Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

download Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

of 15

Transcript of Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    1/15

    Mt 1,18-25

    O discipulado cristo segundo Mateus A figura de Jos (Mt 1,18-25)

    !u"licado e# Convergncia$% (2&&'n $*8) 58%-+&*

    !e Jalde#ir .it/rio 0J

    A figura de Jos pouco aludida nos eangelos can3nicos 0/ Mateus e 4ucasinsere#-no e# suas narratias1 A literatura ap/crifa cont# aluses a Jos, e# geral, co#

    preocupa6o apologtica centrada na concep6o irginal27a interpreta6o ""lica popular, Jos #uitas e9es redu9ido a u# po"re coitado .:-

    se #etido nu# imbroglio, do ;ual no cega a se dar conta us ? consist:ncia teol/gica rece"ida nos relatos eanglicos da orige# e dainf@ncia de Jesus, de #odo especial e# Mateus eto teol/gico-cate;utico #ateano u# papel releanteCste artigo prope-se a eDplicitar a fun6o narratia de Jos no eangelo de Mateus,

    to#ando co#o refer:ncia Mt 1,18-25 O pri#eiro passo consistir e# rele#"rar algu#asregras #ni#as de interpreta6o ""lica (1o ite#) etioisado por Mateus ao escreer o eangelo (2 ite#) 0e# ter e# #ente esse o">etio, torna-se i#possel captar a #ensage# eiculada nas rias cenas do escrito #ateano, consideradasindiidual#ente e e# con>unto Cstando Mateus interessado e# oferecer a sua co#unidade

    pistas para a i:ncia do segui#ento de Jesus, trata-se, ento, de es"o6ar as grandes linas dodiscipulado cristo presentes no eangelo ($oite#) Cstes pressupostos constitue# o pano defundo so"re o ;ual se situar u#a leitura preli#inar de Mt 1,18-25, "uscando-se eidenciar osentido de seus rios co#ponentes, tendo co#o foco a figura de Jos ('o ite#)$ 7u#atentatia de sntese e de siste#ati9a6o, sero elencadas as rias di#enses do discipuladode Jos, decorrentes da interpreta6o do teDto eanglico (5 o ite#) !or fi#, isando oscristos atuais, sero eDplicitadas as grandes linas inspiradoras do discipulado, se# olidaros desafios enfrentados por ;ue# se esfor6a para, no dia-a-dia, deiDar-se nortear pelo eDe#plodo discpulo Jos (+oite#)

    1A interpretao bblica e suas regras

    Muita gente arora-se e# intrprete do teDto ""lico, se# lear e# conta a eDist:nciade regras precisas de interpreta6o Eal ousadia er#en:utica te# sido causa de fre;=entesdesirtua6es do teDto sagrado, "e# co#o de #al-entendidos e conflitos desnecessrios 0/se pode dialogar a respeito do teDto ""lico, ;uando as partes se at:# ?s nor#as especficas deinterpreta6o Clencare#os, de for#a "ree, algu#as regras relatias ? interpreta6o dosteDtos eanglicos, lidas para o teDto e# ;uesto

    17os eangelos,Jos aparece eDclusia#ente no conteDto da genealogia, da orige# e da inf@ncia de Jesus, e#Mateus e 4ucas (Mt 1,18-25F 2,1$-2$F 4c 1,2*F 2,'1+F $,2$) Marcos no se refere a ele Joo fa9-le duasaluses na eDpresso Gfilo de JosH (Jo 1,'5F +,'2)2

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    2/15

    Mt 1,18-25

    Os evangelhos foram elaborados a partir de um projeto teolgico-literrio preciso

    cujo conhecimento constitui o primeiro passo da interpretao! 7enu# autor ""licotra"alou de #aneira desordenada e aleat/ria, pondo suas idias por escrito se# ter u# ru#o

    pr-deter#inado !elo contrrio, toda a literatura ""lica, e# suas partes e no con>unto, foiela"orada a partir de pro>etos literrio-teol/gicos inteligente#ente pensados C# fun6odestes, os te/logos-cate;uistas' selecionara# o #aterial disponel, escolera# as for#as

    #ais ade;uadas de trans#itir a #ensage# (g:nero literrio), retra"alara# suas fontes,insistira# e# certos te#as, dera# #aior ou #enor i#port@ncia aos personagens etc

    O sentido de cada percope"depende de sua funo narrativa decorrente do projeto

    literrio-teolgico do autor! C# teDtos narratios, co#o o caso dos eangelos, as percopesdee# ser relacionadas tanto co# o conteDto i#ediato ;uanto co# o con>unto do teDto co#o se fosse# parte de u# ;ue"ra-ca"e6a 0ua correta intelec6o depende de co#o foicorrelacionada co# as de#ais percopes, ou se>a, do seu lugar na narratia 4er u# teDtodesconectado do conteDto se#pre arriscado O leitor aca"a por pro>etar-le idias pr-conce"idas, se# escut-lo O teDto su"#etido aos capricos do leitor, ne# se#pre interessadoe# assu#ir a postura de ouinte, ta#"# se recusar a falar Lesulta# da falsas #ensagens,tidas na conta de erdadeiras

    #ara compreender o sentido dado pelo autor e no forar o te$to a di%er o &ue no

    di% necessrio estar atento 's palavras frases e e$press(es com as &uais um te$to ) tecido!Cle consiste nu# co#pleDo de palaras (leDe#as), de frases e eDpresses (sintag#as)

    organi9adas de for#a coerente (sintaDe) !ara depreender o sentido nele entranado, urge#ergular neste e#aranado e# ista de captar-le a l/gica interna Csta ser o resultado dosentido de cada palara, de cada eDpresso, de cada frase ;ue, no caso dos teDtos ""licos,escritos tantos sculos, pode nos escapar A escola dos er"os e dos te#pos er"ais, das

    preposi6es e con>un6es, da for#a de organi9ar o pensa#ento deter#inante para aprodu6o de sentido

