JA - set. 2010

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jornal abrantes de Director ALVES JANA - MENSAL - Nº 5476 - ANO 111 - GRATUITO Falsas borboletas dão espectáculo de vida São efémeras, de nome e de vida, fizeram a habitual aparição em Abrantes. página 17 NATUREZA Loja do Cidadão inaugurada na Barquinha Loja da “segunda geração” já está ao serviço do Médio Tejo. página 5 REGIÃO SETEMBRO2010 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected] Sardoal em festa a construir o futuro Associação de Agricultores em processo de fusão Agricultores de Abrantes e Chamusca querem ganhar escala e peso político. página 5 AGRICULTURA O Sardoal está a festejar os 479 anos da Carta Régia de D. João III, pela qual foi eleva- do à categoria de vila. Celebrar o passado é sobretudo reforçar a identidade e, assim, tomar balanço para o futuro. Entre 22 e 26 de Setembro, há um conjunto de iniciativas que trabalham por dentro a vida que os “lagartos” do Sardoal querem partilhar com quem os visita. A começar nas festas, é claro. E quem aceitar o convite e souber apro- veitar a oportunidade, vai levar que contar. páginas 9 a 16 José-Alberto Marques, professor e poeta Professor reformado, poeta, ficcionista. Tem 70 anos e vive há 40 em Abrantes. página 3 ENTREVISTA

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Jornal de Abrante - edição Setembro 2010

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jornal abrantesde

Director ALVES JANA - MENSAL - Nº 5476 - ANO 111 - GRATUITO

Falsas borboletas dão espectáculo de vida São efémeras, de nome e de vida, fizeram a habitual aparição em Abrantes. página 17

NATUREZA

Loja do Cidadão inaugurada na Barquinha Loja da “segunda geração” já está ao serviço do Médio Tejo. página 5

REGIÃO

SETEMBRO2010 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected]

Sardoal em festaa construir o futuro

Associação de Agricultores em processo de fusão Agricultores de Abrantes e Chamusca querem ganhar escala e peso político. página 5

AGRICULTURA

O Sardoal está a festejar os 479 anos da Carta Régia de D. João III, pela qual foi eleva-do à categoria de vila. Celebrar o passado é sobretudo reforçar a identidade e, assim, tomar balanço para o futuro. Entre 22 e 26 de Setembro, há um conjunto de iniciativas que trabalham por dentro a vida que os “lagartos” do Sardoal querem partilhar com quem os visita. A começar nas festas, é claro. E quem aceitar o convite e souber apro-veitar a oportunidade, vai levar que contar.

páginas 9 a 16

José-Alberto Marques, professor e poeta Professor reformado, poeta, ficcionista. Tem 70 anos e vive há 40 em Abrantes. página 3

ENTREVISTA

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SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

2 abertura

FOTO DO MÊS

André PintoAbrantes

A minha melhor experiên-

cia, senão a única, foi ter

ido ao festival Bons Sons

em Sem Soldos [Tomar].

Correu muito bem, gostei

da música e do ambiente.

Foi uma noite bem passa-

da.

Qual foi a sua melhor experiência este Verão?

SUGESTÕES

INQUÉRITO

Alice BatistaRio de Moinhos

Fui passar uma semana de

férias a Monte Gordo e no

último dia visitei o Aqua

Show Park. Foi uma óptima

experiência que recomen-

do vivamente. Valeu a pena

a viagem.

Francisco LopesPego

Foi apreciar alguns mer-

cados, os mercados sema-

nais, onde se compreen-

de que não há directivas

da União Europeu, porque

tudo se vende na rua. Foi

interessante perceber que

estas actividades não se

realizam em espaços pró-

prios, fazem-se nas ruas

do centro da cidade.

Delfi na MarinhoPego

Como passei o ano todo

a trabalhar, foi importan-

te ter um tempo para a fa-

mília. Desfrutar de tempo

livre só para mim, e tam-

bém, passar algum tempo

com os amigos mais che-

gados.

EDITORIAL

Tão InFelizes, coitados ...

NUNO BRAGANÇAIDADE 31 anos

RESIDÊNCIA Carvoeiro - Mação

PROFISSÃO Engenheiro Agro-

Pecuário

CARGO Engenheiro Agro-Pecuá-

rio e Presidente da Junta

UMA POVOAÇÃO Frei-João, freg.

Carvoeiro

UM CAFÉ Café Central, Carvoei-

ro

UM BAR Casa do Serro (Albufei-

ra)

UM PETISCO Caracóis, salada de

orelha, presunto, queijo

UM RESTAURANTE Ponte Velha

(Sertã)

PRATO PREFERIDO Arroz de ma-

risco

UM LUGAR PARA PASSEAR Pe-

nínsula de Setúbal - Arrábida

UM RECANTO PARA DESCO-BRIR Concelho de Mação

UM DISCO Mutter - Rammstein

UM FILME Avatar

UMA VIAGEM Porto Santo, Picos

da Europa

UM LEMA DE VIDA Keep Cool,

ne stress pas.

FICHA TÉCNICA

Director GeralJoaquim Duarte

DirectorAlves Jana (TE.756)

[email protected]

Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179

E-mail: [email protected]

RedacçãoJerónimo Belo Jorge ([email protected]

Joana Margarida [email protected]

André Lopes

PublicidadeRita Duarte

(directora comercial)[email protected]

Miguel Ângelo [email protected]

Andreia P. [email protected]

Design gráfico e paginaçãoAntónio Vieira

ImpressãoImprejornal, S.A.

Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa

Editora e proprietáriaJortejo, Lda.Apartado 355

2002 SANTARÉM Codex

GERÊNCIAFrancisco Santos,

Ângela Gil, Albertino Antunes

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Celeste Pereira,

Gabriela Alves e João [email protected]

MarketingPatricia Duarte (Direcção), Cata-

rina Fonseca e Catarina Silva. [email protected]

Recursos HumanosNuno Silva (Direcção)

Sónia [email protected]

Sistemas InformaçãoTiago Fidalgo (Direcção)

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Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

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Sócios com mais de 10% de capital

Sojormedia 83%

jornal abrantesde

Abrantes é uma senhora desleixada. Comprou um fato novo, mas veste-o cheio de nódoas, rasgões, remendos…

ALVES JANA

1. Palácios de excelência,

em ilhas de qualidade, num

oceano de mediocridade. As-

sim é Portugal. Nos palácios

vive-se excelentemente. Nas

ilhas, fora dos palácios, vi-

ve-se com bastante qualida-

de. No resto oceânico a vida

é medíocre, ou mesmo má.

Basta andar por aí, para ver

como destes vários modos

se vive em Portugal. Para me-

lhorar a vida, sobretudo no

espaço oceânico de medio-

cridade, a solução é melho-

rar a qualidade, a começar na

efi cácia e na efi ciência.

2. Um estudo da Newsweek

revelou que, mesmo assim,

Portugal encontra-se na 27ª

posição na lista dos melho-

res países do mundo para vi-

ver. O que mais nos importa

talvez seja a vida nos 26 an-

tes de nós. Mas, no mínimo, a

27ª posição não se pode con-

siderar a desgraça. Talvez o

seja no espaço da nossa me-

diocridade.

3. Mas a revista Forbes diz

que estamos na 70ª posição

quanto ao grau de satisfa-

ção pela vida que levamos.

De 27ª posição objectiva

para 70ª subjectiva é quase

um salto mortal. E o Índice

Mundial de Felicidade é ain-

da mais terrível: em 2009 es-

távamos na 98ª posição. Vi-

vemos bem, mas

somos infelizes. De

que sofremos nós,

afi nal? Donde vem

este sofrimento?

Enquanto não soubermos,

somos apenas vítimas, inca-

pazes até de procurar solu-

ção.

4. Por aqui passa um dos

problemas fundamentais da

nossa vida: a qualidade per-

cebida é muito inferior à qua-

lidade de facto da vida que

vivemos.

5. Afi nal, que podemos fa-

zer para vivermos mais satis-

feitos com aquilo que temos,

mas sem perder energia para

trabalharmos para aquilo que

queremos?

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à conversa 3

JOSÉ-ALBERTO MARQUES

“Considero-me sobretudo um poeta”ALVES JANA

Vive em Abrantes há 40 anos e vai fazer 71 de idade em Outubro. Nasceu em Torres Novas (1939), passava férias na aldeia de San-tos, Mação, e formou-se em Histó-ria por Lisboa. Professor de profi s-são, poeta desde o movimento da “poesia experimental”, fi ccionista já chamado “o James Joyce portu-guês”, performer reconhecido. Au-tor do primeiro poema concreto publicado em Portugal em 1958. Foi o convidado para abrir o Fes-tival de Poesia de Belo Horizonte, Brasil, no ano passado. Enfi m, um homem com lugar cativo na lite-ratura portuguesa.

Professor, poeta, fi ccionista, performer. Qual a ordem pessoal de importância?

Pela ordem do meu prazer. Con-

sidero-me sobretudo um poeta,

desde o movimento da Poesia Ex-

perimental. Depois, fi ccionista. Te-

nho poucos livros de fi cção, mas é

onde os críticos mais costumam pe-

gar. Professor. Eu não seria a mesma

pessoa, e o mesmo escritor, se não

tivesse sido professor, se não tivesse

de fazer o esforço de tornar simples

para os alunos o que para mim pró-

prio complexifi cava. E depois per-

former.

Donde nasceu esse primeiro po-ema concreto publicado em Por-tugal em 1958?

Tive sorte. Aos 16 anos fi quei do-

ente e fui obrigado a fi car um ano

em casa. Decidi então que queria se

hipnotizador, e comecei a escrever

para as embaixadas à procura de

grandes hipnotizadores. Nos ma-

teriais que me enviaram da embai-

xada do Brasil tomei contacto com

o movimento da poesia concreta,

que nasceu no Brasil com Haroldo

de Campos, Augusto de Campos,

Décio Pignatari e outros. Mais tarde,

no Clube de Torres Novas vi um nú-

mero do Paris Match com um traba-

lho sobre esse mesmo movimento

e já estava preparado para lhe pres-

tar atenção. Esse poema é fruto de

tudo isso.

Donde veio o despertar para a escrita?

Lembro-me de, em criança, gostar

muito da banda desenhada do Ca-

valeiro Andante. Quando os meus

colegas liam Enid Blyton, já eu pre-

feria A Selva, de Ferreira de Cas-

tro. Quando Vergílio Ferreira publi-

cou Aparição [1959], modifi cou-me

completamente. Escrevia para um

suplemento cultural de um jornal

de Torres Novas. Fiz parte da primei-

ra direcção do Cine Clube de Torres

Novas, o que signifi ca que me movi-

mentava nesse meio. Terá resultado

de tudo isto.

Porquê Abrantes?Por acaso. Ia de comboio para a

Covilhã, onde dava aulas. Quando

o comboio parou em Abrantes, saí

para ir beber um café e o comboio

foi-se. Peguei num táxi, subi à cida-

de e fui ao Ciclo Preparatório [então

no Convento de S. Domingos]. Pedi

para falar com o director, o Victor

Marques, e perguntei se não tinha

um lugar de professor para mim,

porque fi cava bem mais perto de

Torres Novas. Estava lá também o

Ferraz Diogo, que tinha publicado

um livro que eu conhecia, e come-

çámos a falar de literatura. O direc-

tor propôs-me um horário de fran-

cês e eu aceitei. Foi assim.

Quais os momentos mais mar-cantes do percurso de escritor?

Sem dúvida que o momento alto

foi, no ano passado, a minha partici-

pação no Festival de Poesia de Belo

Horizonte, uma espécie de sonho

de uma vida. Fui convidado para

abrir o festival. Era o único portu-

guês, entre poetas de toda a Amé-

rica do Sul. Além de performances

e sessões de poesia, houve sessões

em universidades, entrevistas, en-

fi m, um pouco de tudo.

Qual o método de trabalho?Muita leitura, mesmo muita. Por

volta das cinco da tarde, lancho

qualquer coisa e ponho-me ao tra-

balho até ao jantar. Depois, volto

ao trabalho até… até apetecer. Sou

um homem da noite. Gosto muito

de ler em voz alta. [Tem, aliás, uma

leitura notável.] Depois de escrever

um texto, leio-o em voz alta e cor-

rijo-o.

Quais as três obras suas que destacaria?

Hiperlíricas (2004), que considero

o meu melhor livro de poesia, Sala

Hipóstila (1973), de fi cção, e O Ele-

fante de Setrai (1977), um livro que

saiu com alguns erros e que gosta-

ria de reeditar.

Projectos?Publicar. Tenho dois livros numa

editora para análise, um de poemas

e um romance. Estou a escrever um

livro, Sítio da Memória, de pequenas

histórias auto-biográfi cas, e um li-

vro de poemas, De Lume, que nunca

publicarei, para dar trabalho a quem

cá fi car [risos], e ainda um outro que

espero publicar. Além disso, que-

ro arrumar os meus papéis, queria

criar um blogue e gostava de fazer

uma coisa que fi casse como rasto

da minha passagem por Abrantes,

deixar na cidade fl orida um texto

escrito em fl ores, por exemplo do li-

vro Zara, que é sobre Abrantes. Tal-

vez no Outeiro de S. Pedro. Ficava

bem aí, não fi cava?

Abrantes, há 40 anos. Isso aju-dou ou difi cultou a carreira lite-rária?

