Isabel Dores, nasceu no Porto, em Janeiro de 1970...

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Biblioteca Municipal Rocha Peixoto | Rua Manuel Lopes | 4490-664 Póvoa de Varzim +351 252 616 000 | [email protected] | cm-pvarzim.pt/biblioteca horário de segunda a sexta: 9h - 19h / sábados: 14h - 18h Isabel Dores, nasceu no Porto, em Janeiro de 1970. Licenciatura em Artes Plásticas - Escultura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Vive e trabalha na Maia. 2017 - XIX Bienal de Cerveira, V. N. de Cerveira; 2016 - Exposição colectiva, “Textile in Art”, Alfândega, Porto; 2015 - XVIII Bienal de Cerveira, Casa da Cultura, Tomiño, Espanha; 2015 - Exposição colectiva, “Cheia”, Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, Póvoa de Varzim; 2015 - Intervenção,"Tu deixaste de te ouvir", Academia de Música de Espinho; 2014 - Exposição colectiva, "Aduntorium Non Constant", Galeria Da Vinci, Porto; 2013 - Exposição colectiva, "Aduntorium Non Constant", Câmara Ambígua, Matosinhos; 2007 - Menção honrosa Interdecoração Design Empresa - Estanhos, Exponor, Porto; 2006 - Vencedora do Prémio Interdecoração Design Empresa - Estanhos, Exponor, Porto; 2004 - Exposição colectiva, "Pratas Portuguesas Contemporâneas", Joalharia Ferreira Marques, Lisboa; 2002 - Exposição colectiva, "Escultura em Compósitos", trabalhos realizados nas X e XI Bienais de V. N. de Cerveira, Valência; 2000 - Simpósio de Escultura em Pedra, Eduardo Marques & Rosa, Fátima; 1997 - "Finalistas da FBAUP", Cooperativa Árvore, Porto; 1997 - "Finalistas da FBAUP", Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, Porto; 1997 - "Finalistas da FBAUP", Castelo de Sta. Maria da Feira; 1996 - II Bienal de Arte AIP, Europarque, Sta. Maria da Feira; 1991 - Exposição colectiva, "Ourivesaria Egípcia Contemporânea", Pinguim Café, Porto; 1991 - Espectáculo multimédia, "D'Assumpção e Edgar Allan Poe", Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardozo, Amarante. Trabalho Público: 2011 - "Porto", painel de madeira, átrio do Hotel Eurostars Oporto, Porto; 2009 - "Os sonhos são como a água", painéis de azulejo, fachadas do Hotel Axis, Porto; 2008 - "A minha casa", painel de azulejo, átrio do Edifício BB Residences IV, Porto; 2007 - "Lugares urbanos", painéis de azulejo, átrios do Edifício BB Residences III, Porto; 2006 - "Cidade II", painel de azulejo, átrio do Edifício BB Residences II, Porto; 2005 - "Cidade I", painel de azulejo, átrio do Edifício BB Residences I, Porto. [email protected] | www.isabeldores.com

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Biblioteca Municipal Rocha Peixoto | Rua Manuel Lopes | 4490-664 Póvoa de Varzim+351 252 616 000 | [email protected] | cm-pvarzim.pt/biblioteca

horário de segunda a sexta: 9h - 19h / sábados: 14h - 18h

Isabel Dores, nasceu no Porto, em Janeiro de 1970.Licenciatura em Artes Plásticas - Escultura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.Vive e trabalha na Maia.

2017 - XIX Bienal de Cerveira, V. N. de Cerveira;2016 - Exposição colectiva, “Textile in Art”, Alfândega, Porto;2015 - XVIII Bienal de Cerveira, Casa da Cultura, Tomiño, Espanha;2015 - Exposição colectiva, “Cheia”, Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, Póvoa de Varzim;2015 - Intervenção,"Tu deixaste de te ouvir", Academia de Música de Espinho;2014 - Exposição colectiva, "Aduntorium Non Constant", Galeria Da Vinci, Porto;2013 - Exposição colectiva, "Aduntorium Non Constant", Câmara Ambígua, Matosinhos;2007 - Menção honrosa Interdecoração Design Empresa - Estanhos, Exponor, Porto;2006 - Vencedora do Prémio Interdecoração Design Empresa - Estanhos, Exponor, Porto;2004 - Exposição colectiva, "Pratas Portuguesas Contemporâneas", Joalharia Ferreira Marques, Lisboa;2002 - Exposição colectiva, "Escultura em Compósitos", trabalhos realizados nas X e XI Bienais de V. N. de Cerveira, Valência; 2000 - Simpósio de Escultura em Pedra, Eduardo Marques & Rosa, Fátima;1997 - "Finalistas da FBAUP", Cooperativa Árvore, Porto;1997 - "Finalistas da FBAUP", Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, Porto;1997 - "Finalistas da FBAUP", Castelo de Sta. Maria da Feira;1996 - II Bienal de Arte AIP, Europarque, Sta. Maria da Feira;1991 - Exposição colectiva, "Ourivesaria Egípcia Contemporânea", Pinguim Café, Porto;1991 - Espectáculo multimédia, "D'Assumpção e Edgar Allan Poe", Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardozo, Amarante.