    C# geral, te#os ? nossa disposi6o tradu6es ne# se#pre confieis A i#ensa

    #aioria das pessoas no te# acesso aos originais, escritos e# e"raico e grego C #es#otendo acesso aos teDtos antigos, #uitas e9es, i#possel recuperar o sentido eDato(se#@ntica) de deter#inada palara ou eDpresso, pretendido pelo autor+ C# todo caso,

    prudente eitar interpreta6es ing:nuas a partir de nossas tradu6es Cntre a tradu6odisponel (o sentido dado pelo tradutor) e o sentido cogitado pelo autor ""lico pode aeru# a"is#o C# to# de "rincadeira, di9-seK GEradutor traidorH

    .ale a pena recordar a o"sera6o encontrada no !r/logo do liro do Cclesistico(0ircida) O teDto original foi escrito e# e"raico por Jesus "en 0irac e tradu9ido para ogrego por u# de seus netos Cste se apressou e# esclarecer seus leitoresK G.oc:s estoconidados a ler co# aten6o e "eneol:ncia, perdoando se, apesar do esfor6o, no conseguitradu9ir "e# algu#as eDpresses Be fato, as coisas eDpressas original#ente e# e"raico no

    t:# a #es#a for6a ;uando tradu9idas para outra lngua Nsso acontece ta#"# co# a 4ei, os!rofetas e os outros 4irosK so #uito diferentes na lngua originalH*mporta tamb)m observar &ue a correta compreenso de um te$to depende de sua

    correlao com outros te$tos! !or conseguinte, para interpretar u# teDto insuficienteresgatar sua tra#a interna O passo seguinte consiste e# pro>et-lo para al# de si #es#o eesta"elecer correla6es co# outras percopes, no @#"ito da o"ra onde est inserido(intrateDtualidade), e ta#"# co# teDtos de outros liros ""licos e eDtra""licos

    'A eDpresso Gte/logos-cate;uistasH su"lina o fato de os autores ""licos sere# #oidos por preocupa6esteol/gicas e pastorais Nnteressa-les, so"re#aneira, a f iida por suas co#unidades e seus desafios5unto #aior,

    possel captar-le u# sentido co#pleto Mt 1,18-25 u#a percope, se>a de Mt 1-2 (o eangelo da inf@ncia),se>a de Mt 1-28 (o eangelo co#pleto)+7a ci:ncia da interpreta6o ""lica, eDiste# teDtos classificados co#o cru$ interpretum(cru9 dos intrpretes),cu>os sentidos so o">eto de disputa entre os especialistas

    2

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    3/15

    Mt 1,18-25

    (eDtrateDtualidade ou interteDtualidade) Cstas inter-rela6es oferece# ao leitor-intrpretepistas aliosas, tanto eDegticas ;uanto er#en:uticas

    #or fim leve-se em considerao &ue ao escrever o autor bblico tem em mente um

    determinado p+blico ,leitor pressuposto e subentendido cuja conduta pretende influenciar

    ,pragmtica! uando u# te/logo-cate;uista ""lico dispe-se a escreer, #oido porpreocupa6es pastorais "e# de#arcadas 7enu# liro ""lico foi escrito de for#a

    despreocupada e desenga>ada, para deleite do autor 7a sua ;uase totalidade, os liros ""licosfora# escritos e# #o#entos de crise da co#unidade de f, e# distintas circunst@ncias de suaist/ria, co# o fito de a>ud-la a superar as tri"ula6es, #antendo ia a f e# Beus

    C# outras palaras, os teDtos ""licos t:# prop/sitos prticos, ligados ? ida de seusleitores originais e pri#eiros destinatrios Cstes "uscaa# no teDto u#a lu9 para a suaca#inada Cra ;uando se transfor#aa, deeras, e# !alara de Beus e passaa a serreconecida co#o tal

    A #ensage# do teDto ""lico, eDtrada o>e, dee de algu#a for#a estar relacionadaco# a #ensage# trans#itida nas origens 0/ assi# possel fa9er u#a espcie de Gfuso deori9ontesH entre os leitores-intrpretes atuais e os pri#itios uando isto acontece, a leiturado teDto ""lico torna-se #ais rica e esti#ulante 7o @#"ito da f, entende#os ;ue Beus falae nos aponta as eredas por onde so#os ca#ados a ca#inar

    Cstas so regras ele#entares para a leitura do teDto ""lico C# certos casos, ;ui6se>a# necessrias outras especficas e particulares i#portante no se arorar e# intrpretedo teDto ""lico apropriando-se dele de #aneira a"usia e irresponsel A o">etiidade doteDto eDige ser respeitada

    ugar os

    re"elados, cul#inando co# a destrui6o do Ee#plo de Jerusal# e a desarticula6o dalideran6a >udaicaBiante desta situa6o, por olta de 8& dudas#o, atras da unifica6o dos grupos re#anescentes dadestrui6o O #todo escolido foi o da unifor#i9a6o das prticas religiosas, fa9endo todasas correntes seguire# id:ntico padro de i:ncia da f Ruscou-se criar u# calendrioco#u# das festas, ela"orou-se u#a lista (c@non) dos liros ""licos, as liturgias fora#

    padroni9adasAs co#unidades crists, nos seus al"ores, entendia#-se co#o u# dos rios

    #oi#entos no @#"ito do >udas#o Cra# grupos de >udeus, inspirados nos ensina#entos enas prticas do Messias Jesus Ba o e#peno do #oi#ento restauracionista de fa9:-las

    aderir ao pro>eto de padroni9a6o da prtica religiosa >udaicaCntretanto, os cristos recusara#-se a a"rir #o de suas prticas de f, no se

    su"#etendo aos dita#es da lideran6a >udaica Lesultou da u#a onda de intoler@ncia e

    $

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    4/15

    Mt 1,18-25

    persegui6o usti6a, por;ue deles oLeino dos uriare# e os perseguire# e, #entido,dissere# todo o #al contra /s por causa de #i#H (Mt 5,1&-11)*

