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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)PROFESSORA: CLÁUDIA KOZLOWSKI
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PRONOMES
Os pronomes já povoam nosso curso há bastante tempo. Já falamos deles emCONCORDÂNCIA, em REGÊNCIA e iremos falar até a última aula.
Por isso, o início dessa aula é uma espécie de “retrospectiva” de alguns pontos jáestudados.
Pronome é o vocábulo que, ao pé da letra, “fica no lugar do nome” (chamado depronome substantivo) ou o determina (pronome adjetivo).
Os pronomes podem ser pessoais (retos e oblíquos), possessivos, demonstrativos,indefinidos, interrogativos (uma subcategoria dos indefinidos), relativos.
Aspectos próprios de cada um dos pronomes serão abordados nos comentários àsquestões de prova.
PRONOME “SE”
Esse pronome merece espaço exclusivo, dada a variedade de aplicações.
Como pronome, “se” pode ser:
- PRONOME APASSIVADOR OU PARTÍCULA APASSIVADORA: em construçõescom verbos transitivos diretos (TD) ou diretos e indiretos (TDI), o pronome “se”, emregra, forma voz passiva sintética, e o verbo deve concordar com o sujeito paciente:“Na escuridão, ouvem-se sons estranhos.” (voz passiva analítica correspondente:“sons estranhos são ouvidos”).
- ÍNDICE (PARTÍCULA OU PRONOME) DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO: nasdemais transitividades verbais (ou seja, com verbos de ligação, intransitivos outransitivos indiretos), o pronome forma construção de sujeito indeterminado, caso emque não se deseja ou não se pode indicar o agente da ação verbal. Nesse caso, o verbofica “neutro”, ou seja, na 3ª pessoa do singular: “Vive-se bem nesse país”.
- PARTE INTEGRANTE DO VERBO – nesse caso, o pronome FAZ PARTE do verbo enão exerce função sintática alguma, ainda que haja uma forte ideia reflexiva naconstrução (aliás, isso é muito comum de existir mesmo...). Surge com verbos quenão existem sem o pronome: suicidar-se/ queixar-se / arrepender-se.
- PRONOME EXPLETIVO OU DE REALCE – como qualquer palavra ou expressão derealce (as chamadas palavras denotativas), pode ser retirado da construção semprejuízo sintático: “Foi-se embora minha vontade de ficar aqui.” = o papel do “se” éapenas “jogar uma luz” sobre o termo que acompanha: “FOI EMBORA minhavontade...”. Se retirarmos o pronome expletivo, iremos reduzir essa ênfase, mas nãoprovocaremos nenhum problema sintático, porque o “se” não exerce função sintáticaalguma.
- PRONOME REFLEXIVO - na voz reflexiva, o sujeito ao mesmo tempo age e sofre aação verbal. Ele é agente e paciente simultaneamente.
- PRONOME RECÍPROCO – agora, a ideia de reciprocidade exige quenecessariamente exista mais de uma pessoa envolvida na ação verbal, pois um praticaa ação em relação ao outro e a recebe de volta, simultaneamente.
Vamos ver algumas questões que exploram esses conceitos.
CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)PROFESSORA: CLÁUDIA KOZLOWSKI
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1 - (FGV/BADESC – Nível Médio/2010)
Assinale a alternativa em que a classificação da palavra se, no trecho “a falta decaráter é algo intrínseco e altamente difundido na maioria das atividades que sedesenvolvem neste país” (L.18-20), esteja correta.
(A) Pronome reflexivo.
(B) Partícula apassivadora.
(C) Índice de indeterminação do sujeito.
(D) Conjunção subordinativa condicional.
(E) Parte integrante do verbo.
Comentário.
Para identificar o papel do pronome SE, devemos, primeiramente, analisar atransitividade do verbo que ele acompanha na seguinte estrutura:
“...difundido na maioria das atividades que SE DESENVOLVEM neste país”.
O verbo DESENVOLVER é, na construção, transitivo direto (desenvolver alguma coisa).Por estar acompanhado do pronome SE, forma construção de voz passiva. Aí, eupergunto a você: “o que se desenvolve neste país”?
Sua resposta certamente será: “atividades”. Pois este é mesmo o sujeito SEMÂNTICOda construção, já que temos uma ideia passiva. Contudo, tome muito cuidado! Osubstantivo “atividades” pertence à oração anterior (“... na maioria das atividades /que se desenvolvem...”). Na oração adjetiva, ele está representado pelo pronomerelativo QUE, seu sujeito SINTÁTICO: “atividades QUE se desenvolvem neste país.”.
Como o sujeito SEMÂNTICO está no plural, o verbo com ele concorda: sedesenvolvem.
Assim, o pronome SE, nessa passagem, atua como PRONOME APASSIVADOR.
Gabarito: B
2 - (ESAF/ANEEL TÉCNICO/2006)
Em relação ao texto, analise o item abaixo.
Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultadosmanifestam-se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, quesoube mobilizar com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povobrasileiro, realizou-se em condições democráticas, com liberdade de imprensa etolerância política. A taxa de inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governoJK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um crescimentoeconômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do Fundo MonetárioInternacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o Estado mínimo para oBrasil, e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIBnacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por umdéficit de transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência daeconomia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime deincentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.
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(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)
- Em “manifestam-se”(l.2) o “se” é índice de indeterminação do sujeito.
Comentário.
ACORDO ORTOGRÁFICO: Registra-se, agora, “autoestima”.
De forma alguma, o pronome “se” poderia ser um “índice de indeterminação dosujeito”, pois o sujeito já está bem claro na passagem: é “seus resultados” (“... seusresultados manifestam-se na transformação da estrutura produtiva nacional”).
O verbo MANIFESTAR é transitivo direto (alguém manifesta alguma coisa: “Fulanomanifesta seu descontentamento.”), então o pronome “se” forma, na verdade, vozpassiva – é PRONOME APASSIVADOR (equivalente a “seus resultados sãomanifestados...”). Por isto, o verbo está no plural: para concordar com o sujeitopaciente.
Cuidado especialmente quando, dessa análise, depender a verificação deCONCORDÂNCIA.
ITEM ERRADO
3 - (FGV/BESC – SUPERIOR/2004)
"Buscam-se regras e leis para tornar menos 'paternalista' a decisão dos juízes..." (L.25-26)
Assinale a alternativa em que o se NÃO exerça o mesmo papel que o do grifado notrecho acima.
(A) "...se é que vai algum dia..." (L.10)
(B) "...enquanto não se acha o jeito de fazer o ovo de Colombo ficar de pé." (L.17-18)
(C) "O que se faz?" (L.25)
(D) "Não se está dizendo aqui que tais medidas sejam, por definição, equivocadas." (L.30-31)
(E) "...agora, o que se está fazendo é buscar "acalmar" os que temem perder lucros nafase de transição." (L.41-42)
Comentário.
Em primeiro lugar, vamos verificar o papel do SE na construção do texto.
“Buscam-se regras e leis...”
Qual é a transitividade do verbo? Transitivo direto: alguém busca regras e leis.
Com o pronome SE, formou-se construção de voz passiva sintética, em que o sujeitopaciente é composto: “regras e leis”, devendo o verbo com ele concordar: “buscam-se”(= regras e leis são buscadas).
Agora, vamos em busca (só para rimar...rs...) de outro SE que não seja apassivador.
a) Em “se é que vai algum dia”, o valor do “se” não é pronominal, mas conectivo(conjunção – assunto da próxima aula). Encontramos a resposta.
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b) “... enquanto não se acha o jeito de fazer o ovo de Colombo ficar de pé.” – overbo ACHAR, no sentido de ENCONTRAR, é transitivo direto (alguém acha o jeito).Com a presença do pronome SE, formamos voz passiva, e esse pronome éapassivador.
c) Veja como só podemos analisar a transitividade de um verbo NA CONSTRUÇÃO. Overbo FAZER, nessa construção, é transitivo direto e seu complemento vemrepresentado por “o que”. Por isso, esse pronome que o acompanha também tem afunção de forma voz passiva sintética (“O que se faz?” equivale a “O que é feito?”, emvoz passiva analítica).
d) Cuidado agora! Quando tivermos, em vez de um verbo, uma locução verbal,devemos analisar a transitividade do verbo principal; em “está dizendo”, atransitividade que nos interessa é a do verbo DIZER. Alguém diz alguma coisa – étransitivo direto e forma voz passiva, sim.
e) A situação se repete: a transitividade que devemos analisar é a do verbo FAZER:alguém faz alguma coisa. Pronto, também temos construção de voz passiva sintética.
Gabarito: A
4 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
1. É importante notar que a taxa de juros anual média
de 141,12% é escandalosa para o Brasil, cuja inflação
anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros
que se verificou em dezembro certamente não reflete
5. as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do
compulsório e ligeira melhora na captação de recursos),
mas apenas a menor procura por crédito. A discreta
queda dos juros não deve aumentar a procura por
crédito pelas pessoas físicas que estão conscientes de
10. que não é o momento de se endividar, nem favorecerá
uma redução da inadimplência. No máximo, interessará
às pessoas jurídicas que buscam crédito de curtíssimo
prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um
15. custo muito elevado. Sabe-se que uma redução da
taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de
juros dos bancos, que, sob o pretexto da elevação da
inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo
20. está tentando obter uma redução desse spread, até
agora sem grande sucesso.
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Para uma redução sensível das taxas de juros, duas
medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos
públicos (Caixa Econômica e Banco do Brasil) e,
25. especialmente, em função de uma taxa Selic menor,
reduzir o interesse dos bancos em aplicar seus
excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 16/1/2009)
Em relação ao texto acima, analise a proposição.
- Em “Sabe-se”(ℓ.15), o pronome “-se” indica voz reflexiva.
Comentário.
O valor desse pronome não é reflexivo, mas passivo. Na voz reflexiva, o sujeito, aomesmo tempo, pratica e sofre a ação verbal. O verbo SABER é transitivo direto(alguém sabe alguma coisa). Acompanhado do pronome SE, forma voz passiva. Osujeito paciente, nesse caso, vem sob a forma de oração: “Sabe-se que uma reduçãoda taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de juros dos bancos, que,sob o pretexto da elevação da inadimplência, aumentaram os seus spreads(diferença entre a taxa de captação e de aplicação)” ( isso é sabido).
Assim, o pronome “se” indica construção de voz passiva sintética, e não reflexiva.
ITEM ERRADO
5 - (ESAF/ANA/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise a assertiva a seguir.
O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição daságuas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações detratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em razão dos altosinvestimentos iniciais necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altoscustos operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos têmincentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de Serviços em ETE,como os Estados Unidos e países da Comunidade . No Brasil, o problema deviabilidade econômica do investimento público torna-se ainda mais agudo, devido àelevada parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a água dequalidade também é um fator de exclusão social, uma vez que a população de baixarenda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade para beber ou atémesmo de pagar assistência médica para remediar as doenças de veiculação hídrica,decorrentes da ausência de saneamento básico.
(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp)
- Em “torna-se”(ℓ.8), o “-se” indica sujeito indeterminado.
Comentário.
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De volta a o texto, vemos que a construção original é similar a essa: “... o problema(...) torna-se ainda mais agudo...”.
Não há nenhuma possibilidade de esse pronome indicar sujeito indeterminado, porqueo sujeito está bem explícito na construção: tem seu núcleo representado por“problema”.
Então, qual o papel do pronome? Para encontrarmos essa resposta, vamos analisar overbo. Na construção, o verbo TORNAR apresenta-se como um verbo transobjetivo,sendo objeto direto representado pelo pronome “se” e o predicativo do objeto, peloadjetivo “agudo”. Note que podemos substituir o pronome por um nome: “Ele tornousua filha uma excelente pessoa.”. Assim, a função do pronome é a de objeto direto etem valor reflexivo.
ITEM ERRADO
6 - (ESAF/AFC STN / 2008)
Com base no texto, analise os itens a seguir.
1. Ao lado de características inéditas, a crise cevada
no mercado imobiliário e financeiro americano, com
reverberações mundiais, apresenta aspectos também
verificados em outras situações de nervosismo global.
5. Não há medida mágica e salvadora que faça cotações
se estabilizarem e o investidor recuperar o sono. Só
uma sucessão de ações consegue mudar expectativas
como as atuais. A Casa Branca, ao contrário da postura
que assumira no caso do Lehman Brothers – tragado,
10. sem socorro, por um rombo de US$600 bilhões –,
decidira estender a mão para a maior seguradora do
país, a AIG.
Aos bilhões empenhados para permitir ao Morgan
digerir o Bear Stearns, em março; ao dinheiro sacado
15. a fim de evitar a quebra das gigantes Fannie Mae e
Freddie Mac, redescontadoras de hipotecas, o governo
e o Fed, o BC dos EUA, decidiram somar US$85 bilhões
para salvar a AIG. Decepcionou-se quem esperava
tranquilidade. O emperramento do crédito – ninguém
20. empresta a ninguém, por não se saber ao certo o risco
do tomador – continua a travar o mercado global, e as
ações novamente desceram a ladeira, empurradas por
boatos sobre quais serão, ou seriam, os próximos a
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cair.
(O Globo, 18 de setembro de 2008 , Editorial)
a) Em “se estabilizarem”(l.6), o “se” indica que o sujeito é indeterminado.
b) Em “Decepcionou-se”(l.18), o “se” justifica-se porque o verbo está sendoempregado como pronominal.
Comentário.
a) Nossa, mas a banca cismou com isso!...rs...
O “se” somente pode ser índice ou partícula indeterminadora do sujeito se estiveracompanhando um verbo que não possua objeto direto, ou seja, um verbo intransitivo,transitivo indireto ou de ligação.
O verbo ESTABILIZAR é transitivo direto (a medida estabilizou as cotações.). O valordo pronome “se” na construção “... que façam as cotações se estabilizarem...” équestionável: pode ser apassivador (a medida estabilizou as cotações => ascotações se estabilizaram => as cotações foram estabilizadas) ou reflexivo, se houvera possibilidade de essa estabilidade ser resultado de uma ação das próprias cotações(não sou economista, portanto não me venha perguntar se isso é lógico, possível ouracional...rs...). De qualquer forma, INDETERMINADOR DO SUJEITO esse pronomenão é, pois o sujeito está lá, bonitão: “as cotações”. Por isso, o item está ERRADO.
b) Puxa... até que enfim acertou!...rs...
O verbo DECEPCIONAR também é transitivo direto (decepcionar alguém: “O rapazdecepcionou sua namorada.”). Usado com o pronome (forma pronominal, comoafirmou o examinador), torna-se reflexivo. Na ordem direta, a oração seria: “Quemesperava tranquilidade decepcionou-se.”.
Gabarito:
a) ITEM ERRADO
b) ITEM CERTO
7 - (ESAF/AFC CGU/2006)
O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na históriado pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias dacomunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram mudançasparadigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral,as críticas apontam para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem eseus aspectos, constituídos no momento histórico iniciado no século XV e consolidadono século XVIII. A modernidade que surgira nesse período é agora criticada em seuspilares fundamentais, como a crença na verdade, alcançável pela razão, e nalinearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir esses dogmas, são propostosnovos valores, menos fechados e categorizantes.
(http://pt.wikipdia.org (acessado em 14 de dezembro de 2005, com adaptações))
Analise a proposição de acordo com o padrão culto da língua portuguesa.
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- A supressão do pronome “se” (l.4) alteraria as relações sintáticas da oração, maspreservaria a coerência textual, pois a estrutura da oração admite aí omissão dosujeito.
Comentário.
O pronome “se” junto ao verbo PENSAR torna a construção passiva: “algo é pensado” – construção essa que possui como sujeito paciente o sintagma nominal “a sociedade esuas instituições”.
Com a retirada do pronome, este sintagma volta à sua função da voz ativa, qual seja:objeto direto.
Por isso, está perfeita a afirmação de que as relações sintáticas seriam alteradas (desujeito paciente, o conjunto passa a ser objeto direto), mas seria preservada acoerência, pois o verbo passaria a se apresentar na forma impessoal (sem sujeito).
O examinador foi bastante feliz na elaboração dessa questão de prova.
ITEM CERTO
8 - (ESAF/ATA MF/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise o item a seguir.
Os mercados financeiros entraram em março
2. assombrados pelo maior prejuízo trimestral da história
corporativa dos Estados Unidos – a perda de US$ 61,7
4. bilhões contabilizada pela seguradora American
International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008.
6. No ano, o prejuízo chegou a US$ 99,3 bilhões. O
Tesouro americano anunciou a disposição de injetar
8. mais US$ 30 bilhões na seguradora, já socorrida em
setembro com dinheiro do contribuinte. Na Europa, a
10. notícia ruim para as bolsas foi a redução de 70% do
lucro anual do Banco HSBC, de US$ 19,1 bilhões para
12. US$ 5,7 bilhões. Enquanto suas ações caíam 15%,
o banco informava o fechamento das operações de
14. financiamento ao consumidor nos Estados Unidos,
com dispensa de 6.100 funcionários.
16. Com demissões de milhares e perdas de bilhões
dominando o noticiário de negócios no dia a dia, os
18. sinais de reativação da economia mundial continuam
fora do radar. E isso não é o pior. No fim do ano
20. passado, havia a esperança de se iniciar 2009 com
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a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido,
22.os governos poderiam concentrar-se no combate
à retração econômica e ao desemprego. Aquela
24.esperança foi logo desfeita.
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)
- Em “concentrar-se”(ℓ.22), o “-se” indica sujeito indeterminado.
Comentário.
Mas voltou a insistir nisso, meu filho? Que teimosia!...rs...
Como é que poderia ser um sujeito indeterminado se esse termo está ali do lado, atrásdo verbo auxiliar PODER que, com o verbo CONCENTRAR, forma uma locução verbal?Ora, o sujeito é “os governos”, e o valor desse pronome é reflexivo. Próximo!
ITEM ERRADO
9 - (FGV/SEFAZ RJ/2007)
“Percebe-se que os dois temas [a correlação entre metas e riscos fiscais e o impactodos déficits públicos sobre as futuras gerações] se vinculam à função prospectiva danoção de responsabilidade fiscal. Enquanto o primeiro, normalmente, se adstringe asituações futuras próximas, o segundo vincula-se a situações futuras a longo prazo.” (L.11-16)
As ocorrências da palavra SE grifadas no trecho acima classificam-se, respectivamente,como:
(A) indeterminador do sujeito – pronome reflexivo – parte integrante do verbo
(B) indeterminador do sujeito – parte integrante do verbo – pronome reflexivo
(C) partícula apassivadora – pronome reflexivo – pronome reflexivo
(D) partícula apassivadora – parte integrante do verbo – parte integrante do verbo
(E) parte integrante do verbo – partícula apassivadora – partícula apassivadora
Comentário.
1ª ocorrência: “Percebe-se que os dois temas...” – O verbo PERCEBER é transitivodireto (“alguém percebe que os dois temas...”). Então, o papel do pronome é construirvoz passiva sintética (“percebe-se isso” “isso é percebido”), em que o sujeitopaciente se apresenta na forma oracional (“que os dois temas ...”).
Já podemos eliminar as opções A, B e E.
2ª ocorrência: “... os dois temas se vinculam à função prospectiva...”.
Vamos ver quais são as opções que temos:
- o item C informa que esse pronome é reflexivo. Em regra, na voz reflexiva, o sujeito pratica e sofre a ação verbal. A meu ver, o que temos aí é uma ideia passiva: “ostemas são vinculados...”, pois os temas não têm vida própria e não agem contra simesmos, mas não há essa opção (partícula apassivadora) nas opções C e D (as que
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sobraram depois da primeira avaliação). Vamos, então, analisar a outra opção eescolher a “menos pior”.
- o item D indica esse pronome como “parte integrante do verbo”. Isso só estariacorreto se o verbo não existisse de outra maneira que não fosse com o pronome (comoacontece com “arrepender-se”; não existe o verbo ARREPENDER, sem o pronome).Sem dúvida, “parte integrante do verbo” esse pronome SE não é!!!
Como a opção D é inaceitável, o jeito é marcar a opção C com o “nariz tapado”...rs... eo que acontecer com a segunda ocorrência irá se repetir com a terceira, já que aconstrução é idêntica.
Gabarito: C
Agora, a próxima questão dará margem a muita controvérsia (rs...).
10 - (FGV/SSP RJ – INSPETOR/2008)
Sonhos sonhos são
Negras nuvens
Mordes meu ombro em plena turbulência
Aeromoça nervosa pede calma
Aliso teus seios e toco
5. Exaltado coração
Então despes a luva para eu ler-te a mão
E não tem linhas tua palma
Sei que é sonho
Incomodado estou, num corpo estranho
10. Com governantes da América Latina
Notando meu olhar ardente
Em longínqua direção
Julgam todos que avisto alguma salvação
Mas não, é a ti que vejo na colina
15. Qual esquina dobrei às cegas
E caí no Cairo, ou Lima, ou Calcutá
Que língua é essa em que despejo pragas
E a muralha ecoa
Em Lisboa
20. Faz algazarra a malta em meu castelo
Pálidos economistas pedem calma
Conduzo tua lisa mão
Por uma escada espiral
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E no alto da torre exibo-te o varal
25. Onde balança ao léu minh’alma
Em Macau, Maputo, Meca, Bogotá
Que sonho é esse de que não se sai
E em que se vai trocando as pernas
E se cai e se levanta noutro sonho
30. Sei que é sonho
Não porque da varanda atiro pérolas
E a legião de famintos se engalfinha
Não porque voa nosso jato
Roçando catedrais
35. Mas porque na verdade não me queres mais
Aliás, nunca na vida foste minha
(Chico Buarque)
“E em que se vai trocando as pernas” (verso 28)
A palavra se no verso acima destacado se classifica como:
(A) partícula apassivadora.
(B) parte integrante do verbo.
(C) índice de indeterminação do sujeito.
(D) pronome reflexivo.
(E) conjunção.
Comentário.
Até agora, eu afirmei que o pronome “se”, junto a um verbo transitivo direto (TD) outransitivo direto e indireto (TDI), forma construção de voz passiva. Sim, essa é a regrageral, mas existe um posicionamento doutrinário (cujo principal representante é omestre Manuel Said Ali) que defende o valor da construção, em detrimento do seuaspecto puramente gramatical. Eu explico, calma!...rs...
Imagine a seguinte construção: “Aqui se come, aqui se bebe, aqui se faz as melhorescoisas do mundo!”.
Qual é o valor das duas primeiras ocorrências do pronome SE, em “aqui se come / aquise bebe”?
Nas duas passagens, os verbos são intransitivos, e o que se quer informar é que“todos comem, todos bebem”, ou seja, indeterminamos o sujeito da ação verbal, nãoatribuímos essa ação a ninguém especificamente, usamos as ações em sentidogenérico, amplo, vago.
É exatamente isso que acaba se refletindo na construção “aqui se faz as melhorescoisas do mundo”, por “contaminação” com a ideia presente nas passagens anteriores:
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indeterminação do sujeito, mesmo que o verbo FAZER, ao contrário dos demais, dêmargens à análise de “construção passiva” (o que exigiria a flexão verbal: aqui sefazem as melhores coisas do mundo).
Agora, veja a passagem do texto em análise, de forma mais ampla, ou seja, nãorestrita ao que o examinador apresenta na questão.
[Tinha que ser Chico Buarque, não é? Mas deixemos a tietagem de lado e vamos àquestão.]
Em Macau, Maputo, Meca, Bogotá
Que sonho é esse de que não se sai
E em que se vai trocando as pernas
E se cai e se levanta noutro sonho
Em “que sonho é esse de que não se sai”, já começamos com uma construção desujeito indeterminado (sair é transitivo indireto: não se sai desse sonho ninguém saidesse sonho). Continuemos:
“E em que se vai trocando as pernas / E se cai e se levanta noutro sonho”
Prevalece em todas essas passagens o sentido vago, genérico, não determinado: “nãose sai desse sonho”, “se cai”, “se levanta”. Com isso, nossa análise deve ser outra –em “em que se vai trocando as pernas”, prevalece a ideia de indeterminação dosujeito, e não de construção de voz passiva (se pudéssemos atribuir a ação aalgo/alguém, não seria “às pernas”, mas ao autor).
De todas as provas pesquisadas, esse posicionamento doutrinário foi encontradosomente nessa questão, mas devemos conhecê-lo e nos preparar para uma eventualnova questão, uma vez que outras bancas - como Cespe/UnB - já exploraram apossibilidade de um verbo TD/TDI formar sujeito indeterminado com o pronome SE.
Gabarito: C
PRONOMES EM COESÃO TEXTUAL
Os pronomes exercem um papel decisivo na construção de um texto coeso e coerente,a partir de indicações corretas aos seus elementos.
Para compreender melhor a função dos pronomes, precisamos saber o conceito decoesão textual, pois os pronomes, assim como os conectivos (conjunção e preposição– a serem estudados na próxima aula), são responsáveis por estabelecer nexo entre asideias do texto.
Coesão textual é a ligação entre os elementos da oração e delas em relação ao texto.A incoerência de um texto muitas vezes se deve à falta de coesão, exatamente porquea leitura fica prejudicada pelo emprego inadequado de pronomes, conjunções ououtros elementos textuais, inclusive a pontuação. Por exemplo, o uso inapropriado de“porquanto” ou de “a ele” pode levar o leitor a uma conclusão diversa da que sepretendia apresentar, ou até mesmo a nenhuma conclusão (que alguns chamam de“ruptura semântica” ou “truncamento semântico”).
Essa é uma questão típica da ESAF. A banca costuma fazer afirmações sobre asreferências textuais e cabe ao candidato verificar se estão corretas. Para isso, acompreensão perfeita do texto e o domínio do significado de seus elementos sãoelementos decisivos.
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11 - (ESAF/AFT/2010)
1. Tão logo a catástrofe do terremoto no Haiti
requisitou uma ação coletiva mundial, com inúmeros
atores envolvidos na ajuda humanitária – países,
organizações não governamentais, empresas e os
5. milhares de anônimos e famosos –, a situação caótica
do país devastado impôs um desafio: a quem caberá
a organização das próximas etapas de reconstrução
do país mais pobre do Ocidente? Como coordenar a
ajuda que vem de todos os cantos do planeta? Como
10. estabelecer um plano viável de recuperação da
infraestrutura e das instituições haitianas?
O Haiti, que já vivia uma situação fragilíssima, de
extrema miséria – 80% da sua população está abaixo
da linha da pobreza e sobrevive com menos de US$ 2
15. diários (por volta de R$ 108 ao mês) – entrou em colapso.
Como era de se esperar, com porto, aeroporto e estradas
arruinados ou semidestruídos, com a escassez de água,
alimentos e remédios, iniciaram-se ondas de saques,
e o próprio governo local transferiu a administração da
20. crise para outros países e instituições.
(Jornal do Brasil, Editorial, 18/01/2010)
Em relação ao texto, analise a proposição a seguir.
- A expressão “país mais pobre do Ocidente” (ℓ.8) é elemento de uma cadeia de coesãotextual, pois retoma os antecedentes “país devastado” (ℓ.6) e “Haiti” (ℓ.1).
Comentário.
Alguns recursos linguísticos podem ser empregados para promover a coesão textual,como cadeia de referência, substituições lexicais e conectores interfrásticos(não precisa se assustar com todo esse “palavrório”, vamos estudar cada um dostermos!!!...rs...)
Por cadeia de referência ou de coesão textual (expressão usada pela ESAF), temos oemprego de palavras ou expressões que remetem semanticamente ao mesmoreferente. No caso, “país mais pobre do Ocidente” e “país devastado”, dentro docontexto, pode ser identificado como o “Haiti”. Com esse mecanismo, evitamos arepetição desnecessária do nome do país, sem prejudicar a compreensão do texto.Podem integrar as cadeias de referência pronomes (demonstrativos, pessoais) em
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função anafórica (“para trás” do texto) ou catafórica (“para frente” do texto),advérbios (ali, aqui, ontem, tantos dias atrás...), por exemplo.
Ocorre substituição quando, no lugar de uma unidade lexical (palavra), usamos outrade sentido idêntico ou bem próximo. Assim, substituímos uma palavra por outra quecom ela mantenha relação de sinonímia (palavras que, de acordo com o contextolinguístico, podem ser trocadas por outras de significação correspondente), hiponímia ehiperonímia. “Hiponímia” é a apresentação do conceito mais específico (particulariza oconceito), enquanto “hiperonímia” indica a palavra de sentido mais genérico, amplo.Compare as duas estruturas: “Foram encontrados os animais mortos.” / “Foramencontrados os cavalos mortos.” “animais” é o conceito mais amplo, ao passo que“cavalos” é o mais estrito, específico. Assim, “animais”, em relação a “cavalos”, é umhiperônimo, ocorrendo também a relação inversa, ou seja, “cavalos” é um hipônimo de“animais”.
Finalmente, os conectores interfrásticos (traduzindo: “entre frases”) são osresponsáveis pela ligação significativa entre as orações, os períodos, os parágrafos.Podem funcionar como conectores as conjunções e locuções conjuntivas, os advérbiosconectivos (“Assim...”, “Desse modo...”), expressões verbais (“Quer dizer que...”), atémesmo orações inteiras (“Visto isso...”). Por meio desses conectivos, retomamos ideiasanteriormente expostas, desenvolvemos argumentação, por exemplo.
