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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

1ª Edição: Março/2015

Transcrição:

Fabiana Faria

Copidesque:

Marcelo Ferreira

Diagramação e Arte

Junio Amaro

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INTRODUÇÃO

Toda a nossa fé é simples demais. A Bíblia diz que Deus não é Deus de confusão! Mas nós sabemos e a Escritura diz: “Meu povo está sen-do destruído porque lhe falta o conhecimento” (Oseias 4.6a). Mas a medida que você começa a conhecer as Escrituras, tudo muda. Jesus Cris-to mesmo disse: “Examinai as escrituras porque vós cuidar ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 5.39).

Deus nunca nos pede para fazer alguma coisa só para nos envergonhar. Ele nunca nos

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pede para fazer alguma coisa sabendo que não teremos condições de fazer aquilo que Ele está pedindo. Não! Quando Pedro estava no barco e Jesus falou: “Pedro, pode vir” (veja Ma-teus 14.27-33), ele não queria envergonhar a Pedro. Pelo contrário, Pedro caminharia os pas-sos mais inesquecíveis da vida dele, andando sobre a Palavra do Senhor Jesus. Assim, tudo o que está nas Escrituras é para o nosso próprio bem.

Neste livro quero tratar de um tema recor-rente nas Escrituras: a perfeição. Pois diz a Pala-vra: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5.48).

Minha oração é para que Deus fale ao seu coração e aprenda como crescer em maturida-de e perfeição em Cristo.

Deus abençoe!

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“SEDE PERFEITOS”

Em Mateus, capítulo 5, o verso 48, lemos acerca de um mandamento do Senhor muitas vezes desprezado por muitos, pelo fato de não entenderem a simplicidade e a beleza dessa verdade. Diz o texto:

“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.”

“Portanto...” Após Jesus ter trazido aos dis-cípulos e ao povo uma série de instruções, ele conclui: “Portanto...” Basta ler todo o capítulo 5, 6 e 7 de Mateus para entender porque Jesus

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disse isso. E a perfeição de que Jesus fala tem tudo a ver com o que Ele disse nos três capítu-los, 5, 6 e 7. “Portanto...” é a conclusão do cha-mado “Sermão da Montanha.”

Talvez você diga: “É uma utopia isso! Nin-guém vai ser perfeito como o Pai celestial!” Mas Jesus está dizendo: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” O padrão aqui não é a inerrância, nunca falhar, pois so-mos humanos e temos uma natureza caída. O padrão aqui é a excelência.

A perfeição não é a questão do tamanho. Você pode ter um círculo de um raio de dez centímetros apenas, e outro cujo raio é de um metro, e ainda outro de um quilômetro. To-dos são perfeitos. A perfeição para nós não é, portanto, uma questão do tamanho, mas de progressão. Vamos crescendo na perfeição. Ou seja, no momento, quando uma pessoa con-verte, quando ela vai para o Senhor Jesus e diz: “Jesus, entra na minha vida”, a vida perfeita en-trou nela, porque Jesus é a expressão da perfei-ção. O apóstolo Paulo mesmo disse: “[...] Logo,

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já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2.20). Quando Paulo diz: “Logo”, ele está como que concluin-do a verdade da segunda metade do verso 19, quando afirma: “[...] Estou crucificado com Cris-to”. Isso é crescimento na perfeição.

Há uma grande diferença. Existem pesso-as que não crescem, que não avançam ficam a vida toda paradas em relação à maturidade e caminhada na fé. “Sede, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” É uma escolha. Eu preciso escolher.

Tem algumas coisas que só Deus é quem pode fazer. Mas outras, somos nós quem faze-mos, somos nós quem escolhemos. E a ordem para mim e para você é essa: “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” Por quê isso? Lemos em 2 Timóteo, capítulo 3, os nove pri-meiros versículos, sobre o tempo em que nós estamos vivendo. E a única maneira de mudar-mos esse contexto é se você e eu tomarmos

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posse dessa revelação em nossas vidas. Diz o texto:

“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, so-brevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingra-tos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, ca-luniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, ten-do forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. Pois entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas so-brecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade. E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé; eles, todavia, não irão avante; porque a sua insensatez será a todos evidente, como também

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aconteceu com a daqueles.” Você nunca pode exigir a perfeição de al-

guém que não nasceu de novo em Cristo, pois não existe perfeição para aqueles que ainda não nasceram de novo. Quando Jesus disse: “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celes-tial”, somente aqueles que nasceram de novo, que receberam a vida, como já disse, estão no processo de expressar aqui na terra a perfeição.

