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i j IC C ) "~ ( ( )PREÇOS;

No Rio «J500Nos Estados.... $60T

ANO XXVIII

OTico-Tico publica os retratos de todos os seus leitores

RIO DE JANEIRO 23 DE SETEMBRO DE 193J

O banho do guarda

r fâ± y ti n^ i

J]^ J&^È0tZS^m mm+^kmmmWçZ rmCl\//T\ i^Sfc. f^/} mmmmmmjS^m^^^

X Lia. íllLn. N I ^^ ^ ^^

N. 1.355

Lamparina outro dia furtou uma laranja da porta deuma quitanda. I 5W1

Mas um guarda civil percebeu o mau ato da negrinhae saiu-lhe em perseguição.

*- TIEla entretanto invadiu os canteiros dos jardins da Avenida Beira Mar, negaceando, enquanto o guarda faziaesforços para prendê-la. v ,

Foi aí que Jujuba achou o momento oportuno e abriu o registro dagu* despreendendo aqueles leoues de chuvaque regam as plantas e molhando o "guarda civil, s

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O TICO-TICO 2-. — Setembro — i.i.ít

_£_ C O _3 I C _LUm ratinho aduzida, enquanto dava ao dente:"Falta-me abiscoitar uma despensa ingente".Mas uma voz secreta o embarga, imperiosa:— Gira desengrazada a ratinheira entrosa;;

andam fora dos eixosdestilando avidez, os teus inquietos queixos.

Atende-me, e convém:dá mostras de elevada inteligência auem

aumenta seus haveres,limitando a ambição

a apropriados têres.Que utilidade importa, ainda que exígua, em

[suma.o excesso de ração?

Focinha a cachimônia a ver se importa alguma..Trata de acumular o teu voraz desejo

numa lasca de queijo.E acharás aprazente a condição de rato,se almejares somente o necessário exato —

Reside em todos nós,sincera e exortatíva, a mesma sabia voz.

Mas ouvem-na bem poucos;os mais, em finca-pé, fazem ouvidos moucos.Resulta, assim, que a vida, encantadiça e

Tamena,se transforma em geêna.

Theophilo Barbosa.

O bom filhoEra uhí a a um homem que tinha dois filluw. Eles eram

muito bons. O pai e a mãe gostavam muito deles. Um sechamava Manoel e o outro se chamava João. Manoel, umdia, quis que a mãe lhe mandasse comprar lenha no car-gueiro. A mãe mandou, mas disse: — Meu filho, você vaimu:to direitinho, se você não for direitinho eu não mandoma _ você buscar nada. Então, Manoel seguiu, procurandoo cargueiro; achou-o e disse:

O senhor tem dez tostões de lenha?Tenho. — respondeu o cargueiro.

Manoel comprou a lenha e seguiu paca casa CktgaaÃnem casa bateu á porta. A mãe disse"

Quem é?

* ^WNA^WWW^VWW

UM BOM PRESENTEé o livro intitulado

A FLORA DAS MARAVILHASpelo Dr. Ribeiro de Almcda, filho, que ensina diver-lindo quanto ha de bom em no-,?a terra, por meio de

contos lindos calcados na vida do sertão e noscostumes dos nossos indii

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j___T et y__io

—*» ' ~i ¦¦¦_¦¦¦.

pâ pipa pepapai púpa

pia púa pãopoáia T piau

A l (- o 1 . A

E' o Manoel!A mãe então abriu a porta. Manoel entregou a lenha

e falou:Eu demorei porque custei muito a achar o car-

gueiro. Não faz mal, meu filho — respondeu a mãe.Então todos os dias a mãe mandava Manoel buscar

ti.do que ela quisesse. A mãe ficou gostando mais aindade Manoel, porque êle sempre foi bom

(História ditada por Luz Emilio Tavares de Micedo— 7 anos).

rio que armazena gordurana cauda

,*»__¦ ys^yy^C^&*S hily^Durante o tempo em que encontra bastante alimento, c la->garlo "gila", da America Central, armazena gordura nacauda. Quando clteçia o periodo da seca, esse lagarto vive

das reserras dc gordura que acumulou.

Uma quebra éa regra estabelecida

I *»__?—¦ ~* __^-8_^í___;i-=i^ ~ -^t_.

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>A^Aft/>A,v>^vww^v^^^

Os pássaros fa::m os ninhos c ahi põem os seus ovos. MasO albatroz primeiro põe um único ow e... depois i que fa*

o i,f.nht> em torno do ¦ovo.

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23 —Setembro— lUai O T I C O - T I C O

' s^ssy •^¦¦í'* *..... ^*^"r*; - *f ? t? *-*: **1? ; ¦'". ÍR

AO CAÍR DA TARDE

(A' Yolanda Vai.de Lima)

Numa destas tardes de Setembro,tristes e melancólicas, sai, em com-panhia de um coleguinha, a umpasseio.

O sol lentamente cambava...Na curva do caminho que per'

corríamos, divisei um lindo passa-ri nho agonizante, ferido pelo tiro deum caçador. A uma pequena dis-tancia contemplava muito quieto opassarinho que (quem sabe?) tal-vez chorava a perda da queridaamiga.

Mistérios indecifráveis!...Com a nossa aproximação ele, as-

sustado, voou e perdeu-se no azuldo íirmamen-to.

Arrepéndi-me bastante de o titesi-antado, eu e o meu colega ha-viamos, com a nossa chegada, pri*valo, o passarinho de assistir o ul-rimo suspiro da sua inseparávelcompanheira.

As aves tambem amam! • •.-.

preddysittho

N A AULA

O professor interroga a um dosseus alunos:

Que é que se tira das ovelhas.Cadinhos;

O aluno guarda silencio. O pro-fessor repete a pergunta. Cadinhosreflete:

A lã.Muito bem. E que mais?

Novo silencio.Ignorante! Que é que se faz

com a lã?Cadinhos está a ponto de-chorar.

Vamos! De que é que fizeramo teu casaco?

.— De nma calça velha do papai.

O GALO E A PÉROLA

JOÃO KOPEK

O galo estava catandoCerto dia num monturo,Quando deu-lhe. em cima, o bico.De um grãozinho muito duro.

Olérc! Que novidade!O Senhor cocaricóEsgravatando ligeiro,Todo contente, gritou.

Esgravata, que esgrarata.E por 4im, descobre... CUma pérola bem grauda,Verdadeira, iá se vê.

Deixando cair a crista,Todo zangado, rosnou:*— Ora bolas! Antes fosseUm grão de milho. E abateu.

Per'las a porcos!! Palavra,Não tem razão o anexim:"Ao pão de lot ha de sempreO asno antepor o capim".)

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O TICO-TICO — 4 — 23 — Setembro — 1931

ERA UMA VEZ...Então, nrnha filha, queres uma história, uma dessa,

ündas histórias de principes encantados?Sim, papai, mas eu preferia uma história da re.lida-

de. Um desses episódios acontecidos alguma vez na vida...Contar-te-ei.. Deixa lembrar-me. São tantas que sei.

São tantas...Só quero se for uma que nunca haja ouvido. Uma

nova...Está bem. Espera um momento...Que é isso, papai. Está triste, de repente? Que foi,

hein?Nada, minha filha. Rememoro o passado e sinto-me

tristonho. Procuro na existência algum pedaço da minha vi-da para contar-te.

E é assim tão triste a sua vida, papai?A's vezes, minha filha. E' preciso que comprehcn-das que a vida humana não é feita somente de flores... Es-

trazem consigo, muitas vezes, espinhos bem agudos...Nem só de alegrias é a exrste:ic;a. Ha dores que 6-0 bemcaieis.

Vamos, papai. E a história, não me conta?Sim, minha filha. Ouve. Era uma vez, um menino.

um lindo menino de cabelos louros e olhos azues...E quem era esse menno assim, hein? O Sr. não dis-

se que me ia contar uma história verdadeira?Espera, filhinha. E's muito curiosa. Não me inter-

rompas. Ouve. Era um menino tão lindo que mais pareciaum anjo dos céus. Os pais adoravam-no e por que não ha--riam de adorar presente tão encantador que Deus lhes en-viára? Esse pequenino arcanjo foi criado com todos osmimos, satisfazendo todos os caprichos.

Que bom, hein, papai?O meninoz:nho, apesar de assim educado, tinha, mentanto, um bom coração, um coração de oiro. Amava os

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A PRISÃO DE VENTRE

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causa terríveis perigos e a ninguém mais do queás creanças! 'Para restabelecer em seus delicadosorganismos a regularidade das funções intestinais, éaltamente recomendável o uso do

"MANITOL"remédio dc açào rápida, segura e definitiva. Além

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4 i I| Cid ».. Esi ., |

Ij.OME.Ender...Cid-

pobres. Compungia-lhe profundamente a dõr alheia. Tcdosos dias. á hora ccrla, inevitavelmente, estava á porta da vi-venda de seus pa s, esperando por três velhinhas, trêmulas,enrugadas, vestes em desalinho, cabeça de neve, que vinhambuscar daquele menino de olhos azues a esmola de cada uma...E que esmola era, papai. Não era igual á que eudou todos os dias á sinhá Aivnha?

Não interrompas, filha querida. Escuta o resto.Uma tarde enfarruscada de inverno, o menino saiu, com asua págem, a passear na cidade. E lá, de repente, se viuperdido, no meio do acotovelar da multidão. Sentindo-seno meio de tanta cara desconhecida, desatou a chorar.Acorreu logo muita gente. E todos indagavam. O coitadi-nho. porém, de coisa alguma podia informar. Não sabiade nada. Só sab:a chorar...

Pobrezinho! E, então, papai?N^sto .urgiu um policial e levou-o consigo para _delegacia...

Preso, papai?Não, füha. Levou-o afm de proc.irar os seus pais.No caminho para a delegacia, o menino e o policia en-

contraram uma das velhinhas a quem o garoto dava d a-riamente esmolas. Ela o reconheceu e compreendeu tudo.Numa alegria incontida, a falar com a voz trêmula, ex-picou ao guarda onde ficava a residência do men.no. Eassim, graças àquela pobre velha, o pequenito vo'tou aolar paterno, onde, aflitos, os progenitores o aguardavam.

lesta maneira, minha filha, 0 bem semeado por aquelemenino teve a sua recompensa, uma linda recompensa.Papai, e esse menino, quem era esse menino?Ah, minha filha, como és curiosa: êsse menino éagora já homem feto. E', hoje, o teu papaizinho...

R. de 11•> ? ?O pudor é o cabello que cce.ee nas orelhas.

*>•>?>

A conscencia é como o relógio do gaz; só a gente Se lera-Ira delia qiKnp.o vê a conta.

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-fc\ -iTICQ-TJCOw> ,,ÍM ii ^yVí'- ¦&>V)\*^\7vA

__llHedator-Chefe: Carlos Manhães — Diretor - Gerente A. de Souza e Silva

Assinatura — Brasil» 1 ano, 25JOOO; 6 meses. .13Ç000; — Estrangeiro: 1 ano, 60$00U; 6 meses, 35$0OO.As assinaturas começam sempre no dia 1 do mês em que forem tomadas e serão aceitas anual ou semestralmen-te. TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou car-ta registrada com valor declarado), deve ser dirigida á Rua da Quitanda, 7 — Rio. Telefones- Gerencia* 2-4544.Escritório: 2-5260 Diretoria: 2-5264.

Sucursal, em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plinio Cavalcanti — Rua Senador Feijó, 27 8o andar, salas 86 e 87.

