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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)PROFESSORA: CLÁUDIA KOZLOWSKI

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CONJUNÇÕES e PERÍODOS

Olá, pessoal

Hoje teremos uma das mais importantes aulas na preparação para os concursos,especialmente os da FGV. Nosso assunto será a função e o emprego das conjunçõese a formação de períodos compostos.

Ao lado das preposições, esses elementos são responsáveis por estabelecer o nexoentre os vocábulos de uma oração e entre as orações, períodos e parágrafos em umtexto.

Por questões didáticas, iremos alterar a nossa forma de apresentação.

Como o assunto é grande, para não corrermos o risco de deixar de fora algumaconjunção, apresentaremos nessa primeira parte os conceitos para, em seguida,resolvermos as questões de prova.

CONJUNÇÕES

São vocábulos de função estritamente gramatical, utilizados para o estabelecimentoda relação entre dois termos na mesma oração ou entre duas orações, que formamum período composto.

Período Simples – apresenta a oração absoluta.

Período Composto – apresenta mais de uma oração, que podem estar emcoordenação (independentes) ou em subordinação (uma exerce função sintática naoutra – relação de dependência).

As conjunções podem ser usadas em orações coordenadas (conjunçõescoordenativas) ou subordinadas (conjunções subordinativas).

Primeiro conceito importante: não se classifica uma oração somente pela conjunçãointroduzida por ela. Deve-se observar o valor que essa conjunção emprega aoperíodo para, somente então, classificá-la.

Oração Absoluta – é a oração que forma um período simples. Há somente umaoração no período.

Orações Coordenadas – são orações independentes entre si. Não exercem funçãosintática umas nas outras. Chamam-se assindéticas as orações que não sãointroduzidas por conjunção. As que recebem conjunção coordenativa se chamamsindéticas (síndeto = ligação).

As conjunções coordenativas podem ser aditivas, adversativas, alternativas,conclusivas ou explicativas.

Orações Subordinadas – são orações que, como o nome já diz, se subordinam, ouseja, exercem função sintática em outra oração. Por isso, falamos em oraçãoprincipal e oração subordinada. Essa função sintática pode ser própria de umsubstantivo (oração subordinada substantiva), de um adjetivo (oraçãosubordinada adjetiva) ou de um advérbio (oração subordinada adverbial):

- Adjetivas – do mesmo modo que os adjetivos fazem referência asubstantivos (calça clara, roupa velha), os pronomes relativos se referem asubstantivos presentes em orações antecedentes - são os referentes. Por isso,os pronomes relativos dão início a orações subordinadas adjetivas, que podem

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ser restritivas (restringir o conceito do substantivo) ou explicativas (explicarseu conteúdo, alcance ou conceito).

- Substantivas - As orações subordinadas substantivas (também já vimos) sãoiniciadas pelas conjunções integrantes. Uma boa dica para identificar umaoração subordinada substantiva (e, consequentemente, a conjunção integrante)é substituir a oração iniciada pela conjunção pelo pronome substantivo ISSO.Exemplos:

1 - “Eu quero | que você me deixe em paz.” – “Eu quero ISSO.” – Então,“que você venha” equivale a um substantivo (Eu quero sossego./Eu queropaz.) – é, portanto, uma oração subordinada substantiva. A função sintáticaexercida pelo substantivo é objeto direto (Eu quero isso), e por isso a oraçãose chama: oração subordinada substantiva objetiva direta.

2 - “É preciso | que você preste bastante atenção.” – “É preciso ISSO.” –“que você preste bastante atenção” é uma oração subordinada substantiva.Como o pronome exerce a função de sujeito (Isso é preciso), a oração sechama: oração subordinada substantiva subjetiva.

- Adverbiais - Finalmente, as orações subordinadas adverbiais apresentamuma conjunção adverbial, que pode expressar uma das seguintescircunstâncias: causa, comparação, concessão, condição, consecução,conformidade, finalidade, proporcionalidade, temporalidade.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS:

• ADITIVAS – possuem a função de adicionar termos ou orações de mesmafunção gramatical – e, nem, não só... mas também (séries aditivas enfáticas)

• ADVERSATIVAS – estabelecem uma relação de contraste entre os termos ouorações – mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, porém,enquanto

• ALTERNATIVAS – unem orações independentes (coordenadas), indicandosucessão de fatos que se negam entre si ou que são mutuamente excludentes(a ocorrência de um exclui a do outro) – ou, ora, nem, quer, seja(repetidos ou não)

• CONCLUSIVAS – exprimem conclusão em relação à(s) oração(ões)anterior(es) – pois (no meio da oração subordinada), portanto, logo,por isso, assim, por conseguinte

• EXPLICATIVAS – a oração subordinada explica o conteúdo da oraçãoprincipal – pois (no início da oração subordinada), porque, que,porquanto

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS:

INTEGRANTES – são apenas duas (graças a Deus!) – que e se – iniciam oraçõessubordinadas substantivas e exercem funções sintáticas próprias dos substantivos –sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito,agente da passiva etc.

ADVERBIAIS – iniciam orações subordinadas adverbiais.

• CAUSAIS – a oração exprime causa em relação a outra oração – porque,pois, que, uma vez que, já que, porquanto, desde que, como, vistoque, por isso que

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• COMPARATIVAS – subordinam uma oração a outra por meio de comparaçãoou confronto de ideias – que, do que (antecedidas por expressões mais,menor, melhor, pior etc), (tal) qual, assim como , bem como

• CONCESSIVAS – apresentam ideias opostas às da oração principal –embora, apesar de, mesmo que, ainda que, posto que, conquanto,mesmo quando, por mais que

• CONDICIONAIS – indicam condição para que o fato expresso na oraçãoprincipal se realize ou ocorra - se, caso, exceto se, salvo se, desde que,contanto que, sem que, a menos que, a não ser que

• CONSECUTIVAS – apresentam a consequência para um fato exposto naoração principal – (tanto/tamanho(a)/ tão) que, de sorte que, de modoque, de forma que, de maneira que

• CONFORMATIVAS – expressam conformidade em relação ao fato da oraçãoprincipal – conforme, segundo, consoante, como (no sentido deconforme)

• FINAIS – apresentam a finalidade dos atos contidos na oração principal – afim de (que), para que, porque, que

• PROPORCIONAIS – expressam simultaneidade e proporcionalidade dosfatos contidos na oração subordinada em relação aos fatos da oração principal– à proporção que, à medida que, quanto mais (tanto), quanto menos(mais/menos)

• TEMPORAIS – indicam o tempo/momento da ocorrência do fato expresso naoração principal – quando, enquanto, logo que, agora que, tão logo,apenas, toda vez que, mal, sempre que

Para a prova, duas providências são necessárias: a memorização do significado dealgumas dessas conjunções (especialmente as sublinhadas, que não estão no nossolinguajar cotidiano); análise do contexto para que identifique a circunstânciaexpressa pela oração subordinada. Não basta memorizar essa lista (aliás, essaprovidência é infrutífera). Útil é compreender as circunstâncias em que devam serempregadas.

Vamos, agora, à prática.

QUESTÕES DE PROVA

1 - (FGV/MEC/2008)

“À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de organização deuma sociedade é a regulação pelo mercado, podemos opor a proposta de organizaras sociedades e o mundo a partir do acesso para todos aos direitos fundamentais.” (L.35-39)

As ocorrências da palavra QUE no trecho acima são classificadas como:

(A) conjunção integrante e conjunção integrante.

(B) pronome relativo e conjunção integrante.

(C) pronome relativo e pronome relativo.

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(D) conjunção subordinativa e conjunção subordinativa.

(E) conjunção integrante e pronome relativo.

Comentário.

Vamos retomar aquela “velha discussão” sobre a diferença entre pronome relativo econjunção integrante.

O pronome relativo é a palavra que retoma um antecedente (normalmente umsubstantivo ou pronome) presente em passagem anterior, substituindo-o na oraçãosubordinada adjetiva a que dá início.

A conjunção integrante dá início a uma oração subordinada substantiva, que iráexercer uma função sintática própria de um substantivo em outra oração (chamada,em relação a esta, de oração principal). São duas as conjunções integrantes: quee se. Para identificá-la, basta verificar se é possível a troca de toda a oração – apartir da conjunção – pelo pronome ISSO (aplicar a técnica).

“Como assim, professora?” Não me diga que já esqueceu???...rs...

Veja o seguinte exemplo:

“Quero que você chegue mais cedo amanhã.”

Verifique se é possível trocar a oração a partir do “que” pela palavra “ISSO”:

“Quero ISSO”... Sim! Então, esse “que” é uma conjunção integrante e dá início auma oração subordinada substantiva, que complementa o verbo QUERER.

Vamos à questão de prova.

“À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de organização deuma sociedade é a regulação pelo mercado, ...”

O primeiro “que” retoma o substantivo “evidência” ( “a evidência impostapresume...”).

Já o segundo “que”, junto com o restante da oração, pode ser substituído pelapalavra ISSO: “a evidência presume ISSO”.

Então, vemos que o primeiro “que” é um pronome relativo e o segundo, umaconjunção integrante.

Gabarito: B

Vamos treinar mais um pouquinho?

2 - (FGV/CODESP – Nível Médio/2010)

Comércio exterior da Baixada Santista atinge US$ 1,6 bilhão no 12 trimestre

O comércio exterior das nove cidades da

Baixada Santista, a exemplo do brasileiro, deixou

para trás a crise econômica que reduziu as trocas

internacionais nos últimos dois anos. No primeiro

5 trimestre do ano, os negócios de importação e

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exportação fechados na região somaram US$ 1,668

bilhão, montante 37,76% maior do que o registrado

no mesmo período do ano passado.

Na comparação com o primeiro trimestre

10 do ano passado, a variação foi melhor do

que a do País (30,65%), que somou US$ 77,56 bilhões. As

nove cidades da região metropolitana foram

responsáveis por 2,15% dos registros de negócio

para o mercado internacional.

15 Os dados da balança comercial brasileira

foram divulgados ontem pelo Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Estas informações são um parâmetro para se medir

a importância de cada cidade para o comércio

20 exterior brasileiro.

No caso da Baixada Santista, os números são

amplificados naturalmente devido à

proximidade com o Porto de pelo qual

empresas e órgãos públicos de cada município

25 podem promover despachos e desembaraços de

mercadorias, conforme suas necessidades e

contando com maior facilidade.

(Samuel Rodrigues. A Tribuna. 16 de abril de 2010)

Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a variação foi melhor doque a do País (30,65%), que somou US$ 77,56 bilhões. (L9-11)

As duas ocorrências da palavra QUE no período acima classificam-se,respectivamente, como

(A) conjunção e conjunção.

(B) pronome relativo e conjunção.

(C) pronome relativo e pronome relativo.

(D) substantivo e pronome adjetivo.

(E) conjunção e pronome relativo.

Comentário.

O primeiro “que” não é uma conjunção integrante (não seria possível a troca daoração pelo ISSO); também não é um pronome relativo (não retoma umantecedente). Afinal, o que ele é?

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Vamos analisá-lo: “Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, avariação foi melhor do que a do País...”.

Observa-se clara relação de comparação entre a variação dos negócios no comércioexterior de nove cidades da Baixada Santista e a do Brasil.

Assim, temos ali uma conjunção subordinativa comparativa.

Na segunda ocorrência do “que”, há a retomada de um termo já presente em oraçãoanterior: “... a variação foi melhor do que a do País (30,65%), que somou US$77,56 bilhões”.

O “que” retoma o conjunto “a [variação] do País”, substituindo-o na oração: “avariação do País somou US$77,56 bilhões”. É, portanto, um pronome relativo.

A opção que responde ao enunciado é conjunção e pronome relativo.

Em tempo: é facultativo o emprego da preposição: “... melhor que / do que...”.

Gabarito: E

3 - (ESAF / IRB – Advogado / 2006)

Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo.

O reconhecimento _________ trabalho é um elemento ______ integra a vida dos jovens no Brasil pouco ajuda para a compreensão das relações entre esse mundo e aconfiguração da identidade. Ou seja, a sociabilidade tecida pela mediação dosvínculos com o mundo do trabalho, extremamente diversificado, pleno de situaçõesde instabilidade, tende _________ menor força na conformação da identidade do jovem. Tanto a fluidez, a precariedade e a indefinição das relações de trabalho noBrasil, ________ os seus possíveis efeitos na auto-imagem do trabalhador podem contribuir para o enfraquecimento do “orgulho pelo trabalho”, _________o “orgulho do provedor”.

(Marília P. Sposito, A sociabilidade juvenil e a rua: novos conflitos e açãocoletiva na cidade (com adaptações) Tempo social, 165)

a) que – no qual – à – com – produzindo

b) que o – em que – a exercer – quanto – ao produzir

c) do – que – em – como – produz

d) de que o – que – a exercer – como – produzindo

e) de que – o qual – à – com – produzir

Comentário.

Mudança ortográfica: não há hífen em “autoimagem”.

Vamos dar agora um tiro de misericórdia na dúvida entre conjunção integrante epronome relativo.

1ª lacuna: “O reconhecimento _________ trabalho é um elemento...”

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O vocábulo “reconhecimento” exige a preposição “de” para ligar-se ao termo regido:“O reconhecimento DISSO”. Como na sequência temos uma oração, além dapreposição, iremos colocar uma CONJUNÇÃO INTEGRANTE “que”: “O reconhecimentode que (o) trabalho é um elemento...”. O artigo antes de “trabalho” pode ser usadoou não, caso se deseje determinar a palavra ou usá-la em sentido vago.

Só com essa providência, já podemos eliminar as opções A, B e C, restando apenasDUAS (já temos 50% de chance de acertar a questão!!!).

2ª lacuna: “... trabalho é um elemento ______ integra a vida dos jovens no Brasil...”

O preenchimento dessa lacuna não vai nos ajudar a resolver a questão, uma vez quetanto “que” quanto “o qual” poderiam preenchê-la. Sigamos, então.

3ª lacuna: “Ou seja, a sociabilidade tecida pela mediação dos vínculos com omundo do trabalho, extremamente diversificado, pleno de situações deinstabilidade, tende _________ menor força na conformação da identidade do jovem.”

Continuamos na mesma. As duas sugestões (tende a exercer menor força / tende àmenor força) seriam válidas. Vamos continuar examinando as opções.

4ª lacuna: “Tanto a fluidez, a precariedade e a indefinição das relações detrabalho no Brasil, ________ os seus possíveis efeitos na auto-imagem(*) do trabalhador podem contribuir para o enfraquecimento do “orgulho pelotrabalho”...”

Agora, acabou!

Temos um daqueles casos de sujeito composto cujos núcleos são ligados por termosem correlação, como “tanto...como”, “tanto...quanto” e afins. Falamos sobre isso naaula sobre concordância.

O primeiro sujeito é “Tanto a fluidez, a precariedade e a indefinição das relações detrabalho no Brasil”.

Assim, o segundo (“os seus possíveis efeitos na auto-imagem(*) do trabalhador”)somente poderia ser introduzido por “como”, conforme sugere a opção D (gabaritoda prova) e não pela preposição “com”.

Por fim, a última lacuna apresenta um verbo reduzido de gerúndio, introduzindo umaoração subordinada reduzida.

Gabarito: D

4 - (FGV/SSP RJ – PERITO/2008)

A América do Sul é nosso destino

1. O público brasileiro tem ouvido, com alguma frequência,

notícias a respeito de possível rebelião de países vizinhos

contra aquilo que seus governantes chamam de dívidas

ilegítimas. O Brasil seria alvo quase que exclusivo, pois parte

5. considerável de tal tipo de dívida foi contraída do governo

brasileiro, sobretudo por meio do BNDES, tendo em vista

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viabilizar o financiamento de obras de infraestrutura, obras

cuja realização estaria a cargo de grandes empresas de capital

nacional.

10. Não foi sem alguma perplexidade que soubemos que pesa

sobre nosso principal banco de fomento a suspeita de ter

realizado operações pouco transparentes, motivando a reação

dos atuais governantes de países como Equador, Paraguai e

Venezuela. No Congresso, a Comissão de Relações Exteriores

15. e Defesa Nacional ensaia convocar o chanceler Celso Amorim

e o presidente do BNDES, no Coutinho, para prestar os

devidos esclarecimentos. Nada mais justo. Só não vale dizer

que as operações foram feitas sem o devido conhecimento e

aval do Legislativo. A lei impede isso.

20. Ademais, e este talvez seja o ponto principal, se o que está

em tela é o modelo que possibilitou a realização da hidrelétrica

de San Francisco no Equador, por meio da geração de

empregos no Brasil e da exportação de bens e serviços

brasileiros de alto valor agregado, longe estamos de uma

25. situação em que o interesse nacional brasileiro não esteja

sendo atendido.

É importante que o público saiba que o modelo

institucional de garantias mútuas que viabiliza

empreendimentos de alta complexidade, com alto valor

30. agregado envolvido, como são os casos de diversas

operações de empréstimos do BNDES a governos vizinhos, é

de fundamental valor estratégico para a economia brasileira e

da América Latina. Trata-se do CCR, convênio entre os países

da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração) que

35. possui como objetivos básicos estimular as relações

financeiras entre os países da região, facilitar a expansão do

comércio recíproco e sistematizar as consultas mútuas em

matérias monetárias, cambiais e de pagamentos.

O CCR foi muito utilizado ao longo da chamada década

40. perdida, permitindo que a economia latino-americana não

desaparecesse com a crise da dívida externa e impulsionasse

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obras vitais para a industrialização das suas economias, teve o

ritmo amortecido durante o período neoliberal, mas volta com

muita força agora que o desenvolvimentismo volta a ser o foco

45. de atuação dos governos da região. Ele será mais importante

ainda neste momento de crise internacional e de escassez de

moeda forte estrangeira.

É importante que autoridades parlamentares e o público

brasileiro saibam também que o comportamento do governo

50. equatoriano não atinge o Brasil apenas. Atinge toda a região e

a si mesmo, pois o Equador é credor no âmbito do CCR, e a

efetiva realização da ameaça de não honrar compromisso

assumido o impedirá de receber aquilo que lhe é devido.

Uma estratégia correta nessa conjuntura é a de coordenar

55. esforços multilaterais no âmbito do continente, tendo em vista

demonstrar para o governo do Equador que sua atual rota de

ação pode agravar a situação de penúria na qual se veem

envolvidos vários dos povos da América do Sul, pois ela

ameaça a realização de projetos centrais para a alavancagem

60. econômica da região. Não vale a pena, nessa conjuntura,

fragilizar o governo e sua política externa, como se fosse

possível tornar esta matéria elemento decisivo para o jogo

eleitoral para daqui a dois anos.

Como se fosse possível nos “desacoplarmos” da América

65. do Sul, informando aos nossos vizinhos que nada temos a ver

com o que acontece em suas fronteiras. Como se não

comprássemos seus produtos, como se não vendêssemos

bens e serviços de alto valor agregado, como se não

convivêssemos em um mesmo contexto geopolítico.

70. A América do Sul é nosso destino – disso já sabiam

governantes brasileiros antes da atual administração. A ênfase

que lhe é dada hoje tem trazido benefícios importantes. O

BNDES e o CCR são instituições e mecanismos fundamentais

para a realização do interesse nacional no desenvolvimento

75. econômico sustentado. A elite brasileira não deve cair na

armadilha de, em nome de uma disputa eleitoral longínqua,

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comprometer a credibilidade daquilo que tem feito a diferença

de nosso país vis-à-vis países que ainda patinam para

reequipar suas economias.

(Fabiano Guilherme Mendes dos Santos. Folha de São Paulo, 30/12/2008)

“Como se fosse possível nos ‘desacoplarmos’ da América do Sul, informando aos nossos vizinhos que nada temos a ver com o que acontece em suas fronteiras.” (L.64-66)

As palavras grifadas no trecho acima classificam-se, respectivamente, como:

(A) conjunção integrante – conjunção integrante – pronome relativo.

(B) conjunção integrante – conjunção subordinativa – conjunção subordinativa.

(C) conjunção subordinativa – conjunção subordinativa – conjunção integrante.

(D) conjunção subordinativa – conjunção integrante – pronome relativo.

(E) indeterminador do sujeito – pronome relativo – conjunção integrante.

Comentário.

O primeiro termo (“se”), associado à conjunção “como”, indica uma comparaçãohipotética (“como se fosse possível...”). É, pois, uma conjunção subordinativa.

Essa locução está presente em algumas canções que você certamente conhece:

“Como se eu fosse flor / Você me beija...” (Ivete Sangalo) ou “Como (se) fosseum par que / Nessa valsa triste / Se desenvolvesse / Ao som dos bandolins...”(Oswaldo Montenegro).

Ao analisarmos o segundo elemento destacado (“informando aos nossos vizinhosque nada temos a ver...”), podemos substituir toda a oração pelo ISSO:“informando aos nossos vizinhos ISSO”. É, portanto, uma conjunção integrante.

O último termo a ser analisado faz parte do conjunto “o que”, formado por umpronome demonstrativo e um pronome relativo que o retoma: “... nada temos a vercom aquilo que acontece em suas fronteiras”. Como vimos, um pronome relativopode retomar um substantivo ou um pronome. Esse “que” é um pronome relativo.

Não confunda essa estrutura “o que” (que pode ser substituída por “aquilo que”) como pronome interrogativo “(o) que”, em que “o” tem mera função de realce (assuntotratado na aula sobre pronomes).

A ordem, então, seria: conjunção subordinativa /conjunção integrante /pronome relativo.

Gabarito: D

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5 - (FGV/SAD PE- Analista de Controle Interno/2008)

A flexibilidade era muito baixa e os profissionais funcionavam como que em umagrande máquina, cuja velocidade de trabalho era ditada de cima para baixo. (L.13-15)

Assinale a alternativa que indique corretamente a relação semântica estabelecidapela expressão como que no fragmento acima.

(A) Comparação.

(B) Consequência.

(C) Adversidade.

(D) Concessão.

(E) Conclusão.

Comentário.

Nessa questão, voltamos a ver essa conjunção com valor comparativo em termoshipotéticos, como o que ocorreu na questão anterior (os trabalhadores funcionavamcomo que/como se estivessem em uma grande máquina). É por essas e outrasque só podemos classificar uma conjunção na construção.

Sobre o tema, ensina-nos Napoleão Mendes de Almeida (Dicionário de QuestõesVernáculas): “como que é uma expressão idiomática, de há muito introduzida emnossa língua.”. Equivale a “como se”, presente em um texto analisado nesse mesmomaterial: “como se fosse possível...”.

Gabarito: A

6 - (FGV/TCM PA/2008)

“Como foi a primeira perda desde o lançamento de suas ações na Bolsa, em 1994,o resultado teve efeito de um terremoto financeiro, nos já violentamentetraumatizados EUA.” (L.19-22)

Assinale a alternativa em que o termo indicado não poderia substituir o termodestacado no trecho acima sob pena de provocar alteração gramatical e semântica.

(A) Já que

(B) Uma vez que

(C) Por que

(D) Dado que

(E) Visto que

Comentário.

Comentamos logo no início da aula que o valor de uma conjunção só pode seridentificado na construção.

Agora, na oração “Como foi a primeira perda desde o lançamento de suas ações na Bolsa, em 1994”, a conjunção tem a função de apresentar o motivo para o fato

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expresso na outra oração: “o resultado teve efeito de um terremoto financeiro”.Assim, o conectivo tem valor causal.

Todas as opções indicam conjunções válidas, exceto a opção C: como conjunçãocausal, a palavra é escrita “junto”: “porque”. Daqui a pouco, falaremos dessaconjunção “à exaustão”...rs...

Gabarito: C

7 - (FGV/MINC/2006)

Foto dos Sonhos

1. O engenheiro colombiano Joaquín Sarmiento trabalhava

em Nova York e se sentia, muitas vezes, solitário. Era mais um

daqueles imigrantes nostálgicos. Para ocupar as horas vagas,

decidiu aprender fotografia. Estava, nesse momento,

5. descobrindo um novo ângulo para a sua vida, sem volta. A

vontade de se aventurar pela América Latina tirando fotos fez

com que ele deixasse para sempre a paisagem nova-iorquina,

aposentasse sua carreira de engenheiro e transformasse

Paraisópolis, uma das maiores favelas paulistanas, em seu

10. cenário cotidiano. "Estou ficando sem dinheiro, mas é uma

bela aventura."

Depois de três anos nos Estados Unidos, voltou para

Bogotá, planejando trabalhar em obras de infra-estrutura.

Mudou de idéia. Com 26 anos, percebeu que o hobby que

15. tinha adquirido em Nova York se convertera em paixão. No

final de 2004, veio com sua família para duas semanas de

férias em São Paulo. "Como sempre tive muito interesse em

estudar a América Latina, fui ficando." Soube então de uma

experiência desenvolvida pelo colégio Miguel de Cervantes,

20. criado por espanhóis, na vizinha Paraisópolis.

Lá, alunos ajudaram a criar um centro cultural batizado de

"Barracão dos Sonhos", no qual se misturam ritmos afros e

ibéricos. Desse encontro nasceu, por exemplo, a estranha

mistura dos ritmos e bailados flamencos com o samba.

25. "Resolvi registrar esse convívio e, aos poucos, ia me

embrenhando na favela para conhecer seus personagens."

O que era, inicialmente, para ser um cenário fotográfico

virou uma espécie de laboratório pessoal. Joaquín sentiu-se

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estimulado a dar oficinas de fotografia a jovens e crianças de

30. Paraisópolis. "Descobri mais um ângulo das fotos: o ângulo de

ensinar a olhar." Lentamente, naquele espaço, temido por

muitos, Joaquín ia se sentindo em casa. "Há um jeito muito

similar de acolhimento dos latino-americanos, apesar de toda

a violência."

35. Sem saber ainda direito como vai sobreviver – "as reservas

que acumulei em Nova York estão indo embora" –, ele planeja

as próximas paradas pela América do Sul. Mas, antes de se

despedir, pretende fazer uma exposição sobre o seu olhar

pelo Brasil. Até lá, está aproveitando a internet

40. (www.joaquinsarmiento.com) para mostrar algumas das

imagens fotográficas que documentam seus trajetos.

(Gilberto Dimenstein. Folha de São Paulo, 12/04/2006)

O vocábulo Como (L.17) introduz idéia de:

(A) causa.

(B) comparação.

(C) concessão.

(D) conseqüência.

(E) explicação.

Comentário.

Acordo Ortográfico: não há trema em “consequência”, nem acento agudoem “ideia”

A ideia expressa pelo conectivo “como”, em "Como sempre tive muito interesse emestudar a América Latina, fui ficando.", é causal. Tente trocar por outra conjunção demesmo valor:

“Fui ficando porque sempre tive muito interesse em estudar a América Latina”.

Gabarito: A

8 - (ESAF/MPOG - EPPGG/2009)

Analise a proposição a respeito das estruturas linguísticas do seguinte texto.

1. Publicidade, do latim, publicus e do verbo publicare,

é um termo originalmente vocacionado para a vida

pública, a livre e plural circulação das ideias. Portanto,

para a democracia, publicar era próprio dos reinos,

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impérios, estados e, por fim, das repúblicas. Antítese

5. de segredo, a publicidade atendia aos interesses de

governantes ao informar e aos das pessoas em querer

saber dos assuntos importantes. Tal como Janus,

a divindade mitológica de duas faces, o interesse

público tanto serve ao Estado como ao cidadão e,

10. modernamente, de forma a combinar accountability,

ou responsabilização – a obrigação legal de publicar

(do Estado) – e o direito legal de saber (do cidadão).

