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ANITA E A PIDE...

Tinha a Anita aí os seus 6 anos quando, um belo dia, enquanto brincava no jardim da casa da avó, foi visitada pela “Pide”. A Anita já tinha ouvido falar na Pide e uma amiga tinha-lhe explicado que a Pide eram uns homens maus que mandavam em toda a gente. Desconhece-se se aquela visita terá sido encomendada por Salazar uns anos antes, já que diz-se, era um homem com visão de futuro, e que poderá ter antecipado a influência nociva destas crónicas na sociedade portuguesa. Corria, então, o ano de 1972, quando dois senhores engravatados surgiram no portão da avó e abordaram a Anita, mais ou menos desta forma: - Olá pequenita! A Anita estava avisada para não dar conversa a estranhos e olhou-os desconfiada, respondendo timidamente: -Olá… - Então tu vives nesta casa com quem? – perguntou o “Pidoso” tentando ser simpático. - Com os meus pais, os meus irmãos e a minha avó… - Ah, muito bem. E diz-nos, tu costumas ver televisão? A palavra “televisão” fez soar o alarme na cabecita da Anita. Os pais tinham avisado para responder sempre que não tinha televisão caso alguém lhe perguntasse isso, caso contrário viriam uns homens maus que levariam a televisão para sempre. Ora, depois da conversa com a amiga, a Anita deduziu que esses homens maus eram da Pide.

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- Não – respondeu a Anita – Não tenho televisão. - Hmm, e desenhos animados, costumas ver? Desavergonhados, exploradores de criancinhas, maquiavélicos… - Sim! – respondeu prontamente a Anita – recordando os momentos divertidos que os desenhos lhe proporcionavam. - Então, mas se não tens televisão, como é que vês os desenhos animados? A Anita percebeu naquele momento que estava na presença dos “homens maus”, o seu coraçãozito bateu acelerado perante a ideia de lhe levarem a televisão. Ficou atrapalhada, engasgada e fez o que sabia fazer melhor… Abriu a boca até trás e começou a chorar. Mas abriu tanto a boca e desatou a chorar tão alto que os dois homens olharam um para o outro, parecendo não saber o que fazer. O pai da Anita, surgiu, seguro como sempre, no cimo das escadas e dirigiu-se aos homens: - Desejam alguma coisa? Os homens responderam: - Sim, somos fiscais audiovisuais. Temos que verificar que não existe nenhuma televisão nesta casa, pois como sabe, caso exista, teremos que a levar, uma vez que não paga taxas. A Anita estava em pânico. Apetecia-lhe bater na “Pide” que se preparava para lhe levar a sua adorada televisão. O pai respondeu: - Já cá estiveram, mas estejam à vontade para verificar – e fez-lhes sinal para passarem à sua frente. Assim, que os homens passaram, o pai da Anita olhou para ela e fez-lhe sinal para não abrir a boca, colocando o indicador verticalmente em frente à boca. A Anita não percebeu grande coisa do que se passou a seguir, mas quando chegaram à sala, a televisão não estava lá. Em lugar dela, um paninho de renda feito pela avó, decorava a mesa, sob uma jarra de hidranjas frescas. Os homens ainda quiseram ver outras divisões, mas não avistando nenhuma televisão, acabaram por desistir, despediram-se e foram-se embora. Quando saíram, a avó e o pai explicaram à Anita que a avó tinha avistado os homens pela janela e apercebendo-se que perguntaram pela televisão, apressou-se a escondê-la e a apagar os sinais da sua existência. A Anita perguntou ao pai:

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- Pai, porque é que a Pide não quer que as pessoas vejam televisão? O pai olhou para ela, riu-se e respondeu: - A Pide? Onde foste buscar essa ideia…? Vá, vai lá pedir à avó que te ligue a televisão que vai dar a Pipi. A Anita foi. Mas o pai que não pensasse que a enganou. A Anita sabia muito bem que os fiscais da televisão eram da Pide. E desenganem-se aqueles que pensavam que as funções da Pide se restringiam à fiscalização de estrangeiros, da sua entrada ou permanência ilegal em território nacional, ou aos crimes de emigração clandestina, ou até aos crimes contra a segurança exterior e interior do Estado. Não! A Pide existiu em Portugal para evitar que a Anita e as outras criancinhas da mesma idade vissem a Pipi das Meias Altas. Essa é que é essa…! Pelo menos assim pensou a Anita até ao 25 de Abril de 1974, já que depois desse dia, a televisão ficou tão chata, mas tão chata, que raramente passava desenhos animados ou a Pipi, e só o que se via eram homens armados e engravatados a falar e a gritar “viva Portugal, viva a Liberdade!” e às vezes falava devagarinho e com voz grossa um senhor com um fato cheio de medalhinhas e que estava sempre carrancudo, que mais tarde soube tratar-se do General Ramalho Eanes. A Anita até tinha gostado daquele dia 25 de Abril. Não tinha havido aulas e vieram todos mais cedo da escola. As pessoas gostaram tanto de sair mais cedo das escolas e dos trabalhos que gritavam a bons pulmões “Viva Portugal, viva o 25 de Abril!” Mas depois disso, a televisão mudou… eram tão chatos aqueles políticos a falar, que um dia a Anita chocou o pai ao dizer-lhe: - Pai, tenho saudades da Pide…! “Se deixássemos as crianças crescerem como são, teríamos somente génios.” (Goethe)

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1980

1980…para além de ter sido o ano de nascimento deste vosso amigo, foi também o ano de “Another Brick In The Wall” dos Pink Floyd, de “Crazy Little Thing Called Love” dos “Queen” e de “The Winner Takes It All” dos Abba. Pronto, penso que não preciso dizer mais nada, musicalmente falando, claro, para vos dizer o quanto este ano foi importante. Só com estes três títulos acima mencionados, penso que já chega! Não?! Ainda querem mais? Pronto, então aqui vai: Este ano foi também abalado pelo “Grito de Alerta” de Maria Bethânia e pela beleza estonteante da “Lady” de Kenny Rogers. Os Air Supply, coitados, estavam “All Out Of Love” e a Elis Regina estava obcecada com a ideia de entrar em contacto com extraterrestres! Era frequente ouvi-la dizer nos palcos “Alô Alô Marciano” em frente a milhares de pessoas. Coisas da vida… 1980 foi também o ano em que Olivia Newton John fez “Magic” e que Diana Ross virou a sua vida “Upside Down” á conta desta musica. A Blondie. por esta altura, sempre que me via quando passava por Gondomar, gritava do interior da sua limousine: “Call Me!”. Esqueceu-se foi de me dar o número… Enquanto a Gal Costa anda para a frente e para trás a brincar com o seu “Balancê”, Rita Lee “Chega Mais” uma vez ao topo da música

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brasileira com esta canção. Mas quem tinha apenas “20 E Poucos Anos” e já era um artista no Brasil era Fábio Jr. Há que dar valor… Houve uma altura, admito, que gostava mais da música de Leo Sayer “Even More Than I Can Say”… e depois passou-me. Ah, e já agora: Alguém hoje em dia “Survive” á música de Jimmy Buffet? É que na altura que saiu, ela tinha um sabor amargo a “Doce de Pimenta” da Olivia… Mas claro que nesta altura havia também pessoas com uma excelente “Wave” musical, mal era! O João Gilberto é um bom exemplo de quem a teve… e não digo que o Djavan não a tivesse! De forma alguma! Acho é que a ele estava “Faltando Um Pedaço” para alcançar esse mesmo nível. Já agora… lembram-se do Gilliard? Consta-se que a música dele, neste ano, foi um “Fracasso”. Mas não se pode ganhar sempre, não é? O mesmo já não se pode dizer de Irene Cara, que por esta altura só pensava mesmo em alcançar a “Fame”. E claro que a conseguiu… Pronto… mais uma vez vou-vos deixar de “Coração Bobo” com a minha despedida. Mas lá terá de ser! Mas “Desesperar Jamais” como diria a Simone, não é? Por isso, meus amigos, “Shine On”! Por entre os vossos chorosos e soluçados “Please Don´t Go, despeço-me de vocês com um “Sol De Primavera” nos olhos… porque, no fundo, “Só Nos Resta Viver”, como diria Âgela Rô Rô… Bye!