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O MATE, VEGETAL PRECÍOSOMeus netinhos: mate, possttia qualidades notáveis colocar agtta. Outro modo de sa*Nos Estados do sul do Brasil, Pa- de nutrição e de tonificação. Desde borear essa preciosa bebida é o usa**

raná, Santa Catarina, Rio Grau- então foi-se generalizando o uso do do e conhecido pelo nome de chi*de e Mato Grosso, existe uni vegetal mate entre os descobridores. A ar- marrão, isto é, o mate preparado emprecioso, cientificamente denomina- vore do mate, semelhante á laran- cuias e bebido por meio de finasdo Ilex paraguayenses e que outra jeira tem, em geral, a altura de bombas.cousa não é senão o mate, a saboro- quatro a seis metros e as folhas, de Essa preciosa bebida, meus neti*sa erva que, de infusão com a água formato mais ou menos oval e di nhos, é das que possuem, como dis-

quente, tanto vocês apreciam. bordos denteados, possuem a face se-acima, excelentes qualidades nu*Pois é dessa erva, de suas exce- superior de cor verde claro e a in-

lentes qualidades alimentícias, toni* íerior do mesmo tom, mais escuro.

cas, estimulantes e medicinais que A erva colhida, folhas e galhosVòvò vai falar a vocês. Logo de- finos, passa pelos processos de se-

pois do descobrimento do Brasil, o* camento e trituração antes de ser tomar mate, preferi-lo a outra qualconquistadores verificaram que os entregue ao consumo. O mate, meus quer bebida é, além de dar ao orga-

naturais do sul da terra descoberu netinhos, toma-se geralmente de in- nismo elementos de nutrição, devei

mascavam e comiam certa erva. fusão com água quente, preferindo de todo brasileiro, pois essa erva

bebendo alguns a infusão obtida muitas pessoas "queimá-lo", isto é, de sabor tão agradável, constituí

dessa mesma erva com água. deitar no fundo do bule, sobre uma das muitas e preciosas riquezas

logo chegaram á conclusão de que erva, um pouco de assucar e uma do Brasil,

erva tão apreciada do indigena. brasa viva de carvão para depois VOVÔ

tritivas, principalmente para as cri-ancas, dado o seu poder altameníttônico e diuretico. O mate é o óti-mo substituto do chá da índia e

i4v*'»K<2^.Jkui£&&Vr<4^*^Ulul'_5^ ^_ ^ <>*f§ I*-* 4_**

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O T I _ O - f I O O 23— Setembro— 19:} 1

O TICO-TICO" MUNDANONASCIMENTOS* Nasceu a 11

deste mês a meninaLeonor, filhinha do Sr.Nestot do Nascin-.ent>F< mira e de DonaMargarida Pinheiro Ferreira,

? ¦•- Recebeu e nome de Laura a linda men na nascida

a 8 «leste mês c prhnogeha do casal Antaro de Carvalho*

Ruth de Carvalho

A N IVERSARIOS•¦ Faz anos hoje a menina Célia, encan adora íilhi-

til . do Dr. Álvaro Vianna da Costa.• Gentil de Almeida Santos, nosso estudioso am;-

guinho residente cm Entre Rios, com-

pletou a 16 deste mês seu 12' aniver-_ai io natalicio. ,

a 10 deste mês a da;aani versaria da gracosa Maria de Lour-. Si de Barros, nossa assinante em

Paulo.- a 14 do mês co: -

reme o seu aniversário natalicio oestudioso jovem Antenor Moreira, nOSSO-!•. guinho residente nesta capital.

NA BERLINDA...

NA GAIOLA..."S- ? Passeando em

pr'.moro.»o bosque,encontrei os seguintes

passarinhos da escola"Marietta Kibe

Lucilia, uma alegre pomba rola; Aurinha, irnia saíra; Ce-linha, um lindo canário belga; Flane, um feiticeiro bem-te-vi; Marcelino, um pintasi-gO; Zézé. um interessante joãode birro; Ary, um lindo sabiá; Myrson, uma pomba juriti;Antoninho, um papagao; Alcyr, um beija-flor; Elzinha, umlindo tico-txo: Lygia, um bi<iuinho de lacre; Arnaldo, umlindo pardal; Frederico, um Mio pica-pau; Maria de Lour-

uma pautiva; Leda e Cicero, dois mimosos eotfbrs;Eduardo, um papa-arroz; Ailsio, um canário da terra, e

eu, um mavioso rouxnol.

— • Estão na berlinda oi segu n-t- . -lazes e senhoritas; da Rua LuísVasconcellos e outras: Alser delicado; Hilda, por ser boa ami-guiiiha; Dehniro, por ser alegre; Ce-jia por ser graciosa; Mario, por serelegante; F.unice, por ter ótimas com-pr.nhias; Euclydes, pci ser quieto;Wanda, por gostar de dansar; Ge-raldo, por ter um bigodinho bonito;

ra, por ter lindos dentes; Júlio,_t estudioso; Antonietta, por an-

<,ar com elegância; Jarbas, i>or serquerido; Mildred, por ser* car...Joãozinho, por andar de bicycleta;Dulce, por ser morena; Adelba. por ser graciosa; Edith,

lindoi cabellos; Adalberto, por ser ligeiro: Lour->er bonita; Renato, por ser do Colégio Militar;

Juracy, por gostar de rir; Beatriz, por ser gentil; Olmenyr,por ser pequeno; Celina. impatica; Jayr, por -er

Léa, por ser gorda; Ruth, p:>r usar vestido curto,e eu, por ter a língua enferrujada.

ik-É-ff-Mif-fWMmmW^ÍWÊmmM

para umseguimos

EM LEILÃO.

Resolvendorapazes «¦ senhoritas

-.to dão pela simpatiaI mar? pela altura «leLourdes? pela «- Alce? pe'o rompante deMaltoaí pelo

"capricho de Ruth? pelo sorriso de Nair?pela graça «de Iveite? pelo modo me go de Elza? pelafarda de ¦ie Depsdedil ca deBerenice? pela e intel le Jurem

um leilão, encolhi os seguntesRua Visconde «le Itabayana:

¦ antidio? pela gordura de'plio? pela habilidade de

NO CINEMA.

¦ • Foram contractadosfi'm cantado e musicado osmeninos e meninas de Jacarepaguã:Alt.tir, Dolores Coste'lo; Aristoielia,Lia Tora; Odilon, Charles Chapliu;Glorinha, Marion Davies; Manoel. Re-ginald lKnny; Luz, o Ben Lyon;

.. Hoot Gibson; Ináni, Marion X.-xou; Eugênio. Ramon Novarro; \Va'-ter, Cojirad Nagel; Walda, Bebe Da-niels; Olga. Betty Compson; Pio,

Fairbanks; Gilda, Janet Gay-nor; Upuyucan, Antonio Moreno; ÜJys-ses, Tom Mix; Harold, o Harol j Uoyd,

SEÇÃO DA D O C E I R A . . .

Bolo "Pic-nic" offerecido aoSr. Redactor d'0 Tico-Tico: 3O0 gra-mas dos cabellos do Odilon, 500 grs.dos modos de Eugênio, 215 grs. dosolhos da Glorinha; 320 grs. da côr da

. 100 grs. da simpatia de Altair,da voz de Dote; 130 grs. das

das do José, 400 grs. da alegriade Irani, 200 grs da bondade do Luiz, 450 grs do tamanhode Aristotelina; 215 grs. do penteado da W.iida, 145 grs,do modo de conversar de Ulysses, 150 grs do narizinho ar-rebitado de Pio. 325 grs. do comportamento de Da'cio, .*40

dar de Dalcy.Para fazer um bolo escolhi diversas senhorinhas

do Realengo: 1 2 kilo do sorriso de Cremilda, 250 gramasda magreza de Elza Paranaguá, uma colher do doce olharde Elisa, 50 grs. das graças de Iza, 1 kilo do andar deDalila, 100 grs. da beleza de Aida, 1'2 kilo da delicadeza«le Maria, 50 grs. da voz maviosa de Dilah, uma chicara daslagrimas da Juracy, e. afinal, 250 grs. da paciência de iquizer. fazer este bolo. — Cavaleiro Negro.

• ¦ Numa confeitaria «ia Tijuca foram apreci ,do- r.«seguintes doces: Alzira, uma tamara recheada; Marina, umapera cristalizada; Diva, um pudim de laranja; Ouvia, umamãe benta; Sylvia, uma deliciosa cocada; Juracy, ummanjar; Dolores, um bom bocado; Ruth, um pão de lot;Almerínda, uma queijadinha; Y verte uma torta de

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23 — Setembro — 1931 O TICO-TICO

Vovó, conte uma historia, pc-diu Newton, um pequenito louri*nho de olhos da côr do céu, cor-rendo para junto da avózinha.

Eu quero uma de fadas! disseJulinha, irmã mais moça de Newtcn.

A boa vovó puxou mais os óculospara o nariz e, abraçando Julinha,enquanto atraía ao regaço o irre-quieto Newton, perguntou-lhes, sor-rindo:

Mas que historia querem vo-cês que eu lhes conte?

¦—• Conte-nos aquela do meninoe o anjo, responderam os dois ne-tinhos.

Vá lá, vá lá, disse a vovó eacrescentou: — Estes pirralhinhossempre me dão que fazer! Mas,prestem atenção!

E a doce velhinha começou a nar-ialiva:

"Era uma vez um meninomuito pobrezinho que se chamavaRoberto.

Aproximava-se a época do Natal.As famílias já iniciavam os pre-

parati vos para festejarem o nasci-mento de Jesus e a petizada exul-tava de alegria.-

Somente Roberto, o pobre órfão--ínho, estava triste!

Só no mundo, sem os carinhosdos pais e o aconchego de um lar

que o felicitasse, ele vivia entre-

gue á miséria e ao abandono. Dor-

mia ao relento e esmolava de porttem porta o negro pão para seu sus-

tento.Chega, enfim, o Natal e com etc

çrande alegria.

Os sinos <la capela repicam íestt-

vãmente convidando os fkis a vi-

rem render suas homenagens ao

Menino Jesus que acabava de nas*

«er. iRoberto, coitadinho, naquele dia

não havia conseguido nem uma mi-

será codea de pão para mitigar a

,"VVVVV«^/VV^rfVVVVV^WW*A/WW>^^V^^^^V

¦W^wh:

i/lLM W-íN'_ ^-V7_5à\! JcZ/\ <

f ____rlul _

^*^23è^Ow_0 anjo da guarda

ou a íadado pobrezinho

(Extraído do livro "Os Se-rões da Vovó", ilustrado pelaautora).

fome e, fraco, caminhava pela es-trada que conduzia á capelinha qu-se achava toda adornada de" florese luzes.

Extenuado pela grande caminha-da até á capelinha, nela entrou e,humildemente, foi ajoelhar-se a umcanto da igreja. Seu coração in-fantil estava triste. Seus lábios bal-buciaram uma prece.

Pedia ao bom Jesus que o levasse

para o céu onde estavam seus que-ridos paizinhos.

Terminada sua singela prece, Rc-

berto saiu da igreja e dirigiu-se

para fora da cidade na sua peregâ-nação de desamparado da sorte.

«rV^jl ^Yí%m\\

nn- i *- ._^___[ ... ¦_

Caminhava ao léo, quando foiter a uma grande floresta.

Ainda era noite e o pobre meiri-no, fatigado pela jornada que fi-zera, deitou-se na relva debai**>dc uma arvore e adormeceu pro-fundamente. Em sonho viu o Me*nino Jesus que lhe sorria docemea*te, e ao despertar notou que ao seulado estava uma moça vestida comuma alvissima túnica, tendo sobre afronte uma estrela e ás costas duasasas brancas e lindas; circundava a

uma aureola de luz tão forte queofuscava a vista!

Roberto ao fitar aquela visão caíttde joelhos, exclamando:

— Ah! que linda é a minha fa«da!

Mal tinha acabado de pronuncia,essas palavras, teve a impressão de

que o Anjo, (pois era o Anjo daGuarda) tomava-o nos braços e ru-fiando suas asas grandes e diafa-nas voava com ele para o céu.

Pela manhãzinha, um lenhado.que andava no bosque á cata de ar-vores para lenhar, deparou com ocorpo já cnregelado de um peque-nito caído sobre a relva, e tendo nosemblante pálido o sorriso angélicodos inocentes.

Esse pequenito era Roberto, opobrezinho órfão. Morrera de fo-me, de cansaço e de frio no dia do !nascimento de Jesus, envolto em umlindo sonho e tendo ao seu lado oAnjo da Guarda, que, no seu espi-rito infantil, ele julgara ser umafada".

A avózinha parou a narrativa.Os dois netinhos dormiam no seu

regaço, enquanto ela os fitava en-levada.

Yolanda Barres Freire

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O TICO-TICO — 8 Setembro — 1931

— "Deixo-te a escolher o logar \ DE '•. Ji3t9 flcou surPreS0 com * »•»«¦onde preterirá* acabar os teu» I . ji * -rf-.i» _ll li, ! .„ • ,e ,*

mand°-do Su'tào ,9VOU.-°diae"—disse o Sultào a Koulln. — "Mui- |MÀ7niMlJ-Nf qU'ntal da SUa chacara- KaPrí as8"nto grato a Vossa Alteza. eu desejo ser \ ? • «TA«-»VIIV1 W I VM que percebeu seu senhor correu logo .ienforcado no quintal da chácara do meu \ (FIM) _ff 'fazer-1»-e festas. O Sultão viu que Kou-mordomo Elbrous. Ó Sultão. deu ordens \ '\,n e;a «nocente e pediu-lhe explicaçãopara levá-lo e a sua comitiva a casa do X df-.uê'e mistério. Mandou .prender tme-mordomo.,

\ dIaUo-e!Jte

El*>rous.

Koulia" contou* tudo ao soberano! E disse-lhe:"Quis pOr & prova minha esposa o meu mor-

domo. A história do coração do Kapri é uma tabu-Ia. Minha mulher nâo resistiu á sua paixão pelaslolas e meu,'mordomo tinha a ordem, desde essa ma*nhà de entregar a V. Alteza a Kapri"-

'O Sultão abraçou e perdoou a Koultn. E man-dou que se Justiçasse Imediatamente a Elbrou3 emtogar do seu patrão.'— "Bem razão tinha r.ieupae. seus conselhos eram sabi03. jdisse Koulin con-ciso. e jaouiA pe esquecerei deles". t

Entrando no palácio real. o moço disse ao Sultão— -Minha esposa nâo reclamará a pérola prometid-*por vosso decreto e que essa bela Jóia continue a hr>lhar na vossa corda reat. Permiti porém que vos di-ga que desembaraçai» facilmente de vossos amigos,e bqj-._6§q auero seguir o ultimo, cuas-liio do tutu...