Desde há 40 anos, que eu saiba,

ainda não surgiu aqui o que se cha-

ma um escritor. Há poesia popular,

mas não mais que isso. Foi pena a

morte do Augusto Mendes, ele ia a

todo o lado. Eu já teria feito muito

mais coisas.

A “arca” de José-Alberto Mar-ques vai ter surpresas para nos dar?

É capaz de ter [risos]. Peças de te-

atro, textos para crianças, livros de

poemas… coisas já feitas. Além da-

quilo em que, como disse, estou a

trabalhar.

Qual deverá ser o destino dos papéis que fi carem?

Não sei ainda. Gostava que fi cas-

sem em Abrantes, mas era preciso

garantirem que eles teriam trata-

mento por um profi ssional qualifi -

cado, por exemplo um crítico literá-

rio. Na Biblioteca Nacional têm esse

tipo de tratamento. Ainda não sei.

JOSÉ-ALBERTO MARQUESNascimento: 1939Covilhã: 1964Abrantes: 1969Alguma outra obraA Face do Tempo, 1964Aprendizagem do Corpo, 1983A Gramática a Rimar, 1989Loendro, 1991Zara, 1995Padrões, 1999I’man, 2009

• José-Alberto Marques foi destaque num jornal de Belo Horizonte, Brasil.

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SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

4 actualidade

MAÇÃO

Encontro de ZIF´s debate futuro da fl oresta

Arrancou no dia 10 o progra-

ma PROVE, dinamizado pela

Tagus (Associação para o De-

senvolvimento Integrado do

Ribatejo Interior). Os primeiros

cabazes foram entregues no dia

10 de Setembro, sexta-feira, en-

tre as 17 e as 20 horas, o horá-

rio em que todas as semanas os

produtores vão disponibilizar

os cabazes aos consumidores.

Nesta primeira fase do PROVE,

a Tagus registou cerca de três

dezenas de inscritos que pu-

deram seleccionar os produtos

hortícolas que pretendem rece-

ber semanalmente de produto-

res locais. Estes cabazes serão

compostos por legumes e tubér-

culos que sirvam de base para

sopa, vegetais para saladas e

duas ou três variedades de legu-

mes, fruta ou ervas aromáticas.

Os abrantinos que queiram re-

ceber estes cabazes poderão

inscrever-se em qualquer fase

do projecto desde que as en-

comendas sejam feitas até dois

dias antes da distribuição sema-

nal realizada à sexta-feira. Para

fazer a encomenda basta aceder

ao portal www.prove.com.pt e

preencher as fi chas de cliente e

de encomenda, onde pode as-

sinalar os produtos que não de-

seja receber, de uma lista de 60

que estão disponíveis no site.

O local escolhido para a distri-

buição dos cabazes foi o anti-

go quartel dos Bombeiros de

Abrantes porque tem espaço e

a sua requalifi cação ainda vai de-

morar algum tempo, segundo o

JA conseguiu apurar.

A fi gura da ZIF – Zona de Interven-ção Florestal foi criada em 2005 e actualmente existem 127. Repre-sentantes das “entidades gesto-ras” de 107 estiveram presentes no 1º Encontro Nacional de Entidades Gestoras de ZIF, no passado dia 31 de Agosto, no Mação. O Encontro foi organizado pela AFLOMAÇÃO – Associação Florestal do Concelho de Mação, criada em 2005 e gestora de 5 ZIF’s no concelho.

Este Encontro Nacional de ZIF’s,

portanto bem representativo do

sector, foi a oportunidade para “par-

tilhar experiências, difi culdades e

mais importante, elaborar um do-

cumento com as conclusões a en-

viar às entidades com interesse na

temática fl orestal”.

Entre as conclusões aprovadas, en-

contra-se a reivindicação ao Estado,

das seguintes medidas: garantir a

continuidade do Fundo Florestal

Permanente, actualmente

suspenso, para apoio à constitui-

ção e funcionamento das ZIF’s; criar

medidas que viabilizem os investi-

mentos fl orestais e instrumentos fi -

nanceiros que permitam contornar

a descapitalização dos proprietá-

rios fl orestais; criar um observató-

rio de acompanhamento das ZIF’s e

promover a execução do cadastro

simplifi cado.

As Entidades Gestoras de ZIF ter-

minam afi rmando que “A consti-

tuição das ZIF marca, apenas, o

início de uma longa e profunda

alteração na forma de uso e gestão

do território e não um fi m por si” e,

por isso, “urge continuar o traba-

lho desenvolvido e encontrar, ra-

pidamente, formas de ultrapassar

os actuais constrangimentos” com

que estão a difi cultar o bom anda-

mento do processo.

No fi nal deste Verão, em que os

incêndios vieram, mais uma vez,

alertar para o mau estado das nos-

sas fl orestas, este Encontro Nacio-

nal pode ser uma das portas de saí-

da para o problema que todos reco-

nhecem mas que tarda a dar passos

para um futuro diferente.

O que é uma ZIF?“Uma ZIF é uma área fl orestal con-

tínua, que pertence a vários proprie-

tários que se organizam para proce-

derem à gestão e defesa comuns do

seu património fl orestal, apoiados

por uma entidade gestora única

com capacidade técnica adequada

e dotada de um centro de custos.”

A constituição de uma ZIF visa “in-

troduzir escala e profi ssionalização

na acção do ordenamento e da ges-

tão fl orestal, em zonas onde a di-

mensão da propriedade só o per-

mite através da organização dos

proprietários fl orestais em torno da

gestão e defesa comuns do patri-

mónio individual”.

Concentradas no lote 65 do Par-

que Industrial de Abrantes (zona

norte), as novas instalações dos Ser-

viços Municipalizados podem agora

prestar um melhor serviço aos seus

clientes.

O novo edifício é constituído por

dois pisos. Um com zona de aten-

dimento, serviços administrativos,

serviços técnicos, chefi as e adminis-

tração; outro com zonas técnicas e

serviços de apoio.

Segundo Pina da Costa, presiden-

te do Conselho de Administração, o

investimento nesta nova sede dos

SMA foi de 970 mil euros. Pina da

Costa disse ainda ao JA que “este

novo espaço é o concretizar de um

sonho e ao mesmo tempo um desa-

fi o para a nossa capacidade de res-

posta aos nossos utentes. No fundo,

é uma etapa vencida para os servi-

ços municipalizados”.

Relativamente ao antigo espaço

dos SMA, Maria do Céu Albuquer-

que, presidente da Câmara Muni-

cipal de Abrantes referiu que uma

parte “é destinada para a Adminis-

tração Regional Hidrográfi ca do

Tejo e a outra para a Universidade

da Terceira Idade de Abrantes. Va-

mos trabalhar rapidamente para

que ambas as instituições se pos-

sam instalar nos edifícios”.

As facturas da água e ambiente

podem ser pagas na Tesouraria da

Câmara Municipal, para além de na

nova sede dos SMA, bem como por

transferência bancária, multibanco,

nos CTT ou através dos sistemas

payshop ou megarede.

Abrantinos já provam produtos hortícolas

ABRANTES

SMA têm novas instalações

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SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

actualidade 5

As Associações de Agricul-

tores de Abrantes e da Cha-

musca estão a preparar um

processo de fusão, com vis-

ta ao ganho de “escala e

peso político e económico”.

Fundadas em 1985 e 1989,

respetivamente, a Associação

de Agricultores dos conce-

lhos de Abrantes, Constância,

Sardoal e Mação e a Associa-

ção dos Agricultores de Char-

neca (que engloba os municí-

pios de Chamusca, Almeirim

e Alpiarça) representam cer-

ca de seis centenas de agri-

cultores e uma área de 100

mil hectares de terrenos agrí-

colas e fl orestais. Desta for-

ma passa a apresentar um

peso negocial muito grande,

o que dá garantia de ganhos

de efi ciência, de produção e

de certifi cação que permiti-

rá negociar com rendimen-

to de escala para os agricul-

tores associados, sublinhou.

Luís Damas, da Associação

de Agricultores de Abrantes,

Constância, Sardoal e Mação,

explicou que este é um pro-

cesso “importante”, visando

a melhoria económica dos

associados, através da “op-

timização dos recursos”. Se-

gundo disse ao nosso jornal,

o processo iniciou-se ago-

ra e deverá estar concluído

no próximo ano, se os asso-

ciados assim o pretenderem.

A fusão das duas entidades,

através da criação de uma

nova associação, que é a pro-

posta mais viável, vai ter de ser

ratifi cado em assembleia ge-

ral. O objectivo é simples: “ga-

nhar escala, dimensão, peso

político e económico, além de

outras complementaridades

que, de parte a par-

te, se podem majorar”.

A completar os 25 anos de

existência, a associação de

Abrantes pode assim passar as

suas actividades para a nova

estrutura, tanto mais que, se-

gundo o dirigente, há muitos

acordos que foram consegui-

dos ao longo dos anos para

os agricultores desta região

que não vão fi car perdidos.

Segundo Luís Damas, a fusão

das associações é importan-

te em termos de “racionaliza-

ção de meios técnicos e hu-

manos”, num processo em

que as duas entidades, uma

mais especializada na parte

fl orestal e outra no setor agrí-

cola, “não perdem identida-

de, antes assumem um perfi l

polivalente e pluridisciplinar”.

Luís Damas acrescenta que há

questões que ainda não estão

em cima da mesa mas admi-

te que a sede da nova estru-

tura não fi que em Abrantes

ou Chamusca, onde se situ-

am actualmente as sedes das

associações. “A sede da nova

estrutura pode fi car sedeada

em Constância, por exem-

plo” mas, adiantou ainda, “a

ideia é manter dois pólos,

um em Abrantes e um outro

em Chamusca”. Luís Damas

adiantou também que nes-

te processo de fusão pode-

rá vir a acolher os concelhos

de Tomar e Vila Nova da Bar-

quinha, municípios hoje “sem

expressão associativa de rele-

vo” e também sem estrutura

associativa dos agricultores.

Uma das áreas de trabalho,

considerada como ponto de

partida passará, por exem-

plo, por novos desafi os e no-

vos projectos, pelo ordena-

mento e planeamento fl o-

restal, a defesa da fl oresta

contra incêndios, a certifi ca-

ção fl orestal e a aposta no

bem estar ambiental e ani-

mal. As duas associações jun-

tas aumentam consideravel-

mente as potencialidades

do trabalho já desenvolvido.

Resta agora que os associa-

dos de ambas as estruturas

validem as propostas das di-

recções das duas associações

vigentes.

Jerónimo Belo Jorge

A loja do cidadão “de segunda

geração” inaugurada na passada

semana em Vila Nova da Barqui-

nha é a primeira que vai servir o es-

paço territorial do Médio Tejo. Tra-

ta-se de um investimento de 600

mil euros para uma população de

duzentas e vinte mil pessoas.

Este serviço está presente no

centro histórico da vila. Nesta in-

fra-estrutura vão estar balcões es-

pecializados de serviços públicos

como a Segurança Social e o Ins-

tituto dos Registos e do Notariado,

para além de um Balcão Multi-ser-

viços (BMS), com os serviços da

administração central e munici-

pal. Com uma só senha, o cidadão

pode, por exemplo alterar a mora-

da do seu cartão de cidadão, subs-

tituir a sua carta de condução ou

fazer uma reclamação junto da Di-

recção-Geral do Consumidor.

Miguel Pombeiro, presidente

da Câmara de Vila Nova da Bar-

quinha, explicou ao JA que “está-

vamos a trabalhar neste projecto

desde 2007, uma vez que conside-

ramos que esta loja do cidadão re-

presenta um patamar superior de

relação quer com o cidadão, quer

com as empresas. É de facto uma

marca confi ança na nossa região”.

Joana Margarida Carvalho

Nova Loja do Cidadão serve o Médio TejoBARQUINHA

ABRANTES E CHAMUSCA

Associações de Agricultores em processo de fusão

Page 6: JA - set. 2010

SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

6 economia

Chama-se Academia Palma da Mão e é o novo centro de explicações e ATL de Abrantes, localizado na Urbanização dos Plátanos, em Alferrarede.

Andreia Costa e Sandra Salgueiro

são as empresárias deste projecto que

nasceu há um ano atrás, aquando es-

tavam a tirar um curso de empreende-

dorismo promovido pela Tagus Valley.

Ambas as jovens são naturais de Sar-

doal e desde muito cedo desejaram

poder vir a trabalhar com crianças. O

sonho foi realizado… Esta segunda-

feira, dia 13 de Setembro, é o dia de

abertura da Academia que aposta al-

gumas valências para fazer a diferença

em relação aos demais centros espa-

lhados pelo concelho.

Antes de mais, o transporte das crian-

ças, pois vão buscá-las á escola. Depois,

a junção de ATL com centro de explica-

ções pois, segundo Andreia Costa, “não

há este serviço conjunto em Abrantes.

Além disso, as actividades diárias pen-

sadas para o ATL também são uma

inovação”: o treino de competências

sociais, o ateliê de comunicação, a ex-

pressão dramática, as artes plásticas, a

educação sexual, a educação alimen-

tar e o ateliê de vida rural.

O serviço de explicações será garan-

tido por docentes qualifi cados e vai já

começar com o inglês.

Segundo as jovens empresárias, “a

Academia consegue abarcar nas suas

instalações vinte crianças e é destina-

do a aos alunos do 1º ao 3º ciclo”, com

as explicações a poderem ir até ao 12º

ano..

