doceiro38 SAÚDE e BEM-ESTAR especialista em nutrição estabelece a dose certa para o consumo saudável de chocolate

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Sumário

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MIX

AFerrero Rocher anunciou em abril o investimento de R$ 200 milhões na ampliação de sua fábrica em

Poços de Caldas (MG). Segundo a em-presa, esse é o maior aporte feito no país, desde a inauguração da unida-de há 20 anos, e a maior injeção de recursos programada para 2014 em suas subsidiárias pelo mundo. O inves-timento vai permitir à empresa produ-zir os chocolates Kinder, deixando de importá-los da Itália, além da pastilha Tic-Tac, também prevista para iniciar a produção no país, informa Carlos Magan, diretor-geral da companhia no Brasil e países do Cone Sul. Até hoje, somente a pasta de avelã Nutella e o bombom Ferrero Rocher eram produ-zidos na fábrica mineira. No limite de

sua capacidade, a produção de Nutella vai dobrar, saltando para 10 milhões de quilos. Com relação ao ao bombom, carro-chefe da marca, a mudança será sobretudo na qualidade. “A linha Rocher passará a ter uma melhora que estará em linha com a sua produção na Itália”, sublinha Magan. Além da duplicação da fábrica, ele anuncia a construção de um centro de distribuição no mesmo local.

A Ferrero cresce cerca de 15% ao ano no Brasil e a expectativa é dobrar a cifra nos próximos cinco anos, prevê o executivo. “A ampliação permitirá a concentração da produção local, que pretendemos passar de 50 para 100 to-neladas”, pontua o diretor, enfatizando o compromisso da fábrica com a econo-mia local. “As obras terminam em abril

e a subsidiária brasileira empregará mais 100 trabalhadores diretos e 300 indiretos, além dos 1.000 funcionários que já fazem parte dela”, assinala. Po-ços de Caldas atende ao mercado do Brasil e de países da América do Sul.

INVESTIMENTO

produção Em dobro

PROMOÇÃO

bis dE ouro

Campeã de giro do portfólio da Mondelez, a marca de choco-lates Bis banca uma ação que

visa surpreender e estimular a par-ticipação dos seus milhares de fãs. Trata-se da promoção Em Busca do Bis de Ouro. Desenvolvida em par-ceria com a agência Bullet, a ação reforça a personalidade irreverente e divertida da marca. Para o disparo da campanha , a grife entra na TV aber-ta com peças bem humoradas, assi-nadas pela Wieden+Kennedy, em seu

primeiro trabalho para Bis. Dividida em duas fases, ela dará aos partici-pantes a oportunidade de concorrer a milhares de prêmios de até R$ 400, além de disputar o valor maior de R$ 1 milhão de uma maneira surpreen-dente, antecipa Fernanda Pincherle, gerente de marketing de Bis. Para concorrer, informa ela, basta torcer para achar um Bis dourado nas ban-dejas de Bis ao leite, Laka e Yogo. O sortudo que encontrar preenche o ca-dastro no hotsite (www.embuscado-bisdeouro.com.br), informa o código promocional impresso no cartão que estará dentro da embalagem e, na se-quência, descobre o valor do prêmio, que pode ser de R$ 100, R$ 200 ou R$ 400. Com a embalagem premiada, o consumidor terá a oportunidade de participar da segunda fase da promo-ção e disputar o prêmio maior. Para

isso, terá de responder ao quiz, dispo-nível no site após o cadastro, e à per-gunta “Se vale tudo pelo Bis de ouro, o que você faria para conquistar R$ 1 milhão?”. Serão os dois primeiros testes para a marca detectar quem, de fato, faria tudo pelo prêmio. As respostas enviadas serão analisadas por uma banca julgadora, e as dez mais criativas, que atingirem o maior nível no “sacanômetro”, irão ganhar R$ 500 e o passaporte para participar do desafio final valendo R$ 1 milhão, em 15 de junho, no palco do progra-ma Pânico na Band. “A promoção tem tudo para ser um sucesso. Além de uma mecânica divertida, reforça o posicionamento e a personalidade da marca tanto no conceito, quanto na comunicação. Se Bis já é uma marca que ninguém resiste, imagina um Bis de ouro”, assinala Fernanda.

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Sob a coordenação da pesquisa-dora Marise Bonifácio Queiroz, o Cereal Chocotec – Centro de

Tecnologia de Cereais e Chocolate, do Ital (Instituto de Tecnologia de Alimen-tos), realizou um estudo para avaliar e estabelecer procedimentos para a produção de balas de goma com adição de duas frutas do cerrado: o araçá-boi (Eugenia stipitata) e o mu-rici (Byrsonima crossifolia). Segundo a especialista, é crescente o interesse da indústria de confectionery por de-senvolvimentos com adição de frutas. “O consumidor deseja sentir o sabor da fruta e, dentro dessa tendência, o uso de extratos de frutas e vegetais e de polpa de frutas pode atender as demandas do mercado nacional e do exterior, com o emprego de variedades genuinamente brasileiras”, sublinha ela. Pesquisadores da Universidade de Lavras (MG), acrescenta Marise, vêm desenvolvendo projetos com o objeti-vo de popularizar as frutas do cerrado, enfatizando seu potencial sensorial, nutricional e funcional. Alternativas de agregação de valor são fundamentais

para se garantir a oferta das frutas ao longo de todo o ano, seja na forma in natura, de polpa congelada, doces, ge-léias, compotas, sorvetes e bebidas. “O potencial de comercialização dos fru-tos do cerrado, in natura ou processa-dos, no Brasil e exterior, é enorme, em razão especialmente de seus aromas e sabores agradáveis e exóticos”, assi-nala a pesquisadora.

As balas de goma são uma classe de confeitos de baixa cocção e alto conteúdo de umidade, cuja textura é fornecida pelo agente geleificante utilizado, podendo ser goma arábica, ágar, gelatina e pectina, entre outros. No estudo do Cereal Chocotec, as ba-las foram estruturadas com gelatina e adicionadas de colágeno hidrolisado.

As frutas foram caracterizadas quanto à umidade, cinzas, lipídeos, proteína, sólidos solúveis, acidez titulável e pH. Realizou-se também uma análise sen-sorial qualitativa de forma a levantar os principais atributos das frutas (cor, aro-ma e sabor). As balas produzidas com a adição de murici e araçá-boi foram submetidas a uma análise sensorial de aceitação de consumidor e intenção de compra. O teste foi conduzido com 52 provadores não treinados. As balas de goma adicionadas, em média, de 35 % a 50 % de polpa de araçá-boi e murici obtiveram uma boa aceitação senso-rial para os quatro atributos avaliados (cor, sabor, textura e impressão global), não tendo sido adicionadas de coran-tes, aromas ou ácidos. Apesar do pou-co conhecimento das frutas por parte dos provadores, o sabor de ambas agradou. O estudo contou ainda com a colaboração das pesquisadoras Ro-seane Aline Azevedo, Thais Hernandes, Ana Lúcia Fadini e Lidiane Bataglia da Silva, podendo ser conferido na íntegra no site de Doce Revista (www.docere-vista.com.br).

EM NOSSO SITE

sabor do cErrado

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ENTREVISTA

brasil com fritasPepsiCo aposta na marca Lay’s para elevar o consumo per capita de batata chips no país

Há 13 anos ausente das gôndolas brasileiras, a batata frita Lay’s foi reintegrada ao portfólio local da

PepsiCo no início de 2014. Maior marca da companhia no mundo, com vendas anuais de US$ 12 bilhões, o snack é o maior investimento da sua divisão de alimentos previsto este ano para o país. Segundo a empresa, a ala brasileira de aperitivos salgados cresceu cerca de 3% em volume e 10% em faturamento no ano passado. Para 2014, projeta-se um aumento de até 15% no volume de vendas antes e durante a Copa, sendo o comportamento do giro no segundo semestre ainda imprevisível. A deman-da brasileira de batata chips é relati-vamente pequena se comparada a de outros países, com um consumo per capita de apenas180g/ano (contra 280g, na Argentina e 2,37 quilos, nos EUA). O segmento, no entanto, movimenta cerca de R$ 1 bilhão anuais, algo em torno de 25% do mercado total de snacks. Pro-jeções dão conta de que esse patamar deve avançar para 50% nos próximos cinco anos. E a batata Lay’s pode ser a chave para esse salto, ocupando um es-paço próximo de Ruffles, carro-chefe da companhia no Brasil e seu maior fatura-mento, com fatia de 60% da categoria, repassa Gonzalo do Pico, diretor de ma-rketing de snacks da PepsiCo Brasil. No posto desde novembro de 2011, o exe-cutivo atuou como líder da categoria das marcas Lucky, Fofura e Torcida, reunindo 15 anos de experiência em marketing em diferentes companhias de consumo massivo da Argentina, Venezuela, Co-lômbia, Equador e Peru. Desde março do ano passado é responsável pelas mar-cas da categoria de snacks da PepsiCo

e, antes de ingressar na companhia, integrou a equipe global da Mondelez, comandando a estratégia de inovação para biscoitos salgados. Nesta entrevista exclusiva à Doce Revista (DR), Gonzalo do Pico detalha sua atuação à frente do setor de snacks da empresa número um da categoria no país. DR – Há alguns anos a PepsiCo anunciou mudanças nas linhas de salgadinhos para torná-las mais saudáveis. O quanto já se avançou nas propostas?

Pico – Oferecemos aos nossos con-sumidores uma ampla variedade de ali-mentos e bebidas, para ofertar opções de escolha e para acompanhá-los nos diversos momentos do dia, seguindo e até mesmo antecipando as tendências do mercado. Temos avanços significati-vos neste sentido. Em relação ao sódio, por exemplo, reduzimos esse compo-nente em vários itens de nosso portfólio: em Fandangos, a redução de 30% ocor-reu em 2010. Em Cheetos, a redução foi de 25%, em 2011. Doritos também teve redução de 30% de sódio em 2012. Além disso, desde 2011 a PepsiCo é signatá-ria de acordo entre a Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) e o Ministério da Saúde para reduzir pro-gressivamente os níveis de sódio em salgadinhos e biscoitos.