...velho pae. Não viver na tatlmidadc <l-<-> K''.iml<'s.'Desejo viver retirado da corte e ir pata o campo re-conduzir minha esposa a pensamentos mais sensa-tos". _ O Sultão do bôa vontade cedeu ao pedidode Koulia e este viveu muitos longos ano* feliztotopâBbid de sua Querida VaMlika.

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23 — Setembro — 1931rAs

aventurasdo

Gato Felix(Desenho de Pat Sultivan'— Exclusividade do "0

TICO-TICO" para o Brasil)

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Gato Felix, munido do fras-

- 9 0 TICO-TICO

i > ji m_mm^m-m_^>mf-—*mm%k? k--^ ~i .

"' ^JÉf^^P \r_j^S ? ___J!

• müm-9 yro_- „ ^flr Jâ"k, * "^T^ «=>-' vC\< i' ~e~-Z~~~ _r- * ..-•¦•-" "

viu ao, longe, a senhorita > £ a" cateça do herói desapare-co contendo o fluido que que o aplaudira no circo de ceui oh! Gato Felix! Q u e te.torna temporariamente in- touros. — Vou me tornar in- aconteceu? perguntou a senho-visível qualquer obieto,. . visível! — disse Gato Felix... nta vend0 aquele gato sem cabeça..s..n»i/ ir1"* . 'í^k-^f^'Vr

•;*'.,•¦ -•¦ i~z _*____%ii£*Ji~ .vi? **¦*""¦« "| t/ü *» .^;;-ZZz7ZZZ..,...,. C£:.~. "*• I— Perdi a cabeça, senhorita! — respondeu Gato Felix, já então de. posse .. .Olhou para o lado e viu um mercadorgaiatamenre Gato Felix. A senhorita, ater- de seu ilustre craneo. sentiu junto de um carro carregado de apetitosasrorizada, saiu a correr. vorítade de se alimentar... maçãs. Gato Felix resolveu cemer maçãs.

I-!' 4*J_B±É

P»jJ , «f >h!«Ek , f^i_, I ^^^ PiT

Jogou sobre a ca- .. invisível e as maçãs começaram a "voar" do carro do mer-beca umas gotas cador para junto de Gato Felix, ante o espanto formidável dodo fluido... dono das frutas. Gato Felix foi dar depois um passeio...

.. .á alfândega e viu um caixote queia para os Estados Unidos. — Vou pa-ra os Estados Unidos! — disse.

|pt. _, _ ui ^J~ir' "—"i p _= -\

|$k=^ § -,——iL-—--, %/p-^^SA

l: abrindo o caixote enxotou o ocupan- .. Cato Felix viajou até os Estados ;.. em vez de um angorá, estava Gatote. um gato angorá branco e sem graça Unidos e ali, ao ser entregue o caixote Felix.que ia ser comprado nos Estados Uni- a0 destinatário este ficou deveras es-les. Metendo-se dentro do caixote... pantado. Dentro do caixote,... (Continua).

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O TICO-TICO

1^

-10 —

d23 — Setembro — 1931

¦Clprópria toalha — ao gosto das...:

bordadeiras..

Logo em seguida, uma gravuraonde se ve o encanto com que c

preparada a mesa de chá. Numa

PINTURA — Os desenhos ou

pinturas que dissimulam defeitos

de vidros e espelhos, quando feitos

com arte, são de impressão agrada-

büissima. Daí, do geito que algu-

mas donas de casa dão a um canto

manchado do espelho ou ao mofo

que não se poude evitar, a minha

nova — que é velha — do arran-

jo dos vidros dos moveis, dos das

janelas e dos das portas com pin-turas adequadas ao mobiliário de

cada aposento...

Ha um papel-vitral. Mas as ca-

prichosas querem, elas mesmas, cui-

dar do desenho, do combinado de

tintas para os vidros dos seus apo*

sentos ou do "home" em geral. Es-

tá claro que os vidros de uma casa

não devem ser todos pintados, para

que não se tenha impressão de uma

Joja, na espécie.

Uma das nossas gravuras mostra

uma janela larga, com vidros em

pequenos caixilhos, cuja pinturaimita vitral e é feita em cores trans-

parentes, especiais para pinturas

sobre vidro. As flores todas contor-

nadas de leve traço preto.

Junto á janela um sofá conforta-

vel, no gênero arca, com gaveta, e

amaciado por almofadas de feltro,

de "reps" e de seda em cores vivas.

Ao lado, um espelho redondo com

um ramo de rosas nas tonalidades

pastel.;

toalha de unho branco com bordadoitaliano, a cores, louça fina, duas

velas em castiçais de prata c prato

De agulha: pano redondo, de li-

nho fino ou grosso, e bordado no

sistema Richelieu. No linho de cor,

linha para bordar de tonalidade

francamente diversa.;

L°go abaixo temos uma toalha de

chá, cujos medalhões são feitos do

PKsmo ponto de cruz da grega queirnecc, bem como o festonado.

Escolha de colorido da linha e da

** ' W *r' T**Cjl H^nf^^l

\Vi^^*à^ "*taÊ&£^Z^^mwl. I.

de cristal, e o vaso florido de fies-

cas margaridas brancas./

A almofada bordada á Richelicit.

com "barreires", deve ser executa-

da cm linho grosso, linha grossa,

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23 — Setembro — 1931 — 11 — O TICO-TICO

brilhante, e forro dc setim num co- metis" para rotina branca — de na "lingeríe" que nos veste, a cam-

lorido bem gritante.; gente grande ou pequena, de ca- braia finíssima, ou os ciepes de

ma e mesa. E' desenho para qual- seda vegetal, brancos ou de corei.

quer qualidade de tecido, sendo, (Cor fixa — o que só se obterrt

De agulha, ainda: "bouquet" de com vantagem, empregado na rou- com os tecidos que trazem a eti-

bordado inglez e pontos de "plu- pa de cama e mesa o linho fino, queta — Indanthren). .— S.

Hft/ ' Y*Ç^^W______L_\__^__ "*^\-' _H_r^9 j^^^^X\^HBW| R^^HM__ I^\<-^r^^^|-_^^-l _____ if\?^^í _______''' i__8_8___ < _4j__ &'^>ÍX^^sS\v^^'^^S______kf __S_i _R_k. \^V^*^^5^^W

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O TICO-TICO — 12 — 23 —. Setembro — 1931

Anoitecia!O sol ia desaparecendo no hori-

zonte e derramava os últimos raiossobre a espessa mata. As nuvensque o circundavam assemelhava;) i-se a grandes montanhas oiri ficas.

O vento, semelhante a uni tufão,cortava as florestas, estremecendoos arvoredos.

As aves procuravam os ninhos .os animais os esconderijos.

Sob uma grande arvore, próximaa uma picada, estava de cócoras innmenino de pouca idade, franzino, cde uma palidez comum das crian-ças doentias. Os olhos eram trist.-nhos e negros como azeviche.

A's vezes murmurava: — Hãosei o que será da minha vida. Mvipai está desempregado, minha maiencravada no leito, a mais de cin-co meses e de lá não pode sairninguém aceita-me como emprega-do. E assim dizendo, rompeu emsoluços.

Acontece passar por ali um rei,que, tendo ido a uma caçada, tinhase perdido por aquelas paragens eprocurava onde pudesse pernoitar.

Ao ver aquele menino solitarij,apeou-se e foi ao seu encontro.

r MANDAMENTOS DMLEI DE DEUS

Io — Amar a Deus sobre todas as cousas e ao próximo comoa si mesmo.

2o — Xão jurar o seu santonome em vão.

3° — Guardar domingos e festas.

4° — Honrar pai e mãe.5o — Não matar.6° — Não pecar contra a cas ¦

tidade..7o —Não furtar.8o — Não levantar falso tes-

tinnmho.

9° — Não desejar a mulher dopróximo.

io" — Não cobiçar as cousasalheias.

!

CARÁTER NOBRE

O que tens, meu filho? per-guntou-lhe o rei. Que fazes ái, só-zinho? Não tens receio da noite que.se aproxima?

Senhor, disse o menino, qu;mal pode fazer-me a noite?

Onde moras? perguntou-lhe orei. Estou á procura dum abrigoonde eu possa passar esta noite,pois pretendo partir pela madru-gada.

Eu moro ali em baixo,o menino. Se for do seu agrado po-derei levá-lo até lá.

Quando lá chegaram, o rei abis-mou-se ao ver tanta miséria. O ca-sobre uma completa ruina. Os moi-rões já apodrecidos caiam aos pe-daços. As paredes -eram feitas debarro.

Entraram. Tinha um comparti-mento pequeno, o chão feito de ti-jolos, sem soalho, o teto era feitode esteira. No centro notava-se u.ncaixote que servia de mesa, ban-quínhos de rude madeira, carcomi-dos pelo tempo.

A um canto desse compartimen-to, estava estirada sobre um col-chão uma senhora, pálida, trazendono rosto indícios de uma velhice

precoce, talvez Gausada por aqueladoença que tanto durava.

O marido era um homem alto eforte. Estava desempregado ha cer-ca de dois anos. Sustentava a fa-milia á custa de tantos esforços.

Receberam-no com grande amabi-lidade sem suspeitar que tinham emsua presença o rei daquele pais.

Pela madrugada, resolveu o reipartir, notando estar o tempo amei-çador. Grossas nuvens cobriam to-do o firmamento.

Despediu-se da pobre familia pro-metendo socorrê-la, mas na su•»pressa esqueceu-se de levar comsigoa sua carteira cheia de ouro.

Quando estava a pequena distancia do casebre, ouviu uma criançachamando-o em altas vozes.

Parou o cavalo, e notou ser a cri*anca do casebre, tendo numa dasmãos a carteira.

— O senhor, disse o menino, es-queceu esta carteira em casa. Logoque a encontrei, saí á sua procuta.

Vendo o caráter daquela criança,o rei fez-lhe presente da carteira, esalvou-lhe a familia da miséria.

YOLANDA SAPIIIRA

AMANHECE.(Ao Jayme Augusto)'

O inverno havia revestido obosque de flores belas! Sobreuma grande pedra, contemplo anatureza festiva, que canta aosmeus pés.

Amanhece! Os passarinhos, osencantos das nossas matas, pas-sam em revoada trinando, comoque saudando Phebo que, na !':-nha do horizonte, esparge sobre

a terra ainda adormecida e ba-filiada pelo orvalho da noite, seusraios coloridos e tepidos.

Que belo espetáculo este!Como é esplendido o amanhe-

cer em minha terra, a terrapássaros, que imortalizou o grau-de poeta Gonçalves Dias.

Na relva verde c macia pasta-vam os animais. Além do bos-que, canta a fonte limpida entreas pedras.

/.. Moura Ferro

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23 — Setembro — 1931 13 — 0 TICO-TICO

NOSSOS UERIDOS AMIGUINHOS

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/í'</<* Lopes Bandeira, kcà'aprezada amiguinha desta

Cat>ita!.

Walter Antônio e José Carlos, nossos ami-

fptinhos de São p.'ulo.

Leonor Guimarães, nissoamiguinha residente na

Saía.

A MENINA DESASSISADASentados á sombra de uma ve'ha arvore, á teira da es-

trada, D. Amélia e seu marido, admiravam, o pôr do sol.

O horizonte era todo ouro e purpura; formando na verdade

um espetáculo surprehendente. "Como é bonito", exclama

D. Amélia, e impressionante ao mesmo tempo! "Parecem

as chamas de um incêndio!''

Helena, uma menina de seus dez anos, que passava na

ocasião, não ouviu senão as últimas palavras proferidas perD. Amélia. Sem se virar para verificar a verdade, correcom todas as suas forças para a cidade. Façam vocês uma

idéa! Ser a primeira a espalhar semelhante noticia!!!

Checando á edade ela bate nas primeiras casas: "Ha

um incêndio formidável lá para os lados do Morro-Who...,

E' medonho «tudo se está queimando! Exclamações angus-

tiosas lhe. respondem; Mas como!... Quem te disse? Osino não se fez ouv'.r ainda! Qi:e infelicidade, meu Deus!!

Mas a bisbilhoteira já vai longe?

E'a continuou o cam'nho, espalhando á direita e á cs-

querda a noticia que fazia ceusação. "Você fala do ir.cen-

dio, Helena, do lado do Morro Yelh>"?Era a vendedora de leite e ovos que a interrogava, com

a cara muito assustada."Sim senhora.,.. Parece que é medonho"!

A leitera nem quis escutar mais nada. De um salto,

vai ao encontro do empregadinho. "Depressa, atrele a char-rete. Eu tenho minha mãe lá! Quero correr para salvá-la lAlguns minutos depois, o cavalo galopava pela estrala

a fora.

A pobre mulher está meio louca, por que pensa não en-

contrar mais a mãe com vida."Dizem que é medonho! A estas horas já deve estar

carbonizada. A este tempo ela já distingue um pouco aolonge o Morro-Yelho.

