IV FORMAÇÃO PARA OS ASSISTENTES DE EDUCAÇÃO...
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IV FORMAÇÃO PARA OS ASSISTENTES
DE EDUCAÇÃO BÁSICA
JUNHO DE 2020
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE VIANA
Tema: Os eixos estruturadores da
reformulação da proposta
pedagógica de Viana-ES
JUNHO DE 2020
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE VIANA
Módulo IV: Educação integral e os
conceitos norteadores da
reformulação da Proposta Pedagógica
JUNHO DE 2020
Pauta
“EDUCAÇÃO FEITA COM RESPONSABILIDADE”
• Conteúdo: Estudo do Slide: Educação Integral e Conceitos Norteadores.
• Assistir ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=glRCZUfjnIc
Preenchimento do questionário do módulo IV no Portal da Educação (
http://educação.viana.es.gov.br/).
INTRODUÇÃO
“EDUCAÇÃO FEITA COM RESPONSABILIDADE”
Nos próximos módulos de formação, iremos abordar a implantação da
BNCC, assim como o estudo e apreciação de currículos já produzidos por
outros Estados da região Sudeste como fundamentação para a construção
do Novo Currículo de Viana.
EDUCAÇÃO INTEGRAL
“EDUCAÇÃO FEITA COM RESPONSABILIDADE”
A educação de tempo integral é um dos primeiros conceitos estruturantes
da reformulação da Proposta Pedagógica Municipal de Viana. Nesse
sentido, pretendemos explicitar a visão de Educação Integral que responda
às necessidades de aprendizagens e desenvolvimento dos estudantes de
forma contextualizada ao sistema Municipal de Ensino, sempre entendendo
que Educação Integral vai além do “tempo integral”, se referindo às
dimensões cognitivas e socioemocionais a serem desenvolvidas com os
estudantes de maneira articulada.
Desse modo, primeiramente é preciso diferenciar e esclarecer o que é
“educação integral” e “educação em tempo integral”, visto que os dois
termos são alvo de dúvidas que a maioria das pessoas têm, mas eles
têm conceitos diferentes. A “educação em tempo integral” está
associada ao tempo em que os alunos passam na escola, ou seja, nas
instituições que oferecem esse tipo de ensino. Atualmente, elas têm
um currículo ampliado e aulas diferenciadas para o aluno que passa o
dia inteiro na escola. A “educação integral” é a promoção do
desenvolvimento integral do indivíduo em todas as suas dimensões:
intelectual, físico, emocional, social e cultural.
A formação integral dos alunos, desde a Educação Infantil, é de
extrema importância para o desenvolvimento da criança e,
posteriormente, do adolescente, pois trabalha as relações humanas de
forma mais ampla, indo além dos aspectos da racionalidade ou
cognição, dando relevância às artes em geral, ao desenvolvimento de
dimensões afetivas, aos valores e ao bem-estar do indivíduo.
No que se refere a “educação integral” é preciso deixar claro duas
posições fundamentais para o desenvolvimento integral dos alunos:
O que eles devem saber? Considerando a constituição de
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores;
O que devem saber fazer? Considerando a mobilização desses
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da
cidadania e do mundo do trabalho.
A BNCC (2017), afirma de maneira explícita, o seu compromisso com a
educação integral, visando à formação e ao desenvolvimento humano
global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade
desse desenvolvimento. Isso supõe considerar,
[...]a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano
global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade
desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam
ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda,
assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do
jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e
promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e
desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. Além disso,
a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se
fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e
respeito às diferenças e diversidades. ( P.14)
Independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação integral
com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de
processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as
necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os
desafios da sociedade contemporânea. Isso supõe considerar as diferentes
infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas
formas de existir (p.14)
Assim, a BNCC propõe a superação da fragmentação radicalmente disciplinar do
conhecimento, o estímulo à sua aplicação na vida real, a importância do contexto
para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua
aprendizagem e na construção de seu projeto de vida (p. 15).
Percebe-se, portanto a necessidade de organizar o ensino de forma
interdisciplinar/transdisciplinar, adotando estratégias de trabalho que
potencializem o conhecimento de forma integrada e contextualizada
assegurando ao educando a possibilidade de se apropriar de diferentes
saberes que se relacionam na sociedade e que afetam a vida humana,
rompendo, portanto, às barreiras rígidas do conhecimento específicos das
áreas de saber que compõem o currículo da educação básica.