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O “DNA” DIVINO

Está escrito em Efésios, capítulo 2, os três primeiros versos:

“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os

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demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia , por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”.

“Mas Deus, sendo rico em misericórdia...” Aí está a salvação, a graça que recebemos por meio de Jesus Cristo. Aleluia!

Agora veja o texto de Romanos 8, o verso de número 29:

“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o pri-mogênito entre muitos irmãos.”

Antes que fosse dito “No princípio criou Deus os céus e a Terra”, antes que a Terra fosse criada, na mente de Deus, eu, você, nós, já existíamos.

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E dentro de um propósito. “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou...”

Essa palavra “predestinar” significa “ter um destino prévio”. “Também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho...” Qual é o propósito do Senhor? Que cada irmão seja a “carinha” de Jesus.

Se pudéssemos ver o mundo espiritual, ve-ríamos o que realmente somos. Eu não sou o que sou do lado de fora; sou o que sou lá den-tro, no interior. Meu corpo é apenas corpo, eu sou um espírito. Quando você olha no espelho, pode ver apenas a “casca” do lado de fora.

Paulo dizia assim:“Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em

mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mes-mo se entregou por mim.” (Gálatas 2.20).

E em Romanos 8.29, ele afirma:

“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o

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primogênito entre muitos irmãos.”

Para usar de um termo bem do nosso sécu-lo, digo que temos um “DNA” divino, que é a própria vida do Senhor na nossa vida.

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VEM DE DEUS

Jesus sempre tocava nas pessoas. Foi uma escolha da parte dele. Assim também é com a perfeição, é uma escolha.

A pessoa pode parar, não avançar na vida com Cristo e muitos assim o fazem quando apegam a coisas vãs.

Lemos em Mateus, capítulo 19, versículo 21:

“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um te-souro no céu; depois, vem e segue-me.”

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“Se queres ser perfeito...” Em Mateus 19.16-22 conta de um moço que questionou a Jesus sobre o que deveria fazer para alcançar a vida eterna. E Jesus lhe diz para vender tudo o que tinha, dar aos pobres e O seguir, mas o moço ouvindo essas palavras retirou-se da presença de Jesus muito triste, por ser muito rico. O que prendia aquele moço? As riquezas. Jesus não queria o dinheiro dele. Mas a imperfeição dele era exatamente o dinheiro; ele estava preso ao dinheiro.

Só somos perfeitos quando estamos livres, totalmente soltos. Jesus disse: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.” Tenha sempre esta compreensão.

Colossenses, capítulo 3, o verso 14:

“Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.”

À medida que você vai conhecendo o Se-nhor, experimentando da graça de Deus, acima

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de tudo, de todas as coisas “Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfei-ção”. O vínculo é aquilo que prende, liga. E a nossa fé é exatamente esse vínculo que temos que ter com o Senhor. Quando Pedro negou o Senhor, bagunçou a vida, Jesus não perguntou para ele: “Pedro, a sua doutrina, como é? Pedro, me explica isso aqui!.” Quantas vezes as pessoas têm tantas explicações na vida e acaba perden-do esse sentido pleno da perfeição.

A Palavra diz que o amor é o vínculo da per-feição. Você conhece alguém pelas expressões que jorram da vida dele, porque Deus o amou. Conhecemos a expressão maior de Deus, tão simples, o amor do Senhor.

Agora, sabe, por que muitas vezes temos di-ficuldade para viver a perfeição? Por causa da língua! Olha o que está escrito em Tiago, capí-tulo 3, verso 2:

“Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo”.

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Mas como me apropriar e colocar isso em prática na minha vida? Por meio de uma pa-lavrinha que é a chave na nossa caminhada e que não gostamos muito de ouvi-la, que é a palavra OBEDIÊNCIA.

Algo que nós fazemos na igreja é ler a Pala-vra e deixá-la em seu coração. Eu poderia ficar contando histórias e até fazer você dar garga-lhadas, mas eu tenho que falar com você a Pa-lavra do Senhor. É o peso da minha responsa-bilidade, e vou dar contas a Deus da minha e da sua vida.

Voltando então à Palavra:“Aquele, entretanto, que guarda a sua pala-

vra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoa-do o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele:” (1 João 2.6).

Essa perfeição vem de Deus. E esse é o man-damento:

“Sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.” (Mateus 5.48).

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O Salmo 18, verso 32 também diz:

“O Deus que me revestiu de força e aperfei-çoou o meu caminho.”