Um tropeiro está sentado ao pé da estrada. "E o tncen-cio?, perguntou a velha..Causou muitas mortes?" "Que incen-do?" "No Morre-Velho". "Qual incêndio, qual nada!" Ummedico que vinha de lá nada me disse! Meio assustada ain-da a bôa mulher despede-se do tropeiro e corre para a ci-dade, por que já era hora da entrega do leite.

Infeliz Helena ! diante de todos leva uma va:a que nun-ca se esquecerá. Chingaram-na de louca, estoúvada, idióti

etc. E, chorando de vergonha, vermelha como um pimentão ela volta para casa, prometendo nunca mais espalhar no>ticias sem primeiro estar bem certa da verdade.

(Adaptado do francês).EDESIO ESTEVEZ

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O TICO-TICO — 14 23 — Setembro — iíXH

"sfflii"e"molep"j )\mbição de garimpeiro

Dois camaradas unido.,irrequietos, saltadores,amiguinhos tão queridosque sentiam as mesmas dores.

Eram '".Moleque" e '•Santinho".!".Moleque"', um lindo Mó;o outro, um pirralhozinlioguloso, como ele ¦¦• i!

"Totó" parecia gente!

Dizia "sim" com a cabeça;discursava alegremente,agitando a cauda espessa.

E, fosse lá por que f<viviam sempre indigestos...Um, abusava do "doce";

o outro abusava... dos restos.

Preso á cama certo dia,'•Santinho'' ouvia da enfermeira

da mamãe que o extremecia —coisas da morte traiçoeira 1

Tudo esfria, meu filhinho,quando a morte toma contade um adorado corpinho!Esfriamos, ponta a ponta!

•"Santinlio". zás, conferiua própria temperatura;e perdidamente riuda Vida, em plena fervura!

Depois, no outro doente,ali perto a ressonar,pousou a mãozinha quentee. .. desatou a chorar!

A mãezinha, toda aflita,indagou do pranto a causa.E ouviu do filho a desdita,quando aos soluços deu pausa:

"Totó", mamãe, vai morrer!comeu bis... coi... tos da lata!ele tam... bem... quis comerbis... coi... to velho que ma... ta!

'- E tran.feriu-se ao tapete...E enlaçou-se ao bem amado,gritando á mãe : — E' um sorvetemu focinho! Está geladol

Aiarico Cintra

| (Dos "Monólogos de GUI

j nfco

O que vos tenho a contar hoje,meus queridos amiguinhos, é umahistória que eu não deveria chamarde história porque é um fato bc.riverdadeiro passado lia muitos anosno sertão da Baia.

Situada numa região de riquezamineral exuberante, a cidade de Len-ções foi, durante muitos anos, umfamoso Eldorado que os ambiciososbuscavam, no desejo louco de enri-quecer.

Sobrepujava em Eençóes a prodti-ção de diamantes que eram encon-dos ou de mistura com o cascalhoou no fundo dos rios.

Eram extraídos do cascalho quelavavam, centenas de vezes, numabacia chamada bateia: no fundo dosrios-ia o homem buscá-los, travai.-do com a natureza uma luta dina-mica, onde, na maior parte das ve-zes, se entregara vencido.

Isto se passou ha muitos, ha mui-tos anos.

Lençóes atravessava nesse ano,talvez a fase mais próspera de suaexistência. Seus diamantes faziamafluir, á pacata localidade muitagente que se atirava á exploração dosolo, mas que, a par disso, concor-ria para seu desenvolvimento agri-cola e comercial.

Eram sertanejos e era gente dacidade. Como ressuscitando a gloriaépica dos Bandeirantes, eles chega-vam,'mãos vazias, o olhar brilhan*ede cubiça, a alma repleta de esperan-ça. E atiravam-se ao rude lalx>r degarimpeiro, ao sol, á chuva, lutandocontra a febre e contra a fome, por-que era mais forte, ainda, a febre dcenriquecer.

O coronel Edelberto tinha, em suasterras, montes de cascalho que fi-zera, cuidadosamente examinar, sem

que o mais leve vesti<.io de dia-mantes aparecesse.

Sua fazenda, íertilis.ima. era, tal-vez, a maior e a melhor da locali-dade e êle vivia^ feliz, entre o cari-nho da familia e os prazeres que avida sem cuidados lhe prodigali-zava.

Certa vez, procurando firmar umapequena ponte sobre um córregoque cortava suas terras, a atenção docoronel, que dirigia as obras, foiatraida por uma exclamação queirrompeu dos lábios de seus colo-nos,

\<> abrir um rasgo no penhascoda margem do rio, seus homens es-barraram com um "'caldeirão de dia-marftes".

Chama-se "caldeirão de diaman-tes" uma cavidade de formação se-ailar, no fundo dos rios, onde osdiamantes que o corrente trasportase precipitam pelo peso e ficam de-positados.Certo, aquele terreno fora muito

mais alto, e b rio, outrora largo ccaudaloso, cavara-o, descendo de ai-guiis metros o leito em que entãccorria, já sem a im]x;tuosidade deoutros tempos.

Ao ver, pela brecha aberta, o bri-lho das pedras que a corrente dei-xará perfeitamente isentas de cas-calho, a alegria do coronel foi rui-dosa!

Estava rico! A Natureza presetvteara-o com um tesouro de reis!

E as suas mãos encheram-se daspedras maravilhosas, de que en-cheu os bolsos, trêmulo de emoção!

Passados os primeiros dias de en-tu>iasmo, o coronel, que duranteesse tempo, fizera mais de mil pro-jetos relativamente ao modo por que«leveria gosar a graça que Deus lhe

^^

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23 — Setembro — 1531 15 0, T I C 0 - T I C O

concedera, teve unia idéa ambiciosa:— Devem exister outros caldei-

rões...Essa idéa foi lhe tomando conta

do cérebro de tal fórma que cie aca-bou obsecado pelo desejo louco deencontrar outros caldeirões, muitose maiores do que o primeiro. E so-nhava com diamantes raros, vendo-se, em delirio, mais rico do queCreso.

De nada lhe serviram conselhos deamigos, rogos da mulher que, te-mente a Deus, acreditava ofendero Senhor, desejando mais do queespontaneamente lhe dera.

O coronel vendeu os diamantese lançou toda a fortuna apurada,na compra de mecanismos apertei-Coados para revolverem toda a ter-ra para afastar o leito do rio qu.murmurava, cristalino, á sombrados bambuais...

E os anos se foram passando.A fortuna imensa diminuía, ao

mesmo tempo que aumentava aambição do garimpeiro.

E um dia chegou que o coronelteve de vender parte de suas ter-ra para ter com que custear o sa-lario de seus homens.

Acabou, meus leitorzinhos, nãorico quanto Creso, mas pobre comoJob, porque nunca mais encontrouum único diamante!

NHANHÃ PEQUENA

UMA HISTORIA

Era um dia um velho que era mui-to pobre. Ele tinha muitos filhos.Os filhos dele eram muito levados.O velho não queria viver com eles.Um dia o velho pegou um saco, bo-tou os filhos dentro e disse: —'"Meus filhos, vamos passear na fio-resta". Chegou na floresta e disse:— "Meus filhos, vocês esperem umpouco que eu vou buscar ura copodágua para vocês beberem". O velhoseguiu para casa; depois não voltoumais. Os filhos ficaram muito tris-tes. Depois «eles andaram e viramuma luz muito longe. Então eles se-guiram para a luz. Chegaram á luz :era -uma cabana. Eles bateram á

porta e apareceu uma velhinha. Elespediram para morar naquela casi-nha. A velha criou-os muito bem,mas eles tinham saudades do pai.

(Historia ditada por Luiz EmilioTavares de Macedo — com 7 anosde idade).

ADECIFRAÇÃODACARTAEm uma antiga aldeia vivia um

pubre homem a quem os garotesperseguiam e a quem todos recusa-vam dar trabalho, dizendo que eleera maluco.

Contava-se que ele pertencia auma antiga familia rica, moradoraem um velho castelo, agora emruinas, e onde se abrigava o pobrehomem, sem parentes nem amigos.

Certa vez, cavando ele o chão pa-ra plantar alguns legumes para suaalimentação, encontrou uma garra-fa bem arrolhada e lacrada, dentroda qual, em vez de vinho, havia unipapel guardado.

O homem abriu a garrafa e reti-rou o papel, que era uma carta chqual algumas palavras estavam es-critas em uma tinta mais clara, po-rém, que se avivava quando seaproximava o papel do calor, ou seo expunha aos raios do sol.

A carta nada tinha de extraordi-nario para ser tão bem guardada, epela data devia estar ali enterradaa mais de duzentos anos. Dizia oseguinte: "Caro amigo. Não lheposso mandar o dinheiro que pe-de, pois não o tenho mais em meupoder, assim como as jóias e tam-bem a coleção de pedras preciosaspara estudo.

A respeito da saúde dos amigos,digo-lhe que EST..O todos bons. Osque morreram foram Enterradosno cemitério junto ao cruzeiro domesmo campo santo.

O encontro que deseja ter comi-go, eu marco para depois DE ama-nhã no local do costume, ondeestarei ao lado da pedra do moi-nho.

Como moro PERTO da fazenda,fácil será descrever a couna no

dia aprazado e seguir para lá, p-é este sempre o meu rumo. Amcie ir ao norte terei importai:revelações a lhe lazer.

27Seu amigo -•715".

rgos

O homem leu a carta e, não lhedando importância alguma, ia ras-gá-la, quando reparou nas palavrascuja tinta se avivava quando sobreas mesmas incidiam os raios do sol.

Juntou as referidas palavras e viuque elas diziam isto: "o dinheiromais as jóias e pedras preciosas es-tão enterrados junto do marco depedra perto da colina no runtonorte".

Dirigiu-se ao local indicado e en-controu, com efeito, um marco depedra ao lado da colina no rumo donorte-; Sem que ninguém visse, ca-vou o chão ali, e descobriu umgrande cofre de ferro cheio de an-tigas moedas de ouro, jóias de gran-de valor e raras pedras preciosas,formando tudo um inestimável te-souro de imensa riqueza. Entre asjóias encontrou documentos com onome de sua familia e os titulos daposse daquelas terras, onde todoso apupavam e lhe negavam traba-lho. Estava rico e senhor de tudoaquilo que o cercava. Poderia ago-ra se vingar dos que o haviam hu-milhado.

Como era, entretanto, generoso "e

magnânimo, a todos perdoou, con-sentindo que morassem nas suasterras, mesmo sem nada lhe pagar,pois o tesouro que havia descober-to o tornara muitíssimo rico.

TRANCOSO

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o GRANDE PRESEPE DE NATAL- Pagina "de armar n. 7

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O TICO-TICO — 18 — 2'i — Setembro — 1931

/V- I \ )\ vendedora de fósforos(NHANHA PEQUENA)

Maria Luiza deixou-se cair ncangulo escuro, junto ao extremoda igreja. As pernas recusavam-se-lhe a caminhar. O taboleiro que le-vava a tiracolo, repleto de caixas defósforos que tencionava vender,pesava-lhe sobremodo. A pequem,procurou tirar do pescoço a largafita que o sustinha, mas os movi-men tos eram-lhe tão lassos, de fra-queza e de fome, que o dcsanim")venceu-lhe o desejo e contentou-seem descansá-lo sobre as pernas jun-tas, para que pesasse menos ao fra-gil pescoço.

, Uma sensação extraordinária dealivio invadiu-lhe todo o sêr, sen-tindo-se repousada naquele recantoermo, a sombra, livre das vistascuriosas que se cravavam sobre asua pessoa, sobre a sua miséria,] rufando sua vida de pobreabandonada!

Um ano fazia que a querida mãe-zinha falecera. E, desde então, quesuplicio eram seus dias! Nas mãosde um tio impiedoso e avarento, elase transformara em maquina deangariar dinheiro de que seu tutortra verdadeiramente insaciável. E,além de fazer todo o serviço decasa, vendia doces, vendia frutas,vendia fósforos! Nesse dia, o ulti-mo do ano, Maria Luiza partira decasa com o taboleiro cheio de fos-

e a recomendação de nãovoltar á casa com uma caixa única.

Mas os homens passavam pre-ocupados com os embrulhos de quejá iam sobrecarregados para os fes-tejos do Ano Bom e não viam a po-

bre que lhes estendia, súplice, o de-bil bracinho, oferecendo a merca-doria. Correra todo o bairro. Le-vada pela atração das lindas "vi-

trines", andara um pouco mais eatingira os limites da cidade.

Depois... que lindas eram asruas! E que bonitas as exposiçõesde brinquedos! De olhos extasia-dos, Maria* Luiza esquecia a fomee a desventura da sua existência,para pensar, apenas, naqueles poli-chinelos tão engraçados, naquelasbolas tão lindas com que deveriaser tão agradável brincar!

Correu toda a cidade, encantada,maravilhada!

A noite surpreendeu-a no centre,com o taboleiro cheio de fósforose a alma cheia de sonhos! E quan-do, a um momento, a cidade se en-cheu de uma profusão de luzes,Maria Luiza sentiu correr-lhe pelaespinha um arrepio de susto: nadafizera! Apenas um policial que aobservava quando a vira embeveci-da junto a uma porta de brinque-dos, comprara-lhe uma caixa. E asoutras ali estavam, todas, porqueMaria Luiza nem mais sc lembra-ra do taboleiro que agora lhe pe-sava tanto aos hombros delicados

Voltando á realidade pelo acen-der das luzes, a menina viu-se tãolonge de casa e exposta a tamanhaserie de sofrimentos que um de-

sanimo invencível tomou-lhe todo oComo se afastara!

