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“NÃO FOI FÁCIL TERMINAR” LOIRÍSSIMA, ELA FALA SOBRE O FIM DO NAMORO DE TRÊS ANOS COM O DEPUTADO FEDERAL FÁBIO FARIA “Não acabou por falta de amor ou cumplicidade” ”Pensava que aos 31 anos estaria casada e com filhos. Não deu” ”Estou bem. Mas o momento é delicado” SABRINA SATO UMA ENTREVISTA COM O CASSETA CLÁUDIO MANOEL, DIRETOR DO QUADRO NO FANTÁSTICO, QUE REVELOU O ABUSO SEXUAL SOFRIDO POR XUXA: “ELA ME CONTOU NUM VOO EM 2011” COLIN FARRELL NO RIO: EM BUSCA DE UMA PELADA... DE FUTEBOL INTERNADA NOVAMENTE, HEBE RECEBE LIGAÇÃO DE SILVIO SANTOS 9 7 7 1 5 1 6 8 2 0 0 0 0 1 7 6 0 0 ISSN 1516 -8204 R$ 9,90 18/jul/2012 ano 13 n° 671 EXCLUSIVO istoegente.com.br ERASMO CARLOS “NÃO FARIA HOJE UMA MÚSICA COMO ‘MINHA FAMA DE MAU’”

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ISTOÉ GENTE 671, Sabrina Sato

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“Não foi fácil termiNar”

loiríssima, ela fala sobre o fim do Namoro de três aNos com o

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amor ou cumplicidade””pensava que aos 31 anos estaria

casada e com filhos. Não deu””Estou bem. Mas o momento é delicado”

SABRINASATO

Uma entrevista com o casseta Cláudio Manoel, diretor do qUadro no Fantástico, qUe reveloU o abUso sexUal sofrido por XuXa: “ela me contoU nUm voo em 2011”

Colin Farrell no Rio: em busca de uma pelada... de futebol

internada novamente, hebe recebe ligação de silvio santos

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R$ 9,90

18/jul/2012ano 13 n° 671

EXCLUSIVO

istoegente.com.br erasMo Carlos“não faria hoje Uma música como ‘minha

fama de maU’”

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“Não quero que as pessoas me vejam triste.

Sou verdadeira. Todo mundo sabe o que

estou passando”

Ag.N

ews

“simplesmenteterminou”

SABRINA SATO coloca um ponto final no namoro de três anos com o deputado

federal Fábio Faria e, em entrevista à Gente, diz que a relação não acabou por

falta de amor e cumplicidadePOR Bianca Zaramella e Thaís BoTelho, com júlia leão

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“Não quero que as pessoas me vejam triste.

Sou verdadeira. Todo mundo sabe o que

estou passando”

Ag.N

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“simplesmenteterminou”

SABRINA SATO coloca um ponto final no namoro de três anos com o deputado

federal Fábio Faria e, em entrevista à Gente, diz que a relação não acabou por

falta de amor e cumplicidadePOR Bianca Zaramella e Thaís BoTelho, com júlia leão

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• Sabrina Sato é uma mulher solteira. Há duas semanas, a apresentadora terminou o namoro de três anos com o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN). Ela está triste, sim. Como qualquer pessoa que põe fim a uma relação longa. Mas está forte, para cima e loi-ríssima. Ainda mais linda. “Agora, é tudo novo. Estou bem e quero curtir minha vida de solteira”, brincou a musa do Pânico quan-do abriu seu apartamento no bairro das Per-dizes, em São Paulo, para celebrar o aniver-sário do amigo e stylist Yan Acioli, na noite da terça-feira 10. Parte dessa mudança foi o novo visual que ela exibiu na quarta-feira 12, com os fios totalmente loiros, numa transfor-mação pilotada pelo hair stylist Daniel Her-nandez, no Studio W, em São Paulo, para uma campanha da Wella.

Na noite da quinta-feira 12, contudo, Sa-brina abriu o coração de verdade em uma en-trevista exclusiva à Gente. “Não foi fácil ter-minar. Mas decidi seguir minha intuição”, disse. “Estou passando por um momento de-licado. Não é um momento fácil.” Sabrina está tranquila. Mas ninguém esperava pelo fim do namoro entre ela e Fábio. “Foi uma surpresa até para a nossa família”, contou Karina Sato, irmã e assessora da apresentadora.

No sábado 7, Sabrina já havia dado pistas sobre o fim da relação, ao postar em seu Ins-tagram a letra de Depois, música de Marisa Monte que fala sobre separação. No mesmo dia, Fábio Faria estava em Las Vegas, nos Estados Unidos, para assistir à luta do brasi-leiro Anderson Silva, no MMA. No domin-go 8, Sabrina chorou ao vivo, no palco do programa Pânico, da Band, ao falar do fim da relação. Na terça-feira 10, Fábio desembar-cou em Miami, para comemorar os 50 anos do amigo Alexandre Accioly, que passa dias em seu apartamento na cidade. A amigos, Faria tem dito que o fim do namoro aconte-ceu “numa boa”. Nos dias de férias, ele des-conversou sobre o assunto aos amigos sur-presos: “Nós nos respeitamos muito.”

Sabrina Sato e Fábio Faria estavam juntos desde 2009. Eles já haviam passado por um rompimento, em 2011, mas reataram dois meses depois. Um dos problemas da relação era o fato de ela morar em São Paulo e o de-putado viver entre Natal – onde ele mora – e Brasília, onde trabalha. Sabrina diz que sem-pre houve amor e cumplicidade. “Eu sempre estava muito ocupada. Não conseguia ir a Natal ficar com ele”, disse. A amigos, Fábio Faria tem dado a mesma versão para o fim do namoro: a agenda pesada de ambos. Confira, a seguir, a entrevista exclusiva à Gente. •

A musa do Pânico conta que ainda não conversou nem com a sua mãe sobre o rompimento com Fábio Faria. Mas na noite da quinta-feira 12, concedeu uma entrevista exclusiva à Gente. E abriu o coração, com sua sinceridade de sempre

• A mudança de visual coincidiu com o fim do namoro. Como está se sentindo loira? Mais poderosa? • Sabrina. A mudança de visual foi por cau-sa do trabalho. Mas eu adoro mudanças e sempre gostei de ter cabelos diferentes. Desta vez, coincidiu com este momento de vida pelo qual estou passando. Mas já estava com vontade de mudar o cabelo. Gostei do resultado, superloiro.

• Como tem sido os primeiros dias de solteira? • Estou muito cansada. Hoje (quinta-feira 12), fui ao Rio, a trabalho, e só voltei para São Paulo (onde mora) à noite. A rotina está supercorrida. Desci do avião agora e tenho de correr para casa. Estou morta de fome.

• Quem tomou a iniciativa para o fim?• Não ligo para as coisas que estão falando (so-bre uma possível traição). Independentemente das notícias que estão sendo divulgadas, o im-portante é o que ficou para mim. Não é fácil terminar uma relação. Todo mundo sabe. • Seu namoro com o Fábio foi marcado por algumas idas e vindas. Desta vez foi definitivo?• Eu sempre sigo o meu coração e a minha intuição. Tento seguir ao máximo esse meu lado feminino. O grande problema é que terminar um relacionamento é sempre algo complicado e delicado.

• Tem volta?• Tenho e sempre vou ter muito carinho e

respeito pelo Fábio. As lembranças boas vão estar sempre no meu coração.

• No seu caso, qual é a dificuldade de manter um relacionamento?• Tudo aconteceu em função do trabalho e da distância. Eu sempre estava muito ocu-pada e a gente tinha de se dividir entre São Paulo e Natal (onde ele mora). A gente tinha muita cumplicidade e um amor muito grande. Mas, nos últimos tempos, ele vi-nha me ver várias vezes e eu não conseguia ir para Natal, ficar com ele. Isso tornou tudo mais difícil. • Por que a história chegou ao fim?• Não terminou por falta de amor ou de cum-plicidade. Simplesmente terminou.