Já com relação à gordura, em 1999 a companhia foi uma das primeiras em-presas a retirar a gordura trans de seus produtos, eliminando o seu uso em toda a linha de snacks. Também reduzimos o teor de gordura saturada de diversos produtos. A partir da substituição do óleo de palma pelo óleo Hoso (High Oleic Sun-flower Oil/óleo de girassol especial, com alto teor de gordura insaturada), foi pos-

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sível diminuir em 25% o teor de gordura saturada em Cheetos, por exemplo. O mesmo óleo é utilizado para a produção de Fandangos, eQlibri e Sensações.DR – Há alguns anos a companhia incorporou a operação da Lucky. Os próximos alvos são as indústrias de snacks não convencionais, a exemplo de salgadinhos naturais/integrais/orgânicos?

Pico – O mercado brasileiro é sufi-cientemente grande e comporta vários players no segmento de snacks. Com a aquisição da Lucky, conseguimos am-pliar as opções da marca aos consumi-dores, nos aproximando ainda mais das classes C/D e E. A empresa está sempre monitorando o mercado, antecipando tendências e checando oportunidades. No entanto, por política da companhia não comentamos estratégias futuras.DR –Como analisa a importância das redes sociais na divulgação das marcas?

Pico – Manter marcas fortes no mer-cado por 60 anos requer investimento em criatividade, em ações que surpreen-dam e em campanhas inovadoras. Nos-so desafio é mostrar essência, tradição, relevância e qualidade. Estamos sempre atentos às tendências, sejam online ou offline, e contamos com uma equipe ino-vadora e talentosa. Especificamente so-bre ações de marketing digital, diversos consumidores de nossas marcas estão

nas redes sociais. Eles estão conectados e é lá que devemos estar também, por isso, é um meio que não só considera-mos importante, mas estamos inves-tindo com diversas marcas. Toddy, por exemplo, vem priorizando nesse meio. Como resultado, somente em 2013 a marca multiplicou em mais de seis vezes o número de seguidores de sua página no Facebook, que hoje conta com quase dois milhões de fãs e possui um enga-jamento acima da média no segmento. Além disso, temos na PepsiCo uma área de mídia que tem essa expertise dos meios e ferramentas, e nos ajuda muito para garantirmos que estamos nos apro-ximando do target das nossas marcas da maneira correta.DR – Há alguma experiência que deseje lembrar?

Pico – Temos diversos cases nessa área já há bastante tempo. Em 2010, por exemplo, investimos em ações como a plataforma online Snack Life, em que os

GONzALO DO PICO AçõES COM LAY’S GANHAM O BRASIL EM 2014.

www.docerevista.com.br 9Abril 2014 Doce Revista

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fãs de snacks eram convidados a intera-gir e discutir sobre os produtos e temas relacionados a esse segmento de merca-do; e o Teen Panel, em que um grupo de jovens era selecionado pela companhia para participar de pesquisas com o obje-tivo de testar e experimentar novidades. Várias de nossas marcas apostam forte-mente nesse segmento, como é o caso de Doritos – uma das marcas da PepsiCo que mais preza por inovação e por ações inusitadas, como o novo posicionamen-to da marca “Para os Fortes”, voltado ao público jovem e irreverente, e o lan-çamento de “Doritos Roleta”, com pro-moção em parceria inédita com o UFC. Ruffles, em 2011, fez uma promoção inovadora, intitulada “Ruffles Faça-me um Sabor”, em que os consumidores fo-ram convidados a sugerir novos sabores para a linha de snacks, incluindo nome, ingredientes e imagem do que tinha ins-pirado a novidade. A primeira fase che-gou a três sabores: Ruffles Strogonuffles, Honey MoonStard e Yakissobaaa. Ruffles Strogonuffles foi escolhido e o consu-midor que o sugeriu recebeu a quantia de R$ 50 mil, além de 1% do valor das vendas líquidas do novo produto. Saindo do setor de snacks, a atuação das vacas de Toddy na web trouxe importante cres-cimento de presença da marca no meio digital. Como resultado disso, em 2013 a marca apostou na primeira campanha totalmente online, que convidou web celebridades para estrelar vídeos com liberdade criativa e alcançou 4,5 milhões de views na internet no primeiro mês.DR – Recentemente, a companhia introduziu mudanças nos tamanhos das porções. Como foram feitas essas alterações?

Pico – A PepsiCo se preocupa em garantir escolha e informação ao con-sumidor. As linhas de snacks da PepsiCo trazem, na frente do rótulo, a imagem de “mãozinhas” que indicam ao consumi-dor para quantas pessoas a porção de cada tamanho de pacote é indicada, de forma simples e divertida.

DR – Como foi o projeto da reintrodução da batata Lay´s?

Pico – Com 75 anos no mercado, Lay´s já está presente em mais de 60 países, nos quais conquistou seu es-paço no mercado de snacks. Hoje é considerada líder dentro do segmento de macrosnacks, além de ser a maior marca de alimentos do mundo, segun-do levantamento feito pela Euromonitor International. Está entre as dez marcas mais presentes na vida dos consumido-res (dentre todas as marcas de todas as categorias), segundo levantamento feito pela Brand Footprint Kantar World Pannel 2013. No Brasil, nos últimos anos, Lay´s foi o produto mais pedido no nosso Ser-viço de Atendimento aos Consumidores. E hoje, depois de desenvolvermos o segmento de snacks para adultos com Sensações, eQlibri e outras iniciativas, fortalecendo e trazendo importantes ino-vações, sentimos que esse era o melhor momento para o retorno da marca ao Brasil. Não abrimos investimentos, mas asseguramos que o lançamento de Lay´s no Brasil é o principal investimento da PepsiCo em 2013 e também em 2014. Trazer Lay´s para o país não é apenas investir em uma unidade fabril. Existe uma grande estratégia por trás desse lançamento. Como resultado, podemos

dizer que a receptividade do mercado tem sido muito boa.DR – O que poderia adiantar para este ano?

Pico – Para 2014, temos previstas diversas ações que continuarão aconte-cendo para promover a marca e realizar uma grande entrada em outras praças brasileiras, além de São Paulo e Rio de Janeiro, onde a batata já está sendo co-mercializada desde o final do ano pas-sado. Entre as ações para reforçar essa chegada, acabamos de lançar a primeira campanha de Lay’s no Brasil que, com linguagem bem humorada, brinca com o fato de a batata ter demorado a chegar ao país. Logo no primeiro dia de lança-mento, um domingo, o filme teve uma maratona de exibições nos principais programas dos canais de TV aberta. DR – A PepsiCo divulgou relatório onde assinala que a companhia cresceu “um dígito médio” em volume no Brasil. Qual é o significado dessa referência?

Pico – Em sua divulgação global de resultados do primeiro trimestre 2014, a companhia anunciou alta de 4% em sua receita e manteve sua projeção de crescimento para o ano, com expectativa de aumento de receita orgânica em tor-no de 5% (um dígito médio). Porém, por política da empresa, não comentamos resultados financeiros. •

ENTREVISTA

UNIDADE DA PEPSICO EM ITU FOCO NA PRODUçãO DE RUFFLES, CARRO-CHEFE COM 60% DAS VENDAS DE BATATAS CHIPS DO PAíS.

Doce Revista Abril 201410 www.docerevista.com.br

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Os mercados de cacau com-pletaram em abril seu ter-ceiro mês consecutivo de

inércia total. Os preços continua-ram patinando sem sair do lugar e as cotações de fechamento do contrato de julho/2014 na Bolsa de Nova York, que passou a ser a referência para os negócios fí-sicos, praticamente não saíram da faixa entre US$ 2.900 e US$

3.000 desde o início de fevereiro. A exemplo do mês anterior, os grandes fundos especulativos ainda fizeram várias tenta-tivas de forçar uma continuação da alta dos preços, mas não conseguiram sustentar os avanços.

A frustração das tentativas de alta se explica pelo quadro da conjuntura fundamental, que perdeu todo viés altista e está as-sumindo feições moderadamente baixistas, pelo menos no curto e médio prazos. As entradas de cacau dos dois principais produ-tores mundiais, Costa do Marfim e Gana, estão 10-15% acima dos volumes do ano passado e tudo indica que a produção mar-finiana no ano-safra de 2013/2014, que termina em setembro, marcará um novo recorde histórico ao superar 1,6 milhões de to-neladas (t). As moagens de cacau no primeiro trimestre de 2014 dos principais centros consumidores decepcionaram. Contra-riando as expectativas de um aumento da ordem de 3-5%, elas só cresceram ínfimo 0,4% na Europa e também modesto 1,03% na América do Norte. Ásia e Brasil tiveram desempenho melhor com taxas de expansão de 3,69% e 5,74%, respectivamente, mas o aumento da soma conjunta dessas quatro regiões, que representam mais de 60% das moagens mundiais, não passou de 1,17%. Com isso, as previsões de déficit da safra 2013/2014, que dois meses atrás ainda giravam em torno de 100-150 mil t, ficaram reduzidas a poucas dezenas de milhares de toneladas e já se admite a possibilidade de um equilíbrio entre produção e moagens ou mesmo um pequeno superávit.

Thomas Hartmann é cacauicultor, analista do mercado internacional de cacau e titular da

TH Consultoria e Estudos de Mercado.

Diante desse cenário, os grandes fundos especulativos, cujas posições compradas têm dado sustentação ao merca-do desde o ano passado, começam a mostrar sinais de fadiga e de estresse. Vários deles já iniciaram programas ordenados de redução das suas posições, vendendo com cautela quanti-dades controladas que, por enquanto, vêm sendo absorvidas pela indústria consumidora e não têm exercido pressão sobre os preços. Entretanto, além desse panorama fundamental, o cenário técnico também está assumindo crescente viés bai-xista, situação que pode induzir ao aumento do ritmo dessas liquidações e resultar numa correção para baixo dos preços de maior envergadura.