O uso adequado dos mecanismos de coesão interfrásica é fundamental para garantir aunidade semântica de um texto, estabelecendo as relações de sentido entre osenunciados que o compõem.
De volta à questão, está perfeita a afirmação do examinador, já que as expressões “opaís mais pobre do Ocidente” e “país devastado” se referem ao mesmo termo: Haiti.
ITEM CERTO
12 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise a proposição.
1. É importante notar que a taxa de juros anual média
de 141,12% é escandalosa para o Brasil, cuja inflação
anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros
que se verificou em dezembro certamente não reflete
5. as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do
compulsório e ligeira melhora na captação de recursos),
mas apenas a menor procura por crédito. A discreta
queda dos juros não deve aumentar a procura por
crédito pelas pessoas físicas que estão conscientes de
10. que não é o momento de se endividar, nem favorecerá
uma redução da inadimplência. No máximo, interessará
às pessoas jurídicas que buscam crédito de curtíssimo
prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um
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15. custo muito elevado. Sabe-se que uma redução da
taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de
juros dos bancos, que, sob o pretexto da elevação da
inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo
20. está tentando obter uma redução desse spread, até
agora sem grande sucesso.
Para uma redução sensível das taxas de juros, duas
medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos
públicos (Caixa Econômica e Banco do Brasil) e,
25. especialmente, em função de uma taxa Selic menor,
reduzir o interesse dos bancos em aplicar seus
excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 16/1/2009)
- Em “reduzi-las”(ℓ.23), o pronome “-las” retoma o antecedente “medidas”(ℓ.23).
Comentário.
O pronome “as” (transformado em “las” por causa da conjugação verbal) se refere a“taxas de juros” (reduzir as taxas de juros nos bancos públicos é uma das medidasnecessárias para a redução dos juros de forma geral, segundo o autor), e não a“medidas”.
ITEM ERRADO
13 - (ESAF/AFRE MG/2005)
1. O setor público não é feito apenas de filas, atrasos,
burocracia, ineficiência e reclamações. A sétima
edição do Prêmio de Gestão Pública, coordenado
pelo Ministério do Planejamento, mostra que o serviço
5. público federal também é capaz de oferecer serviços
com qualidade de primeiro mundo. De 74 instituições
públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter
conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter
práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de
10. forma crescente seus resultados, tornando-os referências
nacionais. O perfil dos premiados mostra que
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o que está em questão não é tamanho, visibilidade
ou importância estratégica, mas, sim, a capacidade
de fazer com que as engrenagens da máquina funcionem
15. de forma eficiente, constante e muito bem
controlada.
(Ilhas de Excelência. ISTOÉ, 2/3/2005, com adaptações)
Analise a asserção abaixo a respeito das estruturas lingüísticas do texto.
- A retirada do pronome do termo “tornando-os”(l..10) preserva a correção gramaticale a coerência textual, deixando subentendido o objeto de “referências nacionais”(l..10e 11).
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema em “linguísticas”.
Vamos reler a passagem do texto com a alteração proposta pelo examinador (com aretirada do pronome “os”):
De 74 instituições públicas inscritas, 13 foram selecionadas por terconseguido, ao longo dos anos, implantar e manter práticas e rotinas degestão capazes de melhorar de forma crescente seus resultados, tornandoreferências nacionais.
Pergunto agora: o que se tornou “referências nacionais”?
Será que foram os resultados? Ou será que foram as “práticas e rotinas de gestão”? Ou, ainda, será que foram “as 13 instituições públicas selecionadas”?
Pois é para isso que serve o pronome – dentre outras coisas, desfazer possíveisambiguidades.
Com o emprego do pronome “os”, sepulta-se essa dúvida, pois o único referente nogênero masculino é “seus resultados” (os resultados tornaram-se referênciasnacionais).
Sem o pronome, fica prejudicada a compreensão textual (e, por consequência, acoerência). Não sei quem seria uma referência nacional: as 13 empresas? As práticas erotinas de gestão? Os resultados? Por isso, está INCORRETA a assertiva de que forampreservadas a correção gramatical e a coerência textual.
ITEM ERRADO
14 - (ESAF/SUSEP - Analista Técnico/2006)
Analise a assertiva a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto.
1. Antenas, computadores e vontade política. Três fatores
que podem facilitar o acesso às modernas tecnologias
de informação, à internet e ajudar a reduzir a nossa
enorme dívida social. Podem, com certeza, encurtar a
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5. distância entre os que têm e os que não têm acesso
à rede mundial de computadores e às modernas
tecnologias. A grande massa do povo encontra-se à
margem das informações disponíveis e contatos com
o mundo global.
(Adaptado de Eunício Oliveira, O acesso às novas tecnologias e a inclusão social,Correio Braziliense, 14 de junho de 2004)
- O desenvolvimento textual leva a entender as duas ocorrências de “os”(l.5) comoremetendo aos mesmos referentes, e por isso podem ser substituídos por aqueles,sem prejuízo da correção gramatical.
Mudança ortográfica: não há trema em “linguísticas”.
Comentário.
Vamos reler a passagem do texto:
Podem, com certeza, encurtar a distância entre os que têm e os que não têmacesso à rede mundial de computadores e às modernas tecnologias. A grandemassa do povo encontra-se à margem das informações disponíveis e contatoscom o mundo global.
Nas duas passagens, o pronome demonstrativo “os” refere-se à ideia de “aqueles”,sem necessidade de haver um antecedente expresso (“.... entre aqueles que têm eaqueles que não têm acesso...”)
Na verdade, esse antecedente encontra-se implícito na passagem “Três fatores quepodem facilitar o acesso [dos indivíduos] às modernas tecnologias de informação, àinternet...”.
O referente é, portanto, “indivíduos”: “encurtar a distância entre os indivíduos quetêm [acesso às modernas tecnologias de informação, à internet] e os indivíduos quenão têm...”.
Assim, poderia com perfeição haver a troca de “os” por “aqueles”, outro pronomedemonstrativo usado em um alcance bastante abrangente (não determinadas pessoas,mas “todas” as pessoas).
ITEM CERTO
15 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
A relação conflituosa entre fazendeiros e colonos, aliada à crescente dificuldade deimportação de escravos negros da África a partir da década de 60, exige que se use amão-de-obra nativa, forçando-a ao trabalho na lavoura. Os fazendeiros tambémreclamavam uma legislação que permitisse garantias dos investimentos na mão-de-obra, do cumprimento dos contratos, da repressão às greves e, ainda, que lhespropiciasse adequada produtividade. A promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871,sinalizando a abolição da escravidão, criou as condições para uma legislação que, aomesmo tempo em que fazia a regulação minuciosa da contratação do trabalho livre,
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previa a obrigação de o homem livre contratar, como mecanismo de combate àvadiagem.
(Sidnei Machado - http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/viewPDFInterstitial/1766/1463)
Julgue a assertiva a seguir.
- Em “que lhes propiciasse”(l.5) o pronome “lhes” refere-se a “Os fazendeiros”(l.5).
Comentário.
Acordo Ortográfico: O substantivo “mão de obra” perdeu o hífen.
Existem diversos elementos que serviriam de referente ao pronome “lhes”. Por isso, éimportante fazer uma leitura atenta da passagem do texto.
Os fazendeiros também reclamavam uma legislação que permitisse garantiasdos investimentos na mão-de-obra(*), do cumprimento dos contratos, darepressão às greves e, ainda, que lhes propiciasse adequada produtividade.
Em tempo, o sentido de “reclamar” no texto é o de “reivindicar”, “exigir”.
O texto fala de “propiciar produtividade” a quem? Aos escravos? Aos colonos?
Não! Os fazendeiros reivindicavam uma legislação que propiciasse adequadaprodutividade A ELES MESMOS.
Por isso, a indicação está correta.
Cuidado!!! Não menospreze uma questão como essa. Na hora da prova, há diversosfatores atuando contra você: tempo, nervosismo...
Quantos candidatos saem da prova contabilizando diversos acertos e, no dia seguinte,com o gabarito na mão, se decepcionam!!! Então, tranquilidade e atenção!
ITEM CERTO
16 - (ESAF/ AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL NATAL / 2008)
1. As pessoas sempre pensam em si mesmas antes de
levar em conta o bem-estar geral. Não adianta querer
mudar isso. A espécie humana é essencialmente egoísta
e precisa freqüentemente receber estímulos individuais
5. para agir em prol de uma causa que transcenda o
próprio raio de interesses. A princípio todo mundo
trabalha impulsionado por objetivos próprios, entre eles
o progresso na carreira e o salário no fim do mês. A
única maneira de fazer um funcionário voltar-se também
10. para os interesses da empresa é motivá-lo por meio de
um conjunto concreto de benefícios extras. Não é por
acaso que as companhias que implantaram políticas
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de reparte de lucros ou de premiação em dinheiro aos
funcionários mais talentosos e esforçados tendem a
15. superar as demais em produtividade e lucro. Em um
mundo tão complexo, economistas, empresários e
governantes precisam saber mais sobre psicologia.
(Entrevista de Maskin a VEJA, 26 de março, 2008).
Assinale a opção em que os três termos remetem, por coesão textual, ao mesmoreferente.
a) “As pessoas”(l.1) – “que”(l.5) – “próprio”(l.6)
b) “bem-estar geral”(l.2) – “isso” (l.3) – “raio de interesses” (l.6)
c) “estímulos individuais”(l.4) – “objetivos próprios”(l.7) – “eles”(l.8)
d) “funcionário”(l.9) – “-se” (l.9) – “-lo” (l.10)
e) “empresa”(l.10) – “companhias”(l.12) – “demais”(l.15)
Comentário.
Acordo Ortográfico: Não há trema em “frequentemente” .
Agora, de forma brilhante, o examinador exige que o candidato saiba identificar arelação entre os vocábulos empregados no texto. Vejamos qual opção indicacorretamente os elementos interligados em coesão textual.
a) O pronome relativo “que” (linha 5) retoma o antecedente “causa” (“... em prol deuma causa que – ESTA CAUSA – transcenda o próprio raio de interesses.”). Odemonstrativo “próprios” liga-se a “todo mundo”, e não a “pessoas” (linha 1).
b) O pronome “isso” (linha 3) retoma toda a ideia apresentada anteriormente (a deque “as pessoas sempre pensam em si mesmas antes de levar em conta o bem-estargeral.”). A esse pronome dá-se o nome de “vicário”, devendo ser estudado maisadiante nesta aula. Além disso, o “raio de interesses” mencionado na linha 6 não temrelação nenhuma com o “bem-estar geral”; ao contrário – refere-se ao próprioindivíduo, de forma egoísta, segundo o autor.
c) O pronome “eles” refere-se ao sintagma “objetivos próprios” (“... impulsionado porobjetivos próprios, entre eles o progresso na carreira...”), mas não a “estímulosindividuais”.
d) O pronome “se” tem valor reflexivo e, por isso, retoma o antecedente (sujeito)“funcionário” (“... fazer um funcionário voltar-se...” voltar a si mesmo). Do mesmomodo, o pronome “o” (transformado em “lo” por força da conjugação verbal) em“motivá-lo” também retoma “o funcionário” (“... fazer um funcionário voltar-setambém para os interesses da empresa é MOTIVÁ-LO...” motivar esse funcionário).Essa é a resposta correta.
e) Essa talvez tenha sido a opção mais capciosa desta questão. Note que o examinadorbuscou apresentar palavras que têm relação lógica entre si. Contudo, se voltarmos aotexto, veremos que esses elementos não têm ligação entre si. O substantivo“empresa”, na linha 10, está usado de forma genérica, vaga, não se referindo anenhuma empresa em especial. Na linha 12, o substantivo “companhias” vemacompanhado de uma oração adjetiva restritiva (que determina o alcance dessas
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“companhias”): “... as companhias que implantaram políticas de reparte de lucrosou de premiação em dinheiro aos funcionários mais talentosos eesforçados...”). Não são, portanto, QUAISQUER companhias, mas aquelas quefizeram o que se segue (implantaram políticas...etc., etc., etc.). Quando, em seguida,o autor faz menção “às demais”, pode-se subentender que as demais nãoimplantaram tais políticas. Portanto, esse demonstrativo (“demais”) não possui omesmo referente de “empresa” ou de “companhias” (linha 12).
Gabarito: D
17 - (ESAF/AFC STN / 2008)
Assinale a opção em que a relação de referência está incorreta.
1. O Brasil vive hoje seu primeiro momento plenamente
democrático. Todas as experiências anteriores ou
foram autoritárias ou tinham algumas características da
democracia, mas não a realizavam por completo. Boa
5. parte desse resultado político se deve à Constituição
de 1988, num sentido mais amplo que as regras por
ela determinadas. Além do arcabouço institucional
original, o espírito que norteou a confecção do texto
constitucional e o aprendizado posterior têm produzido
10. efeitos democratizantes na vida política brasileira.
Ainda há, no plano da cidadania, distância entre o Brasil
legal e o Brasil real. As formas de participação extra-
-eleitoral ainda são subaproveitadas. Grande parte da
população não as usa.
(Fernando Abrucio, Revista Época, 17 de setembro de 2008)
a) “seu”(l.1) se refere a “Brasil”(l.1)
b) “a”(l.4) se refere a “democracia”(l.4)
c) “desse resultado político”(l.5) se refere a “foram autoritárias”(l.3)
d) “ela”(l.7) se refere a “Constituição de 1988”(l.5 e 6).
e) “as”(l.14) se refere a “formas de participação extra-eleitoral”(l.12 e 13).
Comentário.
Acordo Ortográfico: Registra-se, agora, “extraeleitoral”.
O “resultado político” mencionado na linha 5 é mencionado no primeiro período dotexto: “O Brasil vive hoje seu primeiro momento plenamente democrático.”. Não temrelação, portanto, com a estrutura oracional “foram autoritárias”, que se refere aalgumas das experiências anteriores a esse momento. As demais indicações estãocorretas.
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Gabarito: C
18 - (FCC/TRT 3ª Região – Técnico Judiciário/2005)
Em cada um dos segmentos abaixo, a substituição da expressão grifada pelo pronomecorrespondente está INCORRETA em:
(A) para oferecer trabalho = para oferecê-lo.
(B) evocar a lembrança de outro colega = evocar-lhe a lembrança.
(C) tomaram caminhos paralelos = tomaram-nos.
(D) a ocupar boa parte de minha vida = a ocupar-lhe.
(E) cativava inteligências e paladares = cativava-os.
Comentário.
Agora podemos ver um caso em que foi empregado o pronome oblíquo com valorpossessivo.
Em regra, os pronomes pessoais oblíquos são usados para representar um nome(substantivo), evitando, assim, sua repetição. Podem se ligar ao verbo por hífen(ênclise ou mesóclise) ou sem este sinal (próclise), e sua colocação é assuntocomplexo, a ser apresentado mais adiante.
Os pronomes oblíquos são:
1ª pessoa – singular: me, mim, comigo / plural: nos, nós (usado sempre com preposição), conosco
2ª pessoa – singular: te, ti, contigo / plural: vos, vós (sempre com preposição), convosco
3ª pessoa – singular: ele, ela (usados com preposição), o / a (objeto direto), lhe(objeto indireto), consigo (reflexivo)
plural: eles, elas (usados com preposição), os/as (objeto direto), lhes (objeto indireto), consigo (reflexivo)
No entanto, o pronome oblíquo pode ser também usado com valor possessivo.Vamos ao exemplo presente na opção (B), considerada correta.
“Evocar a lembrança de outro colega” – a expressão sublinhada tem valor possessivo,equivalente a “sua” (evocar a sua lembrança), ou seja, a lembrança que se tem dele.No lugar da expressão, foi empregado corretamente o pronome oblíquo – evocar-lhe alembrança. Observe que, mesmo que o substantivo estivesse no plural (lembranças), opronome permaneceria no singular por estar em correlação com “colega” (Evocar-lheas lembranças).
As demais opções abordam o emprego dos pronomes oblíquos como objetos diretos ouindiretos. De acordo com o quadro acima, os pronomes “o”, “a” e plurais só sãoempregados quando o complemento for direto (sem preposição obrigatória), enquantoque “lhe(s)” é usado em objetos indiretos (com preposição).
Os pronomes me, te, se, nos e vos podem ser usados indistintamente emcomplementos diretos ou indiretos e que não adianta tentar identificar se é direto ouindireto trocando-os por “a mim”, “a ti”, “a eles” etc., pois esses pronomes oblíquos
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devem estar sempre preposicionados (“Vejo–te / Vejo a ti como um exemplo”). Atroca, para verificação, deve ser feita por um substantivo (“Vejo o rapaz como umexemplo” – objeto direto). Aquele caso (a ti) é um objeto direto preposicionado porexigência do pronome oblíquo.
Quando os pronomes o, a, os, as são empregados após o verbo cuja terminação sejar, s, z, ao pronome é agregada ao pronome a letra L (lo, la, los, las) e o r, s, z‘caem’. Processo parecido acontece com o pronome oblíquo nos, diferenciando-seapenas no fato de não haver alteração gráfica no pronome, que se mantém “nos”(“Reportamo-nos a V.Sa. no intuito de...”).
Exemplo: opção (A) para oferecer trabalho = para oferecê-lo.
Em relação à acentuação, já comentamos na aula de ortografia que este verbo éentendido como um vocábulo independente, devendo obedecer às regras: oferecê =oxítona terminada em “e”.´
Relembre-se de que, quando o verbo termina de forma nasal (-m, -ão, -õe), aospronomes o, a, os, as é acrescentada a letra “n”.
Exemplo: opção (C) – tomaram caminhos paralelos = TOMARAM + O = tomaram-nos. A título de curiosidade, observe que, fora do contexto, não temos como afirmarse o “nos” em “tomaram-nos” é o pronome oblíquo “os” (“tomaram a eles”) ou “nos”(“tomaram a nós”).
O que está incorreto na opção (D) é o emprego do pronome “lhe” em substituição aocomplemento direto “boa parte da vida”. Como o verbo é transitivo direto, corretaestaria a construção: a ocupá-la.
Gabarito: D
19 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006 - adaptada)
1. Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real
essência da democracia quando escreveu: “Posso
não concordar com uma só palavra do que dizes,
mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-las”. Ter
5. idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos
de outros indivíduos não significa, necessariamente,
transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as idéias do outro e não sua
pessoa.
(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006)
Em relação ao texto acima, marque V para as assertivas verdadeiras e F para as falsase, em seguida, assinale a opção correta.
I - O emprego de segunda pessoa em “teu” (l.4) concorda com o emprego de “dizes”.
II - Em “transformá-los”(l.7), a forma pronominal “-los” retoma a idéia explicitada em “outros indivíduos”.
III - Em “ o que se combate”(l.7 e 8), o termo “o” pode, sem prejuízo gramatical parao período, ser substituído pelo pronome aquilo.
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a) V – V – F
b) F – V – F
c) V – F – V
d) F – V – V
e) V – V - V
Comentário.
Mudança ortográfica: não há acento agudo em “ideias”.
São três as pessoas do discurso, e a elas se referem os PRONOMES PESSOAIS:
- 1ª pessoa é a pessoa que fala;
- 2ª pessoa, aquela para quem se fala;
- 3ª pessoa, a de quem se fala.
Os pronomes pessoais dividem-se em retos e oblíquos.
Regra geral, os retos exercem a função de sujeito ou de predicativo do sujeito,enquanto que os oblíquos funcionam como complementos (objetos diretos, indiretos ouadjuntos). Há também um caso muito especial de emprego do pronome oblíquo comvalor possessivo, que acabamos de estudar...rs...
Os pronomes oblíquos devem obedecer a certas regras de colocação (sintaxe decolocação pronominal), a serem estudadas mais à frente.
Para se referir à segunda pessoa (para quem se fala), temos duas opções: uso do “TU”(2ª pessoa do singular) ou do “VOCÊ” (pronome de tratamento, que usa verbos epronomes de 3ª pessoa).
O padrão formal culto da língua exige que o orador/escritor decida se quer usarsempre a 2ª ou a 3ª pessoa. A isso se dá o nome de “uniformidade de tratamento”.
Falta uniformidade de tratamento quando ocorre uma “mistura” entre pronomes de 2ª(tu, ti, te) com pronomes de 3ª (você, sua), pronomes de 3ª com verbos conjugadosna 2ª pessoa etc.
Quer ver um exemplo clássico?
“Vem pra Caixa você também!” (não vamos entrar no mérito desse “pra”, só para não complicar mais ainda a nossa vida...rs...)
Vimos que o imperativo se forma a partir do presente do subjuntivo, em regra. A“exceção” fica por conta das segundas pessoas (tu/vós), que buscam a conjugação dopresente do indicativo e retiram a letra “s”, no imperativo afirmativo. No imperativonegativo, até as segundas pessoas recaem na “regra geral” do subjuntivo.
Pois bem: a forma “vem” é a conjugação de 2ª pessoa do singular no presente doindicativo sem a letra S (vens vem tu). Só que, em seguida, usou-se o pronome“você”, que, por ser de tratamento, exige verbos e pronomes na 3ª pessoa. Assim, apropaganda, para se adaptar à norma culta da língua, teria duas opções:
1 - Venha pra Caixa você também! (perde um pouco do ritmo...); ou
2 – Vem pra Caixa tu também! (nossa, como fica agressivo esse “tu”, não é?)
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Agora, fale sério, no dia a dia, quem é que não faz uma “misturinha” de vez em“sempre”?
“Eu vi teu pai saindo e ele perguntou por você.”
“Por mais que eu te agrade, você continua insatisfeito...”
A música “Vambora”, de Adriana Calcanhoto, ilustra bem o emprego de IMPERATIVO:
Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida
As formas “entre”, “diga” são formas dos verbos ENTRAR e DIZER no imperativoafirmativo. Vamos relembrar a conjugação neste modo verbal?
A “regra” é o presente do subjuntivo – é a base para a construção de todo oimperativo negativo (todas as pessoas) e do imperativo afirmativo, exceto as segundaspessoas (tu/vós), que usam o presente do indicativo sem o “s”.
ENTRAR – presente do indicativo: eu entro, tu entras / presente do subjuntivo: euentre, tu entres, ele (você) entre
DIZER – presente do indicativo: eu digo, tu dizes / presente do subjuntivo: eu diga, tudigas, ele (você) diga.
Como deixa claro o tratamento que será dispensado – o de 3ª pessoa – está certíssimoo emprego do pronome de tratamento “você” (“Você tem meia hora...”).
O problema é a derrapagem na sequência:
Vem, vambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva
Puxa... estava indo tão bem, até surgir esse “vem”. Essa é a forma de imperativo doverbo VIR da SEGUNDA PESSOA: tu vens (presente do indicativo) vem tu.
Para manter a uniformidade, deveria ser “venha”, mas, considerando a informalidadeda letra (“vambora” é a contração de “vamos embora”), deixemos assim mesmo...rs...
Agora, quer “colírio” para seus olhos?
Leia com bastante cuidado a (lindíssima!!!) letra da música “Eu te amo”, de Tom Jobim e Chico Buarque (e de quem mais poderia ser...?). Aproveite para notar auniformidade (belíssima!!!) de tratamento (nossa, quantos superlativos!!!...rs...):
Ah, se já perdemos a noção da hora Se juntos já jogamos tudo fora Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios Rompi com o mundo, queimei meus navios Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
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Já confundimos tanto as nossas pernas Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão Se na bagunça do teu coração Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido Meu paletó enlaça o teu vestidoE o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos, Teus seios ainda estão nas minhas mãos, Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta Te dei meus olhos pra tomares conta Agora conta como hei de partir.
Trocando em miúdos (com trocadilho, por favor, já que é outro exemplo de perfeitauniformidade de tratamento...rs...), se houver a opção pelo “tu”, todos os verbos epronomes correspondentes à segunda pessoa também devem ser de 2ª (a forma “diz”é uma variante de “dize”, no imperativo – é o que chamamos por “verbo abundante”,ou seja, que possui mais de uma conjugação válida). O mesmo acontece se a escolhafor pelo tratamento de 3ª pessoa.
Agora, se quiser ver um belíssimo exemplo de FALTA de uniformidade de tratamento,sugiro que leia a matéria que publiquei em homenagem ao Dia das Mães, em 2007 (Ponto 58).
Dever de casa: pesquisar outras letras de música e verificar o atendimento a essa exigência gramatical (já pensei em outra: “Atrás da Porta”... adivinha de quem???).
Bem, antes da música, acho que estávamos fazendo alguma coisa.... ah! A questão da prova (rs...).
Então, vamos à análise do primeiro item (tão distante...).
I - O emprego de segunda pessoa em “teu” (l.4) concorda com o emprego de“dizes”.
A passagem do texto é: “Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-las”.
Está perfeito o emprego do pronome, uma vez que já havia sido usado o tratamentode segunda pessoa do singular: dizes / teu direito. ITEM CERTO.
II - Em “transformá-los”(l.7), a forma pronominal “-los” retoma a idéia(*)explicitada em “outros indivíduos”.
Para identificar corretamente o referente do pronome usado no texto, precisamos relera passagem em que ele se encontra:
Ter idéias (*) e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros indivíduos nãosignifica, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos.
Quem nos dá a dica é o complemento da sequência: “não significa transformá-los eminimigos ferrenhos”.
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Não poderíamos transformar “idéias(*) e comportamentos” em inimigos, mas sim os“outros indivíduos”. Portanto, a referência pronominal está CORRETA.
(Coloquei este sinal - * - para lembrar que essa palavra, assim como todas asparoxítonas que apresentem o ditongo aberto “ei” ou “oi”, a partir do advento doAcordo Ortográfico – não recebe mais o acento agudo: ideia)
III - Em “o que se combate” (l.7 e 8), o termo “o” pode, sem prejuízogramatical para o período, ser substituído pelo pronome aquilo.
No estudo de concordância, vimos que a expressão “o que” em passagens como a dotexto (“... o que se combate são as idéias(*) do outro...”) nada mais é do que umpronome demonstrativo “o” com o pronome relativo “que”, tanto assim que podemossubstituir esse “o” pelo correspondente “aquilo”. Se houver necessidade, volte àquelaaula e releia o comentário. ITEM CORRETO.
Assim, a ordem é V – V – V.
Gabarito: E
TIPOS DE DISCURSO
Já que falamos nas três pessoas do discurso, vamos ver, agora, as três formas de seapresentar o discurso de uma pessoa ou personagem.
1) discurso direto – A fala do outro é reproduzida na íntegra. Antepõe-se a ela,normalmente, um verbo dicendi (afirmar, responder, dizer etc.), seguido de um sinalde dois-pontos e travessão ou aspas.
E o policial gritou: “Pare em nome da lei!”.
2) discurso indireto – Não há a transcrição literal da fala. Normalmente esta ésubstituída por uma oração desenvolvida (iniciada por uma conjunção integrante) apósum verbo dicendi: E o policiou ordenou que parassem em nome da lei.
No discurso indireto, não há obrigatoriedade de manter as palavras originais, desdeque respeitado o sentido da construção e costuma ocorrer alteração do tempo verbal,prevalecendo os pretéritos, do indicativo e do subjuntivo, e futuro do pretérito doindicativo, uma vez que reproduzimos a fala alheia, e não a nossa.
No exemplo acima, como não sabemos a quem se dirigiram tais palavras, usamosconstrução de sujeito indeterminado, com o verbo na 3ª pessoa do plural (parassem).
3) discurso indireto livre – Esse tipo de discurso exige uma atenção redobrada, poisa fala do outro pode surgir no meio da narração, sem nenhuma indicação (sinal depontuação, verbo dicendi etc.), como no seguinte exemplo:
A menina andava pelo pátio aos gritos. Não me perturbem mais!
Quem proferiu tais palavras (Não me perturbem mais!) foi a menina, mascompreender isso só é possível a partir de uma atenta leitura.
Vamos a outras questões de prova sobre o tema.
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20 - (FGV/POTIGAS – Nível Médio/2006)
Assinale a alternativa em que foi feita corretamente a transposição da fala do primeiroquadrinho para o discurso indireto.
(A) Ele perguntou qual caminho deve tomar.
(B) Ele perguntou qual caminho deverá tomar.
(C) Ele perguntou qual caminho devia tomar.
(D) Ele perguntou qual caminho deveria tomar.
(E) Ele perguntou qual caminho devera tomar.
Comentário.
Originalmente, o verbo foi usado no presente do indicativo, com emprego do sinal depontuação que marca a pergunta: “Qual caminho devo tomar?”.
Na transcrição para o discurso indireto, teremos de:
1) usar a terceira pessoa do singular;
2) trocar o tempo do verbo (veja o quadro a seguir);
3) empregar um verbo dicendi: “perguntou”;
4) eliminar o sinal de pontuação que marca a oração interrogativa.
Se houvesse pronomes, trocaríamos as formas “esta, estes; meu, minha” por “aquela,aqueles; seus, sua”.