• “Nos últimos tempos, Fábio

vinha me ver e eu não conseguia ir para Natal ficar

com ele. Isso tornou tudo

mais difícil” •

“NãO falei mais cOm ele”

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• Sabrina Sato é uma mulher solteira. Há duas semanas, a apresentadora terminou o namoro de três anos com o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN). Ela está triste, sim. Como qualquer pessoa que põe fim a uma relação longa. Mas está forte, para cima e loi-ríssima. Ainda mais linda. “Agora, é tudo novo. Estou bem e quero curtir minha vida de solteira”, brincou a musa do Pânico quan-do abriu seu apartamento no bairro das Per-dizes, em São Paulo, para celebrar o aniver-sário do amigo e stylist Yan Acioli, na noite da terça-feira 10. Parte dessa mudança foi o novo visual que ela exibiu na quarta-feira 12, com os fios totalmente loiros, numa transfor-mação pilotada pelo hair stylist Daniel Her-nandez, no Studio W, em São Paulo, para uma campanha da Wella.

Na noite da quinta-feira 12, contudo, Sa-brina abriu o coração de verdade em uma en-trevista exclusiva à Gente. “Não foi fácil ter-minar. Mas decidi seguir minha intuição”, disse. “Estou passando por um momento de-licado. Não é um momento fácil.” Sabrina está tranquila. Mas ninguém esperava pelo fim do namoro entre ela e Fábio. “Foi uma surpresa até para a nossa família”, contou Karina Sato, irmã e assessora da apresentadora.

No sábado 7, Sabrina já havia dado pistas sobre o fim da relação, ao postar em seu Ins-tagram a letra de Depois, música de Marisa Monte que fala sobre separação. No mesmo dia, Fábio Faria estava em Las Vegas, nos Estados Unidos, para assistir à luta do brasi-leiro Anderson Silva, no MMA. No domin-go 8, Sabrina chorou ao vivo, no palco do programa Pânico, da Band, ao falar do fim da relação. Na terça-feira 10, Fábio desembar-cou em Miami, para comemorar os 50 anos do amigo Alexandre Accioly, que passa dias em seu apartamento na cidade. A amigos, Faria tem dito que o fim do namoro aconte-ceu “numa boa”. Nos dias de férias, ele des-conversou sobre o assunto aos amigos sur-presos: “Nós nos respeitamos muito.”

Sabrina Sato e Fábio Faria estavam juntos desde 2009. Eles já haviam passado por um rompimento, em 2011, mas reataram dois meses depois. Um dos problemas da relação era o fato de ela morar em São Paulo e o de-putado viver entre Natal – onde ele mora – e Brasília, onde trabalha. Sabrina diz que sem-pre houve amor e cumplicidade. “Eu sempre estava muito ocupada. Não conseguia ir a Natal ficar com ele”, disse. A amigos, Fábio Faria tem dado a mesma versão para o fim do namoro: a agenda pesada de ambos. Confira, a seguir, a entrevista exclusiva à Gente. •

A musa do Pânico conta que ainda não conversou nem com a sua mãe sobre o rompimento com Fábio Faria. Mas na noite da quinta-feira 12, concedeu uma entrevista exclusiva à Gente. E abriu o coração, com sua sinceridade de sempre

• A mudança de visual coincidiu com o fim do namoro. Como está se sentindo loira? Mais poderosa? • Sabrina. A mudança de visual foi por cau-sa do trabalho. Mas eu adoro mudanças e sempre gostei de ter cabelos diferentes. Desta vez, coincidiu com este momento de vida pelo qual estou passando. Mas já estava com vontade de mudar o cabelo. Gostei do resultado, superloiro.

• Como tem sido os primeiros dias de solteira? • Estou muito cansada. Hoje (quinta-feira 12), fui ao Rio, a trabalho, e só voltei para São Paulo (onde mora) à noite. A rotina está supercorrida. Desci do avião agora e tenho de correr para casa. Estou morta de fome.

• Quem tomou a iniciativa para o fim?• Não ligo para as coisas que estão falando (so-bre uma possível traição). Independentemente das notícias que estão sendo divulgadas, o im-portante é o que ficou para mim. Não é fácil terminar uma relação. Todo mundo sabe. • Seu namoro com o Fábio foi marcado por algumas idas e vindas. Desta vez foi definitivo?• Eu sempre sigo o meu coração e a minha intuição. Tento seguir ao máximo esse meu lado feminino. O grande problema é que terminar um relacionamento é sempre algo complicado e delicado.

• Tem volta?• Tenho e sempre vou ter muito carinho e

respeito pelo Fábio. As lembranças boas vão estar sempre no meu coração.

• No seu caso, qual é a dificuldade de manter um relacionamento?• Tudo aconteceu em função do trabalho e da distância. Eu sempre estava muito ocu-pada e a gente tinha de se dividir entre São Paulo e Natal (onde ele mora). A gente tinha muita cumplicidade e um amor muito grande. Mas, nos últimos tempos, ele vi-nha me ver várias vezes e eu não conseguia ir para Natal, ficar com ele. Isso tornou tudo mais difícil. • Por que a história chegou ao fim?• Não terminou por falta de amor ou de cum-plicidade. Simplesmente terminou.

• “Nos últimos tempos, Fábio

vinha me ver e eu não conseguia ir para Natal ficar

com ele. Isso tornou tudo

mais difícil” •

“NãO falei mais cOm ele”

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Vai e VOLTA

Os casais que terminaram e reataram mais de uma vez nos dois últimos anos

Deborah Secco e Roger FloresApós um relacionamento de idas e vindas, a atriz e o jogador terminaram em 2009, dez meses após o casamento. Em maio de 2012, reataram e estão juntos até hoje. Sophie Charlotte e Malvino SalvadorEm janeiro deste ano, eles anunciaram o fim do namoro. Um mês depois, no Carnaval do Rio de Janeiro, foram vistos aos beijos. No início de 2011, já haviam se separado, após um ano e meio de relação. Hoje, estão juntos. Alinne Moraes e Felipe SimãoDepois de assumirem o relacionamento, em março de 2011, eles terminaram poucos meses depois. Entre idas e vindas, o casal manteve um relacionamento até junho deste ano.

Foto

s Ag.

News

Gusta

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• O que tem feito para enfrentar a nova fase?• Ainda não consegui raciocinar direito. Não conversei com ninguém. Não deu tempo para parar. Guardo as coisas para mim. Não falei sobre isso nem com a minha mãe ainda. • Você tem falado com Fábio?• Já faz duas semanas que a gente terminou. Não falei mais com ele, nem por torpedo. É tudo muito recente. Tudo na minha vida acontece de forma natural. Estou passando por um momento delicado. • Quando você decidiu terminar?• Nunca fui uma pessoa de planejar muito. Tudo aconteceu de forma natural, como tudo na vida. Eu vivo o presente. Não fico plane-jando cada passo da minha vida.

• Você é uma mulher que gostaria de ter alguém para dividir a vida, um companheiro de verdade?• Quando estava com 20 anos, eu tinha a ideia de que aos 31 (idade que ela tem hoje) estaria casada e com filhos. Mas não deu. Fazer o quê? Mas esse nunca foi o meu foco na vida. Se não aconteceu, é porque não era para ser. • Ainda sonha em se casar?• Tenho sonhos, como todo mundo. Vivo tudo de forma muito real. Isso é natural da minha personalidade.