Quando você está vivendo com o Senhor, a “perfeição” vai acompanhá-lo durante toda a sua trajetória. E tudo o que Deus fez é perfei-to. Se você olha uma flor, ela é perfeita, assim como toda obra de Deus, e você fica tão mara-vilhado pela perfeição do Senhor!

Mas Ele quer fazer o seu caminho perfeito. Por isso, o verso 32 do Salmo 18: “O Deus que me revestiu de força e aperfeiçoou o meu cami-nho...”

Mas como é esse caminho? Veja o verso 30:

“O caminho de Deus é perfeito; a palavra do SENHOR é provada; ele é escudo para todos os que nele se refugiam”.

O caminho de Deus é perfeito. Algumas

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vezes você pode até pensar: “Deus está errando comigo.” Mas isso não é verdade, querido! O caminho dEle é perfeito, meu irmão, e quando você anda no caminho do Senhor, está andando num caminho perfeito.

Quando eu leio “O caminho de Deus é perfei-to”, “O Senhor me revestiu de força e aperfeiçoou o meu caminho”, vejo o quanto Deus é maravi-lhoso para conosco!

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“EM OBRAS”

Nós não somos hoje o que éramos ontem. E não seremos amanhã o que somos hoje. A nossa caminhada com o Senhor é a cada dia. Estamos sendo aperfeiçoados, a cada dia, e nos tornando mais parecidos com Ele, mais seme-lhantes a Ele.

“Ele aperfeiçoou o meu caminho”. O caminho aqui fala do nosso estilo de vida. Não significa um caminho simplesmente natural. Diz o sal-mista:

“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará” (Salmo 37.5).

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O seu caminho pode estar todo tortuoso, cheio de “pinguela”, cheio de “buraco”, cheio disso, cheio daquilo, mas quando você se entrega ao Senhor, Ele vai aperfeiçoando-o. Quem sabe seu casamento é tão torto, um ca-minhar, assim, tão cheio de depravação, um ca-minho errado! Mas Deus pode aperfeiçoá-lo se você entregar o seu caminho a Ele.

Jamais chegará o momento em que você falará: “Basta, porque agora eu já alcancei tudo o que eu podia alcançar”. Isso porque a Palavra diz: “Sede perfeitos o vosso Pai celestial”, e o nos-so Pai celestial é infinito, portanto, somos aper-feiçoados dia após dia.

Jesus nunca nos pediria para fazer algo só para nos envergonhar. Absolutamente. O que Deus tem para você, meu irmão (ã), Ele mesmo realizará. Diz o Salmo 138, o verso 8:

“O que a mim me concerne o SENHOR levará a bom termo; a tua misericórdia, ó SENHOR, dura para sempre; não desampares as obras das tuas mãos.”

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A obra que o Senhor começou na minha, na sua vida, Ele vai concluir. Vejo muitas pessoas que começam a construir uma casa e param. Uma das coisas que me impressionou muito quando fui ao Cairo, no Egito, é que existe uma lei da prefeitura, em que a pessoa começa a pa-gar os impostos, o que se assemelha ao IPTU para nós, somente quando terminar a casa. E o que as pessoas fazem? Muitas não terminam a obra que iniciaram, vemos sempre as casas sem o reboco, porque se rebocarem, terão que pagar o imposto, por conta disso não termi-nam a casa nunca. Mas nós somos uma obra inacabada nas mãos de Deus, porém, Ele irá concluí-la.

Somos aperfeiçoados dia após pelo nosso Pai Celestial. Quando eu leio sobre a perfeição, não é tanto o meu esforço para vivê-la, mas a minha rendição em querer viver esta realidade. “O que a mim me concerne...” E o que a mim, a você, concerne? É esse chamado: “Sede perfei-tos como é perfeito vosso Pai celestial”.

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“O que a mim me concerne o SENHOR levará a bom termo...” Em Cristo Jesus, você tem a per-feição.

Em Filipenses, capítulo 3, verso 15, o após-tolo Paulo escreve:

“Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. Toda-via, andemos de acordo com o que já alcança-mos”.

Se você não tinha essa compreensão, tome posse desta Palavra: “Todos, pois, que somos perfeitos...”

Repare agora o verso 12 de Filipenses 3. Paulo escreve assim:

“Não que eu o tenha já recebido ou tenha já

obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus”

É esse o processo!