De forma resumida, apresentamos os principais tempos verbais envolvidos natransformação do discurso.
Discurso direto Discurso indireto
Verbo no presente do indicativo:
- Não desejo seu mal – disse a ex-mulher ao homem.
Verbo no pretérito imperfeito do indicativo: A ex-mulher afirmou que não desejava o seu mal (ou o mal do homem).
Verbo no pretérito perfeito do indicativo:
- Arrumei um emprego. - disse ele.
Verbo no pretérito mais-que-perfeito (normalmente a forma composta: auxiliar + principal): Ele disse que havia arrumado/arrumara um emprego.
Discurso direto Discurso indireto
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Verbo no futuro do presente do indicativo:
- Estarei no local indicado.
Verbo no futuro do pretérito: Ele informou que estaria no local indicado.
Verbo no imperativo: - Saiam daqui! – gritou a mulher.
Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo:
A mulher ordenou que saíssem /saíssemos (depende do contexto) de lá(alteração também no emprego doadvérbio – “daqui” no lugar de “de lá”).
Em função do tempo verbal, devemos escolher a que apresenta o verbo no pretéritoimperfeito do indicativo (devia), por ter sido apresentado originalmente no presente doindicativo (devo).
Gabarito: C
21 - (FGV/SEFAZ RJ – caderno amarelo/2008)
“A propósito, Norberto Bobbio, em ‘Elogio da serenidade e outros escritos morais’, jáobservara que ‘nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo, encontrou atéhoje solução definitiva’.” (L.7-10)
Assinale a alternativa em que houve correta transposição do discurso direto do trechoacima para o indireto.
(A) ...já observara que nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo,encontrou até hoje solução definitiva.
(B) ...já observara que nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo,encontrou até aquele dia solução definitiva.
(C) ...já observara que nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo,encontrara até hoje solução definitiva.
(D) ...já observara que nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo, tinhaencontrado até hoje solução definitiva.
(E) ...já observara que nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo, haviaencontrado até aquele dia solução definitiva.
Comentário.
Mais uma vez, o que define o gabarito é a forma verbal alterada em função damudança de discurso.
O verbo estava conjugado, no discurso direto, no pretérito perfeito do indicativo.Assim, no discurso indireto, deve ser conjugado no pretérito mais-que-perfeito(forma simples ou composta).
O verbo “encontrou”, então, vira “havia encontrado/tinha encontrado/encontrara”.
Outra observação importantíssima é em relação à troca do advérbio que indica TEMPOe LUGAR. Expressões que indicam proximidade espacial ou temporal (aqui, cá, hoje,agora) devem ser substituídas por outras, no discurso indireto, que indiquemdistanciamento: lá, naquele lugar, naquele instante, ali, ontem, naquele dia.
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Assim, a expressão “até hoje” deveria ser substituída por outra mais “distante” donarrador, como “até aquele dia”, exatamente como sugere a opção E.
Gabarito: E
22 - (ESAF/TCU/2006)
Em relação ao texto, analise a assertiva.
Do ponto de vista político, a reentronização da hegemonia do capital financeiro sobre areprodução social capitalista mundial significou a vitória da contra-revolução política eeconômica capitalista em todos os diferentes universos em que as revoluções políticascapitalistas e anticapitalistas tentaram se libertar do pesadelo de um capital financeiroentregue a si próprio. Esse foi o causador de duas guerras mundiais e váriasescaramuças bélicas em vários rincões do planeta, assim como da contra-revoluçãocapitalista, para não falar da inflação e do desemprego, que jogaram os trabalhadoresna miséria e no desespero, no inferno das guerras, da fome e das perseguiçõesinomináveis. Eles tentaram se libertar do pesadelo derivado de um dado históricoinequívoco: a voragem exterminista e genocida do capital e do capital financeiro emprimeiríssimo lugar. E fracassaram.
(Paulo Alves de Lima Filho)
- O pronome “Esse” (l. 5) refere-se a “um capital financeiro entregue a si próprio” (l. 4e 5).
Comentário.
Mudança ortográfica: registra-se, agora, “contrarrevolução”. Segundo asnormas ortográficas novas, em regra, usa-se hífen para separar prefixo dosegundo elemento quando: (1) a segunda palavra iniciar por H; (2) houvercoincidência de vogal ou consoante entre o fim do prefixo e o início dasegunda palavra. Nos demais casos, caso o prefixo termine por vogal e apalavra seguinte tenha início por R ou S, dobra-se esta consoante para nãoprejudicar a estrutura fonética.
Entramos, agora, na seara dos PRONOMES DEMONSTRATIVOS.
Esses pronomes possuem duas funções linguísticas:
1ª função – indicar a posição dos seres no espaço e no tempo, chamada de funçãodêitica.
Ao se referir ao momento presente (referência temporal) ou a algo que está próximodo falante (referência espacial), usam-se este, esta, isto; em relação a momentopassado (temporal) ou próximo do ouvinte (espacial), usam-se esse, essa, isso; parase referir a momentos distantes (tanto no futuro quanto no passado – temporal) ou aalgo que está distante dos dois (falante e ouvinte), usam-se aquele, aquela, aquilo.
Exemplos:
Naquela época (período distante), usava-se espartilho.
Naquele ano de 1969, o país foi submetido a uma das piores ditaduras dahistória universal.
Neste momento, estão todos dormindo. (momento atual)
Nesse fim de semana (o que passou), fomos ao teatro.
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Neste fim de semana (o que está por vir), iremos ao teatro.
Em relação ao espaço, este/esta/isto indicam o que se encontra próximo do falante;esse/essa/isso, longe do falante, mas próximo do ouvinte; aquele/aquela/aquilo,longe de ambos.
É da essência dos pronomes demonstrativos esse caráter dêitico, ainda que não sejaprivilégio seu. Outros pronomes – como os pessoais, por exemplo –, alguns advérbios(aqui, ali, agora) e substantivos também se prestam a essa função linguística.
2ª função – substituir elementos textuais em referência anafórica (se o termo forantecedente ao pronome) ou catafórica (em caso de termo referente após opronome).
Quando houver mais de um elemento textual aos quais iremos fazer menção, podemosusar “este” para o mais próximo e “aquele” para o mais distante. Exemplo: “Paulo eMauro foram aprovados no concurso. Este (Mauro) irá para Porto Alegre, enquantoque aquele (Paulo), para Manaus.” ou “Estes argumentos [os que foram mencionadosimediatamente antes desta citação] se contrapõem àqueles apresentados no início dodebate.”
Podemos, então, resumir o emprego dos pronomes demonstrativos emreferências textuais:
Forma 1 - Quando um pronome demonstrativo faz referência a algo já mencionado notexto, ou seja, a algo que está no “paSSado” do texto, deve-se usar ESSE / ESSA /ISSO (com o SS do paSSado). Se a referência ainda vier a ser apresentada (pertenceao fuTuro), usa-se ESTE / ESTA / ISTO (com o T do fuTuro) – gostou dessa dicamnemônica?
Forma 2 - Quando se citam dois elementos, retoma-se o último, ou seja, o maispróximo, pelo pronome "este" (ou "esta", "estes", "estas"). O primeiro elementocitado, isto é, o mais distante, é retomado por "aquele" (ou suas flexões). Exemplo:“João e Pedro farão a prova para o Tribunal de Contas da União. Este para Analista eaquele para Técnico.” – Nesta construção, “este” é o referente mais próximo (Pedro) eaquele, o mais distante (João).
Modernamente, reduziu-se o rigor no emprego do pronome demonstrativo emreferências textuais, inclusive em relação às provas (como vimos nesta questão, emque, mesmo se referindo a expressão já mencionada, usou o “este”), mas, em textosformais, como pareceres e provas dissertativas, deve-se observar o correto empregodos pronomes demonstrativos.
Esse é um texto de difícil leitura, por isso devemos ter bastante atenção.
“Do ponto de vista político, a reentronização da hegemonia do capitalfinanceiro sobre a reprodução social capitalista mundial significou a vitória dacontra-revolução(*) política e econômica capitalista em todos os diferentesuniversos em que as revoluções políticas capitalistas e anticapitalistastentaram se libertar do pesadelo de um capital financeiro entregue a sipróprio. Esse foi o causador de duas guerras mundiais e várias escaramuçasbélicas em vários rincões do planeta, assim como da contra-revolução(*)capitalista, para não falar da inflação e do desemprego, que jogaram ostrabalhadores na miséria e no desespero, no inferno das guerras, da fome edas perseguições inomináveis. Eles tentaram se libertar do pesadelo derivado
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de um dado histórico inequívoco: a voragem exterminista e genocida docapital e do capital financeiro em primeiríssimo lugar. E fracassaram.”
Para começar, vamos ao significado de alguns vocábulos:
- reentronização – “entronizar” significa “sublimar”. Assim, reentronização seria uma nova sublimação.
- hegemonia – preponderância, supremacia.
- escaramuças – conflitos, brigas, desordens.
O pronome demonstrativo “Esse” retoma o antecedente “capital financeiro entregue asi próprio” e quem nos dá essa certeza é a última passagem do texto (!): “Elestentaram se libertar do pesadelo derivado de um dado histórico inequívoco: avoracidade exterminista e genocida do capital e do capital financeiro emprimeiríssimo lugar.”.
Segundo o autor, esse foi o elemento causador de duas guerras mundiais e de diversosconflitos espalhados pelos vários cantos do mundo, bem como de tantas outrasmazelas que devastaram os trabalhadores e a humanidade em geral.
Veja que, muitas vezes, o texto precisa ser lido e relido para identificarmos algumreferente textual. Precisamos compreender TODO O TEXTO e não apenas a passagemem análise.
Por isso, por favor, leia com atenção e calma. Não se apresse para resolver umadessas questões. Se for preciso, deixe essa questão para o fim, momento em que, commais tempo e tranquilidade, será possível a compreensão textual.
ITEM CERTO
23 - (ESAF/MPOG - APO/2008)
Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.
1. O objetivo da Embratur é atrair mais turistas
estrangeiros. Em média, segundo a empresa,
eles permaneceram no Brasil 18 dias em cada
viagem, em 2007, dois dias mais do que em 2006.
5. A média geral de gastos diários, por turista, foi de
US$ 91,74, mas os europeus gastaram bem mais
que isso. Segundo a presidente da Embratur,
aumentou em 22% o número de viagens dos
turistas espanhóis ao País.
10. Para atrair mais turistas, é preciso oferecer não
apenas mais vôos e mais hotéis, o que já vem
ocorrendo, mas também serviços de qualidade,
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funcionários bilíngües, segurança reforçada
nas proximidades de hotéis, aeroportos e infra-estrutura.
15. O empenho justifica-se pelo aumento
do emprego propiciado pelo turismo e da renda
gerada para os mais diversos segmentos –
shopping centers, restaurantes, cinemas, táxis,
transporte especializado, farmácias.
(O Estado de S. Paulo, 6/02/2008)
a) A palavra “empresa” (l. 2) é termo de coesão lexical que retoma o antecedente“Embratur” (l.1).
b) O pronome “eles” (l. 3) constitui uma anáfora, pois se refere ao antecedente“turistas estrangeiros” (l. 1 e 2).
c) O termo “isso” (l. 7) constitui elemento coesivo, pois retoma o antecedente “US$91,74”.
d) Em “justifica-se” (l. 15), o “-se” indica sujeito indeterminado.
Comentário.
Acordo Ortográfico: Registram-se, agora, os vocábulos “voos” (sem acentocircunflexo), “bilíngues” (sem trema) e “infraestrutura” (sem hífen). Nossa,quantas alterações!...rs...
Essa questão foi o absurdo cometido pela banca da ESAF naquele concurso para oMPOG. Evidentemente, a resposta (opção incorreta) deveria ter sido a de letra D.Contudo, a banca apresentou (preliminar e definitivamente) a resposta como B.Infelizmente, temos de aturar esse tipo de coisa, mas apresentamos aqui nossocompleto e total repúdio, uma vez que o candidato preparado foi prejudicado com esseresultado – perdeu um ponto injustamente.
Você deve estar se perguntando: “Então, por que a professora colocou essa questão nonosso material? Para me confundir, para me estressar?”... Não, amiguinho(a), longede mim isso..rs... Trouxe a questão em função do grande número de candidatos que,em sua preparação, podem já ter baixado a prova e encontrado essa resposta absurda.Assim, caso isso tenha acontecido com você, pode ficar tranquilo – não é você quemnão sabe nada de pronome – é o examinador..rs...
Vejamos cada uma das opções e tire suas próprias conclusões.
a) Sim, para não repetir o nome da empresa, usou-se desse artifício de coesão textual– a troca de um substantivo próprio por um comum. Já falamos sobre esse recursolinguístico, não é?
b) Ainda bem que você já sabe o que é uma “anáfora”, não é mesmo?... Não émesmo?!?!?!...rs... Espero que sim! ...rs... Anáfora é o processo de referência textualem relação a algo que já foi mencionado. Está correta a indicação de que “eles” retomao antecedente “turistas estrangeiros” (“esses turistas permaneceram no Brasil 18dias...”). Então, como é que poderia ser essa a resposta, se o enunciado busca a opçãoERRADA? Absurdo!!! Mas, acredite, foi esse o gabarito (argh...).
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c) “A média geral de gastos diários, por turista, foi de US$ 91,74, mas os europeusgastaram bem mais que isso.”. O pronome “isso”, em referência anafórica, retoma“US$ 91,74”, sim. Está certa essa indicação.
d) O pronome “se”, como vimos à exaustão no início dessa aula, não poderia ser“índice de indeterminação do sujeito”, pois o sujeito está EXPLÍCITO: “O empenhoJUSTIFICA-SE...”. Essa deveria ter sido a resposta à questão. Está incorreta!!!
Essa questão deveria ter seu gabarito alterado para D.
Gabarito oficial: B
24 - (FGV/BESC – SUPERIOR/2004)
"Mas, enquanto isso, no mercado financeiro, os bancos pensam em como superar umdilema." (L.3-4)
O pronome grifado na frase acima exerce uma função anafórica. Assinale a alternativaem que isso NÃO ocorra.
(A) Chegamos no dia 23 às 22 horas. Nessa noite, as estrelas pareciam brilhar maisdo que o costume.
(B) Nossas dúvidas residem nisto: não saber equacionar problemas.
(C) Os sistemas de busca estão atualizados. Em tais sistemas, é possível selecionar oidioma de preferência.
(D) Nada há para julgar. Isso resolve mais facilmente o nosso problema.
(E) Os amantes e os amados vivem em desencontros. Estes vivem, sem dúvida, maisperdidos que aqueles.
Comentário.
Vamos, então, buscar a opção em que o pronome demonstrativo não retoma expressão, palavra ou ideia já apresentada no texto.
a) “Chegamos no dia 23 às 22 horas. Nessa noite...” – a noite em referência (a do dia 23) já havia sido mencionada. Por isso, o emprego foi anafórico.
b) “Nossas dúvidas residem nisto: não saber...” – aquilo em que residem nossasdúvidas ainda será mencionado (virá na função de aposto, logo após o sinal de dois-pontos). Por isso, foi empregada corretamente a forma “nisto” de forma catafórica –“para frente”. Essa foi a resposta.
c) O pronome “tais” em “tais sistemas” retoma “os sistemas de busca”, mencionado naoração anterior.
d) Temos, nessa opção, um exemplo de pronome vicário: o pronome “isso” retoma aideia apresentada anteriormente, ou seja, o fato de que não há nada a ser julgado.Também constatamos a referência anafórica.
e) Observe, nessa opção, o emprego de “estes/esses” para o elemento mais próximo e“aqueles” para o mais distante, tudo isso em referência anafórica.
Gabarito: B
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25 - (ESAF/IRB – Advogado/2006)
1. “O mundo é plano”, livro do jornalista Thomas
Friedman, mostra que há uma nova globalização por
aí. Ela achatou o planeta e explodiu as noções de
distância, tempo e trabalho. Recriou a China e a Índia.
5. Ao contrário da globalização financeira dos anos 90,
nessa há lugar para brasileiros. Na primeira, ganhava
quem tinha dinheiro. Agora, pode ganhar quem tem
educação, quer aprender mais e acredita no seu
trabalho.
10. É nessa hora que se abre espaço para Pindorama.
Se os jovens brasileiros começarem a brigar por mais
computadores em suas casas, escolas e trabalho, a
brincadeira terá começado.
O livro não arruma empregos para seus leitores, mas
15. ensina como eles acabam, onde reaparecem e como
reaparecem.
(Elio Gaspari, Um livro muito bom: “O mundo é plano”, Folha de São Paulo, 18 dedezembro de 2005, com adaptações)
Assinale a opção em que o termo da primeira coluna retoma, no texto, o termo dasegunda.
a) “nessa” (l.6) “globalização financeira dos anos 90” (l.5)
b) “primeira” (l.6) “nova globalização” (l.2)
c) “nessa hora” (l.10) “Agora” (l.7)
d) “Pindorama” (l.10) “livro do jornalista Thomas Friedman” (l.1 e 2)
e) “eles” (l.15) “leitores” (l .14)
Comentário.
a) O pronome demonstrativo “nessa” se refere a “nova globalização” que vem por aí.Note que, por haver dois antecedentes – um próximo (globalização financeira dos anos 90) e outro mais distante (nova globalização) –, o pronome mais adequado seria“naquela”. Contudo, como afirmamos, não deve haver um extremo rigor gramaticalquando se trata de pronomes em referência anafórica.
b) Agora, não se trata de referência textual (até porque foi mencionada logo no iníciodo texto “a nova globalização”, e não é a essa expressão que “primeira” faz menção).A referência é em relação aos aspectos temporais – “a primeira” significa “a que veioprimeiro”, “a que antecedeu a todos” ou “a que veio antes da outra”. Por isso, aindicação do referente está INCORRETA.
Na pressa, sem retornar ao texto, o candidato pode errar!!!
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c) Vamos identificar os termos da argumentação.
“Na primeira [entenda-se: na primeira globalização – a dos anos 90] , ganhavaquem tinha dinheiro. Agora [na globalização que se anuncia], pode ganhar quemtem educação, quer aprender mais e acredita no seu trabalho.”
O dêitico “agora” se refere ao mesmo elemento de “nessa hora”, mencionado no iníciodo parágrafo seguinte: “É nessa hora que se abre espaço para Pindorama [nossopaís, na linguagem do autor]” – pergunto: em que hora?
Na mesma “hora” mencionada na passagem: “nessa há lugar para brasileiros”, ouseja, na globalização que se anuncia. Assim, está CORRETA a indicação de relaçãoentre os termos.
d) “Pindorama”, de origem tupi, designa uma região com palmeiras. Como acabamosde ver, é como o autor se refere ao nosso país.
e) O que acaba e reaparece? Será que são os leitores? Certamente que não. Opronome pessoal “eles” faz menção aos “empregos”.
Gabarito: C
26 - (FGV/POTIGAS – Nível Superior/2006)
A diplomacia é exatamente isto: a arte de usar sinais e palavras para manifestaragrados e desagrados, defender interesses e estabelecer limites, construir respeitorecíproco e negociar parcerias. (L.37-40)
O pronome destacado no trecho acima exerce função:
(A) anafórica.
(B) dêitica.
(C) epanafórica.
(D) catafórica.
(E) díctica.
Comentário.
Como a referência está adiante, foi empregado corretamente o pronome ISTO (com T),em referência CATAFÓRICA.
Em tempo, “anafórica” e “epanafórica” indicam a mesma coisa: repetição de termo ouexpressão em todos os verbos / frases; além disso, “dêitica” e “díctica” são palavrassinônimas.
Assim, de qualquer modo, só restaria a opção D.
Gabarito: D
27 - (FCC/TRT 22ª Região – Analista Judiciário/2004)
As razões ______ ele deverá invocar para justificar o que fez não alcançarão qualquer ressonância _______ membros do Conselho, _____ votos ele depende para permanecer na empresa.
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Preenchem de modo correto as lacunas da frase acima, respectivamente, asexpressões:
(A) a que - para com os - de cujos
(B) de que - junto aos - cujos os
(C) que - diante dos - de quem os
(D) às quais - em vista dos - em cujos
(E)) que - junto aos - de cujos
Comentário.
Finalmente, temos uma questão da FCC que trata do assunto. Devemos fazer a mesmaanálise que vínhamos fazendo até agora, só que preenchendo a lacuna da formacorreta.
1ª lacuna) A oração subordinada adjetiva, feita a devida substituição, é: “Ele deveráinvocar razões para justificar o que fez.”. O verbo “invocar”, no sentido de “citar a seu favor”, é transitivo direto. Assim, nalacuna, deve haver apenas o pronome relativo “que” (“As razões que ele deveráinvocar...”).
2ª) Agora, explora-se o emprego de preposições e locuções prepositivas. É comumusar inadequadamente a expressão “junto a”. Muitas vezes, em vez de ‘junto a’, omais apropriado é a pura e simples preposição “em”. Veja só um exemplo: “Elesolicitou a segunda via da certidão junto à Secretaria (sic).”. Por que complicar sepodemos facilitar (e corrigir!)? “Ele solicitou a segunda via da certidão na Secretaria.”.
Segundo lição de Napoleão Mendes de Almeida (em “Dicionário de QuestõesVernáculas”), tomam-se providências e fazem-se pedidos em algum lugar e não juntoa. O mesmo acontece em construções como “O advogado peticionou junto ao Tribunalo relaxamento da prisão preventiva”. Pode-se usar, nesses casos, a preposição“perante” (“O advogado peticionou perante o Tribunal o relaxamento da prisãopreventiva”).
Assim, com o significado de “em”, “perante” ou “ante”, não é apropriado o emprego de“junto a”. Essa foi a forma empregada na questão: “As razões (..) não alcançarãoqualquer ressonância junto aos membros do Conselho”. Os puristas condenariam essaforma, que já é praticada na linguagem coloquial. Em seu lugar, deveria se empregadaa preposição “em”: “As razões não alcançarão qualquer ressonância nos membros doConselho.”. Contudo, essa forma não foi apresentada e, pelo preenchimento daprimeira lacuna, já vemos que a resposta só poderia ser a letra (E). Assim, só nosresta respirar fundo e ir adiante.
Então, quando devemos usar essa locução prepositiva? Em construções que indicamproximidade ou contiguidade (equivalente a “próximo de”, “junto de”), como:“Estávamos junto ao padre no altar.” ou “Deixe o embrulho junto à porta de saída.”.Note que, por ser prepositiva, essa locução é invariável (no primeiro exemplo, “nós”junto ao padre).
Outros exemplos de uso apropriado da expressão são dados por Domingos PaschoalCegalla (em seu Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa):
"Entrevistou o embaixador brasileiro junto ao Vaticano"; "Nosso representantediplomático junto ao governo americano se incumbirá do caso".
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Existe aí essa ideia de “proximidade”, mesmo que não seja necessariamente física(valor não espacial).
3ª) Entre “membros do Conselho” e “votos” há uma relação (votos dos membros doConselho). Então, devemos usar o “cujo”. O verbo depender é transitivo indireto,exigindo a preposição “de” (Alguém depende de alguma coisa). Assim, a forma corretaé: “de cujos votos ele depende para permanecer na empresa”.
Gabarito: E
28 - (ESAF/TRF/2002)
Julgue se as formas de redação abaixo estão gramaticalmente corretas.
- Pensa hoje que se tornou barato adquirir a hegemonia ao preço de 3,8% de PIBflorescente e produtividade que permite encarar sem susto o momento próximo emque os EUA gastarão com a defesa US$ 1 bilhão por dia. / Seu pensamento hoje éesse: tornou-se barato adquirir a hegemonia ao preço de 3,8% de PIB florescente eprodutividade que permite encarar sem susto o momento próximo em que os EUAgastarão com a defesa US$ 1 bilhão por dia.
Comentário.
Observe que, no segundo segmento, o autor usa o pronome demonstrativo esse emreferência catafórica (PARA A FRENTE), o que seria, segundo os puristas, um erro.
Contudo, a banca indicou esse item como correto. Isso reforça a tese de que sereduziu o rigor gramatical no emprego anafórico do pronome demonstrativo.
ITEM CERTO
29 - (FCC/TCE MA – Analista/2005)
A maior parte da água da chuva é interceptada pela copa das árvores, . .... cobrem toda a região. . evapora rapidamente, causando mais chuva, o que não ocorre em
áreas desmatadas, . .... solo é pobre em matéria orgânica.
As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas, respectivamente, por
(A) onde - A chuva - que o
(B) nas quais - Aquela chuva - cujo
(C) em que - A água da chuva - que o
(D) que elas - Essa chuva - aonde
(
Comentário.
Vamos analisar cada uma das lacunas.
1ª lacuna) O elemento dessa lacuna é o sujeito do verbo “cobrir”. Pergunta: o que cobre toda a região? Dica: o verbo está no plural (cobrem). Resposta: as árvores.Como esse substantivo exerce a função de sujeito, não há preposição: devemospreencher com o pronome relativo “que” ou “as quais”. A única opção é a letra (E).
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Levamos um segundo para resolver a questão, hem? Na hora da prova, nada deperder tempo. Marcou a opção correta e partiu para a próxima. Como aqui estamosfazendo exercícios, vamos analisar as demais lacunas.
2ª) O que “evapora rapidamente” (verbo no singular)? Resposta: A água da chuva.Essa expressão já foi mencionada na oração anterior e o texto se tornaria repetitivo nocaso de apresentá-la novamente. Assim, como elemento de coesão textual, usamos opronome demonstrativo. Por ter sido apresentada no início do texto, podemos usar“essa água” (com “ss” de paSSado – lembra?) ou “aquela água” (já que está distanteno texto, mas não há essa opção). Observe que o que evapora é a água, e não achuva (fenômeno atmosférico). Neste ponto, entra a análise semântica, ou seja, osentido que as palavras empregam ao texto/contexto.
3ª) Entre “solo” e “áreas desmatadas” há uma relação de dependência: o solo dasáreas desmatadas. Devemos, então, empregar o pronome relativo cujo. Como opronome faz parte do sujeito da oração subordinada adjetiva (“O solo das áreasdesmatadas é pobre...”), não devemos colocar preposição alguma: “o que não ocorreem áreas desmatadas, cujo solo é pobre em matéria orgânica”.
A ordem será: que / Essa água / cujo.
Gabarito: E
30- (FGV/CODESP – Nível Médio/2010)
O pronome isto na tirinha acima tem valor
(A) anafórico.
(B) catafórico.
(C) dêitico.
(D) expletivo.
(E) relativo.
Comentário.
Pelo menos, a banca da FGV é dotada de humor...rs...
O que o “frangote” quis dizer com “isto”? Somente a partir da leitura do quartoquadrinho , temos a resposta (observe que o examinador, no enunciado, faz menção atoda a tirinha, e não somente a um quadro): o pronome “isto” refere-se ao seu olho oua sua boca, não dá para saber... (coitado!) – como a referência foi em relação a um
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elemento no espaço, a referência foi dêitica, tendo sido usado o pronome correto (oolho – ou “sei-lá-o-quê” - está próximo do falante, por isso usou “isto”).
Gabarito: C
31 - (FGV/SSP RJ – INSPETOR/2008 - adaptada)
Estima-se que possam ser expulsos da Europa 8 milhões de estrangeiros consideradosem situação irregular, embora, em sua ampla maioria, não tenham praticado nenhumcrime, trabalhem e recolham impostos.
Somando-se essa possibilidade à fresca barbárie do governo republicano dos EUA, omundo desenvolvido desgasta aguda e paulatinamente sua autoridade moral paracobrar valores humanistas de outros governos.
(Ricardo Seitenfus e Deisy Ventura. Folha de São Paulo, 24 de julho de 2008)
A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:
I. O pronome essa tem valor anafórico.
II. A palavra aguda classifica-se como advérbio.
III. No último parágrafo, há, no trecho, oito substantivos.
Assinale:
(A) se somente os itens I e III estiverem corretos.
(B) se todos os itens estiverem corretos.
(C) se nenhum item estiver correto.
(D) se somente os itens II e III estiverem corretos.
(E) se somente os itens I e II estiverem corretos.
Comentário.
I – O pronome “essa possibilidade” retoma a ideia presente na oração anterior: aexpulsão de 8 milhões de estrangeiros da Europa – seu valor é, portanto, anafórico.ITEM CERTO
II – Cuidado – sempre que o examinador fizer menção a algum elemento do texto,releia a passagem. O que temos é “... o mundo desenvolvido desgasta AGUDA ePAULATINAMENTE sua autoridade moral...”. Perceba que são DOIS elementosadverbiais: agudamente e paulatinamente.
Em caso de diversos advérbios com a mesma terminação “-mente” (isso ocorre comfrequência com advérbios formados a partir de adjetivos), podemos manter adesinência no último elemento, apenas, e apresentar os demais na forma FEMININA doadjetivo: “Ele saiu da sala RÁPIDA, PRONTA e HABILMENTE.”.
Isso porque esses advérbios se constroem a partir da forma FEMININA dos adjetivos,quando este admite flexão em gênero.