Trabalho Público:2011 - "Porto", painel de madeira, átrio do Hotel Eurostars Oporto, Porto;2009 - "Os sonhos são como a água", painéis de azulejo, fachadas do Hotel Axis, Porto;2008 - "A minha casa", painel de azulejo, átrio do Edifício BB Residences IV, Porto;2007 - "Lugares urbanos", painéis de azulejo, átrios do Edifício BB Residences III, Porto;2006 - "Cidade II", painel de azulejo, átrio do Edifício BB Residences II, Porto;2005 - "Cidade I", painel de azulejo, átrio do Edifício BB Residences I, Porto.

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No meu umbigoEstanho

2017

“O Espaço Entre”

Para a Isabel Dores

Segundo afirmas, a tua exposição foca-se em questões de individualismo e falta de comunicação e na tentativa de materializar o espaço que medeia entre as pessoas. Neste sentido eleges um ser dual e invisível explorando, para o exprimires, o jogo entre o positivo e o negativo.

Na minha linguagem, a tangência; esse espaço película que une os corpos, apenas nulo, mas podendo conter uma imensidão de significantes, assume aqui uma presença decisiva e uma condição definitiva. Mas a sua expressão precisa, em assumir formalmente essa invisibilidade, convoca em absoluto a ausência e ela é o vetor primordial na definição de um percurso conceptual que evidencia vivências mais ou menos magoadas.

Por muito que a obra de um artista persiga determinados conceitos, aborde temas diversificados, ou se exprima através de formas aparentemente não familiares, uma leitura atenta e profunda à forma como interpreta as ideias que sistematicamente patenteia, identifica sempre um carácter e uma linha de sentido autobiográfico.A expressão plástica que o artista imprime ao seu trabalho, a forma como conjuga ou manipula os elementos materiais que elege para construir o seu discurso, pode parecer atraiçoar essa condição mas, os vectores presentes e repetidos no conjunto da obra, vêm afirmar essa qualidade individual e, no teu caso, ela afirma-se de uma maneira explícita, permanente e bastante eloquente.

A eleição da escala real para os elementos que moldas no próprio e em outros corpos, assume um caráter íntimo e reforça a verdade com que exploras e compões plasticamente essa temática.

A memória que tinha de um trabalho com uma sensibilidade e expressão muito própria não foi atraiçoada, passados estes anos, apesar de se mostrar agora aos meus olhos, com uma capa mais serena e uma afirmação mais consistente na exaltação da tangência, presentemente, com a representação do sujeito ausência mas com a mesma sensualidade latente.

A repetição dos elementos orgânicos, negativo/positivo ou representativo do corpo, que tratas através da frieza sistemática do módulo, revelam uma obsessiva atitude perante prováveis gestos ou memórias, afirmam uma ausência persistente e conferem a sistematização precisa à afirmação da permanência.

A linguagem plástica revela-se como um paradoxo já que parece mostrar, para além de uma íntima e dolorosa sensualidade, um grande carácter impessoal na evocação de uma realidade maquinal do mundo atual que é dado pela sugestiva imagem da fabricação em série e do seu contentor.

Mesmo os materiais escolhidos, parecem por vezes querer acentuar uma tentativa de distância, mas a referência evidente ao ex-voto faz regressar a questão a um determinado culto e à evocação da prece. As tuas frases procuram, num fugaz olhar de uma relação gráfica, a capacidade de descobrir uma leitura descomprometida, mas a poesia e força dos significados e a forma como se assumem, comprometem-nas novamente na relação aos afectos.

Esta dualidade de conceitos, permanente em todo o trabalho, revela afinal uma atitude coerente na assunção de uma intimidade desencontrada e na sua catarse.

A forma de manipular os elementos que utilizas para dar corpo ao teu imaginário e a constância com que o assumes, é feito através da criação de uma linguagem plástica atual e autêntica, em que a presença dos sentidos são constantemente depurados numa perene e significante dialética.

Carlos Marques Julho 2017