JANAÍNA PEREIRA GUIMARÃES
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NUTRIÇÃO
JANAÍNA PEREIRA GUIMARÃES
ANÁLISE DE PRESENÇA DE Staphylococcus aureus EM QUEIJOS ARTESANAIS, COMERCIALIZADOS NA CIDADE
DE APUCARANA-PR.
Apucarana
2018
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JANAÍNA PEREIRA GUIMARÃES
ANÁLISE DE PRESENÇA DE Staphylococcus aureus EM
QUEIJOS ARTESANAIS, COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE APUCARANA-PR.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Nutrição da Faculdade de Apucarana – FAP como requisito obrigatório para obtenção de título de Bacharel em Nutrição.
Orientador: Prof. Me. Udson Mikalouski.
Apucarana 2018
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JANAÍNA PEREIRA GUIMARÃES
ANÁLISE DE PRESENÇA DE Staphylococcus aureus EM QUEIJOS ARTESANAIS, COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE APUCARANA-
PR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Nutrição da Faculdade de Apucarana – FAP, com objetivo de obtenção do título de Bacharel em Nutrição, com nota final igual a _______, conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores:
BANCA EXAMINADORA Me. Udson Mikalouski Faculdade de Apucarana Me. Eduardo do Amaral Todelo Faculdade de Apucarana Me. Vera Lucia Delmonico Vilela Faculdade de Apucarana
Apucarana, ___ de ___________ de 2018.
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DEDICATÓRIA
A minha família pelo apoio e
carinho durante esse período de
faculdade.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me abençoado durante o período de
faculdade, sempre me dando força para não desistir.
À minha família por me apoiarem nos momentos difíceis me ajudando
sempre da maneira como podem e pelas orações.
Ao professor e orientador Udson Mikalouski, pelo apoio e motivação na
realização de todas as etapas deste trabalho.
Aos colegas de turma pelo aprendizado que me proporcionaram durante
esses quatro anos, onde construímos amizades e nos tornamos mais unidos.
Aos professores que compõem o corpo de docentes do curso de Nutrição
da Faculdade de Apucarana – FAP, que contribuíram para a formação de
profissionais qualificados, através da transmissão de seus conhecimentos.
A todos que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho.
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“Aquele que não luta pelo futuro que quer,
deve aceitar o futuro que vier”.
Autor Desconhecido
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GUIMARÃES, Janaína Pereira. Análise de presença de Staphylococcus aureus em queijos artesanais, comercializados na cidade de Apucarana-PR. 42p. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia). Graduação em Nutrição da Faculdade de Apucarana. Apucarana-Pr. 2018. RESUMO A maioria dos surtos de intoxicação alimentar ocorre através da ingestão de alimentos que apresentam boa aparência, sabor e odor normais, sem qualquer alteração sensorial visível, desencadeando desconforto ao individuo devido aos seus sintomas. O estudo teve como objetivo analisar presença de Staphylococcus aureus em queijos artesanais, comercializados na cidade de Apucarana-PR. Trata-se de um estudo quali-quantitativo e transversal, no qual se utilizou o método de acordo com o guia de interpretação Placa PetrifilmTM Staph Express para Contagem Expressa de Staphylococcus aureus, com modificações. Foram analisados 8 amostras sendo 4 de queijo e 4 de leite, e das amostras positivas para a bactéria foi realizado teste de sensibilidade a 5 tipos de antibióticos. Observou-se maior contaminação do produto final quando comparado com a matéria-prima e que S. aureus apresentou maior resistência ao antibiótico Azitromicina. Conclui-se que é necessário melhorar a fiscalização das condições higiênicas sanitárias durante a produção, o armazenamento e o transporte do produto, para não causar risco à saúde do consumidor. Palavras-chave: Contaminação de alimentos, Controle de qualidade, Microbiologia de alimentos.
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GUIMARÃES, Janaína Pereira. Analysis of the presence of Staphylococcus aureus in artisanal cheeses, marketed in the city of Apucarana-PR. 42p. Course Conclusion Work (Monograph). Graduation in Nutrition of the Faculty of Apucarana. Apucarana-Pr. 2018.
ABSTRACT
Most outbreaks of food poisoning occur through the ingestion of foods that have good appearance, normal taste and odor, without any visible sensory change, triggering discomfort to the individual due to their symptoms. The objective of this study was to analyze the presence of Staphylococcus aureus in artisanal cheeses, marketed in the city of Apucarana-PR. This is a qualitative and cross-sectional study, using the method according to the interpretation guide Petrifilm ™ Staph Express Plate for Staphylococcus aureus ExpressCount, with modifications. Eight samples were analyzed, 4 of which were cheese and 4 of milk, and of the positive samples for the bacterium, a sensitivity test was performed on 5 types of antibiotics. It was observed a greater contamination of the final product when compared to the raw material and that S. aureus presented greater resistance to the antibiotic Azithromycin. It is concluded that there is a need to improve the monitoring of hygienic health conditions during the production, storage and transport of the product so as not to endanger the health of the consumer. Keywords: Food contamination, Quality control, Food microbiology.
