JA - abril 2010

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ABRIL2010 · Telefone 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Avenida General Humberto Delgado - Edifício Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected] · www.oribatejo.pt jornal abrantes de Director ALVES JANA - MENSAL - Nº 5472 - ANO 110 - GRATUITO V Gala Antena Livre Obras nas escolas continuam a avançar Com ritmos e calendários diferentes, as escolas preparam-se para o futuro. página 6 ABRANTES Mais uma vez, o jornal da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes acrescenta importantes conteúdos às nossas páginas. Destacável de 12 páginas ESTA marca a diferença Feira d’ Época traz os frescos e a tradição Os produtos da terra e a animação são um convite junto ao Tejo. página 10 BARQUINHA Feira do Fumeiro, do Queijo e do Pão O paladar bate palmas e a economia rural agradece o êxito previsível. página 10 SARDOAL Festa da Bosta para comprar novo veículo O povo mobiliza-se e os Tocá Rufar ajudam o Centro de Dia local. página 11 ALCARAVELA A grande festa da música e dos galardões Antena Livre volta ao S. Pedro. Os Hyubris fecharam em 2009. Este ano são os AMAR. Esta V Gala assinala também os 30 anos da rádio Antena Livre. Páginas 4 e 5

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Jornal de Abrantes - edição de Abril 2010

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ABRIL2010· Telefone 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Avenida General Humberto Delgado - Edifício Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected] · www.oribatejo.pt

jornal abrantesde

Director ALVES JANA - MENSAL - Nº 5472 - ANO 110 - GRATUITO

V Gala Antena Livre

Obras nas escolas continuam a avançar Com ritmos e calendários diferentes, as escolas preparam-se para o futuro.

página 6

ABRANTES

Mais uma vez, o jornal da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes acrescenta importantes conteúdos às nossas páginas. Destacável de 12 páginas

ESTA marca a diferença

Feira d’ Época traz os frescos e a tradição Os produtos da terra e a animação são um convite junto ao Tejo.

página 10

BARQUINHA

Feira do Fumeiro, do Queijo e do PãoO paladar bate palmas e a economia rural agradece o êxito previsível.

página 10

SARDOAL

Festa da Bosta para comprar novo veículo O povo mobiliza-se e os Tocá Rufar ajudam o Centro de Dia local.

página 11

ALCARAVELA

A grande festa da música e dos galardões Antena Livre volta ao S. Pedro. Os Hyubris fecharam em 2009. Este ano são os AMAR. Esta V Gala assinala também os 30 anos da rádio Antena Livre. Páginas 4 e 5

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ABRIL2010

jornaldeabrantes

abertura2

FOTO DO MÊS

João BatistaSardoal

Acho que estamos no

bom caminho. Penso que

reunimos condições para

ganhar o campeonato.

Devemos ser optimistas e

acreditar na vitória de Por-

tugal.

O que espera da selecção portuguesa no Mundial de Futebol

SUGESTÕES

INQUÉRITO

Paula GasparSardoal

Acho que temos uma

boa equipa, mas se olhar-

mos para as equipas con-

correntes há melhores que

a nossa, logo não vamos

conseguir alcançar a vitó-

ria fi nal. Deveremos pas-

sar da primeira fase, mas

depois vamos perder cer-

tamente.

Margarida DelgadoConstância

Penso que vamos seguir

em frente. Acho que reu-

nimos todas as condições

para ter uma boa presta-

ção e quem sabe ganhar o

campeonato.

Manuel JoaquimManuel Joaquim

A nossa prestação vai ser

um desastre. Na fase de

apuramento apresentá-

mos muitas difi culdades,

agora no campeonato vai

ser uma desilusão. O pro-

blema está na equipa, de-

veria sofrer alterações.

EDITORIAL

Não é preciso explicar. Desde a Cons-

tituição da República até à legislação

sobre a Comunicação Social, o Direi-

to à Informação está – teoricamente e

legalmente – assegurado ao cidadão

português.

Na prática, porém, os órgãos de co-

municação social encontram-se pe-

rante barreiras de silêncio imposto

que contrariam o Direito instituído.

Por exemplo, nos organismos públi-

cos é sistemático o impedimento de

falar. “Tenho de pedir autorização”. E

a autorização ou nunca vem ou vem

fora de horas e depressa perde valida-

de. “Tenho de pedir autorização outra

vez”. É o refrão de uma música já mo-

nótona.

É normal que uma organização quei-

ra ter uma política de informação e

que, através desta, queira construir

uma imagem. Mas esta obstrução ac-

tiva à informação não só viola um di-

reito instituído, como transmite uma

imagem negativa dos responsáveis

locais dessa organização – assumidos

pelas suas chefi as como incapazes de

falarem com qualidade. Mas esta “de-

fi ciência” que lhes é imputada pelas

suas chefi as recai sobre as mesmas

chefi as, pois se têm responsáveis lo-

cais incapazes, isso quer dizer que não

os souberam escolher nem os soube-

ram preparar para exercer a função de

informar sobre o que respeita à sua

área. Quando recebemos uma recu-

sa de informação deste tipo, devemos

ter uma dupla indignação. Pela falta

de respeito que signifi ca pelas chefi as

locais e pela violação do direito à infor-

mação. E o silêncio sobre este silêncio

já pesa demais.

Alves Jana

O torto da informação

JOSÉ MANUEL CARDOSO

IDADE 41 anos

RESIDÊNCIA Rio de Moinhos

ACTIVIDADE Padre

UMA POVOAÇÃO Monsaraz,

é lindíssimo está extremamen-

te bem cuidado e tem uma vista

fabulosa sobre a barragem do Al-

queva

UM CAFÉ “Alcaide”, em Abrantes

UM BAR “O Pipas”, em Castelo

Branco

UM PETISCO pezinhos de toma-

tada

UM RESTAURANTE “São Rosas”,

em Estremoz

PRATO PREFERIDO comida tra-

dicional portuguesa

UM LUGAR PARA PASSEAR Pas-

sadiço do Alamal, em Gavião

UM RECANTO PARA DESCO-BRIR São Pedro de Moel

UM DISCO Macaréu, dos Gaiteiros

de Lisboa

UM FILME Cyrano de Bergerac,

de Gerard Depardieu

UMA VIAGEM Cruzeiro no Adriá-

tico, começando em Dubrovnik e

terminando em Istambul na Tur-

quia

UM LEMA DE VIDA “No mundo

dos malucos, só os loucos têm ju-

ízo”

FICHA TÉCNICA

Director GeralJoaquim Duarte

DirectorAlves Jana (TE.756)

[email protected]

Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179

E-mail: [email protected]

RedacçãoJerónimo Belo Jorge ([email protected]

Joana Margarida [email protected]

André Lopes

PublicidadeRita Duarte

(directora comercial)[email protected]

Miguel Ângelo [email protected]

Andreia P. [email protected]

Design gráfico e paginaçãoAntónio Vieira

ImpressãoImprejornal, S.A.

Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa

Editora e proprietáriaJortejo, Lda.Apartado 355

2002 SANTARÉM Codex

GERÊNCIAFrancisco Santos,

Ângela Gil, Albertino Antunes

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Celeste Pereira,

Gabriela Alves e João [email protected]

MarketingPatricia Duarte (Direcção), Cata-

rina Fonseca e Catarina Silva. [email protected]

Recursos HumanosNuno Silva (Direcção)

Sónia [email protected]

Sistemas InformaçãoTiago Fidalgo (Direcção)

Hugo [email protected]

Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 501636110

Sócios com mais de 10% de capital

Sojormedia 83%

jornal abrantesde

Um Poema Experimental saltou da exposição na Galeria de Arte e veio fi xar-se no Parque de S. Lourenço. Só pode.

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jornaldeabrantes

à conversa 3

LUÍSA PAIVA DELGADO, DIRECTORA DE PSIQUIATRIA DO CHMT

“O mundo está a mudar mais do que muitas pessoas são capazes de absorver”

Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar do Médio Tejo

HistóricoInício: 2002

Hospital de dia: 2005

Internamento: 2007

Equipa actualPsiquiatras – 7

Pedopsiquiatra – 1

Psicólogos – 3

Enfermeiros – 19

Terapeuta ocupacional – 1

Educador social – 1

Técnicos de Serviço Social – 3*

Administrativos – 2

Auxiliares – 12

* Não a tempo inteiro neste Serviço

Capacidade instalada:População abrangida: 250.000 hab

Consultas / ano: 11.500 *

Hospital de dia: 10 doentes

Internamento: 24 camas

* Valor acima da média nacional

O Serviço de Psiquiatria integra um núcleo de

alcoologia.

Perturbações mentais na população

Prevalência de perturbações mentais:EUA: 26.3

Portugual: 22.9%

França: 18.4

Holanda: 14.8%

Bégica: 12%

Espanha: 9.2%

Itália: 8.2%

Perturbações psiquiátricas dos portugue-ses:ansiedade: 16.5%

depressivas: 7.9%

controlo dos impulsos 3.5%

relacionadas com o álcool: 1.6%

Grupos mais atingidos:Mulheres

Jovens de 18-24 anos

Pessoas que vivem sós

Níveis baixo e médio de literacia

Saúde mental: É sentirmo-nos bem connosco

próprios e na relação com os outros. É sermos

capazes de lidar de forma positiva com as ad-

versidades e não temermos o futuro.

ALVES JANA

Sentiu-se exilada, quando em 2002 foi colocada em Torres No-vas, e chorou. Acabada a espe-cialidade médica em psiquia-tria e cheia de sonhos, “aqui não havia nada, só uma enfer-meira, nada mais, nem projec-tos.” Hoje, oito anos e três fi lhos depois, já foi colocada no Sta. Maria, em Lisboa, e vive em Cascais, onde pode trabalhar ao pé de casa, mas recusa-se a deixar a direcção da equipa de 49 pessoas do Serviço de Psi-quiatria do Médio Tejo.

Tem de ser, não é? Não po-

demos começar um projecto e

abandoná-lo sem estar maduro.

Isso é habitual em Portugal, mas

não pode ser. E as pessoas daqui

merecem. Não posso abando-

nar esta equipa que se encontra

muito motivada e se entrega com

muita dedicação.

Um estudo recente diz que 20%, portanto uma em cada cinco pessoas, tem problemas de saúde mental. O segundo país mais castigado, depois dos EUA.

Essa também é a percepção

que temos aqui, os 20%. O estu-

do vem confi rmá-la. Quanto à

comparação entre países, é pre-

ciso ter cuidado, bastam ligeiras

variações no método para as di-

ferenças não terem muito signifi -

cado. Quanto às razões, será pre-

ciso estudá-las. Mas há sobretudo

dois tipos de factores: a predispo-

sição hereditária ou genética e o

facto de que o nosso mundo está

a mudar, e muito, talvez mais do

que muitas pessoas são capazes

de acompanhar e absorver. Des-

de o desemprego continuado às

roturas afectivas, por exemplo. Há

todo um substrato cultural que

acaba por ser posto em causa.

Isso cria insegurança, instabilida-

de emocional, e difi culdades em

lidar com tudo isso e permanecer

sólido por dentro.

Hoje, o modelo clássico de lidar com o problema mental já não é isolar os “malucos” e fechá-los no “manicómio”.

É o contrário, procurar integrar

o doente no seu meio de origem

e devolvê-lo o mais possível àqui-

lo que ele era antes da doença.

A doença mental é sempre, an-

tes de mais, uma difi culdade da

pessoa lidar consigo própria. E,

nos casos mais graves, até de se

aperceber do problema. A nos-

sa acção é, antes de mais, procu-

rar devolver a pessoa a si própria

e integrá-la na vida com os seus.

Mas nem sempre isso é possível.

Sobretudo nos casos mais graves,

em que a família que existe são

por vezes irmãos ou mesmo pri-

mos afastados. Aí são necessárias

estruturas – que ainda faltam –

de acolhimento e integração des-

tas pessoas. O que signifi ca que

ainda há muito a fazer. Neste caso

não já por nós, embora nos cai-

ba sensibilizar a sociedade e em

especial as autarquias para este

problema.

Hoje lidera já uma grande equi-pa.

E muito dedicada, fantástica. Eu

e o segundo médico viemos para

aqui “obrigados”, que remédio!

Mas o resto da equipa veio para

aqui por opção, por escolha. Para

o interior do país, quando há tan-

ta falta nos grandes centros. Isto

diz muito da qualidade do traba-

lho que aqui se faz ou da equipa

que aqui trabalha. E isso é o deci-

sivo.

Quais são as vossas apostas?Antes de mais, uma grande pro-

ximidade com os médicos que

família. Procuramos que todas

as pessoas detectadas com pro-

blemas sejam vistas por nós. De-

pois podem ser reencaminhadas

com instruções para o médico de

família ou ter aqui consultas de

seguimento em ambulatório, ou

serem acompanhadas em hospi-

tal de dia, ou mesmo em interna-

mento. Esta é a nossa grande ba-

talha, a base do que fazemos.

Para o futuro, vamos procurar

uma maior interacção com a co-

munidade, procurar estabelecer

parcerias e desenvolver algum

trabalho de sensibilização e pre-

venção junto das populações.

Mas também para isso são neces-

sárias parcerias. Por exemplo com

a comunicação social.

Que conselhos daria?Às organizações, que se criem

unidades de acolhimento conti-

nuado dos doentes mais graves

e postos de trabalhoprotegidos.

Tem de haver uma mobilização

da sociedade, em particular das

autarquias para este problema. E

um grande trabalho de informa-

ção. Nomeadamente campanhas

de prevenção nos domínios do

álcool e das drogas. Às pessoas,

recomendações em dois senti-

dos. Primeiro, quando há um pro-

blema, quanto mais cedo for con-

sultado, melhores resultados se

podem obter. Depois, os conse-

lhos gerais de saúde: cuidado na

alimentação, exercício físico, ma-

nutenção de ambiente familiar

harmonioso, procurar gerir bem

as emoções… se possível, a lei-

tura de algumas coisas acessíveis

sobre saúde mental, alguma au-

to-ajuda… E, sobretudo, se sentir

algum problema, consultar o mé-

dico quanto mais cedo melhor.

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ABRIL2010

jornaldeabrantes

destaque4

Os anos cumprem-se dia após dia. Só no fi nal de

cada ano se somam anos inteiros, feitos, acaba-

dos. A Antena Livre está a fazer hora a hora, dia a

dia, o seu Ano 30. Nesse seu trabalho, quer con-

tinuar a ser fi el à sua marca genética de aventu-

ra e de serviço local. Nos seus primeiros tempo a

aventura era a conquista técnica de um território

ainda proibido. Hoje é ainda a conquista técnica

de novas formas de comunicação. O serviço co-

meçou por ser o apoio à população ameaçada

pelas cheias e continuou pela criação de um es-

paço radiofónico para a vida local, como nestas

páginas relembra Mário Jorge de Sousa. Hoje é

ainda o de aprofundar e alargar o espaço públi-

co e dar mais e mais qualidade à informação, à

opinião, ao debate, à refl exão, ao conhecimen-

to deste nosso mundo local, sem esquecer que

vivemos no mundo global. Sem esquecer uma

selecção musical de qualidade. E, ontem como

hoje, continua a ser necessário reunir os recur-

sos, humanos e fi nanceiros, que nos permitam

manter e qualifi car este serviço. Apesar da crise

generalizada tornar a viagem mais perigosa.

A Antena Livre é hoje a base de operações de

um conjunto de serviços de comunicação que

se pretende sustentável e em crescimento.

E a Gala Antena Livre, neste caso a quinta, no

nosso Ano 30, pretende ser a afi rmação festiva

deste nosso poder de comunicar e de, fazendo-

o, estarmos ao serviço das nossas gentes e da

nossa comunidade.

ALVES JANA

MÁRIO JORGE SOUSA

Quando a velha “Sherpa” pintada

com o logótipo da rádio chegava a

uma qualquer terra da nossa região,

os putos corriam atrás da carrinha e

as pessoas assomavam às janelas: “É

a RAL! É a RAL!” – diziam expectantes

das razões da nossa ida. As equipas

eram recebidas como quase-heróis

de uma qualquer epopeia. Era uma

festa. A rádio existia paredes-meias

com o povo, com a sua realidade e

anseios. A RAL fazia parte do quoti-

diano colectivo (por razões sociológi-

cas ainda pouco aprofundadas, a RAL,

desde a sua criação, conseguiu gerar

uma enorme empatia com as popu-

lações, com as entidades públicas e a

sociedade civil. Seria interessante es-

tudar este fenómeno …)

Trabalhei lá, na RAL, entre 1988 e

meados de 1990. Foram dos melho-

res tempos da minha vida. Não exis-

tiam televisões privadas nem por

cabo, o panorama comunicacional

era incipiente, as rádios eram “pira-

tas”, amadoras e rudimentares, os pa-

drões de excelência eram baixos e a

própria TSF dava os primeiros passos

como estação de referência. Mas a

RAL, sim, já era uma referência, talvez

a mais importante referência nacional

na época.

A RAL não foi a primeira rádio “pira-

ta” a emitir, mas foi a primeira no país

a assegurar emissões regulares, ou

seja, com horários fi xos diários. A RAL

tinha História e ser da RAL era moti-

vo de fundado orgulho. E foi dela que

nasceu o grande movimento que ori-

ginou a legalização das rádios locais

em Portugal (salvé António Colaço e

Sousa Casimiro!)

Na ocasião, ser jornalista numa rá-

dio local era sê-lo com aspas: “jornalis-

ta”. Ninguém levava isso a sério. Nem

os próprios. Recordo que as pessoas

me diziam: “Ah, ‘tás na RAL, até en-

contrares uma coisinha melhor, não

é?”… Não, não era. Eu estava ali com

consciência profi ssional, com emprei-

tada assumida e habilitado de experi-

ência em jornais e de algumas com-

petências técnicas e deontológicas

aí adquiridas. Mas nesses anos, estas

coisas eram ignoradas ou pouco va-

lorizadas. Cada um era uma espécie

de “faz tudo” e ao pragmatismo da

função impunha-se o entusiasmo da

missão. Também a luta pela dignifi ca-

ção dos trabalhadores da rádio foi ga-

nha (?) com o tempo.

A RAL tinha um telex ligado à ANOP

(hoje LUSA) que era a principal fonte

para as notícias, com intercalares de

hora a hora. Não havia espaços de in-

formação regional enquanto tal e, ao

meio-dia, ia para o ar o “Informativo

do Meio-Dia”, onde, durante cerca de

dez minutos, eram lidos um número

maior desses telegramas gerais. Os

assuntos da actualidade local não ti-

nham tratamento jornalístico (nem

redactorial) e eram “encaixados” pe-

los animadores ao longo da emissão.

Os temas mais centrais tinham divul-

gação e discussão nos programas de

autor, transmitidos à noite.

Pouco a pouco, a Fernanda Men-

des, a Amélia Bento e eu (com ajuda

do Francisco Paiva Franco) iniciámos

uma renovação desses processos.