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A PERFEIÇÃO NO CONTEXTO DO

“CORPO”

Quais são seus alvos, qual o seu propósito de vida? Muitas vezes, o seu propósito de vida pode ser apenas para as coisas do aqui e agora, daquilo que vai ficar aqui para o anticristo, situações em que as trevas reinarão. Mas o que é a sua escolha de vida? Escolha, meu irmão (ã), viver esta realidade de ser perfeito aqui na terra como o Senhor. Que o seu coração se

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incomode e você seja encodado (convertido) por isso.

Ainda sobre o processo de ser perfeito como Jesus, Paulo escreve em Colossenses, ca-pítulo 2, verso 10:

“Também, nele estais aperfeiçoados.”

É nele, em Jesus. Ele é e deve ser a manifes-tação da vida na sua própria vida. Todo crente tem uma ordem, e a perfeição vem do seu rela-cionamento com Ele.

O primeiro personagem que encontramos nas Escrituras que viveu essa perfeição de re-lacionamento com o Senhor fora do Jardim do Éden foi Abraão. Gênesis, capítulo 17, o verso 1:

“Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o SENHOR e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito.”

Há um ditado que diz: “Diga-me com quem

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tu andas e eu te direi quem tu és.” Quando você anda com Deus, sabe o que acontece? O que aconteceu com Abraão: ele viu a manifestação da presença de Deus. Ele foi visitado por Deus. E Abraão fez a parte dele. Foram 99 anos de ca-minhada com Deus, até que Deus se manifes-tou a ele.

Querido, graça é tudo que eu preciso, mas não mereço. “Anda na minha presença, anda na minha presença [...]” E o resultado, qual é? “...E sê perfeito!” É o que a Palavra diz.

Veja o que Deus disse a Moisés:

“Perfeito serás para com o SENHOR, teu Deus.” (Deuteronômio 18.13).

Nesse contexto está o resumo daquilo que é a vontade do Senhor, que sejamos perfeitos como o nosso Pai Celestial.

Agora veja o capítulo 32, verso 4:

“Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque

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todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelida-de, e não há nele injustiça; é justo e reto”.

Suas obras são perfeitas! Veja o que Paulo escreve em Efésios, capítu-

lo 4, sobre a ordem das coisas na igreja. Deus colocou na igreja apóstolos, profetas, pastores e mestres, para um propósito, e qual é? Veja os versos 11-15:

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade

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em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”.

“...com vistas ao aperfeiçoamento dos san-tos...” Esse é o propósito. Em Colossenses 1, ver-so 28-29, Paulo toca nesse mesmo ponto. Ele escreve:

“O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo ho-mem perfeito em Cristo; para isso é que eu tam-bém me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim”.

O verso 28 diz: “...o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apre-sentemos todo homem perfeito em Cristo...” O propósito de nos reunirmos várias vezes e de estarmos numa célula é para que estejamos nessa engrenagem rumo à perfeição em Cristo,

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a oração e a comunhão fortalecem, para que alcancemos essa perfeição, essa excelência.

Todos os cerca de 200 ministérios que te-mos na Igreja Batista da Lagoinha existem para um propósito apenas: para que você seja apre-sentado perfeito diante de Deus. Não é nosso propósito entreter você. Quando você escuta o coral cantar hinos, quando nós cantamos, quando a orquestra toca, os dançarinos dan-çam, quando você entrega os seus dízimos, tudo gira em torno de um propósito, que é le-var você a levar a vida perfeita. E o propósito fi-nal é nos apresentarmos todos perfeitos diante do Senhor.

Dentro desse contexto em que falo, a per-feição em Cristo, o apóstolo Paulo diz em 2 Co-ríntios, capítulo 7, o verso 1:

“Tendo, pois, ó amados, tais promessas, puri-fiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santi-dade no temor de Deus”.

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“Tendo, pois, ó amados, tais promessas...” A que promessas Paulo está se referindo? Veja os versos anteriores, 14 a 18, do capítulo 6:

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; portanto, que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cris-to e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do

Deus vivente, como ele próprio disse: Habi-tarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não to-queis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso”.

“... Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo... e eu vos recebe-rei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso”. Essas são as

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promessas a que Paulo se refere quando diz no capítulo 7, verso 1: “Tendo, pois, ó amados, tais promessas...” Todo o contexto do capítulo 6 de 2 Coríntios diz respeito à conduta no ministé-rio. E aí, Paulo menciona a santidade, o separar-se do mundo, do pecado.

É algo que você fará, meu irmão (ã). Todas as vezes que percebe algo errado na sua vida, você busca consertar. Quando você peca e confessa os seus pecados, Deus está aperfei-çoando você. Quando você pede ao seu irmão, dizendo: “Meu irmão, me ajuda, olhe para mim”, está sendo aperfeiçoado.