    A eDpulso do >udas#o eio se# de#ora, #ergulando os cristos de proced:ncia>udaica nu#a terrel crise8 Os #e#"ros da co#unidade de Mateus, certa#ente, seperguntaa#K .ale a pena a"andonar nossa f tradicional, "aseada na 4ei de Moiss, para nostornar discpulos de JesusP Be fato, so#os ap/statas e ereges, renegadores da f de nossos

    pais, centrada na figura do Beus li"ertadorP A op6o por Jesus possi"ilita-nos algo de noo e#elorP uais so as reais eDig:ncias da f e# JesusP O segui#ento de Jesus oferece-nosu#a identidade consistente, #erecedora de crditoP

    Mateus te# e# #ira oferecer ? sua co#unidade, e ?;uelas e# id:ntica situa6o, u#aresposta conincente a suas interroga6es C o fa9 escreendo o eangelo co#o u#a espciede resu#o da proposta crist para ;ue# dese>a tornar-se discpulo de Jesus !or isso, produ9iuu# teDto didtico, es;ue#tico, conciso, por conce":-lo co#o u#a espcie de catecis#o dodiscipulado

    Mateus descree Jesus co#o o Mestre da co#unidade, e# processo de esclarecer osdiscpulos, responder-les as ;uestes, a"rir-les as #entes, de for#a a refor6ar-les a f e

    prepar-los para o e#"ate gerado pelo conteDto de intoler@ncia ;uase fantica da lideran6a>udaica

    Lepassando o teDto eanglico, possel delinear o retrato do discpulo do Leinoes"o6ado por Mateus

    $ 0uem ) discpulo do 1eino2

    O discipulado cristo, para Mateus, resu#e-se e# ouir a !alara de Beus e coloc-lae# prtica 7o #ais a !alara #ediada pela interpreta6o dos ra"inos, preocupados co# as#inScias da 4ei Mosaica, e, si#, a !alara reelada pelo Tilo Jesus Csta reela6o atinge ocerne da ontade do !ai o esprito da 4ei e toca o nti#o do ser u#ano, a ponto deconfor#-lo todo co# o ;uerer do !ai, transfor#ando-o e# discpulo do Leino Cste secaracteri9a por ier so" o senorio de Beus, "uscando se#pre e e# tudo a sua ontade, pelasupera6o da tenta6o de idolatria eDpressa na superalori9a6o das criaturas O Leino deBeus concentra-le todo o ser e o agir

    O discpulo confrontado co# u#a proposta concreta, sinteti9ada e# Mt 5-* o0er#o da Montana A esto for#uladas as linas #estras da conduta crist 7ada deteorias, ne# de a"stra6es A proposta #ateana consiste nu# #odo de proceder superior ao

    dos escri"as e fariseus (Mt 5,2&), contentes co# u#a religio de apar:ncias (Mt 15,1-%) Cstapauta de a6o no supe a reoga6o da 4ei e dos !rofetas (Mt 5,1*), os ensina#entos dareligio >udaica !elo contrrio, consiste nu#a for#a de radicali9a6o da 4ei Mosaica, nosentido de supera6o da centralidade da letra o teDto escrito da 4ei , co#o acontecia na

    prtica dos escri"as, ou na sua i:ncia eDterior e eDi"icionista, co#o era o caso de algu#ascorrentes do farisas#o (Mt +,1) A Gdes-a"soluti9a6oH dos dita#es da 4ei acontece na "uscada ontade diina eDpressa e# cada #anda#ento, pois Ga"solutoH s/ o pro>eto a#oroso do!ai (Mt 5,'$-'8) As palaras esconde# u# ;uerer radical a ser isado pelo discpulo

    Mt 5,21-'8 cont# u#a srie de eDe#plos de co#o o discpulo do Leino interpreta a4ei, superando-le a #aterialidade das palaras Cis u# pe;ueno eDe#plo, tirado de Mt 5,21-2+ A 4ei ordena G7o #atarsH 7u#a interpreta6o apressada, o #anda#ento entendido

    *O eangelo de Mateus cont# outras aluses a esta situa6o (Mt 5,''F 1&,2$F 1$,21F 2$,$')8 Jo %, o epis/dio do cego de nascen6a, escrito nu# perodo u# pouco posterior ao eangelo de Mateus,eDpressa essa realidade

    '

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    5/15

    Mt 1,18-25

    no sentido #aterialK tirar a ida fsica do pr/Di#o A interpreta6o de Jesus ai al# edesco"re outras for#as de eli#inar o outro, #atando-o dentro do cora6o C #ais, a rupturaco# o pr/Di#o prooca a ruptura co# Beus !or isso, se algu# est de rela6es cortadasco# o se#elante, s/ poder oferecer u# culto agradel a Beus ap/s ter se reconciliadousti6aH (Mt +,$$) O discpulo caracteri9a-se por sua disposi6o e capacidade de ier,se#pre e e# tudo, so" o senorio de Beus, >a#ais per#itindo a #enor intro#isso de outrosalores e# sua ida Cssa disposi6o funda#ental torna-o lire diante de todas as criaturas,se# se deiDar polari9ar por elas

    Er:s pe;uenos teDtos ilustra# as decises a sere# to#adas por ;ue# est e# processode se tornar discpulo do LeinoK

    (a) Mt *,1$-1' confronto co# duas portasK a estreita e a larga A pri#eiracorresponde a a"ra6ar as eDig:ncias do Leino assi# co#o se apresenta#, e#"ora se dea

    pagar u# alto pre6o a cru9 referida e# Mt 1+,2' A segunda corresponde a u# estilo deida onde as eDig:ncias do Leino so adaptadas ?s coneni:ncias pessoais, eDcluindo asrenSncias e as cru9es caractersticas do discipulado Ba a ad#oesta6oK GCntrai pela

    porta estreitaH(") Mt *,1$-2& confronto co# dois tipos de profetaK o erdadeiro e o falso O profeta

    erdadeiro corresponde ao lder da co#unidade preocupado e# trans#itir a #ensage# doMestre na sua inteire9a, e#"ora reconecendo o desafio de ser-le co#pleta#ente fiel O

    profeta falso prega u#a religio Gao gosto do fregu:sH C# geral, eDpurga-le os ele#entosfunda#entais, onde o discpulo eDigido a encer-se a si #es#o, nu# processo custoso dei:ncia radical do a#or #isericordioso O Mestre alertou os discpulosK GQuardai-os dosfalsos profetasH C ofereceu u#a pista para discernir entre o erdadeiro e o falso lder da

    co#unidadeK G!elos frutos, reconec:-los-eiH

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    6/15

    Mt 1,18-25

    Mestre no daa #arge# para indecisoK G7e# todo a;uele ;ue #e di9 U0enor, 0enorVentrar no Leino dos