• Como está superando o fim do namoro?• Cada vez mais, vivo o meu lado feminino e intuitivo. Sou muito emoção. Fiquei feliz com a solidariedade dos fãs, no Twitter e por e-mail. Mas não quero que as pessoas me ve-jam triste. Sou verdadeira. Todo mundo sabe o que estou passando. • E a história de que você deixaria o Pânico para ter um programa próprio?• Não tem nada a ver. Estou muito feliz. Não sei o que vou fazer e nem como vou fazer. Es-tou trabalhando muito. Eu amo o meu traba-lho, amo o Pânico. • Quais seus novos planos como solteira?• Não tenho muito tempo para ficar pensando em como será daqui para frente. Não é um momento fácil. Estou passando por um mo-mento muito íntimo. Por isso, não quero fa-lar mais sobre o assunto. O namoro terminou faz apenas duas semanas. •(Bianca Zaramella)

• “Quando estava com 20 anos, eu tinha a ideia de que aos 31 (idade que

ela tem hoje) estaria casada e com filhos. Mas não deu. Fazer o quê?” •

Capa

• “Sigo o meu coração e a minha intuição” •

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Vai e VOLTA

Os casais que terminaram e reataram mais de uma vez nos dois últimos anos

Deborah Secco e Roger FloresApós um relacionamento de idas e vindas, a atriz e o jogador terminaram em 2009, dez meses após o casamento. Em maio de 2012, reataram e estão juntos até hoje. Sophie Charlotte e Malvino SalvadorEm janeiro deste ano, eles anunciaram o fim do namoro. Um mês depois, no Carnaval do Rio de Janeiro, foram vistos aos beijos. No início de 2011, já haviam se separado, após um ano e meio de relação. Hoje, estão juntos. Alinne Moraes e Felipe SimãoDepois de assumirem o relacionamento, em março de 2011, eles terminaram poucos meses depois. Entre idas e vindas, o casal manteve um relacionamento até junho deste ano.

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• O que tem feito para enfrentar a nova fase?• Ainda não consegui raciocinar direito. Não conversei com ninguém. Não deu tempo para parar. Guardo as coisas para mim. Não falei sobre isso nem com a minha mãe ainda. • Você tem falado com Fábio?• Já faz duas semanas que a gente terminou. Não falei mais com ele, nem por torpedo. É tudo muito recente. Tudo na minha vida acontece de forma natural. Estou passando por um momento delicado. • Quando você decidiu terminar?• Nunca fui uma pessoa de planejar muito. Tudo aconteceu de forma natural, como tudo na vida. Eu vivo o presente. Não fico plane-jando cada passo da minha vida.

• Você é uma mulher que gostaria de ter alguém para dividir a vida, um companheiro de verdade?• Quando estava com 20 anos, eu tinha a ideia de que aos 31 (idade que ela tem hoje) estaria casada e com filhos. Mas não deu. Fazer o quê? Mas esse nunca foi o meu foco na vida. Se não aconteceu, é porque não era para ser. • Ainda sonha em se casar?• Tenho sonhos, como todo mundo. Vivo tudo de forma muito real. Isso é natural da minha personalidade.

• Como está superando o fim do namoro?• Cada vez mais, vivo o meu lado feminino e intuitivo. Sou muito emoção. Fiquei feliz com a solidariedade dos fãs, no Twitter e por e-mail. Mas não quero que as pessoas me ve-jam triste. Sou verdadeira. Todo mundo sabe o que estou passando. • E a história de que você deixaria o Pânico para ter um programa próprio?• Não tem nada a ver. Estou muito feliz. Não sei o que vou fazer e nem como vou fazer. Es-tou trabalhando muito. Eu amo o meu traba-lho, amo o Pânico. • Quais seus novos planos como solteira?• Não tenho muito tempo para ficar pensando em como será daqui para frente. Não é um momento fácil. Estou passando por um mo-mento muito íntimo. Por isso, não quero fa-lar mais sobre o assunto. O namoro terminou faz apenas duas semanas. •(Bianca Zaramella)

• “Quando estava com 20 anos, eu tinha a ideia de que aos 31 (idade que

ela tem hoje) estaria casada e com filhos. Mas não deu. Fazer o quê?” •

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• “Sigo o meu coração e a minha intuição” •

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Diversão & Arte

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• Erasmo Carlos ficou literalmente sem voz diante de Marisa Monte, na gravação do DVD 50 Anos de Estrada, recém-lan-çado. “Foi difícil me concentrar com ela ali, bonita, cheia de charme”, lembra o Tremendão, em entrevista à Gente. Aos 71 anos, completados em 5 de junho, Erasmo está com fôlego de garotão. O cantor cai na estrada com a turnê Sexo & Rock’n’Roll enquanto divulga o DVD gravado ao vivo em show feito com a participação de Roberto Carlos no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, palco que Erasmo considerava inatingível no início da carreira, iniciada para valer há 50 anos. “As pessoas não sabiam, mas por dentro eu estava festejando essa vitória de cantar no Municipal”, conta.

• A ideia foi fazer um retrospecto de seus 50 anos de carreira no DVD?• Não teve caráter de resumo, não. A gente já vinha fazendo o show Rock’n’Roll e estava perto do fim da turnê. Aí veio a intenção de registrar esse show. As coi-sas foram crescendo e surgiu a ideia de gravar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Mas não foi um show feito para o teatro, nem para comemorar meus 50 anos de carreira e 70 de idade, não.

• Ficou emocionado por celebrar 50 anos no palco do Municipal?• Sim, fiquei. Foi para mim uma emoção forte. Bicho, aquele foi um dos dias mais felizes da minha vida. Quando eu comecei a minha carreira, o Theatro Municipal do Rio era uma coisa inatingí-vel para um cara como eu, criado na Tijuca (bairro da zona norte do Rio de Janeiro), cantando rock. Foi uma vitória. O cara da Tijuca chegou ao palco mais nobre do Rio de Janeiro e ainda levei o Roberto (Carlos) para cantar comigo. • Como está hoje sua relação com Roberto Carlos?• Boa, como sempre. A gente se gosta, virou amigo. Da amizade é que veio a parceria. Sirvo muito como amigo. Sou bom ouvinte. Sei me adaptar ao universo do meu parceiro. O sucesso da parceria é por causa disso. Quando eu soube que tinham convidado o Roberto para participar da gravação do DVD, e que ele tinha aceitado, pensei logo em cantar com ele “Parei na Contramão”, que foi a primeira música que a gente fez juntos nessa lendária parceria de 50 anos e que a gente nunca tinha cantado junto. No início da nossa parceria, a realida-de era carrão, namoradas, festas. Hoje cada um pensa de um jeito e vive no seu mundo. Mas eu sou camaleôni-co. Eu me transporto para o mundo das pessoas. Tenho que saber do Bob Esponja para conversar com meus quatro netos, por exemplo. • Como você se porta como avô?• Sou legal, sou amigo. Sigo como avô o lema que segui como pai de meus três filhos. O que faz e sempre fez a hierarquia na minha casa não é a auto-ridade, é a amizade. Sempre conversei qualquer assunto abertamente com meus filhos. Todos cresceram felizes. Esse meu estilo tem dado certo. • Como foi regravar “Mais Um na Multidão” com Marisa Monte?• Foi carinho puro! Marisa é um doce de pessoa que se confunde com a grande cantora que ela é. Eu já tinha cantado com ela. Mas, naquele dia, aquelas frisas (do Theatro Municipal) me impressionaram muito. Deu até uma

dor de barriga! E com ela ali, cheia de charme, bonita, foi difícil cantar, me concentrar. Era muita responsabilidade. • Você já declarou em várias ocasiões que havia um preconceito da turma da bossa nova e da MPB com os artis-tas da jovem guarda. Ainda existe esse preconceito?• A gente nota nas entrelinhas. Existe sempre um preconceito, mas somente de uma pequena parte. Lembro que, no dia em que Elis (Regina) cantou uma música nossa, foi uma vitória, uma emoção. E foi mais ou menos essa emoção que senti no Municipal. • Como é ser roqueiro aos 71 anos?• Parece que foi hoje que eu comecei. É uma sensação que me dá prazer. Compor e gravar repertório inédito dá uma sensação de contemporaneidade. Se eu estivesse vivendo só do meu passado, não seria tão gratificante, embora eu tenha orgulho da jovem guarda. Não faria hoje uma música como “Minha Fama de Mau” (sucesso nos anos 60), mas tenho orgulho de tê-la feito naquela época. • Seu último disco, Sexo, causou polê-mica por ser todo dedicado ao tema?