O temor do Senhor é o princípio de tudo, e o temor do Senhor é a sabedoria, e a sabedoria é a perfeição. No capítulo 13, verso 11 de sua segunda carta aos Coríntios, quase no fim des-ta, Paulo diz:

“Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará con-vosco”.

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Depois de se despedir “Quanto ao mais, irmãos, adeus!, Paulo lista uma série de reco-mendações. E a primeira ordem dele nessa lista é essa: “Aperfeiçoai-vos”. É você, meu irmão, minha irmã; a escolha é sua. Ninguém pode, por exemplo, comer por você para engordá-lo, pode? Alguém pode beber água para matar sua sede? Não! É você! “Aperfeiçoai-vos”. É uma escolha.

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POR TODA A ESCRITURA

O convite, ou a ordem, para crescer nessa perfeição, permeia toda a Escritura. E esse é um tema constante nas cartas do apóstolo Paulo. Veja o que ele escreve sobre a própria Escritura e o que ela pode fazer por nós:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a corre-ção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente ha-bilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16,17).

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Deus nos deu a Bíblia não simplesmente para nós a estudarmos. A razão pela qual te-mos as Escrituras e a lermos é para o propósito: “...a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.

Tiago também escreve sobre a perfeição, mas no contexto das provações:

“Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada de-ficientes.” (Tiago 1.4).

“...para que sejais perfeitos...” Essa é a razão para perseverarmos em nossa caminhada na fé. Falando sobre a obra redentora de Cristo, mais precisamente sobre Seu sangue, o escri-tor aos Hebreus escreve, no capítulo 13, versos 20 e 21:

“Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o gran-de Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem, para

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cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cris-to, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém!”.

Agora veja o que Pedro escreve em sua primeira carta, capítulo 5, verso 10:

“Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo

vos chamou à sua eterna glória, depois de ter-des sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar”.

Para você viver a perfeição, querido (a), sofrerá um pouco, e muitas vezes será muito o sofrimento. E falar de perfeição é falar de padrão de excelência, e esse padrão é Jesus e tudo que está escrito na Palavra. E seguir a Jesus e as Escrituras tem a ver com a sua integridade, a sua verdade, a sua pureza, o seu zelo. Quantas vezes, por causa do seu testemunho, você pode até perder seu emprego! Quantas vezes você pode sofrer

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as pressões, as mais terríveis. Mas você não está só, querido (a). Em Sua despedida dos discípulos, preste a ser preso e morto, para depois ressuscitar, Jesus ora ao Pai assim:

“Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim”. (João 17. 22, 23).

Jesus fala aqui de unidade, e essa foi a Sua oração. Pois a unidade gera algo: o aperfeiçoamento. E essa unidade para o aperfeiçoamento só acontece no contexto do Corpo, da Comunidade, ou seja, na igre-ja, quando crescemos na fé, na oração, na Palavra.

Queremos ver você um crente válido, um membro válido. Verso 24 de João 17:

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“Pai, a minha vontade é que onde eu es-tou, estejam também comigo os que me des-te, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fun-dação do mundo.”

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CONCLUSÃO

Falar de perfeição é falar de excelência, ma-turidade, de santidade. E para nós, cristãos, fi-lhos de Deus, só há excelência, maturidade e santidade em Cristo. Fora dele, é mero esforço, boas obras, religiosidade, nada que perdure. Essa é uma obra de dentro para fora, do Espíri-to Santo em nosso interior.

Mas, claro, há também, a nossa parte, pois a perfeição é questão de escolha.

Expresse essa verdade, você é um membro do Corpo, você faz parte do Corpo de Cristo. Que você jamais esqueça da sua identidade

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em Cristo. Que a cada dia, quando você olhar no espelho, não veja apenas do lado de fora, mas que as pessoas possam olhar e dizer: “Você é tão diferente!”.

Quando o evangelho chegou em Antioquia, ninguém sabia, e todos diziam sobre os cren-tes: “Esse é o pessoal do caminho, é uma nova re-ligião chamada do caminho”. E foi em Antioquia que pela primeira vez eles foram chamados de cristãos. E a palavra “cristão” significa “parecido com Cristo”. É o que tem a vida de Cristo, tem a natureza de Cristo. Lá eles deixaram de ser cha-mados de gente “do caminho”, e passaram a ser conhecidos como cristãos porque viviam esta realidade, de perfeição em Cristo, que também fala de testemunho de vida.

“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”.

Deus abençoe!

Márcio Valadão

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