O nome escolhido, Palma da Mão, se-

gundo Andreia Costa, surge porque

“tudo cabe na palma da mão, desde o

conhecimento, o divertimento, a brin-

cadeira, o lazer e a aprendizagem”.

NA PALMA DA MÃO

Um sonho tornado vida em Alferrarede

JOANA MARGARIDA CARVALHO

Na última edição do JA fomos conhecer o que tem de melhor ser empresário. Este mês, os mesmos empresários respondem a uma nova questão.

Que conselho dá a quem está a começar a construir uma empresa?

Alfredo Lopes – Profi forma

É fundamental, a pessoa ter um espírito

próprio empreendedor, não ter medo. É pre-

ciso pensar bem aquilo que se faz, planear

muito bem, não se lançar às propostas de

qualquer forma e estudar bem o mercado

onde está a apostar.

João Garrafão - Allianz

Muita motivação e acima de tudo muita

dedicação à empresa em que está a apostar.

António Gonçalves - Click Viagens

Deverá ter atenção porque o mercado não

está fácil. Se não se vê com condições sufi -

cientes para poder avançar, é preferível es-

tar sossegado, pois se avançar vai estragar

o mercado de outros empresários que tra-

balham no mesmo sector. O não ter resulta-

dos no seu projecto, enquanto empresa, po-

derá ter como consequência uma frustração

grande em termos pessoais e profi ssionais.

João Nogueira - JN Materiais Construção

O mais importante é saber o que se quer fa-

zer e onde se quer fazer. É necessário fazer um

estudo ao mercado, saber se há ou não muita

concorrência na área pretendida. Deverá ter

um sentido de organização e gestão muito

apurado. Também tem de saber comprar, ter

uma política efi caz de venda e ter um produ-

to apelativo. O amor e gosto por aquilo que se

faz é, sem dúvida, o mais importante.

Carlos Sousa - STI

Deverá ter um conhecimento muito exac-

to do plano de negócio, ou seja, saber o que

quer e saber como vai fazer. Também, deve

estudar muito bem o mercado e perceber

como funciona o quadro legal onde se move

a empresa e o empresário. Há que ser extre-

mamente frio na forma como encara o seu

percurso empresarial.

Delfi na Baptista - Reciclagem de Sucatas Abrantina

O primeiro investimento do novo empre-

sário é nele como pessoa. Se ele for uma boa

pessoa terá um bom desempenho como

empresário. É importante uma boa relação

com os outros, uma relação de confi ança,

de interacção e parceria com outras entida-

des. Ser uma pessoa humilde, para saber ou-

vir. Ouvir as experiências das pessoas mais

velhas que são o ponto de equilíbrio e que

não podem ser postas de parte porque são

velhas. É necessário olhar para trás e ter em

conta hábitos e valores que nos dias de hoje

estão um pouco esquecidos.

Claudino Costa – Abranfrio

Nesta altura de crise, o novo empresário

deverá esperar. Aguardar para ver se a nossa

economia melhora. Pensar, em primeiro lu-

gar, no projecto consistente que quer levar

em frente.

Vítor Esteves -Medicina Higiene e Segu-rança no Trabalho – Grupo Medisigma

Ser inovador, não copiar e não enveredar

por aquilo que é óbvio. Ser inovador para

que possa oferecer o melhor aos possíveis

consumidores. O maior desafi o é ser inova-

dor.

Inquérito aos empresáriosABRANTES

Page 7: JA - set. 2010

SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

mação 7

O Parque de Campis-

mo de Ortiga conta ago-

ra com uma novidade,

chamam-se tepees, e são

bungallows mais peque-

nos. Cada uma destas es-

truturas tem capacidade

para duas pessoas, com

duas camas individuais,

uma mesa-de-cabeceira,

zona de arrumação e elec-

tricidade. São uma nova

oferta de conforto para

quem escolhe Ortiga para

descansar e passar uma

férias. Vasco Estrela, vi-

ce-presidente da Câmara

Municipal de Mação, dis-

se ao JA que “estas duas

estruturas pretendem res-

ponder ao crescente nú-

mero de campistas que

têm procurado o Parque

de Campismo de Ortiga” e

acrescentou “que a Câma-

ra Municipal vai continuar

a fazer apostas no parque

de campismo, bem como

na divulgação turística da

zona”. Para contactar o

Parque de Campismo de

Ortiga pode fazê-lo atra-

vés do telefone 241 573

464.

O município de Mação é

o palco do X Encontro de

Bandas Civis de Mação,

no próximo dia 19 de Se-

tembro. “Jardins de Verão”

é o tema principal des-

ta edição do encontro de

bandas fi larmónicas, “em

homenagem ao Jardim

Municipal”. A Associação

Filarmónica União Ma-

çaense une-se à Câmara

Municipal de Mação para

proporcionar à população

um espectáculo com duas

bandas convidadas, a Ban-

da de Alhadas de Baixo, da

Figueira da Foz, e a Banda

de Mira de Aire, para além

da organizadora.

A iniciativa terá início às

15 horas em vários pon-

tos de Mação. Às 15h30,

inicia-se em frente da Câ-

mara Municipal a recep-

ção de boas vindas onde

as bandas apresentam os

respectivos hinos. Segue-

se um desfi le musical até

ao jardim, para o concer-

to fi nal.

Liliana Wah

X Encontro de bandasMAÇÃO

Parque de campismo conta com dois tepees

ORTIGA

Page 8: JA - set. 2010

SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

8 região

ALVES JANA

Manuel Dias nasceu em Abrantes em 1930, vai fazer portanto 80 anos em breve. É uma das pessoas que pode falar com experiência pró-pria do modo de passar o Ve-rão naquele tempo.

Eu tinha um grupinho, éra-

mos aí uns cinco, que durante

anos seguidos, trabalhávamos

aqui no cabeço e íamos dia-

riamente para o Tejo. Acabá-

vamos o trabalho, juntávamo-

nos do Outeiro de S. Pedro e

num minuto púnhamo-nos

Tejo, porque descíamos aque-

las barreiras a correr.

Nós tínhamos um barco,

que tínhamos comprado por

duzentos escudos, ainda me

lembro. Fartávamo-nos de re-

mar. Fazíamos competições a

ver quem demorava menos

tempo a ir de barco ao outro

lado. Levávamos umas con-

servas, com 17 ou 18 anos já

bebia copos, apanhávamos

lá uma bebedeira ou outra, e

dormíamos debaixo dos sal-

gueiros ou, se estava mais

fresco da madrugada, numa

barraca em pano que, por

acaso fui eu que fi z. Era na foz

da Ribeira de Coalhos, onde

havia muitas sombras. Todos

os dias, durante 4 ou 5 meses.

Jantávamos e dormíamos lá.

Aquilo era um gozo.

O Tejo entre pontes não era

lá muito apetecível, porque a

margem norte, a das Barreiras

do Tejo, era horrível, cheia de

canas, de lixo e de pedras. Do

outro lado era melhor, mais

limpa, mas era onde as fraga-

tas iam carregar a cortiça, aí

pelos meus 12 anos.

É preciso falarmos do que

era Abrantes e Tejo há 60 e

há 70 anos, portanto na dé-

cada de 40-50. Abrantes era,

como o país, uma sociedade

rural, o que só se veio a mu-

dar na segunda metade do

século. O Verão pedia água e

a água era ali, no Tejo. Ainda

não havia [para nós] a Nazaré,

e muito menos o Algarve. En-

tão, aos domingos, que então

não havia sábados [livres], na

zona da ponte ferroviária, jun-

tavam-se centenas de pesso-

as. Iam da cidade, da Chainça,

a pé, com um cesto com o al-

moço e uma manta de trapos

para pôr no chão, e passavam

ali o dia.

E os jovens, como eu, aí com

os meus 14, 16 ou 17 anos,

éramos muito atraídos pelo

rio. Mas houve um ano em

que o Tejo, no período de um

mês, matou lá três. Um deles

vi eu morrer, era uma criança

de 11 anos, da Chainça.. Ainda

começámos a correr para ver

se o agarrávamos, mas correr

com água pelo joelho é muito

difícil, e quando lá chagámos

o miúdo já não tinha hipóte-

se, já estava no fundo. Depois,

morreu um soldado. E mor-

reu outro, que já não recordo

quem foi. E uma vez, à noite,

nós dissemos: - Temos que ir

embora daqui, se não um dia

morre um de nós. Então, fomos

falar com a D. Maria Amélia,

da Quinta de Vale de Robão,

pedir para irmos acampar lá.

Na altura era uma quinta cui-

dada, com árvores, uns tan-

ques… - Nós somos amigos,

costumamos ir para o Tejo, mas

morrem lá muito. Se nos dei-

xasse vir para aqui acampar lá

em baixo ao pé dos tanques.

Nós não estragamos nada, até

limpamos aquilo… Ela disse

que sim: - Podem vir, e passá-

mos a ir para lá.

Então, uma parte das famí-

lias, sobretudo aqui da cida-

de, começaram a ir também

para o Vale de Robão, e co-

meçaram a armar as tendas,

que também as tinham, no

sítio dos eucaliptos que ti-

nham já um certo porte e ha-

via boas sombras. Chegámos

lá a juntar umas 12 ou 15 ten-

das, portanto 12 ou 15 famí-

lias. Éramos já umas dezenas

de pessoas, porque as famílias

não eram como as de hoje,

havia lá uma que tinha 12 fi -

lhos, eram os Caixinhas.

À noite, conversávamos mui-

to. Houve uma vez em que

até fi zemos um baile dentro

de água, num tanque. O Tejo

esqueceu, houve um divórcio

do Tejo. Nós gostávamos mui-

to do rio, mas começámos a

odiar o Tejo. E depois andou

dezenas de anos um divórcio

entre a cidade e o rio.

Quem tem os anos que eu

tenho, assistiu a já muita coi-

sa nesta terra e neste rio. O

rio, no meu tempo, no Verão,

era um rio de sólidos. Hoje, ir

ao rio, dar ali uma volta, espe-

cialmente à noite, com aquele

mar de água, as luzes da cida-

de refl ectidas na água, é um

encanto.

NAQUELE TEMPO

O Tejo, casamento e divórcio

Page 9: JA - set. 2010

jornaldeabrantes

especial sardoal 9

Este suplemento do Jornal de Abrantes insere-se na Campanha de Lançamento da 5.ª fase do Programa MODCOM – Modernização do Comércio, enquadrado pela Associação Comercial e Serviços dos Concelhos de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação. Projecto AnimaSardoal

Como tudo começou…Antes do 25 de Abril de 1974, a personali-

dade própria de cada Concelho e das suas

gentes estava diluída em parolos slogans de

amor à pátria e as diferenças culturais faziam

tremer os tenebrosos Salazar e Caetano. Com

a Revolução dos Cravos tudo mudou e a ins-

tauração do Poder Local democrático abriu

as portas às celebrações importantes para o

povo.

No Sardoal, o primeiro “Dia do Concelho”,

festejando a elevação do lugar de Sardoal à

categoria de Vila, em 1531, foi levado a efeito

entre 16 e 20 de Setembro de 1977. Uma pe-

quena confusão histórica, logo rectifi cada no

ano seguinte, levou a que essa primeira co-

memoração fosse a 20 e não a 22 de Setem-

bro, esta sim, a data correcta da Carta Régia

assinada por D. João III, conferindo tal distin-

ção. Este foi o embrião das festas e a partir

daí, o “Dia do Concelho” nunca mais deixou

de ser celebrado pelo Município.

Em 1986, o GETAS (uma associação sócio-

cultural) promoveu, na Praça Nova, uma ini-

ciativa a que chamou “Semana Cultural”. Du-

rante sete dias, entre 13 e 19 de Setembro,

apresentou um programa variado, que ia

desde um Festival de Arroz Doce até à pro-

jecção ao ar livre de fi lmes e diaporamas, pas-

sando pela música popular, teatro, folclore, fi -

larmónicas e dança. Esta iniciativa que regis-

tou enorme impacto público, foi justifi cada

como sendo uma alternativa ao mercantilis-

mo das designadas “festas de Verão” e a ten-

tativa de preenchimento do vazio deixado

pelo fi m dos grandiosos festejos em hon-

ra de Santa Maria da Caridade, organizados

pela Misericórdia, no Cimo do Convento.

Finda esta “Semana Cultural”, a edilidade le-

vou a efeito a celebração do Dia do Concelho,

até 22. As infra-estruturas montadas no local

serviram aos dois eventos.

No ano seguinte, 1987, por proposta da en-

tão Presidente da Câmara, Francelina Cham-

bel, as duas entidades juntaram-se. Preten-

dia-se, assim, rentabilizar esforços, recursos

e capacidades. Foi então formada uma Co-

missão (três membros da autarquia e dois do

GETAS) e, pela primeira vez, surgiu o conceito

“Festas do Concelho”, embora com a sub-de-

signação “2.ª Semana Cultural”.

Pouco a pouco o certame foi evoluindo e

integrando novas ofertas: artesanato, con-

cursos, feira do livro, gastronomia, etc. A par-

ceria Município/ GETAS durou até 1992. Em

93 as Festas foram assumidas integralmente

pela Câmara Municipal devido a uma quebra

de actividade do grupo, que, mesmo assim,

continuou muito ligado à sua “alma e cora-

ção”.

Hoje, as Festas do Concelho são um factor

essencial de dinamização económica, social

e cultural do Sardoal, das suas associações

e dos seus agentes individuais e colectivos.

Uma montra privilegiada para a divulgação

das suas belezas e potencialidades. As festas

põem o Sardoal a “mexer”!...