“Não faria hoje uma música como ‘Minha Fama de Mau’, mas me orgulho de tê-la feito”

MÚSICA • Erasmo Carlosavalia: ★★★★★ indispensável ★★★★ muito bom

★★★ bom ★★ RegulaR ★ fRaco

Aos 71 anos, o músico canta

vitória aos 50 anos de

carreira, com DVD gravado

no Theatro Municipal do Rio,

lembra que travou no palco

diante de Marisa Monte e

que a amizade com Roberto

Carlos não se abala com o

tempo: “A gente se gosta”

Mauro Ferreira

“o CARA DA TijUCA ChegoU Ao PAlCo MAiS nobre Do Rio”

cinema • teatro • música • livros • televisão • gastronomia

• Foi engraçado... Eu já sabia que ia haver certa polêmica pelo fato de o disco falar de sexo. Mas eu não me toquei de que essa discussão viria pelo falto de eu falar de sexo aos 70 anos. As pessoas não acredi-tam que um cara de 70 anos faça sexo. Não imaginam um cara de 70 anos se desnudando para falar de sexo. Algumas pessoas se assustaram. Aí eu fiquei feliz. Rock’n’roll é isso! • Mas você sente os efeitos de ter 71 anos?• Claro. A mente manda fazer coisas que o corpo não obedece porque já não é mais o mesmo. Não dá mais para correr para lá e para cá. Também não posso mais pular porque operei a virilha, a carti-lagem que fica entre o fêmur e a bacia. Tenho que dançar menos. A vida vai mudando. Mas eu procuro ser feliz não somente no palco, mas na vida. Amo a vida, amo as pessoas. Sou um ser sempre predisposto à felicidade. •

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Diversão & Arte

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• Erasmo Carlos ficou literalmente sem voz diante de Marisa Monte, na gravação do DVD 50 Anos de Estrada, recém-lan-çado. “Foi difícil me concentrar com ela ali, bonita, cheia de charme”, lembra o Tremendão, em entrevista à Gente. Aos 71 anos, completados em 5 de junho, Erasmo está com fôlego de garotão. O cantor cai na estrada com a turnê Sexo & Rock’n’Roll enquanto divulga o DVD gravado ao vivo em show feito com a participação de Roberto Carlos no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, palco que Erasmo considerava inatingível no início da carreira, iniciada para valer há 50 anos. “As pessoas não sabiam, mas por dentro eu estava festejando essa vitória de cantar no Municipal”, conta.

• A ideia foi fazer um retrospecto de seus 50 anos de carreira no DVD?• Não teve caráter de resumo, não. A gente já vinha fazendo o show Rock’n’Roll e estava perto do fim da turnê. Aí veio a intenção de registrar esse show. As coi-sas foram crescendo e surgiu a ideia de gravar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Mas não foi um show feito para o teatro, nem para comemorar meus 50 anos de carreira e 70 de idade, não.

• Ficou emocionado por celebrar 50 anos no palco do Municipal?• Sim, fiquei. Foi para mim uma emoção forte. Bicho, aquele foi um dos dias mais felizes da minha vida. Quando eu comecei a minha carreira, o Theatro Municipal do Rio era uma coisa inatingí-vel para um cara como eu, criado na Tijuca (bairro da zona norte do Rio de Janeiro), cantando rock. Foi uma vitória. O cara da Tijuca chegou ao palco mais nobre do Rio de Janeiro e ainda levei o Roberto (Carlos) para cantar comigo. • Como está hoje sua relação com Roberto Carlos?• Boa, como sempre. A gente se gosta, virou amigo. Da amizade é que veio a parceria. Sirvo muito como amigo. Sou bom ouvinte. Sei me adaptar ao universo do meu parceiro. O sucesso da parceria é por causa disso. Quando eu soube que tinham convidado o Roberto para participar da gravação do DVD, e que ele tinha aceitado, pensei logo em cantar com ele “Parei na Contramão”, que foi a primeira música que a gente fez juntos nessa lendária parceria de 50 anos e que a gente nunca tinha cantado junto. No início da nossa parceria, a realida-de era carrão, namoradas, festas. Hoje cada um pensa de um jeito e vive no seu mundo. Mas eu sou camaleôni-co. Eu me transporto para o mundo das pessoas. Tenho que saber do Bob Esponja para conversar com meus quatro netos, por exemplo. • Como você se porta como avô?• Sou legal, sou amigo. Sigo como avô o lema que segui como pai de meus três filhos. O que faz e sempre fez a hierarquia na minha casa não é a auto-ridade, é a amizade. Sempre conversei qualquer assunto abertamente com meus filhos. Todos cresceram felizes. Esse meu estilo tem dado certo. • Como foi regravar “Mais Um na Multidão” com Marisa Monte?• Foi carinho puro! Marisa é um doce de pessoa que se confunde com a grande cantora que ela é. Eu já tinha cantado com ela. Mas, naquele dia, aquelas frisas (do Theatro Municipal) me impressionaram muito. Deu até uma

dor de barriga! E com ela ali, cheia de charme, bonita, foi difícil cantar, me concentrar. Era muita responsabilidade. • Você já declarou em várias ocasiões que havia um preconceito da turma da bossa nova e da MPB com os artis-tas da jovem guarda. Ainda existe esse preconceito?• A gente nota nas entrelinhas. Existe sempre um preconceito, mas somente de uma pequena parte. Lembro que, no dia em que Elis (Regina) cantou uma música nossa, foi uma vitória, uma emoção. E foi mais ou menos essa emoção que senti no Municipal. • Como é ser roqueiro aos 71 anos?• Parece que foi hoje que eu comecei. É uma sensação que me dá prazer. Compor e gravar repertório inédito dá uma sensação de contemporaneidade. Se eu estivesse vivendo só do meu passado, não seria tão gratificante, embora eu tenha orgulho da jovem guarda. Não faria hoje uma música como “Minha Fama de Mau” (sucesso nos anos 60), mas tenho orgulho de tê-la feito naquela época. • Seu último disco, Sexo, causou polê-mica por ser todo dedicado ao tema?

“Não faria hoje uma música como ‘Minha Fama de Mau’, mas me orgulho de tê-la feito”

MÚSICA • Erasmo Carlosavalia: ★★★★★ indispensável ★★★★ muito bom

★★★ bom ★★ RegulaR ★ fRaco

Aos 71 anos, o músico canta

vitória aos 50 anos de

carreira, com DVD gravado

no Theatro Municipal do Rio,

lembra que travou no palco

diante de Marisa Monte e

que a amizade com Roberto

Carlos não se abala com o

tempo: “A gente se gosta”

Mauro Ferreira

“o CARA DA TijUCA ChegoU Ao PAlCo MAiS nobre Do Rio”

cinema • teatro • música • livros • televisão • gastronomia

• Foi engraçado... Eu já sabia que ia haver certa polêmica pelo fato de o disco falar de sexo. Mas eu não me toquei de que essa discussão viria pelo falto de eu falar de sexo aos 70 anos. As pessoas não acredi-tam que um cara de 70 anos faça sexo. Não imaginam um cara de 70 anos se desnudando para falar de sexo. Algumas pessoas se assustaram. Aí eu fiquei feliz. Rock’n’roll é isso! • Mas você sente os efeitos de ter 71 anos?• Claro. A mente manda fazer coisas que o corpo não obedece porque já não é mais o mesmo. Não dá mais para correr para lá e para cá. Também não posso mais pular porque operei a virilha, a carti-lagem que fica entre o fêmur e a bacia. Tenho que dançar menos. A vida vai mudando. Mas eu procuro ser feliz não somente no palco, mas na vida. Amo a vida, amo as pessoas. Sou um ser sempre predisposto à felicidade. •

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o “CoM elA (mariSa monte) Ali, CheiA De ChARMe, BoniTA, Foi DiFíCil CAnTAR, Me ConCenTRAR”

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18/7/2012 | 39

“Sabia de parte da história de Xuxa”

• Cláudio Manoel Mascarenhas Pimentel dos Santos nasceu na Bahia, mas se mudou para o Rio de Janeiro aos 6 anos de idade e adquiriu toda a manha carioca. Flamen-guista, cursou engenharia civil, comunica-ção, história e economia, mas foi achar no humor sua fonte de sobrevivência. Daí sur-giram tipos inesquecíveis como o Seu Creysson e Massaranduba. Mas tudo per-deu a graça quando viu Bussunda, um dos seus melhores amigos e colega de muitos anos, morrer enquanto cobria a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Também teve um irmão brutalmente assassinado em 2008 e perdeu o pai em seguida. Aos 53 anos, Cláudio Manoel já viu muito da vida, mas confessa que quer mais. Em depoimen-to à Gente, o humorista falou como faz para lidar com questões delicadas como o ciúme e a morte, sobre a nova fase da turma do Casseta & Planeta, e o quadro “O que vi da vida”, do Fantástico, no qual a apresentadora Xuxa fez a polêmica revelação sobre o assé-dio sexual sofrido na infância. • Você fez quatro faculdades, mas foi parar no humor. Como foi isso?• Claudio. Eu sempre fui hiperativo. Não parava quieto, mas comecei a me interessar pelo humor com o Pasquim, na minha ado-

lescência. Tinha uns caras muito especiais, como o Ivan Lessa. Eu dizia que queria fa-zer aquilo quando crescesse. E havia o lance de ler e escrever o que eu gostava.