As notícias locais passaram a ter tra-

tamento adequado, fomos em bus-

ca das agendas institucionais (na al-

tura só as Câmaras de Constância e

Barquinha enviavam notas) e íamos

dando voz à região mediante critérios

editoriais. Pedimos então ao Casimiro

meia hora para um noticiário alarga-

do, às 12. Ele não acreditou no suces-

so de tal cruzada, mas deu-nos o be-

nefício da dúvida. O resto da hora era

preenchido com a “Música Latina”, da

Carla Tereso.

Passámos a fazer reportagens, his-

tórias jornalísticas, directos e entrevis-

tas (por telefone, ou nos estúdios das

Arreciadas) a protagonistas das mais

diversas áreas. Abrimos as portas a te-

mas polémicos e à actividade política

regional. O tempo já era pouco para

tanto material. Após a legalização, o

comprovado êxito de audiências le-

vou-nos a reclamar a hora toda, mas

aí os chefes (o Casimiro, o Augusto

Martins e o João Graça Vieira) já es-

tavam convencidos da conveniên-

cia e pujança de tal serviço público.

Chegámos a ultrapassar em popula-

ridade (palavras deles) o paradigma

dos discos pedidos e o Casimiro até

propôs a rescisão do contrato com a

ANOP, o que nós não concordámos

porquanto o telex deixara de ser es-

sencial, mas continuava a ser uma fer-

ramenta complementar.

E assim nasceu o “Jornal do Meio-

Dia”, um formato profi ssional que fez

escola e que marcou uma época da

Antena Livre. Foi possível refi nar al-

guns métodos de trabalho já ensaia-

dos e, entre outras coisas, introduzi-

mos a participação de comentadores

(ex.: Anacleto Baptista para assun-

tos religiosos, Victor Florentino ou

Augusto Martins para o desporto,

etc.) e de “cronistas residentes”. De 2ª

a 6ª feira, os primeiros foram, respec-

tivamente: Ramiro Santos Ruivo, José

Alves Jana, Luís Peixoto, Luís Manuel

Gonçalves e João Graça Vieira.

Para o “núcleo duro” de informa-

ção atrás referido (e além dos gran-

des sonoplastas, companheiros de

régie, Jorge Pequeno, Paulo Esteves,

José Ramos e Anabela Almeida), en-

trariam depois a Dina Pereira, a Lídia

Aparício e a São Grácio. Mais tarde, o

José Belém e o Jerónimo Jorge. Per-

doem se me esqueci de alguém, mas

as memórias também sofrem ero-

sões. As histórias são imensas. Quem

sabe, um dia, haja oportunidade de

contá-las…

São já 30 anos de aventura e serviçoANTENA LIVRE

Breves histórias da Rádio

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ABRIL2010

jornaldeabrantes

A V Gala Antena Livre volta ao palco do cine-teatro de S. Pedro, em Abrantes, no pró-ximo dia 20 de Maio. Com a pesada responsabilidade de manter e elevar os níveis de satisfação do ano passado, o desafi o está a ser enfrenta-do pela equipa desta rádio local.

A Gala Antena Livre é já

uma marca reconhecida em

toda esta zona. Trata-se de

uma Festa da Música, que

promove os novos valores lo-

cais. Mas é também um mo-

mento em que se assinalam

algumas das personagens

sociais pelo contributo de

relevo que têm dado na sua

zona de actuação. E este ano

a V Gala Antena Livre man-

tém-se fi el a esse rumo.

O espectáculo contará

com um momento de dan-

ça contemporânea, pelo Es-

paço Idança, a actuação dos

Kwantta e de Ricardo Azeve-

do, um momento de fandan-

go por dois grupos folclóri-

cos, e a estreia dos Amar que

nos vai trazer um momento

de grande sensibilidade.

Os Kwantta (na foto) têm

um som que é uma fusão

de rock, música tradicional,

blues, reggae e funk. Ricardo

Azevedo foi vocalista dos

EzSpecial, e depois, a solo,

são dele o “Pequeno T2” e “O

Beijo”.

Os AMAR são um projecto

a 3 vozes acompanhadas por

guitarra, baixo, teclas, bateria

e 5 sopros: trombones, saxo-

fones e trompete. Propõem-

se revisitar grandes canções

da música portuguesa, com

uma nova sonoridade que

traz às canções uma nova

vida. A Sociedade Artística

Tramagalense é o palco de

ensaios dos AMAR há largos

meses, que vão apresentar-

se a público pela primeira vez

na Gala Antena Livre.

Durante o espectáculo vão

ser entregues os já tradicio-

nais Galardões Antena Livre.

Este ano vão ser feitas dis-

tinções nas áreas de Prestí-

gio/Carreira, Empresa, Cultu-

ra, Educação, Social/Cidada-

nia, Nacional/Comunicação,

Música/Jovem valor, e Jovem

jornalista.

V Gala Antena Livre é a festa do Ano 30

destaque 5

Os bons velhos tempos“Antena Livre 30 anos As

Memórias da Rádio” vai tra-

zer á programação da An-

tena Livre algumas “me-

mórias” do tempo que já lá

vai. Quem não viveu esse

tempo pode agora esprei-

tar algumas peripécias que

foram fazendo esta rádio e

as nossas comunidades lo-

cais. O novo programa vai

para o ar aos sábados às

15h00, com repetição aos

domingos às 20h00.

Também três vozes “da-

quele tempo” estão a vol-

tar aos microfones da An-

tena Livre. Pedro Pequeno

e Fernanda Mendes já es-

tão no ar e Kina Oliveira vai

fazer em breve a sua reapa-

rição.

Em qualquer dos casos,

não se trata de voltar atrás,

ou de fi car preso do pas-

sado. O que se pretende é

reavivar a memória, para

termos mais energia e me-

lhor direcção na criação do

futuro.

• Arreciadas: uma velha antena na primeira sede da rádio vigia Abrantes ao longe.

Page 6: JA - abril 2010

ABRIL2010

jornaldeabrantes

região6

O serviço de recepção

das urgências e a respec-

tiva zona de triagem do

Hospital de Abrantes en-

contram-se em total remo-

delação. Em declarações

ao JA, António Mor, admi-

nistrador do Centro Hospi-

tal Médio Tejo, referiu que

o melhoramento deste ser-

viço irá estar a decorrer até

ao próximo mês de Junho.

O objectivo das obras em

curso passa pelo melhora-

mento e manutenção das

condições prestadas aos

doentes, bem como, pelas

condições de trabalho for-

necidas aos profi ssionais

do hospital.

Actualmente, os utentes

que se dirigem ao hospi-

tal de Abrantes encontram

a zona da triagem no local

da fi sioterapia. “Esta altera-

ção de espaço não está a

prejudicar a qualidade do

serviço prestado aos doen-

tes”, garante António Mor.

“Por sua vez, os utentes

também não têm feito re-

clamações associadas às

alterações espaciais causa-

das pelas obras”, afi rmou o

administrador.

António Mor referiu ainda

ao JA, que quando as obras

estiverem prontas nestes

últimos locais referidos, “os

serviços de especialidade

das urgências como a pe-

diatria, a medicina interna,

a cirurgia, a ortopedia e o

SO iram funcionar numa

das enfermarias do hospi-

tal, uma vez que as obras

seguintes iram incidir nes-

tes serviços.

JOANA MARGARIDA CARVALHO

A escola Secundária Dr. So-lano de Abreu, em Abrantes, é uma das escolas que con-tinua em fase de requalifi ca-ção. O projecto está a ser le-vado a cabo pelo programa de Modernização da Parque Escolar e pelo Programa Na-cional dos Centros Escolares. Segundo Jorge Costa, direc-tor da escola, ao JA, “haverá uma alteração completa na estrutura do estabelecimen-to”.

As obras em curso vão con-

tar com inúmeras alterações

em todo o recinto da escola.

Um novo edifício está a ser

construído, onde se vai en-

contrar a secretaria, a sala da

direcção, a sala de professo-

res, uma biblioteca nova e a

sala de trabalho dos docen-

tes. O bar da escola, que se

encontrava numa zona com-

pletamente distinta do re-

feitório, irá passar para jun-

to deste, ocupando o antigo

balneário dos rapazes. Have-

rá ainda, a integração de dois

parques de estacionamento

que se vão juntar ao pavilhão

gimnodesportivo. Este último

que passa a fi car dentro do re-

cinto escolar.

Presentemente, os alunos

encontram-se a ter aulas em

salas de aula improvisadas

fora do edifício principal mas,

segundo Jorge Costa, apre-

sentam melhores condições

do que as salas antigas, uma

vez que “até ar condicionado

têm”. O espaço ao ar livre está

também mais reduzido, o que

causa algum transtorno, mas

“espera-se compreensão e co-

laboração por parte de alunos

e professores”, afi rmou o di-

rector da escola.

Derivado às más condições

climáticas, a obra está com

um atrasado de dois meses.

Assim, o fi m desta está pre-

visto para o próximo mês de

Março de 2011.

Escola D. Miguel de Almeida já está em obras

A Escola D. Miguel de Almei-

da, em Abrantes, iniciou a pri-

meira fase de obras que vai

estar a decorrer até ao próxi-

mo mês de Setembro.

Em declarações ao JA, o di-

rector do agrupamento, Jorge

Beirão, referiu que a primeira

fase da obra irá incidir sobre

o pavilhão gimnodesportivo,

as instalações desportivas ex-

teriores e sobre dois blocos de

aulas. Por sua vez, a segunda

fase de obras terá início no fi -

nal do próximo mês de Se-

tembro e irá decorrer até ao

fi m do ano lectivo 2010/2011.

A reabilitação dos edifícios e

recinto escolar surgiu pela ne-

cessidade urgente de melho-

rar e arranjar os danos estru-

turais associados à antiguida-

de do espaço pois, segundo

Jorge Beirão, “a D. Miguel de

Almeida já se encontrava inte-

grada nos cinquenta estabe-

lecimentos de ensino do país

com um maior grau de degra-

dação”.

A obra, promovida pela au-

tarquia com a parceria da Di-

recção Regional de Educa-

ção de Lisboa e Vale do Tejo,

aponta para grandes refor-

mulações ao nível das salas

de aula, refeitório, biblioteca,

bar e espaços livres. A inter-

venção ainda não vai abran-

ger o equipamento em mobi-

liário. Contudo, segundo o di-

rector, “estamos a tentar junto

das autoridades competentes

actuar para que não fi quemos

numa casa nova com equipa-

mento velho”, acrescentando

que “com estas obras preten-

demos ter uma escola mais

actual e moderna tal, como o

ensino português requer”.

Recentemente, as

obras têm afectado as aulas

de Educação Física. Assim, os

alunos vão começar a deslo-

car-se, através de um trans-

porte garantido pela autar-

quia, até à cidade desportiva

para poderem ter esta disci-

plina.

Jardim-de-infância junta-se ao primeiro ciclo

A escola do primeiro ciclo da

Chainça encontra-se também

em total requalifi cação. Jorge

Beirão afi rmou ao JA que “o

recinto escolar fi ca comple-

tamente alterado, no sentido

em que se irá juntar o jardim-

de-infância com a escola do

primeiro ciclo”.

Os alunos de 1º ciclo de

Chainça continuam a ter aulas

na Escola Prática de Cavalaria

de Abrantes, devido às obras

em curso. No entanto, Jorge

Beirão garante “que tudo tem

corrido muito bem, uma vez

que as condições proporcio-

nadas garantem o funciona-

mento normal das aulas ”.

No próximo ano lectivo

2010/2011, a escola da Chain-

ça já estará requalifi cada e os

alunos poderão voltar ao cen-

tro escolar, garante o direc-

tor do agrupamento. Recor-

demos que esta foi uma das

escolas em que, por falta de

cumprimento do empreiteiro,

a obra sofreu grandes atrasos.

Escolas em requalifi caçãoABRANTES

ABRANTES

Urgência do Hospital em obras

CorrecçãoNa última edição, na entrevista com a vereadora

Manuela Arsénio da Câmara Municipal de Constância, um

lapso de comunicação fez-nos afi rmar: “Quanto ao turis-

mo científi co, o Centro Ciência Viva e o Parque Ambiental

trazem cerca de 30.000 pessoas por ano ao concelho, tan-

tas como o Museu de Etnologia em Lisboa.” A verdade é

que o Centro Ciência Viva e o Parque Ambiental trazem –

cada um – cerca de 30.000 pessoas por ano ao concelho

de Constância.

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ABRIL2010

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região 7

Um coelho, um galo, um

porco e um bezerro vão di-

tar a sorte em Alcaravela.

Vai ser no próximo dia 22 de

Maio, num esforço colectivo

a favor do Centro de Dia lo-

cal. O objectivo é comprar

uma carrinha para transpor-

te de cadeiras de rodas e já

não é a primeira vez que “os

amigos do centro de dia”

se organizam para conse-

guir os 40.000 euros neces-

sários. A festa começa às

18h00 e terá os indispensá-

veis comes e bebes, do bom

e do melhor à maneira local,

e ainda animação infantil.

“Normalmente, nas festas,

as crianças são esquecidas”,

explica Adélia Seifert, coor-

denadora do projecto. Des-

ta vez vai ser diferente. As

crianças vão ter uma aten-

ção especial. A nova Asso-

ciação dos Jovens do Sar-

doal vai estar activa. E as

associações da freguesia as-

seguram a logística da festa.

os Sex Appeal dão música

às gentes. E, é claro, a deci-

siva “actuação” do coelho,

do galo, do porco e do be-

zerro vai ser um dos centros

da festa. Festa solidária, a fa-

vor de melhores condições

de vida dos idosos da terra

e, no dia, a favor da alegria

geral, do convívio e da sor-

te, claro.

ALCARAVELA

Festa da Bosta Solidária

Cultura Avieira em congressoPATRIMÓNIO CULTURAL

O I Congresso Nacional da Cultura Avieira decorre em Santarém e Salvaterra de Ma-gos, de 07 a 09 Maio.

Um dos objectivos é dar

força à candidatura da Cultu-

ra Avieira a património nacio-

nal. Um segundo objectivo é

aprofundar o conhecimento

desta formação cultural que

ainda persiste no Ribatejo,

mas que está em risco de de-

saparecer.

Os avieiros são gente liga-

da ao rio e à pesca. “Mas não

são meros pescadores ou ho-

mens da borda-d’água. São

herdeiros de uma cultura an-

cestral, única no mundo, es-

palhada pelas margens do

rio Tejo desde 1850. A his-

tória deste povo e destas al-

deias perde-se na bruma do

tempo, com muito poucos

registos escritos. O que se

sabe foi sendo transmitido

de boca em boca.” São pala-

vras de Mário Costa, para as

Selecções do Reader’s Digest

(http://www.seleccoes.pt/

article/15450). Descendem

de pescadores oriundos da

praia da Vieira, daí o nome de

avieiros. “No Inverno, quan-

do o mar de Vieira de Leiria

se mostrava pouco generoso,

famílias inteiras deslocavam-

se em campanha até ao Tejo,

onde em pequenos barcos

pescavam sável, enguia, fata-

ça, lampreia e robalo.”

A aldeia de Caneiras, no

concelho de Santarém, com

as suas casas de madeira so-

bre palafi tas e a sua “fataça na

telha” é talvez a mais conheci-

da. Mas Patacão, em Alpiarça,

também é uma marca aviei-

ra no território ribatejano. E

Constância, entre outras loca-

lidades ribatejanas, tem tam-

bém a sua marca dos avieiros.

Além do Tejo, também no rio

Sado houve fi xação de gen-

tes de cultura avieira.

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ABRIL2010

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8 região

ANÚNCIOS 100% GRATUITOS

No Centro Cultural do Sar-doal, às quartas-feiras, às 18h30, um grupo de cerca de 10 pessoas junta-se para pra-ticar Yoga.

A orientadora é Sónia San-

tiago, professora de Mate-

mática, que insiste em dizer

que insiste em dizer que não

é professora diplomada em

Yoga. Diz de si que “apenas”

praticou três anos e tem in-

vestigado. Pediram-lhe e ela

aceitou dirigir, desde Janeiro

passado, este grupo. Por isso

são ainda poucos. O objecti-

vo é desenvolver este tipo de

actividade física que, como se

sabe, “ajuda as pessoas a en-

contrarem mais serenidade,

mais calma, mais tranquili-

dade”, ao mesmo tempo que

promove “um auto-conheci-

mento, uma maior consciên-

cia de si a começar pelo cor-

po, um maior controlo da sua

maneira de ser”. Os frequen-

tadores, sobretudo senhoras,

mas também um rapaz, mos-

travam interesse no que esta-

vam a fazer e via-se que iam

ali por gosto. Porque mesmo

numa vila tranquila, como o

Sardoal, há cuidados e preo-

cupações e só se ganha em

procurar e construir a paz in-

terior. O yoga é uma das for-

mas. Com origem no Oriente,

tem encontrado uma adesão

crescente no mundo ociden-

tal.

A tranquilidade pessoal procura-se pelo Yoga

CENTRO CULTURAL DO SARDOAL

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ABRIL2010

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região 9

Cinquentenário celebrado este anoASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE IMPRENSA

A Associação Portuguesa de Imprensa acaba de fazer, no dia 23 de Abril, 50 anos de existência.

O Jornal de Abrantes, que é

o sócio mais antigo do distrito

de Santarém, tem o prazer de

se associar a esta efeméride

que vai ser celebrada duran-

te um ano, portanto até Abril

próximo.

O início das celebrações foi

a assinatura de um protoco-

lo de cooperação entre a Bi-

blioteca nacional e o API para

a digitalização da imprensa.

Não é necessário realçar, por-

que é evidente, a importân-

cia de um tal projecto para

conservar viva e actuante a

memória destes “parceiros

sociais” e do papel que têm

tido na dinâmica social por-

tuguesa. Sem esquecer, é cla-

ro, os pequenos jornais e re-

vistas. O Jornal de Abrantes

saúda a API e celebra o papel

que a mesma tem desempe-

nhado ao longo dos seus 50

anos.

E faz votos para que, nesta

hora difícil que todos vive-

mos, a sua acção possa aju-

dar a passar alguns “cabos

das tormentas”.

Assinalar a Primavera e

incentivar o culto da fl or

são dois objectivos da Fes-

ta da Primavera que de-

corre em Abrantes des-

de o mês de Março. O dia

maior é a 15 de Maio. 08 a

22 de Maio 2010 - Concur-

so de montras 14 a 16 Maio

2010 - Festival de Espanta-

lhos (material reciclável)

15 de Maio 2010 (Sábado)

Passeio Pedestre da As-

censão (Passeio ao campo

para apanha de fl ores sil-

vestres e ramos alusivos

ao Dia da Espiga, em cele-

bração da natureza, como

símbolo de prosperidade).

Mercado Quinhentista com

a participação do Agrupa-

mento de Escolas D. Miguel

de Almeida e dos ranchos

folclóricos do concelho.

Festa do Maio Eleição

da maia Abrantina 2010,

com participação dos

ranchos folclóricos do

concelho. Guerra das Flo-

res, com derrame das fl o-

res colhidas durante a ma-

nhã.

ABRANTES

Festa da Primavera

até 15 de Maio

Page 10: JA - abril 2010

ABRIL2010

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10 região

As paróquias de Abrantes vão receber a visita pastoral do bispo da diocese, D. Antonino Dias. Nos dias 5 a 7 e 15 e 16, D. Antonino Dias vai manter contactos com a comunidade católica dos crentes e com variadas instituições da socieda-de civil.