Publicistas foram ‘ilustres homens públicos’,

difusores de grandes propostas de mudanças.

15. Grandes persuasores de ideias avançadas e

emancipatórias, faziam uso da sua capacidade de

falar, de escrever, de publicar para liderar grandes

mudanças de governos, de regimes políticos, etc.

(Discutindo Língua Portuguesa, ano 2, n. 14, com adaptações)

- Por meio da expressão “Tal como” (l. 8), o texto compara as duas faces de Janus àpossibilidade de a publicidade ter tanto consequências negativas quanto positivas navida das pessoas.

Comentário.

Essa questão de interpretação envolvia o emprego de uma conjunção. Seu valor écomparativo, equivalente a “assim como” ou “como”. Contudo, essa comparaçãoilustra o duplo papel do interesse público, que serve tanto ao cidadão quanto aoEstado, e não as consequências negativas e positivas da publicidade para a vidaprática das pessoas, como sugere o examinador.

ITEM ERRADO

9 - (ESAF/ANEEL – Técnico/2006 - adaptada)

A classe média está mudando. Essa classe média é herdeira da porção Bélgica da Belíndia (mistura de Bélgica e Índia, expressão usada na década de 70 para explicara desigualdade no Brasil). Ela antes tinha acesso ao sistema financeiro habitacional,a universidades públicas, à expansão de empresas estatais cheias de ofertas detrabalho e à indexação, que reajustava o dinheiro nos bancos. Na década de 90,essas facilidades acabaram e a classe média passou a ter mais gastos. É como se elativesse viajado sempre de executiva e agora tivesse de andar de econômica. Emcompensação, existe uma população que era de baixa renda e ascendeu.

(Adaptado de Ricardo Neves, Correio Braziliense, 22 de fevereiro de 2006)

Julgue as afirmações a respeito do texto como verdadeiras (V) ou falsas (F), paramarcar, a seguir, a opção correta.

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I - As duas orações coordenadas que seguem a expressão “Na década de 90” (l.8),expressam, semanticamente, uma relação que também pode ser escrita em apenasuma oração: com o fim dessas facilidades, a classe média passou a ter maisgastos.

II - A conjunção “e”(l.7) coordena duas orações que, semanticamente, expressamum contraste; por isso equivale a mas.

III - O conectivo “Em compensação” (l.12) está empregado com valor adversativo,pois introduz um período sintático que, semanticamente, contradiz o que afirma aprimeira oração do texto.

a) V / F / F

b) V / F / V

c) F / V / F

d) F / F / V

e) V / V / F

Comentário.

I – VERDADEIRA

Em função da relação de CAUSA e CONSEQUËNCIA entre as duas orações,poderíamos formar apenas um período, desde que fosse incluída a estrutura “com ofim dessas facilidades”, que expressa o primeiro sentido.

II - VERDADEIRA

A passagem em análise é “É como se ela tivesse viajado sempre de executiva eagora tivesse de andar de econômica.”.

O valor dessa conjunção é adversativo, exatamente como afirma o examinador:sempre andou de executiva MAS AGORA tivesse de andar de econômica.

Tendo em mente o valor da conjunção (e não aquela “decoreba” inútil), você acertaa questão.

Um bom exemplo de emprego da conjunção “e” com valor adversativo quem nos dáé o grupo Skank:

Te ver e não te querer

É improvável, impossível

Pela lógica, se o rapaz visse a moça, a quereria, mas isso não acontece na hipótese aventada pelo autor. Por isso, o valor desse “e” é o mesmo da conjunção “mas” (Tever mas não te querer é improvável, impossível).

Como veremos na próxima questão, o conceito de conjunção “e” com valoradversativo já há algum tempo vem sendo explorado pela ESAF.

III - FALSA

O período iniciado por “Em compensação” não contradiz de forma alguma aafirmação da primeira oração do texto: “A classe média está mudando.”.

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Pelo contrário - ele traz uma informação a mais: não é só a classe média que estámudando; existe uma classe baixa que ascendeu.

Por esse motivo, a assertiva está INCORRETA.

A ordem correta é V / V / F e o gabarito é a letra E.

Gabarito: E

10 - (FCC / Analista Sistemas Maranhão /Setembro 2006)

A frase em que ocorre uma relação de causa e conseqüência é:

(A) Já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e política de todas asformas de progresso.

(B) Viam-se florestas sendo derrubadas sem qualquer justificativa minimamenteaceitável.

(C) Popularizaram-se, desde que a Ecologia saiu das academias, muitas medidas emfavor da preservação ambiental.

(D) A tarefa começa em nosso pequeno mundo, em nossos arredores, ao contráriodos que acham que só as grandes intervenções têm sentido.

(E) O último apelo do autor do texto é que avaliemos bem o sentido da palavraprogresso a cada vez que a empregarmos.

Comentário.

Mudança ortográfica: não há trema em “consequência”.

A partir dessa questão, veremos que a FCC ADORA explorar conceitos de CAUSA xEFEITO/CONSEQUÊNCIA.

Essa relação está presente na construção da opção C:

FATO 1 – A Ecologia saiu das academias – ou seja, deixou de ser uma questãomeramente teórica e passou para a prática.

FATO 2 - Popularizaram-se muitas medidas em favor da preservaçãoambiental. – fruto do “fato 1”, houve uma popularização das medidas depreservação ambiental.

O fato 1 (causa) teve por resultado o fato 2 (consequência).

É por isso que não podemos simplesmente decorar listas de conjunção. A locução conjuntiva “desde que” apresenta, nesse período, valor causal (indica a causa), maspoderia, em outras construções, atribuir valor temporal, como no seguinte exemplo:

“Desde que me casei, não encontrei minha tia Orlíndia.”.

A situação expressa na oração adverbial (“Desde que me casei”) indica o momento(= “desde o meu casamento”) – e não a causa (= “por causa do meu casamento”) –do fato expresso na oração principal (“não encontrei minha tia Orlíndia”).

Agora, compare a frase anterior com a que se segue:

“Desde que me casei, não saí com nenhum outro homem.”

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E agora? Qual o valor da conjunção – temporal (equivalente a “a partir daquelemomento”) ou causal (equivalente a “por causa disso”)?

O que você acha?

Na minha opinião, só o contexto (ou o marido) poderia responder (...rs...).

A locução conjuntiva “desde que” também poderia ser empregada com carátercondicional – “Irei à festa, desde que você não vá.”. Foi estabelecida uma condição(“você não ir”) para que certo fato ocorra (“eu ir à festa”).

Por tudo isso, não perca tempo decorando listas e mais listas de conjunções. Guardena memória as que sublinhamos (as mais complicadinhas) e SEMPRE analise acircunstância expressa por elas.

Gabarito: C

11 - (FCC/Agente de Polícia – Maranhão/Setembro 2006)

Identifica-se relação de causa e conseqüência, respectivamente, na frase:

(A) O típico destruidor de livros é um erudito que conhece profundamentedeterminada tradição religiosa ou ideológica...

(B) O trajeto histórico do livro começa no que hoje é o Iraque. Foi naquela regiãoque apareceram as primeiras evidências da escrita...

(C) ... na cidade egípcia de Alexandria que, fundada no século III a.C., tinhaprovavelmente o maior acervo de livros do mundo antigo.

(D) Os danos começaram com os bombardeios, mas a devastação maior se deuquando os primeiros combates cessaram.

(E) Contrabandeados para fora do país, livros raros e peças arqueológicasalimentaram o mercado negro internacional.

Comentário.

Olhe a “causa e consequência” aí de novo, gente!!!

Note essa relação em:

CAUSA – contrabando dos livros raros e peças arqueológicas;

CONSEQUÊNCIA – estímulo ao mercado negro internacional.

Poderíamos, inclusive, introduzir uma conjunção causal à oração reduzida departicípio: “Porquanto tenham sido contrabandeados para fora do país, livros raros epeças arqueológicas alimentaram o mercado negro internacional.”.

Na opção A, a oração adjetiva restringe o substantivo “erudito” (“...é um erudito queconhece profundamente determinada tradição religiosa ou ideológica.”). Não há,entre as orações, a relação CAUSA x EFEITO.

O segundo período da opção B apresenta a justificativa para o trajeto histórico dolivro ter tido início na região onde hoje se situa o Iraque – foi lá que apareceram asprimeiras evidências da escrita. Há, portanto, no segundo período um valorexplicativo, e não causal.

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Na passagem da opção C (continuação da opção B), a oração iniciada pelo pronomerelativo retoma o substantivo “Alexandria”, sendo, portanto, uma oração adjetiva.

Finalmente, entre as duas orações do período presente na opção D, há uma relaçãode contraste. Entende-se que, com o fim dos combates, termina também adevastação, mas foi o oposto disso que ocorreu – com o fim dos combates, adevastação tornou-se maior ainda. Por isso, a conjunção “mas” tem valoradversativo, pois introduz uma ideia contrária ao que seria lógico.

Gabarito: E

12 - (ESAF/Ministério das Relações Exteriores - Assistente de Chancelaria/2002)

Assinale a opção em que ao menos um dos conectivos propostos para preencher alacuna provoca incoerência textual ou erro gramatical.

O Brasil é um país grande, diversificado _____(a) visto como uma promessa que parece nunca se realizar. O potencial existe, _______(b) há algo bloqueando o Brasil. Acho que é uma combinação de fatores como o sistema político e o modo detrabalhar do cidadão, pouco engajado nos problemas da sociedade, ______(c) é muito freqüente o brasileiro eleger políticos por seu nível de popularidade, semavaliar seus programas e ações. É um país muito importante para a economiamundial, _____(d) sermos sempre decepcionados. É, _______(e), um desafio delicado entender por que as coisas não acontecem rapidamente no Brasil.

(Michel Porter, Veja, 5/12/2001, com adaptações)

a) e / mas

b) entretanto / mas

c) já que / pois

d) embora / apesar de

e) contudo / portanto

Comentário.

Mudança ortográfica: não há trema em “frequente”.

Em outras palavras, a passagem em que se encontra a lacuna (d) seria:

Apesar da importância do país na economia mundial, nós, brasileiros,sempre sofremos decepções.

Esse valor adversativo tanto pode ser apresentado pela conjunção “embora” quantopela apesar de.

Contudo, as conjunções embora e apesar de, a despeito de estarem situadas nomesmo campo semântico, levam o verbo a conjugações verbais distintas. Oproblema foi de conjugação verbal. Enquanto a conjunção ‘apesar de’ exige o verbono infinitivo (sermos), ‘embora’ leva a flexão verbal ao subjuntivo (sejamos).

Provocou, portanto, erro de natureza gramatical (conjugação verbal) o emprego daconjunção “embora” na passagem.

Em relação às demais opções:

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a) Não me canso de lembrar que o valor da conjunção deve ser verificado naconstrução. No primeiro período do texto, a ideia adversativa (que tanto pode serapresentada pela conjunção e quanto por mas) reside na oposição entre os adjetivos“grande” e “diversificado” e o fato de ser “uma promessa que parece nunca serealizar”. Assim, essa conjunção e tem valor adversativo, como nos exemplos quevimos anteriormente. Logo, qualquer das duas conjunções poderia ser empregadanessa lacuna.

b) Na segunda lacuna, as duas opções empregam valor adversativo ao período:entretanto / mas.

c) Na terceira, justifica-se o pouco engajamento do cidadão ao fato de ele nãoavaliar os programas e as ações dos políticos e, com isso, elege-os de acordo comsua popularidade. Assim, tanto pode ser usada a conjunção já que como pois, devalor explicativo.

e) No último período, pode-se apresentar uma conclusão, com o emprego daconjunção “portanto” ou estabelecer uma ideia contrária ao fato de ser um país tãoimportante, a partir do emprego da conjunção “contudo”. Alteram-se os sentidos,mas mantém-se a correção gramatical.

Gabarito: D

13 - (FCC/AFTE PB/2006)

(...)

Voltando à CPI dos Correios, cabe esclarecer por que há um oceano entre o relatórioe o resultado. "Inquérito" é trabalho de apuração. Se bem feito, propicia bommaterial aos julgadores. Se malfeito, facilita a "pizza", essa maravilhosa invençãoatribuída aos italianos em geral, mas que vem do sul da Itália. "Pizza" transformadaem cambalacho e tapeação? Não necessariamente. Muitas vezes o defeito dadistância entre a apuração e o julgamento está naquela, e não neste, principalmentese for judicial. O mal do julgamento político está em que não considera seu efeitoparalelo do desprestígio para o Parlamento como um todo. No caso atual, porém,não se pode negar que já houve resultados apreciáveis. Para o relatório lido nestasemana cabe esperar pela travessia do oceano e torcer para que chegue a bomporto.

(W. Ceneviva. Folha de S. Paulo. 01/04/2006, C2)

Se bem feito, propicia bom material aos julgadores.

No texto, o conectivo se pode ser substituído, sem alteração de sentido, por

(A) quando.

(B) mesmo.

(C) caso.

(D) embora.

(E) mas.

Comentário.

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Como aprendemos, devemos julgar o valor de uma conjunção pelo sentido que elaatribui ao texto.

Na passagem em destaque, a conjunção “se” possui valor condicional, equivalente a“caso”, “desde que” e equivalentes.

Teremos oportunidade de ver outros casos como esse, mas nunca se esqueça: ovalor de uma conjunção só pode ser identificado na passagem.

Gabarito: C

14 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)

No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime democrático, nãobasta abolir a necessidade de bens básicos. É necessário que o processo produtivoseja capaz de continuar, com eficiência, a produção e a oferta de bens consideradossupérfluos. Em se tratando de um compromisso democrático, uma hierarquia deprioridades deve colocar o básico sobre o supérfluo. O que deve servir comoincentivo para a proposta de casar democracia, fim da apartação e eficiênciaeconômica em geral é o fato de que o potencial econômico do país permite otimismoquanto à possibilidade de atender todas essas necessidades, dentro de umaestratégia em que o tempo não será muito longo.

(Adaptado de Cristovam Buarque, Da modernidade técnica à modernidade ética, p.29)

Analise a proposta de alteração a seguir.

- Substituir o conectivo de valor condicional “se” (l.1) por caso, resultando em casose não provocaria erro ao período.

Comentário.

Se o candidato corresse nessa hora, cairia numa pegadinha clássica da ESAF quandoo assunto é conjunção.

O problema não está na “dobradinha” caso se, uma vez que o primeiro é conjunçãoe o segundo, um pronome.

Como já afirmamos, algumas conjunções, ainda que equivalentes, podem exigirconjugações verbais diferentes. É isso o que acontece com as conjunçõescondicionais “caso” e “se”.

É válida a troca de uma pela outra, DESDE QUE se altere a forma verbal.

Em vez de “... se se deseja...”, poderíamos construir “... caso se DESEJE...”.

Cuidado, pois o examinador sugere apenas essa troca, nada afirmando sobre a mudança do verbo. Por isso, a assertiva está INCORRETA.

ITEM ERRADO

15 - (ESAF/ATA MF/2009)

Analise a proposição quanto aos elementos linguísticos e semânticos do texto.

Feliz aniversário, Darwin!

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2. Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse

pela seleção natural. Ela, afinal, é a maior responsável

4. pelo barroco processo de desenvolvimento que leva

os organismos complexos inexoravelmente à morte

6. – conceito que não se aplica muito a bactérias e

arqueobactérias, seres que se reproduzem gerando

8. clones de si próprios, partilham identidades com

a transferência horizontal de genes e podem ficar

10. milênios em vida suspensa (no gelo, por exemplo).

A contribuição de Darwin para a ciência e para a história,

12. porém, continua viva, e muito viva, exatamente com a

ideia de seleção natural. Só por isso ele já merece os

14. parabéns. Feliz aniversário, Darwin.

(Marcelo Leite, em: http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/arch2009-02-08)

- O conetivo adversativo “porém”(ℓ.11) se opõe, no contexto, à ideia de que acontribuição de Darwin para a história e para a ciência foi pequena.

Comentário.

Agora, a banca inovou. Em vez de se ater ao significado da conjunção, resolveuexplorar o valor deste conectivo no texto, a partir das ideias apresentadas peloautor.

A conjunção adversativa foi usada para contrapor a informação de que continua vivaa contribuição de Darwin à ciência e à história ao fato de que o cientista já seencontra morto, e não em relação à grandeza dessa contribuição.

ITEM ERRADO

16 - (FCC / Analista Judiciário- Enfermagem /Outubro 2006)

Na frase Cansativo que seja, sentimos que estamos no ofício que é nosso, o sentidodo segmento sublinhado equivale ao da expressão

(A) desde que estejamos cansados.

(B) pelo fato de ser cansativo.

(C) a menos que seja cansativo.

(D) ainda que nos canse.

(E) à medida em que seja cansativo.

Comentário.

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Note que entre a primeira oração - “Cansativo que seja” – e a segunda – “sentimosque estamos no ofício que é nosso”, há uma clara indicação de oposição (equivalentea “É cansativo, mas eu gosto!”).

Das opções, a única que apresenta uma conjunção que denota essa circunstância é ade letra D: ainda que nos canse, sentimos que estamos no ofício que é nosso.

Em relação às demais opções:

(A) a conjunção “desde que” empregaria, ao texto, um valor condicional. “Desde queestejamos cansados” equivale a “Caso estejamos cansados”, o que alteraria osentido da construção.

(B) a expressão “pelo fato de” tem valor causal, o que modificaria o sentido daoração.

(C) “a menos que” estabelece também uma condição (“A menos que você me diga averdade, eu o deixarei sair.”) e, assim como a sugestão da opção A, acarretariaalteração semântica.

(E) não existe a locução conjuntiva “à medida em que”. Isso é a (con)fusão de duasoutras existentes – “à medida que”, uma locução conjuntiva proporcional (“À medidaque estudo, aumento meu leque de conhecimentos.”) e “na medida em que”, que écausal (“Na medida em que o mundo cresce, os negócios também deveriam fazê-lo.”).

Gabarito: D

17 - (ESAF/AFRE MG/2005)

1. Santo Agostinho (354-430), um dos grandes formuladores

do catolicismo, uniu a teologia à filosofia. Sua

contribuição para o estudo das taxas de juros, ainda

que involuntária, foi tremenda. Em suas Confissões, o

5. bispo de Hipona, filho de Santa Mônica, conta que,

ainda adolescente, clamou a Deus que lhe concedesse

a castidade e a continência e fez uma ressalva

– ansiava por essa graça, mas não de imediato. Ele

admitiu que receava perder a concupiscência natural

10. da puberdade. A atitude de Santo Agostinho traduz

impecavelmente a urgência do ser humano em viver

o aqui e agora. Essa atitude alia-se ao desejo de

adiar quanto puder a dor e arcar com as conseqüências

do desfrute presente – sejam elas de ordem

15. financeira ou de saúde. É justamente essa urgência

que explica a predisposição das pessoas, empresas

e países a pagar altas taxas de juros para usufruir o

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mais rápido possível seu objeto de desejo.

(Viver agora, pagar depois, (Fragmento). In: Economia e Negócios, Revista Veja,30/03/2005, p.90)

Analise a proposição a seguir, com base no texto acima.

- Dada a relação de sentido que se estabelece no período, a conjunção “e” (l..7)poderia ser substituída, mantendo-se a coerência textual, pela conjunção ”mas”precedida de vírgula.

Comentário.

Na passagem “... ainda adolescente, clamou a Deus que lhe concedesse a castidadee a continência e fez uma ressalva - ansiava por essa graça, mas não deimediato.”, notamos o valor contrário da segunda oração em relação à primeira(Santo Agostinho fez uma súplica a Deus, mas com uma ressalva).

Percebeu como essa conjunção “e” com valor adversativo vem caindo em prova?

O segredo para acertar a questão é ler atentamente e, se for preciso, verificar apossibilidade de emprego de uma conjunção adversativa “clássica”, como “mas”.

ITEM CERTO

18 - (ESAF/Técnico IPEA/2004)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical, de coesão ou de coerênciatextual.

É relevante(1) o fato de que (2), na idade de ouro do capitalismo, nos 25 anos dopós-guerra, entre os países industrializados, de cada (3) dez empregos criados, seiso (4) eram no setor público. Essa informação não deve surpreender, não obstante (5) a principal característica do estado de bem-estar social é a existência de umserviço público de qualidade e em quantidade suficiente.

(Adaptado de J. Carlos de Assis, A Crise da Economia enquanto Crise do Trabalho)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

Comentário.

Acordo ortográfico: não houve mudança em relação à grafia de “bem-estar”e “pós-guerra”, que continuam com hífen.

A conjunção “não obstante” tem valor adversativo, equivalente a “no entanto”,“contudo”, “entretanto”.

O uso inadequado de uma conjunção prejudica a coesão textual e prejudica o nexodo texto. Além disso, ainda que cabível, teria havido emprego inadequado do verbo,

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que deveria estar no infinitivo (“...não obstante a principal característica... SER aexistência de um ...”).

A segunda oração do período (“a principal característica do estado de bem-estarsocial é a existência de um serviço público de qualidade e em quantidade suficiente”)apresenta valor explicativo em relação à primeira (“Essa informação não devesurpreender”). Por isso, deve-se usar uma conjunção coordenativa explicativa, comoporque, pois. A oração é explicativa (e não causal) por trazer uma explicação paraa afirmação da oração assindética (sem conjunção).

Na próxima questão, veremos a diferença entre as conjunções causais e asexplicativas.

Nessa questão, por exemplo, bastava que você percebesse que, na lacuna, nãocaberia a conjunção não obstante, concorda?

Mas isso só iria acontecer se você não tivesse caído na armadilha da ESAF e marcadoo item (4) como errado. Ele está CERTO. Vejamos.

O segmento é: “entre os países industrializados, de cada (3) dez empregos criados,seis o (4) eram no setor público”.

Esse “o” (sem flexão alguma) deve ter sido objeto de MUITAS dúvidas. Algumaspessoas podem ter pensado que o pronome fazia referência a “empregos” e, porisso, deveria ser “os”, e não “o”.

Mas, se eu já adiantei que essa opção está correta, por que será que o pronome “o”não se flexionou?

Lembra-se do termo vicário, citado na aula sobre pronomes (“Há muito tempo euplanejo sair de férias e vou fazê-lo no meio desse ano.”)?

Pois é... é esse o caso. Esse pronome demonstrativo o está substituindo a ideia“empregos eram criados”. Veja como fica a troca: “de cada dez empregos criados,seis eram criados no setor público”. Assim como os pronomes “isso, isto, aquilo”,esse pronome demonstrativo na função vicária também não varia – permaneceneutro, sem flexão de gênero ou número.

Mais um bom exemplo para compreensão do termo vicário: “Eu prometi a mimmesma que seria rica e famosa e vou sê-lo (vou ser rica e famosa).”. Mesmo sendoos adjetivos femininos (rica, famosa), o pronome vicário continuaria sendo “o”(neutro, ou seja, no masculino singular). Por isso, está correto o pronome “o” doitem (4).

Gabarito: E

19 - (ESAF/ANEEL TÉCNICO/2006)

De fato, os jovens têm motivos para se sentirem inseguros. Começam a vidaprofissional assombrados pelos altos índices de desemprego. Quase a metade dosdesempregados nos grandes centros no Brasil é jovem. Além da falta de experiência,há o despreparo mesmo. Grande parte tem baixa escolaridade. O mercado detrabalho ajuda a perpetuar a desigualdade. Muitos jovens deixam de estudar paratrabalhar. Mas a disputa é acirrada também entre os mais bem-preparados. Agrande oferta de mão-de-obra resulta em um processo cruel de avaliação, comtestes de conhecimentos e de raciocínio lógico, redação, dinâmicas de grupo,entrevistas. E não é só. O jovem deve demonstrar habilidades que muitas vezes nemteve tempo de saber se possui ou de descobrir como adquiri-las. Como o

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conhecimento hoje fica obsoleto muito rápido, a qualificação e o potencialcomportamental é que definem um bom candidato, e não só o preparo técnico.

(Adaptado de ISTOÉ 5/10/2005)

Analise a proposição abaixo a respeito do emprego das estruturas lingüísticas dotexto.

- A relação de sentidos entre os dois primeiros períodos sintáticos do texto permitesubentender uma idéia explicativa, expressa pela conjunção Pois, antes de“Começam” (l.2).

Comentário.

Acordo Ortográfico: Segundo o novo Vocabulário Ortográfico da LínguaPortuguesa, registra-se SEM HÍFEN a palavra “mão de obra” e não há tremaem “linguísticas”.

O fato de que “[os jovens] começam a vida profissional assombrados pelos altosíndices de desemprego” é a justificativa (explicação) para a afirmação de que “têmmotivos para se sentirem inseguros”.

Está correta a assertiva.

É muito tênue a linha divisória entre oração subordinada causal e a oraçãocoordenada explicativa.

Algumas dicas, colhidas aqui e ali, podem ajudar na classificação da oração.Compilei-as aqui e vamos analisá-las, uma a uma:

I – na explicativa, normalmente há uma pausa, marcada no texto por uma vírgulaantes da conjunção; no entanto, se a oração principal for extensa, também épossível o emprego da vírgula antes da conjunção causal (ou seja, essa dica nãoajuda muito...);

II – após orações no imperativo, as orações são explicativas: “Não venha, pois nãoestarei sozinha.” (essa dica funciona mesmo, pena que não nessa questão!);

III – se for possível a troca do “porque” pelo “que”, a oração é explicativa.Comparemos: “Não gostava muito de estudar, porque a família não deu um bomexemplo.” – não posso substituir pelo que = é causal. / “É bom você vir logo,porque não estou com muita paciência.” – posso substituir pelo que = éexplicativa. (na minha opinião, essa dica merece nota 7 – muitas vezes funcionamas pode furar, como ocorre aqui...);

IV – enquanto a oração coordenada explicativa é independente da oraçãoassindética, a oração subordinada causal exerce a função sintática de adjuntoadverbial na oração principal. (Apesar de ser somente o conceito do que é umaoração coordenada ou subordinada, essa dica nos ajuda a resolver a questão. Se nãofossem coordenadas, não seria possível a separação em duas orações, como seapresenta a forma original do texto.).

ITEM CERTO

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20 – (ESAF/Analista IRB/2004)

Fazer pesquisa é ofício que exige dedicação e paciência, ____1_____ os resultados são lentos e incertos. Além disso, por genial que seja um cientista, não é possívelproduzir conhecimento sozinho. Há o contexto de criação, a comunidade científicanacional e internacional ____2____ se discutem os resultados e ____3____ se expõem métodos e técnicas desenvolvidas em prol do saber. De maneira marcantehá a formação de discípulos, ____4_____ iniciação científica, quando o estudante ainda está nos cursos de graduação, ao doutorado e pós-doutorado.______5_______, é sumamente relevante o debate de idéias em favor do objeto de estudo.

(Adaptado de Roseli Fischmann, Ciência, democracia e direitos,Correio Braziliense,26/01/2004)

Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

2 1 3 4 5

a) já que de que para a qual da Por todas elas

b) pois com quem em que para a Tais níveis

c) porque na qual para a qual desde a Em todos esses níveis

d) porquanto a que da qual com a Naquelas

e) vez que onde de que pela Em certos níveis

Comentário.