Cuidado, pois não estamos falando em flexão de advérbio!!! Se o vocábulo “rápido”estivesse sendo usado no lugar de um advérbio (sem o sufixo “-mente”), não seflexionaria de modo algum: “Ela veio RÁPIDO ao ouvir o meu grito.”
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(=RAPIDAMENTE), mas “Ela veio RÁPIDA E PRONTAMENTE ao ouvir meu grito.”.ITEM CERTO
III – Ai, de novo com essa ladainha!...rs... Se não tem remédio, remediado está –vamos enfrentar!
Somando-se essa possibilidade à fresca barbárie do governo republicano dos EUA,o mundo desenvolvido desgasta aguda e paulatinamente sua autoridade moral paracobrar valores humanistas de outros governos.
Está aí: são OITO substantivos no último período (e parágrafo) do trecho. ITEMCERTO
Como os três itens estão corretos, a resposta é B.
Gabarito: B
32 - (ESAF/AFRF/2005)
Em relação ao texto, analise a proposição.
1. IBGE e BNDES mostraram que a desesperança nas cidades pequenas empurra aforça de trabalho para as médias, que detêm maior dinamismo econômico. A carga dapesada máquina administrativa das pequenas “cidades mortas” é paga pelas verbasfederais do Fundo de Participação dos Municípios. A economia local nesses municípios, 5. como o IBGE também já mostrou, é dependente da chegada do pagamento dosaposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social. O seminário “Qualicidade”,por sua vez, confirmou que a favelização é produto de “duas ausências”, a docrescimento econômico e a de política urbana.
(Gazeta Mercantil, 17/10/2005, Editorial)
- A presença de artigo definido feminino singular, em suas duas ocorrências (l.7 e 8),indica que se pode subentender após o artigo a repetição da palavra “favelização”(l.7).
Comentário.
Observe a seguinte passagem:
O seminário “Qualicidade”, por sua vez, confirmou que a favelização éproduto de “duas ausências”, a do crescimento econômico e a de políticaurbana.
Antes da palavra “favelização”, temos um artigo definido feminino, que é a palavravariável que precede o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número.
Contudo, na sequência, as duas ocorrências de “a” indicam a existência do substantivo“ausência”, e não de “favelização”, como sugere o examinador.
Como este item já possuía um erro – indicação incorreta de um referente – nãopoderíamos afirmar se a indicação da classe gramatical desse “a” estaria correta ounão, por ser considerado pronome demonstrativo e não artigo definido.
A resposta veio tempos depois, com uma questão da prova para Auditor-Fiscal doTrabalho, em 2006. Vejamos.
ITEM ERRADO
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33 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
Avalie a afirmação abaixo, a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto.
Quando se ouve a palavra “preço”, as primeiras imagens que invadem nossa mentesão as de cartazes de liquidação, máquinas registradoras, cheques e cartões decrédito. Mesmo nas sociedades orientais, menos capitalistas que a nossa, a idéia depreço é sempre ligada à noção de objeto de valor. Porém, diferentemente do que amídia informa, nem tudo pode ser comprado e parcelado em três vezes no cartão. Ascoisas realmente importantes da vida têm seu preço, isso é certo, mas a forma depagamento é bem diversa das praticadas nos shopping centers. Na infinita negociaçãoque é viver, se sairá melhor aquele que possuir uma sólida conta corrente de reservasemocionais e de bom senso do que aquele que confia apenas em sua coleção decartões de plástico. Lucrará mais aquele que souber responder com sabedoria apergunta: vale a pena pagar o preço?
(Adaptado da Revista Planeta, maio de 2006)
- Para a coerência textual, o vocábulo “as”(l.2) tanto pode ser interpretado como umpronome, substituindo o substantivo “imagens”(l.2), quanto como um artigo definidoque deixa implícita a concordância com “imagens”.
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema em “linguísticas”, nem acento agudo em“ideia".
Questão complicada essa!
Mais uma vez, a banca chama de “artigo definido” uma ocorrência que costumávamosconsiderar como a de um pronome demonstrativo.
“Costumávamos” porque nosso papel é “dançar conforme a música” (pelo menos,enquanto o maestro for o mesmo... ou seja, os componentes da banca não mudaremde ideia ou não forem substituídos).
Bem, vejamos, em primeiro lugar, a proposta de recurso que fizemos para essaquestão.
Existe uma justificativa etimológica para a proximidade entre os artigos definidos (o, a,os, as) e os pronomes demonstrativos: o artigo definido românico, que abarca oportuguês (o, a, os, as), o francês (le, la, les), o italiano (il, lo, la, le) e o espanhol (el,lo, la, los, lãs), proveio dos demonstrativos latinos de terceira pessoa ille, illa, illud(respectivamente masculino, feminino e neutro).
As formas arcaicas dos artigos definidos el, lo, la, derivadas desses demonstrativoslatinos, foram usadas no período em que o português estava se formando.
Com a evolução da língua, o valor demonstrativo do artigo definido foi se perdendo,mas subsiste em alguns casos, ainda que de modo tênue, como bem indica o mestreCelso Cunha a partir dos seguintes exemplos:
“Permaneceu A [= esta/aquela] semana inteira em casa.”
“Partimos NO [= neste] momento para São Paulo.”
“Levarei produtos DA [= desta] região.”
Mas adverte M. Said Ali, na obra Gramática Histórica da Língua Portuguesa, emLexeologia do Português Histórico: "esta função se amorteceu desde que se tornou em
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costume de antepor, sem grande necessidade, a qualquer substantivo a palavra o, a,tornando-a seu companheiro quase inseparável. Desde então passou odemonstrativo a ser artigo". (grifo não do original)
Em virtude disso, as definições que os diversos gramáticos atribuem ao artigo são:
- (Celso Cunha e Lindley Cintra) “palavras o (com as variações a, os, as) e um (com as variações uma, uns, umas) que se antepõem aos substantivos (...)”;
- (Rocha Lima) “partícula que precede o substantivo, assim à maneira de ‘marca’dessa classe gramatical”;
- (Evanildo Bechara) “a palavra que se antepõe aos substantivos que designamseres determinados (o, a, os, as) ou indeterminados (um, uma, uns, umas).”.
Não se pode confundir, pois, o artigo definido, que acompanha um substantivo,pronome substantivo ou, em algumas vezes, um adjetivo com um substantivo oculto,com pronome demonstrativo, que pode ser empregado no lugar de um substantivo.
Merece destaque a seguinte lição de Evanildo Bechara:
“O pronome o, perdido de seu valor essencialmente demonstrativo e posto antes de substantivo, como adjunto, recebe o nome de artigo definido. Assim é que agramática, no exemplo seguinte, considera o primeiro os ARTIGO DEFINIDO e osegundo PRONOME DEMONSTRATIVO:
‘Os homens de extraordinários talentos são ordinariamente os de menor juízo’ (Marques de Marica)”. (grifos nossos)
O exemplo apresentado pelo nobre mestre é idêntico à construção presente noprimeiro período do texto a seguir transcrito, base do item I da questão 14:
Quando se ouve a palavra “preço”, as primeiras imagens que invadem nossamente são as de cartazes de liquidação, máquinas registradoras, cheques ecartões de crédito.
No item I da referida questão, afirma-se:
I. Para a coerência textual, o vocábulo “as” (l.2) tanto pode ser interpretado como umpronome, substituindo o substantivo “imagens”(l.2), quanto como um artigo definidoque deixa implícita a concordância com “imagens”.
O gabarito indica esse item como correto.
Em virtude de todo o exposto, respeitosamente discordamos de tal indicação. Ovocábulo ‘as’ deve ser classificado SOMENTE como um pronome demonstrativo,uma vez que substitui o substantivo “imagens”, já presente no texto, evitando suarepetição.
Infelizmente, o gabarito foi mantido (de novo?!?!), o que nos leva a crer que a bancaclassifica como “artigo definido” a ocorrência de “a” quando for possível subentender,na sequência, um substantivo (estando ele ausente).
E durma-se com um barulho desses...
Gabarito oficial: ITEM CERTO
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
34 - (ESAF/AFRF/2005)
A questão proposta é a do acaso. Na tradição ocidental, o tema apareceinvariavelmente ligado a um outro, o da razão: o dos limites e do alcance daracionalidade. Nem seria errôneo afirmar que o empenho maior para o pensamentofilosófico inaugurado na Grécia antiga resume-se em querer vencer a sujeição aoacaso. De fato, um dos traços peculiares ao homem primitivo está em deixar-sesurpreender pelo acaso, em guiar-se pelo imprevisível.
Já o homem racional instaurado pelos gregos entrega-se, pela primeira vez na história,a esse esforço descomunal e decisivo para a evolução do Ocidente, de tentar conjuraro mais possível as peias do acaso, estabelecendo as bases para um comércio racionaldo homem com o seu meio ambiente; mais precisamente: a postura racional passou adesignar, de modo gradativo, um comportamento de dominação por parte do homem,elaborando racionalmente as suas relações com a natureza, o homem terminariaabocanhando as vantagens de ver subordinada a natureza aos seus desígnios pessoais.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
Analise a correção gramatical da proposição abaixo.
- Seria errôneo afirmar que nem o empenho maior do pensamento filosófico gregosujeitaria-se ao objetivo de querer trocar os limites do acaso pelo alcance daracionalidade.
Comentário.
Mudança ortográfica: não há acento agudo em “ideias”.
Agora, entramos em um dos pontos mais incidentes em provas da ESAF: COLOCAÇÃODO PRONOME EM RELAÇÃO AO VERBO.
A fim de facilitar, resumimos todas as regras de colocação pronominal a três, além daregra geral: CASOS DE PRÓCLISE OBRIGATÓRIA, CASOS PROIBIDOS, CASOFACULTATIVO.
1) REGRA GERAL:
Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o pronome após o verbo.Isso tem origem em Portugal, onde essa colocação é mais comum. No Brasil, ouso da próclise é mais frequente, por apresentar maior informalidade, mas,como devemos abordar os aspectos formais da língua, a regra será ênclise,usando próclise em situações excepcionais, que são:
Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjunção) atraem opronome. Por “palavras invariáveis”, entendemos os advérbios, asconjunções, alguns pronomes que não se flexionam, como o pronomerelativo que, os pronomes indefinidos quanto/como, os pronomesdemonstrativos isso, aquilo, isto.
Exemplos:
“Ele não se encontrou com a namorada.” – próclise obrigatória por força doadvérbio de negação.
“Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz.” – prócliseobrigatória por força da conjunção;
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Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que expressam desejo, chamadasde optativas (“Que Deus o abençoe!”) – próclise obrigatória.
Orações subordinadas
2) EMPREGO PROIBIDO:
Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-me um copo d’água. / Permita-me fazer uma observação.);
Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro do pretérito. Com essas formas verbais, usa-se a próclise (desde que não caia naproibição acima), modifica-se a estrutura (troca o “me” por “a mim”) ou, nocaso dos futuros, emprega-se o pronome em mesóclise.
Exemplos: “Concedida a mim a licença, pude começar a trabalhar.” (Nãopoderia ser “concedida-me” – após particípio é proibido - nem “meconcedida” – iniciar período com pronome é proibido).
“Recolher-me-ei à minha insignificância” (Não poderia ser “recolherei-me” nem “Me recolherei”).
3) EMPREGO FACULTATIVO:
Com o verbo no infinitivo, mesmo que haja uma palavra “atrativa”, acolocação do verbo pode ser enclítica (após o verbo) ou proclítica (antes doverbo).
Exemplo:
“Para não me colocar em situação ruim, encerrei a conversa.” “Para nãocolocar-me em situação ruim, encerrei a conversa.”
Assim, com infinitivo está sempre certa a colocação, desde que nãocaia em um caso de proibição (começar período).
NÃO CONFUNDA INFINITIVO COM FUTURO DO SUBJUNTIVO – Na maiorparte dos verbos, essas formas são iguais (para comprar/quando comprar, paraestudar / quanto estudar). Contudo, a regra da colocação pronominal só se aplicaao infinitivo. Se o verbo estiver no futuro do subjuntivo, aplica-se a regra geral.
Para ter certeza de que é o infinitivo mesmo e não o futuro do subjuntivo, troque overbo por um que se modifique, como o verbo TRAZER (para trazer / quandotrouxer), FAZER (para fazer/ quando fizer), PÔR (para pôr/ quando puser), etire a “prova dos noves”.
Se for infinitivo, pode colocar o pronome antes ou depois, tanto faz. De qualquerjeito, estará certo, mesmo que haja uma palavra atrativa (invariável).
Observação importante: quando houver mais de uma palavra invariável antes doverbo, o pronome poderá ser colocado entre elas. A esse fenômeno dá-se o nome deAPOSSÍNCLISE.
Exemplo: “Para não levar-me a mal, irei apresentar minhas desculpas.” – como vimos,com infinitivo está sempre certa a colocação (caso facultativo), mesmo que haja umapalavra invariável (no caso, são duas – para e não).
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COLOCAÇÕES IGUALMENTE POSSÍVEIS:
(1) “Para não me levar a mal, ...”- O pronome foi atraído pelo advérbio (palavrainvariável).
(2) “Para me não levar a mal, ...” – O pronome foi atraído pela preposição (outrapalavra invariável).
De volta à questão, vemos que o erro está em colocar o pronome APÓS o futuro dopretérito: SUJEITAR-SE-IA.
Em relação a essa sintaxe, alertamos para os verbos terminados em –ZER.
“Cláudia, qual é o problema com esses verbos?”
A maioria esmagadora dos verbos (de forma geral), tanto no futuro do presentequanto no do pretérito, mantém “de um lado” o infinitivo e do outro a desinência. Vejasó:
VERIA + O VER + O + IA VÊ-LO-IA
COMPRARIA + AS COMPRAR + AS + IA COMPRÁ-LAS-IA (já falamos sobre aacentuação gráfica nesses casos, não é?)
ESTUDAREI + O ESTUDAR + O + EI ESTUDÁ-LO-EI
Só que não é isso o que acontece com os verbos terminados em –ZER:
FAZER (futuro do presente) FAREI (não é FAZEREI) (futuro do pretérito) FARIA (e não “fazeria”).
Assim, quando um pronome é colocado em MESÓCLISE, de um lado não fica oinfinitivo, POIS HOUVE ALTERAÇÃO NO RADICAL DO VERBO!!!
FAZER + O FAREI + O = FÁ-LO-EI (futuro do presente) FARIA + O = FÁ-LO-IA (futuro do pretérito)
DIZER + AS DIREI + AS = DI-LAS-EI (fut.do presente) DIRIA + AS = DI-LAS-IA (futuro do pretérito)
Agora, confesse: se encontrasse no meio de um texto imenso dividido em opções um“fazê-las-ia com a máxima urgência”, será que você notaria esse erro????
ITEM ERRADO
35 - (FGV/MINC/2006)
Embora o uso do pronome oblíquo átono em posição inicial no período seja condenadopela gramática tradicional portuguesa, é de uso consagrado oralmente no Brasil, comopode ser verificado pela fala do funcionário no texto II [nota da professora: nãohouve necessidade de reprodução do texto]. Entretanto, ainda há casos quepermanecem inadequados segundo a norma culta.
Assinale a alternativa em que a colocação do pronome oblíquo átono seja inadequadasegundo a norma culta, mesmo com a flexibilização do uso no Brasil.
(A) Tenho-me permitido estas regalias.
(B) Tenho me permitido estas regalias.
(C) Tenho permitido-me certas regalias.
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(D) Estas regalias me têm sido permitidas.
(E) Estas regalias têm-me sido permitidas.
Comentário.
Já de pronto, o examinador deixa claro que existe uma flexibilização do uso do pronome no Brasil.
Se existem dois verbos, um auxiliar e outro principal, devemos fazer a análiseseparadamente (um verbo de cada vez).
Vamos tomar por base a oração “Tenho permitido” e o emprego do pronome “me”, seguindo as construções presentes nas opções A, B e C.
1º) EM RELAÇÃO AO VERBO AUXILIAR: TENHO
- Pergunto a você: podemos usar o pronome antes do verbo auxiliar (Me tenhopermitido...)? Resposta: Não, nesse caso iniciaríamos período com o pronome que,apesar de “consagrado oralmente”, não é admitido pela norma culta, como exige o enunciado.
- Podemos usar o pronome depois do verbo (Tenho-me permitido...)? Sim. Essa é umadas possibilidades. Está certa a opção A, mas (não se esqueça!) estamos buscando a opção ERRADA.
2º) EM RELAÇÃO AO VERBO PRINCIPAL: PERMITIDO
- Podemos usar o pronome antes do verbo principal (note que essa colocação édiferente da apresentada acima, pois não deve ser usado o sinal para ligar o pronomeao verbo TER)? Resposta: Modernamente, sim. “Antigamente”, a norma cultacondenava o pronome “solto” no meio da locução verbal, mas esse posicionamento jádeixou de ser proibido faz tempo: “Tenho me permitido” está certo também. A opção B está correta e não é o gabarito da questão.
- Podemos usar o pronome depois do verbo principal? Resposta: Não!!! De jeito algum!O verbo principal está no particípio (“permitido”) e vimos que depois de particípio éproibido (reveja os casos de proibição). Por isso, a resposta é a opção C: “Tenho permitido-me” não pode!...rs...
Agora, veremos um caso de locução verbal com TRÊS verbos (dois auxiliares – TER eSER – e um verbo principal: PERMITIR), novamente aproveitando a sugestão da banca: “Tem sido permitidas” + me.
1º) EM RELAÇÃO AO PRIMEIRO VERBO AUXILIAR (TER):
- Podemos usar o pronome antes do verbo? Sim, pois não estaríamos iniciandoperíodo, já que antes dele há outros elementos: “Essas regalias me têm sido permitidas.”. Está correta a opção D.
- Podemos usar o pronome depois do primeiro auxiliar? Sim, também está correta a forma “Essas regalias têm-me sido permitidas.”. A opção E é válida.
Confirmamos, pois, o gabarito: C.
Lembre-se de que não poderíamos usar o pronome depois do segundo auxiliar (sido), tampouco do verbo principal (permitidas), considerando que eles estão no particípio.
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36 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
As coisas realmente importantes da vida têm seu preço, isso é certo, mas a forma depagamento é bem diversa das praticadas nos shopping centers. Na infinitanegociação que é viver, se sairá melhor aquele que possuir uma sólida contacorrente de reservas emocionais e de bom senso do que aquele que confiaapenas em sua coleção de cartões de plástico. Lucrará mais aquele que souberresponder com sabedoria a pergunta: vale a pena pagar o preço?
(Adaptado da Revista Planeta, maio de 2006)
Avalie a afirmação abaixo, a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no trechoem destaque.
- Devido ao emprego da vírgula, mantém-se a coerência textual e a correçãogramatical ao empregar o pronome átono depois do verbo em “se sairá”(l.3): sairá-se.
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema em “linguísticas”.
O examinador insiste no mesmo erro: colocar o pronome em ênclise a um verbo nofuturo do presente / futuro do pretérito.
Esse é um caso de mesóclise, se não houver palavra invariável antes do verbo, o queprovocaria uma próclise.
Veja a passagem do texto:
“Na infinita negociação que é viver, se sairá melhor aquele que possuir uma sólidaconta corrente de reservas emocionais e de bom senso...”
Muitos devem estar se perguntando se a posição deste pronome estaria correta, e aresposta é SIM. O que o pronome não pode é iniciar PERÍODO, mas este foi iniciadopela estrutura “Na infinita negociação que é viver...”.
Vamos supor que este segmento estivesse mais adiante. Nesse caso, a únicapossibilidade seria a mesóclise: “Sair-se-á melhor aquele que, na infinita negociaçãoque é viver, possuir uma sólida...”.
ITEM ERRADO
37 - (FCC/Analista BACEN/2006)
Sonhos não faltam; há sonhos dentro de nós e por toda parte, razão pela qual aestratégia neoliberal convoca esses sonhos, atribui a esses sonhos um valorincomensurável, sabendo que nunca realizaremos esses sonhos.
Evitam-se as viciosas repetições dos elementos sublinhados na frase acimasubstituindo-os, na ordem dada, por:
(A) há eles - convoca-os - atribui-lhes - realizaremo-los
(B) os há - os convoca - lhes atribui - realizaremo-los
(C) há-os - convoca-lhes - os atribui – realizá-los-emos
(D) há estes - lhes convoca - atribui-lhes - os realizaremos
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(E)) há-os - os convoca - atribui-lhes - os realizaremos
Comentário.
Essa é a típica questão de colocação pronominal nas provas da FCC.
Como “sonhos” é o objeto direto do verbo haver, para a sua substituição não podemosusar um pronome reto (eliminaremos, pois, a opção A).
Estes só exercem as funções sintáticas de sujeito e predicativo de sujeito. Ospronomes retos não podem ser usados como complementos verbais. Em seu lugar,empregam-se os pronomes oblíquos. Como o verbo é transitivo direto, a substituição épelo pronome oblíquo “os”. Assim, a primeira substituição deve ser “os há” ou “há-os”.
Também seria possível o emprego de um pronome demonstrativo; contudo, as regrasmencionadas no início desta aula devem ser respeitadas.
É possível o emprego de um pronome demonstrativo como “esses”, por fazerreferência a um termo já mencionado, ou, com certa complacência, “estes”, por estarpróximo.
A segunda substituição exige as noções de colocação pronominal que acabamos dever. Em orações subordinadas, deve ser empregado o pronome antes do verbo(próclise). Como “sonhos” é objeto direto, não admite o emprego de “lhes”, que sepresta à função de objeto indireto. A forma correta seria os convoca. Com isso,eliminamos as opções (C) e (D), uma vez que a (A) já havia sido rejeitada.
Na terceira proposta, o verbo atribuir é transitivo indireto, podendo o substantivo sersubstituído por lhes ou a eles.
Finalmente, na quarta troca, vimos que o pronome átono NUNCA poderá ser colocadoapós particípio, futuro do presente ou futuro do pretérito do indicativo. Como existeum termo que “atrai” o pronome (nunca é palavra invariável), a única possibilidade decolocação é antes do verbo – os realizaremos.
A resposta é, portanto, a letra (E).
Gabarito: E
38 - (FCC/TRT 13ª Região – Analista Judiciário/2005)
Gosto da democracia, pratico a democracia, respeito os fundamentos que mantêm empé a democracia, mas nada disso me impede de associar a democracia às campanhaseleitorais, que negam a democracia.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os segmentossublinhados, na ordem dada, por
(A) a pratico − mantêm-na em pé − lhe associar − a negam
(B) pratico-a − a mantêm em pé − associar-lhe − negam ela
(C) a pratico − mantêm ela em pé − a associar − lhe negam
(D)) pratico-a − a mantêm em pé − associá-la − a negam
(E) pratico-a − lhe mantêm em pé − a associar − negam-lhe
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Comentário.
Na primeira passagem, as duas formas estaria corretas: “a pratico” ou “pratico-a”. Sevocê ficou na dúvida se poderia construir a primeira forma, lembro que a proibição serefere a iniciar o período. Nessa construção, o período é composto e já teve início em“Gosto”. Assim, o pronome pode iniciar, sim, a segunda oração sem problema algum.
Na segunda passagem, o verbo “manter” apresenta um complemento direto: “ademocracia”. Assim, o pronome que deve substituir esse nome é o oblíquo “a”.Eliminamos, pois, as opções (E) e (C), por apresentar esta a forma de pronome reto(inapropriada como complemento verbal). Estaria correta a forma: “a mantêm”, pois opronome relativo “que” atrai o pronome oblíquo.
O verbo “associar” é transitivo direto, devendo ser empregado o pronome “a” (“nadadisso me impede de associá-la” ou “de a associar”).
Por fim, o verbo “negar” também requer complemento direto, sendo cabível o pronome“a”. Note que, antes do verbo, há o pronome relativo invariável “que” (além de iniciaruma oração subordinada), atraindo o pronome oblíquo para junto de si: “que anegam”.
Gabarito: D
39 - (ESAF/MPOG – Especialista Políticas Públicas/2005)
Aponte a opção que finaliza com correção gramatical o trecho abaixo.
O desenvolvimento científico e tecnológico tem, de fato, uma coerência imanentefundamental. O seu temido desvirtuamento decorre sempre de fatores acidentais,alheios portanto à sua lógica intrínseca e fatal que, levada às últimas conseqüências, ésempre a favor e não contra o homem, porquanto não somente somos parteintegrante do processo, mas o seu remate. Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se aborrecida ou nociva, _______________________________________
(Lúcio Costa, “O novo humanismo científico e tecnológico”)
a) não é que o deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu emprego atorna assim.
b) não é que deva sê-lo necessariamente, mas por que o critério do seu emprego atorna assim.
c) não é porque seja-o necessariamente, mas por que o critério do seu emprego torna-a assim.
d) não é que a deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu empregotorna-a assim.
e) não é que deve sê-la necessariamente, mas por que o critério do seu empregotorna-a assim.
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema em “consequências”.
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Além do aspecto semântico, devemos observar a correção gramatical. Para aumentarnossas chances de acertar a questão, vamos eliminar os itens que apresentam errosgramaticais.
As opções b, c e e indicam o vocábulo por que (separado), que é um pronomeinterrogativo ou uma preposição acompanhada de pronome relativo (assunto da aulade CONJUNÇÃO, nosso próximo encontro).
Na oração, deve ser usada uma conjunção de valor explicativo, que se escreve emum só vocábulo: porque.
Na opção d, há erro de emprego do pronome "a", quando, conforme veremos, deveriaficar "neutro", por ser vicário: "não é que O DEVE ser necessariamente..."..
Só com essa análise gramatical, teríamos chegado à resposta – a única correta seriaopção A.
Para fins didáticos, iremos avaliar o aspecto semântico da construção e a função deseus elementos. É preciso, antes de tudo, compreender o texto. Para isso, precisamosvencer alguns obstáculos, quais sejam: o emprego de vocábulos desconhecidos pornós. Alguns são essenciais, outros não.
Glossário:
Imanente – algo sempre presente, inseparável;
Porquanto – conjunção de valor causal, equivalente a porque (aguarde a aula sobre CONJUNÇÃO para receber uma dica de como memorizar o sentido dessa conjunção,sempre presente nas provas da ESAF);
Remate – acabamento, fim, e, em linguagem conotativa, cume, auge, ponto máximo.
Fala-se da coerência própria do desenvolvimento científico e tecnológico, de seu desvirtuamento e das consequências disso, sempre a favor do homem, que é não sóparte, mas também fim desse processo.
A partir disso, aborda-se o papel da televisão nesse contexto.
Para compreendermos a função do pronome demonstrativo o em “não é que o deveser necessariamente”, vamos dissecar a passagem:
“Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se aborrecida ou nociva, não é que necessariamente deve (a televisão) ser assim (aborrecida ou nociva), mas porque oseu emprego (emprego da televisão) a torna (torna a televisão) assim (aborrecida ou nociva).”
Afinal, qual a função do pronome demonstrativo “o” em “não é que o deve ser”?Retomar a ideia de que “a televisão pode revelar-se aborrecida ou nociva”.
Gabarito: A
Veja a seguir mais um exemplo de pronome em função vicária.
40 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
Com base no texto, analise a proposição a seguir.
1. É certo que houve expansão da frota, tanto de carros,
como de caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco
para explicar a verdadeira chacina na malha rodoviária
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a que o país parece assistir de braços cruzados.
5. Cabe boa parte da culpa aos motoristas. Quem
viaja pelas estradas brasileiras não precisa ir longe
para constatar verdadeiros descalabros. Motoristas
dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta
de responsabilidade: trafegam em alta velocidade,
fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo
10. acostamento, usam faróis altos e frequentemente
dirigem alcoolizados.
(Estado de Minas, Editorial, 6/1/2009.)
- O termo “isso”(ℓ.2) retoma as informações do período antecedente.
Comentário.
O pronome “isso” retoma todas as informações já apresentadas anteriormente: “houveexpansão da frota, tanto de carros, como de caminhões e ônibus”.
Por ser usado em referência a todo um período anterior, o pronome demonstrativo, emfunção vicária (substitui todo o antecedente), mantém-se neutro – no singularmasculino (“o deve ser”, da questão anterior). Mas o que significa isso?
Esse papel vicário é exercido por alguns termos, inclusive os pronomesdemonstrativos, quando substituem uma expressão, palavra e até mesmo uma ideia jáapresentada anteriormente, evitando a repetição de vocábulos.
“Há muito tempo eu planejo sair de férias e vou fazê-lo no meio desse ano.”
fazê-lo = fazer isso = sair de férias
“Eu lhe jurei que seria fiel e vou sê-lo.”
sê-lo = ser isso – ser fiel
O pronome demonstrativo permanece neutro, sem flexão de gênero ou número, assimcomo acontece com o “isso”.
Além dos pronomes, outras palavras podem fazer esse papel. Veja um exemplo de“verbo vicário”, dado por Aurélio: “Ele trabalha, mas não é tanto como diz.”.
O verbo SER substitui o verbo TRABALHAR na segunda oração, para evitar suarepetição. Este é mais um instrumento de coesão textual.
ITEM CERTO
41 - (ESAF/CGU-Técnico/2008)
Assinale a opção que completa com correção gramatical e propriedade vocabular aslacunas do trecho abaixo.
