I_RELV_EQUIPAMENTOS

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Índice geral

Índice geral ....................................................................................................................................................1 Índice de figuras ............................................................................................................................................1 Índice de quadros...........................................................................................................................................2 1. Introdução ..............................................................................................................................................3 2. Enquadramento do tema do trabalho......................................................................................................4 3. Preparação do Terreno ...........................................................................................................................5

Mobilização do solo ..................................................................................................................................5 Sistemas de Rega | Drenagem ...................................................................................................................6

4. Instalação das plantas .............................................................................................................................8 Sementeira .................................................................................................................................................8 Plantação .................................................................................................................................................10 Tapetes ....................................................................................................................................................10

5. Manutenção ..........................................................................................................................................11 Cortes de Relva .......................................................................................................................................11 Fertilização ..............................................................................................................................................14 Combate aos inimigos dos relvados ........................................................................................................15 Rega.........................................................................................................................................................15 Arejamento ..............................................................................................................................................17 Top-Dressing ...........................................................................................................................................20 Rolamento ...............................................................................................................................................22 Outras operações .....................................................................................................................................23

Bibliografia..................................................................................................................................................25 Obras consultadas....................................................................................................................................25 Sítios consultados ....................................................................................................................................25

Índice de figuras

Fig. 1 – Pá carregadora e transportadora mecanizada, na cobertura de um geotextil. ...................................5 Fig. 2 – Enxadas mecânicas na mobilização superficial do solo. ..................................................................6 Fig. 3 – Esquema de instalação de um sistema de drenagem num relvado desportivo..................................6 Fig. 4 – Esquema de um sistema de drenagem lateral num relvado desportivo. ...........................................7 Fig. 5 – Instalação de sistemas de drenagem em relvados.............................................................................7 Fig. 6 – Esquema de rega automatizada. .......................................................................................................8 Fig. 7 – Semeadores manuais. .......................................................................................................................9 Fig. 8 – Formas de espalhamento de semente. ..............................................................................................9 Fig. 9 – Hidrossementeira............................................................................................................................10 Fig. 10 – Crescimento de relvados em estufa. .............................................................................................10 Fig. 11 – Acondicionamento, transporte e colocação de tapetes. ................................................................11 Fig. 12 – Tatch e relação entre o corte e o sistema radicular.......................................................................12 Fig. 13 – Exemplo de um plano de corte de um relvado. ............................................................................13 Fig. 14 – Diferentes tipos de corta-relvas....................................................................................................13 Fig. 15 – Outros tipos de corta-relvas..........................................................................................................14 Fig. 16 – Esquema de fertilização automática. ............................................................................................15 Fig. 17 – Equipamento de fertilização.........................................................................................................15 Fig. 18 – Diferentes sistemas de rega. .........................................................................................................16 Fig. 19 – Arejamento...................................................................................................................................17 Fig. 20 – Arejamento com tubos maciços. ..................................................................................................18 Fig. 21 – Arejamento com tubos ocos. ........................................................................................................18 Fig. 22 – Verticutter e Drill. ........................................................................................................................19 Fig. 23 – Sondas de ar e água ......................................................................................................................20 Fig. 24 – Top-dressing.................................................................................................................................22

UTAD | Relvados | Equipamentos usados em Relvados 1

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Fig. 25 – Rolos para rolamento. ..................................................................................................................22 Fig. 26 – Grooming e Brushing. ..................................................................................................................23 Fig. 27 – Remoção de orvalho.....................................................................................................................24 Fig. 28 – Alisamento de um bunker de areia de um campo de golfe...........................................................24

Índice de quadros

Quadro 1 – Relvados, Operações e Equipamentos ........................................................................................4 Quadro 2 – Alturas de corte recomendadas em função da espécie e do tipo de relvado .............................12 Quadro 3 – Granolumetria por tipo de Relvado ..........................................................................................21