Iremos comentar cada uma das lacunas.

Acordo ortográfico: não há alteração na grafia de “pós-doutorado”, mas apalavra “ideias” não mais recebe acento agudo.

1ª) Devemos empregar uma conjunção causal pois a segunda oração (subordinada)apresenta o motivo de ser necessário ter dedicação e paciência ao fazer pesquisas.Todas as sugestões são válidas.

2ª) Podemos entender “comunidade” como um grupo de pessoas ou, porinterpretação extensiva, algum local onde elas se encontram.

Por isso, seriam válidas as preposições “com” - com ela se discutem os resultados(considerando a primeira acepção) – ou “em” - nela se discutem os resultados (deacordo com a segunda).

Não se empregam as preposições:

- “de”: haveria alteração semântica com o emprego dessa preposição: “não sediscutem resultados da comunidade” - os resultados são do cientista, e não dacomunidade;

-“a”: a regência do verbo discutir não admite essa preposição; aceitam-se aspreposições em, sobre, com e de (esta última em outro sentido, já mencionadoacima).

Restam as opções b, c e e.

3ª) “Métodos e técnicas desenvolvidas em prol do saber são expostos à / para acomunidade”. Como a preposição para é dissílaba, devemos usar o pronome relativo

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“a qual” – para a qual. Na acepção de “lugar” para “comunidade científica”, aceita-se a preposição em – em que. Não é cabível a preposição de.

Restam, agora, b e c.

4ª) O que irá determinar o preenchimento desta lacuna é a expressão subsequente“ao doutorado e pós-doutorado”. Percebe-se assim, uma enumeração que teveinício em “iniciação científica”. A preposição que irá estabelecer essa sequência lógicaé “de” ou “desde” – “desde a / da iniciação científica, quando o estudante aindaestá nos cursos de graduação (oração explicativa), ao / até o doutorado e pós-doutorado”. Como a alternativa a (que sugere para esta lacuna a forma “da”) já foieliminada, restou somente a opção c.

Gabarito: C

21 - (ESAF/TRF/2003)

O panorama da sociedade contemporânea sugere-nos incontáveis abordagens daética. À medida que a modernidade — ou a pós-modernidade — avança, novasfacetas surgem com a metamorfose do espírito humano e sua variedade quaseinfinita de ações. Mas, falar sobre ética é como tratar da epopéia humana. Naverdade, está mais para odisséia, gênero que descreve navegações acidentadas,lutas e contratempos incessantes, embates de vida e morte, ilusões de falsos valorescomo cantos de sereias, assédios a pessoas e a propriedades, interessescontraditórios de classes dominantes figuradas pelos deuses, ora hostis orafavoráveis. As aventuras de Ulisses sintetizam e representam o confronto de ideaisnobres e de paixões mesquinhas. Não obstante, narram-se também feitos deabnegação, laços de fidelidade entre as pessoas e suas terras, lances deracionalidade e emoção, a perseverança na reconquista de valores essenciais. Osmitos clássicos são representações de vicissitudes humanas e situações éticas reais.

(Adaptado de José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da Ética, São Paulo: Senac,2002, págs.17 e 18)

Em relação ao texto, assinale a opção correta.

a) Em “sugere-nos” (l.1) o pronome enclítico exerce a mesma função sintática do“se” em “narram-se”(l.10).

b) Ao se substituir “À medida que”(l.2) por À medida em que, preservam-se asrelações semânticas originais do período.

c) A preposição “com”(l.3) está sendo empregada para conferir a idéia decomparação entre “novas facetas”(l.3) e “metamorfose do espírito humano”(l.3).

d) A expressão “Na verdade, está mais para odisséia”(l.5) e as informações que sesucedem permitem a inferência de que “epopéia”(l.4) não traria a noção dedificuldades, fracassos.

e) O período permaneceria correto se a preposição na expressão “confronto deideais”(l.9) fosse, sem outras alterações no período, substituída por entre.

Comentário.

Acordo ortográfico: Não há alteração na grafia de “pós-modernidade”, mas,agora, retiramos os acentos agudos de “odisseia" e “epopeia".

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Enquanto ‘epopéia’(*) traz somente a ideia de uma luta, ‘odisséia’(*) indica umasérie de dificuldades bem mais complexas do que em uma simples luta. Está correta,portanto, essa afirmação da letra d.

As incorreções das demais opções são:

a) Em “sugere-nos”, o pronome exerce a função sintática de objeto indireto. Para aanálise, não adianta a troca do pronome nos por “a nós”, uma vez que ospronomes ele(s), ela(s), nós e vós, quando oblíquos, são obrigatoriamenteprecedidos de preposição. Há duas formas de se comprovar a função direta ouindireta dos pronomes me, te, se, nos e vos: (1) trocar o pronome pelo nome (porexemplo: “sugere ao analista incontáveis abordagens da ética”) ou (2) analisar aregência do verbo (sugerir alguma coisa a alguém). Assim, verificamos que a funçãosintática é de objeto indireto.

Já o pronome “se” em “narram-se também feitos de abnegação” é apassivador – overbo narrar é transitivo direto, existe a ideia passiva (feitos são narrados) e estáacompanhado do pronome “se”. Portanto, a afirmação está incorreta.

b) Excelente questão de conjunção, pois a ocorrência desse erro é muito comum nodia a dia. Não existe a conjunção “à medida em que”; existem as conjunções “àmedida que” (proporcional) e “na medida em que” (causal). Não confunda alhoscom bugalhos.

c) A preposição “com”, na passagem, equivale a “a partir de”: “novas facetas surgemcom/a partir da metamorfose do espírito humano e sua variedade quase infinita deações.”. É indicativa de origem e não de comparação, como se afirma.

e) Se houvesse a troca da preposição de pela preposição entre, seria necessária aretirada da preposição de antes de “paixões mesquinhas” – “representam oconfronto entre ideais nobres e de paixões mesquinhas”. Como a opção indica nãoser necessária mais nenhuma alteração, está incorreta tal proposição.

Gabarito: D

22 - (ESAF/SEFAZ CE/2007)

Assinale a única reescritura do segmento sublinhado que, em vez de corrigi-lo,introduz erro de natureza morfossintática ao texto.

A campanha “Sua Nota Vale Dinheiro. Ganha você. Ganha o Ceará”, desenvolvidapela Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará - SEFAZ, atinge o seu primeiro anode atividades, (a) cujo crescimento de suas estatísticas revela o sucesso dacampanha. Ela premia os participantes com 0,5% do valor das operações constantesnos cupons e notas fiscais enviados e digitados na SEFAZ.

(b) Participantes de todo Ceará tem aderido à campanha de educação tributária, (c)que objetiva a conscientizar à população acerca da importância da emissão dedocumentos fiscais nas compras no comércio atacadista e varejista, além deincentivar projetos sociais desenvolvidos por entidades sem fins lucrativos.

Para se ter uma amostra do alcance da “Sua Nota”, 286 entidades, de acordo com osdados consolidados até o dia 16 de agosto, (d) procederam o cadastramento nacoordenação-executiva da promoção, o que perfaz um total de 70.354 participantesindiretos e 47.297 pessoas diretamente cadastradas na SEFAZ. Números que,certamente, podem mudar (e) à medida que novos cadastramentos se foremconcretizando

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(Adaptado de http://www.sefaz.ce.gov.br/comunicacaosocial/sefaznot.asp#,consultaem 20/10/2006)

Reescrituras:

a) com estatísticas cujo crescimento revela o sucesso da campanha.

b) Participantes de todo o Ceará têm aderido à campanha de educação tributária

c) que objetiva conscientizar a população sobre a importância da emissão de documentos fiscais

d) procederam ao cadastramento junto à cordenação-executiva da promoção

e) à medida em que se for concretizando novos cadastramentos.

Comentário.

O candidato preparado (e não muito observador) não teria perdido nem trintasegundos nessa questão. Sabe por quê? Porque não existe a locução conjuntiva “àmedida em que”.

Conforme já falamos, isso é um monstro criado a partir da junção de duas outras:

- À MEDIDA QUE – de valor proporcional: “À medida que estudo, aumento meusconhecimentos.” – Há, nessa estrutura, uma ideia de progressividade: “Quanto maisestudo, mais aumento meus conhecimentos.”.

- NA MEDIDA EM QUE – de valor causal: “Na medida em que estudo, aumentomeus conhecimentos.”. Agora, a ideia é de CAUSA e EFEITO: “Aumento meusconhecimentos porque estudo.”.

Contudo, a banca deveria ter anulado essa questão, mas infelizmente (para os bonsobservadores), de forma intransigente, manteve o gabarito. Será que você notou umerro de ortografia na opção D: a palavra “coordenação” recebe dois “os”, mas naopção está grafada com apenas um. Por isso, como o enunciado buscava a opçãoque “introduz erro de natureza morfossintática ao texto”, havia duas respostasválidas e essa questão deveria ter sido ANULADA.

Isso não ocorreu provavelmente porque esse foi um erro de digitação e a banca nãodeu o braço a torcer.

Assim sendo, na hora da prova, na dúvida entre um “cordenação” e um “à medidaem que”, nem pense duas vezes – marque a segunda como ERRADA e finja que nãoviu a primeira. Fazer o quê...

Para piorar a situação da banca, vale lembrar que não existe, no VOLP e no Houaiss,registro da palavra “reescritura” (presente no enunciado), mas de “reescrita”.

Em relação ao emprego de hífen, sabemos que a regra geral é usar o sinal quandohouver coincidência de vogal / consoante entre o fim do prefixo e o início do segundoelemento (micro-ondas). Contudo, essa regra encontra exceções com os prefixos“co-” (em todos os casos, registra-se sem hífen: coirmão, coautor, cooperação,coopositor, coparticipante) e, em alguns casos, com os prefixos “pré”, “pró” e “re”(mantém-se o hífen quando o segundo vocábulo mantiver sua autonomia vocabular,como em “pré-natal”, e registra-se sem hífen, mesmo havendo aquela coincidência,nos vocábulos aglutinados já consagrados: reedição, preencher, proótico).

Gabarito: E

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23 – (ESAF/ANA/2009) Em relação ao texto abaixo, analise as proposições a seguir.

O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição daságuas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações detratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em razão dos altosinvestimentos iniciais necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altoscustos operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos têmincentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de Serviços em ETE,como os Estados Unidos e países da Comunidade Europeia. No Brasil, o problema deviabilidade econômica do investimento público torna-se ainda mais agudo, devido àelevada parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a águade qualidade também é um fator de exclusão social, uma vez que a população debaixa renda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade para beber ouaté mesmo de pagar assistência médica para remediar as doenças de veiculaçãohídrica, decorrentes da ausência de saneamento básico.

(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp)

a) Mantém-se a correção gramatical do período se a conjunção “No entanto”(ℓ.9) forsubstituída por qualquer uma das seguintes: Porém, Todavia, Entretanto, Contudo.

b) Estaria gramaticalmente correta a substituição de “uma vez que”(ℓ. 10) porporquanto.

Comentário.

a) A conjunção “no entanto” tem valor adversativo, podendo ser substituída, notexto, por qualquer das demais apresentadas pelo examinador, de idêntico valorsemântico.

b) A conjunção “porquanto”, a despeito do pouco emprego na linguagem coloquial,tem sido figurinha fácil nas provas da ESAF, exatamente por não ser usada pelamaior parte das pessoas.

Para você nunca mais esquecer o significado dessa conjunção, lembre-se de quePORQUANTO pode ser substituída por PORQUE. Assim como esta última, podeapresentar valor causal ou explicativo, a depender da construção em que seencontre.

A locução conjuntiva “uma vez que” apresenta valor causal e, por esse motivo,poderia ser substituída, sem prejuízo para a coerência textual, pela conjunçãoporquanto.

ITENS CERTOS

24 - (ESAF/TRF/2003)

A ciência moderna desestruturou saberes tradicionais, e seu paradigma mecanicista,que encara o mundo natural como máquina desmontável, levou a razão humana aoslimites da perplexidade, porquanto a fragmentação do conhecimento em pequenosredutos fechados se afasta progressivamente da visão do conjunto. A excessivaespecialização das partes subtrai o conhecimento do todo. Daí resulta a dificuldade

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teórica e prática para que o espírito humano se situe no tempo e no espaço da suaexistência concreta.

(José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da Ética, SãoPaulo: Senac, 2002, p. 27)

Em relação ao texto, julgue a assertiva abaixo.

- Ao se substituir a conjunção “porquanto”(l.4) pela conjunção porque, as relaçõessintáticas e semânticas do período são mantidas.

Comentário.

Como vimos na questão anterior, a conjunção porquanto é equivalente à conjunçãoporque, seja com valor causal ou explicativo.

Daqui a pouco, veremos um método mnemônico válido para lembrar quando seemprega “porquanto” e “conquanto”, conjunções parecidas cujos significados são tãodiferentes.

ITEM CERTO

25 - (ESAF/Gestor Fazendário MG/2005)

A economia brasileira apresentou um bom desempenho ano passado, incentivada,principalmente, por anterior queda nos juros e pelo crescimento das vendas do paísno exterior. ____(a)___este ano, um desses motores está ausente. ___(b)___ oBanco Central, para combater a inflação, vem elevando seguidamente a taxa básica,hoje situada em 19,25% ao ano. ____(c)____, os juros altos estão contribuindo para frear o crescimento econômico, mas não a inflação._____(d) _____o ganho com a queda da inflação é pequeno, se comparado à perda no crescimento econômico. Nãose defende por meio dessa comparação, o aumento da produção a qualquer custo._____(e)_____o objetivo é expor a atual ineficácia do aumento dos juros sobre a inflação. O outro motor importante para o crescimento de 2004 (as exportaçõesbrasileiras), no entanto, continua presente este ano, com ótimo desempenho.

(Inflação e crescimento. Opinião.Correio Braziliense, 9 de abril de 2005, comadaptações)

Desconsiderando o emprego de letras maiúsculas e minúsculas, assinale a opçãoque, ao preencher a lacuna, mantém o texto coeso, coerente e gramaticalmentecorreto.

a) Haja vista que

b) Apesar de

c) Entretanto

d) Embora

e) Tão pouco

Comentário.

No terceiro período do texto, informa-se que “o Banco Central, para combater ainflação, vem elevando seguidamente a taxa básica” de juros. Na oração seguinte,iniciada pela lacuna (c), afirma-se que os juros altos não estão freando a inflação.

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Essas duas afirmações situam-se em campos semânticos opostos. Por isso, deve-seempregar uma conjunção adversativa, como “entretanto”.

As demais opções estão incorretas.

a) Nessa lacuna, deve-se empregar uma conjunção de valor adversativo (entretanto,todavia, contudo), e não a locução adverbial “haja vista”, que corresponde a“considerando, tendo em vista”. Sobre a flexão desta expressão, lembramos que ovocábulo “vista” permanece invariável, enquanto que o verbo pode ficar no singular(acompanhado ou não de preposição) ou concordar com o termo subsequente (“Hajavista os resultados / Haja vista aos resultados / Hajam vista os resultados”).

b) A oração iniciada por esta lacuna irá apresentar uma explicação para a afirmaçãopresente no período anterior (“um desses motores está ausente”). Por isso, não podeser empregada a conjunção “apesar de” – de valor contrário.

d) O emprego da conjunção “embora”, além de causar erro na flexão verbal do verboser – “Embora o ganho (...) é pequeno” (correto = seja), prejudicaria a coesãotextual em virtude da ausência de uma oração principal. O mais apropriado seriaempregar expressões como “além disso”, “ademais”, de forma a introduzireminformações adicionais à passagem anterior.

e) Não existe a conjunção “tão pouco”, mas o advérbio “tampouco”, que equivale a“muito menos”, “menos ainda”, “também não”, impróprio para a passagem.

Vale lembrar que não é aceita pela norma culta a colocação da conjunção nem antesdesse advérbio, por ele já apresentar valor de negação (“Não fui ao trabalho,tampouco à aula.”).

“Tão pouco”, combinação do advérbio de intensidade (tão) com o (também) advérbio“pouco”, remete à ideia de “pequena quantidade” – “Estou fazendo uma dietaterrível! Nunca comi tão pouco!” ou “Tenho tão pouco interesse em assistir àsnovelas que, nesse horário, vou estudar Português!” (Oba!!!...rs...).

Algumas palavras podem ser classificadas como advérbios de intensidade, comoadjetivos e/ou também como pronomes indefinidos: bastante, pouco, muito, menos.O que irá nos auxiliar nessa classificação é verificar se são variáveis ou invariáveis.

Como vimos, os advérbios são palavras invariáveis, enquanto que os adjetivos e ospronomes se flexionam em gênero e/ou número. Veja só:

- “pouco” – advérbio (“Você tem estudado pouco”); adjetivo (“Não se aborreçacom essa coisa pouca.” – coisa pequena); pronome indefinido (“Tenho poucoslivros de Direito Constitucional” – em quantidade pequena ou insuficiente).

- “bastante” – advérbio (“Você tem estudado bastante.” / “Esse volume estábastante alto.”); adjetivo (“Tenho livros bastantes.” – livros que bastam, que sãosuficientes); pronome indefinido (“Tenho bastantes livros de DireitoConstitucional.”- em grande quantidade).

- “muito” - advérbio (“Você tem estudado muito.” / “Esse volume está muitoalto.”); pronome indefinido (“Tenho muitos livros de Direito Constitucional.”- emgrande quantidade).

Gabarito: C

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26 - (ESAF/Oficial de Chancelaria/2002)

Além de estabelecer um parâmetro esportivo até aqui intransponível, Pelé é parte deuma outra epopéia. Sem ele, talvez o Brasil não tivesse derrotado nem o complexode inferioridade de sua sociedade em geral nem o racismo velado que semanifestava até no futebol. Com Pelé, brasileiro e negro, foi possível vencer um eoutro complexos. Nós, jornalistas brasileiros, temos uma dívida enorme com Pelé.Vários companheiros – e eu mesmo – já escapamos de situações delicadas, usando apalavra mágica “Pelé”, em países remotos nos quais a palavra Brasil não faz o menorsentido, a não ser quando associada a Pelé. Sem ele, talvez alguns de nós atépoderíamos ter morrido. Não é assim que alguém marca uma época?

(Clovis Rossi, Folha de S. Paulo, 7/04/2002)

Com base nos elementos do texto acima, analise a proposição a seguir.

- A eliminação da primeira ocorrência de “nem”(l.3) e a substituição da segunda (l.4)por e mantêm a correção sintática do período.

Comentário.

Mudança ortográfica: não há acento agudo em “epopeia".

A conjunção aditiva negativa nem significa “e não”. Por isso, sua retirada de umaoração – que já apresenta um advérbio de negação – e, em seu lugar, a colocaçãoda conjunção “e” não provocariam erro gramatical, tampouco prejuízo para acoerência textual:

“Sem ele, talvez o Brasil não tivesse derrotado o complexo de inferioridade de suasociedade em geral e o racismo velado que se manifestava até no futebol.”

Você percebeu que coisinha linda a concordância em “talvez até alguns de nósPODERÍAMOS ter morrido.”. Como o pronome indefinido está no plural,acompanhado de um pronome reto, há possibilidade de se concordar com oindefinido (alguns de nós PODERIAM ter morrido) ou fazer como o autor fez,flexionando o verbo na 1ª pessoa do plural, para dar ênfase ao fato de que ELE – oautor - poderia ter morrido também.

ITEM CERTO

27 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

Assinale a opção que não preenche corretamente a lacuna do texto.

Outra medida que promove a pequena e média empresa brasileira é a instalaçãopela Agência de Promoção de Exportações do Brasil – APEX de um centro dedistribuição de produtos nacionais, em Miami, Estados Unidos. O centro tem espaçopara armazenagem de produtos, um showroom e um escritório comercial eadministrativo.

As empresas podem ficar instaladas por um período de 12 a 18 meses para aconsolidação de seus produtos no mercado, ____________a idéia é reduzir a distância entre as empresas e seus clientes estrangeiros. O próximo centro seráinstalado na Alemanha no segundo semestre deste ano.

(Adaptado de Em Questão n. 288 - Brasília, 04 de março de 2005)

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a) uma vez que

b) porquanto

c) pois

d) conquanto

e) já que

Comentário.

ACORDO ORTOGRÁFICO: Não há mais acento agudo em “ideia”.

A ESAF simplesmente A-D-O-R-A exigir o correto emprego das conjunçõesPORQUANTO e CONQUANTO (e não é a única banca a fazer isso, você verá!).

Elas são parecidas, mas possuem conceitos diametralmente opostos.

Segure, que lá vem uma dica:

- PORQUANTO, já vimos, traz a ideia de “por causa de” – pode ser CAUSAL ouEXPLICATIVA;

- CONQUANTO começa com “con-” de CONCESSIVA, equivalente a “embora”.

Com isso, verificamos que “conquanto” não poderia ser empregado nessa passagem,uma vez que a oração a seguir apresenta ideia CAUSAL ao período.

Todas as demais conjunções possuem essa ideia, exceto a da letra D, gabarito daprova.

Gabarito: D

28 – (FCC / ICMS SP/2006)

Escrito há cerca de setenta anos, / conserva a capacidade de atualizaçãodas páginas escritas com arte e verdade.

Estaria explicitada a relação de sentido entre os dois segmentos destacados noperíodo acima caso iniciasse

(A) o primeiro segmento por Uma vez.

(B) o primeiro segmento por Porquanto.

(C) o primeiro segmento por Ainda que.

(D) o segundo segmento por por isso.

(E) o segundo segmento por de tal modo.

Comentário.

As conjunções “uma vez que”, “por isso”, “porquanto”, “de tal modo” atribuem àoração subordinada um valor causal (“por esse motivo”)

Contudo, as orações “Escrito há cerca de setenta anos” e “conserva a capacidade deatualização das páginas escritas com arte e verdade” estão em campos semânticos

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opostos: o primeiro indica antiguidade (“escrito há setenta anos”), enquanto que osegundo, sua atualidade (“conserva a capacidade de atualização”).

Em virtude disso, a conjunção que se presta a unir as duas orações é “ainda que”, devalor concessivo, ou seja, liga orações que apresentam ideias contrárias.

Gabarito: C

29 - (FCC/BANCO DO BRASIL/2006)

Somos todos da mesma espécie, mas o que encanta uns horroriza outros.

Caso o período acima iniciasse com a frase O que encanta uns horroriza outros, umaconsecução coerente e correta seria:

(A) dado que somos todos da mesma espécie.

(B) embora se tratem todos da mesma espécie.

(C) haja vista de que somos todos da mesma espécie.

(D) conquanto sejamos todos da mesma espécie.

(E) posto que formos todos da mesma espécie.

Comentário.

A ideia entre as duas orações é contrária. Deve-se usar, portanto, uma conjunçãoadversativa ou concessiva. Por isso, foi corretamente usada a conjunçãoconquanto.

O enunciado exige que se observe, também, a correção gramatical da proposta.

Estão incorretas as demais sugestões pelos motivos que se seguem.

(A) A conjunção “dado que” atribui um valor causal à oração (uma vez que, porcausa de), quando o que se busca é um valor concessivo ou adverso.

(B) O erro não está na conjunção, mas na flexão do verbo “tratar” que,acompanhado do pronome “se”, forma sujeito indeterminado: “embora se trate damesma espécie”.

(C) Além de ser inapropriado o emprego de “haja vista que” (cujo valor é causal),houve um erro ao acrescentar uma preposição “de” à expressão (haja vista de que?!?!).

(E) A conjunção “posto que”, corretamente utilizada por ter caráter concessivo,exige que o verbo seja conjugado no subjuntivo (“posto que sejamos todos damesma espécie”). Acertou na conjunção (concessiva), mas errou na conjugaçãoverbal. Será que vocês pensaram que “posto que” seria causal ou explicativo? Ledoengano, que também acometeu Vinícius de Moraes, no maravilhoso “Soneto daFidelidade”:

De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.

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Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.

Observe que o poeta quis dizer que “o amor não seria imortal porque é chama”, masessa locução conjuntiva, como bem fez o examinador, tem valor concessivo e seequivale a “embora”.

Gabarito: D

30 - (ESAF/MPOG - APO/2008)

Em relação ao texto abaixo, analise a afirmação a seguir.

1. As grandes empresas estatais chinesas estão

em plena temporada de compras no mercado

internacional. O acúmulo de quase US$ 1,5 trilhão

em reservas na China não apenas mudou o jogo

5. do financeiro internacional, com mudanças de

paradigma — dinheiro chinês financiando o déficit

americano — como tem potencial para alterar o

mapa das fusões e aquisições mundiais e também

a configuração de forças em vastos setores da

10. economia. O foco da mais recente investida dos

chineses é emblemático: mineração.

A rápida, coordenada, cautelosa e surpreendente

compra de 9% do capital da anglo-australiana

Rio Tinto, a terceira maior mineradora do

15. mundo, mostra uma mudança de qualidade

no planejamento da investida no exterior das

estatais chinesas. Até a pouco tempo atrás,

havia sérias dúvidas sobre a capacidade de

arregimentação dessas empresas pelo governo

20. chinês. A imagem predominante era a de que elas

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realizavam incursões esporádicas e oportunistas

em vários mercados, sem objetivos comuns. A

compra de parte do capital acionário da Rio Tinto,

entretanto, passa a mostrar um alinhamento

25. entre os interesses do Estado e os das estatais

enquanto empresas, para assegurar o suprimento

de commodities que sustente a rápida expansão

econômica. Elas entraram em uma disputa de

mercado para evitar que eventual monopolização

30. de alguns setores, como o das commodities

metálicas, traga uma indesejável elevação de

preços.

(Valor Econômico, 8/02/2008)

- O termo “entretanto” (l. 24) pode, sem prejuízo para a informação original doperíodo, ser substituído por qualquer um dos seguintes: porém, contudo, todavia,conquanto, porquanto.

Comentário.

Tudo estava indo muito bem, até que o examinador colocou, no mesmo “patamar” das demais conjunções adversativas ou concessivas (todas apresentam ideias deoposição), a conjunção “porquanto”, que já vimos ser uma conjunção de valor causalou explicativo.

Sabendo que “conquanto” é concessiva e “porquanto” equivale a “porque” (causalou explicativa), você já saberia que uma não poderia substituir a outra sem que sealterasse o sentido original do texto. Por isso, a assertiva está ERRADA.

ITEM ERRADO

31 - (ESAF/TFC SFC/2000)

Assinale o item que não preenche a lacuna do texto com coesão e coerência.

Os historiadores dizem que a troca de e-mails, o download de fotos dos amigos ouas reservas para as férias feitas pelo computador talvez sejam divertidos,______________ a Internet não pode ser comparada a inovações como a invenção da imprensa, o motor a vapor ou a eletricidade.

(Adaptado de Negócios Exame, p.94)

a) contudo

b) no entanto

c) entretanto

d) todavia

e) porquanto

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Comentário.

Agora, a situação se inverteu.

Enquanto as conjunções “contudo”, “no entanto”, “entretanto” e “todavia” estão nocampo semântico da oposição, “porquanto” tem valor causal ou explicativo. Como aideia que se deseja empregar é a de CONTRADIÇÃO (equivale afirmar que “tudo issoé divertido, mas não pode ser comparado com outras inovações”), a conjunçãoPORQUANTO é a única que não seria cabível.