Os ratios dos produtos de cacau permaneceram estáveis du-rante a maior parte do mês, mas registraram melhoras perto do seu final. O ratio da manteiga de cacau no mercado spot norte--americano avançou de 2,66 x Bolsa de Nova York para 2,68, o ratio do pó de cacau 10/12 aumentou de 0,71 para 0,73 e o do liquor de cacau passou de 1,50 para 1,51. •

inércia total

Thomas Hartmann

Cacau

Consultores

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A JOB Economia há 20 anos vem realizando esse trabalho de monitorar o mercado de açúcar sempre com o objetivo principal de antecipar movimentos de mercado para um posicionamento correto nas estratégias empresariais de seus clientes, contribuindo assim para melhorar os resultados dos seus negócios.

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O mercado internacional de açúcar apresentou em abril uma maior volatili-

dade de preços. As incertezas com relação ao tamanho da sa-fra 2014/2015, no Centro-Sul do Brasil (maior região produtora do país), influenciaram diretamente os preços ao longo do mês.

Do lado baixista, a boa oferta de curto prazo contribuiu para o

movimento de queda, particularmente na primeira quinzena do mês. Já os movimentos de alta foram influenciados pelo notici-ário relacionado à possibilidade da ocorrência do fenômeno El Niño, no segundo trimestre do ano, podendo afetar a safra do Centro-Sul na primavera. Além disso, a posição líquida compra-da dos fundos de investimentos, no mercado de futuros, contri-buiu para reforçar um sentimento de alta para preços.

O gráfico seguinte mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara ao longo do mês de abril, até o dia 29, na Bolsa de Nova York, tomando como base o vencimento de maio/2014.

Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente da JOB Economia e Planejamento

açúcar da safra 2014/2015, que se inicia no Centro-Sul. Mesmo diante de uma oferta ainda pequena da nova safra, os preços continuaram apresentando viés de baixa. A postura do cliente, de comprar apenas o necessário para o giro do seu negócio, e a oferta de produto remanescente da safra anterior, explicam o movimento de preços atual.

O gráfico seguinte apresenta os preços médios semanais nego-ciados em São Paulo apurados pelo índice JOB Economia de preços.

VolatilidadE alta

Ronaldo Lima Santana

Açúcar

No mercado interno os preços do açúcar (cor até 250 ICUM-SA) sinalizaram queda.

As chuvas ocorridas em abril prejudicaram a produção de

A safra 2014/2015 está se iniciando no Centro-Sul e as in-certezas relacionadas ao mix de produção, tamanho da safra, clima, exportações, entre outras variáveis importantes para definição dos preços, existem e requerem um monitoramento constante do mercado. •

www.docerevista.com.br 13Abril 2014 Doce Revista

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VitrinE dE plásticoDow e Plaszom desenvolvem solução para envoltório de balas da Toffano

Insumos

De olho no mercado de balas e go-mas de mascar, que movimenta acima de R$ 10 bilhões anuais, a

Dow e a Plaszom criaram uma embala-gem utilizando o filme Diamanto. Enquan-to a primeira fornece a matéria-prima à base de polietileno, a indústria Plaszom se encarrega de transformar o material em envoltório plástico para a grife de ba-las Toffano. “A embalagem confere boa transparência e apresenta menor custo de produção, principalmente em grandes volumes, boa resistência e selagem”, ar-gumenta Carlos Alberto Araujo, gerente industrial da Plaszom. Charly Eid, gerente de marketing para Food & Specialty Pa-ckaging da Dow na América Latina, deta-lha em entrevista o impacto dessa tecno-logia no mercado de candies. DR – Em que Diamanto se diferencia das soluções em embalagens para o setor de balas?

Eid – Consiste em um filme de polieti-leno. Ele se diferencia por conseguir aliar rigidez, transparência e alto desempenho de selagem, algo inédito no gênero.DR – Em quais aspectos ele sobres-sai nas embalagens para balas?

Eid – É uma boa opção para envol-tórios de balas, pois entrega as proprie-dades requeridas. Entre suas principais vantagens estão a transparência e rigidez, fora a baixa temperatura de iniciação de selagem. Diamanto exibe ainda alta ca-pacidade de customizar o desempenho da selagem, incluindo abertura fácil, e a possibilidade de redução de espessura se comparado com filmes de polipropileno ou convencionais de polietileno. DR – Alguma vantagem no quesito espessura?

Eid – Com o uso de filmes Diamanto, é possível produzir pacotes de balas com

espessura até 15% inferiores, o que au-menta a competitividade do produtor de balas. Em termos práticos, pode-se men-surar que em média a cada 10 pacotes é possível ganhar um ou dois com o mate-rial. Diamanto é uma alternativa passível de ser utilizada sem custo adicional em maquinário, sendo ainda possível aumen-tar ou, no mínimo, manter o ritmo de pro-dução. DR – Desde quando a novidade está disponível?

Eid – A Plaszom está fornecendo fil-mes para pacotes de balas com Diamanto há pelo menos três meses. O usuário pio-neiro é a Toffano, de Jaú (SP). Diamanto também possui alta barreira contra umi-dade.DR – Qual o significado do desenvol-vimento para os negócios da Dow?

Eid – Com a chegada do Diamanto, a Dow passa a atuar em novo de mercado para concorrer com polipropileno (ma-terial mais comum em embalagens de balas e candies) em diversos segmentos, trazendo benefícios do polietileno, como a excelente selagem. DR – Quais foram os principais desafios desse projeto?

Eid – Primeiro, promover economia com a produção, em grande escala, de embalagens flexíveis com alta transpa-rência e rigidez, oferecendo um material com as propriedades que o produto preci-sa, ou seja, além de boa selagem. Outro: não adicionar custo adicional em maqui-nário; aumentar ou, no mínimo, manter o ritmo de produção da fábrica; desenvolver uma solução que beneficiasse toda a ca-deia e um filme de polietileno para con-correr em um território que hoje é, princi-palmente, de filmes de polipropileno. DR – Como foi a parceria com a Plaszom?

Eid – A Dow e a Plaszom identificaram que Diamanto, filme transparente rígido com brilho, poderia substituir o tradicio-nal laminado composto por polipropileno e polietileno gerando mais economia por ser um monomaterial mais fino, leve, com as propriedades exigidas no caso, fora ser de mais fácil reciclabilidade. Diaman-to solucionou dificuldades aferidas com outros materiais em relação à rigidez e solda. Com essa tecnologia, tivemos au-mento na rigidez característica do produ-to, e selagem melhor e em menor tempo proporcionada pela baixa temperatura de iniciação desse processo. •

Embalagem

Doce Revista Abril 201414 www.docerevista.com.br

EID PACOTES DE BALAS COM ESPESSURA ATÉ 15% INFERIORES.

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mEnos sal com saborTate&Lyle assume a pole na corrida para reduzir os teores de sódio nos alimentos

Insumos

Ingredientes

Benefícios à saúde em alimentos industrializados ficaram por mui-tos anos restritos à ação voluntá-

ria e exclusiva dos próprios fabricantes. Mas com a tendência de saúde e bem--estar evoluindo para uma grande onda, tais estímulos ganharam o reforço de organismos internacionais e a pressão dos consumidores por uma oferta de itens mais saudáveis. A receptividade a mais mudanças nesse rumo coinci-diu no início da década atual com ini-ciativa do Ministério da Saúde (MS) e da indústria brasileira de mitigar os teores de açúcar, gordura e sódio nos produ-tos. Responsáveis diretos por agravar quadros de obesidade e diabetes, os dois primeiros insumos foram os alvos iniciais dessa campanha. Já o sal de co-zinha ficou em segundo plano, inclusive, por dificuldades técnicas para se reduzir os teores do ingrediente, sem prejudicar o sabor de guloseimas como biscoitos e snacks. Lançado globalmente em 2012, o ingrediente Soda-Lo, da corporação Tate&Lyle, se apresenta como solução para esse problema. “No Brasil, ele é disponibilizado desde outubro passado para o mercado B2B em uma ampla gama de alimentos, tais como produtos de panificação, empanados e snacks salgados”, informa Daniel Severo, dire-tor de serviços técnicos e aplicações da Tate & Lyle.

Também conhecido como sal micro-esferas, complementa o executivo, Soda--Lo incorpora uma tecnologia patenteada que reduz o conteúdo de sal e sódio dos alimentos. Com know-how licenciado pela Tate&Lyle da Eminate Ltd, uma sub-sidiária integral da Universidade de Not-tinghan, do Reino Unido, para comercia-lização mundial, o ingrediente apresenta

sabor, rotulagem e funções similares às do sal. “Já que ele é sal”, assinala Seve-ro. Sob o acordo de licença, a Tate & Lyle assumiu a responsabilidade de comer-cialização da tecnologia para redução de sal Soda-Lo em âmbito global, incluindo a manufatura, desenvolvimento do pro-duto, vendas e ações de marketing nos EUA, Japão, Brasil, Argentina e países da Europa, informa o diretor.

Microesferas ocasPela boa receptividade do mercado

doméstico ao sal microesferas, ele já foi testado e mostrou boa aplicabilidade em uma grande variedade de alimentos, funcionando muito bem em aplicações que tenham pouca atividade líquida, co-menta Severo. “Também vai bem em de-senvolvimentos que incorporem alguma quantidade de gordura, pois ela proteje as microesferas, mantendo as partículas intactas no processamento, fazendo com que o consumidor consiga sentir o sabor salgado”, explica o especialista.