A visita termina com a missa de crisma

no domingo, dia 16, às 16h00, seguida

de convívio com a comunidade católi-

ca. Recorde-se que a diocese é a unidade

básica da organização da Igreja Católica.

E uma diocese é, no essencial, constituí-

da pela comunidade dos crentes e o bis-

po, seu pastor. Por isso, a visita pastoral

é, no essencial, a visita do pastor ao seu

rebanho, segundo uma metáfora bíbli-

ca muito conhecida. Os padres são, de

algum modo, delegados do bispo junto

das comunidades locais.

Entre as funções do bispo, estão as da

união dos crentes na fé em Jesus Cristo

e a administração da vida colectiva da

sua igreja particular, mas também a mis-

são profética de anunciar a Boa Nova do

Evangelho para lá da comunidade dos

crentes. É à luz desta chave de leitura que

deve ser interpretado o vasto programa

da visita pastoral. Sem esquecer os vestí-

gios do poder medieval que a organiza-

ção da Igreja católica ainda conserva.

As VIII Jornadas de Urologia do

Centro Hospitalar do Médio Tejo

(CHMT), decorrem nos dias 7 e 8

de Maio, em Tomar.

Com o tema Urologia, Cru-zamento de Olhares, as Jorna-

das promovidas pelo Serviço

de Urologia do Centro Hospita-

lar do Médio Tejo, reúnem duas

centenas de profi ssionais de

saúde de todo o país e um vas-

to conjunto de especialistas que

abordarão as questões mais per-

tinentes desta especialidade clí-

nica. Por alguns dos maiores es-

pecialistas do nosso país, temas

tão diversos como a detecção

precoce das doenças da Memó-

ria, o Cancro no aparelho uriná-

rio, a Incontinência Urinária fe-

minina e masculina, o Abando-

no de Idosos nos hospitais ou

a Performance e Qualidade em

Cirurgia. O Dr. Paulo Vasco, Di-

rector do Serviço de Urologia

do CHMT, sublinha que, a exem-

plo das edições anteriores, uma

vez mais esta iniciativa terá uma

adesão muito signifi cativa de

participantes, constituindo um

acontecimento muito signifi ca-

tivo no plano da formação glo-

bal dos profi ssionais de saúde

da região e do país. A conferên-

cia inaugural é proferida pelo

professor Cruz Maurício, que

abordará o tema “A erosão da memória e o demónio do esque-cimento vistos na janela da resso-nância magnética”.

O JA associa-se ao Projecto “Isaura”, nome su-

posto, da Juventude Amiga.

A Dona “Isaura” é uma cidadã abrantina. Com

59 anos, viúva, está reformada por invalidez de-

vido ao seu grave problema de saúde. Como não

tem meios para resolvê-lo, pediu ajuda à Juven-

tude Amiga – Associação de Voluntariado que

tem sede na Escola Dr. Manuel Fernandes. A

Dona “Isaura” tem um problema de saúde de ori-

gem cancerígena que lhe origina o crescimento

de quistos nas raízes dos dentes. Já teve de efec-

tuar 39 operações com anestesia geral. Mesmo

assim, a sua doença teima em alastrar. Se a Dona

“Isaura” conseguir implantar 2 próteses de ma-

xilares, no valor de 2 000 €, o seu problema de

saúde melhorará em larga escala. Permite-lhe ter

uma maior esperança de vida, pois esta encon-

tra-se em risco. A Dona “Isaura” pretende man-

ter o anonimato, porque já sofreu demasiado a

pedir ajudas que lhe têm sido negadas. A Juven-

tude Amiga já constatou a veracidade de toda a

situação clínica da Senhora “Isaura”. Nomeada-

mente junto do médico que a acompanha. O

desafi o é simples: se todos contribuirmos com

pelo menos 1 €, conseguiremos ajudar a Dona

“Isaura”!

No dia 1 e 2 de Maio, a Juventude Amiga irá fa-

zer um peditório na cidade de Abrantes e no 3 de

Maio fará o mesmo na Escola Dr. Manuel Fernan-

des, com os seus voluntários. É sem dúvida uma

causa nobre e que todos poderemos realizar!

Como é que vamos deixar morrer uma pessoa

porque faltam 2.000€?

Bispo D. António Dias em visitaABRANTESSOLIDARIEDADE SOCIAL

“Projecto Isaura”

Jornadas de Urologia do Médio TejoTOMAR

Page 11: JA - abril 2010

O “piloto de Abrantes”relembra as suas histórias

Galeria de Arte dá a conhecer novas formas de ver o mundo

PUB

www.nyb.pt

Santinho Mendes, o “piloto de Abrantes”, diz que o regresso do desporto automóvel a esta cidade só

acontecerá se aparecerem pessoas com muita vontade. Os tempos já não são os mesmos em que havia 18 carros de Abrantes a correr em autocross, mas o piloto acredita que os jovens podem fazer voltar os ralis.

A Galeria Municipal de Abrantes mudou de horário, para melhor servir os interesses de quem gosta de

arte. As crianças têm sido uma grande aposta deste espa-ço, mas o objectivo continua a ser o de atrair um público heterogéneo, desenvolvendo o sentido crítico e dando a conhecer novas formas de ver o mundo.

PUB

P. 4 e 5

P. 9

P. 10

P. 4 e 5

P. 3

EMM

Y CU

RL

VIC TOR FRANCISCO

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL » ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES» INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR

Jovem cantora transmontana, no iníciode um percurso que promete

Um grupo de 20 alunos da ESTA Um grupo de 20 alunos da ESTA esteve “embedded” com unidades esteve “embedded” com unidades militares de Santa Margarida, militares de Santa Margarida, no âmbito dos exercícios Rosa no âmbito dos exercícios Rosa Brava 2010 e SHAMA 101. Com Brava 2010 e SHAMA 101. Com esta experiência, os estudantes esta experiência, os estudantes aprenderam, entre outras coisas, o aprenderam, entre outras coisas, o que é ser jornalista em cenário de que é ser jornalista em cenário de guerra - com frio, chuva e muitas guerra - com frio, chuva e muitas privações. privações.

Alunos da ESTA Alunos da ESTA em cenário de em cenário de guerra guerra

P. 9

Presidente da Junta de Alferrarede diz que estudantes vão dinamizar a freguesia

Estudantes criam bloguesobre o mundo do desporto

A ideia partiu de um grupo de alunos da ESTA e vários outros se juntaram à iniciativa. O trabalho

que tinham que fazer para uma disciplina deu origem ao blogue olivredirecto.blogspot.com. Para além de notícias actualizadas sobre o mundo do futebol, os alunos produ-zem programas de debates e de comentários, com rigor e profissionalismo.

Page 12: JA - abril 2010

2 | ESTA JORNAL • Abril 2010

editorial

Hália Costa Santos

ESTATUTOEDITORIAL

• O ESTA é um jornal de Escola, de

pendor assumidamente regional,

mas que nem por isso abdica da

dimensão de um órgão de grande

informação ou da ambição de

conquistar o público para além do

meio universitário.

• O ESTA Jornal adopta como lema e

norma critérios de rigor, de absoluta

independência e de pluralismo dos

pontos de vista a que dá expressão.

• O ESTA Jornal aposta, por isso, numa

informação plural e diversificada,

procurando abordar os mais diversos

campos de actividade numa atitude

de criatividade e de abertura perante

a sociedade e o Mundo.

• O ESTA Jornal considera como

parte da sua missão contribuir

para a formação de uma opinião

pública informada, emancipada

e inter veniente - condição

fundamental da democracia e de

uma sociedade aberta e tolerante.

• A democracia participativa e

entendida para além da sua

dimensão meramente institucional,

o pluralismo, a abertura e a tolerância

são os valores primaciais em que se

alicerça a atitude do ESTA Jornal

perante o Mundo.

• O ESTA Jornal considera-se

responsável única e exclusivamente

perante a ambição e a exigência dos

seus redactores, alunos do Curso

de Comunicação Social da Escola

Superior de Tecnologia de Abrantes

e perante o público a que se dirige.

O ESTA Jornal está por isso plenamente

disponível e empenhado com os

leitores, comprometendo-se a manter

canais de comunicação abertos com

quantos connosco queriam partilhar

as suas ideias e inquietações.

Mais uma vez, esta edição do ES-TAJornal conta histórias de vida, como a da enfermeira que trocou a cidade pelo campo ou a do padre que desistiu do sacerdócio para ter mulher e fi lhos. Mas este número do ESTAJornal também aposta em divulgar novos valores, como a transmontana Emmy Curl ou co-mo os alunos da ESTA que já “dão

cartas” no jornalismo e no comentário desportivo. E por falar em desporto, deci-dimos dar espaço e atenção a modalidades que não são as escolhidas pela maioria: basquete, ténis e desporto automóvel. Privilegiando um enfoque na região, a Grande Entrevista é dedi-cada a um homem que fi cou conhecido como “o piloto de Abrantes”.Quando procuram históri-as, os alunos da ESTA, que produzem este jor-nal, fazem-no com uma

preocupação dupla: desenvolver as suas capacidades, que lhes permitirão vir a ser bons profi s-

sionais; tornar este produto in-formativo em algo que as pessoas gostem de receber, aproximando-as da ESTA e do Instituto Politéc-nico de Tomar (IPT).Queremos que a nossa instituição e as suas três escolas sejam cada vez mais conhecidas, mas que-remos, sobretudo, que Abrantes saiba que tem uma escola – a ES-TA – que quer marcar a diferença. E a verdade é que cada um dos seus cursos tem vindo a proporcio-nar aos seus alunos experiências que outros cursos, às vezes seme-lhantes, não conseguem oferecer. Estar em Abrantes é, quase sem-pre, uma vantagem.Enquanto nas grandes cidades e nas “grandes” instituições de ensino superior os cursos estão quase sempre forma-tados e espartilhados, no IPT con-seguimos aproveitar as parcerias ao máximo, aceitando desafi os e mostrando aos alunos as apli-cações práticas do conhecimento que adquirem na teoria. Foi o que aconteceu, mais uma vez, com a Brigada Mecanizada de Santa Margarida. Ganhamos todos!

O conceito de patriotismo parece estar modificado. As condições políticas e sociais do país assim

o exigem e por isso nada me choca ver bandeiras espanholas em território luso. Refiro-me, obviamente, a Valença do Minho onde a presença de jornalistas tem sido quase diária. De um lado temos um presidente de Câmara, de seu nome Jorge Mendes, muito indignado pela sua autarquia colocar bandeiras espa-nholas nas fachadas dos seus edifícios. De outro, o mesmo presidente que não resolve o problema dos seus cidadãos. Lados opostos, o mesmo interveniente. Segundo a Lusa, o presidente da Câ-mara de Valença considera este acto de “antipatriótico”, enquanto a população considera desumano estar sem serviço de urgências no concelho. Será a culpa do autarca local? Não sei. Uma coisa é certa, as cores políticas que o identificam são as mesmas que José Sócrates traz consigo. As coisas não correm mal só em Valença, pela capital também não

Começo a não gostar de gregos. Primeiro obrigam-me a deco-rar uma lista imensa de Deuses

para cada tipo de coisa. Cada cidade da Grécia possuía um Deus protector. Depois ainda destacaram um fulano para ser Deus de todos esses Deuses. A mim bastou-me ver José Sócratres no poder e Teixeira dos Santos com a carteira para perceber que estou a viver num país que consegue estar condenado à morte e ser um inferno ao mesmo tem-po. Não é que o último tenha culpa. Diz a lei que é o responsável pela condução da política financeira do Estado. Está a conduzir-nos para o abismo, mas não deixa de estar a conduzir. Nada temo. Os Deuses Gregos viviam de mitologia, mas eu tenho a garantia de José Sócrates, em carne, osso e casaco Armani, que os impostos não serão aumentados. Reza-ria a Sócrates se ele por acaso ouvisse o

Quem comeu os meus iogurtes?

João Ruela

Ser ou não ser patriota

Vanda Botas

que um português tem para dizer, mas não quero tomar o tempo do senhor. Digo isto apenas porque começo a não gostar de gregos.

Em 2004, decidiram ser campeões eu-ropeus e pôr o Ronaldo a chorar. Ingratos e com uma atitude indigna para convi-dados: preparamos uma festinha toda bonita, verde e vermelhinha, e eles é que abrem o champanhe. Depois, provocam uma subida nos encargos do Estados com juros de 130 milhões de euros anuais. Com tantos deuses para adorar, ainda têm a mania de eles mesmos quererem viver como Deuses. Manientos, estes gre-gos! Depois, elegem um vice primeiro-ministro que também é Deus e, ainda por cima, chama-se mesmo Deus (Theo).

Enfim, tudo isto ainda era aceitável, porque o iogurte grego importado é, de facto, uma uma delícia. Tirem a credi-bilidade que tenho na Grécia, mas não

me tirem o iogurte grego. Até que esta semana perdi a paciência. Fui comprar mais iogurtes e não havia uma única unidade na prateleira do hipermercado. Fui para casa desolado por me terem negado a única coisa que me faria feliz naquele momento. Se faltava leite, pode-riam fazer uma reza ao Deus das vacas e do leitinho, de certeza que arranjam um ali pelo meio.

Pior ainda foi quando liguei a TV: The-odoros Pangalos diz que Portugal vai ser a próxima vítima da crise. Estou indignado e revoltado: estragou o suspense todo. Agora que estávamos a chegar à parte boa do filme, este Deus grego decide antecipar-se e contar o final. Telefonem para Hollywood e metam o desfecho de cada filme em cada trailer! E porque os gregos estão em alta, ainda afirmam que a Alemanha tem que mudar de atitude para não prejudicar Portugal. Mas que Deus no seu perfeito juízo vai apontar o cão de três cabeças da Europa para um país tão inocente quanto o nosso? E agora? Vão-me tirar os cachorros alemães e a Heinekken do fim-de-semana?

Para concluir, o Theo - sempre ele! - diz-nos para não sermos neutros. En-tão, vou ter que tomar partido? Qual partido? Votei em branco e diz a lei que não posso alterar o meu voto. Pronto, estou condenado. Não há política, nem Deuses míticos que me safem. Perdi a esperança e os meus iogurtes.

andam muito bem. A quem se devem atribuir responsabilidades? Ao povo não é certamente.

A simbologia da bandeira espanho-la tem dupla funcionalidade. De claro protesto e, ao mesmo tempo, de agra-decimento. Podemos achar estranho, mas é de fácil compreensão. Portugal fechou o único serviço de urgências que existia no concelho de Valença, Espanha acolhe os portugueses no alcaide de Tui, na Galiza. Tem esta localidade galega o dever de nos aceitar? Não. Mas fá-lo sem exigir nada em troca, ao ponto que o nosso país não é capaz de solucionar o problema. Tem o governo português o direito de fechar serviços de urgências mesmo sabendo que muitas pessoas dependem dele? Também não, mas fá-lo e parece querer continuar a fazer.

Entre responsabilidades e declara-ções, um homem morreu no passado dia 6 de Abril vítima de um AVC. O idoso chegou ao Centro de Saúde com uma paragem cárdio respiratória e ale-

gadamente não recebeu os cuidados médicos especializados necessários, acabando por falecer. Estes cuidados deixaram de existir após o fecho das urgências. A ministra da Saúde, Ana Jorge, nega esta hipótese e defende que “se o doente tivesse condições para ser tratado não era num centro de saúde”. Concordo. Muito menos num Centro de Saúde sem serviço de urgência.

A fraca afluência dos utentes ao servi-ço, entre a meia-noite e as oito horas da manhã, foi um dos argumentos utiliza-dos pelo Governo para justificar o fecho daquela unidade. O Governo apontava 1,7 utentes nesse período, já a Comissão de Utentes do centro de Saúde fala em 17. Portanto, é apenas uma questão de vírgulas. Temos assim, um concelho português virado para Espanha, não só pela proximidade geográfica, mas também pela disponibilidade demons-trada pelos serviços galegos locais. Os utentes têm mostrado o seu desagra-do com o uso de bandeiras vizinhas e com manifestações constantes nunca apoiadas pelo seu autarca, no entanto, o mesmo referiu à Lusa: ”Sempre estive e sempre estarei ao lado das populações, mas, sempre, no respeito pelos nossos símbolos e pela ordem pública”. Ou seja, colocar bandeiras não é um acto correc-to. Cortar estradas em manifestações também não. Mas fechar serviços de ur-gências sim! O que é afinal ser patriota?

Ganhamos todos

OPINIÃO

F I C H A T É C N I C A

D I R E C TO R A : HÁLIA COSTA SANTOS

E D I TO R A E X E C U T I VA : SANDRA BARATA

R E DACÇ ÃO : ANA FERREIRA, ANA

ISABEL SILVA, ANDRÉ AMANTE, CÁTIA

ROMUALDO, CLÁUDIA OLIVEIRA,

DANIELA SANTOS, GONÇALO REIS,

JOANA RATO, JOÃO CALRETAS, JOÃO

MIRANDA, JOÃO RUELA, MARIA

RODRIGUES, PEDRO COLAÇO, RENATO

LOPES, TÂNIA MACHADO, VANDA

BOTAS, VITOR FRANCISCO.

P R O J E C TO G R Á F I CO E PAG I N AÇ ÃO :JOÃO PEREIRA

T I R AG E M : 15000 EXEMPLARES

Page 13: JA - abril 2010

Abril 2010• ESTA JORNAL | 3

DESTAQUE

Num país sem guerras (pelo me-nos daquelas que envolvem morte e destruição), os militares portugueses dispõem-se a ajudar e a sacrificar-se em prol dos outros. No campo militar de Santa Margarida (CMSM) existem vários militares e unidades que já par-ticiparam em missões de paz espalha-das pelo mundo. Neste momento, a Unidade de Engenharia prepara-se para ingressar numa missão de paz no Líbano. Dos 140 militares que fazem parte da Unidade, cerca de 20% são mulheres.

Os militares, que se preparam para ir para o Líbano, no próximo mês de Junho, estão na fase de aprontamento, tendo participado no exercício SHA-MA 101 que consistiu em colocar em prática o planeamento, o controlo e a conduta de Operações Tácticas, asso-ciadas às Operações de Apoio à Paz. Ao longo de 17 dias, a Unidade de Enge-nharia submeteu-se, perante um júri, a um conjunto de provas e teve que re-solver uma série de problemas, em tudo semelhantes aos que podem encontrar na missão que vão fazer. No fundo, trata-se de comprovar que a Unidade de Engenharia está preparada, a todos

os níveis, para partir em missão de paz.A principal missão desta Unidade

será a de construir edifícios e estruturas de apoio às forças internacionais que estão no Líbano. O Comandante Mon-teiro Fernandes mostra-se confiante e crente no trabalho da sua força: “A força está preparada, não tememos quaisquer dificuldades”. É com este espírito de equipa e camaradagem que os militares se vão preparando até ao dia da partida.