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“MATRÍCULAS”

Em finais da década de 70 e inícios da década seguinte, havia um entretenimento infantil digno de ombrear com qualquer videojogo dos dias de hoje: coleccionar matrículas de veículos automóveis. Nem mais! Bizarro? Sim, inquestionavelmente. Mas divertido, muito divertido. Reunia-mos aos 3 ou 4 e lá íamos a correr para o cimo da ponte que ficava por cima auto-estrada (A1, ali entre a Madalena e Vilar do Paraíso) para, de caderno A4 de capa preta na mão, ter a destreza de anotar o maior número de matrículas dos veículos que passassem pelos nossos olhos. Isso, nem mais, víamos os carros, camiões e camionetas que passavam por nós e, “de gás”, anotávamos as suas matrículas, as que conseguíamos. O objectivo, como se imagina, era o de conseguir reunir o maior número de matrículas possível no espaço de tempo determinado para esse “passar-do-tempo”. - Quantas matrículas tens tu? (coleccionar mais de 100 matrículas era fantástico)

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- Essa não passou. A que passou terminava em 45. Inventaste! (não eram raras as vezes em que aldrabávamos números ou letras, por não conseguir anotar atempadamente todo o fluxo rodoviário que nos “ultrapassava”, principalmente quando passavam mais do que uma viatura ao mesmo tempo) E em cerca de uma hora, lá nos entretínhamos, e muito, a dar tinta às páginas do caderno que, em horário “laboral”, servia para lá se inscrever (também) o que aprendíamos na primária e no ciclo preparatório que frequentávamos nessa pré-adolescência. Na aproximação ao secundário, as matrículas mantiveram-se, mas com outra sofisticação. Apostávamos em conjuntos de duas letras (das matrículas) e, entre a paragem do autocarro que nos deixava a cerca de 1 km da escola de Valadares, se passasse algum carro com as letras escolhidas, lá teríamos que carregar com os livros e cadernos (mochilas) dos outros que, connosco, faziam esse percurso a caminho das aulas. (eu, geralmente, safava-me, porque escolhia as letras “MX”, as quais estavam relacionadas exclusivamente com veículos militares, os quais não faziam amiúdas vezes aquele nosso percurso) Nos dias que correm, sabemos, nenhum “catraio” se atreveria a fazer estas “figurinhas”, especialmente por não acreditarem no prazer que isto dava, na falta de melhor, claro.

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BOY GEORGE

Quem nunca teve dúvidas quanto ao género sexual desta alma, lance a primeira pedra! Ambíguo, muito ambíguo meus senhores!! Estive anos com dúvidas se aquilo que me entrava pelos ecrans dentro, durante aquele programa que dava às 18h e que agora infelizmente eu não me lembro o nome, era gajo ou gaja! É pá não me lixem, só no dia em que o vir em pelota é que esta dúvida se vai dissipar com toda a certeza! É que o gajo(a) dá uma gaja linda, capaz de meter num bolso muito camafeu de saias!! A tua sorte filho, é que cantavas muito bem e, portanto, mesmo assim com esse arzinho de ET tiveste direito a forrar algum dos meus livros escolares. À frente dos Culture Club deste vida a algumas belas canções, que eu continuo a cantarolar e, quer queiramos, quer não, és um dos grandes representantes da década de 80!! Muito dancei eu ao som de Karma Chameleon!!! Diz a Wikipedia que o teu grande sucesso foi "Do You Really Want to Hurt Me", eu contesto!! Apesar dessa musica ser das mais carismáticas e belas que protagonizaste, nada nos punha a mexer como Karma Chameleon! É com ela que vos deixo. Eu, vou ali procurar um comboio e já volto! Beijinhos, abraços e outras manifestações de carinho, P.S. By the way, agora já tens mais ar de homenzito, mas francamente acho que prefiro a versão ambígua! Credo, que visão do Demónio, logo de manhã hahahaha

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"BONECA DE PANO”

Turututu… turuturu…. Marmelada de banana, Bananada de goiaba Goiabada de marmelooooooo … Turututu… turuturu…. Boneca de pano é gente, Sabugo de milho é gente, O sol nascente é tão beloooooo Sim e vamos até ao Sítio do Pica-Pau Amareloooooo. Não sei se posso considerar como desenho animado visto que eram pessoas que narravam estas histórias, mas que quando eu era pequena gostava, ai gostava, sim senhor. Tínhamos a Dona Benta, Tia Anastácia, Tio Barnabé, Narizinho, Zé Carneiro, a Emilia e a lista continua, para recordar as personagens que faziam parte deste conto. Dona Benta é uma senhora com alguma idade, com ela vive a Tia Anastácia e a neta Lucia (conhecida por narizinho) no Sítio do Pica-pau Amarelo. Lucia como se sente muito sozinha cria um mundo de fantasia que tem como personagem principal a sua boneca Emília e da imaginação de narizinho desenrolam-se todas as histórias, onde a