Formado por pequenos cristais de densidade reduzida, o sal microesferas tem apresentação em pó e sua dosagem depende do produto a ser utilizado, ele completa. “O Soda-Lo utiliza uma tecno-

logia que transforma os cristais de sal co-muns em microesferas cristalinas ocas. Estes pequenos cristais de densidade mí-nima entregam o sabor salgado de forma eficiente em uma quantidade reduzida de produto, já que maximizam a superfície relativa do volume utilizado”, detalha Se-vero. Com a sua utilização, prossegue ele, os fabricantes de alimentos, como biscoi-tos salgados e snacks, podem reduzir os níveis de sódio a partir de 25% até 50%, sem comprometer o sabor. Isso torna possível desfrutar o sabor do sal consu-mindo menores quantidades de sódio. Como é elaborado a partir de sal, Soda--Lo não apresenta nenhum sabor residu-al amargo ou aromas característicos de outros compostos salinos ou substitutos do sal. “Apesar dos defensores da saúde pública sempre alertarem sobre a neces-sidade de redução mundial do consumo de sal, estudos mostram que os consu-midores associam os produtos redutores de sódio com sabor ruim”, afirma Severo. Para ele, contar com uma alternativa que reduz o sal e corresponde às expectati-vas de sabor do consumidor é o primei-ro passo no sentido de romper barreiras para que as pessoas reduzam o consumo do sódio. •

SEvERO REDUçãO DE SóDIO ATÉ 50%, SEM COMPROMETER O SABOR DO ALIMENTO.

SODA-LO TECNOLOGIA DE MICROESFERAS ASSEGURA SABOR SALGADO COM MENOR TEOR DE SóDIO.

Doce Revista Abril 201416 www.docerevista.com.br

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Vitrine Atacadista

oVos a mEnos Tateno confirma vendas em alta de tabletes e bombons na semana da Páscoa

Uma das pioneiras no formato mix de atacado e varejo e termômetro do comércio de doces na capital

paulista, a Tateno confirma a desacelera-ção geral no giro da campanha de Páscoa deste ano. Segundo monitoramento da Serasa Experian, as vendas do setor du-rante a semana de 14 a 20 de abril pi-saram no freio, com alta de apenas 1,6% sobre período equivalente de 2013. Na semana pascal do ano passado, que caiu entre os dias 25 e 31 de março, as com-pras registraram crescimento de 5,6% na comparação com o ano anterior, confron-ta a empresa de informações de crédito. “A circulação de pessoas na loja na se-manda de Páscoa normalmente dobra, mas neste ano ela chegou a apenas 45% a mais e, com isso, o total das compras também ficou contingenciado”, observa Francisco Martins, gerente do atacado doceiro estabelecido na zona sul, atual-mente responsável pela área de compras da rede. Ele informa que o movimento diário na matriz, com área de venda de 1.000 metros quadrados, oscila em torno de 800 pessoas, ultrapassando a faixa de 1.500 em datas sazonais como a Páscoa.

Outra constatação da campanha des-te ano foi a alta demanda de bombons e

tabletes, abocanhando parte das vendas de ovos de chocolate. “Já era uma ten-dência que vinha se acentuando e se mostrou vigorosa, principalmente na ala de bombons, pois zeramos os estoques, colocando cerca de 1.000 caixas na se-mana da data”, contabiliza o gerente. Mui-to provavelmente por conta do preço mais salgado dos ovos de chocolate – 7,2% mais caros em relação ao ano passado, segundo a Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) – , as versões re-gulares do produto subiram no conceito e preferência do consumidor. Pente-fino do Instituto Brasileiro de Estatística da Funda-ção Getulio vargas (Ibre-FGv) apurou que o preço de bombons e tabletes de cho-colate aumentou apenas 1,16%, nos 108

estabelecimentos pesquisados em 17 municípios do estado de São Paulo.

“Também percebemos uma queda na demanda de cobertura ou de barras de chocolate para fabricação artesanal, que já foi muito mais intensa no passado”, nota Martins. Para ele, esse movimento tem a ver com o cerco ao comércio informal de chocolate artesanal, inibido pela ação das autoridades. “Já chegamos a vender 20 toneladas de cobertura e compound para pequenos fabricantes, mas esse volume caiu 70% e hoje é puxado por donas de casa que fazem produto para consumo próprio”, comenta ele. Noves fora, a Pás-coa 2014 não foi ruim, mas também não superou as expectativas, com a eventual queda no giro de ovos de chocolate e bar-ras de cobertura equilibrada pelas vendas de tabletes e bombons, conclui o gerente da Tateno.

Frente de negócioNa ativa há 47 anos com duas lojas no

bairro da Saúde, a Tateno nasceu no for-mato tradicional de atacado de balcão de-rivado de uma banca de doces e biscoitos mantida pela família de origem japonesa em feiras livres da região, relata Martins. Inicialmente, ela ocupou um sobrado com

MARTINS DECRÉSCIMO NO GIRO DE OVOS COMPENSADO POR CAIxAS DE BOMBONS.

Doce Revista Abril 201418 www.docerevista.com.br

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25 metros quadrados de área de venda. A adesão ao formato de atacado de au-tosserviço (cash and carry) foi uma de-corrência natural gerada pela demanda da população do bairro. Ao perceber que o figurino do comércio inibia a compra picada, pois a clientela achava que devia comprar apenas em grandes quantida-des, quando, na realidade, inexistia pe-dido mínimo, os dirigentes trataram de mudar o perfil da loja. Foi quando os cai-xões de embarque dispostos em estrados foram substituídos por prateleiras e gôn-dolas, típicas do varejo de autosserviço. A instalação dos checkouts, hoje em torno de duas dezenas somando as duas lojas, abriu ao balcão atacadista uma nova fren-te negócio, quando ainda nem se cogita-va o termo atacarejo (misto de atacado e varejo), consagrado nos útimos anos no país. A rede totaliza hoje 2.000 metros de área de venda e 3.000 metros quadrados de depósito. Opera com cerca de 25.000 itens, sendo 40% do portfólio preenchido

por linhas de chocolates e confeitos do-ces, repassa Martins.

Se as vendas de chocolate sinalizam desaceleração, após terem explodido nos últimos 4-5 anos, confirma o gerente da Tateno, a demanda de candies em geral segue estabilizada pelo menos nos últi-mos dez anos. Para Martins, uma parce-la da responsabildade por essa conjun-tura é da própria indústria que, tirando as exceções, tem se esforçado muito pouco para injetar ânimo às vendas no atacado. Ele exemplifica com as parce-rias frequentes que a rede fecha com fornecedores como Nestlé, Hershey’s e Montevérgine, na ala chocolateira. “Eles trabalham forte com equipes frequentes de promotores na loja e fazem promo-ções atraentes, além de bonificar ações para assegurar o preço final de venda, fazendo os produtos girarem” , avalia o atacadista. Já o reduto de balas, chicles e derivados, no máximo, envia promotores (“apenas um de cada empresa”) para as

lojas da Tateno. Apesar do declínio nos últimos anos, as prateleiras de doces ain-da abocanham 50% do faturamento da rede, hoje em dia cada vez mais recepti-va a outras categorias de produtos, entre as quais sobressai a de itens de higiene e limpeza. “É a demanda que comanda o mix das lojas”, assinala Martins, desta-cando a recente instalação de padaria e estação de frios nas duas unidades.

Com frota de cinco veículos, a Ta-teno atende todos os bairros da zona sul da capital, a partir de vendas por telemarketing, que atualmente respon-dem por 35% do faturamento, ficando os restantes 65% a cargo do autosser-viço, reporta o gerente. O último balanço cravou crescimento na faixa de 4-5% e, apesar de não ter ficado no vermelho, foi considerado apenas regular. “As vendas seguem estáveis. Não temos conseguido atingir o avanço verificado no passado de até 10% ao ano, que era tido como nor-mal”, argumenta Martins. •

www.docerevista.com.br 19Abril 2014 Doce Revista

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Feira

VarEjo Entra Em campoÀs vésperas da Copa do Mundo, feira da Apas comemora a 30.ª edição com temática da confiança em time campeão

Ainda bafejada pelo fortalecimen-to no poder de compra dos bra-sileiros, a indústria alimentícia,

inclusa a ala de doces e guloseimas, continua em evidência no balanço do varejo. O cenário positivo transparece no faturamento da rede supermerca-dista nacional, que em 2013 registrou R$ 288,6 bilhões e alta de 9% sobre o resultado anterior, repassa a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Às vésperas da Copa do Mundo, a torcida pela manutenção desse quadro nos próximos meses inspirou a ala va-rejista na realização do 30.º Congresso e Feira de Negócios em Supermercados (Apas 2014), realizado entre 5 e 8 de maio no Expo Center Norte, em São Paulo (SP). Sob o tema “Confiança – Fundamentos do time campeão”, o evento patrocinado pela Apas (Associa-ção Paulista de Supermercados) visou promover a integração entre consumi-dor, indústria, fornecedor e órgãos go-vernamentais.

Para essa edição da feira, repas-sa João Galassi, presidente da Apas, a expectativa de público rondava 68 mil

visitantes entre empresários do setor de supermercados e executivos do va-rejo doméstico e do exterior. Além das grandes marcas que, fora do reduto de candies, operam com diversas outras categorias, o setor de confeitos (con-fectionery) comparece com mais de duas dezenas de empresas, entre as quais cintilam grifes como Dori, Docile, Santa Helena, Parati, Pietrobon e Riclan, inserindo dessa vez lançamentos inspi-rados na Copa do Mundo.

Visando comemorar as três déca-das de evento, a Apas preparou uma exposição de painéis que assinalam a memória da feira. Esse trabalho desen-volvido a partir de pesquisa e recupe-ração de arquivos que representam os momentos mais marcantes da história do evento ocupa o hall de entrada do recinto da feira. Ao todo, o evento da Apas ocupou 67.000 metros quadrados de área de exposição e abrigou mais de 500 expositores nacionais e internacio-nais, vindos de 51 países. A associação estima terem sido gerados negócios da ordem de R$ 5,5 bilhões.