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    7/15

    Mt 1,18-25

    Cnto, torna-se u# a"soluto, a ponto de relatii9ar tudo #ais, pois carece de alor diante dadesco"erta inesperada O discpulo, se# titu"ear, deiDa de lado tudo ;uanto consideraai#portante at ento e a"ra6a, ceio de >S"ilo, o apelo de Beus

    A segunda par"ola (Mt 1$,'5-'+) difere u# pou;uino da anterior Lefere-se aose#penados na procura do Leino dispostos a ;ual;uer sacrifcio para a reali9a6o de seuintento 0ua "usca te# e# ista algo precisoK encontrar pro>etos de ida deeras #erecedores

    de sere# a"ra6ados 0o as Gprolas finasH, raras e aliosssi#as 7esta "usca, a pessoadepara-se co# o Leino, co#o u# alor eDcelente e insuperel, tornando secundrios todosos de#ais "ens a Gprola de alor inesti#elH !or causa do Leino, o discpulo se desfa9de seus pro>etos pessoais e se integra, de corpo e al#a, na din@#ica de Beus

    eto de Beus !or#, se#torn-lo de todo inteligel

    1&Mt 1,18-25 est calcado no g:nero literrio Ganuncia6oH, conecido no AE, co# seu es;ue#a pr/prioKapari6o ( 2&a) pertur"a6o ( 2&") #ensage# ( 2&-21) o">e6o ( 2&) sinal e no#e ( 21) (cf Qn

    1*-18F CD $F J9 1+F 4c 1)11Nsto depende da interpreta6o a ser dada a Ns %,5F 11,1 e M; 5,2 ui6 a tradu6o grega de Ns *,1', usada porMateus, fosse deedora da idia de concep6o irginal do Messias 7o teDto e"raico, consta ha almah (a

    >oe#), tradu9ido porparthenos(irge#) C# e"raico, irge# betulahF e# grego, >oe# neanis

    *

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    8/15

    Mt 1,18-25

    W#a leitura de superfcie a>uda-nos a detectar outros ele#entos i#portantes do teDto#ateano, considerado na perspectia de Jos

    (a) Mt 1,18-25 corresponde a u#a espcie de nota eDplicatia a Mt 1,1+, ersculofinal da genealogia de Jesus (Mt 1,1-1*) As gera6es sucedia#-se pela ertente #asculina!or#, o 1+ introdu9 u#a noidade, ao referir-se a JesusK GJac/ gerou Jos, o esposo deMaria, da &ualnasceu Jesus ca#ado o do 0enor, Jos e Maria so todos referidos aeste ori9onte criacional diino !ortanto, so pensados co#o seridores de Beus, e# fun6odo intento diino de salar a u#anidade A g:nese de Jesus , por conseguinte, penor dacria6o de u# ser u#ano noo, fruto do a#or #isericordioso de Beus Jos ser ca#ado acola"orar nesta o"ra de cria6o e sala6o

    (c) A graide9 pelo Csprito 0anto se# pria coa"ita6o introdu9 u# ele#entoenig#tico na narra6o, por no seguir a orde# natural das coisas ( 18")1$Atri"ui-se aoCsprito 0anto, e no a Jos, a causa (orige#) da concep6o de Jesus1' Cle pro# de u#arai9 diina, pneu#tica, espiritual, e no s/ u#ana, terrena, ist/rica u#a for#a deafir#ar, > no incio do eangelo, a transcend:ncia de Jesus, cu>a ida, paiDo e #orte suau#anidade era# conecidas pelos pri#eiros destinatrios do eangelo

    As pessoas i#plicadas na narra6o so desafiadas a a"rir #o de seus es;ue#as eacoler algo cu>o sentido, ? pri#eira ista, les escapa Csta u#a eDig:ncia da cola"ora6ona o"ra de BeusK a"ra6ar ideais ne# se#pre eidentes e plena#ente co#preenseis Jos serinstado a discernir a presen6a diina na graide9 ineDplicel de sua #uler15

    (d) Jos referido co#o Gsendo >ustoH ( 1%a) Cste ad>etio eidencia o tipo derela6o esta"elecida co# o Beus de sua f e, de certo #odo, define sua figura !orconseguinte, u# ter#o funda#ental e# se tratando de discipulado

    O oc"ulo G>ustoH, aplicado a Jos, no coincide co# a concep6o >udaica de >usti6a,entendida na sua ertente legal, inculada ao tri"unal 0e agisse segundo tal concep6o, Josdeeria ter aplicado, se# delonga, os dita#es da 4ei

    Alguns estudiosos interpreta# G>ustoH no sentido de "ondoso, #isericordioso, poisaceita carregar, e# segredo, a inf@#ia da esposa Csta leitura pro"le#tica, por se fundar na

    12Os ca#ados Geangelos ap/crifosH encarregara#-se de reestir a ist/ria da orige# e da inf@ncia de Jesus

    co# por#enores irreleantes, #as suficientes para satisfa9er a curiosidade de seus leitores1$As duas refer:ncias ao Csprito 0anto na concep6o de Jesus ( 182&) t:# a er co# a idia de g:nese,desenolida e# Mt 1 ustificar a paternidade de Jesus, e# ter#os sociais Ba a necessidade de algu# disposto a fa9er partedeste erdadeiro dra#a da sala6o

    8

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    9/15

    Mt 1,18-25

    ingenuidade de Jos, incapa9 de #edir as conse;=:ncias de sua deciso 7o caso, teria sido#ais #isericordioso se resolesse ficar >unto de Maria, calado, para enco"rir-le o #alfeito1+