• Como você vê o humor hoje, com polêmicas como a do Rafinha Bastos?• É variado. Tem muita gente produzindo. Agora não dá para dizer que há renovação. Tem programa que você quase ouve “Orga-nizações Tabajara”. O programa do Rafinha é a franquia de um que existe há mais de 40 anos. O CQC tem qualidade, mas não é ori-ginal. É um programa argentino que tem em Israel, na Itália, em Portugal, com o mesmo formato. É bacana porque teve êxito, mas não se pode dar prêmio de originalidade.

• O humor tem limite?• O limite é o retorno. Agora se você sai para meter pau tem de levar também. Se você pretende ser um cara que fica incomodado, então, não incomode. Não faz sentido.

• Vocês estão indo para a segunda temporada dessa nova fase do Casseta & Planeta. Estão mais felizes?• Tem um grau de contentamento. Para a gen-te era importante adquirir um frescor, fazer de outro jeito. A gente gosta de se desafiar.

Diretor do quadro do Fantástico em que a apresentadora revelou o abuso sexual sofrido na infância, o casseta CláuDio Manoel ouviu a confissão pela primeira vez durante um voo que pegaram juntos e acredita que diante da câmera Xuxa fez mais um comunicado político do que um desabafo emocionadoPOR Luiza SoutofOtOS maSao goto fiLho / ag. iStoÉ

• Já pensaram em acabar de vez com o humorístico?• Nunca, nem quando Bussunda morreu.

• Você trabalhou com humor tantos anos e, de repente, lançou um documentário sério, sobre a vida de Wilson Simonal, e agora dirige um quadro onde as pessoas choram, se emocionam, que é o “O que vi da vida”. Como é isso?• Eu não leio só humor. Durante as filma-gens de Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei, eu, (e os codiretores) Calvito (Leal) e o Micael (Langer) vimos um documentário chamado The Fog of War, de um cara cha-mado Errol Morris. Ele tem uma técnica de entrevista que a gente achou muito le-gal, que é a do entrevistado olhar para a câmera. Já naquela época a gente ficou com essa ideia na cabeça, de uma entrevista confessional, sem a participação do entre-vistador. A intenção é criar esse ambiente de isolamento e intimidade para a pessoa surfar a onda dela.

• E como você faz as perguntas?• Eu fico perto e a pessoa me ouve. O que me interessa ali é propor algo que cative a atenção. Pode ser por meio do humor, da ficção, da informação, da emoção.

“O limite (do humor) é o retorno. Agora se você sai para meter pau tem de levar também. Se você pretende ser um cara que fica incomodado, então, não incomode”

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“Sabia de parte da história de Xuxa”

• Cláudio Manoel Mascarenhas Pimentel dos Santos nasceu na Bahia, mas se mudou para o Rio de Janeiro aos 6 anos de idade e adquiriu toda a manha carioca. Flamen-guista, cursou engenharia civil, comunica-ção, história e economia, mas foi achar no humor sua fonte de sobrevivência. Daí sur-giram tipos inesquecíveis como o Seu Creysson e Massaranduba. Mas tudo per-deu a graça quando viu Bussunda, um dos seus melhores amigos e colega de muitos anos, morrer enquanto cobria a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Também teve um irmão brutalmente assassinado em 2008 e perdeu o pai em seguida. Aos 53 anos, Cláudio Manoel já viu muito da vida, mas confessa que quer mais. Em depoimen-to à Gente, o humorista falou como faz para lidar com questões delicadas como o ciúme e a morte, sobre a nova fase da turma do Casseta & Planeta, e o quadro “O que vi da vida”, do Fantástico, no qual a apresentadora Xuxa fez a polêmica revelação sobre o assé-dio sexual sofrido na infância. • Você fez quatro faculdades, mas foi parar no humor. Como foi isso?• Claudio. Eu sempre fui hiperativo. Não parava quieto, mas comecei a me interessar pelo humor com o Pasquim, na minha ado-

lescência. Tinha uns caras muito especiais, como o Ivan Lessa. Eu dizia que queria fa-zer aquilo quando crescesse. E havia o lance de ler e escrever o que eu gostava.

• Como você vê o humor hoje, com polêmicas como a do Rafinha Bastos?• É variado. Tem muita gente produzindo. Agora não dá para dizer que há renovação. Tem programa que você quase ouve “Orga-nizações Tabajara”. O programa do Rafinha é a franquia de um que existe há mais de 40 anos. O CQC tem qualidade, mas não é ori-ginal. É um programa argentino que tem em Israel, na Itália, em Portugal, com o mesmo formato. É bacana porque teve êxito, mas não se pode dar prêmio de originalidade.

• O humor tem limite?• O limite é o retorno. Agora se você sai para meter pau tem de levar também. Se você pretende ser um cara que fica incomodado, então, não incomode. Não faz sentido.

• Vocês estão indo para a segunda temporada dessa nova fase do Casseta & Planeta. Estão mais felizes?• Tem um grau de contentamento. Para a gen-te era importante adquirir um frescor, fazer de outro jeito. A gente gosta de se desafiar.

Diretor do quadro do Fantástico em que a apresentadora revelou o abuso sexual sofrido na infância, o casseta CláuDio Manoel ouviu a confissão pela primeira vez durante um voo que pegaram juntos e acredita que diante da câmera Xuxa fez mais um comunicado político do que um desabafo emocionadoPOR Luiza SoutofOtOS maSao goto fiLho / ag. iStoÉ

• Já pensaram em acabar de vez com o humorístico?• Nunca, nem quando Bussunda morreu.

• Você trabalhou com humor tantos anos e, de repente, lançou um documentário sério, sobre a vida de Wilson Simonal, e agora dirige um quadro onde as pessoas choram, se emocionam, que é o “O que vi da vida”. Como é isso?• Eu não leio só humor. Durante as filma-gens de Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei, eu, (e os codiretores) Calvito (Leal) e o Micael (Langer) vimos um documentário chamado The Fog of War, de um cara cha-mado Errol Morris. Ele tem uma técnica de entrevista que a gente achou muito le-gal, que é a do entrevistado olhar para a câmera. Já naquela época a gente ficou com essa ideia na cabeça, de uma entrevista confessional, sem a participação do entre-vistador. A intenção é criar esse ambiente de isolamento e intimidade para a pessoa surfar a onda dela.

• E como você faz as perguntas?• Eu fico perto e a pessoa me ouve. O que me interessa ali é propor algo que cative a atenção. Pode ser por meio do humor, da ficção, da informação, da emoção.

“O limite (do humor) é o retorno. Agora se você sai para meter pau tem de levar também. Se você pretende ser um cara que fica incomodado, então, não incomode”

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• Você sabia da história da Xuxa?• Parte dela. Em novembro do ano passado encontrei com ela num voo. Comecei a falar do programa. Ela contou da campanha con-tra violência doméstica e abuso infantil, da luta contra o silêncio, que beneficia o agres-sor, e que ela podia servir de exemplo por-que tinha vivido uma experiência parecida, mas não falou mais nada. No dia da entre-vista eu nem tinha colocado na pauta esse tema, mas ela disse que gostaria que eu per-guntasse a respeito.