Um dos “problemas” criados às forças militares que participaram no exercício foi a necessidade de acolher grupos de “jornalistas”, garantindo a sua segurança durante 24 horas, co-mo se estivessem no Líbano. O papel de “jornalistas” foi assumido por um grupo de 20 alunos da ESTA, dos cur-sos de Comunicação Social e de Vídeo e Cinema Documental. Os militares preparam-se para a eventualidade de, em contexto real, terem que receber e proteger grupos de jornalistas; os alunos tiveram a oportunidade única de pôr em prática o que aprendem nas salas de aula, de uma forma realística, sentindo na pele o que sente um pro-fissional de comunicação em cenário de guerra. V.B.

A chuva que caía não previa nada de bom para o resto de dia e para a noite que nos esperava. Depois de algumas horas de saltos e velocidade a mais, che-gámos ao nosso destino: uma enorme tenda. Íamos no papel de jornalistas, para partilhar experiências com mi-litares em cenário de guerra. Alguns dos militares acreditavam que éramos mesmo jornalistas. De certo modo, isso era bom. Notava-se uma certa preo-cupação em fazer o melhor e integrar bem os 'convidados'. Durante 24 horas desempenhámos o papel de jornalistas 'embedded' (integrados em forças mi-litares), comendo, dormindo e vivendo nas mesmas cirscunstâncias.

O Major Morais foi o nosso grande apoio. “Tudo o que precisarem peçam ao Major Morais, ele é a vossa mãe e o vosso pai!”, dizia o Tenente-Coronel Pedro em tom de brincadeira. Não nos faltou nada e até recebemos um “miminho”. Depois de um jantar de ração de combate, deram-nos umas sandes que nos souberam co-mo um verdadeiro manjar.

À noite, o Tenente-Coronel Pedro, Comandante do grupo de Cavalaria, fez questão de nos dar as boas vindas e de fazer uma breve descrição dos exer-cícios. Programou ainda o dia seguinte e disse que “a alvorada”, para nós, podia ser às 9h00. E deixou um aviso: “Te-nham cuidado com as luzes. Lembrem-se que, à noite, temos olhos de gato”.

Explicou-nos depois que, de noite, re-duzem ao máximo as luzes para que o inimigo não os encontre. Podíamos ter luz na nossa tenda, mas deveríamos baixá-la e fechar a porta para que fosse pouco visível do exterior. Aqui comecei mesmo a sentir-me integrada no exer-cício. Estávamos no meio dos militares e, como tal, tínhamos de agir como eles.

Recolhemos, e no dia seguinte o acordar foi sereno. Alguns tiros, nada de mais... Mas a alvorada foi duas ho-ras antes do previsto. Na tropa é assim, temos de estar sempre alerta e prontos para qualquer situação. A noite foi longa, mas o sono matinal não incomodou. Queríamos aproveitar o dia da melhor forma. O leite quente que tomámos foi

digno de referência. Aqueceu o corpo que tremia gelado. Foi dos melhores, senão o melhor pequeno-almoço que tomei nos últimos tempos. Após a re-feição veio a instrução.

O capitão Lourenço foi o nosso com-panheiro naquela manhã. O responsável pelo 2º esquadrão de carros de combate ensinou-nos a colocar máscaras NBQ para prevenir a contaminação através de ataques químicos ou nucleares. A instrução foi clara e a parte prática di-vertida. Depois visitámos um dos carros de combate que o esquadrão tem ao seu dispor. O Leopard 2A6 é um dos carros de combate de topo, a nível mun-dial, considerado por muitos o melhor de todos. Foi adquirido pelo Estado português à Holanda e encontra-se ao serviço do exército. Por muito grande que possa parecer, o seu interior é redu-zido e apenas suporta quatro pessoas lá dentro. Depois de tudo isto, tivemos a nossa praxe. A aula de camuflagem foi um momento de descontracção onde os militares mostraram os seus dotes artísticos nas nossas caras.

Para os 20 alunos da ESTA, que foram divididos em três grupos diferentes, esta experiência certamente ficará na memó-ria. Quem sabe se algum dia não teremos outra igual, mas ao nível profissional. Aí saberemos agradecer a oportunidade que nos foi dada. Partimos em vantagem, pois já conhecemos um pouco como funcionam os exercícios militares e muito daquilo que os envolve.

Para um jovem estudante de jorna-lismo, como é participar numa expe-riência como esta?

É importante na medida em que nos mostra e envolve numa realidade que é muitas vezes negligenciada por nós. Para nós, isto foi uma experiên-cia voluntária e uma simulação, para os nossos avós uma imposição e uma dura realidade. Um jornalista tem de consciencializar-se que o mundo é a sua casa, e se o mundo está em guerra, temos de lá estar para noticiá-la. Para os jovens jornalistas é também im-portante perceberem que não vamos estar em frente ao portátil a escrever notícias. Alguém tem de recolher essas mesmas notícias e um dia podemos ser nós. A verdadeira procura de notícias é feita em campo, não no google, como estamos (mal) habituados. Quais são os principais aspectos que destaca depois da passagem pelo campo com os militares?

Pude presenciar duas realidades em paralelo: a nossa e a do chamado 3º mundo, por muito que eu desgoste des-se termo. Os meus colegas 'jornalistas'

estavam imensamente preocupados porque não conseguiam ter rede no telemóvel. Em diversos países, o tele-móvel é um aparelho desconhecido. O cardápio também foi bastante criticado, e há milhões de crianças a morrer à fome. Dizer isto não é nenhum clichê, é algo que esquecemos, não valorizamos as coisas que temos. Também houve queixas por chover na nossa tenda;

há quem nem tenda tenha e durma debaixo da própria chuva. Estes foram os aspectos que mais me tocaram e que conseguiram tornar aquilo que era uma experiência jornalística num alerta para a realidade do nosso mundo e numa verdadeira lição humanitária.Como foi o relacionamento dos 'jor-nalistas' com os militares?

Os militares foram bastante atencio-sos e acessíveis. O esterótipo de militar duro e sério está errado. Estão muitos meses isolados e longe da família e, por isso, alegram-se ao verem caras novas. O espírito de patriotismo e camaradagem é admirável, algo que é uma raridade nos tempos que correm. Poder estar naquele campo de guerra encheu-me, e o termo é mesmo este, de orgulho. Ver os militares a valorizarem o simples facto de terem um pão para comer e uma companhia para conversar é uma imagem que deveria servir de exemplo para todos. Mais do que nos ensinar a colocar máscaras de gás, ensinaram-nos a valorizar as pequenas coisas, de uma maneira tão indirecta que me tocou da maneira mais profunda possível.

Militares ao serviço dos outros

“AQUI TEMOS OLHOS DE GATO” Vanda Botas

“A verdadeira procura de notíciasé feita em campo, não no google”

Experiência dos alunos da ESTA assumindo o papel de jornalistas

Camuflagem. Ser invísivel ao inimigo é uma das principais preocupações

João Ruela

Três perguntas a João Ruela, estudante de Comunicação Social da ESTA

VIC TOR FRANCISCO

“Tudo o que precisarem peçam ao Major Morais, ele é a vossa mãee o vosso pai!”,

VIC TOR FRANCISCO

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4 | ESTA JORNAL • Abril 2010

GRANDE ENTREVISTASantinho Mendes recorda o seu percurso como piloto

Como chegou ao desporto motorizado?Eu sempre trabalhei em automóveis e como fui

experimentador durante muitos anos de algumas marcas, em determinada altura comecei a pensar que podia ter jeito para guiar. Então comecei-me a meter em perícias e ganhei várias. Em 1971 comecei a ser concessionário da Datsun (actual Nissan) e tive a sorte de ser convidado para fazer o troféu Datsun, que se disputava num Datsun 1200 e que tinha seis ou sete provas. Eu ganhei quatro ou cinco e acabei por vencer. Iniciou-se, portanto, na competição no prin-cípio da década de 70?

Mais a sério foi, mas na verdade eu fiz umas provas antes com o António Luís Ferreira, que era bastante meu amigo. Fizemos um Rali TAP, em 1968, num ‘boca de sapo’. Estávamos bastante bem, penso que nos 10 primeiros, mas tivemos um azar, uma fuga de óleo nos travões. Aquele tipo de carro vinha equipado com um sistema que quando falta óleo nos travões, falta também na direcção, nos hidráulicos…e o carro “cai” para o chão. Foi o que nos aconteceu e tivemos de desistir.

Depois comecei a levar as coisas mais a sério. Fiz o campeonato nacional de velocidade em 73, que ganhei, com um Datsun 1200. Depois, em 1974, os Datsun 1200 foram ultrapassados pelos Simca Rallye 2. A meio do campeonato resolvi comprar um Simca, ganhei o resto das provas e acabei por ser campeão nacional. Em 1975 fiz a volta a Portugal, que se disputava como um rali e também ganhei.A competição automóvel era muito diferente nessa época?

Completamente! Podíamos correr de sapatos, de jeans, de qualquer maneira. A única coisa obrigatória era um capacete, e mesmo a seguran-ça dos carros só começou a aparecer um pouco mais tarde.Nos anos 80 começou a virar a sua atenção para os ralis e ganhou o campeonato nacional de ralis em 1980 e 1981.

Em 1980 tive a sorte de ser convidado pela Datsun para ser piloto oficial e entregaram-me um Datsun 160J, que era um carro de fábrica que tinha cerca de 193 cavalos e que era normal-mente pilotado por Tony Pond, em Inglaterra. Fui campeão com esse carro em 1980 e depois mandaram-me outro carro, também do Tony

“A minha carreira foi importante para a imagem de Abrantes”

Gonçalo Reis

António Pedro Santinho Mendes está na competição automóvel há mais de 40 anos e foi, durante muito tempo, uma das maiores personalidades do concelho de Abrantes. Aos 69 anos, o “Piloto de Abrantes”, como também é conhecido, faz uma retrospectiva do que foi a sua carreira no desporto automóvel e acredita que “o desporto faz falta à cidade.”

Pond, com o qual fui campeão em 1981.Em 1984 estreou-se nos Grupo B, com o Dat-sun 240 RS.

Eu fiz ainda a volta a Portugal em 1982 com um 160j que depois enviei para o Japão e a Datsun enviou-me um 240 RS, que era do Timo Salonen. O carro era um falhanço, porque tinha muita potência, mas não tinha tracção. Só puxava atrás e qualquer carro com tracção às quatro rodas andava muito mais que o 240.Já no final dos anos 90 sagrou-se campeão

nacional de Todo-o-Terreno e participou no Rali Dakar. Considera ter sido esse o auge da sua carreira desportiva?

Foi. Digamos que o Dakar é uma prova mítica que todos os pilotos desejam fazer, até pela dificul-dade que a prova tem. Há duas coisas que se tem de fazer no Dakar: comer e dormir. Porque se não dorme, não consegue aguentar com o sol a bater nos olhos no outro dia, e se não come também não tem força para se aguentar oito ou nove horas e, às vezes, dez e doze, a conduzir.

Andar na areia também não se aprende logo. Andar pela primeira vez (de carro) na areia é como saltar para uma piscina sem saber nadar. Numa piscina mexe-se de mais e na areia acelera de mais. O que quer dizer que se atasca muito mais depressa e que passado um bocado queima o motor. Foi o que me aconteceu. No meu primei-ro Dakar cheguei a andar em oitavo lugar, mas quando cheguei à areia, julgava que era a mesma coisa, comecei a dar saltos muito grandes e a ficar atascado aqui e ali.

Percurso.Eu sempre trabalhei

em automóveis

e como fui

experimentador

durante muitos anos

de algumas marcas

em determinada

altura comecei a

pensar que podia ter

jeito para guiar.

GONÇALO REIS

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Abril 2010• ESTA JORNAL | 5

DESPORTO

O Clube de Ténis de Abrantes, fundado em 1996, começou com poucos elementos. Hoje, são perto de 80. Pedro Bernardo é um dos prin-cipais promotores do clube. De Lisboa, começou a dar aulas com 18 anos e tem actualmente 34. Formou alunos que são hoje professores de ténis. Ser treinador surgiu por acaso: "Não tinha essa ambição". Na altura precisavam de alguém, fez a formação essencial creditada pelo Instituto do Desporto de Portugal e pela Federação Por-tuguesa de Ténis e, depois, passou a treinador.

Pedro Bernardo reconhece que o ténis não é um desporto de massas, quando comparado com outras modalidades. O treinador sabe que, em geral, as pessoas são levadas, desde peque-nas, a gostar de desportos mais conhecidos. Re-fere, inclusive, o facto de a imprensa dar pouco ênfase ao ténis. Na sua opinião, Portugal tem um problema de "falta de cultura desportiva" . E conclui: "Olhamos só para um desporto, ao contrário de outros países".

Pedro Bernardo sente que em Portugal, inicial-mente, o ténis era um desporto de elites, haven-do poucos cortes de ténis. "Hoje há muitos mais praticantes", afirma o treinador. O estereótipo de desporto de famílias ricas está a desaparecer e, na sua opinião, hoje em dia a aproximamo-nos mais dos Estados Unidos, onde há ténis para toda a gente. "Há grandes tenistas vindos dos famosos

A concorrência do futebol é grande, mas o Clube Náuti-co de Abrantes (CNA) tenta contrariar essa tendência, re-crutando jovens atletas para as suas equipas de formação de basquetebol Mini-8 e Mini-10. A intervenção foi feita, como em anos anteriores, no início do ano académico, através da distribuição de panfletos pelas escolas do 1º ciclo da região. Num universo de 700 alunos que recebem a promoção do Clube Náutico para praticarem basquetebol, costumam aparecer cerca de uma centena. No entanto, este ano apenas compa-receram cerca de duas dezenas de crianças aos treinos.

Os Mini-8 e 10, por ser um escalão mui-to jovem, não têm campeonato. Em vez disso realizam-se concentrações mensais. As crianças deslocam-se a diferentes regiões para disputar vários jogos durante um dia, como conta o treinador Nuno Ruivo: “Normalmente estes encontros decorrem aos sábados ou domingos e como no distrito só existem cerca de 10 clubes, nós participamos sempre, a não ser que os jogos sejam em locais muito distantes o que exigia às crianças terem de sair de Abrantes muito cedo.” Nuno Ruivo, treinador de várias equipas do Clube Náutico, entre elas dos Mini-8 e 10, diz não perceber o que se passou este ano para a

adesão ser tão pouca em rela-ção a anos anteriores.

O investimento na formação das crianças é fundamental, não só para despertar o gosto pela modalidade, como tam-bém para garantir a sobrevi-vência dos escalões seguintes. O Clube Náutico de Abrantes tem já provas dadas nos cam-peonatos distritais, tanto com as suas equipas masculinas como femininas, e este é um factor que deve servir como motivação aos escalões mais

novos. Outra das motivações é o facto de crian-ças que joguem nos Minis poderem, por vezes, treinar com o escalão a seguir, o que para elas se torna muito importante, funcionando como motivação pelo voto de confiança e orgulho.

O treinador Nuno Ruivo deixa o apelo a todas as crianças para experimentarem um novo des-porto até porque grande parte dos que experi-mentam não se arrependem e ingressam depois em todos os escalões da modalidade. Assim, os Minis funcionam como formação de todos os outros escalões. Os treinos decorrem aos sába-dos das 10h30 às 12h00 para os Mini-10 e das 11h30 às 13h00 para os Mini-8. Ambos os Minis são mistos, tendo as portas abertas a meninos e meninas que queiram jogar basquetebol. Os treinos decorrem sempre no Pavilhão Municipal de Abrantes.Vanda Botas

Clube Náutico de Abrantes promove basquetebol infantil

“Um desporto dinâmico e inteligente”

Recuando um pouco no tempo, também foi campeão nacional de Autocross, nos anos de 1986 e 1987. O que recorda dos tempos do Autocross em Abrantes?Era espectacular! Porque o Autocross era uma

prova nova de que as pessoas nunca tinham

ouvido falar, era em pista fechada, era fácil ver,

mais fácil do que ver um rali, e aqui em Abrantes

as pessoas juntavam-se todas, tal como em

Lousada. Lousada chegou a ter 30 mil pessoas a

assistir, aqui tivemos um recorde de 18 mil pes-

soas, nos anos de 86 e 87.

A pista de Autocross e o Rali de Abrantes desa-pareceram entretanto do calendário desporti-vo da cidade. Acha que uma aposta renovada no desporto automóvel seria uma mais-valia para a cidade?Depende do piloto que apareça e do que ele

possa fazer. Mas por trás tem de haver pessoas

com muita vontade, como apareceram no pas-

sado. Chegámos a ter 18 carros de Autocross

aqui na zona de Abrantes.

Quando chegava a véspera do Autocross, se a

gente visitasse as chafaricas todas, toda a gente

estava a trabalhar com entusiasmo enorme para

fazermos uma corrida no outro dia. Era uma

brincadeira que todos gostávamos de fazer.

A pouco e pouco as coisas foram perdendo o

interesse, a pista de Abrantes foi abandonada,

não tivemos sucessores no clube e acabou.

Mas tudo o que vier em termos de desporto faz

falta à cidade. Há muita vontade nos rapazes

novos, mas muitos não sabem o que fazer. Se

não têm jeito para jogar à bola não jogam, mas,

se calhar, se aparecer a modalidade dos automó-

veis, em que a pessoa a nível físico possa ter um

desempenho inferior, mas dentro de um carro

tenha uma boa cabeça – porque dentro de um

carro é preciso essencialmente ter uma boa ca-

beça – certamente que muitos jovens gostariam

de entrar no desporto automóvel.

Na comunicação social referiam-se a si como “o piloto de Abrantes”. Considera que a sua car-reira desportiva foi importante para a imagem do concelho?Eu acho que foi. Pelo menos eu quando estou

em qualquer lado do nosso país as pessoas, por

vezes, não me tratam por Santinho Mendes,

tratam-me por “Piloto de Abrantes”. E mesmo a

Câmara Municipal, na altura (do Dakar), viu tudo

o que eu tinha feito até ali e a projecção que

isso teve na comunicação social e isso também

contribui para que a Câmara nos tenha dado

uma ajuda na altura. Embora alguns senhores

tenham censurado essa atitude.

G.R.

“Há muita vontade nos rapazes novos”

O possível regresso do desporto motorizado a Abrantes depende do piloto que apareça

Nesse ano de 1999 teve de desistir e o carro não chegou inteiro a Portugal. O que nos pode contar sobre esse episódio?

Ficámos atascados, às cinco ou seis da tarde, eu tentei tirar o carro, mas queimei a junta da cabeça. Tivemos que desistir e entretanto pelas dez/onze horas passou o carro vassoura e nós tivemos de decidir se íamos ou não. Se ficamos (junto do carro), ficamos entregues ao destino, se vamos o carro fica abandonado onde está. Estávamos a cerca de 100 quilómetros de Atar, segunda maior cidade da Mauritânia, e resolvemos ir.

Na Mauritânia resolvemos pedir ao exército Mauritano que nos ajudasse a ir lá buscar o carro. Junto do meu carro estavam outros três, dois de franceses e um de um espanhol. Juntos consegui-mos negociar com o exército e fomos lá buscar o carro. Quando lá chegámos, tinham roubado as rodas, tinham roubado tudo. Conseguimos colocar o carro em cima dum reboque, usando as rodas do carro do piloto espanhol, José Maria, que por sorte tinham a mesma furação do nosso, e voltar a tirá-las, já com o carro no reboque para voltar a colocá-las no dele.Ao longo da sua carreira sempre deu preferên-cia aos Datsun/Nissan e aos Opel, por alguma razão em especial?

