JA Setembro 2011

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TODOS OS CAMINHOS VÃO DAR A SARDOAL NOS 25 ANOS DE FESTA jornal Directora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5488 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA abrantes de SETEMBRO2011 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected] GRATUITO João Quinas, director da EPDRA, fala-nos dos novos desafios Está há dois anos como director, e desde 1989 como professor, na luta para uma EPDRA melhor e com novos cursos pro- fissionais. página 3 ENTREVISTA Praça dos Sabores convida a jantar fora No Mercado Criativo, há um espaço de promoção dos produtos regionais para o visitante sair a ganhar. página 6 ECONOMIA Projecto Homem com cinco altas terapêuticas Diogo Prudente deixou as drogas em Abrantes e volta a estar inserido na so- ciedade. página 14 SOCIEDADE Novo ano lectivo abre dentro da normalidade Apesar da crise, estão aí escolas novas e outras em construção. páginas 4 e 5 EDUCAÇÃO Sardoal está em festa entre os dia 22 e 25 de setembro. O certame, este ano, faz uma aposta clara nas associações do concelho e nos produtores sardoalenses. Em tempos de crise, Miguel Borges, o vice- presidente da Câmara Municipal, refere que é necessário reforçar a identidade e continuar a lutar pela proximidade às populações. Há um conjunto de iniciativas durante estes dias onde a gastronomia, a música e a animação não vão faltar! páginas 9 a 13 Foto: Paulo Sousa

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TODOS OS CAMINHOS VÃO DAR A SARDOALNOS 25 ANOS DE FESTA

jornalDirectora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5488 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

abrantesde

SETEMBRO2011 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected]

João Quinas, director da EPDRA, fala-nos dos novos desafiosEstá há dois anos como director, e desde 1989 como professor, na luta para uma EPDRA melhor e com novos cursos pro-fissionais. página 3

ENTREVISTA

Praça dos Sabores convida a jantar foraNo Mercado Criativo, há um espaço de promoção dos produtos regionais para o visitante sair a ganhar. página 6

ECONOMIA

Projecto Homem com cinco altas terapêuticasDiogo Prudente deixou as drogas em Abrantes e volta a estar inserido na so-ciedade. página 14

SOCIEDADE

Novo ano lectivo abre dentro da normalidadeApesar da crise, estão aí escolas novas e outras em construção. páginas 4 e 5

EDUCAÇÃO

Sardoal está em festa entre os dia 22 e 25 de setembro. O certame, este ano, faz uma aposta clara nas associações do concelho e nos produtores sardoalenses. Em tempos de crise, Miguel Borges, o vice-presidente da Câmara Municipal, refere que é necessário reforçar a identidade e continuar a lutar pela proximidade às populações. Há um conjunto de iniciativas durante estes dias onde a gastronomia, a música e a animação não vão faltar! páginas 9 a 13

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SETEMBRO20112 ABERTURA

De que forma o estado actual da crise vem afectar o início do ano lectivo?

Ana Oliveira

Abrantes

O estado actual do nosso país, afec-ta a nossa vida, o ano lectivo é ape-nas uma das partes, pois há que ad-quirir livros e material escolar. Sei que se podem comprar livros já usados mas, optei por não o fazer pois muitas actividades e exercícios são feitas directamente nos livros e isso difi culta a sua reutilização. Op-tei pois por comprar livros novos.

Apostar!

IDADE 48RESIDÊNCIA AbrantesPROFISSÃO Empresário

UMA POVOAÇÃO SintraUM CAFÉ Brasileira, no ChiadoUM BAR ezinhos N’Areia (Praia Verde)UM PETISCO Carpaccio de moja-

ma de atumUM RESTAURANTE Chaminé (Al-tura)PRATO PREFERIDO Línguas de bacalhau com amêijoas à Algarvia UM LUGAR PARA PASSEAR Baía de CascaisUM RECANTO PARA DESCO-

BRIR Dornes

UM DISCO Yanni na AcrópoleUM FILME Voando sobre um ni-nho de cucosUMA VIAGEM Circuito dos Aço-resUM LEMA DE VIDA “A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afi a-nos conforme o metal de que somos feitos”.

FICHA TÉCNICA

DirectoraJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)

[email protected]

Sede: Av. General Humberto

Delgado – Edf. Mira Rio,

Apartado 65

2204-909 Abrantes

Tel: 241 360 170

Fax: 241 360 179

E-mail: [email protected]

RedacçãoJerónimo Belo Jorge

(CP.1907)

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Alves Jana

André Lopes

PublicidadeMiguel Ângelo

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SecretariadoIsabel Colaço

Design gráfico e paginaçãoAntónio Vieira

ImpressãoImprejornal, S.A.

Rua Rodrigues Faria

103, 1300-501 Lisboa

Editora e proprietáriaMedia On

Av. General Humberto Delgado

Edf. Mira Rio,

Apartado 65

2204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Santos,

Ângela Gil

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direcção) Catarina

Branquinho, Gabriela Alves

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MarketingSusana Santos

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Recursos HumanosSónia Vieira

[email protected]

Sistemas InformaçãoHugo Monteiro

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Tiragem 15.000 exemplares

Distribuição gratuita

Dep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617

Nº Contribuinte: 505 500 094

Sócios com mais de 10%

de capital

Sojormedia 100%

jornal abrantesdeFOTO DO MÊS EDITORIAL

INQUÉRITO

SUGESTÕES

Interinamente, sou eu que assumo este número do Jornal de Abrantes. Saudações a todos os leitores do nosso jornal, que ainda continu-am a apostar o seu tempo na leitura deste meio de comunicação, que faz uma cobertura aos concelhos de Abrantes, Constância, Mação, Sardoal e Vila Nova da Barquinha. Sou uma jovem que bem há pouco iniciei a minha carreira como jor-nalista e hoje, quando leio todos os dias os jornais nacionais, regio-nais e locais, quando ouço a rádio e vejo os noticiários na televisão, pen-so no que é a realidade dos meus companheiros jovens. Jovens que há pouco acabaram o seu curso e que vêem um país onde a esperan-ça da empregabilidade é uma rea-lidade longínqua, precária, difícil… Quando se fala em futuro, fala-se em tempos difíceis… ainda mais difí-ceis que aqueles que vivemos hoje!O que fazer para mudar? É um desa-fi o governamental, mas é sobretu-do um desafi o de cada um de nós. Apostar no país, mas não só, apos-tar na região. Uma região que em muitas áreas pode ser explorada. E é um pouco este o caminho que nós damos a conhecer no Jornal de Abrantes. Revelamos novas empre-sas, novas pessoas que têm vonta-de de fazer, que não têm medo, e se os têm conseguem superá-lo, e que ainda têm muito para mostrar. O jornal contribui para o desenvol-vimento da nossa região, ao nível da cultura, da economia, da socie-dade. Continua a dar cartas e está empenhado em continuar a dar…JOANA MARGARIDA CARVALHO

Hugo Ferrão

Chainça

Sobretudo para quem como eu tem dois fi lhos afecta, sim! O fi m dos abonos para a dita classe mé-dia não veio ajudar. Preocupa-me a redução do número de professo-res e funcionários nas escolas. Não consegui manuais usados que fos-sem os recomendados para este ano. Adquiri livros novos, sem re-correr a abonos.

Custódio Alves

Abrantes

Na semana antes de se iniciarem as aulas só em livros paguei 400 euros para os meus dois fi lhos, e ainda fal-tam alguns bem como material es-colar. O país está a atravessar uma terrível crise e isso afecta-nos mui-to. Ainda por cima, a minha espo-sa está desempregada, o que não vem facilitar as coisas.

PAULO PINHÃO, Empresário

Este é um local destinado à prática de brincadeiras e

divertimento por parte das crianças mas, ao que pa-

rece, tornou-se um espaço onde os mais velhos tam-

bém gostam de deixar a sua marca.

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SETEMBRO2011 ENTREVISTA 3

JOÃO QUINAS, DIRECTOR DA ESCOLA PROFISSIONAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL DE ABRANTES

“Os técnicos intermédios são a grande aposta para o futuro do país”JOANA MARGARIDA CARVALHO

Como é ser o director da EPDRA?

É sobretudo ter uma visão es-tratégica daquilo que se preten-de para a Escola. Não devemos ter uma visão apenas deste território próximo mas de um contexto na-cional. O tecido empresarial por-tuguês é constituído em 85% por pequenas e médias empresas que necewssitam de técnicos intermé-dios, porque não têm uma estrutu-ra que suporte pessoas com outro grau superior. Acredito que estes técnicos intermédios são a grande aposta para o futuro do país, para o nosso desenvolvimento. Ao olhar-mos para as necessidades destas empresas em mão de obra espe-cializada, temos de pensar que não podem ter quadros superiores, mas precisam de quadros intermé-dios. A visão da nossa Escola pas-sa por aqui. Temos de estar bem afi nados com as políticas nacio-nais de desenvolvimento agrícola e fl orestal, temos de diversifi car os nossos cursos para o mundo rural e temos de trabalhar para formar técnicos de qualidade que acres-centem algo de novo a este país.

Devido à falta de empregos para

licenciados, há cada vez mais

alunos a aderir aos cursos profi s-

sionais?

Penso que sim. No ano passado estive em Pamplona e isso já es-tava acontecer lá. Houve uma ten-dência muito grande para procurar o ensino profi ssional, mais do que o ensino secundário encaminha-do para o superior. Em Portugal, não sei, não tenho dados estatísti-cos, mas acredito que sim. Se pen-sarmos bem, isto tem alguma lógi-ca. Um aluno que faça o secundá-rio numa escola profi ssional, sai do 12ºano já com uma especialização. Pode continuar a estudar no ensi-no superior mas, caso não queira, pode partir para o mercado de tra-balho com um caminho cheio de oportunidades pela frente.

O curso de gestão equina tem

uma adesão muito grande por

parte dos alunos. Porquê?

Este curso funciona há 14 anos e, de facto, tem sido o que mais traz alunos para a nossa escola. Um aluno formado nesta área fi ca com conhecimentos sufi cientes para

orientar, organizar e executar as ta-refas necessárias ao maneio e ges-tão das diversas estruturas eques-tres. É um técnico com aptidão di-dáctica para o ensino do cavalo e do cavaleiro em todas as suas ver-tentes.

Todos os anos há uma selecção de candidatos. Por exemplo, este ano, em 50 só pudemos admitir 27 e já é uma turma considerável. A logística para suportar este cur-so é pesada, necessitamos desde picadeiros, campos de obstáculos, boxes, etc… Para além disto, cada aluno tem o seu cavalo, que pode ser propriedade dele ou da Escola. Até hoje, temos feito os possíveis para garantir um curso de qualida-de em todas as suas valências, daí o número de candidatos ser bas-tante elevado.

Como surge o novo curso supe-

rior de Especialização Tecnológica

em Acompanhante de Turismo

Equestre?

Surge em parceria com o IPT e a TAGUS. Entendemos que, como te-mos aqui na Escola o curso de Ges-tão Equina, seria interessante jun-tar a componente superior e criar este curso. As aulas vão ter lugar aqui na Escola. Nós promovemos a formação prática, e o IPT vai enviar os seus professores para as discipli-nas mais teóricas. Quando os alu-

nos terminarem este curso de nível cinco, é importante que tenham o apoio da TAGUS para que possam desenvolver percursos equestres, pequenas empresas e actividades ligadas a esta área. Já temos alguns candidatos e pensamos iniciar o curso no próximo mês de outubro.

Como está a correr a cooperação

internacional com outras esco-

las?

Nós temos uma parceria com o Lycée Agricole d`yff engeaux de França. No ano passado tivemos cá alunas de gestão equina em estágio. Este ano temos a inten-ção de enviar para lá alguns dos nossos alunos, para fazerem o es-tágio de fi m de curso. Queremos também fazer um intercâmbio de turmas com esta escola francesa. É de facto uma escola muito boa em termos de condições e prepa-ração para diversas áreas. O foco deles passa um pouco pela área do processamento, controlo e trans-formação de produtos agrícolas, que é uma área em que pretendo apostar e trazer para a nossa esco-la.

Quais os problemas que a escola

enfrenta de momento?

O nosso principal problema é a falta de alojamento para os alunos. Temos o internato para os rapazes

e alguns alojamentos no interior da escola para as raparigas, mas não é sufi ciente. Outro problema é sem duvida o facto de estarmos di-vididos em dois pólos, e ainda não estamos ligados em rede. Quando o Ministério da Educação equipou as escolas com os computadores e rede de Internet, não previu esta si-tuação.