Nessa perspectiva, podemos afirmar que
[...] todo conhecimento significativo é contextualizado, produzido e utilizado
em contextos específicos. Contextualizar a aprendizagem significa superar a
aridez das abstrações científicas para dar vida ao conteúdo escolar
relacionando-o com as experiências passadas e atuais vivenciadas pelos
estudantes/educadores, projetando uma ponte em direção ao seu futuro e ao
da realidade vivencial (MOURA, 2007, p. 24).
Para demonstrar a importância do conceito de educação integral nas
organizações curriculares feitas à luz da BNCC trazemos abaixo
algumas citações de currículos de alguns estados da região sudeste que
já fizeram suas organizações curriculares.
Começamos pelo Currículo do Espírito Santo (2018) que dá destaque
ao seu compromisso com a Educação Integral:
Currículo do Espírito Santo (2018) dá destaque ao seu compromisso com a
Educação Integral:
Por meio de sua proposta visa promover a educação integral,
entendida como aquela que possibilita o desenvolvimento do
sujeito em suas dimensões intelectual, social, emocional, física,
cultural e política, por isso, compreendendo-o em sua
integralidade. (pg. 19).
A educação integral leva em conta que a educação é um direito
de todos, e que, no reconhecimento da pluralidade e da
singularidade dos sujeitos, as condições devem ser ajustadas
para a promoção da equidade educacional. (pg. 19).
Ao inserirmos o conceito de “educação integral” na reformulação de
nossa PPM estamos acompanhando o que tem sido desenvolvido nos
currículos de outros estados e municípios e buscando contribuir para
equidade da educação pública.
CONCEITOS NORTEADORES
“EDUCAÇÃO FEITA COM RESPONSABILIDADE”
Nesta parte iremos apresentar de modo introdutório os conceitos
norteadores da reformulação da Proposta Pedagógica Municipal (PPM),
isso se justifica na medida em que os conceitos que utilizamos não são
lentes neutras indiferentes, na forma de perceber, argumentar e de se
situar frente ao mundo e seus problemas. Nesse sentido, Saviani (2008, p.
51) argumenta que todo ato educativo carrega consigo determinada
perspectiva política.
Assim, a prática do professor tem sempre um sentido político em si,
independentemente de que se tenha consciência disso ou não, uma
vez que a postura em sala de aula “[...] não se explica por si mesmo,
mas ganha este ou aquele sentido, produz este ou aquele efeito social,
dependendo das forças sociais que nela atuam e com as quais ela se
vincula”. Alinhando-se a esse posicionamento, Geraldi (2006, p. 40)
afirma que
[...] qualquer metodologia de ensino articula uma opção política – que
envolve uma teoria de compreensão [...] os conteúdos ensinados, o
enfoque que se dá a eles, as estratégias de trabalho com os alunos, a
bibliografia utilizada, o sistema de avaliação, o relacionamento com os
alunos, tudo corresponderá, nas nossas atividades concretas de sala de
aula, ao caminho por que optamos.
Neste sentido, compreendemos que a (re)formulação da Proposta
Pedagógica Municipal deve apresentar sua concepção de: educação,
aprendizagem, currículo, avaliação, competência, habilidade e
transição. É importante que se coloque de forma explícita esses
conceitos norteadores, na medida em que estarão presente em toda a
PPM.
Educação
Educação no sentido formal é todo o processo contínuo de formação e
ensino aprendizagem que faz parte do currículo dos estabelecimentos
oficializados de ensino, sejam eles públicos ou privados. Naturalmente,
essa concepção da educação faz referência especificamente a
educação escolar, isto é, a educação na qual participamos.
A educação é um direito fundamental, estabelecido no artigo 6º, da
Constituição que dispõe:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica (LDB), ou seja, a Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, define a educação em seu
artigo I:
Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações
da sociedade civil e nas manifestações culturais.
A BNCC que foi homologada em 2017 estabelece que a educação
básica (Educação Infantil e Ensino Fundamental) no Brasil deve
promover o desenvolvimento humano global dos estudantes, para que
sejam capazes de construir uma sociedade mais justa, democrática,
inclusiva, sustentável e solidária. O documento enfatiza que:
Reconhece, assim, que a Educação Básica deve visar à formação e ao
desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e
a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas
que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva.
