ITINERANDO com Sebastião da Gama _ USAZ maio/14

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ITINERANDO 2013/14 Professores: Luísa Antunes e Susana Pereira (Literatura Portuguesa) António Penedo (Grupo Coral) Comemorações do 90º aniversário de Sebastião da Gama Parceria USAZ-ACA/Museu Sebastião da Gama Porque foi novo o caminho que trilhámos, criámos uma palavra nova: “ITINERANDO” … Pedimo-la ao poeta e fizémo-la derivar do seu “Itinerário”(1): um gerúndio, um tempo de caminhada, ao ritmo da cadência do seu cantar… rumo ao “ser”. Com ele, viajámos pelas faldas da Arrábida (2), descemos os degraus do sofrimento e da morte e ascendemos aos do amor e misticismo: comunhão e fusão com a Natureza e a Humanidade, no sempre eterno Mistério de um “irmos sendo”: a Vida(3). Também com ele e sob a sua batuta pedagógica, aprofundámos e iluminámos a nossa divisa (“Saber: dar e receber”) com o som maior de um objectivo: “O que eu quero principalmente é que vivam felizes(4)e a luz coada da sua estratégia humanista “Pelo sonho é que vamos” (5). ITINERANDO, com ele… PARTIMOS… VAMOS… SOMOS. Mais felizes. (1) Meu caminho é por mim fora, ‘té chegar ao fim de mim A encontrar-me com Deus… (…) É só por mim é que eu vou E as bermas do meu caminho São as passadas que dou. E não me digam que não, Que eu não me importo de ir só: Minha Esperança, na minha Voz comovida espelhada, Sabe encher a solidão Das curvas mudas da estrada. “Itinerário”, Serra-Mãe (2) Ao crepúsculo, a serra é catedral Onde o órgão silêncio salmodia… A própria Luz ergueu “Avé - Maria” E o Mar tomou as cores dum vitral. Tudo sente o Senhor e se extasia… O sol queimou os matos, pelo val’, E desprendeu incenso, Espiritual, É mãos postas a rude penedia. E eu também quero ser da Oração… _ Com folhados na alma, pus a mão Na minha harpa e a música ascendeu. … … … … … Ai a minha alegria de menino, Quando, por só, então, se ouvir no Céu, Ajoelhado, deixei de ouvir meu hino!... “Oração da tarde”, Serra-Mãe (3) Morremos em cada rosa … Fugimos em cada rio… Mas nascemos Em cada rio que nasce. Mas abrimos Em cada botão de rosa. “Biografia”, Estevas (4) O que eu quero, principalmente, é que vivam felizes.”, Diário (5) Pelo Sonho é que vamos, comovidos e mudos. Chegamos? Não chegamos? Haja ou não haja frutos, pelo sonho é que vamos. Basta a fé no que temos, Basta a esperança naquilo que talvez não teremos. Basta que a alma demos, com a mesma alegria, ao que desconhecemos e do que é do dia-a-dia. Chegamos? Não chegamos? - Partimos. Vamos. Somos. “O Sonho”, Pelo Sonho é que Vamos

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ITINERANDO 2013/14

Professores: Luísa Antunes e Susana Pereira (Literatura Portuguesa) António Penedo (Grupo Coral) Comemorações do 90º aniversário de Sebastião da Gama Parceria USAZ-ACA/Museu Sebastião da Gama

Porque foi novo o caminho que trilhámos, criámos uma palavra nova: “ITINERANDO” … Pedimo-la ao poeta e fizémo-la derivar do seu “Itinerário”(1): um gerúndio, um tempo de caminhada, ao ritmo da cadência do seu cantar… rumo ao “ser”. Com ele, viajámos pelas faldas da Arrábida (2), descemos os degraus do sofrimento e da morte e ascendemos aos do amor e misticismo: comunhão e fusão com a Natureza e a Humanidade, no sempre eterno Mistério de um “irmos sendo”: a Vida(3). Também com ele e sob a sua batuta pedagógica, aprofundámos e iluminámos a nossa divisa (“Saber: dar e receber”) com o som maior de um objectivo: “O que eu quero principalmente é que vivam felizes(4)” e a luz coada da sua estratégia humanista “Pelo sonho é que vamos” (5). ITINERANDO, com ele… PARTIMOS… VAMOS… SOMOS. Mais felizes.

(1) Meu caminho é por mim fora, ‘té chegar ao fim de mim A encontrar-me com Deus… (…) É só por mim é que eu vou E as bermas do meu caminho São as passadas que dou. E não me digam que não, Que eu não me importo de ir só: Minha Esperança, na minha Voz comovida espelhada, Sabe encher a solidão Das curvas mudas da estrada. “Itinerário”, Serra-Mãe

(2) Ao crepúsculo, a serra é catedral Onde o órgão silêncio salmodia… A própria Luz ergueu “Avé - Maria” E o Mar tomou as cores dum vitral. Tudo sente o Senhor e se extasia… O sol queimou os matos, pelo val’, E desprendeu incenso, Espiritual, É mãos – postas a rude penedia. E eu também quero ser da Oração… _ Com folhados na alma, pus a mão Na minha harpa e a música ascendeu. … … … … … … Ai a minha alegria de menino, Quando, por só, então, se ouvir no Céu, Ajoelhado, deixei de ouvir meu hino!... “Oração da tarde”, Serra-Mãe

(3) Morremos em cada rosa … Fugimos em cada rio… Mas nascemos Em cada rio que nasce. Mas abrimos Em cada botão de rosa. “Biografia”, Estevas (4) “O que eu quero, principalmente, é que vivam felizes.”, Diário

(5) Pelo Sonho é que vamos, comovidos e mudos. Chegamos? Não chegamos? Haja ou não haja frutos, pelo sonho é que vamos. Basta a fé no que temos, Basta a esperança naquilo que talvez não teremos. Basta que a alma demos, com a mesma alegria, ao que desconhecemos e do que é do dia-a-dia. Chegamos? Não chegamos? - Partimos. Vamos. Somos. “O Sonho”, Pelo Sonho é que Vamos

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ITINERANDO 2013/14

Professores: Luísa Antunes e Susana Pereira (Literatura Portuguesa) António Penedo (Grupo Coral) Comemorações do 90º aniversário de Sebastião da Gama Parceria USAZ-ACA/Museu Sebastião da Gama