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fantasia se mistura com a realidade ou será a realidade que se mistura com a fantasia... Eu acho que foi com esta serie que alguém que eu conheço muito bem ficou com uma grande tendência de se vestir no Carnaval de boneca (só não posso dizer quem porque quando ler isto corro o risco de ter graves problemas). Eu acho que não tinha nenhum pica-pau amarelo (que eu me lembre) tinha um ou uma jacaré a Cuca, tinha fadas, tinha boneca de pano, tios, avos e muito mais mas não havia nenhum pica-pau amarelo. O Sítio do Pica-Pau Amarelo é uma criação do escritor infantil brasileiro Monteiro Lobato e o primeiro livro da série foi publicado em 1920, a primeira adaptação para TV aconteceu em 1952 e durou até 1962, a adaptação mais conhecida e exportada foi a da Globo em 1977 e chegou a Portugal em 1981. O sítio onde tudo é possível, quem não queria viver num sítio assim. Para relembrar ou ver pela primeira vez partilho o 1º episódio do 1º capítulo de 1977. Recordar o passado é bom mas criar novas recordações ainda é melhor. Vamos criar novas recordações para o amanhã, sendo felizes hoje (agora). Até à semana.

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"... EM 1972"

Este foi um ano “normal”, em que aconteceram coisas boas e outras nem por isso. Logo a abrir, a ONU declarou 1972 como Ano Internacional do Livro. E esta foi uma decisão que, não tenho dúvidas, agradou a muita gente. Pelo menos lá no meu Bairro, dava gosto ver como a gente falava com o Sr. Joaquim ou com o Sr. Guimarães, proprietários das duas mercearias lá existentes: “Quero um quartilho de azeite, ponha no livro faxavor” ou “a minha mãe pede 1 Kg de batatas, para assentar no livro”. E outras frases culturais do estilo… Também aconteceram grandes estreias no Cinema, entre outros “Cabaret”, com Lisa Minnelli e “O Padrinho” e “O último tango em Paris”, ambos com Marlon Brando. Mas como são todos para Maiores de 18, vou deixar os comentários para quem de direito… (risos) Falando de mim, quero dizer-vos que foi neste ano que apanhei a primeira de duas faltas disciplinares de toda a minha carreira estudantil. Ora, numa interessantíssima aula de Português, enquanto a professora falava, eu e a minha companheira de carteira estávamos muito concentrados… a jogar a batalha naval. E pimba, ambos para a rua que é para aprenderem. Também no desporto vivi uma experiência dolorosa. Eu explico: como a Escola Leonardo Coimbra Filho ficava mesmo nas traseiras do pavilhão do Infante de Sagres, era frequente passar por lá e ver os treinos que decorriam. Numa dessas ocasiões, perguntaram-me se sabia andar de patins. Eu que andava