Mário Jorge Sousa

Sardoal em Festa

a construir o futuro

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SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

10 especial sardoal

JOANA MARGARIDA CARVALHO

O que signifi cam estas festas para o concelho de Sardoal?

É um momento alto para o nosso

concelho. É uma altura em que ce-

lebramos historicamente a elevação

do Sardoal à categoria de vila. Ao

mesmo tempo, é um espaço onde

os sardoalenses podem trocar ex-

periências com os visitantes, sobre

o que temos de bom na nossa terra,

como a gastronomia, o artesanato, a

música e muito mais.

Quais as apostas para este ano?Vamos apostar na gastronomia,

pois no nosso entender é uma das

formas de trazer mais pessoas para a

vila. Vamos ter a cozinha fervida, um

dos pratos tradicionais do Sardoal, o

bacalhau assado, os grelhados e ou-

tras especialidades. Em relação aos

espectáculos, vamos reunir uma di-

versidade de estilos musicais, da mú-

sica clássica ao rock alternativo. No-

mes conceituados vão passar pelo

Sardoal, como Susana Félix, Anabela

e Ana Lains. No dia 23, vamos ter o

Seminário Florestal, para falarmos de

temáticas que são de grande impor-

tância para a região. No dia 24 de Se-

tembro, as Jornadas do Património

vão ter o apoio e organização da Ta-

gus. Haverá, ainda, uma exposição de

pintura e o lançamento do livro: “Li-

vro Primeiro da Misericórdia de Sar-

doal”. Também vai ser apresentada a

antevisão do que queremos para a

Casa dos Almeidas, um espaço que

é do município e que pretendemos

aproveitar como arquivo municipal

e centro de estudos do património.

Em conclusão, ambicionamos que

as festividades do concelho sejam a

mostra das nossas valências.

Estas festas são um modelo que se vem mantendo ou é um mode-lo renovado?

É um modelo idêntico ao do ano

passado, mas mais recheado. A es-

trutura é a mesma, mas contém no-

vos ingredientes.

De que forma é que as associa-ções vão contribuir para estas fes-tividades?

Vai haver um espectáculo do Ge-

tas - Centro Cultural de Sardoal. As já

tradicionais tasquinhas e o artesana-

to vão ser asseguradas por algumas

associações do concelho. Também,

a Banda Filarmónica estará presente

na inauguração.

Quanto a custos?

Barato… muito barato (risos). Uma

candidatura que fi zemos ao Mod-

Com, permitiu-nos não encarecer

os custos. Estes festejos não chegam

aos 50.000 euros e a pater da Câmara

não chega dos 30 mil.

Há cerca de um mês decorreu o Festival Alternativo, uma nova aposta por parte da Associação de Jovens. Qual o balanço por parte da Câmara?

Para já o que tem de mais positivo

é a existência de uma associação ju-

venil, que faz e tem vontade de fazer

bem. Relativamente ao Festival, eu

estive presente e gostei do que vi. É

gratifi cante ver um grupo de jovens

que se interessa pela terra e tem pro-

jectos para dinamizar esta região.

O Centro Cultural. Apostas para este ano que aí vem?

As apostas passam por aquilo que

o Centro Cultural tem seguido até

aqui, muita música, teatro e exposi-

ções. Não só com nomes consagra-

dos como tem acontecido no tea-

tro, mas também, pretendemos que

o Centro Cultural seja o berço de al-

guns grupos e artistas que queiram

ter a sua apresentação no mundo

do espectáculo. Para o próximo ano,

estamos a tentar que a pintora Gra-

ça Morais exponha o seu trabalho

no nosso centro. Nos espectáculos

musicais, pretendemos fazer a apos-

ta principal na vertente do jazz e da

música clássica. Não traz multidões,

mas traz um grupo específi co de

pessoas, que se deslocam ao Sardoal

para ver estes géneros musicais.

O que é, como funciona a Loja Social?

Esta é uma acção do Gabinete da

Acção Social da câmara municipal.

É uma loja que tem disponível para

as pessoas carenciadas um conjun-

to de produtos alimentares, roupas

e outros acessórios. E neste aspecto,

temos tido muitas ofertas, por exem-

plo da parte dos alunos do concelho,

que oferecem à Loja Social o produ-

to das suas iniciativas.

E a procura?Infelizmente, esta loja tem grande

procura, por pessoas do concelho. E

depois, também existe a chamada

pobreza envergonhada e nesse as-

pecto tentamos nós, câmara, chegar

junto dessas pessoas.

Como vai o PAMPI, de que falá-mos em Abril passado?

O PAMPI - Plano de Apoio Munici-

pal a Pessoas Idosas vai ser lançado

agora nas Festas do concelho, para

ter inicio no mês de Outubro. Com a

contribuição das Juntas de Fregue-

sia e da Câmara Municipal, uma psi-

cóloga, uma assistente social e uma

socióloga vão correr o concelho de

forma a dar apoio aos idosos. Te-

rão também um gabinete de apoio

onde os interessados podem deslo-

car-se para apresentar os seus pro-

blemas, que vão ser ouvidos e en-

caminhados. Também, com o apoio

da Biblioteca Municipal, o espaço co-

nhecido como a Casa do Ensaio da

Música vai ser aproveitado para a

produção de outras actividades para

esta classe etária: teatro, declamação

de poesia, leitura expressiva, pintura

e outras actividades, todas efectua-

das pelos idosos.

Como vai o Conselho Municipal do associativismo?

Houve uma primeira reunião e daí

ainda não há novidades, porque as

associações começaram a preparar

as suas actividades e festas de verão.

Após as festas do concelho vamos

retomar as reuniões.

O Sardoal integra as Redes do Tejo. Que está a ser conseguido?

No dia 6 de Outubro, está previs-

to um colóquio sobre “Políticas Lo-

cais, Pobreza e Exclusão Social”. Pre-

tendemos ter a presença da Ministra

da Educação, do Secretário de Esta-

do da Administração do Território e

do Presidente da Associação Nacio-

nal de Municípios, nomes ligados

à temática que se vai debater. Para

breve, em Torres Novas, na Feira So-

cial, também vamos marcar a pre-

sença do município.

Quais são as maiores necessida-des das freguesias do concelho?

Há zonas do concelho que ainda

não têm saneamento básico. Esta-

mos com vários projectos em mão

para requalifi car e melhorar estes lu-

gares, mas vai com tempo. Não esta-

mos parados, uma vez que já apre-

sentamos várias candidaturas que

estão a ter o seguimento necessário.

Como vai o projecto de um novo pavilhão no Sardoal?

É preciso rever o problema. Esta-

mos a preparar a candidatura para

requalifi car a Escola Secundária. A

nova escola vai ter um pavilhão des-

portivo. Temos de avaliar se é ne-

cessário um outro equipamento do

mesmo género. O novo pavilhão da

Escola pode ser utilizado como pavi-

lhão municipal. Mesmo que seja ne-

cessário melhorá-lo face ao que são

as exigências de um pavilhão esco-

lar.

Como está a história dos semá-foros?

É uma situação vergonhosa, uma

vez que temos semáforos presos

por arame. Há cerca de dois meses,

a Estradas de Portugal mandou cá

alguém, ligaram os semáforos, mas

deixaram um ligado no chão. Isto

não se compreende!... Podia ter pro-

vocado um incêndio. Qualquer dia

colocamos um slogan “não pare ao

vermelho, pois pode levar com o si-

nal em cima”!

Abrantes, Mação, Constância, V. N. Barquinha têm ou estão a pre-parar projectos de impacto nacio-nal e internacional. O Sardoal está distraído ou tem outras opções es-tratégicas?

Tem também um projecto que terá

impacto nacional, numa primeira

fase, mas não quero revelar para já.

Em Outubro daremos novidades.

Está há quase um ano na Câma-ra. Já há resposta para a dúvida de Abril passado, de saber “se é isto que eu quero” para o futuro?

O que agora quero é continuar a

fazer o trabalho que tenho feito, ou

seja, dar o meu melhor.

Mas é notório que o presidente Fernando Moleirinho está cada vez menos presente publicamen-te. E nestas coisas não há acasos.

Não sei se é bem assim Fico satis-

feito por o Presidente da Câmara

confi ar no seu Vice-Presidente e, por

isso, delegar-me o que entende. E eu

tenho muitos pelouros e tento cum-

prir e dar o meu melhor.

Qual foi a sua melhor experiên-cia pessoal neste verão?

Ter recebido boas notícias em ter-

mos de saúde.

Quando é que as ruas do Pisão são alcatroadas? Os habitantes acreditam que Fernando Molei-rinho não se vai embora antes de cumprir o prometido.

Nós temos um levantamento das

necessidades ao nível das ruas do

nosso concelho e todas elas vão en-

trar em candidaturas. Estamos de-

pendentes da aprovação dessas

candidaturas, pois a câmara não tem

verba para arranjar tudo o que dese-

ja.

As ruas do Pisão já constam de uma

candidatura feita em janeiro e já di-

vulgada na Assembleia Municipal.

Estamos a aguardar o resultado.

À CONVERSA COM MIGUEL BORGES, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL

“Ambicionamos que as festividades do concelho sejam a mostra das nossas valências

Page 11: JA - set. 2010

SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

especial sardoal 11

As festas de Sardoal vão de-

correr de 22 a 26 de setem-

bro. A novidade para este

ano passa pela realização do

Seminário Florestal e das Jor-

nadas do Património.

No primeiro dia do certame,

as cerimónias têm início às 16

horas com o lançamento da

obra, “Livro Primeiro da Mise-

ricórdia de Sardoal” e da aber-

tura da exposição de pintu-

ra contemporânea de Jorge

Lopes. Estas cerimónias con-

tam com a presença da Ban-

da Filarmónica União Sardo-

alense e dos Getas, com uma

largada de balões.

Na quinta-feira, o dia arran-

ca com o Seminário Florestal,

subordinado ao tema “Por

favor, não nos deixem arder

outra vez”, no Centro Cultu-

ral Gil Vicente. À noite os fes-

tejos reúnem a presença de

“The Grim Reaper Society e

“The Scart”.

Sexta-feira, dia 24 de setem-

bro, têm lugar as Jornadas do

Património, promovidas pela

TAGUS - Associação para o

Desenvolvimento Integrado

do Ribatejo Interior, que vão

ter inicio às 9 horas, no Centro

Cultural Gil Vicente. Da par-

te da tarde, visita à exposição

na Casa Grande sobre aspec-

tos do património de Sardo-

al. Nos espectáculos musicais

da noite, Ana Laíns e o tribu-

to aos Queen marcam a pre-

sença no palco principal.

A segunda Resistência BTT

e a apresentação da revista

“Zahara” vão acontecer no sá-

bado. Também neste dia, es-

pera-se a actuação do Ran-

cho Folclórico “Os Resinei-

ros” de Alcaravela, a actuação

do grupo “Groove da Vila” e o

concerto com Susana Felix.

No último dia dos festejos,

VIII Festival Hípico, promovi-

do pela Associação Recreati-

va da Presa, encontro Motard

com o espectáculo Freestyle,

de Paulo Martinho, a actua-

ção do grupo “Piano Vox” e o

concerto de Anabela e Carlos

Guilherme.

Joana Margarida Carvalho

A Jornada do Património vai

fazer, no dia 24, nas Festas do

Sardoal a apresentação públi-

ca do Guia do Património Ru-

ral. Trata-se, no essencial, de um

instrumento para a cataloga-

ção do património rural, desen-

volvido pela Direcção-Geral da

Agricultura e Desenvolvimento

Rural. Até agora era fácil saber

como catalogar por exemplo

uma peça de património artís-

tico, mas não o chamado patri-

mónio rural. E, no entanto, não

é necessário explicar a impor-

tância do património rural para

o desenvolvimento por exem-

plo do interior do país. Por isso,

esta Jornada, integrada nas Jor-

nadas Europeias do Património,

tem uma dimensão bem maior

do que um mero encontro de

refl exão.

Além do lançamento do Guia,

no Centro Cultural Gil Vicente,

vamos ter um almoço de cozi-

nha fervida e depois uma visi-

ta guiada pelo centro históri-

co com especial destaque para

o Convento de Santa Maria da

Caridade, Igrejas Matriz e da Mi-

sericórdia e retábulos quinhen-

tistas do Mestre de Sardoal. No

átrio da Casa Grande será aber-

ta ao público a Exposição “Sar-

doal, Espaço de Fé e Religio-

sidade”, divulgando as vastas

potencialidades concelhias na

vertente do turismo religioso.

Por fi m, terá lugar uma “Ofi cina

de Tapete de Flores”, aqueles ta-

petes que, pela Semana Santa,

enfeitam as capelas da vila. Esta

Jornada do Património é, assim,

um marco na afi rmação do Sar-

doal com uma vocação assumi-

da no domínio do património

religioso.

Além da Tagus, organizadora,

e da Câmara Municipal do Sar-

doal, vão ainda participar repre-

sentantes das Direcções-Gerais

da Agricultura e da Cultura e do

Instituto Politécnico de Tomar.

JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO

Guia do Património Ruralfaz a festa no Sardoal

O Programa das Festas

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SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

12 especial sardoal

MUNICÍPIO DE SARDOALCAMÂRA MUNICIPAL

AVISONos termos e em cumprimento do disposto no artigo 78º do Decreto-Lei nº 555/99 de 16 de Dezembro, na actual redacção, torna-se público, que nesta data foi emitido o Alvará de Licença de Loteamento nº 1/2010, em nome de Edisar - Construções, Ldª, número de contribuinte 503 584 843, que titula a aprovação de loteamento e respectivas obras de urbanização que incidem sobre o prédio sito em Sarabando - Sardoal, da freguesia de Sardoal, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, sob o nº 2382 e inscrito na matriz cadastral rústica sob o artigo 88 da Secção R da respectiva freguesia.

A operação de loteamento, aprovada por deliberação da Câmara Municipal de 19/07/2010, e os projectos das obras de urbanização admitidos por despacho do Vereador em regime de tempo inteiro datado de 6/08/2010, respeitam o disposto no e apresentam, de acordo com a planta que constitui o anexo, as seguintes características:

Área total do prédio: 920,00 m2.

LOTE Nº 1:• Área do lote: 296,50m2;• Área total da construção: Até 256,35m2., (habitação - até 225,00m2 , estacionamento

coberto - até 31,35 m2 )• Área de implantação: 85,45m2;• Finalidade: Habitação; • Número de pisos acima da cota da soleira: 1;• Número de pisos abaixo da cota da soleira: 2;• Número de fogos: 1.

LOTE Nº 2:• Área do lote: 230,50m2;• Área total da construção: Até 240,00m2., (habitação - até 200,00m2, estacionamento coberto - até 40,00 m2 )• Área de implantação: 80,00m2;• Finalidade: Habitação; • Número de pisos acima da cota da soleira: 1;• Número de pisos abaixo da cota da soleira: 2;• Número de fogos: 1.

LOTE Nº 3:• Área do lote: 289,00m2;• Área total da construção: Até 247,44m2., (habitação - até 225,00m2 , estacionamento coberto - até 22,44 m2 )• Área de implantação: 82,48m2;• Finalidade: Habitação; • Número de pisos acima da cota da soleira: 1;• Número de pisos abaixo da cota da soleira: 2;• Número de fogos: 1.

Cedências: São cedidos à Câmara Municipal, para integração no domínio público 104,00m2

, destinados a estacionamentos, passeios e espaços verdes de utilização colectiva.Para a conclusão das obras de urbanização foi fi xado o prazo de 30 dias.A execução das obras de urbanização não ser objecto da celebração de contrato de urbanização.Foi prestada a caução a que se refere o artº 54º do Dec.Lei nº 555/99 de 16/12, na actual versão, no valor de 1.943,63€, mediante Paços do Concelho de Sardoal, 26 de Agosto de 2010

O Vereador(em regime de tempo inteiro)Joaquim Gonçalves Serras

ANÚNCIOS 100% GRATUITOS

Bar PuroO Bar Puro encontra-se aberto desde

1992, sendo um dos bares mais antigos

na vila de Sardoal. Nasceu da iniciativa

de um grupo de amigos que, perante a

existência de um único bar na vila, de-

cidiram abrir um novo espaço. Maiori-

tariamente frequentado pelos mais jo-

vens, o Bar Puro possui um espaço aco-

lhedor, com esplanadas e sala de jogos,

onde é habitual a existência de festas e

música ao vivo. Localizado no centro da

vila, está aberto todos os dias. Inicia as

suas actividades às 13h, fazendo uma

pausa entre as 16h e as 21h.

Potes BarEm pleno centro do Sardoal encon-

tramos um ambiente acolhedor. Com

uma decoração rústica, o Potes Bar é fre-

quentando pelas várias classes etárias.

As actividades organizadas agradam de

uma forma geral. As festas temáticas às

quartas-feiras e sábados, os torneiros de

matraquilhos, a sala de jogos e os pe-

quenos brindes são alguns dos chamati-

vos ao público. Localizado junto da CGD,

o Potes Bar está aberto durante toda a

semana, abrindo às 12h30 e terminado

às 2h durante a semana, e às 4h, sextas,

sábados e vésperas de feriado.

Quatro TalhasO restaurante-bar Quatro Talhas co-

meçou por ser idealizado como uma

petisqueira-bar e nasceu em 2003 pelas

mãos de dois sócios. Sendo um restau-

rante bastante conhecido na “Vila Jar-

dim”, o Quatro Talhas disponibiliza aos

seus clientes, para além de boa comida,

música ambiente que vai desde os Blues

a um pouco de Jazz. Fora da programa-

ção habitual, o cliente poderá ainda con-

tar, casualmente, com algumas apresen-

tações de Fado. Localizado junto ao

Pelourinho, o Quatro Talhas abre às 11h

e encerra as suas actividades às 24h.

Marco Serras meteu pés ao caminho e mãos ao traba-

lho. Hoje, passados cinco anos, tem um atelier no Sardo-

al onde o restauro e criação de mobiliário, o vitral, o mo-

saico e a iluminação convivem ao serviço de vários tipos

de clientes. A ofi cina é num velho lagar, junto à matriz

da vila. Os clientes estão um pouco por todo o país. Por

exemplo, os seus candeeiros, numa estética infantil e ju-

venil, vendem-se bem no Algarve, mas não só. O êxito

tem vindo do boca a boca, que é uma das melhores for-

mas de crescer com sustentação.

Formado em design, o artista e artesão redescobre téc-

nicas antigas e trabalha novas formas ao gosto dos dias

de hoje. Azul Limão é uma cor bonita, não é? É a cor do

sonho, e da arte.

AZUL LIMÃO

Ofi cina de restauro e outras artes

Ao encontro da música e animaçãoPara aqueles que procuram uma ex-

periência mais animada e no âmbito

social, o Sardoal dispõe de vários esta-

belecimentos nocturnos, empenhados

em animar a sua noite e proporcionar-

lhe boa música, boa comida e uma ex-

celente companhia.

Liliana Wah

Page 13: JA - set. 2010

SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

especial sardoal 13

Como é que se vive em povoações

como Brescovo, Salgueira ou Codes,

da freguesia de Santiago de Montale-

gre? Adriana, nome suposto por causa

do isolamento, aceitou falar um pouco

da vida que leva.

Faço a vida normal de uma mulher ca-

sada. Mas com muito sossego, com o

piar dos pássaros nocturnos e às vezes

também dos javalis. Não tenho medo

dos javalis, eu não me meto com eles e

no quintal não tenho grande coisa que

me possam estragar. Depois, saio de

manhã para o trabalho e regresso ao

fi m do dia. Os meus pais vivem perto

e é assim. No fi m-de-semana, não há

muito que possa ser alterado. No fi m-

de-semana, faz-se a vida de casa mais o

quintal. Quem quer e pode vai à missa,

a Santiago. Cafés, não há. Só em S. Do-

mingos. Junta de Freguesia ou associa-

ções também não têm uma presença

forte. Há povoações onde só restam

duas ou três famílias, ou melhor, dois

ou três fogos habitados por pessoas

mais ou menos da mesma família. A

Junta de Freguesia arranjou-nos o cami-

nho. Mas também nunca lhe pedi nada.

Associações, só em S. Domingos e em

Santiago, mas como eu não vou beber

café…

Há pessoas que escolhem este tipo

de via e um ambiente de grande qua-

lidade sob o ponto de vista da proxi-

midade da natureza. Outros sentem

o peso do isolamento. Adriana fala

de si. Eu sou dali, o meu marido é de

perto. Quando casei, optámos por fi car

aqui porque pude reconstruir a casa dos

meus bisavós, que me foi oferecida. Fize-

mos a obra e agora, é como se fosse na

cidade, estamos a pagar o empréstimo.

Este é um lugar para onde se pode vir

por opção. Mas, para os que são dali,

é diferente. Os mais velhos, não têm

sequer alternativa. Os meus pais sem-

pre viveram ali. Creio que nem saberiam

viver noutro lado. Mas para os mais no-

vos, como Adriana e o marido, a vida

apresenta-se como um dilema: fi car

ou sair. Ficar é difícil, porque não há

empregos e trabalhar por conta pró-

pria é complicado. As pessoas conhe-

cem-se todas, e na hora de pagar é mui-

to difícil. Os calotes são mais que muitos.

Por isso, a solução parece ser simples:

ou trabalhar fora ou partir para longe.

Adriana trabalha fora, mas, confessa,

estou a pensar emigrar com o meu ma-

rido, à procura de uma vida melhor, é

claro.

Alves Jana

ALVES JANA

É uma pequena capela, não tem ain-da 40 anos, mas já tem muito que contar. Tão pequena como o Pisão, Alcaravela, onde fi ca situada, uma povoação onde já só habita uma fa-mília de cinco pessoas e uma outra pessoa vem dormir todos os dias. Mas que, como é costume, recebe mais gente nos fi ns-de-semana e no tempo de férias.

Tudo começou quando Frei João

António, natural dali, pensou em fa-

zer no Pisão, uma capela que servis-

se as várias povoações daquele re-

canto da freguesia. Se bem o pensou,

melhor o fez. Como franciscano, Frei

João António pensou numa réplica

da Igreja da Porciúncula, o lugar mais

sagrado dos franciscanos, o templo

que S. Francisco reconstruiu quando

“ouviu” de Cristo a ordem para “res-

taurar a minha Igreja”. Os apoios fo-

ram vários, Manuel Inácio deu o terre-

no, e em Agosto de 1973 a capela era

inaugurada como Nova Porciúncula.

A inauguração teve a bênção tanto

da diocese como dos franciscanos. E

a vida começou ali a rotina dos dias e

das celebrações litúrgicas.

Mas a vida tem voltas imprevistas.

O vento pós-conciliar abriu algumas

mentes à renovação e fechou outras

na defesa da tradição. A verdade é

que Frei João acaba por partir para o

Canadá e Estados Unidos, por casar e

aderir à Igreja Anglicana.

A história não é conhecida ao por-

menor, nem talvez interesse. A ver-

dade é que a capela foi abandonada

pela paróquia e a diocese. Até que, no

fi nal dos anos 90, se constituiu uma

comissão local para o seu restauro e

daí se formou a ANAP, Associação dos

Naturais e Amigos do Pisão, que to-

dos os anos se reúne no seu berço.

Frei António regressou a Portugal,

integrado numa missão anglicana.

E quase todos os anos é convidado

pela Associação a vir celebrar a litur-

gia na reunião dos naturais e amigos

daquele pequeno lugar. Até aqui, pa-

rece que tudo está em ordem, é assim

a vida.

Acontece, porém, que por detrás

desta aparente normalidade, há um

confl ito com a diocese, que deixou de

ali celebrar qualquer culto. “Ainda há

pouco, quando a imagem de Nossa

Senhora visitou os vários lugares da

freguesia, no Pisão, fi cou numa gara-

gem, não quiseram que viesse aqui

para a capela. Houve pessoas que,

indignadas, se foram embora”, conta

Pedro Gaspar, presidente da ANAP. E

Luísa Pedrosa, tesoureira, explica que

“os ventos do ecumenismos ainda

não sopram por estes lados”. Nos con-

tactos com a diocese, seja a nível lo-

cal com o pároco, seja a nível central

com o bispo, “eles são politicamente

correctos, mas depois não há respos-

ta”, explica Luísa Pedrosa.

No passado dia 14 de Agosto, na as-

sembleia geral da ANAP foi assinado

um documento de doação do terre-

no pelo proprietário à Associação e

a direcção recebeu um duplo man-

dato: legalizar a posse da capela em

nome da ANAP e fazer algumas obras

de benefi ciação. Além disso, vai con-

tinuar os contactos com a diocese até

à normalização da situação. Frei João

António “já disse que, se a causa do

problema é ele, deixa de vir ao Pisão”,

mas a Associação pensa que não

faz sentido voltar as costas àquele a

quem se deve a construção da Nova

Porciúncula. E, do seu ponto de vista,

“o Cristo é o mesmo”.

A Nova PorciúnculaFrei João, que mais uma vez foi con-

vidado pela ANAP a celebrar na cape-

la do Pisão, por ocasião do encontro

anual, explica o pequeno templo.

É uma réplica da Igreja da Porciún-

cula, em Assis, Itália, e foi pensada

como a Nova Porciúncula. O topo da

capela tem dois níveis.

Na parede, propriamente dita, ve-

mos, em mosaico, imagens da vida

de S. Francisco e uma representação

de santa Maria dos Anjos, a quem é

dedicada a Porciúncula original. No

retábulo do altar, também em mo-

saico, temos uma imagem estilizada

do Pisão, encimada pelo crucifi xo fr-

naciscano.

Nas paredes laterais, temos vitrais

com fl ores, um motivo franciscano,

e com a pomba da paz, à esquerda a

descer sobre o Pisão e à direita a subir

do Pisão para o Alto.

O dilema do Portugal profundo

Capela de S. Francisco não consegue fazer a paz

Page 14: JA - set. 2010

SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

14 especial sardoal

Paulo Sousa não é apenas um

fotógrafo, é um fotógrafo suces-

sivamente premiado. Mas nem só

isso. Paulo Sousa tem dado o me-

lhor de si para documentar o cor-

po e a alma da sua terra, o Sardo-

al. Há muitas formas de descobrir

o Sardoal e as suas gentes, a sua

vida. Mas uma delas, imprescin-

dível é através da obra de Paulo

Sousa que, assim, se transformou

num nome irrecusável da memó-

ria visual da sua terra.

Nasceu no Sardoal e sempre

aqui tem vivido. Descobriu a fo-

tografi a num curso de animador

cultural, profi ssão que exer-

ce na Câmara do seu conce-

lho, e nunca mais parou de

saber mais. Tem feito vários

cursos, entre eles a licen-

ciatura em fotografi a, no

Politécnico de Tomar. Com

o muito que sabe, tem diri-

gido vários cursos de foto-

grafi a.