Quais são os desafi os da EPDRA

para o futuro?

Nós temos para iniciar a obra de recuperação do nosso lagar, a recu-peração e transformação da adega, a criação de um laboratório de aná-lises, uma cafetaria e bar que vai fi -car situado junto a estes espaços e a construção de uma destilaria. Temos como objectivo formar os alunos nestas áreas e depois fazer chegar os nossos produtos junto do consumidor. Este ano introdu-zimos no plano curricular do cur-so de turismo ambiental a verten-te gastronómica regional, pois en-tendemos que é uma área em que se está a apostar imenso. No pró-ximo ano, vamos fazer workshops de gastronomia regional, ligando a cultura do azeite e dos vinhos com produtos locais.

Para além desta vertente da for-mação, queremos apostar no turis-mo e temos como objectivo equi-par a nossa pousada com mais ca-

mas, para que esta possa ser um espaço de lazer para turistas que queiram vir para o campo. Preten-demos envolver os turistas na pro-dução de azeite, vinhos, aguarden-te, etc., para que possam, além de ver como se faz, experienciar estes momentos ligados ao mundo ru-ral.

EPDRACursos Profi ssionais de nível 4

Técnico de Gestão EquinaTécnico de Produção AgráriaTécnico de Recursos Ambientais e FlorestaisTécnico de Gestão EquinaTécnico de Animação Sociocul-tural Técnico de Turismo Ambiental e RuralCursos de Educação e Forma-

ção nível 2

Tratador e Desbastador de Ca-valosOperador Máquinas Agrícolas;Padeiro e Pasteleiro (novo)Cursos Formação para Adultos

Técnico de Higiene e Segurança no TrabalhoTécnico Informática - SistemasCurso CET

Curso de Especialização Tecno-lógica em Acompanhante de Turismo Equestre

• João Quinas, 55 anos, en-genheiro agrário, professor na EPDRA desde 1989.

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SETEMBRO2011

Se as escolas secundárias de Abrantes estão em obra, nos últimos anos a autarquia tem investido também nos centros escolares nas fregue-sias. Nada mais nada menos do que quatro novos centros escolares em obra o que re-presenta um investimento global de cinco milhões de euros.

Alferrarede, Bemposta e Rio de Moinhos vão ter cen-tros escolares novos e em Tramagal a escola primária está a ser ampliada e requali-fi cada para ser um novo cen-tro escolar. A Câmara Munici-pal de Abrantes estima que em Janeiro de 2012 estejam concluídos. Estes prazos per-mitem ter nas férias do Natal o período de instalação nos novos espaços criando con-dições para as crianças en-trarem nos novos edifícios no início do ano.

Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Mu-nicipal de Abrantes revelou que os prazos das obras, De-zembro de 2011, estão a ser cumpridos. Mesmo o caso do edifício de Alferrarede, cuja data de fi nalização seria ju-

nho de 2012, poderá fi car concluído até ao fi nal do ano. Neste caso seria uma anteci-pação de seis meses.

O concelho de Abrantes teve início de ano lectivo duas escolas encerradas: Ar-reciadas e Amoreira. Os alu-

nos vão assim ser transporta-dos para Rossio ao Sul do Tejo e Rio de Moinhos, respectiva-mente. Aliás, a autarquia tem criada a rede de transportes escolares para transportar os alunos. A autarca adianta ain-da que no próximo ano lec-

tivo mais uma mão cheia de escolas do primeiro ciclo do ensino básico vão fechar por-tas, de acordo com o que está previsto na carta educativa do concelho, face à abertura dos novos centros escolares.

Mação apoia material esco-lar do primeiro ciclo

A Câmara Municipal de Ma-ção vai promover o apoio às famílias do concelho que te-nham crianças a frequentar as escolas do primeiro ciclo do ensino básico, através do apoio à aquisição do material escolar.

A autarquia regista uma aposta forte na educação: premeia os melhores alunos do secundário e tem um pa-cote de bolsas de estudo para os universitários. Agora avança nos apoios fi nancei-ros para as famílias na aqui-sição do material escolar. Me-diante uma candidatura os

alunos poderão ter apoios a 100, 75 ou 50% do valor gas-to nos livros, de acordo com os dados do IRS. Ou seja, para as famílias mais carenciadas os apoios são maiores. Vasco Estrela, vice-presidente da Câmara de Mação disse que a autarquia tem orçamen-tada a verba prevista para es-tes apoios.

Com esta nova medida, a autarquia passa assim a co-brir todos os graus de ensino no que diz respeito a apoios fi nanceiros à área da edu-cação. Estas medidas cons-tituem também uma forma de apoiar a fi xação dos ca-sais mais jovens ou evitar que saiam de um dos con-celhos que mais sofre de desertifi cação. Segundo os Censos 2011, Mação foi, no distrito de Santarém, o conce-lho que mais população per-deu nos últimos dez anos.

4 DESTAQUE

JERÓNIMO BELO JORGE

O 15 de Setembro foi o dia em que

milhares de alunos e professores re-

gressaram à actividade. O arranque

de mais um ano lectivo, em épo-

ca de crise da economia e fi nanças

e de muitos cortes na despesa pú-

blica.

Mesmo assim, a educação é uma das áreas onde continua a haver muito investimento. Vejamos os ca-sos de Barquinha e Constância com novas escolas neste arranque do ano escolar. Abrantes também não foge à regra, com as escolas secun-dárias com intervenções de gran-de amplitude fi nanceira e de infra-estruturas. Abrantes tem ainda um forte investimento nos centros es-colares do concelho. Quatro, que deverão entrar em funcionamento já em Janeiro de 2012. Mação anun-cia também o arranque das obras de um centro escolar e promete apoio à aquisição de material esco-lar para todos os alunos do primei-ro ciclo do ensino básico. Só Sardo-al não apresenta nenhum centro es-colar novo ou previsto para arrancar no terreno.

A Escola Secundária, Dr. Solano de Abreu, sofreu uma ampla remode-

lação. Uma intervenção profunda que transformou um edifício anti-go num complexo com melhores condições para alunos, professores e auxiliares. Com esta intervenção, cujas obras foram concluídas em Abril deste ano, a escola ganhou uma nova entrada, pela rua Viscon-de de Abrançalha, e com um pro-tocolo com a Câmara Municipal de Abrantes um pavilhão desportivo.

Já a Escola D. Miguel de Almei-da esteve todo o ano lectivo en-tre obras e actividades lectivas. As obras foram concluídas no início de setembro, faltando apenas os aces-sos à volta da escola.

Em obra entrou a escola Dr. Manuel Fernandes. Mais uma inter-venção de grande amplitude que vai requalifi car e remodelar todo o parque escolar. É uma empreitada a cargo da Parque Escolar que vai colocar os alunos a ter grande par-te das aulas em contentores. Quan-do esta intervenção fi car concluída a escola vai apresentar outra fi sio-nomia e melhores condições para a comunidade escolar. Esta interven-ção não irá criar grandes problemas já que, a mesma, foi amplamente preparada entre a empresa respon-sável pelas obras, a Parque Escolar e a direcção da escola.

Ano lectivo arranca com escolas novas e em obra

• Escola Dr. Solano de Abreu.

Quatro centros escolares em obra em Abrantes

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SETEMBRO2011

O concelho de Constância tem a funcio-

nar, desde o dia 15 de Setembro, o seu

primeiro centro escolar, na zona Sul do

concelho, mais propriamente em Santa

Margarida.

Esta empreitada representou um inves-timento global de 2,2 milhões de euros. Vai receber 100 alunos do pré escolar e 144 alunos do 1º ciclo. Recebe também os alunos de três escolas que encerraram por terem menos de 21 alunos: Malpi-que, Portela e Santa Margarida. A cons-trução e o equipamento do centro esco-lar de Santa Margarida implicou um in-vestimento da autarquia na ordem dos oitocentos mil euros.

Máximo Ferreira, presidente da autar-quia, disse que o novo equipamento educativo “cumpre o preconizado” pela carta educativa concelhia, tendo vincado que o mesmo vai “melhorar a qualidade do ensino e dos recursos colocados à dis-posição dos alunos”. Segundo acrescen-tou, a abertura deste novo equipamen-

to incluiu uma “redefi nição” da rede de transportes escolares na freguesia. Sa-las de estudo, cozinha, refeitório, instala-ções sanitárias, sala polivalente, zonas de recreio, recinto desportivo, equipamento

infantil, zonas verdes, hall, salas de activi-dades, arrumos, alpendre, varandas, sala de repouso, entre muitas outras, são as diversas áreas que integram o novo cen-tro escolar de Santa Margarida.

DESTAQUE 5

Desde o dia 15 de Setembro que a autarquia de Abrantes procedeu a uma alteração de trânsito na Rua Visconde de Abrançalha, por forma a facilitar o acesso à nova en-trada da Escola Dr. Solano de Abreu, passando a ter um sentido único de circulação, no sentido poente-nascente. Ou seja só é possível circular nesta rua para os automo-bilistas que entrem pela rua General Humberto Delgado.

Para garantir maior segu-

rança, passa a ser proibido circular a mais de 30 km/h em toda a sua extensão.

Os autocarros vão poder es-

tacionar no recorte existente na zona da entrada da esco-la. Já em toda a extensão do lado norte, o estacionamen-

to vai ser proibido.Esta nova postura de trân-

sito vem também contribuir para evitar congestionamen-tos de trânsito na Avenida das Forças Armadas, uma vez que a entrada principal da Es-cola Solano de Abreu passou a fazer-se pela rua Visconde da Abrançalha.

O objectivo desta alteração é fazer com que os carros cir-culem nas ruas à volta da es-cola sem provocar congestio-namentos exagerados.

O início das obra na escola Dr. Manuel Fernandes foi em Agosto, mas só com o início das aulas os responsáveis de-ram conta do grave proble-ma de estacionamento. Uma vez que os carros de profes-sores e funcionários não po-dem entrar no espaço escola o estacionamento na rua Ge-neral Humberto Delgado fi -cou caótico. Com o início das aulas tudo serve para estacio-nar. Passeios, curvas, paragem de autocarro.

Uma situação complica-da que foi avaliada no dia 15, de manhã, pelo presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente, responsáveis da esco-la e PSP. É que o caos foi tanto que deixa antever muitos pro-blemas de tráfego rodoviário durante o ano lectivo. Anibal Melo, presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente disse ao JA que a autarquia vai lim-par uns terrenos próximos da escola que permita criar uma bolsa de estacionamento pro-

visório, em terra batida. Os trabalhos serão de limpeza de ervas mas, caso seja necessá-rio, poderá haver uma inter-venção de regularização de terrenos, a cargo da empre-sa que está a fazer as obras na escola. Mesmo sem mar-cações, Anibal Melo acredi-ta que esta operação poderá permitir a criação de cerca de 70 lugares de estacionamen-to e “se os carros forem bem estacionados” poderá chegar aos 100.

Estacionamento difícil junto a escola Dr. Manuel Fernandes

A Escola D. Miguel de Al-meida esteve em obras no ano lectivo passado. A es-cola, dividida por pavilhões, teve uma recuperação glo-bal que foi concluída nas fé-rias de Verão.

Com novos espaços, sala polivalente, campos de jo-gos, pavilhão desporti-vo recuperado as activida-des lectivas iniciaram-se na normalidade. Uma das principais intervenções foi a substituição de todas as coberturas dos pavilhões cujos materiais eram fei-tos à base de amianto, uma substância proibida nos dias de hoje. Se no ano lec-tivo passado os alunos e restante comunidade con-viveram em contentores, desde o dia 15 de Setem-bro que voltaram a ter as condições de poder ter au-

las na escola.Numa obra da Direcção

Regional de Educação mas em que a “dona” foi a autar-quia, falta apenas concluir o acesso. A ideia é criar uma “circular” à volta de parte do recinto, fazendo com que os automóveis e autocarros entrem através da Avenida Dr. Sá Carneiro, desviem para esta nova via, deixem os alunos na porta de en-trada principal da escola, e saiam da zona pelas Barrei-ras do Tejo.

“Com esta solução me-lhoramos a circulação ro-doviária e, por outro lado, criamos mais condições de segurança para os alunos e criamos ainda uma bolsa de estacionamento”, reve-lou Maria do Céu Albuquer-que, presidente da Câmara Municipal de Abrantes.