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UTAD | Relvados | Equipamentos usados em Relvados 3

1. Introdução

Sendo um relvado um conjunto interactivo de (entre outros) plantas, solo, água e luz, e

resultado directo de uma série de factores condicionantes e procedimentos,

rapidamente concluímos que, seja qual for a leitura que pretendermos fazer, tudo o que

diz respeito a esta entidade vegetal, independentemente do seu uso final, envolve o

uso de instrumentos, mecanismos e aparelhos que, genericamente, designamos por

equipamentos1. Daqui resulta a complexidade (pela especificidade ou mesmo pela

generalidade do seu uso) e, por outro lado, o interesse em abordar este tema no

âmbito da disciplina de relvados.

Não é nossa intenção explorar profundamente este assunto, abordando antes, de uma

forma mais ligeira, mas eficaz, os principais aspectos a ele relativos.

Temos a certeza que tudo fizemos para cumprir os nossos objectivos.

1 Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa equipamentos ou equipagem são “(…) conjuntos de

aparelhos ou de peças de maquinismos (…)” que, no nosso caso assumimos serem usados com a finalidade específica de criar, manter ou alterar o conjunto vegetal que conhecemos por relvado.

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2. Enquadramento do tema do trabalho

No esquema da figura 1 podemos observar uma forma de relacionar os dois aspectos

importantes deste trabalho: Equipamentos e Relvados.

Como a leitura desse esquema nos pode elucidar, um relvado, seja ele constituído

para cumprir uma função desportiva, de recreação, ornamental ou de protecção, tem

como partes visíveis quer o conjunto de plantas (gramíneas) que o constituem, quer o

nível de conforto que o seu conjunto nos trás, bem como o aspecto visual e a panóplia

de sensações que ele proporciona.

Parece evidente a relação directa e proporcional entre estes aspectos e as operações

que lhes dão origem, nomeadamente, a preparação do terreno; a instalação no terreno

do conjunto vegetal e a manutenção, com o sentido único da perpetuação dos

aspectos que consideramos mais interessantes bem como com o facto que todos os

trabalhos que envolvem resultam da interacção com factores que relacionam planta,

local, clima e objectivos, como a espécie, temperatura (do ar e do solo), entre outros

referidos. Evidentemente que em todos estes aspectos está, e estará sempre

envolvido, quer sejam mais genéricos ou mais específicos, mais complexos ou mais

simples, de medição, de controlo, de operação, de apoio, …, o uso de diferentes tipos

de equipamentos.

[Fonte: Arquivo pessoal do autor]

Quadro 1 – Relvados, Operações e Equipamentos

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Vamos centrar a nossa atenção mais especificamente nas três fases de operação já

elencadas, procurando apresentar os principais equipamentos geralmente nelas

utilizados, tendo presente a informação adicional que, hoje em dia, há a natural

tendência para adoptar equipamentos que com grande versatilidade podem cumprir

várias das funções que vamos abordar, facto que depende muito da especificidade do

relvado que pretendemos, cuja importância pode ser sentida a vários níveis:

● controle de erosão e poeiras; ● retenção, infiltração e limpeza de águas superficiais; ● melhoria da estrutura do solo; ● efeitos ao nível da temperatura; ● redução do ruído sonoro e visual; e ● contribuição económica, social e estética – bem estar do ser humano.

3. Preparação do Terreno

Nesta fase os objectivos a atingir são, essencialmente, a criação de condições físicas e

químicas para um desejável desenvolvimento das plantas; a instalação de sistemas de

rega e drenagem (a uma profundidade que não afecte o futuro desenvolvimento das

mesmas), bem como a modelação pretendida para o terreno.

Mobilização do solo

Para cumprir as funções de “rasgar” o solo, de o mobilizar, moldar, transportar e

(re)colocar de novo no local, e com a forma desejada (física e na forma química mais

adequada) temos enxadas e pás, sejam elas manuais ou mais ou menos mecanizadas,

como mostram as imagens seguintes das figuras seguintes.