Gabarito: E

32 - (ESAF/SUSEP – Agente Executivo/2006)

1. A concepção moderna de Estado tem raízes no

pensamento ético de Kant e de Hegel e o apresenta

como uma realização da idéia moral, para o primeiro,

ou como a substância ética consciente de si mesma,

5. para o segundo. Para esses pensadores, o Estado

seria o apogeu do desenvolvimento moral, substituiria

a família, e com o direito produzido, racional, imparcial

e justo, substituiria a consciência ética dos indivíduos,

que, embora retificadora da ação humana, se revelaria,

10. na prática, inviável, por ser incoercível.

(Oscar d’Alva e Souza Filho)

Analise a seguinte assertiva.

- O termo “embora”(l.9) pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período,ser substituído por conquanto.

Comentário.

Seria válida a troca de “embora” por “conquanto”, pois são duas conjunçõessubordinativas concessivas.

Com aquela regrinha mnemônica (conquanto tem “con-” de “concessiva”), ocandidato mataria essa questão num piscar de olhos.

ITEM CERTO

33 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

1. O Brasil tem potencial para se transformar em um

dos maiores produtores de biodiesel do mundo e

um grande exportador. Os Estados Unidos e alguns

países da Europa já são consumidores do biodiesel.

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5. A União Européia definiu como meta que, até 2005,

2% dos combustíveis utilizados devem ser renováveis

e, em 2010, esse valor deverá ser de 5,75%. Como

o continente não tem área de cultivo suficiente nem

capacidade industrial instalada para atingir esses

10. patamares, surgem as oportunidades de exportação

do combustível pelo Brasil. O biodiesel ainda vai

contribuir para melhorar a qualidade do ar nas

grandes cidades pela redução do uso de combustíveis

derivados de petróleo. O uso de fontes energéticas

15. renováveis e que não poluam o meio ambiente faz

parte do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

(MDL), uma das diretrizes do Protocolo de Quioto.

(Adaptado de Em Questão, n. 261 - Brasília, 08 de dezembro de 2004)

Analise a proposição abaixo em relação ao texto.

- Entre o período iniciado por “Como o continente...”(l.7 e 8) e o período anterior,subentende-se uma relação que pode ser representada por Entretanto.

Comentário.

Mudança ortográfica: não há acento agudo em “Europeia".

Ainda falando sobre as conjunções adversativas, vemos que as ideias apresentadas apartir da linha 7 se contrapõem ao que se afirma no período imediatamente anterior.

A União Européia(*) definiu como meta que, até 2005, 2% dos combustíveisutilizados devem ser renováveis e, em 2010, esse valor deverá ser de 5,75% MAS ocontinente não tem área de cultivo suficiente nem capacidade industrial instaladapara atingir esses patamares.

Por isso, seria perfeitamente justificável o emprego de uma conjunção como“entretanto” para ligá-las.

A União Européia(*) definiu como meta que, até 2005, 2% dos combustíveisutilizados devem ser renováveis e, em 2010, esse valor deverá ser de 5,75%,ENTRETANTO, como o continente não tem área de cultivo suficiente nemcapacidade industrial instalada para atingir esses patamares, surgem asoportunidades de exportação do combustível pelo Brasil.

A proposição está correta.

ITEM CERTO

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34 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)

Uma única inovação ocorrida no século XV teve enorme influência para o progresso,a inclusão social e a redução da pobreza. Foi a invenção do conceito de capital socialpelo frei Luca Paccioli, o criador da contabilidade. Antes de Luca Paccioli, umcomerciante ou produtor que não pagasse suas dívidas poderia ter todos os benspessoais, como casa, móveis e poupança, arrestados por um juiz ou credor.

Muitos cientistas políticos e sociólogos usam o termo capital social de formaequivocada, numa tentativa deliberada de confundir o leitor.

(Adaptado de Stephen Kanitz, O capital social.Veja, 12 de abril, 2006)

Julgue o item abaixo a respeito do texto.

- Por constituir um valor oposto às informações do primeiro parágrafo, o período finaldo texto admite ser iniciado pelo conectivo No entanto, seguido de vírgula,fazendo-se os ajustes nas iniciais maiúsculas.

Comentário.

A informação de que “muitos cientistas políticos e sociólogos usam o termo capitalsocial de forma equivocada” se contrapõe ao que definiu o criador da contabilidade,Luca Paccioli. São informações, portanto, antagônicas, podendo haver a introdução,entre os dois parágrafos, de uma conjunção adversativa, como “no entanto”.

Parece que as conjunções adversativas e concessivas têm sido a menina dos olhosdessa banca, hem? Agora, veremos outras conjunções além dessas até agoraestudadas.

ITEM CERTO

35 - (ESAF/ANEEL Especialista/2006)

1. A idéia é a de que a institucionalização da raça como

categoria possuidora de direitos e oportunidades

sociais, negada pelos processos de exclusão

racial, resultaria na construção jurídica de um país

5. racialmente apartado, contrário a sua suposta

vocação a-racial. Como foi possível que essa

ideologia a-racial tão decantada por especialistas

conformasse uma sociedade que é alva em todas

as suas dimensões de poder, riqueza e prestígio e

10. escura nas suas instâncias de pobreza e indigência

humana? O país real jamais amedrontou as elites

políticas e intelectuais. Elas jamais enxergaram

nele uma ameaça. O seu discurso nunca pôs em

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questão a sua imperiosa necessidade de romper

15. com o exclusivismo da supremacia branca como

condição para a desracialização da sociedade.

(Adaptado de Sueli Carneiro, O medo da raça. Correio Braziliense, 24 de abril de2006)

Analise a seguinte afirmação a respeito do emprego dos termos e expressões dotexto.

- O valor semântico da conjunção em “como categoria” (l.1 e 2) é semelhante aovalor dessa conjunção em “Como foi” (l. 6) e “como condição” (l. 15 e 16): atribuicausa ou razão aos substantivos a que se refere.

Comentário

Mudança ortográfica: não há acento agudo em “ideia".

A conjunção “como” pode ter valor:

- comparativo: “Ele age como um bandido (age).”

- causal: “Como ele não me dava bola, parti para outro amor.”

- conformativo: “Como falei anteriormente, o valor da conjunção só pode ser definido na construção.” (aproveito o exemplo para dar uma “alfinetada” em você...rs...)

Esse vocábulo também pode ser: uma preposição acidental (classificação que fazNapoleão Mendes de Almeida se revirar no túmulo...rs...), no sentido de “naqualidade de” (“Como presidente da comissão, dou início aos trabalhos.”); umadvérbio de interrogação (Como você pôde fazer isso comigo?); um pronome relativo(Olhe a maneira como você fala comigo!).

Então, já viu que não adianta decorar – o jeito é perceber o valor da palavra napassagem.

Esse vocábulo se apresenta como preposição nas passagens de linhas 1 e 15,enquanto que, na ocorrência de linha 6, tem valor adverbial.

O sentido, portanto, não poderia ser o mesmo, muito menos causal conforme afirmao examinador. Assim, está errada tal proposição.

ITEM ERRADO

36 - (ESAF/AFRF/2005)

Assinale a opção que preenche corretamente a seqüência de lacunas do texto,mantendo sua coerência textual e sua correção gramatical.

Tendo _____ unidade de análise o gênero humano no tempo, Morgan dispõe ______ sociedades humanas na história segundo graus de complexidade crescente_____________ se aproximam da civilização. Diferentes organizações sociais sucedem-se porque se superam _____ desenvolvimento de sua capacidade de ______ e de dominar a natureza, identificando vantagens biológicas e econômicas em certas formas de comportamento que são, então, instituídas ________ modos de organização social.

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(Sylvia G. Garcia, Antropologia, modernidade, identidade. In: Tempo Social,vol. 5, no. 1 – 2, com adaptações)

a) por - as - conforme - pelo - adaptar-se - como

b) por - das - à medida que - no - adaptarem-se - em

c) como - as - na medida em que - ao - se adaptar - por

d) como - nas - conforme - até - se adaptarem - como

e) a - das - à medida que - como - adaptar-se - em

Comentário.

Mudança ortográfica: não há trema em “sequência".

Infelizmente, não temos nessa questão nenhum “descalabro”, como “à medida emque”, que nos possibilite eliminar opções - que pena!...rs...

O melhor jeito de resolver questões como essa é eliminar as opções erradas,aumentando, assim, as chances de acerto.

Nas sugestões de preenchimento da terceira lacuna, temos duas ocorrências de“conforme”, duas de “à medida que” e uma de “na medida em que”. Em relação aessas duas últimas, onde entraria uma, não poderia entrar outra, pois indicam ideiastotalmente diferentes (proporcional ou causal). Poderíamos começar a resolver essaquestão pela terceira lacuna, mas, para isso, teríamos de solucionar a segunda, a fimde compreender o sentido da construção.

Aí, precisamos encarar uma “pegadinha” de regência verbal.

Um candidato apressado pode se dar muito mal com o verbo DISPOR. Imediatamente ele pensa que “alguém dispõe DE alguma coisa”, sem atentar paraoutros sentidos que este verbo pode apresentar. Além desse, que significa “ter paraseu livre uso”, outro sentido seria o de “organizar”, caso em que o verbo éTRANSITIVO DIRETO. Foi esse o emprego na passagem:

“... Morgan dispõe [organiza, arruma] sociedades humanas na história segundograus de complexidade crescente...”.

Esse sentido é o mesmo de “O funcionário dispôs os artigos nas prateleirassuperiores.”.

Ficamos, pois, somente com as opções A e C, que sugerem somente o artigo “as”.

Agora, a coisa ficou mais fácil. Vejamos a próxima lacuna:

Morgan dispõe as sociedades humanas na história segundo graus de complexidadecrescente _____________ se aproximam da civilização.

O termo que pode preencher essa lacuna deve apresentar a ideia de PROPORCIONALIDADE.

Se o candidato tivesse a ideia fixa de que “conforme” somente indicaCONFORMIDADE, como em “conforme eu dizia...”, estaria num beco sem saída, poisa opção C sugere “na medida em que”, que possui valor causal e, caso usado,prejudicaria a coerência textual.

Além da ideia de conformidade (mais comum), esse conectivo pode indicar tambémproporcionalidade: “Conforme [à medida que] o tempo passa, ela fica mais bonita.”.

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Assim, poderíamos preencher com “conforme” a terceira lacuna, marcar a letra A ecorrer para o abraço (rs...).

Gabarito: A

37 - (ESAF/ACE TCU/2006)

Assinale a asserção falsa acerca da estruturação lingüística e gramatical do textoabaixo.

Nem o “sim” nem o “não” venceram o referendo, e quem confiar no resultadoaritmético das urnas logo perceberá a força do seu engano. O vencedor do referendofoi o Grande Medo. Esse Medo latente, insidioso, que a todos nos faz tão temerososda arma que o alheio possa ter, quanto temerosos de não ter defesa alguma naaflição. Se um lado ou outro aparenta vantagem na contagem das urnas, não fazdiferença. O que importa é extinguir o Grande Medo. E nem um lado nem outropoderia fazê-lo. Todos sabemos muito bem porquê.

(Jânio de Freitas, Folha de S. Paulo, 24/10/2005 – com adaptações.)

a) Para o texto não apresentar nenhuma incorreção de ordem sintática, aconcordância do sujeito composto ligado por “nem... nem” (l. 7 e 8) deve ser feitacom o verbo no plural, tal como se fez na ocorrência do mesmo sujeito composto, naprimeira linha do texto.

b) Apesar de sua posição deslocada na frase, o advérbio “logo” (l. 2) dispensa a colocação de vírgulas em virtude de ser de pouca monta, de pouca proporção.

c) Um medo “latente, insidioso” (l.3 e 4) é um medo não manifesto, encoberto,enganador, traiçoeiro, pérfido.

d) O trecho contido nas linhas de 4 a 5 admite a seguinte reescritura, sem que seincorra em erro de linguagem: “... que nos faz a todos não só temerosos daarma que o outro possa ter, mas também temerosos de ficarmos indefesosna angústia.”.

e) A última palavra do texto merece reparo. Há duas expressões que a substituiriamcom a devida correção gramatical: 1) por quê e 2) o porquê.

Comentário.

Mudança ortográfica: não há trema em “linguística”.

Mais uma vez, relembramos que o valor da conjunção deve ser aferido no contextoem que se encontra. A conjunção “nem”, na primeira passagem do texto, apresentavalor aditivo, equivalente a dizer que “O ‘sim’ e o ‘não’ não venceram o referendo.”– quem venceu foi um terceiro elemento – o medo.

Já na passagem de linhas 7 e 8, tem valor alternativo – ou (qualquer dos lados) –“um lado ou outro poderia fazê-lo.” – qualquer um dos dois poderia fazê-lo. Por isso,manteve-se no singular. O valor da conjunção “nem” é, portanto, diferente em cadatrecho.

Em relação aos demais itens corretos, devemos comentar:

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b) na aula sobre pontuação veremos que expressões adverbiais curtas e de fácilentendimento dispensam a colocação de vírgulas, como fez o autor no trecho delinha 2. Portanto, está correta essa proposição.

e) “porque” e “por que” recebem acento circunflexo quando tônicos. Isso ocorre emduas situações – a primeira, quando usado na função de um substantivo – o porquê– ou, a segunda, quando interrogativo, sob a forma direta ou indireta, ao fim daoração, estando subentendida a expressão “por qual motivo”, “por qual razão”, ousozinho – “Não veio por quê?”, “Você não veio e todos sabemos por quê” / “Vocêontem não veio. Por quê?”. A forma apresentada no texto não encontra respaldo nagramática normativa – a forma correta seria por quê.

Gabarito: A

E falando em “por que”...

38 - (FCC / Analista Judiciário TRT 6ª Região /Outubro 2006)

Está correto o emprego do elemento sublinhado em:

(A) Muita gente se agarra à imagem artificial de si mesma sem saber porquê.

(B) Não é fácil explicar o porquê do prestígio que alcança a imagem ilusória daspessoas.

(C) Não sei porque razão os outros querem nos impor a imagem que têm de nós.

(D) Se a ela aderimos, é por que nossa imagem ilusória traz alguma compensação.

(E) Queremos perguntar, diante do espelho artificial, por quê nossa imagem não estálá.

Comentário.

A tonicidade define a acentuação do “porquê / por quê / porque / por que”. Se forforte, tônica, recebe acento. Quando for fraco, obviamente sem acento algum.

Há tonicidade (intensidade) em duas situações – com o substantivo, que épronunciado de forma forte (“Quero saber o porquê de você ter me abandonado.”)ou quando o termo vier no fim de uma oração ou sozinho na oração (“Você melargou por quê? / Ninguém veio à festa. Por quê?).

Em relação à grafia do vocábulo (tudo junto ou separado), siga o seguinte resumo –se for:

- SUBSTANTIVO – é tônico, com “tudo junto” e normalmente estáacompanhado de um determinante (artigo, numeral, pronome etc.)

“Não é qualquer porquê que irá me convencer.”

“Quero saber o porquê de você não ter vindo à reunião.”

- CONJUNÇÃO (explicativa ou causal), é junto – porque.

“Ele não veio porque não quis.”

“Se ninguém veio é porque ninguém quis”

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- PRONOME RELATIVO + PREPOSIÇÃO e puder, nesse caso, ser substituídopor “pelo qual” e flexões, é separado – por que.

“Há muitas as razões por que (= pelas quais) tanta gente presta concursopúblico.”

- PREPOSIÇÃO + PRONOME INTERROGATIVO (em pergunta direta ouindireta), é SEPARADO – nesse caso, subentende-se ou vem expressa apalavra “razão” ou “motivo”, podendo, inclusive, vir acompanhada deexpressões como eis, daí e em outras – por que

“Não sei por que você não veio.”

“Você não veio por quê?” (recebeu acento por ser tônico – veio no fim daoração)

“Eis por que eu não irei à festa.”

“Estive doente, daí por que não fui à festa.”

Vamos às opções:

(A) Muita gente se agarra à imagem artificial de si mesma sem saber. ........ – temos aí a ideia de “por qual motivo”. Como está no fim da oração, é tônico: “...sem saber por quê” – separado e com acento (fim da oração).

(B) Não é fácil explicar o ................ – olha o artigo definido aí dando a dica!!! Na lacuna, há um substantivo e, nesse caso, é junto e com acento – “... explicar oporquê do prestígio que alcança a imagem ilusória das pessoas.”. Está certo eé a resposta!

(C) Não sei . . ..... razão – nesse caso, está explícita a palavra “razão”, podendo ser formada a pergunta diretamente “por que razão os outros querem nos impora imagem que têm de nós” – separado e sem acento.

(D) Se a ela aderimos, é . ............ – o que vem a seguir é a explicação de “termos aderido a ela”. Então, é uma conjunção explicativa e se escreve com tudo junto esem acento, como qualquer outro “porque” conjunção: “... é porque nossa imagemilusória traz alguma compensação”.

(E) Queremos perguntar [Veja só essa dica de ouro!!! Isso é uma pergunta!!!],diante do espelho artificial, ...... – e agora? Como é uma pergunta, deve ser escrita separadamente e sem acento: “... por que nossa imagem não está lá”.

Depois dessa “aula” sobre os porquês, estamos preparados para a próximaquestão, do concurso do ICMS/SP.

Gabarito: B

39 - (FCC / ICMS SP / 2006)

...para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendouma metáfora...

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No que se refere à grafia, para estar de acordo com o padrão culto, a frase que deveser preenchida com forma idêntica à destacada acima é:

(A) Alguém poderá perguntar: − O autor citou Braudel, ...?

(B) Gostaria de saber ...... ele se interessou especificamente por essa obra de Braudel acerca do mar Mediterrâneo.

(C) Quem sabe o ...... da citação da obra de Braudel?

(D) Referências são sempre interessantes, ...... despertam curiosidade acerca da obra.

(E) − ... foi a obra que mais o teria impressionado sobre o assunto, respondeualguém quando indagado sobre o motivo da citação.

Comentário.

O examinador quer saber em qual opção preenchemos a lacuna com “por que” (separado e sem acento).

(A) Temos uma pergunta direta, e, como está no fim da oração, é pronunciado deforma tônica, recebendo, assim, o acento circunflexo: “Alguém poderá perguntar: - O autor citou Braudel, por quê?”;

(B) Agora, podemos subentender a palavra “motivo” – é um pronome interrogativo edeve ser escrito separadamente e sem acento: “Gostaria de saber por que ele seinteressou especificamente por essa obra de Braudel acerca do marMediterrâneo.” – Essa é a resposta certa!

(C) Olhe novamente o artigo dando bandeira – é um substantivo e deve ser grafadojunto e com acento: “Quem sabe o porquê da citação da obra de Braudel?”;

(D) Agora, temos duas orações ligadas por uma conjunção – então, deve ser escrita“tudo junto” e sem acento: “Referências são sempre interessantes, porquedespertam curiosidade acerca da obra.”;

(E) Aqui havia uma pegadinha! A lacuna surgiu no início da oração para levar ocandidato a imaginar que se tratava do pronome interrogativo. Contudo, maisadiante, havia a “dica”: “respondeu” – isso não era uma pergunta, mas umaRESPOSTA e, por isso, o que preenche a lacuna é uma CONJUNÇÃO EXPLICATIVA:“Porque foi a obra que mais o teria impressionado sobre o assunto,respondeu alguém quando indagado sobre o motivo da citação.”.

Gabarito: B

Agora, veremos como a FGV explora o assunto.

40 - (FGV/CODESP – Superior/2010)

O aproveitamento das oportunidades que estão surgindo é valioso porque,além da realização pessoal na vida profissional, é um atalho para melhorados níveis de renda e de bem-estar de fatias cada vez maiores da populaçãobrasileira. (L.63-67)

No trecho acima, empregou-se corretamente uma das formas do porquê. Assinale aalternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

(A) Sem ter por quê, em se falando de habilidades, discutir mais profundamente,

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calamo-nos.

(B) Vamos destacar as habilidades por que somos conhecidos.

(C) Ele esperava saber por que, naquele departamento, sua habilidade não eravalorizada.

(D) Porque nossa habilidade não era valorizada não íamos demonstrá-la?

(E) Não conseguimos saber por quê, mas tentamos.

Comentário.

A banca busca a opção que tenha apresentado ERRO. Vamos analisar cada uma dasopções.

a) “Sem ter motivo, em se falando de habilidades, discutir mais profundamente,calamo-nos” – você notou que, no lugar de “por quê”, pudemos usar a palavrasinônica "motivo”. Isso mostra que ali havia um substantivo, motivo pelo qualdevemos grafar “porquê” junto, e não separado. Está errado o emprego, esta é aresposta.

b) “Vamos destacar as habilidades pelas quais somos conhecidos.” no lugar de“por que” pudemos usar “pelas quais, indicando que tínhamos ali um conjuntoformado por “preposição” (ALGUÉM É CONHECIDO POR ALGUMA HABILIDADE) epronome relativo (que retoma HABILIDADES). Está certo.

c) “Ele esperava saber por que [MOTIVO], naquele departamento, sua habilidade nãoera valorizada” – agora, você percebeu a palavra MOTIVO subentendida. Isso porquetemos uma pergunta na forma indireta, que diretamente seria: “Por que minhahabilidade não é valorizada?”. Assim, está correta a grafia, uma vez que temos alium pronome interrogativo.

d) Cuidado! A pergunta desta opção não é a mesma apresentada no comentárioacima (“Por que minha habilidade não é valorizada?”). A função do conectivo é deexplicação/causa: “Não íamos demonstrar nossa habilidade porque ela não eravalorizada?”. Assim, temos ali uma conjunção, que se escreve em um só vocábulo.

e) “Não conseguimos saber por quê [MOTIVO], mas tentamos” – além desubentender a palavra “motivo”, indicando ser este um pronome interrogativo, quese escreve separadamente, há o registro tônico da palavra, por estar no fim daoração, o que justifica o emprego do acento circunflexo “por quê”. Note que, seempregássemos um determinante antes dessa palavra, ela mudaria de classegramatical e, consequentemente, de grafia: “Não conseguimos saber O PORQUÊ” –agora, toda a palavra poderia ser substituída por um sinônimo: “Não conseguimossaber O MOTIVO”. Ao contrário da análise anterior, a palavra “motivo”, nestahipótese, estaria expressa, e não subentendida.

Em resumo: se pudermos TROCAR uma pela outra, usamos PORQUÊ (junto comacento), um substantivo; se pudermos SUBENTENDER a palavra “motivo” depois do“por que”, este é um pronome interrogativo, que deve ser escrito “separado”. Suaacentuação vai depender da posição em que se encontre na oração (se no meio, semacento; no fim da oração ou sozinho, com acento).

Gabarito: A

41 - (FGV/BESC – SUPERIOR/2004)

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Assinale a alternativa em que se tenha usado corretamente o porquê.

(A) Os perigos porque passamos fizeram-nos amadurecer.

(B) Porque todos vão ficar calados você também vai ficar?

(C) Não havia um por quê para a ausência da equipe.

(D) Sem saber porque, todos ficaram atônitos.

(E) Eles não se manifestaram, porquê?

Comentário.

A banca busca a opção com o registro correto da palavra / expressão.

a) “Os perigos . . ........... passamos fizeram-nos amadurecer” “Nós passamos POR perigos”. O verbo exige a preposição antes do termo regido. A palavra “perigos”, porsua vez, encontra-se representada na oração pelo pronome relativo “que”. Assim, re-gistramos separadamente: “Os perigos por que passamos...”. Note que poderíamossubstituir as palavras destacadas por “pelos quais”: “Os perigos pelos quais pas-samos...”, o que confirma a análise: deveria estar grafado por que, e não “porque”.

b) Esse “porque” é uma conjunção que apresenta explicação / causa para fatoexpresso em outra oração: “Você também vai ficar [calado]”. Por ser conjunção, estácerta a grafia: porque. Essa é a resposta.

c) “Não havia um ....” – a presença do artigo indefinido “um” já deixa claro que

temos ali um substantivo, que deve ser grafado “junto e com acento”: “Não haviaum porquê para a ausência da equipe”. Veja como poderíamos substituir a palavrapor outra: “Não havia um motivo para a ausência da equipe”.

d) “Sem saber por que [MOTIVO], todos ficaram atônitos”. Está subentendida a pa-lavra “motivo”, logo temos ali um pronome interrogativo, que se escreve “separado”.Como está no fim da oração, deveria também ter sido acentuado: “Sem saber porquê, todos ficaram atônitos”.

e) Agora, o pronome interrogativo foi apresentado no fim da oração (= com acento)em pergunta direta, devendo ser grafado separadamente: “Eles não se manifestaram,por quê?”.

Gabarito: B

42 – (ESAF/MPOG – EPPGG/2009)

1. A pior fase da crise foi superada, a reação começou

e a produção brasileira deve crescer neste ano

0,8%, segundo a nova projeção do Banco Central

(BC), contida no Relatório de Inflação, uma ampla

5. análise trimestral da economia nacional e do

cenário externo. A estimativa é mais animadora

que a dos especialistas do setor privado. A

Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê

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uma contração de 0,4%. No setor financeiro,

10. a bola de cristal dos economistas indicava,

no começo da semana, um PIB 0,57% menor

que o de 2008. Seria um exagero, no entanto,

qualificar como otimista a avaliação dos técnicos

do BC. A recuperação, segundo eles, dependerá

15. principalmente do consumo e o resultado poderá

ser inferior ao previsto, se as condições de

emprego piorarem e os incentivos fiscais forem

revertidos. Além disso, o investimento privado

continua baixo e deve recuperar-se lentamente,

20. porque ainda há muita capacidade ociosa nas

empresas. Quanto às exportações, continuarão

afetadas pela retração da economia internacional

e não se pode esperar do setor externo nenhuma

contribuição ao crescimento da atividade industrial.

(O Estado de S. Paulo. Editorial, 29/06/2009)

Em relação ao uso das estruturas linguísticas do texto, julgue a proposição abaixo.

- O termo “porque” (l. 20) confere ao período em que ocorre a ideia de conclusão,justificando as razões para a superação da pior fase da crise.

Comentário.

Não há nenhum valor conclusivo no emprego de “porque”. Seu valor é explicativo – aconjunção inicia a oração em que se apresenta a justificativa para a afirmação daoração anterior: “...e [o investimento privado] deve recuperar-se lentamente” –porque ainda há muita capacidade ociosa nas empresas.

Agora, chega dessa história de “por que”!!!...rs... Vamos seguir!

ITEM ERRADO

43 - (ESAF/Técnico ANEEL/2006)

Época – Qual é o grande problema brasileiro?

Ricardo Neves – Assim como a inflação foi nosso dragão tempos atrás, ainformalidade é nosso câncer que está entrando em metástase. A informalidade temtrês eixos. O primeiro são os direitos de propriedade. Os barracos das favelas nãopodem ser comercializados, não podem ser usados para conseguir crédito. Osegundo é o trabalho. Estima-se que entre 55% e 60% dos trabalhadores estão nainformalidade. São pessoas que não contribuem, não pagam INSS. A carga tributáriafica concentrada nos 40% restantes da população. O terceiro é a informalidade na

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cadeia produtiva. São empresas que estão fora da lei, seja porque os tributos sãoaltos, seja porque a burocracia é complicada.