Escolas secundárias de Abrantes em obras

Primeiro centro escolar abre em Constância

Trânsito alterado junto à escola Solano de Abreu

• Máximo Ferreira, pres. da Câmara Municipal de Constância e João Casa-nova de Almeida o Secretário de Estado, do Ensino e da Administração Es-colar presidiram à cerimonia de inauguração da nova escola.

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SETEMBRO20116 ECONOMIA

Arrancou há um ano atrás, no dia 10 de setembro, o pro-grama PROVE, dinamizado pela TAGUS. Ao longo deste ano a fórmula foi simples, os agricultores elaboravam os cabazes de produtos, entre legumes, frutas, hortícolas e vendiam directamente ao consumidor fi nal. Em cada semana os produtos podiam ser diferentes, mas sempre na base de produtos frescos, para toda a família. Actual-mente, o PROVE conquistou muitos amantes e segundo a TAGUS há uma lista de cem

pessoas que pretendem co-meçar a ir buscar os seus ca-bazes e que ainda não o po-dem fazer, pois não há pro-dutos sufi cientes para tantos interessados. A lista de agri-cultores já se encontra aber-ta para que possam integrar os seus produtos no progra-ma. Pedro Saraiva refere que “já se apresentaram sete pro-dutores, que se mostraram disponíveis para colaborar connosco. Vamos reunir e ex-plicar melhor o projecto. Faço um balanço claramente posi-tivo do PROVE”.

A Ourivesaria Massa, em Abrantes, benefi cia agora de uma loja nova, um espaço totalmente novo, que se si-tua mesmo ao lado do anti-go espaço da ourivesaria. Em época de crise, o empresário da casa, Carlos Rosa, justifi -ca o investimento. “A nossa loja encontra-se com neces-sidade de se modernizar e já com pouco espaço para as duas valências que temos, que são a óptica e a ourive-saria. Foi neste sentido que acabámos por comprar o es-paço ao lado, fi zemos obras e dedicamo-lo à ourivesaria. Criámos um espaço actual

e com um design bem mo-derno. A antiga loja continua em funcionamento com a óptica e temos como objec-tivo requalifi cá-la também. Nesta época de crise é uma aposta e é uma forma de se-duzir mais clientes.” A Ourive-saria Massa nasceu em mea-dos de 1956 em Rossio ao Sul do Tejo, mudou as suas instalações para a cidade em 1969 e tem ao seu serviço nove funcionários. A inaugu-ração da nova loja decorreu no passado dia 5 de setem-bro e encontra-se aberta ao público das 9h às 13h e das 14h às 19h.

Os veículos de matrícula estrangeira que circulem na A23, autoestrada que liga Torres Novas e Guarda, já podem aderir aos meios de pagamento de portagens através de um posto inau-gurado no dia 13 de setem-bro na área de serviço da A23, em Abrantes, ao quiló-metro 44.

Os veículos de matrícu-la estrangeira que circulem nas antigas autoestradas sem custos para o utilizador (SCUT) podem optar pela aquisição de títulos pré-pa-gos com validade limitada temporalmente mas sem a obrigatoriedade de possuir um dispositivo eletrónico, ou então comprar ou alu-gar um dispositivo eletróni-co no qual é possível fazer pré-carregamento ou optar pelo débito directo na con-ta bancária.

Segundo fonte da Estradas

de Portugal (EP), para os ve-ículos de matrícula estran-geira não está disponível a modalidade pós-pagamen-to, tendo acrescentado que esta medida é válida para todas as autoestradas com portagens, o que ainda não acontece na A23.

Ainda não foi tornada pú-blica a data de introdução de portagens naquele tro-ço, tendo a mesma fonte adiantado que os títulos já estão também disponíveis para os veículos de matrícu-la estrangeira nas autoestra-das do Norte e nos postos dos CTT.

Segundo a EP, o objetivo da empresa é colocar postos de venda de títulos pré-pa-gos ou de venda e aluguer de dispositivos eletrónicos em todos os postos frontei-riços ,de modo a abranger a totalidade de cidadãos que passem a fronteira.

Mais um passo para as portagens na A23

Ourivesaria Massa com nova imagem

Praça dos Sabores, um espaço de promoçãoVinhos, compotas, enchidos, azeites,

entre outros produtos regionais, é o que

pode encontrar todos os dias na Pra-

ça dos Sabores. Um espaço dedicado à

mostra de produtos regionais e locais

que se encontra no Mercado Criativo de

Abrantes.

A Praça dos Sabores é um projecto da TAGUS, Associação para o Desen-volvimento Integrado do Ribatejo In-terior, e tem como objectivo divul-gar os produtos e promover iniciativas gastronómicas.

Pedro Saraiva, técnico coordenador da TAGUS, explicou ao JA a primeira inicia-tiva que aconteceu neste mês de setem-bro, designada “Vamos Jantar Fora”. “É uma forma de atrair pessoas a um espa-

ço, fazê-las sair de casa para vir conhe-cer a nossa Praça dos Sabores. O “Vamos Jantar Fora” foi inspirado num aconteci-mento que se assinalava há muitos anos atrás. Quando as comunidades rurais vi-nham à cidade, havia as casas de pasto, no seu interior existia uma sala mais re-servada e muitas pessoas lá se juntavam com a sua merenda e compravam as be-bidas. O conceito é este. O objectivo é que as pessoas tragam o seu jantar e de-pois a Praça dos Sabores convida à pro-va dos vinhos da região e ainda oferece umas entradas. Qualquer pessoa pode participar, basta dar-nos a indicação que vai estar presente para que possamos tratar de tudo da melhor forma. No pri-meiro “Vamos Jantar Fora” tivemos uma média de 30 pessoas em convívio”.

Ao longo do mês de Agosto, a TAGUS organizou no espaço actividades liga-das aos vinhos e azeites. Pedro Sarai-va adiantou o que se espera para o dia 21 de setembro. “Para assinalar um ano de PROVE, vamos utilizar as hortícolas do programa e junto com a Escola de Hotelaria de Fátima, vamos mostrar os vários preparados que podemos dar às saladas, com vários temperos, para que as pessoas possam tirar ideias e apli-car em casa. É outra forma de promo-ver os nossos produtos hortícolas.” Para além desta iniciativa, a TAGUS organiza na Praça dos Sabores, no dia 30 deste mês, a actividade “Merendas com Perso-nalidade” e no dia 6 de outubro “Sabo-res Açucarados”, uma iniciativa de lança-mento da Feira Nacional de Doçaria.

Um ano de PROVE

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SETEMBRO2011 ECONOMIA 7

A produção de velas é uma tradição

com alguma relevância na fregue-

sia de Cardigos, concelho de Ma-

ção. Lá existem três fábricas com

esta produção.

O Jornal de Abrantes foi conhecer a Fábrica de Velas Condestável, um espaço que é gerido há cerca de 60 anos por António da Silva, que toda a vida se dedicou à produção de ve-las.

O mestre explicou que antiga-mente era sem máquinas que tudo se fazia. “No passado usávamos umas rodas em madeira, onde pen-durávamos os pavios, um a um, e tí-nhamos um tacho já com cera líqui-da. Ao banharmos os pavios com cera, a vela ia ganhado forma. Logo de seguida levávamos as mesmas a uma pedra e rolávamos para que estas fi cassem lisas e por último era só cortar à medida. Era assim que se fazia velas há 200 anos atrás. Eu trabalhei desta forma durante mui-tos anos, produzia de cada vez, uma média de 16 velas”. Mais tarde, An-tónio da Silva é confrontado com uma nova técnica. “Na mesma roda em madeira, conseguíamos pendu-

rar vários pavios, e em baixo tínha-mos um tacho bem fundo, onde os pavios eram mergulhados. Foi um desenvolvimento que apareceu há 30 anos atrás e aumentou desta for-ma a minha produção para 60 velas de uma vez”.

Com a evolução da tecnologia, o mestre António Silva começou a re-correr às novas máquinas de produ-ção automatizada e hoje chega a produzir uma média de 4500 kg por mês. “Começo por ir a Fátima buscar a cera, purifi co a mesma na caldei-

ra e utilizo as máquinas para dar for-ma, cortar e alisar a vela”.

As suas velas são destinadas so-bretudo para misericórdias em vá-rias localidades do país, mas o gran-de comprador é o Santuário de Fá-tima.

Quando iniciou actividade, Antó-nio da Silva, tinha apenas 15 anos e começou por trabalhar na fábri-ca Tavares Filhos. Era uma empresa com alguma importância na locali-dade de Cardigos, que hoje já não existe”. Mais tarde, por volta dos 30 anos, comprou esta fábrica que hoje dirige. “Esta zona tinha uma forte tradição na produção de velas e no passado deu trabalho a muitos homens. Eu descobri a minha voca-ção com essa oportunidade”.

A cera das abelhasAntigamente as velas eram feitas

da cera produzida pelas abelhas, mas actualmente utiliza-se a para-fi na. António da Silva tem ainda no seu espaço de trabalho um lagar de cera de abelha, onde hoje ain-da produz. “Junta-se a cera e água dentro de uma caldeira, para ferver muito bem. Coloca-se numa pren-sa, apertamos com muita força e a água acaba por sair e a cera fi ca em estado líquido. Deixa-se solidifi car e dá-se o destino. Esta cera é utiliza-da sobretudo para produzir as col-meias móveis.”

JMC

Uma vida dedicada às velas

• A Fábrica de Velas Condestável é gerida à cerca de 60 anos por António da Silva.

Page 8: JA Setembro 2011

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SETEMBRO20118 ACTUALIDADE

O município de Vila Nova da Barquinha

investiu 200 mil euros para reduzir os ní-

veis de consumo de energia eléctrica em

40 %, um investimento que tem como

base a tecnologia LED.

Este projecto foi implantado numa ar-téria do concelho com cerca de um qui-lómetro e meio de extensão e está inte-grado na remodelação da estrada na-cional número três, localizada numa das entradas da vila. Fernando Freire, verea-dor na Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, explicou que esta iluminação LED faz todo o sentido. “É uma ilumina-ção ecológica, económica e com um as-pecto visual signifi cativo. A tecnologia

LED consiste numa redução dos níveis de consumo de energia e relativamente aos custos prevê-se num prazo de qua-tro a cinco anos uma redução na factu-ra da luz paga pela autarquia. A quali-dade da luz emitida também é melhor, há uma maior centralização da mesma e basta passar por lá para constatar isso mesmo. Sem dúvida foi uma boa apos-ta”. Segundo o vereador, a autarquia tem como objectivo colocar a iluminação LED em todo concelho, mas não para já. “Com as medidas da troika temos de avaliar bem caso a caso, pode ser uma opção, mas sempre num projecto de sustentabilidade, comunitário ou numa candidatura a fundos europeus”.A Policia de Segurança Publica

apreendeu oito pés de cannabis no quintal de uma residência na zona da Chainça, Abrantes. Na mesma operação, realizada ao fi nal da manhã do dia 13 de setembro a PSP identifi cou um indivíduo já referenciado pelo consumo de estupefacientes como sendo o proprietário des-tas plantas.

O processo segue os tramites legais, através do Ministério Pú-blico de Abrantes. Quanto às plantas, vão ser destruídas.

Barquinha aposta na iluminação LED

O Encontro Nacional de Agências de Viagens Inde-pendentes realiza-se no dia 24 de setembro na Pousada da Juventude de Abrantes. O programa consiste em vá-rias palestras que têm como fi nalidade a análise de deter-minados assuntos relaciona-

dos com, a nova legislação, “outgoing”, “incoming”, asso-ciativismo e outras proble-máticas relacionadas com as agências de viagens. A expectativa da organiza-ção é que o encontro ve-nha a ter cerca de meia cen-tena de participantes o que

é um numero muito bom. Jorge Antunes, da Planeta Real, agencia de viagens de Abrantes que está na organi-zação do encontro explicou que este encontro é para as agências que não são franshisings ou que não per-tencem a grupos. A escolha

recaiu em Abrantes por dois motivos: pela centralidade e porque surgiu a oportuni-dade de “trazer pessoas para conhecer melhor a cidade e o concelho”.