Não. Eu simplesmente era concessionário deles. Tinha a concessão da Datsun/Nissan e em 1992 a Nissan deixou de ser do entreposto e nessa altura, procurei outra marca, e a Opel deu-me a concessão.Qual foi o carro que mais o marcou ao longo

da sua carreira?Os Datsuns e os Nissans. E também o Seat

Marathon, que era um carro de fábrica, feito para bater os Citröens (no Dakar).Regressou recentemente aos comandos de um carro de competição, nas 24h de Fronteira.

Sim, foi uma corrida de facto espectacular por várias razões. Primeiro, porque eu já não corria há muitos anos, segundo porque foi o meu filho José Manuel que fez o carro aqui. E foi um carro feito ao gosto dele, com muito pouca ajuda minha e do irmão.

Temos que ver que estavam também a correr as equipas de fábrica francesas, com carros até 700 cavalos, estava o Pedro Lamy, o Carlos Sousa, estavam todos os melhores do nosso país e nós com o nosso “carrito” fizemos uma excelente corrida. O resultado espelha bem isso, em 74 carros em pista ficámos em 11º lugar.Os seus filhos já têm alguns anos de competição automóvel e o seu neto começou agora a dar os primeiros passos no karting. Podemos afirmar que a família Mendes continuará a ser um nome a ter em conta no desporto automóvel português?

Sim, eu penso que os meus filhos vão con-tinuar ligados aos automóveis se eles con-tinuarem a existir. Mas o “bichinho” está instalado e não vai sair. Já tenho um orgulho muito grande no meu neto também, que já foi campeão nos últimos dois anos de Euroindy (Karting), noutro escalão maior, e eu estou maravilhado.

Andar pela primeira vez (de carro) na areia é como saltar para uma piscina sem saber nadar.

o Dakar é uma prova mítica que todos os pilotos desejam fazer, até pela dificuldade que a prova tem.

guetos", exemplifica. "Não queremos saber se os pais são médicos ou carpinteiros", diz Pedro Ber-nardo em relação à actual democratização do ténis. "Hoje os clubes querem ter mais gente", justifica, relativamente aos preços praticados, que considera razoáveis, ainda que dependendo do clube.

A alta competição não é o objectivo do clube. Pedro Bernardo explica que, para isso, seria necessário outro tipo de condições e estruturas. Para além disso, o tempo e o preço das aulas seriam certamente diferentes. "A alta competi-ção no ténis não fica barato", relembra. Outros torneios são organizados pelo Clube de Ténis de Abrantes. Existem também alunos que com-petem em torneios noutros locais do país, com calendários de provas. Para além da competição, há alunos só interessados na aprendizagem e no lazer que este desporto proporciona.

Inicializar a aprendizagem da modalidade cedo é crucial. Pedro Bernardo diz que "come-çar com cinco ou seis anos seria o ideal, mas em Abrantes isso não acontece". O treinador acrescenta que "normalmente aparecem miúdos com 10 ou 11 anos". Quanto às capacidades inatas que um jogador deve ter, o treinador de Abrantes destaca a motora e ocular. As capaci-dades desenvolvidas são sobretudo na rapidez de raciocínio. “A concentração desenvolve-se. É um desporto dinâmico e inteligente”, afirma. “Tomam-se decisões em milésimos de segundo”.

Pedro Bernardo faz um balanço positivo. Acha que em Portugal se trabalha bem no ténis, que há bons jogadores e técnicos. Falta, contudo, aumentar o número de praticantes e de jogos emitidos pela televisão, para incentivar à prática da modalidade. Como o treinador lembra, “o Estado nem sempre deu apoios a esta modalidade”. Pedro Colaço

Treinador Nuno Ruivo

Ténis

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6 | ESTA JORNAL • Abril 2010

SOCIEDADE

As respostas que dá às questões colo-cadas são sempre em jeito de conversa, o que elucida da melhor forma o bom conversador que é. António Neves tem 70 anos e uma vida recheada de diferentes experiências. É um homem activo e bem disposto, que gosta de es-tar ocupado. Sempre disposto a ajudar quem o procura, assume cada projecto que abraça com o maior empenha-mento. Nasceu em Vila Nova mas vi-veu na Bela Vista, distrito do Huambo (Angola) até vir para Portugal. Ainda em África, frequentou o seminário e tudo previa que se iria formar um novo sacerdote. Foi o que aconteceu, mas posteriormente, a vida pregou-lhe uma partida. Não daquelas indesejáveis, que não queremos que aconteçam, mas algo inesperado e que hoje se apresenta fundamental para a sua estabilidade emocional: uma família. Actualmente, divide-se entre o papel de esposo e pai, acompanhando sempre de perto a Igreja Católica e tentando, da forma possível, viver a fé cristã. Se pudesse, garante que voltava a exercer as suas funções de sacerdote, mas a Igreja ain-da não permite que o faça.

Quais foram especificamente os motivos que o fizeram abandonar o sacerdócio?

Eu nunca tinha pensado na minha vida em abandonar o sacerdócio. Quando estive, durante três anos, em

“Não posso fazer mais porque não sou autorizado”

Um jovem de mochila às costas e olhar preso ao telemó-vel atravessa a calçada da Rua Nossa Senhora da Conceição, em Abrantes. A 10 metros de distância encontra-se , no meio da rua, uma banca ladeada por dois elementos de uma institui-ção de solidariedade. Um deles aproxima-se na direcção do jo-vem, segurando um mealheiro. Apercebendo-se, o jovem desvia-se para a berma da rua, contor-nando a banca e o portador do mealheiro. Prosseguiu o seu ca-minho, sem olhar para trás.

Num ano marcado em to-da a Europa pelo luta contra a Pobreza e Exclusão Social, são inúmeras as iniciativas de diversas colectividades e insti-tuições que visam a resolução deste eterno problema mun-dial. A instituição Renascer tem presença assídua nas ruas de Abrantes, representada por Ana Paula e Nuno Madeiras,

que apelam à bondade das pes-soas para reunirem fundos.

Criada há 16 anos, a Renas-cer é uma instituição que apoia famílias e crianças carenciadas, desalojados e alcoólicos, tendo como objectivo a sua reinser-ção na sociedade. Localizada na área de Lisboa, a Renascer "abre as portas a qualquer pessoa do país. Basta contactarem a insti-tuição ou haver uma indicação de algum assistente social", diz Ana Paula, enquanto observa o seu colega a receber mais uma recusa em contribuir de um abrantino.

Os representantes da insti-tuição, em cada abordagem aos cidadãos, apresentam-se como autorizados pelo Governo Civil ou pela autarquia local, mas a desconfiança dos portugueses continua presente. Apesar da assiduidade da instituição, são muitos os que ainda duvidam da sua credibilidade, "provavelmen-

te porque não se informam ou até porque já foram enganados".

O exemplo do jovem que con-tornou a banca da insituição não

é um exempo singular. "Muita gente ignora o nosso pedido ou faz que não ouve. Algumas pessoas também dizem que são

muitas instituições a pedir e ou-tras desculpam-se com a crise". Ana Paula diz compreender "que as pessoas também tenham

dificuldades, mas deveriam pelo menos responder quando nos dirigimos a elas." Ainda assim, são os jovens quem mais contri-bui para estas causas.

Joana Rita, estudante, contri-buiu com "as moedas que tinha na carteira, que muitas vezes estão perdidas". A jovem de 16 anos lembra que "desperdiça-mos muitas vezes dinheiro sem nos lembrarmos que há pessoas que precisam mais dele do que nós." Já na terceira idade, Ma-nuel dos Santos diz acreditar na insituição Renascer, porque "se fosse para enganar as pessoas, entregavam só um papel e já estava. Neste caso têm um local, um logotipo e parecem confi-áveis". Residente em Abrantes desde pequeno, Manuel defende que "há sempre alguns trocos na carteira para ajudar", embora perceba que, "com a crise, há pessoas que precisam de cada moeda". João Ruela

Abrantes não quer Renascer

Vanda Botas

António Neves constituiu família, mas gostava de poder exercer o sacerdócio

Desigualdade. O nosso Papa

está de braços

abertos para

receber todos

os padres

anglicanos.

(...) Por que é

que não posso

também?

Contributos. ““Muita gente ignora o nosso pedido ou faz que não ouve”

DR

JOÃO RUELA

Riachos, na Comunidade Shalom, estava lá também a minha mulher a servir os grupos de jovens que esta-vam espalhados, aqui em Portugal. A

partir de certa altura, já quase no fim, comecei a sentir uma certa atracção por ela, a gostar dela e um dia propus-lhe namoro e, depois, se desse, resolvíamos

casar. Houve uma certa altura em que eu lhe disse para ficarmos um mês sem nos vermos; ela foi para um lado pensar e eu para outro. Daí a um mês vería-mos a que conclusão iríamos chegar. Chegámos à conclusão que, de facto, queríamos avançar para o casamento. Mas não deve ter sido uma decisão fácil...

Foi muito difícil porque eu, de facto, amava e amo o sacerdócio. Portanto, foi uma decisão em que tive de lutar contra mim, contra pessoas da família e con-tra a sociedade porque as pessoas não aceitavam. Fui apanhado na segunda adolescência! (risos) Se fosse possível, estando casado, voltaria a exercer as funções do sa-cerdócio?

Se a Santa Sé me dissesse que podia exercer as funções do meu sacerdócio e tomar conta de uma paróquia, era logo. Imediatamente. Uma vez que agora não está tão per-to, de que forma tenta colmatar essa necessidade de estar presente na vida cristã?

Existe uma cláusula que está no direito canónico, que foi agora dis-cutida pelos bispos, que diz que nós não podemos exercer nem ter cargos directivos na Igreja. Eu aceito. Sinto-me um súbdito da Igreja e aceito, embora não concorde. O nosso Papa está de braços abertos para receber todos os padres anglicanos que queiram vir para a nossa Igreja e, portanto, podem trazer a sua mulher e os seus filhos. Ora, eu

já cá estou. Por que é que não posso também? Ao menos que me deixassem exercer o diaconado, porque também sou diácono. Sou catequista, sou minis-tro da Comunhão, não posso fazer mais porque não sou autorizado. São essas as formas que encontra para tentar colmatar a necessidade de estar presente?

Sim. Pedem-me trabalhos para Escuteiros, para catequizandos, de Torres Novas, Riachos e eu tenho tudo guardado e vou-me sentindo realiza-do, não me sinto inútil. Mas gostava de exercer. Qual a sua opinião sobre o celibato que é exigido aos padres, acha que tem fundamento?

Chego à conclusão que o celibato é bom porque suponhamos que o Papa me permitia, neste momento, voltar a exercer... não tenho a liberdade de movimentos, não posso fazer aquilo tudo que poderia e gostaria de fazer porque tenho a minha família. Tenho que estar agarrado à minha família. Amar-me a mim próprio em primei-ro lugar, amar a família que eu consti-tuí para assim poder amar os outros. Por isso estava mais preso. Quando exercia chamavam-me às tantas horas e eu não tinha satisfações a dar, estava livre. Hoje, se alguém me convida pa-ra jantar, estou preso, amarrado e não posso ir para onde quero nem fazer tudo aquilo que quero. O celibato dá-nos essa liberdade de estarmos plenamente disponíveis para servir o povo de Deus. Quando estava em funções, podia ser chamado a qual-quer hora para dar sacramentos ou para alguém que precisasse e estava sempre disponível. Ao casar estou muito mais limitado. No dia do meu casamento prometi amar a minha família ate à morte e como tal ela tem prioridade.

versão completa em www.estajornal.com

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Abril 2010• ESTA JORNAL | 7

Maria Alice Pereira nasceu em Sar-doal, numa terra designada por “Casos Novos” há 76 anos, numa família com nove irmãos. Contudo, vive em Rio de Moinhos há mais de 45 anos. No “Cabeço”, como é conhecido o lugar onde mora, a vida é passada com tran-quilidade, estando rodeada pela Mãe Natureza.

Começou a trabalhar com sete anos de idade para ajudar no sustento da ca-sa: “A minha vida foi sempre trabalhar, aos sete anos já eu ia de casa a pé até S. Miguel com a minha irmã Beatriz, já falecida, para ceifar grão que no fim era dividido em partes para nós e para o nosso patrão. Esse grão era para o resto do ano”.

A vontade de trabalhar que sempre cultivou, fez com que construísse a sua casa com as suas próprias mãos, contando apenas com a ajuda de um homem que levantou as paredes e com a de um cunhado que colocou os azu-lejos no chão. Inicialmente apenas o quarto estava pronto, o resto da casa construiu-a aos poucos com o dinheiro que tinha guardado dos serviços do-mésticos prestados em Lisboa.

Da capital D. Alice trouxe boas re-cordações, mas confessa já não ser capaz de regressar à cidade devido aos

A Bidinâmica, criada há mais de dois anos, tem como principal objectivo ajudar o planeta azul. Quando se realizava a campanha para o Campeonato de Futebol Euro 2004, a actual chefe da em-presa, Helena Ferreira Pinto, ve-rificou que todo o material que sobrava das Campanhas Publi-citárias “inundava Lisboa nesse Verão e acabaria no lixo.”

A empresa transforma “mate-riais publicitários e de comuni-cação desactualizados em peças únicas de “eco merchandising”. Desta forma, evita o seu destino habitual – o aterro. Helena Ferrei-ra Pinto defende que se trata de uma troca: “Ganha o ambiente,

pois diminui o volume de ma-terial que acaba em aterros, e ganham as entidades ao pôr em prática as suas políticas de respon-sabilidade ambiental de forma visível, original e atractiva”.

Numa altura em que se foca com grande acentuação a questão do ambiente, Helena Ferreira Pin-to sentiu a necessidade de fazer a diferença. A Bidinâmica desen-volve “um processo de concepção e de fabrico próprio”. Todas as pe-ças da Bidinâmica são “cortadas à mão de forma a fazer o melhor aproveitamento gráfico das telas e resultarem em peças únicas e totalmente personalizadas com a imagem do cliente”.

O esforço da empresa para vin-gar no mercado deve-se não só

“No campo temos ar puro!”Maria Rodrigues

Malas que são únicas e amigas do ambiente

constantes casos de violência que têm surgido. Uma outra razão é o amor ao campo: “ Na cidade pode-se viver me-lhor num sentido, trabalha-se menos e ganha-se mais, mas no campo não temos stress, nunca me apetece atirar

com o prato no chão. Se estiver mal disposta vou para a horta ou então pego num livro e leio, fico bem, é um refúgio que tenho desde sempre”

A sua preferência pelo campo fez com que, a dada altura da sua vida, D.

sentia-me incompleta e agora, graças a Deus, sinto-me completa”

A energia e a constante vontade de ajudar os outros são duas das caracte-rísticas de D. Alice. A energia deve-se à alimentação que a horta lhe dá, com excepção de alguma fruta que às ve-zes compra no supermercado. “Não há comparação entre os produtos da horta e o dos supermercados. Às vezes penso que a minha saúde, a minha maneira de ver, fazer e viver é muito mais saudável do que as pessoas que compram tudo. Os nossos produtos não têm químicos...”

Por outro lado, a vontade de ajudar os outros faz com que D. Alice ainda pratique enfermagem, dando injec-ções todos os fins-de-semana a pessoas amigas e medindo também a tensão aos que preferem os aparelhos antigos.

D. Alice é uma mulher religiosa, ar-ranja flores todo ano para a igreja, para a Nossa Senhora do Rosário e agora pa-ra a Nossa Senhora das Dores. Há mais de 30 anos que é presença frequente na missa e visita, pelo menos uma vez por mês, o santuário de Fátima. Conduziu dos 40 aos 60 anos, trabalhou em Lis-boa, no Hospital e no Centro de Saúde de Abrantes. Trabalhou também no Centro de Saúde de Rio de Moinhos e, actualmente, passa o dia no lugar onde mais gosta de estar: “no campo”.

balho que vai desde o desenvol-vimento de modelos exclusivos até à variedade de formatos estu-dadas para melhor transmitir as mensagens dos próprios clientes”.

Sempre com a preocupação do bem-estar ambiental, Helena Ferreira Pinto, no seguimento da Bidinâmica, cria a marca TELA BAGS. Esta marca funciona den-tro dos parâmetros da Bidinâmi-ca, onde as malas são fabricadas “com o reaproveitamento de te-las usadas – de publicidade, de eventos diversos, e de edifícios em obras”.

A TELA BAGS foi lançada “com uma colecção de malas e acessórios desenhados para quem gosta de estar na moda, e com uma consciência ecológica

activa”. Com o “objectivo de sur-preender”, a marca recicla os seus “modelos todas as estações, além de introduzir novidades através de materiais usados alternativos”.

A marca tenta sempre a inova-ção: “Estamos sempre a pensar em ideias novas”, nunca esque-cendo “a exigência de qualidade”. Como o material usado para as malas tem algumas imperfeições, a “produção é toda feita em Portu-gal, para assegurar o controlo de qualidade em cada fase do proces-so”. Qualquer mala TELA BAG é “estudada e recortada à mão de forma a criar modelos exclusivos que permitem o melhor aprovei-tamento possível do grafismo e materiais originais. Isto significa que cada TELA BAG é única”.

aos vários conceitos que marcam a empresa – ecológico, qualidade do design e boa receptividade do público –, mas também à “cola-

boração contínua com uma varie-dade de instituições culturais”. As instituições, por seu lado, aderem a esta iniciativa, pois é um “tra-

SOCIEDADE

Bidinâmica

Habitação. D. Alice construiu, ela própria, a sua casa e com poucas ajudas

MARIA RODRIGUES

Alice optasse por regressar às origens “Tirei o curso de enfermagem em Cas-telo Branco, gostei muito, e fiz o estágio em Lisboa, no final perguntaram-me se queria lá ficar e eu respondi que queria voltar para o campo.” E assim foi. O seu dia-a-dia é preenchido, acorda todos os dias por volta das sete da manhã, toma pequeno-almoço, trata da horta e por fim da criação, da qual fazem parte ga-linhas, galos e as suas respectivas crias, patos, periquitos, uma caturra e alguns gatos, durante a tarde faz outras tarefas, nesta época apanha azeitona e assim que regressa a casa cuida novamente da criação, janta e deita-se.

D. Alice, também conhecida por ‘enfermeira’, nutre um gosto especial pela leitura e, sempre que pode, lê um bocado. “Quando tenho vagar gosto muito de ler, adoro ler, pelo menos quando estou um bocado fora de mim pego num livro e esqueço logo o res-to.” Uma outra paixão é a renda e o croché. A esta distinta mulher, a vida no campo deu-lhe mais vitalidade. “A maior parte das pessoas da minha ida-de tem dores, eu não, ando a pé para onde posso, e as dores que tenho é de às vezes abusar, não me sinto cansada nem me sinto velha, sinto-me bem!” D. Alice acrescenta: “Quando tinha trinta e poucos anos sentia-me mais velha do que hoje, não me sentia realizada,

Ana Isabel Silva

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Reciclagem. Materiais usados tornam-se peças únicas

DR

Page 18: JA - abril 2010

8 | ESTA JORNAL • Abril 2010

SOCIEDADE

“A ESTA vai ser a nossa mais-valia”

Daniela Santos

Qual a densidade da população da Freguesia de Alferrarede?