(BNCC. pg. 14)
Aprendizagem
Podemos definir a aprendizagem como um processo que envolve
adquirir novos pensamentos, atitudes e ações. Importante ressaltar que
no âmbito escolar, o professor é o responsável por mediar o processo
de aprendizagem. Ou seja, ele é quem conduz e proporciona ao
estudante usando a comunicação e estimulando a criatividade do seu
educando.
A BNCC, define o conjunto de aprendizagens essenciais para os alunos
da educação básica pública ou privada, ajudando a superar
fragmentações das políticas educacionais contribuindo para a garantia
dos direitos dos estudantes do país e para o desenvolvimento pleno da
cidadania, em diálogo direto com a educação integral. No próximo slides
temos às 10 “competências gerais” da BNCC:
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das
ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação
e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular
e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais
às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção
artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras,
e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações
próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da
cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência
crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que
respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e
o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do
planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e
as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos
humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de
grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
(BNCC,pg 9 e 10)
Currículo
O currículo assume um conjunto de ações e prioridades de
aprendizagem, adequando modos estratégicos com o objetivo de
melhorar a qualidade da aprendizagem. Gerir o currículo implica decidir
os aspectos mais valorizados e também oferecer campos específicos
de aprendizagem.
A BNCC e currículos têm papéis complementares para assegurar as
aprendizagens essenciais definidas para cada etapa da Educação Básica, uma
vez que tais aprendizagens só se materializam mediante o conjunto de decisões
que caracterizam o currículo em ação. São essas decisões que vão adequar as
proposições da BNCC à realidade local, considerando a autonomia dos sistemas
ou das redes de ensino e das instituições escolares, como também o contexto e
as características dos alunos.
Avaliação
A LDB em seu art. 24, inciso V, alínea a, assinala para a necessidade
de uma “avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno,
com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e
dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas
finais” (BRASIL, 1996).
Neste contexto entendemos a necessidade de uma avaliação
processual.
É esse o tipo de avaliação que propõe BNCC quando diz que é
necessário aos currículos escolares:
construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de
resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem,
tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola,
dos professores e dos alunos (BNCC, pg. 17)
A Proposta Pedagógica atual do município de Viana compreende
avaliação como um instrumento de diagnóstico da aprendizagem,
adotando portanto a avaliação diagnóstico-formativa. De acordo com
esse documento:
A avaliação diagnóstico-formativa faz perguntar, investiga e integra o saber e
experiência do aluno, busca alternativas e proporciona feedback, ensinando à
medida que corrige no processo de ensino e de aprendizagem. Feedback, aqui, se
traduz por realimentação e revisão, tornando-se uma forma de ajuda ao aluno, ao
grupo ou a toda a classe, considerando a possibilidade de mudança na conduta. É
formativa toda a avaliação que ajuda o aluno a aprender e a se desenvolver, ou
melhor, que participa da regulação das aprendizagens e do desenvolvimento no
sentido de um projeto educativo.” (PROPOSTA PEDAGÓGICA DE VIANA. pg. 18)
Vale ainda citar e ressaltar outro trecho da proposta municipal de Viana
sobre avaliação:
A avaliação não deve ser vista como um instrumento de julgamento, mas sim de
planejamento. Dessa forma, o ato de avaliar significa analisar e pensar a prática
dentro de uma perspectiva que promova e facilite o processo de apropriação e
construção do conhecimento. (PROPOSTA PEDAGÓGICA DE VIANA. pg.19).
Competência e Habilidade
As competências e habilidades podem ser desenvolvidas em diálogo com a
educação integral e o projeto de vida dos estudantes, com o apoio de temas e
objetos do conhecimento diversos. Traz inovações e estratégias metodológicas
que colaboram para o trabalho integrado e contextualizado das áreas do
conhecimento e exemplos de objetivos de aprendizagem.
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos
e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e
valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da
cidadania e do mundo do trabalho.
Ao definir essas competências, a BNCC reconhece que a “educação deve afirmar
valores e estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade,
tornando-a mais humana, socialmente justa e, também, voltada para a preservação
da natureza” [...], mostrando-se também alinhada à Agenda 2030 da Organização das
Nações Unidas (ONU).