Em relação ao texto acima, julgue a proposição abaixo.

- Pelas marcas de alternação, “seja ...seja”(l.11 e 12), que ligam as oraçõesindicadoras das razões da informalidade na cadeia produtiva, depreende-se que taisrazões excluem-se mutuamente: ou existe uma ou existe outra.

Comentário.

As conjunções alternativas podem ser, ou não, mutuamente excludentes, a dependerda construção em que são empregadas (vimos isso quando falamos sobre aconjunção “nem”). As empresas informais encontram-se nessa situação emdecorrência de um dos fatores (tributos altos/burocracia complexa) ou até mesmo deambos. Por isso, as orações iniciadas pelas conjunções alternativas não apresentam,entre si, ideias adversas ou contraditórias que justificassem a afirmação. Por isso,está incorreta tal assertiva.

ITEM ERRADO

44 – (ESAF/ANEEL ANALISTA/2006)

A pichação é uma das expressões mais visíveis da invisibilidade humana. São maisdo que rabiscos. São uma forma de estabelecer uma relação de pertencimento com acomunidade – mesmo que por meio da agressão – e, ao mesmo tempo, de dar aoautor um sentido de auto-identidade.

(Gilberto Dimenstein, Folha de S. Paulo, 21/01/2006)

Analise a afirmação a seguir.

- Os dois verbos antecedidos de preposição: “de estabelecer...” e “de dar”,coordenados entre si, estão subordinados ao mesmo termo.

Comentário.

A ESAF explorou questões sobre períodos usando esquemas e gráficos. Apesar denão os ter usado nessa questão, vamos começar a nos acostumar com eles, poisnada impede que voltem a cair em prova.

Em relação à estrutura analisada, teríamos:

São uma forma

de estabelecer uma relaçãode pertencimento com acomunidade

mesmo que por meio daagressão

ao mesmo tempo, de dar aoautor um sentido de auto-identidade

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Assim, em relação à palavra “forma”, há dois termos regidos: “de estabelecer umarelação...” e “de dar ao autor...”. Esses dois termos estão subordinados ao mesmotermo regente (forma) e coordenados entre si pela conjunção aditiva “e”. Estáperfeita a assertiva.

Esse “fenômeno” pode ocorrer, inclusive, com orações desenvolvidas.

Veja o seguinte exemplo:

Espero que encontre o amor da sua vida e que seja feliz.

As orações “que encontre o amor da sua vida” e “que seja feliz” são oraçõessubordinadas em relação à oração principal “Espero”. No entanto, entre si, sãocoordenadas, pois estão ligadas por uma conjunção coordenativa aditiva. Nessescasos, pode-se manter apenas a primeira conjunção integrante (Espero que encontreo amor da sua vida e seja feliz.), evitando uma repetição desnecessária.

Uma curiosidade em relação à palavra FORMA. Com a reforma ortográfica de 1971,foi eliminado o acento diferencial de “fôrma” (“ô” = recipiente) que era usado paradistinguir de “forma” (“ó” = formato). Agora, com o Acordo Ortográfico de 1990(vigente aqui desde janeiro de 2009), este acento volta a surgir, desta vez comoFACULTATIVO, ou seja, na primeira acepção, pode ser usado ou não. Feliz deve terficado (no céu) Aurélio Buarque de Holanda, ferrenho defensor da grafia com acento.

ITEM CERTO

45 - (ESAF/ATA MF/2009)

Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Não levou muito tempo __1__ tese do desacoplamento das economias emergentesem relação __2__ países desenvolvidos ser destroçada, tamanha a rapidez __3__ osefeitos recessivos da paralisia do sistema globalizado de crédito, a partir da falênciado Lehman Brothers, __4__ propagaram. Ali ficou claro que Brasil, China, Índia eoutras economias em estágio equivalente de desenvolvimento não teriam condiçõesde compensar o desaquecimento __5__ Estados Unidos, União Europeia e Japão.

1 2 3 4 5

a) para que a nos de que lhe dos

b) da a para a pelos

c) na em que o com os

d) para a aos com que se nos

e) pela com os a qual os em

Comentário.

O candidato atento e observador levaria menos de um minuto para resolver essaquestão.

O conectivo a preencher a primeira lacuna denota a ideia de finalidade seria PARA(não levou muito tempo PARA isso).

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Veja que o sujeito do predicado nominal “ser destroçada” era “(a) tese dodesacoplamento das economias emergentes”. Como o verbo está no infinitivo (SERdestroçada), não havia a possibilidade de emprego da conjunção integrante “que”.

Assim, a única opção válida seria D, que reúne o conectivo “para” sem a conjunção“que”.

Gabarito: D

46 - (ESAF/AFT/2010)

1. Para que a cobertura mínima oferecida pelos

planos de saúde aos seus segurados inclua as

tecnologias, os tratamentos e os equipamentos que

entraram em uso recentemente, a Agência Nacional

5. de Saúde Suplementar (ANS) acrescentou 73 novos

procedimentos à lista de exames, consultas, cirurgias

e outros serviços que as operadoras são obrigadas a

oferecer.

Criada em 2000 para “promover a defesa do interesse

10. público na assistência suplementar à saúde e regular as

operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações

com prestadores (de serviços) e consumidores”, a ANS

opera numa corda bamba. Entre suas atribuições está

a de elaborar a lista dos procedimentos de cobertura

15. obrigatória nos planos de saúde. Ela tem de assegurar

aos que buscam a proteção dos planos de saúde a

cobertura mais completa possível, o que inclui as novas

tecnologias na área de medicina. Mas, muitas vezes, os

novos procedimentos têm um custo tão alto que limita seu

20. uso. Se a ANS impuser às operadoras a obrigatoriedade

do oferecimento desses procedimentos poderá levá-las

à ruína financeira, o que, no limite, destruiria o sistema

de assistência suplementar à saúde.

(O Estado de S. Paulo, Editorial, 17/01/2010.)

Em relação às estruturas do texto, julgue o item a seguir.

- O termo “Para que” (ℓ.1) confere ao período em que ocorre a ideia de finalidade.

Comentário.

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Extrai-se do primeiro parágrafo do texto que o objetivo da ANS, ao acrescentarnovos procedimentos à lista de exames, consultas, cirurgias e serviços foi incluirnovas tecnologias, tratamentos e equipamentos. Vê-se, pois, que o termo “para que”deu ideia de FINALIDADE à construção. Questão aparentemente tranquila, masnunca deixe de voltar ao texto e confirmar sua suposição.

ITEM CERTO

47 - (ESAF/AFC STN/2005)

Verifique se o período a seguir foi transcrito com inteira correção gramatical.

- A última manifestação dos ativistas da soberania partilhada para a Amazônia veio-nos do francês Pascal Lamy, que defendeu, em recente conferência realizada emGenebra, segundo o qual as florestas tropicais devem ser submetidas à gestão dacomunidade internacional.

Comentário.

Esse é o tipo de questão mais comum atualmente no que tange à formação deperíodos.

Normalmente, o erro da questão é a quebra da estrutura sintática e,consequentemente, do raciocínio, prejudicando, assim, a coerência textual. É o quealguns chamam de “truncamento sintático”.

Note a seguinte passagem: “A última manifestação dos ativistas da soberaniapartilhada para a Amazônia veio-nos do francês Pascal Lamy, que defendeu...”. Emseguida, não se deu continuidade a esse raciocínio – defendeu o quê, cara pálida?(rs...)

Simplesmente não se falou o que foi defendido.

Esse período encontra-se prejudicado sintática e semanticamente. Questão simples, que exige apenas atenção.

ITEM ERRADO

48 - (FCC / Analista Judiciário TRT 6ª Região /Outubro 2006)

Tocada a borda da piscina, para onde olham as nadadoras?

Os elementos sublinhados acima podem ser substituídos, respectivamente, semprejuízo para a correção e para o sentido da frase, por:

(A) Tão logo tocam / aonde miram

(B) Ainda quando toquem / miram-se aonde

(C) Quando forem tocar / no que miram

(D) Na iminência de tocarem / miram onde

(E) Mesmo quando tocada / sobre o que miram

Comentário.

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Algumas vezes, uma oração não é introduzida por conjunção. A esse tipo de oração,dá-se o nome de oração reduzida, seguida da forma nominal que apresentam(oração reduzida de infinitivo, de gerúndio ou de particípio).

Em uma das primeiras questões deste material, vimos uma oração reduzida degerúndio. Nesta, falamos sobre a reduzida de particípio: “Tocada a borda dapiscina...” é uma oração subordinada adverbial reduzida de particípio. Paracomplementar a classificação, devemos analisar qual é a circunstância que apresentaà construção (tempo, causa, modo etc.).

Em “Tocada a borda da piscina...”, indica-se o momento em que certo fato vem aocorrer. Portanto, tem valor temporal.

Por isso, poderíamos usar uma das seguintes conjunções: quando, tão logo, aotempo em que, assim que etc.

Na segunda parte da questão, entra em jogo a sintaxe de regência. O verbo mirar,no sentido de “cravar a vista, avistar”, é transitivo direto (mirar o alvo), e, nosentido de “olhar visando, tomar como alvo, alvejar”, certamente usado na questãoem sentido figurado, pode ser transitivo direto (mirar algo) ou indireto, regendoa preposição “a” (mirar a algo) ou “em” (mirar em algo).

Segundo na opção (A), as expressões sublinhadas seriam substituídas por:

→ Tão logo tocam – a conjunção sugerida estabeleceria corretamente acircunstância temporal;

→ aonde miram – também estaria correta a construção, desde que usada emsentido figurado do verbo mirar no sentido de “alvejar”;

As demais opções pecam na correlação dos tempos verbais (C), na indicaçãocircunstancial de tempo (B – “ainda quando” - e E – “mesmo quando” - estabelecemvalor concessivo equivalente a “ainda que/ mesmo que toquem”, e não temporal,; D– “na iminência de tocar” altera o sentido da frase) ou na sintaxe de regência doverbo mirar (sobre o que miram).

Gabarito: A

49 - (ESAF/MF – Processo Seletivo Interno/2008)

1. Construída uma ciência ou uma teoria científica,

mesmo com os maiores cuidados para garantir a

sua objetividade, existe sempre o risco de que esse

conhecimento científico possa ser usado de maneira

5.ideologicamente implementada.

Atualmente, um dos graves problemas que enfrenta

o cientista é o emprego ideológico e técnico de sua

produção. Isto está criando grande sensibilidade

não apenas nos países desenvolvidos, mas também

10. em países como o nosso, onde a pesquisa científica

procura um lugar de destaque, mas também enfrenta o

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risco de ser ideologicamente manipulada.

Mesmo sem renunciar a nossas ideologias particulares,

podemos ignorar ou reduzir as influências ideológicas

15. para produzir resultados cientificamente objetivos.

Todos conhecemos os benefícios que acarretam ao

homem a informática, a biotecnologia e a pesquisa

nuclear. Pode-se reduzir o esforço do trabalhador,

podem ser encontradas novas técnicas de alimentação

20. e consegue-se dominar doenças graves. Contudo

essas ciências e muitas outras podem ser usadas

para informatizar a guerra, criar o desemprego através

da robotização, produzir transtornos nas espécies

biológicas e auxiliar a construção de bombas.

(Adaptado de Carlos Lungarzo. O que é ciência, p. 83-84)

Analise a opção abaixo a respeito das estruturas lingüísticas do texto.

- Preserva-se a correção textual ao se retirar a conjunção “que”(l.3), e flexionar aforma verbal “possa”(l.4) no infinitivo.

Comentário.

Simplesmente, o que o examinador sugere é a troca de uma oração desenvolvida(iniciada pela conjunção integrante “que”) pela reduzida de infinitivo (fechamos,pois, a “trilogia” das formas nominais: oração reduzida de gerúndio, de particípio ede infinitivo...rs...).

Em casos assim, vá ao texto e faça a troca, verificando se seria necessária maisalguma alteração no texto. Todas as mudanças necessárias devem ser sugeridaspelo examinador; caso contrário, a questão estará errada. Vamos lá.

“... existe sempre o risco de que esse conhecimento científico possa ser usado demaneira ideologicamente implementada.”

Após as trocas, teríamos:

“... existe sempre o risco de esse conhecimento científico PODER ser usado demaneira ideologicamente implementada.”

Note que, em atendimento à norma culta, não houve a contração da preposição “de”com o pronome demonstrativo “esse”, uma vez que o pronome faz parte do sujeitodo verbo PODER. A nova construção está perfeita e a troca atendeu às prescriçõesgramaticais. O item está, portanto, correto.

ITEM CERTO

50 - (ESAF/RFB – Auditor Fiscal/2009)

Em relação ao texto, analise a afirmação abaixo.

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1. Há alguma esperança de que a diminuição do

desmatamento no Brasil possa se manter e não seja

apenas, e mais uma vez, o reflexo da redução das

atividades econômicas causada pela crise global.

5. Mas as notícias ruins agora vêm de outras frentes. As

emissões de gases que provocam o efeito estufa pela

indústria cresceram 77% entre 1994 e 2007, segundo

estimativas do Ministério do Meio Ambiente a partir de

10. dados do IBGE e da Empresa de Pesquisa Energética.

Para piorar, as fontes de energia se tornaram mais

“sujas”, com o aumento de 122% do CO2 lançado

na atmosfera, percentual muito acima dos 71% da

15. ampliação da geração no período. Assim, enquanto as

emissões por desmatamento tendem a se reduzir para

algo entre 55% e 60% do total, as da indústria e do uso

de combustíveis fósseis ganham mais força.

(Editorial, Valor Econômico, 1/9/2009)

- O termo “enquanto”(ℓ.13) confere ao período uma relação de consequência.

Comentário.

O conectivo “enquanto” pode apresentar ideia:

- temporal, no sentido de “quando”: “Enquanto eu dormia, o ladrão invadiu minha casa.”;

- adversativo, equivalente a “ao passo que”: “Enquanto seu irmão éextremamente culto e inteligente, ele não conseguiu concluir o ensinofundamental.”.

Com este valor adversativo foi usada a conjunção (e não consecutivo, como sugere oexaminador), pois as afirmações das orações que compõem o período são opostas:as emissões de gases por desmatamento diminuem MAS as da indústria e do uso decombustíveis aumentam.

Cabe ressaltar que, neste último sentido, embora “comum” o emprego de “que” apósa conjunção (“Ele é inteligente, enquanto que seu irmão não é.”), tal registro écondenado pelos gramáticos. Basta usar o conectivo, sem este “que”: “Ele éinteligente, enquanto seu irmão não é.”.

ITEM ERRADO

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51 - (FGV/SSP RJ – PERITO/2008)

Quase Nada

No quarto quadrinho, a palavra que introduz uma:

(A) causa.

(B) consequência.

(C) explicação.

(D) condição.

(E) concessão.

Comentário.

No quarto quadrinho, o texto é: “Levanta que eu vou fazer pão na chapa.”.

Esse “que” traz uma justificativa para a “ordem” dada pela mulher ao marido (ouseja lá o que ele for...rs...). Essa é uma característica da oração coordenadaexplicativa: a explicação / justificativa vem após um verbo no modo imperativo.

Já vimos que um dos pontos mais complicados no estudo das conjunções édiferenciar as conjunções coordenativas explicativas (presentes em oraçõescoordenadas) das conjunções subordinativas causais (que estão nas oraçõessubordinadas).

Nessa questão, a mulher dá uma ordem: “Levanta”, para, imediatamente, explicar oporquê da determinação: “que eu vou fazer pão na chapa”. Note que aqui não existeaquela relação “causa x efeito”, tão explorada por algumas bancas, como oCespe/UnB e FCC. Sem dúvida,

Gabarito: C

52 - (FGV/SEFAZ RJ/2009)

Freud, o peixeiro e os excluídos

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1. Há anos compro peixe na mesma feira com o mesmo

peixeiro. Disse a ele outro dia: Quando crescer, quero ser

peixeiro. Devolveu a provocação: “Boa escolha, professor.

É a profissão do id.” Fiquei uma semana intrigado. Enfim,

5. um peixeiro freudiano no Rio de Janeiro! Um analista

excêntrico que tem por hobby limpar escamas! Na feira

seguinte, perguntei: Ok, peixeiro é a profissão do id. Mas

como assim? “O professor não conhece a Bíblia? Cristo

precisava de apóstolos, chamou os pescadores e disse:

10. Ide e pregai o evangelho a toda criatura!”.

Um sujeito bem intencionado quer dizer uma coisa, o

freguês entende outra. Quando dizemos “direitos humanos”,

por exemplo, o que entendem os peixeiros, torneiros

mecânicos, políticos profissionais, investigadores de

15. polícia, personal trainings e membros de outras profissões?

Não sabemos, mas deveríamos.

A luta social não acontece só na “política” – partidos,

parlamentos, sindicatos etc. Acontece também no interior da

linguagem. Os desentendimentos por causa das palavras

20. são, às vezes, desentendimentos sociais.

Não se sabe, por exemplo, quem inventou a palavra

“excluídos” para designar pobres. Os movimentos sociais

incorporaram a palavrinha sem refletir. A criança que não

tem escola – está “excluída” da escola. O trabalhador que

25. não tem emprego – está “excluído” do emprego. A palavra

designa um fato real, mas o que quer dizer? Que a sociedade

tem um lado de dentro e outro de fora. Como se fosse um

trem correndo pela Baixada Fluminense (digamos): nós que

estamos dentro olhamos pela janela e vemos as casas e

30. pessoas que estão de fora.

Acontece que a sociedade não é um trem que corre pela

Baixada. A sociedade é o trem e as pessoas que vemos pela

janela do trem. A sociedade não tem lado de fora. O que está

fora da sociedade seria desumano, pois ela nada mais é

35. que a relação entre os humanos. Não formamos sociedade

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com os cães, os mosquitos, os micos-leões-dourados. A

única possibilidade de um ser humano ser excluído dela é

deixar de ser humano. Até mesmo a nossa relação com a

natureza e os bichos se faz por meio da sociedade.

40. O leitor já viu onde quero chegar. Chamar alguém de

“excluído” é lhe retirar a condição de humano. Ora, os

movimentos sociais, que lutam para estender os direitos

humanos a todas as pessoas, querem precisamente o

contrário: querem humanizar ricos e pobres, negros e

45. brancos, homens de bem e criminosos, bonitos e feios.

Como é então que usam, e abusam, da palavra “excluídos”?

Como é que admitem que a sociedade tem um lado de

dentro (onde estão os incluídos) e um lado de fora (onde

estão os “excluídos”)? Como é que se deixam enredar por

50. esse pântano de palavras, a ponto de negar com a boca o

que fazem com o coração?

Alguém os enredou. Quem foi? Talvez o Polvo de Vieira.

“O polvo, escurecendo-se a si, tira a vista aos outros, e a

primeira traição e roubo que faz é a luz, para que não se

55. distinga as cores”. Não é inocente chamar os explorados

de nossa sociedade de “excluídos”. Primeiro, porque,

sutilmente, se está negando aos pobres a humanidade que

os outros teriam. Segundo porque se está desvinculando

a pobreza (“exclusão”) da riqueza (“inclusão”). Por esse

60. modo de pensar, aparentemente inocente, os ricos nada

têm a ver com os pobres. Estes são problema do governo,

“que devia dar escola, saúde e segurança aos excluídos” e

dos políticos “que só sabem roubar”.

Temos até hoje feira de trabalhadores: centenas de

65. homens fortes acocorados esperando o “gato” selecionar

os que vão trabalhar. O salário obedece à lei da oferta e

procura: sobe se os acocorados forem poucos, desce se

forem muitos.

Como lidar com o número crescente de pessoas que

70. nascem, vivem e morrem sem trabalho? O Brasil inventou

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várias “soluções” para esse problema do desenvolvimento.

Uma delas foi o padrão popular de acumulação: o Se Virar.

Os que se viram não estão excluídos de nada. Pertencem a

um padrão de acumulação que compete há cem anos com

75. o padrão capitalista.

Na minha feira, há muitos vendedores de limão. Alguns

vendem outras coisas. São “excluídos”? Produzem mais-

valia como qualquer outro proletário. Desejam roupas, tênis,

bailes, prestígio, mulheres de revista, adrenalina, alucinação.

80. Têm desejos e compram a sua satisfação possuindo a

imagem (ou a simulação) dos objetos do desejo. Se tiverem

competência e sorte, se tornarão vendedores de objetos

(como limão) ou de sensações (como cocaína). Alguns

abraçarão a profissão do Ide. De um jeito ou de outro, todos

85. estão incluídos.

(Adaptação do texto de SANTOS, Joel Rufino dos. Jornal do Brasil, domingo,11/03/2001.)

A sociedade não tem lado de fora. O que está fora da sociedade seriadesumano, pois ela nada mais é que a relação entre os humanos. (L. 33-35)

A respeito do uso do vocábulo pois no fragmento acima, pode-se afirmar que se tratade:

(A) uma conjunção subordinativa que estabelece conexão entre as oraçõesintroduzindo valor de explicação.

(B) uma preposição que estabelece conexão entre períodos coordenativosintroduzindo valor de consequência.

(C) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as oraçõesintroduzindo valor de alternância.

(D) um pronome relativo que introduz a oração relativa explicativa, retomando aexpressão sociedade.

(E) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as oraçõesintroduzindo valor de explicação.

Comentário.

Como é complicado distinguir orações subordinadas causais de coordenadasexplicativas, vamos começar por eliminar opções que nada têm a ver com o trechodestacado.

a) Se a oração é explicativa, a conjunção não é subordinativa, mas coordenativa(são cinco: aditiva, adversativa, alternativa, explicativa e conclusiva).

b) A palavra “pois” é uma conjunção, e não uma preposição.

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c) A conjunção é coordenativa, mas a relação entre as orações não é de alternância(como em “Ou eu vou, ou você vai.”).

d) A palavra “pois” é uma conjunção, e não um pronome relativo (de novo com essaladainha, meu filho?!?!...rs...). Só um detalhe importante: as orações subordinadasadjetivas, por serem introduzidas por pronomes relativos, também recebem o nomede “orações relativas”, como indicou o examinador na opção. Não é o caso daconstrução do enunciado, mas o conceito está certo.

Só sobrou a opção E (tomara que esteja certa!!!...rs...).

e) A conjunção “pois” é uma conjunção (ponto para ele!), que pode ser coordenativa,com valor explicativo (é isso aí!...rs...)

Há alguns indícios de que se trata de uma explicação, e não de causa: a pausa antesda conjunção “pois”; a justificativa presente na oração sindética (a que apresenta aconjunção) para a afirmação da oração anterior (chamada “assindética”).

Ótimo! Encontramos a resposta certa!

Gabarito: E

53 - (FGV/BADESC – Nível Superior/2010)

Jeitinho

O jeitinho não se relaciona com um sentimento revolucionário, pois aqui não há oânimo de se mudar o status quo. O que se busca é obter um rápido favor para si, àsescondidas e sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também definidocomo "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar bem" em uma situação"apertada".

Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo Roberto DaMatta compara apostura dos norte-americanos e a dos brasileiros em relação às leis. Explica que aatitude formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa admiração eespanto aos brasileiros, acostumados a violar e a ver violadas as própriasinstituições; no entanto, afirma que é ingênuo creditar a postura brasileira apenas àausência de educação adequada.

O antropólogo prossegue explicando que, diferente das norte-americanas, asinstituições brasileiras foram desenhadas para coagir e desarticular o indivíduo. Anatureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, éinadequada à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – defineprecisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade social da Índia.

Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma realidade opressora, obrasileiro buscará utilizar recursos que vençam a dureza da formalidade se quiserobter o que muitas vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de umaautoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma coisa quepossuam em comum - um conhecido, uma cidade da qual gostam, a “terrinha” natalonde passaram a infância – e apelará para um discurso emocional, com a certeza deque a autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem se sentirtocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o que precisa.

Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem permissividade alguma epossuem franca influência na esfera dos costumes e da vida privada. Em termosmais populares, diz-se que, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se queé possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples: acredita-se que a

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exceção a ser aberta em nome da cordialidade não constituiria pretexto para outrasexceções. Portanto, o jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá feridaapós o uso desse atalho.

Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também exercida por esferas deinfluência superiores. Quando uma autoridade "maior" vê-se coagida por uma"menor", imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma, buscarádissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma sanção.

A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe conhecido por "carteirada", quese vale da célebre frase "você sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico,um promotor público que vê seu carro sendo multado por uma autoridade de trânsitoimediatamente fará uso (no caso, abusivo) de sua autoridade: "Você sabe com quemestá falando? Eu sou o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, dequalquer forma, um "jeitinho" foi dado.

(In: www.wikipedia.org - com adaptações.)

A natureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, éinadequada à realidade individual.

A respeito do uso do vocábulo porém no fragmento acima, é correto afirmar que setrata de uma conjunção:

(A) subordinativa que estabelece conexão entre a oração principal e a adverbialconcessiva.

(B) integrante que estabelece conexão entre períodos coordenados com valor deconsequência.

(C) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo oração devalor adversativo.

(D) integrante que estabelece conexão entre a oração principal e a oração objetivadireta.

(E) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo oração comvalor explicativo.

Comentário.

Em regra (lembre-se de que só podemos classificar uma conjunção na construção), aconjunção “porém” é adversativa. Vejamos, então, a passagem em análise.

“A natureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, éinadequada à realidade individual.”

No texto, o autor argumenta que, no Brasil, as instituições foram concebidas paracoagir e desarticular o indivíduo, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos. Anatureza do Estado é naturalmente coercitiva (é a chamada “mão forte doEstado/governo”), mas, em relação à realidade brasileira, inadequada, já que não hácorrespondência entre arrecadação e aplicação dos recursos.

São, portanto, ideias em sentido contrário.

Vamos, então, como na questão anterior, eliminar as opções que não têm relaçãocom o trecho.

a) A conjunção “porém” é coordenativa, e não subordinativa.

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b) Também não é uma conjunção integrante – são apenas duas: que / se. Alémdisso, quem estabelece relação de consequência é a conjunção subordinativaconsecutiva (como em “Eu tenho tanto a te falar / que com palavras não seidizer...”).

c) É uma conjunção coordenativa (oba!) que estabelece conexão entre as ideias comvalor adversativo. Valeu! É essa a resposta certa.

d) De novo? Já disse que não é conjunção integrante!

e) É uma conjunção coordenativa, mas não com valor explicativo (errou!).

Gabarito: C

54 - (FGV/PREF.ANGRA DOS REIS – Auditor / 2010)

Da mesma forma, diarreias epidêmicas, parasitoses intestinais e outrasenfermidades transmissíveis por meio da água contaminada têm sua incidênciaaumentada, tanto por causa das dificuldades de saneamento nas secas, quanto porcontaminação com esgotos, lixo e dejetos de animais durante as enchentes. (L.78-84)

O período acima

(A) é composto por coordenação.

(B) é composto por subordinação.

(C) é composto por coordenação e subordinação.

(D) é simples.

(E) apresenta orações reduzidas.

Comentário.

A partir de agora, falaremos sobre os PERÍODOS, que podem ser SIMPLES ou COMPOSTOS.

Período Simples - É enunciado que possui uma única oração, chamada de “oraçãoabsoluta”.