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razoavelmente bem de patins e que tinha muito jeito a jogar com os sticks improvisados feitos de troços das couves, ao fim de pouco tempo estava inscrito na equipa de Hóquei em patins. Num dos primeiros jogos, deslocamo-nos ao pavilhão das Antas para defrontar os iniciados do FCP. Um dos craques da casa achou que eu tinha ar de quem gosta do stick (salvo seja!) e, nas três primeiras vezes que nos cruzamos, três pauladas ele me deu nas pernas. Ora eu, com um pau na mão, não haveria de defender-me? E lá levou ele com o stick no costado, para ver o que era bom. Uma cena de partir a moca. Eu é que, arrependido da minha atitude, nunca mais joguei Hóquei em patins… Mas voltemos aos acontecimentos no mundo: - No desporto, Eddy Merckx, para mim o melhor ciclista de todos os tempos, venceu pela quarta vez consecutiva a Volta a França. Nunca se livrou da fama de se dopar com gemadas feitas com Cristal preta. Até eu!.. - Ainda no desporto, durante os Jogos Olímpicos de Munique, onze atletas de Israel morreram, após um atentado levado a cabo pelo grupo terrorista Setembro Negro. Foi mesmo um dia negro para o desporto e para o ideal olímpico. - Na música, apesar dos lançamentos de álbuns de gente importante, o facto mais marcante do ano foi os Led Zeppelin terem sido impedidos de entrar em Singapura. O motivo alegado pelas autoridades foram os seus cabelos demasiado compridos. Ainda ofereci 5 escudos a cada um para cortarem o cabelo mas eles, orgulhosos, recusaram. - Na conquista do espaço, foi lançada a 7 de Dezembro a Apollo 17, a última nave a levar homens à Lua. Continua muita gente a andar na lua mas, caminhar por lá, isso já não. - Na secção de diversos, last but not least, de notar que foi em 1972 que a “Pide das televisões” visitou a Anita e tentou impedi-la de ver a Pipi das Meias Altas. Realmente… Não se faz! (risos) Beijos e abraços e até para a semana.

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“OS PARALELOS”

Costumo dizer que as ruas onde “nascemos”, na verdade, são o complemento e a extensão da nossa própria assinatura, principalmente quando vivemos nelas, nas ruas. Eu traduzo. Nos meus tempos de criança a catraio, década de 70, muitas das primeiras experiências de vida aconteceram na Rua da Pitada (a minha rua). E isso merece destaque porque foi graças a essas experiências que me “construí” enquanto ser pensante. E isso, pelo menos para mim, merece destaque porque, no tal tempo, vivia-se na rua e para a rua, por ela ser o nosso palco, a nossa escola, o nosso mundo. E foram inúmeras as horas ganhas a jogar futebol, a andar de bicicleta, a pedir uma “moedinha” para o Santo António, a pré-namorar, a namorar, a ouvir os berros do: “Anda para casa!”, e muito mais. No fundo, nessa altura, todos crescíamos entre dois paralelos, fossem eles os que, por exemplo, faziam de baliza num jogo de futebol ou os pontos de partida e de meta de tudo o que concretizámos ao longo desses anos, principalmente numa altura em que os “penantes” nos faziam colocar pés ao caminho, por convicção, sonho ou necessidade. A rua, ou melhor, a nossa rua, é e será para sempre o ponto de partida para quem fomos, somos ou viremos a ser, se soubermos não lhe virar as costas, mesmo que já lá não moremos.

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Pois... em boa verdade vos digo que hesitei em trazer-vos de novo a 1980, mas acho que era inevitável (e talvez não fiquemos por aqui...) – creio que, pelo menos os leitores da minha geração não deixarão de concordar, se derem uma olhada nos lançamentos discográficos deste, diria musicalmente mítico, ano. Pouco depois de a RTP ter iniciado a sua emissão a cores, ficaria eu (e todos os outros fãs da “Guerra das Estrelas”) suspenso com o contra-ataque do Império... suspenso ficaria também durante o tempo em que – numa das mais históricas finais de Wimbledon –, (‘Ice’)BORG e McENROE me fizeram, pela primeira vez, passar horas em frente da televisão a ver uma partida de ténis; e muitas horas se passaram também, em todo o mundo, às voltas com o Cubo de Rubik – quantos não parecemos então o “Rapaz do Cubo Mágico” que LARA LI cantaria no ano seguinte? Sem que eu próprio saiba muito bem porquê, o disco de hoje, ainda que constantemente adiado, foi o primeiro de que me lembrei quando iniciei estes escritos; talvez porque nunca me esqueci da capa e do título, ou porque, já cansado dos estrondosos sucessos do ano anterior – sim, confesso que já não podia ouvir o “Message in a Bottle”... –, foi o que me “reconciliou” com a banda – e sim, já perceberam, trago hoje comigo THE POLICE e “Zenyatta Mondatta”. Por detrás de tão estranho título – que mais não é, afinal, do que algo que soa bem... – estão alguns dos temas que confirmaram o planetário sucesso da banda; é o que sucede logo com a abertura, a cargo de “Don’t Stand So Close to Me”, muito bem conseguida mistura