O governo não se preparou para fazer frente ao corte de receitas de R$ 40 bilhões.―― (1) ―― buscar alternativas para compensar a morte anunciada, o Executivocontou com os recursos como se fossem permanentes. ――――(2) ―――― a proposta
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orçamentária de 2008, ―――――(3) ――――― a previsão de arrecadação do tributoque, segundo a lei, estaria extinto.
(“Enterrar cadáveres”, Correio Braziliense, 15/1/2008, p. 16)
1 2 3
a) Ao invés Comprova isso onde inclui-se
b) No lugar de Há prova disso na qual tem
c) Em vez de Prova disso é onde tem
d) Em vez de Prova-o em que consta
e) No inverso de É prova desse fato que consta
Comentário.
Para começar, vamos distinguir “ao invés de” de “em vez de”. O primeiro somentepode ser usado quando estiver implícita a ideia de “contrário, inverso”: “Ao invés de seenfraquecer, ele voltou mais forte ainda.” (“fraco” é o inverso de “forte”, por isso oemprego está correto).
Já “em vez de” pode ser usado em qualquer circunstância, inclusive a de “inverso”. Porisso, na dúvida, use “em vez de” e irá acertar sempre.
Na construção do texto, “buscar alternativas” não significa o inverso de “contar com osrecursos como se fossem permanentes”. Por isso, eliminamos as opções “a” (“Aoinvés”, que até omitiu a preposição “de”, que seria necessária se fosse possível oemprego da expressão) e “e” (“No inverso de”, expressão essa nunca antes vista pormim...rs...).
Em relação ao segundo item, todos os pronomes (“isso”, “o” ou “esse”) foram usadosem sua função vicária, já que é retomada a ideia apresentada anteriormente: “oExecutivo contou com os recursos como se fossem permanentes”. As sugestões dasopções B e C provocam prejuízo para a estrutura oracional (“Há prova disso aproposta...” ou “Prova disso a proposta...”), devendo ser eliminadas.
O item A apresenta, no terceiro item, erro de colocação pronominal. A próclise éobrigatória em orações subordinadas, e o pronome relativo “onde” inicia uma oraçãosubordinada adjetiva, devendo o pronome surgir antes do verbo: “... onde SE inclui...”.Usa-se “onde” quando o referente for LUGAR ou algo que se assemelhe a isso.“Forçando uma barra”, poderíamos até admitir o emprego de “onde” com oantecedente “proposta orçamentária”, mas a colocação do pronome impossibilitou aopção A.
Para atender ao rigor gramatical, não devemos usar o verbo TER no sentido de“existência”, ainda que os melhores escritores já o tenham feito (“No meio do caminhotinha uma pedra...”). Por isso, confirmamos a eliminação das opções B e C.
Por fim, a regência do verbo CONSTAR aponta para a opção D, que aceita tanto apreposição DE quanto EM: “a previsão de arrecadação do tributo consta dessa / nessaproposta orçamentária”.
Assim, a opção correta é a D.
Gabarito: D
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42 - (FCC/CEAL – Advogado/2005)
Quanto aos políticos profissionais, o cidadão que considera os políticos profissionaisuma espécie daninha insiste em eleger os políticos profissionais, em vez de preterir ospolíticos profissionais em favor de um espírito de renovação.
Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementossublinhados, respectivamente, por:
(A) os considera - lhes eleger - os preterir
(B) lhes considera - elegê-los - preterir-lhes
(C)) os considera - elegê-los - preteri-los
(D) considera estes - eleger a estes - lhes preterir
(E) considera os mesmos - eleger eles - os preterir
Comentário.
O verbo “considerar” é transobjetivo. O quêêêê?...rs... Você já esqueceu o significadode “verbo transobjetivo”??? Não creio!!!
Transobjetivo é o verbo que requer, além do objeto, um predicativo para esse objeto.Veja só: “O cidadão considera os políticos profissionais...” o quê? Faltou alguma coisa,não é? Então, o que ficou faltando foi o predicativo do objeto direto: “uma espéciedaninha”. Como o objeto é DIRETO, só admite o pronome oblíquo “os”. Como existeuma palavra invariável antes do verbo, o pronome fica antes deste: “o cidadão que osconsidera uma espécie daninha...”.
O verbo “eleger” requer complemento direto (O cidadão insiste em eleger políticos).Então, o pronome adequado é “os”. Como o verbo está no infinitivo (eleger), mesmocom uma preposição “em” antes do verbo (“em eleger”), podemos colocar o pronomeantes ou depois do verbo. Lembre-se: com infinitivo está sempre certo (só não podeiniciar período!): “insiste em os eleger” ou “insiste em elegê-los”.
Finalmente, o verbo “preterir” também é transitivo direto, exigindo o pronome “os”. Domesmo modo que na passagem anterior, o verbo está no infinitivo, e com infinitivoestá sempre certo: “em vez de os preterir” ou “em vez de preteri-los”.
Gabarito: C
43 - (FCC/TRT 22ª Região – Analista Judiciário/2004)
Há um excesso de leis, e quando há leis em excesso deve-se reconhecer nessas leis ovício da excessiva particularização, excessiva particularização que só revela afragilidade dos princípios morais.
Evitam-se as desagradáveis repetições do período acima substituindo-se os segmentossublinhados, respectivamente, por
(A)) as há - reconhecer nelas - a qual.
(B) há as mesmas - reconhecê-las - a qual.
(C) há elas - reconhecer-lhes - cuja.
(D) as há - reconhecer a elas - cuja.
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(E) há estas - reconhecê-las - onde.
Comentário.
Essa questão se assemelha a outra já apresentada nesta série de COLOCAÇÃOPRONOMINAL. Já mencionamos que o verbo haver, no sentido de existência, éimpessoal e não possui sujeito. O que se lhe segue é o complemento.
Vimos que os pronomes retos exercem apenas duas funções sintáticas: sujeito (Ela élinda) ou predicativo do sujeito (minha irmã é ela). Não podem esses pronomesexercer função de complemento (objeto direto). Se surgir algum “ele/ela” como objetodireto ou indireto, é um pronome oblíquo, que deverá sempre estar acompanhado deuma preposição (Eu me dirijo a ela – objeto indireto / Todos ironizam a ela e não amim – objetos diretos preposicionados).
Assim, em substituição a “leis”, deveríamos usar o pronome oblíquo “as”. Como existeum termo invariável antes do verbo (“quando há leis”), a próclise é obrigatória:“quando as há em excesso ...”. Ficamos apenas com duas opções: (A) e (D).
O verbo “reconhecer”, na construção, é transitivo direto. O objeto direto é “o vício daexcessiva particularização”. A expressão “nessas leis” tem valor adverbial, podendoser substituída por um pronome. A banca propôs “nelas”, ou seja, o pronome oblíquo“elas” acompanhado da preposição “em”. A forma “a elas” não seria adequada, pormodificar a preposição adequada à construção.
Por fim, como o pronome relativo substitui “excessiva particularização”, poderia serempregado “a qual” ou “que”. Contudo, esse último poderia causar algumaambiguidade com “vício” (“...deve-se reconhecer ... o vício da excessivaparticularização, que só revela a fragilidade dos princípios morais” - quem revela essafragilidade: o vício ou a particularização). Então, mais apropriado é mesmo o empregode “a qual”.
Gabarito: A
44 - (ESAF/AFC CGU/2006)
Assinale a opção que preenche as lacunas do texto de forma gramaticalmente corretae coerente.
O saldo da balança comercial (exportações menos importações) brasileira de 2005alcançou US$ 44,76 bilhões, valor __1__ registrado na história do país. O resultadopositivo, 33% maior que o atingido em 2004, ___2___ ao desempenho expressivo dasexportações e importações. As vendas externas tiveram incremento __3__ US$ 24bilhões no ano passado e fecharam 2005 com US$ 118,3 bilhões. Já as importaçõestotalizaram US$ 73,545 bilhões no ano passado. Os resultados recordes mostram___4___ apesar da valorização do real frente ao dólar, a corrente de comércio do país(exportações mais importações) não ___5___ de crescer com a diversificação de pautaexportadora, aumento do número de países que compram os produtos brasileiros e ocrescimento da participação de estados com pouca tradição nas vendas externas.
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral daPresidência da República, n. 390, Brasília, 06 de janeiro de 2006)
1 / 2 / 3 / 4 / 5
a) não / se devem / demais de / -lhe / deixa
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b) nunca antes / devem-se / mais que / -se / para
c) nunca / deve-se / superior a / que / pára
d) não / deveu-se / de mais de / cujo / cessa
e) nem / devia-se / maior que / qual / termina
Comentário.
Vamos analisar lacuna por lacuna e eliminar as opções incorretas, como fizemos nasquestões de CRASE.
1) A única opção que pode ser descartada seria a de letra E, pois a conjunção “nem”prejudicaria a coerência textual.
2) O núcleo do sujeito é “resultado”. Assim, o verbo DEVER deve ficar no singular.Com isso, podemos eliminar as opções A e B. Já temos 50% de chances de acertar,pois só sobraram as opções C e D!!!
3) Essa lacuna não nos ajuda em nada, pois as duas opções restantes a preencheriamadequadamente – “As vendas externas tiveram incremento superior a US$24bilhões...” ou “As vendas externas tiveram incremento de mais de US$24 bilhões...”.
4) Opa! Que negócio é esse de preencher essa lacuna com “cujo”?
Essa é a nossa “deixa” para tratarmos dos PRONOMES RELATIVOS.
Gabarito: C
PRONOMES RELATIVOS
O pronome relativo, como o próprio nome sugere, apresenta um referente, ou seja,um termo já mencionado, substituindo-o na oração adjetiva – “O número decandidatos que prestaram o concurso aumentou significativamente.” – o pronomerelativo “que” está no lugar de “candidatos” (“os candidatos prestaram o concurso”).
Sem dúvida, dos pronomes, o relativo é o mais recorrente em questões de prova e,dos pronomes relativos, o “cujo” mais solicitado (especialmente pela FCC) – ganha emdisparada em todos os concursos públicos do Brasil. Por isso, é tão importante seuestudo e domínio de seu conceito.
Os pronomes relativos referem-se a termos antecedentes. Já falamos sobreconcordância e regência com pronomes relativos.
Agora, veremos quais são esses pronomes e como devem ser empregados na oraçãosubordinada adjetiva que iniciam, especialmente em relação aos seus referentes e aoemprego de preposição porventura necessária.
Vamos ver as características dos pronomes relativos.
QUE Pode ser usado com qualquer antecedente, por isso é chamado de“pronome relativo universal” ou “pronome relativo básico”. Normalmenteé empregado em relação a “coisa”, já que os demais referentes têmpronomes relativos específicos (lugar, quantidade, modo, pessoa). É o“genérico” dos relativos (rs...). Aceita somente preposiçõesmonossilábicas, exceto sem e sob.
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O QUAL
(e flexões)
Assim como “que”, pode ser usado com qualquer antecedente. Aceitapreposição com duas ou mais sílabas, locuções prepositivas, além de seme sob (rejeitadas pelo “que”).
É usado quando o referente se encontra distante ou para evitarambiguidade: Visitei a tia do rapaz que sofreu o acidente.
Quem se acidentou? O rapaz ou a tia dele? Para evitar a dúvida, uso “oqual” para ele ou “a qual” para ela.
QUEM Somente usado com antecedente PESSOA. Sempre virá antecedido depreposição – Ele é o rapaz de quem lhe falei.
ONDE Utilizado quando o referente for lugar, ou qualquer coisa que a isso seassemelhe (livro, jornal, página etc.) – “A gaveta onde guardei o dinheirofoi arrombada.”; pode ser substituído por “em que”. Fica em segundolugar na disputa de ocorrências em provas.
COMO Usado com antecedente que indique MODO ou MANEIRA – O jeito comoescreve mostra a pessoa que é.
QUANDO O antecedente dá ideia de TEMPO, também equivalente a “em que” –Época de ouro era aquela, quando todos andavam tranquilos pelas ruas.
QUANTO O antecedente dá ideia de QUANTIDADE - normalmente precedido de umpronome indefinido (tudo, tanto(s), todos, todas) – Tenho tudo quantoquero. Leve tantos quanto quiser.
Finalmente, o mais especial de todos:
CUJO
(e flexões)
Liga dois substantivos indicando relação entre eles (entre os substantivos,haveria uma preposição de) – (“A mãe do rapaz faleceu.” + “O rapazprocurou por você.” “O rapaz cuja mãe faleceu procurou por você.”);concorda com o substantivo subsequente, flexionando-se em gênero enúmero, e dispensa o artigo (não existe “cujo o” ou “cuja a”).
DICA:
Ao usar o pronome relativo, verifique:
1 – qual deve ser o pronome mais adequado, a depender do antecedente(coisa, pessoa, tempo, modo, lugar...);
2 – se o algum termo na oração adjetiva exige preposição.
Já falamos sobre a diferença entre CONJUNÇÃO INTEGRANTE e PRONOME RELATIVO.
Será que você ainda se lembra dessa distinção?
O pronome relativo retoma um antecedente, e a oração que inicia tem valorADJETIVO.
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Agora, quando podemos trocar toda a oração iniciada pelo QUE pelo pronome ISSO, ésinal de que se trata de uma CONJUNÇÃO INTEGRANTE, e a oração que ela inicia temvalor substantivo.
Agora volte ao texto e faça o teste:
“Os resultados recordes mostram ___4___ apesar da valorização do realfrente ao dólar, a corrente de comércio do país...”
“Os resultados recordes mostram ISSO.”
Então, a palavra que irá preencher a lacuna 4 será uma conjunção integrante “que” (sóexistem duas conjunções integrantes: “se” e “que”).
Pronto! Resolvemos a questão da prova – o gabarito é a letra C.
Veremos, na sequência, outra questão de prova da ESAF que tratava dessa diferençaentre PRONOME RELATIVO e CONJUNÇÃO INTEGRANTE.
Só para encerrarmos o comentário, note o acento agudo na conjugação do verboPARAR: pára. Ainda se lembra do nome do bendito? Acento diferencial, paradistingui-lo da preposição “para”. Lembre-se, também, que esse acento diferencialCAIU, MORREU, ESCAFEDEU-SE...rs... Os únicos dois que se mantiveram com a“reforma ortográfica” foram “pôr” (verbo) e “pôde” (pretérito perfeito do indicativo doverbo PODER).
45 - (ESAF/AFC STN/2005)
A respeito de aspectos lingüísticos do trecho abaixo, analise a proposição.
1. Só mais tarde alcancei compreender que a inteligência
pode trabalhar até ao fim inteiramente alheia aos
graves problemas religiosos que confundem o pensador
que os quer resolver segundo a razão, se
5. nenhum choque exterior veio perturbar para ela
solução recebida na infância. A dúvida não é sinal de
que o espírito adquiriu maior perspicuidade, é às
vezes um simples mal-estar da vida.
(Joaquim Nabuco, Minha formação)
- Os dois primeiros quês do texto, em “que a inteligência”( .1 e 2) e em “queconfundem”( .3) são ambos pronomes relativos.
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema em “linguísticos”.
Toda a oração iniciada pelo primeiro “que” pode ser substituída pelo “ISSO”.
“Só mais tarde alcancei compreender ISSO.”
Então, é uma conjunção integrante, que inicia uma oração subordinadasubstantiva.
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Já o segundo “que” retoma o antecedente “graves problemas religiosos”. Então, é umpronome relativo, que inicia uma oração subordinada adjetiva.
E aí, isso já está no sangue? Tem de estar porque, como você vê, isso é comum de sercobrado em prova. E não venha me dizer que já está cansado de saber disso – não meconvence! Irei repetir quantas vezes achar necessário, viu?
Aliás, até a banca da ESAF já se confundiu, o que levou à anulação de uma questão deprova. Veja a seguir.
ITEM ERRADO
46 – (ESAF/AFRF/2002-2)
1.Em artigo publicado na década de noventa, o
professor Paul Krugman explicava que todos
aqueles países que falavam inglês haviam
tido um desempenho econômico acima da
5. média de seus vizinhos e que o inglês estava
se tornando rapidamente a língua franca dos
negócios, do turismo e da internet. Assim, os
processos de fusão de empresas, tão comuns
naquele tempo, só teriam sucesso se
10. utilizassem o inglês como língua de integração
das corporações.
Julgue a seguinte proposição.
- As duas ocorrências da conjunção “que” (l.3 e 5) têm a função de demarcar o iníciodas duas orações ligadas por “e”(l.5), mas, sintaticamente, o segundo que pode seromitido
Comentário.
O examinador analisa as ocorrências do pronome “que” de linhas 3 e 5.
Ele afirma serem duas CONJUNÇÕES, mas vamos ver se ele está certo disso:
- linha 3: “... aqueles países que falavam inglês haviam tido um desempenhoeconômico...” – a palavra que retoma o substantivo “países” (a oração adjetiva, com atroca, seria “países falavam inglês”). Então, isso não é uma conjunção, mas umPRONOME RELATIVO;
- linha 5: “... [explicava que todos aqueles países que falavam inglês haviam] tido umdesempenho econômico acima da média de seus vizinhos e que o inglês estava ...” –são dois os complementos verbais de EXPLICAR, sendo o segundo aquele iniciado pelo“que” da linha 5 (em negrito). Como podemos trocar toda a oração iniciada por elepelo pronome ISSO (“...explicava ISSO”), vemos que, neste ponto, o examinadoracertou: é uma conjunção integrante.
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Como errou na indicação do primeiro, a opção estava INCORRETA, o que acabouprovocando a anulação da questão.
ITEM ERRADO (QUESTÃO ANULADA)
47 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)
Assinale a opção em que há emprego indevido de palavra.
a) O desmatamento nos nove estados da Amazônia Brasileira caiu 31% no período2004/2005, passando de 27.200 km2 para 18.900 km2.
b) A redução na derrubada da floresta foi anunciada pelo Ministério do Meio Ambiente,com base em levantamentos realizados por satélite sob a orientação do InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
c) A última queda no índice havia ocorrido entre 1996-1997, onde o volume de florestaabatida caiu 27%.
d) Os dados apontam queda acentuada do desmate nas áreas próximas à rodoviaCuiabá-Santarém (BR-163), onde houve maior intervenção do Governo Federal pormeio do Plano de Ação Para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, doqual participam 13 ministérios.
e) Os números também indicam leve crescimento do desmatamento apenas nosudeste do Pará e no sul do Amazonas. É a primeira vez, em 17 anos demonitoramento da Amazônia, que os dados sobre desmatamento são apresentados nomesmo ano em que são levantados.
(Adaptado de Em Questão n. 381 - Brasília, 07 de dezembro de 2005)
Comentário.
O erro da opção C está em usar o pronome relativo ONDE sem que o antecedente sejaum lugar ou algo que a isso se assemelhe.
Em “A última queda no índice havia ocorrido entre 1996-1997, onde o volume defloresta abatida caiu 27%.”, o antecedente é um período de tempo (“entre 1996-1997), sendo apropriado o uso de “quando”: “...havia ocorrido entre 1996-1997,quando o volume de floresta abatida caiu 27%.”.
Compare, agora, com a ocorrência do “onde” na opção D:
d) “Os dados apontam queda acentuada do desmate nas áreas próximas à rodoviaCuiabá-Santarém (BR-163), onde houve maior intervenção do Governo Federal...” –agora sim! O referente são as “áreas próximas à rodovia Cuiabá-Santarém” – umlugar. Neste caso, podemos usar o relativo “onde”. Aqui está correto.
Gabarito: C
48 - (FCC/TRT 13ª Região – Analista Judiciário/2005)
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
(A) O autor preza a discussão à qual se envolvem os moradores de um condomínio,quando os anima a aspiração de um consenso.
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(B) A frase de Mitterrand na qual se arremeteu o candidato Giscard não representava,de fato, uma posição com a qual ninguém pudesse discordar.
(C)) A frase de cujo teor Giscard discordou revelava, de fato, o sentimento desuperioridade do qual o discurso de Mitterrand era uma clara manifestação.
(D) Os candidatos em cujos argumentos são fracos costumam valer-se da oposiçãoentre o certo e errado à qual se apóiam os maniqueístas.
(E) O comportamento dos condôminos cuja a disposição é o consenso deveria servir deexemplo ao dos candidatos que seu único interesse é ganhar a eleição.
Comentário.
A banca da FCC costuma associar PRONOMES a REGÊNCIA (assuntosimportantíssimos!), e como gosta de um “cujo” essa banca, hem?! Praticamente emtodas as questões dessa banca veremos esse pronome relativo, ora usado de formacorreta, ora equivocada.
Nessa opção (C), entre “teor” e “frase” há uma relação (teor da frase). Ambos sãosubstantivos. Então, está correto o emprego do pronome. Como o verbo da oraçãoadjetiva (“discordar”) exige a preposição “de” (Alguém discorda de alguma coisa), estadeve anteceder o pronome – “A frase de cujo teor Giscard discordou...”.
Em seguida, a expressão “uma clara manifestação” tem como complemento “osentimento de superioridade”, apresentado na oração anterior (“O discurso deMitterrand era uma clara manifestação do sentimento de superioridade”). Assim,no lugar do nome colocou-se o pronome e, antes deste, a preposição que liga osubstantivo “manifestação” com seu complemento nominal – “sentimento desuperioridade” (representado pelo relativo “o qual”).
Em relação às demais opções, seguem os comentários.
(A) “Os moradores de um condomínio se envolvem ... uma discussão.” – e aí? Qual foia preposição que você imaginou? Alguém se envolve em alguma coisa. Como no lugardo nome “discussão”, presente na oração anterior, está o pronome relativo “a qual”, apreposição “em” deve antecedê-lo: “O autor preza a discussão na qual se envolvemos moradores de um condomínio...”.
Em seguida, o substantivo “aspiração” exige a preposição “a” (Alguém tem aspiração aalguma coisa), assim como ocorre com o verbo aspirar, no sentido de ter como alvo,como objetivo (Alguém aspira a um cargo). A forma correta, portanto, seria “quandoos anima a aspiração a um consenso”.
(B) O verbo “arremeter-se” (lançar-se , atacar com ímpeto ou fúria) rege a preposiçãoa ou contra (Alguém se arremete a/contra algo). O encontro do pronome relativo “aqual” (cujo referente é “frase”) com a preposição “a” exigida pelo termo regente, overbo “arremeter-se” provoca a ocorrência de crase: “A frase de Mitterrand à qual searremeteu o candidato Giscard...”.
Mais uma vez, o examinador explora a regência do verbo “discordar”. Alguém discordade alguma coisa. Então, “uma posição da qual ninguém pudesse discordar”.
(D) Entre os substantivos “argumentos” e “candidatos” há uma relação (argumentosdos candidatos). É cabível, portanto, o emprego de “cujo”, com a devida flexão. Oerro, no entanto, é em relação à preposição. Não há nenhum elemento que exija apreposição “em”, veja só:
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1ª oração: “Os argumentos dos candidatos são fracos.”
2ª oração: “Os candidatos costumam valer-se da oposição...”
A união dessas duas orações forma o seguinte período:
“Os candidatos cujos argumentos são fracos costumam valer-se da oposição...”
Em seguida, há novamente problemas de regência verbal. Alguém se apoia em algumacoisa. Os maniqueístas se apoiam na oposição entre o certo e errado (faltou um artigoantes de “errado”, em respeito ao paralelismo sintático, mas isso não foi questionadopela banca na questão). Assim, no lugar de “oposição entre (o) certo e errado”, coloca-se o pronome relativo “a qual” (feminino para concordar com “oposição”). O período,então, seria: “costumam valer-se da oposição entre (o) certo e errado na qual (emque) se apóiam os maniqueístas”.
(E) Você, “de cara”, já deveria ter eliminado essa opção, não é mesmo? Esse “cuja a”ninguém aguenta mais. Mesmo que o autor fosse gago ou tivesse problemas na dicção,não poderíamos admitir essa repetição desnecessária de “as” (cuja a). Retirado oartigo supérfluo, restaria correta a colocação do pronome, uma vez que, entre“condôminos” e “disposição”, há uma relação de dependência (a disposição doscondôminos).
Originalmente, na prova, houve um erro de digitação em “deveria servir de exemplo aodos...”, mas como essa opção já está errada, não haveria maiores problemas. Nasequência, mesmo com a falha da prova, percebemos que há uma relação entre“candidatos” e “interesse” (interesse dos candidatos), o que exige o empregonovamente do pronome relativo “cujo”: “deveria servir de exemplo ao (?) doscandidatos cujo único interesse é ganhar a eleição”.
Gabarito: C
49 - (FCC/Procurador AM/2006)
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
(A) A diferenciação entre profissionais, à que o autor faz referência, tem como critérioum padrão ético, de cujo depende o rumo do processo civilizatório.
(B) Se há apenas avanço técnico, numa época onde impera a globalização, asdemandas sociais ficarão sem o atendimento a que são carentes.
(C) As razões porque a globalização não distribui a riqueza prendem-se à relaçãomecânica entre oferta e demanda, cuja a crueldade é notória.
(D) Os tecnocratas maliciosos imputam para o exercício da democracia os desajusteseconômicos em que assolam os excluídos da globalização.
(E)) O aumento da produção, de cuja necessidade não há quem discorde, deve preverqualquer impacto ecológico, para o qual se deve estar sempre alerta.
Comentário.
Agora, o examinador exige que ambas as formas grifadas estejam corretas. Vamos àsopções:
(A) A preposição “a” é exigência do termo regente referência. Contudo, antes depronome relativo “que” não há artigo. Por haver apenas um “a”, não há crase – “Adiferenciação entre profissionais, a que o autor faz referência...”.
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Não há um substantivo após o pronome relativo “cujo”, mas um verbo. Por isso, éindevido esse emprego. Em seu lugar, deve-se usar o pronome relativo “que”. Apreposição está correta, pois é exigência do verbo “depender” (Algo depende de outracoisa). “O rumo do processo civilizatório” depende de um padrão ético. No lugar dessesubstantivo, coloca-se o pronome, ficando assim a construção: “tem como critério umpadrão ético, de que [do qual] depende o rumo do processo civilizatório”.
(B) O pronome relativo “onde” deve ser empregado com um referente que indique lugarou outra coisa que a isso se assemelhe. É aí que mora a dificuldade. Alguns autoressão profundamente clássicos e só aceitam referentes como bairro, cidade, habitaçãoetc. Outros já consideram como lugar um livro, uma audiência, um processo. Teremosque analisar cada questão e tentar identificar qual a tendência da banca. De qualquerforma, há referentes que, de jeito algum, poderia ser considerado como antecedentedo “onde” – é o caso de “época”, que indica tempo, e não lugar. Talvez o que podelevar o candidato a uma confusão é que o pronome relativo “que” seria antecedido dapreposição “em” (“Em uma época...”), costumeiramente usada na indicação tanto detempo (“Em um momento de sua vida”) quanto de lugar (“Em uma rua”). Mas, comodiz o filósofo futebolístico, “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Comreferente “tempo”, pode-se usar o pronome relativo “quando”: “Se há apenas avançotécnico, numa época quando impera a globalização...”, ou o relativo universal “que”,acompanhado da preposição “em”: “numa época em que impera a globalização”.
Em seguida, o termo “carente” exige a preposição “de” (Alguém é carente de algumacoisa): “as demandas fiscais ficarão sem o atendimento de que são carentes”.
(C) Sobre o “porque”, temos de fazer algumas considerações importantes.
Primeiramente, vamos analisar a construção apresentada na opção (C):
“As razões . .... a globalização não distribui a riqueza prendem-se à relação mecânica entre oferta e demanda”.
Vamos separar as duas orações:
1 – As razões prendem-se à relação mecânica entre oferta e demanda
2 – A globalização não distribui a riqueza por [certas] razões.
As razões apresentadas na oração 1 estão definidas na oração 2 (subordinada adjetiva).No lugar de “razões”, foi empregado o pronome relativo “que”. Como havia a exigênciada preposição “por” na oração 2, o período composto que se formou foi:
“As razões por que (pelas quais) a globalização não distribui a riqueza pren-demse...”.
Assim, esse “por que” nada mais é do que a preposição “por” acompanhada dopronome relativo “que”.
Existe ainda um outro “por que” (separadinho): o ‘por que’ interrogativo. Já o “porque”(tudo junto) é uma conjunção, que pode ser causal ou explicativa.
O melhor jeito de você distinguir o "porque" (conjunção) do "por que" (preposição +pronome relativo) e do "por que" (pronome interrogativo) é da seguinte forma:
- a conjunção liga duas orações com ideia de causa ou de explicação (Não devo sair,porque está chovendo bastante. – conjunção explicativa / Não fui à aula porqueestava doente. - conjunção causal)
- se você puder usar "pelo qual" no lugar do "por que", é uma preposição (por)associada a um pronome relativo (que / o qual).
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Exemplo 1: De todos os lugares por que eu passei, esse é o mais bonito. / De todosos lugares pelos quais eu passei,...
Exemplo 2: O motivo por que você não chegou foi o acidente na estrada. / O motivopelo qual você não chegou foi ...