Período Composto - É o período constituído de duas ou mais orações, sabendo-seque cada oração é, obrigatoriamente, estruturada em torno de um verbo. O períodocomposto pode ser formado por COORDENAÇÃO (orações independentes) ouSUBORDINAÇÃO (orações dependentes).

As orações coordenadas são independentes sintaticamente. Não exercem nenhumafunção sintática em relação a outra dentro do período. Quando não são introduzidaspor conjunções (conectivos), são classificadas como assindéticas. Se introduzidaspor conjunções, classificam-se como sindéticas, recebendo o nome da conjunçãoque as introduzem (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas).

Veremos, em questões seguintes, casos de orações subordinadas à mesma oraçãoprincipal e coordenadas entre si, por estarem ligadas por uma conjunçãocoordenativa. Nesses casos, pode-se manter apenas a primeira conjunção integrante(que estabelece a relação de subordinação delas à principal), omitindo as demaisocorrências.

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Já as orações subordinadas são dependentes sintaticamente de outra, ou seja, essaoração exerce determinada função sintática (correspondente ao substantivo,adjetivo ou advérbio) em outra que, em relação a ela, é considerada a oraçãoprincipal.

Com isso, há nesse período composto orações principais (em que estão presentes ostermos regentes ou o antecedente do pronome relativo, no caso de oraçõesadjetivas) e subordinadas (termos regidos ou o pronome relativo, que retoma oantecedente presente na oração principal).

Na questão em análise, temos apenas UM PERÍODO, haja vista que existe apenasuma oração (chamada de “absoluta”), ainda que dela façam parte tantos elementos.

Vejamos:

- A expressão “Da mesma forma” serve de conexão com as ideias anteriormenteapresentadas, mas não forma uma nova oração. É o que alguns autores chamam de“termos ou elementos de articulação textual”.

- As causas do aumento da incidência de doenças transmissíveis pela águacontaminada são apresentadas a partir da estrutura “tanto por causa... durante asenchentes”, que faz parte da mesma oração.

Gabarito: D

55 - (FGV/CODESP – Superior/2010)

São numerosas oportunidades perdidas que se multiplicarão, se a economiabrasileira continuar com seu impulso de crescimento — e a qualidade daeducação continuar baixa. (L.17-20)

A respeito da composição do período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. Há uma oração principal.

II. Há duas orações subordinadas adverbiais.

III. O período é composto por coordenação e subordinação.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(C) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentário.

Precisamos analisar em quantas orações se divide o período e como é a relação entreelas.

Antes, porém, falaremos sobre as orações subordinadas adjetivas.

Sempre que houver um pronome relativo, podemos afirmar, sem medo de errar, queali tem início uma oração subordinada adjetiva. Como o pronome relativo retoma umantecedente (pronome ou substantivo mencionado anteriormente), essa oração pode

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ter uma das seguintes finalidades:

- restringir o alcance desse termo – são as orações subordinadas adjetivasrestritivas, que nunca recebem vírgula, como acontece com qualquer outro termode valor restritivo (não colocamos vírgula, por exemplo, entre um substantivo e umadjetivo, como em “casa azul”);

- explicar ou apresentar um comentário, citar uma característica do termoantecedente, caso em que sempre será a oração separada ou isolada porvírgula(s).

Assim, em relação aos sinais de pontuação, aprendemos que:

- com a oração subordinada adjetiva restritiva, a vírgula é proibida;

- com a oração subordinada adjetiva explicativa, a vírgula é obrigatória.

E qual o caso de vírgula facultativa em orações adjetivas? Resposta: NENHUM!!!

Vamos, agora, dar sequência à análise do período composto.

1 – “São numerosas oportunidades perdidas” – oração principal em relação à oraçãonº 2.

2 – “que se multiplicarão” – oração subordinada adjetiva restritiva (restringe oalcance de “oportunidades”, presente na oração nº 1);

3 – “se a economia brasileira continuar com seu impulso de crescimento” – oraçãosubordinada adverbial condicional, sendo que o fato a ser realizado caso essacondição se estabeleça está presente na oração 2 (“que se multiplicarão”), sendoesta oração chamada de “principal” em relação às orações 3 e 4; isso significa que aoração nº 2 é subordinada em relação à oração nº 1 e principal em relação àsorações 3 e 4.

4 – “e a qualidade da educação continuar baixa” – em relação à sua oração principal(“que se multiplicarão”), essa oração também apresenta valor condicional, como aoração nº 3, mas em relação a esta possui relação de coordenação, com valor aditivo(conjunção “e”).

É o que Bechara intitula “concorrência de subordinadas”.

Note que são duas as condições para que as oportunidades se multipliquem: (1) se aeconomia brasileira permanecer com seu impulso de crescimento e (2) se aqualidade da educação continuar baixa.

Como as duas orações subordinadas adverbiais estabelecem com a sua oraçãoprincipal a mesma relação sintática (adjunto adverbial), a partir da segundaocorrência, a conjunção pode ser omitida (isso vale para as conjunções adverbiais,as conjunções integrantes, os pronomes relativos, as preposições etc., desde quetodos os termos exerçam a mesma função sintática em relação ao mesmo termoregente).

Agora que realizamos todas as análises possíveis sobre o período composto, vamosàs afirmações do examinador.

I – “Há uma oração principal” – como acabamos de ver, não temos nesse períodouma oração principal, mas duas; a oração nº 1 (“São numerosas oportunidadesperdidas”) é a oração principal em relação à oração nº 2 (“que se multiplicarão”) eesta é a oração principal em relação às orações nº 3 e 4 (ambas com valorcondicional). ITEM ERRADO.

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II – “Há duas orações subordinadas adverbiais” – Está correta: são as oraçõessubordinadas condicionais. Cuidado, pois, se a banca afirmasse serem duas asorações subordinadas, tal afirmação estaria errada, uma vez que existe umaterceira: a oração subordinada adjetiva (oração nº 2). ITEM CERTO.

III – “O período é composto por coordenação e subordinação”. Está certo também.Vimos que as duas últimas orações (nº 3 e 4) possuem relação de subordinação emrelação à oração nº 2 mas, entre si, são coordenadas (ligadas pela conjunçãocoordenativa aditiva “e”). ITEM CERTO.

Estão certos, portanto, os itens II e III. Considero essa uma questão bastante difícil,em função da análise realizada no item I.

Gabarito: E

56 - (FGV/CODESP – Nível Médio/2010)

Em 1994, foi criado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico edo Trabalho (National Economic Development and Labour Council —NEDLAC), cujo principal objetivo consistia em promover a integração entregoverno, empresários e trabalhadores, tornando as decisões econômicasmais abrangentes para promover as metas do crescimento econômico e daigualdade social. (L.42-50)

Em relação ao período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O período é composto por quatro orações.

II. Há duas ocorrências de predicativo do objeto.

III. Há um caso de oração subordinada substantiva objetiva direta.

Assinale

(A)se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B)se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(C)se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D)se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E)se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentário.

Como a banca adora esse tipo de questão, viu? Por isso, todo cuidado é pouco.

Vamos “dissecar” o período (rs...).

Oração 1 – “Em 1994, foi criado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômicoe do Trabalho (National Economic Development and Labour Council — NEDLAC)” –oração principal

Oração 2 – “cujo principal objeto consistia em” – oração subordinada adjetivaexplicativa (olha a vírgula antes do pronome relativo “cujo”!) em relação à oração nº1;

Oração 3 – “promover a integração entre governo, empresários e trabalhadores” –como podemos substituir toda essa oração pela palavra ISSO (= consistia NISSO),

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vemos que essa é uma oração subordinada substantiva. Como sua função sintática écomplementar o verbo com preposição obrigatória, é classificada como uma oraçãosubordinada substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo.

Oração 4 – “tornando as decisões econômicas mais abrangentes para” – oraçãoreduzida de gerúndio cujo valor pode ser classificado como aditivo (equivalente a “etornou”) ou consecutivo (equivalente a “o que tornou ...”). Nessa oração, há umverbo transobjetivo, que é aquele que, além do objeto (“as decisões econômicas”),requer mais alguma informação, trazida pelo predicativo do objeto (“maisabrangentes”).

Oração 5 – “promover as metas do crescimento econômico e da igualdade social” –oração subordinada adverbial final (indica a finalidade) reduzida de infinitivo.

Vamos, agora, analisar as afirmações:

I – ITEM ERRADO. Como vimos, são cinco, e não quatro, as orações que formam operíodo composto.

II – ITEM ERRADO. Há apenas um predicativo do objeto: “mais abrangente”, quecomplementa o verbo “tornar”.

III – ITEM ERRADO. A oração nº 3 é uma oração subordinada substantivaobjetiva indireta, e não “direta”.

Todos os itens estão errados.

Gabarito: D

57 - (FGV/POTIGAS – Nível Médio/2006)

Ao rejeitar essa destruição, a UAI estava dizendo que o céu deve caber na gaveta. (L.16-17)

No período acima, há:

(A) seis orações.

(B) cinco orações.

(C) quatro orações.

(D) três orações.

(E) duas orações.

Comentário.

Mais uma vez, vamos analisar o período composto:

Oração 1 – Ao rejeitar essa destruição – oração reduzida de infinitivo;

Oração 2 – a UAI estava dizendo - oração principal em relação às demais;

Oração 3 – que o céu deve caber na gaveta – oração subordinada substantivaobjetiva direta (notou que poderíamos substituir toda essa oração pela palavraISSO?).

São, portanto, três orações.

Gabarito: D

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58 - (FGV/SEFAZ RJ – caderno amarelo/2008)

“É importante que os contribuintes percebam que a política tributária éjusta, a administração fiscal é proba, sensível e confiável, e os recursosarrecadados são corretamente aplicados.” (L.158-161)

A respeito da estrutura sintática do período acima, é correto afirmar que há:

(A) cinco orações subordinadas e duas coordenadas entre si.

(B) quatro orações subordinadas e três coordenadas entre si.

(C) quatro orações subordinadas e duas coordenadas entre si.

(D) cinco orações subordinadas e três coordenadas entre si.

(E) três orações subordinadas e somente uma coordenada.

Comentário.

Vamos separar as orações do período:

1ª oração – É importante – oração principal em relação à segunda;

2ª oração – que os contribuintes percebam – oração subordinada substantivasubjetiva (É importante ISSO SUJEITO) e oração principal em relação àsseguintes;

3ª oração – que a política tributária é justa

4ª oração – (que) a administração é proba, sensível e confiável

5ª oração – e (que) os recursos arrecadados são corretamente aplicados

Essas três últimas orações exercem a função sintática de complemento verbal doverbo PERCEBER, presente na 2ª oração ( que os contribuintes percebam ISSO,ISSO e ISSO). São, portanto, classificadas como orações subordinadassubstantivas objetivas diretas. Essas orações são subordinadas em relação à 2ªoração e coordenadas entre si (veja a conjunção aditiva “e” antecedendo a 5ªoração).

Assim, temos um total de cinco orações, sendo quatro subordinadas (a segunda emrelação à primeira e as outras três em relação à segunda) e três coordenadas entresi (as três últimas).

Gabarito: B

59 – (FGV/SSP RJ – INSPETOR/2008)

“Conduzo tua lisa mão / Por uma escada espiral / E no alto da torre exibo-te o varal/ Onde balança ao léu minh’alma” (versos 22 a 25)

Tomando o trecho acima como um período composto, há:

(A) três orações, sendo duas subordinadas.

(B) três orações, sendo uma subordinada.

(C) quatro orações, sendo duas coordenadas.

(D) quatro orações, sendo uma coordenada.

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(E) duas orações, sendo uma coordenada.

Comentário.

Vamos, para não perder o hábito (rs...), separar o período em orações:

1ª oração: Conduzo tua lisa mão por uma escada espiral – oração coordenada assindética em relação à segunda;

2ª oração: E no alto da torre exibo-te o varal – oração coordenada sindética aditivaem relação à 2a e, em relação à 3ª, oração principal;

3ª oração: onde balança ao léu minh’alma. – oração subordinada adjetiva restritiva(o pronome relativo “onde” retoma o antecedente “varal”, presente na 2a oração).

Assim, temos três orações, sendo duas coordenadas e uma subordinada.

Gabarito: B

60 - (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal - Natal/2008)

A linguagem da mídia é uma das mais constantes

formas de comunicação a que as pessoas têm acesso.

Com os avanços da tecnologia, a produção de notícias

escritas e faladas invade nosso cotidiano. O noticiário

5. tem um papel social e político, assim como educacional:

ao estarmos expostos a ele fazemos conexões e

tentamos entender e explicar como acontecimentos

relatados na mídia se relacionam com nossas vidas e

com a sociedade como um todo. Entretanto, notícias

10. são relatos de fatos e não o fato em si. O tratamento

de qualquer tópico, portanto, sempre dependerá de

quem o escolheu e de que ponto de vista será relatado.

Relatos, assim, não são uma representação de fatos,

mas uma construção cultural que codifica valores fixos,

15. já que os jornalistas obedecem a uma série de critérios

que determinam se um fato pode ser relatado ou não.

(Carmen Rosa Caldas-Coulthard. A imprensa britânica e a representação da América Latina: recontextualização textual e prática social)

Analise o seguinte item a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto.

- O sinal de dois-pontos depois de “educacional” (l.5) introduz uma explicação; porisso poderia ser substituído por uma vírgula seguida de porque.

Comentário.

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Resolvemos encerrar a aula com esta questão por envolver aspectos tanto deconjunção quanto de pontuação (assunto da próxima aula).

Quando o examinador sugere a retirada do sinal de dois-pontos e a colocação daconjunção “porque” após uma vírgula, deixa claro que o segmento que vem após osinal de dois-pontos apresentava aspecto de explicação, podendo ser perfeitamentesubstituído pela conjunção “porque”. Por ser explicativo, essa conjunção admite umavírgula antes de si. Aliás, como vimos neste material, essa é uma das diferençasentre o “porque” causal e o explicativo. Se a conjunção introduzisse informações comvalor de causa, a vírgula não poderia ser usada (a não ser em casos especiais, dadaa extensão da oração, por exemplo).

Assim, a nova construção seria:

O noticiário tem um papel social e político, assim como educacional, porqueao estarmos expostos a ele fazemos conexões e tentamos entender eexplicar como acontecimentos relatados na mídia se relacionam com nossasvidas e com a sociedade como um todo.

Talvez você esteja achando necessária uma vírgula após a conjunção “porque”, masnote que a oração “ao estarmos expostos a ele” não possui nenhuma vírgula em seuencerramento, não podendo ser empregada nenhuma em sua introdução. Oucolocamos duas vírgulas, isolando a oração (“... educacional, porque, AO ESTARMOSEXPOSTOS A ELE, fazemos conexões...”), ou não usamos nenhuma, exatamentecomo ficou após as trocas.

ITEM CERTO

Por hoje é só. Na próxima aula, falaremos sobre PONTUAÇÃO (questão certa emprova). Abraço e até lá.

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS

1 - (FGV/MEC/2008)

“À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de organização deuma sociedade é a regulação pelo mercado, podemos opor a proposta de organizaras sociedades e o mundo a partir do acesso para todos aos direitos fundamentais.” (L.35-39)

As ocorrências da palavra QUE no trecho acima são classificadas como:

(A) conjunção integrante e conjunção integrante.

(B) pronome relativo e conjunção integrante.

(C) pronome relativo e pronome relativo.

(D) conjunção subordinativa e conjunção subordinativa.

(E) conjunção integrante e pronome relativo.

2 - (FGV/CODESP – Nível Médio/2010)

Comércio exterior da Baixada Santista atinge US$ 1,6 bilhão no 12 trimestre

O comércio exterior das nove cidades da

Baixada Santista, a exemplo do brasileiro, deixou

para trás a crise econômica que reduziu as trocas

internacionais nos últimos dois anos. No primeiro

5 trimestre do ano, os negócios de importação e

exportação fechados na região somaram US$ 1,668

bilhão, montante 37,76% maior do que o registrado

no mesmo período do ano passado.

Na comparação com o primeiro trimestre

10 do ano passado, a variação foi melhor do

que a do País (30,65%), que somou US$ 77,56 bilhões. As

nove cidades da região metropolitana foram

responsáveis por 2,15% dos registros de negócio

para o mercado internacional.

15 Os dados da balança comercial brasileira

foram divulgados ontem pelo Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Estas informações são um parâmetro para se medir

a importância de cada cidade para o comércio

20 exterior brasileiro.

No caso da Baixada Santista, os números são

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amplificados naturalmente devido à

proximidade com o Porto de pelo qual

empresas e órgãos públicos de cada município

25 podem promover despachos e desembaraços de

mercadorias, conforme suas necessidades e

contando com maior facilidade.

(Samuel Rodrigues. A Tribuna. 16 de abril de 2010)

Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a variação foi melhor doque a do País (30,65%), que somou US$ 77,56 bilhões. (L9-11)

As duas ocorrências da palavra QUE no período acima classificam-se,respectivamente, como

(A) conjunção e conjunção.

(B) pronome relativo e conjunção.

(C) pronome relativo e pronome relativo.

(D) substantivo e pronome adjetivo.

(E) conjunção e pronome relativo.

3 - (ESAF / IRB – Advogado / 2006)

Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo.

O reconhecimento _________ trabalho é um elemento ______ integra a vida dos jovens no Brasil pouco ajuda para a compreensão das relações entre esse mundo e aconfiguração da identidade. Ou seja, a sociabilidade tecida pela mediação dosvínculos com o mundo do trabalho, extremamente diversificado, pleno de situaçõesde instabilidade, tende _________ menor força na conformação da identidade do jovem. Tanto a fluidez, a precariedade e a indefinição das relações de trabalho noBrasil, ________ os seus possíveis efeitos na auto-imagem do trabalhador podem contribuir para o enfraquecimento do “orgulho pelo trabalho”, _________o “orgulho do provedor”.

(Marília P. Sposito, A sociabilidade juvenil e a rua: novos conflitos e açãocoletiva na cidade (com adaptações) Tempo social, 165)

a) que – no qual – à – com – produzindo

b) que o – em que – a exercer – quanto – ao produzir

c) do – que – em – como – produz

d) de que o – que – a exercer – como – produzindo

e) de que – o qual – à – com – produzir

4 - (FGV/SSP RJ – PERITO/2008)

A América do Sul é nosso destino

1. O público brasileiro tem ouvido, com alguma frequência,

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notícias a respeito de possível rebelião de países vizinhos

contra aquilo que seus governantes chamam de dívidas

ilegítimas. O Brasil seria alvo quase que exclusivo, pois parte

5. considerável de tal tipo de dívida foi contraída do governo

brasileiro, sobretudo por meio do BNDES, tendo em vista

viabilizar o financiamento de obras de infraestrutura, obras

cuja realização estaria a cargo de grandes empresas de capital

nacional.

10. Não foi sem alguma perplexidade que soubemos que pesa

sobre nosso principal banco de fomento a suspeita de ter

realizado operações pouco transparentes, motivando a reação

dos atuais governantes de países como Equador, Paraguai e

Venezuela. No Congresso, a Comissão de Relações Exteriores

15. e Defesa Nacional ensaia convocar o chanceler Celso Amorim

e o presidente do BNDES, no Coutinho, para prestar os

devidos esclarecimentos. Nada mais justo. Só não vale dizer

que as operações foram feitas sem o devido conhecimento e

aval do Legislativo. A lei impede isso.

20. Ademais, e este talvez seja o ponto principal, se o que está

em tela é o modelo que possibilitou a realização da hidrelétrica

de San Francisco no Equador, por meio da geração de

empregos no Brasil e da exportação de bens e serviços

brasileiros de alto valor agregado, longe estamos de uma

25. situação em que o interesse nacional brasileiro não esteja

sendo atendido.

É importante que o público saiba que o modelo

institucional de garantias mútuas que viabiliza

empreendimentos de alta complexidade, com alto valor

30. agregado envolvido, como são os casos de diversas

operações de empréstimos do BNDES a governos vizinhos, é

de fundamental valor estratégico para a economia brasileira e

da América Latina. Trata-se do CCR, convênio entre os países

da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração) que

35. possui como objetivos básicos estimular as relações

financeiras entre os países da região, facilitar a expansão do

comércio recíproco e sistematizar as consultas mútuas em

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matérias monetárias, cambiais e de pagamentos.

O CCR foi muito utilizado ao longo da chamada década

40. perdida, permitindo que a economia latino-americana não

desaparecesse com a crise da dívida externa e impulsionasse

obras vitais para a industrialização das suas economias, teve o

ritmo amortecido durante o período neoliberal, mas volta com

muita força agora que o desenvolvimentismo volta a ser o foco

45. de atuação dos governos da região. Ele será mais importante

ainda neste momento de crise internacional e de escassez de

moeda forte estrangeira.

É importante que autoridades parlamentares e o público

brasileiro saibam também que o comportamento do governo

50. equatoriano não atinge o Brasil apenas. Atinge toda a região e

a si mesmo, pois o Equador é credor no âmbito do CCR, e a

efetiva realização da ameaça de não honrar compromisso

assumido o impedirá de receber aquilo que lhe é devido.

Uma estratégia correta nessa conjuntura é a de coordenar

55. esforços multilaterais no âmbito do continente, tendo em vista

demonstrar para o governo do Equador que sua atual rota de

ação pode agravar a situação de penúria na qual se veem

envolvidos vários dos povos da América do Sul, pois ela

ameaça a realização de projetos centrais para a alavancagem

60. econômica da região. Não vale a pena, nessa conjuntura,

fragilizar o governo e sua política externa, como se fosse

possível tornar esta matéria elemento decisivo para o jogo

eleitoral para daqui a dois anos.

Como se fosse possível nos “desacoplarmos” da América

65. do Sul, informando aos nossos vizinhos que nada temos a ver

com o que acontece em suas fronteiras. Como se não

comprássemos seus produtos, como se não vendêssemos

bens e serviços de alto valor agregado, como se não

convivêssemos em um mesmo contexto geopolítico.

70. A América do Sul é nosso destino – disso já sabiam

governantes brasileiros antes da atual administração. A ênfase

que lhe é dada hoje tem trazido benefícios importantes. O

BNDES e o CCR são instituições e mecanismos fundamentais

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para a realização do interesse nacional no desenvolvimento

75. econômico sustentado. A elite brasileira não deve cair na

armadilha de, em nome de uma disputa eleitoral longínqua,

comprometer a credibilidade daquilo que tem feito a diferença

de nosso país vis-à-vis países que ainda patinam para

reequipar suas economias.

(Fabiano Guilherme Mendes dos Santos. Folha de São Paulo, 30/12/2008)

“Como se fosse possível nos ‘desacoplarmos’ da América do Sul, informando aos nossos vizinhos que nada temos a ver com o que acontece em suas fronteiras.” (L.64-66)

As palavras grifadas no trecho acima classificam-se, respectivamente, como:

(A) conjunção integrante – conjunção integrante – pronome relativo.

(B) conjunção integrante – conjunção subordinativa – conjunção subordinativa.

(C) conjunção subordinativa – conjunção subordinativa – conjunção integrante.

(D) conjunção subordinativa – conjunção integrante – pronome relativo.

(E) indeterminador do sujeito – pronome relativo – conjunção integrante.

5 - (FGV/SAD PE- Analista de Controle Interno/2008)

A flexibilidade era muito baixa e os profissionais funcionavam como que em umagrande máquina, cuja velocidade de trabalho era ditada de cima para baixo. (L.13-15)

Assinale a alternativa que indique corretamente a relação semântica estabelecidapela expressão como que no fragmento acima.

(A) Comparação.

(B) Consequência.

(C) Adversidade.

(D) Concessão.

(E) Conclusão.

6 - (FGV/TCM PA/2008)

“Como foi a primeira perda desde o lançamento de suas ações na Bolsa, em 1994,o resultado teve efeito de um terremoto financeiro, nos já violentamentetraumatizados EUA.” (L.19-22)

Assinale a alternativa em que o termo indicado não poderia substituir o termodestacado no trecho acima sob pena de provocar alteração gramatical e semântica.

(A) Já que

(B) Uma vez que

(C) Por que

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(D) Dado que

(E) Visto que

7 - (FGV/MINC/2006)

Foto dos Sonhos

1. O engenheiro colombiano Joaquín Sarmiento trabalhava

em Nova York e se sentia, muitas vezes, solitário. Era mais um

daqueles imigrantes nostálgicos. Para ocupar as horas vagas,

decidiu aprender fotografia. Estava, nesse momento,

5. descobrindo um novo ângulo para a sua vida, sem volta. A

vontade de se aventurar pela América Latina tirando fotos fez

com que ele deixasse para sempre a paisagem nova-iorquina,

aposentasse sua carreira de engenheiro e transformasse

Paraisópolis, uma das maiores favelas paulistanas, em seu

10. cenário cotidiano. "Estou ficando sem dinheiro, mas é uma

bela aventura."

Depois de três anos nos Estados Unidos, voltou para

Bogotá, planejando trabalhar em obras de infra-estrutura.

Mudou de idéia. Com 26 anos, percebeu que o hobby que

15. tinha adquirido em Nova York se convertera em paixão. No

final de 2004, veio com sua família para duas semanas de

férias em São Paulo. "Como sempre tive muito interesse em

estudar a América Latina, fui ficando." Soube então de uma

experiência desenvolvida pelo colégio Miguel de Cervantes,

20. criado por espanhóis, na vizinha Paraisópolis.

Lá, alunos ajudaram a criar um centro cultural batizado de

"Barracão dos Sonhos", no qual se misturam ritmos afros e

ibéricos. Desse encontro nasceu, por exemplo, a estranha

mistura dos ritmos e bailados flamencos com o samba.

25. "Resolvi registrar esse convívio e, aos poucos, ia me

embrenhando na favela para conhecer seus personagens."

O que era, inicialmente, para ser um cenário fotográfico

virou uma espécie de laboratório pessoal. Joaquín sentiu-se

estimulado a dar oficinas de fotografia a jovens e crianças de

30. Paraisópolis. "Descobri mais um ângulo das fotos: o ângulo de

ensinar a olhar." Lentamente, naquele espaço, temido por

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muitos, Joaquín ia se sentindo em casa. "Há um jeito muito

similar de acolhimento dos latino-americanos, apesar de toda

a violência."

35. Sem saber ainda direito como vai sobreviver – "as reservas

que acumulei em Nova York estão indo embora" –, ele planeja

as próximas paradas pela América do Sul. Mas, antes de se

despedir, pretende fazer uma exposição sobre o seu olhar

pelo Brasil. Até lá, está aproveitando a internet

40. (www.joaquinsarmiento.com) para mostrar algumas das

imagens fotográficas que documentam seus trajetos.

(Gilberto Dimenstein. Folha de São Paulo, 12/04/2006)

O vocábulo Como (L.17) introduz idéia de:

(A) causa.

(B) comparação.

(C) concessão.

(D) conseqüência.

(E) explicação.

8 - (ESAF/MPOG - EPPGG/2009)

Analise a proposição a respeito das estruturas linguísticas do seguinte texto.

1. Publicidade, do latim, publicus e do verbo publicare,

é um termo originalmente vocacionado para a vida

pública, a livre e plural circulação das ideias. Portanto,

para a democracia, publicar era próprio dos reinos,

impérios, estados e, por fim, das repúblicas. Antítese

5. de segredo, a publicidade atendia aos interesses de

governantes ao informar e aos das pessoas em querer

saber dos assuntos importantes. Tal como Janus,

a divindade mitológica de duas faces, o interesse

público tanto serve ao Estado como ao cidadão e,

10. modernamente, de forma a combinar accountability,

ou responsabilização – a obrigação legal de publicar

(do Estado) – e o direito legal de saber (do cidadão).