Em paralelo à mostra de produtos, o

tema Confiança transpareceu de todo o ciclo de conferências realizado durante o Congresso de Gestão em Supermer-cados. Foram 35 palestras de especia-listas a exemplo de Stephen Covey, CEO da consultoria FranklinCovey, e Lynn Marmer, VP da Kroger, quinta maior va-rejista do globo. “Em época de Copa e eleições, o tema não poderia ser mais propício, já que pequenas atitudes po-sitivas, realizadas em equipe, podem construir uma relação de confiança mais duradoura”, ressalta Galassi.

O visitante também teve a oportu-nidade de participar das aulas abertas na Arena do Conhecimento, um ciclo de palestras gratuitas para inscritos na feira interessados em aprofundar conhecimentos nas melhores práticas do mercado. Segundo detalha Galassi, a cada ano a expectativa para o evento só cresce, junto com os expositores, público e oferta de produtos. “A ideia é garantir que todas as faces do setor sejam ouvidas e entendidas para ge-rar um relacionamento de confiança, ajustando estratégias e gerando oti-mismo”, frisa. •

Doce Revista Abril 201422 www.docerevista.com.br

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as bolas da VEz

Confira as surpresas inspiradas em ano de realiza-ção da Copa do Mundo no Brasil, que enfeitam as gôndolas do trade doceiro nos próximos meses

ARCOR O grupo exibiu

todo seu arsenal de guloseimas. Em balas e gomas de mascar sobressa-íram as inovações na linha Butter Toffees, como o for-

mato Doy Packs, ideal para presentear e sugerido nas versões Premium White (capa de chocolate branco) e Premium Dark (capa de chocolate semiamargo). A empresa promoveu também a estreia do licenciamento da grife Hello Kitty no chicle de bola Big Big recheado e em formato de coração, com a personagem estampada nas embalagens. Outra surpresa reservada para a feira foi a caixa de bombons sortidos da marca, com 200g e mix para todos os públicos, além de posicionamento inspirado na Copa. Na cena de biscoitos, a marca Triunfo comparece com as versões Cranberry e Cacau com Cereais na linha Cereal Mix. Para o público teen, a linha breakUP exibiu o sabor pimenta e Danix apresentou o licenciamento Dragão 2 para as crianças.

DOCILE Maior produto-

ra de pastilhas da América Latina, a empresa também carimbou mais uma participação na Apas. E leva orgulho brasi-

leiro para novas embalagens e produtos. O verde e o amarelo agora estampam as apresentações da marca com animações lúdicas, colorindo os seus itens mais consagrados. Não é só a diversidade de um portfólio com mais de 200 itens que a Docile exporta para mais de 50 países. São novas opções de

embalagens e cores, observa Ricardo Heineck, diretor de ma-rketing da Docile, que ganham o verde e o amarelo do coração dos brasileiros. Miny Minty, Dente de Vampiro e Cobrinhas Aze-dinhas agora ganham as cores do Brasil no próprio produto e também nas embalagens. Figuras tradicionais de diversos cantos do país como a baiana, o cangaceiro e o sambista são personagens que estampam as embalagens. O Cristo Reden-tor e um colorido tucano também fazem parte da lúdica arte que homenageia o Brasil e suas vertentes culturais. Quem não poderia ficar de fora desse clima é o mais recente sucesso da Docile: a linha Doci MaxMallows. O produto agora tem sua tex-tura supermacia colorida de verde e amarelo.

DORI

Um mundo má-gico de oportunida-des e alegrias. É as-sim que a empresa apresentou na Apas o conceito Doriland. “Confere um signifi-

cado lúdico ao mundo de emoções e alegrias da identidade da Dori, onde convivem os seus cidadãos. E quem são eles? Somos eu, você e todo público composto por clientes, cola-boradores, fornecedores e amigos”, define Jean Carlos Paiva, gerente de marketing da marca e responsável pela criação da Doriland. A estratégia tem o desafio de, mais uma vez, refor-çar o vínculo afetivo com a marca e seus produtos, através da criação de um mundo repleto de personagens, cores e sabores. A Doriland, acentua o executivo, tem a missão de conduzir as pessoas pela magia do universo Dori. Para atingir esse objetivo, a empresa transformou seu estande em um mundo de fantasia, com todo o espaço idealizado para traduzir em formas, apre-sentação dos produtos e atuação das promotoras e equipe de vendas o que é ser Doriland.

www.docerevista.com.br 23Abril 2014 Doce Revista

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Feira

FINI Depois do agito

com a campanha “Por que Fini Beans? Porque sins”, na qual a marca con-sagrou sua faceta divertida junto aos

consumidores, uma série de lançamentos e novidades entra-ram em campo em mais uma participação da empresa na feira da Apas. Além das quatro versões da linha Fini Beans (clássi-cos, frutas vermelhas, frutas tropicais e sabores da infância), a marca lançou no evento o Fini Beans Sour, versão cítrica nos sabores abacaxi, cereja, limão , laranja, maçã verde e pêssego. A embalagem que foi estilizada ganhou zíper para manter as guloseimas ainda mais frescas. Já Regaliz, a categoria que é fe-bre na Europa, ganhou duas versões no formato de 80g: a Sour Tubes Ácido do Spiderman 2 nos sabores morango e framboesa e o Tubes Brasil, que incendeia o clima de Copa, nos sabores tipicamente brasileiros de carambola e limão. A Fini coloca em campo ainda outro lançamento campeão: balas de gelatina ins-piradas nos personagens da Cartoon Network (Ben 10 de Cia.), com embalagem especial Copatoon. A novidade vem com uma bola colecionável em dez modelos diferentes.

ITAMARATY Fabricante de

chocolates, biscoitos e cafés, a empresa compareceu com no-vidades sob medida para incrementar as vendas do trade da

categoria. Para enfatizar sua apresentação, ela juntou em um único produto os sabores dos doces brasileiros mais cobiçados em banquetes de festa: o brigadeiro e o beijinho. “Os novos Wa-fer Sabor em Dobro Brigadeiro e Beijinho complementam uma linha que é sucesso no mix da Itamaraty, onde também brilham as versões Napolitano, Floresta Negra e Obsession”, informa Carla Negrão, gerente de marketing da indústria paranaense.

MONDELEz A companhia calibrou sua performance no evento com o

tema global sintetizado na frase Delicious Moments of Joy (De-liciosos Momentos de Alegria). Para essa edição da Apas a em-presa reservou os principais lançamentos do seu vasto portfólio de marcas, a exemplo de Bis Morango, das embalagens remo-deladas do suco Tang, do recheado Oreo em renovadas versões, da linha de biscoitos matinais Belvita Maçã e Canela e da goma Trident Unlimited. Mas o destaque maior vai para o drops Halls

Prata, recém-saído da usina de desen-volvimentos de can-dies. Há mais de 20 anos na liderança da categoria de balas, a marca traz o novo

sabor de intensidade Power 5, que significa o nível mais eleva-do no quesito refrescância, assim como o sabor queridinho dos consumidores, o Extra Forte – mais conhecido do público como Halls Preto.

PARATI Entre as empre-

sas de maior cres-cimento no setor de alimentos, biscoitos e confeitos nos es-tados do Paraná e Santa Catarina, a

Parati tem distribuição focada nas grandes redes e suas mar-cas avançam nos grandes centros de consumo do Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste brasileiros. Com a perspectiva de acentuar ainda mais essa penetração, a companhia abriu um pacote recheado de lançamentos na Apas. “Iniciamos 2014 lançando 20 produtos”, grifa Débora Grobe Schäfer, gerente de marketing da indústria catarinense. Mas a principal surpresa, emenda ela, é o chocolate Radkau ChocoCrisp. Desenvolvido no formato de minichocolate em embalagem de quatro soldas do tipo stand-up pouche (11g), e em barrinha (17g), o produto é crocante, tem recheio cremoso de chocolate e leva cobertura da mesma massa.

RICLAN Antenada na sen-

sação do momento, a nova novela do SBT “Patrulha Salvado-ra”, que narra a his-tória de super-heróis mirins desvendando

mistérios e crimes em Kauzópolis, a Riclan lançou na Apas o chicle Mega Buzzy Patrulha Salvadora, nos sabores de tutti frutti e hortelã. “A novidade vem com megafigurinhas adesivas dos personagens da novela e um megapôster para fixá-las”, anuncia Gustavo Bacchi, gerente de marketing da indústria de candies. Ele acrescenta entre outras novidades reservadas para a feira a ampliação do portfólio da marca TNT, inspirada no conceito de aventura, energia e modernidade. “Também estamos lançando as pastilhas refrescantes Freegells Tube Zero Açúcar, em emba-

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lagens práticas e modernas, com tampa flip top, que mantém a integridade do produto, nos sabores menta, hortelã e moran-go”, frisa Bacchi. Outra novidade reservada para o evento, se-gue ele, é o Freegells Cool, linha de pastilhas ultra-refrescantes nos sabores morango, hortelã e extra forte. A Riclan apresentou ainda em primeira mão na feira a linha Go Jelly Gelatinas. Esse lançamento conta com seis produtos, com licenciamentos da Galinha Pintadinha, Hot Wheels e da animação Rio2.

SANTA HELENA Uma das mais

tradicionais marcas de amendoim torrado e sem pele da empre-sa está de cara nova. A linha Amindu’s aca-ba de passar por uma

revitalização em sua apresentação e ganha os sabores pimenta com limão e mostarda e mel, ambos em pacotes de 150g. O tradicional amendoim sem sal também incorpora versão com peso de 200g. A Santa Helena, informa Luciana Persoli, gerente de marketing da empresa, adotou nas embalagens de Amindu’s elementos que retratam a situação de consumo do amendoim

e interagem com o consumidor, associando sua degustação a momentos de lazer e descontração, tais como o amendoim dentro da cumbuca, como é servido; a bolacha de chopp, uma bebida que acompanha o consumo; e frases que interagem com o consumidor, convidando-o para uma das várias ocasiões, como o happy hour.