- Não confunda esses dois com o "por que" interrogativo. Exemplo:
Por que você não chegou? (interrogação direta)
Não sei / Gostaria de saber / Preciso saber por que você não chegou.
Nesses casos, nota-se claramente a existência de uma pergunta (direta ou indireta).
Finalmente, há ainda os que recebem acento circunflexo quando tônicos. Isso ocorreem duas situações – a primeira, quando usado na função de um substantivo – oporquê – ou, a segunda, quando interrogativo, sob a forma direta ou indireta, ao fimda oração, estando subentendida a expressão “por qual motivo”, “por qual razão” –“Não veio por quê?”, “Você não veio e todos sabemos por quê”.
Assim, na opção (C), o que existe é um pronome relativo (que) antecedido dapreposição “por”, devendo ser grafado separadamente – por que. Para sepultarqualquer dúvida do candidato, quem vem salvá-lo? O “cuja a”!!! Beleza. Só marcouessa questão como certa (e errou!) quem não leu. Basta retirar o artigo para o períodoficar correto (“... prendem-se à relação mecânica entre oferta e demanda, cujarealidade é notória”).
(D) O verbo “imputar”, na construção, é transitivo direto e indireto. O objeto direto é“os desajustes econômicos” e o indireto, “o exercício da democracia”. Alguém imputaalguma coisa a alguém/algo. A partir dessa análise vemos que o objeto indireto éprecedido da preposição “a”. Está incorreto, portanto, o emprego da preposição“para”: “Os tecnocratas maliciosos imputam ao exercício da democracia os desajusteseconômicos...”.
Em seguida, o pronome relativo “que”, que tem por referente “os desajusteseconômicos”, exerce a função de sujeito da oração subordinada adjetiva (“Osdesajustes econômicos assolam os excluídos da globalização”). Não há, portanto,justificativa para o emprego da preposição “em”.
Gabarito: E
50 - (FGV/SEAD AP – Fiscal/2010)
De acordo com a norma padrão, o pronome relativo está corretamente empregadoapenas na seguinte alternativa:
(A) essas são algumas ideias por cujos os ensinamentos procuro me guiar.
(B) aquelas são as mais antigas histórias de comércio as quais se tem memória.
(C) apresentou um projeto que a principal filosofia dele é a democratização do saber.
(D) o comportamento ético por que um povo se orienta define seu caráter.
(E) o filósofo onde me refiro defendeu tese recentemente.
Comentário.
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A FGV também segue a mesma linha da FCC, associando pronomes relativos a sintaxede regência, sem deixar de lado do tal do “cujo”.
Agora, vamos analisar as opções.
Essa banca também insiste no erro de empregar artigo DEPOIS do pronome relativoCUJO, como “cujo os”, da opção A. O relativo “cujo” é tão especial que “absorve” oartigo do termo subsequente. Isso já está mais do que estudado, não é?
Na opção A, além do erro já observado acima, vamos verificar se houve a escolhaadequada do pronome relativo.
Entre ENSINAMENTOS e IDEIAS existe uma relação, indicada pela preposição DE: “osensinamentos das ideias”. Então, podemos usar, sim, o relativo CUJO (... ideias CUJOSensinamentos...).
Em seguida, devemos verificar se algum termo exige a preposição antes desse relativo.O verbo GUIAR rege a preposição POR, nesses casos: “alguém procura se guiar PORensinamentos.”. Assim, está correta a apresentação de preposição POR antes de cujos.O problema estava somente no artigo definido após o relativo.
O item B explora aspecto relativo à sintaxe de regência. A expressão “ter memória”exige a preposição DE: “Alguém tem memória DE alguma coisa”. Nesse caso, como ocomplemento está representado pelo pronome relativo “as quais”, que retoma o ante-cedente “histórias”, essa preposição deve anteceder o pronome relativo, formando:“aquelas são as mais antigas histórias de comércio das quais se tem memória.”.
Na opção C, existe relação entre FILOSOFIA e PROJETO: “a filosofia do projeto”.Deveria, então, ter sido usado o relativo CUJO, com a flexão adequada e eliminar o de-spropositado “dele”, que serviria para apresentar uma relação já indicada pelo CUJO:“apresentou um projeto CUJA principal filosofia é a democratização...”.
Em D, mais uma vez, vamos analisar a grafia de “porque/ por que”.
- “o comportamento ético . ........ um povo se orienta define seu caráter.”
Alguém se orienta POR um comportamento. A palavra “comportamento ético” seencontra representada na oração “. .... um povo se orienta” pelo pronome relativo “que”, devendo empregar a preposição POR em função da regência do verboORIENTAR: “o comportamento ético POR QUE (=PELO QUAL) o povo se orienta...”.
Está certa a grafia da palavra, sendo esta a resposta.
No item E, foi usado o relativo ONDE em uma construção cujo antecedente é PESSOA(filósofo). Além disso, alguém se refere A alguém. O verbo REFERIR-SE rege a pre-posição A, que antecede o pronome relativo QUEM: “o filósofo A QUEM me refiro...”.
Gabarito: D
51 - (ESAF/AFC STN/2005)
Indique a opção que contém o único segmento correto do texto abaixo.
No que diz respeito à responsabilidade dos administradores decorrente da cessão dequotas, não pode o mesmo ser responsabilizado, uma vez que é direito do sóciodesfazer-se de suas quotas, salvo nos casos que haja previsão vedatória no contrato, e
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o administrador tenha mostrado-se negligente, agindo com culpa, onde passará aresponder solidariamente com o sócio cedente.
a) No que diz respeito à responsabilidade dos administradores
b) não pode o mesmo ser responsabilizado
c) salvo nos casos que haja previsão vedatória
d) tenha mostrado-se
e) onde passará a responder
Comentário.
Vejamos todas as opções.
a) Está perfeita – o acento grave se justifica em função do encontro da preposição “a”(presente na expressão “dizer respeito a”) com o artigo que antecede o substantivofeminino “responsabilidade”. Esta é a resposta.
b) Não há respaldo para o emprego do vocábulo mesmo (e variantes) no lugar deum substantivo, como se observa atualmente na linguagem coloquial.
Isso parece ter virado uma febre nacional. Vamos, então, tomar um “antitérmicogramatical”...rs...
Para evitar esse tipo de construção, sugerem os gramáticos a substituição porpronomes pessoais ou demonstrativos, por um sinônimo ou até mesmo a repetição dapalavra. Uma opção para a passagem seria:
“... não pode o sócio ser responsabilizado, uma vez que é seu direito desfazer-se...”.
Contudo, não vá eliminando essa palavra do seu léxico. Quando acompanha umsubstantivo ou pronome, como pronome demonstrativo, serve para realçar e com elesconcorda: “Eles mesmos fizeram a casa.”. / “Ela se esqueceu de si mesma.”
Neste caso, é sinônimo de “próprio”.
Também pode ser usado como advérbio (equivalente a “realmente, de fato”: “O que euqueria MESMO era estar na praia.”... ah... eu também!) ou como a palavra denotativade inclusão, como “inclusive, até” (“Mesmo o mais inocente dos homens percebeuaquela maldade.”).
Nesses dois casos, é INVARIÁVEL, ou seja, não se flexiona (“MESMO os maisinocentes...” ou “O que eles queriam MESMO era...”).
Uma última ocorrência de “mesmo” é na expressão “o mesmo”, no sentido de “amesma coisa”: “Eu sinto o mesmo por você.”. Essa também é uma construçãoinvariável. Você verá, nas próximas questões, que esse assunto também surgiu emprovas da FCC e da FGV.
c) Há dois erros na passagem: um de regência e outro de ortografia.
Substituindo o relativo “que” pelo antecedente (casos), a oração seria: “haja previsão... NESSES CASOS”. Assim, é necessário o emprego da preposição “EM” antes dorelativo: “salvo nos casos em que haja previsão...”.
O segundo problema é que não existe registro formal da palavra VEDATÓRIA. Oque serve para vedar é VEDANTE (adjetivo de dois gêneros). Também existe outraparecida: “VEXATÓRIA”, que deriva de “vexar” e significa “causadora de vexame,tormento”. Se não estiver acreditando no que eu afirmo (olha lá, hem???...rs...), dê
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uma olhadinha no sítio da ABL (vou até facilitar sua vida: o link éwww.academia.org.br.).
d) Problema de colocação pronominal – não se emprega pronome oblíquo apósparticípio (mostrado-se).
e) Olha o uso indevido do “onde” (acabamos de falar sobre isso...).
Podemos usar “quando”, já que se refere a um dado momento, o da ocorrência daculpa (“... quando passará a responder solidariamente com o sócio cedente.”). Nestecaso, “quando”, como não possui referente, não é pronome relativo, mas umaconjunção adverbial, iniciando uma oração indicativa de tempo, momento.
Gabarito: A
52 - (FCC/CEAL – Advogado /2005)
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na seguinte frase:
(A)) A simpatia de que não goza um ator junto ao eleitorado é por vezes estendida aum político profissional sobre cuja honestidade há controvérsias.
(B) O candidato a que devotamos nosso respeito tem uma história aonde os fatos nemsempre revelam uma conduta irrepreensível.
(C) Reagan teve uma carreira de ator em cuja não houve momentos brilhantes, comotambém não houve os mesmos na de Schwarzenegger.
(D) Há uma ambivalência em relação aos atores na qual espelha a divisão entre orespeito e o menosprezo que deles costumamos alimentar.
(E) Os atores sobre os quais se fez menção no texto construíram uma carreiracinematográfica de cujo sucesso comercial ninguém pode discutir.
Comentário.
O verbo gozar, no sentido de ter, possuir, rege a preposição de (“Fulano goza de boasaúde.”) . O pronome relativo “que” retoma o substantivo “simpatia”. A oraçãoadjetiva, feita a devida substituição, seria “Um ator não goza da simpatia junto aoeleitorado”. Assim, está correta a construção “de que não goza um ator junto aoeleitorado”.
Adiante, na acepção empregada, o substantivo controvérsias requer a preposição“sobre” (“Há controvérsias sobre a honestidade do político profissional.”). Como entre“político profissional” e “honestidade” há uma relação de subordinação (a honestidadedo político profissional), é apropriado o emprego do pronome relativo “cujo”:“estendida a um político profissional sobre cuja honestidade há controvérsias”.
Perfeita a construção apresentada na opção (A).
Em relação às demais, cabem os seguintes comentários:
(B) O primeiro elemento destacado está correto – “[nós] devotamos respeito aalguém”; a regência nominal de “respeito” exige a preposição “a”, que deve antecedero pronome relativo cujo referente é “candidato” (“respeito ao candidato”).
Contudo, na sequência, houve um emprego incorreto de “aonde”. Este vocábulo éfruto da contração da preposição “a” com o pronome relativo (ou interrogativo,dependendo da construção) “onde”. Teremos de analisar a possibilidade de emprego
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de cada um desses termos. Devemos ter cuidado com o emprego de “onde” emreferência que não seja explicitamente um “lugar” (já falamos sobre isso na questãoanterior). No caso, o termo referente é “história”.
Além disso, note que entre “história” e “fatos” há uma estreita relação de subordinação(fatos da história). Por isso, o pronome relativo a ser empregado para ligar as duasorações é cujo, com a devida flexão em gênero e número: “tem uma história cujosfatos nem sempre revelam uma conduta irrepreensível”.
(C) Nessa construção, parece que, após o pronome relativo, faltou um substantivo.Veja bem: “Reagan teve uma carreira de ator em cuja (trajetória) não houvemomentos brilhantes”. Do jeito que foi apresentado, houve prejuízo de coesão textual,uma vez que o pronome relativo “cuja” ligou “carreira” a um verbo, e não a outrosubstantivo.
Note, agora, que a FCC também tratou do emprego do pronome “mesmo”.
Na construção apresentada no item (C), o pronome demonstrativo deve serempregado no singular, equivalente a “a mesma coisa”: “como também não houve omesmo na [carreira] de Schwarzenegger (ai...que horrível digitar esse sobrenome!)”.Esse “o mesmo” tem como referente toda a informação presente na oração anterior:“não houve momentos brilhantes”.
(E) Segundo o Dicionário Prático de Regência Nominal, o vocábulo “menção” admite asseguintes preposições: “a” (“O artigo começa com uma menção à atividadeexercida...”) ou “de”, na locução “fazer menção de” (“Ele fez menção de sentar.”).Não há registro da preposição “sobre”. Assim, a construção correta seria: “Os atoresaos quais se fez menção no texto...”.
Vemos que, entre “carreira” e “sucesso comercial” há uma relação de subordinação(sucesso da carreira), sendo possível empregar o pronome relativo “cujo”. Contudo, apreposição que acompanha esse pronome não é cabível, uma vez que o verbo daoração subordinada adjetiva, discutir, é transitivo direto (Alguém discute algumacoisa).
Gabarito: A
53 - (FGV/MPE AM – Economista/2002)
A palavra mesmo pode apresentar vários significados. Seu valor significativo em “seele é cronista mesmo” (L.49) repete-se em uma das alternativas abaixo. Assinale-a.
(A) Ele está mesmo mais magro.
(B) Fui assaltado mesmo em frente de casa.
(C) Mesmo ele fez boa prova.
(D) Mesmo sonolento, foi à festa.
(E) Moram no mesmo prédio.
Comentário.
Relembrando: o vocábulo “mesmo” pode ser usado:
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- no sentido de “realmente”, “de verdade”, como no enunciado: “Se ele é cronistarealmente / de verdade”. Isso se repete em “Ele está mesmo (= realmente/ deverdade) mais magro.” – resposta: A;
- com valor adversativo, equivalente a “ainda que”, como em “Mesmo (ainda que)sonolento, foi à festa.” e “Fui assaltado mesmo (ainda que) em frente de casa.”;
- como demonstrativo, conforme vimos na questão anterior, com o valor de “idêntico”:“Moram no mesmo prédio.”.
- como palavra denotativa com ideia de inclusão: “Mesmo (até / inclusive) ele fezboa prova.”
Podemos também usá-lo na expressão “o mesmo”, no sentido de “a mesma coisa”: “Omesmo (= a mesma coisa) eu desejo a você.”.
Gabarito: A
54 - (ESAF/TCU/2006)
Assinale a substituição necessária para que o texto fique gramaticalmente correto.
A situação social, política e econômica em que se encontra a população negra éconseqüência de um longo processo estrutural-histórico do qual mudanças dependemde políticas públicas amplas e pautas muito além das formulações dos preconceitos oudas discriminações do racismo como têm sido dadas. Aprofundar a base teóricasignifica aprofundar o campo das ações nas áreas do trabalho, da habitação, dourbanismo, da economia, da saúde, da cultura e da educação.
(Henrique Cunha Jr. “Novos caminhos para os movimentos negros” in PolíticaDemocrática - Revista de Política e Cultura, Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, AnoV, n. 12, agosto de 2005.)
a) em que (l.1) > na qual
b) do qual (l.3) > cujas
c) de um (l. 2) > do
d) têm sido (l. 6) > são
e) nas ( l. 7) > em
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema em “consequência”.
O pronome relativo “cujo” é empregado entre dois substantivos que possuem umarelação de dependência (será que vou ficar a aula toda falando isso????...rs...).
Note que, entre “mudanças” e “processo estrutural-histórico” (substantivos), há essarelação (mudanças do processo).
O emprego de “do qual” prejudicava essa relação. Assim, deve ser realizada essasubstituição com vistas à correção do período: “...conseqüência(*) de um longoprocesso estrutural-histórico CUJAS mudanças [mudanças do processo estrutural-histórico] dependem de políticas públicas amplas e pautas...”.
As demais opções apresentam sugestões em que não se verifica erro no texto original.
Gabarito: B
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55 - (ESAF/AFRF/2005)
O advento da moderna indústria tecnológica fez com que o contexto em que passa adispor-se a máquina mudasse completamente de configuração. Entretanto, talmudança obedece a certas coordenadas que começam a ser pensadas já na antigaGrécia, que novamente se relacionam com a questão da verdade. É que a verdade, apartir de Platão e Aristóteles, passa a ser determinada de um modo novo, verificando-se uma transmutação em sua própria essência. Desde então, entende-se usualmente averdade como sendo o resultado de uma adequação, ou seja, a verdade pode serconstatada sempre que a idéia que o sujeito forma de determinado objeto coincidacom esse objeto.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
Assinale a opção correta a respeito do uso das estruturas lingüísticas do texto.
- Preservam-se as relações de sentido entre “contexto” (l.1) e “máquina” (l.2) com asubstituição do pronome relativo “que” (l.1) por qual, mantendo-se obrigatória apresença de “em”.
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema em “linguísticas”, nem acento agudo em“ideia".
Estaria tudo perfeito e maravilhoso não fosse um “pequeno detalhe”: a contração dapreposição “em” (original do texto) com o “o” do pronome relativo “o qual”, que veiosubstituir o relativo “que”.
É por essas e outras que você DEVE voltar ao texto e aplicar a sugestão que oexaminador faz:
“O advento da moderna indústria tecnológica fez com que o contexto EM QUAL(?!?!?!) passa a dispor-se a máquina mudasse completamente de configuração.”
O correto seria: “... fez com que o contexto NO QUAL passa a dispor-se a máquinamudasse completamente de configuração.”
Esse “detalhe” fez toda a diferença para a correção do período.
ITEM ERRADO
56 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006 - adaptada)
Analise a assertiva.
No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime democrático, nãobasta abolir a necessidade de bens básicos. É necessário que o processo produtivo sejacapaz de continuar, com eficiência, a produção e a oferta de bens consideradossupérfluos. Em se tratando de um compromisso democrático, uma hierarquia deprioridades deve colocar o básico sobre o supérfluo. O que deve servir como incentivopara a proposta de casar democracia, fim da apartação e eficiência econômica emgeral é o fato de que o potencial econômico do país permite otimismo quanto àpossibilidade de atender todas essas necessidades, dentro de uma estratégia em que otempo não será muito longo.
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(Adaptado de Cristovam Buarque, Da modernidade técnica à modernidade ética, p.29)
- É possível substituir a relação expressa por “em que o tempo” (l. 8 e 9) pela relaçãoexpressa por cujo tempo, pois essa proposta de alteração para o texto não provocaerro gramatical e/ou incoerência textual
Comentário.
Olhe a malandragem da banca.
O examinador exige apenas CORREÇÃO GRAMATICAL e COERÊNCIA TEXTUAL. Nadafala sobre MUDANÇA DE SENTIDO (alteração semântica).
Por isso, esse item estava CORRETO. Há mudança de sentido na troca de “dentro deuma estratégia em que o tempo não será muito longo” por “dentro de uma estratégiaCUJO tempo não será muito longo”.
No primeiro, a oração adjetiva seria: “o tempo não será muito longo NESSAESTRATÉGIA”, ao passo que, a partir da troca, seria: “o tempo DA ESTRATÉGIA nãoserá muito longo”.
Mudança de sentido, sim, houve, mas prejuízo à coerência textual ou à correçãogramatical, não. Por isso, a troca seria plenamente válida, de acordo com o enunciado.
ITEM CERTO
57 - (FGV/SSP RJ – PERITO/2008)
“Atinge toda a região e a si mesmo, pois o Equador é credor no âmbito do CCR, e aefetiva realização da ameaça de não honrar compromisso assumido o impedirá dereceber aquilo que lhe é devido.” (L.50-53)
No trecho acima há:
(A) oito pronomes.
(B) sete pronomes.
(C) seis pronomes.
(D) cinco pronomes.
(E) quatro pronomes.
Comentário.
Essa é uma questão comum nas provas da FGV, e nossa oportunidade de diferenciar“toda” de “toda a”. Vamos marcar os pronomes encontrados.
“Atinge toda a região e a si mesmo, pois o Equador é credor no âmbito do CCR, e aefetiva realização da ameaça de não honrar compromisso assumido o impedirá dereceber aquilo que lhe é devido.”
Para começar, veremos que a expressão “toda a” não se confunde com “toda”. Aprimeira quer dizer “inteira” (“Toda a mulher ficou cheirosa” = a mulher inteira ficoucheirosa), enquanto a segunda amplia o alcance do substantivo (“Toda mulher écheirosa” = todas as mulheres são cheirosas). Curiosamente, com essa última forma,
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ou seja, com o pronome, artigo e substantivo no plural, também há indicação de“totalidade”.
Vejamos, então, como são classificados esses pronomes.
- toda - pronome indefinido que está acompanhado de um artigo definido “a”, no sentido de “inteira”. Essa é a posição de Celso Cunha e Lindley Cintra, em NovaGramática do Português Contemporâneo: “Todo – ... o emprego do artigo com esteindefinido [“Toda a obra é vã.”].”
- si – pronome pessoal oblíquo;
- o – pronome pessoal oblíquo;
- aquilo – pronome demonstrativo;
- que - pronome relativo;
- lhe – pronome pessoal oblíquo.
A pegadinha dessa questão residia no emprego de “mesmo”, que pode ser classificadocomo pronome demonstrativo mas, naquela construção, atua como um adjetivo, parareforço do valor reflexivo já presente no pronome oblíquo “si”. Cegalla o classifica,nesse caso, como uma palavra de realce. Seria um pronome demonstrativo se usadono sentido de “exato”, “idêntico” – “Elas fizeram as mesmas perguntas.” (= essas /aquelas / tais perguntas).
Gabarito: C
58 - (FGV/BESC – SUPERIOR/2004)
Quando será?!
Quando será que tantas almas duras
Em tudo, já libertas, já lavadas
nas águas imortais, iluminadas
Do sol do Amor, hão de ficar bem puras?
Quando será que as límpidas frescuras
Dos claros rios de ondas estreladas
Dos céus do Bem, hão de deixar clareadas
Almas vis, almas vãs, almas escuras?
Quando será que toda a vasta Esfera,
Toda esta constelada e azul Quimera,
Todo este firmamento estranho e mudo,
Tudo que nos abraça e nos esmaga,
quando será que uma resposta vaga,
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Mas tremenda, hão de dar de tudo, tudo?!
(Cruz e Souza)
"Quando será que toda a vasta Esfera" (V.9)
Assinale a alternativa em que a palavra toda tenha o mesmo significado que o daocorrência grifada no verso acima.
(A) Toda sala foi limpa.
(B) A campanha foi realizada por toda empresa.
(C) Toda a natureza se revolta contra os ataques do homem.
(D) Toda vez que você vier, não se esqueça de falar com o secretário.
(E) Toda criança tem direito a ser tratada com respeito.
Comentário.
Como vimos, o emprego de “todo o/toda a” equivale a “inteira”. É esse o emprego em“Toda a natureza se revolta contra os ataques do homem” “A natureza inteira serevolta contra os ataques do homem”.
Vamos ver mais um pouco sobre esse ponto.
Celso Cunha e Lindley Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo) citamdiversas possibilidades de emprego do pronome indefinido TODO/TODA. Vamostranscrever sua lição, com alguns comentários pertinentes.
- Ambos e todo são as únicas palavras que, em português, antecedem o artigopertencente ao mesmo sintagma.
[Vamos explicar: normalmente, a presença de um artigo (definido ou indefinido)acarreta a dispensa de outros determinantes – outro artigo, pronome etc. -,exceto as palavras “ambos” e “todo”, que aceitam esse artigo em relação aomesmo elemento: “Ambos os conceitos são aplicáveis.” ou “Todo o universoconspirava a seu favor.”.]
- No plural, anteposto ou posposto ao substantivo, todos [no plural] vemacompanhado de artigo, a menos que haja um determinante que o exclua:“Conheceu todos os salões e todos os antros.”, mas “Todos esses costumesvão desaparecer.”.
- No singular e posposto ao substantivo, todo indica a totalidade das partes: “Oconflito acordou o colégio todo.”.
- Também indica a totalidade das partes quando, no singular, antecede umpronome pessoal: “A casa, toda ela, gelava.”.
- No plural, anteposto ou não, designa a totalidade numérica: “Todos oshomens caminhavam em silêncio.”.
- Anteposto a um elemento nominal, aposto ou predicativo (leia-se “palavra ouexpressão de valor adjetivo”), emprega-se com o sentido de “inteiramente”, “emtodas as suas partes”, “muito”: “Ela chegou toda amável.”. [Note que, por tervalor adjetivo, aceitou a flexão.
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A resposta é a opção C. Vemos que, nas demais, o pronome “todo” apresenta valoresoutros que não o do enunciado.
Gabarito: C
59 - (ESAF/AFC CGU/2004)
1. Os gregos não possuíam textos sagrados
nem castas sacerdotais. Graças à literatura de
Homero, produzida oito séculos antes de
Cristo, os gregos se apropriaram de uma ferramenta
5. epistemológica que, ainda hoje, nos
dá a impressão de que eles intuíram todos os
conhecimentos que a ciência moderna viria a
descobrir. O que seria de nossa cultura sem a
matemática de Pitágoras, a geometria de Euclides,
10. a filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles?
O que seria da teoria de Freud sem o
teatro de Sófocles, Eurípedes e Ésquilo?
Os hebreus imprimiram ao tempo, graças
aos persas, um caráter histórico e uma natureza
15. divina. E produziram uma literatura monumental
– a Bíblia –, que inspira três grandes
religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Tira-se o livro dessas tradições religiosas
e elas perdem toda a identidade e o propósito.
(Frei Betto)
Julgue a assertiva abaixo.
- O emprego da primeira pessoa em “nos dá” (l.5 e 6) e em “nossa cultura”(l.8)confere ao trecho um aspecto interativo em relação ao leitor, inserindo-o no texto.
Comentário.
Muitas vezes, o autor, para tornar o texto o mais próximo possível do leitor (em busca,inclusive, de sua aprovação), emprega elementos que o incluem no discurso, dentreeles o emprego das formas verbais na 1ª pessoa do plural (nós). Trata-se de umrecurso retórico muito comum em textos argumentativos. Nesse caso, todos os termos(verbos, adjetivos...) se referem a “nós”, grupo do qual fazem parte o autor e seusleitores. O sujeito, portanto, são todos eles.
Não confunda esse “apelo linguístico” com outro recurso estilístico: o plural demodéstia, também conhecido por “plural majestático”. Esse é um recurso muito
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comum a oradores, para tornar o discurso menos personalista e mais coletivo. Realiza-se uma concordância ideológica conhecida como “silepse de número” (plural no lugardo singular), usando, em vez do pronome da 1ª pessoa do singular, a 1ª pessoa doplural, ainda que só se refira a UMA PESSOA (a que fala/escreve). Agora, o verborealiza a concordância com o pronome pessoal “nós” (“Nós ficaríamos...”), mas oadjetivo – porventura existente - permanece no singular, a realizar a concordânciacomo o “eu” ideológico (“Nós ficaríamos FELIZ se pudéssemos contar com suacompreensão.” – é isso mesmo: FELIZ!!!).
Perceba que, ao contrário do evento explorado na questão, em que o autor inclui seusleitores no grupo, formando “nós” e levando todos os elementos para o plural (“Nósnão podemos ficar inertes diante de tal fato.”), no plural majestático o sujeito é UMSÓ: quem profere tais palavras. Assim, ocorre um fato inusitado: um aparente desviode concordância entre o verbo (no plural) e o adjetivo (no singular), mas – acredite noque eu digo – essa estrutura está correta!!! (rs...)
Veja, agora, a questão que caiu recentemente.
ITEM CERTO
60 - (ESAF/RFB – Auditor Fiscal/2009)
Em relação ao texto, julgue a proposição a seguir.
1. Estamos entrando no terço final de 2009 com uma
visão mais clara sobre os fatores que levaram à crise
financeira que nos atingiu a partir do colapso do banco
Lehman Brothers. Um dos pontos centrais na sua
5. construção foi, certamente, a questão da regulação e
controle das instituições financeiras. Mesmo não sendo
a origem propriamente dita da crise, a regulação falha
permitiu que os elementos de fragilidade no sistema
10. assumissem enormes proporções. Depois de termos
vivido um longo período em que prevaleceu a ilusão da
racionalidade intrínseca aos mercados financeiros, hoje
há novamente o reconhecimento das fragilidades e dos
15. riscos sistêmicos associados a seu funcionamento.
(Luiz Carlos Mendonça de Barros, Valor Econômico, 31/8/2009)
- O emprego da primeira pessoa do plural em “Estamos” (ℓ.1), “nos”(ℓ.3) e“termos”(ℓ.10) é um recurso retórico que tem como efeito buscar o envolvimento doleitor no texto.
Comentário.
Exatamente como afirmamos, o emprego da 1a pessoa do plural é um recursoestilístico de que o autor do texto lança mão para aproximar-se do leitor.
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ITEM CERTO
61 - (ESAF/MPOG – EPPGG/2009)
1. Exatamente na medida em que não mais podemos
identificar um paradigma dominante em nosso contexto
de pensamento – referência básica para nossos
projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e
5. mesmo estéticos – é que nos caracterizamos como
vivendo uma crise de paradigmas, e até mesmo
uma crise da própria necessidade e possibilidade
de um paradigma hegemônico. Estamos, portanto,
em busca de caminhos, de respostas. A história
10. das ideias e, mais especificamente, a história da
ciência nos revelam, entretanto, que os períodos
de crise são extremamente férteis porque
abrem novas possibilidades ao pensamento.