[Fonte: Várias]

Fig. 1 – Pá carregadora e transportadora mecanizada, na cobertura de um geotextil.

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[Fonte: Adaptado de vários autores]

Fig. 2 – Enxadas mecânicas na mobilização superficial do solo.

Sistemas de Rega | Drenagem

Trata-se de um equipamento cuja instalação se reveste de especial importância,

principalmente se estivermos a falar de um relvado com importância estética ou de

resistência, como acontece com os relvados desportivos e/ou ornamentais, em que se

pretende não só uma cobertura densa e uniforme mas também duradoura e estética é,

sem dúvida, a instalação de sistemas de rega e drenagem. A sua instalação deve ser

bem planeada e um destes sistemas pode incluir, entre outros, tubos de rega

localizada (por aspersores, por exemplo), canais de drenagem (superficiais ou sub

superficiais), bem como todos os equipamentos que permitam a obtenção de dados

meteorológicos (estações meteorológicas) e todos os equipamentos necessários ao

transporte da água para os pontos de rega, como motores, tubagens, entre outros.

Podem ser igualmente instalados sistemas de fertilização, normalmente

computorizados, que contam com os sistemas de rega para efectuar em determinadas

condições o que se conhece por fertirega.

Nas imagens seguintes podemos observar dois esquemas de uma instalação de um

sistema do género num relvado desportivo e algumas imagens ilustrativas da sua

instalação.

[Fonte: www.dwshottonlandscapes.co.uk]

Fig. 3 – Esquema de instalação de um sistema de drenagem num relvado desportivo.

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[Fonte: www.dwshottonlandscapes.co.uk]

Fig. 4 – Esquema de um sistema de drenagem lateral num relvado desportivo.

[Fonte: www.dwshottonlandscapes.co.uk]

Fig. 5 – Instalação de sistemas de drenagem em relvados.

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[Fonte: ROLIM, J. e TEIXEIRA, J. L. – Protótipo automatISA]

Fig. 6 – Esquema de rega automatizada.

4. Instalação das plantas

Nesta fase, o objectivo único é o de instalar convenientemente o relvado: por

espalhamento da semente (ou da mistura) pretendida - sementeira ou

sobressementeira, com especial relevância para a hidrossementeira); por plantação de

estolhos e rizomas; pela instalação de tapetes de relvados, de raiz nua ou com torrão.

É evidente que se pretende que no resultado final se evidenciem algumas

características que respeitem os objectivos iniciais: densidade; homogeneidade; cor;

textura, entre outras, que se obtêm de acordo com a espécie ou mistura escolhida, o

cuidado na preparação do terreno, a experiência do operador e as técnicas culturais

que forem adoptadas.

Sementeira

A sementeira (ou mesmo a técnica conhecida por sobressementeira) pode ser

efectuada com a mão, a lanço, ou ser efectuada com semeadores, que são

contentores com pelo menos uma abertura onde se colocam as sementes, que se

fazem circular pela área pretendida, à mão ou acoplados num equipamento tractor,

efectuando assim o seu espalhamento por gravidade ou rotação.

Na figura 7 mostram-se exemplares de semeadores manuais, chamando-se a atenção

para o facto de todos eles poderem cumprir outras funções como o espalhamento de

areia (a, b e c) ou rolamento (b).

Outro aspecto a ter em consideração no caso da sementeira é a forma como ela deve

ser efectuada. Diversos autores referem ainda que, para um correcto espalhamento,

devem ser adoptadas, pelo menos, duas direcções diferentes e perpendiculares, como

se pretende mostrar nos esquemas da figura 8.

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(a) (b) (c)

[Fonte: www.ipm.ucdavis.edu]

Fig. 7 – Semeadores manuais.

[Fonte: www.ipm.ucdavis.edu]

Fig. 8 – Formas de espalhamento de semente.