B as pernas, que já se recusavama andar, teriam de fazer de novoesse caminho! Pôs-se a oferecer amercadoria que levava. Mas nsruas já se iam despovoando*

E ela caminhava depressa, de-pressa, num desejo louco de se verem casa, para sofrer, sim, mas pa-ra dormir, depois. Os-olhos se lhefechavam.

Os passos eram cada vez inai.ipenosos. Amparando-se ás pare-des, aos postes, lá se ia, arrastão-d"--e para o bairro em que mo-rava.

Ao passar pela igreja, Maria L.ii-za sentiu-se atraída por aquele de-grau que lhe seria um doce refu-gio.

Ao longe, a cidade borborinha-va ainda. No largo, perto, automo-veis passavam, businando. Dos bon*des próximos chegava-lhe o ruido

Mas, naquele angulo de sombraa vida cessava. E a pobrezinha dei-xou:se cair, sentindo-se sem forçaipara um movimento mais.

Apoiou a cabeça no portal e aospoucos os olhos se lhe foram íe-chando. A imagem santa da mãe-sinha adorada tomou-lhe o cérebro.

Um acesso de tosse sacudiu-anervosamente e ela despertou emsobresalto. Quiz caminhar. Não te-ve coragem. E ali ficou, tomadade um prazer enorme, em sentir-se

quecida de tado e de todos, semprecisar agir, lassos os membrosnum delicioso repouso.

affSBO

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23 — Setembro — 1931 — 19 — 0 TICO-TICO

Dormiu. A febre agiatava-a emcalafrios, apesar <J_ moite de verão..Fez-se, pequenina, menor ainda,procurando aquecer-se com o calordo sen próprio corpo. Na mente fe-bril, a imagem da Mãe queridamisturava-se ás deliciosas visões da-quéle dia. E via-a entregando-lheos brinquedos de todas as "vitri-nes'" os soldados e os carrinhos,as bolas e os polichinelos.

Numa escada grande, muito gran-de, todos os degraus estavam cheios,dc bonecas deliciosas que se curva-vam, segurando as lindas saias _Luiz XV e que Hie enviavam docese meigos sorrisos. No alto, a mãezi-nha abria-lhe os braços amigos eprotetores.

Depois, viu descer por essa anvpia escadaria todo um regimentode soldadinhos, tal qual os çjtte ahaviam deslumbrado, sob a dir_-

o do policial que íõra, naqueledia inesquecível o seu único fr_-gues.

Precedia-os uma imponente ban-da de musica

Os soldadinhos desfilaram, gar-bosos, em continência, e foramcolocar-se á retaguarda de MariaLuiza. Livre a escada, surgiu, noalto, de novo, a imagem queridae Maria Luiza, precipitou-se ao senencontro. Uma chuva de pétala,de rosas caia sobre o seu corpofranzino, períumando-o e acarici-;unlo-o.

E quando as roseas pétalas che-gavam ao chão, transformavam-scem pedras preciosas, lindos bri-Hiantes, de todas as cores que re-saltavam sobre o mármore, a seuspés. A pequenita subia, subia sem-pre. Atingiu, emfim. o lance finalda esctida.

Refugiou-se no colo amado.Em torno, um jardim imenso,

lindo, como nunca vira. E anjose virgens... Maria Luiza sorria...

E foi assim, com um sorriso mui-to doce nos lábios nacerados, que,tle madrugada, encontrou-a, quan-

voltava do serviço, o policialcom que sonhara. Mas, dessa vez,a pequenita não lhe ofereceu tos-foros, pois a mãozinha pendia inei-te, sobre o lagedo do portal. ..

. ...Maria Luiza havia subido aocéu...

O O 3ST S3 ____ I__ _E_E O SSA quem gostar de criançasFôr pra elas amui»..,.,,Eu recomendo um menino

Cem manhôso...

Terá depois noites lindasE dias calmos, ditosos,Se, em vez de um só, arranjar

Dois maní-osos.

Quem não quizer ter socego,Vivendo sempre em temor,Faça dividas e tenha

Um credor ..

E se quizer maior pena,Mais sofrimentos e horroresProcure ter, inclementes,

Dois credores.

Para passar maus bocadosE ter na saúde abalo,

,. E' preciso tão somenteTer uni calo.

,Se fôr pouca a penitencia,E, aos pés, quizer dar regalos,Arranje, com os seus sapatos,

Mais dois calos.

Para menino medroso,-Muito bobo, toleirão,Eu desejo, simplesmente,

Um "papão".

E aos que ainda são mais tóios,Crentes em superstições,Mando, em cima do telhado

Dois "papões".

Para os pobres que têm fome,Perseguidos pelo azar,Eu peço a Deus que lhes dc

Um jantar.

Sendo mulher e maridoOue vivam sofrendo aos pares

Merecem bem ter, num dia,Dois jantares.

O camarada atrevidaE ainda metido a guapo,Deve levar, sem delongas,

Um sopapo.

E se quizer se encrespar,Põc-se-lhe a cara em farrapos,Dando-lhe, além de "tabefes",

Dois sopapos!

Ao amigo verdadeiroQue nos tira do embaraço,Por gratidão, lhe devemos

Um abraço.

Sendo a favor muito grandeQue nos livre de fracassos,Então o amigo merece

Dois abraços.

Se a mamãe nos satisfazUm inocente desejeDeve, em troca, receber

Grande beijo.

E quando o papai nos compraSanduíches, doces è queijosDeve ter de nossa parte

Uns dois beijos.

Para cacetear o publicoQualquer poeta e teatrólogoBasta escrever, sem ter graça,

Um monólogo.

Se quizer fazer dormirConte fábulas e apólogos,Ou diga, como eu, agora,

Dois monólogos...

MAURÍCIO MAIA''¦ * ___________ /*T"-:--•»- /Ay~^-\ *~~-

€b*tsáWmWk&ri!ksHHr c_ «^-^^--f fT * •Jtjkji£__L»?__8_-i*'i- >_>-. sr^r^as&bl. * v <Sr. Cf\

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O TICO-TICO — _. — 23 — Setembro — 1931

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ISTORJÀ. DA MUSICA—pela semiouA ^ciiuriAnn |_JiHtfK

A

musica

perfeita

de

Saint-

Saens

CAINT-3AENS nasceu em Paris em 1865.

grande distinção que combinava a ha-bilidade parisiense com o fino gosto cias--ico. Exerceu uma grande influencia namusica francesa durante três quartos de se-culo. Foi ele que conseguiu despertar o in-teresse adormecido pelas composições paraInstrumentos diversos.

SAI.NT-STENS nasceu em Parla em 1805.

Desde a mais tenra infância tlnlia umouvido musical perfeito. Desde criança dis-tlnguia perfeitamente os sons de diverso.,sinos e afinava com habilidade pequeno,pedaços sonoros de vidro. Gostava de ficara ouvir o "Pequeno Oboe" que era produ-zido pelo vapor que escapava pelo bico d..chaleira.

SA1NT-SAENS nasceu em Paria em 1865.

ça-prodiglo. Com a idade de doze anosri u um concerto perante a Duqueza do Or-

- nas Tulherlps e esta o presenteou comum relógio e corrente. Nas recepçOes quet.ua mãe dava, o menino improvisava pequrfpresontaç<>s de opera, que deixaram o*C-tividados perplei;03..

f~"\ AS suas quatorze operas a mais contic-cida é "Saneio e Dalila" quo ó a ia-

.. do publico em todo o mundo. E' umadas poucas operas onde a prima dona é con*tralto e não soprano. Tanto pode ser repro-tentada como opera ou como orat •

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2.1 — Setembro — 1931 — 21 — O TICO-TICO

Os nossos creados(DIALOGO)

Ele — (Entra de um lado, de colete,avental e trazendo um embrulho que cen-têm um terno de rcrpac).- Ela — (Entra do lado oposto, de tou-ca o de rendas, avcntalcinho, e, embrulha-do numa toalha, um vestido de moça).

Êu. — Vai sahir?Ela — Vou, sim; e você?Êr.E — Eu vou tambem.Ela — Para onde vai?ÊLE — Vou ao alfaiate do doutorz.riho

levar um temo para passar a ferro.Ela — Que coincidência! Pois eu vou

á costureira da senhorita levar um vestidopara concertar.

êle — Tem graça I O temo do doutor-zinho tambem vai sofrer um concerto.

Ela — Tambem?Ele — Sim. Vai para o alfaiate encur-

tar mais o paletot, apertando a cinta, eestreitar mais a calça de cima a baixo.

Ela — Pois o concerto do vestido étambem esse; encurtar e estreitar.

Êle — Deveras?Ela — Sim. Imagine que o vestido, de

tão estreito que é, já não passa bem noshombros, e de tão curto, já passa muitoacima das canelas.

Êi.E — E o terno do doutorzinho ? Opaletot já é tão curto, que mais pareceuma jaquetinha, e as calças, tão aperta-das que quasi se rasgam quando êle sesenta.

Ela — São tjo exagerados esses rapazescom as modas de agora?

ÊLE — E as moças? Essas, andam qua-si... transparentes.

Ela — Que quer? E' a moda. Chegama não comer. para ficarem delgadas.

êle — E p.r falar em comer: hoje, do-mingo, haverá almoço ajantarado, não é?

Ela — Não. Nem' almoço nem jantar.êle — Como?l Então não se come ho-

je nesta casa?Ela — Nós comeremos. Os patrões é

que, em vista de não ter havido pão nemcarne, resolveram fazer um 'pic-nic em Pa-guetá.

êi.e — Quer isto dizer que estamos hojede folga?...

Ela — Até amanhã.Êle — Neste caso podíamos aproveitar

bem o.dia. Emquanto êlcs estão lá pienicaiido, nós ücaríamos cá passeiando. Quetal?

Ela— "Não me parece mal".êle — E tive agora ainda outra idéa.Ela — Qual é?êle — E' esta: em vez dc levarmos es-

ias roupas ao alfaiate e á modista, metia-mo-nos nelas e iamos ao footing.

Ela — Ao footing? Não sei onde é.êi.e — E' no Leme ou no Flamengo.Ela — Nunca entrei nesse tal footing...êle — Não se entra, não. Faz-se. E'

passeio.Ela — Ah! Pensei que era cinema.Êle — A's vezes no passeio ha fitas de

cinema, tambem.Ela — ÊntSo, vamos! Espere ahi um

pouco enquanto eu vou me preparar. {Sáe,levando o vestido).

êle — Sim; eu me arranjarei depois.(Monólogo) : Ora, que são muito ridículos,mesmo, esses mocinhos elegantes chama-dos almofadinhas! 'Pintam de carmim acara e os beiços; põem traços escurosnos olhos, e, por cima de tudo, camadasde pó de arroz. O cabelo, ou é muitoliso e lustro», empastado de pomadas, outodo cheio de crespinhos e frisados. Sei de

, um que usa até água ox:genada para fi-car com os cabelos louros. De bigodes,nenhum tem nem sombra. As unhas sãovermelhas e lustrosas como conchinhas demar, e todos gostam de ter um apelido-zinho, em vez do nome, como: Lulú, De-déo, ou Fifio. Cambada! As roupinhas queusam são todas uma miséria de pano, detão curtas e estretas!... Andam sem-pre com' umas piteiras compridas e amare-las. e, - sem sofrer da vista, põem unsóculos de vidros muito redondos!... Edepois, saem num passinho miúdo as-sim... (Imita os passos) que mas pa-recém... umas melindrosas do que mes-mo gente.

Ela (Entrando com um vestido justo, norigor da moda, de chapéo e "lorgnon"):— Você ainda está aqui assim? Vá se pre-parar!

êle — Vou já. (Sáe, levando o cm-brulho).

Ela (Dcsageitada) — Qual! Não meacostumo com isso! O vestido está elegar,-te demais... para uma pessoa só. Nãosei como essas moças suportam isso. Es-tou aqui entalada dc maneira que Ift-posso quasi andar. (Asscstando o "lor-

gtwn") : Esse pince-nez de cabo compridoé oue tem graça!... Mas é tambem mui-to mmlicante quando elas pegam a olharnara uma pessea só, e não tiram a vistade cima da gente! Se eu fosse a policiaproibia isto. Quem qu'zer usar óculosP«'wle. Pôde usar até binóculo, mas ês.e[.nce-uês dc cabinho comprido é que eunão consentia. A's vezes parece até urraprovocação! Não sei até como não têm ha-vido iá mirins barulhos nor cansa dê!-*.Mas é o chie andarem pela rua aos salti-

nhos, com a cabeça de lado, olhando a gen-te, assim, com essa coizinha nos olhos...(Passeia saltitante, olhando 0s\ presentesatravés do "lorgnon"): E então? E* as-sim, ou não é?... Geito não me falta pa-ra ser melindrosa, o que me falta é o di-nlieiro para comprar os vestidos " finos",os chapéus, o tal "lorgnon", etc...