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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Classificação aos antibióticos em 24 horas....................................32
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Curva de crescimento bacteriano.....................................................22 Figura 2 – Placas das amostras de queijos e leites após 24 horas...................27 Figura 3 – Placas das amostras de queijos e leites após 48 horas...................27 Figura 4 – Teste de sensibilidade aos antimicrobianos m 24 horas..................36 Figura 5 – Teste de sensibilidade aos antimicrobianos m 48 horas..................36
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LISTA DE TABELA Tabela 1 – Categoria de bactérias com base na tolerância à temperatura.......20 Tabela 2 – Valores de halos inibitórios esperados para controle de qualidade (mm)...................................................................................................................26 Tabela 3 – Contagem de colônias de coloração vermelha-violeta.....................28 Tabela 4 – Comparação do resultado da contagem de colônias das amostras (A) e (B)..............................................................................................................31 Tabela 5 - Sensibilidade bacteriana a antibiótico em razão do halo de
inibição formado (mm)........................................................................................34
Tabela 6 – Classificação das amostras conforme o halo de cada antibiótico..35
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LISTA DE SIGLAS Aa Atividade de água ABIQ Associação Brasileira das indústrias de Queijos AMP Ampicilina AZI Azitromicina ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária BPA Boas Práticas Agropecuárias BPF Boas Práticas de Fabricação DTA Doença Transmitidas por Alimentos Eh Potencial de Oxi-redução EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FAP Faculdade de Apucarana g Gramas H2Op Água Peptonada IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INTERM Intermediário MAPA Mistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mg Miligrama ml Mililitro mm Milímetro NOR Norfloxacin pH Potencial Hidrogeniônico RDC Resolução da Diretoria Colegiada S. aureus Staphylococcus aureus TET Tetraciclina
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TNTC Incontável UFC Unidade de Formação de Colônias VAN Vancomicina VIT Vitamina °C Grau Celsius µm Micrometro
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 14
2 OBJETIVOS.................................................................................................. 16
2.1 Objetivo geral............................................................................................... 16
2.2 Objetivos específicos.................................................................................. 16
3 REFERÊNCIAL TEÓRICO............................................................................ 17
3.1 Alimentos lácteos........................................................................................ 17
3.2 O queijo e suas características nutricionais............................................ 17
3.3 Doenças transmitidas por alimentos (DTA’s)........................................... 18
3.4 Boas práticas de fabricação e manipulação............................................. 19
3.5 Fatores que influenciam o crescimento microbiológico em alimentos. 20
3.6 Bactérias do gênero Staphylococcus....................................................... 22
3.7 Antimicrobianos.......................................................................................... 23
4 METODOLOGIA........................................................................................... 24
4.1 Tipo de metodologia para análise.............................................................. 24
4.2 Preparação das amostras........................................................................... 24
4.3 Inoculação.................................................................................................... 24
4.4 Incubação..................................................................................................... 25
4.5 Teste de sensibilidade ou resistência aos antimicrobianos................... 25
4.6 Contagem de Colônias................................................................................ 25
4.7 Classificação dos microrganismos aos antibióticos............................... 25
4.8 Critério de inclusão..................................................................................... 26
4.9 Critério de exclusão.................................................................................... 26
4.10 Riscos........................................................................................................... 26
4.11 Beneficios.................................................................................................... 26
5 RESULTADO E DISCUSSÃO...................................................................... 27
6 CONCLUSÃO............................................................................................... 37
7 REFERENCIAS............................................................................................. 38
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1 INTRODUÇÃO
A contaminação do alimento por microrganismos e suas toxinas, quando
ingeridos podem causar intoxicação alimentar, classificada como uma doença
transmitida por alimento (DTA), causando incomodo ao indivíduo devido aos seus
sintomas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
A maioria dos surtos é associada à ingestão de alimentos sem qualquer
modificação sensorial visível, com boa aparência, sabor e odor normal. Isso
acontece quando a porção infectante de patógenos alimentares está presente em
uma menor concentração comparada com a quantidade de microrganismos
responsáveis pela degradação do alimento, sendo um obstáculo para a
rastreabilidade do alimento contaminado, pois os consumidores terão dificuldade em
reconhecer sensorialmente o alimento fonte de DTA, já os alimentos com alguma
alteração sensorial são mais difíceis de causarem surtos devido à sensação
repulsiva que causam aos consumidores (OLIVEIRA et al, 2010).
O Staphylococcus aureus é um dos principais agentes de intoxicações
alimentares em todo o mundo (CDC, 2011 apud Amorim, 2013), a bactéria é
considerada uma das espécies mais comuns e a mais virulenta do seu gênero,
sendo sensíveis a soluções antissépticas, temperaturas elevadas e desinfetantes,
porém, podendo sobreviver por um período longo de tempo em local seco (LIMA et
al, 2015).
As toxinas produzidas pelo S. aureus conhecidas como enterotoxinas são
termoestáveis, ou seja, resistente a temperaturas elevadas e consideradas agentes
predominantes de intoxicação de origem bacteriana no ser humano, nos surtos de
DTA (NACIMENTO E MARTINEZ, 2017).
De acordo com a resolução – RDC nº. 12, de 2 de janeiro de 2001
(ANVISA), o padrão microbiológico para Staphylococcus coagulase positiva é de no
máximo 5x10² UFC/g, em queijos do tipo frescal. Já em leite cru quando o número
de S. aureus excede 104 ou 105 UFC/ml, aumenta-se o risco de ocorrência de
intoxicação estafilocócica, por isso é importante que a concentração dessa bactéria
seja menor que 104 UFC/ml (JAY, 2005).
A produção do queijo de forma artesanal é considerada como um dos
principais causadores de intoxicação alimentar estafilocócica, considerando a sua
composição e forma de produção totalmente manual (OLIVEIRA et al, 2016).
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Segundo a Lei n° 14.185, de 31 de janeiro de 2002, é considerado queijo artesanal o
queijo confeccionado a partir do leite integral de vaca, fresco e cru, retirado e
beneficiado na propriedade de origem, conforme a tradição histórica e cultural da
área onde for produzido.
Para evitar a contaminação no momento da produção, se faz necessário um
ambiente e utensílios higienizados adequadamente, as matérias-primas devem ser
armazenadas em locais apropriados, limpos, com temperatura ideal para que não
ocorra à proliferação de bactérias, e também a higiene pessoal do manipulador é de
extrema importância, pois o mesmo terá contato direto com as matérias primas e
com o produto final, esses cuidados são essenciais para que se tenha uma boa
qualidade do queijo produzido, sem oferecer risco à saúde do consumidor.
Atualmente, com o aumento da demanda, a maior parte dos produtores
visando lucro acaba se preocupando mais com a quantidade de produção do que
com a qualidade, fazendo com que as boas práticas de fabricação sejam
negligenciadas, o que pode acarretar risco à saúde do consumidor.
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2 OBJETIVOS:
2.1 Objetivo geral:
Analisar presença de Staphylococcus aureus em queijos artesanais,
comercializados na cidade de Apucarana,PR.
2.2 Objetivo especifico:
Avaliar se a presença de Staphylococcus aureus está de acordo com a
legislação RDC n°12, de 02 de janeiro de 2001.
Analisar a sensibilidade ou resistência aos antimicrobianos das amostras
positivas para Staphylococcus aureus.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Alimentos lácteos
Os produtos lácteos são aqueles que têm em sua composição o leite como
principal ingrediente, como exemplo: o queijo, o iogurte, a ricota, o requeijão, os
doces e bebidas lácteas. A causa predominante de deterioração da qualidade
desses produtos é quando ocorre a multiplicação de microrganismos e a rancidez
oxidativa, sendo o tipo de deterioração conforme as características do produto.