É difícil dizer neste momento quan-tos habitantes temos porque o último senso, o de 2001, diz que temos 3831 habitantes, o que não corresponde à realidade. Houve, de facto, um decrés-cimo entre 1991 e 2001, mas de 2001 até aos dias de hoje a população tem vindo a aumentar. Com base no número de recenseados que temos, calculamos que a nossa população ande à volta de 4300/4400 habitantes. É uma população mais envelhecida ou mais jovem?

Se compararmos com a maior parte das freguesias do concelho de Abrantes, é uma população mais nova. Temos uma faixa etária mais velha, acompanhamos a tendência de envelhecimento da população do nosso país e também do interior, mas somos uma freguesia com gente no-va, com famílias e casais novos que se fixaram aqui. Somos a segunda freguesia mais populosa do concelho, logo a seguir a S. Vicente. Qual o maior projecto da Junta de Freguesia de Alferrarede?

É complicado dizer porque as com-petências de todas as juntas são ape-nas administrativas (passar certidões e atestados). Tudo o resto fazemos por delegação de competências por parte da Câmara Municipal de Abrantes. De qualquer forma, cada vez mais as juntas de freguesia, e a de Alferrarede não é excepção, vão ter de se ocupar dos problemas das pessoas, ou seja, os problemas sociais: a pobreza, questões de marginalidade e de exclusão, solidão e carências afectivas e económicas da parte dos idosos. Esta vai ter de ser cada vez mais a nossa preocupação. Portan-

“Rua actor Taborda, nº 90, frente aos serviços Municipalizados”. Seguidas as coordenadas, encontra-se o banco de medicamentos, em Abrantes. Trata-se simplesmente de pedir medicamentos a quem os comprou mas já não os vai tomar, para os dar a pessoas carencia-das, que precisam deles mas não os podem comprar. Pulquéria Dores é uma das abrantinas para quem o banco de medicamentos tem uma enorme importância: “A minha reforma é muito pequenina e quando preciso de medi-camentos vou buscar ao banco”.

Neste banco especial, os medicamen-tos só são disponibilizados mediante a apresentação de receita médica. O facto de estarem no banco duas enfermeiras voluntárias faz com que este projecto seja encarado com responsabilidade, pois “tem que ser um profissional que é rigoroso na saúde”, defende o padre José da Graça. A ele se deve a ideia e a concretização deste banco de medi-camentos.

Por vezes o banco não tem todos os fármacos que as pessoas necessi-tam. Para essas situações também há

uma solução: “Quando as pessoas são extremamente pobres e o enfermeiro que está no banco entende que aque-le medicamento é realmente muito necessário para o doente, a paróquia responsabiliza-se por comprá-lo na farmácia”.

Nessas situações, para facilitar e, acima de tudo, continuar a ajudar os carenciados, Madalena Silva, uma das enfermeiras do banco, defende a presença de um médico. Por um lado, porque “existem receitas com nomes de medicamentos que mesmo as en-

Banco de medicamentos ajuda quem precisa

DANIELA SANTOS

A notícia da mudança da ESTA para Alferrarede está a ser bem acolhida na freguesia. Pedro Moreira, presidente da Junta de Freguesia desde Outubro de 2005, está satisfeito com a mudança e diz que os estudantes vão revitalizar o centro tradicional. “A perspectiva de

termos umas quantas centenas de jovens com iniciativa e bastante espírito académico alegra-nos”.

Pedro Moreira. “Cada vez mais as juntas de freguesia vão ter de se ocupar dos problemas das pessoas”

to, quando se fala em projecto/desafio, trata-se cada vez mais de acompanhar as necessidades das pessoas, estarmos presentes para se poder fazer uma pri-meira intervenção. O facto de a ESTA se mudar para o Tecnopólo de Alferrarede vai trazer

vantagens ou desvantagens para esta freguesia?

Isso sem dúvida que vai ser a nossa mais-valia! Vai ser a confirmação da afirmação da freguesia de Alferrarede. Desde os anos 30/40 que Alferrarede se tornou o pólo industrial do concelho de Abrantes e também o pólo dinamizador de economia da região. Depois houve crises pelo meio. Com a criação do par-que industrial houve novamente uma captação/atracção das empresas para se instalarem aqui. Com a instalação dos centros de saber da ESTA, em Al-ferrarede, vai ser mesmo a afirmação da

freguesia como pólo do conhecimento e da tecnologia, inovação e saber.

Esta vinda da ESTA para aqui vai provocar uma revolução e também vai fazer mais lixo porque a malta nova nem sempre tem muito cuidado com a poluição que faz. Mas isso é só um pormenor porque essa mesma malta vai trazer movimento, vai provocar uma revitalização do centro histórico tradicional que está um pouco parado. A perspectiva de termos umas quantas centenas de jovens com iniciativa e bastante espírito académico alegra-nos e vai fazer com que se abram mais

espaços de restauração e todo o tipo de estabelecimentos que Alferrarede não tinha até agora. A freguesia de Alferrarede tem a ca-pacidade de acolher essas centenas de jovens?

Sempre teve essa capacidade e tam-bém a capacidade de atrair pessoas. As pessoas só começaram a “existir” em Alferrarede há cerca de 40 anos. Há muitas pessoas que se fixaram em Al-ferrarede devido a esta capacidade de atracção e de acolhimento e isso vai ter de acontecer novamente com a vinda da ESTA para a nossa freguesia. Para além de tudo isso, a vinda da escola para aqui vai desenvolver um pouco mais a freguesia e os mercados, quer o do arrendamento (visto que temos muitas casas em mau estado que vão ser reaproveitadas para os estudantes), quer o mercado de restauração e todos os outros. E a freguesia de S. João? Como vai ficar o centro sem esta juventude que daqui a uns tempos vai mudar-se para cá?

Isto vai provocar um abanão, mas tam-bém não podemos querer meter tudo no centro histórico. Eu sei que há partidos que gostavam muito que o centro históri-co fosse capaz de ter tudo, mas não pode ser assim. O centro histórico vai ter de ser redireccionado e redimensionado para outro tipo de serviços e depois nem todos os estudantes se irão fixar em Alferrarede até porque estão previstos novos interfa-ces de transportes que irão permitir uma circulação mais fácil para os estudantes. As pessoas têm de se lembrar que tanto Alferrarede como o Rossio, desde 1960, foram integrados nos limites urbanos da cidade de Abrantes, ou seja, isto aqui é tão cidade como lá em cima. Até tem mais capacidade para se expandir. As coisas são dinâmicas!

A afirmação da freguesia como pólo de conhecimento

fermeiras desconhecem”. Por outro lado, por vezes é necessário, “substituir o medicamento que se encontra na receita por outro que faça o mesmo efeito não ficando a pessoa em falta” e nem sempre aquelas voluntárias têm a necessária formação para o fazer.

O padre José da Graça conta que cada vez mais surgem pessoas a pe-dir ajuda, tanto para medicamentos, como para alimentação. No entanto, considera que “falta fazer uma análise completa no sentido de saber se as pessoas vêm somente porque sabem que há uma maior sensibilidade neste momento ou se todos os que apare-cem necessitam extremamente dessa ajuda”.

Numa média entre os 60 e os 70 anos, são maioritariamente os idosos reformados que vão à procura deste tipo de ajuda. No entanto, às vezes

há uma procura por parte de pessoas mais jovens, revela Madalena Silva. Os fármacos mais pedidos são para problemas do coração, tensão, para as dores corporais e colesterol.

Maria Manuel Ribeiro tem 63 anos e vê no banco de medicamentos uma oportunidade para gerir melhor a sua reforma. “ Como a pensão é pequena, faz a diferença, sendo muito importan-te esta ajuda”.

Aberto dois dias por semana, quinta e sexta-feira durante a tarde, o projecto apenas surgiu no ano passado, mas com o intuito de continuar, “desde que as pessoas o aproveitem e contri-buam”. Para isso, é fundamental que “a mensagem seja transmitida muitas vezes, para as pessoas começarem a compreender e a assimilar”. Para que uns possam receber, é necessário que outros decidam dar. Joana Rato

versão completa em www.estajornal.com

Pedro Moreira, presidente da Junta de Alferrarede, diz que os estudantes vão dinamizar a freguesia

Page 19: JA - abril 2010

Abril 2010• ESTA JORNAL | 9

CULTURA

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Page 20: JA - abril 2010

10 | ESTA JORNAL • Abril 2010

IPT

O Mestrado Europeu em Arque-ologia Pré-Histórica e Arte Rupestre (MEAPHAR), promovido pelo IPT, funciona no Museu de Arte Pré-His-tória de Mação e tem características únicas. O coordenador do curso, Luiz Oosterbeek, evidencia o facto de 60% dos estudantes serem estrangeiros e acrescenta que “esta diversidade de proveniências é muito enriquecedora, pois os alunos trazem percursos for-mativos distintos, o que contribui para vivas e interessantes discussões”. E os resultados estão à vista: “Temos bons alunos, que já estão a contribuir para projectos em Portugal e noutros países”.

Como o MEAPHAR integra o Mas-ter Europeu Erasmus Mundus em Qua-ternário e Pré-História, os respectivos alunos podem realizar 30% do curso numa das outras universidades da rede, e obter no final o Diploma Europeu Erasmus Mundus, emitido pelo IPT, UTAD, Universidade de Ferrara (Itá-lia), o Instituto de Paleontologia Huma-na de Paris (França) e Universidade de Tarragona (Espanha).

Este é o único Mestrado do Erasmus Mundus em Arqueologia, revela Luiz Oosterbeek. “Somos, também, a única instituição com programas regulares de investigação e gestão patrimonial na América do Sul e em África”, acrescenta o professor.

Uma das mais-valias deste Mestrado é o facto de estar sedeado no Museu de

Arte Pré-Histórica de Mação, que é um centro de estudo com reconhecimento nacional e internacional. Luiz Ooster-beek explica ainda que “este programa de formação internacional não poderia ter lugar em Portugal sem o IPT, pois somos a única instituição de ensino de arqueologia que não está apenas vinculada às Humanidades”.

Uma vez que os alunos deste Mestra-do são maioritariamente provenientes de outros países, alguns necessitam de frequentar aulas de Português. Nas aulas, ministradas por Sandra Bara-ta, docente da ESTA, os mestrandos

mostram-se empenhados na aprendi-zagem da língua do país que os acolhe. A gramática da língua portuguesa foi estudada em pormenor, para permitir uma melhor comunicação. Os alunos gostaram da experiência e dos profes-sores, consideram-nos “simpáticos e acessíveis”.

A adaptação dos alunos do Erasmus Mundus a Portugal, em geral, e a Ma-ção, em particular, tem os seu altos e baixos. “Desde que cheguei tem sido fácil, mais fácil do que esperava. O mais difícil tem sido a língua, mas espero melhorar”. O desabafo é de Aude, uma

estudante francesa. Antonella, uma aluna proveniente de Itália, confessa ter pensado imenso antes de vir, pois não tem bolsa de estudos, chegando à conclusão de que são mais as vanta-gens do que as desvantagens. “Queria especializar-me em Arqueologia Pré-Histórica, era algo que queria mesmo fazer”, explica Antonella.

É com parcerias bem estruturadas como esta que se consegue que os Mes-trados funcionem. O empenho dos alu-nos, dos professores e das instituições, ao combinarem entre si as suas poten-cialidades, provocam um resultado que só pode trazer bons frutos. Em relação ao futuro, os responsáveis pretendem aprofundar as parcerias entre o IPT, a autarquia e outras entidades (incluindo europeias), com o objectivo de dotar o centro de investigação, no qual o Mes-trado se insere, de maior autonomia.

Outro dos Mestrados do IPT que resulta de um trabalho de conjunto é o de Manutenção Técnica de Edifícios. Neste caso, a parceria desenvolveu-se entre departamentos do próprio IPT: Engenharia Mecânica, Engenharia Electrotécnica, Engenharia Civil e En-genharia Química e Ambiente. Este curso resulta numa formação específica que integra diferentes especialidades e que, em Portugal, é ainda muito pouco desenvolvida. Na prática, trata-se de formar especialistas capazes de lidar com a complexidade que caracteriza os edifícios actuais.

Com este ciclo de estudos preten-

IPT desenvolve Mestrados inovadores O Mestrado Europeu em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre e o Mestrado em Manutenção Técnica de Edifícios são apenas dois

dos exemplos da formação pós-graduada em que o IPT está a apostar fortemente.

Três novos cursos de 2º ciclo: Biorremediação; Fotografia; Inovação e Desenvolvimento Empreendedor

de-se assegurar aos estudantes uma especialização de natureza profissio-nal, capaz de permitir a intervenção de forma interdisciplinar nas diversas especialidades da área de Manutenção Técnica de Edifícios, nomeadamente em aquecimento, ventilação e ar con-dicionado (AVAC), redes de fluidos, instalações eléctricas, domótica, redes dados e comunicações, protecção e segurança, acústica, iluminação entre outras, desde a fase do projecto, à cons-trução e manutenção.

Estes dois cursos inserem-se num conjunto de 17 Mestrados que o IPT oferece, alguns deles em parceria com outras instituições de ensino superior. Para o ano lectivo de 2010/2011 estão já previstas oito reedições: Arqueo-logia Pré-Histórica e Arte Rupestre; Conservação e Restauro; Controlo e Electrónica Industrial; Reabilitação Urbana; Manutenção Técnica de Edi-fícios; Técnicas de Arqueologia; Tec-nologia Química; Tecnologias Edito-riais. Para além de outras formações de 2º ciclo que estão a funcionar e que poderão ter novas edições, o IPT es-tá a preparar três novos Mestrados: Biorremediação; Fotografia; Inovação e Desenvolvimento Empreendedor. Simultaneamente, estão abertas pré-inscrições para novas edições dos seguintes Mestrados:Contabilidade, Fiscalidade e Finanças Empresariais; Desenvolvimento de Produtos de Tu-rismo Cultural; Auditoria e Análise Financeira.

André Amante

Mação. Mestrandos estrangeiros empenhados na aprendizagem do português

Gravações. Alunos preparam mais uma emissão audiovisual disponilizada no blogue

ANDRÉ AMANTE

“Quem corre por gosto não cansa”. Esta frase fica bem a João Vasco, aluno da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ES-TA), do curso de Comunicação Social. Tinha a vontade de fa-zer um blogue, com amigos, de debate sobre futebol nacional. Assim foi. Projecto começado no Verão do ano passado, João Vasco criou um blogue, formou um grupo e o resultado é o oli-vredirecto.blogspot.com. Actu-almente com um grupo maior do que o inicial, têm rubrica actualmente cinco pessoas, qua-tro das quais são estudantes da ESTA e do mesmo curso. Esta plataforma de comunicação tem uma actualização diária com notícias várias, consideradas as mais importantes do momento, retiradas de fontes online.

Os ar t igos colocados n'olivredirecto, vão desde tex-

tos de análise à jornada da Li-ga Portuguesa, passando por um cartoon e por uma tabela classificativa, onde tanto os moderadores como os visitan-tes competem com apostas de resultados. Mas a vontade de João Vasco foi mais longe do que um simples blogue de dis-cussão. Perante a necessidade de desenvolver um trabalho para uma unidade curricular do seu curso, surgiu a ideia de um programa audiovisual gravado nos estúdios da ESTA. Criou, juntamente com os seus colegas do grupo de trabalho, o programa Treinador de Ban-cada, à quarta-feira, programa para debater os assuntos mais importantes da semana. Tânia Machado surgiu como apre-sentadora e João Vasco, Simão Santana e Vitor Madeira como comentadores.

A prática desenvolvida e o ritmo adquirido levaram aquele

grupo de alunos, apaixonados pelo jornalismo desportivo, a criar o programa Pontapé de Baliza. Este projecto audiovisual é de teor clubístico, e nele se discute sobre os três grandes e/ou Braga. A apresentação come-çou por ser de Vitor Madeira e agora é de Raquel Simões e o programa tem três comenta-dores exteriores ao blogue: Fá-bio Ferreira (Sporting), Carlos Duarte (Benfica) e João Ruela (Porto), sendo que este último foi substituir Mário Pinto. Este programa é colocado no blogue à quinta-feira.

Ambos os projectos, embora resultantes da iniciativa daquele grupo de alunos, contam com o apoio da ESTA em termos de es-túdios e de equipamento, assim como contam com o apoio de um dos docentes da área, João Pereira, que ajuda com o mate-rial audiovisual e faz a edição dos programas.

Alunos da ESTA criam blogue de informação desportivaJoão Calretas

JOÃO CALRETAS

Page 21: JA - abril 2010

Abril 2010• ESTA JORNAL | 11

CRIATIVIDADE

por Ana Ferreira

Ainda está ali. Ali permanece, a minha avó ali a colocou. No cimo da lareira, e ela

por ali está. Ela é velha, é tão velha, que quase nem chama tem. Falo de uma vela, da antiga vela. Hoje não passa de um aglomerado de cera fervilhante, mas outrora era única.

A sua beleza, que alegrava a car-rancuda sala de estar da casa da avó; a luz calorosa que emanava, aque-cendo corações; o aroma a apetito-sos frutos silvestres que difundia pela casa, faziam as delícias de quem por ali passava.

No inverno, com a chegada do frio e da chuva, a vela era a única coisa que realmente nos conseguia aquecer, era ela que nos aquecia re-

almente por dentro. Chegávamos da escola, nas gélidas tardes de inverno e a avó acendia uma grande foguei-ra, mas o que queríamos mesmo era sentir o aroma a frutos silvestres da casa da avó.

A avó sabia que aquelas quatro crianças não se importavam com o frio do inverno, ou com o calor da fogueira, queriam simplesmen-te ver o pavio, da secular vela em forma de carrossel, ser consumido pela sua própria chama. Ao arder, a chama tudo embelezava, catapul-tando as crianças para o mundo da imaginação. Por isso, assim que entrávamos na sala ela apressava o seu lento passo e caminhava para junto da vela acendendo-a. A sua luz

O Aroma da Memória

era resplandecente, e de tão intensa ser nos iluminava na escuridão de Inverno.

Sempre que acendia a vela, a avó libertava a sua imaginação e todos viajávamos por mundos de fantasia ao som das suas fabulosas histórias de encantar. Os nossos olhos, muito pretos e cheios de vida, brilhavam e seguiam a avó a cada movimento. Deixando-nos levar pelo encanto, sonhávamos acordados, por entre o Robin dos Bosques, os Cavaleiros da Távola Redonda e as Princesas dos mundos de encantar; crescíamos, assim, a cada aventura.

O sonho e a fantasia faziam parte do quotidiano das quatro crianças, que todos os dias rumavam a casa da avó e escutavam atentas os enredos, fruto da sua imaginação.

As crianças, ainda tenras, desfru-tavam a sua infância, que nem ima-ginavam estar para os abandonar, e ensaiavam tudo o que lhes conta-vam, na esperança de cavaleiros ser ou princesas se tornar.