• Então ela estava se sentindo à vontade?• Não é à vontade. É um processo muito for-te. Não é uma coisa que a pessoa chega e fala da noite para o dia. Acho que chegou a ne-cessidade dela de falar sobre isso por causa da campanha. Como incentivar a vítima a de-nunciar e você mesma não falar nada? O que as pessoas não compreenderam foi o porquê de contar na televisão uma coisa íntima. Você não falar é levar um nível de cumplici-dade adiante. E ela estava muito articulada. Ela fez muito mais um comunicado político do que um desabafo emocionado.

• Alguma coisa ela pediu para não colocar na edição ou você mesmo pensou em cortar algo?• Eu tomei alguns cuidados, pois tinha ques-tões do abuso e da violência. A gente não colocou essa última senão ia misturar tudo.

• Quando rola um clima meio tenso você tenta quebrar com alguma brincadeira?• Com a Cissa (Guimarães) levei com muito cuidado e delicadeza porque sabia que tudo estava muito à flor da pele e qualquer coisa podia desandar. Como ela é uma pessoa mui-to alegre, levamos para as recordações dessa vida floral, para na hora mais dramática mos-trar como a alegria ganhou da tristeza.

• Com tanta bagagem, o que você ainda quer da vida?• Continuar o máximo que der com autono-mia, com minhas próprias pernas, manter o trabalho ativo, criativo, com vontade. Para muita gente a vida dói. Por mais perrengue que eu tenha passado, quero mais.

• Você é religioso?• Não. Minha religião é o Flamengo, mas estou deixando de lado.

“Eu tomei alguns cuidados, pois tinha questões de abuso e da violência. A gente não colocou essa última senão ia misturar tudo”

Cláudio Manoel, sobre a revelação de assédio sexual de Xuxa

• Você viveu momentos muito difíceis. Teve a perda do Bussunda, do seu irmão e do seu pai, um atrás do outro. Como você superou isso?• Morte é f..., ainda mais três. O que me ajuda é tempo e trabalho. Acho que faci-litaria se eu fosse um camarada de fé, de entregar aos céus, mas não tenho a capa-cidade de crer.

• O Bussunda ainda é muito lembrado nas reuniões de vocês?• Claro. Ele está em todo lugar (nesse mo-mento, Cláudio aponta várias fotos do hu-morista, penduradas em seu escritório). Não tem como não estar. A gente viveu muito tempo, muita coisa. Minha vida com Bus-sunda fora do Casseta era até bem maior do que no Casseta. Você tapa o buraco com dias.

• Você tem 17 anos de casado. Como é o Cláudio em casa?• Eu sou difícil porque às vezes sou muito agitado, impaciente, mas também gosto de fazer durar. O negócio é dar o máximo de atenção, dar uma flor, um carinho, um telefonema, para manter o namoro, senão vira só rotina.

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“A intenção é criar esse ambiente de isolamento e intimidade para a pessoa surfar a onda dela”, conta Cláudio Manoel sobre o quadro “O que vi da vida”

“Bussunda está em todo lugar. Minha vida com ele fora do Casseta era até bem maior do que no Casseta. Você tapa o buraco com dias”

• Dá para ter ciúme ainda hoje, mesmo após tanto tempo de casado?• Não é que não tem. Minha mulher é boni-ta, tem o assédio, mas é um negócio chato de expressar. Torna a vida das pessoas muito in-suportável. Você vira um algoz, um ser intra-tável, então você vai se educando.

• E quando ela ouve essas declarações como a da Maria Paula, que, recentemente, revelou que todos os cassetas deram em cima dela?• Eu falei: “Pô, Maria tá mentindo. Duvido que o Reinaldo e o Beto tenham dado em cima dela”. Mas a gente conviveu 15 anos. Se não tivesse tentado seria esquisito (risos).

• As pessoas sabem o duro que você dá?• Quem trabalha perto de mim, sim. As pes-soas fantasiam muito a rotina dos outros. Todo mundo acha que é uma coisa meio di-ferente da sua própria vida. É como qualquer trabalho. E qualquer trabalho do qual você depende para manter a vida obviamente é duro. Dentro disso acho que eu faço parte de uma minoria que é bem remunerada para fazer algo que adora. O dinheiro é uma coisa bacana, mas a gente suportou as cordas no pescoço por amor, prazer. •

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• Você sabia da história da Xuxa?• Parte dela. Em novembro do ano passado encontrei com ela num voo. Comecei a falar do programa. Ela contou da campanha con-tra violência doméstica e abuso infantil, da luta contra o silêncio, que beneficia o agres-sor, e que ela podia servir de exemplo por-que tinha vivido uma experiência parecida, mas não falou mais nada. No dia da entre-vista eu nem tinha colocado na pauta esse tema, mas ela disse que gostaria que eu per-guntasse a respeito.

• Então ela estava se sentindo à vontade?• Não é à vontade. É um processo muito for-te. Não é uma coisa que a pessoa chega e fala da noite para o dia. Acho que chegou a ne-cessidade dela de falar sobre isso por causa da campanha. Como incentivar a vítima a de-nunciar e você mesma não falar nada? O que as pessoas não compreenderam foi o porquê de contar na televisão uma coisa íntima. Você não falar é levar um nível de cumplici-dade adiante. E ela estava muito articulada. Ela fez muito mais um comunicado político do que um desabafo emocionado.

• Alguma coisa ela pediu para não colocar na edição ou você mesmo pensou em cortar algo?• Eu tomei alguns cuidados, pois tinha ques-tões do abuso e da violência. A gente não colocou essa última senão ia misturar tudo.

• Quando rola um clima meio tenso você tenta quebrar com alguma brincadeira?• Com a Cissa (Guimarães) levei com muito cuidado e delicadeza porque sabia que tudo estava muito à flor da pele e qualquer coisa podia desandar. Como ela é uma pessoa mui-to alegre, levamos para as recordações dessa vida floral, para na hora mais dramática mos-trar como a alegria ganhou da tristeza.

• Com tanta bagagem, o que você ainda quer da vida?• Continuar o máximo que der com autono-mia, com minhas próprias pernas, manter o trabalho ativo, criativo, com vontade. Para muita gente a vida dói. Por mais perrengue que eu tenha passado, quero mais.

• Você é religioso?• Não. Minha religião é o Flamengo, mas estou deixando de lado.

“Eu tomei alguns cuidados, pois tinha questões de abuso e da violência. A gente não colocou essa última senão ia misturar tudo”

Cláudio Manoel, sobre a revelação de assédio sexual de Xuxa

• Você viveu momentos muito difíceis. Teve a perda do Bussunda, do seu irmão e do seu pai, um atrás do outro. Como você superou isso?• Morte é f..., ainda mais três. O que me ajuda é tempo e trabalho. Acho que faci-litaria se eu fosse um camarada de fé, de entregar aos céus, mas não tenho a capa-cidade de crer.

• O Bussunda ainda é muito lembrado nas reuniões de vocês?• Claro. Ele está em todo lugar (nesse mo-mento, Cláudio aponta várias fotos do hu-morista, penduradas em seu escritório). Não tem como não estar. A gente viveu muito tempo, muita coisa. Minha vida com Bus-sunda fora do Casseta era até bem maior do que no Casseta. Você tapa o buraco com dias.

• Você tem 17 anos de casado. Como é o Cláudio em casa?• Eu sou difícil porque às vezes sou muito agitado, impaciente, mas também gosto de fazer durar. O negócio é dar o máximo de atenção, dar uma flor, um carinho, um telefonema, para manter o namoro, senão vira só rotina.

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“A intenção é criar esse ambiente de isolamento e intimidade para a pessoa surfar a onda dela”, conta Cláudio Manoel sobre o quadro “O que vi da vida”

“Bussunda está em todo lugar. Minha vida com ele fora do Casseta era até bem maior do que no Casseta. Você tapa o buraco com dias”

• Dá para ter ciúme ainda hoje, mesmo após tanto tempo de casado?• Não é que não tem. Minha mulher é boni-ta, tem o assédio, mas é um negócio chato de expressar. Torna a vida das pessoas muito in-suportável. Você vira um algoz, um ser intra-tável, então você vai se educando.