De acordo com vários autores (VÁRIOS, 2001), na instalação de relvados com área

superior a 2 ha ou em situações de estabelecimento de relvados em locais com declive

(que impossibilite mecanização) podemos recorrer a uma técnica especial:

hidrossementeira, que consiste em espalhar sobre a área pretendida, com uma

mangueira ou aspersor, como se de uma rega se tratasse, uma mistura de água,

semente ou propágulos de estolhos ou rizomas, fertilizantes, mulch e bioestimulantes.

É o que se pretende mostrar na figura 9.

Esta técnica é vantajosa uma vez que as sementes, não só germinam mais

rapidamente como a percentagem de germinação bem como a taxa de sobrevivência

das plantas são maiores; permitem uma redução substancial da erosão do solo;

possibilitam uma distribuição mais uniforme da mistura e o mulch utilizado rapidamente

se transforma em húmus, incorporando-se no solo.

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[Fonte: http://www.tobyslawn.com/hydroseed.php]

Fig. 9 – Hidrossementeira.

Plantação

Corresponde ao espalhamento pelo terreno de propágulos de estolhos ou rizomas,

com uso de equipamentos idênticos aos descritos na sementeira.

Tapetes

De raiz nua ou com torrão, este tipo de instalação de relvados consiste na criação de

relvados, em condições mais controladas (sementeira e crescimento em estufa ou ao

ar livre), com posterior transporte e plantação em local definitivo. Na fase de viveiro

(figura 10) as operações e os mecanismos são idênticos aos referidos para a

sementeira; no transporte estão envolvidos, geralmente, máquinas empilhadoras para

carregar/descarregar os rectângulos ou rolos de relvado e camiões do tipo “Tir” para o

transporte efectivo e, na colocação, estão envolvidos equipamentos próprios, como

pretende ilustrar a figura 11.

A grande vantagem deste tipo de instalação de relva está no facto de poder ser

efectuado em qualquer altura do ano, encontrando-se já verde e desenvolvida na altura

da instalação. Como contras poderá ter o preço e o facto das plantas terem a

tendência para formar tapetes de raízes nas juntas, o que implica sempre outras

operações complementares como o espalhamento de areia, o rolamento e a rega.

[Fonte: Adaptado de vários autores]

Fig. 10 – Crescimento de relvados em estufa.

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UTAD | Relvados | Equipamentos usados em Relvados 11

[Fonte: Adaptado de vários autores]

Fig. 11 – Acondicionamento, transporte e colocação de tapetes.

5. Manutenção

A primeira ideia a reter é que a manutenção de um relvado começa imediatamente a

seguir à instalação do mesmo e a permanência dos melhores efeitos só é conseguida

se aquela for real e eficaz, com reflexos (positivos e negativos) nos equipamentos

utilizados e, evidentemente, nos custos.

Essencialmente, por manutenção, entende-se toda a execução de trabalhos e

fornecimentos necessários para proporcionar boas condições vegetativas e sanitárias

às plantinhas, bem como corrigir situações adversas pontuais, em operações que, de

facto, entre outras, pretendem diminuir e controlar o tatch2 excessivo, a compactação

do solo e irregularidades na superfície do solo.

Assim sendo podemos dividir as operações de manutenção em operações

fundamentais (cortes, fertilização e rega) e outras (arejamento, top-dressing,

rolamento, brushing, grooming e outras), complementares ou específicas em

determinadas condições.

Cortes de Relva

Consistem na redução do tamanho do conjunto das plantas, pelo corte das suas folhas.

Este facto está relacionado com o tipo de relvado pretendido e tem implicações no

2 Entende-se por tatch a camada de resíduos orgânicos situada imediatamente acima da superfície do solo,

constituída por biomassa semi-decomposta produzida pelo relvado (coroas, rizomas e raízes). A sua espessura deve ser controlada uma vez que nesta camada é fraca a retenção de nutrientes e se verifica algum comportamento hidrofóbico em relação à água, favorecendo o aparecimento de doenças e pragas.