Como éramos ainda muito ino-centes, não compreendíamos que tudo não passava de uma grande invenção da nossa avó, que tudo fazia, para que, nós não nos aperce-bêssemos das adversidades da vida.

Nada do que escutávamos, nas gélidas tardes de inverno, era real; porém, entre arranhões e nódoas negras, nós, as quatro crianças, aprendíamos mais uma lição.

Todas as nossas brincadeiras eram enaltecidas pelo caloroso e apetitoso aroma a frutos silvestres. Quando a avó descia até à cave para preparar um bolo de chocolate, ou de qual-quer outro sabor, daqueles bolos que só ela sabia fazer, nós os quatro raptávamos a secular vela carrossel e colocávamo-la no centro da acção, mesmo no meio da brincadeira. No nosso mundo, a vela era um deus, que previa o tempo; era, também, o mago que guiava e protegia os cavaleiros, e, por vezes, era a fada de todas as princesas.

Dia após dia; história após his-tória; as crianças cresciam, mais, e mais, e deixavam de ser as quatro pequenas crianças que acompa-nhavam a avó nos seus sonhos. As histórias de encantar deixavam de fazer sentido, e a avó dizia que um dia deixaríamos de as entender… Não compreendíamos o que queria dizer, com tão sábias palavras.

Mas, mais uns anos passaram e o mundo de imaginação da avó deixou de existir! Aí, nesse preciso momento, nós, as quatro crianças, agora já adultas, percebemos o que a avó tanto nos avisava: “Estou a perder-vos e nada posso fazer!”. O tempo para ela foi cruel. Passou e com ele levou o que de mais querido ela tinha – a memória.

De que lhe valia agora, ver as quatros crianças e não se lembrar de todas as aventuras, que no seu

jardim e em redor da vela, elas vi-veram. Os seus nomes, nomes de crianças, já não faziam parte das suas lembranças. Nem mesmo o aroma a frutos silvestres lhe avivava a memória, nem mesmo as histó-rias que nós lhe passámos a contar ajudavam.

Agora, éramos nós, os avós da minha avó. Éramos nós que lhe con-távamos histórias e a levávamos a passear, tal como ela nos fazia quan-do éramos crianças.

O tempo passou, e hoje, no auge da maturidade, já não consigo ouvir as histórias da minha avó. Podia pedir-lhe que me conte todas só mais uma vez, mas mesmo que ela quisesse não conseguia.

O mundo de encantar e a fértil imaginação da avó, não consegui-ram resistir às intempéries da vida, e ao passar do tempo.

Não posso voltar a escutar as su-as fabulosas histórias, mas recordo aquele aroma a frutos silvestres, que faz soar, novamente, no íntimo das minhas mais profundas memórias, as lembranças da minha infância. Memórias essas que, para a minha avó, o tempo apagou.

É pena! - Digo para mim quan-do penso. O quanto eu gostava de voltar a sentar-me no chão, junto à lareira, acender a vela e inundar-me das calorosas aventuras, sempre enfeitiçada pelo forte aroma a frutos silvestres da casa da minha avó.

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Page 22: JA - abril 2010

Café “Chave d’Ouro”, um dos cafés mais emblemáticos da cidade de Abrantes, siuado bem no centro histórico, aberto desde 1931.Também o café “Os Primos” é aqui retratado.Trabalho realizado por alunos da cadeira de Fotojornalismo.

O meu café

Cátia Romualdo

Renato Lopes Cláudia Oliveira

Daniela Santos

Joana Rato

Tânia Machado

Page 23: JA - abril 2010

ABRIL2010

jornaldeabrantes

região 11

IV Feira Nacional do Fumeiro, Queijo e Pão

SARDOAL

A Feira d’ Época, este ano

a 8 e 9 de maio, tem já lu-

gar cativo no cartaz de Vila

Nova da Barquinha. E é uma

oportunidade para toda a

região envolvente. Trata-se

de uma feira de produtos

da terra, artesanato, doça-

ria, chás, mel e gastrono-

mia, temperada com ani-

mação cultural. A abertu-

ra é no sábado, dia 8, pelas

15h00, e a tarde tem músi-

ca tradicional portuguesa.

À noite é a vez do fado va-

dio. No domingo, reabre à

mesma hora, para uma tar-

de de música fi larmónica

com a Banda dos Bombei-

ros locais e, depois, exibi-

ção de danças de salão às

18h00. O fecho é às 22h00.

Os felizes da vida que sabem apre-ciar os “bons sabores” estão aten-tos. Cerca de duas dezenas de ex-positores de todo o país, Ribatejo, Trás-os-Montes, Beiras, Alentejo, Açores, etc., vão mostrar e vender a excelência dos seus produtos, numa tenda de grandes propor-ções, transformada em ambiente rural e acolhedor.

É na IV Feira Nacional do Fumeiro,

Queijo e Pão que se realiza no Sar-

doal, junto aos bombeiros, nos dias

1 e 2 de Maio. Para além do conso-

lo gastronómico, a Feira vai contar

com animação cultural e musical, e

ainda com o envolvimento de pro-

fessores e alunos do Agrupamento

de Escolas e dos comerciantes da

Vila de Sardoal. Os primeiros vão fa-

zer trabalhos de expressão plástica

sobre a fi gura de “Mestre Gil”, e os

segundos vão responder aos ape-

los para enfeitarem as suas mon-

tras com temas alusivos ao aconte-

cimento. “Mestre Gil” é a fi gura ani-

mada do projecto de promoção

turística InSITU que representa o

Sardoal. Signifi ca a fusão de duas

personagens ligadas ao Concelho:

o Mestre de Sardoal, pintor qui-

nhentista, autor do célebre retábu-

lo que se encontra na Igreja Matriz e

Gil Vicente, criador do teatro portu-

guês, que cita explicitamente o Sar-

doal em três das suas obras. A Feira

Nacional do Fumeiro, Queijo e Pão

tem créditos já fi rmados e é uma

organização da Tagus e da Câmara

Municipal com apoio da Associação

Comercial e Serviços. Tem por ob-

jectivo promover os produtos ca-

racterísticos de cada zona de Portu-

gal e valorizar os factores regionais

de comercialização. E trazer até aos

nossos palatos o que de melhor se

produz no sector em Portugal.

BARQUINHA

Feira d´Época traz o melhor da terra

Page 24: JA - abril 2010

ABRIL2010

jornaldeabrantes

negócios12

“Ajudar a pessoa a emagrecer e ree-

ducá-las em termos de alimentação” é o

trabalho da Natur House. Perder peso é

por vezes uma necessidade por razões

de saúde. Mas também pode ser um ob-

jectivo por uma questão de estética, de

produção da auto-imagem, para aumen-

tar a auto-estima. O trabalho com a Natur

House começa com uma consulta espe-

cializada, gratuita, por uma dietista e con-

tinua por um acompanhamento. Na con-

sulta procura-se defi nir o problema do

cliente, identifi car os seus erros alimen-

tares e, a partir daí, defi ne-se um progra-

ma que passa por alguns produtos natu-

rais de ajuda comercializados pela Natur

House, pela correcção dos erros na ali-

mentação e a defi nição de alguma activi-

dade física adequada à pessoa em causa.

“As pessoas, além de perder peso, podem

mantê-lo para o resto da vida, se quise-

rem. Basta seguirem os conselhos para

uma alimentação mais saudável”, afi rma

Anabela Pereira, a empresária que trouxe

esta marca para Abrantes há cinco anos.

E a dietista explica: “Os produtos não fa-

zem milagres. Se as pessoas não têm cui-

dado com a alimentação, não têm os re-

sultados desejados.” Quanto aos clientes,

diz, “são de todos os tipos, homens e mu-

lheres, crianças, adolescentes e idosos,

operários e profi ssionais liberais.”

Na revista Peso Perfecto (nº 14), Aníbal

Martins, de Abrantes, conta como a Na-

tur House o ajudou em sete meses a per-

der 49 kg dos 119 que chegou a ter.

Mas a Natur House tem também à ven-

da bolachas e tostas dietéticas e, por

exemplo, doces para diabéticos. E para

isso não é necessário consulta.

JERÓNIMO BELO JORGE

Chama-se PROVE e é um pro-

grama desenvolvido de forma

pioneira pela Associação de

Desenvolvimento Local da Pe-

nínsula de Setúbal e que pre-

tende apoiar os pequenos agri-

cultores. A fórmula é simples, os

agricultores criam cabazes com

oito ou nove quilos de produ-

tos, entre tubérculos, legumes

e fruta, que vão vender directa-

mente ao consumidor fi nal. Em

cada semana o cabaz pode ser

diferente mas terá uma base de

produtos frescos para a sema-

na de uma família. E até o cabaz

pode ser um cesto de plástico

ou de verga, consoante o inte-

resse do consumidor.

Este é, na base, o conceito do

programa Prove que agora a

Tagus quer lançar nos conce-

lhos de Abrantes, Constância

e Sardoal. Como primeiro pas-

so organizou um seminário

em que apresentou o progra-

ma à região, entre agricultores

e responsáveis de diversas ins-

tituições da zona. Este mês vai

ainda existir uma reunião com

potenciais produtores tendo

em vista esclarecer o conceito

e a forma de funcionamento do

programa. Depois há que fazer

o lançamento, por forma, a criar

linhas de comunicação que

promovam estes produtos.

Esta é, segundo Pedro Sarai-

va, técnico coordenador da Ta-

gus, uma forma de estimular

a economia local, promoven-

do a promoção local e colocar

no mercado, em casa dos con-

sumidores, produtos frescos e

de qualidade. Mas as entregas

não são, na génese do progra-

ma, efectuadas ao domicílio.

Serão criados pontos de entre-

ga, por exemplo na cidade de

Abrantes, onde ao dia e hora

defi nida os consumidores po-

derão levantar os seus cabazes.

Estes produtos, pelas experi-

ências realizadas noutras regi-

ões, mais urbanas, são muito

procurados por casais jovens,

já que não representam a com-

pra de legumes ou produtos

hortícolas em grandes quan-

tidades. Pedro Saraiva reve-

lou ainda que os cabazes não

são constituídos por produtos

biológicos, uma vez que neste

caso seriam necessários vários

passos para a certifi cação.

De referir que os produtores

não necessitam de criar empre-

sas para colocar os seus produ-

tos no consumidor, mas têm de

estar colectados, o que pode-

rá representar um impeditivo

para alguns pequenos produ-

tores que colocam os produtos

hortícolas nos mercados diários

ou semanais no concelho.

Para já não se sabe qual vai

ser a adesão dos produtores

locais, mas estima-se que este

novo produto possa ter êxito.

No Verão, estima Pedro Saraiva,

o projecto pode ter pernas para

ser lançado nestes três conce-

lhos.

O JA sabe que a Associação de

Agricultores dos concelhos de

Abrantes, Constância, Mação e

Sardoal também tem interes-

se neste programa que pode

potenciar a venda de produtos

dos pequenos agricultores.

Tagus lança produtos da horta directos ao consumidor

PROGRAMA PROVE

Perder peso e cuidar da imagemNATUR HOUSE

O coração do negócio da Ges-

tiverde é os projectos de inves-

timento e as candidaturas a

fundos de apoio. Em particular

aos apoios da união Europeia. A

vida está difícil e o dinheiro ain-

da mais. Por isso, bons projec-

tos, boas candidaturas e o bom

acompanhamento de uma can-

didatura e da sua execução são

“o segredo” que a Gestiverde

proporciona aos seus clientes.

De um modo geral, “o cliente

chega com uma ideia de inves-

timento, explica o engenheiro

José Luís André, e nós procura-

mos ver quais são as linhas de

apoio disponíveis e mais ade-

quadas para esse investimen-

to. Depois, preparamos a can-

didatura, fazemos o acompa-

nhamento administrativo e da

execução do projecto.”

Mas não só. “Também faze-

mos outro tipo de trabalhos,

como processos de licencia-

mento, avaliação de proprie-

dades, estudos de viabilidade

económica e

mesmo projectos tipo chave

na mão, para clientes que não

têm capacidade de resposta

em sectores como arborização

ou mecanização. Mas esse é,

para nós, um trabalho comple-

mentar.”

Está no mercado há quase 15

anos. Mas José Luís André fun-

dou esta empresa sobre a sua

experiência com fundos comu-

nitários que vem já desde 1986.

O actual quadro comunitário

de apoio está a meio e, apresar

de atrasado, é necessário apro-

veitá-lo.

O grosso dos projectos em

que a Gestiverde trabalha si-

tua-se na área fl orestal e na

área agro-industrial. Na nossa

região, os projectos fl orestais

incidem sobretudo nas árvores

de crescimento mais demora-

do, caso do sobreiro ou pinhei-

ro bravo e manso. Na área agrí-

cola, predominam os projectos

na área do vinho e do azeite.

Mas a Gestiverde trabalha em

qualquer área e, se os clien-

tes lhe chegam sobretudo do

Alentejo, Ribatejo e Beiras, tem-

nos um pouco por todo o país.

A agricultura portuguesa está

em crise, como sabemos e os

empresários agrícolas estão su-

jeitos a processo de descapita-

lização. Mas, por isso mesmo, o

recurso a fundos de apoio tor-

na-se vital. “Por exemplo, um

sobreiro só começa a dar ver-

dadeiro rendimento após 35

anos. Quem é que, nas actu-

ais condições investe para um

benefício que só começa a co-

lher a essa distância?” A Gesti-

verde é, por isso, uma chave na

sustentabilidade e renovação

da nossa capacidade agrícola.

GESTIVERDE

Fazer o projecto e acompanhar a candidatura

• José Luís André, da Ges-tiverde.

Page 25: JA - abril 2010

ABRIL2010

jornaldeabrantes

Page 26: JA - abril 2010

jornaldeabrantes

cultura&espectáculos14

A Galeria Municipal de Abrantes tem patente, a partir de 1

de maio, uma exposição de fotografi a, vídeo e instalação de

Nuno Maya. Human in the City refl ecte a distribuição espacial

dos seres humanos em espaços urbanos, fazendo um paralelo

entre Espaço-Tempo, tema usado frequentemente pelo autor

nas suas exposições. Nuno Maya é formado em multimédia

pela ETIC e em França terminou o curso “European Media Mas-

ter of Art”. O artista já expôs as suas obras em países estrangei-

ros como Chicago, Japão e Barcelona. Em Portugal participou

em exposições individuais na Galeria Municipal Lagar de Azei-

te, em Oeiras, na Fábrica de Pólvora de Barcarena e no Largo

Trindade Coelho, em Lisboa. Venceu o Prémio BES revelação,

Prémio jovem realizador, em Ovar, entre outros. A exposição

estará patente até ao dia 21 de maio, de terça a sábado, das

10h0 às 12h30 e das 14h00 às 18h30.

Abrantes 30 de abril - Dança “Amar a Terra”pela

Kamu Suna Ballet Company - Cine-te-

atro São Pedro, às 21h30 - Bilhetes a

5 euros

Até 22 de maio – Festa da Primavera:

8 a 22 de maio - Concurso de Mon-

tras - Centro histórico de Abrantes

14 a 16 de maio - Festival de Espan-

talhos - Centro histórico de Abrantes

15 de maio - Passeio Pedestre da As-

cenção, às 9h30; Mercado Quinhen-

tista a partir das 10h00; Festa de Maio

a partir das 14h00, Guerra das Flores -

Praça Barão da Batalha.

1 a 21 de maio - Exposição de Nuno

Maya - Humans in the City - Instala-

ção, Fotografi a e Vídeo - Galeria Mu-

nicipal de Arte

1 a 8 de maio – IV Mostra de Teatro de

Abrantes: 1 de maio - Dois Irmãos, de

Fausto Paravidino - Companhia Palha

de Abrantes - Cine-teatro São Pedro,

às 21h30 2 de maio – “Chuva de Co-

res”, de Onivaldo Dutra – Companhia

“Ditrambus” - Cine-teatro São Pedro,

às 11h00 2 de maio - Cascata de Emo-

ções - Companhia de Teatro Montes

da Senhora - Sociedade União Crucifi -

xense - Cruxifi co, às 15h00 8 de maio

-Médico à Força, de Moliére Compa-

nhia “Ultimacto” – Centro Paroquial

Martinchel, às 21h30 8 de maio “Três

em Lua de Mel, de Jorge de Sousa -

Companhia de Teatro O Cidral Cen-

tro Social Vale das Mós,às 21h30 8 de maio - O que eu penso, o que tu pen-

sas, o que eu penso que..., de Dollores

Cortés - Companhia Gtessa Casa do

Povo São Facundo, às 21h30

3 a 31 de maio - Exposição -Os Lu-

gares de Pessoa -Biblioteca António

Botto

6 de maio Entre nós e as palavras”-

Encontro com o autor Rui Cardoso

Martins a propósito da obra “E se eu

gostasse muito de morrer” - Bibliote-

ca António Botto, às 21h30

7 de maio - Café-concerto com Ra-

pazes da Forja Pequeno Auditório do

Cine-teatro São Pedro, às 21h30 - En-

trada Livre

11 de maio - Música - Espectáculo

com Artur Marques – Cine-teatro São

Pedro, às 15h00 - Entrada Livre - Es-

pectáculo para o público Sénior

14 de maio - Teatro - ua Aire pela

companhia El Retrete de Dorian Gray

- Cine-teatro São Pedro, às 21h30 - Bi-

lhetes a 5 euros

18 de maio - Exposição - Antevisão

do Museu Ibérico de Arqueologia e

Artes de Abrantes - Museu D. Lopo de

Almeida - Castelo de Abrantes

21 de maio - Jornadas O Tempo e o

Homem - D. Francisco de Almeida -

Biblioteca António Botto , das 10h00

às 17h30

21 de maio - Teatro Clube da Comé-

dia com Aldo Lima, Bruno Nogueira,

Eduardo Madeira, Francisco Menezes,

Nilton e Óscar Branco - Cine-teatro

São Pedro, às 21h30 - Bilhetes a 10

euros

29 de maio a 25 de junho - Exposi-

ção de Lúcia David - Galeria Municipal

de Arte - de terça a sábado, das 10h00

às 12h30 e das 14h0 às 18h00

29 de maio - Dança - EspaçoIdança

-Cine-teatro São Pedro, às 21h30

Constância 1 a 23 de maio - Exposição - Pintura

de Isabel Maia - Dias úteis das 9h30 às

13h00 e das 14h30 às 17h30 - Posto

de Turismo

3 de maio - Dia Internacional do Sol

-À procura de um raio de sol - Centro

de Ciência Viva, das 10h00 às 13h00 e

das 14h30 às 18h00

3 a 31 de maio - Mostra Bio-biblio-

gráfi ca - Escritor Alves Redol - Biblio-

teca Municipal Alexandre O`neill,

das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às

18h30

15 e 16 de maio – IV Feira da Prima-

vera – Parque Ambiental de Santa

Margarida, das 14h00 às 20h00

16 de maio - Percurso Pedestre de

Observação e Interpretação da Natu-

reza À Descoberta das Plantas Aromá-

ticas e Medicinais Parque Ambiental

de Santa Margarida, às 9h00

16 de maio - O Património do Conce-

lho em Danças, Cantares e Jogos Tra-

dicionais - Quinta da D. Maria - Mon-

talvo

17 a 21 de maio - Exposição - Cons-

tância A vieira Antiga Cadeia, das

9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30

22 de maio - A utilidade da

Biodiversidade - Parque Ambiental

de Santa Margarida, das 10h00 às

19h00

Sardoal Até 15 de maio - Exposição Santa Casa

da Misericórdia de Sardoal - 500 anos

de Arte Centro Cultural Gil Vicente

30 de abril a 2 de maio – Feira Na-

cioanl do Fumeiro, Queijo e Pão: 30 de abril - Música com Filarmóni-

ca União Sardoalense, grupo Seca

Adegas e Jorge Espada 1 de maio -

Arruada pela vila com Fanfarra Nem

Fá nem Fum, a partir das 21h30 con-

certos com Duo Bruno Matias e Patrí-

cia Belém 2 de maio - Música com os

gaiteiros da Batalha Gaitilena e Gra-

ciete Andreia

15 de maio - Música Banda da Força

Aérea Centro Cultural Gil Vicente, às

16h00, entrada livre

22 de maio - Festa solidária a favor do

Centro de Dia de Alcaravela

Barquinha 8 e 9 de maio – Feira d`Época - ven-

da de produtos, artesanato, doçaria,

chás, mel e gastronomia Largo 1º de

Dezembro: 8 de maio - Apresenta-

ção do livro MAG, de José Calheiros

Cunha, às 15h00 - III Encontro de Mú-

sica Tradicional Portuguesa a partir

das 15h30 - Fado Vadio com Tina Jo-

fre, Rita Inácio, Jorge Pinheiro, Virgílio

Quadrio, Julieta Rodrigues e Manuel

Costa, às 21h30 9 de maio - Banda de

Música dos Bombeiros Voluntários da

Barquinha, às 16h00; Danças de Sa-

lão, às 18h00 � Insufl áveis no Parque

Ribeirinho, das 10h às 12h e das 14h

às 18h00

9 de maio – “Pelos Nossos Rios, pelo

Nosso Futuro” – Descida de Canoa

AGENDA DO MÊS

Nuno Maya expõe

em AbrantesAvieiros em exposição

em Constância“Na margem sul do concelho de Constância, existiam na primeira metade do