A primeira ideia era o en-contro ser realizado em Lei-ria ou Coimbra mas a escolha

acabou por ser em Abrantes. Até ao fecho da edição do JA estava por confi rmar a pre-sença da secretária de Esta-do do Turismo nesta inicia-tiva. O encontro tem como apoios as Pousadas da Ju-ventude e o Complexo Turís-tico de S. Lourenço.

PSP apreende cannabis em Abrantes

Encontro Nacional de Agências de Viagens

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9especial SARDOALFo

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Quem está, ou quem vem, às Festas do Concelho de Sardoal deixa-se defi nitivamente envolver pela MÍSTICA que delas emana. É fatal como o destino! Não é conversa fi ada, não. É um fenómeno verifi cável, logo científi co. E a ciência não é fi losofi a, nem empirismo. Não procura verdades subjectivas nem se baseia em saberes experi-mentais. A ciência constata factos. É conclusão racional, investigação metódica. É conhecimento certo!

Logo, as Festas de Sardoal têm MÍSTICA! Ah, pois!...Assim, para mais fácil assimilação de nobres e plebeus, de nabos e eruditos - que a fauna festiva é um mega-

híbrido genealógico e académico, sobretudo às tantas da matina – aqui se dissecam os étimos da tal MÍSTICA, com o consequente comentário breve de quem sabe do que escreve: MÍSTICA é igual a contemplação (podem crer!...), espírito (oh, yé!), afecto (muiiiiito…), doutrina (enorme…), fanatismo (não pensem que se safam…) e… êxtase (ai, ai…)…

As Festas do Sardoal são isto e muito mais. Podíamos passar sem elas? Podíamos. Mas não seríamos seres hu-manos felizes e equilibrados. Só quem as vive poderá perceber estes editais da consciência. São sabores e odo-res. Magia, empatia, alegria. É Música (com M grande, se é que me faço entender…), é Arte, é Cultura…

Ah, malditos néctares, mais fatais que a cocaína, mais mortíferos que a morena do kuduro que faz parar a al-deia. As Festas têm MÍSTICA. A ciência comprova, venham à confi ança!...

Mário Jorge Sousa

A Mística das Festas, comprovada pela ciência…

VILA JARDIM COMEMORA 25 ANOS DE FESTA

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SETEMBRO201110 ESPECIAL SARDOAL

JERÓNIMO BELO JORGE

Vinte e cinco anos de festas. São

muitos anos. Ao olhar para trás, o

que podemos ver?

Desde há 25 anos que as festas do concelho têm sido caracteriza-das pela qualidade artística, cultu-ral, artesanal, gastronómica e de animação. É esta a qualidade que se vem mantendo e que faz o fi o condutor por estes 25 anos de cer-tame.

Quais são as novidades que o Sar-

doal traz este ano?

Temos uma redução de mais de 50% no orçamento para este ano. O certame está avaliado entre 20 e 25 mil euros, contudo com muita ima-ginação e força de vontade para fa-zer e fazer bem, temos um progra-ma festivo com bastante qualidade. Os grandes nomes da música não vão estar, devido a esta redução, mas fi zemos outras apostas. Vamos ter connosco bandas que não são conhecidas do grande público, mas que mantêm uma elevada qualida-de. Falo do Projecto Amar, da Or-questra Ligeira do Exercito, dos FH5, entre outros que vão subir a palco.

Há as actividades tradicionais do certame que vamos voltar a promo-ver em total parceria com as asso-ciações do concelho, que este ano têm a sua envolvência não só nos comes e bebes, como na organi-zação das mais variadas iniciativas. Por exemplo, o festival hípico, pro-movido pela Associação da Presa e uma representação teatral dos GE-TAS, entre outras participações. O btt, o concerto de música clássica e o Encontro de Tocadores, são outras iniciativas previstas. Este encontro é uma novidade que vai trazer ao nosso centro cultural a Federação do Folclore Português, cujos res-ponsáveis vão falar de etnografi a e dos instrumentos mais típicos das várias regiões do país. Instrumen-tos que fazem parte das tocatas dos ranchos que vão ser explicados e tocados depois na Praça Nova. Ou-tra novidade passa pela participa-ção dos produtores locais, vamos apostar nos produtores e artesãos do concelho. Vão estar em mostra os vinhos, os doces, o pão e os mais variados objectos artesanais feitos no concelho.

No actual momento o poder muni-

cipal não está a sofrer limitações?

Sim está. A redução de verbas re-cebidas do poder central foi bas-

tante sentida e a transferência de novas competências e obrigações para a Câmara não é acompanha-da por verbas, e também não estão a ser fáceis de gerir. Vivemos duran-te muitos anos a ter a ideia que um dia tínhamos de parar e esse mo-mento chegou. Parar para refl ec-tir, parar para analisar todas as nos-sas actividades, e racionalizar muito bem o gasto dos dinheiros públi-cos. Os tempos estão difíceis, para o município e para os seus muníci-pes, para todos os sectores. É o pro-blema do país, mas também é um problema que nos ultrapassa e que chega cada vez mais a uma realida-de mundial.

Em termos de projectos o que fi -

cou para trás?

Ao nível dos projectos da Câmara, não fi cou nada para trás, porque há já algum tempo que temos pensa-do na realidade do nosso municí-pio e até que ponto podemos ir. Os nossos esforços têm sido concerta-dos no apoio social, esse não pode fi car para trás. O município tem dado um apoio fundamental às fa-mílias carenciadas com o nosso Ga-

binete de Apoio Social, do qual nos orgulhamos. Temos ainda a nossa Loja Social, que tem recebido mui-tos objectos e alimentos para aju-dar quem mais precisa e por isso va-mos mudá-la para um espaço mais amplo. Temos o “cartão do idoso” e o PAMPI (Plano de Apoio Municipal à Pessoa Idosa), um projecto que está a correr muito bem. Tivemos há pouco tempo as refeições quentes, pois constatámos que crianças de famílias carenciadas do concelho apenas tinham uma refeição com-pleta por dia, a refeição que toma-vam na escola. Por isso, fornecemos refeições a todos os casos que diag-nosticámos com o agrupamento escolar. Para além destas iniciativas, surge agora uma novidade que se chama “conforto habitacional”, que é uma parceria da Câmara com a Segurança Social. O objectivo é ga-rantir melhoramentos nas casas até três mil euros a todos os idosos. No concelho já identifi cámos 970 ido-sos que estão a necessitar de me-lhoramentos habitacionais.

Face à possível fusão de concelhos,

em que sentido é que se justifi ca

que o Sardoal permaneça?

Faz todo o sentido, devido ao pa-pel de proximidade que o muni-cípio de Sardoal tem com os seus munícipes e isto é insubstituível. Depois há outras razões que me-nos importam à troika e ao FMI que é a nossa história, a nossa tradição. Nós temos muitos anos de história, temos uma cultura muito caracte-rística e isso ninguém nos tira. Para além disto, o Sardoal tem qualidade de vida, tem qualidade na educa-ção, é um concelho onde as pesso-as se sentem bem.

Onde as pessoas trabalham fora mas depois gostam de regressar para o seu conforto, segurança e paz.

A falta de médicos já está resolvi-

da?

Não está resolvida. Temos uma médica colombiana connosco que tem um fi cheiro de cerca de 2 mil utentes. Para a população de 4 mil pessoas que temos no concelho, um médico apenas é uma realida-de claramente insufi ciente. Lembro que temos um posto médico em Al-caravela com uma média de 1300

fi chas de utentes que não têm um médico a tempo inteiro e que se justifi caria ter.

Neste aspecto, penso que esta-mos a vivenciar um retrocesso his-tórico, a proximidade ao nível da saúde às populações diminui cada vez mais e é preocupante.

Quais são os próximos desafi os fu-

turos?

Temos vários projectos em mãos. Vamos avançar com a requalifi ca-ção da rede de esgotos e a repavi-mentação de Panascos e vamos dar início neste ano lectivo à requalifi -cação do parque escolar.

No âmbito da regeneração urbana, há certos espaços dentro da sede de concelho que vão ser recupera-dos, bem como o centro do associa-tivismo, um edifício emblemático, onde funcionou a antiga biblioteca e a fi larmónica, que temos a preten-são de requalifi car.

É um projecto que temos pronto para nos candidatarmos no âmbi-to do QREN. Outros projectos estão pensados, mas para já têm de pas-sar a segundo plano, face à situação actual do país.

“Com muita imaginação e força de vontade, temos um programa festivo com qualidade”

MIGUEL BORGES – VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SARDOAL

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SETEMBRO2011 ESPECIAL SARDOAL 11

Os doces da Quinta de São José vão

estar em mostra na feira gastronó-

mica das festas do concelho de Sar-

doal. O JA foi conhecer qual é a his-

tória destes doces, que são confec-

cionados de uma forma caseira.

Tudo começou pela mão de Lurdes Caetano, numa tarde chuvosa, onde quatro qualidades de compotas sur-giram. Uma situação de “por acaso” que deu frutos e, segundo a empre-sária, o negócio corre de vento em popa.

Desde 1996 até aos dias de hoje que Lurdes Caetano mostrou a sua vontade de estar ligada à terra. “Sem-pre fi zemos agricultura de cereais e hortícolas. Sobretudo entre 1998 e 2004, em que produzimos de forma mais intensa, mais virada para a in-dústria. É um negócio de família que temos preservado e temos aprovei-tado para a produção dos doces ”.

Antes desta dedicação à agricul-tura, Lurdes Caetano empenhou-se em outras actividades. “Primeiro esti-ve ligada ao negócio de família que consistia na exploração de pedrei-ras, construção de obras públicas e mobiliários. Eu estava encarregue de

toda a papelada, mas na verdade eu nunca gostei do trabalho de escritó-rio. Como sempre fui muito aventu-reira, comecei a criar o meu próprio emprego. Confesso que não sei pro-curar trabalho, mas sei criá-lo. Acabei por explorar, já com o meu marido, uma casa de petiscos em Abrantes, onde se faziam as comidas mais tí-picas da região. O trabalho era mui-to e bastante intenso e foi na altura que decidi partir para outra área de negócio. Acabei por comprar uma loja de animais no antigo Interma-ché. Formei-me na área e chegou-me uma proposta bastante aliciante. A ideia era abrir a loja de animais em todos os hipermercados da marca no país. Na altura pareceu-me muito bem, mas já com dois fi lhos e com o meu marido fora do país, tive receio de não conseguir corresponder. Ain-da abri uma loja de fl oricultura no hi-permercado, mas a minha área era de facto a terra, era estar ligada à agricultura”.

Em 1998, Lurdes Caetano muda-se para a Quinta de São José, na lo-calidade de Andreus, concelho de Sardoal, e lá encontrou todas as valências para produzir hortícolas,

cereais e animais, desde gado bovi-no, equino e ovino. Uma actividade que ainda mantém.

Chegam os docesNuma tarde de muita chuva, em

novembro de 2003, estava a decor-rer apanha do pimento e Lurdes Ca-etano encontrava-se em casa pre-ocupada, pois não tinha ninguém para ir trabalhar para o campo. “As pessoas recusavam-se a trabalhar à chuva, o meu fi lho estava doente e eu também não me podia ausentar e foi aí que comecei a cozinhar. Foi com os produtos que tinha à mão, laranja, feijão, grão e cenoura.

De facto, correu muito bem! A mi-nha fi lha tinha, nesse dia, a iniciati-va Saborosos Encontros, no merca-do municipal, e as compostas fi ze-ram sucesso. As pessoas começaram logo a perguntar onde se faziam os doces, que queriam comprar mais. Em 2004, pelas festas da vila, faço o lançamento das compostas da Quin-ta de São José”.

Lurdes Caetano já chegou às 24 variedades de compostas, feitas de abóbora, ameixa, morango, en-tre outros sabores, que são vendi-

das em vários pontos comerciais do país, desde pastelarias, lojas e na Pra-ça dos Sabores em Abrantes. Através de outras empresas, as compostas da Quinta já chegaram à Polónia, ao Canadá, à Suíça e mais recentemen-te à França. Lurdes Caetano percor-re ainda as feiras de artesanato, onde tem mostrado o seu produto gastro-

nómico. A maioria dos frutos para as com-

postas são cultivados na quinta e os métodos de confecção são caseiros. “Os frutos são desfi ados à mão, cozi-dos num fogão de cozinha tradicio-nal. Tudo sem corantes e conservan-tes. Pois o que é caseiro é bom!”.