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tamanho das raízes e, por isso mesmo, com as condições de absorção de nutrientes e

água. Essa relação pode ser apreciada na figura seguinte.

] Tatch

[Fonte: Adaptado de vários autores]

Fig. 12 – Tatch e relação entre o corte e o sistema radicular.

No quadro seguinte podemos ficar com uma ideia das alturas de corte recomendadas,

em função das espécies escolhidas e de acordo com o uso do relvado.

(a) Em polegadas (1 pol = 2,54 cm) (b) Em mm

[Fonte: Adaptado de vários autores]

Quadro 2 – Alturas de corte recomendadas em função da espécie e do tipo de relvado

Outro aspecto a considerar é a forma como o corte deve ser efectuado no terreno e o

esquema da figura 13 pode dar-nos uma pista nesse sentido. Evidentemente que, se a

forma como se corta pode variar, a ideia que devemos reter é a de que a orientação do

corte deve variar de corte em corte, o que permite cobrir de uma forma mais efectiva

toda a área a cortar, tendo como regra a remoção máxima de 1/3 do tamanho da

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folhagem em cada corte. Outro aspecto prende-se com o facto de ser recomendado o

corte em mais do que uma direcção.

[Fonte: Adaptado de vários autores]

Fig. 13 – Exemplo de um plano de corte de um relvado.

Sendo assim, dispomos no mercado3 vários tipos de equipamentos de corte com as

mais variadas formas, feitios e versatilidades (recolha ou não do material cortado;

manuais, eléctricos ou motorizados, etc.). Seja como for, podemos dizer que todos os

modelos são compostos por um mecanismo (lâminas, tesouras – lâminas helicoidais –

ou fios) que, num movimento giratório horizontal, vertical ou helicoidal, efectua o corte

à altura desejada.

Nas figuras seguintes podemos observar alguns dos aspectos acima mencionados.

(a) Lâminas de tesoura helicoidais (b) “Facas” de movimento horizontal

(c) Equipamento de corte com fio de nylon

[Fonte: Arquivo pessoal do autor]

Fig. 14 – Diferentes tipos de corta-relvas.

3 Desde 1830, quando Edwin Budding, um operário têxtil registou a primeira patente de uma máquina para

aparar relva, baseada numa máquina utilizada na sua indústria para alisar (tosquiar) as fibras de alguns tecidos.

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(a) Corta-relva ecológico (b) Corta-relva por tracção animal

(c) Típico corta-relva americano (d) Bicicleta corta-relva (e) Motorizada corta-relva

(f) Corta-relva de grande amplitude e versatilidade (g) Corta-relva para taludes

[Fonte: Adaptado de vários autores]

Fig. 15 – Outros tipos de corta-relvas.

Vários autores referem que, em termos comparativos, as máquinas helicoidais (que

existem com 6 a 12 lâminas de corte) permitem obter a melhor qualidade de corte,

tendo limitações a trabalhar em condições húmidas e de relva alta, enquanto as

máquinas de corte rotativo (com motores de 2 ou 4 tempos) permitem maior

flexibilidade de operações de corte (com larguras de corte de 30 cm a vários metros)

permitindo ou não, ambos os modelos, a recolha dos resíduos de corte.

Fertilização

Com a fertilização pretende-se a aplicação, no solo, de fertilizantes. Como já foi

referido anteriormente, este objectivo pode ser conseguido com recurso à fertirega

(tendencialmente automática) ou, mais localizadamente, com o recurso a aspersores,

manualmente ou com veículos próprios para o efeito.

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Na figura 16 mostram-se dois esquemas relativos à instalação de um sistema

automático de fertilização e rega e na figura 17, um equipamento típico utilizado.

[Fonte: www.pubs.caes.uga.edu]

Fig. 16 – Esquema de fertilização automática.