• E quando ela ouve essas declarações como a da Maria Paula, que, recentemente, revelou que todos os cassetas deram em cima dela?• Eu falei: “Pô, Maria tá mentindo. Duvido que o Reinaldo e o Beto tenham dado em cima dela”. Mas a gente conviveu 15 anos. Se não tivesse tentado seria esquisito (risos).

• As pessoas sabem o duro que você dá?• Quem trabalha perto de mim, sim. As pes-soas fantasiam muito a rotina dos outros. Todo mundo acha que é uma coisa meio di-ferente da sua própria vida. É como qualquer trabalho. E qualquer trabalho do qual você depende para manter a vida obviamente é duro. Dentro disso acho que eu faço parte de uma minoria que é bem remunerada para fazer algo que adora. O dinheiro é uma coisa bacana, mas a gente suportou as cordas no pescoço por amor, prazer. •

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Na sala do apartamento no Edifício Copan, o baú foi arrematado num leilão com peças do costureiro Clodovil Hernandes. Acima, o mosaico com foto de Walério que foi exposta na Casa Cor, no ambiente de Alan Chu e Cristiano Kato

18/7/2012 | 53

AdmirÁvel mundo loucoUm dos estilistas mais irreverentes da cena fashion paulistana, o pernambucano Walério Araújo mostra seu estilo de vida doméstico num dos prédios em São Paulo onde tudo parece vanguarda FOTOS Marcelo Navarro / Ag.IstoÉREPORTAGEM Juliana Faddul

• Por Silviane Neno

Estilo Casa

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Na sala do apartamento no Edifício Copan, o baú foi arrematado num leilão com peças do costureiro Clodovil Hernandes. Acima, o mosaico com foto de Walério que foi exposta na Casa Cor, no ambiente de Alan Chu e Cristiano Kato

18/7/2012 | 53

AdmirÁvel mundo loucoUm dos estilistas mais irreverentes da cena fashion paulistana, o pernambucano Walério Araújo mostra seu estilo de vida doméstico num dos prédios em São Paulo onde tudo parece vanguarda FOTOS Marcelo Navarro / Ag.IstoÉREPORTAGEM Juliana Faddul

• Por Silviane Neno

Estilo Casa

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A cadela Mazé descansa no sofá que era do amigo Tadeu. Ao lado, uma das caixas de bijus e joias de Walério

Estilo Casa

18/7/2012 | 55

• Começar dizendo que o décor diz muito so-bre o dono da casa pode soar lugar-comum. Mas há casos (e casas), em que isso se revela logo de cara. O apartamento é pequeno, mas não acanhado. Aliás, não há nada acanhado ali. É tudo muito explícito. O estilista Walério Araújo usa toda espécie de fantasia, e não tem vergonha de tirar a máscara, especialmente se está em casa. No seu carnaval particular há um pouco de tudo o que gosta e cultua: sím-bolos religiosos, retratos antigos de família, manequins, brinquedos, salto alto, plantas, plumas, paetês e parangolés. É de um jeito meio louco, meio organizado que ele vive há 17 anos, num dos prédios mais emblemáticos do centro de São Paulo. “Adoro o Copan. Me mudei para cá quando ainda não era moderno e descolado. Já vi de tudo por aqui.” E quando Walério fala que já viu de tudo, melhor não duvidar. Afinal, ele tem passe livre num cir-cuito que vai da alta sociedade paulistana até a cena mais underground.

Walério sempre esteve à margem dos pa-drões. Desde a infância em Lajedo, cidade do interior de Pernambuco, tempo em que ainda cismava em ser padre “sabia todos os santos”, até a vinda para São Paulo há mais de 20 anos, tudo era sempre um escândalo. “Sempre quis fazer tarefas de bichinha, como desenhar e ar-rumar arranjo de flores. Falava pro meu pai

que tinha alergia ao pó da madeira de sua mer-cenária e fazia os desenhos para os clientes da sociedade de Lajedo, que era a mulher do pre-feito e a dona da escola particular”, ri.

O apartamento onde mora com a sobrinha Thallyta Brasiliano, de 24 anos, e a sua ca-chorra Mazé (Maria José, na formalidade, re-sultado do nome de seus pais) carrega uma forte vibração energética. “Prefiro objetos que tenham história. Dou mais valor para algum presente que tenha sentimento do que esteti-camente bonito”, explica. Tudo por ali parece ter mesmo energia própria. O chapéu que seu pai usava há seis anos, antes de morrer, está na sala, na cabeça de um manequim de espelhos “Ainda há fios de cabelo dele.” Ao lado, há um altar diante do qual a família costumava cele-brar os casamentos. Walério tratou de adaptar e forrou o fundo com veludo roxo. Duas ca-deiras de couro lapidadas pertenciam ao cunhado, desaparecido misteriosamente. Caçula de uma família de 16 irmãos, Walério muitas vezes é o escolhido para herdar os ob-jetos. “Dão para mim porque sabem que vou cuidar. Adoro essas peças.”

Walério raramente compra algo pensan-do na decoração da casa. Valoriza mais os presentes ou as peças criadas por ele. Recentemente ganhou de uma amiga um baú arrematado no leilão do acervo do es-

tilista Clodovil Hernandes e um sapato de salto agulha (sua marca registrada) do in-glês Alexander McQueen, exposto na sala. “Deixei aqui porque não quero que estra-gue. É como uma peça de museu.”

Os amigos que chegam são sempre recebi-dos com um copinho de pinga “da boa”. E reza a lenda, que os esquentas por lá são dos mais animados do Copan. Quem frequenta? Sabrina Sato, Preta Gil e Elke Maravilha. “Gosto de gente que vem e se sente em casa, abre o armário e se serve”.

Sem reservas, ele abre a casa, o coração e até alguns segredos. “Tive um namorado que quis se jogar da janela numa cena de ciúmes”. Em tempo: Walério habita o 18o andar. A história só não terminou em tragédia porque ele, claro, usou o bom humor e, rápido no gatilho, gritou da porta do elevador: “Espera um pouco para dar tempo de eu chegar lá embaixo”. A histó-ria terminou por ali. O namoro também. Mas Walério tem lá seus métodos de encarar a so-lidão. Em seu quarto há um painel enorme de lantejoulas trazido de um de seus desfiles. A cama baixa, estilo japonesa, ele divide com uma boneca, sua réplica de quando era um bebê, Mazé e todos os santos. Do lado esquer-do, mais santos. E, se ainda assim a coisa aper-tar, há os amigos, todos sem preconceito. E a cidade, pulsando lá embaixo. •

Em sentido horário: a vitrola comprada na feira do Bixiga; o quarto do estilista com o mural de seu desfile na Casa dos Criadores; fotos de família com intervenção do artista Rubens Cury e Walério em momento insider na área de serviço

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A cadela Mazé descansa no sofá que era do amigo Tadeu. Ao lado, uma das caixas de bijus e joias de Walério

Estilo Casa

18/7/2012 | 55

• Começar dizendo que o décor diz muito so-bre o dono da casa pode soar lugar-comum. Mas há casos (e casas), em que isso se revela logo de cara. O apartamento é pequeno, mas não acanhado. Aliás, não há nada acanhado ali. É tudo muito explícito. O estilista Walério Araújo usa toda espécie de fantasia, e não tem vergonha de tirar a máscara, especialmente se está em casa. No seu carnaval particular há um pouco de tudo o que gosta e cultua: sím-bolos religiosos, retratos antigos de família, manequins, brinquedos, salto alto, plantas, plumas, paetês e parangolés. É de um jeito meio louco, meio organizado que ele vive há 17 anos, num dos prédios mais emblemáticos do centro de São Paulo. “Adoro o Copan. Me mudei para cá quando ainda não era moderno e descolado. Já vi de tudo por aqui.” E quando Walério fala que já viu de tudo, melhor não duvidar. Afinal, ele tem passe livre num cir-cuito que vai da alta sociedade paulistana até a cena mais underground.

Walério sempre esteve à margem dos pa-drões. Desde a infância em Lajedo, cidade do interior de Pernambuco, tempo em que ainda cismava em ser padre “sabia todos os santos”, até a vinda para São Paulo há mais de 20 anos, tudo era sempre um escândalo. “Sempre quis fazer tarefas de bichinha, como desenhar e ar-rumar arranjo de flores. Falava pro meu pai

que tinha alergia ao pó da madeira de sua mer-cenária e fazia os desenhos para os clientes da sociedade de Lajedo, que era a mulher do pre-feito e a dona da escola particular”, ri.