(AGEITEC, [200-]).
O leite é um produto oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. O leite de outros animais deve denominar-se segundo a espécie de que proceda. Já os produtos lácteos são os produtos obtidos mediante processamento tecnológico do leite, podendo conter ingredientes, aditivos e coadjuvantes de tecnologia, apenas quando funcionalmente necessários para o processamento. (BRASIL, 2017).
O leite mais usado na alimentação humana é o leite de vaca, no qual a
composição desse leite depende da raça, da alimentação do animal, da
particularidade, da época do ano de lactação entre outros fatores, sendo assim, a
composição do leite de vaca, por 100 ml, pode ter variações como: proteínas de 3 a
4g (caseína 2,87 e albumina 0,56); lipídios de 3 a 6 g; glicídios de 4,6 a 5g; minerais
de 0,7 a 0,75g; vitaminas: “A” de 97 a 785 mcg, “C” de 0,5 a 6,6 mg, “tiamina (B1)”
de 0,10 a 2,5 mg, “riboflavina (B2)” de 0,65 a 100 mg e “niacina” de 0,05 a 0,5 mg.
(ORNELLAS, 2013, p. 67).
De acordo com Muniz et al (2013) o consumo regular de leite e seus
derivados é recomendado por possuírem grande valor nutricional, tendo proteínas
de alto valor biológico, vitaminas e minerais, auxiliando na adequação diária de
recomendação de cálcio e outros nutrientes para o correto funcionamento do
organismo.
3.2 O queijo e suas características nutricionais
Conforme a ABIQ (2018), a composição nutricional do queijo depende do
tipo da matéria prima e tecnologia utilizada em sua produção, porem a maior parte
dos queijos abrange um teor considerável de proteína, sendo aminoácidos
essenciais considerado de alto valor biológico; de minerais como cálcio na qual a
quantidade varia conforme o teor de umidade, quanto maior for esse teor de
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umidade menor é a quantidade desse mineral e vice-versa; as vitaminas, sendo que
as lipossolúveis dependem da quantidade de lipídios, enquanto as hidrossolúveis
variam conforme o tipo do queijo.
O começo da fabricação de queijo se deu no período paleolítico superior.
Segundo a lenda, o queijo teria sido descoberto por Aristeu, rei da Arcádia, filho de
Apolo. Os egípcios foram um dos primeiros a terem o queijo e o leite como fonte de
sua alimentação, por possuírem uma pastagem cheia de gados. Em muitas tumbas
egípcias foram encontrados queijos feitos de leite de vaca, de cabra e ovelha. É
registrado em passagem bíblica o queijo como um alimento da época, no qual os
romanos foram os responsáveis pela divulgação do queijo pelo mundo. Na idade
média referente à higiene os queijos atingiram um dos pontos mais altos, onde
certas ordens religiosas tiveram maior reconhecimento em virtude da qualidade dos
seus queijos, por conta das regras severas de higiene em sua manufatura, tanto que
o nome queijo deriva do termo medieval formatium, ou “queijo colocado na forma”,
onde os queijos primitivos não eram salgados e eram isentos de soro, sendo apenas
o leite coagulado. Após a Idade Média, ficaria restrita a fabricação de queijos finos
aos mosteiros católicos, com novas receitas criadas pelos monges.
No século XlX a produção que era artesanal passou para a industrial, aumentando
assim sua produção (PORTAL QUEIJOS NO BRASIL, 2015).
O queijo minas artesanal é feito geralmente em propriedades rurais com o
leite cru integral sem nenhum processo de pasteurização, sendo um produto vivo,
em constante mudança, mantendo as bactérias e fermentos naturais que promovem
a maturação e o sabor único ao produto final. (ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES
DE QUEIJO ARTESANAL ARAXÁ, 2016, p. 15).
Segundo Associação Brasileira das Indústrias de Queijos – ABIQ,
atualmente, a média brasileira de consumo per capita é de 5,4 quilos ao ano, tendo
como objetivo aumentar o consumo até 2030 para 9,6 quilos de queijo por
habitante/ano (MILKPOINT, 2017).
3.3 Doenças transmitidas por alimentos (DTAs)
As doenças transmitidas por alimentos geralmente são de natureza
infecciosa ou tóxica, causada através da ingestão de alimentos contaminados por
microrganismos patógenos. De acordo com o Ministério da Saúde (2017), para ser
considerado um surto de DTA é necessário que dois ou mais indivíduos apresentem
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enfermidades parecidas após a ingestão do alimento de mesma origem, no entanto
para as doenças consideradas de alta gravidade, como botulismo e cólera, apenas
um caso já é considerado surto.
De acordo com Pelczar Jr et al (2011, p. 225), o tipo mais comum de
intoxicação alimentar é a estafilocócica, causado pelo S. aureus, no qual os
alimentos cozidos estão associados com esse tipo de intoxicação com maior
frequência, devido sua contaminação após o preparo, por esse motivo é
indispensável as precauções sanitárias no momento do preparo do alimento e a
refrigeração do alimento a temperatura inferior a 6 a 7°C, não devendo permanecer
por diversas horas à temperatura ambiente antes de serem servidos.
No ano de 2017 foram registrados 12.503 surtos de DTA no Brasil, com
2.340.201 indivíduos expostos ao alimento contaminado, 236.403 doentes e 182
óbitos, com taxa de letalidade 0,08%. A região com maior registro de surtos nesse
ano foi o Sudeste com 39,2 %, seguida pela região Sul com 33,9%, já a região Norte
foi à região com menor registro sendo de apenas 5%. Dos 2.593 surtos com
identificação de agentes etiológicos 92,2% eram bactérias, sendo o S. aureus o
terceiro tipo de bactéria mais identificados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).
Para que diminua a ocorrência de DTAs é necessário que todo o processo
envolvido na produção do alimento ocorra de forma segura, sendo assim é
importante obedecer as boas práticas de fabricação e manipulação, conforme as
resoluções estabelecidas pela ANVISA (SKAILO; MACHADO, 2017).
