JACKPOT Magazine - 35, 10 Mar 2013

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“MINI” Não me estou a referir à cerveja mini, até podia estar a referir-me à namorada de longa data do desenho animado que trago hoje mas teria de ter escrito Minnie, por isso, mini é mesmo a crónica de hoje que é muito “piquinina”. Como ultimamente tenho sido levada a “lidar” com ratos, eles de vez em quando surgem nas nossas vidas… O desenho animado que vos trago faz este ano 85 anos e ninguém o diria, o ratinho mais simpático que conheço o Rato Mickey. O Rato Mickey foi criado em 1928, pela Disney e o desenhista norte-americano Ub Iwerks, acho que este desenho animado não necessita de grandes apresentações além de ser um dos mais conhecidos em todo o mundo. Digamos que com 85 anos, o Rato Mickey continua jeitoso para as curvas, (pelo menos ainda não apareceu de andarilho nem bengala), se calhar afinal não são os gatos que têm 7 vidas e sim os ratos. Lembro-me (mais uma vez) de ler as histórias em quadradinhos e depois de ver na televisão no Clube dos Amigos Disney em 1986. O Rato Mickey foi ainda personagem no filme Disney Fantasia lançado em VHS 1991 e o Mickey Christmas Carol “Um conto de Natal” lançado em VHS em Portugal em 1987. Partilho convosco uma parte do filme Fantasia, espero que gostem, sendo que o


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filme estreou em Portugal em 1942, eu não sei porque mas só me lembro dele em VHS. Afinal um pouco de fantasia nunca fez mal a ninguém (acho eu). Recordar o passado é bom mas criar novas recordações ainda é melhor. Vamos criar novas recordações para o amanhã, e sejam felizes hoje (agora). Beijinhos


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“...EM 1991” Bem podemos dizer que 1991 foi o ano dos colapsos. O primeiro colapso aconteceu com o Iraque de Saddam Hussein, durante a primeira Guerra do Golfo, entre 17 de Janeiro e 28 de Fevereiro. Saiu-lhe cara a invasão do Kuwait e a ousadia de mexer com o “equilíbrio” dos poderes do petróleo, este sim o verdadeiro motivo da intervenção da “Comunidade Internacional”. Não fora isso e, estou certo, o Kuwait seria ainda hoje a 19ª província do Iraque… Mas que dizer do completo desmoronamento da União Soviética? Depois de muitos tumultos, golpes e contra-golpes, eis que, entre Abril e Dezembro, todos os quinze Estados daquela antiga superpotência se tornam independentes. Era o colapso de um colosso. E, finalmente, o fim da Guerra Fria. Entretanto, a 15 de Março, morria Marcel Lefebvre, arcebispo católico que se tornou conhecido por não aceitar as reformas saídas do Concílio Vaticano II. Opunha-se à liberdade religiosa e ao ecumenismo, afirmando que a Igreja não deveria enveredar por estas “modernices”. Feitios… Se bem que também tivesse o seu feito, o arquitecto Edgar Cardoso concebeu a belíssima ponte de São João, inaugurada propositadamente a 24 de Junho, dia do Santo com o mesmo nome, que o Porto (e Gaia, pois claro) tanto festejam. Esta nova ponte ferroviária veio substituir a velhinha ponte Maria Pia, acabando com os medos que provocava a travessia do Douro a “passo de caracol”. Eu, confesso, até gostava da aventura… mas agora é outra loiça, tanto em segurança


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como em rapidez. Rapidez, técnica, inteligência e querer mostraram os nossos meninos, que se sagraram Campeões do Mundo de Sub-20 em Futebol. A final, contra o Brasil, foi ganha nos penaltis. Difícil mas justo. E foi o delírio. Campeões do Mundo duas vezes seguidas é obra! Menos exuberante mas não menos importante, foi a colocação em órbita, pelo vaivém Discovery, de um satélite que foi medir a dimensão do buraco do ozono, que tanto preocupava os cientistas. Um dia destes será lançado um outro satélite, cuja missão será medir o buraco orçamental de Portugal. Verdadeiramente astronómico! Hoje ficou para o fim o que de pior (me) aconteceu em 1991. A 24 de Novembro morria Freddie Mercury, vítima de SIDA. E o (meu) mundo tremeu. E chorou. Como se tivesse perdido um irmão. Foram muitos anos de companhia constante, de admiração incondicional, pelo artista e pela banda. Apenas o primeiro choque, porque Freddie Mercury é imortal. O melhor de sempre… para sempre. Beijos e abraços e até para a semana.