SIMAS Atenta à cober-

tura de todos os flancos da deman-da de candies e ao chamariz da Copa, a empresa potiguar levou para a feira as

mais recentes novidades das linhas de pirulitos, caramelos e chicles. “O objetivo é assegurar ao trade varejista a conquista de seu público-alvo com itens inovadores, embalagens cha-mativas e sabores diferenciados,” argumenta Luiz Eduardo Simas, diretor da empresa. Entre as atrações programadas, ele sublinha a linha campeã de pirulitos Cherry Pop, carro--chefe da Simas, que surge em edição especial, com haste verde e amarela, já no clima do Mundial de futebol.•

www.docerevista.com.br 25Abril 2014 Doce Revista

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QuEda para mElhorDesaceleração no volume de gomas de mascar beneficia consumo de opções mais sofisticadas

GOMAS DE MASCAR QUEDA DE 18% EM VOLUME E ALTA DE 37% EM VALOR EM CINCO ANOS.

26 www.docerevista.com.brDoce Revista Abril 2014

Capa

Um dos redutos-chave do setor de candies no Brasil, o segmento de chicles de bola e gomas de mas-

car vem sinalizando desaceleração da demanda em volume e alta do giro em valor. Monitoramento da Euromonitor In-ternational nos últimos cinco anos mostra que o consumo na ponta do varejo des-pencou de 59.600 toneladas (t) em 2008 para 50.400 t no último exercício. Já em valores, apura a consultoria, o giro saltou de US$ 1,52 bilhão para US$ 2,07 bilhões, no mesmo período (ver quadro à pág. 34). Na realidade, apesar do declínio mantido em 2011 e 2012, decorrente da estagna-ção geral de confeitos açucarados, o vo-lume de vendas do setor cresceu 2% em volume no Brasil no último período com-parado a 2012, nota Elzilene de Moraes, diretora de marketing da Perfetti van Mel-le (PvM), um dos propulsores desse mer-cado. “O segmento de chewing gum, no qual atuamos, cresceu ainda mais, com avanço de 5% em volume e 8% em valor no mesmo período”, repassa a diretora. Gustavo Bacchi, gerente de marketing

da Riclan, tradicional fabricante de balas e chicles, pondera que, com a expansão do consumo e o ingresso de novas cate-gorias ao longo dos últimos dez anos, é até natural que os volumes comecem a decrescer, dando espaço a inovações que agreguem valor à categoria.

O diagnóstico bate com a avaliação de um elo anterior na cadeia de produ-ção das gomas de mascar. “Os dados estão alinhados com as informações que temos. Esse processo acompanha o que vem acontecendo no resto do mundo em especial nos países mais desenvolvidos, refletindo principalmente o amadureci-mento do consumidor que busca produ-tos que estejam cada vez mais associa-dos ao prazer”, observa Paulo Roberto de Carvalho Seixas, diretor da Socer Brasil, fonte de goma base, um dos principais insumos na fabricação de chicles. Para ele, a demanda hoje em dia é pautada por produtos sensoriais e pela percepção de qualidade mais premium, nesse caso, traduzida em maciez e prolongamento do sabor, que são as características mais

perseguidas nos desenvolvimentos. “Es-sas propriedades podem somente ser conferidas com adoção de matérias-pri-mas nobres e consequentemente mais caras”, assinala ele. Embora a colocação possa sugerir uma pista para o segmento crescer mais em valor do que em volu-me, a maioria das empresas que atuam na categoria associa o fenômeno ao fato de a oferta e o consumo no Brasil acom-panhar de perto as tendências mundiais.

“O filão de gomas no Brasil ainda apresenta uma enorme oportunidade de crescimento se comparado aos demais países. O percentual de pessoas que con-some a categoria é bastante relevante, porém a frequência e consumo per capi-ta ainda são pouco expressivos”, resume Fábio Melo, gerente de marketing de Tri-dent, marca campeã da Mondelez Brasil, número um no circuito de gomas. Nos últimos anos, nota o executivo, o número de inovações foi bastante significativo, com maior oferta de formatos e sabores, postura que tende a desenvolver ainda mais o mercado. A Mondelez, considera

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ELzILENE, DA PvM PIONEIRISMOS COM GARRAFA ERGONôMICA E ESCOLHA DE SABOR.

BACCHI, DA RICLAN MENOS VOLUME PARA ABRIR ESPAçO ÀS INOVAçõES.

www.docerevista.com.br 27Abril 2014 Doce Revista

Melo, tem ditado tendências dentro da categoria. “Nosso grande desafio não é ganhar ainda mais participação, mas pu-xar o crescimento do mercado brasileiro. Trident é a principal marca, consolidando essa liderança ano após ano e tem em seu DNA a inovação, além de atender às necessidades dos consumidores”, sublinha o executivo. Nos últimos anos, emenda ele, a empresa inseriu diversas novidades que vêm mudando o perfil da categoria e constituem as atuais pla-taformas de crescimento das marcas. “Trident Sensations foi a primeira goma tripla camada e com um apelo forte in-dulgente através do mix de sabores. Em 2013, lançamos novos tamanhos de em-balagens, como a versão 18 unidades como alternativa para compartilhar entre amigos. Neste ano, já entregamos dois grandes projetos que têm tido uma acei-tação enorme pelo varejo e pelos consu-midores”, exemplifica Melo. A primeira, indica ele, envolveu parceria inédita com o Twitter e com a banda Skank , inserin-

o lançamento da linha Trident Unlimi-ted, que desembar-ca nesse semestre em três sabores, com embalagem no formato cartela e sabor mais du-radouro. A linha é sucesso em todo o globo e, no Brasil, vai contar com pla-no de comunicação em TV, Internet e materiais de ponto de venda (PDV), an-tecipa Melo.

Tecnologia em ingredientes Na Perfetti Van Melle, Elzilene con-

firma que o Brasil acompanha as ten-dências mundiais, principalmente no tocante à tecnologia em ingredientes de refrescância, sabor e long lasting (dura-bilidade do sabor). “Também temos ino-vações com o uso de xilitol e elementos branqueadores dos dentes, entretanto, em menor intensidade do que em ou-tros países”, percebe. A Perfetti, grifa a executiva, também tem impulsionado o mercado no que se refere a essas ino-vações. “Primeiro lançamos as garrafas, que criaram um novo segmento de mer-cado. Depois, temos tido sucesso com as incursões mais recentes em produtos de maior valor agregado, como Mentos 3 Camadas, UP2U e Pure Ice/PureFruit em garrafas ergonômicas”, exemplifica a executiva da PVM. Enquanto o conceito de UP2U é dar ao consumidor a oportu-nidade de escolha, oferecendo na mes-ma embalagem duas opções de sabor, a linha Pure Fruit/Pure Ice avançou o for-mato de garrafa introduzindo um modelo ergonômico. “A empresa já apostava no conceito de garrafa, que é campeão de vendas, resolveu apostar na tendência e desenvolver uma embalagem anatô-mica, em curvas, que traz benefícios de manuseio e design diferenciado, além de um apelo irresistível”, argumenta

Elzilene. Fora o design especial, as em-balagens levam frases de pensadores conhecidos, que definem exatamente o conceito que a marca Mentos pretende passar: “A escolha está em suas mãos”, repassa ela. Outra novidade introduzida pela PVM foi o recheio dos sabores Pure Ice Mint e PureFruit Morango, que incor-pora 99% de pó de xilitol e polpa natu-ral da fruta. “Os consumidores puderam degustar a versão morango, com o sur-preendente sabor da fruta de verdade e sem adição de açúcar”, relata Elzilene. Já na goma de menta, o produto é re-cheado com xilitol cristalizado (adoçan-te natural), assegurando uma sensação ultra-refrescante. “Em fevereiro, lan-çamos Mentos PureFresh na versão de 2,8g no formato stripe sem açúcar, isto é, em tiras de duas camadas e de tama-nho maior que o das gomas tradicionais conhecidas pelos consumidores. Em paralelo, soltamos a embalagem wallet, sucesso de vendas da marca, e a fór-mula que proporciona prolongamento do sabor refrescante de menta nas versões FreshMint e Cool Mint”, detalha. Tam-bém no início do ano, a PVM introduziu o novo formato de Mentos 3, em emba-lagem envelope, que é o principal lança-mento da marca e chega aos pontos de vendas nos sabores Fresh Mint e Moran-go/Maçã/Framboesa. “Essa goma é in-tercalada por uma camada diferenciada, que proporciona uma imediata e intensa sensação de sabor que derrete na boca.

do dois sabores edição limitada (melão--limão e hortelã intenso) em 21 versões de embalagem com trechos do recente sucesso do Skank “Ela me deixou”. Ao tuitar as hashtags impressas nas em-balagens, os consumidores recebem um trecho de seis segundos da música automaticamente. “É a primeira vez que o Twitter e uma banda lançam um clipe nesse formato em todo o mundo”, su-blinha o gerente. A segunda aposta foi

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MELO, DA MONDELEz DESAFIO DE PUxAR O CRESCIMENTO DO MERCADO BRASILEIRO.

SEIXAS, DA SOCER MACIEZ E DURAçãO DE SABOR SãO CARACTERíSTICAS VALORIZADAS.

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É a aposta para atrair o público jovem e aumentar nossa fatia por meio de um formato na linha de gomas já conhecida pelo tradicional formato de drágeas, com recheio líquido e casquinha crocante”, sublinha a especialista.