êle — (Entrando com um paletot curti-nho, calças apertadas, chapéo de palha,óculos de vidros redondos, bengalinha, ena boca uma piteira comprida). Estou bemassim ?

Ela — Magnífico. Só faltam aquelasmeias que eles, ás vezes, usam, caidas emcima das botinas...

êle •— Aquilo não são meias. Chamam-íe polônias.

Ela — Polônias? Credo! Parece até onome daquela cerveja...

êlE — Ou então daquela actriz que fazos papeis de cômica no theatro: a D. Po-lonia.

Ela — E' mesmo.êle — (Vaidoso) — Mas deixem lá

falar!... Dizem que é ridículo, porém eunão acho. E' até chie a gente andar as-sim, no trinque 1...

Ela — Vamos, então ao footing.£lE — Alto lá!.,. Primeiro vamos ai-

moçar.Ela — Mesmo sem pão, nem carne?êle — Sim. Almoça-se sardinha com

bolacha.Ela — Então, vamos!êlE (Oferecendo-lhe o bfaço) — Seu

braço, excelentíss:ma...Ela — Pois não, "eavalheirissimo".

(Dá-lhe o braço e vão sair, quando se ou-ve, fora, um toque dc campainha) — IhlA__pairôa!...

êle — Uü O patrão!... Perderam abarca!

Ela — E voltam para casa!êle — Toca a tirar roupa!...Ela (Saindo) — Ai! Aí 1 Nem a fin-

gir consegui ser melindrosa 1 (Sai corren-do).

êle (Saindo) — Ai! Ai! Nem de men-tira oude ser almofadinha!... (Sai cor-rendo)

E. WANDERLEY

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o t i c o - í 11; o 22 23 —Setembro— 19.il

/

Todos os dias, aos primeirosalbòres da manhã, Paulo, uaipobre menino órfão de pai, le-vantava-se e. deixando o bulecom um bocado de café, a t:çéiae um pedaço de pão cm logaronde sua mãe, que estava enfer-Dia, pudesse alcançá-los. tomavao seu caixote com escovas e saíaa gritar peias ruas daquela ei-dade pacata:

— Engraxate 1 Engraxate!Ora, a chamado, entrava

numa casa, ora noutra, e o parcorendimento que lhe dava aquelasua misera profissão era o sufi-ciente para comprar o sustentopara si e para a mãe enferma.Roupas êle não as compravanem para si nem para a mãezi-z:nhn. Vestiam as roupas velhas:jue as pe<S£M caridosas lhesdavam.

Pauto notava, com grandetristeza, que sua mãe, enfermacomo estava, ia morrendo aosjoucos... Mas que havia éede fazei? Pobre como era mopodia comprar remédios paraela...

Mesmo assim não desanima-va; e todos os dias ao se deitarpedia a Deus, em fervorosa ora-ção, que lhe encaminhasse ummeio dele ganhar mais dinheiro do que trabalhando dc en-graxate, afim de comprar remédios para a sua querida mãe,que jazia, havia já dois anos, na cama, atormentada por•<que!a horrivcl moléstia que a ia matando aos poucos...

Todas as manhãs Paulo parta para o trabalho na es-perança de ser aquele o dia escolhida por Deus para eu-caminhar-lhe um bom emprego em que êle pudesse ganharbastante d nheiro. mas, nada tendo arranjado, voltava tri-te

para casa. Porém, longe dc desnimar, renovava, sempre comfé, o seu pedido a Deu-.

Uma manhã saiu êle de casa com o seu engraxate e,quando atravessava uma das melhores ruas da cidade, ouviuchamarem-no. Voltou-se depressa e viu que fora em umacasa próxima, a melhor casa da rua. Encaminhou-se para láe, mal tinha chegado á porta, um senhor muito bem trajadoentregou-lhe um par de botinas, dizendo-lhe:

Engraxa-me estas botina-.Paulo colocou o seu engraxate no chão. sentou-se ao

lado dele e, cruzando as pernas, começou o sêu trabalho.Ao enfiar a mão por dentro de uma das botinas, notou láa existência de um objecto qualquer. Tirou-o para fora, equal não foi a sua estupefação ao ver que era umi carteiracom grande soma de dinheiro! Deante disto, ticou a p<devia guardar para si aquele dinheiro, comprando com êleremédios para a sua mãe, ou devia entregá-lo áquêle se-nhor que lhe entregara o par de botinas? Porém, ouviu logouma voz interior, a voz da condene a, que lhe dizia:

Paulo, não guardes para ti ês e dinheiro, pois êlenão te pertence, e sim ao dono desta casa. Chama-o, pois,e fpze-lhe a entrega desta carteira.

Paulo não se conteve mais. Ergueu-se e premiu, commão trêmula, o botão da campainha elétrica. O mesmo

O ENGRAXATECONTO DE

OSVALDO PEREIRA CAMPOS

senhor que lhe entregara o parde botnas voltou á sala. Êle en-tão entregou-lhe a carteira edisse-lhe humildemente:

Senhor, esta carteira esta-va dentro de unia das botinas

O homem, que era um ve-lho milionário e que não tiniufilho, admirado por ver una cri-anca praticar tão bela ação to-mou Paulo nos braços e cobriu-o de beijos, dizendo-lhe mu:toenternecido:

Oh! querido menino, de-ves saber que esta carteira des-apareceu ontem do meu cofre e,pJr mais que eu a procurasse,não a encontrei! E agora, emrecompensa por teres pratica.tae-ia bela ação, tomo-te poi meufilho! De hoje em deante euserei teu pai e cuidarei de ti!Mandar-te-ei para um colégioafim de estudares c seres umgrande homem !

Absolutamente! — re>pon-deu Paulo — rogo-vos que melargueis afim de que eu termineo meu trabalho e me retire, poispreciso ganhar dinheiro parasustentar a mim e á minha mãe,que está enferma.

Ao o-úvir estas últimas pa-lavras de Paulo, o milionário,

mal podendo conter as lágrimas, cobriu-o novamente dcbeijos, dizendo-lhe mais enternecido ainda:

— Fica, querido, fca! Eu protegerei não somente a ti,mas tambem á tua mãe!

Paulo, vendo então que aquele senhor se dispunha aprotegê-lo verdadeiramente, aceitou.

O milionário msndou. pou, buscar a mãe de Paulo einfernou-a em uma casa de saúde, onde ela, depois de ficarinternada durante dois meses, sob a vigilância dos bons mi-tiicos e alimentando-se suficientemente, achou-se restabelc-cida. £le retirou-a então da ca*a de saúde e comprou paiaela uma boa casa situada na melhor rua da cidade, dlhe ainda uma regular soma de dinheiro.

Paulo foi mandado para um colégio, de onde I 0aluno modelo pelo seu bom procedimento e grande aplica-cão. Sempre protegido pelo milionário, chegou a se formarem direito e foi um grande homem.

Aquela carteira tinha ido parar dentro dc uma da*quelas botinas porque um dos enados do milionário ahavia roubado e lá a havia escondido, com o intuito dedaí a alguns dias deixar o emprego e apoderar-se dela,porém, vendo frustrado o seu plano confessou o roubo,sendo imediatamente desped

E's ai. meu- pequenos Ifhores, — quem invoco a />r0-teção dc Deus. alcança sempre o que deseja.

Paulo pedia sempre a Deus que lhe encaminhasse ummeio dele ganhar mais dinheiro do que trabalhando deengraxate, e Deus lhe deu, sem trabalho riqueza c fc-licidade.

Este conto" nos ensina tambem, meus queridos ami-guinhos, que não devemos guardar pan BÓS os objétoSque achamos, e sim entregá-los aos seus verdadeiros dínos.

* JritftA* "*\ \

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25 — Setembro — 1931 — 23 — 0 TICO-TICO

FAUSTINA FOI O O O L F I N M

Agora está na moda o golíinhc, E um da Mme Faustina foi só-como c iim jogo eieganie, Faustina zinha para experimentar o interessantenfio podia dehcar de estreá-lo. "sport".

De posse de algumas instruções,Faustina tratou de acomodar abola

'L _E com o pau deu uma reviravolta

oo ar, afim de apanhá-la na vi«rada.

Mas a sua pouca pratica fez-lhe dar Numa ultima tentativa emir c;uiuvar as voltas no ar sem alcançar a apanhar a bola, arremessando-a beta'j0'a- no narz...

...de um pacato espectador que nadat nha que ver com isso. O narizdo homem.._

...inchou tanto, que êlc deu parle ...mil réis de indenização a Zéa policia. E a bnuc.vjena custou Macaco, que entregou ao homem dovinte... nariz inchado t

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C TICO-TICO •IJ Si-fnnbro — lí).'Jl

AS AVENTURAS DO íRATINHO CURIOSO(Desenhos deWalt Disney eV. B. hoírks, exclvúuidade pava-0 TICO-TICO. em todo o-üraxil)

^x^i

* ^«sssV Í55» * >V^' # ""'.^y

<^ ^^WlP,> Si sá^l

^r~~.fL ' '"¦ P-

Ratinho Curioso, para se ver Mas o homem, vendo Ratinho Curioso £ V)u uma pontinha da cauda de Ratinho Curi-livre do homem que lhe dava sem cauda, ficou espantado. E saiu a cor- oso aparecendo Armado dc uma tesoura, foinós na cauda, escondeu esta. rer atrás do Ratinho Curioso. cortar ocalção de Ratinho Curioso../"\ ii -J 'li ¦ «. r——*•——————_-___

•c • <-'„ x^m*/ * y£ ,- r^\fr li ~sr~^ ¦¦ rvJâtl\

7 •* ' \- --.. *^^ 'I r^ ^—<& >,-w. 11 _««____...e deu-lhe cutro nó n3 cauda. Rati- ...a-cauda de fora. . na cauda. Mas ...Êle dera um nó numa corda Onho Curioso viu, depois, o homem que E deu-lhe, em repre- fora um engano de homem acordou e vendo Ratinhodava nós, a dormir com salia, um forte nó Ratinho Curioso... Curioso deu um grito dc raiva

...e resolveu dar-lhe outro nó na cau- .. .Ratinho Curioso. O porre ratinho gn- ...cie nos na cauda Ratinhoda e mais outro, e outro mais, uma tava po socorro mas o homem mau só o Curioso, com a cauda cheia dcporção de nós n3 cauda do pobre... deixou depois de lhe dar uma porção

x 7mnós, deu uma formidável

^«^— —^nj «s^«s—w^^™i^ta

. .gargalhada, — Se você" c ca- ...Ratinho Curioso. Mas o homem, em ...Ratinho Curioso,paz dê outro nó neste pedacinho vez de dar um nô cortou a pontinha dade cauda! — disse..., cauda de... (Continua)

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23 — Setembro — 19_51 25 O TICO-TICO

Cotabo rascao «^tuii&cieGalvão d.éG.uçvro-.',n.e^,

S$ _. .cJosivan.etvré para aTracQ7°iiaCQ

Réco-Reco traçou um plano formidávelpara roubar, durante a noite, um bocado demarmelada na despensa, pois a Mamãe es-tava fazendo um grande tacho desse sabo-roso doce

Convidou Bolão que, muito amigo debons petiscos, e mais ainda de aventuras,logo aceitou, já a lamber os beiços.

Nenhum dos dois, porém, disse coisa ai-guma a Azeitona. Aliás, isso fazia parte do

_ formidável plano, pois Azeitona, embora' bom companheiro, para comer "está sózi-nho!...'

t* ''_ ¦¦ . __-* "| n

A".noite, depois de deitado, Réco-RécoI ficou de ©Hio aberto, a esperar que todos decasa dormissem para chamar Bolão cagirems

Quando tudo ficou em silencio, ele se le-vantou e foi chamar Bolão, seu cúmplice

(na arrojada empresa que tanto prometia• render, se fosse levada a cabo com o exiloesperado.

A despensa estava ás escuras. Mas umcoto de vela, que Bolão arranjara, foi acesoe fornecia a luz necessária ás perigosas ma-nobras dos audaciosos aventureiros notur-nos.

Entretanto, Azeitona dormia perto e oviu o rumor soturno que vinha da'despensa.Levantou-se e viu pelo buraco da fechadurauma restea de luz.» E dois vultos... Foi abastante para que...

botasse a boca no mundo dizendo que ha-via ladrões em casa. Ninguém sabe se ele fezde propósito para castigar a falta de cama-radagem de Réco-Réco e Bolão.. O gue é certo é que todos de...

....casa acordaram e os dois traquinàs fo-ram pegados em flagrante delito, o que lhevaleu um terrível castiga

_ Se tivessem sido mais camaradas não te-. Clã ókvÍuíuü ããsluii

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i) T ICO-TICO 26 23 — Setembro — 1931

I ES' ./7i^^^fi_jí__3:hv^^l_i?>

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ESCOTISMÕ^g

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O QUE E' O ESCOTISMO?

O escotismo e um jogo. li' porconseguinte uma cousa divertida,como todos os jogos. E' mesmo uniabrincadeira extraordinariamente ale-gre e atraente, pois contém uma in-finidade de jogos os mais variados.