Se lhe saísse um prémio

gordo a sério, deixaria tudo

para se dedicar à fotogra-

fi a. Não apenas a fotogra-

far, mas a ensinar e a criar

oportunidades para a fo-

tografi a enquanto forma

de arte e para os fotógra-

fos que, como todos, precisam de

oportunidades.

E, importa dizê-lo, é um homem

bom. Bom e humilde a tal ponto

que é bem possível que não lhe

seja dado o devido valor. Porque

um artista com esta craveira…

nem todas as terras têm a sorte

de ter.

Mas não basta falar sobre. É pre-

ciso descobrir o homem e a obra.

Nas páginas digitais de fotogra-

fi a olhares.aeiou.pt/lagarto e no

seu blogue objectivasubjectiva.

blogspot.com.

Alves Jana “Há bruxas, mas eu nunca vi nenhuma”ALVES JANA

Entre nós habitam ainda velhas

narrativas onde se misturam factos

do mundo e imaginação popular,

medos ancestrais e a sempre reno-

vada necessidade de encontrar ex-

plicação e segurança num mundo

que sempre é ameaçador. Fomos

procurar algumas histórias de bru-

xas. Importa dizer que elas, as his-

tórias, se encontram um pouco por

todo o lado e quase todas dizem o

mesmo. São “invariantes culturais”

na sua estrutura mais funda. Por

isso aparecem também no conce-

lho do Sardoal.

Luísa Amaro da Silva, nasceu

em Entrevinhas, Sardoal, e tem 80

anos.

Eu tinha um irmão mais velho e

ele dizia que tinha visto uma bru-

xa no quarto dele, com um chapéu

de palha na cabeça, mas ele não a

podia descobrir. E nunca descobriu.

Ele dizia que a conhecia, que era vi-

zinha, mas não a podia descobrir.

Elas juntavam-se às encruzilha-

das dos caminhos a dançar. Mas se

alguém se metesse com elas, elas

ameaçavam, faziam-nas ir levar às

costas até onde elas quisessem.

Maria Celeste Augusto, de Vale

Formoso, Alcaravela, tem 85 anos e

traz-nos uma narrativa de família.

O meu sogro contava que quan-

do a mulher tinha os fi lhos peque-

nos, o que é que elas faziam? En-

travam pelo buraco da fechadura

e iam buscá-los à cama, e pô-los na

cinza, empoavam-nos todos, mas-

carravam-nos todos, e eles come-

çavam a chorar. E o meu sogro ia lá

buscá-los.

E outra vez, ela fez o mesmo. E o

meu sogro…

- Mau… Isto não está bom.

Pantou-os no meio deles os dois.

E elas iam lá buscá-los, punham-

nos na cinza, empoavam-nos todos

e mascarravam-nos todos.

Então, o meu sogro foi pôr uma

medida de linhaça em cima de um

banco atrás da porta. Elas foram a

entrar, bateram na linhaça e entor-

nou-se tudo pelo meio do chão.

Ela começou a apanhar, mas tinha

de apanhar uma por uma [grão a

grão] e então ele apanhou-a. Deu-

lhe uma sova! E ela disse para o

meu sogro: - Vais levar-me a minha

casa que eu não sou capaz. Teve de

ir levá-la às costas a Entre-as-Serras,

que ela era de lá. E aquela já morreu.

Ela disse que ele nunca descobrisse.

Mas ele descobriu depois dela mor-

rer. Isto era o que o meu sogro con-

tava. Contou-o muitas vezes para

mim. Isto foi passado na Tramaga

de Alcaravela. O meu sogro chama-

va-se Albino Gonçalves.

Maria Rosa, nasceu em Andreus,

há 84 anos. A sua história é de por-

tas adentro.

O meu marido já morreu. Dizia

que as bruxas iam lá de noite, que

diziam cantigas, faziam parvoíces.

Ele mexia-me para ver se eu acorda-

va e eu nunca ouvi nada. Mas aqui-

lo continuava: - Esta noite vieram cá

outra vez.

Uma vez disse-me: - Eu não pos-

so dizer quem são, mas eu conhe-

ço-as. Só me disse assim: - Neste

nome, há aí alguma pessoa adulta?

– Não, só crianças. – Não me digas

que aquela criança já anda metida

numa coisa daquelas.

Isto foi [durante] anos. Eu às vezes

pensava “isto é da cabeça dele, pois

eu não ouço, não vejo nada”.

Mas, depois, ele era já doente e fo-

mos para Monte Real, para as ter-

mas. De maneira que também lá o

perseguiam, tão longe. Ele, coita-

do, queixou-se lá para a senhora. E

a senhora disse assim: - Você gosta

de ir à missa? – Gosto. Da minha re-

ligião faço aquilo que sei. – Olhe, o

senhor, agora, faz uma coisa aqui, e

promete fazer até que você se lem-

bre, até que seja vivo. Você deita-se

na cama, reza o credo em cruz em

cima de você que elas nunca mais

vão a sua casa. E daí em diante ele

nunca mais se queixou. Não sei se

aquilo era da cabeça dele ou o que

é que realmente acontecia.

Além disso, conta uma história em

que foi personagem.

Quando eu era miúda, até aos três

meses, era uma borreguinha, dor-

mia muito bem. Mas dos três me-

ses aos cinco a minha mãe até tinha

de varrer comigo ao colo que eu

nunca me calava. A pontos, coita-

da, [que]eu estava já seca como um

pau e ela disse para o meu pai: - Te-

mos que ir algures, isto não é coisa

boa. O meu pai, coitado, com pou-

ca vontade, mas lá foi. Era numa

terra distante, mas não sei onde. O

homem lá deitou as cartas e disse:

- O senhor vai para casa e faz estes

defumedouros, com anecril, arruda

e essas coisas assim. E o meu pai: -

Ouça lá, um inocente não sai à rua

praticamente e não fala para nin-

guém, que mal é que podia fazer?

E ele diz assim: - Olhe, o senhor fi ca

com esta palavra só: os nossos são

os piores. O meu pai veio para casa,

a minha mãe lá tinha aquelas coi-

sas, fez-me os defumedouros e nes-

sa noite já dormi toda a noite.

Pequenas histórias destas há-as

por todo o lado. Nem é preciso pro-

curar muito para as descobrir. Mas,

é claro, entre pessoas que tenham

vivido antes da luz eléctrica ter es-

pantado todos estes medos.

Luísa Amaro da Silva, Maria Celeste Augusto e Maria Rosa.

A memória fotográfi ca do Sardoal

PAULO SOUSA

Page 15: JA - set. 2010

SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

especial sardoal 15

A Santa Casa da Mise-

ricórdia do Sardoal, no

seu fazer bem ao corpo

e à alma, não esqueceu

“o vinho alegra o cora-

ção do homem”. Vai daí,

lançou o Vinho Santa

Casa, de que mostra-

mos a garrafa. Como

não tem produção pró-

pria, socorreu-se, e bem,

da produção da Quinta

do Côro. Quem quiser,

tem à sua disposição

na Santa casa, contra a

oferta de um donativo.

É uma forma de soli-

dariedade e é óptimo

tanto para coleccionar

como… para beber.

Nesta forma de vida, se vida

é, por um milionésimo de se-

gundo se perde a medalha

de ouro e por um minuto se

perde o comboio e talvez o

futuro. É o tempo do tempo

acelerado, do agir instantâ-

neo.

Não será que perdemos a

faculdade de ver, por falta

de tempo? Não basta olhar,

como um boi para um palá-

cio. Não se vê com os olhos.

Para ver, o que se diz ver, é

necessário sobretudo a cabe-

ça e o coração. E tempo.

Só com tempo, com vagar,

com calma, se pode obser-

var e ver, com “olhos de ver”.

E com esse modo de ver vale

a pena percorrer os recantos

destas nossas terras do in-

terior. Descobrir o que mal

se mostra, e por detrás dis-

so perceber a vida que ali

está condensada. Uma fon-

te num recanto esquecido, e

as mil estórias que canta ca-

lada no silêncio da tarde. Um

penhasco, de que se contam

histórias da “moura encan-

tada”. Uma levada de água,

uma pequena ponte, uma

barreira de sustentação de

terras, e muitas outras obras

de engenharia rural e popu-

lar, milhões e milhões de ho-

ras de trabalho, a tornar habi-

tável uma terra madrasta, a

resistir contra a fome quase

permanente, a sonhar com

um futuro novo.

É nesse património simples,

muitas vezes esquecido, em

que o nosso interior é rico,

que se encontra um fi lão a

aproveitar. As vilas e aldeias

do interior nunca serão me-

trópoles, e estas nunca terão

a paz, o sossego, o silêncio, a

proximidade da terra, a fres-

cura natural da água que cor-

re duma bica, a memória ao

vivo dum tempo em que as

coisas eram à nossa dimen-

são, mas eram duras, muito

duras de roer.

Todos somos fi lhos e netos

dessa vida que em cada es-

quina se nos dá a ver, a pen-

sar, que nos diz que, no fun-

do, o mais essencial da vida

não é aquilo em que pomos

toda a confi ança, mas o que

desde o princípio dos tem-

pos tem alimentado a alma

dos homens e mulheres. On-

tem, como hoje, valia a pena

viver.

Alves Jana

Foi há um ano que se deram a conhe-cer nas Festas do concelho de Sardoal, mas foi a 4 de Outubro que se reuniram para constituir uma associação. A Estí-mulo - Associação de Jovens de Sardo-al (AJS) nasceu a partir de uma conver-sa de amigos, onde foi falado que há uns anos atrás tinha existido uma As-sociação de jovens na vila.

Segundo Mauro Nogueira, presiden-

te da Direcção, era grande a vontade de

agarrar na anterior associação e fazer

algo para o concelho “porque o Sardo-

al está cada vez mais parado”, uma vez

que “os jovens vão estudar para fora e

fi cam por lá porque não têm nada que

os faça voltar”. Depois de constituída a

Associação, a 6 de Fevereiro de 2010,

várias foram as actividades que reali-

zaram, como o baile de Carnaval, o Dia

Limpar Portugal, Dia Mundial da Crian-

ça, animação na Festa da Bosta Solidá-

ria, em Alcaravela com jogos tradicio-

nais e o Festival de Música Alternativa

Sardoal Estímulo, do qual parte das re-

ceitas reverteram para a Cruz Vermelha

Portuguesa.

Para o futuro, estão a ser planeadas

mais acções, entre elas formações nas

mais diversas áreas através do Instituto

de Soldadura e Qualidade, workshops,

palestras, pretendendo ainda fazer

uma ligação com os mais idosos, atra-

vés de actividades onde estes possam

conviver com os jovens. Os principais

objectivos da Estímulo passam pela

cooperação entre os seus associados

na realização de actividades de âmbi-

to cultural, desportivo, lúdico, social e

pedagógico.

O vice-presidente, Pedro Marques,

referiu ao JA que ainda há um longo

caminho a percorrer “para que as Ins-

tituições do concelho reconheçam

credibilidade à AJS”, mas “precisamos

da ajuda de todas elas para crescer-

mos”. Com 25 jovens associados, a AJS

procura novos sócios e por isso tem ins-

crições abertas “para que todos juntos

possam ser mais fortes”. Para ser sócio

basta ter mais de 12 anos e gosto pelo

associativismo. Muito da divulgação da

associação passa pelas novas platafor-

mas sociais da Internet, por isso a AJS

criou um blogue que pode ser consul-

tado em www.ajsardoal.blogspot.com

Devagar que quero ver

Fonte da Salgueira

Associação de Jovens de Sardoal afi rma-se com Festival Alternativo

O vinho Santa Casa

Page 16: JA - set. 2010

jornaldeabrantes

Page 17: JA - set. 2010

SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

actualidade 17

JERÓNIMO BELO JORGE

Foi um fenómeno que se ve-rifi cou praticamente todas as noites do mês de Agos-to. Quase sempre à mesma hora, 21.30h, junto ao rio Tejo os postes de iluminação pública “juntavam” à sua vol-ta milhares de pequenos in-sectos.

Uma espécie de borboleta

branca, semelhante à dos bi-

chos da seda, atraiam à luz.

Embora sem problemas de

maior, estes insectos torna-

vam-se incomodativos face à

quantidade que diariamen-

te aparecia. Barreiras do Tejo

(margem Norte do Aquapo-

lis), Rossio, Rio de Moinhos,

Constância e outros locais ri-

beirinhos registaram este

fenómeno. Mas afi nal que es-

pécie de insecto era este? A

rádio Antena Livre foi à procu-

ra de explicações.

Adriana Galveias, do Museu

de História Natural de Lisboa,

e Ernestino Maravalhas do

Tagis - Centro de Conserva-

ção das Borboletas de Portu-

gal, revelaram que a “espécie

em questão é Ephoron virgo

e pertence à Ordem Epheme-

roptera, Classe Insecta”.

Portanto, não são borbole-

tas, são efémeras. Estas são in-

sectos com metamorfose in-

completa o que signifi ca que

passam por três estádios de

desenvolvimento: ovo, ninfa

e adulto.

driana Galveias revelou tam-

bém que “as ninfas são aquá-

ticas, possuem uma armadura

bucal mastigadora e alimen-

tam-se de detritos e matéria

vegetal e algumas podem ser

predadoras”.