[Fonte: www.pubs.caes.uga.edu]

Fig. 17 – Equipamento de fertilização.

Combate aos inimigos dos relvados

No combate aos inimigos dos relvados, principalmente quando se exige a aplicação de

soluções de produtos químicos (pesticidas em geral), seja em situações de pré-

plantação, pré-emergência ou pós-emergência, são utilizados contentores e

aspersores próprios e adequados, cujo tipo de aplicação (manual ou mecanizada)

depende principalmente da área relvada a tratar.

Rega

Consiste na aplicação de água no solo. Sub – superficialmente, este objectivo

consegue-se com a instalação de um adequado sistema de rega, com a tubagem

distribuída aquando da mobilização do solo nos percursos mais interessantes e com os

adequados aspersores colocados nos lugares considerados mais necessitados.

Superficialmente isso pode ser conseguido com o recurso a um motor bombeador ao

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Page 17: I_RELV_EQUIPAMENTOS

qual se acopla uma mangueira, com ou sem perfuração específica e um regulador do

jacto de saída (do tipo pulverizador ou não), que se desloca sobre o relvado para os

locais que se consideram mais adequados. O sistema de rega mais utilizado em

relvados é a rega por aspersão.

A figura 18 ilustra alguns destes equipamentos. Os objectivos fundamentais da rega

são:

● reduzir os efeitos de seca e calor; ● promover a saúde da planta; ● melhorar a absorção de nutrientes da solução do solo; ● melhorar a densidade de relva; ● manter uma adequada resistência ao uso; ● diminuir a probabilidade de ocorrência de zonas secas; ● manter e melhorar os padrões de qualidade, do jogo e do espaço;

Sistemas de rega superficial: pulverizadores

Sistemas de rega sub – superficial e automático: por aspersão

[Fonte: Adaptado de vários autores]

Fig. 18 – Diferentes sistemas de rega.

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Arejamento

Esta operação consiste na substituição de ar presente na mistura do solo por ar

atmosférico, como a figura 19 ilustra, efeito obtido por penetração de mecanismos

físicos no solo, sejam eles lâminas, facas, tubos, sondas, entre outros.

[Fonte: Adaptado de vários autores]

Fig. 19 – Arejamento. Os objectivos desta operação podem resumir-se a:

● melhorar a drenagem; ● diminuir a compactação; ● melhorar as trocas gasosas (CO2 ~O2 e outros) ● melhorar a incorporação de sementes (re-sementeira, fertilizantes, água e

areia; ● diminuir e controlar o tatch; ● diminuir a possibilidade de aparecimento de doenças e /ou pagas; ● encorajar o aprofundamento natural das raízes; ● melhorar o aspecto geral das plantas e assim do relvado; ● melhorar a sanidade geral do relvado; ● melhorar a tracção superficial e escorregamento; ● melhorar a velocidade e performance das bolas de jogo.

Os equipamentos utilizados para esta operação cumprem estas premissas, por

perfuração ou corte ou ambas, podendo implicar, ou não, mobilização do solo ou

mesmo retirada de parte do substrato e ser efectuadas com equipamentos mais ou

menos específicos, de acordo com a natureza do relvado em questão.

Entre os equipamentos temos a utilização de tubos, que podem ser maciços ou ocos.

Enquanto que, com tubos maciços, existe apenas a perfuração do solo, como se

observa na figura 20, com tubos ocos há sempre a remoção de pequenos cilindros de

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UTAD | Relvados | Equipamentos usados em Relvados 18

solo e plantas instaladas, com necessidade de os recolher posteriormente, como se

observa na figura 21, podendo haver em ambos alguma mobilização do solo.

Perfuradores maciços

Aspecto de um relvado após perfuração

[Fonte: Adaptado de vários autores]

Fig. 20 – Arejamento com tubos maciços.