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de ‘pop’ e ‘reggae’, onde se “re-escreve” a história de “Lolita”, num tema que ainda hoje reconhecemos aos primeiros acordes e que nos põe a mexer de imediato... O activismo político pelo qual STING é também hoje conhecido dava os seus primeiros passos nos acordes de “Driven to Tears”, que dá voz à revolta contra a fome no Biafra, que – ontem como hoje, em demasiadas paragens – pontuava nos ecrãs das televisões ante uma “primeiro-mundista” indiferença, aí criticada mas que como que serve de refúgio do caos num dos mais compridos títulos de canções que conheço: “When the World is Running Down, You Make the Best of What’s Still Around”. Esse ‘engagement’ voltará, aliás, a marcar presença em “Bombs Away”, onde um som mais “exótico” abriga a preocupação que a invasão soviética do Afeganistão trazia ao mundo ocidental. “Zenyatta” é também atravessado por uma certa crítica da contemporaneidade, seja nos acordes do ‘reggae’ que – se o povoa (quase) todo –, marca bem presença em “Man in a Suitcase”, seja na ironia mais subtilmente escondida na lírica do (aparentemente) ligeiro “Canary in a Coalmine”, ou nos ecos mais africanos de “Shadows in the Rain”, que hão-de ainda reverberar no semi-instrumental “Voices Inside my Head”. Puramente instrumentais são “The Other Way of Stopping” e a (para mim) fascinante orientalidade de “Behind my Camel”, acerca do qual vale a pena referir que, mesmo se STING o detestava, viria a vencer um “Grammy”. Reservei para o final uma espécie de “acto de contrição”: é que, mesmo gostando do tema, não deixava de me fazer sorrir a simplicidade do inconfundível ‘hit’ “De Do Do Do, De Da Da Da”, que serve, afinal, de veículo a considerandos sobre a linguagem e a comunicação – que pode falhar quando julgamos que uma música se faz apenas do refrão... Até p’rá semana – sem falhas de comunicação, esperemos... ‘over and out’!

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“SOLIDARNOSC”

Nos inícios da década de 80, ventos de mudança começaram a soprar na Europa de Leste, para lá da “Cortina de Ferro”. Foram ventos que sopraram tão fortes que, no final dessa década, acabaram por derrubar o Muro de Berlim e, com ele, o bloco comunista… Mas a crónica de hoje tem lugar na Polónia, mais precisamente em Gdansk, uma cidade portuária com cerca de meio milhão de habitantes, Foi aí que, em Agosto de 1980, surgiu o primeiro sindicato livre do mundo comunista – o Solidariedade, liderado por Lech Walesa, um electricista que trabalhava nos estaleiros navais “Lenine” desde finais da década de 60. O Solidariedade foi responsável pela organização da maior vaga de greves da história do movimento operário, que reivindicava melhores condições de vida e de trabalho e exigia mais liberdade. A Polónia paralisou e o movimento assumiu proporções nunca antes vistas em nenhum outro país. O poder político cedeu e os muitos milhares de trabalhadores acabaram por ver satisfeitas as suas reivindicações. Perante estes acontecimentos, a invasão soviética esteve iminente. Então, o Ocidente mobilizou-se para impedir a ocupação militar da Polónia e o Papa João Paulo II escreveu a Brejnev apelando ao recuo

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das tropas. Os soviéticos recuaram, mas a chegada ao poder do general Jaruzelski, trouxe consigo a instauração da lei marcial, a ilegalização do Solidariedade e a prisão dos seus dirigentes. Lech Walesa acabaria por ser libertado em 1982 e agraciado com o Prémio Nobel da Paz em 1983, reconhecendo, deste modo, o seu papel de activista dos direitos humanos na sua Polónia natal. No final da década de 80, após negociações com o governo, o Solidariedade saiu da clandestinidade. Nessa altura, o desmoronamento do bloco de leste e a democratização do regime, conduziram à realização de eleições livres e Lech Walesa foi eleito presidente da Polónia, cargo que ocupou entre 1990 e 1995. Olhando para o percurso de Lech Walesa, um simples operário dos estaleiros de Gdansk, o tanto que ele conseguiu enquanto líder do Solidariedade, não consigo deixar de pensar nas palavras de José Luís Peixoto: “O impossível de antes sempre foi possível, apenas não tinha acontecido que alguém tivesse sido capaz de chegar até ele. Faltava a quantidade de pessoas que acreditaram, que perseguiram o filão até o demonstrarem e construírem.” Creio que, qualquer dia, novos ventos de mudança soprarão, desta feita na Europa Ocidental. Oxalá, a nossa condição nos permita continuar a acreditar que o impossível se pode tornar possível…