    Outros estudiosos atri"ue# a G>ustoH u# sentido diferente, referindo-o ? atituderespeitosa e reerencial de Jos diante de Maria por reconecer, nela, a presen6a do #istriodiino 0ua atitude asse#ela-se ? dos >ustos do Antigo Eesta#ento, diante da #anifesta6ode Beus Moiss co"riu o rosto, pois te#ia olar para Beus #anifestando-se na sar6a ardente

    (CD $,+) Nsaas sente-se perdido por seus olos tere# isto o Lei, o Beus dos CDrcitos (Ns+,5) Algo parecido acontece co# 0i#o !edro ao reconecer JesusK lan6a-se-le aos ps,suplicando-o afastar-se, por se reconecer pecador (4c 5,8) C# ter#os narratios, estaeDplica6o ta#"# no se sustenta, apesar de ser interessante .iendo nu#a sociedaderigida#ente estruturada, a fa#lia de Maria e as autoridades religiosas de 7a9ar >a#ais aaceitaria#1*

    !ropo#os outra lina de interpreta6o, situando o oc"ulo G>ustoH no conteDto #aisa#plo do eangelo de Mateus Justo ;ue# se pauta pela ontade diina e encontra nela oru#o de sua ida O ;uerer e o agir do >usto esto se#pre oltados para Beus Besta rela6odecorre sua eDist:ncia, e nela encontra a sua eDplica6o 7o caso de Jos, a palara >usto di9respeito ao con>unto de suas atitudes, nos fatos relatios ? orige# e ao nasci#ento de JesusEudo ;uanto fa9 eDpresso de sua fidelidade (>usti6a) a Beus ustoH te# a er co# a sua condi6o de discpulo eDe#plar 0ua desco"erta daontade de Beus acontece e# #eio a dSidas e incerte9as !or#, se# a"rir #o dadisposi6o de, e# tudo, ser fiel a Beus18 Ou se>a, escutar-le a !alara e coloc-la e# prtica0er >usto, no caso de Jos, significa ser discpulo eDe#plar, todo centrado e# Beus1%

    (e) Cnolto e# o"scuridade, Jos to#a a deciso de repudiar sua esposa e# segredopara no difa#-la ( 1%") A narra6o deiDar claro o e;uoco da escola feita 7este#o#ento, indica-se apenas ;ue, apesar de o discpulo estar disposto a fa9er a ontade diina,esta no se apresenta de #aneira patente e ine;uoca Antes, te# la#pe>os de incerte9a eo"scuridade, cegando a proocar decises precipitadas e indeidas a sere#, e# seguida,

    corrigidasW#a coisa certa para JosK seria in>usto su"#eter sua esposa aos rigores da 4ei, pela;ual deeria ser apedre>ada na condi6o de adSltera2& !or#, a 4ei no preia Go repSdio e#segredoH21 Csta u#a for#a de su"linar sua perpleDidade inicial

    (f) C# processo de discerni#ento Gen;uanto assi# decidiaH ( 2&a) a respeito daconduta coneniente a ser assu#ida, Jos to#a a posi6o correta, a"rindo-se para Beus

    1+C# todo caso, o conteDto geral do teDto #ateano per#ite aplicar a Jos a i#age# de #isericordioso e puro decora6o, co#o se eDige dos discpulos de Jesus (cf Mt 5,*-8F %,1$F 12,*)1*A arte narratia eDige plausi"ilidade A preocupa6o de Mateus era clara#ente cate;utico-pastoral e no

    "iogrfico-ist/rica Cntretanto, ao fa9er sua teologia narratia tina diante de si u#a co#unidade crtica, poucodisposta a aceitar argu#enta6es #al en>a#"radas18A G>usti6aH de Jos te# a er co# a G>usti6aH de A"rao, na sua total o"edi:ncia a Beus (Qn 15,'-+) Erata-sede u#a >usti6a cu>a rai9 e #otia6o so de carter teol/gico, e no apenas social, tico, #oral ou >urdico1%7o dra#a da encarna6o, al# de Jos, esto i#plicados Maria e o Csprito 0anto, cada ;ual co# seu papelespecfico !or#, ele o Snico personage# descrito na condi6o de discpuloK escuta a reela6o diina e aeDecuta ao p-da-letra e se# de#ora2&O adultrio condenado pelo Beclogo, ao lado do o#icdio e do rou"o co#o atos ;ue lesa# o pr/Di#o (Bt2&,1'F Bt 5,18) A 4ei preia a #orte i#ediata do o#e# e da #uler adSlteros (4 22,1&F Bt 22,22) As #o6as

    pro#etidas e# casa#ento estaa# su"#etidas ? #es#a lei, co#o se > fosse# esposas (Bt 22,2$-2%) !ortanto,no caso de Jos, deeria se desco"rir a identidade do indiduo responsel pela graide9 de Maria e su"#et:-los aos rigores da lei Jo 8,1-11 #ostra Jesus posicionando-se diante da for#a co#o esta lei era aplicada na suapoca217o eangelo de Mateus, Jesus assu#e u#a posi6o radical#ente crtica diante da legisla6o #atri#onial e#oga, por ser lesia ?s #uleres usti6a O te#a reto#a e# Mt 1%,1-% Jesus pefi# ao repSdio das #uleres por parte dos #aridos (Y di/rcio) !ara ele, a 4ei antiga preia o di/rcio (Bt 2',1)co#o u#a espcie de concesso diina Gpor causa da dure9a do cora6o u#anoH Boraante no aeria de serassi# 0e u# o#e# despedir a sua #uler e se casar co# outra, estar incorrendo e# adultrio

    %

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    10/15

    Mt 1,18-25

    Agora, si#, estaa e# condi6o de sintoni9ar-se, de todo cora6o, co# Beus e captar-le aontade