Publicistas foram ‘ilustres homens públicos’,

difusores de grandes propostas de mudanças.

15. Grandes persuasores de ideias avançadas e

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emancipatórias, faziam uso da sua capacidade de

falar, de escrever, de publicar para liderar grandes

mudanças de governos, de regimes políticos, etc.

(Discutindo Língua Portuguesa, ano 2, n. 14, com adaptações)

- Por meio da expressão “Tal como” (l. 8), o texto compara as duas faces de Janus àpossibilidade de a publicidade ter tanto consequências negativas quanto positivas navida das pessoas.

9 - (ESAF/ANEEL – Técnico/2006 - adaptada)

A classe média está mudando. Essa classe média é herdeira da porção Bélgica daBelíndia (mistura de Bélgica e Índia, expressão usada na década de 70 para explicara desigualdade no Brasil). Ela antes tinha acesso ao sistema financeiro habitacional,a universidades públicas, à expansão de empresas estatais cheias de ofertas detrabalho e à indexação, que reajustava o dinheiro nos bancos. Na década de 90,essas facilidades acabaram e a classe média passou a ter mais gastos. É como se elativesse viajado sempre de executiva e agora tivesse de andar de econômica. Emcompensação, existe uma população que era de baixa renda e ascendeu.

(Adaptado de Ricardo Neves, Correio Braziliense, 22 de fevereiro de 2006)

Julgue as afirmações a respeito do texto como verdadeiras (V) ou falsas (F), paramarcar, a seguir, a opção correta.

I - As duas orações coordenadas que seguem a expressão “Na década de 90” (l.8),expressam, semanticamente, uma relação que também pode ser escrita em apenasuma oração: com o fim dessas facilidades, a classe média passou a ter maisgastos.

II - A conjunção “e”(l.7) coordena duas orações que, semanticamente, expressamum contraste; por isso equivale a mas.

III - O conectivo “Em compensação” (l.12) está empregado com valor adversativo,pois introduz um período sintático que, semanticamente, contradiz o que afirma aprimeira oração do texto.

a) V / F / F

b) V / F / V

c) F / V / F

d) F / F / V

e) V / V / F

10 - (FCC / Analista Sistemas Maranhão /Setembro 2006)

A frase em que ocorre uma relação de causa e consequência é:

(A) Já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e política de todas asformas de progresso.

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(B) Viam-se florestas sendo derrubadas sem qualquer justificativa minimamenteaceitável.

(C) Popularizaram-se, desde que a Ecologia saiu das academias, muitas medidas emfavor da preservação ambiental.

(D) A tarefa começa em nosso pequeno mundo, em nossos arredores, ao contráriodos que acham que só as grandes intervenções têm sentido.

(E) O último apelo do autor do texto é que avaliemos bem o sentido da palavraprogresso a cada vez que a empregarmos.

11 - (FCC/Agente de Polícia – Maranhão/Setembro 2006)

Identifica-se relação de causa e conseqüência, respectivamente, na frase:

(A) O típico destruidor de livros é um erudito que conhece profundamentedeterminada tradição religiosa ou ideológica...

(B) O trajeto histórico do livro começa no que hoje é o Iraque. Foi naquela regiãoque apareceram as primeiras evidências da escrita...

(C) ... na cidade egípcia de Alexandria que, fundada no século III a.C., tinhaprovavelmente o maior acervo de livros do mundo antigo.

(D) Os danos começaram com os bombardeios, mas a devastação maior se deuquando os primeiros combates cessaram.

(E) Contrabandeados para fora do país, livros raros e peças arqueológicasalimentaram o mercado negro internacional.

12 - (ESAF/Ministério das Relações Exteriores - Assistente deChancelaria/2002)

Assinale a opção em que ao menos um dos conectivos propostos para preencher alacuna provoca incoerência textual ou erro gramatical.

O Brasil é um país grande, diversificado _____(a) visto como uma promessa que parece nunca se realizar. O potencial existe, _______(b) há algo bloqueando o Brasil. Acho que é uma combinação de fatores como o sistema político e o modo detrabalhar do cidadão, pouco engajado nos problemas da sociedade, ______(c) é muito freqüente o brasileiro eleger políticos por seu nível de popularidade, semavaliar seus programas e ações. É um país muito importante para a economiamundial, _____(d) sermos sempre decepcionados. É, _______(e), um desafio delicado entender por que as coisas não acontecem rapidamente no Brasil.

(Michel Porter, Veja, 5/12/2001, com adaptações)

a) e / mas

b) entretanto / mas

c) já que / pois

d) embora / apesar de

e) contudo / portanto

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13 - (FCC/AFTE PB/2006)

(...)

Voltando à CPI dos Correios, cabe esclarecer por que há um oceano entre o relatórioe o resultado. "Inquérito" é trabalho de apuração. Se bem feito, propicia bommaterial aos julgadores. Se malfeito, facilita a "pizza", essa maravilhosa invençãoatribuída aos italianos em geral, mas que vem do sul da Itália. "Pizza" transformadaem cambalacho e tapeação? Não necessariamente. Muitas vezes o defeito dadistância entre a apuração e o julgamento está naquela, e não neste, principalmentese for judicial. O mal do julgamento político está em que não considera seu efeitoparalelo do desprestígio para o Parlamento como um todo. No caso atual, porém,não se pode negar que já houve resultados apreciáveis. Para o relatório lido nestasemana cabe esperar pela travessia do oceano e torcer para que chegue a bomporto.

(W. Ceneviva. Folha de S. Paulo. 01/04/2006, C2)

Se bem feito, propicia bom material aos julgadores.

No texto, o conectivo se pode ser substituído, sem alteração de sentido, por

(A) quando.

(B) mesmo.

(C) caso.

(D) embora.

(E) mas.

14 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)

No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime democrático, nãobasta abolir a necessidade de bens básicos. É necessário que o processo produtivoseja capaz de continuar, com eficiência, a produção e a oferta de bens consideradossupérfluos. Em se tratando de um compromisso democrático, uma hierarquia deprioridades deve colocar o básico sobre o supérfluo. O que deve servir comoincentivo para a proposta de casar democracia, fim da apartação e eficiênciaeconômica em geral é o fato de que o potencial econômico do país permite otimismoquanto à possibilidade de atender todas essas necessidades, dentro de umaestratégia em que o tempo não será muito longo.

(Adaptado de Cristovam Buarque, Da modernidade técnica à modernidade ética, p.29)

Analise a proposta de alteração a seguir.

- Substituir o conectivo de valor condicional “se” (l.1) por caso, resultando em casose não provocaria erro ao período.

15 - (ESAF/ATA MF/2009)

Analise a proposição quanto aos elementos linguísticos e semânticos do texto.

Feliz aniversário, Darwin!

2. Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse

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pela seleção natural. Ela, afinal, é a maior responsável

4. pelo barroco processo de desenvolvimento que leva

os organismos complexos inexoravelmente à morte

6. – conceito que não se aplica muito a bactérias e

arqueobactérias, seres que se reproduzem gerando

8. clones de si próprios, partilham identidades com

a transferência horizontal de genes e podem ficar

10. milênios em vida suspensa (no gelo, por exemplo).

A contribuição de Darwin para a ciência e para a história,

12. porém, continua viva, e muito viva, exatamente com a

ideia de seleção natural. Só por isso ele já merece os

14. parabéns. Feliz aniversário, Darwin.

(Marcelo Leite, em: http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/arch2009-02-08)

- O conetivo adversativo “porém”(ℓ.11) se opõe, no contexto, à ideia de que acontribuição de Darwin para a história e para a ciência foi pequena.

16 - (FCC / Analista Judiciário- Enfermagem /Outubro 2006)

Na frase Cansativo que seja, sentimos que estamos no ofício que é nosso, o sentidodo segmento sublinhado equivale ao da expressão

(A) desde que estejamos cansados.

(B) pelo fato de ser cansativo.

(C) a menos que seja cansativo.

(D) ainda que nos canse.

(E) à medida em que seja cansativo.

17 - (ESAF/AFRE MG/2005)

1. Santo Agostinho (354-430), um dos grandes formuladores

do catolicismo, uniu a teologia à filosofia. Sua

contribuição para o estudo das taxas de juros, ainda

que involuntária, foi tremenda. Em suas Confissões, o

5. bispo de Hipona, filho de Santa Mônica, conta que,

ainda adolescente, clamou a Deus que lhe concedesse

a castidade e a continência e fez uma ressalva

– ansiava por essa graça, mas não de imediato. Ele

admitiu que receava perder a concupiscência natural

10. da puberdade. A atitude de Santo Agostinho traduz

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impecavelmente a urgência do ser humano em viver

o aqui e agora. Essa atitude alia-se ao desejo de

adiar quanto puder a dor e arcar com as conseqüências

do desfrute presente – sejam elas de ordem

15. financeira ou de saúde. É justamente essa urgência

que explica a predisposição das pessoas, empresas

e países a pagar altas taxas de juros para usufruir o

mais rápido possível seu objeto de desejo.

(Viver agora, pagar depois, (Fragmento). In: Economia e Negócios, Revista Veja, 30/03/2005, p.90)

Analise a proposição a seguir, com base no texto acima.

- Dada a relação de sentido que se estabelece no período, a conjunção “e” (l..7)poderia ser substituída, mantendo-se a coerência textual, pela conjunção ”mas”precedida de vírgula.

18 - (ESAF/Técnico IPEA/2004)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical, de coesão ou de coerênciatextual.

É relevante(1) o fato de que (2), na idade de ouro do capitalismo, nos 25 anos dopós-guerra, entre os países industrializados, de cada (3) dez empregos criados, seiso (4) eram no setor público. Essa informação não deve surpreender, não obstante (5) a principal característica do estado de bem-estar social é a existência de umserviço público de qualidade e em quantidade suficiente.

(Adaptado de J. Carlos de Assis, A Crise da Economia enquanto Crise do Trabalho)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

19 - (ESAF/ANEEL TÉCNICO/2006)

De fato, os jovens têm motivos para se sentirem inseguros. Começam a vidaprofissional assombrados pelos altos índices de desemprego. Quase a metade dosdesempregados nos grandes centros no Brasil é jovem. Além da falta de experiência,há o despreparo mesmo. Grande parte tem baixa escolaridade. O mercado detrabalho ajuda a perpetuar a desigualdade. Muitos jovens deixam de estudar paratrabalhar. Mas a disputa é acirrada também entre os mais bem-preparados. Agrande oferta de mão-de-obra resulta em um processo cruel de avaliação, comtestes de conhecimentos e de raciocínio lógico, redação, dinâmicas de grupo,entrevistas. E não é só. O jovem deve demonstrar habilidades que muitas vezes nemteve tempo de saber se possui ou de descobrir como adquiri-las. Como o

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conhecimento hoje fica obsoleto muito rápido, a qualificação e o potencialcomportamental é que definem um bom candidato, e não só o preparo técnico.

(Adaptado de ISTOÉ 5/10/2005)

Analise a proposição abaixo a respeito do emprego das estruturas lingüísticas dotexto.

- A relação de sentidos entre os dois primeiros períodos sintáticos do texto permitesubentender uma idéia explicativa, expressa pela conjunção Pois, antes de“Começam” (l.2).

20 – (ESAF/Analista IRB/2004)

Fazer pesquisa é ofício que exige dedicação e paciência, ____1_____ os resultados são lentos e incertos. Além disso, por genial que seja um cientista, não é possívelproduzir conhecimento sozinho. Há o contexto de criação, a comunidade científicanacional e internacional ____2____ se discutem os resultados e ____3____ se expõem métodos e técnicas desenvolvidas em prol do saber. De maneira marcantehá a formação de discípulos, ____4_____ iniciação científica, quando o estudante ainda está nos cursos de graduação, ao doutorado e pós-doutorado.______5_______, é sumamente relevante o debate de idéias em favor do objeto de estudo.

(Adaptado de Roseli Fischmann, Ciência, democracia e direitos,Correio Braziliense,26/01/2004)

Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

2 1 3 4 5

a) já que de que para a qual da Por todas elas

b) pois com quem em que para a Tais níveis

c) porque na qual para a qual desde a Em todos esses níveis

d) porquanto a que da qual com a Naquelas

e) vez que onde de que pela Em certos níveis

21 - (ESAF/TRF/2003) O panorama da sociedade contemporânea sugere-nos incontáveis abordagens daética. À medida que a modernidade — ou a pós-modernidade — avança, novasfacetas surgem com a metamorfose do espírito humano e sua variedade quaseinfinita de ações. Mas, falar sobre ética é como tratar da epopéia humana. Naverdade, está mais para odisséia, gênero que descreve navegações acidentadas,lutas e contratempos incessantes, embates de vida e morte, ilusões de falsos valorescomo cantos de sereias, assédios a pessoas e a propriedades, interessescontraditórios de classes dominantes figuradas pelos deuses, ora hostis orafavoráveis. As aventuras de Ulisses sintetizam e representam o confronto de ideaisnobres e de paixões mesquinhas. Não obstante, narram-se também feitos deabnegação, laços de fidelidade entre as pessoas e suas terras, lances deracionalidade e emoção, a perseverança na reconquista de valores essenciais. Osmitos clássicos são representações de vicissitudes humanas e situações éticas reais.

(Adaptado de José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da Ética, São Paulo: Senac,2002, págs.17 e 18)

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Em relação ao texto, assinale a opção correta.

a) Em “sugere-nos” (l.1) o pronome enclítico exerce a mesma função sintática do“se” em “narram-se”(l.10).

b) Ao se substituir “À medida que”(l.2) por À medida em que, preservam-se asrelações semânticas originais do período.

c) A preposição “com”(l.3) está sendo empregada para conferir a idéia decomparação entre “novas facetas”(l.3) e “metamorfose do espírito humano”(l.3).

d) A expressão “Na verdade, está mais para odisséia”(l.5) e as informações que sesucedem permitem a inferência de que “epopéia”(l.4) não traria a noção dedificuldades, fracassos.

e) O período permaneceria correto se a preposição na expressão “confronto deideais”(l.9) fosse, sem outras alterações no período, substituída por entre.

22 - (ESAF/SEFAZ CE/2007)

Assinale a única reescritura do segmento sublinhado que, em vez de corrigi-lo,introduz erro de natureza morfossintática ao texto.

A campanha “Sua Nota Vale Dinheiro. Ganha você. Ganha o Ceará”, desenvolvidapela Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará - SEFAZ, atinge o seu primeiro anode atividades, (a) cujo crescimento de suas estatísticas revela o sucesso dacampanha. Ela premia os participantes com 0,5% do valor das operações constantesnos cupons e notas fiscais enviados e digitados na SEFAZ.

(b) Participantes de todo Ceará tem aderido à campanha de educação tributária, (c)que objetiva a conscientizar à população acerca da importância da emissão dedocumentos fiscais nas compras no comércio atacadista e varejista, além deincentivar projetos sociais desenvolvidos por entidades sem fins lucrativos.

Para se ter uma amostra do alcance da “Sua Nota”, 286 entidades, de acordo com osdados consolidados até o dia 16 de agosto, (d) procederam o cadastramento nacoordenação-executiva da promoção, o que perfaz um total de 70.354 participantesindiretos e 47.297 pessoas diretamente cadastradas na SEFAZ. Números que,certamente, podem mudar (e) à medida que novos cadastramentos se foremconcretizando

(Adaptado de http://www.sefaz.ce.gov.br/comunicacaosocial/sefaznot.asp#,consultaem 20/10/2006)

Reescrituras:

a) com estatísticas cujo crescimento revela o sucesso da campanha.

b) Participantes de todo o Ceará têm aderido à campanha de educação tributária

c) que objetiva conscientizar a população sobre a importância da emissão de documentos fiscais

d) procederam ao cadastramento junto à cordenação-executiva da promoção

e) à medida em que se for concretizando novos cadastramentos.

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23 – (ESAF/ANA/2009)

Em relação ao texto abaixo, analise as proposições a seguir.

O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição daságuas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações detratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em razão dos altosinvestimentos iniciais necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altoscustos operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos têmincentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de Serviços em ETE,como os Estados Unidos e países da Comunidade Europeia. No Brasil, o problema deviabilidade econômica do investimento público torna-se ainda mais agudo, devido àelevada parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a águade qualidade também é um fator de exclusão social, uma vez que a população debaixa renda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade para beber ouaté mesmo de pagar assistência médica para remediar as doenças de veiculaçãohídrica, decorrentes da ausência de saneamento básico.

(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp)

a) Mantém-se a correção gramatical do período se a conjunção “No entanto”(ℓ.9) forsubstituída por qualquer uma das seguintes: Porém, Todavia, Entretanto, Contudo.

b) Estaria gramaticalmente correta a substituição de “uma vez que”(ℓ. 10) porporquanto.

24 - (ESAF/TRF/2003)

A ciência moderna desestruturou saberes tradicionais, e seu paradigma mecanicista,que encara o mundo natural como máquina desmontável, levou a razão humana aoslimites da perplexidade, porquanto a fragmentação do conhecimento em pequenosredutos fechados se afasta progressivamente da visão do conjunto. A excessivaespecialização das partes subtrai o conhecimento do todo. Daí resulta a dificuldadeteórica e prática para que o espírito humano se situe no tempo e no espaço da suaexistência concreta.

(José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da Ética, SãoPaulo: Senac, 2002, p. 27)

Em relação ao texto, julgue a assertiva abaixo.

- Ao se substituir a conjunção “porquanto”(l.4) pela conjunção porque, as relaçõessintáticas e semânticas do período são mantidas.

25 - (ESAF/Gestor Fazendário MG/2005)

A economia brasileira apresentou um bom desempenho ano passado, incentivada,principalmente, por anterior queda nos juros e pelo crescimento das vendas do paísno exterior. ____(a)___este ano, um desses motores está ausente. ___(b)___ oBanco Central, para combater a inflação, vem elevando seguidamente a taxa básica,hoje situada em 19,25% ao ano. ____(c)____, os juros altos estão contribuindo para frear o crescimento econômico, mas não a inflação._____(d) _____o ganho com a queda da inflação é pequeno, se comparado à perda no crescimento econômico. Nãose defende por meio dessa comparação, o aumento da produção a qualquer custo._____(e)_____o objetivo é expor a atual ineficácia do aumento dos juros sobre a inflação. O outro motor importante para o crescimento de 2004 (as exportaçõesbrasileiras), no entanto, continua presente este ano, com ótimo desempenho.

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(Inflação e crescimento. Opinião.Correio Braziliense, 9 de abril de 2005, comadaptações)

Desconsiderando o emprego de letras maiúsculas e minúsculas, assinale a opçãoque, ao preencher a lacuna, mantém o texto coeso, coerente e gramaticalmentecorreto.

a) Haja vista que

b) Apesar de

c) Entretanto

d) Embora

e) Tão pouco

26 - (ESAF/Oficial de Chancelaria/2002)

Além de estabelecer um parâmetro esportivo até aqui intransponível, Pelé é parte deuma outra epopéia. Sem ele, talvez o Brasil não tivesse derrotado nem o complexode inferioridade de sua sociedade em geral nem o racismo velado que semanifestava até no futebol. Com Pelé, brasileiro e negro, foi possível vencer um eoutro complexos. Nós, jornalistas brasileiros, temos uma dívida enorme com Pelé.Vários companheiros – e eu mesmo – já escapamos de situações delicadas, usando apalavra mágica “Pelé”, em países remotos nos quais a palavra Brasil não faz o menorsentido, a não ser quando associada a Pelé. Sem ele, talvez alguns de nós atépoderíamos ter morrido. Não é assim que alguém marca uma época?

(Clovis Rossi, Folha de S. Paulo, 7/04/2002)

Com base nos elementos do texto acima, analise a proposição a seguir.

- A eliminação da primeira ocorrência de “nem”(l.3) e a substituição da segunda (l.4)por e mantêm a correção sintática do período.

27 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

Assinale a opção que não preenche corretamente a lacuna do texto.

Outra medida que promove a pequena e média empresa brasileira é a instalaçãopela Agência de Promoção de Exportações do Brasil – APEX de um centro dedistribuição de produtos nacionais, em Miami, Estados Unidos. O centro tem espaçopara armazenagem de produtos, um showroom e um escritório comercial eadministrativo.

As empresas podem ficar instaladas por um período de 12 a 18 meses para aconsolidação de seus produtos no mercado, ____________a idéia é reduzir a distância entre as empresas e seus clientes estrangeiros. O próximo centro seráinstalado na Alemanha no segundo semestre deste ano.

(Adaptado de Em Questão n. 288 - Brasília, 04 de março de 2005)

a) uma vez que

b) porquanto

c) pois

d) conquanto

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e) já que

28 – (FCC / ICMS SP/2006)

Escrito há cerca de setenta anos, / conserva a capacidade de atualizaçãodas páginas escritas com arte e verdade.

Estaria explicitada a relação de sentido entre os dois segmentos destacados noperíodo acima caso iniciasse

(A) o primeiro segmento por Uma vez.

(B) o primeiro segmento por Porquanto.

(C) o primeiro segmento por Ainda que.

(D) o segundo segmento por por isso.

(E) o segundo segmento por de tal modo.

29 - (FCC/BANCO DO BRASIL/2006)

Somos todos da mesma espécie, mas o que encanta uns horroriza outros.

Caso o período acima iniciasse com a frase O que encanta uns horroriza outros, umaconsecução coerente e correta seria:

(A) dado que somos todos da mesma espécie.

(B) embora se tratem todos da mesma espécie.

(C) haja vista de que somos todos da mesma espécie.

(D) conquanto sejamos todos da mesma espécie.

(E) posto que formos todos da mesma espécie.

30 - (ESAF/MPOG - APO/2008)

Em relação ao texto abaixo, analise a afirmação a seguir.

1. As grandes empresas estatais chinesas estão

em plena temporada de compras no mercado

internacional. O acúmulo de quase US$ 1,5 trilhão

em reservas na China não apenas mudou o jogo

5. do financeiro internacional, com mudanças de

paradigma — dinheiro chinês financiando o déficit

americano — como tem potencial para alterar o

mapa das fusões e aquisições mundiais e também

a configuração de forças em vastos setores da

10. economia. O foco da mais recente investida dos

chineses é emblemático: mineração.

A rápida, coordenada, cautelosa e surpreendente

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compra de 9% do capital da anglo-australiana

Rio Tinto, a terceira maior mineradora do

15. mundo, mostra uma mudança de qualidade

no planejamento da investida no exterior das

estatais chinesas. Até a pouco tempo atrás,

havia sérias dúvidas sobre a capacidade de

arregimentação dessas empresas pelo governo

20. chinês. A imagem predominante era a de que elas

realizavam incursões esporádicas e oportunistas

em vários mercados, sem objetivos comuns. A

compra de parte do capital acionário da Rio Tinto,

entretanto, passa a mostrar um alinhamento

25. entre os interesses do Estado e os das estatais

enquanto empresas, para assegurar o suprimento

de commodities que sustente a rápida expansão

econômica. Elas entraram em uma disputa de

mercado para evitar que eventual monopolização

30. de alguns setores, como o das commodities

metálicas, traga uma indesejável elevação de

preços.

(Valor Econômico, 8/02/2008)

- O termo “entretanto” (l. 24) pode, sem prejuízo para a informação original doperíodo, ser substituído por qualquer um dos seguintes: porém, contudo, todavia,conquanto, porquanto.

31 - (ESAF/TFC SFC/2000)

Assinale o item que não preenche a lacuna do texto com coesão e coerência.

Os historiadores dizem que a troca de e-mails, o download de fotos dos amigos ouas reservas para as férias feitas pelo computador talvez sejam divertidos,______________ a Internet não pode ser comparada a inovações como a invenção da imprensa, o motor a vapor ou a eletricidade.

(Adaptado de Negócios Exame, p.94)

a) contudo

b) no entanto

c) entretanto

d) todavia

e) porquanto

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32 - (ESAF/SUSEP – Agente Executivo/2006)

1. A concepção moderna de Estado tem raízes no

pensamento ético de Kant e de Hegel e o apresenta

como uma realização da idéia moral, para o primeiro,

ou como a substância ética consciente de si mesma,

5. para o segundo. Para esses pensadores, o Estado

seria o apogeu do desenvolvimento moral, substituiria

a família, e com o direito produzido, racional, imparcial

e justo, substituiria a consciência ética dos indivíduos,

que, embora retificadora da ação humana, se revelaria,

10. na prática, inviável, por ser incoercível.

(Oscar d’Alva e Souza Filho)

Analise a seguinte assertiva.

- O termo “embora”(l.9) pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período,ser substituído por conquanto.

33 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

1. O Brasil tem potencial para se transformar em um

dos maiores produtores de biodiesel do mundo e

um grande exportador. Os Estados Unidos e alguns

países da Europa já são consumidores do biodiesel.

5. A União Européia definiu como meta que, até 2005,

2% dos combustíveis utilizados devem ser renováveis

e, em 2010, esse valor deverá ser de 5,75%. Como

o continente não tem área de cultivo suficiente nem

capacidade industrial instalada para atingir esses

10. patamares, surgem as oportunidades de exportação

do combustível pelo Brasil. O biodiesel ainda vai

contribuir para melhorar a qualidade do ar nas

grandes cidades pela redução do uso de combustíveis

derivados de petróleo. O uso de fontes energéticas

15. renováveis e que não poluam o meio ambiente faz

parte do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

(MDL), uma das diretrizes do Protocolo de Quioto.

(Adaptado de Em Questão, n. 261 - Brasília, 08 de dezembro de 2004)

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Analise a proposição abaixo em relação ao texto.

- Entre o período iniciado por “Como o continente...”(l.7 e 8) e o período anterior,subentende-se uma relação que pode ser representada por Entretanto.

34 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)

Uma única inovação ocorrida no século XV teve enorme influência para o progresso,a inclusão social e a redução da pobreza. Foi a invenção do conceito de capital socialpelo frei Luca Paccioli, o criador da contabilidade. Antes de Luca Paccioli, umcomerciante ou produtor que não pagasse suas dívidas poderia ter todos os benspessoais, como casa, móveis e poupança, arrestados por um juiz ou credor.

Muitos cientistas políticos e sociólogos usam o termo capital social de formaequivocada, numa tentativa deliberada de confundir o leitor.

(Adaptado de Stephen Kanitz, O capital social.Veja, 12 de abril, 2006)

Julgue o item abaixo a respeito do texto.

- Por constituir um valor oposto às informações do primeiro parágrafo, o período finaldo texto admite ser iniciado pelo conectivo No entanto, seguido de vírgula,fazendo-se os ajustes nas iniciais maiúsculas.

35 - (ESAF/ANEEL Especialista/2006)

1. A idéia é a de que a institucionalização da raça como

categoria possuidora de direitos e oportunidades

sociais, negada pelos processos de exclusão

racial, resultaria na construção jurídica de um país

5. racialmente apartado, contrário a sua suposta

vocação a-racial. Como foi possível que essa

ideologia a-racial tão decantada por especialistas

conformasse uma sociedade que é alva em todas

as suas dimensões de poder, riqueza e prestígio e

10. escura nas suas instâncias de pobreza e indigência

humana? O país real jamais amedrontou as elites

políticas e intelectuais. Elas jamais enxergaram

nele uma ameaça. O seu discurso nunca pôs em

questão a sua imperiosa necessidade de romper

15. com o exclusivismo da supremacia branca como

condição para a desracialização da sociedade.