3.4 Boas práticas de fabricação e manipulação
Adquirir as boas práticas de fabricação (BPF) é uma grande ferramenta para
ter uma maior qualidade e segurança do alimento, devendo ser aplicada desde a
receptividade da matéria prima até o momento de entregar ao consumidor. A BPF é
um programa dividido em vários itens, sendo eles: instalações; pessoal; operações;
controle de pragas; controle da matéria-prima; registros e documentação e
rastreabilidade (EMBRAPA, 2015).
Para garantir a qualidade do produto final é indispensável realizar os
processos de higienização, auxiliando dessa forma que ele seja inofensivo a saúde
do consumidor decorrente da ausência de perigos físicos, químicos e biológicos
(SINHORINI et al, 2015), e dessa forma a Resolução - RDC nº 216, de 15 de
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dezembro de 2004 (ANVISA) tem intuito de garantir as condições higiênico-
sanitárias do alimento preparado.
3.5 Fatores que influenciam o crescimento microbiológico em alimentos
Conforme Franco e Landgraf (2005), o crescimento dos microrganismos
depende de diversos fatores, sendo eles fatores intrínsecos, nos quais estão
relacionados com características próprias dos alimentos como atividade de água
(Aa), potencial hidrogeniônico (pH), o potencial de oxi-redução (Eh), a composição
química, fatores antimicrobianos naturais e as interações entre os microrganismos
presentes no alimento, já os fatores extrínsecos são aqueles associados com o
ambiente em que esse alimento se encontra, onde os mais importantes são a
umidade, temperatura do ambiente e a composição química da atmosfera que o
alimento está presente.
Geralmente a velocidade de crescimento e o metabolismo dos
microrganismos são mais rápidos em temperaturas altas e lentos em temperaturas
baixas, porém cada tipo de microrganismo tem a temperatura ideal para o seu
crescimento, onde os considerados mesófilos crescem em temperaturas que variam
de 20° a 40°C, os psicrófilos são capazes de se desenvolver em temperaturas
próximas ao ponto de congelamento podendo variar de 0° a 20°C e os termófilos
que crescem acima de 45°C. (BURTON; ENGELKIRK, [200-], p.104). A tabela 1
mostra a categoria das bactérias conforme tolerância à temperatura.
Tabela 1 – Categoria de bactérias com base na tolerância à temperatura Faixa de temperatura (°C)
Grupo Mínima Ótima Máxima Psicrófilas -20 a 5 0 a 20 19 a 35 Mesófilas 10 a 15 20 a 40 35 a 47 Termófilas 40 a 45 55 a 75 60 a 90
Fonte: Burton e Engelkirk, [200-].
Cada tipo de microrganismo possui um pH ótimo para o seu crescimento,
podendo dessa forma ser classificados de acordo com sua tolerância à acidez ou à
alcalinidade. Os microrganismos classificados como acidófilas se desenvolvem
melhor em pH de 0,1 a 5,4 por ter afinidade com meio ácido, já as alcalófilas em pH
entre 7 a 11,5 e as neutrófilas entre o pH de 5,4 a 8,5 (BLACK, 2002, p. 137).
Como os microrganismos adquirem os nutrientes em solução aquosa para o
seu desenvolvimento, é necessário que o meio onde estejam tenha a presença de
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água, sendo também que sua composição é de 80 a 90% desse liquido, dessa
maneira se a pressão osmótica do meio ambiente for hipertônica, ou seja, ter uma
maior concentração de soluto no ambiente do que na célula bacteriana, a mesma irá
morrer, pois ocorre à plasmólise que se dá quando a membrana celular e o
citoplasma se retraem, afastando-se da parede celular, impedindo assim sua
multiplicação e crescimento. Portanto a adição de soluto nos alimentos pode ser
utilizada em sua preservação, uma vez que aumentará a pressão osmótica do meio
(TORTORA et al, 2017, p. 152).
O potencial de oxidação-redução (Eh) é uma reação na qual ocorre a
variação do número de oxidação das espécies envolvidas, ou seja, quando os
agentes oxidantes no caso dos microrganismos aeróbios estão na presença de
oxigênio perdem elétrons reduzindo Eh, enquanto que os agentes redutores ganham
elétrons aumentando Eh. A presença ou ausência de uma quantidade adequada de
um agente oxidante-redutor no meio é extremamente importante para o crescimento
e realização de atividades de todos os microrganismos, sendo que para o
desenvolvimento dos microrganismos aeróbios é necessário que o Eh esteja
positivo, já para os microrganismos anaeróbios devem ser Eh negativo, tendo a
exclusão de O2 para o crescimento de alguns deles (JAY, 2005, p. 62).
Normalmente em condições apropriadas o crescimento das bactérias segue
uma curva definida e característica, na qual existem 4 fases, como mostra a figura 1.
Primeira fase de lag (adaptação ou latência): onde os microrganismos se adaptam
ao ambiente, fase exponencial: ocorre à divisão celular em velocidade máxima e
constante, fase estacionária: a multiplicação é reduzida de maneira gradual por
limitação de alguns fatores ambientais, porem a quantidade de bactérias novas é
similar com a quantidade de bactérias mortas e a fase de declínio: quando ocorre a
morte das bactérias gradualmente até que o ambiente se torne estéril, pois também
nessa fase não há divisão celular (TRABULSI e ALTERTHUM, 2008, p.32).
22
Figura 1 - Curva de crescimento bacteriano
Fonte: Joana – Brainly, 2018.
3.6 Bactérias do gênero Staphylococcus
As bactérias são microrganismos unicelulares, procarióticas, composta por
uma parede rígida contendo uma camada de peptidoglicano, realiza sua
multiplicação através de fissão binária e se apresenta de diversas formas
morfológicas, podendo ter de 0,5 µm e 5 µm de comprimento (QUINN et al, 2007, p.
18).
A aparência microscópica de uma bactéria é o meio mais importante para
sua identificação, sendo sua forma determinada pela sua parede rígida. O arranjo
das bactérias também é muito importante, por exemplo, alguns cocos se organizam
em pares (diplococos), em cadeias (estreptococos) e em agrupamentos parecidos
com cachos de uva (estafilococos), sendo estabelecido pela orientação e pelo grau
de ligação das bactérias no momento da divisão celular (LEVINSON, 2016, p. 4).
O gênero Staphylococcus pertence à família Micrococcae, sendo atualmente
33 espécies, no qual a considerada mais virulenta e a S. aureus, onde as cepas
crescem em meios comuns, caldo ou ágar simples, pH =7, à temperatura ótima de
37°C. Após 18-24 horas de incubação, as colônias formadas em placas, são
exibidas com aspectos arredondados, brilhantes e lisas, em que a coloração pode
variar de acinzentado até o amarelo-ouro (SANTOS et al, 2007).