Para Gustavo Bacchi, da Riclan, o Brasil nunca esteve tão em linha com as tendências mundiais, tanto nas ca-tegorias mais sofisticadas como nas de consumo de massa. “Falando em tendências, experimentar produtos que remetam a novas experiências e sen-

sações é obrigatório. Além disso, ape-los de saudabilidade e sustentabilidade ganham cada vez mais espaço nas de-cisões de compra”, observa ele, acres-centando que, hoje em dia, vive-se em um mundo amplamente conectado, no qual cada vez mais os produtos se tor-nam parecidos diante de um consumidor em busca novas experiências a todo mo-mento. Dentro dessa perspectiva, a Ri-clan vem reformulando constantemente o portfólio, buscando agregar valor e se diferenciar. Entre os exemplos, ele insere

Se promo-ver o retorno de uma em-balagem plás-tica usada à indústria para servir de ma-téria-prima já é

uma missão penosa, parece impossí-vel fazer com que chicles e gomas de mascar mastigadas tenham uma des-tinação ambientalmente correta. Mas é justamente nessa fronteira da recicla-gem e do reaproveitamento de resídu-os que vem se debruçando a operação

global da TerraCycle, programa am-biental criado há 10 anos pela indústria do tabaco. Curiosamente, a tecnologia para reciclar gomas de mascar vem sendo desenvolvida no Brasil. O estu-dante de química Osvaldo Leonel Júnior criou um processo para reciclar as go-mas já mascadas, que voltam à condi-ção de matéria-prima, podendo entrar na composição de produtos plásti-cos na proporção de 30% de resina de goma de mascar e 70% de resina plástica virgem ou reciclada a partir de outros produtos. Sócio da empresa Ecological Reciclagem, com unidades

em Limeira e Cerqueira César (SP), o inventor informa que a demanda para o desenvolvimento da tecnologia partiu da TerraCycle e a resina foi batizada de Ecogoma. No processo, ele explica, as gomas de mascar passam por uma triagem e descontaminação química e física. Em seguida, os polímeros (ma-terial plástico) recebem aditivos e a resina resultante então é formada. “O produto final tem as mesmas caracte-rísticas de um polímero comercial, que pode ser injetado, laminado e utilizado para fazer novos produtos plásticos”, assinala Leonel Júnior.

SUSTENTABILIDADE

chiclEs rEciclados

o lançamento da primeira goma de mas-car sem açúcar posicionada para públi-co infantil, bancado pela marca. “Com sabores e personagens alinhados com as expectativas desse target, desen-volvemos o Freegells Gum, que marcou um pioneirismo no segmento”, assinala Bacchi. A Riclan, no entanto, ele adverte, não deixou de notar a flagrante retração geral nos volumes, mas pela tradição da marca e manutenção de um plano de lançamentos constantes, a companhia superou essa conjuntura mantendo ven-das compatíveis com suas metas.

Fonte de goma base Na Socer, a tendência de diminuição

nos volumes de gomas e chicles não é vista como ameaça. “Montamos uma estrutura que está voltada principal-mente para os aspectos de inovação e nossa proposta é oferecer mais opções para um consumidor cada vez mais atento à qualidade”, pondera Paulo Ro-berto Seixas. Mesmo no caso dos chi-cles de bola no formato tijolinho (brick), acrescenta ele, a empresa busca solu-ções que, em muitos casos, conseguem transformar produtos convencionais em itens diferenciados.

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Para isso, a Socer pla-nejou seu ingresso no ne-gócio de gomas de mascar com uma forte infraestru-tura. A empresa integra o Grupo RB, maior produtora e exportadora de éster gum da América Latina. “Trata--se de um importante insumo para a produção da base para as gomas de mascar e é também um fator determi-nante no custo final do produto”, grifa o diretor. O grupo hoje fornece éster gum para as maiores empresas do segmen-to, que formulam a sua própria goma base. Mas existe ainda um outro grande grupo de fabricantes que se abastece de goma base no mercado e foi pen-sando nessa clientela que a Socer mon-tou a sua operação, relata Seixas. No final de 2012, emenda ele, a empresa inaugurou em Itapetininga (SP) uma instalação com tecnologia up-to-date para a produção de base para gomas

de mascar. Ela conta com elevado índi-ce de automação e foi construída den-tro de rígidos padrões de segurança. “Hoje o Brasil possui uma fábrica que está em nível de igualdade com as mais modernas da Europa e Estados Uni-dos”, assinala o executivo, destacando que, além de efetivo treinado em todos os aspectos de boas práticas, a planta exibe certificação HACCP e ISO 22000. Com capacidade de aproximadamen-te 750 t mensais, a Socer sinaliza a aquisição de mais um equipamento de mistura, elevando o potencial atual para 1.000 t mensais até a metade de 2015, antecipa Seixas. “Estamos capacitados

a produzir todos os tipos de base, em especial as chama-das tailor made, ou seja, sob medida para o desenvolvi-mento do cliente”, sublinha o diretor. Com menos de dois anos de operação, a Socer ainda exibe uma participação discreta na cena de goma base, conside-rando o enorme po-tencial do mercado brasileiro, estimado por Seixas próximo a 8.500 t anuais, sem considerar as em-presas que formu-lam a própria goma base. “Com a marca Sweet Gum, a Socer responde hoje por cerca de 25% da

demanda brasileira, mas nossa meta é chegar até o final do ano próximo em 40%. Após a expansão em curso devemos atingir fatia acima de 50% da demanda brasileira”, projeta Seixas.

Ele informa que o país já foi um dos maiores exportadores de goma base, mas perdeu posição para Espanha, Turquia e Egito e hoje osten-ta participação modesta no mercado internacional. “Uma de nossas metas é retomar essa posição, pois o Grupo RB tem como estratégia em todas as suas áreas de atuação exportar cerca de 30% de seu volume em negócios. Essa é a meta que iremos buscar tam-bém com a marca Sweet Gum”, sinaliza o diretor da Socer, acrescentando que a companhia deve iniciar os primeiros embarques no segundo semestre. “Até o final do ano devemos exportar cerca de 10% de nosso volume e, em 2015, chegar aos 30%”, adianta ele.

A unidade de Itapetininga produz os três tipos principais de goma base. A mais comum é direcionada para chi-cles de bola convencionais. A empresa também produz a base para gomas de mascar mais macias, de estrutura mais elaborada e considerada nobre. “A mais nova modalidade é a de gomas macias e não aderentes (non sticking), utilizadas principalmente para produção de chicles com recheio líquido e drageados, ponto alto do portfólio da companhia”, enfati-za Seixas. As três categorias comportam ainda variantes ácidas e não ácidas, isto é, as chamadas compatíveis e não compatíveis, sendo as primeiras veicu-ladas em silicato de magnésio (talco). Já as não compatíveis são veiculadas em carbonato de cálcio, diferencia o espe-cialista. “Formulamos essas variantes de base de acordo com requisitos especí-ficos dos clientes. O diferencial está na capacidade de inovar, com qualidade e confiabilidade, produzindo sob os mais rigorosos padrões”, grifa Seixas. •

VEndas dE gomas dE mascar

2008 2011 2013volume 59.600 ----- 50.400(em toneladas)

valor 1.522,5 1.464,7 2.070,5(em milhões de dólares)

Fonte: © Euromonitor International

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Giro

QUEM: FLORESTALPRODUTO: MARSHMALLOWS FOFSGANCHO: MEGAPORÇÃO

Recheio líquido e ta-manho extragrande são as últimas novidades na linha de marsh-mallows da Florestal. Os formatos twist, coração, tube, pa-tinhos e flores já eram conhecidos e vinham garantin-do o giro da linha

Fofs. Agora, a empresa introduz duas apresentações únicas e de grande dife-rencial. Elas reforçam a composição de itens mais elaborados e sofisticados da linha, com as versões Fofs Bigmallow e Fofs Recheio Líquido, repassa Adriano Orso, gerente de marketing da marca. O principal atributo do Bigmallow, detalha ele, é o seu tamanho extragrande, no formato twist, sabor baunilha, nas cores branca, amarela, laranja e rosa, com 27 centímetros de comprimento. “É uma megaporção de marshmallow, totalmen-te inusitada no Brasil e que se mostra como uma interessante alternativa ao varejo, uma vez que o produto recebe embalagem individual com código de barras para comercialização em potes de PVC transparente, de grande impacto visual”, argumenta ele. A versão com re-cheio líquido foi desenvolvida no formato arredondado, semelhante a um peque-no merengue, na cor branca e sabor de

baunilha. Já o recheio líquido exibe cor vermelha, que favorece a percepção do sabor de morango. “Pode ser conferido em embalagens de cinco unidades (18g) e display em papel cartão com 30 paco-tes, na cor rosa intenso, que evidencia ainda mais o sabor ”, conclui Orso.

QUEM: ARCORPRODUTO: WAFER PASSIONGANCHO: SABOR FRUTAS vERMELHAS

Com a proposta de oferecer qualidade e diferenciação, a empresa desenvolveu o sabor Frutas Vermelhas para a sua li-nha de wafers Passion. Com embalagem moderna, a versão agrega sofisticação e maior sensação de prazer, assegura Lo-redana Mariotto, diretora de marketing da Arcor, projetando faturar aproximada-mente R$ 20 milhões com as vendas de wafers. O objetivo, informa ela, é aumen-tar a visibilidade da marca na categoria, onde a linha Passion sobressai com as versões Chocolate, Chocolate Branco com Limão e Chocolate Branco. A expan-são da marca no segmento de biscoitos é reflexo dos investimentos feitos na li-nha, observa a executiva. As versões da Arcor concorrem com as apresentações

mais sofisticadas de biscoitos da cate-goria, exibindo layout chamativo no pon-to de venda e cores fortes que valorizam a indulgência e despertam o interesse do consumidor para experimentação imediata. “É um mercado diferenciado quando comparado aos wafers tradi-cionais, pois a ocasião de consumo de Passion é a mesma de uma sobremesa, diferente de um biscoito doce comum. A marca está alinhada ao posicionamento da companhia que é tornar a Arcor co-nhecida como fabricante não somente de chocolates e guloseimas, mas tam-bém de biscoitos”, conclui a diretora.