Joana Margarida Carvalho

As Festas de Sardoal vão de-correr de 22 a 25 de setembro. A novidade para este ano pas-sa pela realização de um co-lóquio subordinado ao tema “Conversas sobre Folclore e Etnografi a“, com oradores da Federação do Folclore Portu-guês no Centro Cultural Gil Vicente, dia 24, às 14h30.

O primeiro dia do certa-me arranca às 11 horas com as cerimónias ofi ciais e com a presença de Miguel Relvas, ministro-adjunto dos Assun-tos Parlamentares. A abertura das Festas conta ainda com a actuação da Banda Filarmóni-ca Sardoalense e com a inau-guração da exposição de foto-grafi a de Mendes Almeida.

Ainda neste primeiro dia de festa, pelas 17 horas arranca a “Estação de Comboios”, um espectáculo infantil com o pa-lhaço KAKI. De seguida, o GE-TAS procede a uma largada de balões e por último actua a banda Dynamic Duo e a Or-questra Ligeira do Exército.

Na sexta-feira, dia 23, a VAL-NOR vai promover jogos so-

bre reciclagem e às 20 horas teremos Piano Vox, na Praça Nova. O GETAS faz a sua pri-meira apresentação teatral, neste dia, com a peça “A Casa das Alba” e a noite termina com o Projecto Amar.

Pelas 9 horas de sábado, vai acontecer um passeio pedes-tre pelas Quintas Românti-cas. Às 15 horas vai ser leva-do a cabo a III Resistência de Btt Sardoal e já ao fi m da tarde um Recital de Música Clássica e o Encontro de Tocadores de Instrumentos Tradicionais. À noite sobem a palco “Os Ar-regaita” e um Baile/Concerto com os FH5.

No último dia de certame, acontece o já tradicional “IX Festival Hípico de Sardoal”, re-alizado pela Associação Re-creativa da Presa, um moto-churrasco promovido pelo clube motards “Os Últimos do Ribatejo”. Da parte da tar-de, pelas 17 horas, acontece no Centro Cultural o IV Encon-tro de Filarmónicas e às 22 ho-ras o encerramento das festas com o Teatro do Improviso, uma produção do GETAS.

Ao longo dos dias de festa os produtores e artesões do concelho vão ter em mostra os seus produtos gastronómi-cos e artesanais.

O Programa das festas

Um espaço recheado de docesQUINTA DE SÃO JOSÉ

• Tiago Alves, da Quinta do Armo.

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SETEMBRO201112 ESPECIAL SARDOAL

O Getas, grupo cultural de Sardoal vai ter várias actividades nas Festas do Con-celho. No dia 22 de setembro, o grupo vai participar na festa com a largada de balões na Praça da República, às 18 ho-ras, depois da chegada de Miguel Rel-vas, ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares. À noite, depois de termi-nado o concerto no palco principal, ha-verá teatro de rua e um concerto com a “Banda Getas”, no parque de estaciona-mento junto ao Bar Puro. A peça de te-

atro “A Casa das Alba” sobe ao palco do Centro Cultural Gil Vicente no dia 23 de setembro, às 21h30. Num conceito ino-vador de teatro intimista, esta peça é uma adaptação do texto de Frederico Garcia Lorca e é levada à cena no meio dos espectadores e apenas com luz de velas. No terceiro dia de festa o Getas organiza uma noite de fados no atrium do grupo cultural, sediado perto do pal-co principal. Com as vozes de Francisco Cordeiro e Ana Filipa, acompanhadas

à guitarra por Alfredo Gomes e na vio-la por Mário Moura. O fado faz-se ouvir a partir das 23 horas. As Festas do Sar-doal terminam com Teatro de Improviso onde o público pode participar nas acti-vidades, a partir das 22 horas. Em para-lelo com todas estas actividades o Getas vai organizar uma exposição de pintura no Átrio da Casa Grande. Sob o mote “25 anos de festa” vão estar expostos qua-dros do Clube de Pintura do Getas.

André Lopes

O Rancho Folclórico ”Os Resinei-

ros” de Alcaravela tem uma lon-

ga história de vida. Tudo começou

em 1976, pela altura do Carnaval,

quando um grupo de folclore se di-

rigiu a Alcaravela para uma recolha

de donativos. Algumas pessoas da

terra mostraram interesse em for-

mar um grupo do mesmo género e

solicitaram o salão da Casa do Povo

para os ensaios.

Um ano depois, o grupo começou a fazer uma recolha de informação, junto da população mais idosa, na tentativa de descobrir como eram os trajes, os utensílios e os cantares de antigamente.

Em 1988, os elementos do rancho começaram a costurar os trajes e a pedir a integração na Federação do Folclore Português. Segundo Manuel Serras, elemento da toca-ta do grupo, “só em 1989, após ter-mos os trajes totalmente prontos, é que conseguimos a nossa integra-ção. Com a entrada na Federação do Folclore Português, o rancho co-meçou a ser bastante solicitado pe-

los jovens”.Os elementos da direcção decidi-

ram montar um pequeno museu sedeado na Casa do Povo, com tra-jes, utensílios e cantares mais anti-gos. Um espaço que de momento

não está a funcionar devido ao esta-do de degradação da Casa do Povo, “algo que penaliza muito o rancho”, garantiu Manuel Serras. Acrescen-tando, “o grupo de momento tem de ensaiar em instalações empres-

tadas, pois o nosso salão na Casa do Povo está muito destruído”.

“Corremos o país de norte a sul”Actualmente, “Os Resineiros” são

maioritariamente constituídos por

pessoas jovens e de meia-idade, à volta de 42 elementos incluindo to-cata e dançarinos.

Nas actuações, os elementos do rancho apresentam-se com o traje de trabalho, da apanha da azeitona, da ida à missa, da ida ao mercado e de cotim, que é o fato do noivo.

Manuel Serras referiu que o ran-cho é bastante solicitado nos fes-tivais de folclore e até internacio-nalmente. “Geralmente corremos o país de norte a sul, bem como para fora. Já estivemos em alguns países da Europa, como França e Espanha”.

Em França, o grupo esteve duran-te quinze dias, na zona dos Pirinéus. “Fomos a convite de grupos france-ses que já trouxemos ao nosso país e que nos mostraram zonas lindíssi-mas de França”.

Este ano, o Rancho vai ter uma participação no colóquio “Conver-sas sobre Folclore e Etnografi a” pro-movido pela Federação do Folclo-re Português, que vai acontecer no centro cultural da vila, no dia 24 de setembro, pelas 14h30.

Joana Margarida Carvalho

• “A Casa das Alba”, peça teatral do Getas.

Getas leva actividades culturais às festas do Sardoal

“Os Resineiros” de Alvaravela, um rancho com história

Foto: Paulo Sousa

Foto: Paulo Sousa

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SETEMBRO2011 ESPECIAL SARDOAL 13

Os vinhos da Quinta do Coro e do

Vale do Armo vão estar representa-

dos nos 25 anos das Festas do Sar-

doal.

Este ano a autarquia optou por re-duzir o número de stands dedica-dos ao artesanato e deu preferência aos produtores de vinhos e doces e, apenas, aos artesões da vila.

Cada quinta vai ter em mostra o que de melhor se faz por lá. Tiago Alves, o responsável dos vinhos Vale

do Armo disse ao JA que “vamos es-tar representados com toda a nos-sa gama Vale do Armo. Desde o vi-nho Vale Zangão branco e tinto no início de gama, os gamas médias Vila Jardim, um branco rosé e dois tintos e, por último, a nossa gama alta, Vale do Armo Reserva e o nos-so Espumante Vale do Armo. Quan-do temos oportunidade de mostrar o que fazemos, optamos sempre por expor toda a nossa gama e isto é sempre muito bom. É nesta altura

que muitas pessoas vêm ao Sardoal e têm a oportunidade de conhecer o melhor que se faz por cá. Ao lon-go dos dias de festa vamos ter sem-pre um responsável da quinta para explicar como trabalhamos e o que é este projecto Vale do Armo”.

A Quinta do Coro vai ter em mos-tra, para além dos vinhos, as suas compotas, marmeladas e geleias, entre outros doces. António Ana-cleto, o responsável da quinta, re-fere que esta iniciativa é muito im-

portante para os produtores locais. “Os vinhos que vamos ter em ex-posição são Quinta do Coro Reser-va 2007, Quinta do Coro Cabernet 2006, Quinta do Coro Syrah 2006, Syrah Touriga 2006 e o Quinta do Coro Colheita 2008.

Estamos a terminar os stocks des-tes vinhos e tencionamos, antes do Natal, lançar os novos. Esta mostra é uma oportunidade única para dar a conhecer e comercializar os nos-sos produtos. O Sardoal está muito

bem representado a nível dos pro-dutos locais.

Muitas pessoas que se deslocam cá, já conhecem os produtos e ou-tras, como ouviram falar da sua ele-vada qualidade, acabam por vir à procura. Esta iniciativa, de ter em mostra os vinhos e doces, é muito gratifi cante para nós, para a Câma-ra e para a região, pois é uma forma de mostrar o que se faz de bom nes-ta região e estou confi ante que será um sucesso”.

A IX edição do Festival Hí-pico do Sardoal realiza-se no dia 25 de setembro e está in-tegrada nas Festas do Conce-lho 2011. O Festival é organi-zado pela Associação Recre-ativa da Presa e é uma das grandes referências das Fes-tas. O formato do Festival Hí-pico tem como conteúdo três vertentes: a iniciação aos an-damentos a cavalo, que visa a aproximação das crianças e jovens ao cavalo; a compe-tição, que inclui três provas de obstáculos e a prova de Escolas. A terceira e última vertente do Festival Hípico é a mais importante, é o es-pectáculo de encerramento, que este ano é um espectá-culo que combina Equitação e Dança Moderna, designa-do ”Cleptomania” apresen-tado pela Academia Vanda Costa e pelo Centro Hípico

de Alcaria. O nascimento do Festival Hípico do Sardoal re-monta a 2003, quando a Câ-mara Municipal do Sardoal lançou o repto para que to-das as colectividades par-ticipassem nas Festas. Este Festival envolve cerca de mil pessoas, entre participantes e assistência. O que dá mais trabalho à Associação Recre-ativa da Presa, na organiza-ção do Festival, é a escolha do espectáculo fi nal, porque a Associação quer primar

pela diferença. O orçamento do Festival deste ano ronda os 8 mil euros, segundo Jor-ge Gaspar, presidente da As-sociação Recreativa de Presa. Para além da Câmara Munici-pal de Sardoal, o Festival tem o apoio da empresa Conisar, sediada no Sardoal e da Asso-ciação Tagus e também dos Bombeiros Municipais.

O Festival será levado a cabo nos terrenos do Freião, junto à Escola Secundária do Sardoal, a partir das 10h30 com aulas de Volteio a cava-lo, destinado a crianças e jo-vens, às 11h00 inicia-se a pri-meira prova de obstáculos até á hora do almoço, às 14 a segunda prova e às 15h30 a terceira e última prova. O es-pectáculo de encerramento começa às 17 horas e tem du-ração de 30 a 35 minutos.

Filipa Pereira

9º Festival hípico do Sardoal

Vinhos sardoalenses em mostra• Quinta do Coro. • Tiago Alves, da Quinta do Armo.

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SETEMBRO201114 ACTUALIDADE

JERÓNIMO BELO JORGE

“Não me lembro do primeiro dia

que cheguei à casa de ressaca do

Projecto Homem. Lembro-me dos

dias seguintes. Vinha muito mal”.

Foi desta forma que Diogo Pruden-

te recordou ao JA o dia em que, já

lá vão sete anos, chegou a Abrantes

para fazer a recuperação da depen-

dência da droga.

Diogo Prudente e outros quatro utentes da comunidade de recu-peração de toxicodependentes do Projecto Homem, de Abrantes, ti-veram alta terapêutica no domingo, dia 11 de setembro. A cerimónia, simples, mas carregada de emo-ção e simbolismo aconteceu no fi -nal da missa de domingo na igreja de S. Vicente. A eucaristia foi presidi-da pelo Cónego José da Graça que é também o presidente desta comu-nidade terapêutica. Entre a mensa-gem religiosa o Cónego passou ou-tras, subliminares, para os utentes actuais que estão no período de de-sintoxicação e recuperação da de-pendência das drogas. Mensagens de esperança. Mensagens de con-fi ança. Mensagens de ânimo. Usan-do os cinco ex-utentes que recebe-ram o diploma de alta terapêutica, José da Graça pediu confi ança dos utentes nos terapeutas que estão a fazer o trabalho de os livrar das de-pendências, mesmo sabendo que alguns não vão conseguir chegar à meta fi nal de se reintegrarem na so-ciedade.