Fica assim bem claro que um gru-po escoteiro não é uma escola, nemum curso de ginástica, muito menosum ridículo simulacro de batalhão.Nada d;

W apenas um jogo. Um jogo edu-cativo.

Por meio de jogos e competições,com alegria e bom humor, o esco-tismo pn-j .ara os meninos para .ce-rein homens; homens de dever c d<?devotamento, cavalheiros ao serviçrde Deus, da Pátria e do próximo.

O escotismo secunda a educaçãodada na igreja, no lar, na escola.

Dá vida, entusiasmo aos rapazes,completa a sua formação moral, in-teJectual e física.

A doutrina moral recebida pebsrapazes é obtida pela pratica de dita-virtudes que são a base das leis es-coteiras: lealdade e bondade.

Lealdade para com Deus e paracom a Pátria pela pratica das vir-tudes cristãs e cívicas; lealdade pa-ra com o próximo pela sinceridadedos seus atos, pela ol_diencia á suapalavra e á >-ua consciência, pela fr-ilelidade a todos aqueles que tem 0direito de contar com o nossoapoio. Lealdade para comnosco pro-pri'. pela obediência ao nosso dever,pelo culto da honra e da pureza.

Bondade para com o próximo pelapratica da boa ação quotidiana.

Bondade para com os animais pe-ia compaixão sem pieguice, qu.lhes faz evitar sofrimentos inúteis.

S» h o ponto de vista intelectual cescotismo completa a escola, fome-cendo campo de aplicação ás diver-sas ciências ali ensinadas.

As "especialidades'* escoteiras sãoaplicações praticas de ensinamentosteóricos reservados á escola; corres-pondem a todos os ramos das ativi-dades humanas, permitindo aos ra-pazes uma verdadeira experimenta-çio para a escolha da futura profis--a". Finalmente, sob o ponto dc vis-ta físico, pela vida ao ar livrituna serie de exercidos variai'.escotismo forma homens robustos e

lentes.

1'.' a verdadeira escola ativa davida, cadinho dc onde sairão omens de amanhã.

A PATRULHA DO TICO-TICOBrevemente começaremos a p__H ¦

car a vida de uma patrulha 1lo de escoteiros, acompanhando to-da a sua existência, desde a for-inação, e seguindo-a nas suas _x-cursões, acampamentos e mil en-cantadores acidentes que fazem avida do escoteiro.

AS BOAS AÇÕES ESCO-TE IRAS

O que o Velho L°bo viu:Em raqueta. Manhã iria de in-

vento.A liarca atraca com grande «.tra-

so devido á coração forte quecaíra.

L'm milheiro de telhas, novinhas.devia __se__9a_car.

.Mas como? Não havia tempo, nem. E os Escoteiros?

Mãos _ obra. E uns des .-.'iavani na ponte entre-

gam-se dc rijo ao serviço e enBI tel!iar.

vam desembarcadas.Agradecimentos? Xenhum. Para

que?...K* assim que eles agem....Caluda...

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23----Setembro—1931 — 27 — O riCO-TICQ

-i^XTm 6o íjü rwRÍ poça i ck.IE5TE PIPOCA C UM CA-SO

rt (3ERIO POR. POUCO NÃO,'4r->\G>ueBRou esse pjcc vaso>í>»VApC KAMATCHATCKUR-A_J~

PiPOCA.pRt.aso-pe /MAIS CRIADOS

VA VEG. St AR^FANJAS UM

._aJ CASAL

i SE O SR. PAGAR- AiELlES O QUE PAGA

Amiaa numca\ Gue os^ EMCONTRAKA

I O T>ATRÀo PAGA COM. \ 1'TA-DERÈrc) AH O QUC EU£S_©l^£M »•^° ^c|r°^CHEQUE DO &ANCO ^ '^=^d. ^^AS^S^T ^vWLtRMA' '

^ãtxdoscalotes r^tsix "^sT^, OMtu(7-i w -• *V\£v—z—jP&Pl^—<#S| ^^V^ U^i.^ v ¦" - •¦ Jk? &a2L (SMà yÉt¥§MTEM PAC1E.MC1A .PIPOCAVOCÊ. NÃO ME StzKAJE.ESTA' T5I6PEN1SAOO

O PATRÃO QUEfcJQUE VOCÊ.S LE-fVEM AQuELLE £(5RANDE V/ASO(3PARA O PORÃOj

{ JA VAMOS,MAS VOCÊNÁO MANDA

/AQUI ,'VlU?

—\< VEM AQUELLE. j .<^l- £ Wk/^\)í~~ P 'O )?0ÍM GRANDE VASO( J[fcX_ >\ tf

\-\ yzpsm i^^Lfcr3 ti,

" P^Rr!f°írV^ |{CUIOADOrMANC(0) 1 T~ 1 OüE DESCrRACCv' I^sü^ yyf\ £* ! ^>**M

i^^^—^ ¦ > —»»-- >—~^J/ -w- 1U—í—-w~J

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O TICO-TICO — 28 — 23 — Setembro — 1931

m/r. \ Consultório da Criança mQuasi sempre sou consultado por

mães aflitas que não sabem mailo quc devem fazer com o filhinho,que sempre vomita o conteúdo dasmamadciras ou mesmo o leite depeito. ,

Essas crianças que vomitam ha-bitualmentc, além do vomito apre-sentam outros sintomas tais como:desassossego, emagrecimento, diar-réa ou prisão de ventre, imperti-nencia, palidez, etc. Oue deve-mos fazer para tratar convenieti-temente uma criança que vomita"Primeiramente, temos que conside-rar a idade e depois o gênero daalimentação. Nos lactentes que sãoalimentados no seio, os vômitos sãjrelativamente freqüentes. K!es nãotêm valor quando a criança está,apesar deles, aumentando de pes»regularmente e além disso apresen-ta estado geral magnífico. Hamesmo um ditado alemão que diz''Spcikindcr Gcdcikindcr", criançasquc vomitam são crianças quc prós'peram. Todavia, encontramos cri-ancas que logo após a sucção dopeito ou da maniadeira fazem umesforço e lançam violentamente emjato todo o leite ingerido. Essascrianças são irrequietas, choramiu*gagi á tôa e rapidamente vão per-dendo o peso.

Nesses casos devemos, antes demais nada, indagar qual o regimea que estão sujeitas. O horário detres em tres horas deve ser obscr-vado, outras vezes convém dar me-

alimento, porém com o espaçamenor — de duas em duas horas.Quando falharem esses cuidados cde boa pratica dar antes de cada.sucção de mamadeira ou mesmo an-

da do seio uma collier, das desobremesa, com um mingau espes-so feito com maizena, água e assu-car.

Quando, além dos vômitos, a cri»anca apresenta diarréa, uma colher,

de chá, de Plasmou ou Cazeonem cada mamadeira tem boa indi*cação.

Outras vezes, principalmentequando os vômitos não são tão vio-lentos e surgem em menor num.-fo, a administração duma colher,

das dc chá ou de sobremesa, de ei-trato de sódio a cinco por centoantes de cada sucção de mamadei-ra dá resultados animadores.

Não convém estar brincando ouexcitando as crianças logo após asrefeições, principalmente aquelas"que têm uma certa propensão paravomitar.

Essas pelo contrario, logo apósa sucção de mamadeira ou do seiodeverão ficar tranqüilas na camaOU no berço, com a cabeça um pou-co levantada.

Os bicos das mamadciras devemsempre fiscalizados,«muitas ve-

zes apresentam um orifício muitogfande, de modo que a criança to-ma o leite muito depressa, degla-tindo ao mesmo tempo grandequantidade de ar.

Isto é uma causa freqüente devomito. Quando, apesar dc todo*esses cuidados, os vômitos não ce-dem, o medico deverá ser chamadopara ver qual o regime que melhorconvém á criança, se deve ou nãofazer a lavagem de estômago (re-curso quasi sempre de resultadosbrilhantes) ou se a prescrição decertos medicamentos tem ou não asua indicação." . ..

CORRESPONDÊNCIA

MME OLGA (Rio) — Dé treicolheres, das de chá, por dia, deHepatopson liquido. Banhos de sol.

MME A. VIEIRA (Rio) --.Pôde suspender a mamadeira dasio horas, que deve ser substituídapor uma sopa de legumes feita emcaldo de carne magra.

As outras mamadeiras podem serengrossadas com farinha (maize-na, vitamina eu kufeke).

MME ALZIRA CALDAS (Rio)— A criança que, com dois meses,só mama no peito e está evacuan-do um pouco verde, duas vezes pordia, não está doente. .

Deve observar o horário de treiem tres horas.

AVISO — As consultas sobre regi-mes alimentares e doenças das crian-ças podem ser dirigidas ou para o con-sultorio ou para a residência do

DR. OCTAVIO ÂNGELO DA VEIGA

Diretor do Instituto Pasteur do Rio deJaneiro. Dos Consultórios de HigieneInfantil (D. K. S. P.) Medico da Crè-che da Casa dos Expostos. Especialida-de: Doenças das Crianças — Regimesalimentares. Residência; Rua Jardim Bo-tanico, 174 — Telefone 6-03.7 — Con-sultorio: Rua Ãssembléa. 87 — Telefo-ne 2-2604 — 2.as, 4as e 6.as — De 4 ás

6 horas

«£endas de minha terraToda a tarde, quem passa pela

capelinha de N. S. Aparecida no-ta algo de anormal ao cair lento danoite naquela parte...

Não se ouve mais: o toque deum sino, o murmúrio das agitaslímpidas do São Francisco e o can-tar dos buliçosos passarinhos...

Não sei o que é que a Nattir*»sente que se curva num silenciomonótono ante o declinar do sol í

.J-as, outro dia a vovó me disseque a Natureza sente uma docesaudade duma intlia guarani bein

bonitinha, enfeitada de penas queantigamente toda a tarde no lo-gar onde hoje se ergue a capelinhaorava tristemente.a Tupan c depoiscantava uma canção triste ás ver-dejantes campinas, canção esta par-tida do coração... sob os auspi-cios do chilrear das agitas claras d,*rio e as melodias dos passarinhos...

Porém... um dia ela morreu...E a tri-teza pairou sobre aquela

parte... e nunca mais se ouvi tinem o cantar dos pássaros, nem obramir das águas.. .

Tudo lá é melancolia... tudo Lié saudade...

Carlos Leite Maia

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23 — Setembro — 1931 — 29—- O TICO-TICO

N /Cl /¦¦¦ /---

RESULTADO DO CONCURSO ST. 3.575

Solucoo exacta: — ESTA' SD FAZEN-DO O ALMANACH DO TICO-TSCO PA-RA 1932.

Solucionisias: — Maria Vaz Lima, Mi-Kuel da Cunha Mourão, NIse Escobar, Joa-<iuim dos Santos Salgueiro, Vinicio d'An-«elo Castanheiro, Maria Alice Barreira daFonseca, Aida Vieira da ltosa, Hélio Fer-reira Mendes, Bracclnin Braccini, PedroGomes, Carlos Outo õ'o Andrade, Darsy B.Carvalho, Miguel Oaldino de Andrade, An-tonio Alves, Álvaro Egydio, Alfredo M. oSilva, Dilio Reynier, Álvaro Coelho, PauloBesende, Maria José Salles, Alfredo Nunes,Elza Cardoso Curvello, Álvaro de SouzaArêas, Antônio Machado, João GUfredo,Haroldo Edgard Stran..-, Wanda Guimarães,Maria Apparecida, Celio da Fonseca Bran-dào, Heliton Motta Hayrt, Zilah Machado,Myrian Bahiassari, Celeste de Abreu, El-ton Rezende Nogueira, Deise Sarubbl Ar-dissone, Fellclano da Silva, Antônio Silva.Antônio Coqueiro Simas. Orchidéa Pereirade Oliveira, Maria de Lourdes Garitano,Yolanda Barros Freire, Natalina Ramos,Tupy Correia Porto. Arlette de Almeida,Talitha Fonseca. Osório de Oliveira, YvetteSacchitlello, Oswaldo Cândido de Souza.Milton Duarte Segurado, Dora Duarte, Os-waldo de Almeida, Geraldo Leite Cintra,José Duarte C. de Menezes, Levino de Sou-za, Yedda do Coutto, João Pagano, DanielFerraz. Maria Odette Arruda. Alayr Sã,dou Santos, Epltaclo Alexandre, MariliaMartins, João Maciel de Moura, AnahGuimarães, Josette Costa Trindade, Rena-to Marques ca Cunha. Oscar Sysah, Octa-vio M. Santos Magalhães. Maria Appare-eida. Edmundo Sodré da Rosa, B. Moura,Darcy Machado Silva, Fernando Mendonça,I.niz Lucas Ribeiro, Alarico Süvedro Fi-lho, Margarida M. Lopes, Ruy Lemos Dan-«as. Alzira Mende^ Siiva, Ethel Translattl,Unhem Dias Leal, João Amaro Rodrigues,Ildelindo Moacyr de Carvalho. Maria Yvo-n!ce, Ucione W. Arlette Brasiliano, Ana-nias Santos Souza, José Glancio, Maria'Apparecida, Suely Sperb, Moacyr PintoCoelho, Adevaldo C. Botto de Barros, JoãoBotto-de Barros. José Maurício B. de Bar-ros. Adhelmo M. Botto de Barros, Sebas-tião B. do Barros. Leny Carneiro, MiltonBarroso de Campos, Dylson B. Drummond,Frederico Pimentel Gomes, Heloisa Han-fgcon, Nicolau Ochoa Viola, Maria DutraLima. Marianna Carlota O. Sobrinho. II-delindo M. do Carvalho, Wander Bitten-eourt Carvalho, Maria José Cavalcanti. Jo-eé Affonso Leme, Roberto Rocha, WladI-

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ÍÍPILULAS DE PAPAINA E PODO»FHYLINA1

Empregadas com suecesso nas moles-tias do estômago, figado ou intestinos.Essas pílulas, além de tônicas, são indi-cadas nas dyspepsias» dores de cabeça,moléstias do figado e prisão do ventre.São um poderoso digestivo c regulari-aador das íuneções gastro-intestinaes.