Os Staphylococcus estão distribuídos pela natureza e fazem parte da
microbiota normal da pele e mucosa dos mamíferos. São divididos em duas
categorias: coagulase positiva e coagulase negativa, cuja divisão é baseada na
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capacidade de coagulação do plasma, sendo uma propriedade importante como
marcador de patogenicidade (TRABULSI et al, 2002, p. 181).
O Staphylococcus aureus é o segundo microrganismo causador de surtos de doenças transmitidas por alimentos no Brasil, devido à sua capacidade de produção de enterotoxinas, sendo a Enterotoxina-A a mais frequente. Pelo fato de ser colonizador frequente da pele e membranas mucosas, pode facilmente se infiltrar na cadeia de alimentos, possuindo alta transmissibilidade entre pessoas, animais e alimentos (FURQUIM; MEDINA, 2014, p.182).
De acordo com Costa et al (2012), a contagem de S. aureus auxilia no
controle higiênico dos produtos lácteos por ser usado como indicador de
contaminação após o processo de produção, sendo a quantidade suficiente para
causar intoxicação de 105 e 106 células desse microrganismo por grama de alimento,
no qual dependerá também da suscetibilidade do individuo.
3.7 Antimicrobianos
Os antimicrobianos são fármacos que tem como função bloquear o
crescimento ou destruir os microrganismos, podendo ser os antibióticos, nos quais
as substâncias são naturais ou os quimioterápicos que são substâncias sintéticas
(MOTA et al, 2010).
Conforme Guimarães et al (2010), os antimicrobianos podem ser
classificados de acordo com sua origem em: antibióticos quando são adquiridos
através de organismos vivos, em semissintéticos em que as substâncias naturais
passam por processos laboratorial e os sintéticos que são elaborados
exclusivamente em laboratório, podendo ser classificado também pela ação sobre as
células bacterianas (bacteriostáticos ou bactericidas) ou pelo mecanismo
farmacodinâmico (inibição da síntese da parede celular, inibição da síntese proteica,
inibição da síntese de ácidos nucleicos, desorganização da membrana celular,
interferência no metabolismo celular).
De acordo com Tortora et al (2017, p.17) o uso de antibióticos de maneira
intensiva por longo período ou uso inapropriado, criam um ambiente ideal para que
se desenvolvam as bactérias resistentes a esse fármaco devido as mutações de
genes bacterianos. Dessa forma a bactéria na presença do antibiótico tem vantagem
sobre as outras que são suscetíveis, tendo maior capacidade de multiplicar-se.
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4 METODOLOGIA Analisou-se a presença de S. aureus em 4 queijos artesanais do tipo frescal
e 4 leites utilizados na produção destes queijos, sendo uma amostra de cada
produtor que faz a comercialização do seu produto situados no município de
Apucarana, localizado na região norte do estado do Paraná, que segundo o IBGE
(2018) possui uma população de aproximadamente 133.726 habitantes.
A coleta foi realizada no período de julho/2018, onde os queijos e leites
foram transportados em sua própria embalagem de comercialização, dentro de uma
caixa térmica a 4±1°C, sendo levados para o Laboratório de Microbiologia da
Faculdade de Apucarana – FAP e armazenados por 18±1H na geladeira até o
momento da análise.
O estudo presente é quali-quantitativo e transversal, por avaliar a qualidade
microbiológica do queijo e do leite através da analise de Staphylococcus aureus
presentes nesses alimentos, sendo determinada a analise de um microrganismo em
um único período de tempo.
4.1 Tipo de método para análise
O método utilizado na pesquisa foi de acordo com o guia de interpretação
Placa PetrifilmTM Staph Express para Contagem Expressa de Staphylococcus
aureus, com modificações.
4.2 Preparação das amostras
Foi utilizado 25 g/ml de cada amostra, no qual os queijos foram pesados em
uma balança analítica com o auxílio de um vidro de relógio e um bisturi, já os leites
foram pipetados em sua própria embalagem de comercialização. As unidades
analíticas foram transferidas para frascos de vidro borosilicato com 225 ml de água
peptonada e 2,5 g de peptona de carne, onde foram diluídas e homogeneizadas as
amostras para a realização da inoculação nos meios de cultura.
4.3 Inoculação
A placa Petrifilm foi posicionada em uma superfície plana próximo ao bico de
Bunsen, onde se levantou o filme superior da placa e com uma pipeta posicionada
perpendicularmente a ela, foi colocado 1 ml da amostra no centro do filme, depois o
25
filme superior foi delicadamente solto em cima da amostra evitando formação de
bolhas, distribuindo-se o inoculo sobre a área circular.
4.4 Incubação
As placas foram incubadas com o lado transparente para cima, em uma
temperatura de 36±1ºC, por 24/48horas.
4.5 Teste de sensibilidade ou resistência aos antimicrobianos
Para analisar se o S. aureus têm sensibilidade ou resistência aos
antibióticos, foi usado o método conforme Silva et al. (2010).
Das placas positivas para S. aureus, foram ajustadas suas concentrações
para 1,5 x 108 unidade de acordo com a escala de Mcfarland, depois foi transferido
1ml do tubo para as placas com ágar meio Mueller Hinton para realização de
antibiograma, onde em cada placa foram utilizados os antibióticos: Ampicilina (AMP),
Azitromicina (AZI), Vancomicina (VAN), Norfloxacin (NOR) e Tetraciclina (TET). E
foram medidos os halos em volta dos antibióticos com intervalos de 24±2h e 48±2h
na estufa a 36±1ºC.
4.6 Contagem de colônias
Colônias de S. aureus podem variar de tamanho, mas todas as colônias
presentes na placa independente do tamanho apresentando de coloração
vermelham-violeta foram contadas. Como o limite máximo de contagem
recomendado na placa PetrifilmTM Staph Express é de 150 colônias S. aureus, as
placas que excederam esse limite tiveram a contagem estimada, multiplicando o
número de colônias de um quadrado por 30, pelas colônias se tornarem TNTC
(incontável). Calculou-se a população e os resultados foram expressos em UFC/g.