Nesse sentido, eles permitem o surgimento de
15. alternativas aos modos de pensar anteriores.
(Danilo Marcondes, A crise de paradigmas e o surgimento da Modernidade. In: Zaia Brandão (org.), A crise dos paradigmas e a educação. São Paulo: Cortez, 1994, p.28-29, com adaptações)
Com base no texto acima, julgue a assertiva a seguir.
- Na organização da argumentação, a retirada do pronome “eles” (l.14) provocariadificuldade de interpretação do texto porque seu referente está muito distante:“nossos projetos científicos” (l. 3 e 4).
Comentário.
Mais uma vez, o examinador busca a identificação dos referentes de pronomes. Nocaso, o pronome reto “eles” retoma “períodos de crise”, conclusão a que se chega apartir da interpretação do texto:
“Estamos, portanto, em busca de caminhos, de respostas. A história das ideias e, maisespecificamente, a história da ciência nos revelam, entretanto, que os períodos decrise são extremamente férteis porque abrem novas possibilidades ao pensamento.Nesse sentido, eles [= os períodos de crise] permitem o surgimento de alternativasaos modos de pensar anteriores.”
ITEM ERRADO
62 - (ESAF/MPOG – EPPGG/2009)
Em relação ao uso das estruturas linguísticas no texto, julgue a assertiva.
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1. É próprio das grandes crises despertar o potencial
criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se
possível, contorná-las. No Brasil, a utilização de meios
inovadores para conter consequências mais dramáticas
dos graves desacertos nas finanças internacionais
5. prodigalizou, também, lições úteis a mudanças
futuras na política econômico-financeira. Resta agora
evidente que o alívio da carga tributária e das taxas de
juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura
adversa, é necessário, como instrumento eficaz,
10. para assegurar dinamismo à atividade econômica.
A decisão de maior impacto favorável ao desempenho
do setor industrial se configurou na redução de 10,25%
ao ano para 4,5% nos juros cobrados pelo BNDES na
aquisição e produção de máquinas e equipamentos.
15. Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo
percentual previsto na meta de inflação para este ano.
Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados
passarão a pagar menos IPI. Aí está outro benefício
carregado de impulso ao avanço da economia.
(Correio Braziliense, Editorial, 01/07/2009)
- Em “se comparada” (l. 16), o pronome “se” confere ao período a noção de condição.
Comentário.
Encerramos nossa aula com um erro crasso da ESAF. Nessa questão, considerada pelabanca CORRETA, o vocábulo “se” é classificado como um PRONOME com valorcondicional.
Para começar, quem estabelece ideia de condição não é um pronome, mas umaCONJUNÇÃO CONDICIONAL. Veja que esse “se” é mesmo uma conjunção, pois épossível a troca por “caso”:
“Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo percentual previsto na meta deinflação para este ano ( se [FOR] comparada ao mesmo percentual previsto... =CASO SEJA COMPARADA...).”
Infelizmente, mais uma vez, não houve alteração de gabarito.
Felizmente, é uma prova de múltipla escolha, o que dá uma mínima chance ao alunode, diante de todas as demais opções incorretas, “engolir” esse erro morfológico porparte do examinador e rezar para, na segunda-feira, ser essa a resposta do gabaritooficial.
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ITEM CONSIDERADO CORRETO
Com essa questão (horrorosa...rs...), encerramos nossa aula sobre PRONOMES. Umabraço e até a próxima.
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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS
1 - (FGV/BADESC – Nível Médio/2010)
Assinale a alternativa em que a classificação da palavra se, no trecho “a falta decaráter é algo intrínseco e altamente difundido na maioria das atividades que sedesenvolvem neste país” (L.18-20), esteja correta.
(A) Pronome reflexivo.
(B) Partícula apassivadora.
(C) Índice de indeterminação do sujeito.
(D) Conjunção subordinativa condicional.
(E) Parte integrante do verbo.
2 - (ESAF/ANEEL TÉCNICO/2006)
Em relação ao texto, analise o item abaixo.
Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultadosmanifestam-se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, quesoube mobilizar com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povobrasileiro, realizou-se em condições democráticas, com liberdade de imprensa etolerância política. A taxa de inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governoJK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um crescimentoeconômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do Fundo MonetárioInternacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o Estado mínimo para oBrasil, e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIBnacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por umdéficit de transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência daeconomia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime deincentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.
(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)
- Em “manifestam-se”(l.2) o “se” é índice de indeterminação do sujeito.
3 - (FGV/BESC – SUPERIOR/2004)
"Buscam-se regras e leis para tornar menos 'paternalista' a decisão dos juízes..." (L.25-26)
Assinale a alternativa em que o se NÃO exerça o mesmo papel que o do grifado notrecho acima.
(A) "...se é que vai algum dia..." (L.10)
(B) "...enquanto não se acha o jeito de fazer o ovo de Colombo ficar de pé." (L.17-18)
(C) "O que se faz?" (L.25)
(D) "Não se está dizendo aqui que tais medidas sejam, por definição, equivocadas." (L.30-31)
(E) "...agora, o que se está fazendo é buscar "acalmar" os que temem perder lucros nafase de transição." (L.41-42)
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4 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
1. É importante notar que a taxa de juros anual média
de 141,12% é escandalosa para o Brasil, cuja inflação
anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros
que se verificou em dezembro certamente não reflete
5. as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do
compulsório e ligeira melhora na captação de recursos),
mas apenas a menor procura por crédito. A discreta
queda dos juros não deve aumentar a procura por
crédito pelas pessoas físicas que estão conscientes de
10. que não é o momento de se endividar, nem favorecerá
uma redução da inadimplência. No máximo, interessará
às pessoas jurídicas que buscam crédito de curtíssimo
prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um
15. custo muito elevado. Sabe-se que uma redução da
taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de
juros dos bancos, que, sob o pretexto da elevação da
inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo
20. está tentando obter uma redução desse spread, até
agora sem grande sucesso.
Para uma redução sensível das taxas de juros, duas
medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos
públicos (Caixa Econômica e Banco do Brasil) e,
25. especialmente, em função de uma taxa Selic menor,
reduzir o interesse dos bancos em aplicar seus
excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 16/1/2009)
Em relação ao texto acima, analise a proposição. - Em “Sabe-se”(ℓ.15), o pronome “-se” indica voz reflexiva.
5 - (ESAF/ANA/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise a assertiva a seguir.
O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição daságuas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações de
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tratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em razão dos altosinvestimentos iniciais necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altoscustos operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos têmincentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de Serviços em ETE,como os Estados Unidos e países da Comunidade . No Brasil, o problema deviabilidade econômica do investimento público torna-se ainda mais agudo, devido àelevada parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a água dequalidade também é um fator de exclusão social, uma vez que a população de baixarenda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade para beber ou atémesmo de pagar assistência médica para remediar as doenças de veiculação hídrica,decorrentes da ausência de saneamento básico.
(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp)
- Em “torna-se”(ℓ.8), o “-se” indica sujeito indeterminado.
6 - (ESAF/AFC STN/2008)
Com base no texto, analise os itens a seguir.
1. Ao lado de características inéditas, a crise cevada
no mercado imobiliário e financeiro americano, com
reverberações mundiais, apresenta aspectos também
verificados em outras situações de nervosismo global.
5. Não há medida mágica e salvadora que faça cotações
se estabilizarem e o investidor recuperar o sono. Só
uma sucessão de ações consegue mudar expectativas
como as atuais. A Casa Branca, ao contrário da postura
que assumira no caso do Lehman Brothers – tragado,
10. sem socorro, por um rombo de US$600 bilhões –,
decidira estender a mão para a maior seguradora do
país, a AIG.
Aos bilhões empenhados para permitir ao Morgan
digerir o Bear Stearns, em março; ao dinheiro sacado
15. a fim de evitar a quebra das gigantes Fannie Mae e
Freddie Mac, redescontadoras de hipotecas, o governo
e o Fed, o BC dos EUA, decidiram somar US$85 bilhões
para salvar a AIG. Decepcionou-se quem esperava
tranquilidade. O emperramento do crédito – ninguém
20. empresta a ninguém, por não se saber ao certo o risco
do tomador – continua a travar o mercado global, e as
ações novamente desceram a ladeira, empurradas por
boatos sobre quais serão, ou seriam, os próximos a
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cair.
(O Globo, 18 de setembro de 2008 , Editorial)
a) Em “se estabilizarem”(l.6), o “se” indica que o sujeito é indeterminado.
b) Em “Decepcionou-se”(l.18), o “se” justifica-se porque o verbo está sendoempregado como pronominal.
7 - (ESAF/AFC CGU/2006)
O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na históriado pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias dacomunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram mudançasparadigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral,as críticas apontam para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem eseus aspectos, constituídos no momento histórico iniciado no século XV e consolidadono século XVIII. A modernidade que surgira nesse período é agora criticada em seuspilares fundamentais, como a crença na verdade, alcançável pela razão, e nalinearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir esses dogmas, são propostosnovos valores, menos fechados e categorizantes.
(http://pt.wikipdia.org (acessado em 14 de dezembro de 2005, com adaptações))
Analise a proposição de acordo com o padrão culto da língua portuguesa.
- A supressão do pronome “se” (l.4) alteraria as relações sintáticas da oração, maspreservaria a coerência textual, pois a estrutura da oração admite aí omissão dosujeito.
8 - (ESAF/ATA MF/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise o item a seguir.
Os mercados financeiros entraram em março
2. assombrados pelo maior prejuízo trimestral da história
corporativa dos Estados Unidos – a perda de US$ 61,7
4. bilhões contabilizada pela seguradora American
International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008.
6. No ano, o prejuízo chegou a US$ 99,3 bilhões. O
Tesouro americano anunciou a disposição de injetar
8. mais US$ 30 bilhões na seguradora, já socorrida em
setembro com dinheiro do contribuinte. Na Europa, a
10. notícia ruim para as bolsas foi a redução de 70% do
lucro anual do Banco HSBC, de US$ 19,1 bilhões para
12. US$ 5,7 bilhões. Enquanto suas ações caíam 15%,
o banco informava o fechamento das operações de
14. financiamento ao consumidor nos Estados Unidos,
com dispensa de 6.100 funcionários.
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16. Com demissões de milhares e perdas de bilhões
dominando o noticiário de negócios no dia a dia, os
18. sinais de reativação da economia mundial continuam
fora do radar. E isso não é o pior. No fim do ano
20. passado, havia a esperança de se iniciar 2009 com
a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido,
22.os governos poderiam concentrar-se no combate
à retração econômica e ao desemprego. Aquela
24.esperança foi logo desfeita.
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)
- Em “concentrar-se”(ℓ.22), o “-se” indica sujeito indeterminado.
9 - (FGV/SEFAZ RJ/2007)
“Percebe-se que os dois temas [a correlação entre metas e riscos fiscais e o impactodos déficits públicos sobre as futuras gerações] se vinculam à função prospectiva danoção de responsabilidade fiscal. Enquanto o primeiro, normalmente, se adstringe asituações futuras próximas, o segundo vincula-se a situações futuras a longo prazo.” (L.11-16)
As ocorrências da palavra SE grifadas no trecho acima classificam-se, respectivamente,como:
(A) indeterminador do sujeito – pronome reflexivo – parte integrante do verbo
(B) indeterminador do sujeito – parte integrante do verbo – pronome reflexivo
(C) partícula apassivadora – pronome reflexivo – pronome reflexivo
(D) partícula apassivadora – parte integrante do verbo – parte integrante do verbo
(E) parte integrante do verbo – partícula apassivadora – partícula apassivadora
10 - (FGV/SSP RJ – INSPETOR/2008)
Sonhos sonhos são
Negras nuvens
Mordes meu ombro em plena turbulência
Aeromoça nervosa pede calma
Aliso teus seios e toco
5. Exaltado coração
Então despes a luva para eu ler-te a mão
E não tem linhas tua palma
Sei que é sonho
Incomodado estou, num corpo estranho
10. Com governantes da América Latina
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Notando meu olhar ardente
Em longínqua direção
Julgam todos que avisto alguma salvação
Mas não, é a ti que vejo na colina
15. Qual esquina dobrei às cegas
E caí no Cairo, ou Lima, ou Calcutá
Que língua é essa em que despejo pragas
E a muralha ecoa
Em Lisboa
20. Faz algazarra a malta em meu castelo
Pálidos economistas pedem calma
Conduzo tua lisa mão
Por uma escada espiral
E no alto da torre exibo-te o varal
25. Onde balança ao léu minh’alma
Em Macau, Maputo, Meca, Bogotá
Que sonho é esse de que não se sai
E em que se vai trocando as pernas
E se cai e se levanta noutro sonho
30. Sei que é sonho
Não porque da varanda atiro pérolas
E a legião de famintos se engalfinha
Não porque voa nosso jato
Roçando catedrais
35. Mas porque na verdade não me queres mais
Aliás, nunca na vida foste minha
(Chico Buarque)
“E em que se vai trocando as pernas” (verso 28)
A palavra se no verso acima destacado se classifica como:
(A) partícula apassivadora.
(B) parte integrante do verbo.
(C) índice de indeterminação do sujeito.
(D) pronome reflexivo.
(E) conjunção.
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11 - (ESAF/AFT/2010)
1. Tão logo a catástrofe do terremoto no Haiti
requisitou uma ação coletiva mundial, com inúmeros
atores envolvidos na ajuda humanitária – países,
organizações não governamentais, empresas e os
5. milhares de anônimos e famosos –, a situação caótica
do país devastado impôs um desafio: a quem caberá
a organização das próximas etapas de reconstrução
do país mais pobre do Ocidente? Como coordenar a
ajuda que vem de todos os cantos do planeta? Como
10. estabelecer um plano viável de recuperação da
infraestrutura e das instituições haitianas?
O Haiti, que já vivia uma situação fragilíssima, de
extrema miséria – 80% da sua população está abaixo
da linha da pobreza e sobrevive com menos de US$ 2
15. diários (por volta de R$ 108 ao mês) – entrou em colapso.
Como era de se esperar, com porto, aeroporto e estradas
arruinados ou semidestruídos, com a escassez de água,
alimentos e remédios, iniciaram-se ondas de saques,
e o próprio governo local transferiu a administração da
20. crise para outros países e instituições.
(Jornal do Brasil, Editorial, 18/01/2010)
Em relação ao texto, analise a proposição a seguir.
- A expressão “país mais pobre do Ocidente” (ℓ.8) é elemento de uma cadeia de coesãotextual, pois retoma os antecedentes “país devastado” (ℓ.6) e “Haiti” (ℓ.1).
12 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise a proposição.
1. É importante notar que a taxa de juros anual média
de 141,12% é escandalosa para o Brasil, cuja inflação
anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros
que se verificou em dezembro certamente não reflete
5. as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do
compulsório e ligeira melhora na captação de recursos),
mas apenas a menor procura por crédito. A discreta
queda dos juros não deve aumentar a procura por
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crédito pelas pessoas físicas que estão conscientes de
10. que não é o momento de se endividar, nem favorecerá
uma redução da inadimplência. No máximo, interessará
às pessoas jurídicas que buscam crédito de curtíssimo
prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um
15. custo muito elevado. Sabe-se que uma redução da
taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de
juros dos bancos, que, sob o pretexto da elevação da
inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo
20. está tentando obter uma redução desse spread, até
agora sem grande sucesso.
Para uma redução sensível das taxas de juros, duas
medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos
públicos (Caixa Econômica e Banco do Brasil) e,
25. especialmente, em função de uma taxa Selic menor,
reduzir o interesse dos bancos em aplicar seus
excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 16/1/2009)
- Em “reduzi-las”(ℓ.23), o pronome “-las” retoma o antecedente “medidas”(ℓ.23).
13 - (ESAF/AFRE MG/2005)
1. O setor público não é feito apenas de filas, atrasos,
burocracia, ineficiência e reclamações. A sétima
edição do Prêmio de Gestão Pública, coordenado
pelo Ministério do Planejamento, mostra que o serviço
5. público federal também é capaz de oferecer serviços
com qualidade de primeiro mundo. De 74 instituições
públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter
conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter
práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de
10. forma crescente seus resultados, tornando-os referências
nacionais. O perfil dos premiados mostra que
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o que está em questão não é tamanho, visibilidade
ou importância estratégica, mas, sim, a capacidade
de fazer com que as engrenagens da máquina funcionem
15. de forma eficiente, constante e muito bem
controlada.
(Ilhas de Excelência. ISTOÉ, 2/3/2005, com adaptações)
Analise a asserção abaixo a respeito das estruturas lingüísticas do texto.
- A retirada do pronome do termo “tornando-os”(l..10) preserva a correção gramaticale a coerência textual, deixando subentendido o objeto de “referências nacionais”(l..10e 11).
14 - (ESAF/SUSEP - Analista Técnico/2006)
Analise a assertiva a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto.
1. Antenas, computadores e vontade política. Três fatores
que podem facilitar o acesso às modernas tecnologias
de informação, à internet e ajudar a reduzir a nossa
enorme dívida social. Podem, com certeza, encurtar a
5. distância entre os que têm e os que não têm acesso
à rede mundial de computadores e às modernas
tecnologias. A grande massa do povo encontra-se à
margem das informações disponíveis e contatos com
o mundo global.
(Adaptado de Eunício Oliveira, O acesso às novas tecnologias e a inclusão social, Correio Braziliense, 14 de junho de 2004)
- O desenvolvimento textual leva a entender as duas ocorrências de “os”(l.5) comoremetendo aos mesmos referentes, e por isso podem ser substituídos por aqueles,sem prejuízo da correção gramatical.
15 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
A relação conflituosa entre fazendeiros e colonos, aliada à crescente dificuldade deimportação de escravos negros da África a partir da década de 60, exige que se use amão-de-obra nativa, forçando-a ao trabalho na lavoura. Os fazendeiros tambémreclamavam uma legislação que permitisse garantias dos investimentos na mão-de-obra, do cumprimento dos contratos, da repressão às greves e, ainda, que lhespropiciasse adequada produtividade. A promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871,sinalizando a abolição da escravidão, criou as condições para uma legislação que, aomesmo tempo em que fazia a regulação minuciosa da contratação do trabalho livre,previa a obrigação de o homem livre contratar, como mecanismo de combate àvadiagem.
(Sidnei Machado - http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/viewPDFInterstitial/1766/1463)
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Julgue a assertiva a seguir. - Em “que lhes propiciasse”(l.5) o pronome “lhes” refere-se a “Os fazendeiros”(l.5).
16 - (ESAF/ Auditor do Tesouro Municipal Natal/2008)
1. As pessoas sempre pensam em si mesmas antes de
levar em conta o bem-estar geral. Não adianta querer
mudar isso. A espécie humana é essencialmente egoísta
e precisa freqüentemente receber estímulos individuais
5. para agir em prol de uma causa que transcenda o
próprio raio de interesses. A princípio todo mundo
trabalha impulsionado por objetivos próprios, entre eles
o progresso na carreira e o salário no fim do mês. A
única maneira de fazer um funcionário voltar-se também
10. para os interesses da empresa é motivá-lo por meio de
um conjunto concreto de benefícios extras. Não é por
acaso que as companhias que implantaram políticas
de reparte de lucros ou de premiação em dinheiro aos
funcionários mais talentosos e esforçados tendem a
15. superar as demais em produtividade e lucro. Em um
mundo tão complexo, economistas, empresários e
governantes precisam saber mais sobre psicologia.
(Entrevista de Maskin a VEJA, 26 de março, 2008).
Assinale a opção em que os três termos remetem, por coesão textual, ao mesmoreferente.
a) “As pessoas”(l.1) – “que”(l.5) – “próprio”(l.6)
b) “bem-estar geral”(l.2) – “isso” (l.3) – “raio de interesses” (l.6)
c) “estímulos individuais”(l.4) – “objetivos próprios”(l.7) – “eles”(l.8)
d) “funcionário”(l.9) – “-se” (l.9) – “-lo” (l.10)
e) “empresa”(l.10) – “companhias”(l.12) – “demais”(l.15)
17 - (ESAF/AFC STN / 2008)
Assinale a opção em que a relação de referência está incorreta.
1. O Brasil vive hoje seu primeiro momento plenamente
democrático. Todas as experiências anteriores ou
foram autoritárias ou tinham algumas características da
democracia, mas não a realizavam por completo. Boa
5. parte desse resultado político se deve à Constituição
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de 1988, num sentido mais amplo que as regras por
ela determinadas. Além do arcabouço institucional
original, o espírito que norteou a confecção do texto
constitucional e o aprendizado posterior têm produzido
10. efeitos democratizantes na vida política brasileira.
Ainda há, no plano da cidadania, distância entre o Brasil
legal e o Brasil real. As formas de participação extra-
-eleitoral ainda são subaproveitadas. Grande parte da
população não as usa.
(Fernando Abrucio, Revista Época, 17 de setembro de 2008)
a) “seu”(l.1) se refere a “Brasil”(l.1)
b) “a”(l.4) se refere a “democracia”(l.4)
c) “desse resultado político”(l.5) se refere a “foram autoritárias”(l.3)
d) “ela”(l.7) se refere a “Constituição de 1988”(l.5 e 6).
e) “as”(l.14) se refere a “formas de participação extra-eleitoral”(l.12 e 13).
18 - (FCC/TRT 3ª Região – Técnico Judiciário/2005)
Em cada um dos segmentos abaixo, a substituição da expressão grifada pelo pronomecorrespondente está INCORRETA em:
(A) para oferecer trabalho = para oferecê-lo.
(B) evocar a lembrança de outro colega = evocar-lhe a lembrança.
(C) tomaram caminhos paralelos = tomaram-nos.
(D) a ocupar boa parte de minha vida = a ocupar-lhe.
(E) cativava inteligências e paladares = cativava-os.
19 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006 - adaptada)
1. Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real
essência da democracia quando escreveu: “Posso
não concordar com uma só palavra do que dizes,
mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-las”. Ter
5. idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos
de outros indivíduos não significa, necessariamente,
transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as idéias do outro e não sua
pessoa.
(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006)
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Em relação ao texto acima, marque V para as assertivas verdadeiras e F para as falsase, em seguida, assinale a opção correta.
I - O emprego de segunda pessoa em “teu” (l.4) concorda com o emprego de “dizes”.
II - Em “transformá-los”(l.7), a forma pronominal “-los” retoma a idéia explicitada em “outros indivíduos”.
III - Em “ o que se combate”(l.7 e 8), o termo “o” pode, sem prejuízo gramatical parao período, ser substituído pelo pronome aquilo.
a) V – V – F
b) F – V – F
c) V – F – V
d) F – V – V
e) V – V - V
20 - (FGV/POTIGAS – Nível Médio/2006)
Assinale a alternativa em que foi feita corretamente a transposição da fala do primeiroquadrinho para o discurso indireto.
(A) Ele perguntou qual caminho deve tomar.
(B) Ele perguntou qual caminho deverá tomar.
(C) Ele perguntou qual caminho devia tomar.
(D) Ele perguntou qual caminho deveria tomar.
(E) Ele perguntou qual caminho devera tomar.
21 - (FGV/SEFAZ RJ – caderno amarelo/2008)
“A propósito, Norberto Bobbio, em ‘Elogio da serenidade e outros escritos morais’, jáobservara que ‘nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo, encontrou atéhoje solução definitiva’.” (L.7-10)
Assinale a alternativa em que houve correta transposição do discurso direto do trechoacima para o indireto.
(A) ...já observara que nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo,encontrou até hoje solução definitiva.
(B) ...já observara que nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo,encontrou até aquele dia solução definitiva.
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(C) ...já observara que nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo,encontrara até hoje solução definitiva.
(D) ...já observara que nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo, tinhaencontrado até hoje solução definitiva.
(E) ...já observara que nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo, haviaencontrado até aquele dia solução definitiva.
22 - (ESAF/TCU/2006)
Em relação ao texto, analise a assertiva.
Do ponto de vista político, a reentronização da hegemonia do capital financeiro sobre areprodução social capitalista mundial significou a vitória da contra-revolução política eeconômica capitalista em todos os diferentes universos em que as revoluções políticascapitalistas e anticapitalistas tentaram se libertar do pesadelo de um capital financeiroentregue a si próprio. Esse foi o causador de duas guerras mundiais e váriasescaramuças bélicas em vários rincões do planeta, assim como da contra-revoluçãocapitalista, para não falar da inflação e do desemprego, que jogaram os trabalhadoresna miséria e no desespero, no inferno das guerras, da fome e das perseguiçõesinomináveis. Eles tentaram se libertar do pesadelo derivado de um dado históricoinequívoco: a voragem exterminista e genocida do capital e do capital financeiro emprimeiríssimo lugar. E fracassaram.
(Paulo Alves de Lima Filho)
- O pronome “Esse” (l. 5) refere-se a “um capital financeiro entregue a si próprio” (l. 4e 5).
23 - (ESAF/MPOG - APO/2008)
Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.
1. O objetivo da Embratur é atrair mais turistas
estrangeiros. Em média, segundo a empresa,
eles permaneceram no Brasil 18 dias em cada
viagem, em 2007, dois dias mais do que em 2006.
5. A média geral de gastos diários, por turista, foi de
US$ 91,74, mas os europeus gastaram bem mais
que isso. Segundo a presidente da Embratur,
aumentou em 22% o número de viagens dos
turistas espanhóis ao País.
10. Para atrair mais turistas, é preciso oferecer não
apenas mais vôos e mais hotéis, o que já vem
ocorrendo, mas também serviços de qualidade,
funcionários bilíngües, segurança reforçada
nas proximidades de hotéis, aeroportos e infra-estrutura.
15. O empenho justifica-se pelo aumento
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do emprego propiciado pelo turismo e da renda
gerada para os mais diversos segmentos –
shopping centers, restaurantes, cinemas, táxis,
transporte especializado, farmácias.
(O Estado de S. Paulo, 6/02/2008)
a) A palavra “empresa” (l. 2) é termo de coesão lexical que retoma o antecedente“Embratur” (l.1).
b) O pronome “eles” (l. 3) constitui uma anáfora, pois se refere ao antecedente“turistas estrangeiros” (l. 1 e 2).
c) O termo “isso” (l. 7) constitui elemento coesivo, pois retoma o antecedente “US$91,74”.
d) Em “justifica-se” (l. 15), o “-se” indica sujeito indeterminado.
24 - (FGV/BESC – Superior/2004)
"Mas, enquanto isso, no mercado financeiro, os bancos pensam em como superar umdilema." (L.3-4)
O pronome grifado na frase acima exerce uma função anafórica. Assinale a alternativaem que isso NÃO ocorra.
(A) Chegamos no dia 23 às 22 horas. Nessa noite, as estrelas pareciam brilhar maisdo que o costume.
(B) Nossas dúvidas residem nisto: não saber equacionar problemas.
(C) Os sistemas de busca estão atualizados. Em tais sistemas, é possível selecionar oidioma de preferência.
(D) Nada há para julgar. Isso resolve mais facilmente o nosso problema.
(E) Os amantes e os amados vivem em desencontros. Estes vivem, sem dúvida, maisperdidos que aqueles.
25 - (ESAF/IRB – Advogado/2006)
1. “O mundo é plano”, livro do jornalista Thomas
Friedman, mostra que há uma nova globalização por
aí. Ela achatou o planeta e explodiu as noções de
distância, tempo e trabalho. Recriou a China e a Índia.
5. Ao contrário da globalização financeira dos anos 90,
nessa há lugar para brasileiros. Na primeira, ganhava
quem tinha dinheiro. Agora, pode ganhar quem tem
educação, quer aprender mais e acredita no seu
trabalho.
10. É nessa hora que se abre espaço para Pindorama.
Se os jovens brasileiros começarem a brigar por mais
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computadores em suas casas, escolas e trabalho, a
brincadeira terá começado.
O livro não arruma empregos para seus leitores, mas
15. ensina como eles acabam, onde reaparecem e como
reaparecem.
(Elio Gaspari, Um livro muito bom: “O mundo é plano”, Folha de São Paulo, 18 dedezembro de 2005, com adaptações)
Assinale a opção em que o termo da primeira coluna retoma, no texto, o termo dasegunda.
a) “nessa” (l.6) “globalização financeira dos anos 90” (l.5)
b) “primeira” (l.6) “nova globalização” (l.2)
c) “nessa hora” (l.10) “Agora” (l.7)
d) “Pindorama” (l.10) “livro do jornalista Thomas Friedman” (l.1 e 2)
e) “eles” (l.15) “leitores” (l .14)
26 - (FGV/POTIGAS – Nível Superior/2006)
A diplomacia é exatamente isto: a arte de usar sinais e palavras para manifestaragrados e desagrados, defender interesses e estabelecer limites, construir respeitorecíproco e negociar parcerias. (L.37-40)
O pronome destacado no trecho acima exerce função:
(A) anafórica.
(B) dêitica.
(C) epanafórica.
(D) catafórica.
(E) díctica.