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mir Santos Mello, José Guilherme, Amerl-co Florentino, Antônio Pimentel, José deBritto, Decio José de Oliveira, DiogenesTravasso, Milton Doyle, José Ney Toledo,Joanito Rodrigues, Jessé Salles, AloysioCarvalho, Sylvio Meirelles, Jayme C. Vi-anna, Antônio Benatti, Emir Aranha Uns,José Luiz Pantoja, Mary Assis Brasil, Jen-ny Cony, Hélio Luiz, Sebastião Mendonça,Oswalter Martins Andrade, Vanizellos Dia-letaqul, Roberto de Britto Pereira.

Foi premiado, com um lindo livro fiahistórias infantis, o concurrente.

PAULO REZENDE

de 11 anos fio i.la.le e residente cm Guará-rema. Estado de São Taulo •

«BR

¦ «II

0 MENINO0 RAPAZ0 HOMEM!ATRAVEZ DA

VIDA,cm qualquer idade so

compram...

NOCAMIZEIRO28/32 Assembléa

RESULTADO DO CONCURSO N. 3.D73

Respostas certas:

V — Não.2« — Jaca — Cajâ.S» — Brejo.'4« — Douro — Ouro.6" — Saracura.

Sohtcionlstas: — Carlinhos da Costa Me-delros, Oscar de Aguiar. Carmen do Aguiar,Olavo de Castro Guimarães, Cyro Viannada Costa. André de Oliveira. Carolina Vi-«nna do Alencastro. Odette Salles, JorgeManhiies Porto, Mnaeyr Mnnhãoa Porto,Cyhole de Araújo, Margarida da RochaGuerra. Antônio Campos. Jos* Campos,Maria Lúcia Campos. Salvador Pllarra,Carlinhos Santos, Old^mar de Carvalho.Joaquim de Mello, Sylvio Vianna da Mot-ta. Coriolano Braga dos Santos. Josí Pa-checo, Newton TI. de Castro, Si.lncv l.e.moi, ayrton Sâ dos Santo». João Rodrí-rrjes de Souza, João Baptista. AdhelmoMaurício Botto Barros. Adevaldo c. Bottoide Barro*. Arcilln Bala, Haroldo BarriHorta Dutra de Lima e Silva, Duloo Mo-raes Barroso. Pliilomcna Anna Palito, Rç-nato Marque* da Cunha. Célia A. Lima.Fisturo-.fio. Ven.Vir.ôs D>alrla«rui, Avlc.tfc de,

.Almeida, Luiz DalmoÜn. BraccinJn Rr.ie-rir.l. \4-sl Figueiredo, R»Jb*m .Dia«. L«s»1.Ildelindo Moacyr de Carvalho, Dulca do

Valle. Peixoto, Leny Carneiro, McrcetfesFattori, Dylson B. Drummond, Walda C.Martini, Milton Doyle, Ludovioo Del, Le-vino de Souza, Américo Florentino, MarioRibeiro Guimarães, Therezinha Evangelista,Carmen Maria, Thalita Fonseca, MariliaMartins Amaral, José Maria Ferreira, Bus-tolio Motta, Dina Maria das Neves, Frede-rico Pimentel, Oswaldo Cândido-de Souza,Mario Leite de Carvalho, Kleper Santos,Acir Baumvratz, Cyro Azevedo Araújo, Ro-fcerto Rocha, Alonso de Assis Chagas, Neu-sa Escobar, Yolanda Vaz Lima.

Foi premiada, com um lindo livro de his>-tOrias infantis, a concurrente: j

DULCE DO VALLE rDIXOTO

de 10 annos de Idade e moradora â. ruaA vare n. 7, Copacabana, nesta Capital.

CONCURSO N 3.590

PARA OS LEIT0PES DESTA CAriTAL E

DOS ESTADOS PRÓXIMOS

Perguntas s

1* — Qual é a mullier que está noovo ?

(2 jilahas)Yo1anda Barros Freire

2a — Qual o sobrenome que no au.mentativo é jogo?

(2 silabas)(Da mesma)

3* — Qual o nome de homem for-inado de um pa/ticipio presente deverbo?

(3 silabas)AnnanJo Vieira

DIGA,meu filhinho:

ÇtilO-MtLM-NAEVITA OS ACCIDENTES OAdaüENTlÇ/COt FACILITAa SAHIDA DOS DENTES.

[fõt Ibdao as Phartrra€ta±_

A' venda em todas as pharmacias.

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o TICO-TICO — 30 23 _ Setembro — 1931

4* — Qual o instrumento corianteformado pela nota musical e o animal?

(2 silabas)Judith Veiga

. 5* — Qual o animal feroz_ que étambem medida de peso?

2 silabas)Olga Saucr

As soluções devem ser eu vindas áredação d'0 Tico-Tico, devidamenteassinada?, separadas das de outrosquaisquer concursos e ainda acompa-abadas' do vale que vai publicado aseguir e tem o numero 3.590.

Para este concurso, que será encer-rado iro dia 16 de Outubro vindouro,daremos como premio por sorte, entreas soluções certas, um livro de h:s-

infantis

TENDES FERIDAS. ESPt-NHAS. MANCHAS, ULCE-RAS. ECZEMAS, emfim qual-quer moléstia de origem SY-

PHILIT1CA?usae o poderoso

Elixir de Nogueira

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Geral.

fisV. ii *<¦¦•'»

CONCURSO N. 3.589PARA OS LEITORES DF ST A CAI li AL UMS

0@E+f*SO concurso de hoje é um enigma

bem fácil de vocês decifrarem. Constade uni provérbio conhecido.

As soluções devem ser enviadas á re-dação d'0 Tico-Tico, separadas das deoutros quaisquer concursos e acompa-nliadas, não só do vale que vai publica-do a seguir e tem o n. 3.589 comotambem da assinatura e declaração deidade e residência do concurrente.

Para este concurso, que será er.ccr-rado no dia 22 de Outubro vindouro,

daremos como premio, por sorte, entreas soluções certas, um rico livro dehistórias infantis.

MMaWjSM CONCURSO

Hí£ 3.589

riores ate 1929, de acordo com a lei de-cretada em favor desta instituição.

Art. 4.o — No caso dc empate entreos concurrentes classificados em 1* lo-gar como entre os que o forem em 2.".a importância será rapartida e entregue,em partes iguais, ao, concurrentes pre-miados.

Art. 5." — O Jury será constituídopor uma comissão de professores con-vidados pela directoria da "A Tarde daCriança" ;

Art. G.' — Os professores dos con-rentes não poderão fazer parte do

Jury;Árt. 7. — Os candidatos ao "Pre-

LUIGI CHIAFFARELLI" doerãose submeter á prova eliminatória, umasemana antes do concurso.O programma que os Jovens Pianistas

deverão executar cm Março de 19326 o seguinte:

Prova A — JENSEN — 18 "EstudosPodicos", op. 32 — Faciculos I c II

Ken-isão dc Tagliapictra — EdiçãoRicordi;

ra u _ T. S. BACH — "Tocatac Fuga to" em Mi Menor (das Partitasl

Revisão de Mugellini — Edição Ri-cordi;

Prova C — WEBEB — "MomentoCaprichoso" — op. 12 — Revisão de F.Kroll — Edição Ricordi;

Prova D — MUSICA DE AUTORMODERNO — "Ad. Ubitnm";

Prova E — MUSICA DE AUTORBRASILEIRO — "Ad Ifcjtum";

Prova P — LEITURA A' PRIMEI-RA VISTA;

Prova O — EXAME ORAI. deTEORIA MUSICAL, sobre os seguin-

Bi:rei, Camp-issos. Intervalos.

Formação de escalas diatonicas e cro-tr.riticav

b) Biografia dos autores cujos es-tttdoi c musicas são exigidos n:ste pro-grama.*:' o seguinte o programa a ser exe-

cutado pelos Jovens Violinistas:Prova A — J. DONT - Op. 37 — Es-

todos Ns. 15 e 18;KREUTZER — Estudos Ns. 9 e 13;FIORILLO — Estudos Ns. 6 e 12;Prova B — PI ET RO NARD1NT — L«

tempo do Concerto cm Mi Mc:Prova C — MENDELSSOHN —

KREISLER — Romance sem palavras,em Si Bemol Maior;

Prwas D — E — F — C, — Idea-tkas ás do programa dos pianistas.

A TARDE DA CREANÇA diretoria d'A Tarde da Criança, utii

instituição que tem a sua sede social árua Veiga Filho n. 65, em São Paulo, eque tanto tem trabalhado para educaçãoarlislica dos pequeninos, realizará para 1íonquista do premio "Luigi Chiaffarclli"em Março do ano vindouro o 8o Concursode Joven Pianistas e 5' Concurso dc Jo-evns Violinistas Brasileiros, reguladospelos seguintes estatutos:

Art. 1* — Poderão tomar parte nes-tes certames todos os meninos e meninasde qualquer escola e condição social, con-tanto que sejam brasileiros natos e não

-tenham completado M anos d» idade.até o dia 15 de Mi'.) !- 1

Art. 2.* — No ato da inscrição, queé gratuita, o candidato dwcrá exibirsua certidão de idade;

Art. 3.* — O 1.° premio. tanto paraos como para os pianistas, éde 1 rOOOJMO e medalha de ouro. O 2."premio, tanto pira o- tas como

i os pianistas, é de 5ÍK_I?000 c meda-lha de prata. Serio couferidaj medalhaide bronz >ncurrcntcs que mere-ecrem menção hanrosa.

Nota: — Estes prêmios cm dinheiro."A Tarde da Criança" se comprometeà entregá-los, somente no caso de serauxiliada pela CÂMARA MUNICIPALDE S. PAULO, como tios anoa ante-

QUEM fuma?ir c perder tudjr saude. tempo •

dinheiro.

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23 — Setembro — 19íí> - 31 — O TIC.O-TICQ

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porque emearte seTORNA CAPA VEZ HAI5INTERESSANTE.

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PO/?Ç(/£ £ AM/OIREVISTA £XCll/S/l/Â/Y£//T£CMEMATOMAP///CA.

Porque náoÃã ao_muna o u/rtã rei//s/âsemãttãl, de eífterttaeofóo Q_%eã__^...porque einearte publica .sempreCHROHICAS DE H0UYW00P, PE MEW-

YORK E PA EUROPA, BEM COMO1M06RAPHÍAS E MAGNÍFICOS

RETRATOS PE ARTISTAS,COMMEflTANPO TOPOS OSHLMS E OS DISCOS

APRESENTADOSNO BRASIL....¦i

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Page 31: i^Sfc. f^/} X Lia. íllLn. N I - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01355.pdf · ²Eu demorei porque custei muito a achar o car-gueiro. ²Não faz mal, meu filho

AS AVENTURAS DO CHIQUINHO O CIGANO

,.,„., _.,.., , {gr , ^mjammw i — . ii .,1». .. ..... i i «i i ¦ .1 _.i"- Chiquinho andava impressionado com o desapareci-mento de crianças roubada por ciganos. Arranjou um ca-wallo e uma corda comprida, e não tardou a aparecer...

.. .um cigano, muito amável, convidando-o para um pas-seio. com promessas de doces, brinquedos e dinheiro. Chi-quinho aceitou o convite com a condição de ir. „ .

« . .montado no seu cavalo. E antes da resposta do cigano,saltou para o lombo do animal. O cigano auis impedi-loc. sem reparar, pisou no laço feito na...

1 ¦' ' fc*m ''"¦ t*Um r**M» r.r —.- -¦ i...extremidade da corda. Chiquinho. aproveitando o mo-mento. íez o cavalo galopar, laçando o cigano pelas per-nas e susperidendo-o até ao galho da arvore, por onde..,

....passava a corda. Benjamim pòs-se a gritat Socorro!Ladrão! Apareceu urrt guarda civil e tambem r soldadode policia, que prenderam acjgano. reconhecem o como..

..autor de muitos furtos de crianças. A noticia espalhou-sc c Chiquinho recebeu muitos cartões de felicitações peloseu áto benemérito e dc bravura.