4.7 Classificação do microrganismo ao antibiótico
O S. aureus presente em cada amostra foi classificado quanto ao perfil de
resistência de acordo com Laborclin (2011), como mostra a tabela 2, no qual os
valores a baixo da referência foram consideradas resistente, acima do valor de
referência sensível e no valor de referência intermediário.
26
Tabela 2 – Valores de halos inibitórios esperados para Controle de Qualidade (mm)
Agentes Concentração S. aureus
Ampicilina 10µm 27-35 Azitromicina 15µm 21-26 Norfloxacin 10µm 17-28 Tetraciclima 30µm 24-30 Vancomicina 30µm 17-21 Fonte: Laborclin, 2011.
4.8 Critério de inclusão:
Incluídos nessa pesquisa queijos artesanais comercializados pelos
produtores da cidade de Apucarana que realizam a própria produção.
4.9 Critério de exclusão:
Excluídos dessa pesquisa os queijos dos produtores que não são
considerados artesanais e aqueles que o produtor não fizeram a venda do leite
usado na preparação do queijo.
4. 10 Riscos
Pode acontecer o reconhecimento do produto contaminado, porém para
cada produto foi usado um código de identificação.
Existe a possibilidade de se obter um falso resultado se houver manipulação
inadequada do produto analisado e dos materiais do laboratório.
4. 11 Benefícios
Os consumidores poderá ter conhecimento sobre a qualidade microbiológica
do produto podendo ter maior confiabilidade no momento da compra.
5 RESULTADO E DISCUSSÃO Na pesquisa foram utilizadas 8 amostras, sendo 4 de queijos artesanais do
tipo frescal identificadas como amostra de categoria (A) e 4 de leites identificadas
como amostra de categoria (B), todos comercializados pelos próprios produtores,
próximo da data de fabricação, localizados na cidade de Apucarana. As figuras 2 e 3
27
apresentam o desenvolvimento de colônias de coloração azul e de coloração
vermelha-violeta nas placas no período de 24/48 horas, onde as colônias de
coloração vermelha-violeta foram consideradas como S. aureus.
Figura 2 - Placas das amostras dos queijos e leites após 24 horas
Fonte: Autora do trabalho, 2018.
Figura 3 - Placas das amostras dos queijos e leites após 48 horas
Fonte: Autora do trabalho, 2018.
Os dados apresentados na tabela 3, observa-se que das 8 amostras
analisadas no período de 24/48 horas, 100 % apresentaram contaminação por S.
aureus, no qual as amostras de queijos expõe valores acima do recomendado pela
legislação vigente para S. aureus e as amostras de leites apresentaram-se com
número de S. aureus abaixo de 105, porem denota-se alta contaminação. Dessa
maneira, comparado com outros estudos pode-se observar que há má qualidade
28
microbiológica tanto do leite cru quanto dos queijos é recorrente, não sendo um
problema atual.
Tabela 3 - Contagem de colônias S. aureus Contagem das placas com 24 horas
Amostra UFC/g
1.A Incontável 2.A 1,14x104 3.A 9,6x102 4.A Incontável 1.B 1,32x104 2.B Incontável 3.B 6x103 4.B 5,4x103
Contagem das placas com 48 horas Amostras UFC/g
1.A Incontável 2.A 3,51x104 3.A 6,39x104 4.A Incontável 1.B 1,26x104 2.B Incontável 3.B 5,4x103 4.B 4,8x103
Fonte: Autora do trabalho, 2018.
No estudo de Silva e Seixas (2016), também foi detectado contaminação por
S. aureus em 100% das amostras de leite cru, nas quais houve variação entre
1,4x102 a 6,0x103 UFC/ml, sendo mais de 60% das amostras em desacordo com a
legislação vigente, assim como no estudo de Martins et al (2016), obtiveram 100%
das amostras contaminadas e todas em desacordo com a legislação, com contagem
que variaram de 2,8x103 UFC/ml a 2,3x106 UFC/ml, porém em seu estudo foi
avaliado a presença de todas as bactérias Staphylococcus coagulase positiva,
podendo ser S. aureus.
Para obter-se um leite cru com qualidade microbiológica é necessário vários
fatores como mostra o estudo de Matos et al (2017), no qual foi realizado a
avaliação da qualidade microbiológica do leite após a aplicação de boas práticas
agropecuárias, dirigido por 10 unidades produtoras de queijo artesanal no Estado do
Rio Grande do Sul, no qual observou aumento de 29% na contagem de
Staphylococcus coagulase positiva após a implementação de Boas Práticas
29
Agropecuárias, dessa maneira verificou-se a necessidade de recursos econômicos,
de infraestrutura e humanos capacitados para o sucesso da implementação de BPA
na produção. Com a implementação da BPA e as necessidades supridas pode haver
uma redução nos casos de mastite bovino causados por manejo errôneo, tendo
consequentemente menor risco de contaminação do leite cru.
Na pesquisa de Borges et al (2008) foi avaliado a presença de
Staphylococcus em 100% das amostras de leite cru, com contagens de 8,0x103 a
5,0x106 UFC/ml, sendo verificada a prevalência de S. aureus em 67% e das
amostras de leite pasteurizado todos tiveram ausência desses microrganismos.
A contaminação do leite cru pode acontecer como consequência de uma
mastite bovina, como pelos responsáveis da ordenha quando portadores
assintomáticos de S. aureus, dessa maneira o leite cru não apresentará boa
qualidade microbiológica, sendo necessário passar por processo de pasteurização
para ser utilizado na produção do queijo. Para não ocorrer à transferência desses
microrganismos, conforme Apolinário et al (2014), é necessário a pasteurização do
leite, a maturação prolongada e o controle de temperatura de estocagem, associado
com fatores intrínsecos como pH, atividade de água e a presença de compostos
antimicrobianos produzidos pelas bactérias lácteas para reduzir a contaminação
dessas bactérias patogênicas, no processamento do queijo.
É possível perceber que quando o queijo apresenta uma grande quantidade
de colônias e o mesmo foi preparado com leite cru, possivelmente o leite já estava
contaminado e/ou a contaminação é uma porcentagem referente ao leite
contaminado e a outra porcentagem a falha na BPF, mas quando o queijo apresenta
uma grande contaminação e o leite passou por processo de pasteurização, é
sugestivo de contaminação por erro na execução da BPF. (PAULO et al, 2009).