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“PASSEIOS ESCOLARES”

Os passeios de escola, principalmente os da primária e da secundária (não me lembro de nenhum no tempo da escola preparatória.), eram marcos marcantes na nossa infanto-juventude, ao ponto de se contarem os dias que nos levariam até esse(s) dia(s). - Era ou não era giro ir visitar as fábricas de chocolates ou de lápis? (primária) - Era ou não era interessante a troca de lugares nas “camionetas Auto-Pluman” na tentativa de arranjar um namoro de última hora, depois de ver (sem ver) as “Amendoeiras em Flor”? (secundária) Os passeios escolares, para mim, ocupam e ocuparão um lugar interessante no poço da memória. Desde os comprimidos para o enjoo, que eu demorava uma eternidade a engolir (ainda me custa engoli-los, a todos), passando pelo ter que se seguir à risca (sem se seguir) o que os “profs” nos diziam pelo “microfone do motorista” em cada partida e, claro, sem esquecer os refrões gritados até à exaustão, em jeito de final de festa (passeio), com especial destaque para o célebre: “Senhor motorista, por favor, carregue no acelerador”.

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Todos os (meus) passeios escolares tinham também uma missão que me dava especial prazer: comprar “prendas” para a família e amigos mais próximos, prendas essas que, como aconteceu com todos, julgo, eram compostas por aqueles objectos com o nome das terras que visitávamos nos itinerários de sempre. (onde andarão esses objectos de “culto” que não terão ido parar ao lixo?) Os passeios escolares, sejamos honestos, por mais que os gozássemos, porque os gozávamos (por os acharmos pirosos), eram interessantíssimos, principalmente por nos transportarem para outros ambientes, algo que permitia um socializar diferente e substancialmente interessante, quando comparado com o recreio. E isso – o gostar-se mesmo de ir a estes passeios - comprova-se com o facto de quase não dormirmos no(s) dia(s) anteriore(s), só para não o(s) perdermos por nada, fosse em função de um objectivo (sonho) amoroso ou, simplesmente, porque era diferente. (Quantos de nós faltaram a um destes passeios? Ninguém?!) No meu caso, os passeios escolares assumiram um papel importante principalmente na secundária António Sérgio, ao ponto de ter organizado vários, os quais tinham sempre “profs” como passageiros, já que “acalmavam” os pais dos outros passageiros. E na memória, são vários os que mantenho bem vivos, com destaque para aquele em que celebrei um dos meus aniversários (foi feito com esse propósito), terminando o percurso num bar-discoteca, já em Vila Nova de Gaia, depois de muitas emoções, principalmente depois de o motorista, a pedido, ter apagado as luzes do “Auto-Pluman” que conduziu ainda melhor depois de receber um chapéu recheado de “gorjetas”.

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PALÁCIO DE CRISTAL / PAVILHÃO ROSA MOTA

Os Parques e os Jardins do Palácio de Cristal são um agradável espaço verde localizado na freguesia de Massarelos, em plena cidade do Porto, a partir do qual se desfrutam deslumbrantes panorâmicas do rio Douro e do mar. Estes jardins românticos foram projectados na década de 1860 pelo paisagista alemão Emílio David, para envolver o então Palácio de Cristal, actualmente substituído pelo Pavilhão Rosa Mota. A localização deste edifício sobre o Douro dá-lhe o poder de dominar um vasto horizonte, que abrange parte da cidade, a vizinha cidade de Gaia e a maravilhosa Foz do Rio Douro, um panorama sem rival, que não se consegue descrever mas do qual os olhos não se cansam de mirar. Actualmente e preservando no coração da cidade um lugar de grande atracção turística, o Pavilhão dos Desportos é um lugar de passeio das famílias Portuenses, principalmente aos domingos. Na parte inferior do parque foi construído um parque infantil e um pré-fabricado que tem como função receber as crianças e proporcionar-lhes momentos de alegria e divertimento em constante contacto com a natureza.

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