    (g) A aluso ao GAn>o do 0enorH u# recurso literrio para se referir ? co#unica6ode Beus co# o ser u#ano22 o eculo de co#unica6o da reela6o diina 0ua fala afala de Beus, oferecendo a Jos pistas para o discerni#ento e a deciso a !alara de Beusassu#indo for#a sensel2$ Cste fato funda-se na conic6o de ;ue Beus #anifesta-se,

    reelando seu desgnio de sala6o o do 0enor2', en;uanto est dor#indo e sonando (2&")25 a for#a de se referir ? postura ade;uada do ser u#ano e# processo de escuta dosapelos de Beus O sono eoca a #orte ;uando o indiduo cessa todas as atiidades e ficaco#o #orto 7o podendo re"ater e >ustificar-se, dispe-se todo para acoler o apelo de Beus,a"erto no #ais nti#o para as realidades supraterrenas A agita6o, o atiis#o e a pertur"a6ode esprito so as posturas #enos ade;uadas para ;ue#, deeras, te# a inten6o de estardisponel nas #os de Beus2+ !ara sintoni9ar-se co# o pro>eto diino, o ser u#ano urgido a se colocar, co# toda docilidade e li"erdade, ? escuta de Beus para, e# seguida,aplicar-se e# praticar a ontade reelada

    [ receptiidade (sono sono), segue a atiidade u#ilde e efica9 o ;ue fa9 Jos7enu#a outra a6o se insere entre a orde# diina e a sua eDecu6o, pois passa da escuta da!alara ? sua i#ediata reali9a6o, co#o acontece co# todo erdadeiro discpulo do LeinoAssi#, ele se torna prefigura6o dos G>ustosH do 7oo Eesta#ento os G"e#-aenturadosH ;ue escuta# a !alara de Beus e, e#"ora deendo seguir na contra#o da G>usti6a dosescri"as e fariseusH (Mt 5,1*-2&), pe#-na e# prtica

    (i) O An>o do 0enor ca#a Jos de GTilo de BaiH, co#o o eangelista aiadeno#inado Jesus, no ca"e6alo do eangelo GJesus o do 0enorH reaparecer apenas e# Mt 28,25, para alertar GMaria Madalena e outra MariaH a respeitoda ressurrei6o de Jesus2$Mateus co#"ina duas for#as de co#unica6o diinaK o an>o e o sono C# geral, so referidas separada#enteBeus fala por seu an>o ou por #eio de sonos2'A eDpresso Gdo 0enorH d credi"ilidade ao ;ue ser co#unicado a Jos Afinal, no se trata de u# an>o;ual;uer u# an>o de orige# confiel O cap 2 fa9 ;uatro aluses ao An>o do 0enor (Mt 2,121$1%22) OAE cont# anSncios de nasci#ento trans#itidos por an>os (Qn 1+,*-12F J9 1$,$-25)257a concep6o do Antigo Oriente, os sonos colocaa# os seres u#anos e# contato co# o #undo dadiindade !or isso, possi"ilitaa#-les ter acesso a infor#a6es i#posseis de sere# o"tidas por outras ias0o #edia6es para a reela6o de erdades escondidas (cf 10# 28,+15F 1Ls $,5) ou de eDorta6es diinas (Jr2%,8F J/ *,1'F 0" 18,18F Mt 2*,1%) C# Mateus, Jos te# ;uatro sonos (Mt 1,2&F 2,1$1%22), e# #o#entosi#portantes de sua ida fa#iliar2+J/ $$,15-1+ alude ? situa6o priilegiada, representada pelo sono, e# se tratando de reela6o diinaK GC#sono ou iso noturna, ;uando o sono profundo cai so"re as pessoas ador#ecidas e# seu leito, ento les a"reos ouidos e as ate#ori9a co# apari6esH !ara o sal#ista, G inStil #adrugar, deitar tarde, co#endo u# pogano co# suorF a ;ue# o a#a o 0enor o concede en;uanto dor#eH (0l 12*,2)

    1&

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    11/15

    Mt 1,18-25

    As palaras do An>o reto#a# u#a infor#a6o dada no 18, a respeito da presen6a doCsprito 0anto na orige# da concep6o Jesus Be noo, retorna o te#a do Q:nesis A for#a

    passia Gfoi geradoH aponta para a6o de Beus co#o agente (passio teol/gico2*) Cle gerouJesus pela for6a do Csprito 0anto Assi# deia se entender o sucedido no entre de Maria

    Csta eDplica6o deter#inaa a for#a co#o Jos aeria de se relacionar co# o filo;ue ai nascer 7o plano social, deeria apresentar-se co#o seu pai e assu#ir todas as

    responsa"ilidades inerentes a esta condi6oF por#, a orige# teol/gico-pneu#tica eDigiadele assu#ir a postura de discpulo diante do filo !or #eio de Jesus, teria acesso ao #istriode Beus, eDperi:ncia se#elante ? feita por todos os discpulos do Leino

    (\) O sentido do noo Q:nesis reelado no 21 Gele salar o seu poo dos seuspecadosHK Jos estaa sendo confrontado co# u#a iniciatia diina e# ista da sala6o dau#anidade Boraante, dese#penaria u# papel i#portante na din@#ica de oferta desala6o ? u#anidade Cra i#prescindel o"ter a lire anu:ncia de Jos, pois Beus noatropela a li"erdade u#ana

    7este ersculo aparece u# te#a i#portante a ser reto#ado no 25", ;uando sefalar do cu#pri#ento da orde# diina Jos rece"e a #isso de, no futuro, Gdar no#eH ao#enino Cntretanto, o no#e -le sugerido >ar nome te#, na #entalidade ""lica, u#aconota6o particular de assenora#ento, apropria6o de algo Cste o sentido de Qn 2,1%-2&O ser u#ano d no#e a todos os seres criados, co#o sinal de do#nio so"re eles

    7o caso de Jos, no poder tornar-se senor de Jesus, cu>o 0enor , Snica eeDclusia#ente, o !ai Cste deter#ina o no#e a ser dado por Jos ao filo ;ue aer denascer

    o, Jos assu#ia u# papel social e#rela6o a Jesus, e, assi#, cu#pria a #isso reserada para ele co#o discpulo do Leinoa co#preensoca"al le escapaa28

    (l) O eangelista recorre ao profeta Nsaas para oferecer ? co#unidade, a partir das