século XX, três barracas de avieiros, das quais só resta uma, entretanto mudada

de sítio, propriedade de Maria Tocha Pelarigo.” São palavras de apresentação da

exposição Constância Avieira, patenete em Constância, no recuperado edifício

da Antiga Cadeia. “O Tejo era o mundo desta gente, também chamada de “ci-

ganos do rio”. Foram obrigados a viver décadas de isolamento, por não serem

bem acolhidos, pois era gente que vinha de longe. Mas as alterações verifi ca-

das no rio Tejo ao longo do tempo, como a escassez de sável, lampreia, boga,

fataça, levou-os a deixar esta profi ssão e a perocurar outras ocupações, inte-

grando-se lentamente na sociedade local.” Assim se lê também na plaquete de

apresentação da exposição, patente até 17 de Setembro, das 15h00 às 20h00,

naturalmente assinada pelo Museu dos Rios, de Constância.

Page 27: JA - abril 2010

ABRIL2010

jornaldeabrantes

cultura&espectáculos 15

As obras de pintura de Susana

Rosa, pintora e professora, fo-

ram expostas no segundo ani-

versário da clínica de estética

Oceanus, sedeada no edifício

Sopadel.

A paixão pela pintura sempre

esteve presente para Susana

Rosa afi rmando ao JA que, “eu

nasci para ser artista”. Foi no

ano de 2001 que a pintora co-

meçou a expor ao público as

suas obras de arte. Quando

pinta, Susana Rosa inspira-se

no que vai observando no seu

quotidiano, em fotografi as, em

exposições de outros autores

e em livros que lê. A pintora re-

feriu também que no inicio da

sua carreira artística foi muito

infl uenciada pelo pintor Jean Michel Basquiat, uma vez que

“era um artista com um imagi-

nário muito urbano e ligado ao

graffi ti”. Habitualmente, Susana

Rosa faz uma selecção de te-

mas quando produz uma obra

de arte. Estes temas passam

muitas vezes pela temática do

corpo fantasmagórico. Susana

Rosa explicou ainda ao JA, que

as obras de arte devem suge-

rir, perturbar e fazer com que

a pessoa refl icta no que está

a visualizar. A oportunidade

de mostrar o trabalho artísti-

co na Oceanus surgiu a convi-

te de Regina Amaro, empresá-

ria e dirigente da clínica. Regina

Amaro em declarações ao JA

afi rmou que, o objectivo des-

ta exposição passou pela divul-

gação do trabalho artístico de

Susana Rosa, bem como, pela

divulgação dos serviços presta-

dos na clínica Oceanus”. E foi a

forma encontrada para festejar

o segundo aniversário da clíni-

ca, num curioso casamento en-

tre estética corporal e pintura.

El Rei D. Manuel I, “pela graça de

Deus Rei de Portugal e dos Algar-

ves”, está de visita a Torres Novas. A

real deslocação celebra os 500 anos

do foral novo, datado de 1 de Maio

de 1510, e é motivo de grande ani-

mação nesta cidade. Para assinalar a

data, um conjunto de iniciativas vai

colocar Torres Novas e os forasteiros

a reviver o tempo quinhentista de 30

de Abril a 2 de Maio. Um mercado à

moda da época decorre durante os

três dias, bem como muita outra ani-

mação A ronda do pregão, sexta às

21h00, um cortejo quinhentista, no

sábado às 15h30, a entrega do fo-

ral novo, ainda no sábado às 18h00,

seguido de um baile renascentista

às 23h00, e no domingo a chegada

de El Rei d. Manuel, às 18h30 segui-

da do banquete real, às 20h30, são

os momentos mais altos. E tudo ter-

mina em grande festa às 23h00, jun-

to ao castelo. Paralelamente haverá

outros momentos como uma confe-

rência sobre o tempo de D. Manuel,

quinta às 21h30, o lançamento de

um livro juvenil sobre “Torres Novas

no tempo de D. Manuel I” e do fac-si-mile do foral manuelino. É uma visita

recomendada, pois a viver também

se aprende… História.

D. Manuel visita Torres Novas

Abrantes Gescine – Centro Comercial Mil-

leniun

29 de abil a 5 de maio - Amar...

é Complicado”

Constância Cine-teatro Municipal, às 21h30:

1 de maio – “Dias dos Namora-

dos”

8 de maio - Alice no País das Ma-

ravilhas

15 de maio – “Estado de Guer-

ra”

22 de maio - Amar...é Compli-

cado

29 de maio – “Lembra-te de

Mim”

30 de maio - Chovem Almônde-

gas, às 15h00

Sardoal 16 de maio - Chovem Almônde-

gas, às 16h30 - Centro Cultural

CINEMA

Luís Filipe Borges e David Antunes

no Aquapolis, em Abrantes

O apresentador/escritor Luis Filipe Borges (Boinas) apre-

sentador do programa 5 para a meia noite vai na sexta-feira,

dia 30. no bar Aquapolis (Margem Norte) para uma noite de

stand-up e música ao vivo que será assegurada pelo músico

David Antunes.

Clínica de estética festeja aniversário

com exposição de pintura

Page 28: JA - abril 2010

ABRIL2010

jornaldeabrantes

16 cultura&espectáculos

zoo

TERESA APARÍCIO

Quando vamos pela estrada que segue de Mouriscas para Sardoal, ao passarmos pela aldeia de Cabe-ça das Mós, encontramos, do lado direito, uma placa com a indicação “Senhora da Lapa”. Seguindo por aí e percorrendo uma distância de cerca de dois quilómetros, depara-mo-nos com um local verde e fres-co, atravessado por uma ribeira de água ainda cristalina e com um par-que de merendas sombreado por árvores frondosas, decerto já secu-lares.

A ribeira foi limpa e alargada há

pouco tempo e foi ali construída

uma pequena represa, que no Verão

é fechada, dando origem a um espe-

lho de água onde crianças e adultos

podem tomar, sem qualquer perigo,

banhos agradáveis e refrescantes.

Além de bonito e muito bom para

fazer piqueniques, este é também

um lugar com História.

Dominando o local, sobre uma pe-

quena elevação, encontra-se a er-

mida da Senhora da Lapa. A sua

construção teve lugar na segunda

metade do século XVII, pois num pe-

queno painel onde estão fi guradas

as Almas do Purgatório, há a referên-

cia ao ano de 1659 e ao Papa Alexan-

dre Sétimo. Segundo Frei Agostinho

de Santa Maria o edifi cante teria sido

o Abade João Cansado que “por de-

voção à Senhora e para melhorar o

sítio e para não a apartar muito do

local que ela escolhera lhe edifi cou

aquela Ermida e Santuário.” Ora o

local que a Senhora escolhera é, se-

gundo a tradição popular, uma gru-

ta cavada na rocha que se encontra

quase em frente, na outra margem

da ribeira. Está fechada por uma por-

ta gradeada e, ao fundo, encontra-se

uma pequena imagem que deve ser

ainda hoje objecto de devoção, pois

à entrada podemos ver restos de ve-

las, ali recentemente colocadas.

A pequena ermida é de planta rec-

tangular, com a fachada orientada a

nascente, na qual se abre uma por-

ta encimada por uma cruz e ladeada

por duas pequenas janelas. O aces-

so é feito por duas escadarias laterais

que vão desembocar numa pequena

plataforma que prolonga a frontaria.

A porta está geralmente fechada e a

imagem foi dali retirada e colocada

em local seguro, pois estas capelas

isoladas são frequentemente alvo de

roubos e vandalismos vários. É pena

porque o interior é deveras interes-

sante. Todo ele está revestido com

azulejos (as paredes laterais) e pintu-

ras (o tecto e os tímpanos). Por cima

da porta encontra-se pintado o pai-

nel principal, que representa a Ado-

ração dos Reis Magos. A abóbada

está preenchida com molduras fi n-

gidas, onde podemos ver cenas da

Anunciação, da Assunção da Virgem

e cortejos de ofertantes orientados

para a cena do Presépio, onde fi gu-

ram também os Magos.

O maciço rochoso sobranceiro à

capela é conhecido por Castelo da

Lapa, embora presentemente não se

descortinem, no local, sinais da exis-

tência de qualquer fortaleza. Segun-

do a tradição popular, teria ali exis-

tido um povoado pré-histórico e as

lendas falam de uma cidade subter-

rânea habitada pelos mouros e de

um túnel que ligaria a Lapa à aldeia

da Palhota, localizando até com pre-

cisão a casa onde ele iria desembo-

car. Ainda nenhum estudo arqueo-

lógico foi feito no local, pelo que se

desconhece se estas histórias têm ou

não fundamento.

A poucos metros da capela, a mon-

tante e também na margem direita

da ribeira, encontram-se as ruínas do

que devia ter sido uma casa de ha-

bitação, que ainda conserva umas

grossas paredes de pedra, que se po-

dem ver por entre a vegetação bra-

via. Segundo nos diz Frei Agostinho

de Santa Maria “nesta se recolhem os

romeiros e devotos, quando o tem-

po obriga ou quando a sua devoção

o pede. Em todo o ano se vêem na

Casa da Senhora romagens e votos”.

Integrava uma propriedade que per-

tenceu igualmente ao Abade João

Cansado.

As romagens e os romeiros perde-

ram-se na voragem do tempo e, se-

gundo nos informaram, as últimas

romarias, que costumavam ter lugar

no último Domingo de Maio, termi-

naram de vez na década de setenta

do século XX. Hoje, só as pequenas

velas da gruta são testemunho de

que os devotos da Senhora da Lapa

ainda não se extinguiram por com-

pleto.

Bibliografi a: Gonçalves, Luís Manuel, “Sar-

doal do Passado ao Presente” , edição C.

M. do Sardoal, 1992. Santos, Bruno, “ Pin-

tura Mural Seiscentista nos Concelhos de

Abrantes e Sardoal” in Revista Zahara nº 7,

edição CEHLA, Junho de 2006

LUGARES COM HISTÓRIA

A Senhora da Lapa

Page 29: JA - abril 2010

ABRIL2010

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ABRANTES FUTEBOL CLUBEAssembleia Geral Ordinária

– Acto Eleitoral –

CONVOCATÓRIANos termos da lei e dos artºs 9º a 13º dos Estatutos, são convocados todos os associados para se reunirem em Assembleia Geral Ordinária, no próximo dia 30 de Abril de 2010, pelas 21,30 horas, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Abrantes, situado na Avenida Rosa Mota, desta cidade, com a seguinte ordem de trabalhos:Ponto 1 - Informação pela Direcção de assuntos relevantes para o futuro do Abrantes Futebol Clube. Ponto 2 - Eleição dos Órgãos Sociais para o biénio 2010/2012.Nos termos dos Estatutos do Clube, as listas candidatas aos Órgãos Sociais (Assembleia Geral, Direcção e Conselho Fiscal), devem ser subscritas por um mínimo de cinquenta sócios efec� vos e conter a respec� va aceitação expressa pelos candidatos. As listas devem ser entregues ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral ou ao seu subs� tuto legal, até às 21,00 horas, do dia 30 de Abril. Se à hora designada não es� ver presente a maioria dos seus membros (sócios efec� vos, no pleno gozo dos seus direitos), a Assembleia Geral reunirá em segunda convocatória, no mesmo local e com a mesma ordem de trabalhos, trinta minutos depois (às 22,00 horas), nos termos dos artºs 19º, nº 3 e 20º dos Estatutos, com a presença de qualquer número de associados presentes. O acto eleitoral será realizado através de escru� nio secreto, sendo eleita a lista que ob� ver a maioria dos votos, validamente expressos, entrados em urna.Considera-se no pleno gozo dos seus direitos, todos os associados efec� vos que apresentem conjuntamente com o seu cartão iden� � ca� vo de sócio, o comprova� vo do pagamento da quota correspondente ao ano de 2008.Abrantes, 29 de Março de 2010

O Presidente da Mesa da Assembleia GeralFernando António de Matos Ascenso

Page 30: JA - abril 2010

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Ludovina MariaN. 15-07-1924 • F. 05-03-2010

Seus fi lhos, netos, bisneto e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acom-panharam o seu ente querido à sua ultima morada.

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

TRAMAGAL

Faleceu

Pedro Diogo Rodrigues GrácioN. 27-06-1915 • F. 01-03-2010

Sua esposa, fi lha, genro, netos, bisneta e restantes familia-res, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu entre querido à sua última morada.

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

AMOREIRA

Faleceu

João Manuel Nunes AfonsoN. 14-05-1949 • F. 07-03-2010

Sua fi lha e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

TRAMAGAL

Faleceu

Eugénio Maia ArrabaçaN. 10-04-1931 • F. 08-03-2010

Sua esposa e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

TRAMAGAL

Faleceu

Augusto Dias GomesN. 18-07-1914 • F. 10-03-2010

Sua fi lha, genro nora, netos, bisnetos e restantes familia-res, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

PORTELA - SANTA MARGARIDA DA COUTADA

Faleceu

Belmira Seabrada Fonseca RebeloN. 05-04-1948 • F. 20-03-2010

Seu marido, fi lhos e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acom-panharam a sua ente querida à sua última morada.

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

TRAMAGAL

Faleceu

Maria Amélia Bairrão da CostaN. 08-08-1957 • F. 24-03-2010

Seu fi lho, nora e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompa-nharam a sua ente querida à sua última morada.

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

ABRANTES

Álvaro DamasN. 13/11/1930 • F. 10/04/2010

AGRADECIMENTO

Sua mulher, fi lhos, nora e netas, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, agradecem a todas as pessoas que assistiram ao seu velório, bem como a todos que o acompanharam à última morada, ou manifestaram o seu pesar de qualquer outra forma.

AGRADECIMENTORossio ao Sul do Tejo

Maria Emília Moreno Rodrigues Vitória

Professora Nascida a 29 de Dezembro de 1916 • Falecida a 13 de Março de 2010

Marido, fi lhos, netos, bisnetos e restantes familiares vêm, por este meio, expressar a sua gratidão a todas as pessoas que os acompanharam na sua dor.Que descanse em paz.

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ABRIL2010

jornaldeabrantes

publididade 19

As doenças cardiovasculares são, no seu conjunto, a principal causa de morte e de incapacidades em Portugal.

A compreensão desta realidade e o

combate aos riscos que lhe estão associa-

dos foram contributos decisivos para que,

nas últimas décadas se tenha verifi cado

um signifi cativo aumento da esperança

de vida. Para mantermos essa tendên-

cia, torna-se indispensável que um nú-

mero crescente de pessoas adoptem há-

bitos de vida saudáveis. Nesta perspecti-

va, os profi ssionais de cuidados de saúde

primários, a partir da sua actividade nos

Centros de Saúde têm contribuído, cada

vez com mais convicção, para a divulga-

ção de mensagens que ajudam as popu-

lações a tomar as melhores decisões para

promoverem a saúde do seu sistema cár-

dio-vascular e evitar as doenças que lhe

estão associadas, em especial os enfartes

do miocárdio e as doenças cérebro-vas-

culares (tromboses). Integrado na come-

moração do mês do coração, o ACES do

Zêzere está a desenvolver um conjunto

de actividades de educação para a saúde

e nesse âmbito foi solicitada à Dra Paula

Teixeira, médica especialista em medici-

na geral e familiar, a divulgação das suas

convicções e conselhos susceptíveis de

acrescentarem anos saudáveis à vida.

Que muito agradecemos.

Unidade de Saúde Pública do Zêzere-

Todas estas doenças destroem, incapaci-

tam, e matam.

Com a prevenção será possível reduzir

o número de Enfartes do Miocárdio e de

A.V.C. (Tromboses).

Por favor, não esperem tudo dos médi-

cos …E sobretudo, não esqueçam: Não

há remédio para o envelhecimento - Há

boas práticas que o atrasam!

Muita saúde para todos.

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEMDE ABRANTES

Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

CONSULTAS POR MARCAÇÃOACUPUNCTURADr.ª Elisabete Alexandra Duarte Serra

ALERGOLOGIADr. Mário de Almeida;

Dr.ª Cristina Santa Marta

CARDIOLOGIADr.ª Maria João Carvalho

CIRURGIADr. Francisco Rufi no

CLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio - Dr. António Prôa

DERMATOLOGIADr.ª Maria João Silva

GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira

MEDICINA INTERNADr. Matoso Ferreira

NEFROLOGIADr. Mário Silva

NEUROCIRURGIADr. Armando Lopes

NEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro;

Dr.ª Amélia Guilherme

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel

OFTALMOLOGIADr. Luís Cardiga

ORTOPEDIADr. Matos Melo

OTORRINOLARINGOLOGIADr. João Eloi

PNEUMOLOGIADr. Carlos Luís Lousada

PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia Gerra

PSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;

Dr.ª Maria Conceição Calado

PSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma

UROLOGIADr. Rafael Passarinho

NUTRICIONISTADr.ª Carla Louro

SERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria João

TERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

novo e-mail [email protected]

jornal abrantesdeSAÚDE É...

Maio, mês do coração

DRA. PAULA TEIXEIRA (USP Zêzere)

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