Em queijos de 2 lotes foram identificados presença de S. aureus em 18,8%
da amostra indicando recontaminação após a pasteurização do leite, relacionado a
falhas na aplicação de BPF (BORGES et al, 2008). No estudo de Amorim et al
(2014), 57% dos queijos industrializados apresentaram contagem de Staphylococcus
coagulase positiva iguais ou maiores do que 5,0x103 UFG/g, podendo indicar
manipulação excessiva e inadequada, além de representar risco potencial pela
possibilidade de serem S. aureus enterotoxigênicos, enquanto que nos queijos
artesanais 100% das amostras apresentavam-se em desacordo com a legislação
para Staphylococcus coagulase positiva sendo que as contagens variaram de
30
3,1x103 UFC/g a 4,7x103 UFG/g e nos queijos de produção informal 100% das
amostras apresentaram elevada contagem para Staphylococcus coagulase positiva
variando de 2,5x106 UFG/g a 1,75x107 UFG/g. Oliveira et al (2016), também
verificaram a presença de S. aureus em queijos artesanais, no qual 100% das
amostras demonstraram estar em desacordo com a RDC n°12, de 02 de janeiro de
2001. E no estudo de Zocche et al (2012), com queijos minas frescal e minas padrão
fabricados industrialmente, 1 amostra de cada tipo de queijo, apresentaram
contaminação de Staphylococcus coagulase positiva acima da legislação.
Ao contrário do estudo de Senger e Bizani (2011), que 40% das amostras de
queijos artesanais apresentaram-se contaminados por S. aureus acima do padrão
estabelecido pela legislação.
Em oposição ao presente estudo, Valiatti et al (2015), analisou 4 amostras
de queijos minas frescal, onde 100% das amostras apresentaram ausência de
Staphylococcus coagulase positiva, tendo esse resultando supostamente por boa
qualidade da matéria prima usado na produção dos queijos e a aplicação eficaz de
BPF.
Conforme Zocche et al (2012), quando a quantidade de Staphylococcus
coagulase positiva for acima do estabelecido pela legislação vigente, essas
bactérias podem ser potencialmente capazes de acarretar DTA, se as cepas
presentes forem produtoras de toxinas.
Essa prevalência de contaminação dos queijos artesanais pode estar
associada com o leite cru usado na produção, podendo já estar contaminado pelo
processo de ordenha de forma incorreta e/ou também por mastite passando
despercebido pelos produtores desses pontos. Nas mastites o S. aureus é
considerado o patógeno predominante, tendo prevalência de 81 a 94% dos casos,
normalmente encontrado no interior da glândula mamaria, canal do teto ou na pele,
principalmente quando apresenta alguma lesão na região (LANGONI et al, 2017
apud CONTRERAS e RODRIGUEZ 2011).
Na tabela 4, podemos observar que prevalece uma maior contaminação do
produto final, no caso o queijo quando comparado com a matéria-prima o leite, pois
3 amostras de categoria (A) deram maior quantidade de colônias presentes de
S.aureus, isso pode ter ocorrido por uma manipulação, armazenamento ou
transporte inadequado do produto final enquanto 1 amostra de categoria (B) deu
maior quantidade de colônias desse microrganismo, onde possivelmente o produtor
31
realizou algum tratamento térmico e adotou a BPF para não ocorrer a
recontaminação do produto final.
Tabela 4 – Comparação do resultado da contagem de colônias das amostras (A) e (B).
Comparação de contaminação do queijo/leite 24/48 horas Amostras Queijo (A) Leite (B)
1 ↑* ↓ 2 ↓* ↑ 3 ↑ ↓ 4 ↑ ↓
Fonte: Autora do trabalho, 2018. ↑* maior quantidade de UFC/g ↓* menor quantidade de UFC/g
Através de todos os estudos mostrados neste trabalho, podemos observar
que mesmo nos queijos fabricados de forma industrial ainda há contaminação acima
da legislação vigente para Staphylococcus coagulase positiva, sugerindo dessa
maneira que o maior índice de contaminação ocorre devido à manipulação,
transporte ou armazenamento inadequado, mas os queijos produzidos de forma
artesanal comparados com os queijos industriais são mais contaminados por essas
bactérias patogênicas provavelmente por conta do leite não passar por processo de
pasteurização aumentando assim a contaminação do produto final e também pelos
próprios produtores que às vezes não possuem conhecimento suficiente de BPF.
Como mostra o gráfico 1 em 24 horas, o antibiótico mais eficaz foi a
Tetraciclina, sendo 62,5% sensível, ao contrário do estudo de Zanette, Scapin e
Rossi (2010), onde a Vancomicina teve maior eficácia com 94,87%, enquanto que a
Tetraciclina foi considerada menos eficaz, 30,77% de resistência, 20,51% intermediário e 48,72%
sensível, porem no presente estudo a eficácia da Vancomicina é de 37,5% sensível, 12,5% resistente
e 50% intermediário aumentando o comprometimento do uso desse antibiótico para algum
tratamento.
32
Gráfico 1 - Classificação aos antibióticos em 24 horas
Fonte: Autora do trabalho, 2018.
O antibiótico Norfloxacino assim como a Vancomicina também tem comprometimento com o
seu uso, pois 62,5% são intermediários, a maioria das fluorquinolonas apresenta grande atividade
contra bactérias gram-negativas, como no caso do Norfloxacino, e inicialmente as bactérias do
gênero estafilococos são suscetíveis, mas logo apresentam resistência, principalmente os S. aureus e
os coagulases negativos (BLUMBERG et al, 1991).
No estudo DI Santi et al (2015), considerando-se os valores de concentração inibitória
mínima, o S. aureus mostraram-se 100% suscetíveis a vancomicina, porem conforme Tizotti (2010)
apud Mimica e Mendes (2007), mesmo os glicopeptídeos, como a Vancomicina, serem estabelecidos
como escolha terapêutica em infecções por S. aureus resistente à Meticilina que é um betalâmico, os
autores relatam que cepas dessa bactéria apresentando susceptibilidade reduzida aos glicopeptídeos
em diversos países incluindo o Brasil.
O antibiótico menos eficaz foi a Azitromicina, sendo 75% resistente. No
estudo de Pereira et al (2009), 55,6% dos S. aureus apresentaram resistência a
Azitromicina, podendo estar ocorrendo através de mecanismos de transferência de
genes interespecíficos e intraespecíficos, aumentando a resistência.