Sobre o seu aparecimento

apenas em Agosto a investi-

gadora revelou que o seu ci-

clo de vida “caracteriza-se por

uma diapausa na fase de ovo

que ocorre no Outono e In-

verno e que acaba em mea-

dos de Abril, quando a larva

eclode. Durante o período de

crescimento, a ninfa alimenta-

se de partículas em suspen-

são que estão presentes nos

cursos de água.

Em Agosto, os machos e as

fêmeas emergem e num pe-

ríodo de tempo muito cur-

to, acasalam e as fêmeas co-

locam os ovos perto do rio”.

A surpresa desta explicação

prende-se com o facto desta

espécie ser “um excelente bio-

indicador da qualidade ecoló-

gica dos rios”.

Ao nível do ecossistema,

esta espécie é um importan-

te recurso alimentar de peixes

e aves, e também tem grande

importância na decomposi-

ção de matéria orgânica.

Como nota fi nal, realce-se

que este pequeno insecto, se-

gundo os investigadores “não

é prejudicial para o homem

nem para outros animais”.

Com o fi nal de Agosto as

efémeras deixaram de apare-

cer nos seus voos nocturnos

de acasalamento. Resta per-

ceber se a espécie vai conti-

nuar a visitar-nos no próximo

ano.

ANÚNCIOS 100% GRATUITOS

Batalha jurídica inviabiliza reparação da Avenida do Paiol

A estrada do Paiol, como

é conhecida em Abrantes,

entre o hospital e as Bar-

reiras do Tejo está há qua-

se um ano apenas com cir-

culação no sentido descen-

dente. Com o mau tempo

aluiu a barreira de suporte

e, por isso, abateram alguns

metros de pavimento.

A solução técnica é fácil

e não muito dispendiosa.

Cerca de três semanas de

obra e 80 mil euros de orça-

mento, segundo fontes da

autarquia abrantina.

Porquê, então, a demora

da reparação de uma das

principais entradas para o

centro da cidade e acesso

a um dos nós da A23 para

quem circula a partir do Sul

do concelho?

A Câmara de Abrantes ain-

da tentou avançar rapida-

mente para a reparação da

barreira caída, mas como a

responsabilidade teria de

ser repartida com o proprie-

tário do terreno, não houve

entendimento e o proprie-

tário, segundo a presidente

da Câmara, “impediu” a en-

trada de qualquer máqui-

na nos seus terrenos. Logo,

legalmente, a Câmara fi cou

impedida de fazer a obra. O

processo avançou para Tri-

bunal, mas as primeiras pro-

vidências não resultaram e,

por isso, o processo jurídico

segue agora uma segunda

fase que passa pela publi-

cação em edital da decisão

judicial de permitir a inter-

venção nos terrenos parti-

culares.

Maria do Céu Albuquer-

que afi rmou ao JA que,

logo que o processo jurídi-

co esteja concluído, a “repa-

ração do deslizamento das

barreiras deverá demorar

um mês”. A autarca diz que

espera que “dentro de pou-

co tempo tudo esteja diri-

mido” por forma a “evitar

que aquela rua passe o In-

verno nesta situação”.

Jerónimo Belo Jorge

As “borboletas” nocturnas que são afi nal Efémeras

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SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

18 jornal de abrantes 110 anos

Domingo, 11 de Setembro de 1910

GRANDIOSA CORRIDA MISTASerão corridos 4 touros e 4 vaccas do abastado proprietario José

Henriques, da Gollegã, os amadores e artistas são todos da Gollegã, e um

valente grupo de moços de forcados todos de Abrantes.

Esta corrida é promovida por uma comissão de artistas [isto é, operá-

rios] desta villa.

Já ha grande animação jamais [sic] que os preços serão convidativos.

Breve saem os programas com o detalhe da corrida.

ASSIM SE ESCREVIA NO JORNAL DE ABRANTES, NO…

Escola móvelFalla-se numa escola movel

para as Hortas [hoje Alferrarede].

Não concordamos, como nun-

ca concordámos com a missão

que em Abrantes funcionou o In-

verno passado.

As missões das escolas moveis

devem funcionar onde exista

maior numero de necessitados

de luz.

Perto de nós, temos Paul, Vale

da Cerejeira, Senhora da Luz,

onde nunca passou sombra de

mestre para o ensino.

Mais distante, temos Bemposta,

S. Facundo, Pego, etc., onde tão

preciso é ensinar a ler a mulher.

Em qualquer desses pontos, não

ha meia duzia de mulheres que

saibam ler, ao que nos parece.

Vá para ali a escola movel regi-

da por professora, e prestar-se-á

um altíssimo serviço a esses po-

vos.

PUBLICIDADE

AmaOff erece-se de primeiro leite. Nesta redacção se diz.

PARLAMENTO PORTUGUEZVai abrir-se em breve; delle fazem parte 14 deputados que o povo de Lis-boa, Setubal e Beja, elegeu por sua legitima e expontanea vontade. São el-les os illustres cidadãos: Srs. Drs. Bernardino Machado, Teofi lo Braga, Aff onso Costa, António José d’Almeida, Alexandre Braga, Alfredo Magalhães, Miguel Bombarda, António Luiz Gomes, João de Menezes, Brito Camacho, Aurelio da Costa Ferreira e Fernandes Costa; Vice-almirante Candido dos Reis e José Maria de Feio Terenas.

A’vante pelos interesses desta pobre Nação! – A’vante pelos interesses do Povo!

Viva a Patria! – Viva a Republica!

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jornaldeabrantes

cultura&espectáculos20

Abrantes 16, 23 e 30 de setembro – Visita nocturna guiada ao

Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes –

Castelo – Museu D. Lopo de Almeida

Até 29 de setembro – Exposição – Henrique Santos e

Silva: Centenário do Nascimento – Dia de encerramen-

to com concerto de Orfeão de Abrantes

Até 4 de outubro – Exposição – Aguarela de Sérgio

Guerini – Galeria Municipal de Arte

24 de setembro – Teatro “Uma história de Dois” com

Teresa Guilherme e Guilherme Filipe – Cine-teatro São

Pedro, às 21h30

CINEMA – Espalhafi tas, às 21h30 – Cine-teatro São

Pedro:

15 de setembro – “Nada Pessoal”, de Urszula Antoniak

22 de setembro – “Shirin”, de Abbas Kiarostami

29 de setembro – Documentário de Mariana Castro e

Sílvio Santana sobre a pintora Maria Lucília Moita

Constância Até 30 de setembro – Mostra Bio-bibliográfi ca do es-

critor João Aguiar – Biblioteca Alexandre O’Neill

Até 26 de setembro – Exposição de pintura de Carlos

Frederico – Posto de Turismo

24 a 26 de setembro – Jornadas Europeias do Patri-

mónio

DVDteca à sexta – Biblioteca Alexandre O’Neill, às

15h00:

17 de setembro – “A Casa Fantasma”

24 de setembro – “Os Fura Casamentos”

Sardoal 22 a 26 de setembro – Festas do Concelho de Sardoal

2010 – Artesanato, BTT, I Encontro Motard, exposição,

lançamento de Livro e animação com Anabela e Carlos

Guilherme, Susana Félix, Ana Laíns, Tributo aos Queen,

entre outros

22 de Setembro a 23 de outubro – Exposição “Ser

o Rei para quê?”, de Jorge Lopes – Centro Cultural Gil

Vicente

Barquinha 25 de setembro – Festa da água do Tejo – Debates, pa-

lestras, exposição e música - Centro Cultural da Barqui-

nha, das 9h00 às 22h00

A partir de 25 de setembro – Exposição “Proteger o

rio, Preservar a Água” – Centro Cultural da Barquinha

2 de outubro – Sábados às cinco com…António Rol-

dão – Ciclo de palestras sobre Património – Centro Cul-

tural da Barquinha, às 17h00

Mação 19 de setembro – X Encontro de Bandas Civis – Banda

de Alhadas de Baixo, Banda de Mira de Aire, Banda de

Mação, a partir das 15h00

AGENDA DO MÊS

Centenário do nascimento de Henrique Santos Silva, em Abrantes

Entre os dias 24 e 26 de setembro Constância vai

ser palco das Jornadas Europeias do Património. No

dia 24 haverá um percurso pedestre “Descobrir o

Património da Ribeira de Alcolobre ao Crepúsculo”,

que tem lugar às 18 horas. Durante estes três dias

do evento o Museu dos Rios e das Artes Marítimas

recebe visitas guiadas entre as 14h00 e as 17h30. No

último dia das Jornadas será exibido o fi lme “Cons-

tância em 1924”, no Auditório da Casa-Memória de

Camões, às 17h15. Todas as actividades terão entra-

da gratuita.

As aguarelas do Sérgio Guerini vão estar em expo-

sição na Galeria Municipal de Arte até 1 de outubro.

Sérgio Guerini nasceu em São Paulo, Brasil, e estudou

pintura e aguarela com grandes nomes desta arte.

Regressa a Abrantes depois de ter ganho a I Bienal

de Aguarela Brasileira em Portugal, em 2006. Desta

vez apresenta-se com uma exposição de aguarelas

em nome individual, uma parte das quais inspirada

em materiais e formas arquitectónicas da cidade de

Abrantes. Um trabalho a ver de terça-feira a sábado,

das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h30.

Nasceu a 18 de Setembro de 1910

e faleceu a 30 de Janeiro de 1981.

Foi relojoeiro de profi ssão, na ouri-

vesaria Palma, mas distinguiu-se en-

tre nós pela sua formação musical e

pela sua execução de violino. Mas foi

sobretudo por ter dirigido o Orfeão

de Abrantes desde 1933 até à sua

morte que fi cou conhecido como

o Maestro Henrique Santos Silva.

Com ele, o Orfeão obteve grandes

êxitos tanto em Abrantes como no

exterior, chegando mesmo a obter

o galardão de Comendador da Or-

dem de Benemerência. Após a sua

morte, a Câmara Municipal atribuiu

o seu nome à rua em que viveu. Para

assinalar o centenário do seu nasci-

mento, a Biblioteca Municipal mos-

tra até 29 de Setembro uma exposi-

ção com objectos do espólio do ho-

menageado. No dia 29, às 21h30, o

Orfeão de Abrantes associa-se com

um concerto na Biblioteca.

Constância celebra Jornadas de património

O rei vai nu?, no Sardoal“Ser o Rei para quê?” é o tema da exposição de pintura, da au-

toria de Jorge Lopes, a partir de 22 de setembro, no Centro Cul-tural Gil Vicente, no Sardoal e até 23 de Outubro.

Jorge Lopes nasceu em Tomar, em 1981. Actualmente vive e

trabalha na capital da Alemanha, Berlim. É licenciado pela Escola

Superior de Artes e Design, de Caldas da Rainha, desde 2004. No

ano seguinte conquistou uma Bolsa, no âmbito do programa in-

ternacional Leonardo da Vinci. Participou já em várias exposições

individuais e colectivas em Tomar, Lisboa, Óbidos, Torres Vedras e

diversas cidades alemãs.

Sérgio Guerini volta à Galeria de Arte

Page 21: JA - set. 2010

SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

cultura 21

LUGARES COM HISTÓRIA

O Convento de Santa Maria da CaridadeTERESA APARÍCIO

Numa colina, sobranceira à vila de Sardoal, arejada e de onde se pode admirar uma bonita paisagem, en-contra-se o Mosteiro de Santa Ma-risa da Caridade, de que se salienta a igreja, com uma arquitectura inte-ressante e rica em história e obras de arte.

Sabe-se que uma comunidade de

frades menores franciscanos, vindos

de Abrançalha, se instalou neste lo-

cal em 1571, onde já havia uma er-

mida dedicada a Nossa Senhora da

Caridade, cuja imagem era objec-

to de grande devoção por parte do

povo da região, que ali acorria em

numerosas e muito frequentadas ro-

magens. A bela imagem da Senhora,

obra do gótico tardio, feita em pedra

de ançã, passou para a igreja do Con-

vento de que continuou a ser a pa-

droeira.

Para a construção do primeiro Con-

vento muito contribuíram os habitan-

tes de Sardoal, dando dinheiro con-

forme as suas posses, salientando-

se entre eles, com o seu contributo

avultado, D. Duarte de Almeida, fi lho

do 3º conde de Abrantes, homem

muito devoto e dedicado aos frades

de S. Francisco. Em 1677, foi dado o

padroado do Convento a D. Gaspar

Barata de Mendonça, natural desta

vila e que foi o primeiro arcebispo do

Brasil. A ele se deve a reedifi cação da

igreja, fi cando então com a confi gu-

ração que ainda hoje apresenta. Tão

ligado esteve a ela em vida, que dela

não se quis separar após a morte, fi -

cando sepultado num rico mauso-

léu que se encontra na capela-mor,

do lado da Epístola.

A igreja possui uma única nave, fi -

cando a capela-mor separada desta

por um arco cruzeiro. No exterior, à

entrada, do lado direito, encontra-se

a capela do Senhor dos Remédios,

ornamentada com azulejos azuis e

brancos, do século XVIII, que repre-

sentam cenas da Paixão. No interior

está um Cristo, em madeira, com

uma coroa de espinhos e um joelho

em terra, muito semelhante a uma

imagem do Senhor dos Passos.

Este templo possui peças de arte

sacra de muito interesse. Além da

imagem de Nossa Senhora da Ca-

ridade, é também detentor de um

oratório do século XVI, em estilo

Namban, este caracterizado por ter

infl uências de Portugal e do Japão.