QUEM: MONDELEzPRODUTO: HALLS PRATAGANCHO: REFRESCÂNCIA MÁXIMA

Campeã da ala de balas da Monde-lez, a marca Halls acaba de soltar uma novidade que promete agitar o varejo nacional e afagar os fãs de sabores re-frescantes: o Halls Prata. A versão é con-siderada de intensidade Power 5, o nível mais elevado no quesito refrescância, assim como o seu sabor, o Extra For-te – mais conhecido como Halls Preto – desfruta a preferência absoluta dos con-sumidores da categoria. Recentemente, a marca trouxe entre outras inovações mais opções frutadas (Morango e Uva

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Giro

Verde são exemplos) e novas platafor-mas, a exemplo do Halls Soft e Halls xS. Agora, ela fortalece o portfólio de base com o Halls Prata, esperando alavancar as vendas no Brasil. “O segmento de re-frescância representa 60% do mercado de balas. Os consumidores escolhem Halls pela superioridade nesse quesito. Identificamos uma nova oportunidade de reforçar a presença da marca nesse segmento e acreditamos que Halls Prata se tornará um dos nossos sabores mais vendidos junto do Extra Forte, Cereja e Morango”, argumenta Nathalia Tercero, gerente de marketing de Halls.

QUEM: M.DIAS BRANCOPRODUTO: RICHESTERGANCHO: NOvAS EMBALAGENS

Grife campeã na ala de biscoitos doces da M. Dias Branco, a Richester introduz mudanças no visual das emba-lagens da linha de Amori Recheados nas versões de 56g e 140g. Abrangendo as

opções de recheio de chocolate, moran-go, chocolate branco, floresta negra, flo-cos e chocolate com morango, as novi-dades já estão disponíveis no estado do Rio de Janeiro e no Norte e Nordeste. As novas embalagens foram desenvolvidas internamente pelo setor de criação da M. Dias Branco, com conceito que reforça a qualidade da marca por meio de um layout mais clean. Os tamanhos de 56g e 140g são ideais para colocar na bolsa, mochila ou lancheira para consumo a qualquer hora e lugar.

A Richester, líder absoluta no mercado de biscoitos cobertos com chocolate no Nordeste, pertence ao portfólio de marcas da M.Dias Branco, companhia com sede em Eusébio (CE), listada no Novo Merca-do da BM&F Bovespa. Com atuação nos

mercados de biscoitos, massas, farinha e farelo de trigo, margarinas e gorduras vegetais, snacks e bolos, ela é a número um em biscoitos e massas no Brasil e é a sexta em massas e a sétima em biscoitos no ranking global por receita no setor.

QUEM: CHOCOLIFEPRODUTO: SHAKES FUNCIONAISGANCHO: NOvAS EMBALAGENS

Presente na cena de alimentos fun-cionais há mais de 6 anos, a Chocolife foi pioneira no desenvolvimento de shakes hipoalergênicos, bancando versões nos sabores baunilha e chocolate. “Essa ca-tegoria de shakes exibe blends com 22 vitaminas e minerais, é isenta de glú-

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Top do mês

ten, açúcar e lactose, apresenta 0% de soja e proteína de leite e, com um copo de 200ml, substitui parcialmente uma refeição, com saúde e proteção contra alergias”, sintetiza Virgínia de Ávila Dias, diretora da Chocolife. Desenvolvidas pela Wo Design, as novas embalagens dos shakes e achocolatado da marca sobres-saem pelo viés sustentável. “São caixas de papel com formato ergonômico (fácil de pegar) e com layout que mostra ao consumidor a leveza do produto”, frisa a executiva, completando que, além de certificadas pela FSC (Forest Stewar-dship Council), entidade ligada ao manejo florestal, elas se destacam pelo visual. “Apresentam cores vivas com ênfase no alimento, proporcionando ao consumi-dor identificar de pronto os sabores de cada produto, em especial o chocolate”,

completa Virgínia. Apresentados em em-balagem de 400g, os shakes vêm com dosador de 25g e preço médio sugerido ao consumidor de R$ 75,00. Já o achoco-latado em pó Chocolife, também em ver-são de 400g, tem preço médio sugerido ao consumidor de R$ 35,00.

QUEM: ALEDORAPRODUTO: GELEIA DIETGANCHO: SUCRALOSE

Com nome feito no reduto de geleias diet/light, a Aledora reformula o portfó-lio com versões de sua geleia diet tipo caseira agora formulada à base de su-cralose, adoçante de última geração pro-duzido a partir do açúcar e de baixo valor calórico (8 kcal por porção). A empresa abriu as portas em 1998, quando seus proprietários, preocupados com a saúde,

iniciaram estudos de processamento de doces à base de frutas diet e light. Amparados por endocrinologistas,

nutricionistas, engenheiros de alimentos e químicos, passaram a processar ge-leias e doces de massa com adoçantes sem contraindicação e que não deixam sabor residual. A novidade da marca é ideal para o café da manhã e pode ser conferida nas grandes redes de super-mercados e lojas especializadas, dis-poníveis nos sabores frutas vermelhas, amora, damasco e morango, em potes de 155g. Os produtos diet da Doces Ale-dora contam com selo de qualidade e confiança da Anad – Associação Nacio-nal de Assistência ao Diabético. •

anuncie em doce revista.

mais açúcar em suas vendas!

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Com as comemorações da Páscoa, é quase inevitável consumir algu-ma quantidade de chocolate fren-

te à maciça oferta e gama de opções de ovos e guloseimas disponibilizados nessa época. Para os que questionam se chocolate vicia, especialistas escla-recem que substâncias encontradas no produto, como feniletilamina, teobromi-na, anandamina e triptofano, catalisam químicas e neurotransmissores otimi-zadores do humor, liberados então ao cérebro. Feniletilamina é uma química encontrada no organismo semelhante às anfetaminas. Ela ajuda a mediar sen-timentos de atração, euforia e excitação. “Pesquisas creditam a essa substância a liberação de dopamina nos centros de prazer do cérebro, semelhantes aos pi-cos de orgasmos. Essa pode ser a razão pela qual alguns consumidores relatam preferir chocolate ao sexo”, ilustra a prof.ª Licínia de Campos, nutricionista, consultora e gastronomista do Hospital e Maternidade São Cristóvão. Segundo ela, a versão mais saudável é o cho-colate amargo. “Ajuda a diminuir os riscos de pressão alta, colesterol alto e doenças cardíacas”. Tanto esse tipo como o meio amargo apresentam vá-rios benefícios à saúde e seu consumo regular pode aperfeiçoar a facilidade do fluxo sanguíneo e elasticidade das artérias. Diminuem a pressão, evitam o acúmulo de colesterol LDL, e protegem o coração dos danos causados pelos radicais livres. Já para quem pretende controlar o ganho de peso ou emagre-cer, a profissional faz um alerta: “Tudo depende muito do tipo de chocolate es-colhido e da quantidade, pois a ingestão inadequada pode ter efeitos negativos, incluindo a chance de ganhar peso. É importante ressaltar que a versão diet

tem tantas calorias quanto o chocolate regular. A diferença é que se trata de um produto apropriado para diabéticos, pois é isento em açúcar. Para um baixo teor em calorias, prefira a versão light”, orienta a profissional. Na entrevista a seguir, ela esclarece as dúvidas mais frequentes em relação ao alimento.

DR – Qual a “dose” diária recomendada para o consumo de chocolate saudável?

Profª Licínia – A ingestão ideal de chocolate, preferencialmente do tipo escuro ou amargo, é de até 200g por semana, o que significa um consumo médio de 30g por dia.DR – Com esse consumo, quais os reais benefícios à saúde e quanto tempo leva para obtê-los?

Profª Licínia – O chocolate escuro (amargo/meio amargo) contém flavo-nóides chamados de procianidina e epi-cateninas. Flavonóides fazem parte de um grupo de antioxidantes conhecidos como polifenóis e são encontrados em vários tipos de alimentos, inclusive cho-colate escuro, chá, vinho tinto e várias frutas e hortaliças. Ele diminui o LDL (Low Density Lipoprotein), ou seja, a oxidação do (mau) colesterol; aumenta o fluxo sanguíneo nas artérias e coração e pode diminuir a pressão. O cacau pos-sui efeito benéfico nos níves de coles-terol por consistir basicamente de ácido esteárico e ácido oléico. O primeiro é uma gordura saturada, mas diferente-mente da maioria delas, não aumenta os níveis de colesterol. O ácido oléico, uma gordura monoinsaturada, não au-menta o colesterol e na verdade pode até reduzi-la. Além disso, o chocolate escuro otimiza o humor e o prazer pela aumento da serotonina e da endorfina

Saúde & Bem-Estar

na dosE cErta Mitos e verdades sobre o consumo de chocolate

no cérebro. Seu consumo regular está associado com a atuação cognitiva oti-mizada em idosos e, por fim, contém numerosos minerais inclusive cálcio, magnésio e potássio.DR – É sabido que, quanto maior o teor de sólidos de cacau na massa do chocolate, mais saudável é o produto. Mas qual é o percentual de sólidos de cacau ideal?

Profª Licínia – O teor em cacau é importante e sua porcentagem indica o quanto de cacau uma barra de choco-late possui. A fava é a fonte de licor de chocolate, manteiga de cacau e cacau em pó. Chocolate escuro é saudável quando produzido com alta porcen-tagem dos sólidos do cacau. Quanto mais alto, melhor. No mínimo, 70% para compensar as perdas no processamen-to. Mais partículas de chocolate em pó significam mais potencial benéfico dos antioxidantes do chocolate escuro. Também a manteiga de cacau é uma gordura mais saudável que as outras e não aumenta o colesterol. Assim é importante que uma barra contenha manteiga de cacau e não tenha sido substituída por gordura saturada mais barata, como óleo de palma. Por isso é preciso ler com atenção o rótulo antes de comprar. Chocolate e manteiga de cacau devem ser os primeiros dois in-gredientes listados. •

Doce Revista Abril 201438 www.docerevista.com.br

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