José da Graça ilustra este traba-lho, árduo, como a luta de adorme-cer um leão que está dentro destes indivíduos. Este leão (dependência das drogas) “tem de ser adormeci-do antes de ser eliminado”. O Cone-go, que avançou com este projecto já vão uns anos, continua a ter es-perança em melhorar as vidas dos que, pelos mais vários motivos, se deixaram enredar pelo consumo de substâncias ilícitas. Diogo Prudente, de Cascais, já tinha experimentado outras casas de tratamento. Em ne-nhuma conseguiu parar o consumo.

Há sete anos chegou a Abrantes, entrou na casa de ressaca, na altu-ra na rua da Barca. Não se lembra desse momento. “Estava mal” como ele próprio reconhece. Nos dias se-guintes diz nunca ter pensado que sete anos depois iria estar num mo-mento feliz a receber o diploma de alta terapêutica. Tempos difíceis, os de largar as drogas. Mas, ao mesmo tempo, tempos de felicidade. Assim recorda os momentos vividos, em comunidade, na quinta das Sentiei-ras. É uma quinta afastada de tudo. Ali, para além dos terapeutas, estão os utentes, cada um com os seus problemas, os seus medos, os seus fantasmas. Nesta comunidade to-dos fazem tudo. A limpeza, as refei-ções, cuidar da horta ou das vinhas. Entre eles dividem tarefas. Entre eles existe o diálogo possível para o rein-gresso na sociedade. Estes momen-

tos mostram a protecção que os utentes têm. “Na comunidade senti-mo-nos protegidos do mundo. É na rua, na sociedade, que estão os ver-dadeiros perigos. É na rua que po-dem existir recaídas por voltarmos a lidar com quem ainda anda meti-do na droga. Aqui (comunidade te-rapêutica) estamos protegidos”, ex-plica ao JA Diogo Prudente.

Numa conversa aberta e franca, sem ressentimentos do passado, sem esconder os problemas ou sem sentir vergonha em falar dos maus momentos da sua vida, do que pas-sou e do sofrimento que teve e que provocou na família, o Diogo conti-nua a desenrolar a sua vida. Agra-dece ao Padre Zé da Graça e aos terapeutas a sua recuperação e também a mensagem que eles lhe passaram no ano em que ali este-ve internado. Revela que aprendeu

muito. Reaprendeu a viver. Con-seguiu estar próximo dos pais, a quem agradece todo o apoio: “Até os meus pais tiveram de aprender a viver com o meu problema. Estou muito feliz que aqui tenham estado no dia da alta terapêutica. Por tudo o que os fi z sofrer”.

Depois de ter saído da comuni-dade o Diogo fi cou a trabalhar no mesmo espaço antes de voltar à so-ciedade. Aquela em que reencon-trou amigos de outros tempos que lhe voltaram a oferecer droga que ele recusou. “Chamaram-me careta. Respondi-lhes que não me impor-tava de ser careta”, recorda, com or-gulho, Diogo Prudente.

Refez a sua vida. Tem uma compa-nheira. Tem um emprego. Vive, ago-ra, a vida familiar como qualquer outra família. E, até os problemas da troika são, para ele, uma dádiva.

“São problemas para os cidadãos, mas gosto deles, porque estive dez anos arredado da realidade da so-ciedade”.

A comunidade terapêutica do Pro-jecto Homem tem cerca de meia centena de utentes na quinta das Sentieiras. “Aqui temos de tudo, até utentes com pulseira electrónica e com os mais variados problemas”, explica Pedro Moreira, terapeuta e coordenador da comunidade. Mas o projecto é mais amplo e tem mais três apartamentos, em Abrantes, Ponte de Sor e Castelo Branco, com cerca de dez utentes cada. São cer-ca de 80 utentes que estão em tra-tamento. Muitos poderão não che-gar à alta terapêutica mas, mesmo assim, Pedro Moreira continua a passar a mensagem de que é possí-vel os utentes largarem as drogas e voltarem a fazer uma “vida normal”.

• Diogo Prudente, segundo a contar da esquerda, deseja recuperar os 10 anos perdidos na toxicodependencia.

Deixar as drogas e regressar à sociedadeCINCO UTENTES JÁ RECEBERAM ALTA TERAPÊUTICA NO PROJECTO HOMEM

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SETEMBRO2011 ACTUALIDADE 15

Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) está “seriamente” preocupada com a possibilidade de serem encerradas algumas exten-sões de saúde no concelho de Abrantes e quer o “aproveita-mento integral” das capaci-dades do Centro Hospitalar do Médio Tejo. Manuel José Soares, porta voz do CUSMT, disse que os receios que têm vindo a ser manifestados pela comissão parecem concre-tizar-se, já que um dos pon-tos em agenda da reunião do conselho da comunidade do Agrupamento de Centros de

Saúde (ACES) “Zêzere”, agen-dada para o próximo dia 21, é precisamente a “avaliação” da situação das extensões de saúde em Abrantes.

No seu entender, esta ques-tão signifi ca o retomar da directiva que apontava para o encerramento das extensões com menos de 1.500 utentes. Maria do Céu Albuquerque, presidente do conselho da comunidade do ACES Zêzere confi rmou a reunião e o tema que estará em cima da mesa remetendo qualquer comen-tário para depois desta reu-nião.

A Noite Europeia dos Investiga-

dores é uma iniciativa da Comuni-

dade Europeia e vai ser dinamiza-

da pelo Centro de Ciência Viva de

Constância.

No dia 23 de setembro vai ser proporcionado ao público o con-vívio entre cientistas e investigado-res num ambiente descontraído, em que os cientistas usam uma lin-guagem simplifi cada que permite

aos cidadãos perceberem melhor como se faz a ciência e a investiga-ção. Máximo Ferreira astrónomo e presidente da câmara municipal de constância acrescenta: “A nossa intenção é que as pessoas olhem para o cientista como uma pessoa e não como um bicho muito es-tranho”. Desde o inicio de setem-bro que estão a decorrer iniciativas deste género por todo o país, que vão culminar na Noite Europeia

dos Investigadores, que vai decor-rer em 320 cidades europeias, en-volvendo 17 cidades portuguesas. O evento internacional vai garantir actividades de observação da lua com binóculos e a identifi cação de mares e crateras, enxames de estre-las, nebulosas e galáxias através de um telescópio de 52cm instalado no novo abrigo, que será inaugu-rado nesse dia. Esta troca de ideias e experiências permite contribuir

para desmistifi car a ideia que o pú-blico em geral tem dos cientistas, demonstrar que a ciência é mais simples do que parece e suscitar o interesse dos jovens para a ciên-cia enquanto profi ssão. No âmbito desta iniciativa está também inclu-ída a inauguração da cúpula para o maior telescópio em actividade, em Portugal, que fi ca localizado no Centro de Ciência Viva de Constân-cia. Filipa Pereira

Noite Europeia dos Investigadores

Extensões de saúde podem vir a fechar

Page 16: JA Setembro 2011

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SETEMBRO201116 DESPORTO

António Mendes é um “miúdo”como

qualquer outro com dez anos de

idade. Estuda. Brinca. Pratica des-

portos. Mas, o António, apesar dos

dez anos de idade é já um campeão

no automobilismo, nomeadamen-

te, nos kart’ s.

Estranho? Nem por isso. O António nasceu e cresceu no meio automobi-lístico. O avô, pai e tio sempre anda-ram nos meandros da velocidade.

Basta dizer que o avô é António Santinho Mendes, uma fi gura do au-tomobilismo nacional. E tanto o pai, Vitor Mendes, e o tio, José Mendes, também rodaram e rodam nas pro-vas de todos o terreno. Com estes antecedentes, o António, aos qua-tro anos de idade, sentou-se pela pri-meira vez num kart. Sentou-se, con-duziu e gostou. A partir daí começou a treinar e aos seis anos de idade par-ticipava na primeira corrida. Desde então não parou e é apontado como um jovem com futuro na modalida-de. “O António tem perfi l, é sério a correr e destemido. Nas corridas ar-ranca de trás e tem agilidade nas ul-trapassagens”, diz o pai.

Já o António disse ao JA que gos-ta de correr. Experimentou e gostou.

É o factor importante para entrar no mundo desportivo. “Gosto mais de alcatrão”, responde quando questio-nado sobre qual o melhor piso já que os familiares andam mais no todo o terreno. O António tem competido em provas onde é o mais novo. Vitor Mendes diz que quando o António em nove corridas ganhou quatro, no ano seguinte foi para o nível superior

mesmo sendo dois anos mais novo do que os outros competidores. O António gostava de poder, no futuro entrar nos fórmulas tanto mais que o seu ídolo é Sebas� an Ve� el.

Actualmente o António Mendes, de dez anos, treina com um kart de 32 cavalos e compete com um que quando tem a afi nação perfeita tem 18 cavalos. Gostava de seguir, após

os 15 anos, para os carros fórmula monomarca. Vitor Mendes diz que o fi lho é o primeiro na família a come-çar na idade certa.

Quanto ao palmarés, o António apesar dos dez anos de idade conta já com os troféus de campeão de es-colinhas e de juvekart’s. Conseguiu o 4º lugar nas fi nais Ibéricas e melhor português na categoria de micro-

max e em 2011 foi 9º nas fi nais mun-diais, sendo o mais novo dos pilotos em prova.

No próximo ano, tudo indica, que o António vai correr com um kart com chassis Fernando Alonso mas, tudo depende dos patrocínios já que este é um desporto muito caro. Mesmo assim o pai, Vitor Mendes, diz que primeiro vem a escola mas que vai fazer todos os possíveis para que o fi lho progrida na competição auto-mobilística.

Recorde-se o avô do António, An-tónio Santinho Mendes tem um palmarés que é único ao nível do desporto motorizado em Portugal. Foi Campeão Nacional de Velocida-de, de Ralis, de Autocross e de Todo-o-terreno. Também experimentou a adrenalina do Paris Dakar, em terras de África. Agora dedica-se ao golfe mas ainda tem presença marcada nas 24 horas todo o terreno de Fron-teira. Nesta prova vai competir na mesma equipa dos fi lhos, Vitor e José Mendes. Apesar de tudo sempre que pode faz questão de acompanhar e apoiar o piloto mais novo da família, o António, até porque foi ele que lhe construiu o primeiro kart.

Jerónimo Belo Jorge

Clara [email protected]

produção

apoio patrocíniodesign

À venda nos Estúdios da Rádio Antena Livre

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António Mendes acelera no automobilismo

Page 17: JA Setembro 2011

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SETEMBRO2011 ACTUALIDADE 17

A parceria entre o Rotary Clube de

Abrantes e a Escola Prática de Cava-

laria (EPC) voltou a dar corpo a um

curso de Liderança para duas deze-

nas de jovens. Com idades dos 16

aos 24 anos, 23 jovens foram selec-

cionados pelos rotários abrantinos

através de um sistema de cotas. Jo-

vens de escolas de Abrantes, Sardo-

al e Mação, fi lhos de membros do

clube, de patrocinadores e até de

membros do clube jovem do Rotary

Clube do Entroncamento.

O objectivo do clube rotário de Abrantes passa pelo fortalecimento dos jovens com uma acção de for-mação sobre liderança e trabalho de equipa. A parceira com a EPC, inicia-da o ano passado, voltou a funcionar e, ainda melhor, revelaram os diri-gentes do Rotary Clube de Abrantes. “Fazer dos nossos jovens melhores lideres no futuro, na sua vida profi s-sional” é um dos grandes objectivos deste curso, de uma semana.

Os jovens instalaram-se na EPC, onde os instrutores ministraram exercícios práticos e teóricos. Alguns convidados civis proporcionam con-ferências sobre liderança. E existiram

ainda um conjunto de exercicios no terreno como um que o JA presen-ciou. Os jovens têm de montar um acampamento com recurso a equi-pamento militar.

O líder do grupo tem de escolher o local do acampamento, defi nir ta-refas, montar os sanitários e, com recurso a alguns géneros que lhes foram entregues, fazer a sua refei-ção. Entre assar frango ou cozer pão com um forno improvisado com umas chapas metálicas e pedras, os formandos conseguiram trans-formar as difi culdades em aprendi-zagem. Ou seja, qualquer pequena tarefa deste curso pode, e é essa a intenção, ganhar contornos de de-senvolvimento pessoal.