27 - (FCC/TRT 22ª Região – Analista Judiciário/2004)
As razões ______ ele deverá invocar para justificar o que fez não alcançarão qualquer ressonância _______ membros do Conselho, _____ votos ele depende para permanecer na empresa.
Preenchem de modo correto as lacunas da frase acima, respectivamente, asexpressões:
(A) a que - para com os - de cujos
(B) de que - junto aos - cujos os
(C) que - diante dos - de quem os
(D) às quais - em vista dos - em cujos
(E)) que - junto aos - de cujos
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28 - (ESAF/TRF/2002)
Julgue se as formas de redação abaixo estão gramaticalmente corretas.
- Pensa hoje que se tornou barato adquirir a hegemonia ao preço de 3,8% de PIB flor-escente e produtividade que permite encarar sem susto o momento próximo em que os EUAgastarão com a defesa US$ 1 bilhão por dia. / Seu pensamento hoje é esse: tornou-sebarato adquirir a hegemonia ao preço de 3,8% de PIB florescente e produtividade quepermite encarar sem susto o momento próximo em que os EUA gastarão com a defesaUS$ 1 bilhão por dia.
29 - (FCC/TCE MA – Analista/2005)
A maior parte da água da chuva é interceptada pela copa das árvores, . .... cobrem toda a região. . evapora rapidamente, causando mais chuva, o que não ocorre em
áreas desmatadas, . .... solo é pobre em matéria orgânica.
As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas, respectivamente, por
(A) onde - A chuva - que o
(B) nas quais - Aquela chuva - cujo
(C) em que - A água da chuva - que o
(D) que elas - Essa chuva - aonde
(E)) que - Essa água - cujo
3
O pronome isto na tirinha acima tem valor
(A) anafórico.
(B) catafórico.
(C) dêitico.
(D) expletivo.
(E) relativo.
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31 - (FGV/SSP RJ – INSPETOR/2008 - adaptada)
Estima-se que possam ser expulsos da Europa 8 milhões de estrangeiros consideradosem situação irregular, embora, em sua ampla maioria, não tenham praticado nenhumcrime, trabalhem e recolham impostos.
Somando-se essa possibilidade à fresca barbárie do governo republicano dos EUA, omundo desenvolvido desgasta aguda e paulatinamente sua autoridade moral paracobrar valores humanistas de outros governos.
(Ricardo Seitenfus e Deisy Ventura. Folha de São Paulo, 24 de julho de 2008)
A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:
I. O pronome essa tem valor anafórico.
II. A palavra aguda classifica-se como advérbio.
III. No último parágrafo, há, no trecho, oito substantivos.
Assinale:
(A) se somente os itens I e III estiverem corretos.
(B) se todos os itens estiverem corretos.
(C) se nenhum item estiver correto.
(D) se somente os itens II e III estiverem corretos.
(E) se somente os itens I e II estiverem corretos.
32 - (ESAF/AFRF/2005)
Em relação ao texto, analise a proposição.
1. IBGE e BNDES mostraram que a desesperança nas cidades pequenas empurra aforça de trabalho para as médias, que detêm maior dinamismo econômico. A carga dapesada máquina administrativa das pequenas “cidades mortas” é paga pelas verbasfederais do Fundo de Participação dos Municípios. A economia local nesses municípios, 5. como o IBGE também já mostrou, é dependente da chegada do pagamento dosaposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social. O seminário “Qualicidade”,por sua vez, confirmou que a favelização é produto de “duas ausências”, a docrescimento econômico e a de política urbana.
(Gazeta Mercantil, 17/10/2005, Editorial)
- A presença de artigo definido feminino singular, em suas duas ocorrências (l.7 e 8),indica que se pode subentender após o artigo a repetição da palavra “favelização”(l.7).
33 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
Avalie a afirmação abaixo, a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto.
Quando se ouve a palavra “preço”, as primeiras imagens que invadem nossa mente são as de cartazes de liquidação, máquinas registradoras, cheques e cartões decrédito. Mesmo nas sociedades orientais, menos capitalistas que a nossa, a idéia depreço é sempre ligada à noção de objeto de valor. Porém, diferentemente do que amídia informa, nem tudo pode ser comprado e parcelado em três vezes no cartão. Ascoisas realmente importantes da vida têm seu preço, isso é certo, mas a forma depagamento é bem diversa das praticadas nos shopping centers. Na infinita negociação
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que é viver, se sairá melhor aquele que possuir uma sólida conta corrente de reservasemocionais e de bom senso do que aquele que confia apenas em sua coleção decartões de plástico. Lucrará mais aquele que souber responder com sabedoria apergunta: vale a pena pagar o preço?
(Adaptado da Revista Planeta, maio de 2006)
- Para a coerência textual, o vocábulo “as”(l.2) tanto pode ser interpretado como umpronome, substituindo o substantivo “imagens”(l.2), quanto como um artigo definidoque deixa implícita a concordância com “imagens”.
34 - (ESAF/AFRF/2005)
A questão proposta é a do acaso. Na tradição ocidental, o tema apareceinvariavelmente ligado a um outro, o da razão: o dos limites e do alcance daracionalidade. Nem seria errôneo afirmar que o empenho maior para o pensamentofilosófico inaugurado na Grécia antiga resume-se em querer vencer a sujeição aoacaso. De fato, um dos traços peculiares ao homem primitivo está em deixar-sesurpreender pelo acaso, em guiar-se pelo imprevisível.
Já o homem racional instaurado pelos gregos entrega-se, pela primeira vez na história,a esse esforço descomunal e decisivo para a evolução do Ocidente, de tentar conjuraro mais possível as peias do acaso, estabelecendo as bases para um comércio racionaldo homem com o seu meio ambiente; mais precisamente: a postura racional passou adesignar, de modo gradativo, um comportamento de dominação por parte do homem,elaborando racionalmente as suas relações com a natureza, o homem terminariaabocanhando as vantagens de ver subordinada a natureza aos seus desígnios pessoais.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
Analise a correção gramatical da proposição abaixo.
- Seria errôneo afirmar que nem o empenho maior do pensamento filosófico gregosujeitaria-se ao objetivo de querer trocar os limites do acaso pelo alcance daracionalidade.
35 - (FGV/MINC/2006)
Embora o uso do pronome oblíquo átono em posição inicial no período seja condenadopela gramática tradicional portuguesa, é de uso consagrado oralmente no Brasil, comopode ser verificado pela fala do funcionário no texto II [nota da professora: nãohouve necessidade de reprodução do texto]. Entretanto, ainda há casos quepermanecem inadequados segundo a norma culta.
Assinale a alternativa em que a colocação do pronome oblíquo átono seja inadequadasegundo a norma culta, mesmo com a flexibilização do uso no Brasil.
(A) Tenho-me permitido estas regalias.
(B) Tenho me permitido estas regalias.
(C) Tenho permitido-me certas regalias.
(D) Estas regalias me têm sido permitidas.
(E) Estas regalias têm-me sido permitidas.
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36 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
As coisas realmente importantes da vida têm seu preço, isso é certo, mas a forma depagamento é bem diversa das praticadas nos shopping centers. Na infinitanegociação que é viver, se sairá melhor aquele que possuir uma sólida contacorrente de reservas emocionais e de bom senso do que aquele que confiaapenas em sua coleção de cartões de plástico. Lucrará mais aquele que souberresponder com sabedoria a pergunta: vale a pena pagar o preço?
(Adaptado da Revista Planeta, maio de 2006)
Avalie a afirmação abaixo, a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no trechoem destaque.
- Devido ao emprego da vírgula, mantém-se a coerência textual e a correçãogramatical ao empregar o pronome átono depois do verbo em “se sairá”(l.3): sairá-se.
37 - (FCC/Analista BACEN/2006)
Sonhos não faltam; há sonhos dentro de nós e por toda parte, razão pela qual aestratégia neoliberal convoca esses sonhos, atribui a esses sonhos um valorincomensurável, sabendo que nunca realizaremos esses sonhos.
Evitam-se as viciosas repetições dos elementos sublinhados na frase acimasubstituindo-os, na ordem dada, por:
(A) há eles - convoca-os - atribui-lhes - realizaremo-los
(B) os há - os convoca - lhes atribui - realizaremo-los
(C) há-os - convoca-lhes - os atribui – realizá-los-emos
(D) há estes - lhes convoca - atribui-lhes - os realizaremos
(E)) há-os - os convoca - atribui-lhes - os realizaremos
38 - (FCC/TRT 13ª Região – Analista Judiciário/2005)
Gosto da democracia, pratico a democracia, respeito os fundamentos que mantêm empé a democracia, mas nada disso me impede de associar a democracia às campanhaseleitorais, que negam a democracia.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os segmentossublinhados, na ordem dada, por
(A) a pratico − mantêm-na em pé − lhe associar − a negam
(B) pratico-a − a mantêm em pé − associar-lhe − negam ela
(C) a pratico − mantêm ela em pé − a associar − lhe negam
(D)) pratico-a − a mantêm em pé − associá-la − a negam
(E) pratico-a − lhe mantêm em pé − a associar − negam-lhe
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39 - (ESAF/MPOG – Especialista Políticas Públicas/2005)
Aponte a opção que finaliza com correção gramatical o trecho abaixo.
O desenvolvimento científico e tecnológico tem, de fato, uma coerência imanentefundamental. O seu temido desvirtuamento decorre sempre de fatores acidentais,alheios portanto à sua lógica intrínseca e fatal que, levada às últimas conseqüências, ésempre a favor e não contra o homem, porquanto não somente somos parteintegrante do processo, mas o seu remate. Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se aborrecida ou nociva, _______________________________________
(Lúcio Costa, “O novo humanismo científico e tecnológico”)
a) não é que o deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu emprego atorna assim.
b) não é que deva sê-lo necessariamente, mas por que o critério do seu emprego atorna assim.
c) não é porque seja-o necessariamente, mas por que o critério do seu emprego torna-a assim.
d) não é que a deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu empregotorna-a assim.
e) não é que deve sê-la necessariamente, mas por que o critério do seu empregotorna-a assim.
40 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
Com base no texto, analise a proposição a seguir.
1. É certo que houve expansão da frota, tanto de carros,
como de caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco
para explicar a verdadeira chacina na malha rodoviária
a que o país parece assistir de braços cruzados.
5. Cabe boa parte da culpa aos motoristas. Quem
viaja pelas estradas brasileiras não precisa ir longe
para constatar verdadeiros descalabros. Motoristas
dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta
de responsabilidade: trafegam em alta velocidade,
fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo
10. acostamento, usam faróis altos e frequentemente
dirigem alcoolizados.
(Estado de Minas, Editorial, 6/1/2009.)
- O termo “isso”(ℓ.2) retoma as informações do período antecedente.
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41 - (ESAF/CGU-Técnico/2008)
Assinale a opção que completa com correção gramatical e propriedade vocabular aslacunas do trecho abaixo.
O governo não se preparou para fazer frente ao corte de receitas de R$ 40 bilhões.―― (1) ―― buscar alternativas para compensar a morte anunciada, o Executivocontou com os recursos como se fossem permanentes. ――――(2) ―――― a propostaorçamentária de 2008, ―――――(3) ――――― a previsão de arrecadação do tributoque, segundo a lei, estaria extinto.
(“Enterrar cadáveres”, Correio Braziliense, 15/1/2008, p. 16)
1 2 3
a) Ao invés Comprova isso onde inclui-se
b) No lugar de Há prova disso na qual tem
c) Em vez de Prova disso é onde tem
d) Em vez de Prova-o em que consta
e) No inverso de É prova desse fato que consta
42 - (FCC/CEAL – Advogado/2005)
Quanto aos políticos profissionais, o cidadão que considera os políticos profissionaisuma espécie daninha insiste em eleger os políticos profissionais, em vez de preterir ospolíticos profissionais em favor de um espírito de renovação.
Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementossublinhados, respectivamente, por:
(A) os considera - lhes eleger - os preterir
(B) lhes considera - elegê-los - preterir-lhes
(C)) os considera - elegê-los - preteri-los
(D) considera estes - eleger a estes - lhes preterir
(E) considera os mesmos - eleger eles - os preterir
43 - (FCC/TRT 22ª Região – Analista Judiciário/2004)
Há um excesso de leis, e quando há leis em excesso deve-se reconhecer nessas leis ovício da excessiva particularização, excessiva particularização que só revela afragilidade dos princípios morais.
Evitam-se as desagradáveis repetições do período acima substituindo-se os segmentossublinhados, respectivamente, por
(A)) as há - reconhecer nelas - a qual.
(B) há as mesmas - reconhecê-las - a qual.
(C) há elas - reconhecer-lhes - cuja.
(D) as há - reconhecer a elas - cuja.
(E) há estas - reconhecê-las - onde.
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44 - (ESAF/AFC CGU/2006)
Assinale a opção que preenche as lacunas do texto de forma gramaticalmente corretae coerente.
O saldo da balança comercial (exportações menos importações) brasileira de 2005alcançou US$ 44,76 bilhões, valor __1__ registrado na história do país. O resultadopositivo, 33% maior que o atingido em 2004, ___2___ ao desempenho expressivo dasexportações e importações. As vendas externas tiveram incremento __3__ US$ 24bilhões no ano passado e fecharam 2005 com US$ 118,3 bilhões. Já as importaçõestotalizaram US$ 73,545 bilhões no ano passado. Os resultados recordes mostram___4___ apesar da valorização do real frente ao dólar, a corrente de comércio do país(exportações mais importações) não ___5___ de crescer com a diversificação de pautaexportadora, aumento do número de países que compram os produtos brasileiros e ocrescimento da participação de estados com pouca tradição nas vendas externas.
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral daPresidência da República, n. 390, Brasília, 06 de janeiro de 2006)
1 / 2 / 3 / 4 / 5
a) não / se devem / demais de / -lhe / deixa
b) nunca antes / devem-se / mais que / -se / para
c) nunca / deve-se / superior a / que / pára
d) não / deveu-se / de mais de / cujo / cessa
e) nem / devia-se / maior que / qual / termina
45 - (ESAF/AFC STN/2005)
A respeito de aspectos lingüísticos do trecho abaixo, analise a proposição.
1. Só mais tarde alcancei compreender que a inteligência
pode trabalhar até ao fim inteiramente alheia aos
graves problemas religiosos que confundem o pensador
que os quer resolver segundo a razão, se
5. nenhum choque exterior veio perturbar para ela
solução recebida na infância. A dúvida não é sinal de
que o espírito adquiriu maior perspicuidade, é às
vezes um simples mal-estar da vida.
(Joaquim Nabuco, Minha formação)
- Os dois primeiros quês do texto, em “que a inteligência”( .1 e 2) e em “queconfundem”( .3) são ambos pronomes relativos.
46 – (ESAF/AFRF/2002-2)
1.Em artigo publicado na década de noventa, o
professor Paul Krugman explicava que todos
aqueles países que falavam inglês haviam
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tido um desempenho econômico acima da
5. média de seus vizinhos e que o inglês estava
se tornando rapidamente a língua franca dos
negócios, do turismo e da internet. Assim, os
processos de fusão de empresas, tão comuns
naquele tempo, só teriam sucesso se
10. utilizassem o inglês como língua de integração
das corporações.
Julgue a seguinte proposição.
- As duas ocorrências da conjunção “que” (l.3 e 5) têm a função de demarcar o iníciodas duas orações ligadas por “e”(l.5), mas, sintaticamente, o segundo que pode seromitido
47 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)
Assinale a opção em que há emprego indevido de palavra.
a) O desmatamento nos nove estados da Amazônia Brasileira caiu 31% no período2004/2005, passando de 27.200 km2 para 18.900 km2.
b) A redução na derrubada da floresta foi anunciada pelo Ministério do Meio Ambiente,com base em levantamentos realizados por satélite sob a orientação do InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
c) A última queda no índice havia ocorrido entre 1996-1997, onde o volume de florestaabatida caiu 27%.
d) Os dados apontam queda acentuada do desmate nas áreas próximas à rodoviaCuiabá-Santarém (BR-163), onde houve maior intervenção do Governo Federal pormeio do Plano de Ação Para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, doqual participam 13 ministérios.
e) Os números também indicam leve crescimento do desmatamento apenas nosudeste do Pará e no sul do Amazonas. É a primeira vez, em 17 anos demonitoramento da Amazônia, que os dados sobre desmatamento são apresentados nomesmo ano em que são levantados.
(Adaptado de Em Questão n. 381 - Brasília, 07 de dezembro de 2005)
48 - (FCC/TRT 13ª Região – Analista Judiciário/2005)
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
(A) O autor preza a discussão à qual se envolvem os moradores de um condomínio,quando os anima a aspiração de um consenso.
(B) A frase de Mitterrand na qual se arremeteu o candidato Giscard não representava,de fato, uma posição com a qual ninguém pudesse discordar.
(C)) A frase de cujo teor Giscard discordou revelava, de fato, o sentimento desuperioridade do qual o discurso de Mitterrand era uma clara manifestação.
(D) Os candidatos em cujos argumentos são fracos costumam valer-se da oposiçãoentre o certo e errado à qual se apóiam os maniqueístas.
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(E) O comportamento dos condôminos cuja a disposição é o consenso deveria servir deexemplo ao dos candidatos que seu único interesse é ganhar a eleição.
49 - (FCC/Procurador AM/2006)
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
(A) A diferenciação entre profissionais, à que o autor faz referência, tem como critérioum padrão ético, de cujo depende o rumo do processo civilizatório.
(B) Se há apenas avanço técnico, numa época onde impera a globalização, asdemandas sociais ficarão sem o atendimento a que são carentes.
(C) As razões porque a globalização não distribui a riqueza prendem-se à relaçãomecânica entre oferta e demanda, cuja a crueldade é notória.
(D) Os tecnocratas maliciosos imputam para o exercício da democracia os desajusteseconômicos em que assolam os excluídos da globalização.
(E)) O aumento da produção, de cuja necessidade não há quem discorde, deve preverqualquer impacto ecológico, para o qual se deve estar sempre alerta.
50 - (FGV/SEAD AP – Fiscal/2010)
De acordo com a norma padrão, o pronome relativo está corretamente empregadoapenas na seguinte alternativa:
(A) essas são algumas ideias por cujos os ensinamentos procuro me guiar.
(B) aquelas são as mais antigas histórias de comércio as quais se tem memória.
(C) apresentou um projeto que a principal filosofia dele é a democratização do saber.
(D) o comportamento ético por que um povo se orienta define seu caráter. (E) o filósofo onde me refiro defendeu tese recentemente.
51 - (ESAF/AFC STN/2005)
Indique a opção que contém o único segmento correto do texto abaixo.
No que diz respeito à responsabilidade dos administradores decorrente da cessão dequotas, não pode o mesmo ser responsabilizado, uma vez que é direito do sóciodesfazer-se de suas quotas, salvo nos casos que haja previsão vedatória no contrato, eo administrador tenha mostrado-se negligente, agindo com culpa, onde passará aresponder solidariamente com o sócio cedente.
a) No que diz respeito à responsabilidade dos administradores
b) não pode o mesmo ser responsabilizado
c) salvo nos casos que haja previsão vedatória
d) tenha mostrado-se
e) onde passará a responder
52 - (FCC/CEAL – Advogado /2005)
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na seguinte frase:
(A)) A simpatia de que não goza um ator junto ao eleitorado é por vezes estendida aum político profissional sobre cuja honestidade há controvérsias.
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(B) O candidato a que devotamos nosso respeito tem uma história aonde os fatos nemsempre revelam uma conduta irrepreensível.
(C) Reagan teve uma carreira de ator em cuja não houve momentos brilhantes, comotambém não houve os mesmos na de Schwarzenegger.
(D) Há uma ambivalência em relação aos atores na qual espelha a divisão entre orespeito e o menosprezo que deles costumamos alimentar.
(E) Os atores sobre os quais se fez menção no texto construíram uma carreiracinematográfica de cujo sucesso comercial ninguém pode discutir.
53 - (FGV/MPE AM – Economista/2002)
A palavra mesmo pode apresentar vários significados. Seu valor significativo em “seele é cronista mesmo” (L.49) repete-se em uma das alternativas abaixo. Assinale-a.
(A) Ele está mesmo mais magro.
(B) Fui assaltado mesmo em frente de casa.
(C) Mesmo ele fez boa prova.
(D) Mesmo sonolento, foi à festa.
(E) Moram no mesmo prédio.
54 - (ESAF/TCU/2006)
Assinale a substituição necessária para que o texto fique gramaticalmente correto.
A situação social, política e econômica em que se encontra a população negra éconseqüência de um longo processo estrutural-histórico do qual mudanças dependemde políticas públicas amplas e pautas muito além das formulações dos preconceitos oudas discriminações do racismo como têm sido dadas. Aprofundar a base teóricasignifica aprofundar o campo das ações nas áreas do trabalho, da habitação, dourbanismo, da economia, da saúde, da cultura e da educação.
(Henrique Cunha Jr. “Novos caminhos para os movimentos negros” in PolíticaDemocrática - Revista de Política e Cultura, Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, AnoV, n. 12, agosto de 2005.)
a) em que (l.1) > na qual
b) do qual (l.3) > cujas
c) de um (l. 2) > do
d) têm sido (l. 6) > são
e) nas ( l. 7) > em
55 - (ESAF/AFRF/2005)
O advento da moderna indústria tecnológica fez com que o contexto em que passa adispor-se a máquina mudasse completamente de configuração. Entretanto, talmudança obedece a certas coordenadas que começam a ser pensadas já na antigaGrécia, que novamente se relacionam com a questão da verdade. É que a verdade, apartir de Platão e Aristóteles, passa a ser determinada de um modo novo, verificando-se uma transmutação em sua própria essência. Desde então, entende-se usualmente a
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verdade como sendo o resultado de uma adequação, ou seja, a verdade pode serconstatada sempre que a idéia que o sujeito forma de determinado objeto coincidacom esse objeto.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
Assinale a opção correta a respeito do uso das estruturas lingüísticas do texto.
- Preservam-se as relações de sentido entre “contexto” (l.1) e “máquina” (l.2) com asubstituição do pronome relativo “que” (l.1) por qual, mantendo-se obrigatória apresença de “em”.
56 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006 - adaptada)
Analise a assertiva.
No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime democrático, nãobasta abolir a necessidade de bens básicos. É necessário que o processo produtivo sejacapaz de continuar, com eficiência, a produção e a oferta de bens consideradossupérfluos. Em se tratando de um compromisso democrático, uma hierarquia deprioridades deve colocar o básico sobre o supérfluo. O que deve servir como incentivopara a proposta de casar democracia, fim da apartação e eficiência econômica emgeral é o fato de que o potencial econômico do país permite otimismo quanto àpossibilidade de atender todas essas necessidades, dentro de uma estratégia em que otempo não será muito longo.
(Adaptado de Cristovam Buarque, Da modernidade técnica à modernidade ética, p.29)
- É possível substituir a relação expressa por “em que o tempo” (l. 8 e 9) pela relaçãoexpressa por cujo tempo, pois essa proposta de alteração para o texto não provocaerro gramatical e/ou incoerência textual
57 - (FGV/SSP RJ – PERITO/2008)
“Atinge toda a região e a si mesmo, pois o Equador é credor no âmbito do CCR, e aefetiva realização da ameaça de não honrar compromisso assumido o impedirá dereceber aquilo que lhe é devido.” (L.50-53)
No trecho acima há:
(A) oito pronomes.
(B) sete pronomes.
(C) seis pronomes.
(D) cinco pronomes.
(E) quatro pronomes.
58 - (FGV/BESC – SUPERIOR/2004)
Quando será?!
Quando será que tantas almas duras
Em tudo, já libertas, já lavadas
nas águas imortais, iluminadas
Do sol do Amor, hão de ficar bem puras?
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Quando será que as límpidas frescuras
Dos claros rios de ondas estreladas
Dos céus do Bem, hão de deixar clareadas
Almas vis, almas vãs, almas escuras?
Quando será que toda a vasta Esfera,
Toda esta constelada e azul Quimera,
Todo este firmamento estranho e mudo,
Tudo que nos abraça e nos esmaga,
quando será que uma resposta vaga,
Mas tremenda, hão de dar de tudo, tudo?!
(Cruz e Souza)
"Quando será que toda a vasta Esfera" (V.9)
Assinale a alternativa em que a palavra toda tenha o mesmo significado que o daocorrência grifada no verso acima.
(A) Toda sala foi limpa.
(B) A campanha foi realizada por toda empresa.
(C) Toda a natureza se revolta contra os ataques do homem.
(D) Toda vez que você vier, não se esqueça de falar com o secretário.
(E) Toda criança tem direito a ser tratada com respeito.
59 - (ESAF/AFC CGU/2004)
1. Os gregos não possuíam textos sagrados
nem castas sacerdotais. Graças à literatura de
Homero, produzida oito séculos antes de
Cristo, os gregos se apropriaram de uma ferramenta
5. epistemológica que, ainda hoje, nos
dá a impressão de que eles intuíram todos os
conhecimentos que a ciência moderna viria a
descobrir. O que seria de nossa cultura sem a
matemática de Pitágoras, a geometria de Euclides,
10. a filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles?
O que seria da teoria de Freud sem o
teatro de Sófocles, Eurípedes e Ésquilo?
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Os hebreus imprimiram ao tempo, graças
aos persas, um caráter histórico e uma natureza
15. divina. E produziram uma literatura monumental
– a Bíblia –, que inspira três grandes
religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Tira-se o livro dessas tradições religiosas
e elas perdem toda a identidade e o propósito.
(Frei Betto)
Julgue a assertiva abaixo.
- O emprego da primeira pessoa em “nos dá” (l.5 e 6) e em “nossa cultura”(l.8)confere ao trecho um aspecto interativo em relação ao leitor, inserindo-o no texto.
60 - (ESAF/RFB – Auditor Fiscal/2009)
Em relação ao texto, julgue a proposição a seguir.
1. Estamos entrando no terço final de 2009 com uma
visão mais clara sobre os fatores que levaram à crise
financeira que nos atingiu a partir do colapso do banco
Lehman Brothers. Um dos pontos centrais na sua
5. construção foi, certamente, a questão da regulação e
controle das instituições financeiras. Mesmo não sendo
a origem propriamente dita da crise, a regulação falha
permitiu que os elementos de fragilidade no sistema
10. assumissem enormes proporções. Depois de termos
vivido um longo período em que prevaleceu a ilusão da
racionalidade intrínseca aos mercados financeiros, hoje
há novamente o reconhecimento das fragilidades e dos
15. riscos sistêmicos associados a seu funcionamento.
(Luiz Carlos Mendonça de Barros, Valor Econômico, 31/8/2009)
- O emprego da primeira pessoa do plural em “Estamos” (ℓ.1), “nos”(ℓ.3) e“termos”(ℓ.10) é um recurso retórico que tem como efeito buscar o envolvimento doleitor no texto.
61 - (ESAF/MPOG – EPPGG/2009)
1. Exatamente na medida em que não mais podemos
identificar um paradigma dominante em nosso contexto
de pensamento – referência básica para nossos
projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e
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5. mesmo estéticos – é que nos caracterizamos como
vivendo uma crise de paradigmas, e até mesmo
uma crise da própria necessidade e possibilidade
de um paradigma hegemônico. Estamos, portanto,
em busca de caminhos, de respostas. A história
10. das ideias e, mais especificamente, a história da
ciência nos revelam, entretanto, que os períodos
de crise são extremamente férteis porque
abrem novas possibilidades ao pensamento.
Nesse sentido, eles permitem o surgimento de
15. alternativas aos modos de pensar anteriores.
(Danilo Marcondes, A crise de paradigmas e o surgimento da Modernidade. In: Zaia Brandão (org.), A crise dos paradigmas e a educação. São Paulo: Cortez, 1994, p.28-29, com adaptações)
Com base no texto acima, julgue a assertiva a seguir.
- Na organização da argumentação, a retirada do pronome “eles” (l.14) provocariadificuldade de interpretação do texto porque seu referente está muito distante:“nossos projetos científicos” (l. 3 e 4).
62 - (ESAF/MPOG – EPPGG/2009)
Em relação ao uso das estruturas linguísticas no texto, julgue a assertiva.
1. É próprio das grandes crises despertar o potencial
criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se
possível, contorná-las. No Brasil, a utilização de meios
inovadores para conter consequências mais dramáticas
dos graves desacertos nas finanças internacionais
5. prodigalizou, também, lições úteis a mudanças
futuras na política econômico-financeira. Resta agora
evidente que o alívio da carga tributária e das taxas de
juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura
adversa, é necessário, como instrumento eficaz,
10. para assegurar dinamismo à atividade econômica.
A decisão de maior impacto favorável ao desempenho
do setor industrial se configurou na redução de 10,25%
ao ano para 4,5% nos juros cobrados pelo BNDES na
aquisição e produção de máquinas e equipamentos.
15. Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo
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percentual previsto na meta de inflação para este ano.
Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados
passarão a pagar menos IPI. Aí está outro benefício
carregado de impulso ao avanço da economia.
(Correio Braziliense, Editorial, 01/07/2009)
- Em “se comparada” (l. 16), o pronome “se” confere ao período a noção de condição.