J. Martins Peralva - Expiações e Provas

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EXPIAÇÕES E PROVAS J. MARTINS PERALVA Expiações e provas... Expiações ou provas... Expiações e (ou) provas... Sutilezas doutrinárias que suscitam, com freqüência, indagações: Que é expiação? Que são provas? A nosso ver, o assunto foi claramente explicado a Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos", Parte Segunda, Cap. VI, "Da Vida Espírita". Expiação é resgate, é reparação, sob o impositivo da Lei de Causa e Efeito, a que estamos submetidos na caminhada rumo ao aperfeiçoamento, em harmonia com os preceitos evangélicos "ninguém sairá daqui sem pagar o último ceitil", e "a cada um será dado de acordo com suas obras". Na provação, há escolha de certas situações reajustadoras, algumas vezes usando o reencarnante seu livre-arbítrio; outras vezes, por sugestão de Amigos Espirituais, ou, ainda de outras, com ambas as hipóteses. O pronunciamento dos Espíritos (questões 258 a 273) aclara suficientemente o assunto, nada obstante surgirem freqüentes interrogações em nossos estudos doutrinários. Assim como as leis humanas punem, nos Tribunais, o elemento faltoso, a Suprema Justiça corrige, instrui e ajuda o infrator, submetendo-o à expiação de seus erros. A provação é um teste. É um experimento através do qual revela o Espírito, encarnado ou desencarnado, suas reais e efetivas possibilidades. A Divina Sabedoria, pelo maravilhoso mecanismo de suas leis, que o nosso atraso não permite apreender integralmente, planifica determinados tipos de provas para reajuste de nossa Alma. São

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Espiritismo

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EXPIAES E PROVAS

J. MARTINS PERALVA

Expiaes e provas...Expiaes ou provas...Expiaes e (ou) provas...

Sutilezas doutrinrias que suscitam, com freqncia, indagaes: Que expiao? Que so provas?

A nosso ver, o assunto foi claramente explicado a Allan Kardec, em "O Livro dos Espritos", Parte Segunda, Cap. VI, "Da Vida Esprita".

Expiao resgate, reparao, sob o impositivo da Lei de Causa e Efeito, a que estamos submetidos na caminhada rumo ao aperfeioamento, em harmonia com os preceitos evanglicos "ningum sair daqui sem pagar o ltimo ceitil", e "a cada um ser dado de acordo com suas obras".

Na provao, h escolha de certas situaes reajustadoras, algumas vezes usando o reencarnante seu livre-arbtrio; outras vezes, por sugesto de Amigos Espirituais, ou, ainda de outras, com ambas as hipteses.

O pronunciamento dos Espritos (questes 258 a 273) aclara suficientemente o assunto, nada obstante surgirem freqentes interrogaes em nossos estudos doutrinrios.

Assim como as leis humanas punem, nos Tribunais, o elemento faltoso, a Suprema Justia corrige, instrui e ajuda o infrator, submetendo-o expiao de seus erros.

A provao um teste. um experimento atravs do qual revela o Esprito, encarnado ou desencarnado, suas reais e efetivas possibilidades.

A Divina Sabedoria, pelo maravilhoso mecanismo de suas leis, que o nosso atraso no permite apreender integralmente, planifica determinados tipos de provas para reajuste de nossa Alma. So provaes preestabelecidas nos Conselhos Maiores da Espiritualidade, integrando o quadro de nossas lutas redentoras.

Existem, contudo, provas circunstanciais, isto , do presente. No tm origem no passado. No foram planificadas antes de nosso ingresso "nas correntes da vida fsica", atravs da reencarnao.A existncia humana, com seus altos e baixos, reaes e imprevistos, impe-nos, a cada momento, os mais diversos testes, desafiando a lucidez da inteligncia, a vigilncia do corao, o equilbrio do sentimento, os valores morais, a firmeza da f e das convices.No fcil distinguir, sem erro, as provas do pretrito das que surgem no presente. Mas, que importncia tem isso? Nenhuma, a rigor.

O essencial, assim o entendemos, superar, transpor, triunfar das provas. Resignar-nos ante as expiaes, por mais dolorosas, escudando-nos em Cristo e Kardec, o Mestre e o Discpulo, ou seja, no Evangelho e assim na Filosofia Esprita.Nas expiaes e nas provas, temos, portanto, dois maravilhosos elementos de sustentao: Jesus e Kardec, coadjuvados pelos sublimes Benfeitores de Mais Alto.

O Divino Emissrio e o Codificador do Espiritismo nos levaro, no tempo e no espao, ao esclarecimento e ao progresso. redeno e felicidade.

Expiar, pois, resgatar faltas.

Ser provado ser testado, ser experimentado em lutas e situaes difceis.Emmanuel, o abenoado Instrutor, faz, claramente, a diferenciao entre uma coisa e outra:

"a prova o mesmo teste inquietante e o golpe da expiao continua sendo a luta difcil e inevitvel..."(Leia-se "Religio dos Espritos", mensagem "Orao e Provao", 3.a edio da FEB, pg. 83.)O tema, embora explicado com clareza pelos Espritos, apresenta, reconhecemos, sutilezas.

Embora expiaes e provas sejam coisas distintas, geralmente se confundem nas conceituaes humanas, bastando lembrar que, na expiao, tambm est o Esprito sujeito prova da resignao e da f, da confiana e da humildade.

Allan Kardec em "O Evangelho segundo o Espiritismo" claro: "assim, a expiao serve sempre de prova, mas nem sempre a prova uma expiao." ("Causas Anteriores das Aflies".)

O Esprito submetido a uma expiao , ao mesmo tempo, provado no desejo de sair vitorioso.O importante para o ser humano vencer, cristmente, provas e (ou) expiaes, compreendendo e perdoando, estudando e trabalhando, eis que, segundo Andr Luiz, "diante de qualquer sofrimento, o trabalho o nosso melhor caminho de libertao." ("Respostas da Vida", edio IDEAL, pg. 85.)

A evoluo depende, essencial e basicamente, de sabermos suportar, com intrepidez, as expiaes que redimem. E superar, nobremente, as provas que faceamos, eis que ambas, sintetizando lutas e experimentaes, se definem por autnticos cadinhos purificadores da Alma.

O triunfo sobre Expiaes e Provas fortalece o Esprito. Liberta-o para sublimados cometimentos.Publicado na revista Reformador, nmero 1.765, pginas 143-144.