Cilindro resultante de perfuração e Perfuradores ocos

Aspecto de um relvado após perfuração

[Fonte: Adaptado de vários autores]

Fig. 21 – Arejamento com tubos ocos.

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Outro dos equipamentos utilizados são os escarificadores, que mais não são que

cilindros com facas acopladas que, assentes no solo e por gravidade, atrito e

rolamento, vão sendo enterradas nele, aplicando-lhe golpes (furação simples), de onde

em onde, com a profundidade aproximada das raízes. É um método muito utilizado em

campos desportivos e em qualquer altura do ano, pois não implica nem mobilização,

nem retirada de substrato, não sendo um obstáculo grave para o normal desenrolar da

maioria das actividades desportistas. Não é indicado para taludes.

Temos ainda um equipamento conhecido por verticutter, que consiste igualmente num

cilindro com facas, muito mais próximas umas das outras, que rola por gravidade, atrito

e rotação, aplicado em áreas muito compactadas, já encharcadas ou não.

Neste caso são criadas linhas de corte contínuas e verticais e isso adequa-se ao seu

principal objectivo que é a retirada e controle do tatch formado, bem como de

infestantes.

Cumprindo a mesma função, mas com um espaçamento maior entre lâminas

(circulares, com espaçamento de 10 cm e profundidade de 25 a 30 cm) temos outro

equipamento denominado por perfurador. Podemos observar aspectos destes dois equipamentos na figura 22.

Verticutting em curso verticutter

Drill Drilling em curso

[Fonte: Adaptado de vários autores]

Fig. 22 – Verticutter e Drill.

Page 21: I_RELV_EQUIPAMENTOS

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Por fim referimos mais dois equipamentos – sondas – que,

erca

acilitar a aplicação de fungicidas e fertilizantes.

ncia

s equipamentos tem que ser efectuada

ipamentos.

Sonda de água

os autores]

Com esta operação, o principal objectivo é a aplicação de material inerte de

melhorar a drenagem superficial e o arejamento de solos compactados;

com o mesmo princípio

(injecção forçada) permitem injectar ar comprimido ou água directamente no solo.

No caso do uso de ar comprimido, a sonda é enterrada a uma profundidade de c

de 75 cm, criando bolsas de ar e fracturando a camada de solo compactado à sua

volta.

É um método que pode f

No caso da água, a operação consiste em injectar pequenos jactos daquela substâ

(com cerca de 3mm de espessura) a uma profundidade de 10 a 20 cm, especialmente

em áreas declivosas, com grande tendência para secar e erodir e com plantas com um

sistema radicular muito pouco desenvolvido. Contribui não só para fornecimento de

humidade ao solo mas também de arejamento.

Pelo descrito percebe-se que a aplicação deste

de uma forma integrada com outras operações e em situações muito específicas,

localizadas e controladas.

A figura 23 ilustra estes equ

Sonda de ar

[Fonte: Adaptado de vári

Fig. 23 – Sondas de ar e água

Top-Dressing

granolumetria diversa em relvados. É uma operação que precede, por exemplo, a

furação para arejamento e cujos principais objectivos se podem resumir da seguinte

forma:

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● melhorar a capacidade de retenção de água; ● promover a humidificação de sementes e novas plantinhas;

nutrientes (principalmente de

● p o veículo para fertilizantes e água; e das camadas de

● s reas excessivamente húmidas (principalmente em terrenos de jogo

● p nção” de camadas de relva recentemente plantada; dade do

lguns autores referem as seguintes aplicações para os diferentes tipos de relvado:

Inerte Granolumetria Tipo de Relvado

● melhorar a resistência das plantas à seca; ● pode funcionar como um suplemento de

micronutrientes); ode funcionar com

● é a operação mais eficiente para diminuir a densidadtatch; ecar áde Inverno); romover a “ju

● melhora a uniformidade de jogo e, consequentemente, a qualimesmo.