Vanda Nunes, uma das jovens, ga-rantiu que, apesar dos exercícios fí-sicos, esta formação a vai ajudar no futuro. “Passei a encarar as coisas de uma forma diferente”, sublinhou e garantiu que esta semana a vai mar-car na sua vida.

João Cabrita, de 16 anos, entrou no curso porque quer ajudar o país, no futuro, “a sair da crise em que está”. Com esta formação, acredita, vai me-lhorar as suas capacidades e, logo,

ganhar mais potencial para ser um lí-der. Acima de tudo, dizem os jovens, ganha-se mais companheirismo, até porque as tarefas que têm de fazer, permitem ainda fomentar o traba-lho em equipa. Um contraste com a sociedade cada vez mais impessoal e individualista. Manuel Paulo Silva, presidente em exercício do Rotary Clube de Abrantes, garantiu que este curso é importante para a socie-dade, para os jovens que o frequen-tam. O objectivo é tornar os nossos

jovens melhores cidadãos, mais bem preparados para os desafi os do futu-ro. Por isso, adianta, é uma acção, das muitas promovidas pelo clube, que tem pernas para andar.

Já o comandante da EPC, Coronel José Vera Fernandes, salientou o tra-balho dos instrutores, militares da instituição que, nestas acções, têm de ser uns verdadeiros lideres por-que não estão a lidar com subordi-nados. “São jovens que vêm volun-táriamente. Têm de cumprir regras

mas têm de ser induzidos a isso e não ordenados como na instrução militar”.

O Coronel Vera Fernandes aprovei-tou o encerramento deste curso de liderança para ensaiar um discurso de despedida já que está a dias de deixar o comando da EPC. Aprovei-tou a presença de parte “da socieda-de abrantina” para agradecer o aco-lhimento que teve nesta comissão de serviço.

Jerónimo Belo Jorge

Jovens aprendem a liderança com militares

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SETEMBRO2011 RETRATO TIPO PASSE 19

Namorámos 8 anos e já estamos casados

há 62 anos, portanto estamos juntos há 70

anos, e ainda nos parece pouco. Nascemos

os dois em 1926, temos 85 anos. Andámos

os dois aqui na escola da Carregueira. Aqui

só havia escola até ao segundo ano. O ter-

ceiro já era no Pereiro.

Eu (Manuel) nasci no Botequim, Riachos. O meu pai morreu de repente tinha eu sete anos e viemos para a Carregueira, a terra dos meus pais. Como não tínhamos nada, a mi-nha mãe foi a Mação e arrematou o correio. Por isso, quando eu andava na escola, le-vantava-me muito cedo, antes do nascer do sol já estava no Mação (a 3 kms) para trazer o correio. Vinha pelo Vale das Árvores, pela Ventosa, e às nove horas ia para a escola. De-pois da escola, tinha de ir levar o correio ao Mação. Portanto, ia duas vezes por dia a Ma-ção, a pé. O terceiro ano, fui fazê-lo ao Pe-reiro. Mas continuava a ir ao Mação antes e depois da escola. Mesmo assim, fi z a escola com facilidade, em três anos, o que não era habitual.

Cheguei a ir à ceifa, no Alentejo, era eu pe-quenito. Levantávamo-nos antes de nascer o sol e trabalhávamos até o sol se pôr. Dor-míamos no restolho, ao relento. Era horrível. Uma vez caiu uma trovoada tão valente que tivemos de pegar no saquito e ir para o mon-te. Nem se via o caminho, só conseguíamos andar quando fazia relâmpagos. Deitámo-

nos nas manjedouras do gado, mas as ga-tas-bichaneiras mordiam tanto que não nos deixavam dormir. Quando era mais peque-no, atava; depois, quando já tinha mais for-ça, ceifava. Íamos a pé daqui para o Rossio de Abrantes e depois de comboio para San-ta Eulália. Como não tínhamos dinheiro, eu metia-me debaixo do banco quando vinha o revisor, para não pagar bilhete.

Aos dezanove anos fui trabalhar para o Ca-minho de Ferro, dar serventia a pedreiros onde era preciso. Comecei a ter sezões e pu-seram-me a trabalhar no sanatório da CP, na Covilhã. Ia todos os dias a pé à Covilhã bus-

car a comida, levava-a às costas e depois co-zinhava-a. Vinha de quinze em quinze dias a casa, a pé de Belver para aqui, e daqui para Belver ao domingo.

Depois fui colocado no Entroncamento, onde estive quase oito anos. Foi nessa altu-ra que casámos. Entretanto, pedi o turno da noite para estudar de dia, e fi z o quarto ano, para ir para revisor. Então fui colocado no Rossio, de Lisboa. E fomos viver para o Ca-cém e depois para Queluz.

Quando me reformei, tinha esta casita a cair e disse para mim, já não gasto mais di-nheiro aqui em Queluz, vou recuperar a casa

da Carregueira. Tinha as hortas tudo bravo. Foi uma revolução. Tratei das hortas, criava três porcos por ano e muitas galinhas e co-elhos. Eu disse logo, “não quero trabalhar para mais ninguém, quero trabalhar no cam-po, para arranjar condições para as minhas fi lhas poderem ir para cá.” Eu trabalhei sem-pre muito.

Eu (Maria Luísa) nasci na Carregueira, andei com ele aqui na escola, mas só fi z o segun-do ano, já não fui para o Pereiro. Fiquei em casa dos meus pais, a trabalhar no campo e a guardar o gado. Quando tinha uns doze anos, os meus pais puseram-me

um tear de cintas. Tecia duas teias e meia por semana. Cada teia tinha quatro dúzias de cintas. Ao fi m de uma semana, ia levá-las ao Castelo (a pé).

Como ele era aqui meu vizinho, começá-mos a namorar. A minha família, da parte da minha mãe, não queria, mas o meu pai viu que ele era trabalhador. Casámos, as nossas duas fi lhas nasceram aqui, depois fomos vi-ver para o Cacém, 3 anos, e para Queluz, 23 anos. Como não havia lares para idosos, che-guei a ter os meus pais e a minha sogra, os três entrevados, lá em casa. Quando ele se reformou, viemos logo para a Carregueira. Ele trabalhou sempre muito, para termos uma vida graças a Deus boa. Temos sido sempre felizes.

recolha por Alves Jana

“Estamos juntos há 70 anos e sempre felizes”MARIA LUÍSA E MANUEL SILVA, CARREGUEIRA DE MAÇÃO

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SETEMBRO201120 CULTURA

Abrantes

Até Outubro – Antevisão III do Museu Ibé-rico de Arqueologia e Arte – Castelo de AbrantesAté 27 de Setembro – Exposição “Uma Terra sem Gente Para Gente sem Terra”, por Nuno Coelho e Adam Kershaw – Biblioteca António BottoAté 7 de Outubro – Exposição “Trabalhos Recentes” – Quadros em tapeçaria e com colagens de Helena Lapas - Galeria de Arte20 de Setembro – Animação “A Menina Dança” - baile com grupo “F&M”- Peque-no Auditório do Cine-teatro S. Pedro, às 15h0030 de Setembro – Concerto “Noites ao Pia-no” com Rita Guerra – Cine-teatro S. Pedro, às 21h301 de Outubro – Concerto pelo Coro da Universidade de Lisboa – Cine-teatro S. Pedro, às 21h30Cinema Espalhafi tas – Cine-teatro S. Pedro, às 2130:21 de Setembro – “O Exército Vermelho”28 de Setembro – “Filme Socialismo”

Barquinha Até 30 de Setembro – Mostra Bibliográfi -ca de José Cardoso Pires – Biblioteca Mu-nicipal22, 24 e 25 de Setembro – “Festival Sons &Rio” – Concertos, desporto, desfi les de moda e insufl áveis 8 de Outubro – Palestra “ Gestão do Patri-mónio: que desafi os”com Rita Anastácio – Centro Cultural, às 17h00

Constância A partir de 24 de Setembro – Exposição

“Crianças do Mundo” pintura de Helena Moleiro - Posto de Turismo24 e 25 de Setembro – Dia Mundial do Tu-rismo e Jornadas Europeias do Património

Mação Até 6 de Outubro – Exposição “Ser Ma-ção – Risco e Movimento” – Instituto Terra e Memória

Sardoal 22 a 25 de Setembro – Festas do Concelho de Sardoal – concertos, teatro, exposições

A partir de 22 de Setembro – Exposi-ção “Lugares com Memória”, fotografi a de Mendes de Almeida – Centro Cultural Gil Vicente.

AGENDA DO MÊS

Exposição “Crianças do Mundo”Barquinha celebra Dia Mundial do turismo com concurso de fotografi a

“Crianças do Mundo” é o nome da exposi-ção de Helena Moleiro, que vai ser inaugura-da no dia 24 de setembro no posto de turis-mo de Constância. A artista vai expor traba-lhos de pintura de crianças de todo o mundo, baseados em fotos de Sebastião Salgado. He-lena Moleiro nasceu em Constância, em 1933, já ilustrou lançamentos de livros, em Almada, de José Cardoso Pires e José Saramago, com retratos de autores e tem exposto um pouco por todo o país.

Festival junta desporto e música na Barquinha

Vila Nova da Barquinha vai receber o “Festival Sons & Rio” nos dias 22, 24 e 25 de setembro. Este evento que conjuga música, desporto e tradição vai ter lu-gar no Parque Ribeirinho da vila. Dia 22 há música com o grupo Tomé, Arregai-ta e o DJ Angel, enquanto no dia 24 de setembro o festival vai ter ao longo do dia aulas de Fitness, desfi le de moda, insufl áveis e demonstração de cães. A noite é animada com a música dos Ar-regaita, Os Outros, Xtigma, Just Under e o DJ Castanheira. A fechar a festividade vão estar o grupo Barquinha Saudosa e os Ranchos Folclóricos de Tancos e de Aranhas. Este festival está inserido no 15º aniversário do Motoclube Virtual.

Constância comemora dia Mundial do TurismoO Dia Mundial do Turismo e das Jornadas

Europeias do Património vai ser comemo-rado em Constância nos próximos dias 24 e 25 de setembro. O primeiro dia do even-to tem início na Casa-Memória de Camões, com a realização das II Jornadas 2011 – “o Tejo e a Poesia”. Junto ao rio Zêzere, vai ser lida a Carta contra a Indiferença - Pelos Nossos Rios, Pelo Nosso Futuro - Vogar Contra a Indiferen-ça, ao que seguirá uma descida do rio em Canoa. Ainda no sábado, o Museu dos Rios e das Artes Marítimas, servirá de ponto de partida para o percurso Passeios com Histó-ria, a partir das 16h00.O dia 25 de setembro será dedicado à realização de diversos per-cursos temáticos, como Campos de Memó-ria, Constância - Pedra sobe Pedra e EcoCons-tância (Passeio de Barco). Às 21h30, desco-brindo os encantos da vila haverá o Percurso Camoniano, cujo local de partida é o Monu-mento a Camões.

O município de Vila Nova da Barquinha vai celebrar o

Dia Mundial do Turismo, que se assinala dia 27 de se-

tembro, com um concurso de fotografi a.

A Câmara Municipal associou-se ao Turismo e Vale do

Tejo (TLVT) e através dos seus postos de turismo, vai de-

senvolver o primeiro Concurso de Fotografi a da TLVT.

É uma iniciativa que vai ser organizada sob o tema “As

melhores imagens turísticas da TLVT” através da oferta

de uma máquina fotográfi ca descartável.

O júri para o concurso vai ser composto por cinco ele-

mentos que vão fazer uma avaliação das melhores fo-

tografi as. O primeiro prémio é um fi m-de-semana para

duas pessoas numa das unidades hoteleiras da região.

Os interessados a participar devem deslocar-se ao

Posto de Turismo de Vila Nova da Barquinha, levantar

a máquina descartável e enviar as fotos para a TLVT até

ao dia 31 de Outubro.

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SETEMBRO2011 CULTURA 21

PAULO DELGADO

Os Tramagalenses Hyubris, foram a

banda escolhida para abrir em Portu-

gal os dois concertos dos In Extremo,

considerados os reis do folk metal in-

ternacional.

