JANELAS DE LISBOA

36

description

JANELAS DE LISBOA. Click para continuar. Tenho quarenta janelas nas paredes do meu quarto. Sem vidros nem bambinelas posso ver através delas o mundo em que me reparto. Por uma entra a luz do Sol, por outra a luz do luar, por outra a luz das estrelas que andam no céu a rolar. - PowerPoint PPT Presentation

Transcript of JANELAS DE LISBOA

Page 1: JANELAS        DE LISBOA
Page 2: JANELAS        DE LISBOA

JANELAS DE LISBOA

Click para continuar

Page 3: JANELAS        DE LISBOA

Tenho quarenta janelas

nas paredes do meu quarto.

Page 4: JANELAS        DE LISBOA

Sem vidros nem bambinelas

posso ver através delas

o mundo em que me reparto.

Page 5: JANELAS        DE LISBOA
Page 6: JANELAS        DE LISBOA

Por uma entra a luz do Sol,

por outra a luz do luar,

por outra a luz das estrelas

que andam no céu a rolar.

Page 7: JANELAS        DE LISBOA
Page 8: JANELAS        DE LISBOA

Por esta entra a Via Láctea

como um vapor de algodão,

por aquela a luz dos homens,

pela outra a escuridão.

Page 9: JANELAS        DE LISBOA
Page 10: JANELAS        DE LISBOA

Pela maior entra o espanto,

pela menor a certeza,

pela da frente a beleza

que inunda de canto a canto.

Page 11: JANELAS        DE LISBOA
Page 12: JANELAS        DE LISBOA
Page 13: JANELAS        DE LISBOA

Pela quadrada entra a esperança

de quatro lados iguais,

quatro arestas, quatro vértices,

quatro pontos cardeais.

Page 14: JANELAS        DE LISBOA
Page 15: JANELAS        DE LISBOA

Pela redonda entra o sonho,

que as vigias são redondas,

e o sonho afaga e embala

à semelhança das ondas.

Page 16: JANELAS        DE LISBOA
Page 17: JANELAS        DE LISBOA
Page 18: JANELAS        DE LISBOA
Page 19: JANELAS        DE LISBOA

Por além entra a tristeza,

por aquela entra a saudade,

e o desejo, e a humildade,

e o silêncio, e a surpresa,

e o amor dos homens, e o tédio,

e o medo, e a melancolia,

e essa fome sem remédio

a que se chama poesia,

Page 20: JANELAS        DE LISBOA

e a inocência, e a bondade,

e a dor própria, e a dor alheia,

e a paixão que se incendeia,

e a viuvez, e a piedade,

e o grande pássaro branco,

e o grande pássaro negro

que se olham obliquamente,

arrepiados de medo,

Page 21: JANELAS        DE LISBOA
Page 22: JANELAS        DE LISBOA

todos os risos e choros,

todas as fomes e sedes,

tudo alonga a sua sombra

nas minhas quatro paredes.

Page 23: JANELAS        DE LISBOA
Page 24: JANELAS        DE LISBOA
Page 25: JANELAS        DE LISBOA
Page 26: JANELAS        DE LISBOA

Oh janelas do meu quarto,

quem vos pudesse rasgar !

Page 27: JANELAS        DE LISBOA
Page 28: JANELAS        DE LISBOA
Page 29: JANELAS        DE LISBOA

Com tanta janela aberta

Falta-me a luz e o ar.

Page 30: JANELAS        DE LISBOA
Page 31: JANELAS        DE LISBOA

Poema:António Gedeão

Page 32: JANELAS        DE LISBOA
Page 33: JANELAS        DE LISBOA
Page 34: JANELAS        DE LISBOA
Page 35: JANELAS        DE LISBOA
Page 36: JANELAS        DE LISBOA

F I M