A

Areia 0,125 – 0,500 (mm) Futebol Americano

Areia 0,250 – 0,500 (mm) Relvado Ornamental

Bowling Golfe

Argila 25 % Campo de Ténis Argila 25 – 32 % C ampo de Críquete

[Fonte: Referência Perdida

Quadro 3 – Granolumet

equipamento típico para realizar esta operação (para além dos já mencionados)

lguns equipamentos possuem um mecanismo vibratório que, ao espalhar em nuvem

]

ria por tipo de Relvado

O

consiste numa caixa (metálica ou noutro material) com um qualquer sistema de mistura

e que, acoplada ou não a um veículo tractor, possui uma abertura por onde o inerte cai,

por gravidade.

A

o inerte, permite um maior alcance e mais eficaz distribuição do material, como se

pode observar nas imagens da figura 24.

Page 23: I_RELV_EQUIPAMENTOS

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Mecanismo de mistura dos inertes

Espalhamento por gravidade

ários autores]

Rolamento

ssencialmente levada a cabo após a instalação de tapetes de relva e de

ste caso)

Fig. 25 – Rolos para rolamento.

Espalhamento por gravidade e vibração

[Fonte: Adaptado de v

Fig. 24 – Top-dressing.

Operação e

efectuar o respectivo top-dressing, principalmente nas junções dos pedaços de tapete.

O equipamento consiste simplesmente num cilindro que é rolado sobre as zonas

pretendidas pelo tempo necessário para obter os melhores efeitos, como ilustram as

imagens da figura seguinte.

Esquema que ilustra a correcta colocação de um tapete (com torrão, ne

[Fonte: Adaptado de vários autores]

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Outras operações

relacionadas igualmente com o cor

a antes do corte. Enquanto o brushing é feito por uma, ou um conjunto

ing

[Fonte: Adaptado de vários autor ]

Fig. 26 – Grooming e Brushing.

ma operação relacionada com alguns tipos de relvados (campos de golfe, ténis, entre

utros) consiste na remoção de orvalho (que pode igualmente ser efectuada com o

Outras duas operações

e o brushing.

te da relva são o grooming

A ambas as operações podemos associar a ideia de que se trata de um levantar (ou

pentear) da relv

de escovas, o grooming é efectuado com um rolo com diferentes saliências que, nos

relvados com um corte muito curto (greens dos campos de golfe), permitem “esticar” e

preparar as plantas para o corte.

Na figura seguinte podemos observar ambos os equipamentos.

Groom

Brushing

es

U

o

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brushing), que é efectuada manualmente, com uma vara flexível, como se ilustra na

imagem seguinte.

Fig. 27 – Remoção de orvalho.

Por fim uma operação essencial também nos campos de

m local específico que cumpre uma função específica – os obstáculos de jogo

[Fonte: Arquivo pessoal do autor]

Fig. 28 – Alisamento de um bunker de areia de um campo de golfe.

[Fonte: Arquivo pessoal do autor]

golfe e que se prende com

u

conhecidos por bunker’s de areia – e que exige um equipamento constituído por uma pá

frontal e um conjunto de “pentes” à retaguarda que, por gravidade e arrastamento,

permitem o alisar dessa especial zona de jogo, como ilustra a imagem seguinte.

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Bibliografia

Obras consultadas

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Carlos Sáenz Valicourt, arqto. ISBN: 84-252-1658-3. 3ª Edição, Editorial Gustavo Gili, SA, Barcelona. 408 pp.

MOURA, R. M., 2004. O que é Arquitectura Paisagista? Contributo para uma reflexão. UTAD, Série Didáctica – Ciências Aplicadas, nº 171; 2ª edição.

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VÁRIOS, 2001. Standard A2.1 – Lawn & Grasses specification. Design & Construction Standards, Section 02920 – Lawns and Grasses. The University of Kansas.

Sítios consultados

(consulta entre Fevereiro e Maio de 2007)

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