O apartamento onde mora com a sobrinha Thallyta Brasiliano, de 24 anos, e a sua ca-chorra Mazé (Maria José, na formalidade, re-sultado do nome de seus pais) carrega uma forte vibração energética. “Prefiro objetos que tenham história. Dou mais valor para algum presente que tenha sentimento do que esteti-camente bonito”, explica. Tudo por ali parece ter mesmo energia própria. O chapéu que seu pai usava há seis anos, antes de morrer, está na sala, na cabeça de um manequim de espelhos “Ainda há fios de cabelo dele.” Ao lado, há um altar diante do qual a família costumava cele-brar os casamentos. Walério tratou de adaptar e forrou o fundo com veludo roxo. Duas ca-deiras de couro lapidadas pertenciam ao cunhado, desaparecido misteriosamente. Caçula de uma família de 16 irmãos, Walério muitas vezes é o escolhido para herdar os ob-jetos. “Dão para mim porque sabem que vou cuidar. Adoro essas peças.”

Walério raramente compra algo pensan-do na decoração da casa. Valoriza mais os presentes ou as peças criadas por ele. Recentemente ganhou de uma amiga um baú arrematado no leilão do acervo do es-

tilista Clodovil Hernandes e um sapato de salto agulha (sua marca registrada) do in-glês Alexander McQueen, exposto na sala. “Deixei aqui porque não quero que estra-gue. É como uma peça de museu.”

Os amigos que chegam são sempre recebi-dos com um copinho de pinga “da boa”. E reza a lenda, que os esquentas por lá são dos mais animados do Copan. Quem frequenta? Sabrina Sato, Preta Gil e Elke Maravilha. “Gosto de gente que vem e se sente em casa, abre o armário e se serve”.

Sem reservas, ele abre a casa, o coração e até alguns segredos. “Tive um namorado que quis se jogar da janela numa cena de ciúmes”. Em tempo: Walério habita o 18o andar. A história só não terminou em tragédia porque ele, claro, usou o bom humor e, rápido no gatilho, gritou da porta do elevador: “Espera um pouco para dar tempo de eu chegar lá embaixo”. A histó-ria terminou por ali. O namoro também. Mas Walério tem lá seus métodos de encarar a so-lidão. Em seu quarto há um painel enorme de lantejoulas trazido de um de seus desfiles. A cama baixa, estilo japonesa, ele divide com uma boneca, sua réplica de quando era um bebê, Mazé e todos os santos. Do lado esquer-do, mais santos. E, se ainda assim a coisa aper-tar, há os amigos, todos sem preconceito. E a cidade, pulsando lá embaixo. •

Em sentido horário: a vitrola comprada na feira do Bixiga; o quarto do estilista com o mural de seu desfile na Casa dos Criadores; fotos de família com intervenção do artista Rubens Cury e Walério em momento insider na área de serviço

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Separação

18/7/2012 | 22

• Na quinta-feira 5, um enorme buquê de gi-rassóis chegou para Giovanna Ewbank. As flores mandadas por Bruno Gagliasso emo-cionaram a atriz. “Volta para mim. Vem me ver. To com saudade” são frases recorrentes nas mensagens diárias do ator para o celular da atriz. “Eles se falam no telefone o dia inteiro”, diz um amigo da atriz. “Outro dia perguntei se eles estão namorando”, brinca o amigo. Bruno tem feito de tudo para convencer Giovanna a encontrá-lo pessoalmente, mas ela não quer ver o ex-marido. “Giovanna está irredutível. Ela gosta dele, mas é uma mulher de persona-lidade forte e não quer ceder”, acrescenta outra

amiga do casal. A angústia da atriz é o fato de Bruno poder ser o pai do bebê que a modelo Carol Francischini está esperando.

O ator e a top tiveram um envolvimento, admitido por ele. “Ela não consegue aceitar que, além de traí-la, Bruno pode ser o pai do filho de outra mulher”, conta um amigo da atriz. “Mas ele está se esforçando ao máxi-mo.” A seu favor, o ator tem a torcida dos amigos, que esperam ver o casal junto. Mas Bruno enfrenta a resistência da ex-sogra. A mãe de Giovanna – Deborah Ewbank – está inconformada com a traição e incentiva a fi-lha a permanecer separada. Na semana pas-

Orla

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De mensagens diárias e telefonemas a um enorme buquê de girassóis, BruNO GAGliAssO tem feito de tudo para reatar com GiOvANNA EwBANk. Mas amigos da atriz dizem que ela se mantém firme na decisão de se separar e até já saiu da casa onde morava com o ator

“Ela Está irrEdutívEl”

sada, a atriz saiu da casa onde vivia com Bru-no, no Rio para morar com a mãe, em São Paulo, onde passará uma temporada, antes de alugar um apartamento no Rio. Bruno deve ocupar o apartamento do ator Eri Jonhson, na Barra da Tijuca.

Amigos acreditam que uma possível recon-ciliação acontecerá, mas provavelmente de-pois que o filho de Francischini nascer, em novembro, e o DNA descartar a paternidade. “Se o filho for dele mesmo, será dificil para ela aceitar”, diz um amigo. Perguntada por ami-gas próximas se voltará no futuro, Giovanna responde: “Talvez num futuro bem longo”.•

Amigos torcem para eles reatarem. Mas Giovanna não aceita o fato de Bruno poder ser pai do bebê que Carol Francischini espera

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Separação

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• Na quinta-feira 5, um enorme buquê de gi-rassóis chegou para Giovanna Ewbank. As flores mandadas por Bruno Gagliasso emo-cionaram a atriz. “Volta para mim. Vem me ver. To com saudade” são frases recorrentes nas mensagens diárias do ator para o celular da atriz. “Eles se falam no telefone o dia inteiro”, diz um amigo da atriz. “Outro dia perguntei se eles estão namorando”, brinca o amigo. Bruno tem feito de tudo para convencer Giovanna a encontrá-lo pessoalmente, mas ela não quer ver o ex-marido. “Giovanna está irredutível. Ela gosta dele, mas é uma mulher de persona-lidade forte e não quer ceder”, acrescenta outra

amiga do casal. A angústia da atriz é o fato de Bruno poder ser o pai do bebê que a modelo Carol Francischini está esperando.

O ator e a top tiveram um envolvimento, admitido por ele. “Ela não consegue aceitar que, além de traí-la, Bruno pode ser o pai do filho de outra mulher”, conta um amigo da atriz. “Mas ele está se esforçando ao máxi-mo.” A seu favor, o ator tem a torcida dos amigos, que esperam ver o casal junto. Mas Bruno enfrenta a resistência da ex-sogra. A mãe de Giovanna – Deborah Ewbank – está inconformada com a traição e incentiva a fi-lha a permanecer separada. Na semana pas-

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De mensagens diárias e telefonemas a um enorme buquê de girassóis, BruNO GAGliAssO tem feito de tudo para reatar com GiOvANNA EwBANk. Mas amigos da atriz dizem que ela se mantém firme na decisão de se separar e até já saiu da casa onde morava com o ator

“Ela Está irrEdutívEl”

sada, a atriz saiu da casa onde vivia com Bru-no, no Rio para morar com a mãe, em São Paulo, onde passará uma temporada, antes de alugar um apartamento no Rio. Bruno deve ocupar o apartamento do ator Eri Jonhson, na Barra da Tijuca.

Amigos acreditam que uma possível recon-ciliação acontecerá, mas provavelmente de-pois que o filho de Francischini nascer, em novembro, e o DNA descartar a paternidade. “Se o filho for dele mesmo, será dificil para ela aceitar”, diz um amigo. Perguntada por ami-gas próximas se voltará no futuro, Giovanna responde: “Talvez num futuro bem longo”.•

Amigos torcem para eles reatarem. Mas Giovanna não aceita o fato de Bruno poder ser pai do bebê que Carol Francischini espera

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