Os espectáculos da banda alemã acon-tecem a 9 e 10 de Novembro, no Cine Teatro de Corroios e no Hard Club no Porto, respectivamente. Os In Extremo têm surpreendido graças aos seus es-pectáculos repletos de efeitos visuais. O inconfundível som folk-rock da banda é fruto duma fusão de instrumentos mu-sicais antigos e modernos, como san-fonas, gaitas, schalmey, harpas e fl au-tas. A banda passa este ano por Portu-gal para apresentar o mais recente disco “ Sterneneisen”, sendo que os Hyubris foram convidados para assegurar a pri-meira parte de ambos os concertos. A mistura de rock medieval, metal gótico e laivos de pop praticada pela banda e a voz com contornos líricos da vocalista Filipa Mota, transformou os Hyubris

num fenómeno à escala nacional. Nos dois álbuns editados até ao momento - “Hyubris” e “Forja”, lançados e colocados à venda exclusivamente em todas as Fnac do país, o grupo assumiu-se natu-ralmente como uma das mais originais propostas da música portuguesa dos úl-timos anos, tendo superado todas as ex-pectativas de vendas criadas em torno de um projecto que, sendo considera-do por muitos como alternativo, acabou no entanto por ser muito bem acolhido pelo público mainstream, um facto que não deixou os In Extremo indiferentes ao pesquisar e ouvir quem estava agora a dar cartas no rock medieval em Portu-gal. Contactado pelo JA Jorge Cardoso, guitarrista e relações públicas do banda disse que: “É um orgulho e uma grande alegria para nós. Foi um convite de uma banda internacional que muito admira-mos e é um reconhecimento do nosso trabalho, no qual estamos cada vez mais empenhados ( ) estamos a trabalhar no nosso terceiro disco cuja pré produção já vai ser feita no nosso novo estúdio cuja construção acabou agora.

MÚSICA

Hyubris convidados para 1ª parte de banda alemã em Portugal a 9 e 10 de Novembro

Rita Guerra sobe ao palco do cine-teatro São Pedro no dia 30 de setembro para apresentar “Noites ao Piano”, um concerto acústico e intimista.

A cantora vai estar mais próxi-mo do público, apenas com um piano em cima do palco, num conceito mais simples que anda a percorrer o país desde feve-reiro deste ano. Com mais de 25 anos de carreira Rita Guerra vai revisitar, neste concerto, os maiores êxitos que o público conhece, mas também outras músicas de cantores de referên-

cia para a cantora. Temas como “Preciso de ti”, “Deixa-me So-nhar” ou “Your Song” de Elton John fazem parte deste espec-táculo que promete mostrar um lado diferente de Rita Guer-ra. Em paralelo com os espectá-culos “Noites ao Piano”, a intér-prete tem estado a apresentar o disco “Luar” editado em 2010. O concerto começa às 21h30 e os bilhetes, a 10 euros podem ser adquiridos no posto de tu-rismo de Abrantes ou nas bilhe-teiras do cine-teatro no dia do espectáculo.

“Noites ao Piano” com Rita Guerra, em Abrantes

• Os espectáculos acontecem a 9 e 10 de Novembro, em Corroios e no Porto.

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SETEMBRO201122 PUBLICIDADE

ABRANTES: Ed. S. Domingos - Rua de S. Domingos – 336 – 2º A – Apart. 37Tel. 241 372 831/2/3 – Fax 241 362 645 - 2200-397 ABRANTES

LISBOA: Rua Braamcamp – 52 – 9º EsqºTel. 213 860 963 – 213 862 922 - Fax 213 863 923 - 1250-051 LISBOA

E.Mail: [email protected]

Eurico Heitor Consciência

João Roboredo Consciência

Teresa Roboredo Consciência

Rui Roboredo Consciência

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NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES

A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE

- Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e três de Agosto de dois mil e onze, exarada de folhas noventa e duas a folhas noventa e quatro, do Livro de Notas para Escrituras Diversas NOVENTA E DOIS – A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores FLORINDA MARIA VITAL, contribuinte fi scal número 118 962 302, viúva, natural da freguesia de São Miguel do Rio Torto, do concelho de Abrantes, residente na Avenida 25 de Abril, número 329, em Vale de Açor, Bemposta, Abrantes e JOAQUIM VITAL DE MATOS, contribuinte fi scal número 153 285 338, solteiro, maior, natural da freguesia de Bemposta, do concelho de Abrantes, residente na Avenida 25 de Abril, número 329, em Vale de Açor, Bemposta, Abrantes, DECLARARAM que são donos e legítimos possuidores, em comum e sem determinação de parte ou direito, com exclusão de outrem, do Prédio urbano, sito em Vale de Açor, na freguesia de Bemposta, do concelho de Abrantes, composto de casa térrea com cinco divisões e três vãos, com a área coberta de noventa metros quadrados, a confrontar de Norte com João António Lopes, de Sul com Ildefonso Alves da Silva, de Nascente com José de Matos e de Poente com Francisco de Matos, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 167.- Que o prédio ora justifi cado, está inscrito na matriz em nome da Herança de Fran-cisco de Matos, seu sogro e avô e que a primeira outorgante identifi cada na alínea a) é possuidora do imóvel acima identifi cado, por lhe ter sido doado verbalmente, por seus sogros Francisco de Matos e mulher Conceição Maria de Sousa, casados no regime da comunhão geral de bens, residentes em Bemposta, Abrantes actualmente falecidos, ainda no estado de casada, sob o regime da comunhão geral de bens com MANUEL SOUSA DE MATOS, no ano de mil novecentos e setenta, em data que não consegue precisar, sem que chegassem a outorgar a correspondente escritura de doação. Que desde aquela data, que a primeira outorgante e o seu referido marido, passaram a ser detentores do prédio, agindo como seus legítimos proprietários, usufruindo de todas as utilidades do prédio e pagando as respectivas contribuições e impostos, posse que sempre exerceram sem interrupção, com o conhecimento de toda a gente e sem a menor oposição de quem quer que fosse.- Que, posteriormente, no dia sete de Maio de dois mil e seis, na freguesia de Abrantes (São João), do concelho de Abrantes, faleceu MANUEL SOUSA DE MATOS, natural da freguesia de Bemposta, do concelho de Abrantes, no estado de casado em primeiras núpcias e sob o regime da comunhão geral, com a primeira outorgante identifi cada na alínea a), com última residência habitual na Rua 25 de Abril, número 129, em Vale de Açor, Bemposta, Abrantes, sem deixar testamento ou qualquer outra dispo-sição de última vontade, tendo deixado como seus únicos e universais herdeiros os ora primeiros outorgantes, sua mulher e um fi lho, o que verifi quei pela escritura de habilitação de herdeiros outorgada hoje, exarada a folhas noventa e uma e seguinte, deste Livro de Notas, que após o falecimento do mencionado Manuel Sousa de Matos, a sua mulher, a ora primeira outorgante identifi cada na alínea a) e o seu fi lho, o ora primeiro outorgante identifi cado na alínea b), mantiveram-se na posse do referido imóvel, posse essa que se manteve ininterrupta, á vista e com o conhecimento de toda a gente da freguesia e freguesias limítrofes, usufruindo de todas as utilidades do prédio, fazendo a sua conservação e obras de benefi ciação, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, pacifi camente, porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, o que lhes permite invocar a seu favor a usucapião do prédio, já que lhes é impossível por meios normais obter o registo do seu direito de propriedade.- Está conforme ao original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.- Abrantes, 23 de Agosto de 2011.

A NotáriaSónia Maria Alcaravela Onofre

(em Jornal de Abrantes, edição 5488 - Setembro de 2011)

ASSEMBLEIA MUNICIPALDE SARDOAL

EDITAL N.º 08/2011MIGUEL JORGE ANDRADE PITA MORA ALVES

PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL

FAZ PÚBLICO que, para efeitos do artº 91º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, na redacção dada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro e, dando cumprimento ao artº 16º do Decreto – Lei nº 442/91, de 15 de Novembro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 6/96, de 31 de Janeiro, se realiza no próximo dia 28 de Setembro de 2011, pelas 20 horas, no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, a sessão ordinária da Assembleia Municipal, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

Período Antes da Ordem do Dia

Ordem de Trabalhos

1. Informação do Presidente da Câmara, em cumprimento da alínea e) do n.º 1 do art.º 53º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a nova redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro;

2. Derrama/ Participação variável no IRS;3. IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis – Taxas;4. Taxa Municipal dos Direitos de Passagem para 2012;5. Regulamento dos Transportes;

Período de Intervenção do Público

E para constar, se lavrou o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afi xados nos lugares públicos de estilo.

Paços do Município de Sardoal, 15 de Setembro de 2011

O Presidente da Assembleia MunicipalMiguel Jorge Andrade Pita Mora Alves

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jornaldeabrantes

SETEMBRO2011 SAÚDE 23

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEMDE ABRANTES

Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

CONSULTAS POR MARCAÇÃOACUPUNCTURADr.ª Elisabete SerraALERGOLOGIADr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa MartaCARDIOLOGIADr.ª Maria João CarvalhoCIRURGIADr. Francisco Rufi noCLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio - Dr. António PrôaDERMATOLOGIADr.ª Maria João SilvaGASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia SequeiraMEDICINA INTERNADr. Matoso FerreiraNEFROLOGIADr. Mário SilvaNEUROCIRURGIADr. Armando LopesNEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João PinhelOFTALMOLOGIADr. Luís CardigaORTOPEDIADr. Matos MeloOTORRINOLARINGOLOGIADr. João EloiPNEUMOLOGIADr. Carlos Luís LousadaPROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia GerraPSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;Dr.ª Maria Conceição CaladoPSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima PalmaUROLOGIADr. Rafael PassarinhoNUTRICIONISTADr.ª Carla LouroSERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria JoãoTERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

Menos sal e mais têmpero!SAÚDE É ... Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Publica do ACES do Zêzere

Em Portugal, consome-se o dobro da

média europeia de sal e também se ve-

rifi ca a maior taxa de incidência de Aci-

dentes Vasculares Cerebrais (AVC) e can-

cro do estômago da Europa. Neste caso,

aplica-se a expressão “Eu não tenho

medo de morrer, mas sim de sofrer…”,

são doenças que nem sempre matam

mas que retiram qualidade de vida.

Sabemos que uma dieta pobre em sal agora, irá ajudar no controlo da Hiper-tensão Arterial, traduzindo-se em redu-ção de AVC no futuro. Não fumar, fazer exercício físico, consumir bebidas alcoó-licas com moderação, tratar o colesterol e a diabetes, são atitudes que devem ser adoptadas para reduzir o risco das do-enças cardiovasculares.

A Organização Mundial de Saúde, re-comenda um consumo diário de sal até 4 gr para hipertensos e até 6 gr para a população em geral, o equivalente a co-mer uma “carcaça de pão” com fi ambre e mais nenhum sal o restante dia. O consu-mo de sal em Portugal, ronda em média,

13 a 17 gramas, o que signifi ca que te-mos um longo caminho a percorrer para manter a nossa saúde e longevidade.

Então, como fazer para reduzir a inges-tão diária de sal?

Ler os rótulos e sempre que este indi-que gramas de cloreto de sódio ou só-dio, é sal! Grande parte do sal que con-sumimos vem dos alimentos confec-cionados fora da nossa cozinha: (pão, enchidos, enlatados, aperitivos, mantei-gas, queijos, caldos de carne, refeições

pré-feitas …). Escolha os alimentos que têm menor teor de sal, inclusivamente nas águas minerais. Reduza progressi-vamente a adição de sal na confecção da comida e tempere só no fi m do co-zinhado. Se põe “um punhado” de sal na panela, transfi ra essa quantidade para uma colher e retire uma “pitada” de volta para o saleiro, repita este procedimento sempre que cozinha e vá retirando uma “pitada” cada vez maior até que consiga cozinhar sem sal! Se tem crianças a co-mer consigo isto é particularmente im-portante. Não desista, nem coloque o saleiro na mesa. É uma forma progres-siva de habituar o paladar. Ao mesmo tempo que vai reduzindo a quantidade de sal, vá aumentado a quantidade de ervas aromáticas ou temperos, de acor-do com a refeição.

Aceite a sugestão: Prefi ra o uso de er-vas aromáticas em vez do sal. A sua saú-de agradece!

Nuno BarretaEnfermeiro Especialista da Unidade

de Saúde Pública do ACES II – Zêzere

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