    Cscrituras, u#a pista de interpreta6o da pessoa de Jesus ( 22-2$) C# geral, pensa-se ;ueMateus, referindo-se a Ns *,1', ;ueira funda#entar a concep6o irginal 7a erdade, aopro>eto literrio-teol/gico do eangelo interessaa a refer:ncia ao C#anuel, Beus conosco2%Cste no era u# segundo no#e de Jesus e, si#, u# indicatio da sua condi6o na ist/riau#ana Cstaa destinado a ser a presen6a de Beus na ida da co#unidade crist e, poreDtenso, na de toda a u#anidade !ara os dese>osos de encontrar Beus s/ aeria u#ca#inoK o filo gerado do Csprito 0anto no entre de Maria, cu>a paternidade social eGdadicaH Jos era solicitado a assu#ir

    (#) 0e# titu"ear, Jos a"ra6a a proposta diina GJos, despertando do sono, fe9 co#ole ordenou o an>o do 0enor e rece"eu sua #ulerH ( 2') a a6o das pessoas #oidas

    pelo ;uerer diino, ;uando cega# a reconec:-lo, co#o o agricultor na par"ola do tesouro

    escondido no ca#po (Mt 1$,'') C# #o#ento algu#, o teDto denota coa6o so"re Jos Cleage por lire deciso 0e# isto, o gesto de o"edi:ncia perderia toda a transcend:ncia(n) O 25 dee ser interpretado no conteDto da narra6o Nnteressa ao eangelista

    eli#inar ;ual;uer possi"ilidade de dSida e# torno da orige# diina de Jesus !or isso,declara ;ue Jos Gno tee rela6es seDuais co# Maria at o dia e# ;ue ela deu ? lu9 u#filoH Eodas as discusses posteriores e# torno da irgindade de Maria antes, durante edepois do parto esto fora de seu interesse O discpulo Jos foi desafiado de #odo radical aacoler u#a proposta diina, para a ;ual estaa i#possi"ilitado de oferecer eDplica6es,capa9es de #inorar-le o i#pacto desafiador

    2*G!assiu# teologicu#H co#o so designadas certas for#as er"ais passias encontradas na R"lia, cu>os

    agentes no so eDplicitados e ;ue t:# Beus co#o agente pressuposto28Be Beus Grece"e o no#e toda paternidade no cu e na terraH (Cf $,15)2%Cntretanto, a aluso a Girge#H refor6a o ponto no ;ual se ;uer insistir Jesus

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    12/15

    Mt 1,18-25

    (o) GC ele o ca#ou co# o no#e de JesusH (Y Beus Ja sala $&) o pice docu#pri#ento da orde# diina W#a e9 captada e co#preendida a ontade de Beus, Jos ageco#o u# discpulo aut:ntico, praticando-a se# esitar 7o caso, a Gco#preensoH ai al#da #era racionalidade 7ela esta i#plicada a f, e# conteDto de discipulado A co#preenso,

    portanto, de outra orde#, se# perder sua consist:ncia e credi"ilidade !or isso, Jos ageco# prontido

    5As grandes linhas do discipulado de 9os)

    usti6a

    Al# do teDto a;ui considerado, Jos referido e# Mt 2,1$-2$ 0o duas cenas dainf@ncia de Jesus, onde ele est a seri6o do #enino Jesus A pri#eira refere-se ? fuga para oCgito (2,1$-18) A segunda narra a olta do Cgito para 7a9ar, e# #eio a perigosas peripcias(Mt 2,1%-2$) Ea#"# a;ui fica patente sua condi6o de >ustoK sua ida est toda centrada e#Beus e no seri6o diinoF Beus pode contar co# ele, #es#o e# situa6es arriscadasF o #edoe a inseguran6a no t:# lugar e# sua ida, u#a e9 conecidas as aspira6es diinas !or ser

    >usto, est onde Beus o enia e fa9 o ;ue Beus le ordena, e#"ora pondo e# risco suareputa6o e sua ida

    (") O discpulo &ue cr e discerne

    A narratia eanglica fala de Jos e# processo de discerni#ento da realidade Ao"scuridade parece reinar ao redor As coisas so de#asiado co#plicadas 7estascircunst@ncias, aca"a por se desorientar !or#, Jos acredita e se pergunta o ;ue fa9er,considerando sua condi6o de >usto O discerni#ento tornou-se, por conseguinte, u#i#peratio

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    13/15

    Mt 1,18-25

    (c) O discpulo dcil

    Jos tina o plano de Grepudiar Maria e# segredoH, inten6o "astante irreal noconteDto >urdico da poca !or#, esta inten6o no se constitua nu#a espcie de a"solutoNnteressaa-le, apenas, reali9ar o prop/sito de Beus, se>a ;ual fosse !ara tanto se eDigia u#aenor#e li"erdade de esprito Jos fa9 a sua escola se# consider-la fecada e

    in;uestionel !er#anece se#pre disposto a se deiDar guiar, #es#o deendo a"rir #o dedecises > to#adas Be fato, a co#unica6o do An>o do 0enor eDigir-le- dar u#a guinadana sua op6o, at o eDtre#o de deiD-la de lado e seguir nu#a dire6o i#preista Csta era e u#a eDig:ncia do cu#pri#ento da ontade de Beus$1

    (d) O discpulo obediente

    W#a e9 conecida a ontade de Beus, Jos su"#ete-se se# discutir interessante o fato dee# todo o eangelo da inf@ncia, apesar das rias refer:ncias a Jos, Mateus no le atri"uiru#a s/ palara Rasta-le GouirH a !alara de Beus para, co# prontido, pratic-la A escutatransfor#a-se e# a6o A ontade diina co#o u# tesouro encontrado no ca#po pelolarador, o ;ual se torna a"soluto e# sua ida, relatii9ando tudo #ais

    Csta cae de interpreta6o eita leituras precipitadas, onde Jos considerado u#aespcie de #arionete na #o de Beus O recurso literrio utili9ado por Mateus no pria Josde sua li"erdade !ensar nu#a dire6o diferente redundaria e# redu9ir Beus a u#a espcie detirano desp/tico, se# nenu# respeito pela criatura u#ana Csta no a teologia de MateusO recurso ?s #edia6es u#anas, das ;uais Beus se sere para concreti9ar a sala6o, s/ te#sentido se a li"erdade do ser u#ano for garantida e respeitada Nsto se d co# Jos 0uaa"ertura para Beus resulta de u# total do#nio da li"erdade, a ponto de acoler algoi#possel de ser co#preendido e aceito nos li#ites de u#a ontade alienada