É imprescindível destacar que as competências gerais da Educação Básica,
apresentadas, inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto
para as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio), articulando- se na construção de conhecimentos, no desenvolvimento
de habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB. (BNCC,
2017, pg.08)
Valorizar o desenvolvimento de competências em toda fase da vida
acadêmica dos alunos implica ponderar, além de aspectos curriculares e
docentes, os recursos cognitivos, afetivos e sociais do aluno. Implica, pois,
analisar como o professor mobiliza conteúdos, metodologias e saberes
próprios de sua disciplina ou área de conhecimento, visando a desenvolver
competências em crianças, adolescentes e jovens, bem como instigar
desdobramentos para a vida adulta. Nesse sentido, o Currículo do Estado
do Espírito Santo argumenta queAs competências são um conjunto de qualificações, desenvolvidas ou adquiridas em
decorrência do desenvolvimento das habilidades, permitindo aos sujeitos interpretar,
refletir e buscar soluções para os desafios que lhes são apresentados. Elas são
perceptíveis concretamente nos processos de aprendizagem e possíveis de serem
avaliadas. As competências representam a capacidade de articular e mobilizar
conhecimentos, evidenciados por meio de comportamentos, gestos, posturas,
práticas e valores diante da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do
mundo do trabalho. As competências e as habilidades se materializam nos
processos de conhecimento frente à realidade concreta por meio de trocas
estabelecidas entre os sujeitos em aprendizagem. (pg. 14)
Toda transição sugere uma ideia de mudança e de adaptação. Não há como
negar: a transição da educação infantil para o ensino fundamental traz muitas
mudanças para os alunos.
Uma transição saudável e que segue as orientações da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) depende desse acolhimento, que leva em
consideração toda a jornada da criança até então. A ideia é oferecer uma
ponte entre uma fase e outra, sem assustar a criança e nem fragmentar seu
aprendizado é enfatizada no documento:
A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para
que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e
continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas
singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos,
assim como a natureza das mediações de cada etapa. Torna-se necessário estabelecer
estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para os
docentes, de modo que a nova etapa se construa com base no que a criança sabe e é
capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu percurso educativo.
(BNCC, pg.53).
Transição
Nessa fase do desenvolvimento do aluno, a BNCC chama a atenção não
apenas para a aprendizagem, desenvolvimento ou elaboração de currículos,
mas também para medidas que assegurem um percurso contínuo de
aprendizagem entre as duas etapas do Ensino Fundamental, uma vez que os
alunos mudam de professores “generalistas” para “especialistas”. O
documento enfatiza:
Além desses aspectos relativos à aprendizagem e ao desenvolvimento, na elaboração
dos currículos e das propostas pedagógicas devem ainda ser consideradas medidas
para assegurar aos alunos um percurso contínuo de aprendizagens entre as duas fases
do Ensino Fundamental, de modo a promover uma maior integração entre elas. Afinal,
essa transição se caracteriza por mudanças pedagógicas na estrutura educacional,
decorrentes principalmente da diferenciação dos componentes curriculares. (BNCC,
pg.59)
Faz-se necessário portanto, realizar adaptações e articulações tanto no 5º ano
quanto no 6º para dar suporte aos alunos nesse processo de transição
buscando evitar a descontinuidade no processo de aprendizagem garantindo-
lhe maiores chances de sucesso.
Sobre isso a BNCC (2017) orienta:
Realizar as necessárias adaptações e articulações, tanto no 5º quanto no 6º ano, para
apoiar os alunos nesse processo de transição, pode evitar ruptura no processo de
aprendizagem, garantindo-lhes maiores condições de sucesso. (pg. 59)
No tocante ao final do ensino fundamental II, 9º ano, é importante que o
professor e a equipe gestora desenvolvam estratégias para esclarecer as
dúvidas dos adolescentes e prepará-los do ponto de vista pedagógico,
orientando-os sobre as mudanças no currículo e a necessidade de
desenvolver a autonomia no estudo. Cabe à escola ainda conhecer as
expectativas deles em relação ao futuro e ajudá-los a encontrar as opções
que mais se encaixam em seus planos.
Obrigada!