(Adaptado de Sueli Carneiro, O medo da raça. Correio Braziliense, 24 de abril de2006)

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Analise a seguinte afirmação a respeito do emprego dos termos e expressões dotexto.

- O valor semântico da conjunção em “como categoria” (l.1 e 2) é semelhante aovalor dessa conjunção em “Como foi” (l. 6) e “como condição” (l. 15 e 16): atribuicausa ou razão aos substantivos a que se refere.

36 - (ESAF/AFRF/2005)

Assinale a opção que preenche corretamente a seqüência de lacunas do texto,mantendo sua coerência textual e sua correção gramatical.

Tendo _____ unidade de análise o gênero humano no tempo, Morgan dispõe ______ sociedades humanas na história segundo graus de complexidade crescente_____________ se aproximam da civilização. Diferentes organizações sociais sucedem-se porque se superam _____ desenvolvimento de sua capacidade de ______ e de dominar a natureza, identificando vantagens biológicas e econômicas em certas formas de comportamento que são, então, instituídas ________ modos de organização social.

(Sylvia G. Garcia, Antropologia, modernidade, identidade. In: Tempo Social,vol. 5, no. 1 – 2, com adaptações)

a) por - as - conforme - pelo - adaptar-se - como

b) por - das - à medida que - no - adaptarem-se - em

c) como - as - na medida em que - ao - se adaptar - por

d) como - nas - conforme - até - se adaptarem - como

e) a - das - à medida que - como - adaptar-se - em

37 - (ESAF/ACE TCU/2006)

Assinale a asserção falsa acerca da estruturação lingüística e gramatical do textoabaixo.

Nem o “sim” nem o “não” venceram o referendo, e quem confiar no resultadoaritmético das urnas logo perceberá a força do seu engano. O vencedor do referendofoi o Grande Medo. Esse Medo latente, insidioso, que a todos nos faz tão temerososda arma que o alheio possa ter, quanto temerosos de não ter defesa alguma naaflição. Se um lado ou outro aparenta vantagem na contagem das urnas, não fazdiferença. O que importa é extinguir o Grande Medo. E nem um lado nem outropoderia fazê-lo. Todos sabemos muito bem porquê.

(Jânio de Freitas, Folha de S. Paulo, 24/10/2005 – com adaptações.)

a) Para o texto não apresentar nenhuma incorreção de ordem sintática, aconcordância do sujeito composto ligado por “nem... nem” (l. 7 e 8) deve ser feitacom o verbo no plural, tal como se fez na ocorrência do mesmo sujeito composto, naprimeira linha do texto.

b) Apesar de sua posição deslocada na frase, o advérbio “logo” (l. 2) dispensa a colocação de vírgulas em virtude de ser de pouca monta, de pouca proporção.

c) Um medo “latente, insidioso” (l.3 e 4) é um medo não manifesto, encoberto,enganador, traiçoeiro, pérfido.

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d) O trecho contido nas linhas de 4 a 5 admite a seguinte reescritura, sem que se in-corra em erro de linguagem: “... que nos faz a todos não só temerosos da armaque o outro possa ter, mas também temerosos de ficarmos indefesos na an-gústia.”.

e) A última palavra do texto merece reparo. Há duas expressões que a substituiriamcom a devida correção gramatical: 1) por quê e 2) o porquê.

38 - (FCC / Analista Judiciário TRT 6ª Região /Outubro 2006)

Está correto o emprego do elemento sublinhado em:

(A) Muita gente se agarra à imagem artificial de si mesma sem saber porquê.

(B) Não é fácil explicar o porquê do prestígio que alcança a imagem ilusória daspessoas.

(C) Não sei porque razão os outros querem nos impor a imagem que têm de nós.

(D) Se a ela aderimos, é por que nossa imagem ilusória traz alguma compensação.

(E) Queremos perguntar, diante do espelho artificial, por quê nossa imagem não estálá.

39 - (FCC / ICMS SP / 2006)

...para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendouma metáfora...

No que se refere à grafia, para estar de acordo com o padrão culto, a frase que deveser preenchida com forma idêntica à destacada acima é:

(A) Alguém poderá perguntar: − O autor citou Braudel, ...?

(B) Gostaria de saber ...... ele se interessou especificamente por essa obra de Braudel acerca do mar Mediterrâneo.

(C) Quem sabe o ...... da citação da obra de Braudel?

(D) Referências são sempre interessantes, ...... despertam curiosidade acerca da obra.

(E) − ... foi a obra que mais o teria impressionado sobre o assunto, respondeualguém quando indagado sobre o motivo da citação.

40 - (FGV/CODESP – Superior/2010)

O aproveitamento das oportunidades que estão surgindo é valioso porque,além da realização pessoal na vida profissional, é um atalho para melhorados níveis de renda e de bem-estar de fatias cada vez maiores da populaçãobrasileira. (L.63-67)

No trecho acima, empregou-se corretamente uma das formas do porquê. Assinale aalternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

(A) Sem ter por quê, em se falando de habilidades, discutir mais profundamente,calamo-nos.

(B) Vamos destacar as habilidades por que somos conhecidos.

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(C) Ele esperava saber por que, naquele departamento, sua habilidade não eravalorizada.

(D) Porque nossa habilidade não era valorizada não íamos demonstrá-la?

(E) Não conseguimos saber por quê, mas tentamos.

41 - (FGV/BESC – SUPERIOR/2004)

Assinale a alternativa em que se tenha usado corretamente o porquê.

(A) Os perigos porque passamos fizeram-nos amadurecer.

(B) Porque todos vão ficar calados você também vai ficar?

(C) Não havia um por quê para a ausência da equipe.

(D) Sem saber porque, todos ficaram atônitos.

(E) Eles não se manifestaram, porquê?

42 – (ESAF/MPOG – EPPGG/2009)

1. A pior fase da crise foi superada, a reação começou

e a produção brasileira deve crescer neste ano

0,8%, segundo a nova projeção do Banco Central

(BC), contida no Relatório de Inflação, uma ampla

5. análise trimestral da economia nacional e do

cenário externo. A estimativa é mais animadora

que a dos especialistas do setor privado. A

Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê

uma contração de 0,4%. No setor financeiro,

10. a bola de cristal dos economistas indicava,

no começo da semana, um PIB 0,57% menor

que o de 2008. Seria um exagero, no entanto,

qualificar como otimista a avaliação dos técnicos

do BC. A recuperação, segundo eles, dependerá

15. principalmente do consumo e o resultado poderá

ser inferior ao previsto, se as condições de

emprego piorarem e os incentivos fiscais forem

revertidos. Além disso, o investimento privado

continua baixo e deve recuperar-se lentamente,

20. porque ainda há muita capacidade ociosa nas

empresas. Quanto às exportações, continuarão

afetadas pela retração da economia internacional

e não se pode esperar do setor externo nenhuma

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contribuição ao crescimento da atividade industrial.

(O Estado de S. Paulo. Editorial, 29/06/2009)

Em relação ao uso das estruturas linguísticas do texto, julgue a proposição abaixo.

- O termo “porque” (l. 20) confere ao período em que ocorre a ideia de conclusão,justificando as razões para a superação da pior fase da crise.

43 - (ESAF/Técnico ANEEL/2006)

Época – Qual é o grande problema brasileiro?

Ricardo Neves – Assim como a inflação foi nosso dragão tempos atrás, ainformalidade é nosso câncer que está entrando em metástase. A informalidade temtrês eixos. O primeiro são os direitos de propriedade. Os barracos das favelas nãopodem ser comercializados, não podem ser usados para conseguir crédito. Osegundo é o trabalho. Estima-se que entre 55% e 60% dos trabalhadores estão nainformalidade. São pessoas que não contribuem, não pagam INSS. A carga tributáriafica concentrada nos 40% restantes da população. O terceiro é a informalidade nacadeia produtiva. São empresas que estão fora da lei, seja porque os tributos sãoaltos, seja porque a burocracia é complicada.

Em relação ao texto acima, julgue a proposição abaixo.

- Pelas marcas de alternação, “seja ...seja”(l.11 e 12), que ligam as oraçõesindicadoras das razões da informalidade na cadeia produtiva, depreende-se que taisrazões excluem-se mutuamente: ou existe uma ou existe outra.

44 – (ESAF/ANEEL ANALISTA/2006)

A pichação é uma das expressões mais visíveis da invisibilidade humana. São maisdo que rabiscos. São uma forma de estabelecer uma relação de pertencimento com acomunidade – mesmo que por meio da agressão – e, ao mesmo tempo, de dar aoautor um sentido de auto-identidade.

(Gilberto Dimenstein, Folha de S. Paulo, 21/01/2006)

Analise a afirmação a seguir.

- Os dois verbos antecedidos de preposição: “de estabelecer...” e “de dar”,coordenados entre si, estão subordinados ao mesmo termo.

45 - (ESAF/ATA MF/2009)

Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Não levou muito tempo __1__ tese do desacoplamento das economias emergentesem relação __2__ países desenvolvidos ser destroçada, tamanha a rapidez __3__ osefeitos recessivos da paralisia do sistema globalizado de crédito, a partir da falênciado Lehman Brothers, __4__ propagaram. Ali ficou claro que Brasil, China, Índia eoutras economias em estágio equivalente de desenvolvimento não teriam condiçõesde compensar o desaquecimento __5__ Estados Unidos, União Europeia e Japão.

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1 2 3 4 5

a) para que a nos de que lhe dos

b) da a para a pelos

c) na em que o com os

d) para a aos com que se nos

e) pela com os a qual os em

46 - (ESAF/AFT/2010)

1. Para que a cobertura mínima oferecida pelos

planos de saúde aos seus segurados inclua as

tecnologias, os tratamentos e os equipamentos que

entraram em uso recentemente, a Agência Nacional

5. de Saúde Suplementar (ANS) acrescentou 73 novos

procedimentos à lista de exames, consultas, cirurgias

e outros serviços que as operadoras são obrigadas a

oferecer.

Criada em 2000 para “promover a defesa do interesse

10. público na assistência suplementar à saúde e regular as

operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações

com prestadores (de serviços) e consumidores”, a ANS

opera numa corda bamba. Entre suas atribuições está

a de elaborar a lista dos procedimentos de cobertura

15. obrigatória nos planos de saúde. Ela tem de assegurar

aos que buscam a proteção dos planos de saúde a

cobertura mais completa possível, o que inclui as novas

tecnologias na área de medicina. Mas, muitas vezes, os

novos procedimentos têm um custo tão alto que limita seu

20. uso. Se a ANS impuser às operadoras a obrigatoriedade

do oferecimento desses procedimentos poderá levá-las

à ruína financeira, o que, no limite, destruiria o sistema

de assistência suplementar à saúde.

(O Estado de S. Paulo, Editorial, 17/01/2010.)

Em relação às estruturas do texto, julgue o item a seguir.

- O termo “Para que” (ℓ.1) confere ao período em que ocorre a ideia de finalidade.

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47 - (ESAF/AFC STN/2005)

Verifique se o período a seguir foi transcrito com inteira correção gramatical.

- A última manifestação dos ativistas da soberania partilhada para a Amazônia veio-nos do francês Pascal Lamy, que defendeu, em recente conferência realizada emGenebra, segundo o qual as florestas tropicais devem ser submetidas à gestão dacomunidade internacional.

48 - (FCC / Analista Judiciário TRT 6ª Região /Outubro 2006)

Tocada a borda da piscina, para onde olham as nadadoras?

Os elementos sublinhados acima podem ser substituídos, respectivamente, semprejuízo para a correção e para o sentido da frase, por:

(A) Tão logo tocam / aonde miram

(B) Ainda quando toquem / miram-se aonde

(C) Quando forem tocar / no que miram

(D) Na iminência de tocarem / miram onde

(E) Mesmo quando tocada / sobre o que miram

49 - (ESAF/MF – Processo Seletivo Interno/2008)

1. Construída uma ciência ou uma teoria científica,

mesmo com os maiores cuidados para garantir a

sua objetividade, existe sempre o risco de que esse

conhecimento científico possa ser usado de maneira

5.ideologicamente implementada.

Atualmente, um dos graves problemas que enfrenta

o cientista é o emprego ideológico e técnico de sua

produção. Isto está criando grande sensibilidade

não apenas nos países desenvolvidos, mas também

10. em países como o nosso, onde a pesquisa científica

procura um lugar de destaque, mas também enfrenta o

risco de ser ideologicamente manipulada.

Mesmo sem renunciar a nossas ideologias particulares,

podemos ignorar ou reduzir as influências ideológicas

15. para produzir resultados cientificamente objetivos.

Todos conhecemos os benefícios que acarretam ao

homem a informática, a biotecnologia e a pesquisa

nuclear. Pode-se reduzir o esforço do trabalhador,

podem ser encontradas novas técnicas de alimentação

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20. e consegue-se dominar doenças graves. Contudo

essas ciências e muitas outras podem ser usadas

para informatizar a guerra, criar o desemprego através

da robotização, produzir transtornos nas espécies

biológicas e auxiliar a construção de bombas.

(Adaptado de Carlos Lungarzo. O que é ciência, p. 83-84)

Analise a opção abaixo a respeito das estruturas lingüísticas do texto.

- Preserva-se a correção textual ao se retirar a conjunção “que”(l.3), e flexionar aforma verbal “possa”(l.4) no infinitivo.

50 - (ESAF/RFB – Auditor Fiscal/2009)

Em relação ao texto, analise a afirmação abaixo.

1. Há alguma esperança de que a diminuição do

desmatamento no Brasil possa se manter e não seja

apenas, e mais uma vez, o reflexo da redução das

atividades econômicas causada pela crise global.

5. Mas as notícias ruins agora vêm de outras frentes. As

emissões de gases que provocam o efeito estufa pela

indústria cresceram 77% entre 1994 e 2007, segundo

estimativas do Ministério do Meio Ambiente a partir de

10. dados do IBGE e da Empresa de Pesquisa Energética.

Para piorar, as fontes de energia se tornaram mais

“sujas”, com o aumento de 122% do CO2 lançado

na atmosfera, percentual muito acima dos 71% da

15. ampliação da geração no período. Assim, enquanto as

emissões por desmatamento tendem a se reduzir para

algo entre 55% e 60% do total, as da indústria e do uso

de combustíveis fósseis ganham mais força.

(Editorial, Valor Econômico, 1/9/2009)

- O termo “enquanto”(ℓ.13) confere ao período uma relação de consequência.

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51 - (FGV/SSP RJ – PERITO/2008)

Quase Nada

No quarto quadrinho, a palavra que introduz uma:

(A) causa.

(B) consequência.

(C) explicação.

(D) condição.

(E) concessão.

52 - (FGV/SEFAZ RJ/2009)

Freud, o peixeiro e os excluídos

1. Há anos compro peixe na mesma feira com o mesmo

peixeiro. Disse a ele outro dia: Quando crescer, quero ser

peixeiro. Devolveu a provocação: “Boa escolha, professor.

É a profissão do id.” Fiquei uma semana intrigado. Enfim,

5. um peixeiro freudiano no Rio de Janeiro! Um analista

excêntrico que tem por hobby limpar escamas! Na feira

seguinte, perguntei: Ok, peixeiro é a profissão do id. Mas

como assim? “O professor não conhece a Bíblia? Cristo

precisava de apóstolos, chamou os pescadores e disse:

10. Ide e pregai o evangelho a toda criatura!”.

Um sujeito bem intencionado quer dizer uma coisa, o

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freguês entende outra. Quando dizemos “direitos humanos”,

por exemplo, o que entendem os peixeiros, torneiros

mecânicos, políticos profissionais, investigadores de

15. polícia, personal trainings e membros de outras profissões?

Não sabemos, mas deveríamos.

A luta social não acontece só na “política” – partidos,

parlamentos, sindicatos etc. Acontece também no interior da

linguagem. Os desentendimentos por causa das palavras

20. são, às vezes, desentendimentos sociais.

Não se sabe, por exemplo, quem inventou a palavra

“excluídos” para designar pobres. Os movimentos sociais

incorporaram a palavrinha sem refletir. A criança que não

tem escola – está “excluída” da escola. O trabalhador que

25. não tem emprego – está “excluído” do emprego. A palavra

designa um fato real, mas o que quer dizer? Que a sociedade

tem um lado de dentro e outro de fora. Como se fosse um

trem correndo pela Baixada Fluminense (digamos): nós que

estamos dentro olhamos pela janela e vemos as casas e

30. pessoas que estão de fora.

Acontece que a sociedade não é um trem que corre pela

Baixada. A sociedade é o trem e as pessoas que vemos pela

janela do trem. A sociedade não tem lado de fora. O que está

fora da sociedade seria desumano, pois ela nada mais é

35. que a relação entre os humanos. Não formamos sociedade

com os cães, os mosquitos, os micos-leões-dourados. A

única possibilidade de um ser humano ser excluído dela é

deixar de ser humano. Até mesmo a nossa relação com a

natureza e os bichos se faz por meio da sociedade.

40. O leitor já viu onde quero chegar. Chamar alguém de

“excluído” é lhe retirar a condição de humano. Ora, os

movimentos sociais, que lutam para estender os direitos

humanos a todas as pessoas, querem precisamente o

contrário: querem humanizar ricos e pobres, negros e

45. brancos, homens de bem e criminosos, bonitos e feios.

Como é então que usam, e abusam, da palavra “excluídos”?

Como é que admitem que a sociedade tem um lado de

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dentro (onde estão os incluídos) e um lado de fora (onde

estão os “excluídos”)? Como é que se deixam enredar por

50. esse pântano de palavras, a ponto de negar com a boca o

que fazem com o coração?

Alguém os enredou. Quem foi? Talvez o Polvo de Vieira.

“O polvo, escurecendo-se a si, tira a vista aos outros, e a

primeira traição e roubo que faz é a luz, para que não se

55. distinga as cores”. Não é inocente chamar os explorados

de nossa sociedade de “excluídos”. Primeiro, porque,

sutilmente, se está negando aos pobres a humanidade que

os outros teriam. Segundo porque se está desvinculando

a pobreza (“exclusão”) da riqueza (“inclusão”). Por esse

60. modo de pensar, aparentemente inocente, os ricos nada

têm a ver com os pobres. Estes são problema do governo,

“que devia dar escola, saúde e segurança aos excluídos” e

dos políticos “que só sabem roubar”.

Temos até hoje feira de trabalhadores: centenas de

65. homens fortes acocorados esperando o “gato” selecionar

os que vão trabalhar. O salário obedece à lei da oferta e

procura: sobe se os acocorados forem poucos, desce se

forem muitos.

Como lidar com o número crescente de pessoas que

70. nascem, vivem e morrem sem trabalho? O Brasil inventou

várias “soluções” para esse problema do desenvolvimento.

Uma delas foi o padrão popular de acumulação: o Se Virar.

Os que se viram não estão excluídos de nada. Pertencem a

um padrão de acumulação que compete há cem anos com

75. o padrão capitalista.

Na minha feira, há muitos vendedores de limão. Alguns

vendem outras coisas. São “excluídos”? Produzem mais-

valia como qualquer outro proletário. Desejam roupas, tênis,

bailes, prestígio, mulheres de revista, adrenalina, alucinação.

80. Têm desejos e compram a sua satisfação possuindo a

imagem (ou a simulação) dos objetos do desejo. Se tiverem

competência e sorte, se tornarão vendedores de objetos

(como limão) ou de sensações (como cocaína). Alguns

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abraçarão a profissão do Ide. De um jeito ou de outro, todos

85. estão incluídos.

(Adaptação do texto de SANTOS, Joel Rufino dos. Jornal do Brasil, domingo,11/03/2001.)

A sociedade não tem lado de fora. O que está fora da sociedade seriadesumano, pois ela nada mais é que a relação entre os humanos. (L. 33-35)

A respeito do uso do vocábulo pois no fragmento acima, pode-se afirmar que se tratade:

(A) uma conjunção subordinativa que estabelece conexão entre as oraçõesintroduzindo valor de explicação.

(B) uma preposição que estabelece conexão entre períodos coordenativosintroduzindo valor de consequência.

(C) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as oraçõesintroduzindo valor de alternância.

(D) um pronome relativo que introduz a oração relativa explicativa, retomando aexpressão sociedade.

(E) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as oraçõesintroduzindo valor de explicação.

53 - (FGV/BADESC – Nível Superior/2010)

Jeitinho

O jeitinho não se relaciona com um sentimento revolucionário, pois aqui não há oânimo de se mudar o status quo. O que se busca é obter um rápido favor para si, àsescondidas e sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também definidocomo "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar bem" em uma situação"apertada".

Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo Roberto DaMatta compara apostura dos norte-americanos e a dos brasileiros em relação às leis. Explica que aatitude formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa admiração eespanto aos brasileiros, acostumados a violar e a ver violadas as própriasinstituições; no entanto, afirma que é ingênuo creditar a postura brasileira apenas àausência de educação adequada.

O antropólogo prossegue explicando que, diferente das norte-americanas, asinstituições brasileiras foram desenhadas para coagir e desarticular o indivíduo. Anatureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, éinadequada à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – defineprecisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade social da Índia.

Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma realidade opressora, obrasileiro buscará utilizar recursos que vençam a dureza da formalidade se quiserobter o que muitas vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de umaautoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma coisa quepossuam em comum - um conhecido, uma cidade da qual gostam, a “terrinha” natalonde passaram a infância – e apelará para um discurso emocional, com a certeza deque a autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem se sentirtocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o que precisa.

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Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem permissividade alguma epossuem franca influência na esfera dos costumes e da vida privada. Em termosmais populares, diz-se que, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se queé possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples: acredita-se que aexceção a ser aberta em nome da cordialidade não constituiria pretexto para outrasexceções. Portanto, o jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá feridaapós o uso desse atalho.

Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também exercida por esferas deinfluência superiores. Quando uma autoridade "maior" vê-se coagida por uma"menor", imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma, buscarádissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma sanção.

A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe conhecido por "carteirada", quese vale da célebre frase "você sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico,um promotor público que vê seu carro sendo multado por uma autoridade de trânsitoimediatamente fará uso (no caso, abusivo) de sua autoridade: "Você sabe com quemestá falando? Eu sou o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, dequalquer forma, um "jeitinho" foi dado.

(In: www.wikipedia.org - com adaptações.)

A natureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, éinadequada à realidade individual.

A respeito do uso do vocábulo porém no fragmento acima, é correto afirmar que setrata de uma conjunção:

(A) subordinativa que estabelece conexão entre a oração principal e a adverbialconcessiva.

(B) integrante que estabelece conexão entre períodos coordenados com valor deconsequência.

(C) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo oração devalor adversativo.

(D) integrante que estabelece conexão entre a oração principal e a oração objetivadireta.

(E) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo oração comvalor explicativo.

54 - (FGV/PREF.ANGRA DOS REIS – Auditor / 2010)

Da mesma forma, diarreias epidêmicas, parasitoses intestinais e outrasenfermidades transmissíveis por meio da água contaminada têm sua incidênciaaumentada, tanto por causa das dificuldades de saneamento nas secas, quanto porcontaminação com esgotos, lixo e dejetos de animais durante as enchentes. (L.78-84)

O período acima

(A) é composto por coordenação.

(B) é composto por subordinação.

(C) é composto por coordenação e subordinação.

(D) é simples.

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(E) apresenta orações reduzidas.

55 - (FGV/CODESP – Superior/2010)

São numerosas oportunidades perdidas que se multiplicarão, se a economiabrasileira continuar com seu impulso de crescimento — e a qualidade daeducação continuar baixa. (L.17-20)

A respeito da composição do período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. Há uma oração principal.

II. Há duas orações subordinadas adverbiais.

III. O período é composto por coordenação e subordinação.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(C) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

56 - (FGV/CODESP – Nível Médio/2010)

Em 1994, foi criado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico edo Trabalho (National Economic Development and Labour Council —NEDLAC), cujo principal objetivo consistia em promover a integração entregoverno, empresários e trabalhadores, tornando as decisões econômicasmais abrangentes para promover as metas do crescimento econômico e daigualdade social. (L.42-50)

Em relação ao período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O período é composto por quatro orações.

II. Há duas ocorrências de predicativo do objeto.

III. Há um caso de oração subordinada substantiva objetiva direta.

Assinale

(A)se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(B)se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(C)se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D)se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E)se todas as afirmativas estiverem corretas.

57 - (FGV/POTIGAS – Nível Médio/2006)

Ao rejeitar essa destruição, a UAI estava dizendo que o céu deve caber nagaveta. (L.16-17)

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No período acima, há:

(A) seis orações.

(B) cinco orações.

(C) quatro orações.

(D) três orações.

(E) duas orações.

58 - (FGV/SEFAZ RJ – caderno amarelo/2008)

“É importante que os contribuintes percebam que a política tributária é justa, a administração fiscal é proba, sensível e confiável, e os recursosarrecadados são corretamente aplicados.” (L.158-161)

A respeito da estrutura sintática do período acima, é correto afirmar que há:

(A) cinco orações subordinadas e duas coordenadas entre si.

(B) quatro orações subordinadas e três coordenadas entre si.

(C) quatro orações subordinadas e duas coordenadas entre si.

(D) cinco orações subordinadas e três coordenadas entre si.

(E) três orações subordinadas e somente uma coordenada.

59 – (FGV/SSP RJ – INSPETOR/2008)

“Conduzo tua lisa mão / Por uma escada espiral / E no alto da torre exibo-te o varal / Onde balança ao léu minh’alma” (versos 22 a 25)

Tomando o trecho acima como um período composto, há:

(A) três orações, sendo duas subordinadas.

(B) três orações, sendo uma subordinada.

(C) quatro orações, sendo duas coordenadas.

(D) quatro orações, sendo uma coordenada.

(E) duas orações, sendo uma coordenada.

60 - (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal - Natal/2008)

A linguagem da mídia é uma das mais constantes

formas de comunicação a que as pessoas têm acesso.

Com os avanços da tecnologia, a produção de notícias

escritas e faladas invade nosso cotidiano. O noticiário

5. tem um papel social e político, assim como educacional:

ao estarmos expostos a ele fazemos conexões e

tentamos entender e explicar como acontecimentos

relatados na mídia se relacionam com nossas vidas e

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com a sociedade como um todo. Entretanto, notícias

10. são relatos de fatos e não o fato em si. O tratamento

de qualquer tópico, portanto, sempre dependerá de

quem o escolheu e de que ponto de vista será relatado.

Relatos, assim, não são uma representação de fatos,

mas uma construção cultural que codifica valores fixos,

15. já que os jornalistas obedecem a uma série de critérios

que determinam se um fato pode ser relatado ou não.

(Carmen Rosa Caldas-Coulthard. A imprensa britânica e a representação da América Latina: recontextualização textual e prática social)

Analise o seguinte item a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto.

- O sinal de dois-pontos depois de “educacional” (l.5) introduz uma explicação; porisso poderia ser substituído por uma vírgula seguida de porque.