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Ofereço-vos outra dose – ainda que de efeitos temporários – do “elixir da juventude”, neste novo recuo de mais de três décadas, até 1982... MADONNA lançava o primeiro ‘single’ da sua carreira e todos nós (ou os cinéfilos, pelo menos) trazíamos na boca uma curta, mas memorável frase: ‘E.T. phone home’. Já relembrei alguns dos seus acontecimentos – sim, também este ano é um “cromo repetido” nestas linhas –, mas sempre cabe lembrar que o ano do prematuro desaparecimento de ELIS REGINA foi também aquele em que a revista Time elegeu como personalidade do ano o computador – e talvez ainda não avaliando bem a importância que viria a ter... Para mim, este ficaria para sempre na memória como o ano em que integrei pela primeira vez as fileiras do mercado de trabalho – era então bem mais fácil, já que apenas disse a uma colega, no final do 12º ano, que ia precisar de trabalhar para custear a faculdade e em Setembro já “bulia”, a 13 contos por mês... Corriam, pois, as minhas últimas e despreocupadas tardes dedicadas ao “Rock em Stock”, o programa de rádio do LUÍS FILIPE BARROS que era a minha “missa” diária de cultivo musical, quando estes rapazes de Birmingham, de que conhecia então apenas uma (mas boa) música, lançaram o álbum de hoje – como no próprio se anuncia, ‘ladies and gentlemen, I give you...’ DEXYS MIDNIGHT RUNNERS e o seu “Too-Rye-Ay”. Depois do sucesso de “Geno” em 1980, a banda como que foi... refundada, para usar uma expressão tão glosada nestes nossos dias; pode, pois, dizer-se que o álbum põe em marcha um “Plan B”, tema que, no título e não só (inicia-se, na verdade, com as palavras de um outro, “Soon”) pode ilustrar a transição da sonoridade dos DEXYS – todo ele se faz de mudança, dum despojado início à convocação dos metais que eram já imagem de marca da banda, passando pela


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introdução das cordas que agora mais os caracterizam (e por acelerações que me fazem pensar nos MADNESS). E se a contagiante alegria de “Let’s Make This Precious” começa por “regressar ao lugar do crime”, o que também sucede com “I’ll Show You”, já “Celtic Soul Brothers”, com a apresentação que acima citei e o seu “more, please and thank you” – mais indícios de que estamos perante um “novo acto” –, e a predominância dos seus exuberantes violinos define bem a renovada essência da música do grupo. O ritmo abranda com “All in All (This One Wild Last Waltz)” – uma espécie de valsa, de facto, a lembrar-me as que pontuavam nos velhos ‘westerns’ –, com uns coros a “piscarem o olho” ao ‘gospel’, que se revela mais explicitamente em “Liars A to E”, e prossegue lento em “Until I Believe in My Soul”, que diria iniciar-se com uma viagem à Idade Média, mas com uma estranha (e acelerada) deriva pelo ‘jazz’. O ‘R&B’ marca presença divertida no agradecimento pela inspiração a VAN MORRISON, na ‘cover’ do seu “Jackie Wilson Said (I’m in Heaven when You Smile’)”, que até esteve para ser o ‘single’ de pré-lançamento do disco; mas essa honra – e em boa hora – caberia aos banjos e violinos que povoam o magnífico “Come on Eileen” – instrumentos do ‘folk’, uma batida irresistível e a característica voz de KEVIN ROWLAND (mais o “too-rye-ay”, que deu o título ao álbum) e... estava ganha a imortalidade! Embora seja essa verdadeira “assinatura” musical que fecha o álbum, para fechar e assinar guardei a dolência de outro dos meus temas favoritos: “Old”, o que amiúde me sinto quando empreendo estas viagens no tempo da música – mas prometo outro, ainda que breve, rejuvenescimento... ... p’rá semana!


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FESTIVAL VILAR DE MOUROS, 1982

Quem esteve lá? Os U2 estiveram pela primeira vez em Portugal na segunda edição do Festival de Vilar de Mouros de 1982. Bono, The Edge, Larry e Adam Clayton foram mesmo a grande revelação desse festival, que tinha como atração principal a banda Stranglers. Echo & The Bunnymen, Johnny Copeland e Durutti Column foram outras atrações. Relatos dizem que os U2 presenteou o público com uma grande atuação. Poucos se devem lembrar de tudo o que aconteceu em palco naquele dia e raros são aqueles que puderam assistir a esse espetáculo. Na parte final do concerto, Bono escalou as colunas de som e contagiado pelo ambiente de euforia que estava vivendo ali, gritou "a próxima vez que vocês forem a Dublin, me procurem". Naquela altura, o festival de Vilar de Mouros era um acontecimento internacional, pela qualidade e diversidade. Por entre convidados tão diferentes como Jafumega, grupos folclóricos ou os Pauliteiros de Miranda, atuou, a 03 de agosto, uma banda irlandesa. A banda chamava-se U2 e ainda hoje é a grande referência dos festivais de Vilar de Mouros. Para assistir aos concertos daquele dia, o público pagou 400 escudos, enquanto que a "assinatura" para todos os espetáculos ficava por 1.300 escudos. A aldeia de Vilar de Mouros, em Caminha, viu começar um festival de música que, durante nove dias, lançaria um novo conceito na organização deste tipo de eventos em Portugal. Era um festival emocionante, o público reagia muito, porque não estava habituado a este tipo de concertos. E como metia todo o tipo de música, era como que ecuménico, misturava tudo. António Barge, o médico que idealizou e organizou o festival de Vilar de Mouros de 1971, participou na organização da edição de 1982 e celebrizou, no seu


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lançamento, a frase: "Loucura, loucura controlada, sem medicamentos, nem coisas do género". Para Victorino de Almeida, essa "loucura" que se desejava acabou por dar lugar, nessa mesma edição, a uma "guerra" entre duas "fações". De um lado, estava quem queria manter esta linha de festival, mítico. Do outro lado, os que queriam o negócio. Os resultados estão aí... O festival voltaria a repetir-se assiduamente depois de 1996, mas já "tomado de assalto pelos empresários". Imagino o quanto impressionante deve ter sido assistir ao espetáculo de uma banda tão grande, que na altura ainda era pequenina, e ir seguindo o seu histórico percurso. É bom saber que os U2 já naquele tempo eram uma autêntica maquina de palco e de que Bono, ainda com aquela idade, não era um vulgar punk rocker. Porque os U2 são um caso único !


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