É formado por três peças: a que está

ao centro, encimada por um frontão

triangular, é a maior e nela encontra-

se, sobre uma lâmina de cobre, uma

bela pintura da Virgem com o Me-

nino ao colo e é ladeada por duas

meias portas que se podem fechar,

protegendo assim a parte mais no-

bre, que contem a pintura. O orató-

rio é de madeira, revestido de laca

negra e decorado com incrustações

em madrepérola. Os elementos da

decoração são inspirados na nature-

za, ao gosto nipónico, salientando-

se dois pares de pombas e represen-

tações de laranjeiras, cameleiras e

cerejeiras, árvores que no Japão são

muito carregadas de simbolismo.

Sabe-se que este oratório, que pro-

vem de um centro de produção ja-

ponês, veio parar a este conven-

to por oferta de Dona Jerónima de

Sousa, cumprindo a vontade de seu

marido Gaspar de Sousa de Lacerda

e foi colocado no altar de Nossa Se-

nhora da Esperança.

Os frades franciscanos viveram nes-

te Convento até 1834, ano em que

Joaquim António de Aguiar decre-

tou a extinção das ordens religiosas.

Foi, depois, entregue à Santa Casa da

Misericórdia, que ali instalou um hos-

pital, que funcionou até 1979. Hoje e

após a remodelação das instalações,

fi cou ali a funcionar um lar de idosos,

também pertencente à Misericórdia.

Bibliografi a: Gonçalves, Luis Manuel, “Sardo-

al, do Passado ao Presente”, edição da Cãmara

Municipal do Sardoal, 1992. Valente, Francisco

J. Esteves, Revista Zahara, nº 11 e 15, edição do

CEHLA - Palha de Abrantes

NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES

A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE.

Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia dezanove de Agosto de dois mil e dez, exarada de folhas vinte e quatro a folhas vinte e seis, do Livro de Notas para Escrituras Diversas OITENTA E UM – A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores HERMINIO SER-RAS, e mulher MARIA TERESA VERMELHO, casados no regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, residentes na Rua de São Miguel, em Venda, Alcaravela, Sardoal, DECLARARAM que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios:UM) Prédio rústico, sito em Taberna Seca, na freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Clara Serras, de Sul com Luís Silva, de Nascente com caminho público e de poente com Manuel Jacinto, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 405 da secção D.DOIS) Prédio rústico, sito em Vale Castanheiro, na freguesia de Alcaravela, do con-celho de Sardoal, composto de pinhal e eucaliptal, com a área de onze mil novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com António Machado, de Sul com João Lopes Louro, de Nascente com António Rodrigues Vermelho e de Poente com António Vermelho Rodrigues, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 62 da secção L.TRÊS) Prédio rústico, sito em Soalheira, na freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de nove mil seiscentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de Norte e Nascente com Herdeiros de João Ba-tista, de Sul com Alfredo Rodrigues, e de Poente com Aníbal Alexandre, omissona Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 81 da secção M.Que os prédios ora justifi cados estão inscritos na matriz em nome dele justifi cante marido e que são possuidores, do prédio indicado em UM E TRÊS desde, pelo menos, mil novecentos e setenta e três, os quais vieram à sua posse por doação meramente verbal, de seus sogros e pais José Rodrigues Vermelho e Luísa Maria, casados que foram no regime da comunhão geral de bens, residentes em Vale de Onegas, Alca-ravela, Sardoal e do prédio indicado em DOIS desde, pelo menos, mil novecentos e sessenta e três, o qual veio à sua posse por compra meramente verbal a Adelina Serras, solteira, maior, residente em Lisboa, todos já falecidos, portanto todos há mais de vinte anos, não tendo sido celebradas as respectivas escrituras.Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades pelos mesmos proporcionadas, limpando as árvores e os matos, cortando e retirando a madeira, pagando os respectivos impostos, com ânimo de quem exerce um direito de propriedade próprio e legítimo, à vista e com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, de modo pacífi co, contínuo e público, sendo reconhecidos por toda a gente como seus donos, pelo que se pode afi rmar que adquiriram os identifi cados prédios por usucapião, título este que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais.Está conforme ao original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou alguém do que nesta se narra ou transcreve.Abrantes, 19 de Agosto de 2010

A Notária(Sónia Maria Alcaravela Onofre)

(em Jornal de Abrantes, edição 5476 - Setembro de 2010)

NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES

A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE

Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e sete de Agosto de dois mil e dez, exarada de folhas sessenta e nove a folhas setenta verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas OITENTA E UM-A,deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores, a) JOSÉ BATISTA e mulher LAURA DE CASTRO BATISTA,casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Souto, do concelho de Abrantes e ela da freguesia de Castanheiro, do concelho de Carrazeda de Ansiães, residentes na Avenida do Paiol, número 516, segundo andar esquerdo, em Abrantes, e b) MANUEL PIRES BATIS-TA e mulher CASSILDA DA CONCEIÇÃO PIRES, casados no regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de Souto, do concelho de Abrantes e ela da freguesia e concelho de Vila de Rei, residentes na Rua Janela da Serra, número 12, em Lourel, Sintra, DECLARARAM que, com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores, EM COMUM, do seguinte prédio:-Prédio Rústico, sito em Lagoeiro, na freguesia de Fontes, do concelho de Abrantes, composto de pinhal, com ária de doze mil setecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com Adelaide Mendes Sarmento, de Sul com Herdeiros de Manuel Machado, de Nascente com Herdeiros de Manuel Machado e caminho e de Poente com ribeiro, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 253 da secção N;Que o prédio ora justificado está inscrito na matriz em nome deles justifi cantes maridos e que, eles justifi cantes são possuidores do prédio acima identifi cado e que este veio à sua posse por compra verbal, não titulada a Manuel Baptista, solteiro, maior, residente que foi no lugar de São Domingos em Sardoal, antes do ano de mil novecentos e sessenta e cinco, logo há mais de quarenta anos.Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, amanhando-o, cultivando-o cortando a madeira, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, pacifi camente, porque sem violência, conti-nua e publicamente, de, forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verifi cando-se assim todos os requisitos legais para que a aquisição do citado imóvel seja por usucapião.Está conforme ao original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.Abrantes, 27 de Agosto de 2010

A Notária(Sónia Maria Alcaravela Onofre)

(em Jornal de Abrantes, edição 5476 - Setembro de 2010)

Page 22: JA - set. 2010

SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

22 publicidade

CLASSIFICADOS

• Aluga-se Moradia rús-tica T4 Região de Sardoal. 966213138

• Procuramos jovem para de-partamento comercial, ramo automóvel. 933830001

• Vende-se apartamento r/c, 3 quartos, sala, cozinha, wc. Charneca do Maxial, nº 49, To-mar. 55 mil euros. 915873478

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• Precisa-se de um empre-gado que tenha família, para guardar ovelhas e regas. Te-lefone: 241833122

• Vendo Vivenda 123 m2 e Terreno 185 m2 com árvores, em bom estado, Alferrarede Velha. Telemóvel: 967032876

• Culto, Educado, Católico, si-tuação económica estável, de-seja conhecer senhora para casamento, união de facto. As-sunto sério. T 241572677 TLM 936584063

[email protected]

jornal abrantesde

Ver pág. 12

ABRANTES

Margarida Maria Matos dos Reis14.11.1983 - 22.08.2010

Agradecimento

A Família, profundamente sensibilizada, agradece a presença, o carinho e a oração de todas

as pessoas que a acompanharam na sua dor.

Alexandre Fernandes

AGRADECIMENTO

A Família de Alexandre Fernandes agradece a todos os que o acom-panharam à sua última morada e que de algum modo manifestaram interesse pela evolução do seu estado de saúde.Agradecem também a forma carinhosa e profi ssional como foi tratado pelas equipas do Apoio Domiciliário da Stª Casa da Misericórdia Abrantes, pelas equipas de Enfermagem do Centro de Saúde Abrantes e pelas equipas Multi-profi ssionais (Urgência, Medicina Interna, Consultas Externas do C.H.M.T.-EPE, Unidade de Abrantes).A todos o muito obrigado.

ABRANTES

Dr. Luís SoaresN. 09-07-1952 - F. 30-07-2010

AGRADECIMENTOA família de Luís Soares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este meio agradecer reconhecida-mente a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada, no dia 31 de Julho de 2010.A todos o nosso profundo reconhecimento

AGRADECIMENTO

ISILDA DA ASSUNÇÃO PAIVA RATANA OLIVEIRA

Seu marido Albano Oliveira, fi lhos, noras, netos, bisneta e restantes familiares, agradecem, por este meio, a todas as pessoas, não só às que participaram nas cerimónias fúnebres e que acompanharam no dia 9 de Agosto de 2010 este seu familiar à sua última morada, no cemitério dos Cabacinhos em Abrantes, como também a todas as pessoas que posteriormente vêm manifestando o seu pesar. Tornamos extensivo este agradecimento a todas as pessoas que, com a sua presença, assistiram à missa do 7.º dia. A todos o nosso Bem-Haja. Aproveitamos, ainda, para informar que a missa do mês, será no dia 09 de Setembro próximo, pelas 19H15, na Igreja de S. Vicente, a confi rmar.

ABRANTES - ROSSIO AO SUL DO TEJO

António Paulo Marrafa FernandesN. 10-06-1913 - F. 09-08-2010

AGRADECIMENTO

Sua fi lha, genro e netos, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que assistiram à missa de corpo presente e o acompanharam á sua última morada no cemitério de Rossio ao Sul do Tejo.

Page 23: JA - set. 2010

SETEMBRO2010

jornaldeabrantes

saúde 23

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEMDE ABRANTES

Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

CONSULTAS POR MARCAÇÃOACUPUNCTURADr.ª Elisabete Alexandra Duarte Serra

ALERGOLOGIADr. Mário de Almeida;

Dr.ª Cristina Santa Marta

CARDIOLOGIADr.ª Maria João Carvalho

CIRURGIADr. Francisco Rufi no

CLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio - Dr. António Prôa

DERMATOLOGIADr.ª Maria João Silva

GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira

MEDICINA INTERNADr. Matoso Ferreira

NEFROLOGIADr. Mário Silva

NEUROCIRURGIADr. Armando Lopes

NEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro;

Dr.ª Amélia Guilherme

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel

OFTALMOLOGIADr. Luís Cardiga

ORTOPEDIADr. Matos Melo

OTORRINOLARINGOLOGIADr. João Eloi

PNEUMOLOGIADr. Carlos Luís Lousada

PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia Gerra

PSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;

Dr.ª Maria Conceição Calado

PSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma

UROLOGIADr. Rafael Passarinho

NUTRICIONISTADr.ª Carla Louro

SERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria João

TERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

Actividade industrial e os serviços de Saúde Pública

SAÚDE É ... Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Publica do ACES do Zêzere

A indústria melhorou a nossa vida pro-

porcionando objectos que utilizamos

em qualquer gesto banal em nossas ca-

sas, no trabalho, no lazer, etc., estando

presente em tudo o que fazemos. Mas

a partir da “invenção” da industria o Ho-

mem tem de conviver com toda a polui-

ção e danos causados por esta. Surgem

assim novas doenças associadas à indus-

trialização.

A poluição do ar gerada pela combus-

tão fóssil (carvão e derivados de petróleo,

utilizados como combustíveis nas indus-

trias e nos carros) contribuem para o apa-

recimento no Homem de bronquites, ri-

nites, além de destruírem a camada de

ozono, contribuindo para o aumento do

efeito de estufa.

A poluição das águas, provocada pe-

las descargas de poluentes, podem origi-

nar doenças de pele e contribuem para a

destruição da fauna e fl ora, fundamental

no equilíbrio da cadeia alimentar.

A Poluição sonora, provocada pelo ru-

ído do trabalhar de todas as máquinas

que nos rodeiam no dia a dia (transpor-

tes, industrias), provoca no Homem do-

enças como o “stress”, aumento do ritmo

cardíaco, náuseas e perturbações auditi-

vas graves.

A poluição dos solos, devida à utiliza-

ção massiva na agricultura de adubos e

químicos, com o objectivo de produzir

mais e mais rapidamente produtos agrí-

colas, leva ao crescente aumento dos li-

xos urbanos e industriais. Esta forma de

poluição é responsável por alergias e in-

toxicações por pesticidas e fertilizantes.

Os serviços de saúde publica são funda-

mentais no processo de licenciamento e

vigilância de toda a actividade industrial,

sendo um parceiro valioso entre outros

(M. Economia Inovação e Desenvolvi-

mento, é quem tutela o licenciamento

industrial - Despacho Regulamentar n.º

61/2007, M. Ambiente e Ordenamento

do Território, M. Trabalho e Segurança

Social, etc.), ao fazer cumprir, dentro de

sua área de intervenção, a adopção das

técnicas adequadas à gestão de resíduos

sólidos, líquidos e gasosos industriais ou

urbanos. Relativamente aos pedidos de

licenciamento cabe á saúde publica in-

formar a entidade licenciadora do cum-

primento legal a que a actividade indus-

trial está sujeita, e fi scalizar o seu funcio-

namento, minimizando assim os riscos

de doenças para o Homem e a poluição

do meio ambiente.

“A maior recompensa para o trabalho

do homem não é o que se ganha, mas o

que ele nos torna.” John Ruskin

Paulo BastosTécnico de Saúde Ambiental

Page 24: JA - set. 2010