A Ampicilina é o segundo antibiótico menos eficaz, sendo 25% resistente,
37,5% intermediário e 37,5% sensível. No estudo de MORITZ (2016), observou-se
resistência aos beta-lactâmicos, sendo 80,92% resistente a Ampicilina. No teste
realizado por Pereira et al (2009), foi investigado fenotipicamente a hiperprodução
de beta-lactamase pelos Staphylococcus.
0
1
2
3
4
5
6
7
Ampicilina Azitromicina Norfloxacino Tetraciclina Vancomicina
Resistente
Intermediário
Sensível
33
Em 48 horas a bactéria da amostra 2.B (resistência) e 3.B (intermediário)
adquiriram resistência a Ampicilina, as amostras 2.A (intermediário), 1.B (resistência)
e 4.B (intermediário) adquiriram resistência a Azitromicina. A amostra 4.A adquiriu
resistência a Tetraciclina e a amostra 2.B (intermediário) adquiriu resistência a
Vancomicina.
De acordo om Santos et al (2007), a resistência do S. aureus aos antibióticos
tem sido desenvolvida por mutações de genes ou por adquirir genes de resistência
de outras bactérias que já possuem resistência ao antimicrobianos.
A resistência aos antimicrobianos em S. aureus pode ser codificada
cromossomicamente ou mediada por plasmídeos e também resistência mediada por
outros mecanismos, como alteração de permeabilidade de membrana, alteração do
sítio de ação do antimicrobiano, bomba de efluxo e mecanismo enzimático.
(MOREIRA et al, 2013).
Pode ser observado conforme o halo de inibição expresso em (mm) na tabela
5 que a amostra que obteve maior resistência a Azitromicina é a amostra 1. A no
período de 24 e 48 horas, e a amostra mais sensível a Tetraciclina foi a 2. B no
período de 24 horas.
A classificação das amostras referente ao halo de inibição de cada antibiótico
conforme mostra a tabela 5 estão expressas na tabela 6.
34
Tabela 5 - Sensibilidade bacteriana a antibiótico em razão do halo de inibição
formado (mm).
No período de 24 horas Amostras AMP AZI NOR TET VAN Amostra
1.A 18 * 29 34 19
Amostra 2.A
21 20 23 35 22
Amostra 3.A
28 12 20 28 23
Amostra 4.A
33 22 20 26 18
Amostra 1.B
45 21 27 38 23
Amostra 2.B
28 20 28 40 16
Amostra 3.B
40 20 12 30 19
Amostra 4.B
39 20 30 32 20
No período de 48 horas Amostras AMP AZI NOR TET VAN Amostra
1.A 13 * 29 35 19
Amostra 2.A
22 21 20 34 23
Amostra 3.A
30 13 30/20 25 23
Amostra 4.A
34 23 20 21 18
Amostra 1.B
44 20 26 35 23
Amostra 2.B
22 12 25 34 17
Amostra 3.B
32 20 11 30 19
Amostra 4.B
40 22 31 31 20
Fonte: Autora do trabalho, 2018.
35
Tabela 6 - Classificação das amostras conforme o halo de cada antibiótico.
No período de 24 horas Amostras AMP AZI NOR TET VAN Amostra
1.A Resistente Resistente Sensível Sensível Interm.
Amostra 2.A
Resistente Resistente Interm. Sensível Sensível
Amostra 3.A
Interm. Resistente Interm. Interm. Sensível
Amostra 4.A
Interm. Interm. Interm. Interm. Interm.
Amostra 1.B
Sensível Interm. Interm. Sensível Sensível
Amostra 2.B
Interm. Resistente Interm. Sensível Resistente
Amostra 3.B
Sensível Resistente Resistente Interm. Interm.
Amostra 4.B
Sensível Resistente Sensível Sensível Interm.
No período de 48 horas Amostras AMP AZI NOR TET VAN Amostra
1.A Resistente Resistente Sensível Sensível Interm.
Amostra 2.A
Resistente Interm. Interm. Sensível Sensível
Amostra 3.A
Interm. Resistente Interm. Interm. Sensível
Amostra 4.A
Interm. Interm. Interm. Resistente Interm.
Amostra 1.B
Sensível Resistente Interm. Sensível Sensível
Amostra 2.B
Resistente Resistente Interm. Sensível Interm.
Amostra 3.B
Interm. Resistente Resistente Interm. Interm.
Amostra 4.B
Sensível Interm. Sensível Sensível Interm.
Fonte: Autora do trabalho, 2018. É demonstrado nas figuras 4 e 5, a formação dos halos referente aos
antibióticos em cada amostra, no qual se pode perceber que dentro de alguns halos
há presença de pontos (brancos), podendo sugerir a formação de resistência das
bactérias ao antibiótico durante o procedimento por mutação.
36
Figura 4 – Teste de sensibilidade aos antimicrobianos em 24 horas
Fonte: Autora do trabalho, 2018.
Figura 5 – Teste de sensibilidade aos antimicrobianos em 48 horas
Fonte: Autora do trabalho, 2018.
Conforme Andrade et al., (2000), quando algum antibiótico é usado na
medicina veterinária para controle de mastite de forma incontrolada e inadequada
haverá uma maior resistência da bactéria a esses antibióticos, por tanto, quando
essa bactéria for encontrada no leite ou no produto em que esse leite seja usado
como matéria prima o tratamento com tal antibiótico será ineficaz, devendo dessa
maneira encontrar algum outro antimicrobiano que seja eficaz.
37
6 CONCLUSÃO Os queijos artesanais comercializados na cidade de Apucarana precisam de
melhor fiscalização das condições higiênica sanitária durante a produção, o
armazenamento e o transporte do produto, já que as amostras dos queijos
apresentaram maior contaminação comparada às amostras dos leites. Todas as
amostras de queijos apresentaram contagem de S. aureus acima do índice
determinado por lei, não estando de acordo com a RDC nº. 12, de 2 de janeiro de
2001 estabelecida pela ANVISA, levando risco a saúde do consumidor
As bactérias de S. aureus de todas as amostras foram classificadas como
intermediárias ou resistência há algum antibiótico, no qual o uso destes antibióticos
podem não oferecer efeito satisfatório no controle dessas bactérias. Dentre os
antibióticos analisados em teste in vitro apenas a tetraciclina teve maior eficiência.
38
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