    (e) O discpulo generoso e disponvelRastou a Jos reconecer a ontade de Beus para acol:-la co# toda generosidade e

    disponi"ilidade !or isso, Grece"eu e# casa sua #ulerH ( 2') 0upe-se ter acolido Mariase# recri#in-la, se# cultiar secretas desconfian6as, se# ficar Gde orela e# pH para eronde aeria de aca"ar tudo a;uilo, se# eDigir proas suple#entares 7ada disso le passa nocora6o, por ser clara a ontade de Beus, e#"ora ne# todos os detales fosse# eidentes

    (f) O discpulo destemido

    A graide9 Gdesde o Csprito 0antoH era algo inusitado e estrano A tradi6o de Nsrael

    conecia #uitas ist/rias de #uleres estreis ;ue dera# a lu9 por interen6o diina, #asno se# a cola"ora6o de seus #aridos Maria no era estril 4ogo, no era necessria ainteren6o diina e# ista da graide9 !or outro lado, as esperan6as #essi@nicas do te#pono co#portaa# concep6es por o"ra do Csprito 0anto Eudo isto eDigiu de Jos #uitacorage# para acoler Maria, u#a e9 reconecida nela a a6o diina

    + O discipulado inspirado em 9os)

    Mateus descreeu Jos e# to# #aior, u# personage# capa9 de serir de #odelo para os#e#"ros de sua co#unidade e para os cristos de todos os te#pos 0/ ;ue# tier as irtudesde Jos, ser apto para se tornar discpulo de Jesus ue# se dispuser a ser co#o Jos, estar

    e# condi6es de ler o Cangelo, pois tudo ;uanto a se di9 pressupe atitudes se#elantes ?$1Ea#"# os Magos deero #udar de plano por orienta6o diina, "e# co#o Jos, ao ir para o Cgito e de loltar (Mt 2,12-2$)

    1$

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    14/15

    Mt 1,18-25

    dele ue# estier disposto a cola"orar co# a o"ra de Beus, nos #oldes de Jos, torna-sedigno do no#e cristo

    ar discernir, urge criar u# cli#a faorel para u# correto

    discerni#ento C# Jos isto representado pela eDperi:ncia do sono, onde acontece o sonoreelador 7a eDperi:ncia dos discpulos atuais, corresponde a fa9er calar as #uitas o9esdesencontradas "or"ulando e# suas #entes e cora6es Mas ta#"# todo u# a#"iente deansiedade, agita6o, nerosis#o e inseguran6a 7a pa9 e na tran;=ilidade de esprito, odiscpulo do Leino te# #ais possi"ilidade de encontrar a ontade de Beus

    (c) disp(e-se a receber miss(es duras e e$igentesA entrega da li"erdade nas #os de Beus, por sua e9, supe corage# para enfrentar

    as #isses ;ueridas por ele Eais #isses, no poucas e9es, lea# o discpulo at oseDtre#os de sua for6a e suporta"ilidade C# situa6es li#ites, :-se desafiado a entregar aida, co#o proa de adeso ao Leino o teste#uno dos #rtires, to fre;=ente na ist/riada f crist

    (d) aceita caminhar na obscuridade por)m seguro da presena de >eusA adeso ao Leino e ao respectio pro>eto de ida, e#"ora sendo grande a "oa ontade

    e a sinceridade do discpulo, no le proporcionar a clariid:ncia e a lu#inosidade dese>adasa respeito dos ca#inos a sere# trilados O discpulo erdadeiro caracteri9a-se por suacapacidade de seguir adiante, #es#o ?s apalpadelas e aos trope6os 0/ le interessa u#acoisaK sa"er-se fa9endo a ontade de Beus Rasta-le esta certe9a indiscutel para se #anterseguro e ina"alel na ca#inada

    (e)jamais se sente lesado em sua liberdade por causa de >eus

    O seri6o diino ca#ino de reali9a6o pessoal para o discpulo eus nem tem a pretenso de ensinar-lhe amelhor forma de agir

    Aceitando a ontade diina assi# co#o se apresenta, se# le fa9er reparos, odiscpulo do Leino #ant#-se na sua condi6o de discpulo 7ada de ;uerer dar li6es a Beuse deter#inar-le co#o dee agir A grande tenta6o, nestas circunst@ncias, consiste e#

    1'

  • 7/21/2019 Jaldemir Vitorio, Discipulado Em Mateus a Figura de Jose

    15/15

    Mt 1,18-25

    atri"uir a Beus algu#a for#a de engano 7o caso do eangelo, consistiria e# >ulgar u#e;uoco diino a concep6o Gpelo Csprito 0antoH e sugerir a Beus u# ca#ino #aisco#preensel e aceitel para fa9er a sala6o cegar ? u#anidade 0o os >ulga#entos

    precipitados a respeito da o"ra de Beus, se#pre inusitada e i#ponderel 0/ pode serdiscpulo, ;ue# se dispuser a fa9er a ontade de Beus assi# co#o se apresenta, por sa"er;ue, #es#o inco#preensel, a for#a #ais coneniente de o pro>eto de Beus se reali9ar

    (g) ouve a palavra de >eus e sem pestanejar coloca-a em prticaO contnuo discerni#ento #ant# o discpulo se#pre sintoni9ado co# a ontade de

    Beus e o #otia a estar disponel para reali9-la Cste #oi#ento de percep6o da ontadediina e de su"#isso a ela #arca a cad:ncia da ida do discpulo do Leino, dando-le u#ru#o preciso !or isso, no corre o risco de ca#inar ao lu, se# ru#o, agando porca#inos inco#pateis co# a sua op6o Nsto le d seguran6a e le per#ite oltar ao "o#ca#ino, na eentualidade de se perce"er infiel